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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES SILVIA MARIA DOS SANTOS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR PARA APRENDIZAGEM DA TÉCNICA POMPAGE NA FISIOTERAPIA Mogi das Cruzes, SP 2009

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES SILVIA MARIA DOS SANTOS

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR PARA APRENDIZAGEM DA TÉCNICA POMPAGE NA

FISIOTERAPIA

Mogi das Cruzes, SP 2009

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES SILVIA MARIA DOS SANTOS

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR PARA APRENDIZAGEM DA TÉCNICA POMPAGE NA

FISIOTERAPIA

Orientadora: Profª Drª Annie France Frère Slaets

Mogi das Cruzes, SP 2009

Dissertação apresentada à Universidade de Mogi das Cruzes, como pré-requisito para obtenção do Título de Mestre no Programa de Pós-Graduação Integrada em Engenharia Biomédica.

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Santos, Silvia Maria. Desenvolvimento e validação de um simulador para aprendizagem da técnica Pompage na fisioterapia. 2009. 88f. Dissertação de mestrado em Engenharia Biomédica – Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, 2009. O título que consta na folha de aprovação “Simulador da técnica Pompage para ensino e treinamento de fisioterapeutas” foi modificado pela banca examinadora que sugeriu: “Desenvolvimento e validação de um simulador para aprendizagem da técnica Pompage na fisioterapia”.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais e a todos os interessados em aprimorar seus

conhecimentos na terapia manual.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço minha orientadora Profª Drª Annie France Frère Slaets, pela

dedicação e paciência, principalmente nos meus momentos de indecisão. Sua

experiência profissional tranqüilizou minha ansiedade.

À todos os meus professores do mestrado pelos ensinamentos e em

especial ao Profº Drº Jean Jacques Bonvent, sempre solícito. Aos funcionários do

NPT.

A Faculdade do Clube Náutico Mogiano, aos seus professores e fucionários,

em especial ao Prof Dr. Rafael Cusatis Neto, Profª Ms. Nazarete Pereira Ferreira

Alves e a Profª Ms. Ivana Arigoni, Profª Ms. Maria Helena Gordoni e Prof° Luiz

Carlos Guanabara.

Minhas colegas do “Laboratório Aladim”, Bel, Margarida, Nana, Carmem e

Tatiany, sempre prontas a ajudar, tornando minha caminhada mais alegre. É sempre

bom fazer e fortalecer novas amizades.

Aos parceiros do Doutorado que souberam com humildade estender a mão

para ajudar com carinho e emprestar o ombro para me consolar. Muito obrigado

mesmo Rico, Terigi, Alessandro, Helinho, Jack, Meire, Mônica, Jaqueline, Bi,

Andréa, e Gabriela, sem vocês com certeza teria carregado muitas pedras.

Ao Prof Anderson da Mecânica que com capricho transformava o velho em

novo.

Às amigas e poliglotas Eliane Midori, Rosa Chacon e Maria Inês por abrir

mão de seus momentos de lazer para me auxiliar.

Pela compreensão da importância deste estudo, meus amigos do IMFE,

Patrícia, Marcelo, Miriam, Eliane, Aldivan, Alexandre, Flávio, Carolina, Gabriela,

Keiko, Talita, Tatiane, Dáfine, Marcos, Jussara e Rozana souberam ter paciência

nos meus momentos de estresse.

Ao pescoço amigo de Jaqueline e as mãos habilidosas da sua mãe artista,

que incansavelmente fizeram minhas idéias se transformar no concreto. Obrigado

por abrir seu lar à uma desconhecida e pelas guloseimas de Domingo.

À Glória, Sandra, Rita e Beto por serem meus amigos de fé. À minha irmã

Regina que sempre se sujeitou à ser minha cobaia desde à graduação.

A todos os voluntários, pois sem eles não concluiria este estudo.

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“Vou pedir-lhes algo de novo. Que observem.

Que apalpem com as mãos e não com instrumentos. E depois que, em vez de

acreditar no que leram, acreditem no que perceberam”.

(Francoise Mézières)

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RESUMO

A técnica Pompage, desenvolvida pelos osteopatas com a finalidade de remodelar a arquitetura de base do tecido conjuntivo, tem ação na musculatura, nas articulações e no alívio da dor. Esta manobra que proporciona tensão sobre a fáscia, deve ser realizada em três etapas distintas: tensionamento, manutenção do tensionamento e retorno parcial, com amplitude e tempos determinados. Esses parâmetros são apresentados ao aluno por meio de demonstração prática em voluntários, de modo subjetivo e de difícil reprodução. Portanto devido a dificuldade do aluno durante o treinamento, em visualizar o deslocamento e detectar a pressão exercida sobre a pele durante a manobra, foi desenvolvido e avaliado um modelo anatômico da região cervical que através de simulação dos tempos de deslocamentos específicos da técnica Pompage, permitiu o treinamento desta manobra para alunos e profissionais da fisioterapia. Para tanto foi confeccionado um modelo anatômico de gesso, com borracha de silicone e látex para simular os tecidos moles, enquanto uma estrutura de resina plástica representou a coluna óssea cervical. Um manômetro foi embutido para mensurar a pressão exercida e um sensor ótico foi fixado sobre a 7ª vértebra cervical do modelo anatômico para mensurar os deslocamentos realizados na pele simulada em função do tempo. Uma guia padrão foi estabelecida a partir da média das manobras realizadas por 5 profissionais experientes na técnica. Vinte e seis voluntários sem experiência na técnica treinaram a manobra procurando seguir a guia padrão durante aproximadamente 45 minutos por cinco dias consecutivos. Os dados referentes ao deslocamento e pressão efetuados foram analisados com o Matlab 2007 e mostraram 22,98% de melhora, com relação aos deslocamentos da pele simulada, depois de 5 dias de aprendizagem. Após o treinamento, 77% dos voluntários apresentaram forte e muito forte correlação com a guia padrão assim como uma diminuição do desvio padrão da pressão exercida na última manobra comparada com a média da pressão dos profissionais. O simulador proporcionou evidencias mensuráveis, do auxílio dado ao aprendizado da técnica Pompage e permitirá a execução desta manobra com movimentos corretos, precisos e reprodutíveis.

Palavras-chave: simulador, técnica Pompage, quantificação de parâmetros, auxílio a aprendizagem.

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ABSTRACT

The Pompage technical, developed by osteopaths with the purpose of remodeling the basic architecture of connective tissue, has action in muscles, joints and pain relief. This maneuver provides tension on the fascia, should be performed in three distinct stages: tension, maintaining the tension and partial return, with determined amplitude and times. These parameters are presented to the student through practical demonstration on volunteers, in a subjective way and difficult reproduction. Therefore due to the difficulty of the student during the training to visualize the movement and detect the pressure on the skin during the maneuver, an anatomical model of the cervical region was developed and evaluated through simulation of the specific displacements’ times of the Pompage technical, that allows the training of this maneuver for students and physiotherapies professionals. For this, an anatomical model of gypsum was made, with silicone rubber and latex to simulate the soft tissues, while a structure of plastic resin represented the cervical spine bone. A manometer was embedded to measure the pressure exercised, and an optical sensor was fixed on the 7th cervical vertebra of the anatomical model to measure the displacements accomplished on the simulated skin in function of time. A standard guide was established from the average of maneuvers accomplished by 5 experienced professionals in the technical. Twenty-six volunteers without experience in the technical trained the maneuver trying to follow the standard guide during approximately 45 minutes for five consecutive days. The data relating to displacement and pressure made were analyzed with Matlab 2007 and showed 22.98% of improvement, with regard to the simulated skin displacement, after 5 days of learning. After the training, 77% of volunteers showed strong and very strong correlation with the standard guide as well as a decrease in standard deviation of the pressure in the last maneuver compared with the average pressure of the professionals. The simulator provides measurable evidence of learning assistance of the Pompage technical and will allow the execution of this maneuver with correct, accurate and reproducible movements. Keywords: simulator, Pompage technical, quantification of parameters, learning assistance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: (a) Dissecação mostrando a fáscia ao redor e de revestimento; (b) Fáscia superficial do músculo peitoral maior........................................24

Figura 2: (a) Analogamente a laranja representa a fáscia e o músculo; (b) Fáscia profunda envolvendo o tecido muscular...............................................25

Figura 3: A tensão se propagando sobre a malha inteira.........................................26

Figura 4: A fáscia profunda visualizada no “esfolado vivo”. .....................................27

Figura 5: Curva de tensão–comprimento com suas diferentes regiões....................28

Figura 6: Esquema das fibras de colágeno com formações anormais de pontes cruzadas e a restrição quando ocorre o alongamento. ........................30

Figura 7: Visão lateral do procedimento de palpação, seguida de visão superior do mesmo procedimento......................................................................31

Figura 8: Configurações de mãos usadas para tentativas de manipulação. Configuração curvada (esquerda) e configuração plana (direito).........32

Figura 9: Radiografias simples demonstrando a sobreposição da anatomia óssea e os elementos sensórios radiopacos inseridos na almofada sensória de pressão. A configuração curvada é mostrada à esquerda e a configuração plana é mostrada à direita. .......................33

Figura 10: (a) Modelo das vértebras lombares no interior do manequim, sustentadas com EVA; (b) Modelo de manequim coberto por EVA. ....35

Figura 11: Diagrama esquemático do SPS (Simulador de Fisioterapia Espinhal)....36

Figura 12: O Harrison Ajusting Instrument (HAI) em contato com a célula de carga montada sobre a mesa...............................................................38

Figura 13: Apresentação esquemática do sistema desenvolvido para medição da rigidez do tecido em músculo extensor do antebraço. .........................39

Figura 14: A dinâmica biomecânica sonda de medição da pele...............................40

Figura 15: Sistema para mensurar a profundidade. .................................................40

Figura 16: Medidas de ângulos espinhais em posição neutra, flexão, e extensão e a típica entrada e saída derivada dos testes.....................................42

Figura 17: Jogo de instrumentos de mensuração do sujeito. a) microfones; b) unidade eletrônica de interface. ...........................................................43

Figura 18: À esquerda: Determinação da referência do posicionamento. À direita: O Spin -T colocado num modelo de espuma em formato de cabeça..................................................................................................44

Figura 19: Dispositivo experimental e procedimento teste para avaliar a sensibilidade cinestísica cervical..........................................................45

Figura 20: O flexicurve foi posicionado ao longo da pele posterior contornando a região cervical da protuberância occipital externa (EOP) até a proeminência da vértebra (VP). .........................................................46

Figura 21: Molde gessado da região posterior do pescoço no modelo feminino......47

Figura 22: União da região anterior e posterior do molde de gesso.........................48

Figura 23: Modelo de resina plástica da coluna cervical inserida no molde de gesso....................................................................................................48

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Figura 24: Borracha de silicone preenchendo o molde. ...........................................49

Figura 25: Modelo de silicone revestido com uma camada de látex, uma camada de filme de PVC e uma camada com meia de poliamida e elastano. .49

Figura 26: (a) Braçadeira, manômetro e pêra; (b) Inseridos no modelo...................50

Figura 27: Garrafa plástica, em processo de secagem da borracha de silicone. .....50

Figura 28: Modelo de silicone revestido com a pele simulada. ................................51

Figura 29: (a) Braçadeira plástica; (b) Braçadeira plástica prendendo o tecido na parte inferior do ....................................................................................51

Figura 30: Aparelho de estética facial Vácuo Spray.................................................52

Figura 31: Ventosa tipo sininho. ...............................................................................53

Figura 32: Régua milimetrada fixada na ventosa. ....................................................53

Figura 33: Mensuração sobre a sétima vértebra cervical com sujeito em posição de decúbito ventral ...............................................................................53

Figura 34: Fuso para ajuste do sensor fixado sob a maca.......................................55

Figura 35: Tiras de velcron e alumínio fixando o modelo. ........................................56

Figura 36: Gráfico com a amplitude de deslocamento da pele em função do tempo. ..................................................................................................57

Figura 37: A guia padrão da técnica Pompage com os 4 ciclos. ..............................58

Figura 38: Guia com linha demarcadora. .................................................................58

Figura 39: Deslocamento da pele. (a) do voluntário; (b) do modelo anatômico. ......62

Figura 40: Pompage sendo realizada no simulador com o auxílio do feedback.......63

Figura 41: Gráfico com a média da primeira manobra. ............................................64

Figura 42: Gráfico com a primeira manobra do V14.................................................65

Figura 43: Gráfico com a primeira manobra do V12.................................................65

Figura 44: Gráfico com a primeira (linha azul) e a última (linha vermelha) manobra do V18...................................................................................66

Figura 45: Gráfico com a primeira (linha azul) e a última (linha vermelha) manobra do V7.....................................................................................66

Figura 46: Correlação da primeira manobra e a guia padrão. ..................................67

Figura 47: Correlação da última manobra e a linha guia..........................................67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação da correlação. .....................................................................60

Tabela 2: Dados dos voluntários e do modelo anatômico. .......................................61

Tabela 3: Respostas dos profissionais para cada pergunta do questionário............62

Tabela 4: Porcentagem de pixels em comum na guia padrão e no traçado dos voluntários, porcentagem de melhoria e médias..................................64

Tabela 5: Classificação da correlação dos voluntários na primeira manobra e última manobra. ...................................................................................68

Tabela 6: A pressão exercida pelos profissionais e médias. ....................................69

Tabela 7: Média da pressão nos ciclos durante a primeira manobra realizada pelos voluntários. .................................................................................69

Tabela 8: Médias e desvio padrão da pressão exercida pelos profissionais e voluntários na primeira manobra..........................................................70

Tabela 9: Média da pressão nos ciclos durante a última manobra realizada pelos voluntários............................................................................................70

Tabela 10: Médias e desvio padrão da pressão exercida pelos profissionais e voluntários na última manobra. ............................................................71

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................14

1.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................14

1.2 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................16

1.3 MOTIVAÇÃO....................................................................................................17

1.4 OBJETIVO........................................................................................................18

1.5 ORGANIZAÇÃO DA MONOGRAFIA................................................................19

2 CONCEITOS TEÓRICOS ......................................................................................20

2.1 TERAPIA MANUAL ..........................................................................................20

2.2 O TECIDO CONJUNTIVO................................................................................21

2.3 A FÁSCIA .........................................................................................................23

3 ESTADO DA ARTE ...............................................................................................31

3.1 DISPOSITIVOS PARA DETERMINAR A PRESSÃO DA MÃO DO FISIOTERAPEUTA.................................................................................................31

3.2 SIMULADORES DE MANOBRAS TERAPÊUTICAS........................................35

3.3 DISPOSITIVO PARA AVALIAR VISCOELASTICIDADE E RIGIDEZ DE TECIDOS ...............................................................................................................38

3.4 DISPOSITIVOS PARA MENSURAÇÃO DA MOBILIDADE ESPINHAL ...........42

4 MATERIAIS E MÉTODO........................................................................................47

4.1 ETAPAS PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA................................................47

4.1.1 Desenvolvimento do simulador ..................................................................47

4.2 Avaliação do simulador .................................................................................51

4.2.2 Aspectos Éticos da Pesquisa .....................................................................52

4.2.4 AVALIAÇÃO DA SIMILARIDADE DO MODELO ...........................................54

4.3 DISPOSITIVO PARA MENSURAR O DESLOCAMENTO DA PELE................54

4.5 AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE E PRECISÃO DO DISPOSITIVO ÓPTICO..................................................................................................................55

4.6 DISPOSITIVO PARA FIXAÇÃO DO MODELO ................................................55

4.7 COLETA DE DADOS .......................................................................................56

4.7.1 SOFTWARE PARA CAPTURA .....................................................................56

4.7.2 GUIA PADRÃO..............................................................................................57

4.8 TREINAMENTO COM O SIMULADOR ............................................................59

4.9 ANÁLISE DOS DADOS....................................................................................60

5 RESULTADOS.......................................................................................................61

5.1 AVALIAÇÃO DA ELASTICIDADE DA PELE ....................................................61

5.2 AVALIAÇÃO DA SIMILARIDADE DO MODELO ANATÔMI-CO ......................62

5.3 COMPARAÇÃO DAS MANOBRAS..................................................................63

5.3.1 Análise dos Dados .....................................................................................63

5.3.2 Correlação.................................................................................................66

5.3.4 Análise da Pressão ....................................................................................68

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6 DISCUSSÃO, CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS....................................72

6.1 DISCUSSÃO ....................................................................................................72

6.2 CONCLUSÃO...................................................................................................73

6.3 TRABALHOS FUTUROS .................................................................................74

REFERÊNCIAS.........................................................................................................75

APÊNDICES .............................................................................................................78

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1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

No processo evolutivo do ser humano, a coluna vertebral manteve

conservada a morfologia do quadrúpede e ao assumir a posição ortostática, ou seja,

a postura em pé, começou a adquirir curvas devido à ação gravitacional e

musculares. Dois imperativos mecânicos contraditórios, a rigidez e a elasticidade;

conciliam a posição ortostática e são controlados por um arcabouço esquelético de

tecido conjuntivo que dá suporte à todas as estruturas do corpo. Ele compreende a

pele, a fáscia superficial, e a fáscia profunda que envolve os músculos, nervos e

vasos sangüíneos. A pele, juntamente com a fáscia e o tecido adiposo, envolve o

corpo como um invólucro (COLBY e KISNER, 1998; BIENFAIT, 1999).

A pele é o maior órgão em extensão do nosso corpo atingindo 16% do peso

corporal. É subdividida em camada epiderme e derme. A primeira camada apresenta

espessura e estrutura variável, sendo mais espessa e complexa na palma da mão e

sola do pé onde atinge cerca de 1,5 mm. Já a segunda camada, também com

espessura variável dependendo da região (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2004).

Segundo Helm et al. (2002) a pele é mais espessa sobre as costas e na região

posterior do pescoço.

Backhouse e Huychings (1989), afirmam que a pele ajusta-se e se adapta à

todas as irregularidades do corpo em qualquer movimento, graças à sua

elasticidade.

A camada dérmica, com propriedades viscoelásticas, consiste em um tecido

conjuntivo frouxo. Quando tracionada tem a capacidade de distender-se e voltar ao

estado original quando a tração é cessada (DÂNGELO et al., 1988). No tecido

conjuntivo as células mais comuns são os fibroblastos, responsáveis pela síntese

das proteínas de elastina e colágeno. A elastina é uma proteína de longa duração e

de formação estável, enquanto que o colágeno é de curta duração e se modifica

durante toda a vida (LEDERMAN, 2001; BIENFAIT, 2000). Devido à sua curta

duração, o colágeno deve ser constantemente renovado, sendo o tensionamento do

tecido fator estimulante para a sua produção. Se este tensionamento for realizado de

forma repetida e em um curto período de tempo, o tecido se tornará compacto e

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menos elástico, todavia se o tensionamento for contínuo e prolongado, as fibras

colagenosas e os feixes conjuntivos se tornarão mais alongados (BIENFAIT, 1999).

Assim a remodelação da arquitetura base do tecido conjuntivo gera

indiretamente uma melhora da flexibilidade que se perde com o passar dos anos ou

em decorrência de traumas, comprometendo assim a função normal do segmento ou

das estruturas afins (NORDIN e FRANKEL, 2003).

A coluna cervical, elo entre a cabeça e o tronco, é constituída por sete

vértebras entre as quais existe um disco amortecedor de impactos, e fixados nas

vértebras vários músculos, bem como nervos, imergem para outras regiões do corpo

(KAPANDJI, 1987). Devido à constante solicitação por atividades de vida diária e

profissional, a coluna cervical pode sofrer uma densificação das estruturas do tecido

conjuntivo, especificamente na fáscia superficial e profunda prejudicando assim sua

função normal que é facilitar o deslizamento das estruturas envolvidas por elas

(NORDIN e FRANKEL, 2003). Este comprometimento muitas vezes é sanado com

tratamento fisioterápico conservador, que busca restaurar a amplitude de movimento

perdida utilizando-se de vários recursos. Contudo o tratamento fisioterápico

comumente chamado de terapia manual utiliza-se de técnicas globalistas (RPG,

osteopatia, cadeias musculares) para tratar esses casos.

Desde a década de quarenta a fisioterapia passou a observar o indivíduo de

forma global graças aos estudos de Françoise Mézières, e aos conceitos dos

osteopatas que desenvolveram a técnica Pompage (CITTONE, 1999).

Bienfait (1999) passou a difundir a técnica Pompage para os terapeutas

manuais, com o objetivo de prevenir e melhorar a flexibilidade dos tecidos por meio

de tensionamento suave e progressivo da pele durante três ciclos respiratórios,

reorganizando a estrutura de base do tecido conjuntivo, alongando as fibras de

colágeno.

A Pompage atualmente utilizada pelos fisioterapeutas apresenta na sua

fisiologia uma ação sobre a circulação dos fluidos, muscular, articular e antálgica,

pois por meio dos movimentos deslizantes dos tecidos uns em relação aos outros, a

nutrição e a eliminação de metabólitos são favorecidas graças às trocas osmóticas.

Na falta do movimento desses tecidos pode ocorrer a formação de edema

(BIENFAIT, 2000).

Devido a atividade reflexa diária da unidade motora, uma aproximação

excessiva das inserções musculares pode gerar inicialmente patologias como o

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encurtamento e posteriormente retrações fibrosas (densificação do tecido conjuntivo)

na musculatura responsável pela estática corporal. Todavia na musculatura

dinâmica, devido à fraqueza muscular, uma fadiga, atrofia ou paralisia pode ocorrer.

Sendo assim um tensionamento passivo do músculo provocando o deslizamento dos

miofilamentos de actina em direção oposta ao centro justifica fisiologicamente a ação

Pompage muscular.

As mobilizações articulares são facilitadas por meio da Pompage, atuando

contra a limitação e rigidez dos processos de artrose. Também dores de tensão do

dia a dia além do estresse da vida moderna, são aliviados graças a ação antálgica

da Pompage.

Para a realização da manobra Pompage é necessário respeitar três etapas

denominada por Bienfait (1999), como tempo de tensionamento do segmento, tempo

da manutenção da tensão e tempo de retorno. O primeiro tempo se concretiza por

meio de uma tensão. É nesse tempo que a manobra se difere de uma tração

propriamente dita. Na fase de tensionamento do segmento o terapeuta alonga

lentamente, regularmente e progressivamente os tecidos. Um bom treinamento por

parte do terapeuta é necessário, pois embora a manobra aparentemente seja

simples, requer grande habilidade.

A manutenção da tensão é feita com o terapeuta retendo a fáscia durante

alguns segundos. O paciente deve estar relaxado não se opondo a tensão, pois o

alongamento dos sarcômeros são fenômenos lentos e deverão ser associados a

expirações relaxantes. A manobra deve ser mantida de 15 a 20 segundos

impregnando a cartilagem de líquido nutridor.

O tempo de retorno para a Pompage deve ser o mais lento possível, o

terapeuta deverá controlar esse retorno, pois é durante esse período que se rompem

as barreiras, os bloqueios de movimento, os edemas. A tensão não deve ser

interrompida durante todo o movimento de retorno. Requer muita concentração por

parte do terapeuta, pois a sensibilidade do operador deve seguir até o fim de todo o

movimento.

1.2 JUSTIFICATIVA

Por ser a Pompage uma manobra que não apresenta parâmetros já

mensurados nos quesitos pressão e deslizamentos de pele, além das variedades

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anatômicas e morfológicas de quem recebe e de quem a realiza, torna-se difícil

padronizar essas grandezas, sendo grande a dificuldade de aprendizagem dos

terapeutas novatos. De fato, erroneamente, estes aprendizes pensam que quanto

mais forte a manobra for realizada, mais ela será eficiente. Sendo assim, um

simulador anatômico que apresente condições semelhantes àquelas encontradas na

realização da manobra, e por meio de feedback visual, proporciona ao aluno a

possibilidade de “aprender fazendo”, ou seja, errando e repetindo até assimilar a

forma correta de execução da manobra. Somente evidências mensuráveis podem

permitir que a manobra seja executada com movimentos corretos, precisos e

reprodutíveis, evitando que profissionais se aventurem em experiências sem

comprovações científicas.

1.3 MOTIVAÇÃO

Vários trabalhos foram realizados com o intuito de mensurar manobras

realizadas pelo terapeuta manual. Marcotte et al. (2003), usaram um sensor fixado

ao dedo do terapeuta, Perle e Kawchuk (2005) construíram um alvo sobre uma

plataforma rígida e Herzog et al. (2001), utilizaram um colchão adaptado. Entretanto

nestes estudos fatores indesejáveis podem levar a diminuição da sensibilidade do

terapeuta devido a colocação do sensor sobre o seu dedo ou erros podem ser

provocados por dobras no colchão de medição.

Outros estudos foram desenvolvidos com a finalidade de treinar

procedimentos médicos ou simular manobras de mobilização articular

póstero/anterior. Abdala et al. (2007) utilizaram um modelo tipo manequim da coluna

lombar para treinamento da punção transpedicular. Lee e Svensson, (1990);

Chansirinukor et al., (2003), utilizaram o princípio do pistão em um simulador para

quantificar a manobra sobre a vértebra. Arokosk et al. (2005), utilizaram uma força

constante pré-definida atuando contra a superfície do antebraço para quantificar a

consistência tecidual da pele bem como a rigidez dos tecidos moles. Dawes-Higgs et

al. (2004) e Fong et al. (1997), utilizaram uma sonda para realizar as mesmas

mensurações. Entretanto alguns problemas foram observados, pois os tecidos moles

não foram representados no manequim, as diferentes propriedades da pele não

foram consideradas, variações de posicionamento, diâmetro da abertura e força da

sonda, assim como movimentos mínimos da região avaliada alteraram os resultados.

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Mannion et al. (2004), para mensurar a mobilidade da coluna desenvolveram

um “mouse” que ao ser guiado pelo contorno da coluna com velocidade, pressão,

ritmo e sentido exato, apresentava confiabilidade na sua mensuração nas posições

em pé e em extensão. Todavia o “mouse” não consegue mensurar do seu

deslocamento sendo necessário medidas prévias para determinar com precisão

sus localização inicial, além de depender do avaliador que o conduz.

Já para a mensuração da mobilidade da coluna cervical, foi desenvolvido por

Dvir e Prushansky (2000) um dispositivo com transmissores de ultra-som fixados na

cabeça e no tórax do paciente; Agarwal et al. (2005), desenvolveram uma armação

de alumínio com o formato de óculos e Rix e Bagust (2001), um ponteiro à laser

preso à um capacete. Porém movimentos involuntários durante as mensurações,

prejudicaram as avaliações.

Harrison et al. (2005), com seu simples dispositivo de metal deformável,

avaliaram a amplitude de movimento somente em um plano e não conseguiram uma

representação válida da medição na curvatura cervical quando comparado com raio-

x simples desta região.

Ao realizar a análise dos trabalhos apresentados na literatura especializada

observamos que poucas pesquisas conseguem quantificar procedimentos realizados

na área da fisioterapia ou utilizem simuladores para treinamento de manobras

manuais. Alguns estudos mensuraram os deslocamentos verticais de pele em

antebraço, entretanto nenhum se preocupou em mensurar o deslocamento

horizontal desta durante uma situação simulada de atendimento, além disso

pouquíssima literatura dá a devida importância ao tecido conjuntivo, e em particular

à fáscia, como um tecido de continuidade capaz de provocar distúrbios mas que

pode ser tratado com a manobra Pompage.

1.4 OBJETIVO

Desenvolver e avaliar um modelo anatômico da região cervical que, através

de simulação dos tempos de deslocamentos específicos da técnica Pompage,

permite o treinamento desta manobra para alunos e profissionais da fisioterapia.

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1.5 ORGANIZAÇÃO DA MONOGRAFIA

Na introdução, além da apresentação constam a justificativa, motivação,

objetivo e organização da monografia.

No 2º capítulo são apresentados os conceitos teóricos contendo um breve

histórico sobre a terapia manual desde a sua origem no Egito antigo até os dias

atuais com os conceitos revolucionários da globalidade; a definição do tecido

conjuntivo e da rede fascial superficial e profunda bem como a lesão macroscópica e

microscópica deste tecido. Finalizando com a definição e descrição técnica da

manobra Pompage.

No 3º capítulo, o estado da arte, são apresentados estudos encontrados na

literatura especializada relativos ao desenvolvimento de dispositivos para mensurar

a pressão da mão do terapeuta durante manobras manipulativas; simuladores de

manobras terapêuticas; mensuração da rigidez e viscoelasticidade dos tecidos

moles com dispositivos que se utilizam do princípio de pistão e sucção de pele; e

finalmente dispositivos que avaliam a mobilidade espinhal.

No 4º capítulo, o plano de trabalho constam as etapas para o

desenvolvimento desta pesquisa e a metodologia adotada.

No 5° capítulo são apresentados os resultados obtidos.

No 6° capítulo são apresentadas as discussões, conclusões e trabalhos

futuros.

No anexo são listados as referências bibliográficas e os apêndices.

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2 CONCEITOS TEÓRICOS

2.1 TERAPIA MANUAL

A terapia manual consiste em uma gama de técnicas na qual o terapeuta

utiliza-se das mãos para tratar e curar, permitindo desta forma que várias doenças

sejam tratadas. Ela é tão antiga quanto a ciência e a arte da medicina. Tanto os

egípcios como Hipócrates utilizaram procedimentos manuais visando o tratamento

de deformidades na coluna vertebral. São considerados terapeutas manuais

membros de diferentes especialidades, tais como os osteopatas, os quiropatas e os

fisioterapeutas (GREENMAN, 1996; LEDERMAN, 2001).

A osteopatia teve sua história iniciada no século XIX, influenciada pelos

endireitadores de ossos “bonesetter” que utilizavam tratamentos não-convencionais

nos Estados Unidos, difundindo assim um novo conceito em terapia. Em 1874,

Andrew Taylor Still criou a osteopatia, que etmologicamente significa “osteon” (osso)

e “pathos” (efeito do interior). Essa especialidade vê o homem como sendo parte

integrante do cosmos e indivisível, e a doença como uma afecção não localizada.

Still acreditava que o sistema músculo esquelético era parte integrante do corpo num

todo e que alterações sofridas por esse sistema afetavam a saúde geral do corpo.

Utilizou-se de tratamento por meio de rearmonização dos ritmos naturais e reflexos

desencadeados à distância para que o corpo todo reagisse (GREENMAN, 1996;

RICHARS; SALLÉ, 2002).

Em 1895, David Daniel Palmer criou a quiropatia, método paralelo cujos

princípios repousam sobre a teoria de que o homem é uma máquina movida por uma

força natural que percorre todo o corpo através do sistema nervoso. Sendo que a

distribuição deste fluxo pode estar perturbada por bloqueios vertebrais causando o

desenvolvimento das doenças (GREENMAN, 1996; RICHARS e SALLÉ, 2002).

A fisioterapia sempre preconizou o tratamento do indivíduo como um todo,

porém seus meios de tratamento eram segmentados e embasados na medicina

ortodoxa dividindo o corpo em partes. Por volta da década de quarenta Françoise

Mézières, desenvolveu seu método de tratamento baseado no princípio de que os

músculos estão interligados uns aos outros formando uma “cadeia muscular”.

Portanto quando existe uma rigidez, qualquer esforço solicitado refletirá em uma

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propagação para todo o sistema muscular. A partir deste conceito, outras técnicas

de tratamento surgiram compartilhando do mesmo pensamento filosófico. Dentre os

métodos, o mais conhecido na atualidade é a Reeducação Postural Global (RPG)

difundida por todo o mundo pelo seu criador Philippe Souchard, no qual o homem

passa a ser tratado globalmente (CITTONE, 1999).

O fundamento das técnicas de terapia manual baseia-se na habilidade de

avaliar e interpretar os sinais que o corpo apresenta. Essas habilidades dependem

da capacidade de palpar, cujo aperfeiçoamento deve, portanto, ser o objetivo

primário de quem trabalha com o tratamento do corpo vivo. A avaliação, seja ela

objetiva ou subjetiva, é a base do esforço terapêutico bem fundado e a palpação é a

parte vital da avaliação (CHAITOW, 2001).

Segundo Lederman (2001), as forças mecânicas transmitidas pela

manipulação afetam os tecidos de três formas principais:

a) Nos processos de reparo após lesão do tecido, facilitando a regeneração e

a remodelação normal do tecido;

b) Afetar a estrutura do tecido alongando e normalizando os tecidos

encurtados;

c) Melhorando na dinâmica dos fluidos do tecido (sangue e linfa).

2.2 O TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo representa praticamente 70% dos tecidos humanos, e foi

muito ignorado na história acadêmica, entretanto nos últimos trinta anos da

fisioterapia um olhar diferenciado ocorreu graças a fisiologia neuro-aponeurótico-

muscular (BIENFAIT, 1999).

Os tecidos conjuntivos compreendem a pele, ligamentos, tendões, cápsulas

articulares e fáscias. Todos estes sistemas tem sua origem em componentes

celulares constituídos de fibroblastos e condrócitos que fornecem os materiais para a

fabricação da matriz; e os componentes extracelulares constituídos de colágeno,

elastina e fibras reticulares conferindo à matriz sua estrutura global, além de água e

glicosaminoglicanos (GAGs) que fornecem lubrificação e espaçamento entre as

fibras de colágeno (LEDERMAN, 2001).

Os fibroblastos secretam as proteínas de colágeno e elastina. Conforme

Lederman (2001), o colágeno, principal componente do tecido conjuntivo, apresenta

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no seu interior três cadeias de aminoácidos (protocolágeno) e a medida que

amadurecem são unidas por ligações cruzadas intramoleculartes (ligações

químicas). O protocolágeno é, então, secretado pelos fibroblastos para formar

moléculas extracelulares de tropocolágeno. Uma vez transportadas para fora da

célula, as moléculas de colágeno se unem por ligações cruzadas intermoleculares

que “colam” as estruturas moleculares, a fim de conferir força e estabilidade ao

tecido sob tensão mecânica. As moléculas de colágeno agregam-se paralelamente

na matriz extracelular para formar microfibrilas e, posteriormente, fibrilas. Esse

processo prossegue para dar origem às fibras, que por fim são compactadas para

formar as supra- estruturas do tecido conjuntivo como os tendões, ligamentos, etc

(LEDERMAN, 2001).

O colágeno confere força e rigidez ao tecido, para que ele possa oferecer

resistência à força mecânica e à deformação. Entretanto as fibras de colágeno na

pele são mais fracas; nos ligamentos, cápsulas articulares e fáscias, as fibras de

colágeno variam entre os dois extremos. Há aproximadamente uma dúzia de tipos

de fibras colágenas e elas estão distribuídas pelo corpo. A córnea transparente do

olho, os tendões fortes dos pés, o tecido esponjoso do pulmão e a membrana

delicada que envolve o cérebro são todas de colágeno (KISNER e COLBY, 1998;

MYERS, 2003).

O colágeno é uma proteína de curta duração, modifica-se a vida toda. As

moléculas agrupam-se em feixes e o fator excitante para sua secreção é o

tensionamento do tecido. De acordo com o tipo de tensionamento a secreção é

diferente. Desta maneira, se a tensão suportada pelo tecido é contínua e

prolongada, as moléculas de colágeno deixam de ficar onduladas e alongam-se; em

contrapartida se a tensão for repetida e em um curto período, os feixes conjuntivos

multiplicam-se e densificam-se (KISNER e COLBY, 1998; BIENFAIT, 1999).

A elastina fornece propriedades elásticas ao tecido, permitindo que ele se

recupere da deformação. As fibras elásticas, como o seu nome sugere, são

empregadas em áreas como a orelha ou a pele, onde se necessita de elasticidade.

A elastina é uma proteína de longa duração e de formação estável; suas moléculas

instalam-se em uma rede de malhas mais ou menos largas por meio do tecido e o

fator excitante para a sua secreção ainda é desconhecido (BIENFAIT, 1999;

MYERS, 2003).

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As fibras de elastina e colágeno estão distribuídas e entrelaçadas no tecido

conjuntivo, sua proporção varia nas diversas estruturas músculo-esqueléticas.

Sendo assim tecidos ricos em elastina possuem propriedades elásticas, ao passo

que tecidos com alto teor de colágeno geralmente são mais rígidos (LEDERMAN,

2001; MYERS, 2003).

A substância fundamental é formada pelos proteoglicanos, na qual as fibras

de colágeno estão inseridas. É uma substância viscosa semelhante a um gel, que

fornece espaçamento e lubrificação entre as microfibrilas de colágeno. Esse

espaçamento evita a formação excessiva de ligações cruzadas intermoleculares ou

pontes cruzadas, que reduzem a capacidade de deformação do tecido (por exemplo,

durante um alongamento) nos locais onde as fibrilas se cruzam. Em seu meio se

origina o sistema linfático que ajuda trilhões de minúsculos grupamentos de células a

se manterem juntas, mas livres para a troca das inúmeras substâncias necessárias.

A substância fundamental muda constantemente seu estado para satisfazer as

necessidades locais ficando mais viscosa para repor os metabólitos. O líquido

sinovial nas articulações e o humor aquoso do olho são exemplos onde a substância

fundamental pode ser vista em grandes quantidades, porém pequenas quantidades

estão distribuídas por todo o corpo (MYERS, 2003).

2.3 A FÁSCIA

A fáscia, um dos vários grupos de tecido conjuntivo, está em estado de

organização contínua. As várias porções da fáscia recebem nomes específicos:

quando protegem um órgão (fáscia periesofagiana, intrafaringiana), ou quando

protegem um conjunto orgânico (fáscia endocárdica, fáscia parietalis). Esse

importante mecanismo de sustentação forma um tecido coextensivo ao corpo,

fundamental para seu bem estar e desempenho, pois tem como função o

revestimento, a proteção e a divisão das estruturas de mesma função (GREENMAN,

1996).

Segundo o dicionário médico Blakiston, a palavra fáscia significa camada de

tecido conjuntivo areolar sob a pele (fáscia superficial); tecido fibroso situado entre

os músculos e que constitui as bainhas musculares ou então reveste outras

estruturas profundas, como nervos e vasos sangüíneos (fáscia profunda).

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A fáscia foi vista como uma peça única primeiramente pelos osteopatas que

também trouxeram a noção de globalidade. Para eles “fáscia” significa um conjunto

membranoso muito extenso, onipresente e tenaz no qual todos os processos

fundamentais da estrutura estão ligados em continuidade, e quando uma parte se

movimenta, o corpo responde como um todo (CHAITOW, 2001a).

A fáscia superficial (Figura 1a e 1b) é um tecido de trama frouxa, fibroelástico

e areolar que compreende a pele, estruturas vasculares (inclusive redes capilares e

canais linfáticos) e tecidos nervosos, particularmente os corpúsculos de Paccine,

conhecidos como receptores da pele. A fáscia superficial apresenta a capacidade de

esticar-se em qualquer direção e ajustar-se rapidamente a tensões de todos os tipos

tendo espaço para o acúmulo de fluído e metabólitos (ROLF, 1990; BIENFAIT,

1999).

(a) (b)

Figura 1: (a) Dissecação mostrando a fáscia ao redor e de revestimento; (b) Fáscia superficial do músculo peitoral maior.

Fonte: Myers (2003)

A fáscia profunda tem espessura variável, é firme, retesada e compacta,

envolve e separa músculos, circunda e separa órgãos viscerais internos (fáscia sub-

serosa) e contribui intensamente para o contorno e função do corpo, fazendo com

que a pele seja somente um envelope flexível que a recobre. Ela é o conjunto de

todas as aponeuroses e é constituída de tecido subcutâneo no qual estão inseridos

os vasos, nervos e suas ramificações. No corpo saudável, sua cobertura lisa permite

que as estruturas vizinhas deslizem umas sobre as outras. O colágeno da fáscia

profunda forma feixes de fibras paralelas para resistir as tensões. A fáscia é

frequentemente confundida com músculo, contudo o músculo está dentro da fáscia

(GREENMAN, 1996; BIENFAIT, 1999).

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Fazendo uma analogia Rolf (1990) compara a polpa de uma laranja que está

contida dentro de suas paredes celulares de separação, com o músculo contido

dentro da rede fascial. Da mesma forma que é possível extrair o suco e a polpa de

uma laranja e manter um receptáculo que retenha sua forma, também seria possível

em teoria remover a polpa muscular de um corpo de seu invólucro fascial, deixando

sua forma externa relativamente intacta (Figura 2a e 2b). Músculos e fáscia são

estruturas separadas embora terapeuticamente isto pareça ilógico, se retirasse o

tecido conjuntivo que reveste o músculo, este pareceria uma estrutura gelatinosa,

sem forma ou capacidade funcional (CHAITOW, 2001b).

(a) (b)

Figura 2: (a) Analogamente a laranja representa a fáscia e o músculo; (b) Fáscia profunda envolvendo o tecido muscular.

Fonte: Rolf (1990); Myers (2003)

Bienfait (1999) denomina a fáscia profunda também de aponeurose

superficial e a descreve como se estivesse estendida sobre o esqueleto ósseo assim

como uma lona de barraca sobre seus mastros.

Para Campignion (2003), a fáscia é um elemento de ligação entre o superficial

e o mais profundo, ao contrário do músculo ela não é contrátil. Entretanto estudos

realizados por Schleip et al. (2005) apresentam evidências sugerindo que a fáscia

pode contrair-se ativamente semelhante a musculatura lisa e por conseguinte

influenciar dinamicamente a musculatura esquelética.

O fato de que a fáscia compreende uma rede conectada desde o contorno

interno do crânio até às solas dos pés, é de grande importância para o entendimento

da função e da disfunção musculoesquelética. Se qualquer parte dessa estrutura

estiver deformada ou distorcida, pode haver a imposição de tensões negativas em

aspectos distantes assim como o nó em uma malha pode distorcer a malha inteira,

como mostra a figura 3 (CHAITOW, 2001b). Com a visão dessa verdadeira

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combinação membranosa é fácil entender que a falta de mobilidade em um local

qualquer possa provocar uma lesão à distância (BIENFAIT, 2000).

Figura 3: A tensão se propagando sobre a malha inteira.

Fonte: Rolf (1990)

Anatomicamente para Bienfait (1999), a fáscia superficial não está presente

na face, no quadrante superior do músculo esternocleidomastóideo, na nuca, sobre

o osso esterno, na região glútea, na região da depressão entre o vasto externo e o

bíceps curto da coxa, na patela, na extremidade inferior da face externa da fíbula.

A fáscia profunda segundo Bienfait (1999), envolve o corpo e tem poucas

inserções fixas; além disso, muitas dessas inserções ocorrem sobre ossos móveis,

como a fíbula ou a clavícula. Não há melhor forma de visualizá-la do que pela

imagem de um “esfolado vivo” (Figura 4).

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Figura 4: A fáscia profunda visualizada no “esfolado vivo”.

Fonte: Bienfait (1999)

Essa grande fáscia profunda de formação sólida e quase não extensível

apresenta-se como duas aponeuroses simétricas, que cobrem paralelamente cada

metade do corpo, se insere atrás, ao longo da coluna e, na frente, sobre o esterno e

a linha alba. Pelas suas expansões, a fáscia profunda envolve todo o sistema

contrátil muscular sendo um envoltório funcional separando a musculatura da região

dos músculos flexores e região dos músculos extensores (BIENFAIT, 1999).

A fáscia possui elasticidade que lhe confere a propriedade de conservar sua

forma e responder à deformação. Durante a aplicação de carga no tecido ocorre na

curva tensão-comprimento, alterações estruturais em diferentes regiões. A região da

ponta do colágeno (Figura 5) apresenta 1,5% a 4% do comprimento total do tecido.

Nessa região, não há um aumento elástico verdadeiro do tecido, ou seja, quando o

alongamento cessa, o tecido volta à sua configuração ondulada original. A segunda

curva é a região elástica (Figura 5), em que o tecido exibe propriedades

semelhantes a uma mola, e as alterações no seu comprimento são diretamente

proporcionais às forças aplicadas. A deformação elástica é a capacidade da fáscia

de recuperar sua forma original quando a carga é removida. A elasticidade geral do

tecido é determinada pela quantidade de elastina. A curva de tensão-comprimento é

mais horizontal se o tecido for rico em elastina, entretanto se o tecido for rico em

colágeno, exibirá uma curva de tensão-comprimento mais vertical. A região elástica

é responsável pelo aumento de 2% a 5% do comprimento do tecido. Durante o

alongamento as fibras se endireitam, começam a aumentar de tamanho e tornam-se

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progressivamente mais tensas. Na pele a maior parte do seu movimento fisiológico

ocorre dentro da amplitude elástica (LEDERMAN, 2001).

A terceira região da curva é a amplitude plástica (Figura 5), conforme o

alongamento se aproxima do final, da amplitude elástica, existem falhas

progressivas e rupturas microscópicas das fibras de colágeno. Quando o

alongamento atinge a região plástica, as alterações mecânicas que ocorrem no

tecido são irreversíveis; portanto, mesmo que a carga seja removida o tecido não

retornará ao seu comprimento original e terá perdido um pouco da sua força tensiva.

A continuação do alongamento dentro da amplitude plástica levará a um aumento

progressivo do número de falhas, até ocorrer ruptura completa do tecido. Após

alterações plásticas, a volta do tecido ao seu comprimento normal e a recuperação

da sua força tensiva se dão através de inflamação e reparo. Na amplitude plástica é

o rompimento de fibra que resulta em aumento no comprimento (LEDERMAN, 2001;

GREENMAN, 1996).

Figura 5: Curva de tensão–comprimento com suas diferentes regiões.

Fonte: Lederman (2001)

As fibras de colágeno possuem comprimentos, espessuras e direções

diferentes. As fibras mais curtas e mais espessas alcançam o ponto máximo de

alongamento ou carga antes das fibras mais longas e mais finas. As primeiras fibras

a se alongarem completamente são também as primeiras a se romperem. Até

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mesmo nos primeiros estágios da amplitude elástica pode haver falhas

microscópicas das fibras de colágeno. Essas falhas começam a cerca de 3% do

comprimento de repouso do tecido, e a cerca de 6% a 10% (embora possa haver

uma variação entre os diversos tecidos) ocorre ruptura completa deste.

Lesões como entorse articulares danificam microscópica e

macroscópicamente a estrutura do tecido causando uma modificação na função. O

organismo reage iniciando um processo de reparo (inflamação). Quando as

camadas teciduais acometidas geram uma aderência (depósitos anormais de tecido

conjuntivo entre duas superfícies deslizantes) elas não deslizam mais uma sobre a

outra (parecem estar “coladas”), e fazem com que as camadas adjacentes sejam

repuxadas progressivamente, contribuindo assim para a tensão e exaustão geral

devido à uma adaptação (ROLF, 1990; LEDERMAN, 2001).

Com relação as alterações microscópicas ocorre aumento geral na produção

e na desintegração de colágeno. O colágeno recém formado é depositado de forma

aleatória, o que reduz a força tensiva global do tecido (pois esta é maior quando as

fibras estão alinhadas ao longo das linhas de tensão mecânica). A substância

fundamental sofre redução, permitindo maior contato entre as fibrilas de colágeno e

perda de lubrificação. Isso leva à formação de pontos anormais de ligações cruzadas

entre as fibras restringindo o deslizamento normal entre as fibrilas (Figura 6). A

formação de ligações cruzadas anormais em pontos estratégicos, onde as fibrilas

deslizantes entram em contato direto, pode levar a alteração macroscópica que é a

grande redução da mobilidade geral do tecido (LEDERMAN, 2001).

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Figura 6: Esquema das fibras de colágeno com formações anormais de pontes cruzadas e a restrição quando ocorre o alongamento.

Fonte: Lederman (2001)

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3 ESTADO DA ARTE

3.1 DISPOSITIVOS PARA DETERMINAR A PRESSÃO DA MÃO DO

FISIOTERAPEUTA

A mensuração fornece dados quantitativos permitindo compreender

fenômenos e validar determinadas práticas clínicas. Para tanto são necessários

instrumentos com qualidade suficiente para orientação dos profissionais.

Sendo assim, para determinar as pressões da mão do fisioterapeuta em

manobras específicas utilizadas na terapia manual, Marcotte et al. (2003), utilizaram

um dispositivo composto por um sensor de pressão (Interlink Electronics), sensível à

força de 0,2 à 100 N (peso de 20 gramas para 10 Kg) para pressões de 1 a 100

N/cm² (1,5 – 150 psi). Com uma margem de erro de 2% a 5%. O sensor de pressão

flexível com 0,20 mm de espessura foi fixado na região látero-anterior da articulação

interfalangiana distal do dedo indicador do examinador minimizando a interferência

do contato (Figura 7).

Figura 7: Visão lateral do procedimento de palpação, seguida de visão superior do mesmo procedimento.

Fonte: Marcotte et al., (2003)

Para os testes, Marcotte et al. (2003), selecionaram 24 examinadores, sendo

23 estudantes e 1 quiropata experiente. O examinador sentou-se à cabeceira da

maca e o sujeito ficou deitado em decúbito dorsal. Os examinadores usaram uma

força adequada para realizar a palpação, porém confortável ao paciente. Foi

constatado que todos começaram a palpação com uma pressão mínima que

aumentou posteriormente com alguns picos ao conferir o jogo articular. A pressão da

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palpação variou entre 4,0 a 41,0 N/cm² com média próxima à 20 N/cm². Para 75%

dos examinadores a pressão da palpação foi de 10,0 a 30,0 N/cm² ou uma pressão

aplicada de 2,0 à 6,0 N para uma superfície efetiva de 0,2 cm². Sendo assim, a

pressão aplicada ao sensor pelos examinadores foi neste estudo equivalente à um

peso de 400 g. Neste estudo Marcotte et al. (2003),consideraram que 19,5N/cm²

corresponde a uma pressão média, acima de 30,0 N/cm² corresponde a uma forte

pressão e abaixo de 10 N/cm² corresponde a uma baixa pressão. Os dados

relativos ao pico de pressão permitem determinar a presença ou ausência de fixação

intervertebral. Segundo Marcotte et al. (2003), foi possível realizar uma avaliação

adequada embora o sensor tenha impedido um pouco o contato direto entre o

pescoço do paciente e a mão dos examinadores que tiveram de confiar em indícios

proprioceptivos como o movimento ou a resistência.

Um estudo de Perle e Kawchuk (2005), comparou as pressões geradas

durante a manipulação espinhal com a configuração da mão. Os autores construíram

um dispositivo capaz de quantificar a pressão utilizada na técnica manipulativa

espinhal (SMT), com um fino filme de poliester no qual um alvo de 9,5 mm de

diâmetro foi sobreposto a um grupo de 99 sensores de pressão (Novel, Munich,

Germany). O alvo foi colocado sobre um filme radiográfico de 8 x 10 polegadas

apoiado sobre uma plataforma rígida. Dezesseis profissionais usaram configurações

de mão curvada e plana enquanto executava a técnica de manipulação espinhal

(Figura 8). As pressões registradas foram enviadas para um computador com uma

taxa de amostragem de 50 Hz.

Figura 8: Configurações de mãos usadas para tentativas de manipulação. Configuração curvada

(esquerda) e configuração plana (direito). Fonte: Perle e Kawchuk (2005)

O local dos marcos esqueléticos puderam ser determinados com relação ao

grupo de sensores com uma radiografia dorsal–palmar da mão e dos sensores

(Figura 9).

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Figura 9: Radiografias simples demonstrando a sobreposição da anatomia óssea e os elementos

sensórios radiopacos inseridos na almofada sensória de pressão. A configuração curvada é mostrada à esquerda e a configuração plana é mostrada à direita.

Fonte: Perle e Kawchuk (2005)

Os dados do pico de pressão foram analisados em pares, configuração de

mão curvada e plana para cada sujeito usando um teste padrão (< = 0,5). As

pressões mais altas observadas em qualquer grupo de sensores (pressão de pico)

foram geradas com a postura de mão curvada (44,81 ± 14,54 N/ cm²) que também

incidiu sobre uma área menor em relação à mão plana. Com relação a pressão total,

a postura da mão plana mostrou uma significativa pressão maior (278,06 ± 87,48 N/

cm²) em cima de um número maior de sensores ativos (29,13 ± 8,51 SE). Neste

estudo Perle e Kawchuk (2005), mostraram que a configuração da mão influência a

magnitude, a localização e a distribuição da pressão gerada durante a manipulação.

A configuração da mão plana tende a transmitir pressão pelo gancho do hamato e a

mão curvada transmite pressão quase que exclusivamente pelo pisiforme, sugerindo

que pressões geradas durante a técnica de manipulação espinhal podem não ser

realizadas no local pretendido pelo clínico.

Herzog et al. (2001), estudaram as forças efetivas transmitidas por

manipulações torácicas de alta velocidade e baixa amplitude, considerando as

pressões perpendiculares variáveis assim como a área de contato entre a mão do

clínico e o sujeito pesquisado. Os autores realizaram as mensurações usando um

fino colchão de pressão flexível (EMED, lnc., Munique, Germanny) com sensores

sensíveis individuais de 5mm x 5mm, registrando a distribuição da pressão média . A

força aplicada durante o tratamento foi calculada integrando as medidas de pressão

sobre a área de todos os sensores ativos. A força da pré-carga foi definida como a

força mínima observada nos 500 ms que precedem o tratamento e o pico de força

como o máximo registrado durante o tratamento de empurrão (“thrust”). Pré-carga e

pico de força foram obtidas integrando a distribuição de pressão na área de contato.

O pico de força efetiva foi definido como o pico de força aplicado a qualquer sensor

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de pressão de 25 mm² de área (o pico de pressão efetiva multiplicada pela área de

sensor, 25 mm²). O pico de pressão foi definido como a medida de pressão máxima

obtida em qualquer sensor durante todo o tratamento manipulativo espinhal

analisado.

Herzog et al. (2001) calcularam a pressão média dividindo a força total pela

área de contato correspondente. A área de contato foi obtida multiplicando o número

de sensores ativos pela área de cada sensor. Um sensor ativo foi definido como

qualquer sensor que demonstrou um valor de pressão diferente de zero. O tempo de

empurrão ∆t, foi definido pelo momento da força mínima de pré-carga até o

momento de força máxima do empurrão. A taxa média de aplicação de força em

vigor foi considerada como a mudança na força mínima para o pico de força dividido

pelo ∆t. Finalmente a mudança no ponto de aplicação do pico de pressão foi

determinado pela distância entre os sensores que mostraram pico de pressão no

momento da força mínima durante a pré-carga e no momento do pico de força

durante o empurrão. As medidas locais e globais de carga foram comparadas e

analisadas com estatísticas não paramétricas (α = 0,01).

Os autores escolheram vinte sujeitos assintomáticos (11 homens, 9 mulheres;

idade 28 ± 7 anos; altura 1,74 ±0,12 m; massa 67 ± 12kg), que receberam três

tratamentos Posterior/Anterior manipulativo espinhal, de alta velocidade, baixa

amplitude no processo transverso da espinha torácica. Força total, força local, área

de contato, pico de pressão, e pressão média no contato de interface entre o clínico

e o sujeito foram continuamente mensurados. Todos os tratamentos dados por um

quiropata com 3 anos de experiência clínica, consistiram em um empurrão direto de

posterior para anterior no processo transverso de T3-T10, usando um contato

hipotenar reforçado. A média do pico de força total foi 238,2 N. O pico médio da

força local em cima de uma área designada de 25 mm² foi 5 N, indicando que

medidas globais de carga superestimam as forças efetivas locais no local

designado.O ponto do pico de pressão moveu, em média, 9,8 mm durante o curso

da manipulação.

Os resultados do estudo de Herzog et al. (2001), sugerem que a força de

empurrão durante o tratamento manipulativo espinhal não é toda direcionada ao

ponto escolhido. Isto é devido tanto à área de contato ser maior que o ponto

designado e quanto aos movimentos do ponto de aplicação do pico de pressão.

Portanto, os efeitos benéficos do tratamento de manipulação espinhal podem ser

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associados a uma força não especifica em volta do ponto designado, em lugar de

uma força bem definida aplicada precisamente nesse ponto. Este resultado pode

trazer implicações revolucionárias para o ensino da manipulação espinhal.

3.2 SIMULADORES DE MANOBRAS TERAPÊUTICAS

Os simuladores tem sido usados na prática de determinadas manobras na

qual requer habilidade e autoconfiança daquele que a pratica. Sendo assim esse

recurso tem-se demonstrado valioso na área da saúde, pois os estudantes poderão

repetir várias vezes a manobra desejada. Desta forma alguns tipos de simuladores

foram desenvolvidos, facilitando o ensaio e erro no processo de aprendizagem.

Em estudo realizado por Abdala et al. (2007), um modelo tipo manequim da

coluna lombar foi desenvolvido e a sua similaridade testada durante o treinamento

da punção transpedicular em vertebroplastia percutânea. Foram confeccionadas 30

vértebras lombares com metacrilato, gesso e etilvinilacetato (EVA), a partir de molde

de borracha baseado em vértebra humana (Figura 10a). Os discos intervertebrais

foram feitos com silicone para que houvesse similaridade anatômica e fusão de 5

vértebras. O Segmento da coluna foi acondicionado no interior de um manequim

coberto por tela de EVA para que não fosse possível visualização direta (Figura

10b).

(a) (b)

Figura 10: (a) Modelo das vértebras lombares no interior do manequim, sustentadas com EVA; (b) Modelo de manequim coberto por EVA.

Fonte: Abdala et al. (2007)

O modelo foi avaliado por grupo de seis especializandos em neuroradiologia

familiarizados com o método e dois neuroradiologistas com prática em

vertebroplastia percutânea. Todos os participantes da avaliação responderam a um

questionário. Em seguida os alunos treinaram o procedimento no modelo e

preencheram à um questionário sobre a similaridade anatômica, confirmando que

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há boa visualização do pedículo e das camadas cortical e esponjosa através da

fluoroscopia e radiografia, bem como nítida percepção táctil destas camadas à

punção.

Outros dispositivos foram desenvolvidos com a finalidade de simular uma

manobra realizada pelo terapeuta. A manobra póstero /anterior (PA) descrita por

Maitland (1989) é uma manobra comumente usada aplicando uma força oscilatória

sobre o processo espinhoso de uma vértebra enquanto o paciente permanece na

posição deitada em prono. Lee e Svensson (1990) projetaram o SPS (Simulador de

Fisioterapia Espinhal), mostrado na figura 5. A velocidade de oscilação da manobra

simulada pode ser ajustada pelo operador. O eixo do motor é conectado por meio de

uma correia e de sistema de polias à um came. Um pistão almofadado é movido

para baixo pela rotação do came (Figura 11). Se o sujeito resistir ao movimento com

uma força maior que a força fornecida pelo came, o movimento do pistão é

interrompido. Se não, a movimentação do pistão continua até alcançar o ponto de

excentricidade mínima do came.

Figura 11: Diagrama esquemático do SPS (Simulador de Fisioterapia Espinhal).

Fonte: Lee e Svensson (1990)

Os autores, para permitir a medição das forças aplicadas ao corpo, utilizaram

um pistão conectado a uma célula de carga. O deslocamento da superfície da pele

sob o pistão foi medido por dois potenciômetros lineares. Um potenciômetro

montado sob o pistão, mensura o movimento da superfície da pele em relação a

parte rígida do pistão. Um segundo potenciômetro montado sobre a armação do

SPS, mensura o movimento do pistão relativo à armação. O deslocamento total da

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pele é a soma destes dois movimentos. Uma tira acolchoada de borracha com 5 mm

de espessura foi fixada ao lado inferior da parte rígida do pistão. A base do pistão

de 10 mm de largura e 25 mm de comprimento foi orientada transversalmente ao

eixo longitudinal do corpo do sujeito. A compressão desta tira de borracha foi

calculada pelo potenciômetro montado no pistão. A haste do potenciômetro

atravessa um orifício de 5 mm no centro da base do pistão para estar em contato

com a superfície da pele.

Lee e Svensson (1990) usaram pesos para calibrar a célula de carga e

espaçadores de comprimento conhecidos para calibrar os potenciômetros. Os dados

foram enviados a um microcomputador por um conversor analógico/digital 100 vezes

por segundo e gravados para análise subseqüente. A confiabilidade do SPS foi

avaliada utilizando uma viga de liga de alumínio apoiada sobre rolamentos de aço

em cada extremidade com rigidez parecida com a coluna lombar. Onze voluntários

foram testados sendo que nenhum apresentava dor.

Para medir a rigidez póstero/anterior, Chansirinukor et al. (2003), usaram um

simulador composto por um motor de velocidade variável, um came, e um pistão.

Uma célula de carga (S1 W 250 N, Applied measurement Pty) foi conectada ao um

pistão acolchoado de borracha que estava em contato com a pele do sujeito

enquanto o simulador aplicava a força. O movimento do pistão foi controlado pela

rotação do came. A força e o deslocamento foram usados pelos autores para

calcular a rigidez. O simulador mostrou–se confiável para repetidas mensurações de

rigidez póstero/anterior em L3 (0,5 Hz), com um ICC (2,1) de 0,88. Chansirinukor et

al. (2003), mostraram também que a densidade das dobras cutâneas e o Índice de

Massa Corporal (IMC) podem influenciar na rigidez póstero/anterior lombar.

Para testar os dispositivos manuais de ajuste usados geralmente por

quiropatas, Colloca et al. (2005), utilizaram uma célula de carga dinâmica (PCB

modele 200AO 2, PCB Piezotronics, Depew, NY) com resoluções de força/tempo de

445 e 0,0089N realizando os testes com uma freqüência que variou de 0,001 a

75.000 Hz. Um amplificador (PCB modelo 483AO2) também foi utilizado para

adquirir a força/tempo dinâmica (Figura 12) no teste de seis dispositivos manuais

de ajuste.

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Figura 12: O Harrison Ajusting Instrument (HAI) em contato com a célula de carga montada sobre a

mesa. Fonte: Colloca et al. (2005)

Cada instrumento foi programado para disparar 10 vezes com força mínima,

média e máxima. A força/tempo dos dispositivos eletromecânicos produziram um

pico de força maior que os dispositivos de mola/carga mecânico.

3.3 DISPOSITIVO PARA AVALIAR VISCOELASTICIDADE E RIGIDEZ

DE TECIDOS

Para avaliar a viscoelasticidade da pele bem como a rigidez dos tecidos

moles foram desenvolvidos dispositivos para quantificar a consistência tecidual.

Arokosk et al. (2005), utilizaram o princípio de um instrumento com pistão o STSM

(Medidor de Rigidez do Tecido Mole). O dispositivo composto por uma haste de

medição unida por uma alça (comprimento 100mm, diâmetro 20mm) à uma célula

de carga (sensotec 31/ 1430- 04). Dentro do revestimento da haste, um êmbolo é

conectado à uma célula de carga (sensotec 31/1426 – 02). Ambas as células de

carga foram calibradas com massas conhecidas (0–1 Kg (0 – 9,82 N)).

Os sinais da célula de carga após amplificação foram transferidos para um

computador. A aquisição do sinal e a análise foram feitas usando um programa

Labview ™ (versão 5.1). Um dinamômetro straingauge computadorizado (Digitest ®,

Newtest, Oulu, Finland) foi conectado à um canal da placa do conversor A/D e

usado para a medição da força muscular.

Para a avaliação do STSM, Arokosk et al. (2005), recrutaram 12 sujeitos

saudáveis sem queixa de dor aguda no pescoço, ombro ou região do braço. Foram

estudadas 4 áreas bilateralmente dos pontos gatilhos miofascial dos músculos

trapézio, elevador da escápula, infraespinhoso e deltóide, sendo que os locais do

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lado esquerdo foram marcados com uma caneta e os do lado direito não foram

marcados; além disto a região dorsal do antebraço também foi utilizada (66% do

comprimento do antebraço). As calibrações foram feitas usando 9 amostras de

elastômero (Teknikum, Vammala, Finland) com espessuras e diâmetro de 25mm e

30mm respectivamente. Um êmbolo com um raio de 2,0mm e uma carga de pressão

de 1200g (2,95MPa) foi usado para determinar a dependência do raio de

força/êmbolo. Os resultados indicaram que a força do êmbolo (N) estava linearmente

relacionada com a rigidez do elastômero (MPa) (R² = 0,90 , n = 9). No estudo “in

vivo” a placa do STSM foi pressionada contra a superfície do tecido com uma força

constante pré-definida (5,9N) indicada no transdutor da haste. Nas medições da

rigidez, 6-8 pressões curtas de 1-2 segundos foram realizadas e calculou-se a média

da força do êmbolo para fornecer o índice da rigidez compressiva do tecido.

Em um segundo estudo Arokosk et al. (2005), visando a reprodutibilidade,

mensuraram a máxima contração isométrica voluntária (MVC) do músculo extensor

do antebraço com 25%, 50%, e 75% da MVC . A rigidez foi registrada em repouso

assim como durante os diferentes tipos de contração isométrica do extensor do

antebraço (Figura 13). Sendo que o STSM pode avaliar quantitativamente a rigidez

do tecido bem como reproduzir os dados.

Figura 13: Apresentação esquemática do sistema desenvolvido para medição da rigidez do tecido em músculo extensor do antebraço.

Fonte: Arokosk et al. (2005)

Dawes-Higgs et al. (2004), utilizaram o DBSM (dynamic biomechanical skin

measurement probe) desenvolvido para a quantificação “in vivo” da viscoelasticidade

e rigidez, considerando que cargas dinâmicas podem avaliar as propriedades

biomecânicas da pele com precisão eliminando os efeitos da pré–condição. O

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dispositivo desenvolvido pelos autores consiste de uma haste oscilatória que entra

em contato perpendicularmente com a superfície sob investigação e medidores de

tensão conectados próximo à extremidade fixa. A sonda foi mantida sobre a pele

(Figura 14) à uma força normal constante calculada por um medidor de pressão

externa. Uma onda senoidal de 20 Hz foi aplicada a haste oscilante e seu

deslocamento foi comparado com a oscilação sem contato.

Figura 14: A dinâmica biomecânica sonda de medição da pele.

Fonte: Dawes-Higgs et al. (2004)

Este deslocamento foi detectado por transdutores de medição de tensão e

registrado continuamente. Deste modo os autores realizaram entre a força aplicada

e a tensão resultante para determinar a magnitude da rigidez e da fase, relativos ao

deslocamento do material testado. Para determinar a precisão, oito elastômeros de

silicone foram caracterizados usando ambos o DBSM e os dados comparados com

os fornecidos por um sistema de pressão. O sistema de pressão incorpora um pistão

cilíndrico achatado rígido e uma placa de base com uma célula de carga. O pistão foi

pressionado nos elastômeros de silicone e o total de carga requerida para a

penetração foi medida pela célula de carga. A profundidade de penetração foi

medida usando um micrômetro de profundidade conectado ao pistão (Figura 15).

Figura 15: Sistema para mensurar a profundidade.

Fonte: Dawes-Higgs et al (2004)

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Dawes-Higgs et al. (2004), realizaram estudos intra e entre avaliadores

usando primeiramente um elastômero de silicone (15% de óleo de silicone e

viscosidade = 50MPa) no qual foi aplicada uma força normal de 6N. Estudos in vivo

intra e entre avaliadores também foram feitos pelos mesmos autores usando a pele

da região volar do antebraço de um único sujeito com condições ambientais de 21°

C e 46% de umidade. Uma força normal de 2,5N foi aplicada por cada operador. A

precisão foi analisada examinando o quadrado do coeficiente de correlação de

momento de Pearson. A confiabilidade foi avaliada usando uma análise da variável

(ANOVA), para dar a razão da discrepância (F) que é um valor para a razão da

discrepância entre grupo e intragrupo. Os autores concluem que o DBSM é preciso e

seguro e que o dispositivo quantifica bem a rigidez da pele.

Um estudo realizado por Fong et al. (1997), utilizou como ferramentas um

ultra-som portátil (Aloka SSd 500) para mensurar a espessura e um cutômetro para

avaliar a viscoelasticidade com uma precisão de até 0,1cm. O cutômetro (SEM

575, Courage and Khazaka) foi usado por ser um dispositivo de sucção in vivo não-

invasivo. O instrumento mede uma deformação vertical da superfície da pele quando

puxada para dentro da abertura circular (2mm de diâmetro) da sonda medidora, por

uma pressão de sucção constante (500mbar) por 2s. A profundidade de penetração

é mensurada por um sistema óptico que quantifica a diminuição da intensidade da

luz de um feixe infra vermelho pode ser dada pelas equações: 1, 2 e 3, que

expressam R0 o desvio total da pele; R2 a elasticidade bruta; R5 a rede elástica(a

razão entre a recuperação imediata e a deformação imediata).

R0 = Uf eq (1)

R2 = Ur/Uf eq (2)

R5 = Ur/Ue eq (3)

Onde Uf é a divergência total da pele; Ur é a recuperação imediata da pele

após a remoção do vácuo; Ue é a deformação imediata da extensibilidade da pele.

A deformação da pele pode ser medida por este sistema óptico até uma

precisão de 0,10mm. O cutômetro é muito sensível, podendo a leitura registrar um

movimento suave e uma contração muscular.

O cutômetro SEM 575 foi também utilizado em outro estudo realizado por

Marcenarol et al. (2004), para medir as propriedades elásticas da pele avaliando a

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amplitude de movimento da coluna para prevenir ou monitorar patologias que

comprometem a mobilidade articular.

3.4 DISPOSITIVOS PARA MENSURAÇÃO DA MOBILIDADE

ESPINHAL

A mensuração da mobilidade espinhal foi realizada por Mannion et al. (2004),

utilizando o sistema spinal mouse, dispositivo eletromecânico computadorizado

guiado por duas rodas que seguem o contorno da coluna (Figura 16).

Figura 16: Medidas de ângulos espinhais em posição neutra, flexão, e extensão e a típica entrada e saída derivada dos testes.

Fonte: Mannion et al. (2004)

O examinador palpa e marca a pele do voluntário fazendo a série de

medições nas posturas pré-estabelecidas (flexão e extensão). Como a média do

comprimento total da coluna espinhal é 550mm e o tempo exigido para medir todo o

comprimento é de 2s a 4s, aproximadamente 423 medições são feitas. Essa

informação é usada para calcular as posições relativas do sacro e das vértebras do

corpo na coluna óssea espinhal usando um algoritmo específico. Entretanto

pequenos erros podem ocorrer devido a discrepância no método de mensuração em

termos de velocidade, pressão exercida e o caminho exato contínuo durante o

rolamento do “mouse”. O aparelho foi avaliado em 20 voluntários, sendo 9 homens e

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11 mulheres, livres de dores na coluna à pelo menos 2 semanas, examinados por

2 terapeutas.

Em estudo realizado por Dvir e Prushansky (2000), foi usado o sistema Zebris

CMS 79P (Zebris Medizintechnik Gmbh) para mensuração do movimento cervical. O

procedimento é baseado na determinação das coordenadas espaciais de

transmissores de ultra-som miniaturizados (US) fixados no paciente e cuja posição

relativa a um sistema fixo de 3 microfones é derivado do atraso de tempo entre os

pulsos do US, usando triangulação. Os transmissores são conectados a uma

armação fixada na cabeça e outra no tórax (Figura 17). A análise dos resultados

permitiu a determinação da posição angular da cabeça com uma resolução de ±0,1°.

Figura 17: Jogo de instrumentos de mensuração do sujeito. a) microfones; b) unidade eletrônica de

interface. Fonte: Dvir e Prushansky (2000)

Dvir e Prushansky (2000), selecionaram 25 sujeitos saudáveis, que foram

avaliados em duas ocasiões separadas por um intervalo de 1 a 16 semanas, numa

sala aquecida a 22°. Os sujeitos estavam sentados em uma cadeira posicionada à

uma distância de 1 m dos microfones. Em conclusão, este novo sistema

demonstrou–se valido para medir o movimento cervical e o deslocamento angular.

Mesmo com o intervalo relativamente longo entre os testes, a reprodutibilidade foi

boa dentro das margens clínicas aceitáveis para indivíduos saudáveis. Uma melhora

da padronização poderia aumentar a reprodutibilidade, tendo um assento

especialmente construído bem como um complexo de estabilização tronco-pélvico.

Um estudo foi realizado por Agarwal et al. (2005), para validar o goniômetro

Spin–T que mensura os movimentos da coluna cervical. O dispositivo Spin-T

consiste numa armação de alumínio tipo óculos, posicionado sobre o nariz com tiras

de velcron. Três mostradores de 360º (marcados em intervalos de 1º) conectados à

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armação nos planos ortogonais refletem os principais planos de movimentos. Um

pino plástico formando um “L” interliga o mostrador e a parede (Figura 18).

Figura 18: À esquerda: Determinação da referência do posicionamento. À direita: O Spin -T colocado num modelo de espuma em formato de cabeça.

Fonte: Agarwal et al. (2005)

Para calibração, cada mostrador foi referenciado e zerado para o plano

perpendicular da parede do laboratório. Sensores de movimento Motion Star 3D

(Ascension Technology Corporation), integrados com um programa específico,

analisaram os deslocamentos em relação a posição inicial. Os dois sensores do

Motion Star foram colocados paralelos entre si, um sobre a mesa de referência e o

outro no topo da cabeça de um modelo de espuma, com o propósito de permitir

movimentos puros nos planos específicos. O modelo foi movimentado nos 3 planos

de referência e mantido em posição estável enquanto leituras do goniômetro Spin–T

e do Motion Star eram registrados simultaneamente.

O segundo passo de Agarwal et al. (2005), foi reproduzir o ambiente clínico.

Quatro homens (idade média, 28 – 45 anos) sem história de dores na cabeça ou no

pescoço, realizaram a série crescente de testes de amplitude de movimento cervical

praticáveis. Um total de 234 leituras em flexão, extensão, flexão lateral e rotação

lateral foram colhidas, para cada sujeito. Este estudo sugere que o Spin–T é uma

forma válida de avaliação da amplitude de movimento da cervical e, portanto deve

suprir ao clínico quanto a técnicas alternativas mais caras de pesquisas como o

eletrogoniômetro e a ultrassonografia.

Um estudo realizado por Rix e Bagust (2001), comparou a precisão do

reposicionamento da cabeça em pacientes com dor crônica na coluna cervical,

utilizando um dispositivo CROM (amplitude de movimento cervical) constituido de

um suporte magnético que repousa nos ombros e um capacete de plástico com 3

goniômetros posicionados para medir os 3 planos cardeais de movimento. Sendo o

goniômetro tipo bússola para medição do plano transverso e o goniômetro de

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gravidade para medição dos planos sagital e frontal. Para a realização do teste de

sensibilidade cinestésica a HRA (precisão de reposicionamento da cabeça) foi feita

usando um leve capacete amarrado por uma faixa firmemente à cabeça com um

ponteiro à laser (peso total de 375 g) fixado no topo do capacete (Figura 19).

Figura 19: Dispositivo experimental e procedimento teste para avaliar a sensibilidade cinestísica

cervical. Fonte: Rix e Bagust (2001)

Rix e Bagust (2001), para a realização do procedimento de teste de

cinemática, utilizaram alvos feitos de folhas de papel (40 X 40 cm) com grade

quadriculada de 1 mm de resolução. O ponto central foi usado como o marco zero

de referência (coordenadas 0,0).

Para testar o dispositivo CROM, onze pacientes (6 homens e 5 mulheres, 18

à 55 anos) com dor crônica na coluna cervical de origem não traumática e onze

voluntários assintomáticos (5 homens e 6 mulheres, 28 à 54 anos) serviram como

controle. Todos os procedimentos de medição foram conduzidos pelo mesmo

examinador, 1 quiropata com 5 anos de experiência clínica. Os sujeitos assumiram

uma postura neutra e os movimentos foram mensurados seguindo a ordem de

rotação esquerda (LR), direita (RR), extensão (EXT), flexão (FLEX), latero flexão

esquerda (LLF), e direita (RLF). Os procedimentos do teste HRA foram explicados

aos sujeitos que tiveram suas visões ocluídas com uma mascara de dormir. O

capacete de ciclismo foi firmemente preso com uma faixa no queixo. Foi solicitado

ao sujeito que mantivesse a cabeça na posição que percebiam ser a posição neutra

e a memorizasse. Em seguida solicitou-se que realizasse uma rotação para

esquerda e depois retornasse a posição neutra com o máximo de precisão. A luz da

ponteira projetada no papel alvo foi marcada pelo examinador. Este procedimento foi

repetido para todos os movimentos testados. Permitindo discriminação e

classificação de certos subgrupos de cervicalgia.

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Harrison et al. (2005), utilizaram o instrumento flexicurve, dispositivo de metal

coberto com um plástico marcado como uma régua métrica.Sendo que este

dispositivo deforma em um só plano e mantém o formato da deformação. Um

examinador colocou uma ponta do flexicurve na proeminência da última vértebra

cervical (VP) então moldou o instrumento no pescoço do paciente até alcançar a

protuberância occipital externa (EOP) (Figura 20). Os marcos VP e EOP foram

escolhidos como o começo e o final da curva porque são facilmente identificáveis e

são uma demarcação geral entre a cervical e a espinha torácica. O sujeito foi

submetido à um raio-x no plano lateral. O examinador selecionou o ápice da curva

como a maior distância perpendicular de uma linha reta do Marco (EOP) ao final

(VP) do traçado.

Figura 20: O flexicurve foi posicionado ao longo da pele posterior contornando a região cervical da

protuberância occipital externa (EOP) até a proeminência da vértebra (VP). Fonte: Harrison et al. (2005)

Algumas limitações deste estudo são devidas a leves mudanças de posição,

quando o flexicurve é colocado sobre a pele ou quando colocado sobre o papel e ao

posicionamento postural. A análise radiográfica apresentou resultados diferenciados

provocados segundos os autores pela obesidade, desenvolvimento muscular e a

biomecânica complexa da coluna cervical.

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4 MATERIAIS E MÉTODO

4.1 ETAPAS PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

4.1.1 Desenvolvimento do simulador

Para treinar a manobra Pompage, desenvolvemos um modelo que

representa um pescoço humano. Selecionamos uma mulher adulta com 47 anos,

1,68 m de altura, peso de 77Kg, 35 cm de cirtometria do pescoço e deslocamento de

pele 11 mm, isto é, antropometria na média da população feminina, sem queixa de

dor ou traumatismo na região cervical. Revestimos a região posterior do pescoço

(Figura 21) utilizando 10 pedaços de 0,20 m de uma atadura de crepom (Cremer S.

A.) e 10 pedaços de atadura gessada (Cremer S. A.) com 0,20 m de comprimento

umedecido em água. Após uma pré-secagem removemos o molde para corrigir as

imperfeições da região interna. Adotamos para a confecção do molde da região

anterior do pescoço o mesmo procedimento.

Figura 21: Molde gessado da região posterior do pescoço no modelo feminino.

Fixamos as duas metades, posterior e anterior do molde gessado, com

grampos e gesso (Figura 22), obtendo uma estrutura de 36 cm de perimetria por 18

cm de comprimento.

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Figura 22: União da região anterior e posterior do molde de gesso.

Após a secagem do gesso acondicionamos no seu interior um modelo de

resina plástica (3 B SCIENTIFIC ® PRODUCTS, modelo A 72, Germany) da

estrutura óssea cervical (Figura 23).

Figura 23: Modelo de resina plástica da coluna cervical inserida no molde de gesso.

Para representar os tecidos moles misturamos 2 litros de borracha de silicone

com reagente (Puppet’s, S. P.) preenchendo o espaço entre o modelo de coluna

cervical e o gesso, adquirindo assim uma estrutura no formato do pescoço (Figura

24).

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Figura 24: Borracha de silicone preenchendo o molde.

Após o processo de secagem da borracha de silicone ser concluído em

aproximadamente 12 horas removemos o molde gessado e o revestimos com um

balão de látex (Regina Ind. e Com. Ltda, S. P. tamanho 250) para proporcionar uma

superfície mais lisa e livre de imperfeições.

Em seguida para simular a fáscia profunda, revestimos o modelo com uma

meia de tecido à 99% poliamida/nylon e 1% elastano/spandex (Industria de Meias

Scalina Ltda, Brasil). Para amenizar o atrito entre o látex e a meia inserimos uma

camada fina de filme de PVC (Figura 25).

Figura 25: Modelo de silicone revestido com uma camada de látex, uma camada de filme de PVC e

uma camada com meia de poliamida e elastano.

Na região posterior do pescoço, entre a segunda vértebra e a sétima vértebra

cervical, inserimos uma braçadeira de borracha látex (Glicomed Produtos Médicos

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Hospitalar Ltda, R.J.) contendo duas saídas, sendo uma acoplada à um manômetro

de alta precisão e a outra acoplada à uma pêra de borracha látex com uma válvula

de ar (Figura 27a). Assim foi possível proporcionar uma sensação semelhante ao

tecido adiposo do pescoço quando o aparelho foi insuflado com 10 mm/Hg. Este

dispositivo permitiu também a mensuração da pressão da mão do terapeuta durante

a manobra pompage realizada no modelo (Figura 26b).

(a) (b)

Figura 26: (a) Braçadeira, manômetro e pêra; (b) Inseridos no modelo.

Para simular a pele e a fáscia superficial do modelo revestimos uma garrafa

plástica de 2 litros e 34 cm de diâmetro, com uma meia de tecido à 99%

poliamida/nylon e 1% elastano/spandex, que pincelamos com borracha de silicone

(Figura 27).

Figura 27: Garrafa plástica, em processo de secagem da borracha de silicone.

Após 12 horas, com o processo de secagem concluído removemos esta pele

simulada da garrafa e revestimos o modelo anatômico (Figura 28).

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Figura 28: Modelo de silicone revestido com a pele simulada.

Utilizamos uma braçadeira plástica (Figura 29a) para prender a sobra de

tecido na parte inferior do modelo (Figura 29b), favorecendo o retorno do tecido

quando tensionado.

(a) (b)

Figura 29: (a) Braçadeira plástica; (b) Braçadeira plástica prendendo o tecido na parte inferior do modelo.

4.2 Avaliação do simulador

4.2.1 Sujeitos da pesquisa

Para esta pesquisa selecionamos 75 voluntários divididos da seguinte

maneira:

� 1 voluntário serviu para fazer o molde gessado;

� 39 voluntários foram submetidos a avaliação da elasticidade da pele na região

cervical;

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� 5 voluntários, profissionais experientes na técnica, avaliaram o modelo

anatômico;

� 26 voluntários treinaram a manobra com o simulador.

4.2.2 Aspectos Éticos da Pesquisa

Um termo de consentimento livre e esclarecido foi lido (Apêndice A, B e C),

discutido para cada voluntário e posteriormente assinado pelos mesmos,

autorizando a pesquisa. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da

Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), sob processo CAAE – 0121.0.237.000-07

(Apêndice D).

4.2.3 Avaliação da elasticidade da pele simulada

Avaliamos a elasticidade da pele na região cervical humana comparando com

a pele simulada de nosso modelo, utilizando o aparelho Vácuo Spray (Modelo VS5,

SKINER ® Indústria e Comércio Ltda, S.P.), como mostra a figura 30. O Vácuo

Spray proporciona uma pressão negativa calibrada, exercendo através de ventosas

uma sucção sobre a superfície cutânea.

Figura 30: Aparelho de estética facial Vácuo Spray.

Utilizamos uma ventosa tipo sininho (Figura 31), pois este modelo apresenta

um formato arredondado contornando toda a sétima vértebra cervical. Fixamos uma

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régua milimetrada de um lado da ventosa e no lado oposto, um fundo branco para

facilitar a visualização (Figura 32).

Figura 31: Ventosa tipo sininho. Figura 32: Régua milimetrada fixada na ventosa.

Avaliamos trinta e nove voluntários de ambos os sexos com idades variadas,

sem história de trauma na região cervical com o Vácuo Spray padronizado com

intensidade em -520 mm/Hg.

Para a mensuração os voluntários ficaram em decúbito ventral, braços

abduzidos e fletidos com mãos sobrepostas e testa apoiada sobre uma das mãos

(Figura 33). Escolhemos esta posição por apresentar um maior relaxamento

muscular e ser a posição deitada adotada durante a realização da manobra

Pompage.

Figura 33: Mensuração sobre a sétima vértebra cervical com sujeito em posição de decúbito ventral

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Cinco fisioterapeutas experientes na técnica com no mínimo cinco anos de

formação profissional realizaram as manobras de Pompage em uma voluntária

adulta jovem de estatura média e sem doenças na região, a seguir repetiram as

mesmas manobras no modelo e responderam a um questionário destinado a avaliar

a similaridade.

4.2.4 Avaliação da similaridade do modelo

O questionário com itens referentes a textura e elasticidade da pele, formato

da curva e tamanho da coluna cervical, semelhança com o real está apresentado no

apêndice E.

4.3 DISPOSITIVO PARA MENSURAR O DESLOCAMENTO DA PELE

Para mensurar o deslocamento da pele durante a manobra Pompage,

utilizamos um sensor com encoder óptico (Targus, modelo AMU0901US), acoplado

à um computador através de uma interface de 8 bits.

Fixamos o sensor, numa placa de isopor com 1,90 m de comprimento por 0,70

m de largura e 0,10 m de espessura no qual fizemos uma cavidade com 0,12 m de

comprimento por 0,07 m de largura e 0,07 m de profundidade. A placa de isopor

serviu como tampo da maca onde foi afixado o modelo anatômico.

Para que ocorressem medições precisas o sensor deve estar bem próximo da

pele simulada sem contudo tocá-la. Portanto a altura do sensor deve ser verificada e

ajustada para cada voluntário. Para que seja possível ajustar a altura do sensor até

1 mm de distância da 7ª vértebra cervical do modelo anatômico, utilizamos um fuso

de 30 cm de comprimento e 1 cm de diâmetro fixado na parte posterior do dispositivo

óptico e transpassando o isopor (Figura 34). Para um melhor conforto, fixamos um

manete de madeira na extremidade inferior do fuso.

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Figura 34: Fuso para ajuste do sensor fixado sob a maca.

4.4 AVALIAÇÃO DA PRESSÃO REALIZADA DURANTE A MANOBRA A aquisição dos dados de pressão exercida sobre o modelo durante a

realização da manobra foi realizada por um segundo avaliador que anotava em uma

planilha os maiores valores obtidos em cada fase da manobra ou seja durante a

tensão, manutenção da tensão e retorno da tensão nas oito manobras realizadas

para cada teste realizado. Os dados foram transcritos em Excel e armazenados.

4.5 AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE E PRECISÃO DO DISPOSITIVO

ÓPTICO

Para testar a sensibilidade do dispositivo determinamos o menor

deslocamento que produz uma resposta detectável pelo sensor. Para tanto

utilizamos uma régua milimetrada deslocada sobre o sensor com um motor de

passo. Para testar a precisão calculamos o desvio padrão referente a 10 medidas

de deslocamento. A repetibilidade foi determinada pela capacidade de reproduzir os

dados 10 vezes.

4.6 DISPOSITIVO PARA FIXAÇÃO DO MODELO

Fixamos o modelo na placa de isopor para evitar os deslocamentos latero-lateral

e superior – inferior. Para tanto utilizamos duas tiras de velcron, que contornam

horizontalmente as extremidades superior e inferior do modelo, e circundam a maca

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(Figura 35). Com uma tira de alumínio contornamos verticalmente a linha média do

modelo que fixamos por meio de parafuso na maca.

Figura 35: Tiras de velcron e alumínio fixando o modelo.

4.7 COLETA DE DADOS

4.7.1 Software para captura

Utilizamos um software que permitiu ao aluno visualizar o deslocamento que

ele provocou na pele simulada. Para tanto, enquanto a manobra foi realizada, o

software capturou, registrou e mostrou na tela o deslocamento com amostragem de

valores a cada 1 segundo (Figura 36). O software foi desenvolvido no Microsoft

Visual Basic 6 no laboratório Laviaje da Universidade de Mogi das Cruzes.

A coleta dos dados (deslocamentos e tempos) foi realizada durante 5 minutos.

Após esse período foi gerado um arquivo no Microsoft Excel contendo o nome do

voluntário e uma tabela com os valores de deslocamento em função do tempo.

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Figura 36: Gráfico com a amplitude de deslocamento da pele em função do tempo.

4.7.2 Guia padrão

Como parâmetro para o treinamento dos alunos, o software proporcionou uma

guia padrão (linha azul) que é apresentada na tela do monitor mostrando a

amplitude desejada para os deslocamentos em função do tempo. Os oito ciclos,

específicos da manobra Pompage, podem ser visualizados na figura 37. Cada ciclo é

composto por: tensionamento (10 seg.), manutenção (20 seg.) e retorno da tensão

(10 seg.). A amplitude dos deslocamentos e os tempos de duração de cada ciclo

foram estabelecidos por cinco fisioterapeutas experientes. Os desvios limites da guia

padrão foram estabelecidos considerando as oito manobras realizadas pelos cinco

fisioterapeutas. Foram utilizadas as médias máxima e mínima destes profissionais

experientes para estabelecer a amplitude dos deslocamentos que seriam

considerados corretos na execução da manobra.

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Figura 37: A guia padrão da técnica Pompage com os 4 ciclos.

Quando o aluno realiza o treinamento, os dados referentes a manobra por ele

executado são mostrados também no monitor. Sendo que o aluno deve manter os

deslocamentos provocados no modelo nos limites estabelecidos pela guia (Figura

38).

Figura 38: Guia com linha demarcadora.

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4.8 TREINAMENTO COM O SIMULADOR

4.8.1 Os Voluntários

Os 26 voluntários, que selecionamos para treinamento com o simulador eram:

alunos do Curso de Fisioterapia de uma faculdade local, profissionais da área de

Saúde (Terapeuta Ocupacional, Psicólogo, Educador Físico e Nutricionista) e

profissionais da área de Ciências Exatas (Engenheiros da Computação, Cientista da

Computação e Analista de Sistema). Nenhum voluntário possuía experiência com a

técnica e tampouco prévio contato com o simulador desenvolvido.

4.8.2 Início dos Treinamentos

Iniciamos o treinamento com explanação sobre a técnica Pompage, e um

folheto com as instruções a serem seguidas foram entregues a cada voluntário.

Essas instruções são apresentadas a seguir.

INSTRUÇÕES PARA O MANEJO DO SIMULADOR

1º) Estar com as mãos limpas, sem o uso de anel, pulseiras ou relógio.

2º) Sentar-se o mais confortável possível (pés apoiados no chão e coluna ereta) na

cabeceira da maca em um banco ajustável.

3º) Repousar os antebraços sobre a maca tendo o modelo anatômico entre eles e a

tela do monitor a sua frente.

4º) Posicionar as mãos, conforme orientado pelo professor, na região cervical do

modelo.

5º) Indicar ao professor o momento do início do teste.

6º) Realizar o 1º teste do 1º dia sem o feedback visual (monitor do computador), os

demais testes serão realizados com feedback visual.

7º) A tela do monitor apresenta uma guia azul escura que deve ser acompanhada

durante a manobra.

8º) Os deslocamentos realizados durante a manobra serão representados na tela

por uma linha vermelha.

9º) Um sinal sonoro será emitido no início da fase de tensionamento, após 10

segundos um novo sinal sonoro identificará a fase de manutenção da tensão, após

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20 segundos um terceiro sinal sinalizará o início da fase de retorno, após 10

segundos novamente um sinal será ouvido para iniciar um novo tensionamento.

10º) Ao término do teste a tela do computador mostrará a informação “fim” e um

sinal sonoro diferenciado será emitido.

11º) Serão realizados 5 testes por dia. Cada teste tem a duração de 5 minutos e é

constituído por 8 manobras de Pompage cervical.

12º) Um intervalo para descanso de 3 minutos será feito entre os testes.

13º) O último teste do último dia será feito sem o auxílio do feedback visual.

14º) A porcentagem de correspondência com a guia padrão das manobras

realizadas antes e após o treinamento será calculada para determinar o sucesso da

aprendizagem.

4.9 ANÁLISE DOS DADOS

Para comparar a guia padrão com as manobras de cada voluntário,

inicialmente calculamos o número de pixels em comum de cada manobra com a guia

padrão e expressamos este valor em porcentagem.

Para a análise dos dados utilizamos o coeficiente de correlação de Pearson,

que mede o grau da correlação (a força dessa relação) e a direção dessa correlação

(se positiva ou negativa) entre a curva média dos voluntários e a guia padrão.

Segundo CALLEGARI-JACQUES (2008) a correlação é dada pela tabela 1.

Tabela 1: Classificação da correlação.

|r| 0 Nula

0 – 0,3 Fraca 0,3 – 0,6 Regular 0,6 – 0,9 Forte 0,9 – 1 Muito Forte

1 Plena ou Perfeita

Realizamos este procedimento para a primeira e última manobra dos

voluntários para verificar se houve melhora após o treinamento com o simulador. As

análises foram realizadas com auxílio do Matlab R2007.

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5 RESULTADOS

5.1 AVALIAÇÃO DA ELASTICIDADE DA PELE

Os deslocamentos da pele humana exemplificados na figura 39a mensurados

com ventosa do Vácuo Spray colocada sobre a sétima vértebra cervical dos

voluntários e do modelo anatômico (Figura 39b) estão na tabela 2. As médias foram

de 12,4mm e 13 mm com um desvio padrão de 0,42.

Tabela 2: Dados dos voluntários e do modelo anatômico.

Voluntário Idade Altura Peso Cirtom Deslocamento

da pele 1 40 1,64 88 37,0 9 2 33 1,63 58 32,0 10 3 30 1,65 54 32,0 10 4 42 1,63 70 34,0 10 5 34 1,58 60 32,0 15 6 22 1,70 60 31,0 10 7 45 1,58 66 29,0 14 8 21 1,69 79 36,0 9 9 25 1,65 50 30,0 14

10 21 1,65 53 31,0 13 11 22 1,67 67 35,0 13 12 20 1,54 47 31,0 14 13 47 1,68 77 35,0 11 14 26 1,63 77 35,0 12 15 21 1,60 55 32,0 17 16 25 1,52 54 32,0 14 17 21 1,67 48 34,0 14 18 21 1,62 58 32,0 15 19 34 1,66 70 34,5 10 20 23 1,68 52 31,0 13 21 27 1,74 62 32,0 14 22 26 1,62 50 31,0 13 23 51 1,54 74 36,5 9 24 25 1,69 62 34,0 14 25 36 1,65 80 38,0 9 26 27 1,80 110 40,5 11 27 26 1,70 90 42,0 13 28 28 1,68 74 39,0 11 29 45 1,70 84 39,0 9 30 23 1,90 70 36,5 14 31 23 1,87 93 40,0 15 32 21 1,74 76 39,0 10 33 24 1,82 127 44,0 13 34 25 1,75 89 41,0 14 35 23 1,84 93 42,5 15 36 24 1,91 76 40,0 9 37 29 1,78 115 44,0 13 38 26 1,78 69 37,0 15 39 19 1,66 59 36,0 15

MEDIA 28,2 1,70 71,7 35,6 12,4 Desvio Padrão (DP) 8,38 0,09 18,79 4,13 2,28 BONECO 39,5 13,0

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(a) (b)

Figura 39: Deslocamento da pele. (a) do voluntário; (b) do modelo anatômico.

5.2 AVALIAÇÃO DA SIMILARIDADE DO MODELO ANATÔMI-CO

Os resultados do questionário respondido por cinco Fisioterapeutas para

avaliação da similaridade do modelo estão na tabela 3.

Tabela 3: Respostas dos profissionais para cada pergunta do questionário.

Semelhança N° da pergunta

Questão Sem Pouca Regular Boa Muito Boa

1 Formato do

modelo 2 2 1

2 Textura da

pele 1 2 2

3 Elasticidade

da pele 2 1 2

4 Curva da

coluna cervical 1 1 2 1

5 Dimensões do

modelo 1 3 1

6 Deslocamento

da pele 2 1 2

As respostas referentes as perguntas 1, 3, 5 e 6 mostraram que a maioria

considera boa a semelhança com o real, sendo assim podemos aceitar que o

modelo apresenta características suficientes para treinar a manobra Pompage.

Nas perguntas 2 e 4, houve maior divergência de opiniões entre os

avaliadores. Contudo como nestes itens não estipulamos um padrão a ser

observado, os avaliadores se basearam em uma variedade de características em

relação a tipologia.

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5.3 COMPARAÇÃO DAS MANOBRAS

Os 26 alunos realizaram as manobras, diariamente, durante cinco dias

consecutivos. No primeiro dia de treinamento a primeira manobra foi feita sem o

auxílio do feedback. Depois os alunos realizaram todas as manobras com o auxílio

do feedback (Figura 40). No fim do quinto dia, os voluntários fizeram uma última

manobra sem o feedback. Registramos todos os resultados num arquivo de

computador para análise dos erros e progressos em função do treinamento.

Figura 40: Pompage sendo realizada no simulador com o auxílio do feedback.

5.3.1 Análise dos Dados

A tabela 4 apresenta a correspondência calculada pela porcentagem de pixels

comuns entre o traçado dos voluntários e a guia padrão antes e após o treinamento.

A melhora do desempenho também foi dada em porcentagem.

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Tabela 4: Porcentagem de pixels em comum na guia padrão e no traçado dos voluntários, porcentagem de melhoria e médias.

Voluntários % Primeira % Última % Melhoria V1 5,88 26,93 21,05 V2 32,82 29,72 -3,10 V3 8,36 47,68 39,32 V4 0,00 39,94 39,94 V5 2,17 31,58 29,41 V6 4,64 10,22 5,57 V7 26,93 0,93 -26,01 V8 8,05 7,74 -0,31 V9 2,48 22,91 20,43

V10 24,77 22,60 -2,17 V11 4,64 59,13 54,49 V12 0,00 3,72 3,72 V13 11,46 9,60 -1,86 V14 38,39 21,05 -17,34 V15 9,29 64,40 55,11 V16 1,24 27,86 26,63 V17 1,55 45,51 43,96 V18 0,00 66,87 66,87 V19 6,81 55,42 48,61 V20 0,62 29,10 28,48 V21 8,36 15,17 6,81 V22 27,24 24,77 -2,48 V23 9,91 30,65 20,74 V24 11,46 67,80 56,35 V25 8,36 64,71 56,35 V26 11,46 38,39 26,93 Média 10,26 33,25 22,98

Desvio Padrão (DP) 10,74 20,40 25,32

A média de 10,26% obtida antes do treinamento comprova a falta de prática.

A figura 42 apresenta a média da primeira manobra de todos os voluntários.

Figura 41: Gráfico com a média da primeira manobra.

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Observa-se que, a partir do 3° ciclo (120 segundos), a linha que representa a

média da 1ª manobra realizada pelos voluntários se afasta mais da guia padrão.

Como é necessária exercer uma tensão cada vez maior no decorrer da manobra

provavelmente os voluntários ficaram cansados devido a falta de treino, sendo que

muitos relataram dores nos braços no dia seguinte.

A primeira manobra executada de maneira mais correta foi do voluntário V14,

com 38,39% de pixels na linha guia (Figura 42).

Figura 42: Gráfico com a primeira manobra do V14.

Contudo, a linha da manobra realizada por 3 voluntários (V04, V12 e V18), em

nenhum momento coincidiu com a linha guia. A figura 43 apresenta a primeira

manobra do V12 para exemplificar.

Figura 43: Gráfico com a primeira manobra do V12.

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Ainda na primeira manobra, quinze voluntários (V1, V3, V5, V6, V8, V9, V11,

V15, V16, V17, V19, V20, V21, V23 e V25), tiveram baixas médias de coincidência

entre 0,61% a 9,90%. Seis voluntários (V7, V10, V13, V22, V24 e V26), obtiveram

entre 11,45% a 27,24%, sugerindo um regular desempenho. E finalmente somente

dois voluntários (V2 e V14) obtiveram 32,81% e 38,39%.

Ao comparar a diferença entre a primeira e a última manobra (Tabela 4),

observamos que a porcentagem de melhora alcançada pelo voluntário V18 foi

66,87% (Figura 44); e a menor porcentagem foi do voluntário V7 com -26,00%

(Figura 45).

Figura 44: Gráfico com a primeira (linha azul) e a última (linha vermelha) manobra do V18.

Figura 45: Gráfico com a primeira (linha azul) e a última (linha vermelha) manobra do V7.

Obtiveram entre -0,30% a -26,00%, 7 voluntários (V2, V7, V8, V10, V13, V14

e V22), sugerindo uma piora no desempenho da última manobra em relação à

primeira manobra. Obtiveram entre 26,62% a 66,87%, 13 voluntários (V3, V4, V5,

V11, V15, V16, V17, V18, V19, V20, V24, V25 e V26).

5.3.2 Correlação

O gráfico da figura 46 mostra a correlação entre a primeira manobra e a guia

padrão e a figura 47 entre a última manobra e a guia padrão.

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Figura 46: Correlação da primeira manobra e a guia padrão.

Figura 47: Correlação da última manobra e a linha guia.

A tabela 5 mostra a classificação da correlação de cada voluntários na

primeira manobra e última manobra.

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Tabela 5: Classificação da correlação dos voluntários na primeira manobra e última manobra.

Primeira manobra Última manobra Correlação Correlação fraca regular forte muito forte fraca regular forte muito forte

v1 X X v2 X X v3 X X v4 X X v5 X X v6 X X v7 X X v8 X X v9 X X v10 X X v11 X X v12 X X v13 X X v14 X X v15 X X v16 X X v17 X X v18 X X v19 X X v20 X X v21 X X v22 X X v23 X X v24 X X v25 X X v26 X X

SOMA 8 9 8 1 3 2 10 11

Na tabela 5 podemos verificar que na primeira manobra 17 voluntários (65%)

apresentavam uma correlação fraca ou regular e 9 uma correlação forte ou muito

forte. Enquanto na última manobra, após o treinamento, somente 5 voluntários (23%)

permaneciam com uma correlação fraca ou regular.

5.3.4 Análise da Pressão

A tabela 6 abaixo apresenta a média da pressão exercida pelos profissionais

sendo observado um aumento progressivo do primeiro ciclo até o 8° e último ciclo.

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Tabela 6: A pressão exercida pelos profissionais e médias.

Profissionais Ciclos 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8°

P1 8 8 8 7 8 8 8 8,5 P2 7 8 8 9 11 13 15,5 14,5 P3 3 3,5 4,5 5,5 6,5 8,5 10 12,5 P4 5 7 9 9 10 11,5 12 12,5 P5 7 7 8,5 9,5 9,5 10 12 12,5

Média 6 6,7 7,6 8 9 10,2 11,5 12,1 Desvio Padrão (DP) 2,00 1,86 1,78 1,70 1,77 2,08 2,78 2,19

A tabela 7 apresenta os valores obtidos pelos 26 voluntários, bem como a

média destes valores durante a primeira manobra e a tabela 8 a comparação destes

valores com a média dos profissionais.

Tabela 7: Média da pressão nos ciclos durante a primeira manobra realizada pelos

voluntários.

Voluntários Ciclos 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8°

V1 14 17 18 18 19 20 22 25 V2 2 4 8 10 12 14 18 19 V3 2 4 5 5 10 14 16 18 V4 2 3 4 6 8 9 10 11 V5 2 2 3 4 5 6 8 9 V6 4 6 8 10 11 12 13 14 V7 18 18 20 20 18 18 22 25 V8 6 8 9 8 10 14 11 8 V9 9 9 10 11 11 11 10 11

V10 8 10 16 18 20 18 16 18 V11 4 5 7 8 9 10 12 14 V12 4 6 8 10 12 14 14 16 V13 4 8 9 10 10 11 11 12 V14 4 7 8 9 10 10 11 12 V15 9 10 11 13 14 14 15 16 V16 7 7 8 8 9 9 9 8 V17 10 10 10 10 11 13 13 13 V18 8 10 10 10 10 11 11 12 V19 10 11 12 13 12 10 10 12 V20 8 9 7 8 7 9 8 9 V21 24 24 20 18 20 20 17 15 V22 4 5 6 8 10 10 11 11 V23 6 6 10 10 12 12 12 13 V24 22 23 20 21 22 20 20 19 V25 10 10 10 11 9 8 10 11 V26 8 9 11 11 10 11 11 14 Média 8,0 9,3 10,3 11,1 12,0 12,6 13,1 14,0

Desvio Padrão (DP) 5,83 5,58 4,77 4,48 4,31 3,87 4,01 4,51

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Tabela 8: Médias e desvio padrão da pressão exercida pelos profissionais e voluntários na primeira manobra.

Média Ciclos 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° Profissionais 6 6,7 7,6 8 9 10,2 11,5 12,1 Voluntários 8,04 9,27 10,31 11,08 11,96 12,62 13,12 14,04 Desvio Padrão (DP) 1,44 1,82 1,92 2,18 2,09 1,71 1,15 1,37

Na tabela 7 podemos notar que 9 voluntários (V1, V7, V9, V15, V17, V19,

V21, V24 e V25) exerceram uma força excessiva no início da manobra. Este fato

pode estar relacionado principalmente ao posicionamento errado das mãos durante

a manobra gerando cansaço.

A tabela 9 apresenta os valores obtidos pelos 26 voluntários, bem como a

média destes valores durante a última manobra e a tabela 10 a comparação destes

valores com a média dos profissionais.

Tabela 9: Média da pressão nos ciclos durante a última manobra realizada pelos

voluntários.

Voluntários Ciclos 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8°

V1 10 10 11 10 11 11 13 13 V2 4 4 5 6 8 10 11 13 V3 6 8 8 7 8 8 8 8 V4 2 4 8 10 10 10 12 12 V5 2 3 3 4 5 6 10 10 V6 4 6 6 8 8 12 12 12 V7 18 18 18 19 18 18 20 16 V8 10 11 10 10 11 12 10 12 V9 2 3 3 4 4 4 6 8

V10 6 7 8 9 10 10 11 12 V11 6 6 7 7 8 8 10 10 V12 10 12 14 15 18 26 26 28 V13 6 7 8 12 14 14 10 12 V14 9 6 10 8 10 10 10 8 V15 6 7 8 10 10 12 12 12 V16 8 10 10 10 10 13 11 10 V17 10 10 10 10 11 13 13 13 V18 7 8 9 10 11 13 10 13 V19 6 7 6 6 6 7 9 9 V20 7 9 9 8 6 7 14 10 V21 9 9 10 9 9 9 10 9 V22 2 5 3 4 6 6 7 8 V23 10 11 10 10 11 12 10 12 V24 8 9 10 12 11 12 14 14 V25 6 8 9 10 9 10 12 13 V26 3 3 3 4 4 4 6 7 Média 6,8 7,7 8,3 8,9 9,5 10,7 11,4 11,7

Desvio Padrão (DP) 3,56 3,34 3,41 3,42 3,50 4,49 4,09 4,01

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Tabela 10: Médias e desvio padrão da pressão exercida pelos profissionais e voluntários na última manobra.

Ciclos Média

1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° Profissionais 6 6,7 7,6 8 9 10,2 11,5 12,1 Voluntários 6,81 7,73 8,31 8,92 9,50 10,65 11,42 11,69 Desvio Padrão (DP)

0,57 0,73 0,50 0,65 0,35 0,32 0,06 0,29

Uma significante diminuição do DP foi conseguida pelos voluntários após o

treinamento.

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6 DISCUSSÃO, CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS

6.1 DISCUSSÃO

Os voluntários no primeiro instante mostraram-se inseguros mesmo sabendo

que os testes realizados visavam verificar a eficácia do simulador. Após a

familiarização destes com o simulador percebemos que alguns se preocupavam em

manter seu traçado dentro da guia padrão e se esqueciam da pressão exercida pela

mão durante o teste. Entretanto, outros voluntários conseguiram aumentar a pressão

progressivamente a cada ciclo de manobras.

Aqueles voluntários que utilizaram força excessiva, após o primeiro dia de

teste se sentiram cansados e com dores musculares em membros superiores. O

tensionamento exagerado da pele do simulador provocou o escape das mãos dos

voluntários principalmente nos dois últimos ciclos durante a realização dos testes.

Os voluntários relatavam que no final dos ciclos das manobras a transpiração das

mãos sobre a pele do simulador provocou deslizamentos.

No último dia de teste os voluntários se apresentavam ansiosos e apreensivos

com a melhora de seu desempenho, o que pode influenciar nos resultados finais do

teste. Mas mostrou que os alunos levaram a sério o treinamento e confiaram na

eficiência do modelo.

Apesar da média dos alunos após a semana de treinamento não ter atingido

os valores ideais, pudemos observar que houve uma melhora significativa em

relação ao primeiro dia de teste, principalmente nos últimos ciclos, tanto com relação

ao deslocamento da pele como em relação à pressão exercida. Provavelmente com

mais alguns dias de treinamento os resultados poderiam ser melhores.

Os bons resultados obtidos na avaliação dos profissionais do modelo

anatômico e a semelhança constatada pelo vacuômetro da pele artificial com a pele

humana proporcionaram confiança com relação ao realismo do simulador. Estes

resultados permitem diferenciar nosso modelo em relação ao simulador

desenvolvido por Abdala et al. (2007), que não simulou os tecidos moles e a pele do

seu modelo.

A inserção da braçadeira de borracha sob a pele artificial impediu que

ocorressem deslocamentos e dobras como o que aconteceu no trabalho de Herzog

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et al. (2001). Ao mesmo tempo, ao utilizarmos desse recurso, os voluntários

encontravam-se com as mãos livres e não tiveram sua manualidade comprometida

diferente dos estudos de Marcotte et al. (2003), que fixavam sensores nos dedos dos

seus voluntários.

O sensor óptico fixado na maca facilitou a mensuração dos deslocamentos

horizontais da pele artificial evitando falhas na captação dos sinais que poderiam

ocorrer caso fosse móvel como o mouse utilizado no trabalho de Mannion et al.

(2004).

6.2 CONCLUSÃO

A melhora da manobra após o treinamento revela que o simulador é capaz de

treinar os indivíduos mesmo que estes apresentem áreas de interesse profissional

variadas.

O sucesso do simulador esta em parte devido a semelhança do modelo

anatômico com o real, proporcionando condições semelhantes aos tecidos moles e a

elasticidade da pele humana. Outro fator positivo é que proporcionamos, aos

voluntários, condições de realizar a manobra de maneira muito semelhante a prática

clínica com as mãos livres de sensores ou qualquer dispositivo que pudesse por

ventura diminuir a sensibilidade.

Além disso, a quantificação e estabelecimento de parâmetros para o aumento

ou diminuição dos deslocamentos e das pressões ainda não tinha sido

proporcionada nos treinamentos com técnicas iguais ou semelhantes.

O programa computadorizado desenvolvido facilitou o feedback visual

proporcionando ao aluno condições favoráveis para visualizar seu desempenho e

identificar os deslocamentos e pressões adequadas para a realização correta da

manobra.

Sendo assim, o simulador proporciona evidências mensuráveis, auxiliando no

ensinamento da técnica Pompage permitindo a execução de uma manobra com

movimentos corretos, precisos e reprodutíveis em seres humanos.

Sendo assim quando se compara a correlação da primeira manobra com a

última manobra fica evidente a melhora após o treinamento com o simulador.

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6.3 TRABALHOS FUTUROS

Sugerimos novas pesquisas com um maior número de voluntários, bem como

direcionar esta pesquisa aos acadêmicos e profissionais de fisioterapia inexperientes

na técnica Pompage, que demonstrem interesse em aprendê-la.

Sugerimos também que os voluntários sejam subdivididos em três grupos

para que cada grupo possa ser submetido a um treinamento de curto, médio ou

longo prazo, bem com modelos anatômicos com diferentes curvaturas da coluna

cervical, elasticidade e textura de pele. Os dados serão avaliados para se determinar

a partir de qual dos três treinamentos os voluntários apresentarão um maior índice

de acerto e conseqüentemente um melhor desempenho na manobra treinada.

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APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido

para o voluntário do modelo

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Projeto:___________________________________________________________________________

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde Eu, ________________________________________RG: __________________, concordo em participar voluntariamente de pesquisa científica realizada no Núcleo de Pesquisas Tecnológicas (NPT) da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Fui informado que a pesquisa destina-se a coleta de dados para futuro desenvolvimento de um simulador de manobra manual em fisioterapia, denominada Pompage, visando o treinamento de futuros profissionais da área de fisioterapia. Os dados serão obtidos através da coleta dos formatos da minha coluna cervical por molde gessado e também me submeterei a receber esta manobra por profissionais capacitados.

Confidencialidade Seu nome não será revelado em nenhum relatório ou publicação oriundo deste estudo como é assegurado por normas éticas internacionais. Considero-me suficientemente informado e sabendo: � da inexistência de desconforto, risco ou ônus financeiro; � da garantia do sigilo das informações que irei fornecer e que serão usadas apenas para fins

estatísticos ou científicos, mantendo minha privacidade, não podendo ser consultada por pessoas leigas sem que haja minha prévia autorização por escrito;

� que serei esclarecido a qualquer momento da pesquisa sobre qualquer dúvida; � que tenho a possibilidade de desistência a qualquer momento da pesquisa; � que tenho direito de me recusar a participar ou retirar o consentimento a qualquer momento sem

prejuízo ou penalizações.

CONSENTIMENTO INFORMADO Eu,_________________________________________________________concordo voluntariamente em participar do projeto e poderei retirar meu consentimento a qualquer hora, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. A minha assinatura nesse termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE dará a autorização ao patrocinador do estudo de utilizar os dados obtidos quando se fizer necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, sempre preservando a minha privacidade. Os detalhes deste estudo foram satisfatoriamente explicados e todas as minhas dúvidas respondidas. Assino o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse.

____________________________________ Assinatura do Paciente e/ou Responsável

RG: ________________________________ Tel:_________________________________

Declaro que expliquei pessoalmente este termo de consentimento informado, respondendo as

dúvidas apresentadas. ______________________________ ______________________________

Assinatura do Aluno Pesquisador Assinatura do Docente Responsável Silvia Maria dos Santos Prof. Drª Annie, F. Frére Slaets Rua Dr. Câncido Xavier de Almeida Souza, 200 R Dr. Câncido Xavier de Almeida Souza, 200 Mogi das Cruzes CEP 08780-991 Mogi das Cruzes - CEP 08780-991Telefone: (11) 47987000 Telefone: (11) 47987000

São Paulo, _____________________________

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APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido

para os fisioterapeutas

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Projeto:___________________________________________________________________________

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde Eu, ____________________________________________________RG nº __________________, fisioterapeuta, sob CREFITO____________, formado e experiente na manobra Pompage, concordo em participar voluntariamente de pesquisa científica realizada no Núcleo de Pesquisas Tecnológicas (NPT) da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Fui informado que a pesquisa destina-se ao desenvolvimento de um simulador da manobra Pompage e, para tanto avaliarei um modelo anatômico a ser desenvolvido, bem como realizarei a manobra não só em um sujeito voluntário, mas também no modelo anatômico, a fim de comparar e avaliar a fidedignidade e precisão do simulador. Para realização desta manobra utilizarei apenas as mãos e um esfignamômetro para mensurar a pressão da mão exercida sob a região cervical do sujeito em teste

Confidencialidade Seu nome não será revelado em nenhum relatório ou publicação oriundo deste estudo como é assegurado por normas éticas internacionais. Considero-me suficientemente informado e sabendo: � da inexistência de desconforto, risco ou ônus financeiro; � da garantia do sigilo das informações que irei fornecer e que serão usadas apenas para fins

estatísticos ou científicos, mantendo minha privacidade, não podendo ser consultada por pessoas leigas sem que haja minha prévia autorização por escrito;

� que serei esclarecido a qualquer momento da pesquisa sobre qualquer dúvida; � que tenho a possibilidade de desistência a qualquer momento da pesquisa; � que tenho direito de me recusar a participar ou retirar o consentimento a qualquer momento sem

prejuízo ou penalizações.

CONSENTIMENTO INFORMADO Eu,_________________________________________________________concordo voluntariamente em participar do projeto e poderei retirar meu consentimento a qualquer hora, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. A minha assinatura nesse termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE dará a autorização ao patrocinador do estudo de utilizar os dados obtidos quando se fizer necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, sempre preservando a minha privacidade. Os detalhes deste estudo foram satisfatoriamente explicados e todas as minhas dúvidas respondidas. Assino o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse.

____________________________________ Assinatura do Fisioterapeuta

CREFITO: ___________________________ Tel:_________________________________

Declaro que expliquei pessoalmente este termo de consentimento informado, respondendo as

dúvidas apresentadas. ______________________________ ______________________________

Assinatura do Aluno Pesquisador Assinatura do Docente Responsável Silvia Maria dos Santos Prof. Drª Annie, F. Frére Slaets Rua Dr. Câncido Xavier de Almeida Souza, 200 R Dr. Câncido Xavier de Almeida Souza, 200 Mogi das Cruzes CEP 08780-991 Mogi das Cruzes - CEP 08780-991Telefone: (11) 47987000 Telefone: (11) 47987000

São Paulo, _____________________________

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APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido

para os alunos

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Projeto:___________________________________________________________________________

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde Eu, ____________________________________________________RG nº __________________, concordo em participar voluntariamente de pesquisa científica realizada no Núcleo de Pesquisas Tecnológicas (NPT) da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Fui informado que a pesquisa destina-se ao desenvolvimento de um simulador da manobra Pompage, e que para isso serei voluntário realizando o treinamento da manobra através do simulador a ser desenvolvido. Para tanto serei acompanhado por um profissional da área de Fisioterapia que me orientará e auxiliará nos procedimentos.

Confidencialidade Seu nome não será revelado em nenhum relatório ou publicação oriundo deste estudo como é assegurado por normas éticas internacionais. Considero-me suficientemente informado e sabendo: � da inexistência de desconforto, risco ou ônus financeiro; � da garantia do sigilo das informações que irei fornecer e que serão usadas apenas para fins

estatísticos ou científicos, mantendo minha privacidade, não podendo ser consultada por pessoas leigas sem que haja minha prévia autorização por escrito;

� que serei esclarecido a qualquer momento da pesquisa sobre qualquer dúvida; � que tenho a possibilidade de desistência a qualquer momento da pesquisa; � que tenho direito de me recusar a participar ou retirar o consentimento a qualquer momento sem

prejuízo ou penalizações.

CONSENTIMENTO INFORMADO Eu,_________________________________________________________concordo voluntariamente em participar do projeto e poderei retirar meu consentimento a qualquer hora, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. A minha assinatura nesse termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE dará a autorização ao patrocinador do estudo de utilizar os dados obtidos quando se fizer necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, sempre preservando a minha privacidade. Os detalhes deste estudo foram satisfatoriamente explicados e todas as minhas dúvidas respondidas. Assino o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse.

____________________________________ Assinatura do voluntário ou responsável

RG: ___________________________ Tel:_________________________________

Declaro que expliquei pessoalmente este termo de consentimento informado, respondendo as

dúvidas apresentadas. ______________________________ ______________________________

Assinatura do Aluno Pesquisador Assinatura do Docente Responsável Silvia Maria dos Santos Prof. Drª Annie, F. Frére Slaets Rua Dr. Câncido Xavier de Almeida Souza, 200 R Dr. Câncido Xavier de Almeida Souza, 200 Mogi das Cruzes CEP 08780-991 Mogi das Cruzes - CEP 08780-991Telefone: (11) 47987000 Telefone: (11) 47987000

São Paulo, _____________________________

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APÊNDICE D – Folha de aprovação do Comitê de Ética da

Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

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APÊNDICE E – Questionário de avaliação do modelo

anatômico.

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Nome: idade:

Profissão: Ano da sua graduação:

Tempo de experiência na Técnica Pompage:

Este questionário visa obter sua opinião quanto ao modelo anatômico

desenvolvido com o objetivo de simular a estrutura do pescoço de uma pessoa

adulta. Os itens abaixo deverão ser pontuados numa escala de 1 a 5, sendo o 1

qualificado como sem semelhança, o 2 pouco semelhante, o 3 regularmente

semelhante, o 4 semelhante, e o 5 muito semelhante ao real.

1º) Dê a sua pontuação quanto ao formato do modelo anatômico.

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

2º) Dê a sua pontuação quanto a textura da pele do modelo anatômico.

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

3º) Dê a sua pontuação quanto a elasticidade da pele do modelo anatômico.

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

4º) Dê a sua pontuação quanto ao formato da curva da coluna cervical do modelo.

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

5º) Dê a sua pontuação quanto as dimensões do modelo anatômico em relação a

um pescoço real.

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

6º) Dê a sua pontuação quanto a semelhança com o deslocamento da pele em

relação aos tecidos moles.

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

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