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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE CAMPUS SAPUCAIA DO SUL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM FABRICAÇÃO MECÂNICA INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS RELACIONADOS A TEMPERATURA NA INJEÇÃO DE ABRAÇADEIRAS EM POLIAMIDA 6.6 FABRICIO SEBOLEWSKI MIRANDA Orientador: Prof. Me. VINÍCIUS MARTINS Sapucaia do Sul 2013

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE

CAMPUS SAPUCAIA DO SUL

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM FABRICAÇÃO MECÂNICA

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS RELACIONADOS

A TEMPERATURA NA INJEÇÃO DE

ABRAÇADEIRAS EM POLIAMIDA 6.6

FABRICIO SEBOLEWSKI MIRANDA

Orientador: Prof. Me. VINÍCIUS MARTINS

Sapucaia do Sul

2013

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE

CAMPUS SAPUCAIA DO SUL

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM FABRICAÇÃO MECÂNICA

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS RELACIONADOS

A TEMPERATURA NA INJEÇÃO DE

ABRAÇADEIRAS EM POLIAMIDA 6.6

FABRICIO SEBOLEWSKI MIRANDA

Orientador: Prof. Me. VINÍCIUS MARTINS

Sapucaia do Sul

2013

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FABRICIO SEBOLEWSKI MIRANDA

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS RELACIONADOS

A TEMPERATURA NA INJEÇÃO DE

ABRAÇADEIRAS EM POLIAMIDA 6.6

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito

para a obtenção de título de Tecnólogo em Fabricação Mecânica

pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense: Campus de Sapucaia

do Sul.

Orientador: Prof. Me. VINÍCIUS MARTINS

Sapucaia do Sul

2013

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FABRICIO SEBOLEWSKI MIRANDA

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao corpo

docente do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense:

Campus de Sapucaia do Sul, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do grau de

Tecnólogo em Fabricação Mecânica.

Aprovado em 11 de Dezembro de 2013.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Orientador: Me. Vinícius Martins

_________________________________________

Avaliador: Dr. João Antônio Pinto de Oliveira

_________________________________________

Professor da Disciplina Projeto de Graduação:

M.Sc. David Garcia Neto

Sapucaia do Sul

2013

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Dedico este trabalho às pessoas mais importantes

da minha vida: minha esposa Carla, minha filha Maria

Eduarda, meu pai Renato, minha mãe Maria Gorete e

minha avó Leni. Pois eles sempre me apoiaram em

minhas caminhadas. Dedicaram tempo de suas vidas

para cuidar da minha e se esforçaram nos momentos em

que deixaram de ter minha companhia em favor dos

estudos.

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AGRADECIMENTOS

A todos que colaboraram direta ou indiretamente na elaboração deste trabalho, o meu

reconhecimento.

Ao professor Vinícius Martins pelo estímulo, dedicação e esforço pessoal

proporcionado.

Ao colega de trabalho Sr. Davi Antônio Dalcin pelo suporte total como facilitador

deste trabalho.

Ao colega de trabalho Djesse Viegas pelo auxílio na injeção das amostras.

Ao colega de trabalho Jonesmar Plates pela colaboração na execução do trabalho.

A todos os professores e colegas do IFSUL que contribuíram para a minha formação

durante o período do curso, agradeço pela valiosa atenção dispensada.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 9

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. 10

LISTA DE EQUAÇÕES ........................................................................................................ 11

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS ....................................................................... 12

RESUMO ................................................................................................................................. 13

ABSTRACT ............................................................................................................................ 14

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14

1.1. Justificativa ............................................................................................................. 14

1.2. Objetivo Geral......................................................................................................... 15

2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 16

2.1. Processo de Injeção ................................................................................................. 16

2.2. Ciclo de Injeção ....................................................................................................... 17

2.3. Variáveis de Controle da Moldagem por Injeção ................................................ 18 2.3.1 Variáveis de controle do processo ou macrovariáveis.................................. 18

2.3.2 Variáveis de controle da máquina injetora ou parâmetros operacionais: ..... 19

2.3.3 Variáveis de controle da qualidade:.............................................................. 20

2.4. Matéria Prima ......................................................................................................... 21

2.5. Projeto de Molde ..................................................................................................... 23

2.6. Componentes Básicos de um Molde para Injeção ............................................... 27

3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 34

3.1. Matéria-Prima utilizada......................................................................................... 34

3.2. Molde projetado e construído para o estudo........................................................ 34

3.3. Geometria da cavidade do molde .......................................................................... 36

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3.4. Máquina injetora utilizada no estudo ................................................................... 36

3.5. Metodologia de obtenção dos resultados .............................................................. 37

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................. 38

4.1. Estudo de caso 01 .................................................................................................... 39

4.2. Estudo de caso 02 .................................................................................................... 40

4.3. Estudo de caso 03 .................................................................................................... 42

4.4. Estudo de caso 04 .................................................................................................... 43

4.5. Estudo de caso 05 .................................................................................................... 45

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 47

6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 49

ANEXOS.................................................................................................................................. 50

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - TABELA COM AS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS TERMOPLÁSTICOS COM

RELAÇÃO A CAPACIDADE DA INJETORA ........................................................................... 25

TABELA 2 - ESTUDO DE CASO 01 .............................................................................................. 39

TABELA 3 - ESTUDO DE CASO 02 .............................................................................................. 41

TABELA 4 - ESTUDO DE CASO 03 ............................................................................................. 42

TABELA 5 - ESTUDO DE CASO 04 .............................................................................................. 44

TABELA 6 - ESTUDO DE CASO 05 ............................................................................................. 45

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - REAÇÃO DE POLI-CONDENSAÇÃO PARA OBTENÇÃO DA POLIAMIDA 6.6 .............. 21

FIGURA 2 - ESQUEMA DA ABSORÇÃO DE ÁGUA PELAS POLIAMIDAS ....................................... 22

FIGURA 3 - CORTE DE SEÇÃO DE UM MOLDE E DE UMA INJETORA ......................................... 24

FIGURA 4 - PARTES DE UM MOLDE .......................................................................................... 29

FIGURA 5 - MOLDE PROJETADO PARA O ESTUDO .................................................................... 35

FIGURA 6 - DESENHO DETALHADO DO MOLDE PARA O ESTUDO ............................................. 35

FIGURA 7 - PLACA COM A CAVIDADE EM ESPIRAL .................................................................. 36

FIGURA 8 - MÁQUINA UTILIZADA NO ESTUDO ......................................................................... 37

FIGURA 9 - PEÇA INJETADA NO ESTUDO .................................................................................. 38

FIGURA 10 - RESULTADO DO ESTUDO DE CASO 01 ................................................................. 40

FIGURA 11 - RESULTADO DO ESTUDO DE CASO 02 ................................................................. 41

FIGURA 12 - RESULTADO DO ESTUDO DE CASO 03 ................................................................. 43

FIGURA 13 - RESULTADO DO ESTUDO DE CASO 04 ................................................................. 44

FIGURA 14 - RESULTADO DO ESTUDO DE CASO 05 ................................................................. 46

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LISTA DE EQUAÇÕES

EQUAÇÃO 1 - EQUAÇÃO PARA CORREÇÃO DA CAPACIDADE DE INJEÇÃO (4) ......................... 24

EQUAÇÃO 2 - CAPACIDADE DE PLASTIFICAÇÃO COM O MATERIAL B .................................... 26

EQUAÇÃO 3 - OUTRA MANEIRA DE CALCULAR A CAPACIDADE DE PLASTIFICAÇÃO .............. 26

EQUAÇÃO 4 - CÁLCULO PARA VERIFICAR A CAPACIDADE DE PLASTIFICAÇÃO DA MÁQUINA 26

EQUAÇÃO 5 - CÁLCULO PARA FORÇA DE FECHAMENTO DA MÁQUINA ................................... 27

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

( + ) – Efeito positivo.

( o ) – Efeito não influenciável na característica em estudo.

( - ) – Efeito negativo.

υ (cm3/g) – Volume específico medido em centímetros cúbicos por grama.

T (ºC) – Temperatura medida em graus Celsius

ASTM – Association of Standard Test Methods.

PA 6.6 – Poliamida 6.6.

CrNi – Cromo Níquel.

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RESUMO

Atualmente nas indústrias o consumo de energia para fabricações de seus produtos vem se

mostrando altos. Nas indústrias de injeção de polímeros não é diferente, e uma das parcelas de

gasto com energia é no aquecimento do molde para injeção, porque se não aquecer o molde a

peça não será completada e se aquecermos demais alem de poder degradar o material

estaremos disperdiçando energia. Este trabalho tem como objetivo principal analisar a

influência dos parâmetros relacionados à temperatura para estabelecer a temperatura de

melhor custo beneficio para injeção de abraçadeiras em poliamida 6.6. Para esse estudo foi

projetado um molde com cavidade em espiral para facilitar a medição do preenchimento da

cavidade, onde se chegou a conclusão de um ganho de 83,35% de preenchimento de cavidade.

Com isso pode-se injetar uma abraçadeira de comprimento maior apenas alterando parâmetros

relacionados as temperaturas.

Palavras-chave: Moldagem por Injeção, Poliamida ou Nylon 6.6, Temperatura de

Molde, Temperatura do Fundido

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ABSTRACT

Currently in industry energy consumption for fabrication of its products has proved high. In

industries polymer injection is no different, and a parcel of energy is spent on heating the

mold for injection, because it does not heat mold the piece will not be completed and bask too

besides power degrade the material will be wasting energy . This paper aims at analyzing the

influence of temperature-related parameters to establish the temperature better cost benefit for

injection clamps polyamide 6.6. For this study been designed with a mold cavity spiral to

facilitate the measurement of cavity filling, where the completion of a gain of 83.35% fill

cavity was reached. With this you can inject a greater length of brace just by changing

parameters related temperatures.

Key-words: Injection Molding, Nylon or Polyamide 6.6, Mold Temperature,

Temperature Molten

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1. INTRODUÇÃO

A crescente demanda por soluções competitivas tem exigido o projeto de peças

plásticas com peso e tamanho reduzidos, por consequência, as espessuras foram sendo

minimizadas a valores próximos a um milímetro ou menos, mas os percursos de injeção

mantiveram-se, relativamente longos.

Sendo assim, os parâmetros de processo das geometrias comumente utilizadas nas

indústrias não são mais suficientes para oferecer qualidade ao moldado de pouca espessura e

grande caminho de fluxo, tendo de ser alterados para valores maiores a fim de vencer a

resistência ao fluxo gerada pela pequena abertura para a passagem do polímero. Isto demanda

tempo e dinheiro com testes práticos em máquina e gera um duvidoso percentual de refugo,

pois com os valores das pressões e das velocidades empregadas sendo maiores, a qualidade

das peças se torna instável devido à alta taxa de cisalhamento imposta ao polímero fundido

durante o preenchimento. Desta forma o controle do processo se torna um fator de grande

importância para a solução destes problemas.

Como as empresas possuem a necessidade de reduzir a quantidade de refugo, diminuir

o tempo de lançamento de novos produtos e melhorar a qualidade do produto final se torna de

grande importância o domínio das variáveis de processo de moldagem por injeção de peças de

parede fina em polímeros de engenharia.

Este trabalho se propõe a identificar a influencia da temperatura do molde e a

temperatura do polímero na injeção de abraçadeiras de poliamida 6.6 e, também, determinar a

faixa de valores dos parâmetros que evidenciam o melhor desempenho custo benefício.

1.1. Justificativa

Foi verificada a necessidade de determinar a influência da temperatura do molde a do

polímero nas peças injetadas em poliamida pela empresa Frontec. Empresa onde são

construídos moldes para peças de poliamida com características de parede fina para grandes

produções.

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Para isso será construído um molde com uma cavidade em forma de espiral, esse

espiral terá profundidade de 1.6 mm, largura de 8,6 mm e comprimento de 1500 mm. Esse

molde também contará com placas isolantes e furação de refrigeração para um melhor

controle térmico do molde.

1.2. Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é conseguir determinar a diferença do preenchimento

do espiral (cavidade) com a variação de temperatura do molde e do polímero, podendo assim

determinar uma faixa ideal de trabalho para esse parâmetro de injeção em peças de parede

fina injetados em poliamida 6.6.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Processo de Injeção

O processo de injeção de termoplásticos é um processo de transformação de caráter

cíclico que consiste em (1):

1. Plastificar o material sólido dentro de um cilindro ao ponto que seja possível moldá-lo

sob pressão;

2. Conformar o material fundido em uma cavidade, a fim de se obter a sua forma;

3. Resfriar o material até a solidificação dentro de um molde com o formato desejado.

O processo de injeção de plásticos é o método de produção em massa mais

econômico para itens idênticos. Diferentes plásticos apresentam diferentes comportamentos

durante o processamento, como por exemplo, a temperatura de fusão. Estes comportamentos

determinam a produtividade do processo, a velocidade de manufatura e tempo de ciclo

dependerá de quão rápido o material pode ser aquecido, injetado, solidificado e extraído (1).

Os princípios de operação de uma máquina injetora são em número de três: tempo,

temperatura e pressão. São estes elementos que determinam a qualidade do produto final

produzido pelo processo de injeção (1).

Os tempos que devem ser controlados são:

Tempo de residência do plástico dentro do canhão, ou seja, tempo desde que o material

entra no cilindro de aquecimento até o momento em que entra no molde;

Tempo de injeção e tempo de recalque, tempo de solidificação, tempo de resfriamento;

Tempo de ciclo seco, que compreende abertura, fechamento, tempo de molde aberto e

extração.

Os parâmetros de controle referentes à temperatura são (1):

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Temperatura na entrada do funil de alimentação;

Temperatura das zonas do canhão;

Calor gerado pela rotação, compressão da rosca e homogeneização no canhão;

Temperatura do molde e controle de fluxo do refrigerante dentro do molde;

Temperatura ambiente.

As pressões que devem ser observadas durante o processo de injeção são (1):

Pressão de injeção que é a pressão necessária para preencher as cavidades do molde;

Pressão de recalque que é a pressão fornecida ao polímero até o momento da solidificação

do ponto de injeção ou da peça;

A contrapressão que tem influência na homogeneidade da massa fundida;

A pressão de travamento ou força de fechamento que previne a abertura do molde durante

a fase de injeção.

2.2. Ciclo de Injeção

A seguir são apresentadas detalhadamente as duas principais etapas do ciclo de

injeção (1):

Injeção: é o movimento de avanço da rosca a fim de transportar o material do cilindro de

injeção para as cavidades. Para a maioria das máquinas injetoras do mercado observa-se que a

medida lida no painel da máquina injetora é a pressão hidráulica exercida pelo atuador e não a

pressão imposta à massa fundida. Por existirem várias perdas de pressão ao longo do caminho

de fluxo até as cavidades a pressão exercida na cavidade é muito menor que a pressão na

ponta da rosca. Quando começa o resfriamento, mais material é forçado a entrar na cavidade,

a fim de compensar a contração volumétrica da peça. A velocidade de injeção é o parâmetro

de maior discussão dentro do processo de injeção, sendo ela um fator importante para a

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obtenção de moldados de boa qualidade. A velocidade real de entrada do material na cavidade

do molde depende de vários fatores associados ao projeto do mesmo. Os principais fatores

que regem a velocidade de injeção são: complexidade da peça, qualidade do molde e o

sistema de entrada. De qualquer modo é conveniente utilizar a máxima velocidade de injeção

evitando o congelamento prematuro do fundido. Se fixar os demais parâmetros de

processamento, ao se aumentar a velocidade de injeção aumentará a temperatura do fundido

pelo calor gerado pelo cisalhamento do polímero. Isto pode minimizar os problemas de

aparência como: pele laranja, brilho, marcas de fluxo, linhas de união, rechupes, diminui a

contração e a possibilidade de formação de tensões internas (1).

Recalque: visa o controle da pressão sobre o material plástico, após o preenchimento do

molde, para compensar as contrações consequentes do resfriamento do plástico, tendo

importância na regularidade da peça injetada, no que se refere à uniformidade dimensional e

no peso. A programação adequada do perfil de pressões de recalque permite a produção de

peças de alta qualidade dimensional e tolerâncias de massa mais estreitas, com a possibilidade

de evitar marcas de rechupe e bolhas. A pressão de recalque deve ser menor que a pressão de

injeção para evitar tensões residuais na região do ponto de injeção. O tempo de recalque deve

ser suficiente para solidificar o ponto de entrada, pois após o mesmo só haverá recalque sobre

os canais (1).

2.3. Variáveis de Controle da Moldagem por Injeção

Para melhor compreensão dos diferentes métodos de controle da moldagem por

injeção, Cavalheiro (2) classificar as variáveis que controlam a moldagem por injeção em três

categorias: processo, máquina e qualidade.

2.3.1 Variáveis de controle do processo ou macrovariáveis

As variáveis de controle do processo alteram as características da matéria prima,

como: orientação e relaxação molecular, morfologia, nível de compactação das regiões

amorfas, nível de tensões residuais e estrutura química. Cada etapa de um processo de

transformação é controlada por um conjunto de variáveis de processo. São estas variáveis que

garantem a qualidade e repetibilidade das propriedades externas como: dimensões, massa,

propriedades mecânicas, propriedades óticas, propriedades elétricas, propriedades de barreira

e acabamento superficial (2).

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Pode-se dizer que praticamente todo o processo de injeção é definido por quatro

macrovariáveis que são (2):

Temperatura de Massa: é a temperatura do polímero em si, não a temperatura que marca o

termopar, porém usa-se este como referência. Esta temperatura precisa ser consistente e

homogênea. É mais afetada pela tensão de cisalhamento do que por pequenas mudanças de

temperatura feitas nas resistências (2).

Taxa de Resfriamento: é a velocidade de perda de calor do material. Influencia diretamente

no tamanho dos cristais e ou no grau de cristalinidade; gera efeitos nas propriedades

dimensionais, mecânicas e óticas do moldado, além de restringir o tempo de ciclo (2).

Pressão na Cavidade: é a pressão do material no interior da cavidade. Variável que controla

a quantidade de material que entra na cavidade, assim também a massa e a precisão

dimensional das peças, além de influir nas tensões residuais e no empenamento (2).

Velocidade de Escoamento: é a velocidade com a qual o material flui pela cavidade durante

o preenchimento. Variável que influencia na taxa de cisalhamento tendo efeitos na

temperatura da massa, na orientação molecular, na degradação e nas tensões residuais. A

viscosidade do polímero diminui dramaticamente com o incremento na taxa de injeção. Deve-

se tomar cuidado para fornecer a pressão de injeção necessária para manter a taxa de injeção

estável ciclo a ciclo. O valor de velocidade de injeção pode ser encontrado experimentalmente

em try out ou ser estimada com o auxílio de programas de computador. Altas velocidades de

injeção elevam a temperatura do material da frente de fluxo em relação ao que está na entrada

na cavidade (2).

2.3.2 Variáveis de controle da máquina injetora ou parâmetros operacionais:

Nas máquinas injetoras não há controles como os especificados acima, portanto o

controle da máquina é feito de modo indireto, ou seja, o operador regula a máquina que por

sua vez atua sobre o processo (2).

Em uma máquina injetora de acionamento hidráulico, as principais variáveis

operacionais (ou parâmetros de máquina) que agem sobre as variáveis de controle do processo

são (2):

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Velocidade de avanço do parafuso: relativo à velocidade com que o material plástico escoa

pela cavidade, tem relação com a dissipação viscosa de calor provinda do cisalhamento (2).

Pressão de injeção e de recalque: é a medida de pressão no cilindro hidráulico que controla

a força e a velocidade do movimento axial da rosca durante a etapa de injeção e recalque e,

por consequência, pressão na cavidade (2).

Comutação: momento em que cessa a pressão de injeção e começa a pressão programada

para o recalque (2).

Temperatura do cilindro de aquecimento: influencia na temperatura da massa (2).

Tempo de residência: influencia na temperatura da massa (2).

Velocidade de rotação do parafuso: influencia na temperatura da massa (2).

Temperatura e vazão do fluido de resfriamento do molde: controla a temperatura das

paredes do molde, é uma das únicas formas de controlar a taxa de resfriamento do polímero

no interior do molde (2).

Tempo de molde fechado: modifica a taxa de resfriamento do material (2).

Contrapressão: é a pressão contraria ao retorno do parafuso plastificador durante a etapa de

dosagem. Tem influência na temperatura da massa (2).

Curso de dosagem: modifica a quantidade de material dosado podendo alterar a pressão no

interior da cavidade durante a injeção e recalque (2).

Força de fechamento: é a força necessária para manter o molde fechado durante a injeção,

deve ser igual ou maior que a pressão de injeção (2).

2.3.3 Variáveis de controle da qualidade:

São aquelas que geram efeitos mensuráveis na qualidade ou visíveis no produto,

sendo efeitos como variações de massa e dimensional, presença de bolhas e rechupes, linhas

de solda, tempo real de preenchimento da cavidade, pressão hidráulica real, velocidade real de

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avanço do parafuso, umidade na matéria prima e colchão; sendo a última a variável mais

importante para o controle da qualidade do produto final (2).

O colchão controla a repetibilidade de material que entra na cavidade a cada ciclo

além de influir no tempo de residência da massa fundida dentro do barril. Para maiores

valores de colchão, maior será o tempo de residência do fundido, além de que um valor de

colchão muito alto reflete em aumento da pressão na cavidade pela compressão sofrida pelo

material na frente da rosca. A umidade se reflete em manchas pela degradação das

propriedades por hidrólise (3).

2.4. Matéria Prima

A poliamida 6.6 ou nylon 6.6, como é comercialmente conhecido, foi desenvolvido

pela empresa Du Pont e é obtido pela reação de condensação do ácido adípico com a

hexametilenodiamina, dada na Figura 1. Nota-se que nesta reação são liberadas moléculas de

água, fator que justifica cuidados especiais para o teor de umidade da matéria prima durante

seu processamento, sendo pela especificação do fabricante esta deve ter no máximo 0,2%. Se

houver presença de água nos pellets, o equilíbrio da reação de poli-condensação poderá se

deslocar para a esquerda, ocasionado degradação por hidrólise do polímero (3).

Figura 1 - Reação de poli-condensação para obtenção da poliamida 6.6

Fonte: Harada, J.: Wiebeck, H. (4)

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Como visto na figura 1, todas as poliamidas são higroscópicas, ou seja, no estado

sólido eleva a quantidade de água devido a presença dos grupos amida. A taxa de absorção é

maior quanto maior forem a temperatura ambiente e a umidade do ar (3).

Quando peças de poliamida são expostas a um ambiente úmido, estas sofrem

alterações de peso, dimensões e de propriedades, até seu equilíbrio. Para ambientes com alta

umidade relativa do ar a absorção de água é maior, para ambientes com umidade relativa

menor há migração de moléculas de água para o ambiente, o que significa que estes

fenômenos são reversíveis (3). Esquema da absorção da água pela poliamida é mostrada na

Figura 2.

Figura 2 - Esquema da absorção de água pelas poliamidas

Fonte: Guojun Xo, M.E. (5)

O espaço entre as moléculas poliméricas é aumentado pela absorção da molécula de

água, fato que alivia as tensões intermoleculares (5).

O nylon, como é conhecido comercialmente a poliamida, é uma resina dura e

translúcida. Apresenta alta cristalinidade mediante resfriamento lento. Possui estabilidade

dimensional até 150ºC, boa capacidade de carga e baixo coeficiente de atrito. A rigidez, a

temperatura limite e a resistência química podem ser variadas com o grau de polimerização.

Apresentam, ainda, elevados valores de resistência à tração, boa resistência ao impacto, e alta

resistência à abrasão. Resistência à ação de óleos, hidrocarbonetos e ésteres, mas são

amolecidos por alcoóis, glicóis a água. Contudo, são altamente impermeáveis a gases, como:

óxido de carbono, dióxido de carbono, oxigênio, nitrogênio, amônia, etc. As principais

responsáveis por estas características são as ligações de hidrogênio existentes em sua estrutura

(4).

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Resinas de nylon podem receber aditivos a fim de melhorar seu desempenho, estes

podem ser: modificadores de impacto, fibras de carbono, esferas de vidro e retardantes de

chama. Uma ou mais propriedades do polímero são afetadas significativamente pela adição de

algum destes aditivos. O nylon 6.6 possui as maiores dureza e rigidez em relação às demais

poliamidas. É o material mais indicado para peças que necessitam de resistência mecânica (6).

A velocidade de resfriamento determina o grau de contração e de cristalinidade.

Quanto menor a velocidade de resfriamento maior é o tempo oferecido para que as moléculas

se acomodem no espaço o que aumenta o grau de cristalinidade e a contração (6).

A faixa de processamento do nylon 6.6 é, relativamente, estreita, estando entre 280 e

300ºC, mesmo que a uma temperatura de 271ºC o material apresente boa fluidez e, também

seja possível injetá-lo acima dos 300ºC, porém há degradação pela alta temperatura (6).

A viscosidade do fundido decresce significantemente com o aumento da tensão de

cisalhamento (pressão de injeção) ou da taxa de cisalhamento (velocidade de injeção). Outro

parâmetro que pode ser utilizado para baixar a viscosidade dos polímeros de engenharia é

aumentar a temperatura da massa. Porém, este deve ser usado com muita cautela, pois durante

o preenchimento da cavidade a altas pressões ou altas velocidades a temperatura da massa

aumenta devido à dissipação viscosa gerada nesta fase. Segundo Rosato (1) uma diminuição

de 10ºC na temperatura do fundido pode refletir num aumento quadrático da viscosidade.

2.5. Projeto de Molde

O molde de injeção é uma unidade completa com condições de produzir peças

moldadas. Suas cavidades possuem as formas e as dimensões da peça desejada. O molde é

adaptado ao final da máquina de injeção e recebe, em sua cavidade, o material plástico

fundido, introduzido por meio de pressão (4).

A figura 3 mostra uma vista em corte de um molde e uma máquina injetora com a

cavidade sendo preenchida pelo material fundido. Em destaque a cavidade do produto, a placa

estacionária da máquina injetora também conhecida como platô fixo e a placa móvel da

máquina injetora que também é chamada de platô móvel (4).

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Figura 3 - Corte de seção de um molde e de uma injetora

Fonte: Harada, J.; Wiebeck, H. (4)

Ao se projetar um molde de injeção, as primeiras considerações se referem ao peso,

tamanho e desenho da peça, para então se decidir sobre a localização e a quantidade de

cavidades no molde. Baseando-se no peso e no tamanho das peças é possível definir o tipo de

máquina ideal, levando em conta sempre a capacidade de injeção, força de fechamento e a

capacidade de plastificação de cada máquina injetora (4).

Capacidade de Injeção: as máquinas injetoras são normalmente especificadas pelo

peso máximo de material que pode ser moldado a cada injeção. Atualmente o peso é dado em

gramas de poliestireno. Se o material a ser usado difere daquele para o qual a máquina está

especificada, deve ser efetuada a correção para qualquer diferença entre o seu peso. Assim

para se determinar a capacidade de injeção de uma máquina com especificação baseada no

material A em relação ao material B, deve-se utilizar a equação 1 (4).

Equação 1 - Equação para correção da capacidade de Injeção (4)

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A máquina injetora selecionada deve ser capaz de injetar material suficiente para completar o

peso estimado da moldagem a cada injeção, incluindo os canais de distribuição (4).

A tabela 1 apresenta as propriedades dos materiais termoplásticos com relação a

capacidade da máquina injetora (4):

Tabela 1 - Tabela com as propriedades dos materiais termoplásticos com relação a capacidade da injetora

Material Fator

Volumétrico Peso

específico Calor

específico

Acetato de Celulose 2,4 1,24 - 1,34 0,3 - 0,42

Acetato- Butirato de cellulose

2,2 1,15 - 1,22 0,3 - 0,4

Poliamida 2 - 2,1 1,09 - 1,14 0,4

PVC – Rígido 2,3 1,35 - 1,45 0,2 - 0,28

PVC – Flexível 2,3 1,16 - 1,35 0,3 - 0,5

Metilmetacrilato 1,8 – 2 1,17 - 1.2 0,35

Poliestireno 1,9 - 2,15 1,04 - 1,06 0,32

Acrilonitrila - Butadieno Estireno (ABS)

1,8 – 2 1 - 1,1 0,35 - 0,4

Acrilonitrila – Estireno 1,9 - 2,15 1,1 0,33

Polietileno Baixa Densidade 1,84 - 2,4 0,91 - 0,94 0,55

Poletireno Alta Densidade 1,7 - 1,9 0,94 - 0,96 0,55

Polipropileno 1,92 - 1,96 0,9 - 0,91 0,46

Policarbonato 1,75 1,2 0,30

Poliacetal 1,8 – 2 1,4 0,35 Fonte: Harada, J.; Wiebeck, H. (4)

Capacidade de Plastificação:

É expressa pela quantidade de quilogramas de material que a máquina injetora pode

elevar por hora à temperatura de moldagem. O poliestireno é frequentemente utilizado como

material padrão no qual se baseia a capacidade de plastificação, mas o valor adequado

dependerá do material a ser moldado. A capacidade de plastificação é uma função do

potencial do aquecimento da máquina. Desta forma, a quantidade de material que pode ser

levado à condição de moldagem em um determinado tempo depende da temperatura de

moldagem necessária e do calor específico do material (7).

A capacidade de plastificação de uma máquina para qualquer material B pode ser

determinada, aproximadamente, a partir da especificação da máquina baseada no poliestireno,

utilizando a equação 2 (4):

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Equação 2 - Capacidade de Plastificação com o material B

Se o conteúdo total de calor por quilograma do material plastificado for conhecido e

for igual a Q, a capacidade de plastificação pode ser calculada por (4):

Equação 3 - Outra maneira de calcular a capacidade de Plastificação

É necessário que a máquina injetora selecionada seja capaz de plastificar material

suficiente para manter o ciclo de moldagem esperado. Isso pode ser determinado por (4):

Equação 4 - Cálculo para verificar a capacidade de plastificação da máquina

É conveniente selecionar uma máquina com capacidade de plastificação maior do

que a necessária, para dar margem a uma eventual melhora no ciclo de moldagem e assegurar

que o material plástico esteja numa condição de plastificação uniforme (7).

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Para se alcançar eficiência máxima, geralmente considera-se que uma máquina de

injeção não opere acima de 80% de sua capacidade nominal no que diz respeito tanto ao peso

de injeção quanto à capacidade de plastificação (7).

Força de Fechamento

A força de fechamento (tonelagem) da máquina injetora controla a área máxima

projetada de moldagem que pode ser produzida.

O polímero injetado no interior da cavidade do molde exerce uma força que tende a

abri-lo. Essa força é proporcional à área projetada da cavidade e dos canais de distribuição e a

pressão exercida pelo material no interior da cavidade que deve ser resistida pela força de

fechamento. Apenas uma proporção da pressão produzida pelo cilindro de injeção é

transmitida à cavidade, pois ocorrem várias perdas de pressão no cilindro de aquecimento, no

bico, e nos canais de injeção e de distribuição e no ponto de injeção. Desta forma, apenas

uma fração da pressão de injeção é considerada, usualmente entre a metade e dois terços (4).

Assim:

Equação 5 - Cálculo para força de fechamento da máquina

2.6. Componentes Básicos de um Molde para Injeção

A estrutura básica do molde de injeção é conseguida através de montagem de placas de

aço em uma determinada ordem. Basicamente, o molde de injeção esta dividido em duas

partes, que são o conjunto superior e o conjunto inferior. Esta divisão é feita baseada na linha

de abertura do molde, que é a linha onde ocorre a separação do conjunto superior e do

conjunto inferior possibilitando a retirada do produto. Abrindo-se o molde, teremos como

conjunto superior a parte que contém a bucha de injeção e como conjunto inferior a parte que,

geralmente leva o sistema de extração do produto. Na construção de um molde é

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indispensável que suas placas, ao serem usinadas fiquem perfeitamente paralelas, assim como

os pinos de guia devem estar em esquadro perfeito, para permitir um funcionamento suave, na

abertura do molde (8).

Componentes Básicos de um Molde (9).

01- placa de fixação inferior;

02- coluna ou espaçadores;

03- buchas de guia;

04- colunas de guia;

05- pinos extratores;

06- extrator do canal;

07- placa porta extratores;

08- placa impulsora;

09- pino de retorno;

10- placa suporte;

11- postiços;

12- bucha de injeção;

13- anel de centragem;

14- placa de fixação superior;

15- placa de montagem dos postiços;

16- tope;

17- placa divisória;

18- bico para refrigeração;

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19- pino posicionador;

20- pino macho;

21- anel para vedação.

A figura 4 mostra uma vista em seção de um molde, destacando cada um de seus

componentes.

Figura 4 - Partes de um molde

Fonte: WWW.ingaprojetos.com.br – acesso em 18 set. 2013 (9)

Descrição de cada componente do molde:

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Placa de Fixação inferior ou placa base inferior

Localizada no molde no lado do conjunto móvel, ou seja do lado da extração, esta

placa tem como principal função a de fixar o conjunto móvel à placa da máquina injetora. No

seu interior são feitos os alojamentos das cabeças dos parafusos para os topes e um furo

central para passagem do varão extrator da máquina injetora. É confeccionada em aço de

baixo teor de carbono (9).

Coluna ou Espaçadores

A função dos espaçadores é de alojar o conjunto extrator, distanciando assim a placa

suporte da placa de fixação inferior. Estes possuem furos para a passagem dos parafusos de

fixação do conjunto móvel. São confeccionados normalmente de aço de baixo teor de carbono

(9).

Buchas de guia

Nos moldes, as buchas de guia cumprem uma função muito importante que é a de

assegurar a centralização entre o conjunto fixo e o conjunto móvel, mantendo assim um bom

alinhamento entre ambos. É aconselhável que todos os tipos de moldes tenham as buchas e

colunas de guia, que devem possuir dimensões proporcionais ao tamanho do molde. Para os

moldes redondos devem-se usar no mínimo três colunas. As suas disposições devem ser

previstas, próximas a borda da placa, de forma tal que distanciam-se o máximo possível uma

da outra. As buchas de guia são confeccionadas com material de mesmas características e

tratamento térmico que os utilizados para as colunas de guia (9).

Colunas de guia

A sua forma é cilíndrica, e em uma de suas extremidades deverá conter uma cabeça

para fixação, enquanto a outra extremidade é cônica com um raio para facilitar a sua

introdução na bucha de guia. As colunas de guia devem ter um comprimento de mais ou

menos 5 a 10mm maior que o macho mais comprido, de maneira tal que esta chegue às

buchas de guia antes que o macho comece a penetrar na matriz. Para a construção das guias é

recomendado o uso de aços que possam ser endurecidos por um tratamento térmico de

superfície sendo o mais recomendado o aço cromo-níquel para cementação (9).

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Pinos extratores

Na sua maioria possuem a forma cilíndrica, podendo variar conforme a necessidade

e têm função especifica no molde de extrair o produto sem deformá-lo. Para a sua confecção,

normalmente é usado aço CrNi temperado e revenido (9).

Pino extrator do canal

O pino extrator do canal normalmente possui a forma cilíndrica, construído com aço

CrNi temperado e revenido. Sua principal função é extrair o canal da bucha de injeção (9).

Placa porta – extratores ou contra placa extratora

Sua principal função é de alojar as cabeças dos pinos extratores e de retorno, contém

roscas para a sua fixação na placa extratora. Confeccionada em aço de baixo teor de carbono

(9).

Placa impulsora ou extratora

Sua principal função é transmitir o movimento recebido da barra extratora da

máquina injetora para acionar os extratores para frente a fim de extrair o produto do molde.

Nesta placa são feitos os alojamentos das cabeças parafusos que irão fixar o conjunto extrator,

e dar apoio às dos pinos extratores. É confeccionada em aço de baixo teor de carbono (9).

Pinos de retorno

Componente de forma cilíndrica que têm a função de retornar o conjunto extrator à

sua posição de origem para que os pinos extratores fiquem paralelos à superfície da

moldagem. Na sua confecção, o material mais empregado é o aço – CrNi, tendo um

tratamento térmico, temperado e revenido (9).

Placa suporte

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Esta placa tem a função de suportar toda a pressão de injeção primária da máquina.

Nesta são feitos furos para passagem dos pinos extratores e de retorno e a furação dos

parafusos para a fixação do conjunto móvel. Como as outras placas já mencionadas estas

também são confeccionadas com aço de baixo teor de carbono (9).

Postiços ou cavidades

Postiços ou macho são elementos que dão a forma interna do produto, e são

normalmente confeccionados de aço de boa qualidade. Apresentam as vantagens de poderem

ser substituídos quando houver avaria nos mesmos sem que haja alterações nos demais

componentes do molde. Os postiços nos moldes barateiam o seu custo, e podem receber

usinagens e tratamentos térmicos individualmente sem deformar o molde. Cavidades ou

fêmeas, são elementos que dão a forma externa do produto de material plástico, são

normalmente confeccionadas de aço de boa qualidade (9).

Bucha de injeção

Este componente de forma cilíndrica tem em uma de suas extremidades um raio

esférico ou cônico, cuja função é a de permitir um perfeito acoplamento do bico da máquina

injetora com o molde, possibilitando através de um canal cônico a passagem do material

plástico até os canais de alimentação das cavidades. O canal cônico da bucha de injeção

deverá ser bem polido a fim de facilitar o fluxo do material e a extração do mesmo. A sua

confecção normalmente é feita em aço cromo níquel temperado e cementado, e a sua fixação

é feita através do anel de centragem (9).

Anel de centragem

A função deste componente é a de centralizar o molde na máquina injetora, e fixar a

bucha de injeção através de três parafusos do tipo allen. O anel de centragem deve ser

construído em aço de baixo teor de carbono (9).

Placa de fixação superior ou placa base superior

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Localizada no conjunto fixo do molde, ou seja no lado da injeção, esta placa é

geralmente confeccionada com aço de baixo teor de carbono. Sua principal função, é

possibilitar a fixação do conjunto fixo na placa da máquina injetora. Na sua execução, são

feitos furos e rebaixos para o alojamento dos parafusos de fixação do conjunto fixo, também

possui como função alojar e dar apoio à bucha de injeção, fixação do anel de centragem,

assim como apoiar cabeças de postiços e colunas de guia (9).

Placa porta postiço superior

Nesta placa tem-se a fixação das colunas de guia, parte da bucha de injeção,

alojamento de postiços ou cavidades, normalmente parte dos canais de alimentação, sua

refrigeração e as roscas para a fixação na placa de fixação superior. A face desta placa

determina o ponto de abertura do molde. Confeccionada com aço de baixo teor de carbono, no

caso do uso de cavidades postiças, na mesma, ou de usinagem das cavidades diretamente

nesta placa, então deve-se que confeccioná-la com aço especial, necessitando ainda ter um

tratamento térmico de beneficiamento (9).

Placa porta postiço inferior

Esta placa é semelhante à placa cavidade superior, sendo localizada no conjunto

móvel do molde. Nela está contido o alojamento das buchas de guia, postiços ou machos,

parte dos canais de alimentação, sua refrigeração e as roscas para fixação na placa de fixação

inferior (9).

Tope ou apoio

Tem a forma cilíndrica e para sua construção são normalmente utilizados aços com

baixo teor de carbono. Sua principal função é assegurar um perfeito assentamento do conjunto

de extração e evitar uma possível deformação do conjunto ocasionado por deposição de

impurezas entre a placa impulsora e a placa de fixação (9).

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3. METODOLOGIA

Neste Capítulo serão apresentados: a matéria-prima utilizada, o molde projetado e

construído para o estudo, a geometria da cavidade do molde, a máquina injetora utilizada,

bem como a metodologia de obtenção dos resultados do estudo.

3.1. Matéria-Prima utilizada

A poliamida 6.6 foi escolhida para esta investigação por ser o termoplástico

semicristalino de engenharia de maior gama de aplicações comerciais, principalmente para o

setor automobilístico, além de ser o material que a empresa Frontec mais utiliza, com mais de

95% da sua produção total por injeção.

O nylon possui muitas vantagens como: alta fluidez e tenacidade em seções finas,

fácil preenchimento de seções complicadas, moldagem previsível, pouca tendência a

empenamento, ciclos rápidos, boa capacidade de extração das peças do molde, resina pode ser

injetada em molde frio, perdas de propriedade são mínimas no reprocessamento, condições de

processamento não são afetadas por altos índices de material moído, possibilidade de

tolerâncias justas, não há dificuldade para trabalhar com moldes com múltiplas cavidades.

O grade utilizado foi o Technyl A 205F Natural da Rhodia Plásticos de Engenharia

que é uma resina de média viscosidade, lubrificada internamente, desenvolvida especialmente

para ciclos rápidos e de alta produtividade, sendo por isso indicada para injeção de peças de

parede fina. Este material apresenta boa resistência ao fogo e ao fio incandescente com

classificação UL/94 – V2 a 0,4 mm. O material foi cedido pela Frontec.

3.2. Molde projetado e construído para o estudo

O molde utilizado foi projetado e construído especialmente para realização do

estudo, utilizando para todos os componentes do molde materiais adequados para sua

construção.

Esse molde teve uma particularidade em sua construção devido a utilização de 2

placas de Isolamento (uma no lado fixo e outra no lado móvel, conforme Figura 5), essa

colocação das placas foi devido ao estudo estar relacionado diretamente as temperaturas do

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polímero e do molde, onde elas terão o papel de evitar a troca de temperatura das placas das

cavidades com o resto do molde.

Figura 5 - Molde projetado para o estudo

Fonte: Própria

Para demonstrar todos os componentes do molde projetado para o estudo, a figura 6

mostra o desenho da ferramenta detalhada.

Figura 6 - Desenho detalhado do molde para o estudo

Fonte: Própria

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3.3. Geometria da cavidade do molde

A geometria da cavidade do molde tem a forma de espiral (Figura 7), devido aos

princípios do estudo, onde será buscado o maior percurso do polímero. Para essa finalidade a

forma de espiral terá o melhor custo benefício.

Figura 7 - Placa com a cavidade em espiral

Fonte: Própria

3.4. Máquina injetora utilizada no estudo

Para este estudo foi escolhido uma injetora Arburg 200t híbrida conforme figura 8,

por ser um equipamento que oferece um desempenho excelente no processamento de

termoplástico. Elas unem a velocidade e precisão de eletricidade com a força e dinâmica da

hidráulica para um desempenho perfeito e contínuo da produção.

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Figura 8 - Máquina utilizada no estudo

Fonte: Própria

3.5. Metodologia de obtenção dos resultados

Para esse estudo que visa medir a variação do percurso do fundido dentro da

cavidade alterando apenas os parâmetros relacionados a temperatura, foram fixadas as outras

variavéis de injação, como:

Velocidade de Injeção: 100cm³/s

Pressão de Recalque: 1000bar/1,5s

Força de Fechamento: 1500kN

Fixando os parâmetros listados acima e alternando os parâmetros relacionadas às

temperaturas ( temperatura do molde e do fundido) para chegar a conclusão deste estudo.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O objetivo deste Capítulo é apresentar os resultados e discussões acerca das

investigações realizadas durante o trabalho. Serão apresentados os resultados de comprimento

de fluxo das injeções com a variação dos parâmetros relacionados a temperaturas.

A figura 9, mostra uma peça injetada com o molde projetado para o estudo desse

trabalho.

Figura 9 - Peça injetada no estudo

Fonte: Própria

Para poder mensurar o preenchimento da cavidade, foi desenvolvido um padrão em

escala 1:1 da cavidade do molde. Esse padrão possui uma graduação de 1 em 1 milímetro,

onde foi usado para realizar as medições das amostras para o estudo.

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4.1. Estudo de caso 01

Nesse primeiro estudo de caso, fixou-se a temperatura do polímero em 280 ˚C. A

seguir colocou-se a temperatura do molde em 80 ˚C, e foi aumentando a temperatura de 10 em

10 ˚C até 120 ˚C.

Pode-se notar na tabela 2, as medidas, a média e o desvio padrão das cinco amostras

injetadas para o primeiro estudo de caso.

Tabela 2 - Estudo de caso 01

Fonte: Própria

A figura 10, mostra o aumento do preenchimento da cavidade quando se eleva a

temperatura do molde.

Estudo de caso 01

Temp. Molde

(°C)

Temp. Polímero

(°C)

Amostra 01

(mm)

Amostra 02

(mm)

Amostra 03

(mm)

Amostra 04

(mm)

Amostra 05

(mm) Média

Des. Padrão

80 280 668 667 666 662 663 665,2 2,59

90 280 677 677 675 679 678 677,2 1,48

100 280 687 687 686 686 686 686,4 0,55

110 280 692 694 689 690 693 691,6 2,07

120 280 698 705 701 701 700 701 2,55

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Figura 10 - Resultado do Estudo de Caso 01

Fonte: Própria

Levando em consideração os resultados apresentados para o estudo de caso 01 na figura

10, pode-se notar um ganho de 5.38% de preenchimento da cavidade com a variação da

temperatura do molde.

4.2. Estudo de caso 02

Nesse segundo estudo de caso, fixou-se a temperatura do polímero em 290 ˚C. A

seguir foi colocado a temperatura do molde em 80 ˚C, e foi aumentando a temperatura de 10

em 10 ˚C até 120 ˚C.

Pode-se notar na tabela 3, as medidas, a média e o desvio padrão das cinco amostras

injetadas para o segundo estudo de caso.

665.2

673.2

686.4

691.6

701

660

665

670

675

680

685

690

695

700

705

80 90 100 110 120

Pre

ench

imen

to d

a C

avid

ade

(mm

)

Temperatura do Molde (˚C)

ESTUDO DE CASO 01

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41

Tabela 3 - Estudo de caso 02

Fonte: Própria

A figura 11, mostra o aumento do preenchimento da cavidade quando se eleva a

temperatura do molde. Quanto maior a temperatura molde, mais preenchimento do material

fundido foi conseguido dentro da cavidade.

Figura 11 - Resultado do Estudo de Caso 02

Fonte: Própria

800.6

817

831.2

855.2

868.6

790

800

810

820

830

840

850

860

870

880

80 90 100 110 120

Pre

ench

imen

to d

a C

avid

ade

(mm

)

Temperatura do Molde (˚C)

ESTUDO DE CASO 02

Estudo de caso 02

Temp. Molde

(°C)

Temp. Polímero

(°C)

Amostra 01

(mm)

Amostra 02

(mm)

Amostra 03

(mm)

Amostra 04

(mm)

Amostra 05

(mm) Média

Des. Padrão

80 290 791 796 806 806 804 800,6 6,77

90 290 815 823 813 819 815 817 4,00

100 290 836 829 831 832 828 831,2 3,11

110 290 856 848 858 854 860 855,2 4,60

120 290 871 863 878 869 862 868,6 6,50

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42

Levando em consideração os resultados apresentados para o estudo de caso 02 na figura

11, pode-se notar um ganho de 8.49% de preenchimento da cavidade com a variação da

temperatura do molde.

4.3. Estudo de caso 03

Nesse terceiro estudo de caso, fixou-se a temperatura do polímero em 300 ˚C. A

seguir foi colocado a temperatura do molde em 80 ˚C, e foi aumentando a temperatura de 10

em 10 ˚C até 120 ˚C.

Pode-se notar na tabela 4, as medidas, a média e o desvio padrão das cinco amostras

injetadas para o terceiro estudo de caso.

Nesse estudo de caso 03, os desvios padrões das amostra se mantiveram entre 4,09

(situação de temperatura de molde 80˚C e temperatura do polímero de 300˚C) e 7,62 (situação

em que o molde estava em 120˚C e o fundido em 300˚C).

Tabela 4 - Estudo de Caso 03

Fonte: Própria

A figura 12, mostra o aumento do preenchimento da cavidade quando se eleva a

temperatura do molde.

Estudo de caso 03

Temp. Molde

(°C)

Temp. Polímero

(°C)

Amostra 01

(mm)

Amostra 02

(mm)

Amostra 03

(mm)

Amostra 04

(mm)

Amostra 05

(mm) Média

Des. Padrão

80 300 851 851 865 867 861 859 7,62

90 300 905 911 914 916 921 913,4 5,94

100 300 930 934 941 940 933 935,6 4,72

110 300 960 957 948 947 957 953,8 5,89

120 300 963 971 972 964 969 967,8 4,09

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Figura 12 - Resultado do Estudo de Caso 03

Fonte: Própria

Levando em consideração os resultados apresentados para o estudo de caso 03 na figura

12, pode-se notar um ganho de 12,66% de preenchimento da cavidade com a variação da

temperatura do molde.

4.4. Estudo de caso 04

Nesse quarto estudo de caso, foi fixado a temperatura do polímero em 310 ˚C. A

seguir colocou-se a temperatura do molde em 80 ˚C, e foi aumentando a temperatura de 10 em

10 ˚C até 120 ˚C.

Pode-se notar na tabela 5, que na medida que aumentou a temperatura do molde,

houve um incremento no preenchimento da cavidade.

859

913.4

935.6

953.8

967.8

850

870

890

910

930

950

970

990

80 90 100 110 120

Pre

ench

imen

to d

a C

avid

ade

(mm

)

Temperatura do Molde (˚C)

ESTUDO DE CASO 03

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Tabela 5 - Estudo de caso 04

Fonte: Própria

A figura 13, mostra o aumento do preenchimento da cavidade quando se eleva a

temperatura do molde

. Figura 13 - Resultado do Estudo de Caso 04

Fonte: Própria

1071

1081.8

1103.2

1120.4

1139.8

1060

1070

1080

1090

1100

1110

1120

1130

1140

1150

80 90 100 110 120

Pre

ench

imen

to d

a C

avid

ade

(mm

)

Temperatura do Molde (˚C)

ESTUDO DE CASO 04

Estudo de caso 04

Temp. Molde

(°C)

Temp. Polímero

(°C)

Amostra 01

(mm)

Amostra 02

(mm)

Amostra 03

(mm)

Amostra 04

(mm)

Amostra 05

(mm) Média

Des. Padrão

80 310 1073 1078 1073 1065 1066 1071 5,43

90 310 1079 1077 1081 1089 1083 1081,8 4,60

100 310 1108 1102 1104 1100 1102 1103,2 3,03

110 310 1118 1114 1126 1118 1126 1120,4 5,37

120 310 1137 1147 1141 1132 1142 1139,8 5,63

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Levando em consideração os resultados apresentados para o estudo de caso 04 na figura

13, pode-se notar um ganho de 6,42% de preenchimento da cavidade com a variação da

temperatura do molde.

4.5. Estudo de caso 05

Nesse quinto estudo de caso, fixou-se a temperatura do polímero em 310 ˚C. A

seguir colocou-se a temperatura do molde em 80 ˚C, e foi aumentando a temperatura de 10 em

10 ˚C até 120 ˚C.

Pode-se notar na tabela 6, que na medida que aumentamos a temperatura do molde,

houve um incremento no preenchimento da cavidade.

Nesse estudo de caso 05, os desvios padrões das amostra se mantiveram entre 2,59

(situação de temperatura de molde 120˚C e temperatura do polímero de 320˚C) e 7,09

(situação em que o molde estava em 90˚C e o fundido em 320˚C).

Tabela 6 - Estudo de Caso 05

Fonte: Própria

Estudo de caso 05

Temp. Molde

(°C)

Temp. Polímero

(°C)

Amostra 01

(mm)

Amostra 02

(mm)

Amostra 03

(mm)

Amostra 04

(mm)

Amostra 05

(mm) Média

Des. Padrão

80 320 1161 1170 1172 1169 1173 1169 4,74

90 320 1182 1175 1191 1173 1182 1180,6 7,09

100 320 1195 1193 1190 1196 1201 1195 4,06

110 320 1208 1220 1206 1205 1213 1210,4 6,19

120 320 1228 1226 1225 1224 1221 1224,8 2,59

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A figura 14, mostra o aumento do preenchimento da cavidade quando se eleva a

temperatura do molde.

Figura 14 - Resultado do Estudo de Caso 05

Fonte: Própria

Levando em consideração os resultados apresentados para o estudo de caso 05 na figura

14, pode-se notar um ganho de 4,77% de preenchimento da cavidade com a variação da

temperatura do molde.

Para os 5 estudos, as medições das amostras foram realizadas logo após a injeção.

Todas as amostras dos estudos foram submetidas ao ensaio de tração 20 dias após a injeção

das amostras, quando elas já estavam com suas hidratações estabilizadas. Todos os testes de

tração apresentaram resultados satisfatórios.

1169

1180.6

1195

1210.4

1224.8

1160

1170

1180

1190

1200

1210

1220

1230

80 90 100 110 120

Pre

ench

imen

to d

a C

avid

ade

(mm

)

Temperatura do Molde (˚C)

ESTUDO DE CASO 05

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47

5. CONCLUSÕES

O presente trabalho teve como objetivo principal a investigação da influência dos

parâmetros relacionados as temperaturas no processo de injeção de abraçadeiras de poliamida

6.6 .

Para tanto foi projetado e construído um molde para injeção de termoplástico com

cavidade em forma de espiral para conseguir mensurar a variação do preenchimento da

cavidade.

Os resultados mostraram que a medida que aumenta as temperaturas do molde e do

polímero tem-se um acréscimo no preenchimento da cavidade.

Na primeira situação do estudo com temperatura do molde em 80˚C e a temperatura

do polímero em 280˚C conseguiu-se um preenchimento de 668 mm, e com a última situação

de estudo com temperatura do molde em 120˚C e a temperatura do polímero em 320˚C

alcançou-se um preenchimento de 1224,8 mm de média das amostras.

Pode-se chegar a conclusão para este estudo de injeção do molde em forma de espiral

com os parâmetros dos estudos de casos que variando somente as temperaturas de polímero e

molde, conseguimos um ganho de 83,35% de preenchimento de cavidade. Com isso pode-se

injetar uma abraçadeira de comprimento maior apenas alterando parâmetros relacionados as

temperaturas.

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48

6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Com base nas conclusões apresentadas e na experiência adquirida ao longo do

trabalho, a seguir são apresentadas sugestões para complementação deste trabalho e

continuidade da linha de pesquisa:

Influência da força de injeção no preenchimento da cavidade;

Influência da pressão de recalque no preenchimento da cavidade;

Influência do fornecedor de matéria-prima no preenchimento da cavidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Chapman & Hall, 1994.

(2) CAVALHEIRO, A. Z. A influência dos Parâmetros de Moldagem na Estrutura e

Propriedades de peças de paredes Espessas e Finas de Polipropileno Isotático Injetadas

em Moldes Protótipo Fabricados por Vazamento de Resina Epóxi. 2007. Doutorado.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica – Universidade de Federal de Santa

Catarina, Florianópolis.

(3) RHODIA. Moldagem por Injeção e Concepção de Peças em Poliamida, Rhodia

Engineering Plastics. [200-].

(4) HARADA, J.; WIEBECK, H. Plásticos de Engenharia. Tecnologia e Aplicações. São

Paulo. Editora Artliber, 2005.

(5) GUOJUN XU, M.E. Study of Thin Wall Injection Moulding. 2004. Dissertação de

Doutorado. The Ohio State University. Ohio.

(6) RUBIN, Irvin I., Handbook of Plastic Material and Technology. USA. John Wiley and

Sons, Inc. 1990.

(7) DA CRUZ, S. Moldes de Injeção. Curitiba. Hemus Editora, 2002.

(8) PROVENZA,F. Moldes para plásticos. São Paulo. F.Provenza Editora, 2003.

(9) <http://www.ingaprojetos.com.br/download/Projetos%20de%20Moldes%20-

%20Moldes%20Plasticos.pdf >. Acesso em 18 set.2013.

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ANEXOS

Características técnicas do polímero Rhodia Technyl A 205 F.

&

Características técnicas da máquina injetora Arburg

com 150 toneladas de força de fechamento.

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