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1 Mobilidade Sustentável Transporte Público Vs Transporte Privado Pedro Abreu Bruna Cardoso Daniel Afonso Carlos Meireles Pedro Vinagre João Oliveira Turma 06

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Mobilidade  Sustentavel

Transporte Público Vs Transporte Privado

Pedro Abreu

Bruna Cardoso Daniel Afonso

Carlos Meireles Pedro Vinagre

João Oliveira

Turma 06

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Índice

Introdução

Definição de Mobilidade Sustentável

Transporte Público vs. Transporte Privado

Conclusão e Bibliografia

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Introdução

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a mobilidade sustentável em meio urbano no contexto atual. Antes de se desenvolver esse mesmo talvez fosse importante ter em conta alguns conceitos gerais como mobilidade urbana e o que se considera ser a mobilidade sustentável.

Mobilidade urbana é definida como o modo e a frequência com que as pessoas se deslocam para satisfazer todo o tipo de necessidades – das  “obrigatórias”  (associadas  ao  trabalho,  escola  e ao abastecimento das famílias) às opcionais (lazer, social, etc.) – fácil será concluir que esta seja hoje considerada como um direito adquirido, pelo menos nas sociedades de matriz cultural ocidental. Todavia, também começa a ser inquestionável que o exercício desse direito de forma universal acarreta custos económicos, sociais e ambientais incomportáveis para o próprio funcionamento dessas sociedades. O aumento continuado das emissões de gases com efeito de estufa associado ao sector dos transportes, os crescentes congestionamentos de tráfego e por sua vez a poluição sonora – no tempo e no espaço – e a destruição ou desvalorização dos espaços públicos, com a consequente deterioração da qualidade do ambiente urbano, tornam cada vez mais evidente a insustentabilidade do modo como essa mobilidade se exerce na atualidade e apontam para a imperiosa necessidade de se encontrarem soluções que, sem porem em causa esse direito, o condicionem às suas consequências ambientais e económicas.

Pelas suas múltiplas implicações nos três domínios de referência em que se equaciona o conceito de desenvolvimento sustentável – social, ambiental e económico – a mobilidade urbana surge assim, nos nossos dias, como uma questão premente e de significativa importância social associada então á temática da mobilidade sustentável.

Como se poderá então definir com mais objetividade o que se entende por uma mobilidade sustentável? De uma forma simples poderemos dizer que uma mobilidade sustentável é aquela que, dando resposta às necessidades de deslocação das pessoas, se realiza através de modos de transporte sustentáveis.

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Definição de Mobilidade Sustentável

Segundo o Conselho Europeu dos Ministros de Transportes (CEMT, 2006) definiu como sistema de transporte sustentável o que:

• permite responder às necessidades básicas de acesso e desenvolvimento de indivíduos, empresas e sociedades, com segurança e de forma compatível com a saúde humana e o meio ambiente, fomentando ainda a igualdade dentro de cada geração e entre gerações sucessivas;

• resulta exequível, opera equitativamente e com eficácia, oferece uma escolha de modos de transporte e apoia uma economia competitiva, assim como um desenvolvimento regional equilibrado;

• Limita as emissões e os resíduos ao nível da capacidade de absorção do planeta, usa energias renováveis ao ritmo da sua geração e utiliza energias não renováveis às taxas de desenvolvimento dos seus substitutos por energias renováveis, ao mesmo tempo que minimiza o impacte sobre o uso do solo e a poluição sonora.

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Transporte publico vs. Transporte privado

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a mobilidade sustentável no que diz respeito ao uso de transportes públicos e privados. Para tal fez-se a comparação entre estes dois últimos no que diz respeito a vantagens e desvantagens a vários níveis (económico, ecológico, etc.) assim como um breve exemplo prático destes tópicos já mencionados. Foram traçadas também medidas para a diminuição de todos os problemas associados pessoa.

Segue uma avaliação da mobilidade sustentável mais concretamente no que diz respeito ao uso de transportes públicos e privados. Podemos comparar então transportes públicos com privados. Ambos no que diz respeito a vantagens e desvantagens a vários níveis (económico, ecológico, etc.), que acabam também por ser o motivo da preferência do consumidor face á sua necessidade de deslocação em meio urbano. Nesta linha de ideias surge também algumas estratégias para diminuir as consequências negativas, para a comunidade e o ambiente, deste uso excessivo de veículos privados.

Comecemos pelas vantagens mais visíveis que são a liberdade de escolha de horários e rota, a possibilidade da viagem ser porta a porta, maior velocidade, menor percurso e sem esperas, a possibilidade de fazer paragens intermediárias, maior privacidade e conforto.

Antes de vermos as desvantagens é vantajoso explicar algumas consequências negativas dos meios de transporte privados para a comunidade e o ambiente que serão uma introdução para o próximo tópico.

Destas desvantagens temos:

•Degradação  da  via,  e  a  necessidade  de  grandes  investimentos  de  recursos  públicos  na  expansão e manutenção da infraestrutura viária e nos sistemas de controlo de tráfego;

Todas essas regalias que o veículo privado pode oferece são insignificantes se não houver um bom sistema de estradas e outras infraestruturas a permitir uma fácil e eficaz deslocação. Como tal o aumento do número de veículos a movimentarem-se diariamente tem de ser acompanhado com a melhoria e/ou expansão das infraestruturas de suporte à deslocação.

A grande desvantagem, entre outras, é o grande investimento que as autarquias têm que fazer periodicamente para assegurarem que todos os cidadãos que necessitem de se deslocar o consigam fazer com a eficácia que o veículo particular consegue ter, bem como o investimento inicial necessário para cada via de domínio público.

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•Grande  consumo  de  energia,  comprometendo  o  desenvolvimento  sustentável  o  que  por  sua  vez causa a necessidade de uso de outras fontes de energia o que não só mas também provoca o aumento da poluição ambiental ;

Falando agora das desvantagens temos o investimento na aquisição do veículo e despesas associadas, maior custo mensal \ anual, despesas com pagamento de estacionamentos e portagens, e risco de acidentes. A própria necessidade de dirigir em si acaba por ser uma desvantagem no que diz respeito a distrações, cansaço etc. que pode prejudicar a condução. Mudando agora o foco da nossa comparação para os transportes públicos temos que as grandes vantagens destes são: menor custo e impacto ambiental (poluição sonora e ambiental).

Quem utiliza diariamente os transportes públicos sabe que os problemas são quase sempre os mesmos em termos gerais, ou seja, falta de conforto em hora de ponta, por vezes um maior tempo de viagem devido ao trajetos escolhidos para que toda a gente possa ter a oportunidade de deslocar autonomamente, rigidez de horário e a necessidade de transbordo que por exemplo de inverno é incomodo.

É necessário salientar que a adesão ao uso de transportes públicos coletivos tem-se mantido constante ao longo dos anos, como podemos ver no seguinte gráfico, podendo apenas verificar-se uma maior adesão ao metro uma vez que confere mais conforto e menos problemas técnicos em termos de greves, esperas, atrasos e conforto.

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Para concluirmos esta comparação a apresentamos um estudo no qual escolhemos um percurso que um dos alunos intervenientes do grupo faz diariamente para chegar á FEUP de forma a podermos comparar todas estas vantagens e desvantagens de ambos estes meios de transporte.

Exemplo prático:

Trajeto: Rio Tinto\ S. Roque ---- >FEUP

De autocarro

Tempo de espera entre os autocarros

Duração da viagem

Nivel de Conforto

Horas de Ponta (entre as 7 e as 9h e entre as 18 e as 19h)

De 20 em 20 ou 15 em 15 minutos

30 a 40 minutos

Pouco ou quase nenhum, autocarro super lotado

Outras (hora de almoço, fim do dia 17h)

Aproximadamente 15 minutos

Nivel razoável de conforto, com lugares vagos para sentar

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Trajeto de carro

Tempo de engarrafamento

Duração da viagem

Nivel de conforto

Acessibilidade

Horas de ponta

Confortável Pouca acessibilidade

Outras Confortável

Segurança:

Pouco seguro, devido ao congestionamento e a grande possibilidade de ocorrência de acidentes na autoestrada.

Acessibilidade:

Aluno FEUP: possibilidade de estacionamento no parque da faculdade

Outra pessoa: Grande dificuldade em arranjar sítio para estacionar e possibilidade de ter que pagar paquímetro

Diário Mensal Preço

3,05€  em  média  (carro médio a gasolina)

Aprox 60,9€ Carros Autocarro Bicicletas

S.Roque

5\ 10 minutos

5 minutos

Asprela FEUP Meiral

Autocarro: stcp 205 Castelo Queijo

Autocarro: stcp 804 Hosp. S.João

5,1km

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Outras vertentes:

Maior fonte de gases poluentes para o ambiente já comprovado anteriormente e a contribuição para a poluição sonora.

Relacionando um pouco o problema da poluição sonora com a temática do trabalho ou seja na mobilidade sustentável temos que com o aumento do uso de veículos privados resultou o aumento da poluição sonora. Isto surge porque os carros e por sua vez o tráfego em meio urbano constituem uma grande fonte de ruído uma vez que imitem sons com intensidade superior á tolerada pelo ouvido humano (85 dB) no que diz respeito ao efeito nocivo que estas intensidades têm para o ouvido humano.

“Um  dos  maiores  problemas  ambientais  em todo o mundo é precisamente o ruído. Tal facto, deve-se à da proliferação de estabelecimentos; de indústrias; das atividades de lazer ruidosas; do tráfego (ex. automóveis, motociclos, aviões, veículos pesados de passageiros e mercadorias) e de obras (ex. betoneiras, escavadoras, martelo pneumático).

Dados da Comissão Europeia, de 1996, mostravam que já nessa altura, cerca de 20% da população europeia estava diariamente exposta a níveis de pressão sonora acima dos 56 dB, nível a partir dos quais, há geralmente, perturbações do sono, na saúde e no bem-estar dos cidadãos. Em termos económicos, o ruído ambiental já tinha um custo para a sociedade de, aproximadamente, 0,2 a 2% do PIB de cada Estado membro da U.E. (Fonte: Livro Verde para as futuras políticas relativas  ao  ruído).”

Origem do som Intensidade do som (dB)

Aragem nas folhas de uma árvore

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Conversa numa sala de estar

60

Escritório Comercial 65 Rua movimentada 80 Tráfego urbano em hora de ponta

90

Cortador de relva 90 Martelo pneumático (obras)

100

Buzina de um carro 110 Concerto rock 120 Avião a baixa altitude 130 Fogos de artificio 140

Preço

Titulo agente unico - 1,80€

Titulo andante 1 viagem z2 – 1,20€

Passe mensal estudante não bolseiro aprox  20€  estudante  bolseiro  15€

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Sabendo que o ouvido pode sofrer lesões a partir dos 85 dB, e que 120 dB corresponde ao limiar da dor, verificamos que qualquer habitante de uma cidade de média ou grande dimensão está diariamente exposto a agressões múltiplas com consequências que poderão ser irreversíveis.

O efeito nefasto do ruído não depende apenas do tipo de ruído e da sua intensidade, mas também da sua duração e das características da própria pessoa sujeita à poluição sonora. Uma pessoa, por exemplo, pode se sentir incomodada com um ruído mas as medições não acusarem intensidade elevada.

Ações para reduzir o uso do carro

As ações para reduzir o uso do carro em meio urbano passam maioritária pela melhoria e desenvolvimento do atual sistema de transportes públicos, de modo a que os cidadãos se sintam que têm mais vantagens em usar este sistema em vez do carro. Ou seja estas melhorias no transporte público coletivo passam pela implantação de tecnologia diferenciada e de qualidade, melhoria da imagem e do serviço prestado.

Implantação de tecnologia diferenciada

Em breve, quem quiser viajar nos transportes públicos da capital poderá utilizar o telemóvel ou um cartão multibanco em vez do tradicional bilhete, com a ajuda de soluções tecnológicas apresentadas em Lisboa. Constitui uma mais-valia para o utilizador uma vez que evita filas de espera e representa uma maior eficiência face á agitada vida urbana.

Estas tecnologias, apresentadas na feira Portugal Tecnológico - que decorre em Lisboa - pretendem "revolucionar por completo o modelo tradicional de venda de títulos de transporte", permitindo entrar nos transportes públicos ao encostar o telemóvel ou um cartão de crédito ou débito ao validador ou porta de acesso, como atualmente se faz com os cartões Lisboa Viva e VivaViagem.

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Melhoria da imagem e serviço

Arranjos nas paragens de autocarros – a camara municipal deve proceder ao arranjo das paragens que não estiverem em boas condições estabelecendo como prioridade as mais centrais; a paragem ideal deve ter: abrigo para a chuva, bancos e espaço para colocar a informação aos utilizadores;

Melhoria da imagem dos operadores – limpeza e cuidado do interior dos veículos;

Uniformidade de tarifário – deve existir apenas um tipo de passe ou bilhete, exemplo extensão da rede andante que já tem coligação com várias empresas de transporte: etg, valpi etc o que conduziria a uma redução de custos para os utilizadores uma vez que empresas privadas de transportes implica maiores custos.

Subsídios às tarifas públicas

“Os  bilhetes  e  passes  sociais  vão  aumentar  a  1  de  Agosto,  cumprindo-se assim uma das medidas da  ‘troika’. O Governo vai comunicar hoje às operadoras de transporte público que os bilhetes e  passes  sociais  devem  sofrer  um  aumento  médio  de  15%  já  a  partir  do  próximo  dia  1  de  Agosto.”  21/07/11 00:05 Diário de Noticias Economia

Alteração de medidas implementadas pela troika face ao tema dos bilhetes\ senhas e passes

socias.

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Implementação de prioridades viárias – faixas exclusivas aos transportes públicos. (1)

Tarifas pela utilização de certas vias; (2)

Faixas para autocarros (2)uso indevido das faixas prioritárias para autocarros

•Incentivo  ao  uso  compartilhado;

Carpooling

É o conceito de partilha de carros em percursos diários entre casa e trabalho, com o objetivo de dividir despesas e o impacto ambiental, funciona desde há muito em vários países e é um fenómeno novo em Portugal. Desta forma há uma diminuição do congestionamento em locais de maior tráfego proporcionando uma redução de emissões de dióxido de carbono.

Este fenómeno tem ganhado tanta importância nos dias de hoje que já se verifica a implementação de fachas exclusivas a carros com mais de dois passageiros.

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Carsharing

O Carsharing é uma forma de mobilidade individual/coletiva inovadora que permite alugar um carro sem qualquer tipo de burocracia e pode ser feito através de internet ou do telefone. A recolha do veículo é depois feita num dos pontos de recolha/entrega de viaturas que estão espalhados pelas cidades. O uso deste serviço permite a redução de custos inerentes à aquisição de veículo próprio, assim como à sua manutenção, a diminuição da poluição atmosférica e do congestionamento de tráfego.

Incentivo ao transporte a pé, bicicleta, ou outros meios ecológicos:

Incentivos ao transporte pedestre

A transformação de uma cidade para automóveis para uma para pedestres deve-se à revalorização do viver na cidade em contraponto ao colapso dos grandes centros urbanos, que têm sofrido com o excesso de veículos, principalmente automóveis e autocarros.

A redução da extensão dos caminhos, a acessibilidade a eles, o conforto do percurso etc motivam os novos projetos que, sempre que possível, agregam pedestres e ciclistas, de forma a possibilitar uma convivência segura e harmoniosa entre as modalidades. Os projetos de mobilidade urbana sustentável, voltados para os pedestres, ciclistas e pessoas portadoras de necessidades especiais, valorizam a escala de pedestres, o acesso universal aos equipamentos e bens da cidade, bem como proporcionam a redução dos conflitos entre pedestres, veículos automotores e ciclistas.

Apesar da Declaração dos direitos das pessoas portadoras de deficiência ter sido elaborada em 1975, até hoje ainda há muita resistência e desconhecimento em relação à acessibilidade universal, apesar da ONU insistir junto aos seus países membros na eliminação de obstáculos e barreiras arquitetónicas e sensoriais, tanto nos bens construídos quanto no meio urbano.

Incentivos ao uso de bicicleta

Economia de tempo

Testemunhos

“Levo  sempre  30  minutos  no  trajeto do trabalho até em casa, tendo trânsito ou não, com chuva ou com sol, em qualquer horário. De carro, esse tempo chegava a uma hora e meia, nos piores dias.  Cheguei  até  a  levar  duas  horas  de  carro  nesse  mesmo  trajeto,  em  um  dia  de  chuva!”

Os Desafios Intermodais realizados em várias cidades do país comprovam que a bicicleta é bem

mais rápida que o carro nas grandes cidades nos horários de pico.

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Economia de dinheiro

Combustível,  estacionamento,  seguro,  troca  de  óleo,  mecânico…  Tudo  isso  fica  para  trás.  E  as  peças e eventuais reparos de uma bicicleta têm custo muito baixo, principalmente se comparados com os de um automóvel. O investimento para adquirir o veículo também é muitíssimo menor.

Menos stress no trajeto

O transito pode causar por vezes stress nos condutores que querem ir para o trabalho a horas ou que querem regressar a casa após um cansativo dia de trabalho.

Mudança no humor

Além da diminuição do stress relacionado ao trânsito, as endorfinas liberadas pelo exercício contribuem para um relaxamento muscular e mental que faz os praticantes de atividade física regular verem a vida com outros olhos. O humor melhora tanto no trabalho como em casa. E um relacionamento melhor com os colegas proporciona um ambiente de trabalho mais agradável para todos.

Produtividade no trabalho

A produtividade no trabalho aumenta, em decorrência do melhor humor e da diminuição do stress. A cabeça tranquila permite um melhor julgamento em situações críticas.

Menor preocupação com assaltos

Por incrível que possa parecer, ficamos muito mais tranquilos na bicicleta do que dentro de um carro em relação a assaltos. Na bicicleta, há uma visão muito abrangente do que está em volta, o que permite identificar rapidamente alguém com atitude suspeita, evitando o confronto.

Não coloca vidas em risco

Uma pessoa tem que ser muito criativa para conseguir matar outra com uma bicicleta. Já com os carros, basta tentar acender um cigarro, atender o telemóvel, mudar a estação do rádio, ou mesmo olhar para o lado errado na hora errada e pronto corre-se o risco de ocorrer um acidente. Por exemplo: os veículos automóveis causam 30 mil mortes e 320 mil feridos por ano no Brasil. São números comparáveis aos das guerras. Para se ter uma idéia, no ataque às torres gêmeas de 11 de setembro de 2001 morreram cerca de 3 mil pessoas – um décimo do que o trânsito mata por ano .

Não polui e respira-se um ar menos poluído

Obviamente não sendo motorizada e por sua vez não emitindo gases poluentes nem contribuindo para a poluição sonora a bicicleta é um meio de transporte muito ecológico.

E não é só por não gerar poluição! Ao contrário do que se pensa, o ar dentro dos veículos é mais poluído do que o ar do lado de fora. A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento

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Ambiental, ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista), o Instituto do Coração e a  “Associação  da  Qualidade  do  Ar  em  Interiores  dos  Estados  Unidos” afirmam isso.

Saúde e vida mais longa

A atividade física regular previne doenças cardíacas e AVCs, hipertensão, ajuda a controlar o

diabetes, aumenta a resistência aeróbica, reduz a obesidade, ativa a musculatura de todo o corpo, diminui a ocorrência de doenças crônicas.. Adotar a bicicleta é uma maneira simples (e barata) de encaixar essa atividade física no seu dia a dia.

Os resultados físicos são visíveis

Há aumento de massa muscular, queima de calorias e melhoria da capacidade respiratória.

Medidas de incentivo ao uso de bicicletas em meio urbano:

Aluguer de bicicletas

A maior vantagem do sistema de aluguer temporário de bicicletas é o incentivo ao uso da bicicleta para pequenos trajetos ao longo do dia. O ciclista não precisa se preocupar onde vai deixar a bicicleta após o uso, ele pode usar o sistema em conjunto com outros meios públicos de transporte e até com o carro.

Além de beneficiar as pessoas que alugam a bicicleta individualmente, o coletivo também é beneficiado porque quanto mais bicicletas nas ruas, maior será o respeito dos motoristas. E o sistema também pode incentivar quem nunca pensou em pedalar a experimentar a bicicleta.

“Seis  meses  após  o lançamento do sistema de aluguel de bicicletas em Londres, o prefeito da cidade, Boris Johnson, comemora os resultados do programa. Segundo as primeiras estatísticas, mais de 20 mil viagens de bicicleta são feitas usando o sistema de aluguel, com cidadãos deixando de usar o sistema de ônibus e metrô e usando a bicicleta como principal meio de transporte.”

Ciclo faixas e ciclovias

A criação de novas ciclovias e ciclo faixas é provavelmente a maior tendência para as cidades que pensam a bicicleta como uma alternativa ao carro.

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Em Portugal é cada vez mais comum vermos em zona mais turísticas e balneares estas zonas próprias bem como em estradas de grandes acessos.

Criação de mais parques de bicicletas

De forma a evitar estes casos

Incentivo à comutação

Para que cada vez mais pessoas passem a usar a bicicleta como meio de transporte, é necessário que a administração pública facilite o uso combinado da bicicleta com outras formas de transporte, como o autocarro, metro e comboio. Sendo o autocarro o mais prioritário, uma vez ser difícil transportar bicicletas neste meio.

Um autocarro com um apoio para bicicletas na parte da frente, muito usado no exterior, está em fase de testes em São Paulo. Este é um projeto que pode dar certo e facilitar muito a vida de muitos ciclistas.

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Vantagens gerais do uso de bicicleta

1. É possível alugar as bicicletas; 2. Ecológico: diminui a poluição atmosférica, sonora e visual, por ser um transporte silencioso e não poluente; 3. Baixo custo; 4. Melhora a circulação das pessoas; 5. Diminui o trânsito de carros das cidades; 6. É um transporte flexível;

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Conclusões Mais recentemente, o conceito de mobilidade e, por conseguinte, a gestão da mobilidade urbana passa a ser mais abrangente e complexa, isto é, passa a considerar a gestão da mobilidade das pessoas e não dos veículos, como acontecia anteriormente. Além disso, hoje, estuda-se e procura-se implementar a chamada mobilidade sustentável, procurando proporcionar a deslocação necessária para a população com meios de transportes que não agridam tanto o meio ambiente. Em síntese, houve evolução na questão dos conceitos, na criação de mecanismos e políticas, porém, com resultados ainda pouco práticos no dia-a-dia do cidadão e com gradual agravação devido a questões políticas e económicas do país. É preciso mais vontade política para colocar em prática as ações voltadas para a mobilidade urbana sustentável para que haja uma maior qualidade de vida.

Bibliografia

http://ambiente.maiadigital.pt/ambiente/ruido/mais-informacao-1/sobre-a-poluicao-sonora/

http://vadebike.org/2006/06/por-que-ir-de-bicicleta/

http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2009-2/transportes_urbanos/pages/bicicleta.html

http://www.euvoudebike.com/tag/comutacao/

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/03.028/1531