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em agosto/setembro 2010 - Ano IX 52 A revista Educando em Mogi é um projeto da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por meio da Secretaria de Educação Mogi das Cruzes 450 anos Ensinando a história da cidade

Mogi das Cruzes 450 anos

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agosto/setembro2010 - Ano IX

nº 52A revista Educando em Mogi é um projeto da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por meio da Secretaria de Educação

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Editorial

Expediente

Secretaria Municipal de EducaçãoCoordenadoria de Comunicação SocialAv. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277Centro Cívico – Mogi das Cruzes – SPCEP 08790-900Tel.: (11) 4798-5085Fax: (11) 4726-5304www.mogidascruzes.sp.gov.br■ Conselho EditorialMaria Geny Borges Avila HorleAnne IvanoviciCláudia Helena Romanos PereiraLeni Gomes MagiMarilda Aparecida Tavares Romeiro Safiti■ Jornalista ResponsávelKelli Correa Brito – MTB 40.010■ Coordenação EditorialBernadete Tedeschi Vitta RibeiroLilian Gonçalves

■ Colaboraram nesta ediçãoKelli Correa BritoIvan Luiz FerreiraBruna Rocha de SiqueiraDébora Soares Alves TeixeiraAna Carolina Faber BoogRoseli da Costa SantosAna Claudia Garcia Montemor Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz Equipe da EM Profª Marlene Muniz SchmidtMárcia Caldano PiresGisele Cristina de Oliveira Rodrigues PintoMariane Prestes da Silva PenaMilena Godoi CintraRegina Célia Rissoni ValentimYaraci SantosMaria Helena Cecim Resek Claudinéia C. Ignácio GalochaGlauco Ricciele P. L. C. RibeiroGracila Maria Grecco ManfréJosé Sebastião Witter.Márcia Vianna

■ Nossa capaDesfile Cívico-Militar (Ney Sarmento)■ Fotos Arquivos das Escolas MunicipaisNey Sarmento (CCS)■ Fotolito, impressão e acabamentoMarpress Gráfica e EditoraAv. Henrique Peres, 1.500Mogi das Cruzes/SPTel.: (11) 4723-6600 www.marpress.com.br■ Projeto GráficoJorge Ricardo (CCS) ■ DiagramaçãoFábio Faria (CCS) ■ Tiragem4.000 exemplaresA Revista Educando em Mogi nº 52 é uma pu-blicação da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social, e não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados.

Em setembro de 2009, quando Mogi das Cruzes com-pletou 449 anos, nos foi lançado um desafio: realizar um ano de comemorações pelos 450 anos da cidade que seriam completos em 2010. Ao chegarmos no dia 1º de setembro deste ano, vemos que conseguimos atingir mais esta meta graças ao envolvimento de todos alunos e educadores, que fizeram dos festejos pelo aniversário de Mogi, verdadeiras declarações de carinho pela nossa cidade.

Abrimos nossa edição com o Desfile Cívico-Militar que contou a história de nossa cidade através dos séculos. Es-colas municipais, estaduais, creches, universidades, as polí-cias, o Tiro de Guerra, os expedicionários, escoteiros, entre tantas instituições, se uniram para contar século a século o crescimento de Mogi.

Vamos ver nesta edição também os projetos desenvolvidos nas escolas municipais, homenagens com música, esporte e arte. É bom destacar a participação da comunidade nestas ações, o que promoveu um verdadeiro resgate da ‘mogiani-

dade’ não só nos alunos, como também nos pais e familiares. Por meio do Caminhando e Conhecendo, nossos estu-

dantes conheceram a cidade o que podemos constatar ao ver as redações, poesias e desenhos selecionados para o livro “Mogi das Cruzes 450 – Escrevendo e Desenhando Mogi. A história de nossa cidade sob o olhar das crianças”, lançado neste mês com um grande concerto da Banda Sin-fônica Jovem Mario Portes.

Confira ainda um pouco da história de nossa cidade com os artigos sobre a trajetória da Merenda Escolar, que serviu um delicioso Afogado no dia 31 de agosto, os Bandeirantes e o historiador mogiano Isaac Grinberg. Esta edição da re-vista Educando em Mogi é uma pequena mostra do trabalho grandioso que foi feito pela educação mogiana em come-moração aos 450 anos de Mogi das Cruzes, é o relato do prazer de ensinar a história, a cultura e as tradições de uma grande cidade de 450 anos!

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Índice4 15 mil pessoas:

Desfile Cívico-Militar8 Alunos homenageiam os 450 anos de Mogi

33 Dia do Afogado

13 Uma nova leitura do hino de Mogi

10 Construindo a identidade cultural na infância

24 Arte em Mogi

20 Projeto Música

19 Semana Alegria, Alegria

16 Uma cidade de muitos brasileiros

22 Sarau conta a história de Mogi

23 Conhecer Mogi e a sua História através dos postais

26 Escola de Tempo Integral comemora os 450 anos

28 Com um pé na história

30 Merenda Escolar

34 Bandeirantes: O cotidiano na Vila de Sant´anna de Mogi-Mirim

36 No curso dos séculos, um olhar atento

39 Minha Mogi

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Kelli Correa Brito e Ivan Luiz Ferreira

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Cívico-Militar15 milpessoas:

No dia 1º de setembro, os mogianos comemoraram uma data histórica: os 450 anos de Mogi das Cruzes. Abrindo as comemorações do dia, o Desfile Cívico-Militar reuniu 15 mil pessoas na Avenida Cívica com o tema “Mogi – 450 Anos de História”. Autoridades da cidade e da região pres-tigiaram o evento que emocionou a todos com a apresen-

tação da história da cidade contada por crianças, jovens e adultos de diferentes bairros e instituições do município.

Ao todo o Desfile teve 2,5 mil participantes, entre alunos, educadores, fanfarras, policiais, bombeiros, soldados do Tiro de Guerra e representantes de entidades de toda cidade.

A Banda da Polícia Militar tocou o Hino Nacional enquanto as autoridades hasteavam as bandeiras do Brasil, São Paulo e de

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Cívico-MilitarMogi das Cruzes. O autor da bandeira, Domingos Sica, também esteve presente ao lado de Raulindo Paiva Jr., que elabo-rou a melodia do hino mogiano, que teve nova gravação recentemente.

O Desfile Militar foi aberto pelo Tiro de Guerra, que com tiros de fes-

tim e uma bela passagem pela avenida, saudou os 450 anos de Mogi. Em se-guida, desfilaram as viaturas das Polí-cias Civil, Militar, Ambiental e Rodo-viária. O Corpo de Bombeiros trouxe seus diferentes carros de resgate e a Guarda Municipal mostrou sua frota

com motocicletas e carros. O Proerd, programa da Polícia Militar

em prol das crianças, também foi lem-brado no Desfile. Só em Mogi, mais de 10 mil alunos passaram pela iniciativa.

Após o grupo de Escoteiros Ubi-rajara, teve início a parte cívica do

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evento com a narração dos 450 anos de história da cidade na Avenida. O radialista Edy Soares contava a história de cada período da cidade enquanto cada grupo passava re-presentando um século. Todos se reuniram para contar a história de Mogi e como ela evoluiu o longo dos anos, seus momentos importantes e marcos históricos. A Secretaria Municipal de Educação foi responsável pela organização do Desfile neste ano.

A caracterização das crianças durante o Desfile chamou a atenção do público. Pequenos índios e bandeirantes contaram a chegada de Braz Cubas na região em 1560 e um pequeno Dom Pedro, representou as duas passagens do imperador pela cidade. Os imigrantes também ganharam aplausos da platéia, pois foram representadas todas as colônias inclusive a libanesa. As performances das fanfarras também animaram o público.

Períodos e pontos marcantes da cidade foram lembrados, chamando a atenção os grupos que representaram todos os Distritos, como Braz Cubas, Sabaúna, Taiaçupeba, Jundia-peba, Quatinga, César de Souza e Biritiba Ussú.

O investimento da Prefeitura em Educação mostrou as perspectivas da cidade para o futuro, levando para a Ave-nida desde os alunos de berçário até as turmas de Ensino Superior das universidades da cidade. A cidade conta atu-almente com 5.010 alunos no Programa Escola de Tempo Integral e 40 creches serão entregues até 2012.

Fechando o Desfile, a equipe da Secretaria de Esporte e Lazer apresentou seu trabalho e convidou a todos para o grande even-to que Mogi sediará em 2011, os Jogos Abertos, que trará mais de 15 mil atletas de todo o Estado de São Paulo para a cidade.

A alegria dos participantes e da platéia

Com uma estrutura diferenciada neste ano, o Desfile Cívi-co-Militar emocionou os participantes e a platéia, que vibrava a cada grupo que passava pela Avenida Cívica. Emerson Pe-reira, 18 anos, atirador do Tiro de Guerra, desfilou orgulhoso pela Avenida Cívica, “Sinto orgulho de ser mogiano”.

Nayara Aparecida Mello Maximiniano, 15 anos, que desde 2005 está na banda Mário Portes e desfila no aniversário da ci-dade, falou sobre sua alegria. “É um privilégio para mim desfi-lar nos 450 anos de Mogi”. “Eu acho importante desfilar pelo grupo de escoteiros, porque sou mogiano e nós somos o cartão postal da cidade!”, frisou Augusto José Monteiro Miranda Bal-dez, de 16 anos, que há 8 anos faz parte do Grupo de Ubirajara.

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Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação

Ivan Luiz Ferreira é estudante de Jornalismo da Universidade Braz Cubas e estagiário da Pre-feitura de Mogi das Cruzes

Na platéia, a dona de casa Célia Isabel da Cunha Ma-rinho, 69 anos, que nasceu em Minas Gerais e vive em Mogi há 38 anos, adorou o desfile. “Maravilhoso, tudo está lindo! Amei as criancinhas representando a história de Mogi”. Mogianos que sempre assistem ao Desfile destaca-ram a organização do evento deste ano. “Sempre venho ao desfile e este ano está fantástico! Tá valendo a pena, o prefeito está de parabéns pela organização do evento”, contou Edson Rocha, de 62. “Tô gostando muito de ver as fanfarras e principalmente as crianças de cada escola”, disse Viviane Cristina Bueno Cuzziol, de 24 anos.

A expectativa pelas próximas atrações também era grande. “Durante a tarde quero assistir as acrobacias do piloto Carlos

Cunha e também ver o show do Milton Nas-cimento”, completou Viviane. Sérgio Doni-zeti Paulino, 52 anos, já estava programando o restante do dia. “O desfile foi bom, já comi um yakissoba e pretendo voltar à noite e ver as outras atrações”, explicou Sérgio.

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Mais de 160 crianças, jovens e adultos estiveram na noite do dia 3 de setembro no palco do Cemforpe para uma grande comemoração pelos 450 anos de Mogi das Cruzes. Em prosa, desenho e música, os estudantes da rede municipal fizeram duas grandes homenagens a Mogi com o lançamento do li-vro “Mogi das Cruzes 450 Anos – Escrevendo e Desenhando Mogi. A história de nossa cidade sob o olhar da criança” e a apresentação do concerto “Mogi 450 Anos... Uma história de luta e progresso” com a Banda Sinfônica Jovem Mario Portes. Autoridades municipais prestigiaram o evento.

Pais, familiares, educadores e alunos lotaram o auditório nesta noite de festa. Autoridades do município também prestigiaram o evento. O livro surgiu a partir de um desafio proposto em 2009 quando a cidade completou 449 anos, um ano de comemorações para celebrar os 450 anos da ci-dade comemorados agora em 2010. Para celebrar a data, a Secretaria organizou dois concursos: “Escrevendo Mogi” e “Desenhando Mogi”, que envolveram 30 mil alunos de 93 escolas municipais e creches conveniadas, destas 53 tiveram estudantes premiados.

De um total de mais de 200 trabalhos enviados, 90 cria-ções foram escolhidas, sendo 30 desenhos, 20 frases, 10 poemas e 30 redações. Participaram estudantes de Educa-ção Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. Os trabalhos selecionados compõem o livro, edi-tado pela Pasta. Cada aluno receberá quatro exemplares.

O livro foi apresentado ao público e após a apresentação, foi feita uma homenagem aos novos autores para demons-trar o orgulho da cidade por seus novos escritores. Alguns adultos tiveram seu primeiro livro publicado. O livro foi um marco pelos 450 anos de Mogi e será lembrado por todos.

Kelli Correa Brito

Homenagem musical

Após a alegria dos alunos, a música tomou conta do audi-tório do Cemforpe. Estreando um novo uniforme de gala, a Banda Sinfônica Jovem Mario Portes arrancou aplausos da platéia. “Estamos muito felizes em participar de uma come-moração como esta pelos 450 anos da cidade. É um con-certo bem caprichado para vocês”, disse o maestro Daniel Bordignon, diretor musical do projeto “Musica: Formação, Expressão e Emoção”, da E.M. Prof. Mario Portes, da qual

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a Banda faz parte. O grupo é formado pelos 80 alunos mais destacados da iniciativa, que atende atualmente 537 alunos e ex-alunos de escolas públicas de Jundiapeba.

O regente Wagner de Oliveira tocou o hino a Mogi das Cru-zes, emocionando a todos. Em seguida, animou o público com as músicas “Fate of the Gods”, de Steven Reineke, “Rock um Lutador”, de Bill Conti, “Homenagem ao Malandro”, de Chi-co Buarque de Holanda e “Kiss in Concert”, do Kiss.

O maestro Bordignon iniciou a segunda parte do espetá-culo com um medley de Bossa Nova. Os temas da Copas vencidas pelo Brasil também fizeram sucesso com a platéia. A cantora Aline Chiaradia interpretou o clássico de Aldir Blanc e João Bosco, “O Bêbado e a Equilibrista” e o con-certo ainda contou com temas inesquecíveis de filmes e a emocionante “A Máscara do Zorro”, sucesso de público e crítica nas apresentações da Banda. A batida moderna da Banda de Percussão Mario Portes agitou a platéia, que aplaudiu de pé os jovens músicos.

Ao final do evento, foi entregue o livro a todos os alunos vencedores. “Estou sem palavras. É o primeiro ano dela na creche e estamos emocionados. É uma recordação que ela vai ter para vida inteira. É gratificante não só para ela, como para gente também”, contou Robson Rodrigues Ayres Pi-menta, que mostrava carinhosamente o livro à filha, Alanis de Oliveira Pimenta, de apenas 4 anos, uma das alunas pre-miadas no “Desenhando Mogi”.

Giane Vieira, mãe de Marina Helena dos Santos Vieira, aluna da 8 série da E.M. Benedito Ferreira Lopes, também se surpreendeu com o talento da filha na escrita. “É um orgulho muito grande. Eu sabia que ela escrevia bem, mas não imaginava ver um texto dela publicado em um livro como este”, disse.

Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação.

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InfâncianaUma escola que valoriza o conhecimento, a vivência e a leitura de mundo que o aluno traz, oferece condições para este reconstruir seu conhecimento pelo contato com novos conceitos e a ampliação de suas idéias. A valorização da cultura particular expandida para contex-tos maiores propicia melhores condições de atuação dos alunos na sociedade e em âmbito global.

Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação da Infância, 2009, p.38

ConstruindoaIdentidade Cultural

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Bruna Rocha de Siqueira

A valorização do patrimônio cultural do grupo social ao qual pertence o aluno é um dos conteúdos previstos pelos Referen-ciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e também preconizado pelas Diretrizes Curriculares Municipais. De fato, a escola tem o papel de apresentar e explorar junto aos educandos esse patrimônio de forma real e significativa, possibilitando o conhecimento da história do grupo social do aluno e, conse-quentemente, o reconhecimento de sua própria história.

Nesse sentido, a equipe do Centro de Convivência Infantil Integrado (CCII) Profª Ignêz Maria de Moraes Pettená pro-gramou um passeio por três espaços culturais e históricos de Mogi das Cruzes: Biblioteca Municipal, Centro de Cultura e Memória Expedicionários Mogianos e Museu Profª Guiomar Pinheiro Franco, contemplando, assim, as atividades do pro-

jeto pedagógico de 2009, intitulado “Terra Mogi”.Passeios a Museus e Bibliotecas, até então comum para

alunos do Ensino Fundamental, são caracterizados por momentos de observação passiva e pouco interativa. A proposta de proporcionar um passeio como esse às crian-ças de Educação Infantil, com faixa etária entre 2 a 4 anos, passou a ser um grande desafio para toda a equipe.

Para atender as necessidades de assimilação da criança e tornar a visita mais significativa, contamos com a compe-tência de Maria Lucia Freitas, representante da Secretaria Municipal da Cultura, que monitorou todo o nosso passeio de forma bastante interativa, informativa e divertida por meio de uma didática que conseguiu atingir a linguagem e os interesses das crianças.

O nosso roteiro teve início com uma parada na Biblioteca Municipal, onde as crianças foram recepcionadas na Sala Maurício de Souza, espaço especialmente reservado para o público infantil. A visita à Biblioteca contou com uma pe-quena apresentação sobre as funções de uma biblioteca, a contação de história e a doação de um livro para cada aluno. As informações sobre como funciona uma biblioteca real foram muito importantes para as nossas crianças que não reconheciam o significado deste espaço, por não o possuir na escola e nem no bairro.

Após a visita à Biblioteca, seguimos com as crianças a pé até o Centro de Cultura e Memória Expedicionários Mo-gianos. Neste espaço, as crianças ficaram muito admiradas com as vestimentas, armamentos e utensílios dos soldados. Foi uma verdadeira brincadeira de faz-de-conta, na qual os alunos incorporaram os próprios soldados ao colocarem os capacetes dos expedicionários e se posicionarem no tan-que de guerra presente no local. Também ficaram curiosos sobre a identidade das fotografias expostas na parede do museu e reconheceram as bandeiras nacional e municipal que estão presentes em todo o espaço.

O último espaço cultural que constou no nosso rotei-ro foi o Museu Profª Guiomar Pinheiro Franco, onde as

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Bruna Rocha de Siqueira é pedagoga e pro-fessora do CCII Profª Ignêz Maria de Moraes Pettená

Referência Bibliográfica

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES. Secretaria Municipal de Educação. Diretrizes Curriculares Munici-pais para a Educação da Infância. Mogi das Cruzes, 2007

crianças puderam conhecer um pouquinho sobre a profes-sora Guiomar, como ela vivia, quantas pessoas moravam com ela naquela casa, alguns de seus costumes, como ob-servar pela janela de sua sala as crianças da Escola Estadu-al Coronel Almeida brincando no recreio.

Outro conhecimento bastante interessante para as crian-ças foi perceber as características da mobília da época, suas diferenças e utilidades comparadas aos móveis de hoje. Um bom exemplo para ilustrar essa percepção foi o questio-namento de um aluno sobre o “Porta-chapéus” e “Porta--bengalas”, mobília característica das necessidades da época e que hoje não se encontra mais, foi alvo de uma discussão histórica extremamente pertinente e significativa, pois par-tiu do questionamento para o estabelecimento de relações entre o ontem e o hoje, visto que o aluno após saber a ser-ventia de tal mobília concluiu: “Isso não tem na minha casa, meu pai só usa boné!”

Ao final deste passeio, ficamos extasiadas e surpreendidas pelo interesse dos alunos. Pudemos perceber o quão importan-te é o contato direto com fontes históricas para a construção de um saber significativo, mesmo com crianças tão pequenas. Nossa preocupação não partiu da subestimação da capacidade dos nossos alunos em aprender e, sim, de como tornar esse passeio uma atividade que realmente atingisse as expectativas dessa faixa etária e, como já descrito, isso foi possível.

Essa atividade permitiu a consti-tuição de significados e ampliação de mundo dos nossos alunos, caracteri-zando assim um conhecimento cons-truído por meio de relações, conflitos e acomodações. Além disso, possibi-litou que os pais dos alunos também pudessem conhecer e reconhecer o patrimônio cultural da nossa cidade como uma opção de lazer para toda a família, uma vez que um passeio como esse ainda não fazia parte do roteiro de lazer da comunidade.

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o hino da cidade

Débora Soares Alves Teixeira

Neste ano, a cidade de Mogi das Cruzes comemorou 450 anos de sua fundação e para celebrar esta data as escolas muni-cipais organizaram diferentes atividades. Pensamos que comemorar esta data foi uma ótima oportunidade para conhecer a cidade em que vivemos em seus diferen-tes aspectos, contribuindo assim para um resgate da cultura local, assim como para a preservação da mesma.

As Matrizes Curriculares para a Edu-cação Básica de Ciências Naturais e So-ciais da Secretaria Municipal de Educa-ção de Mogi das Cruzes propõem para o trabalho com os primeiros anos do Ensino Fundamental que o aluno per-ceba o “estabelecimento de algumas relações sociais entre o modo de vida característico de seu grupo social, ou-

tros grupos e gerações” (pág. 5). Assim, participando de di-ferentes atividades o aluno pode compreender e identificar as tradições culturais de sua comunidade, valorizando o seu patrimônio cultural.

O hino da cidade de Mogi das Cruzes apresenta uma “musicalidade” familiar aos alunos, uma vez que a maioria das unidades escolares realiza o culto à bandeira uma vez por semana. Porém, poucos alunos conseguem compre-ender o que diz o hino, além de não compreender o seu contexto. Neste sentido, propusemos o trabalho de estudo do hino da cidade de Mogi das Cruzes com os alunos do 1º ano da E.M. Dr. Benedito Laporte Vieira da Motta, onde procuramos realizar a compreensão, interpretação e con-textualização do hino, que apresenta uma linguagem dife-rente da qual estamos acostumados e que, frequentemente, é de difícil compreensão para os alunos desta faixa etária. Observamos tal dificuldade nos momentos de culto à ban-deira, onde os alunos conseguem perceber e cantar apenas o refrão do hino da cidade.

Assim, inicialmente, oportunizamos aos alunos que ouvis-sem o hino da cidade em um ambiente mais calmo e de forma que pudéssemos compreender cada estrofe. Perguntávamos aos alunos o que cada um havia compreendido e partindo das informações que eles nos apontavam, fomos contextualizando cada estrofe, explicando-lhes que informação ou fato histórico a mesma transmitia.

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A bandeira da cidade de Mogi das Cruzes também foi explorada pelos alunos, onde puderam compreender, por exemplo, que as cores da bandei-ra representam as diferentes raças da população que formaram o município: branca, negra e vermelha (índios) e que o brasão representa os bandeirantes que

Os alunos mode-laram uma figura humana represen-tando Braz Cubas e ao fundo a serra do mar.

“Foi transpondo a serra do mar,

Que Braz Cubas teu solo pisou

E nos deu a razão de amar

Esta terra que ele fundou”.Gru

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Neste momento, os alunos mode-laram o rio Tietê e várias pessoas em sua volta, representando o povo mogiano.

“Situada às margens do rio

Tietê, aos pés do Itapeti

Habitada por gente de brio

Que sorrindo sempre vela por ti”.Gru

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Neste momento, os alunos mode-laram uma cruz, representando o símbolo cristão.

“Por ti, minha Mogi querida

Das Cruzes, o símbolo cristão

Darei a minha própria vida

De todo o meu coração”.Gru

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Para comemorar os 450 anos da cidade, os alunos modelaram um grande bolo de aniversário.

“Salve! Salve! 1º. de setembro

Nobre data em que foste fundada

Te saúdo e cumprimento

Minha terra sempre, sempre amada”.Gru

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Os alunos modelaram duas pessoas lutando, representando as pessoas que participaram da guerra.

Para finalizar, os alunos mode-laram vários corações repre-sentando o amor de todo o povo mogiano pela nossa cidade.

“Foi lutando com fé e amor

Que na guerra teu filho brilhou

E voltou só ferido da dor

Dos irmãos que lá ele deixou”.

“Por ti, minha Mogi querida

Das Cruzes, o símbolo cristão

Darei a minha própria vida

De todo o meu coração”.

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se embrenharam pelas matas do território mogiano, dando origem à sua fundação anos mais tarde.

Após este estudo, os alunos foram divididos em nove gru-pos, com três ou quatro alunos cada um e partindo do que compreenderam, cada grupo realizou um trabalho de modela-gem com massa de modelar para ilustrar cada estrofe do hino da cidade, sempre orientados pela professora. O trabalho foi organizado da seguinte forma:

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Referência Bibliográfica

Matrizes Curriculares Municipais para a Educação Básica – 9 anos – Ciências Naturais e Sociais. Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes.

Débora Soares Alves Teixeira é pedagoga, pós--graduada em Psicopedagogia no Processo Edu-cacional e professora de Educação Infantil na EM Dr. Benedito Laporte Vieira da Motta e de Ensino Fundamental no Cempre Dra. Ruth Cardoso.

Observamos a bandeira de Mogi das Cruzes e fotografamos a mesma.

“Teu brasão de teus filhos estampa

A história, heroísmo, os feitos

Bandeirantes que nos deram de herança

Nossa origem, nosso grande conceito”.Gru

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Os alunos mo-delaram várias figuras humanas, representando o povo que colabora para o crescimen-to da cidade

“Do trabalho teu povo é amante

Braços fortes, coragem imorredoura

Te fundiram, nesta gigante

Nesta terra tão encantadora”Gru

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Novamente, os alunos modela-ram duas pessoas lutando, represen-tando as pessoas que participaram da guerra.

“Na Itália, distante Itália

Em Pistóia, bem longe do Anhembi

Recobertos com louros e glórias

Conquistadas por heróis de Mogi”Gru

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Os alunos modelaram uma plantação e o sol, representando a agricultura, a riqueza da cidade.

“O saber, de tua gente é pujança

Tua indústria e lavoura um encanto

Patriotismo é a nossa esperança

Liberdade nosso tema de canto”.Gru

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Relato de festa realizada na Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche em homenagem aos 450 anos de Mogi.

A história de uma cidade não é só construída pelas pes-soas que lá nasceram e lá morreram. Uma cidade grande como Mogi das Cruzes tem uma longa história, onde mui-tos chegaram e muitos partiram. São 450 anos desde a sua fundação, que comemoramos no dia 1º de setembro,

Todos nós estudamos bastante a história desta cidade e sabe-mos um pouco sobre os índios Boigy - primeiros habitantes da região; Braz Cubas - considerado o fundador da cidade; Gaspar Vaz, que abriu a estrada que passava por esta região. Em 2008, tivemos uma comemoração importante: a chegada dos Imi-grantes Japoneses no Brasil e em Mogi, onde eles ainda hoje es-

tão bastante presentes. E também temos por aqui muitos imigrantes de outros paí-ses, como Itália, Espanha e Portugal.

Hoje vamos falar de outras pessoas que vieram para Mogi das Cruzes, de nomes não tão famosos como os que já citamos. Mas pessoas tão importan-tes quanto elas, pois no seu movimen-to de chegada e de partida, a cidade foi crescendo, crescendo... São os di-versos Paulos, Robertos, Anas, Josés, Severinos, Marias... Cidadãos brasilei-ros que nos movimentos migratórios vieram parar nesta cidade e ajudaram a construí-la. Muitos permaneceram por aqui, muitos continuaram suas viagens, em busca de uma vida melhor.

Ana Carolina Faber Boog

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Começaremos contando a história dos nordestinos. Quem não conhece alguém com aquele sotaque “arretado” que mora por aqui? A partir da década de 1960, com o avanço da industriali-zação, a região sudeste foi considerada como “terra de oportunidades”, onde quem aqui chegasse conseguiria tra-balho e consequente enriquecimento. Assim, muitos nordestinos saíram de sua terra em busca de trabalho. Aqui chegando, com poucos recursos, não foi bem o que encontraram e acabaram por procurar locais perto das grandes cidades para morar. Assim, nesta épo-ca muitos migrantes nordestinos vie-ram para Mogi das Cruzes, trazendo

um pouco da sua cultura para cá. Em homenagem a estas pessoas que

fizeram suas longas viagens do nor-deste para cá, sacudindo por vários dias em precários meios de transpor-te, as turmas de Educação de Jovens e Adultos - Letramento prepararam uma dança de um ritmo típico da região do nordeste e apresentaram o forró.

O forró é uma dança típica do nor-deste e é dançada em pares, num ritmo envolvente onde ninguém consegue fi-car parado. Tem sua origem em bailes no nordeste, onde o chão de barro era molhado para evitar que o pó levantas-se. O nome forró deriva de forrobo-dó, que significa arrasta-pé, confusão

e farra. (www.suapesquisa.com/musi-cacultura/forro.htm). Aqui na nossa região podemos dançá-lo em bailes e casas noturnas regionais, mas também em qualquer outro lugar – talvez até na sua casa? - uma vez que esta dança está muito difundida, atingindo todas as ca-madas da população.

Uma cidade como Mogi das Cruzes, grande, mas também com uma área ru-ral considerável próxima a São Paulo, onde estão localizadas grandes empre-sas, não poderia deixar de ser um lar acolhedor para os brasileiros que vem lá do sul. Alguém por aí conhece um mogiano que fala cantado, que toma “leiTe quenTe”, vai ao parque com a cuia e a garrafa térmica, que cuida dos guris e dos piás e, quando impressio-nado, solta uma expressão mais ou menos assim: “Bah, tchê!...”? Sulistas também vieram para Mogi. Alguns em função do trabalho, que os fizeram buscar residência próxima a São Paulo, mas com sossego de cidade de interior, outros para trabalhar nas plantações ou para construir suas vidas e suas fa-mílias aqui nessa cidade.

Em homenagem a estes, os alunos da Estimulação Precoce prepararam uma dança muito conhecida, a dança da Pezinho. O “Pezinho” constitui uma das mais simples e ao mesmo tempo uma das mais belas danças gaúchas. A melodia, muito popular em Portugal e Açores, veio a gozar de intensa popu-laridade no litoral dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (www.paginadogaucho.com.br)

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Ana Carolina Faber Boog é professora que atua na área de Educação Física na Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche

Também a partir da década de 1960, em função da industrialização, junto com os nordestinos, vieram os nortistas para o sudeste. Não na mesma propor-ção que os nordestinos, mas também pessoas que encararam longas e difíceis viagens, que dirigiram-se inicialmen-te para os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais e, depois, em busca de melhores oportunidades, dirigiram-se a São Paulo e, assim como os sulistas e os nordestinos, vieram para Mogi das Cruzes. Não conhecemos muitos deles, até porque não são muitos. Mas não é sem frequência que vemos “casas do norte” pela cidade. Mas o nosso costu-me de comer uma farinha de mandioca, ou a própria mandioca, o açaí, a moque-ca, são provas reais de que os nortistas estão por aqui e que seus costumes in-fluenciaram os nossos. Sabemos pouco sobre essa região, mas diariamente escu-

tamos notícias a respeito dela. Geralmente, sobre estrangei-ros querendo tomar conta de uma riqueza do nosso país que está sendo devastada por nós mesmos – a floresta amazônica.

Em homenagem aos nortistas, os alunos das turmas de apoio prepararam uma dança relacionada ao famoso Festival Folclórico de Parintins. O festival é uma apresentação a céu aberto, onde competem duas agremiações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresen-tação ocorre no Bumbódromo (Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes), uma espécie de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para 35 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações. O Festival de Parintins se tornou um dos maio-res divulgadores da cultura local. (http://pt.wikipedia.org). A dança, Vermelho, é em homenagem ao Boi Garantido.

Por fim, não podíamos deixar de fora aqueles brasileiros que vêm de uma região do nosso país tão importante, que se destaca pela diferença de paisagem e clima, que vai do cer-rado ao pantanal, passando por um pedaço da Amazônia, com uma incrível biodiversidade. Quem aqui nunca comeu curau, peixe na telha, galinhada ou tomou um quentão? São itens típicos da culinária do Brasil Central. E a nossa famosa Festa do Divino Espírito Santo, aqui em Mogi, junto com a de Pirenópolis, em Goiás, estão entre as maiores do nosso país. Como esta região do Brasil é marcada pela pecuária bovina, grandes pastos e criação de gado, os alunos cadei-rantes, junto com suas mães, professoras e colegas, fizeram uma dança country em homenagem a esta região.

Mogi é uma grande e acolhedora cidade, que recebe de braços abertos brasileiros e estrangeiros de muitos lugares, assim como cidadãos mogianos saem daqui para ajudar a construir e melhorar outros lugares. Desta forma, o Brasil inteiro se faz presente em Mogi, assim como Mogi se faz presente em todo o Brasil!

Parabéns, Mogi, pelos seus 450 anos!!!Para festejar, dançamos a quadrilha, que representa todo

o nosso país, uma vez que esta dança está tão presente nos festejos de todas as regiões. Todos estão convidados a par-ticipar desta grande festa!

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SemanaAlegria,

AlegriaRoseli da Costa Santos

Roseli da Costa Santos é diretora da EM Prof. Adolfo Martini

A atividade foi desenvolvida no CE-DIC (Centro de Divulgação e Cons-trução do Conhecimento) da Escola Municipal Prof. Adolfo Martini, na Vila Industrial e teve como objetivo valorizar a cultura local, dentro dos 450 anos de Mogi, integrando os valores da comunidade dentro da Escola.

Escolhemos um samba-enredo para ser trabalhado de forma diferenciada com cada ano/série:■ 2ºs anos - atividade não-verbal;■ 3ºs anos - rimas;■ 3ªs séries - preencher lacunas com rimas;■ 4ªs séries - paródias.

Para o fechamento do trabalho, no dia 15 de maio des-te ano, o autor do samba-enredo foi convidado para trazer experiências vividas por ele e pela comunidade local, valo-rizando o trabalho desenvolvido durante a semana. Com imensa satisfação e alegria vimos o resultado desse trabalho dos alunos junto à comunidade.

A frase-tema do samba foi : “A Escola Municipal Prof. Adolfo Martini e a Unidos da Vila Industrial constróem a alegria nos 450 anos de Mogi!”

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MúsicaAna Claudia Garcia Montemor Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz

Da construção de instrumetos musicais à relação da aprendizagem

Em 2010, a E.M. Benedito Ferreira Lopes iniciou o Pro-jeto “Conhecendo e vivenciando 450 anos de ritmos mo-gianos”, integrando-se ao “Tocando e Cantando fazendo músicas com crianças”, da Secretaria Municipal de Educa-ção. A escola desenvolveu as ações do projeto nas diversas áreas de conhecimento da Educação Infantil, principal-mente aquelas que possibilitam o aprendizado por meio de elementos novos que enriquecem o cotidiano dos alunos, ampliam seus olhares sobre a diversidade da comunidade e a influência recebida por diferentes povos durante sua for-mação, minimizando as resistências e pré-conceitos, geran-do mudanças de comportamentos e a satisfação em partici-par dos processos de aprendizagem e das oportunidades de construção de conhecimentos.

Foi um dos suportes práticos de vivência para o desenvol-vimento e o resgate de valores humanos, garantindo a inter-disciplinaridade ao tocar, cantar e fazer música. De maneira dinâmica e progressiva, as vivências que exigem o movimen-

to, a percepção dos sons e ritmos, a escuta de músicas de estilos diferentes, o manuseio de instrumentos de percus-são, a criação de arranjos para músicas já conhecidas, cantigas de roda, brinca-deiras cantadas e a escuta ativa, foram enaltecidos nesta fase do projeto

Para seu desenvolvimento, foi explí-cita no projeto pedagógico da escola a necessidade de destacar o ano de co-memoração dos 450 anos de Mogi das Cruzes e, para acompanhar o desenvol-vimento dos trabalhos, oferecendo su-porte técnico aos professores e ADIs

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Ana Claudia Garcia Montemor é vice-direto-ra do segmento de Educação Infantil da E.M Benedito Ferreira Lopes – CAIC

contamos com a monitora/pesquisadora Raquel Freitas e a assessoria da professora Iveta Maria B. Fernandes.

A escola exerce papel fundamental de formação cogni-tiva e ao iniciar o projeto, crianças e professores passaram por um período de motivação, envolvimento, mobilização e execução. Por não contarmos com instrumentos musicais suficientes para um trabalho eficaz, foi preciso investir na confecção de material sonoro alternativo, promovendo ati-vidades que resgate as brincadeiras cantadas, os folguedos e as brincadeiras folclóricas e o conhecimento sonoro de materiais de percussão.

Com objetivo de envolver a comunidade pedimos a colabo-ração dos pais, que nos enviaram materiais recicláveis variados (garrafas pet, cabos de vassoura, latas, potinhos de plásticos, contas), entre outros adquiridos pela escola, para que fossem confeccionados instrumentos como clavas, chocalhos, ber-rante de PVC, cuíca, reco-recos, oceam-drum, paus-de-chuva, móbiles, baquetas, flauta de êmbolos, guizos e cocos.

É notória a participação das crianças nas aulas de músi-ca, tanto na apreciação, construção ou execução de arranjos simples. A felicidade e o prazer em cantar e brincar com as professoras e a monitora/pesquisadora, sejam em ativi-dades com a linguagem musical, tocando, cantando, explo-rando sons de diferentes procedências, improvisando, com-pondo, interpretando, desenvolvendo a percepção rítmica, a sensibilidade auditiva, a percepção melódica e harmônica, contextualizando a música aos fatores sócio-culturais, his-tóricos e geográficos, possibilita propor discussões e refle-xões sobre a história regional e as influências globais das quais participamos em nossa cidade.

Ao ser aplicado como recurso de aprendizagem e no de-senvolvimento da alfabetização, do raciocínio lógico, da motricidade os alunos têm a oportunidade de interpretar, argumentar, desenvolver a estética dos textos, comparando estilos e gêneros musicais, reconhecendo sons ambientais agradáveis e classificando os sons que provocam condições sonoras que afetam a qualidade de vida. Ao desenvolver atividades com a escuta ativa, nos preocupamos em mos-trar aos alunos e educadores a necessidade de modificar o ambiente sonoro dos dias de hoje. O excesso de ruídos, a “poluição sonora”, a qual estamos expostos poderá afetar nossa sensibilidade para ouvir e discriminar sons.

Trabalhamos para resgatar a memória auditiva e com isso trazer benefícios para o desenvolvendo da consciência fo-nética, da coordenação motora, da capacidade de articular foneticamente ao falar, de escutar e, certamente, impulsio-

Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz é diretora da Escola Municipal Benedito Ferreira Lopes – CAIC e professora da pós-graduação em Psicopedagogia da UMC.

nar o sucesso do processo de alfabetização. Para os bebês, a música acalma, relaxa, estimula os movimentos e é evidente que sua importância culmina com o desenvolvimento da forma de comunicação e expressão que integra emoção e razão, uma aprendizagem que mobilize as relações internas e externas do ser aprendente.

Os educadores comprometeram-se em construir jogos de memória sonoros, jogos de memória de imagens e jogos de associações de imagens e identificação dos sons. Contamos com uma equipe comprometida e com práticas que estimu-lam o conhecimento de conceitos, de procedimentos e atitu-des pertinentes ao desenvolvimento integral dos alunos.

Assim, a música deve estar presente no processo de ensi-no e aprendizagem garantindo o desenvolvimento de habi-lidades e coordenações necessárias nesta fase da educação. A criança deve ter acesso a essa nova “modalidade”, visto que a música é parte da cultura de uma nação e será conte-údo obrigatório para o Ensino Fundamental.

Reconhecemos que a riqueza da natureza está na sua bio-diversidade e a riqueza da produção humana está na valo-rização e preservação da sua cultura, destacando a música.

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Equipe da EM Profª Marlene Muniz Schmidt

Equipe da EM Profª Marlene Muniz Schmidt

Mogiconta a

Sarau

“Foi transpondo a Serra do Mar...”Assim, há 450 anos, nossa cidade,

Mogi das Cruzes teve seu início.Depois da serra, tantas belezas reve-

ladas, outras tantas construídas...Terra de imigrantes, de gente famosa

e importante...Gente que começa criança, que brin-

ca de roda, que compõe, se impõe e vira artista.

Nosso Sarau retratou o povo crian-ça que brincou de roda e homenageou

compositores locais, como Paulo Henrique - PH, Pedro Abib, Mayson, Waldir Vera, Mateus Sartori e tantos outros

Nesse momento, mostramos também com o empenho da equipe escolar, o talento de nossos alunos dramatizando, es-crevendo, compondo e interpretando por meio do trabalho musical realizado com os projetos “Tocando, cantando... fa-zendo musica com crianças” e “Pra Ver a Banda Passar”.

Parabéns a Mogi das Cruzes pelos seus 450 anos e aos nossos alunos pelo sucesso do trabalho realizado.

história de

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Márcia Caldano Pires é pedago-ga, professora de Ensino Funda-mental e atualmente está na Secre-taria Municipal de Educação.

Márcia Caldano Pires

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Quando recebi a proposta para traba-lhar com cartão-postal em sala de aula percebi que seria um grande instrumen-to de articulação para a construção do conhecimento. Nem pensei, logo acei-tei, pois gosto de novos desafios ainda mais se o mesmo vier para colaborar na formação dos alunos.

À primeira vista são simples retângu-los de papel, mas eles têm mais de um século de história. Em poucos anos, se espalharam pelo mundo, chegando ao Brasil em 1880. É um excelente veícu-lo para o envio de mensagens curtas, pequenas notícias, boas lembranças e pequenos avisos e passou a ser o meio mais simples e eficiente de comunica-ção entre as pessoas.

O cartão-postal é, antes de tudo, uma representação a partir do real, um frag-mento do espaço em sincronia com o tempo, registrado dentro de uma at-mosfera contemplativa a quem se posi-cionar na condição de receptor.

Esta proposta de estudo se justifica na medida em que entendemos o cartão--postal como uma imagem material que ilustra, educa e resgata algum momento do passado, praças, pontos turísticos, estátuas e etc., pois ele possui diversas in-formações que o potencializam como um recurso didático, podendo, assim, auxi-liar no desenvolvimento de diversas atividades tanto educativas quanto culturais, ajudando a divulgar as nossas maravilhas e com o poder de resgatar e ter contato com a história da nossa cidade.

Percebendo a dificuldade da turma na leitura, senti a necessidade de buscar manei-ras prazerosas que envolvessem os alunos na atividade de ler, integrando a leitura de postais com a escrita, as artes e história, o que deixou assim de ser um conjunto de

regras a serem aprendidas para tornar-se algo que se usa socialmente em ações do cotidiano, possibilitando o aluno um despertar para paisagem de sua cidade.

Devemos incluir não só os monu-mentos arquitetônicos de cunho histó-rico, mas, também, todas as representa-ções e produções culturais produzidas pelo homem, como monumentos, pra-ças, pontos turísticos, estátuas e etc.

A produção final dos alunos teria que se assemelhar à paisagem original dos pontos turísticos da cidade e se transfor-mar em cartões postais. Por esse motivo, eles teriam que fazer um levantamento sobre esse formato: no que tange o ma-terial em que é normalmente produzido, como podem ser disponibilizadas as ima-gens e as informações que vem atrás do cartão (espaço para dados do remetente e para os selos). Para a minha surpresa, as representações e os textos foram va-liosos, todos participaram e se envolve-ram com criatividade e entusiasmo.

Assim, realizei este trabalho de suma importância que proporcionou aos alunos um conhecimento da história de nossa cidade.

Conhecer

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Durante este ano, as escolas municipais desenvolveram ações em comemora-ção aos 450 anos da cidade de Mogi das Cruzes. Para participar também desta festividade, elaboramos o projeto “Arte em Mogi”, que teve como objetivo estu-dar diferentes obras do artista Alfredo Volpi (1868-1988) e os aspectos histórico e social de nossa cidade, propondo aos alunos momentos de exploração, intera-ção e conhecimento sobre diferentes conceitos e materiais.

Alfredo Volpi nasceu em 1896 na cidade de Lucca, na Itália. Chegou ao Brasil, com seus pais, aos 18 meses de idade. Viveu na cidade de São Paulo. Em 1927, conheceu sua esposa, Benedita da Conceição e tempos mais tarde, nos momentos de descanso, Volpi e sua esposa costumavam passear no sítio que possuíam em Mogi das Cruzes, observando as casas e as ruas enfeitadas para as festividades juninas. O artista se

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Débora Soares Alves Teixeira é pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia no Processo Educacional e é professora de Ensino Funda-mental no Cempre Dra. Ruth Cardoso.

Gisele Cristina de Oliveira Rodrigues Pinto é pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional e Metodologia e Didáti-ca do Ensino Superior e professora de Ensino Fundamental no CEMPRE Dra. Ruth Cardoso e na EE Prof. Branca Baumman do Amaral.

Mariane Prestes da Silva Pena é pedagoga e professora de Ensino Fundamental no CEMPRE Dra. Ruth Cardoso e de Educação Infantil da E.M.E.I.F. Prof. Alice Setuko Miyake, em Suzano.

Referências Bibliográficas:

BARBOSA,Ana Mae. A imagem do ensi-no da arte: anos 80 e novos tempos. Porto Alegre: Perspectiva, 1991.

ROSA, Nereide Schilaro Santa Rosa. Mestres das Artes no Brasil/ Alfredo Volpi. São Paulo: Editora Moderna,2000.

encantou e decidiu retratar nossa cultura na obra denominada “Festa de São João” (elaborada no início de década de 1950). As obras de Volpi são cheias de cores e formas e representam a cultura do Brasil.

Tomamos por base do projeto, além da obra “Festa de São João” (1950), as seguintes obras:

■ “Catavento” (1950);■ “Bandeirinhas” (1968);■ “Mulata” (1927);■ “Sem título” (1940);■ “Mogi das Cruzes” (1939 e 1940).Em cada atividade, as crianças fizeram a apreciação da

obra de arte e, em seguida, pontuaram suas impressões e sensações. Posteriormente, contextualizamos as obras his-toricamente e apresentamos uma proposta de fazer artísti-co. Este modo de trabalho com arte é sugestão da profes-sora Ana Mae Barbosa, que o apresenta como metodologia triangular (ver-apreciar, contextualizar e fazer).

Na obra “Catavento” (1950), fizemos uma reprodução utilizando as cores da bandeira do município e explorando a forma geométrica do triângulo.

Com a obra “Bandeirinhas” (1968), observamos seus detalhes e cada criança compôs a sua própria bandeirinha utilizando também as cores da bandeira de nossa cidade e recortes de revista. Posteriormente, montamos, juntos, um painel reunindo todas as produções.

Com a obra “Festa de São João”, a proposta foi representar os prédios de Mogi. Trouxemos para a sala de aula fotos que pesquisamos na aula de informática e, em grupos, as crianças ampliaram as fotografias e pintaram, colando sobre a fachada fios de barbante para destacá-las. Seguimos o mesmo pro-cesso de Volpi, que destacava estes detalhes quando pintava.

Realizamos a releitura das obras “Mulata” (1927) e “Sem título” (1940). Analisamos as obras que retratavam figuras

humanas e nossas releituras foram feitas com a modelagem em argila de figuras humanas que representam pessoas de nossa cidade. Este trabalho foi riquíssimo e gerou grandes desafios, pois transpor uma imagem para uma escultura é algo que exige mais habilidade.

Comparamos obras de Mogi das Cruzes (1939 e 1940) com a visão de Volpi na época com o cenário atual, desta-cando os pontos da cidade, que foram fotografados. Des-tacamos temas, como: impacto ambiental, lixo na cidade, espaços naturais e festas culturais, como a Festa do Divino.

O fato de reunirmos três diferentes turmas nesse pro-jeto nos permitiu observarmos diferentes interpretações e tornar este material ainda mais rico. Os resultados obtidos foram excelentes, pois os alunos já conhecem muito mais sobre a cultura do nosso município e o fazer artístico deles também foi amplamente explorado.

As crianças gostaram muito, pois aliamos a exploração artística e a experimentação de diferentes técnicas, como pintura, recorte, desenho e colagem ao trabalho sobre o ani-versário de nossa cidade e sua história tão rica construída dia a dia por cada um de nós.

Este projeto foi concluído ao reunirmos todas as obras feitas por nossos alunos em uma grande exposição no ani-versário de Mogi.

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Milena Godoi Cintra

comemora os 450 ano

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Escola de

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A EM Prof.ª Etelvina Cáfaro Salustiano elaborou um projeto para as comemorações do aniversário de Mogi. As atividades programadas ao longo do ano envolveram ações da formação básica, da área cultural e da área esportiva. A seguir, serão descritos os eventos realizados na área espor-tiva sob a coordenação da prof.ª Milena, responsável pelas oficinas esportivas da escola:

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Milena Godoi Cintra é professora de Educação Física e coordenadora das oficinas esportivas da EM Profª Etelvina Cáfaro Salustiano.

1. Judô: No mês de abril, foram realizadas exposições de vídeos sobre a modalidade, palestra sobre a vida de um atle-ta e explicações de pontuação em um campeonato. Após a realização dessas atividades, as crianças participaram de um campeonato interno realizado no Centro Esportivo do Socorro com premiação e seletiva para participar do Cam-peonato Central de Judô, que foi realizado em Suzano, no qual as crianças tiveram um ótimo desempenho. Devido a modalidade ser desenvolvida desde 2009, os alunos foram submetidos à mudança de grau em que foi acrescentada à faixa branca uma tarja vermelha.

2. Basquete: Em maio, as crianças participaram de uma aula diferenciada elaborada pelo prof. Nilo Guimarães, se-cretário de Esporte e Lazer de Mogi das Cruzes, em que foram trabalhados os fundamentos do Basquetebol. Após o treino, o secretário expôs seus títulos, reportagens e cami-setas utilizadas por ele, adquiridas em sua vida de atleta na Seleção Brasileira. As crianças participaram de um debate onde tiraram suas dúvidas e conversaram com o ex-atleta.

3. Taekwondo: No mês de junho, foram realizadas aulas diferenciadas na Academia do Maninho, em que as crianças puderam participar de aulas em sua academia. O atleta pas-sou vídeos sobre a modalidade e tirou algumas dúvidas das crianças. Após essas atividades, os alunos participaram de aulas preparatórias para o Festival de Taekwondo, que foi realizado no Mogi Shopping com a participação de outras escolas e aca-demias. Ao final do evento foi feita uma premiação.

4. Futsal: No mês de julho, a equipe de Futsal Mogiano, categoria sub-20, fez apresentações para os alunos da esco-la. Eles desenvolveram atividades em que os alunos pude-ram participar da aula preparada pelo técnico Jabá. Ao final, foi realizado um jogo com os atletas e os alunos da escola.

Até o momento o projeto superou expectativas! Houve integração, participação e muita motivação dos alunos para com as atividades desenvolvidas. No segundo semestre de 2010, será dada a continuidade com as outras modalidades esportivas: Atletismo, Karatê, Handebol e Natação.

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Regina Célia Rissoni ValentimYaraci Santos

Mogi das Cruzes, aniversariante que completa 450 anos, ainda tem viva a memória de muita glória e conquistas que emocionam um povo orgulhoso. Basta percorrer o centro da cidade para nos depararmos com resquícios de uma ar-quitetura barroca, prédios de taipa de pilão e outras rari-dades históricas, além de encontrarmos pessoas que mar-caram a história da cidade com seus feitos. Você pode ir ao dentista, por exemplo, e conhecer o criador do Pavilhão Municipal, nossa bandeira.

Em seu consultório na região central de Mogi, encontra-mos o dentista Domingos Geraldo Sica, idealizador da Ban-pé

nahistóriaCom

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Abaixo, Domingos Geraldo Sica, apresenta a bandeira pela primeira vez à população mogiana durante as comemorações pelo aniversário da cidade em 1956.

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Regina Célia Rissoni Valentim é graduada em História e Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia e Formação de Profissionais em Educação. Faz parte da equipe de Orienta-ção Pedagógica do Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação.

deira do Município de Mogi das Cruzes. Sica é um aman-te da história e por incrível que pareça seu nome passou a fazer parte desta história, quando ainda cursava o 3º ano cientifico, hoje ensino médio, em 1956.

Nesta ocasião, a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes buscava uma bandeira para representar a cidade que já com 396 anos ainda não possuía este importante símbolo cívico. Afim de atender a solicitação da Câmara, o vereador Afrodizio Witzel, procurou o Prof. Dr. Paulo Lopes da Silva, catedrático de história do Instituto de Educação Washington Luiz e es-pecialista em heráldica (estudo sobre brasões e bandeiras). O professor Paulo atendeu prontamente a solicitação, elaborou e orientou os trabalhos entre os alunos do ciclo colegial (clássi-co e cientifico). De acordo com o regulamento, cada trabalho deveria contemplar fatos importantes da história de Mogi das Cruzes, conforme as seguintes especificações :

1. As cores do Estado de São Paulo, predominando o branco que representaria os ideais pacifistas e progressistas do município;

2. A passagem dos Bandeirantes por Mogi das Cruzes;3. A passagem de D. Pedro I antes da Proclamação da

Independência ocorrida meses depois;4. A Revolução de 1932 com expressiva atuação de Mogianos;5. O Brasão da Cidade;6. A participação significativa de “Pracinhas Mogianos”

na Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial (Mogi das Cruzes foi a cidade que mais pracinhas enviou em todo o território Brasileiro, proporcionalmente).

Foram apresentados 150 trabalhos e após análise da comis-são julgadora composta por profissionais de diversas áreas, foi escolhido o trabalho do jovem Domingos Geraldo Sica por ser o que melhor atendeu as especificações determinadas.

Sica, como era conhecido entre os colegas, empolgado com a vitória no concurso, queria ver sua obra registrada para a posteridade e apresentá-la à população. A urgência de Sica se dava por se tratar de seu último ano no colégio e o desfile co-memorativo de aniversário da cidade, do qual ele fazia ques-tão de participar conduzindo o pavilhão por ele concebido, se aproximava. Pediu ajuda às amigas Neide Cunha Cardoso e Dolores Alvares Cordovilla que o auxiliaram por ver a aflição do amigo. Elas confeccionaram a “Bandeira” em apenas dois dias e isso, segundo Dona Dolores nos conta, “fizemos por amor à cidade e consideração ao grande amigo” .

Dona Clemilda Cunha Cardoso, mãe de Neide, foi quem costurou as três faixas de base da bandeira. Neide e Dolores com um trabalho artesanal e muito esmero fizeram o restante na própria escola na sala da diretoria cedida pelo então dire-tor Ariosto Giaquinto.

No dia 1º de setembro de 1956, orgulhosamente, Domingos Geraldo Sica desfilou acompanhado de seus amigos empu-nhando o primeiro pavilhão de Mogi das Cruzes, criado por ele, confeccionado por suas amigas e já oficializado pelo então prefeito Henrique Peres.

Hoje, o Prof. Dr. Domingos Geraldo Sica, que recebeu o título de cidadão mogiano em 19 de novembro de 1987 pela Câmara Municipal, é um brilhante cirurgião dentista, professor universitário, pesquisador nato e com certeza co-locou o “pé na história de Mogi das Cruzes”.

Acima, Domingos Ge-raldo Sica, autor da ban-deira mogiana apresenta-da pela primeira vez em 1956. Ao lado, Dolores Alvares Cordovilla, que junto à Neide Cunha Car-doso e Clemilda Cunha Cardoso, auxiliou o amigo na confecção da bandeira.

Yaraci Santos é cerimonialista e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Atualmente é administradora do Cemforpe – Centro Municipal de Formação Pedagógica Prof. Boris Grinberg.

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Maria Helena Cecim Resek Claudinéia C. Ignácio Galocha

A evolução na História de Mogi

Ouvir histórias de nossa cidade é algo enriquecedor e uma cidade que completou 450 anos tem muita história. A Merenda Escolar está inserida neste contexto. Hoje, a Merenda atende 44.144 alunos da rede municipal, sendo 17 escolas de período integral, onde os alunos recebem 5 refeições diárias e nos Centros de Convivência Infantil Integrado (CCIIs), escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, creches conveniadas, escolas filantrópicas e projetos como Canarinhos do Itapety, Bandas, qualificação profissional, entidades filantrópicas, etc.

Para chegar até aqui a história da merenda escolar passou por muitas mudanças. Na década de 40, o Instituto de Nu-

trição defendia a proposta de o governo federal oferecer alimentação ao escolar, mas não foi possível concretizá-la por indisponibilidade de recursos financeiros. Durante esta fase da história, os alunos que frequentavam as unidades es-colares não tinham uma merenda farta, não era privilégio de todos, os alunos tinham que pagar pelo seu prato de meren-da, a gratuidade só era direito dos mais carentes que faziam parte da “Caixa”, ou seja, eram mantidos pelo governo.

Na década de 50, o Brasil iniciou o Plano Nacional de Ali-mentação Escolar e Nutrição, mas desse plano somente o Pla-no Nacional de Alimentação sobreviveu. Em 1955, foi assina-do o decreto que instituiu a Campanha de Merenda Escolar

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amigas que trabalharam juntas durante 19 anos. A cozinha não tinha estrutura adequada, a pia era pequena, o fogão era caseiro e o liquidificador também. Não possuíam gela-deira e tanque para lavar as panelas. A Prefeitura contratava as merendeiras e comprava os alimentos e para as escolas estaduais, também fornecia arroz, macarrão. Os temperos eram todos em pó (alho, cebola, caldo de carne, caldo de galinha, etc.), as professoras faziam campanhas de legumes e verduras onde as famílias doavam o que produziam, uns levavam repolho, outros batata, cenoura, entre outros, as-sim enriqueciam a merenda.

Naquele tempo, como citamos anteriormente, os Estados Unidos enviavam alguns alimentos em grandes sacos. O leite que recebíamos era misturado ao leite produzido no Brasil para ser mais aceito pelas crianças, sem contar que, devia ser batido em pequenas quantidades, pois as escolas não possuí-am liquidificador industrial. Segundo relata Terezinha, o leite era difícil de desmanchar e seu sabor era salgado.

As merendeiras preparavam apenas uma refeição diária como: sopa, arroz doce, canjica. Assim que terminavam de preparar a merenda tinham que avisar as professoras para que levassem os alunos para se alimentar. Neste período, Iracema Brasil era diretora da merenda e não havia visita-dora e cardápio, era tudo muito simples.

A merenda de Mogi das Cruzes, durante a gestão do prefeito Antonio Carlos Machado Teixeira, passou pela experiência da cozinha piloto, onde toda merenda era feita pelas merendeiras que ficavam no setor da merenda, atualmente o Departamen-to de Alimentação Escolar (DAE). As merendas, depois de prontas, eram levadas em grandes caldeirões às escolas onde as merendeiras só serviam e lavavam as louças.

(CME), subordinada ao Ministério da Educação. No ano seguinte, um novo decreto foi assinado onde a Merenda Escolar passou a se chamar Campanha Nacional da Merenda Escolar (CNME), já em 1965 o nome foi alterado para Campanha Nacional de Alimentação Escolar onde surgiu o programa de ajuda americana, entre os quais se des-tacavam o Alimento para a Paz, que era destinado às populações carentes e à ali-mentação em idade escolar.

Em 1976, mesmo já sendo financia-do pelo Ministério da Educação e pela Campanha Nacional de Alimentação Escolar, o programa era parte do II Programa Nacional de Alimentação de Nutrição (Pronan). Somente em 1979, passou a denominar-se Programa Na-cional de Alimentação Escolar. Segun-do relatos de Terezinha Faria de Almei-da, merendeira aposentada desde 1995, contratada pela Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes no ano de 1970, e Iris Coggiani Chinelato, também meren-deira que iniciou sua carreira dois anos mais tarde e se aposentou em 1997, na-quela época não havia concurso para o cargo, era por indicação.

O início da merenda não foi nada fá-cil, conforme a história relatada pelas

As amigas Iris Cog-giani Chinelato e Tere-zinha Faria de Almeida trabalharam juntas por 19 anos como merendei-ras. Elas nos contam um pouco da história da Me-renda Escolar em Mogi.

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Ao relatarem sobre a cozinha piloto, as antigas funcionárias lembraram com saudade do pãozinho, que era feito na própria merenda, onde o fermento era feito com cana-de-açúcar. Eles chega-vam fresquinhos e quentes nas esco-las. Outro ponto que recordaram com muita saudade foram os cursos que participavam todos os anos no mês de julho, havia também o Concurso Me-rendeira Padrão, onde as próprias me-rendeiras indicavam algumas amigas e no dia do curso votavam, segundo Te-rezinha era uma festa!

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, ficou assegurado o direito à alimentação escolar a todos os alunos do Ensino Fundamental por meio do programa suplementar de ali-mentação escolar a ser oferecido pelos governos federal, estadual e municipal. No ano seguinte, Maria Helena Cecim Resek, formada em nutrição, assumiu a função de diretora e nutricionista do Departamento de Alimentação Esco-lar, sua função: elaborar cardápios para os CCIIs, Escolas Municipais de Edu-cação Infantil e Ensino Fundamental, também sob sua responsabilidade a elaboração de pedido de compras dos gêneros alimentícios, onde ela faz o pedido e envia ao departamento de compras da Prefeitura, que realiza a concorrência pública para definir qual será o fornecedor.

Em 1999, a Prefeitura deixou de man-ter a merenda das Escolas Estaduais, ficando somente com a responsabilida-de das Escolas Municipais. Outra gran-de conquista foi no ano de 2000 com

a implantação em cada município brasileiro, do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), formado por membros da comu-nidade, professores, pais de alunos e representantes do poder Executivo e Legislativo.

O Conselho de Alimentação Escolar (CAE) realiza reuni-ões mensais onde estabelecem diretrizes de ações, como: cro-nograma de visitas, pesquisas de aceitabilidade dos gêneros, participação no processo de licitação das compras de gêneros e fiscalização de todo o programa de alimentação escolar.

A partir de 16 de junho de 2009, a lei 11.947 trouxe novos avanços ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, onde 30% dos repasses de Fundo Nacional de Desenvolvi-mento da Educação (FNDE) devem ser investidos na aqui-sição de produtos da agricultura familiar. Mogi das Cruzes, valorizando a agricultura local, vem desde o início da nova gestão administrativa inserindo itens produzidos na nossa cidade como alface, caqui e o champignon.

A preocupação em oferecer o melhor para nossos alunos faz com que a merenda escolar de nossa cidade seja uma das melhores merendas do Estado de São Paulo. Para que este trabalho tenha bons resultados, o município conta com uma diretora e nutricionista, o apoio de supervisoras responsáveis pela fiscalização da implantação do Programa de Alimenta-ção Escolar, escriturárias, almoxarife, encarregado de distri-buição, motoristas, ajudantes de caminhão e 273 merendeiras, sendo que algumas delas enfrentam longas distâncias como as Auxiliares de Desenvolvimento da Educação (ADE) que trabalham em escolas isoladas e/ou de difícil acesso.

Em caráter inovador este ano foram lançadas as Matrizes Curriculares Municipais para a Educação Básica de Ciên-cias Naturais e Sociais, possibilitando ao professor, Auxi-liares de Desenvolvimento Infantil (ADI) e Auxiliares de Desenvolvimento da Educação (ADE) trabalharem juntos a questão da alimentação saudável, horta na escola, nutrição infantil entre outros temas co-relacionados, fidelizando as-sim a preocupação com a educação de qualidade para toda Rede Municipal de Educação do nosso Município, certa-mente uma alimentação bem preparada e servida com cari-nho será marcada na história da vida escolar desses alunos que frequentam nossas escolas!

Maria Helena Cecim Resek é nutricionista e diretora do Departamento de Alimentação Escolar de Mogi das Cruzes.

Claudinéia C. Ignácio Galocha é pedagoga e orientadora do Projeto “Um, dois, muito mais do que Feijão com Arroz” nas creches municipais.

Referência Bibliográfica:

Disponível em http://www.fnde.gov.br/index.php/ae-historico, pesquisa feita em 12 de março de 2010.

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Alunos e educadores almoçaram um prato típico mogiano, o afogado no dia 31 de agosto, véspera do aniversário de Mogi das Cruzes. Autoridades municipais prestigiaram o evento com a equipe do Centro de Convivência Infantil Municipal (CCIM) Richer Romano, no Jardim Es-planada. O mesmo prato foi servido em todas as 93 escolas municipais em come-moração aos 450 anos da cidade.

A ideia do Departamento de Alimen-tação Escolar foi aprovada pels crianças. Muitas ainda não tinham experimentado esse prato tão tradicional da culinária mogiana. Autoridades municipais tam-bém acompanharam o almoço.

Kelli Correa Brito

Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação.

Para preparar o prato em todas as escolas foi preciso 1,7 mil quilos de carne, 1 mil quilos de batata, 500 quilos de tomate e 300 quilos de farinha de mandioca. O afogado é tipicamente mogiano e nutricionalmente equilibrado. A proposta de ofe-recê-lo nesse dia é criar novos hábitos alimentares nos alunos. Todos receberam um folheto com a história da iguaria e uma receita para prepará-la em casa.

O CCIM é a única creche do município que atende exclu-sivamente filhos de servidores municipais de Mogi. Inau-gurada em 1986, o prédio precisa ser modernizado, o que acontecerá após a inauguração do Centro de Educação In-fantil Municipal Profª Lourdes Guerra de Campos, na Vila Natal, que tem capacidade para 240 estudantes. O prédio será modernizado ate o final deste ano e enquanto acontece a reforma, os alunos serão enviados para o Centro de Edu-cação Infantil Municipal Profª Lourdes Guerra de Campos, na Vila Natal, que será inaugurado em dezembro.

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O cotidiano naBandeirantes:

O cotidiano dos bandeirantes não era uma tarefa fácil, mas árdua, sua sobrevivência era calcada dia a dia durante as bandeiras que percorriam sertões e matas fechadas a procu-ra de indígenas (o caso de tribos antropófagas no estado de São Paulo) e ouro. Quando as ações no sertão cessavam, as bandeiras se dispersavam e finalmente o bandeirante seguia ao encontro de seus familiares em suas vilas.

Na vila de Sant’Anna de Mogi-Mirim (futura cidade de Mogi das Cruzes), as condições de vida eram basicamente

ligadas à agricultura e os resultados obtidos nas bandei-ras como o comércio de escravos e a extração de ouro. A pequena vila contava com menos de 1 mil habitantes nas imediações da Igreja Matriz, durante o início do século XVII. Suas ruas nasceram da necessidade de locomoção de uma fazenda para outra, sendo assim cinco ruas princi-pais: as atuais ruas Ipiranga (sentido vila de São Paulo de

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Referências Bibliográficas:

MACHADO, Alcântara. Vida e Morte do Bandeirante. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

GRINBERG, Isaac. Gaspar Vaz: fundador de Mogi das Cruzes. São Paulo, 1979.

Glauco Ricciele P. L. C. Ribeiro é professor e historiador

Piratininga), Dr. Corrêa (sentido Vale do Paraíba e a Capi-tânia de Sebastião do Rio de Janeiro) - antiga estrada real, José Bonifácio, Paulo Frontin e Flaviano de Melo.

Muitas das moradias bandeirantistas eram simples em suas construções e acomodações, não por falta de recursos financeiros e mão de obra, mas pela dificuldade de trans-porte de bens vindos da metrópole ibérica ou mesmo de grandes vilas como São Paulo de Piratininga e Minas Ge-rais. Em geral, as casas eram construídas em um pavimento único, compostas de paredes de taipa de pião e telhado de sapê ou de telhas de barro rústicas. O mobiliário era simples composto por móveis feitos de madeira, utensílios em geral de barro ou ferro. Entre o mobiliário destacam-se mesa, candeeiro, arca/baú, tamboladeira (vasilha), baixela/prato de barro e redes para dormir. As camas, em princípio, vi-nham de Portugal e desta forma seu custo era muito eleva-do para grande parte das famílias, sendo assim utilizavam-se as redes. Os talheres passaram a não fazem parte do coti-diano, desta forma a influência indígena marcou a vida dos bandeirantes, sendo assim era mais cômodo se alimentar com a mão direta utilizando o polegar, o indicador e o dedo médio em forma de pinça.

Em relação aos bens, podemos analisar o testamento de Francisca Cardoso, esposa de Gaspar Vaz falecida em 11 de março de 1611, neste documento encontramos informações importantes sobre bens e objetos valorizados naquela época. No testamento há vinte sete bens citados e avaliados entre eles:

“Diogo escravo de Guiné e sua mulher Lucrecia e seu filho Domin-gos todos de Guiné avaliados em quarenta mil réis”;

“Um colchão vazio em três cruzados”;“Uma caixa usada avaliada em cinco cruzados”;“Seis foices novas e quatro velhas avaliadas em dois mil e qui-

nhentos e sessenta réis”; “Duas toalhas de mão e quatro guardanapos avaliados em uma

pataca e meia”;“Quatro arroubas de algodão seis patacas”,“Oito porcos mal cevados avaliados em quinze cruzados”.Fica evidente a importância de alguns tipos de bens que

eram fundamentais para a sobrevivência naquele período de fundação de nossa futura cidade. Outro ponto importante a ser analisado na vida dos bandeirantes refere-se a sua alimen-tação, que pela influência indígena muito se modificou. Basi-camente a alimentação era composta de raízes e seus deriva-dos (mandioca, cará, fubá, farinha de mandioca, etc.), cereais e seus derivados (milho, canjica, farinha de milho, etc), frutas

(banana, abacaxi, maracujá, etc), carnes (peixe, porco, paca, capivara, tartaruga, anta, tatu, veado e etc). Havia alguns ali-mentos curiosos como ovos de jabuti e formigas (Içá) torradas.

As atividades sociais da vila de Sant’Anna de Mogi-Mirim se resu-miam em atos públicos e festas reli-giosas. O primeiro refere-se a ações públicas organizadas pela Câmara Mu-nicipal, como uma eleição ou leitura de ordens vindas do reino ou da provín-cia. A segunda remete-se puramente ao catolicismo, casamentos, missas e festas canônicas (Páscoa, Pentecostes, Corpus Christi, Natal, etc) e festas po-pulares (Festa do Divino, São Benedi-to, Nossa Senhora do Carmo, etc). Es-tas atividades eram o pouco do “lazer” que a população podia contar, nessas ocasiões era o momento das famílias mostrarem o quanto eram poderosas e ricas, ostentando suas lindas roupas em grande parte vindas de Portugal.

Com essa análise da vida do bandei-rante fica evidente para nós, mogianos, a trajetória e as transformações que perpetuam até nossos dias em forma de tradições, nosso cotidiano, sendo em nossa alimentação ou transpare-cendo nossa fé ao cultuarmos alguns santos populares em nossa cidade como na Festa do Divino Espírito Santo, que nos remete a mais de 300 anos de história, tradição e fé.

Acima, soldados milicianos de Mogi das Cruzes combatendo escravos fugidos nas matas do Corcovado. Jean Baptista Debret, Séc. XIX.

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Gracila Maria Grecco ManfréJosé Sebastião Witter

A cidade de Mogi das Cruzes vive, em 2010, os seus 450 anos. E, sendo possuidora de muita História, continua a desen-rolar do tempo seus mistérios, seu fascínio, sua sabedoria de senhora... Sobre o passado e o presente de Mogi, muitos es-creveram e escrevem. As dimensões do ficcional e factual con-tinuam, por vezes, a se tocar. Isto porque o tempo não para...

Neste momento, no entanto, achamos muito justo falar de um dos pioneiros a enveredar pelos intrincados cami-nhos da História de nossa cidade e a revelar tantos enredos. Ele não só recuperou documentos dos mais diversos supor-tes, como inaugurou, com sua escrita, uma forma diferente de se resgatar dados importantíssimos de um espaço urba-no. Estamos lembrando de Isaac Grinberg, aquele que pode ser chamado de “o historiador de Mogi das Cruzes”. Era, sobretudo, um cidadão apaixonado por sua cidade. Numa mescla entre olhar nostálgico, estudo de valores sociais de épocas diferentes e amor pela pesquisa, a contribuição deste autor não se ateve apenas à esfera de achados documentais, mas na difusão do amor às raízes.

Vamos lembrar que Isaac Grinberg nasceu em 1922 e fale-ceu em 2000. Fez toda sua carreira em Mogi das Cruzes e a iniciou no Jornal ‘O Liberal’, em 1938. Passou pelo ‘O Dia’, em São Paulo e também exerceu o jornalismo no ‘Asapress’, ‘Globo’ e ‘News Press’ no Rio de Janeiro. Fundou e dirigiu a ‘Folha de Mogi’, em Mogi das Cruzes – primeiro jornal diário

do Município. Fez parte da Comissão de Planejamento de Mogi das Cruzes, entidade responsável pelo primeiro Plano Diretor da Cidade. Foi, sem dúvida, um exemplar cidadão.

Como sabemos, seus livros até hoje são citados nas pesqui-sas escolares da Região do Alto Tietê. Mas, pouco se fala de sua contribuição na área intelectual: além de escritor, foi membro atuante de diversas instituições culturais, tais como da Acade-mia Paulista de História, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, do Instituto Histórico de Santos, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do Instituto Genea-lógico Brasileiro e da União Brasileira de Escritores.

Relacionamos, na sequência, os livros publicados por Grinberg: ‘História de Mogi das Cruzes’ (1961), ‘Mogi das Cruzes de Antigamente’ (1964), ‘Retrato de Mogi das Cru-zes’ (1974), ‘História da Justiça em Mogi das Cruzes’ (1977), ‘Gaspar Vaz Fundador de Mogi das Cruzes’ (1980), ‘Mogi das Cruzes de 1601 a 1640’ (1981), ‘Folclore de Mogi das Cruzes’ (1983), ‘Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes’ (1986), ‘Visitantes Ilustres em Mogi das Cruzes’ (1992) - Prêmio Clio de História, 1993, da Academia Paulistana de História - e ‘Mogi das Cruzes de meu Tempo’ (1993).

Como podemos constatar, a obra de Isaac Grinberg é es-sencialmente voltada à cidade onde viveu e, com ela, realizou sua própria História. Há muitos temas que causaram polêmi-ca, especialmente quando voltados a biografias de persona-gens históricos. Entretanto, não devemos esquecer que foi o historiador que mais se dedicou a buscar as origens e a evo-lução da vida urbana de Mogi das Cruzes. Por sinal, Virginia Woolf, que era fascinada pelo gênero “Biografia”, já havia comentado certa ocasião: “Chegamos, pois, à conclusão de que o biógrafo é um artesão e não um artista: e de que seu trabalho não é uma obra de arte, mas algo intermediário. (...) O biógrafo faz mais para estimular a imaginação que qual-quer poeta ou romancista, postos de parte os maiores”.

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Referências Bibliográficas:

BOMFIM, Paulo. Navegante. Madrid, ESP: Amaral Gurgel Editorial, 2007.

DOSSE, François. O Desafio Biográfico: Es-crever uma Vida. São Paulo: Editora da Univer-sidade de São Paulo, 2009.

Gracila Maria Grecco Manfré é professora uni-versitária e consultora educacional

José Sebastião Witter é professor titular na área de História e professor emérito pela Univer-sidade de São Paulo (USP)

Grinberg também foi alguém que procurou salvar a do-cumentação esparsa da nossa História, quer guardada nos arquivos públicos, quer nas mãos de particulares. Foi, in-clusive, ele próprio, um cuidadoso colecionador de pre-ciosidades. Dentre estas, imagens de santos e “santinhos” (como se chamavam as figuras de santos estampados em ‘figurinhas’ e distribuídas nas igrejas). Sendo membro de muitas instituições ligadas à cultura e à História, divulgou, por meio de inúmeras palestras e conferências, a nossa ci-dade e a rica História deste Município.

O livro “Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes”, fa-cilmente encontrado nas livrarias da região, é daqueles livros para serem “namorados”. Chama a atenção por resgatar a be-leza da fotografia em preto e branco e por trazer a todos nós as figuras humanas dos fotógrafos que registraram Mogi das Cruzes em diferentes épocas. Sensível, como de seu feitio, o autor fez questão de mostrar os olhos que viam por detrás das lentes que eternizaram momentos... Paulo Bomfim diria: “Nas ruas, cada um leva seus labirintos passear”.

Ressaltamos que, com o presente texto, não estamos pre-tendendo fazer uma biografia de Grinberg, muito menos, notas biográficas. Antes, o prazer de resgatar um pouco de sua atuação frente às suas preocupações com a preservação de documentos de qualquer suporte e também dividir o co-nhecimento por ele adquirido com um número significativo de cidadãos da terra que ele amava. Isto porque sabemos como é difícil escrever sobre uma vida.

Em um livro interessantíssimo, ‘O Desafio Biográfico – Es-crever uma Vida’ – o autor, François Dosse, nos ensina, por ele, e através de outros grandes autores que: “...A biografia pode ser um elemento privilegiado na reconstituição de uma época, com seus sonhos e angústias. Walter Benjamin via no historiador aquele que promove uma desconstrução da conti-nuidade de uma época para, nela, distinguir uma vida individu-al com o objetivo de ‘demonstrar como a existência inteira de um indivíduo cabe numa de suas obras, num de seus fatos e como nessa existência, insere-se uma época inteira’.”

Nos 450 anos de uma cidade tão querida, o nome de um cidadão como Isaac Grinberg merece e precisa ser lembra-do. São homens como ele que sentem a profundidade das palavras do poeta Paulo Bomfim: “Quando formos ontem, quem nos invocará?”

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Márcia Vianna é coordenadora da E.M. Profª Florisa Faustino Pinto - Jd. Santos Dumont

Mogi de antigamente,Mogi do presente, Mogi do futuro.

Mogi que engrandece,Mogi que cresce,Mogi que aparece!

Mogi com M de mãe,De mistério, de magia,Com M da palma da mão.

Mão que constrói, mão que ensina, mão que cura, mão de cria.

Na agricultura, na medicina,na arte, na cultura, na vida,na disciplina.....Mogi de mil faces...holandesas, portuguesas, chinesas, italianas, portuguesas...Mi

nha

Mogi Mogi que recebe,

Mogi que acalenta,Mogi que orienta,Mogi que oferece....

Mogi de lembranças,Mogi de memórias,Mogi de esperanças,Mogi de mil glórias.

Mogi, Mogi, Mogi,Povo sereno e hospitaleiro,Constrói a naçãocom braço irmão!

Mogi de um povocom dignidadeque tece a históriacom bravura e lealdade!!!

Parabéns Mogi que muito

honrosamente comemora os

seus 450 anos

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Secretaria MunicipalEducação