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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PROCURADORIA GERAL MPCDF Fl. Proc.: 8356/2014 _________________ Rubrica PROCESSO: 8.356/2014 ASSUNTO: Contrato PARECER: 216/2018-CF EMENTA: Contrato n.º 33/2014, decorrente do Pregão Eletrônico n.º 21/2014. Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de manutenção automotiva corretiva, preventiva e de recuperação, inclusive em caso de sinistros, para 378 veículos da linha Mitsubishi, modelo Pajero Dakar Diesel MT 4x4 ano 2012, pertencentes à frota da PMDF, com fornecimento de materiais, acessórios e peças novas, de primeiro uso, com qualidade igual ou superior aos originais, conforme especificações contidas no edital. Decisão nº 3.056/2017. Determinação de instauração de TCE. Diligências. Audiências. Corpo Técnico pelo cumprimento de diligência, improcedência das razões de justificativa e determinações à PMDF. Parecer convergente. Os autos foram autuados para o exame do Pregão Eletrônico n.º 21/2014, lançado pela Polícia Militar do Distrito Federal PMDF, cujo objeto foi a contratação de pessoa jurídica especializada para prestação de serviços de manutenção automotiva corretiva, preventiva, e de recuperação, inclusive em caso de sinistro, para 378 (trezentos e setenta e oito) veículos da linha Mitsubishi, modelo Pajero Dakar Diesel MT 4x4, ano 2012, pertencentes à frota da corporação, com fornecimento de materiais, acessórios, e peças novas, de primeiro uso, com qualidade igual ou superior aos originais. 2. Em análise preliminar, não vislumbrando indícios de irregularidades que pudessem ensejar a continuidade da ação do controle externo, o Tribunal prolatou a Decisão n.º 1.643/2014 (fl. 18), autorizando o arquivamento dos autos, nos termos sugeridos pela instrução, sem prejuízo de futuras averiguações. 3. Posteriormente, sobreveio aos autos a terceira classificada no certame, HILUX COMÉRCIO DE PEÇAS E SERVIÇOS LTDA. (CNPJ 09.614.342/0001-76), noticiando, entre outros fatos, que o ajuste contratual celebrado pela PMDF estaria superfaturado, uma vez que a empresa contratada fornecia o mesmo serviço de manutenção à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA por preço bem inferior e, ainda, que o montante contratado não correspondia ao valor que fora obtido na licitação (fls. 22/32). 4. O Tribunal, em última assentada, mediante Decisão nº 3056/2017 (fls. 558/559), deliberou o seguinte:

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Fl. Proc.: 8356/2014

_________________ Rubrica

PROCESSO: 8.356/2014

ASSUNTO: Contrato

PARECER: 216/2018-CF

EMENTA: Contrato n.º 33/2014, decorrente do Pregão Eletrônico n.º 21/2014. Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de manutenção automotiva corretiva, preventiva e de recuperação, inclusive em caso de sinistros, para 378 veículos da linha Mitsubishi, modelo Pajero Dakar Diesel MT 4x4 ano 2012, pertencentes à frota da PMDF, com fornecimento de materiais, acessórios e peças novas, de primeiro uso, com qualidade igual ou superior aos originais, conforme especificações contidas no edital. Decisão nº 3.056/2017. Determinação de instauração de TCE. Diligências. Audiências. Corpo Técnico pelo cumprimento de diligência, improcedência das razões de justificativa e determinações à PMDF. Parecer convergente.

Os autos foram autuados para o exame do Pregão Eletrônico n.º 21/2014, lançado pela Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF, cujo objeto foi a contratação de pessoa jurídica especializada para prestação de serviços de manutenção automotiva corretiva, preventiva, e de recuperação, inclusive em caso de sinistro, para 378 (trezentos e setenta e oito) veículos da linha Mitsubishi, modelo Pajero Dakar Diesel MT 4x4, ano 2012, pertencentes à frota da corporação, com fornecimento de materiais, acessórios, e peças novas, de primeiro uso, com qualidade igual ou superior aos originais.

2. Em análise preliminar, não vislumbrando indícios de irregularidades que pudessem ensejar a continuidade da ação do controle externo, o Tribunal prolatou a Decisão n.º 1.643/2014 (fl. 18), autorizando o arquivamento dos autos, nos termos sugeridos pela instrução, sem prejuízo de futuras averiguações.

3. Posteriormente, sobreveio aos autos a terceira classificada no certame, HILUX COMÉRCIO DE PEÇAS E SERVIÇOS LTDA. (CNPJ 09.614.342/0001-76), noticiando, entre outros fatos, que o ajuste contratual celebrado pela PMDF estaria superfaturado, uma vez que a empresa contratada fornecia o mesmo serviço de manutenção à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA por preço bem inferior e, ainda, que o montante contratado não correspondia ao valor que fora obtido na licitação (fls. 22/32).

4. O Tribunal, em última assentada, mediante Decisão nº 3056/2017 (fls. 558/559), deliberou o seguinte:

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O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator, decidiu: I – tomar conhecimento: a) do Ofício n.º 830/2016 – ATJ/DFL (fls. 426/428), encaminhado pela Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF, em atenção ao disposto no item II da Decisão n.º 3.498/2016; b) das considerações apresentadas pela sociedade empresária RR Guilherme Automóveis Ltda.-ME (fls. 429/443), em face do disposto no item III da Decisão n.º 3.498/2016; c) da Matriz de Achados (fl. 444); d) da Informação n.º 190/2016 – 1ª DIACOMP/SEACOMP (fls. 445/486), que contém o Relatório Final de Inspeção; e) do Parecer n.º 1.136/2016-CF (fls. 489/499); f) do Ofício n.º 145/2017 – ATJ/DLF (fl. 512) e documento anexo (fls. 513/514), encaminhado pela PMDF; II – considerar, no mérito, procedente a Representação formulada pela empresa Hilux Comércio de Peças e Serviços Automotivos Ltda. (fls. 22/32 e Anexo II –no que tange à majoração do valor do contrato) III – determinar à Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF: a) a instauração de tomada de contas especial – TCE, com vistas à identificação dos responsáveis e correta quantificação do prejuízo no bojo da execução do Contrato n.º 33/2014-PMDF, nos termos do art. 1º, § 6º, da Resolução TCDF n.º 102/1998, em face das constatações descritas nos Achados 2, 3 e 4 (itens 3.2, 3.3 e 3.4 do Relatório Final de Inspeção), conforme Matriz de Achados de fl. 444; b) que informe, no prazo de 30 (trinta) dias, quais mecanismos de controle e rotinas administrativas foram adotadas com vistas a sanar as diversas falhas de fiscalização contratual noticiadas na inspeção, apresentando documentos comprobatórios capazes de corroborar os esclarecimentos que vierem a ser prestados; IV – promover a audiência dos responsáveis indicados a seguir, para que apresentem, no prazo de 30 (trinta) dias, razões de justificativa em face da constatação descrita no Achado 1 (item 3.1 do Relatório Final de Inspeção), conforme Matriz de Achados de fl. 444, ante a possibilidade de aplicação das sanções previstas no art. 57, incisos II e III, da Lei Complementar n.º 01/1994: a) Cel. Alexandre Antônio de Oliveira Correa, signatário do Contrato n.º 33/2014-PMDF (conforme fl. 841 do Processo n.º 054.000.126/2014); b) Maj. Alexandre Henrique Garcia Vianna, Chefe da ATJ/DLF à época dos fatos (subscritor do parecer jurídico que fundamentou a celebração do Contrato n.º 33/2014-PMDF, conforme fl. 820 do Processo n.º 054.000.126/2014); V – dar ciência desta decisão aos interessados nos autos; VI – autorizar: a) o encaminhamento de cópia do relatório/voto do Relator e desta decisão à Polícia Militar do Distrito Federal, a fim de subsidiar o cumprimento da diligência constante do item III; b) a remessa de cópia da Matriz de Achados (fl. 444), da Informação n.º 190/2016 – 1ª DIACOMP/SEACOMP, do Parecer n.º 1.136/2016-CF, do relatório/voto do Relator e desta decisão ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT, nos termosda Decisão Administrativa n.º 06/2006, para ciência e adoção das medidas que julgar pertinente; c) o retorno dos autos à Secretaria de Acompanhamento – SEACOMP/TCDF, para os devidos fins. (grifou-se)

5. A PMDF se manifestou, por meio do Ofício nº 1717/2017-STCE/Auditoria (e-doc 6DD75F36), em atenção ao item III.a, bem como pelo Ofício nº 1703/2017-SAF e anexos (fls. 593/599), em atenção ao item III.b.

6. Após a notificação (fls. 562/563), todos os responsáveis apresentaram razões de justificativas (fls. 600/645 e 568/592).

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7. Em seguida, foi produzida a Informação nº 19/2018 - 1ª DIACOMP/SEACOMP (fls. 652/670) em que o Corpo Técnico analisou as manifestações ora mencionadas.

8. O primeiro expediente da PMDF, Ofício nº 1717/2017-STCE/Auditoria, foi juntado ao Processo nº 26.700/2017, autuado para tratar da Tomada de Contas Especial, cuja instauração foi determinada pelo item III.a. da Decisão nº 3056/2017, sendo, portanto, cumprida a determinação.

9. O segundo expediente, Ofício nº 1703/2017-SAF, traz a manifestação quanto aos mecanismos de controle e rotinas administrativas adotadas pela PMDF, em atendimento ao item III.b. da Decisão nº 3056/2017, que foi assim sintetizada pelo Corpo Técnico:

(...) Ao tempo em que o cumprimento, em atenção à decisão supracitada do TCDF e ao Oficio n° 1601/2017-STCE/Auditoria/PMDF, informo que este Chefe de Departamento, na qualidade de ordenador de despesas, estabeleceu limites aos valores dos orçamentos/ notas fiscais que os executores de contrato de manutenção de viaturas podem autorizar a realização do serviço pela empresa contratada. Assim, os executores de contrato de manutenção de veículo a gasolina/etanol só podem autorizar a realização do serviço/ atestar a respectiva nota fiscal até o limite de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Acima deste valor e até R$ 10.000,00 (dez mil reais), a autorização cabe ao Chefe do Centro de Manutenção desta Corporação. E acima deste valor, apenas este ordenador de despesas pode autorizar a realização de serviços nas viaturas da Corporação. Acrescento que essa determinação foi verbal e que já houve apuração de seu descumprimento por parte de alguns executores, conforme cópia anexa. No âmbito do centro de manutenção de viaturas desta Polícia Militar (CMan), foi instituído um documento de autorização denominado Documento de Inclusão de Peças, o qual tem por objetivo justamente evitar que a empresa contratada possa incluir a realização de serviços/ troca de peças não constantes da respectiva ordem de serviço. Acrescente-se que neste documento foram incluídas uma anuência expressa de um mecânico do CMan e da própria empresa contrata para eventual apuração de responsabilidades. Em razão da falta de efetivo e de uma certa burocratização na operacionalização desse documento, ele foi substituído por uma nova Ordem de Serviço, na qual consta um campo para inclusão de peças/serviços não previstos na ordem de serviço respectiva (cópia anexa). Para a execução de contratos dessa natureza, alterou-se a forma de nomeação do executor de apenas um policial militar para uma comissão de policiais militares. No presente caso, a comissão de executores do contrato de manutenção das viaturas Mitsubishi Pajero Dakar conta com 3 (três) policiais militares, conforme Portaria DLF n° 81/2016, publicada no DODF de 04/05/2016 (cópia anexa). Outra providência foi uma fiscalização, por parte deste ordenador de despesas, mais acurada nas ordens de pagamento. A adoção de tais medidas efetivamente produziu resultados satisfatórios, o que pode ser constatado no atual contrato de manutenção das viaturas Mitsubishi Pajero Dakar; no qual, em seu primeiro ano de vigência, gastou-

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se um montante da ordem de R$ 1.800.000.00 (um milhão e oitocentos mil reais). (grifos no original)

Manifestação do Corpo Técnico

10. Inicialmente, com o objetivo de auxiliar na aferição do cumprimento do item III.b., “quais mecanismos de controle e rotinas administrativas foram adotados com vistas a sanar as diversas falhas de fiscalização contratual noticiadas na inspeção, apresentando documentos comprobatórios capazes de corroborar os esclarecimentos que vierem a ser prestados”, o Corpo Técnico trouxe a transcrição do teor dos Achados de Inspeção verificados no Relatório Final de Inspeção (Informação nº 190/2016 – fls. 445/486), in verbis:

3.1 Achado 1: Valor consignado no Contrato nº 33/2014-PMDF maior que o adjudicado/homologado e constante da proposta final da licitante vencedora 3.1.1 Situação 23. O valor negociado da proposta com a qual a empresa RR Guilherme Automóveis Ltda. sagrou-se vencedora do Pregão Eletrônico nº 21/2014 – constante dos documentos referentes à adjudicação do objeto, à homologação do certame e à formalização da proposta final da contratada – foi de R$ 3.580.000,00 (três milhões, quinhentos e oitenta mil reais). Contudo, firmou-se com a mencionada empresa o Contrato nº 33/2014-PMDF no montante de R$ 5.790.391,24 (cinco milhões, setecentos e noventa mil, trezentos e noventa e um reais e vinte e quatro centavos), o qual equivale ao total que fora estimado para a contratação. 3.2 Achado 2: Acréscimos de peças, materiais e serviços não demandados pela contratante 3.2.1 Situação 50. Foram identificadas situações em que a empresa contratada adicionava ao orçamento das manutenções, inclusive naquelas de caráter preventivo, e sem a apresentação de quaisquer justificativas, peças, materiais e serviços não demandados pela PMDF em sua solicitação de serviços. A Corporação Militar demonstrava anuência aos acréscimos de itens por intermédio, somente, do carimbo e da assinatura do executor do contrato nos respectivos orçamentos. 3.3 Achado 3: Não utilização de tabela oficial de preços de peças e materiais da montadora e ausência de justificativa para a escolha dos códigos dos itens 3.3.1 Situação 88. Constata-se que a tabela de referência utilizada pela PMDF como base para os valores das peças e materiais substituídos não se trata de tabela oficial de preços da montadora, mas de listagem obtida junto a concessionária autorizada da Mitsubishi no Distrito Federal. Referida listagem traz diversos itens com descrição semelhante, muitos dos quais com preços consideravelmente inferiores àqueles relativos aos códigos utilizados nos orçamentos e notas fiscais emitidos pela empresa RR Guilherme Automóveis Ltda. 3.4 Achado 4: Não comprovação da entrega das peças e materiais substituídos e da apresentação das notas fiscais de aquisição e embalagens dos itens fornecidos pela contratada 3.4.1 Situação 112. Não foram encontrados documentos probantes de que as peças e materiais substituídos dos veículos manutenidos eram entregues à PMDF no momento da

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devolução de tais viaturas, bem como da apresentação das notas fiscais de aquisição e embalagens relativas a esses itens fornecidos pela contratada, de modo a comprovar a efetiva substituição dos itens, a real necessidade da substituição e a utilização de peças e materiais novos.

11. Em seguida, considera que os apontamentos da PMDF quanto ao item não contemplam todos os Achados de Inspeção, apesar de terem sido válidos, destacando o seguinte:

8. A nosso ver, a criação do modelo de Ordem de Serviço contendo um campo para inclusão de peças/serviços pela empresa autorizada, com a assinatura do executor e da empresa, conforme visto à fl. 596, pode contribuir no sentido de minimizar a irregularidade apontada pelo Achado 2. 9. Com relação à implementação do mecanismo de autorização das despesas de acordo com o montante e feita por gestor com nível hierárquico adequado, entendemos pertinente também, cabendo apenas o Tribunal recomendar à Corporação que edite norma interna a respeito da matéria, em vez de apenas implementá-la mediante determinação verbal, conforme informado na resposta da PMDF. 10. Adequada, igualmente, a nosso ver, a providência adotada pela PMDF no tocante à criação de uma comissão de executores para este tipo de contrato, em vez de indicar apenas um servidor militar, haja vista a magnitude dos valores envolvidos e a quantidade de veículos atendidos. 11. Especificamente com relação ao Achado 1, destacamos a proposição feita mais adiante no § 281 desta Informação, a qual entendemos que seja suficiente no sentido de evitar futuras ocorrências de mesma natureza. 12. Todavia, cabe ressaltar que a PMDF deixou de indicar quaisquer providências adotadas com relação aos Achados 3 e 4 do Relatório Final de Inspeção (Informação nº 190/2016), os quais identificaram possíveis prejuízos ao erário ao longo da execução do Contrato nº 33/2014-PMDF. 13. Nesse diapasão, proporemos ao Tribunal que, considerando formalmente atendida a determinação contida no item III.b da Decisão nº 3056/2017, bem como insuficientes as providências adotadas relativamente aos ditos Achados, determine à PMDF que informe, no prazo de 30 dias, quais mecanismos de controle e rotinas administrativas foram adotadas especificamente com vistas a sanar as falhas de fiscalização contratual noticiadas nos Achados 3 e 4 do Relatório Final de Inspeção (Informação nº 190/2016).” (grifou-se)

Opinião do MPC/DF

12. Este MPC aquiesce aos argumentos e sugestões expostos pelo Corpo Técnico, deixando para trazer comentários a respeito do Achado 1 quando da análise da manifestação dos responsáveis, assim como o fez a unidade instrutiva.

13. Passo adiante, apresentam-se as razões de justificativas dos responsáveis chamados em audiência, com a análise do Corpo Técnico.

1 “28. (...) proporemos ao Tribunal determinar à PMDF que, doravante, evite a inclusão de texto similar em

editais de futuras licitações, de modo a prevenir a ocorrência de situações semelhantes à identificada pelo

Achado 1 do Relatório de Inspeção.”

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Cel. Alexandre Antônio de Oliveira Correa (fls. 600/602 e anexos de fls. 603/645)

14. O defendente apresenta os seguintes argumentos, os quais replico em sua totalidade:

II – DAS JUSTIFICATIVAS

5. Primeiramente, deve-se considerar as especificidades que advém da manutenção de viaturas policiais utilizadas diuturnamente em todo o Distrito Federal. Não se pode olvidar que os mesmos requisitos de manutenção seguidos para veículos de uso comum serão utilizados na manutenção de viaturas policiais.

6. Em virtude disso, há um histórico longevo de contratos de manutenção de viaturas que não são capazes de suprir as necessidades da corporação, do ponto de vista financeiro, em razão dos valores subestimados no planejamento ou devido ao elevado índice de descontos proferido durante a licitação, cujo resultado tenha sido aplicado ao valor final para fins de contratação.

7. Isso ocorre porque durante o levantamento de preços para confecção do Termo de Referência é praticamente impossível fazer previsões precisas da real necessidade das manutenções CORRETIVAS. Quanto às revisões PREVENTIVAS não há que se questionar, vez que a própria montadora dos veículos estabelece os serviços a serem efetivados, bem como as peças que serão avaliadas ou que, necessariamente, serão substituídas.

8. Em razão desse empecilho, o corpo técnico do Centro de Manutenção da PMDF (CMAN) buscou alternativas, sempre visando não interromper a prestação de serviços de Segurança Pública, tão essencial para a sociedade, que fizesse com que os contratos chegassem ao final do exercício financeiro com saldos suficientes para suprir toda a demanda.

9. Assim, ao considerar que os valores das peças são sempre definidos por meio de desconto ofertado pela licitante sobre uma tabela de preços das montadoras, e que o tempo hora/homem também é definido por uma tabela tempária (doc. 1), chegou-se à conclusão que na verdade não se buscava um melhor preço para o contrato, mas sim um maior desconto para as peças, com valores estipulados pelo fabricante, e um menor preço para a hora/homem, cujo resultado é multiplicado pelo tempo padrão disposto na tabela.

10. Logo, ao se chegar nesses índices ao final da licitação, o valor do ajuste é indiferente para definir o preço pago pela administração para cada manutenção PREVENTIVA e/ou CORRETIVA, tomando-se apenas para estabelecer um limite de gastos com a rubrica, em virtude das requisições para a prestação dos serviços serem por demanda.

11. Ora, se não há como definir que tipos de serviços serão necessários para manutenir o veículo, sobretudo as CORRETIVAS, que por sinal poderão ser detectadas as avarias no momento da manutenção PREVENTIVA, como definir um valor real do contrato que não frustre as demandas surgidas durante a vigência contratual? Como frear o ocorrido em diversos Pregões em que as licitantes ofertaram descontos que variaram entre 52% e 75% (doc. 2), cujo percentual, se abatido sobre o valor estimado e assinado nos termos contratuais

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com essa redução, resultaria em viaturas paradas nos pátios dos batalhões por falta de saldo nos contratos vigentes?

12. Para sanar essa falha, coube ao gestor do Órgão, auxiliado pelo CMAN, estipular que os valores estimados seriam definidos para fins de assinatura dos ajustes. Para isso, a Corporação não apenas incluiu o dispositivo e se permaneceu inerte, pelo contrário, mostrou-se diligente e buscou amparo técnico-jurídico que demonstrasse ser legalmente possível a adoção dessa metodologia.

13. Assim, já bem antes da minha assunção como Ordenador de Despesas, a PMDF, por não dispor de técnicos na área, realizou consulta junto à Consultoria Zênite S.A., empresa de renome nacional como assessora em processos de licitação a diversos Órgãos e Entidades Públicas, e obteve resposta positiva quanto à metodologia apresentada no questionamento (doc. 3), cujo alicerce principal é exaustivamente levantado neste documento, isto é, buscava-se na licitação um maior desconto sobre as peças.

14. Após isso, tal entendimento tornou-se comum nos contratos de mesmo objeto, não sendo exclusivo do Contrato 33/2014, ora auditado. Os Contratos de n°s 03, 04 (doc. 4), 20, 28, 29, 48 e 49/2013, e 12/2016 assim foram firmados. Ademais, esse modelo de contratação não é exclusivo da PMDF. Vários Órgãos e Entidades públicas realizam licitações apenas para apurar percentuais de descontos que incidirão sobre as tabelas citadas. Como no Pregão n° 33/2017 do Tribunal Superior do Trabalho – TST, onde na própria minuta do contrato seu valor já é definido (doc. 5), sendo o mesmo valor estimado, ficando espaços reservados apenas para inclusão dos percentuais ofertados no certame.

15. Outro exemplo de licitação apenas para apurar percentuais, é o de n° 56/2015 do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT (doc. 6), onde no instrumento convocatório se previa um valor de contrato a maior. É o que se apura no item 5 do Termo de Referência:

5 – DO VALOR DO CONTRATO

5.1. – O valor global do contrato será composto pelo somatório do valor anual estimado pela unidade gestora do Serviço de Manutenções de Veículos – SERMAV acrescido da taxa de administração a ser cobrada pela prestação de serviço de gerenciamento e administração de manutenções de veículos da frota com fornecimentos de peças, o qual seguirá a seguinte fórmula:

16. Tais exemplos se coadunam com o definido no edital em comento. Isso porque, conforme anexo II (modelo de proposta) (doc. 7) do instrumento convocatório, há espaço reservado na planilha para que o licitante vencedor insira o percentual de descontos e o valor unitário para hora/homem. Não há nos campos propostos definição de preço global da proposta apresentada, ainda que, de maneira equivocada, a empresa vencedora tenha inserido em sua proposta.

17. Quanto ao valor celebrado no contrato, o edital define no subitem 14.5 que se manterão os preços nele estimado, apurando, frisa-se, apenas o percentual de desconto sobre a tabela do fabricante, bem como o valor da hora/homem. Além disso, até mesmo o quantitativo de horas/homem definidos no edital foi meramente fictício. Isso porque, se não há como

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estabelecer quais serviços serão executados nas manutenções, de mesmo modo não há como quantificar as horas trabalhadas:

14.5 O(s) valor(es) do(s) contrato(s) oriundo(s) do procedimento licitatório no qual este Termo resultará, será o estimado neste documento, independente do desconto oferecido pela licitante vencedora, uma vez que esse valor se refere aos gastos efetivamente realizados, em contratos anteriores, para manutenir as viaturas das marcas/modelos objeto deste Termo. Sendo assim, os preços já passaram por um desconto, motivo pelo qual a Administração deve considerar como valor do contrato o estimado neste documento, considerando assim, o desconto oferecido pela CONTRATATA tão somente para a execução do contrato;

18. Nesse sentido, com a devida vênia, não pode prosperar o apontamento do Achado 1 em que a equipe técnica afirma que o termo de contrato assinado com o valor estimado "pode ter interferido na competição e no resultado do Pregão Eletrônico n° 21/2014, na medida em que, se as demais empresas que disputavam o certame tivessem a exata dimensão do ajuste que seria celebrado, possivelmente apresentariam descontos mais elevados devido à maior escala da contratação". Ora, o item 14.5 faz parte do edital e era de conhecimento de todos os licitantes. Assim, não há que se falar em desconhecimento das empresas quanto ao requisito em questão, mesmo porque, tal procedimento, conforme explicitado alhures, era recorrente na corporação.

19. De mesmo modo, deve-se observar que no presente processo licitatório foi elaborado um plano de manutenção que pudesse indicar uma estimativa daquilo que poderia ser gasto nos períodos, por quilometragem e em determinado tempo. Contudo, esse plano não se configura para fins de desconto a ser indicado pelas licitantes. Ou seja, o desconto aplicado no pregão, frisa-se, SEMPRE FEZ REFERÊNCIA AOS VALORES CONSTANTES NA TABELA DO FABRICANTE, a qual compõe 100% das peças dos veículos que nem sempre estão descritos no plano de manutenção, que tratava tão-somente de uma mera expectativa de gastos. Isso implica dizer que as viaturas poderiam requerer maior ou menor número de manutenções.

20. Assim, não se pode afirmar que o citado Pregão Eletrônico licitava o maior desconto do valor unitário ou global a ser aplicado no mencionado plano de manutenção, mas sim o maior desconto na tabela do fabricante. Logo, com a devida vênia, o comparativo constante às fls. 535 e 536 do processo 8356/2014 – TCDF, em que se assegura que o valor previsto no plano de manutenção para revisão de 50.000, orçado em R$ 1.832,52, deveria ser executada por R$ 1.172,81, devido ao desconto de 36% ofertado pela licitante vencedora, não se coaduna com a realidade. Isso porque, conforme explicitado, não se licitou o desconto sobre o plano, mas sobre a tabela do fabricante. Não houve licitação por pacote de serviços, pois as manutenções são realizadas sob demanda.

21. Por isso, temos que deixar claro que A LICITAÇÃO TINHA POR OBJETIVO DEFINIR O PERCENTUAL DE DESCONTO E VALOR UNITÁRIO DA HORA/HOMEM. Razão pela qual, com a devida vênia ao posicionamento preliminar dessa Corte, não há que se falar em superfaturamento e/ou prejuízo ao Erário na assinatura do contrato, uma vez que o valor definido poderia nem ser gasto por completo, situação ocorrida em outros contratos da

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Corporação firmados de maneira semelhante, e nem por isso o valor foi totalmente executado.

22. Outro fator importante, e aqui temos que dar o devido destaque que a situação merece, é que o quantitativo de peças e serviços objeto do contrato em questão, com a devida vênia, entendo que não houve superfaturamento sobre a quantidade, já que a contratação com os R$ 5.790.391,24 são muito superiores aos que seriam contratados com R$ 3.580.000,00. Ou seja, não houve superfaturamento sobre uma quantidade "X" de materiais e serviços, mas a aquisição de um número maior. Caso não fosse procedido dessa maneira, o contrato se tornaria inexequível do ponto de vista de insuficiência de saldo financeiro, pois, com certeza diversos veículos ficariam sem manutenção e indisponíveis para o serviço policial, devido ao USO SEVERO das suas viaturas nas diversas atividades policiais, deixando a sociedade brasiliense sem o devido serviço policial.

23. Ademais, se houve pagamento por prestação de serviços não efetivados, isso pode ter ocorrido por irregularidades na fase de execução, as quais, iniciaram-se procedimentos apuratórios para identificar os responsáveis pelas irregularidades, cujos objetos são dos Achados 2, 3 e 4, uma vez que são fases distintas, assinatura e execução do contratual.

24. Desse modo, deixo claro a essa Colenda Corte que os serviços demandados seguem um rito que começa com a indicação do problema averiguado no veículo, no caso de manutenção corretiva, ou a quilometragem atingida, para as preventivas, cuja responsabilidade inicia-se com o batalhão detentor da viatura, o qual efetua a baixa da viatura policial, no Centro de Manutenção para ser encaminhado à empresa contratada, por meio de ordem de serviço, para que os serviços sejam realizados, monitorados e fiscalizados pelo executor do contrato, posteriormente, o mesmo atesta as notas fiscais dos serviços executados, e as encaminham ao Departamento de Logística para liquidação da despesa.

25. Nesse sentido, resta demonstrado que somente é efetivado qualquer tipo de prestação de serviço e, consequentemente, o pagamento devido, após estarem comprovadas, documentalmente, a DEMANDA solicitada e a execução realizada pelos setores citados. Razão pela qual o valor do contrato serve apenas de teto para o dispêndio com as viaturas contempladas pelo termo contratual.

26. É certo que a metodologia utilizada na realização do Pregão pode ter sido equivocada. Uma vez que ficaria mais clara a pretensão da Corporação se tivesse estipulado no sistema comprasnet, a exemplo de outros Órgãos, números fictícios, como 100 para o item 1 – desconto sobre as peças, e apenas o valor unitário da hora/homem, estimado em R$ 157,03.

15. Por fim, requer o acolhimento das razões e o afastamento da responsabilização.

Manifestação do Corpo Técnico

16. Preliminarmente, destaca o enunciado do Achado 1 do Relatório Final de Inspeção contido na Informação nº 190/2016 - 1ªDIACOMP/SEACOMP (fls. 445/486), qual seja: “Valor consignado no Contrato nº 33/2014-PMDF maior que o adjudicado/homologado e constante da proposta final da licitante vencedora” (fls. 450/451).”

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17. Indica que não procede a afirmação de que o centro de Manutenção da PM (CMAN) buscou alternativas, visando não interromper a prestação dos serviços, que fizessem com que os contratos chegassem ao final do exercício com saldo suficiente para suprir a demanda, pois, no caso concreto, houve a celebração de termo aditivo com menos de 5 meses após o início contratual.

18. Também afirma ser improcedente a alegação do justificante de que “o valor do ajuste é indiferente para definir o preço pago pela administração para cada manutenção PREVENTIVA e/ou CORRETIVA, tomando-se apenas para estabelecer um limite de gastos com a rubrica, em virtude das requisições para a prestação dos serviços serem por demanda”. (grifos do CT)

19. Nesses termos, destaca ser “inegável a materialidade e relevância da diferença entre o valor contratual e o valor adjudicado/homologado, montando R$ 2.210.391,242, sem contar com o aditivo contratual de 25% que elevou o valor contratual para R$ 7.237.989,05, representando um acréscimo de 102,17% sobre o valor vencedor da licitação.”

20. Descarta a suposição da discrepância ter como razão uma falha no planejamento da jurisdicionada, indicando que a Divisão de Manutenção e Transporte do Centro de Manutenção da Corporação considerou as exigências de manutenção constantes do manual de fabricante, bem como as características diferenciadas do uso severo dos veículos pelo serviço policial.

21. Informa que a equipe de inspeção destacou que a estimativa do valor de gastos utilizou valores constantes em tabela de preços sugeridos pelo fabricante e não valores de mercado.

22. Também reputa improcedente o entendimento a respeito do procedimento ser comum nos contratos de mesmo objeto, indicando que a impropriedade é de natureza grave, com consequentes desdobramentos nocivos ao erário, os quais vêm sendo apurados em sede de tomada de contas especial no âmbito do Processo nº 26.700/2017.

23. Quanto ao dispositivo editalício, que indicou qual deveria ser o valor do contrato, traz a seguinte proposição:

“Enfim, nesse particular, considerando a evidente ilegalidade contida no teor

do dispositivo 14.5 do Termo de Referência do Edital examinado3 (fl. 213 do

Processo nº 054.000.126/2014), proporemos ao Tribunal determinar à PMDF

que, doravante, evite a inclusão de texto similar em editais de futuras

licitações, de modo a prevenir a ocorrência de situações semelhantes à

identificada pelo Achado 1 do Relatório de Inspeção.”

2 R$ 5.790.391,24 - R$ 3.850.000,00 3 “14.5 O(s) valor(es) do(s) contrato(s) oriundo(s) do procedimento licitatório no qual este Termo resultará, será o

estimado neste documento, independente do desconto oferecido pela licitante vencedora, uma vez que esse valor se

refere aos gastos efetivamente realizados, em contratos anteriores, para manutenir as viaturas das marcas/modelos objeto

deste Termo. Sendo assim, os preços já passaram por um desconto, motivo pelo qual a Administração deve considerar

como valor do contrato o estimado neste documento, considerando assim, o desconto oferecido pela CONTRATADA

tão somente para a execução do contrato;” (grifo do CT)

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24. Quanto à utilização deste modelo de contratação por vários órgãos e entidades, entende como improcedente, trazendo considerações do Relatório de Inspeção de que “não se questionou no Relatório Prévio de Inspeção a utilização – no julgamento do Pregão Eletrônico nº 21/2014-PMDF – do critério de maior desconto sobre tabela de preços.”

25. Ademais, ressalta que os exemplos acostados do TST e do TJDFT não tem o condão de alterar o entendimento proferido pela equipe de inspeção no Achado 1.

26. Em seguida, refuta a afirmação do defendente de que “Não há nos campos propostos definição de preço global da proposta apresentada, ainda que, de maneira equivocada, a empresa vencedora tenha inserido em sua proposta”, uma vez que o modelo prevê, ao menos, campo para inclusão do valor total ofertado para serviços (campo V1 à fl. 645).

27. Após, rejeita as alegações a respeito do plano de manutenção, correção da estimativa e de que não houve superfaturamento de quantidade:

34. Mais à frente, o responsável insiste inapropriadamente na alegação de que

o plano de manutenção que deu suporte à licitação examinada “(...) não se

configura para fins de desconto a ser indicado pelas licitantes. Ou seja, o

desconto aplicado no pregão, frisa-se, SEMPRE FEZ REFERÊNCIA AOS

VALORES CONSTANTES NA TABELA DO FABRICANTE, a qual compõe 100%

das peças dos veículos que nem sempre estão descritos no plano de

manutenção, que tratava tão-somente de uma mera expectativa de gastos”.

(grifo nosso)

35. Deixa de comentar, porém, que 94,3% do valor total estimado para a parcela

relativa ao fornecimento de peças, materiais e acessórios, R$ 4.107.245,94, foi

estimado com base na tabela do fabricante, conforme detalhadamente

explicitado no Voto Condutor da Decisão nº 3056/2017 (fls. 537/541), reforçando

o teor das afirmações do Relatório Final de Inspeção (Achado 1 - Informação nº

190/2016), conforme comentado no § 24 supra.

36. Improcedente, portanto, a nosso ver, a alegação do justificante nesse

aspecto.

37. A respeito do tema, cabe refutar, pela mesma razão, a alegação do

responsável quanto à suposta incorreção do comparativo esposado pelo Órgão

Ministerial “(...) em que se assegura que o valor previsto no plano de

manutenção para revisão de 50.000, orçado em R$ 1.832,52, deveria ser

executada por R$ 1.172,81, devido ao desconto de 36% ofertado pela licitante

vencedora, não se coaduna com a realidade. Isso porque, conforme explicitado,

não se licitou o desconto sobre o plano, mas sobre a tabela do fabricante”.

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38. A nosso ver, assiste plena razão ao Parquet (v. §§ 16 e 17 às fls. 535/536),

uma vez que, conforme exaustivamente demonstrado nos autos, o planejamento

dos valores estimativos da licitação foi baseado em preços de tabela sugeridos

pelo próprio fabricante.

39. Reputamos improcedente, também, a alegação do justificante de que “(...)

não houve superfaturamento sobre uma quantidade "X" de materiais e serviços,

mas a aquisição de um número maior”, procurando vincular o excesso ocorrido

ao longo da execução contratual a um suposto “(...) USO SEVERO das suas

viaturas nas diversas atividades policiais”. (grifo nosso)

40. Nesse sentido, vale destacar que o teor dos Achados de Inspeção 2, 3 e 4

indicam a ocorrência de irregularidades graves com possíveis prejuízos ao

erário, revelando, segundo conclui o Relatório Final de Inspeção, “(...) no

mínimo, negligência dos responsáveis pela fiscalização do ajuste” (fl. 483).

41. Deve-se ressaltar, enfim, que o teor do Achado 1, ou seja, a assinatura do

Contrato nº 33/2014-PMDF por valor significativamente maior do que aquele

devido, potencializou sobremaneira a magnitude dos possíveis prejuízos

elencados nos Achados 2, 3 e 4, uma vez que elevou desarrazoadamente o teto

de dispêndios do mencionado ajuste.

28. Pelo exposto, entende que as razões não alteram o posicionamento do Achado 1 do Relatório de Inspeção (Informação nº 190/2016), considerando-as improcedentes e propondo ao Tribunal a fixação das multas previstas no art. 57, incisos II e III da lei Complementar nº 01/1994.

Opinião do MPC/DF

29. A princípio, destaco que o MPC aquiesce ao Corpo Técnico no sentido de que os argumentos não são suficientes para alterar o posicionamento esposado no Achado 1 do Relatório de Inspeção (Informação nº 190/2016), qual seja, a irregularidade do contrato com valor que não considerou a incidência do desconto licitado.

30. A falha disposta na formalização contratual elevou desarrazoadamente o teto de dispêndios do mencionado ajuste, como indicado pelo Corpo Técnico. Acrescento ainda algumas observações que considero pertinentes para o julgamento da responsabilidade em questão.

31. Veja-se que o cerne do Achado 1 é que o valor contratual ficou acima do valor da licitação, pois deixou de ser aplicado o desconto licitado sobre o valor de referência.

32. É o que se denota da Matriz de Achados (fl. 444), que apresenta o Achado 1: “Valor consignado no Contrato nº 33/2014-PMDF maior que o adjudicado/homologado e constante da proposta final da licitante vencedora”,

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expondo suas causas, efeitos e proposições do Corpo Técnico para o Relatório Final de Inspeção (Informação 190/2016):

Causas Efeitos Proposições

Conduta dolosa ou culposa (negligente) do agente público responsável pela assinatura do contrato.

Assinatura do Contrato nº 33/2014-PMDF em montante R$ 2.210.391,24, ou cerca de 62% superior àquele adjudicado, homologado e constante da proposta final da Contratada, representando afronta a dispositivos legais e contratuais e ao princípio da economicidade.

Audiência do signatário do Contrato nº 33/2014-PMDF, Cel. Alexandre Antônio de Oliveira Correa (CPF: 766.805.177-53), para que apresente razões de justificativa devido à celebração do ajuste com valor superior ao constante da proposta final da contratada, adjudicado e homologado, em afronta ao art. 55, XI, da Lei nº 8.666/93 c/c Cláusula Segunda do ajuste, bem como ao princípio da economicidade, ante a possibilidade de aplicação das sanções previstas no art. 57, II e III, da Lei Complementar nº 1/94.

33. Quanto a esse achado, o responsável foi chamado a se manifestar, pois foi ele quem assinou o Contrato n.º 33/2014-PMDF, decorrente do Pregão Eletrônico n.º 21/2014, conforme se verifica no item IV, alínea “a” da Decisão nº 3056/2017:

“IV – promover a audiência dos responsáveis indicados a seguir, para que apresentem, no prazo de 30 (trinta) dias, razões de justificativa em face da constatação descrita no Achado 1 (item 3.1 do Relatório Final de Inspeção), conforme Matriz de Achados de fl. 444, ante a possibilidade de aplicação das sanções previstas no art. 57, incisos II e III, da Lei Complementar n.º 01/1994: a) Cel. Alexandre Antônio de Oliveira Correa, signatário do Contrato n.º 33/2014-PMDF (conforme fl. 841 do Processo n.º 054.000.126/2014).”

34. Quanto a isso, o responsável traz uma informação que, a seu ver, interferiu na prática da conduta pela qual foi chamado em audiência, qual seja, o disposto na cláusula 14.5 c/c 7.1 do Termo de Referência inserido no Edital4, in verbis:

Item 14.5 do Termo de Referência

“O(s) valor(es) do(s) contrato(s) oriundo(s) do procedimento licitatório no qual este Termo resultará, será o estimado neste documento, independente do desconto oferecido pela licitante vencedora, uma vez que esse valor se refere aos gastos efetivamente realizados, em contratos anteriores, para manutenir as viaturas das marcas/modelos objeto deste Termo. Sendo assim, os preços já passaram por um desconto, motivo pelo qual a Administração deve considerar como valor do contrato o estimado neste documento, considerando assim, o desconto oferecido pela CONTRATATA tão somente para a execução do contrato.”

Item 7.1 do Termo de Referência

“O valor global do contrato estimado para peças, servis e recuperação, nos veículos da marca Mitsubishi constantes na frota da PMDF é de R$ 5.790.391,24 (cinco milhões, setecentos e noventa mil, trezentos e noventa e um reais e vinte e quatro centavos), (...)”.

35. Verifica-se que o apontado no Achado 1 do Relatório de Inspeção guarda estreita relação com o disposto no item 14.5 da regra editalícia, pois é definido, preliminarmente à licitação, qual seria o valor a ser pactuado contratualmente.

36. Ressalto que este procedimento não está de acordo com o tipo “menor preço” utilizado na modalidade pregão, visto que não considera para o contrato o 4 Edital inserido no Anexo V, mídia digital (CD-ROM), Vol. 2, fls. 251 a 300 do Processo nº 054.000.126/2014.

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valor alcançado com a competitividade do certame, sendo, portanto, mantidas as considerações do Achado 1 em relação à irregularidade.

37. No caso específico, o agente, ao praticar o ato de assinatura do contrato, estava cumprindo uma cláusula do edital ao qual se vincula, por força do princípio da vinculação ao instrumento convocatório, conforme tipificado nos arts. 3º e 41º da Lei nº 8.666/93:

“Art. 3o. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Art. 41º. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.”(grifou-se)

38. O que demonstra os autos é que os motivos apontados no Edital, para a manutenção do valor estimado no contrato, não são legítimos, visto que a pesquisa de preços não considera os valores da tabela da montadora com descontos. Ademais, o Edital não deveria ter previsto tal condição, conforme proposição do Corpo Técnico de “determinar à PMDF que, doravante, evite a inclusão de texto similar em editais de futuras licitações.”

39. Acrescenta-se, ainda, que a assinatura contratual foi disposta após manifestação do Chefe da Assessoria de Análise Técnico-Jurídica, Sr. Maj. Alexandre Henrique Garcia Vianna, o qual também foi chamado em audiência nestes autos por conta do Parecer Jurídico que indicou o valor do termo de referência como o correto para inserção no contrato.

40. Contudo, em que pese a descrição do Edital e a manifestação da consultoria jurídica, este MPC aquiesce ao Corpo Técnico quanto à responsabilização do defendente, pois, conforme constatado no Achado, o ato do responsável resultou em prejuízos à Administração.

41. Com este ato irregular pode-se destacar as seguintes falhas e consequências:

a) Valor consignado no Contrato nº 33/2014-PMDF maior que o adjudicado/homologado e constante da proposta final da licitante vencedora:

- Conforme apontado na auditoria, o valor do contrato foi diferente do valor adjudicado/homologado e constante da proposta da licitante vencedora, descumprindo o art. 54, §1ºe art. 55, inciso XI da Lei de Licitações:

“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. § 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e

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responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.” (...) Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: (...) XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;” (grifou-se)

b) Contrato com valores majorados acima dos limites legais:

- O contrato ultrapassa os limites legais de aumento desde sua assinatura. O valor do Contrato, conforme a proposta da licitante vencedora, deveria ser de R$ 3.850.000,00. Aplicando-se o limite legal máximo para majoração do contrato (25%), chegaríamos ao valor de R$ 4.812.500,00. Assim, desde sua assinatura, o contrato, com valor de R$ 5.790.391,24, já desrespeitava o disposto no art. 65, §1º da Lei 8.666/93.

- Após 5 meses de execução, a PMDF realizou aditivo contratual em 25%, o que elevou o valor para R$ 7.237.989,05, representando um acréscimo de 102,17% sobre o valor vencedor da licitação.

42. Não obstante, merece ponderação as questões levantadas nos §§ 31 a 39, conforme argumentado pelo defendente, dados que podem ser levados em consideração como atenuante da conduta funcional ora verificada.

43. Ressalto que esta análise se limita apenas ao ato de assinatura contratual pelo qual o responsável foi instado à manifestação. Outras irregularidades ocorridas por falhas de execução ou controle por parte da PMDF, a serem vistos em face da TCE (Processo nº 26.700/2017), deverão ser apuradas no contexto dos atos dos agentes competentes.

44. Em outro passo, quanto à forma a ser realizada uma licitação do tipo menor preço caracterizada pelo maior desconto, destaco a existência do Pregão Eletrônico nº 46/2016 deste Tribunal de Contas do DF, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para o fornecimento de materiais bibliográficos, no exercício de 2017, a fim de atender à demanda da Biblioteca “Cyro dos Anjos” do TCDF (Processo nº 25.709/2016).

45. Nos mesmos moldes do pregão da PMDF em análise, optou-se por utilizar um percentual de desconto sobre um parâmetro, que no caso da licitação do TCDF foram os preços constantes dos catálogos/tabelas/faturas oficiais das editoras, livrarias ou das distribuidoras de livros nacionais, vigentes no mês do faturamento, considerando e incluindo todos os tributos, fretes, tarifas e demais despesas decorrentes da execução do objeto para julgamento e classificação das propostas, observados os prazos máximos, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no Edital.

46. No corpo editalício, é clara a disposição do desconto estimado e o modelo de cálculo do valor de referência, bem como a forma do julgamento da licitação e o valor do contrato, com a aplicação do desconto sobre o valor de estimado, conforme anexo II do Edital (e-doc F4672BEB-e):

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47. No exemplo disposto, o valor de referência foi de R$ 104.500,00, sendo que o valor do contrato deveria ser aferido após a indicação do desconto do licitante vencedor, que no caso em epígrafe foi de 38,38%, resultando em um valor contratual de R$ 64.392,90 (Contrato nº 03/2017)5.

48. Dessa forma, entende-se oportuna a proposição do Corpo Técnico em relação à exclusão da cláusula do Edital da PMDF em procedimentos futuros, pois a forma atual utilizada pela PMDF atenta quanto aos princípios da economicidade6, com consequentes possíveis prejuízos ao erário, aumentando o teto de gastos do contrato de forma desproporcional e sem a devida motivação.

Maj. Alexandre Henrique Garcia Vianna (fls. 568/569 e anexos de fls. 570/592)

49. O defendente apresenta os seguintes argumentos, sintetizados assim pelo CT:

(...) “Quando então Chefe da Assessoria Técnica do Departamento de Logística e Finanças da PMDF, fui instado pelo Chefe da Seção de Contratos daquele órgão, sobre o valor a ser consignado no contrato decorrente do Pregão Eletrônico n° 21/2014. Se o valor constante no Termo de Referência ou o valor homologado no pregão. (doc. 1 anexo)

5 e-doc 5A6BCCF5. 6 Vide Matriz de Achados – fl. 444.

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Diante da dúvida apontada, busquei informações sobre a temática, vindo a descobrir consulta realizada em janeiro do ano anterior, sobre o mesmo tema, pelo Chefe da Seção de Procedimentos Licitatórios da PMDF. A consulta foi enviada à empresa ZÊNITE, consultoria jurídica especializada na área de licitações e contratos. (doc. 2 anexo) Destaco o contido no n° 4 da citada consulta: "(...) não houve entendimento pacífico nesta Corporação quanto ao valor a ser contratado, se o previsto nas cláusulas do instrumento convocatório ou aquele gerado no sistema decorrente do desconto oferecido pela licitante vencedora. " Assim, a ZÊNITE emitiu seu parecer (doc. 3 anexo), intitulado ORIENTAÇÃO ZÊNITE, em que conclui:

“ Daí porque podemos afirmar que, no caso concreto, uma interpretação a contento dos itens 7.3 e 7.4, do termo de referência do processo de contratação, indicam que o valor (estimado) do contrato a ser firmado será aquele indicado no termo de referência. Dele serão abatidos os valores relativos às ordem de serviços a serem expedidas pela Administração durante a execução do contrato, sobre as quais incidirá o percentual de desconto oferecido pelo particular durante o certame. "(negrito meu)

Na continuidade dos fatos, à época da Orientação da ZÊNITE, meu antecessor na Assessoria Técnica, emitiu o parecer n° 101/2013 (doc. 4 anexo), do qual importo dois trechos:

“Em que pese o acima dispendido, a inserção no contrato do valor constante do termo de referência, que é bastante superior ao do valor global oriundo do desconto oferecido pelo licitante, não obriga de maneira nenhuma a Corporação a empenhá-lo por completo, tendo esse procedimento apenas a intenção de evitar que recursos disponíveis para realização dos serviços de manutenção se esgotem antes do encerramento do exercício financeiro, sem sua efetivação.” “Por fim, esse assessor entende que o valor a ser considerado como valor do instrumento contratual para realização da manutenção dos veículos, determinado com base em dados extraídos dos gastos reais provenientes de manutenções anteriores (...) deve ser o valor de (...) conforme consta no Termo de Referência. “ (negritos meus)

Em despacho final (doc. 5 anexo) no Parecer 101/2013, o então Chefe do Departamento de Logística e Finanças concordou na íntegra com o parecerista e determinou que o valor do instrumento contratual para manutenção de veículos fosse determinado com base em dados reais provenientes das manutenções anteriores realizadas. Dessa forma, Excelência, a Polícia Militar do Distrito Federal passou a adotar a linha de pensamento em que, para manutenção veicular, seria adotado por ocasião do contrato, o valor estimado no termo de referência, que deve ter como parâmetro os gastos com manutenção em períodos anteriores. A lógica básica é que se a PMDF no ano anterior gastou R$ X,00 na manutenção de sua frota, não se pode esperar que sobre esse valor se adote o desconto sobre o valor das peças com base na tabela do fabricante, que por vezes ultrapassa 50%. Exemplificando melhor, se a PMDF gastou no ano passado R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) na manutenção de sua frota e o vencedor do pregão ofereceu um desconto de 40% (quarenta por cento) sobre o valor das peças de acordo com a tabela do fabricante, não há como admitir que ele fará a

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manutenção de toda a frota por R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), valor correspondente ao desconto de 40%. Outro fator para se adotar essa linha de pensamento é que, além das revisões "normais", não há como se prever, dadas as condições de uso severo a que se submetem as viaturas da PMDF, quais peças serão necessárias na manutenção de determinado veículo. Basta a revisão normal prevista pelo fabricante ou necessitará de outras peças e serviços? O licitante não tem como oferecer que fará a manutenção preventiva e corretiva de toda a frota por um valor específico pois não sabe de antemão que tipo de serviços serão necessários. Assim, oferecendo o desconto sobre o valor de cada peça e da mão de obra, o licitante pode cumprir o contrato independente se fará uma manutenção/ correção leve ou pesada nas viaturas. O valor estimado pela PMDF será o limitador financeiro do contrato, não obrigando a Corporação a empenhá-lo por completo. Ressaltamos, que esta linha de pensamento é ainda defendida pela Polícia Militar do Distrito Federal, conforme de depreende dos Ofícios 830/2016 e 145/2017 do Departamento de Logística e Finanças da PMDF (docs 6 e 7 anexos). Deste último destaco trecho da lavra do Exmo. Senhor Comandante Geral da PMDF: "(...) com os quais concordo integralmente" (negrito meu). Como se pode observar, este signatário, ao emitir o Parecer 186 em 15 de setembro de 2014 (doc. 8 anexo), adotou uma tese sobre o valor dos contratos de manutenção de viaturas na PMDF e não inovou na matéria, seguindo uma linha de pensamento construída anteriormente e aceita e defendida pela Corporação até os dias de hoje. Uma forte base de apoio a esta linha foi obtida com a Orientação da ZÊNITE, que, diga-se de passagem, é uma empresa reconhecida nacionalmente na área de consultoria em licitações e contratos, tendo a aludida Orientação sido assinada por 02 (dois) advogados especialistas e citada na maior parte de meu Parecer. O tema licitações e contratação pública é bastante controvertido e de difícil aplicação aos casos concretos, tanto é que por diversas vezes tanto o TCDF quanto o TCU baixam recomendações aos gestores públicos sobre a melhor interpretação das normas constantes dessa lei federal, Pelo exposto, venho requerer à essa colenda Corte de Contas que acate os argumentos deste signatário como JUSTIFICATIVA ao Parecer 186 que fundamentou a celebração do contrato n° 33/2014 – PMDF e que, em momento algum teve como viés dano ao Erário, agindo de boa fé no intuito de melhor atender aos interesses públicos da Corporação.

Manifestação do Corpo Técnico

50. Preliminarmente, retoma alguns termos dispostos na análise de defesa anterior, destacando o teor do Achado 1, afastando argumentos de que a PMDF passou a adotar essa linha de pensamento, indicando que o responsável busca tornar impessoal o ato por ele praticado.

51. Especificamente quanto ao defendente, destaca o trecho em que o responsável dispõe que no Parecer emitido “adotou uma tese sobre o valor dos contratos de manutenção de viaturas na PMDF e não inovou na matéria, seguindo uma linha de pensamento construída anteriormente e aceita e defendida pela Corporação até os dias de hoje”.

52. Quanto à afirmação, o Corpo Técnico argumenta que:

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“Em que pese a possível veracidade desta última informação, deve-se dizer que não afasta, a nosso ver, a responsabilidade do justificante, tendo em vista a gravidade das consequências do ato por ele praticado, seja pela afronta aos dispositivos legais indicados anteriormente (art. 55, XI, da Lei nº 8.666/93 c/c a Cláusula Segunda do ajuste), seja pela afronta ao princípio da economicidade, com consequentes possíveis prejuízos ao erário, que atualmente vêm sendo apurados em sede de tomada de contas especial no âmbito do Processo TCDF nº 26.700/2017 (fl. 647).

53. Pelo exposto, entende que as razões não alteram o posicionamento do Achado 1 do Relatório de Inspeção (Informação nº 190/2016), considerando-as improcedentes e propondo ao Tribunal a fixação das multas previstas no art. 57, incisos II e III da lei Complementar nº 01/1994.

Opinião do MPC/DF

54. Novamente, destaco que o MPC aquiesce ao Corpo Técnico no sentido de que os argumentos não são suficientes para alterar o posicionamento esposado no Achado 1 do Relatório de Inspeção (Informação nº 190/2016), qual seja, a irregularidade do contrato com valor que não considerou a incidência do desconto licitado.

55. Quanto à responsabilidade do defendente, ressalto que o responsável foi chamado em audiência pela emissão do Parecer nº 186/2014/ATJ/DLF7, que indicou que “o valor do contrato deve ser o previsto no Termo de Referência nº 21/2014”, após consulta realizada pelo Maj QOPM Idomar Custódio da Silva – Chefe da Seção de Contratos/DALF, conforme disposto no item IV, alínea “b” da Decisão nº 3056/2017:

“IV – promover a audiência dos responsáveis indicados a seguir, para que apresentem, no prazo de 30 (trinta) dias, razões de justificativa em face da constatação descrita no Achado 1 (item 3.1 do Relatório Final de Inspeção), conforme Matriz de Achados de fl. 444, ante a possibilidade de aplicação das sanções previstas no art. 57, incisos II e III, da Lei Complementar n.º 01/1994: b) Maj. Alexandre Henrique Garcia Vianna, Chefe da ATJ/DLF à época dos fatos (subscritor do parecer jurídico que fundamentou a celebração do Contrato n.º 33/2014-PMDF, conforme fl. 820 do Processo n.º 054.000.126/2014)”

56. Ressalto que o defendente foi instado a se manifestar a respeito do valor a ser pactuado, momento em que opinou pela manutenção do valor estimado para fins de contratação.

57. Verifica-se que a ilegalidade, já discorrida na análise de defesa anterior, não considera para fins de contratação o valor alcançado no certame. Assim, ao indicar o valor de referência como o correto para o contrato, o responsável concorda com um tipo de licitação não previsto legalmente, conforme se verifica no art. 45 da Lei nº 8.666/93.

58. O tipo de licitação que abarca a possibilidade de uso do “maior desconto” é o “menor preço”. Não existe uma tipicidade específica que permita licitar o maior

7 Edital inserido no Anexo V, mídia digital (CD-ROM), Vol. 4, fls. 818/820 do Processo nº 054.000.126/2014.

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desconto sobre uma tabela de referência, mantendo-se o valor estimado para fins de limites de execução contratual.

59. Assim, apesar da licitação ter seguido o critério de julgamento “menor preço”, o valor não foi aplicado para fins de contratação, sendo, portanto, ilegal.

60. Do exposto, corroborando os argumentos explanados na defesa anterior, este MPC aquiesce às considerações e sugestões do Corpo Técnico quanto à responsabilização do defendente.

Considerações adicionais do Corpo Técnico

61. A unidade instrutiva propõe ao Conselheiro-Relator que aprecie os pedidos de sustentação oral formulados pelos senhores Alexandre Antônio de Oliveira Correa (fl. 646) e Alexandre Henrique Garcia Vianna (fl. 648)

62. Por fim, o Corpo Técnico sugeriu ao Tribunal:

I) tome conhecimento:

a) do Ofício nº 1703/2017-SAF e anexos (fls. 593/599), encaminhado pela PMDF em atendimento ao item III.b da Decisão nº 3056/2017, relevando o atraso verificado;

b) do documento de fls. 600/602 e anexos de fls. 603/645, encaminhado pelo senhor Alexandre Antônio de Oliveira Correa em atendimento ao item IV.a da Decisão nº 3056/2017; e

c) do documento de fls. 568/569 e anexos de fls. 570/592, encaminhado pelo senhor Alexandre Henrique Garcia Vianna em atendimento ao item IV.b da Decisão nº 3056/2017;

II) considere:

a) cumprido o item III.a da Decisão nº 3056/2017; (§ 26)

b) cumprido formalmente o item III.b da Decisão nº 3056/2017, bem como insuficientes as providências adotadas relativamente aos Achados 3 e 4; (§ 13)

III) recomende à PMDF que edite norma interna, com relação à implementação do mecanismo de autorização das despesas de acordo com o montante e feita por gestor com nível hierárquico adequado, em vez de apenas implementá-la mediante determinação verbal, conforme informado pela Corporação por meio do Ofício nº 1703/2017-SAF e do Ofício nº 1192/2017-ATJ/GAB/DLF (fls. 593/594); (§ 9)

IV) determine à PMDF que:

a) doravante, considerando a evidente ilegalidade contida no teor do dispositivo 14.5 do Termo de Referência do Edital do Pregão Eletrônico nº 21/2014, evite a inclusão de texto similar em editais de

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futuras licitações, de modo a prevenir a ocorrência de situações semelhantes à identificada pelo Achado 1 do Relatório de Inspeção (Informação nº 190/2016); (§ 28)

b) informe, no prazo de 30 dias, quais mecanismos de controle e rotinas administrativas foram adotadas especificamente com vistas a sanar as falhas de fiscalização contratual noticiadas nos Achados 3 e 4 do Relatório Final de Inspeção (Informação nº 190/2016); (§ 13)

V) considere improcedentes as razões de justificativa apresentadas pelo senhor Cel. Alexandre Antônio de Oliveira Correa em razão da audiência contida no item IV.a da Decisão nº 3056/2017, relativamente ao Achado nº 1 do Relatório Final de Inspeção (Informação nº 190/2016), fixando-lhe as multas previstas no art. 57, incisos II e III, da Lei Complementar nº 01/1994; (§ 42)

VI) considere improcedentes as razões de justificativa apresentadas pelo senhor Maj. Alexandre Henrique Garcia Vianna em razão da audiência contida no item IV.b da Decisão nº 3056/2017, relativamente ao Achado nº 1 do Relatório Final de Inspeção (Informação nº 190/2016), fixando-lhe as multas previstas no art. 57, incisos II e III, da Lei Complementar nº 01/1994; (§ 53)

VII) autorize:

a) a ciência da decisão que vier a ser adotada à jurisdicionada e aos justificantes;

b) o encaminhamento da presente Informação à PMDF, de modo a subsidiar a implementação das medidas recomendadas supra;

c) a adoção das providências prevista no art. 217 do RI/TCDF em caso de não recolhimento das multas a serem fixadas no prazo estabelecido; e

d) o retorno dos autos à SEACOMP para os fins pertinentes.

63. Os autos vêm ao exame do MPCDF em razão do Despacho Singular n.º 97/2018-GCIM, da lavra do i. Conselheiro Inácio Magalhães (fls. 671/673), para parecer.

64. Resumidamente, conforme opiniões explicitadas no corpo deste parecer ministerial, entendo pertinentes e oportunas as considerações da unidade instrutiva ao propor diligência à PMDF quanto aos elementos de controle para fins de saneamento dos Achados 3 e 4, bem como quanto à proposição para emissão de norma interna relativa à implementação do mecanismo de autorização das despesas de acordo com o montante, feita por gestor com nível hierárquico adequado.

65. Em relação às responsabilidades dos justificantes referentes ao Achado 1, aquiesço às proposições do Corpo Técnico, com as considerações reveladas no corpo deste Parecer.

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66. Por fim, entendo como oportuna a sugestão do Corpo Técnico para que a PMDF evite a inclusão de texto similar ao item 14.5 do Edital em futuras licitações, de modo a prevenir a ocorrência de situações semelhantes à identificada pelo Achado 1 do Relatório de Inspeção.

É o parecer.

Brasília, 8 de março de 2018.

CLÁUDIA FERNANDA DE OLIVEIRA PEREIRA Procuradora-Geral