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Monarquia britânica deve deixar de existir em menos de 15 anos, diz historiadora Previsão foi feita pela doutora Anna Whitelock, autora de três livros sobre reis e rainhas do Reino Unido 04/04/2016 - 17H04/ atualizado 17H0404 / por Lucas Alencar* Comp. (4225) Pinar (1) Comp. Comp. Tuítar Assine já! OUÇA A REPORTAGEM À esquerda, ala mais nobre da família real britânica: Príncipe Philip e sua esposa, a rainha Elizabeth II (sentados), duquesa Camilla e seu marido, o príncipe Charles, príncipe Harry e príncipe William e sua esposa, a duquesa Kate Middleton (Foto: Buckingham Palace) A monarquia britânica deve terminar até 2030. Esta é a previsão de uma das historiadoras mais respeitadas da Inglaterra, doutora Anna Whitelock, autora de três livros sobre reis e rainhas do Reino Unido e diretora do The London Centre for Public History. A polêmica sobre manter a monarquia britânica não é uma novidade. A última vez em que a ideia foi debatida com afinco, em 2014, revelou-se que a Casa Real havia gastado cerca de

Monarquia Britânica Deve Deixar de Existir Em Menos de 15 Anos, Diz Historiadora

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Page 1: Monarquia Britânica Deve Deixar de Existir Em Menos de 15 Anos, Diz Historiadora

Monarquia britânica deve deixar de existir em menos de 15 anos, diz historiadora

Previsão foi feita pela doutora Anna Whitelock, autora de três livros sobre reis e rainhas do Reino Unido

04/04/2016 ­ 17H04/ atualizado 17H0404 / por Lucas Alencar* Comp. (4225) Pinar (1) Comp. Comp. Tuítar Assine já!

OUÇA A REPORTAGEM

À esquerda, ala mais nobre da família real britânica: Príncipe Philip e sua esposa, a rainha

Elizabeth II (sentados), duquesa Camilla e seu marido, o príncipe Charles, príncipe Harry e

príncipe William e sua esposa, a duquesa Kate Middleton (Foto: Buckingham Palace)

A monarquia britânica deve terminar até 2030. Esta é a previsão de uma das historiadoras

mais respeitadas da Inglaterra, doutora Anna Whitelock, autora de três livros sobre reis e

rainhas do Reino Unido e diretora do The London Centre for Public History.

A polêmica sobre manter a monarquia britânica não é uma novidade. A última vez em que a

ideia foi debatida com afinco, em 2014, revelou­se que a Casa Real havia gastado cerca de

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R$ 125 milhões durante o ano. O dinheiro não é retirado diretamente do governo, mas é

arrecadado pela coleta de impostos. Quem defendia a monarquia afirmava que muitos dos

30 milhões de turistas que a Inglaterra recebe anualmente iam à terra da rainha por causa

de Elizabeth II e sua família.

“Todas essas questões de ‘que diabos faremos com essa família que não foi eleita? O que

ela representa para o Reino Unido, atualmente?’. Todos estes questionamentos profundos

serão feitos quando a Rainha Elizabeth II morrer e o povo for forçado a pensar seriamente

no papel da Casa Real”, opina Whitelock.

Hoje, Elizabeth II é rainha em dezesseis nações, entre elas a Grã­Bretanha, o Canadá, a

Austrália, a Nova Zelândia, a Jamaica e as Bahamas. Uma pesquisa oficial feita em 2012,

quando a rainha completou 75 anos no poder e comemorou o Jubileu de Diamante,

apontou que 80% de seus súditos eram a favor da permanência da monarquia.

Mas, de acordo com Whitelock, o alto percentual é indissociável da figura de Elizabeth

que, desde 1952, quando assumiu o trono, conquistou seu espaço “com respeito”.

“Quando as pessoas mais velhas, de gerações passadas e mais apegadas à monarquia, já

tiverem morrido, acho que o futuro da monarquia será mais difícil. Haverá mais pressão e

mais vozes críticas pedindo o fim da Casa Real”, explica a historiadora.

É improvável que a rainha Elizabeth II, que completará 90 anos em 2016, abra mão do

trono enquanto estiver viva. Este é um fator preocupante para o próximo rei. No topo da

linha sucessória ao trono estão o príncipe Charles, filho da rainha, e o príncipe William,

neto da rainha e filho do príncipe Charles.

“Eu diria que até 2030 haverá clamores definitivos pela erradicação da monarquia. Não

posso dizer que não existirá mais monarquia. O que posso dizer é que os questionamentos

sobre os propósitos e a utilidade dos reis e rainhas serão questionados fortemente”, opina

Whitelock.

A reportagem do jornal britânico The Independent, que ouviu a historiadora, entrou em

contato com o Palácio de Buckingham, residência oficial da família real, que não quis se

manifestar sobre o teor dos comentários de Whitelock.

*Com supervisão de Cláudia Fusco.