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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID LETRAS PROJETO: Clic CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR PROFESSORES: GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES MÓDULO 03: POESIA ALUNO:____________________________________________________

Modulo3 poesia

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Page 1: Modulo3 poesia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃOPROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

PIBID LETRAS

PROJETO:

Clic

CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR

PROFESSORES:

GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA

PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES

MÓDULO 03: POESIA

ALUNO:____________________________________________________

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O surgimento da poesia

Podemos definir a poesia como pertencente ao gênero lírico, na qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. Ela também pode compreender aspectos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo fático.

Historicamente, a poesia como uma forma de arte provavelmente seja bem anterior à escrita. Muitas obras antigas, desde os vedas indianos (1700-1200 a.C.) e os Gathas de Zoroastro(1200-900 a. C), até a Odisseia (800 - 675 a.C.), parecem ter sido compostas em forma poética para ajudar a memorização e a transmissão oral nas sociedades pré-históricas e antigas. Mas também ela aparece entre os primeiros registros da maioria das culturas letradas, com fragmentos poéticos encontrados em antigosmonolitos, pedras rúnicas e estelas.

Classificações do poema

O poema pertence ao gênero lírico, que consiste em uma forma de expressão dos sentimentos, das emoções, dos desejos, dos conhecimentos, enfim, da visão de mundo de alguém: do EU poético, denominado de “voz” do eu-lírico poético. Desse modo, temos os tipos de poemas líricos classificados em:

a)Ode ou Hino: É o poema lírico em que o emissor homenageia sua pátria, às divindades, à mulher amada, geralmente, vem com acompanhamento musical;b)Elegia: Nesse tipo de poema, o sujeito lírico expressa tristeza, melancolia, saudade, ciúme, decepção e desejo de morrer.c) Idílio ou Écloga: é o poema lírico que expressa uma homenagem à natureza, e suas belezas. Esse tipo de poema também é chamado de bucólico, ou seja, o eu-lírico expressa o desejo estar ao lado de sua amada que é uma pastora em ambientes campestre longe da cidade.d) Epitalâmio: é o poema lírico feito em homenagem às núpcias de alguém;e) Sátira: Esse tipo de poema faz uso da ironia para criticar algo ou alguém

Monte CasteloRenato Russo

Ainda que eu falasse a língua dos homens.E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É só o amor, é só o amor.Que conhece o que é verdade.O amor é bom, não quer o mal.Não sente inveja ou se envaidece.

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O amor é o fogo que arde sem se ver.É ferida que dói e não se sente.É um contentamento descontente.É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer.É solitário andar por entre a gente.É um não contentar-se de contente.É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade.É servir a quem vence, o vencedor;É um ter com quem nos mata a lealdade.Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face.

É só o amor, é só o amor.Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.

E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade,Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís de Camões)

Conhecendo os autores:

A banda brasileira de rock conhecida por “Legião Urbana”, surgida em Brasília (DF) foi bastante ativa entre 1982 e 1996. Ao todo, lançaram dezesseis álbuns, somando mais de 20 milhões de discos vendidos. Ainda hoje, é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais vende discos de catálogo em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano. Em 1996 o fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo, em 11 de outubro.

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Luíz Vaz de Camões

Não se tem certeza quando a vida desse escritor português. Provavelmente, nasceu em Lisboa(Portugal), de uma família da pequena nobreza., Quando ainda jovem, recebeu educação nos moldes clássicos, dominando o latim, conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Também não há exatidão quanto a sua formação acadêmica na Universidade de Coimbra, posto que não há informações que confirmem. Frequentou a corte deDom João III, iniciou a sua carreira

como poeta lírico e envolveu-se com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se auto exilou na África, alistado-se como militar, onde perdeu um olho em batalha. Ao regressar em Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado pelo feito, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso várias vezes, combatendo juntamente com o exército português e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia : Os Lusíadas. De volta à pátria, publicou Os Lusíadas e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, entretanto, morreu sem o devido reconhecimento, além de ter passado por dificuldades financeiras.

A Poesia Matuta na Literatura Popular Brasileira

A poesia matuta, surge a partir da poesia popular que tem raízes na Idade Média, sob regime feudal, quando não era permitido às pessoas saírem de seus feudos, a não ser por questões de guerra e peregrinação religiosa, o que contribuía significadamente para as pessoa se divertirem nas rodas de histórias, contadas de uma geração a outra. Essa forma de comunicação popular, era oral e produzida por pessoas que não tiveram acesso aos ensinamentos necessários para os estudos.

No Brasil a Poesia Matuta surge, a partir da literatura regional de tradição popular, como os cordéis e o repente. Em se tratando do nordeste brasileiro, a Poesia Matuta consegue reiventar a própria região e o ser nordestino, através de estereótipos das mais diversas ordens como, por exemplo, a fala repleta de regionalismos. Alguns ícones conseguiram se destacar pela forma popular de levar o nordeste para o resto do país como: Patativa do Assaré, Zé da Luz, Chico Pedrosa, Jessier Quirino e o cantor Amazan.

Triste PartidaPatativa do Assaré

Meu Deus, meu Deus. . .

Setembro passou Outubro e Novembro Já tamo em Dezembro

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Meu Deus, que é de nós, Meu Deus, meu Deus Assim fala o pobre Do seco Nordeste

Com medo da peste Da fome feroz Ai, ai, ai, ai

A treze do mês Ele fez experiência Perdeu sua crença Nas pedras de sal, Meu Deus, meu Deus Mas noutra esperança Com gosto se agarra Pensando na barra Do alegre Natal Ai, ai, ai, ai

Rompeu-se o Natal Porém barra não veio O sol bem vermeio Nasceu muito além Meu Deus, meu Deus Na copa da mata Buzina a cigarra Ninguém vê a barra Pois a barra não tem Ai, ai, ai, ai

Sem chuva na terra Descamba Janeiro, Depois fevereiro E o mesmo verão Meu Deus, meu Deus Entonce o nortista Pensando consigo Diz: "isso é castigo não chove mais não" Ai, ai, ai, ai

Apela pra Março Que é o mês preferido Do santo querido Senhor São José Meu Deus, meu Deus Mas nada de chuva Tá tudo sem jeito Lhe foge do peito O resto da fé Ai, ai, ai, ai

Agora pensando Ele segue outra tria

Chamando a famia Começa a dizer Meu Deus, meu Deus Eu vendo meu burro Meu jegue e o cavalo Nós vamos a São Paulo Viver ou morrer Ai, ai, ai, ai

Nós vamos a São Paulo Que a coisa tá feia Por terras alheia Nós vamos vagar Meu Deus, meu Deus Se o nosso destino Não for tão mesquinho Cá e pro mesmo cantinho

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Nós torna a voltar Ai, ai, ai, ai

E vende seu burro Jumento e o cavalo Inté mesmo o galo Venderam também

Meu Deus, meu Deus Pois logo aparece Feliz fazendeiro Por pouco dinheiro Lhe compra o que tem Ai, ai, ai, ai

Em um caminhão Ele joga a famia Chegou o triste dia Já vai viajar Meu Deus, meu Deus A seca terrível Que tudo devora Lhe bota pra fora Da terra natá Ai, ai, ai, ai

O carro já corre No topo da serra Oiando pra terra Seu berço, seu lar Meu Deus, meu Deus Aquele nortista Partido de pena

De longe acena Adeus meu lugar Ai, ai, ai, ai

No dia seguinte Já tudo enfadado E o carro embalado Veloz a correr Meu Deus, meu Deus Tão triste, coitado Falando saudoso Seu filho choroso Exclama a dizer Ai, ai, ai, ai

De pena e saudade Papai sei que morro Meu pobre cachorro Quem dá de comer? Meu Deus, meu Deus Já outro pergunta Mãezinha, e meu gato? Com fome, sem trato Mimi vai morrer Ai, ai, ai, ai

E a linda pequena Tremendo de medo "Mamãe, meus brinquedo Meu pé de fulô?" Meu Deus, meu Deus Meu pé de roseira Coitado, ele seca E minha boneca Também lá ficou Ai, ai, ai, ai

E assim vão deixando Com choro e gemido Do berço querido Céu lindo azul

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Meu Deus, meu Deus O pai, pesaroso Nos filho pensando E o carro rodando Na estrada do Sul Ai, ai, ai, ai

Chegaram em São Paulo Sem cobre quebrado E o pobre acanhado

Procura um patrão Meu Deus, meu Deus Só vê cara estranha De estranha gente Tudo é diferente Do caro torrão Ai, ai, ai, ai

Trabaia dois ano, Três ano e mais ano E sempre nos prano De um dia vortar Meu Deus, meu Deus Mas nunca ele pode Só vive devendo E assim vai sofrendo É sofrer sem parar Ai, ai, ai, ai

Se arguma notícia Das banda do norte Tem ele por sorte O gosto de ouvir Meu Deus, meu Deus Lhe bate no peito Saudade lhe molho E as água nos óio Começa a cair Ai, ai, ai, ai

Do mundo afastado Ali vive preso Sofrendo desprezo Devendo ao patrão Meu Deus, meu Deus O tempo rolando Vai dia e vem dia E aquela famia

Não vorta mais não Ai, ai, ai, ai

Distante da terra Tão seca mas boa Exposto à garoa À lama e o paú Meu Deus, meu Deus Faz pena o nortista Tão forte, tão bravo Viver como escravo No Norte e no Sul Ai, ai, ai, ai

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Conhecendo os autores:

Patativa do Assaré

Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de

1909, na cidade de Assaré localizada no estado do Ceará. Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina. Nascido em uma família de agricultores pobres perdeu a visão de um olho. Quando tinha apenas 8 anos de idade Patativa ainda passou pela dor de perder o pai, o que o levou a trabalhar na roça para sustentar a família.Embora tenha frequntado a escola apenas aos 12 anos de idade, Patativa do Assaré, demonstra aptidão no poema ao escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar empequenas festas da cidade.Ganhou o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo. No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras, no dia 8 de Julho de 2002, falece em sua cidade natal.

Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural da cidade de Exu localizada no sertão de Pernambuco no dia 13 de Dezembro de 1912. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Sua mãe chamava-se Santana. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão e também consertavam o instrumento, através desse contato Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Ainda muito jovem, passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

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Em uma feira de Campina Grande (PB) Luiz Gonzaga ouve de um cantador: “A triste partida”, poema popular da autoria do cearense Patativa do Assaré,no final de 1964 a música é gravada e torna-se o maior sucesso do “Rei do Baião” e difunde também a poesia de Patativa do Asssaré. Em 1989 morre Vítima de pneumonia, na cidade de Recife enquanto dormia.

ATIVIDADE

Com base nas aulas referentes ao módulo em estudo, escreva um pequeno poema com temática livre, não esqueça de adequá-lo com rimas, versos e estrofes.

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