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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL NELSON POERSCHKE RELATÓRIO 04 Determinação do inchamento do agregado miúdo - Areia Boa Vista Setembro, 2014

Modelo de Relatório Técnico - Materiais de Construção.pdf

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

    PR-REITORIA DE GRADUAO

    CENTRO DE CINCIA E TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

    NELSON POERSCHKE

    RELATRIO 04

    Determinao do inchamento do agregado mido - Areia

    Boa Vista

    Setembro, 2014

  • NELSON POERSCHKE

    RELATRIO 04

    Determinao do inchamento do agregado mido - Areia

    setembro 2014

    Relatrio de ensaio apresentado como

    exigncia do Programa de Aulas

    Prticas da Disciplina de Materiais de

    Construo do Curso de Bacharelado

    em Engenharia Civil da Universidade

    Federal de Roraima.

    Prof. Dr. Dirceu Medeiros de Morais

    Boa Vista

    Setembro, 2014

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    SUMRIO

    1. INTRODUO .................................................................................................. 04

    2. REVISO BIBLIOGRFICA .......................................................................... 05

    3. METODOLOGIA .............................................................................................. 06

    4. MATERIAL UTILIZADO ................................................................................ 08

    5. RESULTADOS .................................................................................................. 09

    6. CONCLUSO .................................................................................................... 14

    7. REFERNCIA BIBLIOGRFICA ................................................................. 15

  • 4

    1 INTRODUO

    Segundo Petrucci (1970) define-se agregado como o material granular, sem

    forma e volume definidos, geralmente inerte, de dimenses e propriedades adequadas

    para a engenharia.

    Os agregados conjuntamente com os aglomerantes, especificamente o cimento,

    formam o principal material de construo; o concreto.

    Pela importncia, fundamental o conhecimento das propriedades dos

    agregados, pois influenciam diretamente no comportamento desses. Os agregados

    midos (areias) e os agregados grados (seixos e britas) apresentam caractersticas

    distintas de propriedades fsicas e que so determinadas atravs de ensaios.

    A Areia um agregado mido, pois possui dimetro mdio caracterstica (DMC)

    4,8mm. formada, principalmente por quartzo (SiO2), mas dependendo da composio

    da rocha da qual originria, pode agregar outros minerais como: feldspato, mica,

    zirco, magnetita, ilmenita, mnazita, cassiterita, entre outros.

    Sendo um agregado mido, tem grande capacidade de reteno de gua.

    Quando utilizada em obra, apresenta-se mais ou menos mida, refletindo de forma

    considervel sobre a massa unitria.

    O ensaio do inchamento consiste em adicionar gua a uma amostra, e depois

    verificar o seu volume. Aps essas operaes, ser encontrado um Coeficiente Mdio de

    Inchamento (CMI) junto a uma umidade crtica.

    Todo o ensaio orientado pela norma NBR 6467 Determinao do inchamento

    de agregados midos.

    A experincia realizada mostra que a gua absorvida, aderente aos gros,

    provoca afastamento entre eles, resultando no inchamento. Podemos dizer ento, que a

    areia seca mais pesada que a areia mida, pois essa umidade superficial aderente aos

    gros ocasiona um aumento no volume total.

  • 5

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    O volume aparente de um agregado mido varia em funo do seu teor de

    umidade, segundo uma curva de inchamento.

    A curva de inchamento expressa em volume relativo em funo da umidade.

    O volume relativo constitui o aumento de volume, expresso em relao ao

    volume original, que uma determinada massa de areia sofre, devido umidade.

    Cada agregado mido tem uma diferente curva de inchamento.

    A curva de inchamento pode ser simplificada por duas retas a partir da

    considerao de que a partir de uma determinada umidade crtica o efeito do

    inchamento se torna desprezvel, sendo pequena a variao de volume da para diante.

    De acordo com a NBR 6467:2006, temos as seguintes definies:

    Inchamento de agregado mido o fenmeno relativo variao do volume

    aparente, provocado pela absoro de gua livre pelos gros do agregado, que altera a

    massa unitria.

    Coeficiente de inchamento o coeficiente entre os volumes mido e seco de

    uma mesma massa de agregado, calculado pela equao

    .

    Umidade crtica o teor de umidade expresso em porcentagem, assim

    determinado:

    a) traar a reta (r) paralela ao eixo das umidades que seja tangente curva (o

    ponto de tangncia o ponto A);

    b) traar a corda (s) que une a origem das coordenadas ao ponto de tangncia

    da reta traada ao ponto A;

    c) traar nova tangente (t) curva, paralela corda definida na alnea anterior;

    e

    d) traar a reta (u) paralelamente ao eixo das ordenadas, correspondente

    interseo entre as retas (r) e (t), obtendo-se sobre a curva o ponto B. A interseo da

    reta (u) com o eixo das abscissas correspondente umidade crtica.

    Coeficiente de inchamento mdio o valor mdio entre o coeficiente de

    inchamento mximo e aquele correspondente umidade crtica determinado pela mdia

    aritmtica entre os coeficientes de inchamento mximo e aquele correspondente

    umidade crtica.

  • 6

    3 METODOLOGIA

    A amostra seca foi derramada sobre a lona, em seguida o professor demonstrou

    o enchimento do recipiente, medida a massa e anotado o valor. (Fig. 01)

    Figura 01 Demonstrao do enchimento do recipiente metlico

    Aps, o primeiro grupo efetuou a primeira adio de gua, em 0,5 %, homoge-

    neizou a amostra, mediu a massa e anotamos o valor.

    Figura 03 Preparao da amostra mida a 9% de gua, para pesagem

  • 7

    Alternadamente cada grupo, na ordem numrica crescente, foi realizando a

    adio de gua conforme o prescrito no item 6.2 da NBR 6467:2006, at que todas as

    adies de gua fossem completadas.

    A cada adio de gua foi coletada uma amostra para preenchimento da

    cpsula, e anotado seu nmero e massa, para determinao do teor de umidade.

    Cada uma dessa amostras foi levada estufa para secagem e coleta dos

    resultados, conforme prescreve o item 6,3 (b) da supracitada norma.

    Figura 03 Pesagem da amostra mida

  • 8

    4 MATERIAL UTILIZADO

    Encerado de lona com dimenses aproximadas de 2,0 m x 2,0 m;

    Balana de preciso de 0,01g;

    Balana de preciso de 0,1g;

    Recipiente paralelepipdico;

    Rgua rgida de ao;

    Estufa;

    Concha;

    Dez cpsulas com tampa;

    Proveta graduada de vidro com capacidade mnima de 500 ml.

  • 9

    5. RESULTADOS

    Execuo do ensaio.

    O ensaio foi executado conforme prescreve a norma 6467:2006, com rodzio de

    grupos a cada incremento de gua na mistura.

    Tabela 01 Dados coletados durante o ensaio

    Grupo

    Teor de

    umidade

    (%)

    Quantidade

    de gua

    adicionada

    (kg)

    Quantidade

    acumulada

    de gua na

    amostra (kg)

    Massa

    total (kg)

    Massa do

    recipiente

    (kg)

    Massa da

    amostra

    (kg)

    Professor 0,0 0,0 0,00 26,560

    2,580

    23,980

    1 0,05 0,12 0,12 24,780 22,200

    2 1,0 0,12 0,24 23,180 20,600

    3 2,0 0,24 0,48 21,280 18,700

    4 3,0 0,24 0,72 20,260 17,680

    1 4,0 0,24 0,96 20,540 17,960

    2 5,0 0,24 1,20 21,260 18,680

    3 7,0 0,48 1,68 20,640 18,060

    4 9,0 0,48 2,16 20,800 18,220

    Todos 12,0 0,72 2,88 21,800 19,220

    Clculo do teor de umidade do material contido em cada uma das cpsulas, de

    acordo com a NBR 6467:2006, item 7.1.

    Onde:

    h = teor de umidade do agregado em porcentagem;

    = massa inicial da cpsula com areia mida (g);

    = massa da cpsula com a areia aps a secagem (g); e

    = massa da cpsula vazia (g)

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    Tabela 02 Teor de umidade

    Grupo

    Quantidad

    e de gua

    adicionada

    (%)

    N da

    cpsula

    Massa da cpsula Teor de

    humidade

    h (%) Vazia Mc

    (g)

    Com areia

    mida Mi

    (g)

    Com areia

    seca Mf

    (g)

    Inicial 0,0 1 24,751 139,715 139,619 0,08

    1 0,05 17 22,212 75,498 75,260 0,45

    2 1,0 20 23,322 150,896 149,743 0,91

    3 2,0 11 23,909 94,907 93,283 2,34

    4 3,0 18 24,581 139,724 136,718 2,68

    1 4,0 14 23,130 90,922 88,576 3,58

    2 5,0 13 25,928 99,315 96,291 4,30

    3 7,0 15 23,146 60,558 58,313 6,38

    4 9,0 28 24,597 101,008 94,986 8,56

    Todos 12,0 26 21,349 78,782 73,199 10,77

    Clculo da massa unitria seca

    Massa unitria mida

    Tabela 03 Clculo da massa unitria

    Grupo

    gua

    adicionada

    (%)

    (kg)

    Volume

    (dm3)

    (kg/dm3)

    1 0,05 22,200 15 1,48

    2 1,0 20,600 15 1,37

    3 2,0 18,700 15 1,25

    4 3,0 17,680 15 1,18

    1 4,0 17,960 15 1,20

    2 5,0 18,680 15 1,25

    3 7,0 18,060 15 1,20

    4 9,0 18,220 15 1,21

    Todos 12,0 19,220 15 1,28

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    Clculo do coeficiente de inchamento

    (

    )

    Onde:

    = coeficiente de inchamento

    = volume do agregado mido em cm3;

    = volume do agregado s eco em estufa, em cm3;

    = massa unitria do agregado seco em gramas por cm3;

    = massa unitria do agregado mido em gramas por cm3; e

    = teor de umidade em %

    Tabela 04 Clculo do coeficiente de inchamento

    Teor de umidade

    (%)

    g/cm3

    g/cm3

    %

    0,00 1,60 1,60 0,00 1,00

    0,05 1,60 1,48 0,45 1,08

    1,0 1,60 1,37 0,91 1,16

    2,0 1,60 1,25 2,34 1,26

    3,0 1,60 1,18 2,68 1,32

    4,0 1,60 1,20 3,58 1,29

    5,0 1,60 1,25 4,30 1,23

    7,0 1,60 1,20 6,38 1,29

    9,0 1,60 1,21 8,56 1,21

    12,0 1,60 1,28 10,77 1,12

    Grfico da curva de inchamento

    O grfico desenhado a partir de uma interpolao dos pontos encontrados,

    com um ajuste especfico (seu melhor ajuste). O processo para a determinao da

    umidade crtica e do CMI consiste no traado de 5 retas no grfico j desenhado. A reta

    de n 1 tangente ao ponto de maior ordenada da curva, horizontalmente. A de n 2 ( a

    corda) uma ligao da origem com esse ponto. A de n 3 uma tangente no ponto

    onde a curva acentua-se antes de ter seu limite tendendo ao CMI, paralela reta n 1. A

    de n 4 uma reta que liga o ponto de interseo das retas 1 e 3 ao eixo das abscissas,

  • 12

    paralela ao eixo das ordenadas, a qual tambm determina a umidade crtica ao cortar o

    eixo de x. A ltima reta, de n 5 desenhada paralelamente ao eixo das abscissas no

    ponto onde a reta 4 corta a curva. Os coeficientes C2 e C1 correspondem aos pontos A e

    B. O inchamento ser a mdia desses valores.

    Tabela 05 Dados para confeccionar o grfico da curva de inchamento

    Umidade

    (

    %)

    Coeficiente de

    inchamento

    ( )

    0,00 1,00

    0,45 1,08

    0,91 1,16

    2,34 1,26

    2,68 1,32

    3,58 1,29

    4,30 1,23

    6,38 1,29

    8,56 1,21

    10,77 1,12

    Grfico 01 Curva de inchamento

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    Umidade crtica = 3,4 %

    Coeficiente de inchamento mdio =

    =

  • 14

    6 CONCLUSO

    A areia de grande importncia para a engenharia civil, pois utilizada nas

    obras de aterros, execuo de argamassas e concretos e tambm na fabricao do vidro.

    O tamanho de seus gros tem importncia nas caractersticas dos materiais que

    a utilizam como componente.

    Por meio deste ensaio percebemos que com a adio da gua, a areia tem um

    aumento no seu volume, e depois de certa umidade, ela fica em uma razo de volume

    mido por volume seco constante.

    Em nosso experimento, obtivemos a umidade crtica de 3,4% e um inchamento

    mdio de 29 %. Significa que para uma umidade de 3,4%, o volume sofre um acrscimo

    de 29 % do seu volume inicial. Para umidades maiores, o volume no sofre inchamento

    significativo, devido umidade indicada ser crtica.

  • 15

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

    SILVA, ngela Maria Moreira. Normas para Apresentao dos Trabalhos Tcnico-

    Cientficos da UFRR - baseadas nas normas da ABNT, Boa Vista, Editora da UFRR,

    2007. 108p.

    ABNT NBR NM 27:2001. Agregados - Reduo da amostra de campo para ensaios

    de laboratrio, Rio de Janeiro, 2002.

    ABNT NBR 6467:20041. Agregados Determinao do inchamento do agregado mido Mtodo de ensaio, Rio de Janeiro, 2006 Verso corrigida 2, 2009.

    IUNT NM 26:2009. Amostragem. Montevideo-UY, 2009.