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J. Mauricio C. Mattos Filho nulidade no processo penal: restrições à ampla defesa em matéria sumulada nas cortes superiores brasileiras

MIOLO Nulidade 100719 Leticia - Moovin · 2019. 8. 1. · do processo penal brasileiro 29 1.2. O processo penal na Constituição da República de 1988: base principiológica 54 1.3

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J. Mauricio C. Mattos Filho

J. Mau

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as cortes superiores brasileiras

O Advogado criminalista e Professor José Maurício Cabral Mattos Filho, Mestre em Direito Constitucional, neste seu livro “Críticas à restrição

da ampla defesa em matéria sumulada nas Cortes superiores

brasileiras”, analisa de forma percuciente as Súmulas 273 do

Superior Tribunal de Justiça e 155 do Supremo Tribunal Federal,

não deixando dúvidas a respeito do momento crítico (e sombrio – Arendt) pelo qual passamos no

Direito Criminal brasileiro. O seu estudo é, a um só tempo, um alento

e um alerta para as atuais e as futuras gerações. Evoé!

Rômulo MoreiraProcurador de Justiça – MP/BA. Pro-

fessor de Processo Penal da UNIFACS.

Temos uma Constituição real, ou um compilado de papel? Neste livro Maurício Mattos

Filho reafirma a necessidade de interpretação da lei através dos princípios constitucionais mais

caros ao homem. As súmulas são perenes, mas não incontrastáveis...

As decisões reiteradas dos tribunais que as reafirmam, só têm legitimidade se não confrontarem

os direitos fundamentais conquistados, após muita luta, suor e sangue. É uma obra que inspira

as novas gerações a aprimorar a sociedade, promovendo uma

discussão jurídica que prestigia a Lei maior do Estado, razão de sua

própria existência.

João de Melo Cruz Filho Advogado criminalista.

Ex-Juiz do TRE/BA.

J. Mauricio C. Mattos Filho

Mestre em Direito Constitucional pela FDSM. Especialista em

Direito Penal e Direito Processual Penal pela Universidade Estácio de Sá. Professor de Direito Penal, Direito Processual Penal e Prática Penal em instituições do ensino do Direito no Estado da Bahia e no Estado de Minas Gerais.

Presidente do Conselho Estadual da Bahia da Associação Nacional

da Advocacia Criminal (ANACRIM-BA). É associado do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-

Graduação em Direito (CONPEDI). Membro do Instituto Brasileiro

de Direito Processual Penal (IBRASPP). Advogado Criminalista

desde (2002), regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil nas Seccionais do Estado

da Bahia e do Estado de Minas Gerais. Pesquisador CNPq.

Em breves e suaves linhas, podemos assentar que nos tempos de (neo)inquisição, a obra do Professor Maurício Mattos brindará o leitor com a possibilidade de repensar o processo penal distante

do senso comum teórico, como diria Warat, tendo o leitor a feliz chance de estudar e apreender o processo pautado nos

princípios constitucionais e convencionais que deve(riam) ser aplicados à legislação ordinária, assim a abordagem do livro

coloca uma visão crítica do direito, defendo, especialmente, uma postura divorciada da origem Facista do CPP de 1941 e da praxe

autoritária. Boa leitura a todos e avante na busca de um processo verdadeiramente democrático.

Marcelo Fernandez UraniMestre em Ciências Penais PUC/RS, Professor da Universidade do Estado da Bahia e da Universidade Federal da Paraíba. Advogado criminalista.

Uma obra de fôlego, análise precisa da história do Direito Penal com a visão de quem acredita no Direito de Defesa, coerente como

advogado e pesquisador, visitando com maestria o garantismo penal. Compreende a força dos princípios como propulsores da

Constituição Federal e importante instrumento de hermenêutica a ser utilizada pelo julgador, observando as regras que admitem a eficácia de normas, direitos e garantias fundamentais. Defende

o direito do acusado de estar presente em todos os momentos da instrução criminal, insistindo na indispensabilidade de

representação na coleta da prova oral. Trabalho didático, inédito e de grande colaboração para a ciência criminal. Parabéns!

Luiz Augusto CoutinhoAdvogado criminal, professor PhD e presidente da Caixa

de Assistência dos Advogados da Bahia (CAA-BA).

ISBN 978-65-80444-59-5

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ampla defesa em matéria

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Copyright © 2019, D’Plácido Editora.Copyright © 2019, José Mauricio Cabral Mattos Filho.

Editor ChefePlácido Arraes

EditorTales Leon de Marco

Produtora EditorialBárbara Rodrigues

Capa, projeto gráficoLetícia Robini

DiagramaçãoLetícia Robini

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,

por quaisquer meios, sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.

W W W . E D I T O R A D P L A C I D O . C O M . B R

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843, Savassi

Belo Horizonte – MGTel.: 31 3261 2801

CEP 30140-007

Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

MATTOS FILHO, J. Mauricio C.Nulidade no processo penal: restrições à ampla defesa em matéria sumu-

lada nas cortes superiores brasileiras -- Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2019.260 p.

ISBN: 978-65-80444-59-5

1. Direito. 2. Direito Penal. I. Título.

CDD341.5 CDU343

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“Não há como a força do Estado para garantir a liberdade dos seus membros”.

Rousseau, Jean-Jacques

“Não há outro meio de atalhar o arbítrio, senão dar contornos definidos e inequívocos

à condição que o limita”.

Barbosa, Ruy

“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos”

Arendt, Hannah

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Ao Dr. Mauricio Mattos, exemplo de médico e de ser humano. É o agradecimento de um

filho que nutre uma profunda admiração pelo pai e reconhece o seu esforço empenhado em prol do meu crescimento ao longo da vida e,

principalmente, durante o caminho dessa desafiante jornada. À minha mãe Lidia, irmãs Tessa e Thais e

avó Diva pelo carinho e paciência de sempre.

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Agradecimentos

A meu digníssimo orientador, Professor Doutor Hamil-ton da Cunha Iribure Júnior, exemplo ímpar de profissional, por ter aceitado, de plano, a orientação do presente trabalho. Agradeço, ainda, pelo profissionalismo e pelo apoio incon-dicional no desenvolvimento das atividades de pesquisa que, através das sempre oportunas e precisas observações, desde o início dessa caminhada até as derradeiras correções finais, sempre me incentivou a superar os intemperes a serem ven-cidos, não me permitindo tombar diante dos obstáculos que despontaram no curso dessa caminhada. Por fim, agradeço por sua amizade e atenção, sempre disponibilizando material para o desenvolvimento deste trabalho e pelo aprendizado que pude ser agraciado em decorrência da convivência no dia a dia acadêmico.

Aos Professores do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito do Sul de Minas e, em especial, aos Professores Doutores Rafael Simioni Lazzarotto e Edson Vieira da Silva Filho, pela contribuição na elaboração do presente trabalho ao dispensarem críticas e sugestões que pavimentaram o seu desenvolvimento.

Em especial agradecimento aos Professores Doutores Cristiano Thadeu e João Emílio Reis, ambos que aceitaram a missão de analisar e julgar o presente arrazoado, dispondo de

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seus tempos para se dedicar à minha avaliação, além de serem potenciais exemplos de mestres na docência e na pesquisa, algo tão escasso nos dias atuais.

Aos amigos da pós-graduação da FDSM/MG com quais me brindaram com a convivência e, em especial, aos amigos de hoje e de sempre Renato Gavião e Fabricio Adriano pelo companheirismo e apoio incondicional nessa jornada e aos amigos dos Grupos de Pesquisa Sapere Aude e Agr. Remake, pelo incondicional apoio nessa jornada.

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Sumário

Lista de abreviações 13

Prefácio 15

Apresentação 19

Introdução 23

1. Sistema constitucional de garantias: a ordem da Constituição da República de 1988 291.1. Breve análise crítica sobre a história

do processo penal brasileiro 29

1.2. O processo penal na Constituição da República de 1988: base principiológica 54

1.3. Um novo modelo de processo penal a partir do sistema constitucional 74

2. O direito de defesa no processo penal: sincronismo e morfologia constitucional 952.1. O devido processo legal como garantia

do acusado: aspectos fundamentais 95

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2.2. O direito de defesa e a ampla defesa constitucional 117

2.3. O direito de defesa e o contraditório 135

2.4. A defesa técnica efetiva e o modelo constitucional 152

3. Da concepção à consolidação das Súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF: análise dos critérios constitucionais 1653.1. Contextualização acerca da Súmula n. 155/STF 165

3.1.1. Historicidade e precedente 165

3.1.2. A Súmula n. 155/STF e sua interpretação à luz da Constituição da República de 1988 172

3.2. Contextualização da Súmula n. 273/STJ 187

3.2.1. Historicidade e precedente 187

3.2.2. A Súmula 273/STJ e sua conformidade constitucional 204

Conclusão 233

Referências 247

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Lista de abreviações

AR Aviso de Recebimento

art. Artigo

arts. Artigos

CADH Convenção Americana sobre Direitos Humanos

c.c. combinado com

CEDH Convenção Europeia dos Direitos do Homem

Cod. Código

Cód. Proc. Código de Processo

C.P. Código Penal

C.P.P. Código de Processo Penal

CPP Código de Processo Penal

DJ Diário da Justiça

DUDH Declaração Universal dos Direitos do Homem

GO Goiás

HC Habeas Corpus

MG Minas Gerais

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n. número

ONU Organização das Nações Unidas

PE Pernambuco

PIDCP Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos

PR Paraná

Rel. Min. Relator Ministro

Resp Recurso especial

RHC Recurso de Habeas Corpus

RS Rio Grande do Sul

SP São Paulo

STF Supremo Tribunal Federal

STJ Superior Tribunal de Justiça

T. Turma

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Prefácio

O convite do querido professor José Mauricio Cabral Mattos Filho para prologar sua importante obra, fruto de pesquisas acadêmicas concluídas com sua dissertação de mestrado, enche-me de júbilo.

E por qual razão assoma-me essa alegria?Em primeiro lugar em virtude da sua oportuna publica-

ção, tratando em sentido lato da ampla defesa, coincidir com tempos estranhos em que o processo penal brasileiro ganha foros de “vale-tudo” em prol do resultado (condenatório de preferência), resultado este pautado pelo eficientismo penal desabalado, consequência da conhecida “operação lava-jato”, que hoje teve o condão (independentemente daquilo que se possa destacar como positivo) de impor “relativizações” de direitos e garantias fundamentais conquistados com muita dificuldade em nosso país. E o que é mais grave, tudo isso, com a prevalência de discursos pautados pelo senso comum, contagiando e envolvendo significativa parcela do Judiciário brasileiro, ressalvando, por oportuno, as sempre conhecidas e honrosas exceções, daqueles que não se deixam subjugar e não se pautam pelo coro dos contentes.

Um dia desses, já saturado com o retorno das práticas inquisitoriais ao processo penal das delações espetaculares, ou dir-se-ia, das ficções premiadas, fiz consignar no átrio

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de um recurso: “No Brasil da pós-verdade, o MPF, com o aval de parte do Judiciário, criou uma causa supralegal de decretação da prisão preventiva, qual seja, prisão para delação. Hoje tem-se institucionalizada a prisão preventiva perpétua até que se delate”. Quer parecer-me que somente despertarão os incautos da letargia dominante, quando o irrefreável e ilimitado“pau que dá em Chico começar a dar em Francisco...”

E nesse cenário, se faz oportuna a obra do querido Mau-ricio Mattos, pois nos traz à baila e com clareza, o formato do nosso sistema de garantias à luz da Constituição de 1988, apresentando uma interessante análise crítica sobre a história do processo penal brasileiro, sua base principiológica pós-88 e o novo modelo de processo penal, no qual o Direito de Defesa conquista um novo e essencial espaço, com destaque merecido para a defesa técnica efetiva diante desse novo modelo constitucional.

Pois bem, sem descurar desse novo formato irrenunciável da ampla defesa é que o Autor, de modo brilhante, questiona desde a concepção até a consolidação das súmulas 273/STJ e 155/STF, com densa análise crítica dos seus enunciados e sua extensão de aplicação, tendo em vista o pressuposto da efetivação do direito de defesa no Estado Democrático e de Direito, com o viés da Constituição republicana de 1988, sem descurar da análise, inclusive, além das jurisprudências dos Tribunais brasileiros, da Corte Interamericana de Direi-tos Humanos e do Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

Pareceu-me digno de destaque, a frase do autor, em sua introdução, remetendo ao passado, porém, que se encontra mais atual do que nunca, qual seja, a de que “a história do processo penal remonta a um passado nebuloso, eivado de arbitrariedades perpetradas pelo Estado no exercício da ju-risdição penal frente ao indivíduo acusado, ora mitigando ou até mesmo suprimindo totalmente o seu direito de defesa. ”

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Elementos tão bem tratados na presente obra, como “os direitos e garantias constitucionais inerentes à defesa do indivíduo acusado na persecução penal, que segundo o autor devem ser materializados pelo Estado-Juiz no exercício da atividade jurisdicional a fim de que possibilite a sua plena concretude, conferindo eficiência e aplicabilidade às normas constitucionais como impõe um Estado Democrático e de Direito”, não tem encontrado a devida recepção pelos juízes espalhados pelo Brasil.

A magistratura brasileira na atuação criminal, em sua maioria, ainda não compreendeu o que o autor sustenta, quanto à gênese constitucional, de que, “para que ocorra a efetivação do processo penal democrático, no âmbito do Estado Democrático e de Direito, o magistrado deve garan-tir a paridade das armas entre a acusação e a defesa, e para que o indivíduo acusado tenha os seus direitos de defesa materialmente assegurados o Estado-Juiz deve proporcionar meios para que a atividade defensiva seja exercida diretamente pelo acusado e seu defensor constituído em todos os atos processuais no transcorrer da persecução penal”.

Andou muito bem o autor, quando sustenta que “os direitos de defesa do indivíduo acusado na persecução penal não devem ser entendidos como prerrogativas do acusado, mas como direitos públicos subjetivos com o fim de assegurar que a atividade jurisdicional penal seja exercida em solene respeito ao devido processo legal, possibilitando ao acusado participar ativamente do transcurso do processo para que possa influenciar diretamente no resultado final, uma exi-gência do Estado Democrático e de Direito”.

Que essa obra seja absorvida como néctar pelos Julgadores pátrios e que eles entendam, como tão bem leciona o autor, que “a Constituição da República de 1988 visando estabele-cer um processo penal nos moldes democráticos, institui um extenso rol de direitos e garantias processuais a ser observado

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pelo Estado-Juiz no exercício da atividade jurisdicional que asseguram ao indivíduo acusado exercer a sua ampla defesa, em plena conformidade ao devido processo legal”.

Portanto, nessa esteira de leitura da Constituição da República de 1988, alçando o direito à ampla defesa do in-divíduo acusado a um fundamental mecanismo de controle da atividade jurisdicional penal, sem o qual torna ilegítima toda a persecução penal é que se deve desafiar os contornos das súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF, que, a todas as luzes “violam os direitos fundamentais de defesa à luz da ampla defesa constitucional”.

Por fim, a alegria assoma-me, por um componente de nepotismo saudável, neste caso. Maurício Mattos é um primo querido que somente a idade adulta trouxe à minha convivência, e que ainda assim, segue distante entre Salvador e Brasília.

Meu querido primo, não sei se cabe ou mesmo se eu poderia, mas peço permissão, diante de tantas vezes ter sido comparado ao seu avô Orlando Bezerra, para consignar aqui a minha homenagem pessoal a esse ancestral comum, tão reverenciado por minha família paterna diante da forte personalidade e da capacidade intelectual.

Obrigado pela honra do prefácio e tenho certeza de que o livro que o leitor tem em mãos é uma obra indispen-sável para os espíritos livres, sensatos ou mesmo carregados de insensatez, mas, acima de tudo, críticos e cultores da democracia e das irrenunciáveis garantias conquistadas, as quais, em nome de quem, ou do que quer que seja, jamais devemos abrir mão.

Bruno Espiñeira LemosAdvogado criminalista. Procurador do Estado da Bahia.

Presidente da ANACRIM – DF.

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Apresentação

O sentimento de apresentar o trabalho desenvolvido pelo Professor José Maurício Cabral Mattos Filho durante o seu curso de Mestrado junto à saudosa Faculdade de Direito do Sul de Minas gera um duplo sentimento.

O primeiro sentimento é o de tristeza. Fico triste, como advogado criminalista e Professor de Direito Pro-cessual Penal, de ler mais um trabalho dedicado à leitura constitucional do processo penal no Brasil. Não que isso não seja desejável, obviamente, porém o esforço realizado pelo Professor José Maurício se tornou obrigatório por todos os operadores do direito seriamente comprometidos com a Constituição num período sóbrio que vivemos no País, com colaboração de nossa própria Corte Consti-tucional: interpretação conforme, ativismo judicial e até direito estrangeiro vem funcionando como justificativa para a completa deformação de direitos fundamentais dos cidadãos como da legalidade, da presunção de inocência e da tipicidade penal e processual penal.

Foi muito triste ouvir do Ministro Alexandre de Moraes que, dentre os motivos de sua felicidade de assumir cadeira no Supremo Tribunal Federal, estaria a possibilidade de auxiliar “... no combate à corrupção, no combate à criminalidade, que também é função do Poder Judiciário”.

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É triste ver o senso comum aplaudindo prisões pre-ventivas midiáticas, muitas das quais com o objetivo único e exclusivo de obter colaboração premiada, e criticando de-cisões tecnicamente impecáveis como a do Ministro Marco Aurélio (STF) ao decidir pela liberdade do goleiro Bruno ou a Ministra Maria Thereza (STJ) ao determinar o restabe-lecimento da prisão domiciliar da advogada Adriana, esposa do ex-Governador Sérgio Cabral.

O Direito Processual Penal vem passando por um teste de provação. Aliás, de sua própria sobrevivência.

Daí o sentimento, agora, de alegria e felicidade. O Pro-fessor José Maurício, sem se deixar abater por este espírito coletivo, vai, em muito boa hora, contra a corrente deste pensamento, e apresenta ao leitor atento um trabalho fun-damental, partindo da Constituição a fim de realizar uma leitura constitucionalmente adequada e correta das Súmulas 155, do STF – anterior à própria Constituição vigente –, e 273, do STJ.

O Professor José Maurício, como esperado, inicia seu trabalho com relevante exposição acerca do sistema cons-titucional de garantias previsto na Constituição de 1988, sugerindo, de forma brilhante, um novo modelo de processo penal a partir deste sistema. Chama atenção o cuidado e zelo do Professor José Maurício ao enunciar toda a base princi-piológica da Constituição, algo que o leitor passou a perceber apenas nos últimos anos na literatura nacional.

Em seguida, o Professor José Maurício introduz os prin-cípios fundamentais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório como argumentos à sua tese defendida, desenvolvida posteriormente no terceiro capítulo. Este de-senvolvimento teórico é fundamental à crítica pertinente e relevante que se segue, sobretudo com a necessidade não apenas de leitura constitucional das Súmulas 155, do STF, e 273, do STJ, mas sua real contextualização com o modelo de

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processo penal adotado por este sistema constitucional. Os princípios são dotados de alta carga normativa, e devem sempre ser densificados e valorados pelo intérprete no caso concreto.

Desta feita, o sentimento de tristeza é, em muito, superado pelo de alegria e felicidade. Primeiro, pelo imenso privilégio de poder apresentar o trabalho do Professor José Maurício; depois, pela oportunidade de ter tido o contato com uma obra de leitura obrigatória aos operadores do direito.

Sucesso ao Autor! Felicidades aos leitores.

Felipe Machado CaldeiraAdvogado criminalista. Pós-Doutor em Direito

pela Universidade de Oslo. Professor de cursos de pós-graduação em Direito da FGV Direito-Rio.

IN MEMORIAM

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Introdução

A investigação do vertente estudo se vale da análise crítica das Súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF como pressuposto da efe-tivação do direito de defesa no Estado Democrático e de Direito, insculpido pela Constituição da República de 1988. O enfoque pretendido é a busca da equidade entre o ideal de eficiência da persecução penal e o respeito aos demais direitos e garantias de defesa assegurada constitucionalmente ao indivíduo acusado.

Para a consecução dos objetivos do estudo foi empregada à análise documental (votos, acórdãos, ementas), pautada pelo método analítico, bem como aplicação técnica da pesquisa bibliográfica, da literatura jurídica e extrajurídica, nacional e internacional, além das jurisprudências dos Tribunais bra-sileiros, da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Utiliza-se, como técnica, a dedução para o alcance dos objetivos propostos no presente estudo.

A história do processo penal remonta a um passado nebuloso, eivado de arbitrariedades perpetradas pelo Estado no exercício da jurisdição penal frente ao indivíduo acusado, ora mitigando ou até mesmo suprimindo totalmente o seu direito de defesa.

Diante das arbitrariedades perpetradas pelo Estado em face do indivíduo acusado ao longo da história do processo

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penal, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, houve uma crescente preocupação internacional com os direitos humanos, desencadeando no plano internacional global e nos planos internacionais regionais uma série de tratados interna-cionais, cujos documentos inseriram em seus textos direitos e garantias fundamentais de defesa inerentes ao acusado na persecução penal para impor limites ao aparelho estatal no exercício da atividade jurisdicional penal.

Seguindo esta tendência internacional, o constituinte pátrio se inspirou e inseriu na Constituição da República de 1988 um extenso rol de direitos e garantias fundamen-tais inerentes ao direito de defesa do indivíduo acusado na persecução penal.

Os direitos e garantias constitucionais inerentes à de-fesa do indivíduo acusado na persecução penal devem ser materializados pelo Estado-Juiz no exercício da atividade jurisdicional a fim de que possibilite a sua plena concretude, conferindo eficiência e aplicabilidade às normas constitu-cionais como impõe um Estado Democrático e de Direito.

Sob essa ótica, para que ocorra a efetivação do processo penal democrático, no âmbito do Estado Democrático e de Direito, o magistrado deve garantir a paridade das armas entre a acusação e a defesa, e para que o indivíduo acusado tenha os seus direitos de defesa materialmente assegurados o Estado-Juiz deve proporcionar meios para que a atividade defensiva seja exercida diretamente pelo acusado e seu defen-sor constituído em todos os atos processuais no transcorrer da persecução penal.

A par disso, os direitos de defesa do indivíduo acusado na persecução penal não devem ser entendidos como prer-rogativas do acusado, mas como direitos públicos subjetivos com o fim de assegurar que a atividade jurisdicional penal seja exercida em solene respeito ao devido processo legal, possi-bilitando ao acusado participar ativamente do transcurso do

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processo para que possa influenciar diretamente no resultado final, uma exigência do Estado Democrático e de Direito.

Assim a Constituição da República de 1988 visando es-tabelecer um processo penal nos moldes democráticos, institui um extenso rol de direitos e garantias processuais a ser obser-vado pelo Estado-Juiz no exercício da atividade jurisdicional que asseguram ao indivíduo acusado exercer a sua ampla defesa, em plena conformidade ao devido processo legal.

Na esteira dessas considerações fica patente a natureza garantista das normas constitucionais introduzidas pela Cons-tituição da República de 1988, alçando o direito à ampla defesa do indivíduo acusado a um fundamental mecanismo de controle da atividade jurisdicional penal sem o qual torna ilegítima toda a persecução penal.

No que diz respeito à Súmula n. 155, do Supremo Tri-bunal Federal, aprovada em sessão plenária de 13/12/1963, que aduz: “É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquiri-ção de testemunha”, a partir do advento da Constituição da República de 1988 deve ser analisada sob outro prisma, ou seja, deve ser interpretada à luz das normas constitucionais.

A Súmula n. 273, do Superior Tribunal de Justiça, apro-vada em julgamento na data de 11/09/2002, cujo enunciado aduz que: “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juí-zo deprecado”, não coaduna com os princípios fundamentais positivados no texto constitucional, o que impõe uma nova análise sob a luz das normas constitucionais atinentes aos direitos de defesa do indivíduo acusado na persecução penal.

Dessa exposição o objetivo geral do presente estudo é analisar os contornos que a incidência das súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF acarretam no direito fundamental de de-fesa do indivíduo acusado para a efetivação do julgamento justo e igualitário à luz do processo penal contemporâneo.

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Dentre os objetivos específicos destacam-se analisar a natureza jurídica e o fundamento do direito de defesa cons-titucionalmente assegurado pela Constituição da República de 1988; identificar e analisar os parâmetros jurisprudenciais precedentes que originaram as súmulas n. 273/STJ e 155/STF como posicionamento predominante; verificar se as súmulas n. 273/STJ e 155/STF violam o direito fundamental de defesa constitucionalmente assegurado.

A importância de uma pesquisa voltada ao estudo da efetividade do direito fundamental de defesa na persecução penal, se faz à luz da necessidade de que todo o ordenamento infraconstitucional se molde nos quadrantes das vigas mestras previstas no texto da Carta Maior, materializando a imposição normativa constitucional.

É sob esse enfoque que no presente estudo analisa-se o critério legal da legislação processual penal infraconstitucio-nal vigente no Brasil, bem como se a jurisprudência pátria é adequada à efetivação do direito fundamental de defesa do indivíduo acusado na persecução penal, ou se necessitam de alteração, ou de um novo paradigma.

O presente estudo apresenta uma grande importância teórica, quer porque tem por escopo analisar possíveis vio-lações dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo acusado, analisando seus limites e contornos; quer porque tem por objetivo analisar se as súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF estão em conformidade com o direito de defesa do acusado, pois as normas infraconstitucionais devem ser definidas a partir da matriz constitucional, o que já revela a relevância do tema e sua atualidade no Estado Democrático e de Direito.

Tecidas tais considerações, o presente estudo tem, ainda, por finalidade, atualizar o tema segundo uma ótica do proces-so penal contemporâneo, colocando o indivíduo acusado no centro das atenções, como verdadeiro sujeito de direitos na persecução penal. A violação pelo Estado-Juiz de direitos e

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garantias fundamentais do acusado no exercício da atividade jurisdicional é um problema recorrente, que demanda um estudo mais amplo e acurado abrangendo a concepção do direito de defesa efetiva na persecução penal e suas múltiplas manifestações no ordenamento constitucional e processual penal, cuja efetivação é imperiosa para a formação de um Estado Democrático e de Direito pleno.

A este propósito, se avalia no presente estudo se as súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF violam os direitos funda-mentais de defesa à luz da ampla defesa constitucional sob o enfoque do exercício efetivo do direito de defesa, utilizando a perspectiva do garantismo penal Ferrajoliano em contra ponto as diretrizes das súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF.

Para que os objetivos pretendidos sejam aqui alcançados a redação do estudo está estruturada em capítulos, na forma que se constrói ordenadamente o objeto proposto.

O Capítulo 1 - Sistema constitucional de garantias: a ordem da Constituição da República de 1988 – colaciona uma breve análise sobre a história do processo penal brasi-leiro. Para tanto, toma-se como de partida os antecedentes históricos da formação linear da persecução penal desde a Antiguidade. A partir daí, com ênfase no direito de defesa do indivíduo acusado, analisa-se o desenvolvimento do processo penal no Brasil até o advento da Constituição da República de 1988, que introduziu um novo modelo de processo penal.

Nesse capítulo são também avaliados a eficiência e o garantismo que se exige das normas constitucionais no pro-cesso penal contemporâneo. Para isso é lançado uma análise do direito de defesa do indivíduo acusado sob a ótica da doutrina do garantismo penal proposta do Ferrajoli.

O Capítulo 2 - O direito de defesa no processo penal: sincronismo e morfologia constitucional – tem por finalidade principal ressaltar a morfologia constitucional do direito de defesa expresso no texto constitucional. Para tanto, é analisado

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o princípio do devido processo legal na persecução penal, bem como dois de seus principais pilares de sustentação, quais sejam o direito à ampla defesa e ao contraditório, analisando seus limites e contornos no processo penal contemporâneo.

Além da análise desses princípios constitucionais, é avaliado o verdadeiro alcance do que seja o exercício efe-tivo do direito de defesa do indivíduo acusado no processo penal contemporâneo.

O Capítulo 3 - Da concepção à consolidação das súmu-las n. 273/STJ e n. 155/STF: análise dos critérios constitu-cionais – Analisam-se no primeiro momento os precedentes que originaram a edição das súmulas n. 273/STJ e n. 155/STF. A partir daí, adota-se os princípios constitucionais que asseguram ao indivíduo acusado o direito de defesa na per-secução para auferir se tais súmulas estão em plena confor-midade com a ordem constitucional de 1988.

Os pontos nodais do presente estudo conduzem à Con-clusão ao final deste. Nessa seção são apontadas as principais considerações do confronto realizado entre as hipóteses levantadas no início do estudo e a pesquisa doutrinária reali-zada ao longo do trabalho, esta que sempre teve por objetivo analisar a conformidade das súmulas n. 273/STJ e 155/STF com a Constituição da República de 1988.

A derradeira seção que complementa o presente estudo é a bibliografia. Nesta seção está inserido o rol dos títulos em doutrina nacional e estrangeira que originam as proposições aqui enredadas.

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J. Mauricio C. Mattos Filho

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O Advogado criminalista e Professor José Maurício Cabral Mattos Filho, Mestre em Direito Constitucional, neste seu livro “Críticas à restrição

da ampla defesa em matéria sumulada nas Cortes superiores

brasileiras”, analisa de forma percuciente as Súmulas 273 do

Superior Tribunal de Justiça e 155 do Supremo Tribunal Federal,

não deixando dúvidas a respeito do momento crítico (e sombrio – Arendt) pelo qual passamos no

Direito Criminal brasileiro. O seu estudo é, a um só tempo, um alento

e um alerta para as atuais e as futuras gerações. Evoé!

Rômulo MoreiraProcurador de Justiça – MP/BA. Pro-

fessor de Processo Penal da UNIFACS.

Temos uma Constituição real, ou um compilado de papel? Neste livro Maurício Mattos

Filho reafirma a necessidade de interpretação da lei através dos princípios constitucionais mais

caros ao homem. As súmulas são perenes, mas não incontrastáveis...

As decisões reiteradas dos tribunais que as reafirmam, só têm legitimidade se não confrontarem

os direitos fundamentais conquistados, após muita luta, suor e sangue. É uma obra que inspira

as novas gerações a aprimorar a sociedade, promovendo uma

discussão jurídica que prestigia a Lei maior do Estado, razão de sua

própria existência.

João de Melo Cruz Filho Advogado criminalista.

Ex-Juiz do TRE/BA.

J. Mauricio C. Mattos Filho

Mestre em Direito Constitucional pela FDSM. Especialista em

Direito Penal e Direito Processual Penal pela Universidade Estácio de Sá. Professor de Direito Penal, Direito Processual Penal e Prática Penal em instituições do ensino do Direito no Estado da Bahia e no Estado de Minas Gerais.

Presidente do Conselho Estadual da Bahia da Associação Nacional

da Advocacia Criminal (ANACRIM-BA). É associado do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-

Graduação em Direito (CONPEDI). Membro do Instituto Brasileiro

de Direito Processual Penal (IBRASPP). Advogado Criminalista

desde (2002), regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil nas Seccionais do Estado

da Bahia e do Estado de Minas Gerais. Pesquisador CNPq.

Em breves e suaves linhas, podemos assentar que nos tempos de (neo)inquisição, a obra do Professor Maurício Mattos brindará o leitor com a possibilidade de repensar o processo penal distante

do senso comum teórico, como diria Warat, tendo o leitor a feliz chance de estudar e apreender o processo pautado nos

princípios constitucionais e convencionais que deve(riam) ser aplicados à legislação ordinária, assim a abordagem do livro

coloca uma visão crítica do direito, defendo, especialmente, uma postura divorciada da origem Facista do CPP de 1941 e da praxe

autoritária. Boa leitura a todos e avante na busca de um processo verdadeiramente democrático.

Marcelo Fernandez UraniMestre em Ciências Penais PUC/RS, Professor da Universidade do Estado da Bahia e da Universidade Federal da Paraíba. Advogado criminalista.

Uma obra de fôlego, análise precisa da história do Direito Penal com a visão de quem acredita no Direito de Defesa, coerente como

advogado e pesquisador, visitando com maestria o garantismo penal. Compreende a força dos princípios como propulsores da

Constituição Federal e importante instrumento de hermenêutica a ser utilizada pelo julgador, observando as regras que admitem a eficácia de normas, direitos e garantias fundamentais. Defende

o direito do acusado de estar presente em todos os momentos da instrução criminal, insistindo na indispensabilidade de

representação na coleta da prova oral. Trabalho didático, inédito e de grande colaboração para a ciência criminal. Parabéns!

Luiz Augusto CoutinhoAdvogado criminal, professor PhD e presidente da Caixa

de Assistência dos Advogados da Bahia (CAA-BA).

ISBN 978-65-80444-59-5