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MOÇÃO DE PREOCUPAÇÃO E SOLICITAÇÃO DE PROVIDÊNCIAS. O CODEMA - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, no uso de suas atribuições, na Reunião Ordinária do dia 27 de agosto, deliberou por unanimidade proferir a seguinte Moção de Preocupação e Solicitação de Providências aos Poderes Públicos Municipais: Determina a Carta Política: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o Meio Ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade de tais serviços.(Art.23, VI e art. 241, regulamentado pela Lei 11.107/05) De acordo com a dicção da Lei Complementar 140/11 temos que: São ações administrativas de competência do Município; exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições, observadas as dos demais

Moção de Preocupação e Solicitação de Providências

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Page 1: Moção de Preocupação e Solicitação de Providências

MOÇÃO DE PREOCUPAÇÃO E SOLICITAÇÃO

DE PROVIDÊNCIAS.

O CODEMA - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, no uso de suas atribuições, na Reunião Ordinária do dia 27 de agosto, deliberou por unanimidade proferir a seguinte Moção de Preocupação e Solicitação de Providências aos Poderes Públicos Municipais:

Determina a Carta Política: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o Meio Ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade de tais serviços.(Art.23, VI e art. 241, regulamentado pela Lei 11.107/05)

De acordo com a dicção da Lei Complementar 140/11 temos que: São ações administrativas de competência do Município; exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições, observadas as dos demais entes federativos, dentre outras, promover o licenciamento ambiental das atividades e/ou empreendimentos que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente.

A Lei Estadual 12.377/11e seu Regulamento informam que, compete aos órgãos municipais a execução dos procedimentos de licenciamento ambiental e fiscalização dos empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente degradadoras do meio ambiente que sejam de sua competência originária, conforme disposições legais e constitucionais, bem como das

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atividades delegadas pelo Estado, conforme tipologia definida pelo CEPRAM, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade.

Prescreve a Resolução CEPRAM nº 4.327/13, o Município para exercer as ações administrativas decorrentes da competência comum prevista na Constituição da República deverá instituir o seu Sistema Municipal de Meio Ambiente (SISMUMA) por meio de ÓRGÃO AMBIENTAL CAPACITADO e Conselho de Meio Ambiente, nos termos da Lei, sem prejuízo dos órgãos e entidades setoriais, igualmente responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental e com participação da coletividade, o que segue:

a) possuir legislação própria que disponha sobre a política de meio ambiente e sobre a polícia ambiental administrativa, que discipline as normas e procedimentos do licenciamento e da fiscalização de empreendimentos ou atividades de impacto local;

b) ter implementado e estar em funcionamento o Conselho Municipal de Meio Ambiente;

c) possuir em sua estrutura administrativa órgão responsável com capacidade administrativa e técnica interdisciplinar para o licenciamento, controle e fiscalização das infrações ambientais das atividades e/ou empreendimentos, e para a implementação de políticas de planejamento.

Define a citada Resolução CEPRAM:

1) Órgão Ambiental capacitado é aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, bem como, outros instrumentos de cooperação que possam, nos termos da Lei, ceder-lhe pessoal técnico, devidamente habilitado e em número compatível com a demanda das ações administrativas de licenciamento e fiscalização ambiental de competência do Município. Deverá ser observado, para fins de constituição da equipe técnica mínima, a tipologia e a classificação das atividades e/ou empreendimentos a serem licenciados pelo Município;

2) Conselho Municipal de Meio Ambiente existente, é aquele que tenha suas atribuições e composição previstos em Lei, assegurada a participação social, possua Regimento Interno aprovado e previsão de reuniões ordinárias.

Estabelece ainda a referida Resolução CEPRAM que o Município deverá, no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data de sua publicação (31/10/2013), informar à SEMA o nível de gestão local para o exercício do licenciamento, ou a falta de capacidade para exercê-la. Não havendo a manifestação expressa do Município, entender-se-á que todas as atividades de impacto local foram recepcionadas e, portanto, todos os 03 (três) níveis previstos passarão à competência Municipal.

Em face da crescente demanda provocada pelo desenvolvimento turístico e industrial e a expansão imobiliária decorrente, é deveras urgente que o Município de Valença resolva como irá Licenciar Ambientalmente, tais empreendimentos Turísticos, Industriais e Imobiliários.

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Vale lembrar que, a municipalidade não se manifestou expressamente no prazo de 90 (noventa) dias, como alerta a Resolução CEPRAM nº 4.327/13, ficando destarte habilitada a efetuar os mencionados licenciamentos e respectiva fiscalização ambiental.

Embora habilitada, a municipalidade não detém a expertise técnica prevista em Lei para esta finalidade, tampouco, firmou Consórcio Público para suprir as exigências legais, situação insustentável, diante da demanda que se verifica.

O Município de Valença é competente para Licenciar Ambientalmente, mas não dispõe de recursos humanos e materiais, legalmente previstos para exercitar tal faculdade, circunstância que, cria obstáculos ao pretendido desenvolvimento sustentável, gera indignação entre servidores e investidores, e, especialmente, entre os munícipes irritação e revolta ao presenciarem, constantemente, o seu Patrimônio Ambiental ser degradado sem que o Poder Público Municipal tome as providencias cabíveis.

Esta competência incompetente tem propiciado toda sorte de desmandos com relação ao Patrimônio Ambiental do Município, proporcionando locupletação ilícita de particulares, o que faz supor conivência de agentes públicos.

A fim de superar esta calamidade é imperioso que o Poder Público Municipal, se digne tomar providências para qualificar o Órgão Ambiental para que este possa exercitar as suas atribuições com o devido conhecimento, ou decline, ainda que a destempo, da competência adquirida por omissão.

Valença, 03 de setembro de 2015

Carlos Eduardo Alves da Rocha PassosPresidente do CODEMA