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• Espaços para anotações

• Letra maior para uma leitura confortável

• Em espiral para facilitar o manuseio

Coordenação

João Paulo Lordelo

Ministério Público Federal • MPF

Vade Mecum para estudar

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DIREITO CONSTITUCIONAL

LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973

Dispõe sobre o Estatuto do Índio.

`` DOU, 21.12.1973.`` arts. 22, XIV. 231 e 232, CF.`` art. 4º, p.u., CC/2002.

O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E DEFINIÇÕES

Art. 1º Esta Lei regula a situação jurídica dos ín‑dios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá‑los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional. Parágrafo único. Aos índios e às comunidades indígenas se estende a proteção das leis do País, nos mesmos termos em que se aplicam aos demais brasileiros, resguardados os usos, costumes e tradições indígenas, bem como as condições peculiares reconhecidas nesta Lei.

Art. 2º Cumpre à União, aos Estados e aos Mu‑nicípios, bem como aos órgãos das respectivas administrações indiretas, nos limites de sua competência, para a proteção das comunida‑des indígenas e a preservação dos seus direitos: I ‑ estender aos índios os benefícios da le‑gislação comum, sempre que possível a sua aplicação; II ‑ prestar assistência aos índios e às comu‑nidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional; III ‑ respeitar, ao proporcionar aos índios meios para o seu desenvolvimento, as peculiaridades inerentes à sua condição; IV ‑ assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida e subsistência; V ‑ garantir aos índios a permanência voluntá‑ria no seu habitat, proporcionando‑lhes ali re‑cursos para seu desenvolvimento e progresso; VI ‑ respeitar, no processo de integração do índio à comunhão nacional, a coesão das co‑munidades indígenas, os seus valores culturais, tradições, usos e costumes; VII ‑ executar, sempre que possível median‑te a colaboração dos índios, os programas e

projetos tendentes a beneficiar as comunida‑des indígenas; VIII ‑ utilizar a cooperação, o espírito de inicia‑tiva e as qualidades pessoais do índio, tendo em vista a melhoria de suas condições de vida e a sua integração no processo de de‑senvolvimento; IX ‑ garantir aos índios e comunidades indí‑genas, nos termos da Constituição, a posse permanente das terras que habitam, reco‑nhecendo‑lhes o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes; X ‑ garantir aos índios o pleno exercício dos direitos civis e políticos que em face da legis‑lação lhes couberem. Parágrafo único. (Vetado.)

Art. 3º Para os efeitos de lei, ficam estabe‑lecidas as definições a seguir discriminadas: I ‑ Índio ou Silvícola ‑ É todo indivíduo de origem e ascendência pré‑colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional; II ‑ Comunidade Indígena ou Grupo Tribal ‑ É um conjunto de famílias ou comunidades índias, quer vivendo em estado de completo isolamento em relação aos outros setores da comunhão nacional, quer em contatos intermi‑tentes ou permanentes, sem contudo estarem neles integrados.

Art. 4º Os índios são considerados: I ‑ Isolados ‑ Quando vivem em grupos des‑conhecidos ou de que se possuem poucos e vagos informes através de contatos eventuais com elementos da comunhão nacional; II ‑ Em vias de integração ‑ Quando, em con‑tato intermitente ou permanente com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições de sua vida nativa, mas acei‑tam algumas práticas e modos de existência comuns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando cada vez mais para o próprio sustento; III ‑ Integrados ‑ Quando incorporados à comu‑nhão nacional e reconhecidos no pleno exer‑cício dos direitos civis, ainda que conservem

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PROTECAO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

DECRETO Nº 19.841, DE 22 DE OUTUBRO DE 1945

Promulga a Carta das Nações Unidas, da qual faz parte integrante o anexo Estatuto da Corte Internacional de Jus-tiça, assinada em São Francisco, a 26 de junho de 1945, por ocasião da Conferência de Organização Internacional das Nações Unidas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, tendo em vista que foi aprovada a 4 de setembro e ratifica a 12 de setembro de 1945. Pelo governo brasileiro a Carta das Nações Unidas, da qual faz parte inte-grante o anexo Estatuto da Corte Internacional de Justiça, assinada em São Francisco, a 26 de junho de 1945, por ocasião da Conferência de Organização Internacional da Nações Unidas; e Havendo sido o referido instrumento de ratifi-cação depositado nos arquivos do Governo do Estados Unidos da América a 21 de setembro de 1945 e usando da atribuição que lhe confere o atr. 74, letra a da Constituição, decreta:Consta conforme publicação oficial.Art. 1º. Fica promulgada a Carta da Nações Unidas apensa por cópia ao presente Decreto, da qual faz parte integrante o anexo Estatuto da Corte Internacional de Justiça, assinada em São Francisco, a 26 de junho de 1945.Art. 2º. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1945; 124º da Independência e 57º da República.

GETULIO VARGAS

Coleção de Leis do Brasil, 31.12.1945Faço saber, aos que a presente carta de ra-tificação vierem, que, entre a República dos Estados Unidos e os países representados na Conferência das Nações Unidas sobre Organi-zação Internacional, foi concluída e assinada, pelos respectivos Plenipotenciários, em São Francisco, a 26 de junho de 1945, a Carta das Nações Unidas, da qual faz parte integrante o anexo Estatuto da Corte Internacional de Justiça, tudo do teor seguinte:

Carta das Nações Unidas

Nós, os povos das Nações Unidas, Resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, da dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer

condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla.E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos.Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos.Em vista disso, nossos respectivos Governos, por intermédio de representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, concordaram com a pre-sente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações Unidas.

CAPÍTULO I. PROPÓSITOS E PRINCÍPIOS

ARTIGO 1º.

Os propósitos das Nações Unidas são:1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz;2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direito e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal;3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humani-tário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades funda-mentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e

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DIREITO ELEITORAL

LEI COMPLEMENTAR Nº 64, DE 18 DE MAIO DE 1990

Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º, da Cons-tituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º. São inelegíveis:I – para qualquer cargo:

`` ADC 29 e 30: o STF julgou procedentes as ações mediante a declaração de constitucionalidade das hipóteses de inelegibili-dades constantes nas alíneas c, d, f, g, h, j, m, n, o, p e q do art. 1º, I, da LC 64/1990.

a) os inalistáveis e os analfabetos;`` Súm. 15 do TSE.`` CF/1988: art. 14, § 4º.

b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legisla-tiva e das Câmaras Municipais que, hajam per-dido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II, do artigo 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equiva-lentes sobre perda de mandato das Constitui-ções Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura; c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice--Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período rema-nescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos; d) os que tenham contra sua pessoa represen-tação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;

`` LC 64/1990: art. 22, IV.

e) os que forem condenados, em decisão tran-sitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até

o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema finan-ceiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa, qua-drilha ou bando; f) os que forem declarados indignos do ofi-cialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; g) os que tiverem suas contas relativas ao exer-cício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, con-tados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;

`` Lei 9.504/1997: art. 11, §§ 5º e 10.

h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liqui-dação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos doze meses anteriores à respectiva decre-tação, cargo ou função de direção, adminis-tração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade;

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DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL

LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981

Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

`` Lei 12.651/2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis 6.938/1981, 9.393/1996, e 11.428/2006; revoga as Leis 4.771/1965, e 7.754/1989, e a MP 2.166-67/2001. (Novo Código Florestal) `` Lei 11.105/2005 – Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da CF. `` Lei 9.985/2000 – Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da CF, institui o Sistema Na cional de Unidades de Conser-vação da Natureza. `` Lei 9.605/1998 – Dispõe sobre as sanções pe nais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. (Lei de crimes ambientais) `` Decreto 7.830/2012 – Dispõe sobre o Sistema de Cadastro Am-biental Rural, o Cadastro Ambien tal Rural, estabelece normas de caráter geral aos Programas de Regularização Ambiental, de que trata a Lei 12.651/2012.. `` Decreto de 15 de setembro de 2010 – Institui o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PP Cerrado). `` Decreto 6.514/2008 – Dispõe sobre as infrações e sanções admi-nistrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações. `` Decreto 6.321/2007 – Dispõe sobre ações relati vas à prevenção, monitoramento e controle de desmatamento no Bioma Amazônia. `` Decreto 5.092/2004 – Define regras para identi ficação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, no âmbito das atribuições do Ministério do Meio Ambiente. `` Decreto 4.339/2002 – Institui princípios e diretri zes para a im-plementação da Política Nacional da Biodiversidade. `` Decreto 99.274/1990 – Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Esta Lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Am­biente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.

`` Consta conforme publicação oficial. Onde se lê “art. 235”; leia--se “art. 225”.

DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições

ao desenvolvimento socioeconômico, aos in­teresses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, ten­do em vista o uso coletivo;

`` CF/88: art. 225, § 1º, VII. `` Lei 12.651/2012: art. 1º-A `` Decreto 99.274/1990: art. 1º.

II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV – proteção dos ecossistemas, com a preser­vação de áreas representativas; V – controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII – acompanhamento do estado da quali­dade ambiental; VIII – recuperação de áreas degradadas;

`` Decreto 97.632/1989 – Regulamenta o inciso VIII do art. 2º da Lei 6.938/1981.

IX – proteção de áreas ameaçadas de degra­dação; X – educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá­la para participação ati va na defesa do meio ambiente.

Art. 3º. Para os fins previstos nesta Lei, en­tende­se por:

`` Lei 12.651/2012: art. 3º.

I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; II – degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; III – poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem ­estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota;

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DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO

LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Disposição Preliminar

Art. 1º. Esta Lei estatui normas gerais de di-reito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, XV, b, da Constituição Federal.

`` Referência à Constituição Federal de 1946.`` CTN: art. 1º.`` LC 101/2000 – Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. (Lei de Responsabi-lidade Fiscal)`` Decreto 93.872/1986 – Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente.`` Decreto-Lei 1.805/1980 – Dispõe sobre a transferência aos Esta-dos, Distrito Federal, Territórios e Municípios das parcelas ou quotas-partes dos recursos tributários arrecadados pela União.

TÍTULO I. DA LEI DE ORÇAMENTO

CAPÍTULO I. DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º. A Lei de Orçamento conterá a dis-criminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obede-cidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

`` CF/88: arts. 24, II, 84, XXIII, 165 a 169.

§ 1º. Integrarão a Lei de Orçamento:I – sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Governo;II – quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econômicas, na forma do Anexo 1;III – quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;IV – quadro das dotações por órgãos do Go-verno e da Administração.

§ 2º. Acompanharão a Lei de Orçamento:I – quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;II – quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos 6 a 9;III – quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo, em termos de reali-zação de obras e de prestação de serviços.

Art. 3º. A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel--moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.

Art. 4º. A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da Administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2º.

Art. 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indife-rentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quais-quer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 6º. Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.§ 1º. As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada à transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.§ 2º. Para cumprimento do disposto no pa-rágrafo anterior, o cálculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço do exer-cício anterior àquele em que se elaborar a

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO

DECRETO Nº 30.822, DE 6 DE MAIO DE 1952

Promulga a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, concluída em Paris, a 11 de dezembro de 1948, por ocasião da III Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL:TENDO o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto Legislativo nº 2, de 11 de abril de 1951, a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, concluída em Paris a 11 de dezembro de 1948, por ocasião da III Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas; e TENDO sido depositado no Secretariado Geral da Organização das Nações Unidas, em Lake Sucess, Nova York, a 15 de abril de 1952, o Instrumento brasileiro de ratificação:DECRETA:que a referida Convenção, apensa por cópia ao presente Decreto, seja executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.Rio de Janeiro, em 6 de maio de 1952; 131º da Independência e 64º da República.GETÚLIO VARGAS João Neves da FontouraCONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E A REPRES-SÃO DO CRIME DE GENOCÍDIOAs Partes Contratantes,Considerando que a Assembleia Geral da Orga-nização das Nações Unidas, em sua Resolução 96 (1) de 11 de dezembro de 1945, declarou que o genocídio é um crime contra o Direito Internacional, contrário ao espírito e aos fins das Nações Unidas e que o mundo civilizado condena;Reconhecendo que todos os méritos da his-tória o genocídio causou grandes perdas à humanidade;Convencidas de que, para libertar a huma-nidade de flagelo tão odioso, a cooperação internacional é necessária:Convém no seguinte:

ARTIGO I

As Partes Contratantes confirmam que o geno-cídio quer cometido em tempo de paz ou em tempo de guerra, é um crime contra o Direito Internacional, que elas se comprometem a prevenir e a punir.

ARTIGO II

Na presente Convenção entende-se por geno-cídio qualquer dos seguintes atos, cometidos

com a intenção de destruir no todo ou em parte, um grupo nacional étnico, racial ou religioso, como tal:a) matar membros do grupo;b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;c) submeter intencionalmente o grupo a con-dição de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio de grupo;e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.

ARTIGO III

Serão punidos os seguintes atos:a) o genocídio;b) a associação de pessoas para cometer o genocídio;c) a incitação direta e pública a cometer o genocídio;d) a tentativa de genocídio;e) a coautoria no genocídio.

ARTIGO IV

As pessoas que tiverem cometido o genocídio ou qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III serão punidas, sejam governistas, funcionários ou particulares.

ARTIGO V

As Partes Contratantes assumem o compromis-so de tomar, de acordo com suas respectivas constituições as medidas legislativas necessá-rias a assegurar as aplicações das disposições da presente Convenção, e, sobretudo a esta-belecer sanções penais eficazes aplicáveis às pessoas culpadas de genocídio ou de qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III.

ARTIGO VI

As pessoas acusadas de genocídio ou qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III se-rão julgadas pelos tribunais competentes do Estado em cujo território foi o ato cometido ou pela Corte Penal Internacional competente com relação às Partes Contratantes que lhe tiverem reconhecido a jurisdição.

ARTIGO VII

O genocídio e os outros atos enumerados no Artigo III não serão considerados crimes políticos para efeitos de extradição.As partes Contratantes se comprometem em tal caso a conceder a extradição de acordo com sua legislação e com os tratados em vigor.

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DIREITO ECONÔMICO E DO CONSUMIDOR

DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992

Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.

`` Dec. 7.037/2009 – Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3).`` Dec. 592/ 1992 – Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Promulgação.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exer-cício do cargo de Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, eConsiderando que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no âmbito da Organização dos Estados Americanos, em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor internacional em 18 de julho de 1978, na forma do segundo parágrafo de seu artigo 74;Considerando que o Governo brasileiro depo-sitou a carta de adesão a essa Convenção em 25 de setembro de 1992;Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992, de conformidade com o disposto no segundo parágrafo de seu artigo 74; decreta:

Art. 1º. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cópia ao presente decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º. Ao depositar a Carta de Adesão a esse ato internacional, em 25 de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte declaração interpretativa: “O Governo do Brasil entende que os artigos 43 e 48, alínea d, não incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência expressa do Estado”.

Art. 3º. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 6 de novembro de 1992; 171º da Independência e 104º da República.

ITAMAR FRANCOPublicado no D.O.U. de 9.11.1992

ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO

AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSÉ

DA COSTA RICA) – MRE

Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969)

PREÂMBULOOs Estados americanos signatários da presente Convenção,Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direitos essenciais do homem;Reconhecendo que os direitos essenciais do homem não derivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, razão por que justificam uma prote-ção internacional, de natureza convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos;Considerando que esses princípios foram con-sagrados na Carta da Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declara-ção Universal dos Direitos do Homem e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como regional;Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; eConsiderando que a Terceira Conferência In-teramericana Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à própria Carta da Organização de normas mais amplas sobre direitos econômicos, sociais e educacionais e resolveu que uma convenção interamericana sobre direitos humanos determinasse a es-

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DIREITO CIVIL

LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014

Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

`` Decreto 8.771/2016 – Regulamenta a Lei 12.965/2014, para tratar das hipóteses admitidas de discriminação de pacotes de dados na internet e de degradação de tráfego, indicar procedimentos para guarda e proteção de dados por provedores de conexão e de aplicações, apontar medidas de transparência na requisição de dados cadastrais pela administração pública e estabelecer parâmetros para fiscalização e apuração de infrações.

Art. 1º. Esta Lei estabelece princípios, garan-tias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria.

Art. 2º. A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como:I – o reconhecimento da escala mundial da rede;II – os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais;III – a pluralidade e a diversidade;IV – a abertura e a colaboração;V – a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; eVI – a finalidade social da rede.

Art. 3º. A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios:I – garantia da liberdade de expressão, comu-nicação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição Federal;II – proteção da privacidade;III – proteção dos dados pessoais, na forma da lei;IV – preservação e garantia da neutralidade de rede;

V – preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por meio de medidas técnicas compatíveis com os padrões interna-cionais e pelo estímulo ao uso de boas práticas;VI – responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos termos da lei;VII – preservação da natureza participativa da rede;VIII – liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não con-flitem com os demais princípios estabelecidos nesta Lei.Parágrafo único. Os princípios expressos nesta Lei não excluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à matéria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Art. 4º. A disciplina do uso da internet no Brasil tem por objetivo a promoção:I – do direito de acesso à internet a todos;II – do acesso à informação, ao conhecimento e à participação na vida cultural e na condução dos assuntos públicos;III – da inovação e do fomento à ampla difu-são de novas tecnologias e modelos de uso e acesso; eIV – da adesão a padrões tecnológicos abertos que permitam a comunicação, a acessibilida-de e a interoperabilidade entre aplicações e bases de dados.

Art. 5º. Para os efeitos desta Lei, considera-se:I – internet: o sistema constituído do conjunto de protocolos lógicos, estruturado em escala mundial para uso público e irrestrito, com a finalidade de possibilitar a comunicação de dados entre terminais por meio de diferentes redes;II – terminal: o computador ou qualquer dis-positivo que se conecte à internet;III – endereço de protocolo de internet (en-dereço IP): o código atribuído a um terminal de uma rede para permitir sua identificação, definido segundo parâmetros internacionais;IV – administrador de sistema autônomo: a pessoa física ou jurídica que administra blocos de endereço IP específicos e o respectivo sis-tema autônomo de roteamento, devidamente

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Dispõe sobre a arbitragem.

CAPÍTULO I. DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. As pessoas capazes de contratar pode-rão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

`` CC: arts. 851 a 853.

§ 1º. A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais dis-poníveis. § 2º. A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações.

`` Lei 8.987/1995: art. 23-A.`` Lei 11.079/2004: art. 11, III.

Art. 2º. A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes.§ 1º. Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.§ 2º. Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos prin-cípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.§ 3º. A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade.

CAPÍTULO II. DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM E

SEUS EFEITOS

Art. 3º. As partes interessadas podem subme-ter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o com-promisso arbitral.

Art. 4º. A cláusula compromissória é a conven-ção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato.

`` CC: art. 853.

§ 1º. A cláusula compromissória deve ser esti-pulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira.§ 2º. Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua insti-tuição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.

`` CC: arts. 423 e 424.

§ 3º. (VETADO). § 4º. (VETADO).

Art. 5º. Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão ar-bitral institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras, podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, ou em outro documento, a forma convencionada para a instituição da arbitragem.

Art. 6º. Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte inte-ressada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, con-vocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral.Parágrafo único. Não comparecendo a parte convocada ou, comparecendo, recusar-se a firmar o compromisso arbitral, poderá a outra parte propor a demanda de que trata o art. 7º

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DIREITO PENAL

LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956

Define e pune o crime de genocídio.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

`` Decreto 4.388/2002 – Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional.`` Decreto 30.822/1952 – Promulga a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, concluída em Paris, a 11 de dezembro de 1948, por ocasião da III Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Art. 1º. Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:

`` CF/88: art. 109, V-A.`` CP: art. 7º, I, d.`` Decreto 4.388/2002: art. 6º`` Lei 8.072/1990: art. 1º, par. único.

a) matar membros do grupo;b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;c) submeter intencionalmente o grupo a con-dições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.Será punido:com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;com as penas do art. 270, no caso da letra c;com as penas do art. 125, no caso da letra d;com as penas do art. 148, no caso da letra e.

Art. 2º. Associarem-se mais de três pessoas para prática dos crimes mencionados no ar-tigo anterior:

`` CP: art. 288.`` Lei 12.850/2013 – Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal.

Pena – metade da cominada aos crimes ali previstos.Art. 3º. Incitar, direta e publicamente, alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º:

`` CP: art. 286.

Pena – metade das penas ali cominadas.§ 1º. A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar.

§ 2º. A pena será aumentada de 1/3 (um ter-ço), quando a incitação for cometida pela imprensa.

Art. 4º. A pena será agravada de 1/3 (um terço), no caso dos arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido o crime por governante ou funcionário público.

Art. 5º. Será punida com 2/3 (dois terços) das respectivas penas a tentativa dos crimes definidos nesta Lei.

`` CP: art. 14, II.

Art. 6º. Os crimes de que trata esta Lei não serão considerados crimes políticos para efei-tos de extradição.

`` CF/88: art. 5º, LII.

Art. 7º. Revogam-se as disposições em con-trário.

Rio de Janeiro, em 1º de outubro de 1956; 135º da Independência e 68º da República.

JUSCELINO KUBITSCHEK

D.O.U. de 2.10.1956

LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965

Regula o direito de representação e o processo de respon-sabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. O direito de representação e o proces-so de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são re-gulados pela presente Lei.

`` CF/88: art. 5º, XXXIV, a.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

LEI Nº 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950

Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE PRIMEIRA. DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E

MINISTROS DE ESTADOArt. 1º. São crimes de responsabilidade os que esta Lei especifica.

`` Súm. Vinculante 46 do STF.`` Súm. 396 e 451 do STF.`` Decreto-lei 201/1967 – Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores.

Art. 2º. Os crimes definidos nesta Lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até 5 (cinco) anos, para o exercício de qual-quer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou ministros de Estado, contra os ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o procurador-geral da República.

`` CF/1988: arts. 52 e 85.

Art. 3º. A imposição da pena referida no artigo anterior não exclui o processo e julgamento do acusado por crime comum, na justiça ordinária, nos termos das leis de processo penal.

Art. 4º. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmen-te, contra:I – a existência da União;II – o livre exercício do poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados;III – o exercício dos direitos políticos, indivi-duais e sociais;IV – a segurança interna do País;

V – a probidade na administração;VI – a lei orçamentária;VII – a guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;VIII – o cumprimento das decisões judiciárias (Constituição, art. 89).

`` Refere-se à Constituição de 1946.`` CF/1988: art. 85.

TÍTULO I.

CAPÍTULO I. DOS CRIMES CONTRA A EXISTÊNCIA DA UNIÃO

Art. 5º. São crimes de responsabilidade contra a existência política da União:

`` CF/1988: art. 85, I.`` Lei 7.170/1983 – Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento.

1) entreter, direta ou indiretamente, inteligên-cia com governo estrangeiro, provocando-o a fazer guerra ou cometer hostilidade contra a República, prometer-lhe assistência ou favor, ou dar-lhe qualquer auxílio nos preparativos ou planos de guerra contra a República;2) tentar, diretamente, e por fatos, submeter a União ou algum dos Estados ou Territórios a domínio estrangeiro, ou dela separar qualquer Estado ou porção do território nacional;3) cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neu-tralidade;4) revelar negócios políticos ou militares, que devam ser mantidos secretos a bem da defesa da segurança externa ou dos interesses da Nação;5) auxiliar, por qualquer modo, nação inimiga a fazer a guerra ou a cometer hostilidade contra a República;6) celebrar tratados, convenções ou ajustes que comprometam a dignidade da Nação;7) violar a imunidade dos embaixadores ou ministros estrangeiros acreditados no País;8) declarar a guerra, salvo os casos de invasão ou agressão estrangeira, ou fazer a paz, sem autorização do Congresso Nacional;9) não empregar contra o inimigo os meios de defesa de que poderia dispor;10) permitir o Presidente da República, durante as sessões legislativas e sem autorização do Congresso Nacional, que forças estrangei-ras transitem pelo território do País, ou, por motivo de guerra, nele permaneçam tempo-rariamente;

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ENUNCIADOS

ENUNCIADOS DA 1ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

1. Imprescindibilidade da manifestação do Ministério Público Federal sobre o mérito da causa em Mandado de Segurança. Ação de Mandado de Segurança. Garantia constitucional. Fis-calização dos atos praticados por autoridade pública. Interesse público. Defesa da ordem jurídica e de direitos constitucionais metaindividuais. Constituição Federal, arts. 127 e 129, II. Lei Complementar Nº 75/93, art. 5º, caput, e inciso VI, c/c Lei Nº 1.533/51, art. 10. Custos Legis.

2. Ausência de atribuição do Ministério Público Federal para apurar irregularidades/ilegali-dades relativas a agentes e serviços públicos estaduais, distritais e municipais. A apuração de supostas irregularidades ou ilegalidades relativas a serviço público estadual, distrital ou municipal ou aos respectivos agentes públicos no exercício de suas funções não é da atribuição do Ministério Público Federal, exceto se houver interesse federal (art. 109, I, CF) caracterizado pelas peculiaridades da situação concreta (irregularidades diretamente relacionadas à aplicação de recursos federais, por exemplo). (alterado conforme deliberação do Colegiado na 4ª Sessão de Coordenação - 6/8/2018).

3. Ausência de atribuição do Ministério Público Federal para apurar irregularidades/ilegalidades relativas a atividades privadas. A apuração de supostas irregularidades ou ilegalidades praticadas por particulares no exercício de atividades privadas não é da atribuição do Ministério Público Federal, exceto se houver interesse federal (art. 109, I, CF) caracterizado pelas peculiaridades da situação concreta (irregularidades diretamente relacionadas à aplicação de recursos federais, por exemplo). (alterado conforme deliberação do Colegiado na 4ª Sessão de Coordenação - 6/8/2018).

4. Ausência de atribuição do Ministério Público Federal para apurar irregularidades/ilegalida-des relativas a concursos públicos estaduais, distritais ou municipais. A apuração de supostas irregularidades ou ilegalidades praticadas em concur-sos públicos ou quaisquer processos seletivos para provimento de cargos ou empregos públicos muni-cipais, estaduais ou distritais não é da atribuição do Ministério Público Federal.

5. Conflito de atribuição em excesso de peso em rodovia federal. Tem atribuição para atuar em face de notícia de fato relativa a infração administrativa por excesso de peso em rodovia federal, no intuito de apurar se se trata de conduta recorrente que justifique

responsabilização de natureza civil, o membro que primeiro tomou conhecimento de infração daquela natureza praticada pelo(a) mesmo(a) transportador (a) na sua área de atribuição territorial, sendo irrelevante a localização da sede da empresa.

6. Questão judicializada. Cabível a homologação do arquivamento quando o objeto do procedimento ou do inquérito civil, inclusive sob a perspectiva terri-torial, esteja sob apreciação do Poder Judiciário e, nas ações em trâmite na Justiça Federal, atue o Ministério Público Federal como (co)autor ou interveniente

7. Necessidade de fundamentação específica no declínio de atribuição promovido em inqué-rito civil instaurado pelo Ministério Público Federal. Não é cabível a homologação de declínio de atribuição em inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Federal quando o membro que o promove não enfrentou na fundamentação, de modo específico, as circunstâncias e motivações pertinentes à atribuição que orientaram a respectiva instauração e, se for o caso, a adoção de outras providências que a pressuponham, como a expedição de recomendação ou a tomada de compromisso de ajustamento de conduta.

9. Indeferimento de instauração de inquérito civil e direito individual disponível e indeferi-mento de instauração. É cabível o indeferimento de instauração de inquérito civil quando a notícia de fato versar sobre direito individual disponível e as peculiaridades da situação concreta inviabilizarem o tratamento coletivo da questão, desde que observado o prazo de 30 dias previsto no art. 5º-A, da Resolução CSMPF nº 87/2006.

11. Arquivamento. Matéria pacificada pelo Colegiado. Cabível a apreciação, por decisão mono-crática do (a) Coordenador (a), quando a matéria discutida nos autos for objeto de da 1ª Câmara de Coordenação e Revisão.

13. Ausência de atribuição do Ministério Público Federal para apurar fatos relacionados a sociedades de economia mista. A apuração de fatos relacionados a sociedades de economia mista não é da atribuição do Ministério Público Federal, salvo se for demonstrado interesse direto da União no caso concreto.

14. Ausência de atribuição do Ministério Público Federal para apurar fatos relacionados a concurso público para provimento de cargos em sociedade de economia mista. A apuração de fatos relacionados a concurso público para provimento de cargos em sociedade de economia mista não é, em regra, da atribuição do Ministério Público Federal. (alte-rado conforme deliberação do Colegiado na 4ª Sessão de Coordenação - 6/8/2018).