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Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 25 Módulo 3 • Unidade 4 Cultura digital e as mudanças no mundo contemporâneo Para início de conversa... “Meu Deus, isso fala!” Dizem que foi essa frase que o Imperador Pedro II exclamou, quando falou pela primeira vez ao telefone. Imagine o que ele diria hoje se conhecesse as redes sociais da Internet? Talvez: “Meu Deus, isso fala, escreve e vê!” A onipresença e onipotência que começa a ser desejada pelo Homem lá no século XVII, com a fundação da ciência moderna, chega ao século XX, dando a esse homem o dom de estar presente em vários espaços ao mesmo tempo, de fazer uma vídeo conferência, de assistir a todos os acontecimentos do mundo “in loco”. Neste contexto, as distâncias tendem a desaparecer. Onipresença é a qualidade de estar presente em toda parte. Onipotência é a qualidade de poder su- premo, ilimitado. Por exemplo: diz-se que Deus é onipotente e onipresente, isto é, que tem poder absoluto sobre todas as coisas e está presente em toda parte. In loco é uma expressão latina que designa “no local”. Por exemplo: se alguém afirmar que assistiu à final da Copa de 1950 “in loco”, isto quer dizer que esta pessoa esteve no Maracanã, no fatídico 16 de julho de 1950, e assistiu presencialmente à derrota do Brasil para o Uruguai.

Módulo 3 • Unidade 4 Cultura digital e as mudanças no mundo … · O computador, associado às telecomunicações, deu origem ao encurtamento das distâncias entre a construção

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Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 25

Módulo 3 • Unidade 4

Cultura digital e as mudanças no mundo contemporâneoPara início de conversa...

“Meu Deus, isso fala!”

Dizem que foi essa frase que o Imperador Pedro II exclamou, quando falou

pela primeira vez ao telefone. Imagine o que ele diria hoje se conhecesse as redes

sociais da Internet? Talvez: “Meu Deus, isso fala, escreve e vê!”

A onipresença e onipotência que começa a ser desejada pelo Homem lá

no século XVII, com a fundação da ciência moderna, chega ao século XX, dando

a esse homem o dom de estar presente em vários espaços ao mesmo tempo, de

fazer uma vídeo conferência, de assistir a todos os acontecimentos do mundo “in

loco”. Neste contexto, as distâncias tendem a desaparecer.

Onipresença

é a qualidade de estar presente em toda parte. Onipotência é a qualidade de poder su-

premo, ilimitado. Por exemplo: diz-se que Deus é onipotente e onipresente, isto é, que

tem poder absoluto sobre todas as coisas e está presente em toda parte.

In loco

é uma expressão latina que designa “no local”. Por exemplo: se alguém afirmar que assistiu

à final da Copa de 1950 “in loco”, isto quer dizer que esta pessoa esteve no Maracanã, no

fatídico 16 de julho de 1950, e assistiu presencialmente à derrota do Brasil para o Uruguai.

Módulo 3 • Unidade 426

O desenvolvimento da tecnologia digital atingiu todas as esferas da vida humana, da medicina às comunicações.

Hoje o Homem pode se conectar com o mundo sem sair de casa: coisa de Deus ou coisa do Homem?

Nessa unidade, continuaremos a percorrer o caminho dos Homens através do desenvolvimento tecnológico.

Vamos estudar as transformações provocadas pelos homens e suas tecnologias a partir da década de 1980.

No Brasil e no mundo, o movimento de globalização fazia-se sentir. O mundo transformava-se em uma

grande “Aldeia Global”. A antiga Ordem Bipolar, vista anteriormente, transforma-se em “Multipolar”. Não existe mais

“isolamento” no mundo atual. Todos nós podemos ver, ouvir e falar com o mundo todo!

Figura 1: Caranguejo da Rua da Aurora, no Recife. O caranguejo é tido como símbolo do Manguebeat.

Representado pelo caranguejo, o movimento musical Manguebeat discute a inclusão do local no cenário global.

Manguebeat

é um movimento pernambucano da década de 1990 que buscava misturar a música regional com a música eletrônica. Daí o

nome, “mangue” - região característica do local onde a renda da população vem do caranguejo - e “beat”- que representa o

desenvolvimento das tecnologias de comunicação.

Objetivos de aprendizagem: � Identificar o papel das tecnologias de comunicação na formação do mundo globalizado.

� Estabelecer relações entre as tecnologias de comunicação e a formação da sociedade midiática.

� Caracterizar os impactos da tecnologia digital na vida cotidiana das pessoas.

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 27

Seção 1A cultura digital e a sociedade de hoje.

Nas unidades anteriores, vimos o avanço tecnológico conquistado pelo homem e as transformações ocorridas

na sociedade decorrentes deste.

Nessa última unidade, iremos analisar a formação de uma nova sociedade: a “Midiática”. Você sabe o que é?

Não está ligando o nome à pessoa? Enfim, vamos destrinchar esse assunto e ver do que se trata! Vejamos primeiro um

trecho de uma música do Gilberto Gil:

Criar meu web site

Fazer minha home-page

Com quantos gigabytes

Se faz uma jangada (...)

Eu quero entrar na rede para contatar

Os lares do Nepal,os bares do Gabão

Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar.

A música “Pela Internet”, que acabamos de ver um trecho, descreve algumas

características da sociedade atual, como a presença da computação no cotidiano da

vida de todos nós; as fronteiras geográficas que já não representam mais um entrave; as

distâncias que diminuíram e a adaptação do antigo ao novo.

a. Retire da música um trecho que comprove a adaptação do antigo ao novo.

b. Descreva uma ação do seu cotidiano que comprove as transformações e possibi-

lidades criadas pela Internet na sua vida.

Módulo 3 • Unidade 428

A atividade anterior foi só para nos fazer pensar em como a Internet e as tecnologias da comunicação estão

presentes em nossas vidas, em nosso dia a dia.

A sociedade atual recebe várias denominações, como: Sociedade da Comunicação, da Informação, de Consumo

e, ainda, do Espetáculo.

Mas todos esses nomes têm algo em comum: fazem referência ao intenso intercâmbio existente, à importância

da mídia, à questão da visibilidade e da virtualização.

Virtualização

é um termo que passou a ser usado com diversos significados. Podemos falar em virtualização, referindo-nos a recursos tecnoló-

gicos de um computador, mas, de uma forma geral, utilizamos o termo para identificar o que existe, mas é intangível.

Visibilidade

No dicionário, o termo “visibilidade” significa a qualidade do que é visível, isto é, a qualidade do que é percebido pelo sentido

da visão. Mas, no nosso contexto aqui, significa a capacidade de ser visto pelos outros, com destaque, o que é possibilitado pela

tecnologia através das redes sociais. São os famosos quinze minutos de fama, nos quais a pessoa destaca-se entre as demais.

É isso mesmo ! Uma nova sociedade formou-se com o processo de crescimento e desenvolvimento dos meios

de comunição. O computador, associado às telecomunicações, deu origem ao encurtamento das distâncias entre a

construção e a difusão das informações e do conhecimento.

Figura 2: (O novo mapa do jazz )

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 29

Observando o mapa, podemos perceber que o Jazz, antigo gênero musical norte-americano, hoje tem seus

maiores músicos espalhados pelo mundo e de diferentes nacionalidades, inclusive uma brasileira, a cantora Luciana

Souza. O mapa mostra que algo que era confinado a um só espaço, hoje já está disseminado pelo mundo e consegue

reunir através das mídias pessoas das mais variadas partes: imagine a grande banda que nascerá daí!

Com o avanço dos meios de comunicação, a distância deixou de ser um obstáculo. Em frações de segundos,

podemos percorrer o mundo todo. Nessa sociedade, a informação e o conhecimento passam a ser uma moeda ainda

mais forte. Os meios de comunicação funcionam como meios de unificação, possibilitam uma aproximação rápida

e íntima entre seus usuários em um novo espaço: o Ciberespaço. E uma nova fase da cultura inaugura-se: a Digital.

Cultura digital

é o nome que vários estudiosos dão à cultura do nosso tempo. Para o sociólogo Manuel Castells, é uma cultura que envolve

vários tipos de comunicação; que liga todas as redes digitalizadas; que mistura informações em uma linguagem comum, possi-

bilitando estabelecermos relações do nosso local com o espaço global.

Ciberespaço

Ainda em discussão, chamamos de ciberespaço, um novo local onde informações são disponibilizadas pelas novas tecnologias.

Um espaço que nasceu da conexão dos dados das telecomunicações e das redes de computadores, onde são permitidas comu-

nicações entre pessoas em ambientes virtuais. Hoje em dia, é compartilhado por milhões de pessoas. É importante ressaltar que

esse espaço é somente virtual (dentro dos computadores e nas redes), isto é, não existe um lugar físico para ele.

Diante disso, surgem algumas questões: isso nos aproxima ou afasta-nos? Inclui-nos ou exclui-nos? Liberta-nos

ou controla-nos? Uniformiza-nos ou diferencia-nos? Vamos então analisar tais questões no decorrer desta unidade.

Seção 2A internet: ampliação da comunicação ou sofisticação de controle?

O que vamos discutir agora é se nessa nova sociedade e nesse novo espaço de trocas de informações existe ou

não uma democratização do conhecimento.

Vamos pensar, primeiro, se todos têm ou não acesso às mesmas informações devido às redes?

Para muitos estudiosos, a Sociedade de Informação ou Midiática, não é tão democrática como parece.

A informação tornou-se uma fonte de poder, controle e domínio. Na verdade, não existe uma socialização dos

conhecimentos, pois não existe a socialização dos meios que os produziram.

Módulo 3 • Unidade 430

Em outras palavras, temos acesso à informação, mas não sabemos como elas foram produzidas. Ter a

informação pura e simplesmente não nos garante saber usá-las ou saber exatamente o que significam. Como debatê-

las ou criticá-las?

Portanto, ao contrário de promover uma igualdade, a Internet pode produzir mais desigualdade na

comunicação, na aprendizagem e no conhecimento.

Mas, não ache que é tão fácil assim chegar a uma conclusão sobre o assunto!

Essa mesma sociedade e rede proporciona o que chamamos de construções colaborativas. Ou seja, permitem

que exista uma produção coletiva e interativa de conhecimentos e informações, e que cada um de nós se torne

importante para o enriquecimento do grupo. Sabe do que estamos falando?

Estamos falando de sites como: Wikipedia, o TWiki e a Wiki do Moodle.

Neste sentido, a Internet seria um espaço democrático que dá acesso às informações, conhecimentos, trocas

culturais e liberdade. Espaço onde os indivíduos teriam a possibilidade de se conhecerem, crescerem e de se visitarem

virtualmente.

E agora, o que você acha?

Será que todos têm o mesmo acesso às informações? As informações são co-locadas na rede com total liberdade?

As informações não são colocadas na rede direta e livremente pelo usuário, mas através de cabos que

conectam os computadores ao ciberespaço. São conhecidos como provedores de acesso. Chamamos

de provedor de acesso, a empresa ou órgão governamental responsável por conectar o usuário e seu

computador a toda rede, ou Ciberespaço. Para entrarmos na Internet em nossa casa temos de instalar

um programa e nesse programa escolhemos a empresa que irá enviar ou trazer todas as informações

que damos ou pedimos. Estes provedores podem ser particulares ou públicos, como universidades,

órgãos do governo ou aqueles mais conhecidos: UOL, Terra, Globo...

Assim, como todas as informações devem ser enviadas pelos provedores, é nessa hora que se tem uma

parte dos controles de conteúdo. Este controle pode vir de uma decisão judicial ou política. Podemos

restringir o acesso a um determinado site, por exemplo. A proteção a sites pornográficos via provedo-

res é uma pratica comum nos lares. Esses provedores podem ser uma empresa ou um órgão governa-

mental responsável por conectar o usuário e seu computador a toda rede ou Ciberespaço. Portanto,

fique atento! Existe uma censura quase imperceptível. Sendo assim, em determinadas situações não

temos como saber se alguns sites não existem ou se, simplesmente, não podem ser acessados por nós.

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 31

“O espaço cibernético não se limita a fronteiras”.

Em fevereiro de 1996, John Perry Barlow, publicou a “Declaração de Independência

do Ciberespaço”, onde pedia aos governos que se afastassem da rede. O autor defende que

o Ciberespaço é um espaço de liberdade e democrático, e deve ser mantido assim.

a. Neste caso, busque na sua memória uma experiência sua ou de alguém próximo

a você que possa comprovar a opinião do autor da declaração.

b. E você concorda ou discorda do autor? Qual seria o papel dos governos na Internet.

Seção 3A cultura digital para as novas gerações

1. Temos o direito de estar conectados.

2. Temos o direito à livre expressão.

3. Temos o direito de reunião e de agir.

4. As informações devem ser públicas por padrão, secretas por necessidade.

5. O que é público é um bem público.

6. Todos os bits são criados iguais.

7. A internet deve funcionar abertamente.

Módulo 3 • Unidade 432

O trecho acima faz parte da Carta de direitos do Ciberespaço. Vamos pensar: como a nova geração, que não

conheceu o mundo sem o ciberespaço, pode viver sem ele?

Achou impossível ter uma geração assim? Olhe ao seu redor, na sua comunidade e na sua família, e conte nos

dedos quantos jovens e crianças ainda não caíram na rede e nunca acessaram o Facebook, Orkut, Twitter entre outros.

Pensou? E as que vivem em frente ao videogame?

Figura 3 Figura 4:

Observe as figuras acima!

As duas figuras mostram brincadeiras de criança. Talvez, você se pergunte: um videogame é ou não uma

brincadeira de criança? Mas, é provável que praticamente todas as crianças entre 08 e 12 anos vão identificá-lo como

parte da sua brincadeira de todo dia.

Na verdade, a maioria dos jovens de hoje não consegue enxergar e participar do mundo sem as redes sociais,

telefone celular ou videogames. O antigo espaço de brincadeira, a rua, a praça e até mesmo o playground dos prédios

modernos foram substituídos pela área de lazer atual: a mesa do computador e a televisão.

O cinema é um admirável caminho para enxergar como os homens

veem essa entrada da tecnologia em suas vidas e melhor analisar

os pontos prós e contras. Filmes como Metropolis, que foi criado

em 1927 e em 2010 teve a sua segunda estreia, dá-nos uma boa

ideia do que o autor achava que iríamos viver em um futuro próxi-

mo. Na verdade, é uma critica a esse novo estilo de vida que estava

por vir. O filme é ambientado no século XXI.

Mas lembre-se sempre que, quando se lê um livro ou assiste-se a

um filme, é apenas a visão do autor ou do diretor que é retratada.

Portanto, não é uma verdade incontestável, mas reflete uma parte

das opiniões existentes sobre o tema.

Assista e crie a sua opinião.

Figura 5:

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 33

Cada vez mais as novas gerações fazem da tecnologia de ponta uma companhia no dia a dia. Uma criança

hoje já tem seu computador, telefone celular e vídeo game ainda no que chamamos primeira infância, isto é, os

sete primeiros anos de vida. Brincam em espaços fechados, muitas vezes sozinhas, ou mesmo com um amigo virtual.

Aprendem a ler com simuladores de notebook, com jogos virtuais e, neste contexto, as antigas cartilhas tornaram-se

peças de museus.

Leia esses trechos da reportagem sobre jovens e mídias.

Jovens da Ásia não vivem sem TV e Internet, diz pesquisa

24 de março de 2009 • 09h04 • atualizado às 09h15

“Quer ser compreendido pela juventude asiática? Faça isso por meio da mídia ou da

música, segundo um levantamento que revelou que a maioria dos jovens gasta em média 10

horas por dia assistindo à televisão, navegando na Internet, lendo revistas ou escutando rádio.(...)

Com tanto tempo gasto diariamente em consumo de mídia, temos toda razão para

acreditar que comunicações de marca são filtradas completamente e influenciam decisões

de compra», disse, a diretora administrativa de pesquisa de mercado da Synovate,. (...)

“As crianças estão assistindo à TV, mas também conversando ao telefone. Elas estão na

Internet com o rádio ligado no fundo. Ou podem estar enviando um e-mail, uma mensagem

de texto pelo celular e jogando um game online ao mesmo tempo”, acrescenta ela(...).

Fonte: Disponível em: http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI3655318-EI12884,00-Jovens+da+Asia+nao+vivem+sem+TV+e+internet+diz+pesquisa.html acesso em 31/10/2012

A partir do trecho acima, justifique por que a presença das mídias no cotidiano dos

jovens pode ser vista também como uma questão econômica.

Módulo 3 • Unidade 434

Seção 4Sinal dos tempos!

O sonho de Natal de inúmeras crianças hoje se resume ao pedido de um computador ou um videogame. É a

tecnologia que hoje inclui ou exclui um jovem de grupos que ele deseja pertencer.

Fazer um jogo de queimado na rua já não é suficiente para incluir uma criança a um grupo, ela também deve estar

nas redes como facebook, twitter entre outras, além de possuir ou pelo menos saber jogar um videogame da moda.

Possuir um telefone celular para se comunicar através de mensagens (SMS) com seus pares também é

fundamental.

Chamamos a atenção aqui para o fato de que hoje, para se pertencer a um grupo ou a vários grupos, deve-se

estar de posse de tecnologia. Deve-se estar incluído no mundo digital. Portanto, quando um jovem não tem acesso

aos bens tecnológicos avançados, ele está excluído do seu grupo, muitas vezes impossibilitado de participar da vida

social da sua própria comunidade. De que comunidade estamos tratando? Várias: a escolar, a do condomínio, a do

bairro, a do clube e, sobretudo, a das redes sociais, sem fronteiras e sem limites. Redes sociais estas onde os jovens

divulgam seu dia a dia: a roupa que compraram, o lugar que visitaram, o amigo que conheceram, a família que

pertencem, o novo telefone celular etc. Na verdade, a rede passou a ser um diário, onde tudo é registrado e ganha

visibilidade para todos que estão conectados nela.

Se um jovem não está na rede, ele não consegue ter acesso aos acontecimentos do seu grupo, não consegue

ampliar esse grupo e, portanto, sente-se só nesse mundo sem fronteiras. A rede do ciberespaço que inclui, também

exclui; que dá visibilidade, também apaga o individuo.

Não ache que são apenas os jovens que estão nessa situação! Olhe para o seu dia a dia! No seu tra-

balho, na sua casa ou mesmo na sua associação de bairro, as novas tecnologias mudaram sua rotina.

Onde você estiver o telefone pode tocar, uma mensagem pode chegar por email ou sms.

Controle ou liberdade? Essa é uma das questões mais importantes da vida atual. A mesma tecnologia

que nos dá liberdade também pode nos prender a um espaço que não tem mais fronteiras. Até a sua

memória, que era algo íntimo, agora esta exposta nas redes sociais.

O que você fez, o que você faz, com quem você esteve; tudo isso agora fica registrado e se torna públi-

co. Quem você é, quem você foi, o que você fez, o que você faz, o que você tem, o que você conquistou

e quais são os seus objetivos futuros, tudo isso fica registrado nos recursos das novas tecnologias.

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 35

Mas não se deixe abater! As novas tecnologias estão aí para serem usadas e devem ser controladas pelo

Homem e não ser o controle do Homem. Faça uso da tecnologia com sabedoria! Saiba dos perigos e dos benefícios

que ela nos traz. E use-as a seu favor!

ResumoNesta unidade, vimos como as novas tecnologias deram origem a um novo tipo de sociedade. Ao longo da

história dos Homens, nunca vimos antes tamanha presença da tecnologia no nosso cotidiano.

Não se trata mais de ter a máquina para produzir bens materiais. Não se trata apenas de avanços tecnológicos

nos meios militares, mas de novas tecnologias que estão dentro de nossos lares, de nossos trabalhos, da nossa família,

que fazem e desfazem grupos de amigos e interferem até no nosso intimo: na nossa memória e na nossa identidade.

Somos usuários de novas mídias, onde as telecomunicações associaram-se com a informática e entraram no

nosso cotidiano, incluindo ou excluindo!

Vimos que um novo espaço se originou: o Ciberespaço. Este se caracteriza por ser sem fronteiras e por não

ter um espaço físico, somente virtual. Dentro dele constituiu-se uma realidade virtual, onde se formaram redes que

reúnem uma infinidade informações por segundo. Isso encurtou as distâncias, mas abriu a nossa intimidade. Deu-nos

liberdade de acessar conhecimentos e informações, formou-se uma nova cultura: a Digital. Mas, também distribui na

rede muitas das nossas informações e controla-nos por meio de provedores e opiniões alheias.

Veja ainda:Se você se interessou pelo tema e deseja mais informações, aí vão algumas ideias:

Visite o site do manguebeat para ver vídeos dos grupos representantes desse movimento. Para tanto, acesse:

http://www.manguebeat.com.br/;

Assista ao vídeo da vez, em exibição à direita da tela, e para conhecer outros selecione com o mouse a palavra

“vídeos”, escrita na faixa vermelha, na parte superior da tela inicial. Divirta-se!

Para entender sobre a liberdade no Ciberespaço, leia o livro de

Jeff Jarvis, autor do famoso “O que o Google Faria? (Ed. Monole) e saiba da sua posição sobre esse assunto.

Outro livro interessante é “Dialética do Ciberspaço - Trabalho, Tecnologia e Política no Capitalismo Global”, de

Giovanni Alves e Vinício Martinez (orgs.), (Ed. Práxis, 2002).

Módulo 3 • Unidade 436

Referências

� Castells, Manuel. Fim do Milênio. São Paulo, Ed. Paz e Terra, 2000, volume 3, 2ª edição.

� Ianni, Octavio. A Era do Globalismo. Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 1999.

Imagens

  •  http://www.sxc.hu/photo/1175613  •  Sanja Gjenero

  •  http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Caranguejo_da_Rua_da_Aurora_-_Recife-PE_-_Brasil.jpg - marcusrg 

  •  http://www.sxc.hu/photo/708174 - Vince Petaccio 

  •  Arquivo pessoal

  •  http://pt.wikipedia.org/wiki/Metr%C3%B3polis_(filme)acesso

  •  http://www.sxc.hu/photo/517386  •  David Hartman.

  •  http://www.sxc.hu/985516_96035528.

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 37

Atividade 1

Um trecho que mostra a adaptação do antigo ao novo é este a seguir:

“(...) Com quantos gigabytes

Se faz uma jangada (...)”

O autor, nos versos acima, fez referência a uma jangada, - embarcação característica

do nordeste, parte da tradição costeira brasileira, - e deseja construí-la com gigabytes. Ele

deseja navegar nesse novo espaço global, o Ciberespaço, com um meio de transporte

tradicional, mas construído com uma tecnologia de ponta.

Outra possibilidade seria retirar os versos abaixo:

“(...) Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar. (...)”

Repare que nesses versos o autor cita a antiga música “Pelo Telefone”, substituindo

o termo “telefone” por “celular”. Além disso, ele apresenta uma nova forma de se

jogar, o videopôquer. Em ambos os trechos o antigo se adapta ao novo momento de

desenvolvimento tecnológico.

b.

Pensando no nosso cotidiano, várias possibilidades de resposta aparecem, como:

� A telefonia móvel, o celular. Atualmente, pode-se fazer uso da telefonia em qual-

quer espaço, sem a necessidade de fixar-se em algum lugar.

� A Vídeo conferência, ou a sua imagem veiculada pela Internet, possibilitando

estar presente em vários espaços ao mesmo tempo.

� As redes sociais, que podem unir, proporcionar a comunicação de pessoas dis-

tantes em frações de segundo.

� Os bancos eletrônicos, que nos permitem acessar nossa conta bancária e fazer

todas as operações sem nem sairmos de casa, ou do trabalho.

Módulo 3 • Unidade 438

Atividade 2:

a. Pensando no modo de vida atual, podemos identificar alguns fatos cotidianos

que comprovam o que o autor expõe:

� As redes sociais, como Twitter ou Facebook, aparecem como espaços onde é

possível dizer o que se pensa, além de permitir que a opinião postada seja vista

por milhões de pessoas. Isto caracteriza o ciberespaço como um espaço demo-

crático e de liberdade.

Outro fato que podemos também verificar com facilidade são os sites e blogs,

particulares ou institucionais, que proporcionam um debate com diversas opiniões e

temas variados.

b.

Essa é uma questão bem pessoal. Você deve pensar nos prós e contras de um espaço

sem qualquer fiscalização, onde todos têm liberdade para opinar, serem vistos e escutados,

mas que podem influenciar as decisões cotidianas de milhões de pessoas no mundo todo.

Atividade 3:

O trecho da reportagem informa o tempo que cada jovem gasta, em média, diante

das mídias: computador, telefone celular, televisão etc.

Com a leitura do trecho, percebemos que esses dados podem ser utilizados na

estratégia de promoção de alguns bens de consumo. Os próprios aparatos tecnológicos

possuem uma boa participação no mercado de consumo jovem.

A utilização desse tempo para divulgar novos hábitos de consumo, novos modelos

e formas de entreterimento, faz surgir uma nova forma e espaço de consumo.

Justificamos tal fato com a ideia já consumada na internet do e-commerce, ou seja,

do comércio pela internet. Um verdadeiro espaço de compra e venda, de lançamentos

e novidades, que chegam ao consumidor através das mídias citadas pelo trecho, e que

envolve milhões de dólares.

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 39

O que perguntam por aí?

(ENEM 2010)

Sozinho vai descobrindo o caminho

O rádio fez assim com meu avô

Rodovia, hidrovia, ferrovia

E agora infovia

Para alegria de todo interior

Gil, G. Banda larga Cordel, Disponível em: www.uol.vagalume.com.br

Acesso em 16 de abril de 2010.

O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas centrais da globalização, diretamente associada ao

processo de

a. evolução da tecnologia da informação.

b. expansão das empresas transnacionais.

c. ampliação dos protecionismos alfandegários.

d. expansão das áreas urbanas do interior.

e. evolução dos fluxos populacionais.

Resposta: Letra A

Anexo • Módulo 3 • Unidade 440

Comentário

Lendo o trecho da canção, percebemos que o autor tem como tema a evolução tecnológica dos meios de

comunicação. Ele cita rádio, rodovia, hidrovia, ferrovia e finalmente infovia.

Portanto somente a alternativa A faz referência à questão da comunicação.

A alternativa B se refere às empresas transnacionais, tema que não aparece no trecho. O mesmo ocorrendo

com as alternativas C,D e E.

Ciências Humanas e suas Tecnologias • História 41

Caia na redeSe você gostou do tema e não quer ficar fora da rede, entre no mundo da cultura digital visitando sites que

podem esclarecer mais. Para saber o que o governo pensa e faz no campo da cultura digital, acesse:

� http://www.cultura.gov.br/culturaviva/category/cultura-e-cidadania/cultura-digital/ ,

ou, se preferir, vá navegando pelo site. Com o mouse, clique em “política, programas e ações”, localizado à

esquerda da tela e escolha o link “Cultura digital”.

Esse é o endereço do Ministério da Cultura, que promove o programa “Ação Cultura Digital”. Veja como ele está

trabalhando para integrar a cultura brasileira através das redes.

Outro endereço bom para pesquisar o tema é o do site “Cultura digital”:

� http://culturadigital.br/conceito-de-cultura-digital/