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Universidade Federal de Pelotas Centro de Pesquisas Epidemiológicas Faculdade de Medicina - Departamento de Medicina Social Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia – Departamento de Enfermagem CAA – DAB – SAS – MINISTÉRIO DA SAÚDE Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família (PROESF) Relatório Municipal Estudo de Linha de Base Maceió, AL Luiz Augusto Facchini Roberto Xavier Piccini Elaine Tomasi Elaine Thumé Denise Silva da Silveira Vanessa Andina Teixeira Setembro de 2006

Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

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Universidade Federal de Pelotas Centro de Pesquisas Epidemiológicas

Faculdade de Medicina - Departamento de Medicina Social Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia – Departamento de Enfermagem

CAA – DAB – SAS – MINISTÉRIO DA SAÚDE

Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família

(PROESF)

Relatório Municipal Estudo de Linha de Base

Maceió, AL

Luiz Augusto Facchini

Roberto Xavier Piccini

Elaine Tomasi

Elaine Thumé

Denise Silva da Silveira

Vanessa Andina Teixeira

Setembro de 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Reitor: Antônio Cesar Gonçalves Borges Vice-Reitor: Telmo Pagana Xavier Pró-Reitor de Graduação: Luiz Fernando Minello Pró-Reitor de Extensão e Cultura: Vitor Hugo Manzke Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Alci Enimar Loeck Pró-Reitor Administrativo: Francisco Carlos Luzzardi Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Elio Paulo Zonta Diretor da Faculdade de Medicina: Farid Iunan Butros Nader Diretor da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia: Emília Nalva Ferreira da Silva Chefe do Departamento de Medicina Social: Anaclaudia Gastal Fassa Chefe do Departamento de Enfermagem: Afra Suelene de Souza Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia: Aluisio J. D. Barros Coordenador do Centro de Pesquisas Epidemiológicas: Cesar Gomes Victora Presidente da Fundação Delfim Mendes Silveira: Antonio Costa de Oliveira

Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e Consolidação

da Saúde da Família (PROESF): Relatório Municipal do Estudo

de Linha de Base de Maceió – Lote 2 Nordeste / Luiz Augusto

Facchini ... [et al.]. – Pelotas: Universidade Federal de Pelotas,

2006.

126p. : il.

1. Saúde Pública – Brasil – Administração 2. Programa de Saúde da Família 3. Atenção Básica - Avaliação. I. Facchini, Luiz Augusto. II. Piccini, Roberto Xavier. III. Tomasi, Elaine. IV. Thumé, Elaine. V. Silveira, Denise Silva da. VI Teixeira, Vanessa Andina.

CDD 362.109

Maria de Fátima S. Maia CRB 10/134

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EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO

Coordenação Geral Luiz Augusto Facchini Roberto Xavier Piccini Elaine Tomasi Elaine Thumé Organização do Relatório Luiz Augusto Facchini Roberto Xavier Piccini Elaine Tomasi Elaine Thumé Denise Silva da Silveira Maria de Fátima dos Santos Maia Alitéia Santiago Dilélio Vanessa Andina Teixeira Thiago Garcia Martins Turene Bastos Coordenação de Trabalho de Campo Fernando Vinholes Siqueira Coordenação de Processamento de Dados Denise Silva da Silveira Elaine Tomasi Coordenação Executiva Maria de Fátima dos Santos Maia Alessander Osório Mercedes Lucas Coordenação do Estudo Qualitativo Luciane Prado Kantorski Rita Heck Vanda Maria da Rosa Jardim Equipe Técnica do Estudo Qualitativo Luciane Prado Kantorski Vanda Maria da Rosa Jardim Emília Nalva Ferreira da Silva Valéria Christello Coimbra Michele Mandagará Oliveira Equipe de Apoio do Estudo Qualitativo Fernanda Barreto Mielke Sidnei Teixeira Junior Ana Paula Giacomelli Tavares Gimene Cardozo Braga Rebeca Castilhos Gabriel Pereira Apoio de Informática Alessander Osório Filipe da Silva Ribeiro

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Codificação de Dados Augusto Duarte Faria Desirée Fripp Luciane Scherer Pahim Maria Aparecida Rodrigues Turene Bastos Suelen dos Santos Saraiva Vanessa Andina Teixeira Suele Silva Danton Duro Filho Alitéia Santiago Dilélio Digitação Alisson Morales Ary Morales Neto Carla da Cruz Teles Daniel de Souza Pereira Emanuele Braga Fabiana de Souza Pereira Thiago Garcia Martins Controle de qualidade Vera Vieira Helena Souza van der Laan Susete Aschidamini Ferreira Supervisores do Trabalho de Campo Alitéia Santiago Dilélio Arilson da Rosa Catiúscia Souza Cleonice Valadão Danton Duro Filho Janaína dos Santos João Luis Rosado Michele Padilha Rodrigues Maria Márcia Ambrósio Patrícia Mendonça Raquel Barboza Sandra de Souza Silvia da Costa Suele Silva Vanessa Andina Teixeira Professores Colaboradores José Justino Faleiros Anaclaudia Gastal Fassa Fábio Lima Gabriela Lobata Helen Denise Gonçalves da Silva Alunos voluntários e bolsistas de Iniciação Científica dos Cursos de Medicina e Enfermagem da UFPel e de Psicologia da UCPel Clarissa de Souza Cardoso Emanuela Maria Dalvit Helena Souza van der Laan Inês Soria Alvaro Jeanine Porto Brondani Lourielle Soares Wachs Mariangela Uhlmann Soares

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Escrever é sempre ocultar algo de modo que possa ser descoberto.

Ítalo Calvino

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AGRADECIMENTOS

Este projeto é o resultado de um esforço coletivo de professores, técnicos e

alunos vinculados ao Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina, ao

Departamento de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia, ao Centro de

Pesquisas Epidemiológicas e ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. A

equipe destaca o reconhecimento a esta parceria, fundamental para o êxito do Projeto.

Igualmente se externa a gratidão ao apoio e estímulo recebidos de um grande

número de pessoas que, em diferentes âmbitos, institucionais, administrativos e

acadêmicos, viabilizaram o desenvolvimento do Projeto. Agradecimentos especiais e

em particular são destinados a:

Antonio César Borges, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel),

André Luiz Haack, ex-reitor da UFPel,

Francisco Luzzardi, pró-reitor de administração e sua equipe de trabalho,

Antonio Costa de Oliveira, presidente, José Carlos Fernandes Filho e Sérgio Luis

Ribeiro dos Santos, colegas do setor de administração da Fundação Delfim Mendes da

Silveira,

Anaclaudia Fassa, chefe, e colegas do Departamento de Medicina Social,

Emília Nalva Ferreira, diretora, e colegas da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia,

Afra Suelene de Souza, chefe, e colegas do Departamento de Enfermagem,

Renato Moreira, Dalvina Bueno de Almeida, Luis Cleber Wilke, Jorge Augusto Rollo

Cardozo, Fabiane dos Santos Luiz, Odete Almeida, Vera Lucia Govea da Silveira e

demais funcionários da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia,

Cesar Victora, diretor, e colegas do Centro de Pesquisas Epidemiológicas,

Aluísio Barros, coordenador, e colegas do Programa de Pós-Graduação em

Epidemiologia,

Eronildo Felisberto, coordenador, e equipe da Coordenadoria de Avaliação e

Acompanhamento do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à

Saúde do Ministério da Saúde,

Maria do Carmo Leal, coordenadora, e colegas do Grupo de Acompanhamento do

Estudo de Linha de Base do PROESF, junto ao Ministério da Saúde.

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É digna de especial registro a gratidão à professora Emília Nalva Ferreira,

diretora da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia e aos colegas do Departamento de

Enfermagem pelo acolhimento na área física que a equipe deste Projeto ocupa hoje

nesta Unidade de Ensino. A iniciativa da professora Emília e colegas oportunizou a

participação de sua unidade no cotidiano das inúmeras atividades técnicas e

administrativas de um Projeto de grande porte.

Externa-se ainda entusiásticos agradecimentos a gestores e coordenadores de

atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do

controle social, trabalhadores das unidades básicas de saúde, agentes comunitários de

saúde, população entrevistada e todos aqueles que participaram do Projeto fornecendo

informações e contribuindo para a realização do trabalho.

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SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................. 11 LISTA DE TABELAS .............................................................................................. 13 APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 15 RESUMO .................................................................................................................. 17 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................19 2 METODOLOGIA....................................................................................................21 2.1 Delineamento do Estudo de Linha de Base (ELB) ............................................... 21 2.2 Amostra e Amostragem do ELB.......................................................................... 23 2.2.1 Amostra de UBS............................................................................................. 23 2.2.2 Amostra de profissionais de saúde .................................................................. 23

2.3 Amostra de usuários: demanda atendida nas UBS................................................ 23 2.2.4 Amostra de população da área de abrangência das UBS.................................. 24

2.3 Trabalho de Campo no Município: Logística e Instrumentos de Fonte Primária... 24 2.4 Levantamento de Dados em Fontes Secundárias.................................................. 28 2.5 Processamento dos Dados.................................................................................... 28 2.5.1 Recepção e classificação dos instrumentos...................................................... 29 2.5.2 Identificação e constituição dos lotes .............................................................. 29 2.5.3 Bancos de Dados Estruturados........................................................................ 30

2.6 Controle de Qualidade......................................................................................... 31 2.7 Análise dos Dados............................................................................................... 31

3 RESULTADOS .......................................................................................................33 3.1 Contexto.............................................................................................................. 33 3.1.1 Situação Demográfica e Socioeconômica de Maceió....................................... 33 3.1.2 Amostra de Unidades Básicas de Saúde .......................................................... 34 3.1.3 Amostra de Profissionais de Saúde ................................................................. 34 3.1.3.1 Distribuição dos Trabalhadores por Modelo de Atenção e por Unidade Básica de Saúde..................................................................................................... 35 3.1.3.2 Situação Demográfica e Socioeconômica dos Trabalhadores...................... 35

3.1.4 Amostra da Demanda Atendida nas Unidades Básicas de Saúde ..................... 37 3.1.4.1 Distribuição da Demanda por Unidade Básica de Saúde............................. 37

3.1.5 Amostra Populacional da Área de Abrangência das Unidades Básicas de Saúde................................................................................................................................ 38 3.1.5.1 Distribuição da População.......................................................................... 38 3.1.5.2 Situação Demográfica e Socioeconômica da População da área de Abrangência das UBS............................................................................................ 38

3.2 Dimensão Político-Institucional........................................................................... 41 3.2.1 Projeto de Governo......................................................................................... 42 3.2.1.1 Tipo de Gestão Municipal, Índice de Aprendizado Institucional e Cobertura do Programa de Saúde da Família.......................................................................... 42 3.2.1.2 Adequação Setorial e dos Modelos de Atenção para o Funcionamento do Sistema Municipal de Saúde.................................................................................. 44 3.2.1.3 Critérios na definição de áreas de abrangência das UBS e na implantação do Programa de Saúde da Família............................................................................... 44 3.2.1.4 Características do emprego e da remuneração dos trabalhadores da Atenção Básica.................................................................................................................... 44

3.2.2 Capacidade de governo................................................................................... 45 3.2.2.1 Perfil do Secretário Municipal de Saúde..................................................... 45 3.2.2.2 Perfil do Coordenador de Atenção Básica e / ou do Programa de Saúde da Família .................................................................................................................. 45

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3.2.2.3 Perfil do Presidente do Conselho Municipal de Saúde................................ 45 3.2.2.4 Perfil dos Trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde ........................... 46

3.2.3 Governabilidade ............................................................................................. 48 3.2.3.1 Despesas per capita com saúde................................................................... 48 3.2.3.2 Financiamento da Atenção Básica nos Municípios ..................................... 48 3.2.3.3 Apoio a Projetos de Atenção Básica à Saúde e de Saúde da Família........... 48 3.2.3.4 Características do Conselho Municipal de Saúde........................................ 49

3.3 Dimensão Organizacional da Atenção ................................................................. 50 3.3.1 Práticas de gestão da ABS .............................................................................. 50 3.3.1.1 Mecanismos de supervisão, monitoramento e avaliação da atenção básica à saúde ..................................................................................................................... 51 3.3.1.2 Estratégias de controle e regulação da demanda ......................................... 51 3.3.1.3 Informação e Informatização na Rede Básica Municipal ............................ 51 3.3.1.4 Sistemas de Informação em Saúde ............................................................. 52

3.3.2 Práticas de Oferta de Serviços no Município................................................... 52 3.3.2.1 Estrutura da rede básica de saúde ............................................................... 52 3.3.2.2 Disponibilidade de Profissionais do PSF .................................................... 61 3.3.2.3 Acesso aos serviços básicos de saúde......................................................... 61 3.3.2.4 Acesso aos serviços especializados ............................................................ 62 3.3.2.5 Adstrição da demanda................................................................................ 62 3.3.2.6 Vínculo com instituições de ensino ............................................................ 63 3.3.2.7 Assistência farmacêutica............................................................................ 63

3.3.3 Experiências inovadoras em atenção básica à saúde........................................ 63 3.4 Dimensão do Cuidado Integral ............................................................................ 63 3.4.1 Estratégias de indução da integralidade........................................................... 63 3.4.1.1 Atividades realizadas na UBS para o cuidado integral ................................ 64 3.4.1.2 Acesso direto a exames complementares.................................................... 68 3.4.1.3 Disponibilidade de medicamentos.............................................................. 68 3.4.1.4 Utilização de protocolos............................................................................. 71 3.4.1.5 Utilização de computador pelos profissionais............................................. 74 3.4.1.6 Qualidade dos serviços prestados ............................................................... 74 3.4.1.7 Acesso a publicações ................................................................................. 74

3.4.2 Processo de trabalho em atenção básica à saúde.............................................. 75 3.4.2.1 Introdução ao processo de trabalho em ABS .............................................. 75 3.4.2.2 A categoria processo de trabalho................................................................ 75 3.4.2.3 Etapas do processo de trabalho em atenção básica à saúde ......................... 76 3.4.2.4 Satisfação dos trabalhadores com as condições de trabalho ........................ 81

3.5 Dimensão Desempenho do Sistema de Saúde ...................................................... 82 3.5.1 Desempenho do Município de Maceió ............................................................ 82 3.5.1.2 Indicadores Selecionados e Pacto da Atenção Básica à Saúde .................... 82

3.5.2 Desempenho dos Modelos de Atenção Básica à Saúde.................................... 86 3.5.2.1 Perfil da Demanda Atendida nas UBS........................................................ 86 3.5.2.2 Utilização de Serviços na População de Abrangência da UBS.................... 88 3.5.2.2.1 Crianças ................................................................................................88 3.5.2.2.2 Mulheres ...............................................................................................96 3.5.2.2.3 Adultos ...............................................................................................104 3.5.2.2.4 Idosos..................................................................................................113

4 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE EM MACEIÓ ..................................................................................................................121 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................125

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LISTA DE SIGLAS

AB – Atenção Básica

ABS – Atenção Básica à Saúde

ACS – Agente Comunitário de Saúde

CID-10 – Classificação Internacional de Doenças - 10ª. Revisão

CMS – Conselho Municipal de Saúde

CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CONASEMS – Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

DEGES / SEGETS – Departamento de Gestão da Educação em Saúde / Secretaria de

Gestão da Educação e Trabalho em Saúde

ELB – Estudo de Linha de Base

ESF – Equipe de Saúde da Família

GLAS – Grupo Local de Avaliação em Saúde

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

MS – Ministério da Saúde

PROESF – Projeto de Expansão e Consolidação do Saúde da Família

PSF – Programa de Saúde da Família

RH – Recursos Humanos

RM – Região Metropolitana

SF – Saúde da Família

SM – Salário Mínimo

SIAB – Sistema de Informações da Atenção Básica

SIA – Sistema de Informações Ambulatoriais

SMS – Secretaria Municipal de Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

TC – Trabalho de Campo

UBS – Unidade Básica de Saúde

USF – Unidade de Saúde da Família

UERGS – Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

UFPEL – Universidade Federal de Pelotas

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 Indicadores demográficos e socioeconômicos para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 33

Tabela 3.2 Distribuição da amostra de trabalhadores de saúde por atividade profissional em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 34

Tabela 3.3 Distribuição da amostra dos trabalhadores de saúde por Unidade Básica de Saúde de Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF - UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág 35

Tabela 3.4 Renda média mensal dos profissionais em saúde estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 36

Tabela 3.5 Distribuição dos atendimentos prestados nas Unidades Básicas de Saúde de Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 37

Tabela 3.6 Condições de habitação das crianças, mulheres, adultos e idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 39

Tabela 3.7 Escolaridade dos trabalhadores em saúde estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.. pág. 46

Tabela 3.8 Cursos de capacitação realizados pelos trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde estudadas em Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 47

Tabela 3.9 Indicadores de financiamento do sistema de saúde para o município de Maceió e para o Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 48

Tabela 3.10 Área física das Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 54

Tabela 3.11 Adequação da estrutura nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 55

Tabela 3.12 Equipamentos e instrumentos das Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 57

Tabela 3.13 Disponibilidade de materiais e insumos nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 60

Tabela 3.14 Atividades para o Cuidado Integral nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 66

Tabela 3.15 Atividade de Grupo nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 67

Tabela 3.16 Disponibilidade de Medicamentos das Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 69

Tabela 3.17 Utilização de protocolos nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 72

Tabela 3.18 Utilização de Protocolos nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 73

Tabela 3.19 Acesso dos profissionais estudados a publicações do Ministério da Saúde nas Unidades Básicas de Saúde de Maceió, por modelo de atenção e Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 74

Tabela 3.20 Médias alcançadas em relação à satisfação dos trabalhadores de saúde em uma escala de 0 a 10 em Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 82

Tabela 3.21 Indicadores de desempenho do sistema de saúde para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 83

Tabela 3.22 Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2002 relativos à saúde da criança para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF–UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 84

Tabela 3.23 Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2002 relativos à saúde da mulher para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 84

Tabela 3.24 Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2002 relativos a doenças crônicas para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 85

Tabela 3.25 Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2005 relativos à saúde bucal para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 86

Tabela 3.26 Participação dos profissionais no atendimento à demanda em Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 87

Tabela 3.27 Condições de nascimento das crianças de Maceió, por modelo de atenção. Estudo de pág. 88

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Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. Tabela 3.28 Características do acompanhamento de puericultura das crianças estudadas em Maceió,

por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 90

Tabela 3.29 Características do estado vacinal das crianças estudadas em Maceió de acordo com o registro do cartão de vacinas, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 91

Tabela 3.30 Prevalência de diarréia no último mês e características das consultas pelo problema das crianças estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 92

Tabela 3.31 Prevalência de pneumonia nas crianças nos últimos 6 meses e características das consultas pelo problema em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 93

Tabela 3.32 Características das consultas por outros motivos além de diarréia e pneumonia das crianças estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 94

Tabela 3.33 Características de saúde bucal das crianças estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 96

Tabela 3.34 Características do pré-natal das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 97

Tabela 3.35 Orientações sobre aleitamento fornecidas no pré-natal realizado na Unidade Básica de Saúde da área de abrangência em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 98

Tabela 3.36 Utilização de métodos anticoncepcionais pelas mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 99

Tabela 3.37 Características da consulta ginecológica no último ano das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 Nordeste, 2005.

pág. 100

Tabela 3.38 Prevenção do câncer de colo uterino nas mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 101

Tabela 3.39 Consultas por outros motivos além do ginecológico das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

pág. 101

Tabela 3.40 Características de saúde bucal das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 104

Tabela 3.41 Atividade física dos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 105

Tabela 3.42 Hipertensão Arterial Sistêmica nos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 106

Tabela 3.43 Diabetes Mellitus nos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 107

Tabela 3.44 Problemas de nervos nos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 109

Tabela 3.45 Prevenção do câncer de colo uterino nas mulheres da amostra de adultos de Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 110

Tabela 3.46 Características de saúde bucal dos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 112

Tabela 3.47 Atividade física dos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 113

Tabela 3.48 Hipertensão Arterial Sistêmica nos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 114

Tabela 3.49 Diabetes Mellitus nos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 115

Tabela 3.50 Problemas de nervos nos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 117

Tabela 3.51 Necessidades de cuidado domiciliar dos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 118

Tabela 3.52 Características de saúde bucal dos idosos estudados em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. pág. 119

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APRESENTAÇÃO

O relatório apresenta os resultados do Estudo de Monitoramento e Avaliação do

Projeto de Expansão e Consolidação do Saúde da Família (PROESF) no município de

Maceió incluído na amostra do Lote 2 NE, coordenado e financiado nacionalmente pelo

Ministério da Saúde.

O ELB, através de uma abordagem epidemiológica, avaliou a atenção básica à

saúde em suas dimensões político-institucional, organizacional da atenção, cuidado

integral e desempenho do sistema.

O relatório enfatiza o recorte utilizado no ELB, descreve os achados sobre a

atenção básica e estabelece uma avaliação do Estudo no Município de Maceió.

Outras informações sobre o ELB para o conjunto dos municípios do Lote 2 NE,

incluindo o Relatório Final, já aprovado pelo Ministério da Saúde, estão disponíveis na

página do Projeto na Internet: http://www.epidemio-ufpel.org.br/proesf/index.htm.

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RESUMO

O Estudo de Monitoramento e Avaliação do PROESF no Lote 2 Nordeste, sob responsabilidade da Universidade Federal de Pelotas, foi iniciado em fevereiro de 2005, incluindo 20 municípios de mais de 100 mil habitantes dos estados de Alagoas1, Paraíba2, Pernambuco3, Piauí4 e Rio Grande do Norte5.

O Estudo de Linha de Base utilizou um delineamento transversal e incluiu a coleta de dados primários nos municípios. Em Maceió o estudo foi realizado em dezesseis dias. O trabalho de campo abrangeu entrevista com o Presidente de Conselho Municipal de Saúde, o Secretário Municipal de Saúde e o Coordenador de Atenção Básica / PSF e a coleta de dados documentais. Em relação aos instrumentos do âmbito da UBS, a caracterização da estrutura alcançou os nove serviços amostrados. Também foram coletadas informações de 277 profissionais de saúde, o que corresponde a uma média de 31 profissionais por UBS. O somatório da avaliação da demanda de um dia típico de trabalho das UBS estudadas, totalizou 558 atendimentos, o que corresponde a uma média de 62 atendimentos por dia por UBS. Na amostra populacional, foram entrevistadas 152 crianças (94% do estimado); 155 mulheres (96% do estimado); 153 adultos (94% do esperado) e 150 idosos (93% do esperado). Na média foram aplicados 17 questionários em cada estrato da amostra populacional de cada UBS. O processamento e análise dos dados foram concluídos em dezembro de 2005. O controle de qualidade foi realizado, por telefone, mediante aplicação de questionários reduzidos alcançando cerca de 5% dos domicílios selecionados para a amostra populacional.

Os achados do Estudo demonstram que de modo geral, a situação socioeconômica de Maceió é pior que a do conjunto dos municípios do Lote. Em relação à atenção básica e ao PSF, o município apresentou um discreto crescimento da cobertura de PSF desde sua implantação em 1996, sendo que no ano de 2005 ainda não havia atingido a meta proposta pelo Ministério da Saúde de 30% para municípios com porte populacional de 500 mil até menos de dois milhões de habitantes. No âmbito da gestão da Atenção Básica destaca-se o fato de 74% dos profissionais ter ingressado através de concurso público, tornando o vínculo tipicamente precário a realidade da minoria dos entrevistados. Os indicadores do Pacto da Atenção Básica de Maceió foram no geral intermediários quando comparados ao estado e país, destacando-se positivamente a menor proporção de óbitos em menores de um ano por causas mal definidas; a maior razão entre exames de CP em mulheres de 25 a 59 anos e a população na faixa etária; a maior proporção de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de pré-natal; e as menores taxas de internação por acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e diabetes mellitus. Sobre o desempenho da ABS local os destaques foram imunização infantil; utilização da UBS de abrangência para consultas por pneumonia; orientações de aleitamento materno fornecidas pela UBS da área durante a gestação; e opinião positiva sobre os atendimentos recebidos nas unidades locais. De qualquer maneira, a adequação da estrutura da rede básica, da supervisão e da capacitação dos profissionais de saúde, juntamente com a superação dos desafios da avaliação e monitoramento da atenção básica, serão fundamentais para o desenvolvimento do SUS e da saúde da população no município.

A complexidade do estudo e sua abrangência não impediram o cumprimento adequado do cronograma previsto. A qualidade da equipe técnica envolvida nas diversas atividades do estudo e a participação dos representantes do município devem ser destacadas como razões fundamentais para o bom andamento do Projeto. Este resultado também se deveu ao apoio recebido do Ministério da Saúde, com especial destaque para a Coordenação de Acompanhamento e Avaliação do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde e o Grupo de Acompanhamento dos Estudos de Linha de Base.

1 Municípios de Alagoas: Arapiraca e Maceió. 2 Municípios da Paraíba: Campina Grande, João Pessoa e Santa Rita. 3 Municípios de Pernambuco: Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Garanhuns, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Petrolina, Recife e Vitória de Santo Antão. 4 Municípios do Piauí: Parnaíba e Teresina. 5 Municípios do Rio Grande do Norte: Mossoró, Parnamirim e Natal.

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1 INTRODUÇÃO

O Projeto Integrado de Capacitação e Pesquisa em Avaliação da Atenção Básica

à Saúde, sob responsabilidade do Departamento de Medicina Social, do Departamento

de Enfermagem e do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de

Pelotas (UFPel), está vinculado ao Componente 3 (Monitoramento e Avaliação) do

Projeto de Expansão e Consolidação do Saúde da Família (PROESF) do Ministério da

Saúde (MS), incluindo a totalidade dos 20 municípios dos estados de Alagoas, Paraíba,

Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte do Lote 2 NE, contando com a participação

de gestores e de trabalhadores de saúde.

A pesquisa através do Estudo de Linha de Base (ELB) incluiu quatro dimensões

orientadoras da avaliação da atenção básica: político-institucional, organizacional da

atenção, cuidado integral e desempenho do sistema de saúde (Ministério da Saúde,

2004). Através de abordagem epidemiológica se avaliou o quanto às exposições ao

PROESF e ao PSF afetam a variabilidade dos indicadores de cobertura, desempenho do

sistema de saúde e situação de saúde da população, estabelecendo uma referência para

avaliações e acompanhamentos futuros.

Os municípios estudados estão recebendo apoio à Conversão do Modelo de

Atenção Básica à Saúde, buscando estruturar a Estratégia Saúde da Família como porta

de entrada do SUS e viabilizar o acesso a outros níveis de complexidade, para assegurar

assistência integral aos usuários (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Este processo foi

analisado como uma intervenção, cujos efeitos no presente podem ser observados em

municípios e população estratificados por estado da federação, porte populacional,

região metropolitana e modelo de atenção básica à saúde. Os efeitos históricos da

intervenção poderão ser observados em um segundo tempo, através da repetição do

estudo.

O ELB corresponde ao primeiro tempo de uma avaliação prospectiva sobre a

ABS e o PSF, mas também de uma análise da intervenção do PROESF na reorientação

do modelo de ABS.

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A epidemiologia foi o eixo que estruturou a abordagem do ELB, orientando a

articulação complexa entre as dimensões sob estudo e os níveis de análise empírica. As

dimensões político-institucional, organizacional da atenção, cuidado integral e

desempenho do sistema foram tomadas como categorias abstratas da avaliação e

hierarquizaram conceitualmente as variáveis estudadas, enquanto os níveis de análise

hierarquizaram as variáveis, conforme sua operacionalização nas diversas fontes de

informação, primárias e secundárias, quantitativas e qualitativas, individuais e coletivas.

Este relatório apresenta a metodologia e os resultados do ELB no Município de

Maceió, AL. A metodologia detalha as diversas etapas do estudo, desde seu

delineamento e o planejamento do trabalho de campo, até o processamento e a análise

dos dados.

Os resultados enfatizam os recortes utilizados no ELB e descreve os achados

sobre a atenção básica no Município, contrastando com indicadores do Estado, do Lote

2 NE e do país.

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2 METODOLOGIA

2.1 Delineamento do Estudo de Linha de Base (ELB)

O delineamento é um meio de garantir relações válidas de causa e efeito entre as

variáveis em estudo (SUSSER, 1996). Os delineamentos ideais na avaliação de

programas ou serviços de saúde dependem da natureza dos programas e da precisão das

estimativas a serem obtidas. Estudos transversais são excelentes para avaliações de

adequação da cobertura ou qualidade de serviços, mas também podem ser utilizados em

avaliações de plausibilidade na comparação de modelos ou programas de saúde

(HABICHT, 1999, SANTOS, 2004; VICTORA, 2004).

Na área da saúde pública, estudos observacionais que testem a efetividade das

intervenções sob condições de rotina são mais adequados do que ensaios randomizados.

Para que seus resultados forneçam subsídios para as políticas de saúde, os estudos não

randomizados precisam ser alvo de tanta atenção quanto a que tem sido dedicada, nos

últimos anos, aos estudos randomizados (SANTOS, 2004; VICTORA, 2004).

A declaração TREND é uma iniciativa recente que busca contribuir para esse

fim, ao definir uma série de normas para o delineamento e divulgação de estudos

observacionais de avaliação de programas e serviços de saúde (DES JARLAIS, 2004).

O ELB segue os fundamentos dos estudos transversais, com grupos de

comparação, utilizando medidas com múltiplos níveis de agregação, em relação às

diferentes dimensões observadas (ROTHMAN, 1998). O estudo também pode ser

caracterizado como multicêntrico de efetividade e linha de base para determinar o

impacto do PROESF / PSF nos indicadores de desempenho do sistema de saúde e de

situação de saúde da população, incluindo todos os 20 municípios.

O delineamento do estudo procurou minimizar o viés de seleção incluindo a

totalidade dos municípios e amostras proporcionais de unidades básicas de saúde do

Lote 2 NE, juntamente com uma complexa estratificação de variáveis independentes

para o estabelecimento de comparações (DES JARLAIS, 2004; ROTHMAN, 1998).

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O delineamento transversal foi qualificado tanto através da estratificação das

UBS segundo o modelo de atenção (Tradicionais e PSF), quanto pela possibilidade de

controlar o efeito do PSF, estratificando suas UBS conforme o período de implantação,

anterior ou posterior a intervenção do PROESF. No caso de Maceió foram selecionadas

três UBS Tradicionais e seis de PSF (quatro UBS pré-PROESF e duas pós-PROESF). A

obtenção de informações estruturadas para o âmbito da gestão, do controle social, das

unidades básicas de saúde, dos usuários e da população também enriqueceu o

delineamento do estudo, especialmente com a inclusão de questões abertas que

qualificaram as questões fechadas que predominam na abordagem epidemiológica. A

coleta de dados secundários de bases nacionais também foi outro aspecto do

delineamento do estudo que complementou a abordagem transversal do objeto.

As variáveis selecionadas caracterizaram as dimensões político-institucional,

organizacional da atenção, cuidado integral e desempenho do sistema.

A dimensão político-institucional examina principalmente os aspectos relativos à

gestão do SUS e da ABS. Seu âmbito é fundamentalmente o do agregado do município.

Neste âmbito, os modelos de atenção são caracterizados como políticas, ilustradas por

diferenças históricas e conjunturais na cobertura populacional.

A dimensão organizacional da atenção caracteriza aspectos da gestão da ABS e

do PSF, mas aproxima seu olhar da UBS e dos fluxos entre os níveis de atenção do

SUS. Neste âmbito, a dicotomia entre os modelos de ABS, Tradicional e PSF, passa a se

materializar nas práticas de gestão e a oferta de serviços básicos e especializados. Este é

o âmbito do detalhamento e constituição das políticas de saúde e, particularmente, da

reorientação do modelo de atenção básica à saúde.

A dimensão do cuidado integral focaliza a UBS, suas práticas e recursos na

abordagem das necessidades de saúde da população. Examina as estratégias de indução

da integralidade e o processo de trabalho na ABS.

Por fim, a dimensão desempenho do sistema analisa a utilização dos serviços de

ABS e a situação de saúde da população, permitindo observar as diferenças tanto para

os agregados geopolíticos, quanto para os modelos de atenção.

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2.2 Amostra e Amostragem do ELB

O universo para este recorte do estudo é constituído pelo município de Maceió.

Neste universo foi realizada uma amostra estratificada por múltiplos estágios para

selecionar unidades básicas de saúde, profissionais de saúde, usuários e indivíduos

residentes na área de abrangência dos serviços (LEMESHOW, 1990; LEVY, 1980;

LWANGA, 1991).

2.2.1 Amostra de UBS

Tomando-se uma lista de UBS fornecida pelo município de Maceió foram

sorteadas aleatoriamente nove UBS, que orientaram a seleção das amostras de

profissionais de saúde, usuários e população da área de abrangência dos serviços. Foram

incluídas quatro UBS do PSF pré-PROESF (Galba Novaes, Jorge David Nasser, São

José e Tarcísio Palmeira), duas do PSF pós-PROESF (Grota do Moreira e Vila

Redenção) e três Tradicionais (Arthur Ramos, PAM Dique Estrada e Paulo Leal Melo).

2.2.2 Amostra de profissionais de saúde

Em cada UBS se procurou obter informações de todos os trabalhadores de saúde

em atividade, através de um questionário auto-aplicado.

Foram incluídos tanto os profissionais de saúde de nível superior (médicos,

enfermeiros e demais profissões), quanto os profissionais de nível médio (auxiliares de

enfermagem, recepcionistas, etc) e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

2.3 Amostra de usuários: demanda atendida nas UBS

Em relação à amostra de usuários, a estratégia amostral foi registrar todos os

atendimentos de um dia de trabalho em cada UBS selecionada, incluindo aqueles

realizados por ACS. A base de registro utilizada foi a Ficha de Atendimento

Ambulatorial (FAA) do SUS, documento utilizado cotidianamente nas UBS para efeitos

gerenciais e contábeis. Utilizou-se um formulário-espelho, que continha todas as

informações da FAA e facilitava a digitação eletrônica dos dados. As informações sobre

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a avaliação da demanda estão mais detalhadas no item de instrumentos do estudo e na

seção de Resultados do ELB.

2.2.4 Amostra de população da área de abrangência das UBS

A amostra populacional foi dividida em 4 grupos, crianças de um a três anos de

idade, mulheres que tiveram filhos nos últimos dois anos, adultos entre 30 e 64 anos de

idade e idosos a partir dos 65 anos de idade. Estes indivíduos foram localizados na área

de abrangência de cada uma das UBS, através de amostragem sistemática. Para compor

a amostra do Lote 2 NE, selecionou-se cerca de 2100 indivíduos em cada um dos

grupos, cujo tamanho era suficiente para examinar diferenças de 25 a 30% entre os

modelos de atenção das UBS (PSF x Tradicional), com um poder estatístico de 80% e

prevalências dos desfechos de no mínimo 25%. Estes parâmetros permitiram avaliar

diferenças na utilização de serviços de saúde, realização de procedimentos preventivos e

acompanhamento de atividades programáticas. Esta amostra foi dividida pelo número

de UBS selecionadas (120) resultando em um número de 18 entrevistas a serem

realizadas para cada grupo populacional da área de abrangência de cada uma delas.

2.3 Trabalho de Campo no Município: Logística e Instrumentos de Fonte Primária

O trabalho de campo em Maceió iniciado em 06 de junho de 2005 e concluído

em 21 de junho de 2005 foi realizado por uma equipe de quatro supervisores

criteriosamente selecionados e capacitados para o desenvolvimento de cada uma das

etapas do trabalho de campo.

A pactuação de uma agenda de trabalho de campo com o Município foi uma das

estratégias utilizadas para operacionalizar o cronograma estabelecido. O apoio recebido

do gestor, coordenação de atenção básica e de saúde da família, representantes do

controle social, trabalhadores das unidades básicas de saúde, agentes comunitários de

saúde e população entrevistada foram fundamentais para a realização do trabalho. A

capacitação e a motivação do grupo de supervisores também foram extremamente

relevantes para o sucesso deste trabalho.

Apresenta-se a seguir o detalhamento da logística no trabalho de campo para

cada um dos instrumentos utilizados na coleta de dados primários. Os instrumentos

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estão disponíveis da página do PROESF-UFPEL na Internet e são de livre acesso –

http://www.epidemio-ufpel.org.br/proesf/index.htm

a. Gestor e Coordenador de Atenção Básica e PSF

Os dados referentes ao gestor e coordenador eram coletados através de

questionário auto-aplicado destinado a registrar informações demográficas, de formação

profissional e experiência na gestão, além de caracterizar os aspectos político-

institucionais da ABS e do PSF no município. Depois de preenchidos, os instrumentos

foram enviados á coordenação do Projeto para revisão, codificação e digitação na sede

do estudo na cidade de Pelotas.

Infelizmente não foi possível obter o questionário do gestor municipal de

Maceió, aspecto que limitou o presente relatório, especialmente em termos da avaliação

institucional do SUS e da atenção básica à saúde no município.

b. Entrevista com o Presidente do Conselho Municipal de Saúde

Para a aplicação deste instrumento foi solicitado o agendamento prévio da

entrevista realizada por um supervisor do trabalho de campo.

c. Processo de Trabalho

Este instrumento foi preenchido em reuniões nas unidades básicas amostradas,

após a convocação por parte dos coordenadores das UBS. Os trabalhadores presentes no

dia da reunião discutiam os aspectos da organização do trabalho, as atividades

realizadas, os responsáveis por sua realização, os instrumentos e insumos utilizados,

além de identificar os principais problemas do processo de trabalho e sugestões de

melhoria.

d. Estrutura da UBS

O instrumento para captar informações sobre a estrutura da UBS era

fundamentalmente fechado e poderia ser preenchido coletivamente em uma reunião de

equipe, ou por um responsável pela UBS, com o apoio de pessoas-chave nos diversos

setores. A tarefa foi realizada durante o trabalho de campo (TC) na UBS. Enquanto

realizavam o levantamento de informações populacionais na área de abrangência, os

supervisores apoiaram o preenchimento do instrumento pelo responsável na UBS.

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e. Equipe de saúde

O questionário individual auto-aplicado era dirigido a todos os trabalhadores

lotados na UBS, incluindo profissionais de nível superior, médio e os ACS. As questões

eram todas estruturadas e predominantemente fechadas, mas várias questões abertas

foram utilizadas para qualificar a informação quantitativa. O instrumento da equipe de

saúde foi distribuído pelos supervisores às UBS, juntamente com os demais

questionários. Durante o TC na UBS, os supervisores orientaram o preenchimento e

motivaram os trabalhadores a participar do estudo. Depois de preenchidos, os

instrumentos foram recolhidos pelos supervisores e enviados para revisão, codificação e

digitação na sede do estudo na cidade de Pelotas.

f. Demanda da UBS – PACOTAPS

Utilizando um formulário baseado na Ficha de Atendimento Ambulatorial

(FAA) do SUS, todos os atendimentos de um dia de trabalho na UBS foram registrados,

incluindo os agentes comunitários de saúde.

Estes formulários foram digitados no software PACOTAPS (TOMASI, 2003),

capaz de identificar a dimensão do acesso da população aos serviços, a qualidade do

registro das atividades, produzir análises sobre o perfil demográfico e epidemiológico

da demanda nas unidades básicas de saúde.

O software é de fácil utilização por indivíduos sem conhecimentos prévios de

informática e epidemiologia e possibilita delinear com maior nitidez o perfil da

demanda, avaliar os serviços ao longo do tempo, comparar serviços entre si, em

momentos determinados, de acordo com as demandas do espaço de gestão. Permite

ainda, identificar com precisão e atualidade através de seus relatórios, informações

sobre o gênero, os grupos etários, os principais motivos de consulta, os medicamentos

mais prescritos, os exames mais solicitados e os encaminhamentos realizados.

O software foi distribuído ao município e os representantes das SMS e das UBS

foram capacitados para sua utilização na avaliação dos serviços básicos durante as

Oficinas Regionais. Este aplicativo também pode ser obtido na página do Projeto na

Internet no endereço citado anteriormente.

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g. Amostra Populacional

Foram realizadas entrevistas individuais, domiciliares, com questionários

estruturados, abordando questões relevantes para o estudo em amostras independentes

de crianças, mulheres, adultos e idosos. As questões eram todas estruturadas e

predominantemente fechadas, mas também havia questões abertas para qualificar as

respostas fechadas. Para a caracterização socioeconômica das amostras, foram utilizadas

a renda per capita em salários mínimos e a classificação da ANEP / ABIPEME

(RUTTER, 1988), esta última composta de informações sobre a escolaridade do chefe

da família, da disponibilidade de empregada mensalista e sobre a posse de bens

eletrodomésticos.

Para a aferição de alcoolismo (adultos), foi utilizado o teste CAGE (MASUR,

1983; SOINBELMAN, 1992), composto de quatro questões, sendo mais de duas

afirmativas um indicador de dependência de bebida alcoólica.

As entrevistas foram realizadas por supervisores selecionados e capacitados

especialmente para estas atividades pela equipe técnica do projeto. A amostra

populacional foi localizada na área de abrangência da UBS, que foi o ponto inicial para

a coleta de dados. Todos os domicílios do percurso seguido a partir da UBS até os

limites da área foram visitados em busca dos indivíduos elegíveis de acordo com o

grupo populacional.

A baixa densidade de indivíduos elegíveis em cada domicílio facilitou a

distribuição da amostra por toda a área de abrangência da UBS, minimizando as

possibilidades de viés de seleção ou efeito de cluster nas amostras (ROTHMAN, 1998).

Assim, se procedeu à inclusão consecutiva dos domicílios para a composição da

amostra.

Caso em um domicílio não residisse o indivíduo com as características

requeridas, passava-se ao seguinte, respeitando a orientação do deslocamento pela área

de abrangência. Nos domicílios selecionados, somente um indivíduo elegível (crianças,

mulheres que tiveram filho nos últimos dois anos, adultos e idosos) foi convidado a

participar do estudo, explicando-se a sua finalidade e apresentando termo de

consentimento informado. Nos domicílios em que se encontraram duas crianças ou duas

mulheres elegíveis, a mais jovem foi entrevistada. Para os adultos e idosos esta regra se

inverteu, sendo elegível o mais velho.

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2.4 Levantamento de Dados em Fontes Secundárias

Integrando o Estudo de Linha de Base do PROESF, foram sistematizados para o

município, o Estado, o Lote e o país, dois conjuntos de informações oriundas de bases

nacionais disponíveis (Ministério da Saúde, DATASUS e IBGE.).

O primeiro conjunto diz respeito aos 34 indicadores do Pacto da Atenção Básica,

instrumento de monitoramento e avaliação do desempenho da atenção básica por parte

do Ministério da Saúde (2003).

O segundo conjunto de informações está baseado nos Indicadores de

Monitoramento da Expansão do PSF em Grandes Centros Urbanos, de Julho de

2002, trabalho coordenado pela Dra. Ana Luiza D’Ávila Viana (2002). Do total dos

indicadores propostos, foi selecionado para análise um conjunto que fornece

informações de acordo com três eixos:

1. Perfil epidemiológico e sócio-demográfico da população;

2. Financiamento da saúde, da atenção básica e do PSF;

3. Organização da assistência, do cuidado e desempenho do sistema.

2.5 Processamento dos Dados

A complexidade da avaliação da atenção básica no âmbito do PROESF requer

que o conhecimento produzido seja baseado em informações as mais fidedignas

possíveis. Até traduzir-se em informações, todos os dados coletados durante o trabalho

de campo são objeto de um conjunto de atividades, sistemática e rigorosamente

encadeada. Estas atividades vão desde a recepção e classificação dos instrumentos até as

análises mais complexas e informativas.

Uma das peculiaridades do nosso estudo sobre a atenção básica no Brasil é a

extensa e variada gama de abordagens e instrumentos utilizados: dados quantitativos e

qualitativos, dados primários e secundários, dados com foco na gestão municipal da

saúde, dados com foco nas unidades básicas e dados com foco na população residente

na área de abrangência da UBS. Cada uma destas categorias se relaciona com as demais,

o que imprime um alto grau de complexidade a todas as tarefas de preparar estes dados

para análise.

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As atividades relacionadas ao processamento dos dados oriundos dos diferentes

instrumentos do estudo estão descritas em ordem cronológica e seqüencial. Em seguida,

são apresentados os diferentes bancos de dados, agregados por tipos de instrumentos.

Estão disponibilizados na página do Projeto na Internet os materiais de apoio ao

processamento dos dados, especialmente construídos para o estudo.

2.5.1 Recepção e classificação dos instrumentos

Os instrumentos completados no trabalho de campo entravam no processamento

por município, na mesma ordem da realização da coleta de dados. Uma vez “na bancada

de trabalho”, os diferentes instrumentos eram separados por tipo para identificação.

2.5.2 Identificação e constituição dos lotes

Nesta fase, o questionário recebia um identificador numérico único. Para os

questionários da população da área de abrangência da UBS e dos profissionais, o

identificador possuía sete algarismos: um para o Estado, dois para o município, dois

para a UBS e dois para o entrevistado. Para os questionários da estrutura e do processo

de trabalho na UBS, o identificador possuía cinco algarismos: um para o Estado, dois

para o município e dois para a UBS. Para os questionários do nível municipal, o

identificador era de três algarismos: um para o Estado e dois para o município. Para o

estudo de demanda, cujo instrumento foi a “ficha-espelho” da Ficha de Atendimento

Ambulatorial, a identificação era dada pelo código da UBS junto ao Sistema de

Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA – SUS).

Para cada conjunto de instrumentos do mesmo tipo e da mesma UBS era

constituído um lote de questionários, obedecendo a uma numeração seqüencial utilizada

no formulário “capa de lote”. Neste formulário, eram registrados os números de

identificação de cada questionário do lote, além do município, UBS, total de

questionários, data e responsável pelo fechamento do lote.

Para cada município, foram sistematizados os totais de cada instrumento

efetivamente completado no trabalho de campo, excluídas as perdas e recusas. Estes

números eram registrados em uma planilha do processamento por município e UBS,

denominada “Listagem de Controle de Lote”. Esta rotina dava início ao processamento

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propriamente dito, com a seguinte seqüência de tarefas para os questionários

populacionais e dos profissionais:

• codificação de questões fechadas

• tabulação de questões abertas

• codificação de questões abertas

• revisão final

• digitação

A primeira folha de cada questionário recebia um carimbo com a seqüência das

tarefas acima citadas para registro de datas e responsáveis.

2.5.3 Bancos de Dados Estruturados

a.Questionários populacionais, estrutura de UBS e profissionais de saúde Para os questionários populacionais (crianças, mulheres, adultos e idosos), da

estrutura da UBS e dos profissionais foram criados bancos de dados no EPI-INFO, que

permite validação da entrada de dados para amplitude e consistência das variáveis.

b. Demanda ambulatorial As fichas-espelho do estudo de demanda foram inicialmente contadas e

revisadas. Para cada procedimento era identificado um código na Tabela de

Procedimentos do SIA-SUS e para cada diagnóstico era identificado um código na

Classificação Internacional de Doenças – 10ª. Revisão (CID-10). Para facilitar o

trabalho de codificação, foram identificados os códigos de maior utilização, o mesmo

acontecendo com os códigos da CID-10 para os diagnósticos.

A seguir, as fichas-espelho eram digitadas no aplicativo PACOTAPS, uma

ferramenta desenvolvida pela equipe (TOMASI, 2003) para subsidiar o planejamento e

a avaliação de serviços básicos de saúde.

c. Processo de trabalho, Gestor Municipal, Coordenador da Atenção Básica

e Presidente do Conselho Municipal de Saúde

Todas as questões abertas destes instrumentos foram digitadas em programa de

edição de textos para posterior análise.

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31

Para as questões fechadas (pré-codificadas) foram criados bancos de dados no

EPI-INFO, a exemplo dos instrumentos populacionais, da estrutura da UBS e dos

profissionais de saúde.

2.6 Controle de Qualidade

O controle de qualidade foi realizado, por telefone, mediante aplicação de

questionários reduzidos para alcançar, no mínimo, 5% dos domicílios selecionados.

Estes questionários eram compostos por perguntas-chave para identificar possíveis erros

ou respostas falsas. Para tanto, foi sorteado um questionário relativo a cada grupo

populacional investigado (criança, mulher, adulto e idoso) por Unidade Básica de

Saúde.

Para padronizar e qualificar a coleta dos dados do controle de qualidade, uma

pessoa especialmente treinada para este fim, realizou o contato telefônico. Não

existindo a possibilidade de contato telefônico com a pessoa sorteada, uma busca pelo

endereço ou pela respectiva UBS, era realizada na tentativa de localizar e coletar os

dados do entrevistado, não havendo, portanto, substituição para evitar possíveis viéses.

Para checagem imediata da consistência das informações, através de uma

planilha, algumas respostas referidas pelo entrevistado no contato feito pelo supervisor

eram comparadas com as repostas referidas no momento da aplicação do questionário

de controle de qualidade. Esta medida facilitava a detecção precoce de possíveis erros

na coleta dos dados e possibilitava a intervenção imediata junto ao supervisor do

trabalho de campo. A atividade de controle de qualidade era supervisionada diariamente

por um dos membros da equipe. Ao final, foi realizada a checagem da consistência das

informações através do índice de concordância de Kappa (LANDIS, 1977).

Os resultados do controle de qualidade para a totalidade dos municípios estão

disponíveis no Relatório Final do Lote 2 Nordeste, na página do Projeto na Internet.

2.7 Análise dos Dados

Digitados no programa EPI-INFO 6.04b, os bancos de dados foram exportados

através do aplicativo STAT TRANSFER 5.0 para o pacote estatístico SPSS 10.0 para

Windows, utilizado para as análises. Inicialmente, procedeu-se às análises descritivas,

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32

verificando a distribuição dos casos em cada variável. Nas comparações também foram

considerados os achados do Lote 2 Nordeste, Estado e país. Em continuação, as

variáveis de interesse foram analisadas segundo o modelo de UBS, buscando-se

identificar padrões de desempenho em serviços do PSF e Tradicionais.

Page 33: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

33

3 RESULTADOS

3.1 Contexto

3.1.1 Situação Demográfica e Socioeconômica de Maceió

Em 2000, de acordo com informações do Atlas IDH e dos Cadernos de

Informações em Saúde, Maceió possuía 797.759 habitantes. Seu Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) era de 0,739, superior ao de Alagoas, mas inferior ao

do Brasil. Quando comparados ao estado e ao país, o índice favorável ao município foi a

maior proporção de cobertura de água encanada; e desfavorável, a menor proporção de

idosos. Todos os demais indicadores foram intermediários, em que a expectativa de

vida, a proporção de alfabetizados e a proporção de cobertura de esgoto tiveram índices

superiores aos observados em AL, mas inferiores aos do Brasil. Taxa bruta de

natalidade e a proporção de pobres foram menores que no estado, mas maiores aos do

país. Já a proporção de menores de cinco anos foi menor em Maceió que em AL, mas

semelhante à da União (Tabela 3.1).

Tabela 3.1 - Indicadores demográficos e socioeconômicos para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió AL Brasil

IDH-2000 0,739 0,649 0,766

Taxa bruta de natalidade 21,4 22,3 17,5

Expectativa de vida 65,0 63,8 68,6

% de menores de 5 anos 10,3 11,8 9,6

% de idosos 6,5 7,2 8,5

% de pobres 38,8 62,2 32,8

% de alfabetizados 79,7 63,5 83,3

% de água encanada 81,7 61,5 75,8

% de esgoto 23,2 14,1 44,4

Fonte: Atlas IDH e Cadernos de Informações em Saúde de 2000.

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34

3.1.2 Amostra de Unidades Básicas de Saúde

Para o ELB foram selecionadas em Maceió quatro UBS do PSF pré-PROESF

(Galba Novaes, Jorge David Nasser, São José e Tarcísio Palmeira), duas do PSF pós-

PROESF (Grota do Moreira e Vila Redenção) e três Tradicionais (Arthur Ramos, PAM

Dique Estrada e Paulo Leal Melo).

3.1.3 Amostra de Profissionais de Saúde

Durante a avaliação das nove UBS foram estudados 277 profissionais de saúde,

sendo 30 (11%) médicos, 16 (6%) enfermeiros, 32 (12%) outros profissionais de nível

superior, 56 (20%) auxiliares e técnicos de enfermagem, 62 (23%) agentes

comunitários de saúde e 80 (29%) outros profissionais de nível médio. Para um dos

profissionais esta informação estava ignorada (Tabela 3.2).

Encontrou-se maior proporção de agentes comunitários de saúde nas UBS do

PSF do que nas Tradicionais, enquanto que nas Tradicionais havia maior proporção de

médicos e outros profissionais de nível médio (Tabela 3.2).

Tabela 3.2 - Distribuição da amostra de trabalhadores de saúde por atividade profissional em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base,

PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Atividade profissional

PSF Tradicional Total

Médicos 9 14 11

Enfermeiros 6 5 6

Outros profissionais de nível superior 10 13 12

Auxiliares e técnicos de enfermagem 18 23 20

Agentes comunitários de saúde (ACS) 35 4 23

Outros profissionais de nível médio 21 40 29

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35

3.1.3.1 Distribuição dos Trabalhadores por Modelo de Atenção e por Unidade

Básica de Saúde

Em relação ao modelo de atenção, 132 (48%) trabalhadores estavam vinculados

as UBS do PSF pré-PROESF, 33 (12%) à do PSF pós-PROESF e 112 (40%) às

Tradicionais. A Tabela 3.3 apresenta a distribuição dos trabalhadores de saúde em

relação as UBS selecionadas.

Tabela 3.3 - Distribuição da amostra dos trabalhadores de saúde por Unidade Básica de Saúde de Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF-UFPel, Lote 2 NE,

2005.

Trabalhadores N (%) Unidade Básica de

Saúde Médicos Enfermeiros Outros de nível superior

Auxiliares e técnicos de

enfermagem ACS

Outros de

nível médio

Total

Arthur Ramos 4(14) 2(7) 3(10) 6(21) -- 14(48) 29 (100)

Galba Novaes 4(8) 3(6) 5(10) 9(18) 17(35) 11 (22) 49 (100)

Grota do Moreira 2(8) 2(8) 1(4) 3(13) 13(54) 3(13) 24(100)

Jorge David Nasser 2(6) 2(6) 4(12) 5(15) 12(35) 9(27) 34(100)

PAM Dique Estrada 5(14) 1(3) 4(11) 10(27) -- 17(46) 37 (100)

Paulo Leal Melo 6(13) 3(7) 8(17) 10(22) 4(9) 15(33) 46(100)

São José 3(12) 1(4) 4(16) 5(20) 5(20) 4(16) 25(100) Tarcísio Palmeira 3(13) 1(4) 3(13) 6(26) 5(22) 5(22) 23 (100)

Vila Redenção 1(11) 1(11) -- 2(22) 3(33) 2(22) 9(100)

Total 30(11) 16(6) 32(11) 56(20) 62(23) 80(29) 276(100)*

* Para um profissional a informação estava ignorada.

3.1.3.2 Situação Demográfica e Socioeconômica dos Trabalhadores

A amostra foi formada por 205 (75%) trabalhadores do sexo feminino e 69

(25%) do sexo masculino, havendo maior prevalência do sexo feminino entre os

trabalhadores de UBS do PSF (81%, n = 132) – esta informação foi ignorada por três

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entrevistados. A média de idade foi de 36,2 anos, sendo maior entre os profissionais das

UBS PSF (37,0) que entre os de UBS Tradicionais (34,9).

A renda bruta mensal referida pelos trabalhadores relaciona-se exclusivamente

ao emprego na UBS e foi classificada de acordo com a formação e nível de

escolaridade. Os salários da totalidade dos trabalhadores das UBS PSF (R$ 1.159,98)

foram em média superiores aos observados nas UBS Tradicionais (R$ 843,91). Quando

estratificadas as rendas por tipo de profissional, a média foi significativamente superior

nas UBS PSF para os médicos, auxiliares e técnicos de enfermagem (Tabela 3.4).

A renda bruta mensal dos trabalhadores de saúde entrevistados em Maceió foi no

geral superior a média observada no Lote 2 NE, com exceção à renda média dos

médicos e demais profissionais de nível superior que foram inferiores às observadas no

Lote (Tabela 3.4).

Tabela 3.4 - Renda média mensal dos trabalhadores em saúde estudados em Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF

– UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (R$) Trabalhadores

PSF Tradicional Total Lote 2 NE (R$)

Médicos 2.550,70 1.324,93 1.835,67 2.127,50

Enfermeiros 2.208,33 1.811,80 2.452,43 2.172,67

Demais profissionais

de nível superior 1.731,25 1.267,92 1.490,32 1.529,37

Auxiliares e técnicos

de enfermagem 1.125,04 638,37 904,88 554,33

Demais profissionais

de nível médio 810,06 1.121,50 834,02 472,86

ACS 597,53 503,64 544,24 383,88

Page 37: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

37

3.1.4 Amostra da Demanda Atendida nas Unidades Básicas de Saúde

3.1.4.1 Distribuição da Demanda por Unidade Básica de Saúde

Para o estudo da demanda foram registrados 558 atendimentos realizados pelos

profissionais das UBS amostradas, em um dia de trabalho (Tabela 3.5). Em relação ao

modelo de atenção, 462 (82%) atendimentos foram realizados nas UBS do PSF e 96

(17%) nas UBS Tradicionais. Assim, a média diária de atendimentos válidos por UBS

do PSF foi de 115 e pelas UBS Tradicionais de 96. Na Tabela 3.5 é possível observar a

distribuição dos atendimentos por UBS, em que alguns dos serviços não realizaram

registros.

Tabela 3.5 - Distribuição dos atendimentos prestados nas Unidades Básicas de Saúde de Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF - UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Unidade Básica de Saúde Nº de atendimentos (%)

Arthur Ramos 96 (17)

Galba Novaes 174 (31)

Grota do Moreira 130 (23)

Jorge David Nasser 39 (7)

PAM Dique Estrada 0 (0)

Paulo Leal Melo 0 (0)

São José 0 (0)

Tarcísio Palmeira 119 (22)

Vila Redenção 0 (0)

Total 558 (100)

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38

3.1.5 Amostra Populacional da Área de Abrangência das Unidades Básicas de

Saúde

3.1.5.1 Distribuição da População

As amostras populacionais selecionadas nas áreas de abrangência das UBS

totalizaram 152 crianças de um a três anos, 155 mulheres que tiveram filhos nos dois

últimos anos, 153 adultos entre 30 e 64 anos e 150 idosos com 65 anos e mais.

3.1.5.2 Situação Demográfica e Socioeconômica da População da área de

Abrangência das UBS

a. Condições de habitação

A presença de água encanada dentro de casa beneficiava os domicílios de 91%

dos adultos, 87% dos de crianças, 95% de idosos e 92% de mulheres. A proporção de

banheiro no domicílio foi de cerca de 84% para os adultos, 74% para as crianças, 85%

para os idosos e de 79% para as mulheres. Praticamente a totalidade, 98% dos

domicílios dos adultos e mulheres e 97% dos de idosos e crianças dispunham de

recolhimento do lixo por caminhão de serviço municipal.

Residências de tijolo com e sem reboco, mistas (madeira e tijolo) e com madeira

regular foram consideradas adequadas, enquanto aquelas construídas de madeira

irregular e papelão, lata ou lona foram classificadas de inadequadas. A proporção de

construção adequada foi maior nas residências de adultos (95%) do que nas residências

de idosos (92%), mulheres (92%) e crianças (91%).

A média de pessoas por domicílio de crianças foi de 5,0 e de mulheres foi 5,0

(dp = 1,8 e dp = 1,9, respectivamente). No caso dos adultos esta média foi 4,2 (dp = 1,9)

e nos idosos 3,9 (dp = 2,4). A concentração de sete ou mais pessoas por domicílio foi

identificada em 19% da amostra de crianças, 20% de mulheres, e em 11% de adultos e

idosos. Residir desacompanhado foi informado por 4% dos adultos e 9% dos idosos.

A Tabela 3.6 descreve as prevalências dos indicadores estudados em cada grupo

populacional por modelo de atenção. Em geral, as diferenças observadas quanto às

condições de moradia não foram significativas entre os modelos de atenção. Apenas no

Page 39: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

39

caso das mulheres e idosos, construção adequada foi mais freqüente entre os residentes

de áreas do PSF que de UBS Tradicionais.

Tabela 3.6 - Condições de habitação das crianças, mulheres, adultos e idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF

– UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Crianças Mulheres Adultos Idosos Indicador

PSF Tradicional PSF Tradicional PSF Tradicional PSF Tradicional

Água encanada no domicílio (%)

89 81 94 86 97 89 97 89

Banheiro no domicílio (%) 67 78 80 76 87 77 89 78

Recolhimento do lixo por caminhão (%)

99 94 99 96 97 100 98 96

Construção adequada (%) 92 88 95 86 96 94 95 85

Pessoas por domicílio (média)

5,1 4,9 5,0 5,1 4,1 4,2 4,0 3,7

b. Perfil das Crianças e Mães

Na amostra de 152 crianças, 47% (n = 71) eram do sexo masculino e a idade

média foi de 25,7 meses (dp = 10,2), variando de 12 a 47 meses. A proporção de

crianças brancas foi de 39% (n = 59), de pardas 50% (n = 76) e de negras 11% (n = 17),

não havendo diferenças entre os modelos de atenção.

As mães das crianças estudadas tinham idade média de 26,4anos (dp = 6,7),

variando de 15 a 47 anos, sendo maior entre as moradoras de áreas das UBS

Tradicionais (28,7; dp = 7,6) que de PSF (25,4; dp = 6,1). Em relação à escolaridade

dessas mães, 63% (n = 92) possuíam primeiro grau incompleto, 21% (n = 31) primeiro

grau completo e 16% (n = 23) segundo grau completo ou mais; não tendo sido

observada diferenças entre os modelos.

A renda média per capita da amostra de domicílios de crianças foi de 0,3 salário

mínimo (SM), sendo semelhante entre os modelos.

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40

Pouco menos de um quarto (22%; n = 35) destas mães e crianças estavam

incluídas nos estratos B e C agregados, 28% (n = 45) pertencia ao D e 51% (n = 82) ao

E. As proporções foram semelhantes entre os modelos de atenção.

c. Perfil das Mulheres

Na amostra de 155 mulheres, 57% (n = 89) eram de cor não-branca, sendo em

proporção significativamente maior entre as residentes de áreas do PSF (62%, n = 66)

que entre as de UBS Tradicionais (47%, n = 23). A idade média das entrevistadas foi de

25,0 anos (dp = 6,3), variando de 15 a 43 anos; e a proporção de menores de 20 anos foi

de 21% (n = 33), não havendo diferenças entre os modelos.

Entre as mulheres, 56% (n = 75) não havia completado o primeiro grau, 26% (n

= 35) possuía o 2º grau incompleto e 18% (n = 24) tinha o segundo grau completo ou

mais. Quando comparadas entre os modelos, as proporções foram semelhantes.

A renda mensal média per capita da amostra de mulheres foi de 0,3 SM. Apenas

11% (n = 16) pertencia as grupos sociais B e C agregados, 31% (n = 45) no grupo D e

59% (n = 86) no grupo E. Não houve diferenças significativas entre os modelos para

estas variáveis.

d. Perfil dos Adultos

Na amostra de 153 adultos, a idade média era de 45,1 anos (dp = 9,4), variando

de 30 a 64 anos. Deste total, 60% (n = 91) eram mulheres, 43% (n = 65) eram de cor

branca, e 72% (n = 110) eram casados (as) ou viviam com companheiro (a). Mais da

metade dos adultos sabia ler e escrever (64%; n = 98), não havendo diferenças entre os

modelos.

A renda média per capita nos domicílios de adultos foi de 0,5 SM. Na

distribuição por grupo social, apenas 1% dos adultos estavam nos estratos A e B

agrupados, 13% no C, 34% no D e 52% no E. De acordo com o modelo de atenção, não

foram observadas diferenças.

Pouco mais da metade dos adultos (53%; n = 81) informou trabalho remunerado

no último mês, observando-se proporções semelhantes entre os modelos de atenção. Das

pessoas que trabalhavam 51% (n = 41) eram empregadas, 48% (n = 39) autônomas e

apenas um (1%) era empregador.

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41

e. Perfil dos Idosos

Na amostra de 150 idosos, a idade média foi de 72,6 anos (dp = 6,5), variando de

65 a 92 anos. Deste total, 57% (n = 85) eram mulheres, 53% (n = 80) eram de cor

branca e a 45% (n = 67) eram viúvos(as). Não foi observada diferença entre os modelos

de atenção.

Menos de um terço da amostra dos idosos sabia ler e escrever (29%; n = 43),

sendo que 72% não possuía qualquer nível de escolaridade e apenas 4% possuía

primeiro grau completo ou mais, não tendo havido diferenças entre os modelos.

A renda média per capita dos idosos foi de 0,5 SM, não havendo diferença

significativa entre as áreas por modelo de atenção.

De acordo com a estratificação social, 9% (n = 12) dos idosos estavam no grupo

B e C agrupados, 27% (n = 38) no D e 64% (n = 89) no E. Logo, os estratos D e E

juntos reuniram 91% (n = 127) da amostra de idosos, não tendo ocorrido diferenças

quando comparadas entre os modelos de atenção.

A maioria (80%; n = 120) estava aposentada, e a média de idade da

aposentadoria foi de 60,1 anos (dp = 8,0) variando de 40 a 83 anos, sendo semelhante

entre as áreas por modelo de atenção.

3.2 Dimensão Político-Institucional

A dimensão político-institucional reúne alguns aspectos da conformação do

modelo de atenção básica à saúde, com ênfase particular no desenvolvimento da gestão

municipal e nas estratégias de descentralização do SUS. Buscando dar historicidade ao

recorte temporal do estudo, esta abordagem do processo de constituição da ABS no SUS

utilizou as categorias centrais do planejamento estratégico de Matus (MATUS, 1997):

projeto de governo, capacidade de governo e governabilidade.

Planejar a ação política em uma perspectiva estratégica significa pensar um

conjunto de atividades, com metodologia, objetivos e metas definidos.

O Projeto de Governo procura caracterizar as bases materiais e históricas do

SUS nos municípios do Lote, com especial ênfase para a atenção básica à saúde. Os

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42

atributos que qualificam um Projeto de Governo são os recursos disponíveis e passíveis

de alcançar, o conhecimento acumulado sobre o tema, o poder necessário para

desencadear as ações propostas, as chances de implantação e a possibilidade de sucesso.

De modo simplificado, mas ilustrativo, estes atributos estão sintetizados na identificação

da “maturidade” da gestão municipal (tipo de gestão, índice de aprendizado

institucional, adequação institucional do sistema municipal de saúde, critérios na

definição de áreas de abrangência das UBS e na implantação do PSF, características do

emprego e da remuneração dos trabalhadores da atenção básica), da capacidade

instalada da rede básica e do processo de conversão do modelo da atenção básica

através do PSF.

A Capacidade de Governo compreende o conhecimento institucional acumulado,

o conjunto de saberes e técnicas disponíveis para operar o Projeto de Governo e a

política setorial. Nesta categoria se identificam os recursos intelectuais mobilizados para

a condução da ABS nos municípios, como por exemplo, o perfil do Secretário, do

Coordenador da Atenção Básica ou do PSF, do Presidente do Conselho Municipal de

Saúde e dos Profissionais das UBS.

A Governabilidade descreve os fundamentos político-financeiros para efetivação

das políticas de ABS, ou seja, recursos e margem de manobra política que, articulados à

Capacidade de Governo, permitem transformar as intenções de um projeto em gestos ou

ações concretas. A Governabilidade reúne mecanismos e instrumentos de poder

(político, econômico) capazes de desencadear as decisões e os respectivos movimentos

necessários para que os objetivos e as metas sejam alcançados. Neste estudo foram

utilizados como indicadores de governabilidade as despesas per capita com saúde, o

financiamento da atenção básica nos municípios, o apoio a projetos de atenção básica à

saúde e de saúde da família e as características do Conselho Municipal de Saúde.

3.2.1 Projeto de Governo

3.2.1.1 Tipo de Gestão Municipal, Índice de Aprendizado Institucional e Cobertura

do Programa de Saúde da Família

Maceió encontrava-se na modalidade de gestão plena do sistema municipal.

Com o PSF implantado desde 1996, seu aprendizado institucional foi considerado

médio pela avaliação do Ministério da Saúde realizada em 2000.

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43

43,7

57,2

44,4

64,2 66

73,6 72,6

21,9 21,4 22 22,4 23,3 23,825,5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Arapiraca

Maceió

PROESF

A cobertura de PSF passou de 22% em 1999 para 26% em 2005, demonstrando

um crescimento muito pequeno para o período (18% apenas), ocupando assim a terceira

pior posição de cobertura populacional entre os municípios do Lote 2 NE. Sendo assim,

Maceió ainda situa-se abaixo da meta de 30% proposta pelo Ministério da Saúde, na

Fase 1 do PROESF, para cidades com porte populacional de 500.000 até menos de dois

milhões de habitantes.

Figura 3.1 - Evolução da cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF) nos municípios de mais de 100.000 habitantes de Alagoas, de 1999 a 2005. Estudo de

Linha de Base, PROESF-UFPel, Lote 2 Nordeste, 2005.

Em 2001, o número de ESF instaladas no município era de 39, passando para 43

em 2004, representando apenas de 3% das ESF do Lote 2 NE.

O número total de UBS de Maceió, era de 27 em 2001, passando para 29 em

2004. Considerando a população do município (797.759 habitantes) e a capacidade

instalada da rede de UBS (n = 29), cada unidade abrangeria, em média, 27.509

habitantes, revelando assim uma situação crítica de cobertura média da atenção básica,

onde se faz necessária a implantação de novos serviços. Apesar disto, aqui não estão

sendo considerados aspectos como as condições de estrutura e disponibilidade de

profissionais no atendimento da demanda nestas UBS; as quais são apresentadas para as

unidades selecionadas nos itens 3.1.3.1 e 3.3.2.1.

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44

Para alcançar uma cobertura total de PSF no município seria necessária a

implantação de cerca de 134 novas Equipes de Saúde da Família, além da implantação

de novos serviços e da conversão de UBS Tradicionais.

3.2.1.2 Adequação Setorial e dos Modelos de Atenção para o Funcionamento do

Sistema Municipal de Saúde

O gestor não prestou informações sobre a adequação dos setores e nem sobre a

adequação dos modelos de atenção no atendimento das necessidades de saúde do

município.

3.2.1.3 Critérios na definição de áreas de abrangência das UBS e na implantação

do Programa de Saúde da Família

Não foram prestadas informações sobre os critérios que o gestor considerava

importantes na definição de áreas de abrangência no município.

3.2.1.4 Características do emprego e da remuneração dos trabalhadores da

Atenção Básica

O ingresso por concurso público alcançou 74% (n = 204) dos trabalhadores da

rede básica, sendo significativamente maior nas UBS Tradicionais (84%; n = 93) do que

no PSF (67%; n = 111). A forma de contratação mais prevalente foi Estatutário (80%; n

= 208), com predomínio entre os trabalhadores vinculados às UBS Tradicionais (86%; n

= 89); seguida de CLT (6%; n = 15) e prestação de serviço (6%, n =15), ambos com

maior proporção nas UBS do PSF (8%, n = 13 e 8%, n =12; respectivamente).

O vínculo de trabalho tipicamente precário (sem garantias trabalhistas) alcançou

14% (n = 36) dos trabalhadores da atenção básica em Maceió, sendo esta situação

semelhante entre os trabalhadores dos diferentes modelos de atenção.

Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) foi referido por 40% (n = 97) dos

trabalhadores entrevistados; e o pagamento em dia do salário foi informado por 92% (n

= 254), não havendo diferença significativa entre os modelos. Já o pagamento de

incentivos foi referido por 26% (n = 70) dos profissionais, sendo significativamente

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45

mais freqüente entre aqueles lotados em UBS do PSF (36%, n = 55) do que em UBS

Tradicionais (14%, n = 15).

Dos entrevistados, 26% (n = 72) fizeram referência ao trabalho atual como

primeiro emprego. Entretanto, 28% (n = 76) afirmaram possuir outro emprego,

referência significativamente mais freqüente entre os trabalhadores de UBS

Tradicionais (43%, n =47) do que nas UBS do PSF (18%, n =29).

O tempo médio de trabalho dos trabalhadores na prefeitura local foi de 60,1

meses (dp = 62,4) e na UBS atual de 49,3 (dp = 59,7), sendo no segundo caso com

média superior para os vinculados às UBS do PSF (55,6 meses - dp = 60,6).

3.2.2 Capacidade de governo

3.2.2.1 Perfil do Secretário Municipal de Saúde

O secretário municipal de saúde era do sexo masculino, tinha 53 anos de idade,

era médico e possuía curso de pós-graduação. Possuía experiência anterior em

coordenação de atividades coletivas (Diretor de Hospital).

3.2.2.2 Perfil do Coordenador de Atenção Básica e / ou do Programa de Saúde da

Família

O coordenador da Atenção Básica à Saúde era do sexo masculino, médico, com

idade de 37 anos. Além disso, havia cursado especialização na área de Saúde Pública e

residência em cirurgia geral e urologia. Ocupava o cargo atual há cerca de seis meses e

já havia atuado como Diretor de UBS/ Hospital público e como profissional liberal.

Ainda referiu possuir outros cursos de aperfeiçoamento na área da saúde.

3.2.2.3 Perfil do Presidente do Conselho Municipal de Saúde

O presidente do CMS era do sexo masculino, tinha 53 anos de idade com 17

anos de estudo e possuía curso de pós-graduação. Era médico e representava o gestor.

Na época do estudo, atuava no cargo há 6 meses, mas participava do CMS desde o ano

de 2005. Possuía experiência anterior em coordenação de atividades coletivas (Diretor

de Hospital).

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46

3.2.2.4 Perfil dos Trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde

As características de sexo, idade e renda dos 277 trabalhadores que participaram

do estudo, nas nove UBS de Maceió, estão apresentadas no item 3.1.3.2, que aborda o

perfil sócio-demográfico da amostra estudada. Na perspectiva da capacidade de

governo, estão enfatizados os aspectos relacionados à escolaridade, formação

profissional, especialização e capacitação realizadas, fundamentais para o

enfrentamento dos desafios cotidianos e estratégicos da ABS.

Em relação à escolaridade haviam 42% (n = 115) dos trabalhadores de saúde

haviam concluído nível superior, sendo que destes 19% (n = 51) possuíam pós-

graduação. Entre os demais, 13% (n = 37) tinham curso superior incompleto; 35% (n =

96) ensino médio completo; 2% (n = 7) ensino médio incompleto; 4% (n = 11)

fundamental completo e 4% (n = 10) fundamental incompleto. Nenhum possuía

mestrado.

A Tabela 3.7 descreve a distribuição da escolaridade dos trabalhadores com

relação aos modelos de atenção. Neste sentido, não foram observadas diferenças

significativas.

Tabela 3.7 - Escolaridade dos trabalhadores em saúde estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Escolaridade

PSF Tradicional Total

Superior completo 38 47 42

Superior incompleto 13 14 14

Ensino médio completo 37 32 35

Ensino médio incompleto 2 3 2

Fundamental completo 6 1 4

Fundamental incompleto 4 3 3

De um total de 45 profissionais com especialização, cerca de um quarto (24%, n

= 11) havia concluído especialização na área de saúde pública, saúde coletiva, ou saúde

da família, sendo semelhante entre as áreas.

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Entre a totalidade dos trabalhadores da Atenção Básica foi pesquisada a

realização dos seguintes cursos de capacitação: Introdutório ao PSF, SIAB, Saúde da

Criança, Saúde da Mulher, Saúde do Adulto, AIDPI, Diabetes, Hipertensão, DST/

AIDS, Hanseníase, Tuberculose e Imunizações. As proporções de capacitação em

Maceió variaram de 13% (AIDPI) à 47% (DST/ AIDS). Quando comparadas as

proporções entre os modelos de atenção, observou-se que os índices foram

significativamente maiores entre os profissionais das UBS do PSF (Tabela 3.8).

Comparando-se os resultados das capacitações dos trabalhadores de Maceió com

os do Lote 2 NE, a proporção foi menor no município para todos os itens (Tabela 3.8).

Tabela 3.8 - Cursos de capacitação realizados pelos trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde estudadas em Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE.

Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. Maceió (%)

Curso PSF Tradicional Total

Lote 2 NE (%)

Introdutório ao PSF 48 22 38 53

SIAB 37 3 24 39

Saúde da Criança 43 13 32 38

Saúde da Mulher 38 17 30 42

Saúde do Adulto 21 4 14 28

AIDPI 20 3 13 30

Diabetes 43 16 33 43

Hipertensão 43 17 33 45

DST / AIDS 57 31 47 55

Hanseníase 46 16 34 51

Imunizações 44 23 36 45

Tuberculose 51 21 39 53

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3.2.3 Governabilidade

3.2.3.1 Despesas per capita com saúde

Para realizar as atividades do SUS a cada ano, Maceió teve uma despesa média

em saúde de R$ 149,76 por habitante, superior a média observada entre os municípios

do Lote 2 NE (R$ 120,47).

3.2.3.2 Financiamento da Atenção Básica nos Municípios

Conforme informações do DATASUS (Cadernos de Informações em Saúde), em

Maceió, no ano de 2002, 21,8% do PAB total estava vinculado às transferências federais

do incentivo PACS / PSF. O PAB Fixo de Maceió era de R$ 10,66 por habitante e

34,5% era a proporção de despesas com recursos humanos em relação às despesas totais

em saúde. Eram aplicados em saúde 13,3% dos recursos próprios, abaixo das exigências

da EC 29. A Tabela 3.9 oferece uma comparação dos indicadores de financiamento da

atenção básica à saúde no município em comparação à média dos municípios do Lote.

Tabela 3.9 - Indicadores de financiamento do sistema de saúde para o município de Maceió e para o Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2

NE, 2005.

Indicador Maceió Lote 2 NE

PAB Fixo (R$ / habitante) 10,66 9,71

% Despesas Recursos Humanos 34,5 53,1

% Transferências PSF / PACS no PAB total 21,8 40,5

% Recursos próprios aplicados em saúde (EC 29) 13,3 14,4

Fonte: Cadernos de Informações em Saúde, 2002.

3.2.3.3 Apoio a Projetos de Atenção Básica à Saúde e de Saúde da Família

O gestor não prestou avaliação sobre o apoio recebido aos projetos da atenção

básica e PSF, tanto de parlamentares como do CMS e profissionais de saúde.

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A satisfação dos trabalhadores das UBS com o vínculo de trabalho foi de 91% (n

= 240) e superior entre os trabalhadores das UBS Tradicionais (96%; n = 105) do que

entre as do PSF (88%; n = 144).

3.2.3.4 Características do Conselho Municipal de Saúde

O presidente relatou que o CMS foi criado em 1992, possuía regimento interno e

sua última atualização ocorreu no ano de 2004.

O CMS era composto de 24 entidades, sendo 6 representantes da área

governamental, 3 dos prestadores de serviços ao SUS privados ou conveniados sem fins

lucrativos, 3 dos profissionais de saúde e 12 da sociedade civil organizada.

Entre os temas abordados nas reuniões ordinárias do CMS, foram destacados a

apresentação da aplicação de recurso suplementar do incentivo federal as ações de DST;

remanejamento do servidor da FUNASA; composição das comissões; prestação de

contas sobre o programa da AIDS; definição da continuação do contrato com a

CEGEPO; apresentação das ações do centro de controle de zoonoses; apresentação das

ações de vigilância sanitária; apresentação do programa de hipertensos e diabéticos;

apresentação do projeto para construção de hospital; apresentação das mudanças no

currículo do curso de medicina; eleição dos diretores das U.S.; procedimento de

retinopatia diabética; apresentação dos pré-projetos da SMS enviados ao Ministério da

Saúde; saúde mental; 1º Distrito Sanitário de Maceió; definição de representante do

CMS na “Comissão de Redução de Leitos Psiquiátricos”; alteração do horário das

reuniões ordinárias do CMS; discussão sobre a utilização de seringas descartáveis para

pacientes diabéticos; eleição do vice-presidente do CMS; apreciação do convênio

firmado com o MS para ampliação de ambulatório geral da Santa Casa que presta

atendimento exclusivo aos pacientes do SUS; apreciação do regimento interno da

comissão de Saúde Mental do município de Maceió; dependência química; avaliação do

regimento interno do CMS; apreciação da portaria que institui o núcleo de educação

permanente; indicação de três membros para compor o núcleo de educação permanente;

apreciação do relatório de gestão; portaria do MS (interministerial) referente ao

atendimento de adolescente; aprovação das atas; regimento interno do CMS; e prestação

de contas.

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Já as reuniões extraordinárias trataram dos seguintes temas: discussão e

aprovação de deliberações de conferência municipal de saúde de Maceió; situação do

programa de saúde mental do município (coordenação e rede de assistencial); data base

dos servidores da SMS conforme lei de plano de cargos, carreira e vencimentos; termo

de parceria firmado entre SMS e CEGEPO; apreciação do plano de ações e metas de

DST e AIDS; apreciação de projeto de recuperação do lixão; apreciação da implantação

da mesa municipal de negociação permanente do SUS; apreciação dos projetos para

capacitação de gerência da SMS de Maceió (180 membros) e para capacitação de

agentes multiplicadores para implementação da política de humanização da assistência

básica à saúde; apreciação do relatório da gestão; discussão sobre o orçamento do CMS.

À época do estudo, não havia Conselhos Locais de Saúde implantados no

município.

O presidente do CMS não soube informar se a Secretaria Municipal de Saúde,

no período de 2001 a 2004, deixou de buscar a aprovação do CMS para a implantação

de alguma política de saúde. Da mesma forma não soube informar a qualidade do

relacionamento entre a Secretaria Municipal de Saúde e o CMS, pois havia assumido o

cargo há pouco tempo.

Sobre o apoio da SMS à questões como infra-estrutura, recursos financeiros,

participação em eventos, foi observado que o conselho possuía orçamento de 60 mil

reais e aos poucos estava organizando sua estrutura física com equipamentos e

climatização.

Entre os anos de 2001 e 2004 foram realizadas duas Conferências Municipais de

Saúde.

Sobre a ocorrência de conflitos entre os Conselheiros das diferentes entidades, o

presidente mencionou que estes ocorriam especialmente quando os conselheiros

confundiam seus papéis com os de “policiais”.

3.3 Dimensão Organizacional da Atenção

3.3.1 Práticas de gestão da ABS

Ao caracterizar as práticas de gestão nos municípios do Lote foram identificados

princípios, normas e funções, procedimentos e recursos cuja finalidade é ordenar a

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estrutura e o funcionamento da atenção básica à saúde. Muitos destes aspectos se

confundem com as práticas de oferta de serviços, pois uma estratégia de gestão

estabelecida pode implicar em uma oferta de serviços ao público.

3.3.1.1 Mecanismos de supervisão, monitoramento e avaliação da atenção básica à

saúde

Em Maceió, não foi possível conhecer a opinião do gestor sobre as ações

desenvolvidas para a gestão da Atenção Básica, nem sobre a produção de relatórios

periódicos com indicadores selecionados para a tomada de decisão.

As atividades de supervisão do trabalho nas UBS foram relatadas por 67% (n =

161) dos trabalhadores de saúde, sendo mais referida entre os trabalhadores do PSF

(80%, n = 119) do que de UBS Tradicionais (48%, n = 42). Entre aqueles que referiram

supervisão, 10% (n = 15) mencionaram uma periodicidade semanal, 28% (n = 42)

relataram encontros que variaram de quinzenais a anuais, enquanto 62% (n = 94)

informaram periodicidade indefinida. Neste caso, a periodicidade semanal foi mais

freqüente entre as UBS Tradicionais (16%, n = 6) e a indefinida no PSF (72%, n = 81).

3.3.1.2 Estratégias de controle e regulação da demanda

O setor de Controle, Avaliação, Auditoria e Regulação estava constituído no

município, cuja modalidade é gestão plena do sistema municipal. Apesar disto, o gestor

não identificou as estratégias de controle e regulação da demanda para o atendimento

em serviços de maior complexidade, tampouco a existência de uma forma de

acolhimento das reclamações dos usuários e os tipos de centrais implantadas para

acolher e ordenar as necessidades de saúde dos usuários.

3.3.1.3 Informação e Informatização na Rede Básica Municipal

Do ponto de vista da tecnologia da informação, entre as nove UBS estudadas no

município, seis (Galba Novaes, Grota do Moreira, Jorge David Nasser, São Jose,

Tarcísio Palmeira e Vila Redenção) dispunham de microcomputador.

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No município, não havia UBS informatizadas alimentando o SIA-SUS entre

2001 e 2004. Durante este mesmo período nenhuma UBS estava incluída no Sistema de

Vigilância Epidemiológica.

3.3.1.4 Sistemas de Informação em Saúde

Não foi informado se em 2004, os sistemas de informação de base nacional

estavam inseridos na rotina do município, responsável pelo gerenciamento e

preenchimento regular do SINASC, do SIM, do SINAN, do SISVAN e do SIAB.

Também não foram passadas informações sobre a proporção de óbitos infantis

mal definidos no município de 2001 a 2004, bem como sobre sua respectiva

investigação.

3.3.2 Práticas de Oferta de Serviços no Município

Este tópico descreve recursos e estratégias utilizados nos municípios para

oferecer os serviços básicos de saúde à população. Há uma ênfase importante na

estrutura das UBS. Também é abordada a disponibilidade de profissionais do PSF, na

perspectiva de avaliar o acesso da população ao novo modelo de atenção.

3.3.2.1 Estrutura da rede básica de saúde

Entre as UBS estudadas, as UBS Jorge David Nasser e Paulo Leal Melo foram

os serviços que informaram o maior número de dependências existentes (n = 11),

enquanto a UBS Vila Redenção informou o maior número de áreas inexistentes (n = 5).

A UBS PAM Dique Estrada informou a existência de apenas duas dependências, mas

não prestou nenhuma outra informação. Sala de reuniões foi a dependência mais citada

como inexistente (Tabela 3.10).

Já sobre a adequação das dependências estudadas, a maioria expressiva das

dependências foi considerada inadequada na avaliação das equipes. Apenas a UBS

PAM Dique Estrada não prestou quaisquer informações a este respeito (Tabela 3.11).

Na percepção dos profissionais de saúde, de modo global foram consideradas

adequadas ao acesso de pessoas portadoras de deficiência as UBS Galba Novaes, PAM

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Dique Estrada e Paulo Leal Melo. Apenas as UBS Grota do Moreira e Tarcísio Palmeira

referiram existência de tapetes na sala de espera e consultório, sendo que somente a

unidade Grota do Moreira referiu existência de tapete em outra(s) dependência(s) e a

UBS Tarcísio Palmeira não prestou esta informação.

A presença de degraus dificultando o acesso de deficientes foi mencionada em

duas UBS (Arthur Ramos e Grota do Moreira), enquanto outras cinco UBS (Galba

Novaes, Jorge David Nasser, PAM Dique Estrada, São José e Tarcísio Palmeira)

dispunham de rampas alternativas para facilitar o acesso destas pessoas. A existência de

calçadas permitindo o deslocamento seguro de deficientes visuais foi referida por duas

UBS (PAM Dique Estrada e Tarcísio Palmeira) e ausência de corrimãos nas escadas,

rampas e corredores foi referida por todas as unidades que prestaram esta informação.

Cinco UBS (Galba Novaes, Jorge David Nasser, PAM Dique Estrada, Paulo

Leal Melo e Tarcísio Palmeira) referiram portas de banheiros que possibilitavam acesso

a cadeirantes, mas apenas em quatro UBS (Galba Novaes, PAM Dique Estrada, Paulo

Leal Melo e Tarcísio Palmeira) era possível realizar manobras com cadeiras de rodas.

Cadeira de rodas para pacientes estava disponível em duas UBS (PAM Dique

Estrada e Paulo Leal Melo). Já as cadeiras da sala de espera foram consideradas

adequadas para o local do atendimento apenas na UBS Galba Novaes.

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Tabela 3.10 – Área física das Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Dependência Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção

Recepção E E E E NR E E E NR

Sala de Espera E E E E NR E NR E E

Consultórios E E E E NR E E E E

Consultórios com banheiro E E E E NR E E NR E

Consultório Odontológico E E I E E E E E I

Sala de Vacinas E E E E NR E E E E

Cozinha E E E E NR E E E E

Sala de cuidados de enfermagem E I E E E E NR E E

Sala de Reuniões I I I E NR I I I I

Sala de Esterilização E I E E NR E NR E I

Farmácia I E E E NR E E E I

Expurgo E I E I NR E E E I

E – Existente; I – Inexistente; NR – Não Respondeu.

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Tabela 3.11 - Adequação da estrutura nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Dependência Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo

São José

Tarcísio Palmeira

Vila Redenção

Recepção I I I I NR I I I I

Sala de Espera I I I I NR I I I I

Consultórios I I I I NR I I I A

Consultórios com banheiro I I I I NR I I I I

Consultório Odontológico I A NSA I NR I I I NSA

Sala de Vacinas I I A I NR I NR I I

Cozinha I I I I NR I I I I

Sala de cuidados de enfermagem A NSA A A NR I A I A

Sala de Reuniões NSA NSA NSA I NR NSA NSA NSA NSA

Sala de Esterilização I NSA I I NR NR I I NSA

Farmácia NSA I I I NR I I I NSA

Expurgo I NSA I NSA NR I I I NSA

A – Adequado; I – Inadequado; NR – Não Respondeu; NSA – Não se Aplica por inexistência da dependência.

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A maioria dos equipamentos de trabalho estavam em condições de uso e

disponíveis entre as UBS estudadas. Centrífuga, lanterna e microscópio foram os únicos

equipamentos citados como inexistentes ou impróprios pelas nove unidades estudadas.

Enquanto as UBS PAM Dique Estrada e Tarcísio Palmeira informaram dispor do

maior número de equipamentos próprios para uso (n = 27), a UBS Arthur Ramos foi o

serviço que referiu o maior número de equipamentos inexistentes ou impróprios (n =

13).

A Tabela 3.12 apresenta a relação de todos os equipamentos investigados e sua

respectiva condição de acordo com cada uma das UBS estudadas.

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Tabela 3.12 – Equipamentos e instrumentos das Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Equipamento / Instrumento Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção

Balança Adulto P P P P P P P P P

Balança Infantil P P P P P P P P P

Termômetro P P P P P P P P P

Cadeira odontológica P P NR NR P P P P NR

Nebulizador P P I P P P P P I

Estetoscópio I I P P P P P P P

Foco de luz I I P P P P P P P

Geladeira exclusiva vacina P P P P P P P P P

Mesa ginecológica P I P P P P P P I

Centrífuga I I I I I I I I I

Aparelho Fotopolimerizador I P P P P P P P NR

Tensiômetro P P P P P P P P P

Sonar P P P P P P P P I

Mocho P P NR NR P P P P NR

Estufa P P NR P P P P P NR

P – Próprio para uso; I – Impróprio para uso ou ausente; NR – Não Respondeu.

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Equipamento / Instrumento Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção’

Amalgamador P P NR NR P P P P NR

Compressor P P NR P P P P P NR

Refletor P P NR P P P ´P P NR

Instrumental exame clínico P P NR P P I P P NR

Instrumental para procedimentos básicos I I NR P P P P P NR

Instrumental Dentística P P NR P P I P P NR

Equipo odontológico P P NR P P P P P P

Negatoscópio I I P P P I I I P

Otoscópio P P P I P P I P P

Oftalmoscópio P P I P P P P P P

Unidade auxiliar I P NR P I P P I NR

Instrumental de urgências I P NR P P I P P NR

Espéculos vaginais NR NR NR NR P P NR NR I

Glicosímetro I P P P P P P P P

Estetoscópio de Pinar P P P I I I I I I

Microscópio I I I I I I I I I

Lanterna I I I I I I I I I

Microcomputador I P P P I I P P P

Impressora I P P P I I I P P P – Próprio para uso; I – Impróprio para uso ou ausente; NR – Não Respondeu. ������������������

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À exemplo do ocorrido quanto aos equipamentos, a maioria dos materiais e

insumos foi considerada suficiente pelas UBS estudadas. Entretanto, material para

pequenas cirurgias foi considerado insuficiente por oito UBS e somente algodão, álcool

e descartex estavam em suficiência em todas as UBS.

A UBS Arthur Ramos foi o serviço que informou maior carência de materiais e

insumos (n = 13) e a UBS Jorge David Nasser a maior disponibilidade dos mesmos (n =

17).

A Tabela 3.13. apresenta todas as informações referentes a disponibilidade de

materiais e insumos de acordo com cada uma das unidades estudadas.

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Tabela 3.13 – Disponibilidade de materiais e insumos nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Materiais e Insumos Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção

Agulhas descartáveis I I S S S S I S S

Esparadrapo S I S S S S S I S

Luvas esterilizadas I S S S I S S S S

Algodão S S S S S S S S S

Gaze I I S S S S S S I

Luvas para procedimentos S S S S S S S I S

Álcool S S S S S S S S S

Seringa para vacinas I S S S S S I S S

Seringa para outras injeções I I S S I S I S I

Material para retirada de pontos I S I S I S I I I

Material para pequenas cirurgias I I I S I I I I I

Fio de sutura I I I I I I S S I

Descartex S S S S S S S S S

Bloco de receituário I I S S S S S S S

Cartão da criança I S S S I S S S I

Cartão da gestante I S S S S S I S S

Ficha de cadastramento SIAB I I I S I I S S I

Ficha de cadastramento domiciliar I I I S I I I S S S – Suficientes; I – Insuficientes; NR – Não respondeu.

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3.3.2.2 Disponibilidade de Profissionais do PSF

Em Maceió, as Equipes de Saúde da Família (ESF) estavam presentes em seis

UBS de PSF (Galba Novaes, Grota do Moreira, Jorge David Nasser, São José, Tarcísio

Palmeira e Vila Redenção) e em uma UBS Tradicional (Paulo Leal Melo) - a qual

encontrava-se em fase de conversão de modelo.

Na análise da composição da ESF mínima, tomou-se como referência a

disponibilidade de médico, enfermeiro, auxiliares ou técnicos de enfermagem e agentes

comunitários.

No total, foram encontrados 13 médicos, 13 enfermeiros, 25 auxiliares e / ou

técnicos de enfermagem, 70 agentes comunitários de saúde e 5 odontólogos.

O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) era realidade nas UBS

Galba Novaes, Grota do Moreira, Jorge David Nasser, Paulo Leal Melo, São José,

Tarcísio Palmeira e Vila Redenção.

3.3.2.3 Acesso aos serviços básicos de saúde

As UBS do PSF existiam, em média, há cerca de 106 meses (dp = 92,6) e as

Tradicionais há 66 meses (dp = 42,4). Em média a população adstrita foi de 15.523

pessoas, sendo significativamente maior nas UBS Tradicionais (38.500) que nas do PSF

(7.864). A UBS Paulo Leal Melo foi a que informou maior população coberta pelo

serviço (40.000), seguida pela UBS PAM Dique Estrada (37.000).

A carga horária contratada e cumprida pelos trabalhadores de saúde foi, em

média, de 34 horas semanais para ambos. Entre os trabalhadores do PSF a carga horária

contratada foi maior (36,5 horas / semana) em comparação com aqueles das UBS

Tradicionais (30,8 horas / semana), o que gerou, conseqüentemente, uma também maior

carga horária cumprida entre aqueles trabalhadores.

Nas UBS estudadas, a cada dia, em média, os médicos realizavam 22 consultas;

os enfermeiros 16 atendimentos; os outros profissionais de nível superior 17; os

auxiliares e técnicos de enfermagem 45; os de nível médio 45; e os ACS 15. Não foram

observadas diferenças significativas entre os modelos de atenção quanto ao número de

atendimentos prestados pelos profissionais.

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62

3.3.2.4 Acesso aos serviços especializados

O gestor não prestou informações sobre a forma de acesso aos serviços do SUS,

nem sobre o tempo de espera para a realização de consultas especializadas e exames.

A disponibilidade satisfatória de consulta médica para a atenção especializada

foi investigada através da opinião da equipe de saúde, em instrumento coletivo sobre a

UBS. Foi percebida como suficiente em 11% para cardiologia; em 22% para

dermatologia, ginecologia, nefrologia e pneumologia; em 33% para ortopedia e

psiquiatria; e em 78% para pediatria. O acesso foi considerado insatisfatório às

consultas especializadas em fisioterapia, neurologia, oftalmologia e

otorrinolaringologia.

O acesso direto à retaguarda em pronto-socorro foi considerado satisfatório nas

UBS Galba Novaes, Jorge David Nasser e Tarcísio Palmeira, e insatisfatório nas

unidades Arthur Ramos, Grota do Moreira, PAM Dique Estrada, Paulo Leal Melo, São

José e Vila Redenção. Já o acesso à retaguarda para internação hospitalar foi

considerado insatisfatório em todas as unidades estudadas.

O município não passou informações sobre a disposição de estratégias de

articulação das UBS com serviços de maior complexidade ou de apoio diagnóstico.

3.3.2.5 Adstrição da demanda

A adstrição da demanda ou vinculação da UBS com a população da área de

abrangência foi verificada através da existência de área geográfica definida e mapa.

Somente as UBS do PSF referiram possuir área geográfica definida e mapa.

Entre as nove UBS estudadas, somente seis já haviam concluído o

cadastramento das famílias, sendo cinco destas do PSF e apenas uma Tradicional (Paulo

Leal Melo). A sexta UBS do PSF estudada (Vila Redenção) já havia completado o

cadastramento em mais da metade da população cadastrada.

A participação da equipe em atividades na área de abrangência da UBS nos

últimos 12 meses foi de 39% (n = 98), sendo significativamente maior entre os

trabalhadores das UBS do PSF (57%, n = 85) do que entre os das UBS Tradicionais

(13%, n = 13).

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3.3.2.6 Vínculo com instituições de ensino

A vinculação com atividade de ensino estava presente em sete das UBS

amostradas, especificamente seis do PSF (Galba Novaes, Grota do Moreira, Jorge Davis

Nasser, São José, Tarcísio Palmeira e Vila Redenção) e uma Tradicional (Paulo Leal

Melo). O vínculo acontecia através de instituições de ensino superior (Galba Novaes,

Grota do Moreira, Jorge David Nasser, Paulo Leal Melo, São José e Tarcísio Palmeira);

instituições filantrópicas (Vila Redenção); escolas técnicas de enfermagem (Paulo Leal

Melo); e PROFAE (Galba Novaes, Paulo Leal Melo e São José). A área de ensino

predominante foi a de enfermagem (presente nas sete UBS), seguida pelas áreas de

odontologia (nas UBS Grota do Moreira, Jorge David Nasser e Tarcísio Palmeira) e

medicina (na UBS Jorge David Nasser).

3.3.2.7 Assistência farmacêutica

Não foram prestadas informações sobre a adoção de lista básica de

medicamentos para abastecer as UBS ou mesmo sobre as condições de armazenamento

existentes no município. Já a dispensação dos medicamentos acontecia, na maioria dos

casos, nas próprias UBS de acordo com informações prestadas pelos profissionais.

3.3.3 Experiências inovadoras em atenção básica à saúde

Não foi possível conhecer a opinião do gestor por falta de preenchimento do

questionário.

Já o presidente do CMS destacou que os principais projetos aprovados pelo

conselho em Atenção Básica no período de 2001 a 2004 foram os CAPS ( Centros de

Atenção Psicossocial); a ampliação da atenção básica; a assistência odontológica; e a

assistência à saúde da mulher, de adolescentes e deficientes.

3.4 Dimensão do Cuidado Integral

3.4.1 Estratégias de indução da integralidade

O direito universal à saúde da população brasileira define a integralidade como

um dos princípios constitucionais do SUS. Entretanto, a integralidade ainda não

Page 64: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

64

assumiu a esperada relevância estratégica na organização e desenvolvimento das ações

de saúde. Alcançar a integralidade em saúde requer ações planejadas com esta

finalidade tanto no âmbito da UBS e em seu vínculo com a comunidade, quanto na

referência e contra-referência entre os níveis de atenção à saúde. Além disso,

compreende a articulação das práticas não apenas no âmbito setorial, mas também no

âmbito intersetorial (PINHEIRO, 2005). Neste estudo, a integralidade foi captada

através de alguns “proxis”, como, por exemplo, as práticas realizadas nas UBS, com

ênfase em ações programáticas a grupos prioritários, o acesso direto a exames

complementares, a disponibilidade de medicamentos, a utilização de protocolos, a

utilização de computadores pelos profissionais de saúde, a percepção dos profissionais

sobre a qualidade dos serviços prestados e o acesso a publicações do Ministério da

Saúde.

3.4.1.1 Atividades realizadas na UBS para o cuidado integral

A investigação do conjunto de ações realizadas na UBS para o cuidado integral

envolveu o questionamento da realização das seguintes atividades: atendimento a

demanda sentida; atendimento odontológico a grupos prioritários; atendimento de pré-

natal; cuidado domiciliar e visita domiciliar; procedimentos de enfermagem;

diagnóstico e tratamento da hanseníase e da tuberculose; diagnóstico e tratamento da

hipertensão e do diabetes; glicemia capilar; atendimento a desnutrição e suplementação

alimentar; notificação compulsória de doenças; manejo de agravos mais prevalentes na

infância, planejamento familiar; pequenas cirurgias; prevenção do câncer de colo

uterino; promoção do aleitamento materno e promoção do crescimento e

desenvolvimento infantil.

A maioria destas atividades eram realizadas nas unidades estudadas. Entretanto,

a pequenas cirurgias foi a atividade menos referida, sendo realizada somente na UBS

PAM Dique Estrada (Tabela 3.14).

Dentre as unidades estudadas, a UBS Jorge David Nasser foi o serviço que

referiu prestar o maior número de atividades (n = 17), enquanto as UBS Arthur Ramos e

Paulo Leal Melo prestavam o menor número (n = 13) - (Tabela 3.14).

A Tabela 3.15 informa as atividades de grupos prestadas em cada um dos

serviços estudados, em que todos referiram realizar este tipo de atendimento. Apesar

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disto, entre os grupos investigados, apenas grupo pré-natal era realizado em todas as

UBS estudadas; enquanto o grupo de portadores de sofrimento psíquico foi o menos

citado, sendo prestado somente pela UBS São José (Tabela 3.15).

A UBS São José foi a unidade que informou prestar o maior número de

atividades em grupo (n = 8) e, ao contrário, a UBS Arthur Ramos era a que menos

prestava este tipo de cuidado (n = 1). – (Tabela 3.15)

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Tabela 3.14 – Atividades para o Cuidado Integral nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Atividades para o Cuidado Integral Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo

São José

Tarcísio Palmeira

Vila Redenção

Atendimento a demanda sentida R NR R R R R R R R

Atendimento odontológico a grupos prioritários NR R NR R R R R R NR

Atendimento de pré-natal R R R R R R R R R

Cuidado domiciliar NR R R R NR R R R R

Diagnóstico / Tratamento de hanseníase R NR R R NR NR R NR NR

Diagnóstico / Tratamento de hipertensão R R R R R R R R R

Diagnóstico / Tratamento de tuberculose R NR R R R NR R NR R

Diagnóstico / Tratamento de diabetes R R R R R R R R R

Glicemia Capilar NR R R R R NI R R R

Atendimento a desnutrição / suplementação alimentar R R NR NR R NI NR R R

Atendimento aos agravos mais prevalentes na infância NR NR R R R NI NR R R

Notificação compulsória de doenças R R R R R R R R R

Pequenas cirurgias NR NR NR NR R NR NR NR NR

Planejamento familiar R R R R R R R R NI

Prevenção do câncer de colo uterino R R R R R R R R R

Procedimentos de enfermagem R R R R R R R R R

Promoção ao aleitamento materno R R R R R R R R R

Promoção do crescimento / desenvolvimento infantil R R R R R R R R R

Visita Domiciliar NR R R R NR R R R R

R = Realiza; NR = Não realiza; NI = Não Informou.

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Tabela 3.15 – Atividades de Grupo nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Atividades de grupo Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção

Atividades com grupos de usuários R R R R R R R R R

Grupo de hipertensos NR R R R R R R R R

Grupo de diabéticos NR R R R R R R R NR

Grupo de pré-natal R R R R R R R R R

Grupo de idosos NR R NR R R R R R R

Grupo de adolescentes NR NR R R NR R R NR NR

Grupo de portadores de sofrimento psíquico NR NR NR NR NR NR R NR NR

Grupo de puericultura NR NR R NR NR R R R NR

R = Realiza; NR = Não Realiza; NI = Não Informou; NSA = Não Se Aplica.

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3.4.1.2 Acesso direto a exames complementares

O acesso direto a exames complementares utilizados rotineiramente na atividade

clínica peculiar à Atenção Básica foi investigado quanto à suficiência do exame de

ácido úrico, creatinina, de HIV, de glicemia, hemograma, tipagem sanguínea, VDRL,

Baar no escarro, exame comum de urina, urocultura, citopatológico, colposcopia,

eletrocardiograma, ultrassonografia obstétrica e radiografia simples.

O acesso foi referido como suficiente por 13% dos profissionais para raio-x

simples; por 25% para eletrocardiograma; por 38% para os exame de ácido úrico; por

50% para ECU, creatinina/ uréia, HIV, glicemia, hemograma, tipagem sangüínea,

VDRL, pesquisa de BAAR e urocultura; e por 56% para citopatologia de colo uterino.

O acesso foi julgado insuficiente para ultrassonografia obstétrica e colposcopia pela

totalidade dos entrevistados.

3.4.1.3 Disponibilidade de medicamentos

A maioria dos medicamentos investigados teve sua disponibilidade julgada

como insatisfatória pelas equipes das nove UBS estudadas. A Tabela 3.16 apresenta

todas as informações prestadas pelos profissionais sobre a disponibilidade de

medicamentos de acordo com cada unidade estudada.

Os medicamentos mais citados como insuficientes ou inexistentes foram

diclofenaco de potássio, carbamazepina, penicilina benzatina 600.000 UI, penicilina

benzatina 1.200.000 UI, metiformim e sulfametoxazol + trimetoprima; os quais foram

referidos como insuficientes por todas as UBS estudadas (Tabela 3.16).

Entre as unidades, a UBS Arthur Ramos foi o serviço que informou a maior

carência, sendo que 22 dos 24 medicamentos estavam insuficientes. Ao contrário, a

UBS Tarcísio Palmeira foi o serviço com o maior número de medicamentos em

suficiência (n = 14).

A dispensação das medicações desta lista básica era feita nas próprias UBS, com

exceção à UBS Arthur Ramos.

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Tabela 3.16– Disponibilidade de Medicamentos das Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

S = Suficiente; I = Insuficiente.

Medicamentos Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção

Fenobarbital S S S S S S S S S

Digoxina I S S S S S S S S

Diclofenaco de Potássio I I I I I I I I I

Carbamazepina I I I I I I I I I

Aminofilina I S S S I I S I I

Cimetidina I S S I I I S I I

Metronidazol geléia I S I S S S S S I

Penicilina Benzatina 600.000 UI I I I I I I I I I

Penicilina Benzatina 1.200.000 UI I I I I I I I I I

Dexametasona pomada I I I I I I I S I

Metformim I I I I I I I I I

Ácido Acetil Salicílico I I S I I I I I I

Amoxicilina I S I S S S S S S

Ampicilina I S I I I I S S I

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Medicamentos Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção

Captopril I I I I S I I S S

Anticoncepcional Oral (ACO) I S I S S S S S I

Furosemida S S S S S S S S S

Glibenclamida I I S S S I S S S

Hidroclorotiazida I I S S S S S S S

Metronidazol I S I S I I S S I

Sulfametoxazol + Trimetropina I I I I I I I I I

Sulfametoxazol + Trimetropina suspensão I S I S S S S S I

Nistatina creme vaginal I I I S S I I S I

Neomicina + Bacitracina I S I S S I I I I

S = Suficiente; I = Insuficiente.

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3.4.1.4 Utilização de protocolos

A utilização de protocolos para as ações desenvolvidas pelas UBS investigada

através do instrumento coletivo da estrutura variou de 22% para os menos utilizados

(cuidado domiciliar, manejo dos agravos mais prevalentes na infância, promoção do

aleitamento materno) a 89% para o mais utilizado (imunizações).

Quando observadas as proporções de acordo com os modelos, os índices

variaram de 0% a 67% no modelo Tradicional e de 33% 100% no PSF no município

dependendo do tipo de protocolo (Tabela 3.17). Apesar disto, para nenhum dos

protocolos investigados foi observada diferenças significativa entre os modelos.

A Tabela 3.17 descreve as prevalências de utilização de protocolos, em Maceió e

no Lote 2 NE, na qual observa-se que de modo geral o desempenho do município foi

pior em relação ao do Lote (Tabela 3.17).

Já a Tabela 3.18 apresenta os índices de utilização de protocolos de acordo com

as unidades estudadas. A UBS Vila Redenção foi o serviço que informou utilizar o

maior número de protocolos investigados (n = 12), enquanto a UBS Arthur Ramos

informou não utilizar quaisquer protocolos em suas atividades.

Os resultados investigados através do questionário dos profissionais indicaram

que 53% (n = 107) dos trabalhadores referiram utilizar algum tipo de protocolo para a

realização de suas atividades. Esta proporção foi significativamente maior entre os

trabalhadores lotados em UBS do PSF (60%, n = 91) do que em UBS Tradicionais

(43%, n = 46).

Page 72: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

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Tabela 3.17 - Utilização de protocolos nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF –

UFPel, Lote 2 NE, 2005. Maceió (%)

Ação programática PSF Tradicional Total

Lote 2 NE (%)

Cuidados de enfermagem 33 33 33 57

Cuidado domiciliar 33 0 22 39

Diagnóstico e tratamento do diabetes 83 67 78 78

Diagnóstico e tratamento da hanseníase

40 0 25 68

Diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial

83 67 78 79

Diagnóstico e tratamento da tuberculose

50 33 44 76

Imunizações 100 67 89 93

Manejo da desnutrição e suplementação alimentar

33 33 33 36

Manejo dos agravos mais prevalentes na infância

33 0 22 53

Planejamento familiar 60 67 63 73

Pré-natal 83 67 78 86

Prevenção do câncer de colo uterino 80 33 63 80

Promoção crescimento e desenvolvimento infantil

83 33 67 69

Promoção do aleitamento materno 33 0 22 58

Page 73: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

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Tabela 3.18 – Utilização de Protocolos nas Unidades Básicas de Saúde em Maceió. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Protocolos Arthur Ramos

Galba Novaes

Grota do Moreira

Jorge David Nasser

PAM Dique Estrada

Paulo Leal Melo São José Tarcísio

Palmeira Vila

Redenção

Cuidados de enfermagem NU NU NU NU U NU NU U U

Cuidado domiciliar NU NU NU NU NU NU NU U U

Diagnóstico e tratamento do diabetes NU U NU U U U U U U

Diagnóstico e tratamento da hanseníase NU NU NU U NU NU U NU NR

Diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial NU U NU U U U U U U

Diagnóstico e tratamento da tuberculose NU NU NU U U NU U NU U

Imunizações NU U U U U U U U U

Manejo da desnutrição e suplementação alimentar

NU NR NU NU NU U NU U U

Manejo dos agravos mais prevalentes na infância

NU NU NU NU NU NU NU U U

Planejamento familiar NU NU NU U U U U U NR

Pré-natal NU U NU U U U U U U

Prevenção do câncer de colo uterino NU NR NU U NU U U U U

Promoção crescimento e desenvolvimento infantil

NU U NU U NU U U U U

Promoção do aleitamento materno NU NU NU U NU NU NU NU U

U = Utiliza; NU = Não Utiliza; NR = Não Respondeu.

Page 74: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

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3.4.1.5 Utilização de computador pelos profissionais

A utilização de computador em atividades profissionais na UBS e / ou em casa

foi referida por 25% (n = 67) dos profissionais entrevistados, sendo semelhante entre

modelos de atenção.

3.4.1.6 Qualidade dos serviços prestados

A opinião dos profissionais sobre a qualidade dos serviços prestados na UBS foi

considerada boa ou muito boa para aproximadamente 56% (n = 149) dos entrevistados

em Maceió, sendo de esta opinião mais freqüente entre os trabalhadores de UBS PSF

(68%, n = 109) que de UBS Tradicionais (37%, n = 40).

3.4.1.7 Acesso a publicações

O município de Maceió mostrou um acesso muito pequeno dos profissionais às

publicações do Ministério da Saúde, variando de 7% para a Revista Brasileira Saúde da

Família a 29% para o Manual do Agente Comunitário de Saúde. De modo geral, os

índices foram menores em Maceió do que no Lote 2 Nordeste (Tabela 3.19).

De acordo com o modelo de atenção, o acesso a estas publicações foi

significativamente maior entre os profissionais das UBS do PSF, com exceção apenas

aos Informes de Atenção Básica em que as proporções foram semelhantes entre os

modelos (Tabela 3.19).

Tabela 3.19 - Acesso dos profissionais estudados a publicações do Ministério da

Saúde nas Unidades Básicas de Saúde de Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2 NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Acesso às publicações do Ministério da Saúde PSF Tradicional Total

Lote 2 NE (%)

Revista Brasileira Saúde da Família 11 1 7 6

Informes de Atenção Básica 25 22 24 31

Manual do SIAB 22 6 15 23

Manual do Agente Comunitário de Saúde 40 12 29 38

Avaliação Normativa do PSF no Brasil 13 4 9 8

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75

3.4.2 Processo de trabalho em atenção básica à saúde

3.4.2.1 Introdução ao processo de trabalho em ABS

O objeto destes comentários foi o Processo de Trabalho em Atenção Básica à

Saúde, descrito através de um formulário semi-estruturado, preenchido pelas nove

equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Maceió.

As doze variáveis abordadas como etapas componentes do Processo de Trabalho

em Atenção Básica à Saúde foram: planejamento, gestão e coordenação, recepção,

acolhimento, cuidado clínico, cuidado de enfermagem, cuidado odontológico, ações

programáticas, ações educativas, cuidados domiciliares, gestão da informação,

supervisão e suporte técnico e participação no Conselho Local de Saúde.

Os atributos propostos para caracterizar cada uma das variáveis foram: descrição

da atividade – o que é feito e como é feito?; responsáveis pela atividade – quem faz?;

insumos para a atividade – que recursos são utilizados?; dificuldades para realizar a

atividade; sugestões para realizar a atividade; experiências inovadoras.

3.4.2.2 A categoria processo de trabalho

A universalização do direito à saúde, a descentralização da gestão e a atenção

básica à saúde distinguem positivamente o SUS, em comparação a outros sistemas de

saúde, incluindo aqueles já experimentados no Brasil (BRASIL, 1990).

Apesar disso, possivelmente em função de seu curto tempo de implantação e da

escassez de recursos materiais e humanos, o SUS ainda não dispõe de um processo de

trabalho em atenção básica à saúde plenamente formulado e operacionalmente efetivo.

Neste sentido, a descrição do processo de trabalho nas UBS estudadas pode representar

importante contribuição para a melhoria da ABS em Maceió.

O processo de trabalho, enquanto categoria abstrata, permite compreender a

organização e a divisão das tarefas necessárias à transformação de um dado objeto de

trabalho em um produto desenvolvido, valorizado socialmente, tanto em seu valor de

uso, quanto em seu valor de troca (FACCHINI, 1986). Cada espaço concreto de

trabalho, cada unidade produtiva, conforma um processo de trabalho particular,

incomparável em suas nuances e características mais singulares. Mas cada processo de

trabalho também guarda as características essenciais do modo de produção em que está

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76

inserido e, de modo mais objetivo, de seu ramo de produção e da natureza da atividade

produtiva predominante (FACCHINI, 1986).

O uso da categoria processo de trabalho neste estudo, permitiu a análise

individualizada de cada UBS e a busca de regularidades, de semelhanças e de contrastes

entre as UBS de Maceió. Nestas análises, além de perceber a dinâmica da organização e

divisão do trabalho em cada atividade, buscou-se identificar o objeto de trabalho, os

recursos disponíveis e os responsáveis por sua realização. Problemas e sugestões para a

melhoria das atividades também foram captados. Fruto do processo de construção do

SUS, o trabalho nas UBS Tradicionais é um simulacro daquele realizado em hospitais e

unidades ambulatoriais especializadas, sendo fortemente centrado no médico e nas

clínicas básicas, atendendo a demanda espontânea de usuários. No PSF, o processo de

trabalho pretende se distanciar do viés hospitalar e da especialização, fortalecendo a

participação da equipe de saúde e do médico “geral” no atendimento integral das

necessidades de saúde da população.

O processo de trabalho em ABS está essencialmente vinculado ao trabalho vivo,

à atividade, à qualidade técnico-científica do trabalhador, à sua motivação e

compromisso com o resultado de seu trabalho. Nas UBS, a tecnologia disponível tem

muita dificuldade em dinamizar o processo de trabalho, orientando a ação do

trabalhador. A escassez crônica de equipamentos, instrumentos e os mais variados

insumos, mesmo os mais básicos para o funcionamento de uma UBS, dificultam a

efetivação do processo de trabalho em ABS com um significado mais amplo que

extrapole a prática individual do trabalhador em relação a um usuário do serviço e

alcance o resultado do trabalho da equipe em relação à comunidade em que está

inserido.

3.4.2.3 Etapas do processo de trabalho em atenção básica à saúde

De um modo geral, o trabalho cotidiano nas UBS carecia de Planejamento, de

Gestão e de Coordenação a longo prazo com estabelecimento de metas a serem

alcançadas pelo serviço. O planejamento a curto prazo apresentou-se, na maioria das

UBS estudadas, através de reuniões mensais para avaliação da produção ou semanais

para planejamento das atividades diárias, palestras e grupos. Havia a participação de

toda equipe e utilizavam entre duas a quatro horas por semana para esta atividade.

Page 77: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

77

Apontaram como dificuldade a estrutura física da UBS; o excesso de demanda e a falta

de entendimento da comunidade sobre a importância da equipe se reunir e planejar as

atividades; reunir todos os membros da equipe e, a falta de tempo para o planejamento.

A sugestão contemplou a melhoria da área física; o comprometimento e sensibilização

dos profissionais; a capacitação dos trabalhadores para o planejamento; a

informatização da UBS e o retorno à UBS dos dados gerados. As equipes das UBS

PAM Dique Estrada e Paulo Leal Melo informaram não realizar esta atividade.

A descrição do Suporte Técnico e Supervisão enfocou o acompanhamento do

trabalho dos ACS e do pessoal da enfermagem realizado pelos enfermeiros. Neste

sentido a supervisão era diária. A supervisão realizada pela SMS tinha, segundo a

percepção da equipe, um caráter recriminatório e impositivo. Esta postura foi

considerada inadequada e insuficiente e sem caráter educativo e resolutivo. A

periodicidade era irregular. Apontaram como dificuldade a falta de um cronograma, de

postura e qualificação dos supervisores. O tempo dedicado também foi considerado

insuficiente. Foi solicitado o investimento no suporte técnico às equipes, com

estabelecimento de um cronograma de supervisão e de qualificação da atividade. A

equipe da UBS Paulo Leal Melo informou não realizar esta atividade.

Na Gestão da Informação foi destacado o fornecimento de dados para

alimentar os seguintes sistemas de informação: SIAB, SISVAN, SINAN, SIS Pré-natal,

HIPERDIA e SIS-API. As planilhas eram preenchidas diariamente e o consolidado dos

dados era mensal. Após a consolidação dos dados, as planilhas eram enviadas à SMS.

Toda equipe participava do preenchimento das planilhas e identificaram como

dificuldade: o excesso de formulários; a falta de códigos para alguns procedimentos e de

insumos para o registro (formulários, planilhas); o tempo escasso para avaliar as

informações e planejar o trabalho; a demora do retorno das informações às equipes e a

deficiência de informatização. As sugestões foram no sentido de solucionar as

dificuldades enfrentadas. Como experiência inovadora, a equipe da UBS Tarcisio

Palmeira destacou a discussão em grupo dos indicadores de saúde (mensalmente) e a

divulgação dos resultados no quadro de avisos da unidade de saúde. A equipe da UBS

Artur Ramos citou a criação de mapas de controle a nível setorial e iniciativa dos

profissionais em buscar informações e se capacitar para exercício de suas atividades. As

UBS PAM Dique Estrada, Paulo Leal Melo e Galba Novaes informaram não realizar

esta atividade.

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78

Em Maceió, a Recepção era realizada pelos trabalhadores do arquivo com a

participação de todos os profissionais. Ao chegar na UBS era retirado o prontuário do

usuário, encaminhado para pré-consulta com os auxiliares de enfermagem e após

aguardavam o atendimento na sala de espera. No caso de não ser consulta médica, o

usuário era encaminhado para o atendimento de acordo com sua necessidade. Na UBS

São José, a consulta médica deveria ter sido agendada pelo ACS da respectiva micro-

área e caso não estivesse agendada, o usuário era orientado a retornar e procurar o ACS

para solicitar o agendamento. Casos de urgência e emergência eram atendidos de

imediato ou encaminhados. Destacaram como dificuldade o excesso de demanda; a

estrutura física e equipamentos inadequados; o número insuficiente de profissionais e a

pouca qualificação para o trabalho. O desconhecimento da população sobre o

funcionamento do PSF era motivo para a insatisfação da população, expondo os

profissionais a situações de agressividade e intolerância. As equipes sugeriram o

investimento na melhoria da estrutura física e no esclarecimento à população sobre o

trabalho do PSF; a contratação e qualificação dos profissionais e, o fornecimento de

material de expediente em quantidade suficiente. O atendimento humanizado foi

considerado uma experiência inovadora.

O Acolhimento estava relacionado receber bem os usuários em todos os espaços

da UBS e por todos os profissionais. O esforço era no sentido de atender a necessidade

do usuário de acordo com a disponibilidade do serviço. O espaço físico e o ambiente

inadequado (falta de iluminação e ventilação, excesso de barulho,...), a sobrecarga de

trabalho e o desestimulo dos profissionais dificultavam o trabalho. As sugestões

reforçam a necessidade de acabar com as dificuldades relatadas e solicitaram suporte

psicológico aos funcionários para não absorver ansiedades, angústias, desespero, gritos,

ameaças de pacientes (UBS Galba Novaes). As experiências inovadoras incluíram a

procura de ajuda psicoterápica dos funcionários e a implantação do guia de orientação

para marcação de consultas.

O Cuidado Clínico foi caracterizado pelo excesso de demanda, atendendo entre

12 a 30 usuários por turno. O trabalho era dificultado pela insuficiência de

equipamentos, material de consumo e medicamentos; falta de referência para exames

laboratoriais e especialistas; problemas na estrutura física (calor excessivo, ventilação

inadequada); excesso de burocracia; problemas sócio-econômicos da população;

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79

defasagem salarial dos profissionais e, a não oferta de cursos de capacitação e educação

permanente. Solicitaram a resolução das dificuldades enfrentadas.

O Cuidado de Enfermagem era realizado em tempo integral e o número de

atendimentos variou entre 10 a 30 por turno. A descrição dos cuidados de enfermagem

retratou principalmente o trabalho dos auxiliares e técnicos de enfermagem e permitiu

verificar a participação destes profissionais em atividades administrativas, assistenciais

e na organização do local de trabalho. Além da realização dos procedimentos de

enfermagem (vacinação, teste do pezinho, verificação de pressão arterial, curativos,

inalações) a equipe também era responsável por atividades de educação em saúde,

realização de visitas domiciliares (UBS PSF) e esterilização do material. As

dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem incluíam o espaço físico

inadequado (insalubre); a falta de material e equipamentos em condições de uso e, a

insuficiência de profissionais para o atendimento das diferentes demandas. Sugeriram

aumentar o número de funcionários; adequar a estrutura física; adquirir equipamentos e

materiais (as vacinas eram acondicionadas em caixas térmicas devido falta de

estabilizador na UBS Jorge David Nasser) e, investir na capacitação dos trabalhadores.

O Cuidado Odontológico não estava presente nas UBS Grota do Moreira e na

Vila da Redenção. Na UBS Galba Novaes o atendimento era apenas preventivo, pois

faltava equipamento odontológico. Nas demais UBS os odontólogos trabalhavam com o

auxílio de ACD e atendiam entre 8 e 12 pessoas por turno. Os ACD realizavam o

agendamento, a recepção dos usuários, a limpeza e esterilização dos instrumentos e do

ambiente. Também realizavam visitas domiciliares e palestras. As dificuldades estavam

relacionadas com a demanda excessiva; com instrumental e material insuficiente; a

precariedade da área física e dos equipamentos e a instabilidade da rede elétrica

provocando danos nos equipamentos (principalmente autoclave). Foi sugerido uma

equipe de SB para cada equipe do PSF; a aquisição de instrumental e a flexibilização

para o fornecimento do material; ampliação da área física e renovação de equipamentos

e a aquisição de televisão e vídeo para atividade educativa.

As Ações Programáticas foram referidas principalmente para as atividades

vinculadas à saúde da mulher, saúde da criança, diabéticos, hipertensos, idosos e

adolescentes. Também foram citados os programas de tuberculose, hanseníase e

vacinação. Havia a participação de toda a equipe, através atendimento individual, de

visitas domiciliares, grupos, palestras na sala de espera, nas escolas e na comunidade.

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80

Apontaram como dificuldade a falta de espaço físico adequado para realizar reuniões; a

dificuldade em mobilizar profissionais especializados para participar de palestras; a falta

de recursos áudio-visuais e apoio logístico; a falta de verba específica para promover as

atividades educativas e incentivar a participação da comunidade; a não garantia das

medicações para a manutenção do tratamento e, a deficiência na quantidade de

instrumentais e insumos básicos (glicosímetro, balança, tensiômetro, preservativos para

a prevenção das DST/AIDS, entre outros). As sugestões foram no sentido de resolver as

dificuldades apresentadas. Entre as experiências inovadores foi destacado o carnaval

com idosos e hipertensos, a oficina de arte e o Natal na comunidade (UBS Grota do

Moreira); o Dia do Diabético, as caminhadas ao ar livre (um horário na semana), grupo

HAS com música, palestra e debate (UBS Galba Novaes); a conquista de levar um

número significativo de adolescentes para o Lar São Domingos para participarem da

palestra e assistirem a peça de teatro sobre sexualidade, gravidez precoce e DST/AIDS,

a Feira da Saúde realizada no mês de dezembro, no dia da Comemoração da Padroeira

do Bairro (UBS Jorge David Nasser); a reunião periódica com grupo de idosos, com

viagens, caminhadas e entrega de enxovais às gestantes (UBS Tarcisio Palmeira) e, a

formação de grupos e o financiamento com recursos próprios para eventos com a

comunidade (UBS Artur Ramos).

As Ações Educativas eram realizadas com periodicidade diária ou semanal,

através de atividades de grupo, palestras na sala de espera ou na comunidade. Havia a

participação de todos os membros da equipe. O público alvo incluía mulheres,

adolescentes, hipertensos e diabéticos. Entre as dificuldades foi registrada a sobrecarga

de trabalho ambulatorial; a falta de recursos didáticos de apoio (vídeo, televisão,

panfletos,...); o espaço físico inadequado e, a falta de qualificação dos profissionais para

esta atividade. As sugestões foram no sentido de suprir as deficiências apresentadas.

Foram consideradas experiências inovadoras: A educação continuada com ACS para

capacitação em módulos (UBS Grota do Moreira); a melhora nos indicadores de saúde e

da participação da comunidade (UBS Vila Redenção); a confecção de material para

palestras (UBS Galba Novaes); a formação do conselho gestor para o controle social

(UBS São José); a formação de grupo de teatro e passeatas (UBS Tarcisio Palmeira) e, a

mobilização da comunidade dentro de seus grupos para atividades festivas e datas

comemorativas (UBS Arthur Ramos).

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O Cuidado Domiciliar era demandado pelos ACS ou familiares e realizado, na

maioria das vezes, por toda a equipe de acordo com a necessidade. A equipe da UBS

Galba Novaes referiu apenas a participação da enfermagem e na UBS Paulo Leal Melo,

além da enfermagem também havia a participação da assistente social. A visita

domiciliar era utilizada para consultas aos impossibilitados de deslocamento à UBS

(acamados, idosos e após cirurgias); para realização de procedimentos de enfermagem

(curativos, retirada de pontos,...); aplicação de flúor; acompanhamento de puérperas e

recém-nascidos e busca de faltosos aos programas. A dificuldade de acesso e a falta de

segurança, de material, de medicamentos e de transporte dificultavam o trabalho. Na

UBS Arthur Ramos não havia ACS e nem mapeamento da área, o que dificultava o

trabalho. As sugestões incluíram a realização de atividades intersetoriais com o

envolvimento da secretaria responsável pela melhoria da infra-estrutura dos bairros. A

própria visita domiciliar foi considerada uma experiência inovadora em termos de

cuidados para os usuários (internação domiciliar, partos, tratamento de feridas com

papaína e ácido graxo) além, da entrega do Cartão SUS (UBS Tarcísio Palmeira).

O Conselho Local de Saúde não estava implantado nas UBS Grota do Moreira,

Vila Redenção, Galba Novaes e Jorge David Nasser. As equipes das UBS São José e

Arthur Ramos referiram estar realizando reuniões para a formação do conselho gestor

local. Nas UBS Paulo Leal Melo e PAM Dique Estrada as reuniões eram mensais e o

trabalho era dificultado pela falta de um local apropriado para realização das reuniões;

de compreensão do papel real de um conselheiro; do não atendimento às deliberações

do Conselho por parte dos órgãos públicos competentes. Foi sugerida a capacitação dos

conselheiros.

3.4.2.4 Satisfação dos trabalhadores com as condições de trabalho

O estudo adotou uma escala de adequação organizada de 0 a 10, a partir da qual

os trabalhadores das UBS da amostra (n = 277) emitiram sua opinião em relação a

algumas variáveis componentes das condições de trabalho e do trabalho em equipe.

A observação das médias alcançadas em relação à satisfação dos trabalhadores

de Maceió sobre cada uma das variáveis estudadas revelou que os maiores índices de

satisfação foram para o trabalho e reuniões em equipe, sendo o menor para estrutura

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física da unidade. No Lote, a satisfação dos trabalhadores foi semelhante à observada no

município (Tabela 3.20).

Quando analisadas as médias de acordo com modelo de atenção, a satisfação dos

trabalhadores foi significativamente maior entre aqueles das UBS do PSF para todos os

itens investigados (Tabela 3.20).

Tabela 3.20 - Médias alcançadas em relação à satisfação dos trabalhadores de saúde em uma escala de 0 a 10, por modelo de atenção em Maceió e no Lote 2 NE.

Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Satisfação dos profissionais

PSF Tradicional Total Lote 2 NE

Trabalho em equipe 7,5 6,2 7,0 7,0

Reuniões de equipe 6,5 4,7 7,0 7,0

Preenchimento de formulários e relatórios 6,1 4,9 5,6 7,0

Demanda para atendimento individual a domicílio 7,4 3,2 6,0 7,0

Demanda para atendimento individual na unidade 6,8 5,6 6,3 6,0

Reuniões com a coordenação local da unidade 6,2 5,1 6,0 6,0

Reuniões com a comunidade 6,2 4,2 5,4 5,0

Estrutura física da unidade 4,8 3,0 4,0 5,0

3.5 Dimensão Desempenho do Sistema de Saúde

3.5.1 Desempenho do Município de Maceió

3.5.1.2 Indicadores Selecionados e Pacto da Atenção Básica à Saúde

As informações apresentadas abaixo se referem ao município de Maceió, à

totalidade dos municípios do estado de Alagoas e ao Brasil (Tabela 3.21).

A proporção de recém-nascidos com quatro ou mais consultas de pré-natal e o

coeficiente de mortalidade infantil foram melhores em Maceió do que em Alagoas, mas

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piores que no Brasil; sendo que a média de consultas médicas básicas por habitante ao

ano foi semelhante à do estado e menor à observada no país. Ao contrário, a proporção

de baixo peso ao nascer foi maior que à de AL mas semelhante à do Brasil.

Desfavorável à Maceió, a maior prevalência de partos por cesariana (Tabela 3.21).

Tabela 3.21 - Indicadores de desempenho do sistema de saúde para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió AL Brasil

Consultas médicas básicas / hab / ano 1,6 1,6 1,4

% RN com 4 ou + consultas Pré-Natal 80,5 71,3 83,1

% de Baixo peso ao nascer 8,1 7,0 8,1

Mortalidade Infantil / 1.000 NV 23,3 30,2 19,3

MI Causas evitáveis --* --* --*

% Partos por cesariana 39,8 26,5 38,8

Fonte: Pacto da Atenção Básica 2002 (* Informação não disponível).

a. Crianças

Comparado com o estado de Alagoas e Brasil, Maceió apresentou a menor

proporção de óbitos em menores de um ano por causas mal definidas, mas em

contrapartida, apresentou também a maior taxa de internação por IRA em menores de

cinco anos. Já a taxa de mortalidade infantil neonatal foi semelhante à do estado, mas

superior à do Brasil (Tabela 3.22).

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Tabela 3.22 - Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2002 relativos à saúde da criança para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF –

UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió AL Brasil

Número absoluto de óbitos de < de 1 ano 387 1.948 58.916

% de óbitos em < de 1 ano por causas mal definidas 2,6 18,0 8,8

Taxa de internação por IRA em < de 5 anos 66,8 30,7 26,4

Cobertura vacinal por tetravalente em < de 1 ano 100 12,8 21,5

Número absoluto de óbitos neonatais 278 1.079 38.679

Taxa de mortalidade infantil neonatal 16,8 16,7 12,6

Fonte: Pacto da Atenção Básica 2002.

b. Mulheres

Em comparação à Alagoas e ao Brasil, os indicadores favoráveis ao município

foram a maior razão de exames citopatológicos e a maior proporção de nascidos vivos

com sete ou mais consultas de pré-natal. Já as taxas de mortalidade materna e por câncer

de colo de mama foram maiores em relação ao estado, mas menores em relação ao país.

A taxa de mortalidade por câncer de colo uterino foi maior à de AL mas semelhante à

do Brasil (Tabela 3.23).

Tabela 3.23 - Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2002 relativos à saúde da mulher para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF –

UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió AL Brasil

Taxa de mortalidade materna 42,2 40,3 52,7

Razão entre exames CP em mulheres de 25 a 59 anos e a população na faixa etária 0,3 0,2 0,2

Taxa de mortalidade em mulheres por câncer de colo de útero 4,8 2,8 4,6

Taxa de mortalidade em mulheres por câncer de mama 6,4 3,7 10,2

% de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de pré-natal 62,3 43,1 47,8

Fonte: Pacto da Atenção Básica 2002.

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c. Adultos e idosos: doenças crônicas

Quando comparados ao estado e ao país, os indicadores relativos às doenças

crônicas favoráveis à Maceió foram menor taxa de internação por acidente vascular

cerebral (AVC), menor taxa de mortalidade por insuficiência cardíaca congestiva (ICC),

e menor proporção de internação por diabetes mellitus. Entretanto, Maceió apresentou a

maior taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares, maior proporção de

internação por cetoacidose e coma diabético e maior taxa de mortalidade por

tuberculose (Tabela 3.24).

Tabela 3.24 - Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2002 relativos a doenças crônicas para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF –

UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió AL Brasil

Taxa de internação por acidente vascular cerebral (AVC) 31,2 44,5 32,7

Taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares 236,9 163,5 137,9

Taxa de internação por insuficiência cardíaca congestiva (ICC) 52,2 63,4 66,3

% de internação por cetoacidose e coma diabético 17,3 8,6 15,1

% de internação por diabetes mellitus 0,8 1,2 1,3

Taxa de mortalidade por tuberculose 6,0 3,1 3,0

Fonte: Pacto da Atenção Básica 2002.

d. Saúde bucal Os indicadores relativos à saúde bucal apresentaram maior cobertura de primeira

consulta odontológica e menor razão entre procedimentos odontológicos coletivos e a

população de 0 a 14 anos e, de exodontias em relação às ações básicas individuais foi

menor que no estado e país (Tabela 3.25).

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Tabela 3.25 - Indicadores do Pacto da Atenção Básica de 2002 relativos à saúde bucal para Maceió, Alagoas e Brasil. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió AL Brasil

Cobertura de primeira consulta odontológica 17,0 15,1 13,1

Razão entre procedimentos odontológicos coletivos e a população de 0 a 14 anos 0,17 0,23 0,20

% de exodontias em relação às ações básicas individuais 7,1 14,5 8,8

Fonte: Pacto da Atenção Básica 2002.

3.5.2 Desempenho dos Modelos de Atenção Básica à Saúde

3.5.2.1 Perfil da Demanda Atendida nas UBS

a. Idade, sexo e escolaridade da demanda

A demanda estudada era composta predominantemente por mulheres (70%; n =

389), sendo em proporções semelhantes entre os modelos de atenção. A predominância

do gênero feminino na utilização dos serviços se manifestou a partir dos 15 anos de

idade. Antes disto, a demanda apresentou uma prevalência do gênero masculino. Entre

os 15 e os 49 anos de idade, o predomínio das mulheres está muito vinculado à vida

reprodutiva.

Da amostra, 72% (n = 404) das pessoas eram de cor não-branca, não havendo

diferença entre os modelos.

Do total, 22% (n = 124) da amostra ficou representada pelo grupo de menores de

cinco anos de idade. Desse grupo etário, pouco menos da metade (40%; n = 50) da

carga de trabalho diário esteve dirigida aos cuidados específicos do primeiro ano de

vida (sendo 9% da totalidade da amostra).

As crianças de cinco a 14 anos constituíram 13% (n = 74) da amostra. As

mulheres de 15 a 49 anos de idade eram 38% (n = 211) e os homens nesta faixa etária

representaram apenas 7% (n = 41). A demanda de 50 anos e mais correspondeu a 20%

(n = 108), sendo 11% (n = 59) de 50 a 64 anos e 9% (n = 49) de 65 anos e mais. Assim,

a carga de trabalho com enfoque nos cuidados das necessidades crônicas e

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degenerativas mais prevalentes na população adulta e idosa foi semelhante àquela

relacionada às crianças menores de cinco anos de idade.

A demanda por grupo etário entre os modelos de atenção, foi maior nas UBS

PSF entre os usuários com idade superior à 50 anos (22%, n = 101); sendo maior na

UBS Tradicional entre os menores de cinco anos (31%, n =30).

Em relação à escolaridade, 23% (n = 120) dos usuários eram analfabetos, 15% (n

= 75) eram apenas alfabetizados, 31% (n = 158) tinha o ensino fundamental incompleto,

7% (n = 34) o fundamental completo, 6% (n = 32) o médio incompleto, 5% (n = 25) o

médio completo e 1% (n = 3) o superior. Encontrava-se fora da idade escolar 12% (n =

60) da amostra, sendo significativamente mais freqüente entre os residentes da áreas da

UBS Tradicional (28%, n = 26); enquanto a proporção de analfabetos foi

significativamente maior entre os usuários das UBS PSF (25%, n = 104).

b. Participação dos profissionais no atendimento à demanda

Em relação aos profissionais de nível superior, os enfermeiros realizaram 7% (n

= 41) dos atendimentos, os médicos 11% (n = 63), os odontólogos 12% (n = 67) e os

demais profissionais de nível superior 3% (n = 16). Os profissionais de nível médio

realizaram 41% (n = 228) dos atendimentos e os ACS 26% (n = 143) – (Tabela 3.22).

As proporções de atendimentos realizados por médicos (16%, n = 15) e outros

profissionais de nível superior (9%, n = 9) e nível médio (60%, n = 57) foi maior na

UBS Tradicional, enquanto os atendimentos prestados por enfermeiros (8%, n = 39) e

ACS (31%, n = 143) foram maiores nas UBS do PSF (Tabela 3.26).

Tabela 3.26 - Participação dos profissionais no atendimento à demanda em

Maceió, por modelo de atenção e no Lote 2NE. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Profissional

PSF Tradicional Total Lote 2 NE

(%)

Enfermeiros 8 2 7 11

Médicos 10 16 11 20

Odontólogos 12 14 12 8

Outros profissionais de nível superior 2 9 3 2

Outros profissionais de nível médio 37 59 41 29

ACS 31 0 26 30

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c. Procedimentos realizados no atendimento à demanda

As ações dos profissionais de enfermagem representaram 39% (n = 219) da

demanda de procedimentos, as ações médicas básicas 12% (n = 64), as ações básicas

por outros profissionais de nível superior 8% (n = 43), as ações básicas em odontologia

5% (n = 26), imunizações 10% (n = 58) e visitas domiciliares 26% (n = 143). Na UBS

Tradicional, observou-se maior proporção de atendimento básico de enfermagem,

consultas médicas, procedimentos preventivos em odontologia e atendimentos de outros

profissionais de nível superior (21%, n = 94). Já as visitas domiciliares ocorreram em

maior freqüência nas UBS do PSF.

3.5.2.2 Utilização de Serviços na População de Abrangência da UBS

3.5.2.2.1 Crianças

Condições do parto e peso ao nascer

O nascimento da maioria das crianças (97%; n = 148) ocorreu em ambiente

hospitalar. Quanto ao tipo de parto, 34% (n = 51) nasceu através de cesariana, não

sendo significativa a diferença observada entre os modelos (Tabela 3.27).

O peso médio dos recém-nascidos de Maceió foi de 3.230 gramas, e a proporção

de baixo peso ao nascer entre as crianças da amostra foi de 8% (n = 11), com índices

semelhantes entre as áreas de moradia por modelo de atenção (Tabela 3.27).

Tabela 3.27 - Condições de nascimento das crianças de Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicadores

PSF Tradicional Total

% Parto hospitalar 97 98 97

% Parto por cesariana 37 27 34

Peso médio ao nascer em gramas 3.252 3.179 3.230

% Baixo peso ao nascer 7 9 8

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Puericultura

Em Maceió 94% (n = 143) das crianças possuíam cartão para acompanhamento

do peso, proporção maior entre as moradoras de áreas do PSF (97%, n = 101) que entre

as de UBS Tradicionais (88%, n = 42) - (Tabela 3.28).

Cerca da metade das crianças (52%; n = 79) foi pesada e medida na UBS de sua

área de abrangência, não havendo diferença significativa entre os modelos (Tabela

3.28).

Uma proporção de 53% (n = 42) de mães informou que era preciso marcar

consulta para realizar a puericultura na UBS, em menor freqüência entre crianças

usuárias das UBS do PSF (43%; n = 25) do que entre as usuárias de UBS Tradicionais

(77%; n = 17). Puericultura em um dia específico da semana foi uma realidade

informada por 46% (n = 37) das mães e, a espera na fila para realizar puericultura foi

confirmada por 65% (n = 52) das mães entrevistadas, sendo que as diferenças

observadas entre os modelos de atenção não se mostraram significativas. Apenas 10%

(n = 15) das crianças haviam sido pesadas e medidas 12 vezes ou mais (Tabela 3.28).

Este acompanhamento foi realizado em outro local que não a UBS da área de

abrangência por 35% (n = 53) das crianças, em proporções semelhantes entre as áreas

de moradia por modelo de atenção. Na maioria dos casos o motivo informado para não

realizar a puericultura na UBS da abrangência foi juízo insatisfatório da UBS (41%; n =

32); seguido da justificativa de não achar necessário (28%; n = 19); não morar no bairro

ou cidade (22%; n = 15); e possuir cobertura por plano de saúde ou convênio (10%; n =

7); sendo que não foram observadas diferenças significativas neste sentido (Tabela

3.28).

A opinião sobre a puericultura foi boa, muito boa ou ótima para 70% (n = 56)

das mães que vivenciaram esta situação. Apesar desta proporção ter sido um pouco

maior entre as usuárias das UBS do PSF, esta diferença não se mostrou significativa.

Quando estas mães foram estimuladas a atribuir uma nota de zero a dez para

avaliar a UBS de sua área de abrangência, a média alcançada foi de 7,9, não havendo

diferença significativa entre os modelos de atenção (Tabela 3.28).

No momento das entrevistas 28% (n = 43) das crianças estavam sendo

amamentadas, sendo em proporções semelhantes entre os modelos (Tabela 3.28).

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Tabela 3.28 - Características do acompanhamento de puericultura das crianças estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF

– UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Tem cartão de peso (%) 97 88 94

Pesada e medida na UBS da área de abrangência (%) 55 46 52

Era preciso marcar consulta para puericultura na UBS (%) 43 77 53

Tinha dia específico da semana para puericultura (%) 48 41 46

Tinha que esperar na fila para puericultura (%) 59 82 65

Puericultura 12 vezes ou mais (%) 9 13 10

Puericultura em outro local que não a UBS da área (%) 37 32 35

Não realizou puericultura na UBS de sua área por ter cobertura de plano de saúde (%) 12 8 10

Não realizou puericultura na UBS de sua área por juízo insatisfatório (%) 40 42 41

Não realizou puericultura na UBS de sua área por não morar no bairro ou cidade (%) 26 15 22

Opinião sobre puericultura foi boa, muito boa ou ótima (%) 74 59 70

Nota de zero a dez para avaliar a UBS 8,2 7,1 7,9

Crianças amamentadas (%) 29 27 28

Imunizações

Na avaliação da cobertura vacinal utilizaram-se informações disponíveis no

cartão da criança e, na sua ausência, informações fornecidas pela mãe ou responsáveis.

Conforme descrito no item anterior sobre puericultura, 6% das crianças não possuíam

cartão, ocasionando perda de informações a esse respeito. As perdas também ocorreram

quando a mãe não lembrava as vacinas recebidas pela criança.

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Logo, a análise das imunizações isoladamente mostrou cobertura de 78% (n =

119) para a vacina contra a poliomielite, de 80% (n = 122) para a vacina contra o

sarampo, de 95% (n = 145) para a vacina contra a tuberculose, de 93% (n = 142) para a

vacina contra a Hepatite B, e de 90% (n = 137) para a vacina contra a difteria, o tétano e

a coqueluche (DPT) + Haemophilus influenza tipo b + Tetravalente (Tabela 3.29).

Foi observada cobertura inferior à dosagem mínima necessária em 7% (n = 10)

para a vacina contra a poliomielite; em 13% (n = 19) contra o sarampo; em 1% (n = 1)

contra a Hepatite B; e em 4% (n = 6) para Difteria, tétano e coqueluche (DPT) +

Haemophilus influenzae. Faltaram informações para as vacinas contra Poliomelite

(15%, n = 23), Sarampo (7%, n = 11), Hepatite B (6%, n = 9), BCG (5%, n = 7) e DPT

+ Hib + Tetravalente (6%, n = 9) houve ocorrência de cobertura inferior a dosagem

mínima necessária (Tabela 3.29).

Na comparação entre os modelos de atenção, foram observadas proporções

significativamente maiores de cobertura vacinal de BCG (98%, n = 102) e DPT + Hib +

Tetravalente (92%, n = 96) nas UBS do PSF.

Tabela 3.29 - Características do estado vacinal das crianças estudadas em Maceió de acordo com o registro do cartão de vacinas, por modelo de atenção. Estudo de

Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Cobertura vacinal

PSF Tradicional Total

Sabin 82 71 78

Sarampo 80 81 80

Tuberculose 98 90 95

Hepatite B 95 90 93

DPT + Hib + Tetravalente 92 85 90

Page 92: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

92

Consulta por Diarréia

A ocorrência de diarréia no último mês nas crianças entrevistadas foi de 39% (n

= 59), sendo que mais da metade destas (58%; n = 35) necessitou consultar por este

motivo. Entre estas, 63% (n = 22) consultaram a maior parte das vezes na UBS da área

de abrangência, em que 86% (n = 19) delas receberam alguma orientação a respeito da

prevenção e abordagem inicial da diarréia durante as consultas. As orientações

incluíram aconselhamento com relação ao soro caseiro (84%; n = 16), à reidratação oral

(74%; n = 14) e à utilização de água de arroz (26%; n = 5) - (Tabela 3.30).

Os motivos informados para não buscar a UBS da área para consultar por

diarréia foram dificuldade em tirar ficha (25%, n = 3); encontrar o posto fechado (17%,

n = 2); optar por consulta particular ou por plano de saúde (17%, n = 2); morar em outro

local (17%, n = 2); ter levado diretamente ao hospital (17%, n = 2); e preferência por

outro posto de saúde (8%, n = 1).

A ocorrência de hospitalização por diarréia no último ano foi informada para

10% (n = 6) das crianças (Tabela 3.30).

Para nenhuma das variáveis relacionadas à diarréia foi observada diferença

significativa entre os modelos de atenção.

Tabela 3.30 - Prevalência de diarréia no último mês e características das consultas pelo problema das crianças estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo

de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Diarréia no último mês 44 29 39

Consultou por diarréia 57 64 58

Maioria das consultas na UBS da área 58 78 63

Recebeu orientação sobre:

Prevenir desidratação

Soro caseiro

Reidratação oral

Água de arroz

93

79

71

29

71

100

80

20

86

84

74

26

Hospitalização por diarréia no último ano 9 7 10

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Consulta por Pneumonia

No período dos últimos seis meses a ocorrência de pneumonia foi referida para

11% (n = 16) das crianças. Destas, 94% (n = 15) destas necessitou consultar pela doença

nos últimos seis meses, sendo que apenas quatro (27%) buscaram atendimento na UBS

de sua área (Tabela 3.31).

Daquelas crianças que não consultaram na UBS de sua área de abrangência, três

(27%) mães justificaram que o problema havia ocorrido fora do horário de atendimento;

outras três (27%) informaram que o atendimento era muito demorado. Os demais

motivos foram: inexistência de pediatra (9%); preferir outro médico (9%); levou o filho

ao hospital (9%); estava fora de casa na época do ocorrido (9%) e, que o filho havia sido

encaminhado ao pneumologista (9%) - (Tabela 3.31).

A ocorrência de hospitalização por pneumonia no último ano foi informada para

nove (56%) crianças com pneumonia (Tabela 3.31).

Nenhuma das variáveis relacionadas à ocorrência de pneumonia demonstrou

diferença significativa entre os modelos de atenção.

Tabela 3.31 - Prevalência de pneumonia nas crianças nos últimos 6 meses e características das consultas pelo problema em Maceió, por modelo de atenção.

Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Pneumonia nos últimos seis meses 10 13 11

Consultou por pneumonia 100 83 94

Maioria das consultas na UBS da área 20 40 27

Hospitalização por pneumonia no último ano 50 67 56

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Consulta por outro motivo

Consulta na UBS da área de abrangência por outro motivo, exceto puericultura,

diarréia e pneumonia, foi referida para 47% (n = 71) das crianças estudadas, sendo em

proporções semelhantes entre os modelos de atenção (Tabela 3.32).

Cerca de dois terços das mães (65%, n = 50) alegaram que as crianças não

consultaram por outros motivos na UBS da área porque não precisaram; 29% (n = 22)

fazia juízo insatisfatório do serviço; 3% (n = 2) possuía problema de acesso geográfico;

3% (n = 3) não morava no bairro ou cidade; e somente uma (1%) consultou particular

ou por convênio / plano de saúde (Tabela 3.32).

Tabela 3.32 - Características das consultas por outros motivos além de diarréia e pneumonia das crianças estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de

Linha de Base, PROESF – UFPel, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Consultou na UBS da área por outros motivos 50 42 47

Não consultou na UBS da área por não achar necessário

66 63 65

Não consultou na UBS da área por juízo insatisfatório

24 37 29

Saúde bucal

Na amostra de Maceió, a avaliação em saúde bucal apontou que no grupo de

crianças 86% (n = 130) das mães afirmaram realizar limpeza dos dentes de seus filhos

(Tabela 3.33).

As mães afirmaram que iniciaram a higiene bucal de seus filhos em média aos

10,3 meses de idade (dp = 6,0) em Maceió, sendo que em média a limpeza era realizada

2,2 vezes ao dia (dp = 0,9). Entretanto, mais de um terço (38%, n = 47) das crianças

tinha os dentes escovados três vezes ou mais ao dia (Tabela 3.33).

A limpeza dos dentes da criança era feita com gaze por cinco (4%) mães, e

quatro (3%) usavam cotonetes. Já a utilização de escovinha para limpeza dos dentes foi

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referida por 88% (n = 114) das mães; e a utilização de outros recursos tais como fralda,

paninho e/ ou dedo foi referida por 7% (n = 9). A maioria (88%; n = 114) das mães

afirmava fazer a higiene bucal de seus filhos utilizando pasta de dentes (Tabela 3.33).

Mais da metade da amostra (57%; n = 86) afirmou já ter recebido informação

sobre a importância de limpar ou escovar os dentes de seus filhos. Do grupo que

recebeu informação, a maioria (47%, n = 38) a obteve através do dentista da UBS;

seguido de outro profissional da unidade (32%, n = 27); dentista privado (5%, n = 4);

familiar ou programa de rádio ou tv (4%, n = 3); e amigo 3% (n = 2) pelo ACS. Cerca

de um quinto (21%, n = 17) das mães ainda informou ter recebido orientação através de

outras formas (Tabela 3.33).

Sobre o uso de chupeta, 37% (n = 56) das crianças estudadas em Maceió ainda

faziam uso desta, e 54% (n = 81) tomava mamadeira à noite. Destas mamadeiras, 86%

(n = 70) eram adoçadas. Já haviam batido e / ou quebrado algum dente 28% (n = 42) das

crianças (Tabela 3.33).

Quando feitas comparações entre os modelos de atenção, apenas duas variáveis

indicaram diferenças significativas. Ambas se relacionavam às formas de orientação em

saúde bucal. A orientação prestada por dentista da UBS foi mais referida entre as

residentes de área do PSF (55%, n = 33) do que entre aquelas de áreas de UBS

Tradicionais (24%, n = 5); enquanto outras formas de orientação foram mais freqüentes

entre as residentes de áreas de UBS Tradicionais (41%; n = 9) que nas de áreas de UBS

do PSF (14%; n = 8).

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Tabela 3.33 - Características de saúde bucal das crianças estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE,

2005.

Indicador Maceió (%)

Realiza limpeza dos dentes 86

Idade média de início da limpeza de dentes (meses) 10,3

Escova os dentes 3 vezes ou mais ao dia 33

Utilização de escova na higiene bucal 88

Utilização de pasta de dentes na higiene bucal 88

Recebeu alguma informação sobre importância de escovar / limpar os dentes do filho 57

Recebeu orientação do dentista da UBS de abrangência 47

Criança usa chupeta 37

Criança toma mamadeira à noite 54

Criança já bateu / quebrou algum dente 28

3.5.2.2.2 Mulheres

Pré-natal

A proporção de mulheres estudadas que fizeram alguma consulta de pré-natal na

última gravidez foi de 95% (n = 147), em que o início do pré-natal do último filho foi

em média na 11ª semana de gestação. Em 62% (n = 90) dos casos o pré-natal foi

realizado na UBS da abrangência. Estes índices se mostraram semelhantes entre os

modelos de atenção (Tabela 3.34).

Entre as mulheres que fizeram o pré-natal fora da área da UBS, 36% (n = 20)

referiu como motivo não morar no bairro ou cidade à época, 23% (n = 13) ter convênio,

21% (n = 12) juízo insatisfatório da UBS, 16% (n = 9) problema de acesso geográfico e

4% (n = 2) gestação de risco. A prevalência de convênio (41%, n = 7) e juízo

insatisfatório (35%, n = 6) foi significativamente maior nas áreas de UBS Tradicionais,

enquanto que os demais motivos relatados foram mais freqüentes nas áreas de UBS PSF

(Tabela 3.34).

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Durante o pré-natal, a vacina contra o tétano deixou de ser aplicada em 25% (n =

7) das mulheres que efetivamente necessitavam, sendo administrada desnecessariamente

em 60% (n = 57) das mulheres e em proporções semelhantes entre os modelos de

atenção (Tabela 3.34).

A maioria das entrevistadas que realizaram o pré-natal na UBS da área de

abrangência expressou opinião positiva sobre o programa (86% ; n = 77), não sendo

significativa a diferença entre os modelos (Tabela 3.34).

Tabela 3.34 - Características do pré-natal das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Fez pré-natal na última gravidez (%) 94 96 95

Início do pré-natal (semana) 12 10 11

Fez pré-natal na UBS da área (%) 61 64 62

Não fez pré-natal na área por não morar no bairro ou cidade (%) 41 24 36

Não fez pré-natal na área por problema de acesso geográfico 23 0 16

Não fez pré-natal na área por ter convênio (%) 15 41 23

Não fez pré-natal na área por juízo insatisfatório (%) 15 35 21

Deixou de fazer vacina antitetânica (%) 33 10 25

Fez antitetânica desnecessariamente (%) 64 52 60

Teve opinião positiva sobre o pré-natal (%) 89 79 86

Aleitamento materno

A informação sobre a importância de iniciar a amamentação na 1ª hora de vida

da criança alcançou 87% (n = 78) das mulheres entrevistadas; a escuta das preocupações

ou problemas com a amamentação 79% (n = 71); e a orientação sobre dificuldades e

problemas com a amamentação 81% (n = 73). Apenas 29% (n = 26) das mulheres

Page 98: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

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mencionaram ter recebido apoio ou suporte para amamentar imediatamente após o

parto, através de reuniões ou atividades em grupo (Tabela 3.35).

Na análise comparativa entre os modelos de atenção, o PSF apresentou um

melhor desempenho quanto às orientações prestadas sobre aleitamento materno. Dos

treze itens investigados, em onze o PSF obteve proporções significativamente maiores

às observadas nas UBS Tradicionais As proporções não diferiram de modo significativo

somente nos casos de orientação sobre dificuldades para amamentar e apoio para

amamentar por grupo após o parto (Tabela 3.35).

Tabela 3.35 - Orientações sobre aleitamento fornecidas no pré-natal realizado na Unidade Básica de Saúde da área de abrangência em Maceió, por modelo de

atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Orientação sobre o aleitamento materno

PSF Tradicional Total

Importância de amamentar na 1ª hora de vida 97 66 87

Vantagens da amamentação até 6 meses 97 69 88

Hábitos de amamentação 66 90 82

Importância de estimular a criança a sugar 87 66 80

Importância da continuidade da amamentação 87 55 77

Preocupações sobre amamentação ouvidas 87 62 79

Prejuízo da mamadeira 90 69 83

Prejuízo do bico / chupeta 90 66 82

Orientação sobre dificuldades para amamentar 85 72 81

Orientações sobre posições para o aleitamento 87 54 76

Orientações sobre extração do leite 80 55 72

Apoio para amamentar por grupo pré-natal 56 17 43

Apoio para amamentar por grupo após o parto 35 17 29

Page 99: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

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Planejamento familiar

A utilização de algum método anticoncepcional foi uma realidade para 30% (n =

47) das mulheres da amostra, sendo que 27% (n = 29) fazia uso de anticoncepcional

oral, 41% (n = 44) de preservativo, 22% (n = 24) havia se submetido à laqueadura

tubária e 1% (n = 1) fazia uso de DIU (Tabela 3.36).

O anticoncepcional oral/ injetável foi obtido na UBS da área por 11% (n = 4) das

mulheres, comprado por 80% (n = 28), adquirido em outra UBS que não a de sua área

por 3% (n = 1), e ganho por 6% (n = 2) - (Tabela 3.36).

Nenhuma das variáveis relacionadas ao planejamento familiar demonstrou

diferença significativa entre os modelos de atenção.

Tabela 3.36 - Utilização de métodos anticoncepcionais pelas mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Métodos anticoncepcionais

PSF Tradicional Total

Utiliza algum método anticonceptivo 33 25 30

Utiliza ACO 28 24 27

Utiliza preservativo 39 43 41

Fez laqueadura tubária 21 24 22

Utiliza DIU 1 0 0,9

Obtém ACO na UBS da área 14 8 11

Precisa comprar ACO 86 69 80

Atendimento ginecológico

Cerca de um quinto das mulheres estudadas no município (21% ; n = 32)

consultou na UBS da área de abrangência no último ano por motivos ginecológicos. Na

opinião de 88% (n = 28) das mulheres que utilizaram o serviço a avaliação foi positiva

(Bom = 60%, n = 19; Muito bom = 6%, n = 2; Ótimo = 22%, n = 7). Ao se questionar

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100

sobre uma quantificação para esta avaliação em uma escala de 0 a 10, a resposta atingiu

o valor de 8,2 (Tabela 3.37).

Quanto ao tempo de espera para conseguir a consulta ginecológica na UBS da

área, 47% (n = 14) relatou que conseguiu ser atendida no mesmo dia, 33% (n = 10) em

outro dia da mesma semana e 20% (n = 6) em oito dias ou mais (Tabela 3.37).

As diferenças observadas entre os modelos de atenção não se mostraram

significativas para as variáveis de atendimento ginecológico.

Tabela 3.37 - Características da consulta ginecológica no último ano das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF

– UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Consulta ginecológica

PSF Tradicional Total

Consulta ginecológica na UBS da área no último ano (%) 20 22 21

Opinião positiva sobre atendimento (%) 91 82 88

Nota para atendimento 8,4 7,0 8,2

Consegue consulta para mesmo dia (%) 45 50 47

Consegue consulta em outro dia na mesma semana (%) 30 41 33

Prevenção do câncer ginecológico

O conhecimento sobre o exame para prevenção do câncer de colo uterino

alcançou 86% das mulheres (n = 133) estudadas e 77% (n = 102) da amostra já o havia

realizado alguma vez na vida. O exame de mamografia havia sido realizado pelo menos

uma vez por 9% (n = 14) das mulheres entrevistadas. Não foram observadas diferenças

significativas entre os modelos de atenção (Tabela 3.38).

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101

Tabela 3.38 - Prevenção do câncer de colo uterino nas mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote

2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Conhece exame pré-câncer 85 90 86

Já fez pelo menos um exame pré-câncer 76 77 77

Já fez pelo menos uma mamografia 9 10 9

Utilização da UBS da área por outros motivos

Das mulheres da amostra 27% (n = 41) havia consultado na UBS por outros

motivos, diferentes daqueles incluídos nas ações programáticas de saúde da mulher

(ginecologia), com proporção significativamente maior entre as residentes das áreas do

PSF (33%, n = 35) que as de UBS Tradicionais (12%, n = 6). Entre as mulheres que não

consultaram na UBS da área, a grande maioria (79%, n = 89) referiu não necessitar da

consulta - não havendo diferença significativa entre os modelos de atenção (Tabela

3.39).

Tabela 3.39 - Consultas por outros motivos além do ginecológico das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF

– UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Consultou por outros motivos 33 12 27

Não consultou na UBS da área por não necessitar 85 69 79

Saúde bucal

Na amostra de Maceió, a avaliação em saúde bucal apontou que, no grupo de

mulheres, 100% (n = 155) afirmaram realizar limpeza dos dentes. Das mulheres que

afirmavam realizar higiene bucal, 69% (n = 106) afirmou escovar três vezes ou mais ao

dia, 28% (n = 43) duas vezes ao dia e 3% (n = 5) uma vez ao dia (Tabela 3.40).

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Todas as mulheres da amostra (n = 155) faziam a limpeza com escova e pasta de

dentes, sendo que mais de metade (58% ; n = 90) usava palito e / ou fio dental para

auxiliar a higiene (Tabela 3.40).

Cerca de um terço (31%, n = 48) referiu ter recebido orientação em saúde bucal

no último ano. Entre as que receberam esta orientação, 2% (n = 1) respondeu ter sido

orientada por familiar; outros 2% (n = 1) por amigo; 57% (n = 27) pelo dentista da

UBS; 6% (n = 3) através de dentista privado; 17% (n = 8) de outro profissional da UBS;

2% (n = 1) de ACS; outros 2% (n = 1) na escola; e 17% (n = 8) via outras formas de

orientação. Neste sentido, a referência à orientação do dentista da UBS foi

significativamente mais freqüente entre as residentes de áreas de UBS PSF (70%, n =

26) que de UBS Tradicionais (10%, n = 1); enquanto as referências de orientação do

dentista privado e de outras formas foram mais freqüentes entre as moradoras de áreas

de UBS Tradicionais (30% e 40%) que de PSF (0% e 11%) – (Tabela 3.40).

No último ano, 31% (n = 48) das mulheres haviam realizado revisão dos dentes.

Cerca de um terço (36%, n = 56)) teve dor de dentes; 20% (n = 31) fez tratamento para

cárie; 15% (n = 23) bateu ou quebrou algum dente; e, 10% (n = 15) teve problemas na

gengiva . Problemas dentários impediram apenas uma (1%) entrevistada de ir ao

trabalho e à escola; enquanto outras cinco (3%) ficaram impedidas de cumprir com

atividades sociais e / ou de lazer. Dentre estas variáveis, observou-se diferença entre os

modelos de atenção somente quanto à referência de bater / quebrar algum dente no

último ano, em que a proporção foi superior entre as residentes de áreas do PSF (20%, n

= 21) que de UBS Tradicionais (4%, n = 2) – (Tabela 3.40).

Nos últimos doze meses, 40% (n = 61) das entrevistadas foram atendidas por

dentistas. Entre as que receberam este atendimento em Maceió, o local mais procurado

foi a UBS (66% ; n = 39), seguido de serviços privados (25% ; n = 15) e do Pronto-

Socorro (9% ; n = 5). Quanto ao grau de satisfação com o atendimento prestado, os

dentistas obtiveram uma nota média de 9,0 (dp = 2,1) e 90% (n = 53) ainda informou ter

tido seu problema resolvido. Apenas 7% (n = 4) precisou ser encaminhada a

atendimento especializado, sendo que 75% (n = 3) destas informaram ter conseguido

este atendimento. A maioria das mulheres da amostra (83% ; n = 128) já havia realizado

extração de dente, das quais 25% (n = 32) havia extraído apenas um dente e 75% (n =

96) extraiu mais de um dente (Tabela 3.40).

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O uso de prótese foi referido por 15% (n = 23) das mulheres. Destas próteses,

39% (n = 9) havia sido feita entre um e cinco anos e 52% (n = 12) há mais de cinco anos

(Tabela 3.40).

Com dificuldade para mastigar foram encontradas 16% (n = 25) das mulheres. Já

a ocorrência atual ou passada de ferida na boca foi mencionada por 14% (n = 22), das

quais três (14%) informaram que o problema persistia. O tempo de duração da ferida foi

em média de 3,5 meses (dp = 6,1).

Durante a última gestação nos dois anos anteriores à entrevista, 41% (n = 63) das

mulheres recebeu orientação sobre saúde bucal, ocorrência significativamente mais

freqüente entre as residentes de áreas do PSF (50%, n = 52) que de UBS Tradicionais

(23%, n = 11). Dentre estas mães, 38% (n = 23) afirmou ter recebido as orientações de

dentista da UBS; 7% (n = 4) de dentista da rede privada; 42% (n = 26) de outros

profissionais de UBS; 5% (n = 3) de ACS; 2% (n = 1) de programas de tv e / ou rádio; e

15% (n = 9) através de outras formas. À exemplo do ocorrido anteriormente, a

referência às orientações prestadas pelo dentista da UBS foram significativamente mais

freqüentes entre as residentes de áreas do PSF (44%, n = 22) que de UBS Tradicionais

(9%, n = 1); enquanto aquelas prestadas por dentista privado e outras formas foram mais

citadas entre as moradoras de áreas de UBS Tradicionais (27% e 36%) que de PSF (2%

e 10%) – (Tabela 3.40).

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Tabela 3.40 - Características de saúde bucal das mulheres estudadas em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE,

2005.

Indicador Maceió (%)

Realiza limpeza dos dentes 100

Escova 3 vezes ou mais ao dia 69

Utilização de escova e pasta de dentes na higiene bucal 100

Utilização de palito e/ou fio dental na higiene bucal 58

Recebeu alguma orientação em saúde bucal no último ano 31

Recebeu orientação do dentista da UBS de abrangência 57

Fez revisão dos dentes no último ano 31

Teve dor de dente no último ano 36

Bateu / quebrou algum dente no último ano 15

Teve problemas de gengiva no último ano 10

Foi atendido por dentista no último ano

No posto de saúde

Em serviço privado

40

66

25

Já extraiu pelo menos um dente 25

Usa prótese 15

Recebeu orientação sobre saúde bucal durante gestação 41

3.5.2.2.3 Adultos

Atividade física

A recomendação médica para a prática de exercícios físicos em alguma consulta

alcançou 42% (n = 52) da amostra do município, sendo que na última consulta esta

mesma recomendação foi referida por 41% (n = 49) dos adultos. Não houve diferenças

entre os modelos de atenção (Tabela 3.41).

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Tabela 3.41 - Atividade física dos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Recomendação médica da UBS para a prática de exercícios físicos

40 47 42

Recomendação médica da UBS para a prática de exercícios físicos na última consulta

41 40 41

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

O diagnóstico de HAS foi informado por 31% (n = 45) dos adultos estudados,

com duração média conhecida do problema de 4,8 anos (dp = 6,2) - (Tabela 3.42).

Haviam consultado na UBS da área nos últimos seis meses pelo problema 64%

(n = 27) dos adultos da amostra, tendo sido agendada para 56% (n = 15) dos usuários.

Cerca da metade (52%, n = 13) dos entrevistados conseguiu atendimento no mesmo dia

da solicitação da consulta, 36% (n = 9) em outro dia da mesma semana e 12% (n = 3)

aguardou mais de sete dias. O tempo decorrido desde a última consulta por HAS foi em

média de 46,1 dias (dp = 45,0) - (Tabela 3.42).

Em termos terapêuticos, 82% (n = 37) dos hipertensos necessitavam de

medicamentos para tratamento de HAS, enquanto 51% (n = 23) informou utilizar outras

formas de tratamento além daquelas preconizadas pelo médico (Tabela 3.42).

A participação de atividades em grupos para hipertensos na UBS da área foi

informada por 18% (n = 8) da amostra. Já a hospitalização por HAS havia ocorrido nos

últimos dois anos para três (7%) adultos (Tabela 3.42).

De modo geral os índices foram semelhantes entre os modelos de atenção, não

tendo sido observadas diferenças significativas.

Page 106: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

106

Tabela 3.42 - Hipertensão Arterial Sistêmica nos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de HAS (%) 32 28 31

Tempo médio de diagnóstico (anos) 4,9 4,8 4,8

Consulta por HAS na UBS da área (%) 62 69 64

Consulta agendada (%) 50 67 56

Agendamento para o mesmo dia (%) 50 56 52

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 36 33 36

Agendamento para mais de uma semana (%) 13 11 12

Tempo desde a última consulta (dias) 35,4 66,3 46,1

Precisa usar medicamentos para HAS (%) 88 69 82

Outras formas de tratamento (%) 53 46 51

Participação em grupos de HAS (%) 19 15 18

Hospitalização por HAS nos últimos dois anos (%) 6 8 7

Diabetes Mellitus (DM)

O diagnóstico de diabetes foi informado por 9% (n = 12) dos adultos estudados,

sendo o tempo de conhecimento do diagnóstico foi de 6,8 anos (dp = 7,6) - (Tabela

3.43).

O local de consulta nos últimos seis meses para a doença foi a UBS da área de

sua moradia para 64% (n = 7) dos pacientes, sendo que para três (43%) pacientes estas

consultas foram agendadas. Entretanto, o atendimento aconteceu no mesmo dia da

solicitação para 80% (n = 4) dos pacientes, sendo que em apenas um (20%) caso o

atendimento levou quinze dias para acontecer. Dois pacientes não souberam informar o

tempo de espera (Tabela 3.43).

O tempo decorrido desde a última consulta foi de 17,2 dias (dp = 17,8) (Tabela

3.43).

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107

O uso de medicação para o tratamento da doença foi referido por 75% (n = 9)

dos adultos com DM, enquanto a adoção de outras formas de tratamento, além daquelas

preconizadas pelo médico foi relatada por 25% (n = 3) dos entrevistados (Tabela 3.43).

A participação em atividades de grupo na UBS da área foi realidade para apenas

dois (17%) dos adultos com diabetes da amostra, enquanto que somente um (8%)

necessitou de hospitalização pelo problema nos últimos 2 anos (Tabela 3.43).

Para nenhuma das variáveis relacionadas à diabetes foram observadas diferenças

significativas.

Tabela 3.43 - Diabetes Mellitus nos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de Diabetes (%) 9 7 9

Tempo médio de diagnóstico (anos) 6,9 6,3 6,8

Consulta por Diabetes na UBS da área (%) 75 33 64

Consulta agendada (%) 50 0 43

Agendamento para o mesmo dia (%) 75 100 80

Agendamento para mais de uma semana (%) 25 0 20

Tempo desde a última consulta (dias) 20,6 0,0 17,2

Precisa usar medicamentos para Diabetes (%) 78 67 75

Outras formas de tratamento (%) 22 33 25

Participação em grupos de Diabetes (%) 22 0 17

Hospitalização por Diabetes nos últimos dois anos (%) 0 33 8

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108

Consulta por problemas psíquicos

“Problema de nervos” foi referido por 37% (n = 56) dos adultos estudados em

Maceió, tendo sido a média de duração deste sofrimento igual à 11,6 (dp = 9,5) anos

(Tabela 3.44).

Deste grupo, 11% (n = 6) havia consultado na UBS da área nos últimos seis

meses para o problema, dos quais quatro (67%) tiveram sua consulta previamente

agendada. Daqueles que buscaram a UBS de sua área, a maioria (60%, n = 3) conseguiu

atendimento no mesmo dia da solicitação. O tempo transcorrido desde o último

atendimento foi de 90,5 dias (dp = 88,6) - (Tabela 3.44).

Das pessoas que se consideraram portadoras deste tipo de problema, 41% (n =

23) mencionou a necessidade de usar medicamento, enquanto outras formas de

tratamento, além da orientada pelo médico, foram referidas por 39% (n = 22) - (Tabela

3.44).

Nenhum dos entrevistados havia participado de atividades de grupo na UBS para

portadores deste tipo de sofrimento e a hospitalização por problemas psíquicos nos

últimos dois anos foi relatada por apenas um (2%) adulto (Tabela 3.44).

Não foram observadas quaisquer diferenças significativas entre os modelos de

atenção quanto às variáveis relacionados aos “problemas de nervos”.

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109

Tabela 3.44 - Problemas de nervos nos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de problemas de nervos (%) 35 43 37

Tempo médio de diagnóstico (anos) 9,8 15,1 11,6

Consulta por problemas de nervos na UBS da área (%) 14 5 11

Consulta agendada (%) 60 100 67

Agendamento para o mesmo dia (%) 75 0 60

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 25 100 25

Tempo desde a última consulta (dias) 76,6 160,0 90,5

Precisa usar medicamentos para problemas de nervos (%)

36 50 41

Outras formas de tratamento (%) 44 30 39

Participação em grupos (%) 0 0 0

Hospitalização por problemas de nervos nos últimos dois anos (%)

0 5 2

Saúde da Mulher

Na amostra de adultos estudados, 60% (n = 91) eram mulheres, sendo a idade

média igual à 45,1 anos (dp = 8,9).

Um quarto (25%; n = 22) das mulheres estudadas no município haviam

consultado no último ano para problemas ginecológicos, em que o tempo de espera

médio entre a marcação da consulta e sua realização foi de 10,8 (dp = 27,4) dias.

História familiar de câncer de mama em mãe foi referida por três (3%)

entrevistadas e, em irmãs por somente uma (1%). Das mulheres que consultaram na

UBS da área por problemas ginecológicos no último ano, cerca de um terço (32%, n =

7) apenas tiveram as mamas examinadas na última consulta ginecológica.

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110

A quase totalidade das mulheres adultas conhecia o exame para prevenção do

câncer de colo uterino (96%; n = 86), das quais 91% (n = 78) já o havia realizado

alguma vez na vida (Tabela 3.45).

Do total das mulheres adultas estudadas, 44% (n = 39) havia realizado pelo

menos um exame de mamografia durante a vida (Tabela 3.45).

Nos últimos três meses, 34% (n = 30) das mulheres havia consultado na UBS da

área por outro motivo diferente do ginecológico, sem diferenças entre os modelos de

atenção, realizando em média 0,7 (dp = 1,2) consultas por mulher.

Entre as variáveis de saúde da mulher não foram observadas quaisquer

diferenças significativas entre os modelos de atenção.

Tabela 3.45 - Prevenção do câncer de colo uterino nas mulheres da amostra de adultos de Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF –

UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Conhece exame pré-câncer 93 100 96

Já fez pelo menos um exame pré-câncer 88 97 91

Já fez pelo menos uma mamografia 41 50 44

Opinião sobre o atendimento na UBS

Na opinião dos adultos, em uma escala de zero a dez, a qualidade do

atendimento foi avaliada em 9,0, sendo semelhante entre os modelos de atenção.

Saúde bucal Na amostra de Maceió a avaliação em saúde bucal apontou, no grupo de adultos,

que 95% (n = 145) realizava limpeza dos dentes, sendo em proporção

significativamente maior entre os residentes de área do PSF (98%, n = 103) que entre os

de UBS Tradicionais (89%, n = 42) - (Tabela 3.46).

Dos adultos que realizavam higiene bucal, 48% (n = 69) afirmou escovar os

dentes três vezes ao dia, 38% (n = 56) duas vezes ao dia e 14% (n = 20) uma vez ao dia.

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111

A totalidade destes (100%; n = 145) informou realizar a limpeza com escova e pasta de

dentes, sendo que a maioria (71%; n = 107) ainda afirmou utilizar palito e / ou fio dental

para auxiliar na higiene (Tabela 3.46). Neste sentido, não foram observadas diferenças

entre os modelos de atenção.

Entre os adultos, 23% (n = 35) disse ter recebido orientação em saúde bucal no

último ano. Destes, a maioria (30%, n = 8) respondeu ter recebido aconselhamento em

saúde bucal através do dentista da UBS; 28% (n = 8) de programa de rádio e/ ou

televisão; 27% (n = 7) de dentista particular; 8% (n = 2) de amigos; 4% (n = 1) de

familiar ou de outro profissional da UBS; e ainda outros 30% via outras formas de

orientação (Tabela 3.46).

No último ano, 21% (n = 32) dos adultos realizou revisão dos dentes; 25% (n =

38) informou ter sofrido de dor de dentes; 15% ( n = 22) fez tratamento para cárie; 9%

(n = 14) bateu ou quebrou algum dente, e 13% (n = 20) referiu problemas na gengiva,

não havendo novamente diferenças na análise comparativa entre os modelos de atenção

(Tabela 3.46).

Problemas dentários impediram que seis (4%) adultos de ir ao trabalho; e cinco

(3%) de cumprir com suas atividades sociais e / ou de lazer.

Nos últimos doze meses, 27% (n = 41) dos entrevistados foram atendidos por

dentistas, dos quais 50% (n = 18) buscou as Unidades Básicas de Saúde para o

atendimento, 44% (n = 16) os serviços privados e 6% (n = 2) os Pronto-Socorros.

Quanto ao grau de satisfação com o atendimento prestado, os dentistas obtiveram uma

nota média de 9,4 e a grande maioria (95% ; n = 37) ainda afirmou ter tido seu problema

resolvido. Três (8%) adultos precisaram ser encaminhados a serviços especializados,

dos quais dois (67%) conseguiram este atendimento, não se observando diferenças entre

os modelos (Tabela 3.46).

Quase todos os adultos (97%; n = 147) já haviam realizado extração de dente.

Destes, 3% (n = 5) havia extraído apenas um dente; 89% (n = 134) mais de um dente e

5% (n = 8) todos os dentes. Logo, o uso de prótese foi referido por 50% (n = 76) dos

adultos, em que 8% (n = 6) destas próteses haviam sido feitas há menos de um ano;

31% (n = 23) entre um e cinco anos e 56% (n = 42) há mais de cinco anos, sendo que

5% (n = 4) não se recordava (Tabela 3.46).

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112

Quase um quarto (23%, n = 35) dos adultos do município informou ter

dificuldade para mastigar; e 18% (n = 27) referiu a ocorrência atual ou passada de ferida

na boca. O tempo de duração da ferida foi em média de 6,6 (dp = 9,1) meses, e em 11%

(n = 3) da amostra esta ferida ainda persistia, não tendo sido observada diferença

significativa entre os modelos de atenção.

Dos adultos da amostra apenas 1% (n = 2) era mulher que teve filho nos últimos

dois anos. Somente uma (50%) destas mulheres afirmou ter recebido orientação sobre

saúde bucal durante a gravidez, tendo esta informação sido prestada por um profissional

da UBS de sua área que não o dentista ou ACS.

Tabela 3.46 - Características de saúde bucal dos adultos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió (%)

Realiza limpeza dos dentes 95

Escova 3 vezes ou mais ao dia 48

Utilização de escova e pasta de dentes na higiene bucal 100

Utilização de palito e / ou fio dental na higiene bucal 71

Recebeu alguma orientação em saúde bucal no último ano 23

Recebeu orientação do dentista da UBS de abrangência 30

Fez revisão dos dentes no último ano 21

Teve dor de dente no último ano 25

Bateu / quebrou algum dente no último ano 9

Teve problemas de gengiva no último ano 13

Foi atendido por dentista no último ano

No Posto de Saúde

Em serviço Privado

27

50

44

Já extraiu pelo menos um dente 97

Usa prótese 50

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113

3.5.2.2.4 Idosos

Atividade física

A recomendação médica para a prática de exercícios físicos em alguma consulta

alcançou 52% (n = 63) da amostra de idosos, em maior proporção nas áreas do PSF

(58%; n = 49) em relação as de UBS Tradicionais (37%; n = 14). Esta mesma

recomendação na última consulta foi referida por 48% (n = 56) dos idosos, sendo que

neste caso a diferença observada entre os modelos não se mostrou significativa (Tabela

3.47).

Tabela 3.47 - Atividade física dos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Recomendação médica da UBS para a prática de exercícios físicos 58 37 52

Recomendação médica da UBS para a prática de exercícios físicos na última consulta 52 38 48

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

A prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica entre os idosos foi de 72% (n =

106), sendo o tempo médio que os idosos sabiam de sua hipertensão igual à 8,5 anos (dp

= 8,9) (Tabela 3.48).

A consulta por hipertensão aconteceu na UBS da área para 63% dos idosos (n =

64), tendo sido agendada para 59% (n = 41) dos usuários. Daqueles que buscaram a

UBS de sua área, a maioria (51%, n = 32) conseguiu ser atendido no mesmo dia da

solicitação da consulta; 41% (n = 26) conseguiu atendimento para a mesma semana e

8% (n = 5) para oito dias ou mais. O tempo decorrido desde a última consulta por HAS

foi de 30,6 dias (dp = 26,0) - (Tabela 3.48).

O uso de medicamentos para o controle da pressão arterial era uma realidade

para 95% (n = 101) dos idosos hipertensos e 58% (n = 61) afirmaram ainda utilizar

outras formas de tratamento além daquelas indicadas pelo médico (Tabela 3.48).

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114

Participar de atividades de grupo dedicadas aos hipertensos na UBS foi uma

afirmação de 25% (n = 26), enquanto a hospitalização por HAS aconteceu para 7 % (n =

7) nos últimos dois anos (Tabela 3.48).

De modo geral os índices foram semelhantes entre os modelos de atenção, não

tendo sido observadas diferenças significativas.

Tabela 3.48 - Hipertensão Arterial Sistêmica nos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de HAS (%) 74 68 72

Tempo médio de diagnóstico (anos) 8,6 8,0 8,5

Consulta por HAS na UBS da área (%) 66 57 63

Consulta agendada (%) 58 65 59

Agendamento para o mesmo dia (%) 49 56 51

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 45 31 41

Agendamento para mais de uma semana (%) 6 13 8

Tempo desde a última consulta (dias) 28,8 36,4 30,6

Precisa usar medicamentos para HAS (%) 95 97 95

Outras formas de tratamento (%) 57 60 58

Participação em grupos de HAS (%) 26 20 25

Hospitalização por HAS nos últimos dois anos (%) 7 7 7

Diabetes Mellitus (DM)

O diagnóstico de DM foi informado por 22% (n = 31) dos idosos entrevistados,

sendo o tempo médio que tinham conhecimento do diagnóstico de 9,6 anos (dp = 8,5) –

(Tabela 3.49).

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115

A maioria dos idosos (68%; n = 19) afirmaram consultar por diabetes na UBS da

área, dos quais 62% (n = 13) tiveram sua consulta agendada. O tempo médio decorrente

desde a última consulta foi de 40,3 dias (dp = 76,1) - (Tabela 3.49).

O uso de medicamentos para o controle de DM era uma realidade para 87% (n =

27) dos idosos, enquanto outras formas de tratamento além daquelas indicadas pelo

médico eram adotadas por 36% (n = 11) - (Tabela 3.49).

Participar de atividades de grupo dirigida aos diabéticos na UBS foi uma

afirmação de 32% (n = 10) desta amostra, e a hospitalização por DM aconteceu para

apenas um idoso (3%) nos últimos dois anos (Tabela 3.49).

Os índices das variáveis relacionadas ao problema de DM não demonstraram

diferenças significativas na comparação entre os modelos de atenção.

Tabela 3.49 - Diabetes Mellitus nos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de diabetes (%) 23 19 22

Tempo médio de diagnóstico (anos) 10,5 6,7 9,6

Consulta por diabetes na UBS da área (%) 70 63 68

Consulta agendada (%) 56 80 62

Agendamento para o mesmo dia (%) 43 40 42

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 50 40 47

Agendamento para mais de uma semana (%) 7 20 11

Tempo desde a última consulta (dias) 41,0 38,0 40,3

Precisa usar medicamentos para diabetes (%) 83 100 87

Outras formas de tratamento (%) 26 63 36

Participação em grupos de diabetes (%) 35 25 32

Hospitalização por diabetes nos últimos dois anos (%) 0 13 3

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Problemas Psíquicos

A proporção de idosos que referiram problemas de nervos foi de 27% (n = 39),

sendo o tempo médio que sabiam sofrer do problema igual à 17,0 (dp = 18,0) anos

(Tabela 3.50).

Apenas quatro (10%) idosos com problema psíquico consultaram por este

motivo na UBS de seu bairro, tendo sido agendadas para a maioria dos casos (75%; n =

3). Um idoso (25%) conseguiu atendimento no mesmo dia os outros três (75%) foram

atendidos na mesma semana. O tempo decorrente da última consulta em relação à data

da entrevista foi de 51,7 dias (dp = 62,6), sendo neste caso maior entre os residentes de

áreas de UBS Tradicionais (124,0 dias, dp = 0) que entre os de UBS do PSF (15,5 dias,

dp = 0,71) - (Tabela 3.50).

O uso de medicamentos para problema de nervos foi referido por 39% (n = 15)

dos idosos, enquanto outras formas de tratamento além da indicada pelo médico eram

adotadas por 46% (n = 18) - (Tabela 3.50).

Somente um idoso (3%) havia participado de atividades de grupo para

portadores de sofrimento psíquico (PSP) na UBS, sendo que nenhum havia sofrido

hospitalização nos últimos dois anos por este tipo de problema (Tabela 3.50).

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Tabela 3.50 - Problemas de nervos nos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de problema de nervos (%) 29 21 27

Tempo médio de diagnóstico (anos) 16,4 18,4 17,0

Consulta por problema de nervos na UBS da área (%)

7 22 10

Consulta agendada (%) 50 100 75

Agendamento para o mesmo dia (%) 50 0 25

Agendamento para outro dia na mesma semana (%)

50 100 75

Tempo desde a última consulta (dias) 15,5 124,0 51,7

Precisa usar medicamentos para problema de nervos (%)

43 22 39

Outras formas de tratamento (%) 53 22 46

Participação em grupos (%) 4 0 3

Hospitalização por problema de nervos nos últimos dois anos (%)

0 0 0

Cuidado domiciliar

A necessidade de cuidado domiciliar nos últimos três meses foi informada por

19% (n = 29) dos idosos amostrados no município, com maior prevalência nas áreas do

PSF (26%; n = 27). Utilizando uma escala de zero a dez, a satisfação média informada

com o atendimento domiciliar foi de 8,9 (dp = 1,8) - (Tabela 3.51).

Dos idosos, 26% (n = 39) afirmou necessitar de cuidados domiciliares com

regularidade, sem diferença significativa entre os modelos de atenção (Tabela 3.51).

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Tabela 3.51 - Necessidades de cuidado domiciliar dos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE,

2005.

Maceió Indicador

PSF Tradicional Total

Cuidado domiciliar nos últimos três meses (%) 26 4 19

Necessidade de cuidado domiciliar com regularidade (%)

28 20 26

Satisfação com cuidado recebido (0 a 10) 8,8 10,0 8,9

Saúde bucal

Na amostra do Lote 2 do NE, a avaliação em saúde bucal apontou que no

grupo de idosos, 83% (n = 125) afirmou realizar limpeza dos dentes. Destes, 24% (n =

30) referiu escovar uma vez ao dia, 48% (n = 59) afirmou escovar os dentes duas vezes

ao dia, 28% (n = 33) três vezes ou mais ao dia (Tabela 3.52).

Em sua maioria (90% ; n = 112) faziam a limpeza com escova e pasta de dentes,

sendo que 38% (n = 54) costumava usar palito e / ou fio dental para auxiliar na higiene

(Tabela 3.52).

Apenas 11% (n = 17) afirmou ter recebido orientação em saúde bucal no último

ano. Destes, a maioria (35%, n = 6) afirmou ter recebido a orientação através de

programa de rádio ou tv; 29% (n = 5) de algum profissional da UBS (com exceção do

dentista e de ACS); 24% (n = 4) do dentista da unidade de sua área; e 6% (n = 1) de

amigo, de dentista da rede privada, e / ou através de outras formas (Tabela 3.52).

No último ano, 12% (n = 18) dos idosos tinham realizado revisão dos dentes;

11% (n = 16) teve dor de dentes; 4% (n = 6) fez tratamento para cárie; 13% (n = 19)

relatou ter sofrido de problemas na gengiva e 5% (n = 8) ter batido ou quebrado algum

dente (Tabela 3.52).

No ano anterior à entrevista, 13% (n = 20) foram atendidos por dentistas. Entre

os que receberam este atendimento, as UBS foram o local mais procurado (53%; n =

10), seguidas por consultórios privados (47%; n = 9). Quanto ao grau de satisfação com

o atendimento prestado, os dentistas obtiveram uma nota média de 9,0 e a maior parte

Page 119: Monitoramento e Avaliação do Projeto de Expansão e ......atenção básica e de saúde da família do Município de Maceió, representantes do controle social, trabalhadores das

119

(80%; n = 16) afirmou ter tido seu problema resolvido. Apenas um (5%) precisou ser

encaminhado a serviços especializados, tendo conseguido este atendimento (Tabela

3.52).

Quase a totalidade da amostra (99%; n = 158) já havia realizado extração de

dente. Destes, 45% (n = 71) já haviam extraído mais de um dente e 55% (n = 87) todos

os dentes. Apesar disto, apenas 43% (n = 64) fazia uso de prótese em Maceió (Tabela

3.52). A maioria das próteses havia sido feita há mais de cinco anos (69%; n = 44), 19%

entre um e cinco anos (n = 12) e 8% (n = 5) há menos de um ano, sendo que 5% (n = 3)

não se recordava.

Menos da metade dos idosos (44%, n = 66) informou dificuldade para mastigar,

sendo que a ocorrência passada ou atual de ferida na boca foi mencionada por 13% (n =

20). O tempo médio de duração da ferida foi em média de 42,8 (dp = 68,6) meses e em

quatro (20%) idosos a ferida ainda persistia.

Tabela 3.52 - Características de saúde bucal dos idosos estudados em Maceió, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Indicador Maceió (%)

Realiza limpeza dos dentes 83

Escova 3 vezes ou mais ao dia 28

Utilização de escova e pasta de dentes na higiene bucal 90

Utilização de palito e/ou fio dental na higiene bucal 38

Recebeu alguma orientação em saúde bucal no último ano 11

Recebeu orientação do dentista da UBS de abrangência 24

Fez revisão dos dentes no último ano 12

Teve dor de dente no último ano 11

Bateu / quebrou algum dente no último ano 5

Teve problemas de gengiva no último ano 13

Foi atendido por dentista no último ano No Posto de Saúde Em serviço Privado

13 53 47

Já extraiu pelo menos um dente 96

Usa prótese 43

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4 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE EM

MACEIÓ

O Estudo de Linha de Base representa um primeiro tempo na avaliação do

PROESF e foi delineado para avaliar o desempenho da atenção básica à saúde e do PSF

no conjunto do Lote 2 NE e não em cada município. Assim, conforme os pressupostos

metodológicos da epidemiologia, a amostra de nove unidades básicas de saúde

estudadas (6 do PSF e 3 Tradicionais) não é suficiente para a plena comparação do PSF

com o modelo Tradicional em Maceió, mas de qualquer maneira, as comparações são

oferecidas como uma referência, que poderá ser utilizada por gestores e técnicos para

avaliar seus esforços na implantação da política de ABS nos municípios estudados. As

limitações ficam por conta da amostra de profissionais de saúde e principalmente da

população da área de abrangência das UBS. Entretanto, nos demais aspectos há uma

completa e detalhada avaliação, como, por exemplo, na caracterização institucional do

SUS, da atenção básica à saúde e das unidades de saúde estudadas. Assim, como estudo

de caso, o relatório oferece uma boa aproximação do perfil da atenção básica à saúde no

município.

A estratégia de organizar os achados de Maceió nas mesmas categorias do

Relatório Final do PROESF (Facchini et al, 2006) permitiu a descrição dos resultados

locais, do estado e do país. As comparações significam apenas uma referência à

disposição de gestores e profissionais de saúde de Maceió na identificação de avanços

obtidos e os pontos problemáticos da ABS local.

Em termos socioeconômicos e demográficos os indicadores descrevem, de modo

geral, uma melhor qualidade de vida em Maceió que no estado de Alagoas, mas ainda

pior em comparação às médias encontradas no Brasil. Em alguns casos, os indicadores

são bastante contrastantes, como em relação ao menor percentual de idosos na

população e à maior cobertura de água encanada do município.

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A renda per capita nas comunidades foi semelhante entre as comunidades das

unidades PSF e Tradicionais e, em relação às condições de habitação a situação não

apontou diferenças significativas entre os modelos de atenção. Destacou-se o fato de

que havia um predomínio expressivo do estrato E, em que mais da metade da amostra

de todos os segmentos populacionais estudados estava incluída neste grupo, que possui

o menor padrão de consumo.

De modo geral, os indicadores de financiamento do sistema de saúde municipal

de Maceió apresentaram um desempenho abaixo da média observada no Lote 2

Nordeste. Positivamente destacou-se a maior proporção de PAB fixo por habitante e,

negativamente a proporção de recursos próprios aplicados em saúde que ainda não

alcança as exigências da EC 29.

Com o PSF implantado desde 1996, o município atingiu em 2005 a cobertura de

26% da população, ocupa assim a terceira pior cobertura do PSF entre os municípios do

Lote 2 NE. Além disso, este índice está abaixo da meta de 30% proposta pelo Ministério

da Saúde, na Fase 1 do PROESF, para cidades com porte populacional de 500.000 até

menos de dois milhões de habitantes. Logo, o PSF encontra-se em uma fase

intermediária enquanto estratégia de reorientação e reorganização da ABS no

município, em que seria necessária a implantação de cerca de 134 novas equipes de

saúde da família e de novos serviços de saúde para atingir o equivalente necessário para

toda população de Maceió. Também é necessário destacar o aspecto da melhoria da

estrutura física dos serviços, tanto do ponto de vista da adequação das dependências

quanto da disponibilidade de materiais e insumos.

No âmbito da gestão da ABS destaca-se a referência de 67% dos profissionais à

supervisão semanal; de 91% dos trabalhadores estarem satisfeitos com seu vínculo de

trabalho; além da prestação de atividades para o cuidado integral - inclusive com

atividades de grupos. Entretanto, seria importante melhorar os índices de capacitação

dos profissionais de saúde e seguir investindo na supervisão destes para o

desenvolvimento do SUS e da saúde da população no município.

As relações de trabalho indicaram o predomínio de ingresso por concurso

público (74%), tornando o vínculo de trabalho tipicamente precário a realidade da

minoria dos entrevistados (14%). O acesso às publicações do MS foi baixo, sendo esse

um aspecto que o município pode investir mais efetivamente para qualificação da ABS.

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Os indicadores de desempenho do sistema de saúde incluídos no Pacto da

Atenção Básica apontam para uma situação intermediária em Maceió, quando

comparado à Alagoas e Brasil. Favoráveis ao município destacaram-se os indicadores

de proporção de óbitos em menores de um ano por causas mal definidas; razão entre

exames de CP em mulheres de 25 a 59 anos e a população na faixa etária; proporção de

nascidos vivos com 7 ou mais consultas de pré-natal; taxa de internação por acidente

vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e diabetes mellitus.

Entretanto, alguns dos indicadores de saúde da criança e da mulher, além dos índices de

mortalidade por doenças crônicas e cobertura em saúde bucal tiveram um desempenho

bem abaixo do observado no estado e país.

O desempenho da ABS local para todos os grupos populacionais destacou-se em

relação a imunizações infantis; à utilização da UBS de abrangência para consultas por

pneumonia; às orientações de aleitamento materno fornecidas pela UBS da área durante

a gestação; e pela opinião positiva sobre os atendimentos recebidos nas unidades locais.

Em razão da amostra populacional não ser representativa para o município, não é

possível fazer afirmações conclusivas à respeito do desempenho dos modelos de

atenção em Maceió. Sendo assim, não foram observadas grandes diferenças entre os

modelos, mas os resultados permitem observar uma tendência favorável ao PSF, que

teve melhor desempenho quanto à cobertura de algumas vacinas; quanto às orientações

em saúde bucal por dentistas das UBS; orientações prestadas em aleitamento materno;

quanto à utilização da UBS por outros motivos; e quanto ao cuidado domiciliar e

recomendação de prática de atividades físicas entre idosos. Entretanto, a efetividade das

UBS estudadas precisa ser ampliada de modo geral, incluindo a recomendação de

exercícios físicos, pré-natal, puericultura, atendimento de hipertensão, diabetes,

problemas psíquicos e saúde bucal.

Em conclusão, a atenção básica em saúde em Maceió apresenta um desempenho

geral razoável em comparação à média do Lote, mas com um importante potencial de

superação dos problemas. Seus problemas são similares aos do conjunto dos municípios

avaliados e seus pontos fortes necessitam de consolidação, no sentido de melhorar os

benefícios à população local.

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