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Modernismo

Modernismo 1ª fase

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Modernismo

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Moderno•“Além do seu tempo”;•Negação ou superação do passado.

Moderno ≠ Modernismo

Modernismo•“Estilo de época”, período artístico;•Momento de ruptura radical com os

padrões estéticos vigentes.

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Modernismo

•Estética com a percepção do agora em detrimento do antigo;

•Estilo de época → RADICALIZAR a ruptura, feita tanto com o passado quanto com o presente;

Arte pela arte;•Ideia de ruptura com padrões antigos e a

valorização da vivência presente proposta já pelo Romantismo, ainda de maneira “tímida”, mas intensificada e radicalizada no Modernismo.

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Contexto histórico (mundo)•I Guerra Mundial;•Início do séc. XX;•Revolução científica:

▫Gerou euforia e crença no progresso;▫MÁQUINA → presença constante na vida;▫Preocupações: aproveitar o presente.

•Cultura de massa e Contracultura.

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Vanguardas Europeias• Futurismo (Marinetti, 1909):

▫Palavra em liberdade: quebra na ordem, na sintaxe, na tipografia.

▫Futuro → destruição do passado;▫Ritmo da vida moderna:

Movimento, máquina, velocidade.• Cubismo (Picasso/Apollinaire):

▫Formas geométricas, múltiplos ângulos;▫Texto – construção visual:

Valorização dos espaços em branco e da tipografia; Menos adjetivos, pontuação, verbos; Substantivos “soltos”; Verso livre.

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Vanguardas Europeias• Expressionismo (1910):

▫Expressão do mundo interior;▫Sem preocupação com o belo ou o feio, o

bizarro ou grotesco;▫Poucas manifestações na literatura;▫Artes plásticas (Brasil): Anitta Malfatti

Criticada por Monteiro Lobato, desencadeou reações que impulsionou a Semana de Arte Moderna (1922).

• Dadaísmo (Tristan Tzara, 1916):▫Negação total, defesa do absurdo, da

incoerência;▫ Improviso, desordem, desequilíbrio.▫Protesto à civilização que levou a

sociedade à guerra.

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Vanguardas Europeias• Surrealismo (Andre Breton, 1924):

▫ Criação de uma nova sociedade (destruição do passado):

▫ DESTRUIÇÃO → CRIAÇÃO.▫ Arte no impulso, pela inspiração, sem preocupação com

a lógica;▫ Realidade do subconsciente e consciente.▫ Aproxima-se da atitude romântica, mas + radical.

Futurismo + Dadaísmo.

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Modernismo → BRASIL

•1ª Geração ► 1922 – 1930;▫100 anos de independência política;▫Independência cultural;▫Influência das vanguardas europeias.

•Semana de Arte Moderna – 1922▫Graça Aranha (abertura), Oswald de

Andrade, Mário de Andrade, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Villa-Lobos (...)

•Revistas:▫Klaxon – SP▫A revista – MG▫Festa / Estética - RJ

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Características

•DESTRUIÇÃO:•Substituição do velho pelo novo;•Liberdade da forma, da composição, das

ideias;•Busca do original, polêmico;•Valorização do cotidiano;•Paródia, ironia, humor;•Nacionalismo crítico, “bairrismo”;•Primitivo;•Verdadeira identidade nacional.

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Manifestos• Poesia Pau-Brasil:

▫ Poesia de exportação (conteúdo brasileiro, forma das vanguardas);

▫ Primitivismo (índio), cultura brasileira e realidade.▫ “Língua brasileira”.

• Antropófago:▫ Assimilação e adaptação da cultura estrangeira.

• Verde-amarelismo:▫ Resposta ao movimento “pau-brasil”, considerado

um nacionalismo “afrancesado”;▫ Nacionalismo ufanista;▫ Valorização do tupi e da anta.

• Regionalista (1926):▫ Sentimento de unidade do Nordeste;▫ Arte em prol da região, nos modelos do

Modernismo.

Oswald de Andrade

Plínio SalgadoMenotti del Picchia

Guilherme de AlmeidaGraciliano Ramos

José Lins do RegoJose Americo de

AlmeidaJoão Cabral de Melo

Neto

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Principais autores• Oswald de Andrade:

▫Poesia: Pau-Brasil;▫“Romance”: Memórias sentimentais de João

Miramar;▫Teatro: O rei da vela, Serafim Ponte Grande.

• Mário de Andrade:▫Pensador, crítico de arte;▫Poesia: Pauliceia Desvairada;▫Romance: Macunaíma; Amar, verbo intransitivo.

• Manuel Bandeira:▫“Ex-parnasiano”;▫Poesia: Estrela da manhã;▫Prosa: Itinerário de Pasárgada.

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TextosExemplos de poemas e trechos de obras da 1ª geração modernista no Brasil

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Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor. 

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. 

Abaixo os puristas. [...]

[...]

Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare. 

- Não quero saber do lirismo que não é libertação.

Poética

Manuel Bandeira

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Poema do Beco

Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?- O que eu vejo é o beco.

Evocação do RecifeRecifeNão a Veneza americanaNão a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais.Não o Recife dos MascatesNem mesmo o Recife que aprendi a amar depois  Re�cife das revoluções libertáriasMas o Recife sem história nem literaturaRecife sem mais nadaRecife da minha infância (...)

Manuel Bandeira

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Leitor:

Está fundado o Desvairismo.

Este prefácio, apesar de interessante, inútel.

Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio Interessantíssimo. Aliás muito difícil nesta prosa saber onde termina a blague, onde principia a seriedade. Nem eu sei.

E desculpo-me por estar tão atrasado dos movimentos artísticos atuais. Sou passadista, confesso. Ninguém pode se libertar duma só vez das teorias-avós que bebeu; e o autor deste livro seria hipócrita si pretendesse representar orientação moderna que ainda não compreende bem.

Prefácio - Paulicéia Desvairada (Mário de

Andrade)

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"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. [...]  Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Se o incitavam a falar, exclamava:-- Ai! que preguiça!. . . e não dizia mais nada.[...] Quando era pra dormir trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo de mijar. Como a rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói mijava quente na velha, espantando os mosquitos bem. Então adormecia sonhando palavras-feias, imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar. Nas conversas das mulheres no pino do dia o assunto era sempre as peraltagens do herói. As mulheres se riam muito simpatizadas, falando que 'espinho que pinica, de pequeno já traz ponta'."

Trechos- Macunaíma (Mário de Andrade)

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Às mui queridas súbditas nossas, Senhoras Amazonas.

Trinta de Maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis, São Paulo.

Senhoras: Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudades e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo - a maior do universo, no dizer de seus pro lixos habitantes - não sois conhecidas por "icamiabas", voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois chamadas. Muito nos pesou a nós, Imperator vosso, tais dislates da erudição porém heis de convir conosco que, assim, ficais mais heróicas e mais conspícuas, tocadas por essa platina respeitável da tradição e da pureza antiga.

[...] POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA, OS MALES DO BRASIL SÃO.

Carta às Icamiabas- Macunaíma (Mário de Andrade)

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Pronominais

Dê-me um cigarroDiz a gramáticaDo professor e do alunoE do mulato sabidoMas o bom negro e o bom brancoDa nação brasileiraDizem todos os diasDeixa disso camaradaMe dá um cigarro

Valorização da língua nacional

Poemas – Pau-Brasil (Oswald de Andrade)

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Relicário

No baile da corteFoi o conde d'Eu quem dissePra Dona BenvindaQue farinha de SuruíPinga de ParatiFumo de BaependiÉ comê bebê pitá e caí

Poesia de exportação“Cobepá, aricobé, cobé, paí” – último verso de Aos

Caramurus da Baía, atribuído a Gregório de Matos.

Poemas – Pau-Brasil (Oswald de Andrade)

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Brasil

O Zé Pereira chegou de caravela E preguntou pro guarani da mata virgem – Sois cristão? – Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu! O negro zonzo saído da fornalha Tomou a palavra e respondeu – Sim, pela graça de Deus Canhém Babá Canhem Babá Cum Cum! E fizeram o Carnaval

Poemas (Oswald de Andrade)

Crítica ao nativismo românticoRepresentação da população brasileira, influências do

colonialismoPortuguês (ironizado), índio (romantizado), negro

(escravizado)

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1. O PENSIEROSO Jardim desencanto O dever e procissões com pálios E cônegos Lá fora E um circo vago e sem mistério Urbanos apitando nas noites cheias Mamãe chamava-me e conduzia-me para dentro do oratório de mãos grudadas.

— O Anjo do Senhor anunciou à Maria que estava para ser a mãe de Deus. Vacilava o morrão do azeite bojudo em cima do copo. Um manequim esquecido vermelhava. — Senhor convosco, bendita sois entre as mulheres, as mulheres não têm pernas, são como o manequim de mamãe até embaixo. Para que pernas nas mulheres, amém.

Trecho – Memórias Sentimentais de João Miramar (Oswald de Andrade)

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41. VATICANORaffaello Sanzio d'Urbino Ventania Muitos lençóis E rabanadas esportivas de profetas Bento que Bento Frades no Pincio Na boca do forno Fornarina — Faremos todos com muito desgosto o que seu mestre mandar. — Cada qual pinte assim que nem Raffaello. E a ventania pegou nos Berninis empetecados para o assombro educado das manadas Cook. — It is very beautiful! Mas São Francisco não acreditaria nas transfigurações bem desenhadas.

Trecho – Memórias Sentimentais de João Miramar

(Oswald de Andrade)

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E começa a longa históriado navio que ia e vinhapela estrada azul do Atlântico:

Ia, levando pau-brasile homens cor da manhã, filhos do mato,cheios de sol e de inocência;vinha trazendo delegados…

Ia, levando uma esperança;vinha trazendo foragidos de outras pátriaspara a ilha da Bem-aventurança.

Ia levando um grito de surpresa;  da terra criança;e vinha abarrotado de saudade portuguesa

Pralapracá(Cassiano Ricardo)

Verdamarelismo

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Cynthia Funchalhttp://www.portuguesatodaprova.com.br

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