monografia de Ranniery

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INTRODUO

Em grande parte das sociedades contemporneas, a infncia marcada pelo brincar, que faz parte principalmente por influncia de contexto histrico muito decorrente de sociedades onde vivem pessoas em segmentos sociais muito baixas. A brincadeira permite a criana vivenciar o ldico e descobrir a si mesma, seus limites, seu potencial, espao, convvio e respeito social. Sabe que o brincar faz parte do universo infantil, mas certamente muitos adultos ao observarem crianas brincando com tanta espontaneidade e ingenuidade certamente sentiro saudades, e, as crianas divertem-se, mas tambm levam muito a srio esta atividade que os transportam para um mundo imaginrio. Para muitos o brincar algo necessrio e essencial no desenvolvimento infantil, e a ludicidade historicamente sempre esteve presente no desenvolvimento infantil, pois, mostra a diferena do mundo adulto e infantil. Alm de mostrar sua relao cognitiva e a potencialidade de inferir na formao e desenvolvimento infantil, mostrando tambm ser um instrumento de construo de conhecimento do aluno. Segundo Benjamin (1984): a criana quer puxar alguma coisa, torna-se cavalo, quer brincar com areia, torna-se padeiro, quer esconder-se, torna-se ladro ou guarda alguns instrumentos do brincar" (pg. 76). O que antes se limitava basicamente no brincar domstico ou na rua, esta atividade j algum tempo vem sendo transportada para o mbito escolar, e, vista como uma das maneiras mais sublimes da criana mostrar sua pureza, criatividade e percepo. Para tanto a temtica escolhida visa investigar e analisar qual a importncia da ludicidade no processo de Alfabetizao de discentes na Educao Infantil. Alm de mostrar a necessidade de alfabetizar crianas atravs do ldico e os recursos que podem ou so usados para que estes tenham alm do prazer de brincar o seu desenvolvimento cognitivo, psicossocial e intelectual. Foram usadas referncias de Vygotsky, Piaget, Wallon, Paulo Freire e Frbel, a

viso ou a idia de cada um deles e suas contribuies para o desenvolvimento da criana na Educao Infantil, e, a importncia do ldico na construo social e cultural da criana. Para o autor Huizinga,(2005), em seu livro Homo Ludens, ele diz que o jogo uma categoria absolutamente primria da vida, to essencial quanto o raciocnio (Homo Sapiens). Desta forma, resalta-se que a importncia do brincar na vida das crianas essencial para o desenvolvimento de habilidades sensrio-motores, alm da alfabetizao e outros avanos que permitiro que a criana descubra a essncia do brincar. Sabe-se que a aprendizagem e alfabetizao de qualquer criana uma tarefa que exige muito do profissional que o acompanha, e este ltimo tem fundamental importncia neste processo, pois, ele viabilizar meios que permitiro a criana crescer e desenvolver vrias habilidades tendo como uma das ferramentas a ludicidade. Para Vygotsky (1987) apud Bittencourt e Ferreira (2002, p.11) a aprendizagem e o desenvolvimento esto estritamente relacionados, sendo que as crianas se interrelacionam com o meio objeto e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construo." Para ser capaz de falar sobre o mundo, a criana precisa saber brincar com o mundo com a mesma desenvoltura que caracteriza a ao ldica. ( KISHIMOTO, 1984, p.68) Para tanto, este trabalho visa mostra como a educao deve ser oferecida crianas na Educao Infantil e a possibilidade de desenvolvimento de habilidades sensrios-motores, intelectual e cognitiva atravs do ldico.

Alguns aspectos da Histria da Educao Infantil no Brasil

A Educao Infantil no Brasil, h mais de um sculo vem sendo vista como

necessria, porm a mesma considerada sobre diversas designaes e objetivos em cada legislao educacional, configurando-se em cada lei, com objetivos e funcionamentos diferentes, em que se percebem avanos e retrocessos. Analisando a Legislao Educacional, que trata da infncia do pas, percebem-se as diferentes concepes de criana e de direitos presentes nas entrelinhas dos artigos e pargrafos. A Lei 4.0240/61, primeira LDB, referia-se educao pr-primria ministrada em jardins de infncia e escolas maternais. J a Lei 5.692/71 define a educao infantil como direito da criana e dever do Estado antes dos sete anos de idade, no explicitando de quem a responsabilidade de oferec-la. Com a Constituio Federal de 1988, o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), de 1990, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) de 1996, estabeleceram-se ao direito da criana educao complemento a ao da famlia. Muitas discusses fora geradas nesse perodo, onde, tratava-se do atendimento de crianas em creches e pr-escolas o que acabou provocando decorrentes conflitos respeito das polticas para a Educao Infantil, as prticas docentes e a formao de professores que atuavam nesse segmento.Pois, eram enfatizadas com muita decorrncia as diversas propostas que deveriam promover prticas de educao cuidados que possibilitassem a integrao entre os aspectos fsicos, emocionais, afetivos, cognitivos/lingsticos e sociais da criana. Sendo o professor o principal agente de elaborao e execuo das propostas pedaggicas. Nesse contexto, o nmero de creches e pr-escolas comeou a crescer em todo o territrio nacional. Em 1991, eram 57.840 estabelecimentos, em 1995, 107.897, e em 2009, 114.158, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). Mesmo com esse aumento, ainda no foi possvel incluir todas as crianas, onde o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), revela que 81% das crianas com 4 e 5 anos esto nas creches. Em relao pr-escola, o objetivo atingir a universalizao em 2020.

Ao tratar da Educao Infantil, a Constituio atribui aos municpios a responsabilidade de oferec-la e manter as instituies voltadas para esse fim. Somente em 1996, com a LDB, o segmento passou a ser considerado a primeira etapa da Educao Bsica (formada juntamente pelo Ensino Fundamental e Mdio). Os profissionais atuantes nessa rea comearam a ser cobrados. Onde, a formao especfica era ter nvel superior ou mdio, na modalidade Normal, passando assim ser uma exigncia para quem pretendia trabalhar na rea. Este foi um grande desafio, pois, muitos profissionais no tinham sequer o Ensino Fundamental completo, mas a meta estimada e exigida no foi atingida. Mais uma vez o Estado estipulou metas, mas at o ano de 2009 apenas 48% dos docentes possuam formao acadmica. Em 2007, passou a vigorar o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb), em substituio ao fundo que fazia repasses financeiros apenas ao Ensino Fundamental. A presso pela formao docente especializada continuou, pois o trabalho do docente na Educao Infantil diferente das demais sries do Ensino Fundamental, pois a referida modalidade requer de certas especificidades do trabalho com crianas e exige que estes sejam cumpridas e respeitadas. Finalmente com a ampliao do Ensino Fundamental de oito para nove anos, as discusses sobre o papel da Educao Infantil tomaram grande destaque, sendo que esta deve ser vista como um direito das crianas por ser uma etapa importante da escolarizao, e, uma obrigatoriedade garantida perante a Constituio Federal.

Os estudos que atribuem aos Jardins de Infncia uma dimenso educacional e no existencial, como outras instituies de educao infantil, deixam de levar em conta as evidncias histricas que mostram uma estreita relao enter ambos os aspectos: a que a assistncia que passou no final do sculo XIX, a privilegiar polticas de atendimento

infncia em instituies educacionais e o Jardim de Infncia foi uma delas, assim como as creches e as escolas maternais. (KULMANN, 2001, p. 26).

Os jogos educativos e a aprendizagem O jogo no pode ser visto, apenas, como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento fsico, cognitivo, afetivo, social e moral. Para Piaget (1967), o jogo a construo do conhecimento, principalmente, nos perodos sensrio-motor e pr-operatrio. Agindo sobre os objetos, as crianas, desde pequenas, estruturam seu espao e o seu tempo, desenvolvam a noo de causalidade, chegando representao e finalmente, lgica. As crianas ficam mais motivadas a usar a inteligncia, pois querem jogar bem: sendo assim, esforam-se para superar obstculos, tanto cognitivos quanto emocionais. Estando mais motivados durante o jogo, ficam tambm mais ativas mentalmente (KISHIMOTO, 2006, p. 96). O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedaggicos remete-nos para a relevncia desse instrumento para situaes de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criana pr-escolar aprende de modo intuitivo, adquirem noes espontneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas cognies, afetividade, corpo e interaes sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevncia para desenvolv-la. Ao permitir a ao intencional (afetividade), a representao de construes mentais (cognio), a manipulao de objetos e o desempenho de aes sensrio-motoras (fsico) e as trocas nas interaes (social), o jogo contempla vrias formas de

representao da criana ou suas mltiplas inteligncias, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil (KISHIMOTO, 2006, p. 36). Utilizar o jogo na educao infantil significa transportar para o campo do ensinoaprendizagem condies para maximizar a construo do conhecimento, introduzindo as propriedades do ldico, do prazer, da capacidade de iniciao e ao ativa e motivadora. Ao assumir a funo ldica e educativa, o brinquedo educativo merece algumas consideraes: 1. Funo ldica: o brinquedo propicia diverso, prazer e at desprazer, quando escolhido voluntariamente; e 2. Funo educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreenso do mundo. O brincar, dotado de natureza livre, parece incompatibilizar-se com a busca de resultados, tpica de processos educativos. Portanto, no basta somente apresentar o material ldico sem que, mostre as possibilidades educativas na ampliao do desenvolvimento cognitivo da criana, necessrio o manuseio para que assim haja assimilao de conhecimento. Segundo Kishimoto (1996), a utilizao do jogo potencializa a explorao e a construo do conhecimento, por contar a motivao interna, tpica do ldico. Se a criana est diferenciando cores, ao manipular livre e prazerosamente um quebra-cabea disponvel na sala de aula, a funo educativa e ldica esto presentes. No entanto, se a criana prefere empilhar peas de quebra-cabea, fazendo de conta que est construindo um castelo, certamente esto contemplados o ldico, a situao imaginria, a habilidade para construo do castelo, a criatividade na disposio das cartas, mas no se garante a diferenciao das cores. Apesar da riqueza de situaes de aprendizagem que propicia nunca se tem a certeza de que a construo do conhecimento efetuado pela criana ser exatamente a mesma desejada pelo professor.

Ensino e aprendizagem de conceitos bsicos em crianas pr-escolares

O ato de jogar to antigo quanto o ser humano. O jogo necessrio no processo de desenvolvimento e por isso tem uma funo vital para o indivduo principalmente como forma de assimilao da realidade, alm de expressar ideais humanos. Segundo Vygotsky (1989), o ldico influencia enormemente o desenvolvimento da criana. E atravs dele que a criana aprende agir, sua curiosidade estimulada, adquire iniciativa e autoconfiana, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentrao. Muito embora s recentemente que a Educao Infantil tenha se tornado um direito das crianas, o atendimento a essa faixa etria em instituies diversas como: jardim de infncia, creches, pr-escola, dentre outros a referida modalidade de ensino j existe no Brasil h um sculo. Durante muito tempo, tem se discutido como as crianas aprendem, como se d sua compreenso do processo que leva a criana a construir conhecimento, e o que elas so capazes de aprender, brincar e cuidar. Froebel define o brincar como ao livre e espontnea da criana e um suporte para o ensino, permitindo a variao do brincar, ora como atividade ldica livre ora orientada.

"Viver de acordo com sua natureza, tratada corretamente, e deixada livre, para que use seu poder. [...] A criana precisa aprender cedo como encontrar em si o centro de todos os seus poderes e membros, agarrar e pegar com suas prprias mos, andar com seus prprios ps, encontrar e observar com seus prprios olhos" (FROEBEL, 1912c, p.21).

sempre necessrio lembrar as funes da escola, entre elas preparar a criana para o convvio social. Para as crianas na pr-escola. o brincar e o jogar so modos de aprender e se desenvolver, mesmo eles no sabendo disso. Por isso, importante destacar o ldico como atividade social, pois, uma necessidade do ser humano. Da sua importncia que se faz necessrio desde a educao infantil para que o aluno possa se colocar e se expressar atravs de atividades ldicas. Sendo que, devemos considerar como ldicas as brincadeiras, os jogos, a arte, a msica e a expresso corporal. Tais com: o faz-de-conta, simblicos, motores, sensrios-motores, intelectuais ou cognitivos, individuais ou coletivos, enfim, tais jogos, embora recebam a mesma denominao, cada um tm suas especificidades dentro do contexto social e cultural em que esto inseridos, afirma KISHIMOTO (2003). Para a maioria dos grupos sociais, a brincadeira consagrada como atividade essencial ao desenvolvimento infantil. Historicamente, ela como ldico sempre esteve presente na educao infantil, nico nvel de ensino que a escola deu passaporte livre, aberto iniciativa, criatividade e inovao por parte dos seus protagonistas. Com o advento de pesquisas sobre o desenvolvimento humano, observou-se que o ato de brincar mais espao tanto no mbito familiar quanto no educacional. No Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil, a brincadeira est como um dos princpios fundamentais, defendido como um direito, uma forma particular de expresso, pensamento, interao e comunicao entre as crianas. Assim, a brincadeira cada vez mais entendida como atividade que alm de promover o desenvolvimento das crianas, ela proporcione e incentive a interao entre os pares, a resoluo construtiva dos conflitos e a formao de um indivduo crtico e reflexivo. A criana quando comea a freqentar a escola est expandindo sua convivncia social para um mundo alm de um ambiente familiar, o primeiro contato na educao infantil, onde a criana ter a oportunidade de se desenvolver, despertar sua afetividade e criatividade naturalmente. Vygotsky (1997, p. 219) apud SAAD (2003, p. 11) afirma que: [...] "o sistema afetivo despertado quando a criana interage com a realidade. So os processos afetivos mobilizando os cognitivos e dinamizando o pensamento". E o

desenvolvimento da criana relaciona-se ao que se estabelece na Educao Infantil, a saber: Nesta primeira etapa da Educao Bsica, a Educao Infantil,assim estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educao,crianas de zero a seis anos,complementando as aes da famlia e da sociedade,tem-se como finalidade o desenvolvimento global da criana em seus aspectos psicomotor,cognitivo,afetivo e social (CARNEIRO,2000 apud Santos,2004,p.10) A escola deve associar os contedos ao recurso da brincadeira na educao infantil, Wajskop (2005, p.30) apud Matushita e Mendes (2010, p.48) ressalta que: [...] Os contedos veiculados durante as brincadeiras infantis bem como os temas das brincadeiras, os materiais para brincar,as oportunidades para interaes sociais e o tempo disponvel so fatores que dependem basicamente do currculo proposto pela escola. Com base em Moyles (2002) apud Matushita e Mendes (2010, p.49), ressalta-se que [...] "o brincar, como um processo pedaggico proporciona uma tica da aprendizagem em que as necessidades bsicas de aprendizagem bsicas de aprendizagem das crianas podem ser satisfeitas." Certamente, todos os professores que atuam em classes iniciais ( creches, jardins de infncia e mesmo as primeiras sries do ensino fundamental) j tero passado pela experincia de observar os seus alunos em atitudes, no mnimo, curiosas : conversam com brinquedos e objetos como se vida tivessem, transformam terra, pedras, papis em comidinha e

servem para os amigos, assumem personalidades de outras pessoas tratando de doentes como se mdicos fossem, ensinados aos seus alunos como os professores, cuidando dos filhos igual aos pais, como comadres [...] (LIMA, 2006, p.24). Sendo assim a importncia de a criana freqentar a escola vai alm dos conhecimentos de contedos matemtica, biolgicos, etc. Pois ela estar tambm adquirindo autonomia, vivenciando variadas situaes que serviro de base para a construo de sua vida. [...] a interao com outras crianas, alm dos adultos, pois, ao interagir com os seus pares a criana tem o seu ponto de vista confrontado com os de outras, sendo que, principalmente em situaes discordantes, se sentir motivada a rever sua idia e a argumentar. Este conflito dar oportunidade para que a criana reflita, discuta e se posicione, exercitando sua autonomia, seu senso crtico e a formao de valores como solidariedade e cooperao to necessrios vida atual (LIMA, 2006, p.10). brincando que as crianas se conhecem melhor, experimentam situaes, aprendem, vivem diversas emoes e sentimentos, aprendem a lidar com seus conflitos, interage consigo, com o outro e com o mundo. Brincar uma ao que ocorre no campo da imaginao, assim, ao brincar estar-se- fazendo uso de uma linguagem simblica, o que se faz retirando da realidade coisas para serem significadas em outro espao. Quando uma criana com uma pea de sucata e imagina que um caminho, est estabelecendo uma relao de imaginao e criao: est recriando a

realidade. ( LIMA, 2006, p.35 ). Assim, consideramos fundamentais e enriquecedoras as situaes ldicas para o desenvolvimento de todo e qualquer indivduo. "Se todo mundo brincasse como as crianas seramos mais felizes e mais capazes de estabelecer relaes leves e positivas". (ABRIL, 2010, p.01). Esta concepo deveria ser enfatizada e trabalhada no processo educativo.

Aprender brincando atravs dos jogos sensoriais e motores

Brincar muito importante. Ao praticar essa ao a criana acumula conhecimento, aprende novas habilidades, alm de praticar aquelas que ela j conhece. Manipular, explorar e experimentar objetos m muito importante, pois, estimula a criatividade, imaginao e ajuda na resoluo de problemas. Segundo Vygotsky (1991), ele considera o ato de brincar muito importante para o desenvolvimento integral da criana. As crianas se relacionam de vrias formas com significados e valores inscritos nos brinquedos. Pois, nas brincadeiras, as crianas ressignificam o que vive e sentem. Por tanto, no brincar que a criana manifesta seus desejos, sentimentos e fantasias. no manuseio que ela aproxima-se do real, e d vida ao inanimado. Dificilmente a criana conseguir descrever em palavras as emoes que ela sente quando mo jogo na qual ela est inserida eficiente e bem desenvolvido no que diz respeito ao seu objetivo. A criana quando brinca desenvolve os sentidos, isso se d pelos diferentes mtodos pelo qual a criana exposta. Segundo Freire (2002), crianas quando vo escola pela primeira vez, geralmente se traumatizam e acabam chorando por dias seguidos devido separao das coisas e pessoas. Acham que por estarem na escola, em um ambiente fechado, perdem

toda liberdade que tinham em sua casa. Com o passar dos dias, por se acostumar com o ambiente, arrumam amigos e se dedicam no que melhor sabem fazer: brincar quando lhes permitido. Os brinquedos so objetos manipulveis que so usados como recurso no desenvolvimento educacional, permitindo a ao intencional, a manipulao e a interao no desenvolvimento sensrio-motora. Alm de permitir o desenvolvimento da criana na apreenso do mundo.

O jogo como desenvolvimento infantil, evolui de um simples jogo de exerccio, passando pelo jogo simblico e o de construo, at chegar ao jogo social. No primeiro deles, a atividade ldica refere-se ao movimento corporal sem verbalizao; o segundo o faz- de- conta, a fantasia, o jogo de construo uma espcie de transio para o social. Por fim o jogo social aquele marcado pela atividade coletiva de intensificar trocas e a considerao pelas regras (FREIRE, 2002, p. 69).

A criana atravs de objetos e brinquedos mostra o mundo simblico, um simbolismo ldico, no qual a brincadeira que a criana desenvolve quase que imaginria, o brincar de faz-de-conta, aquilo que no . So representaes livres. Ao trabalhar com o prprio corpo, a criana tem certa dificuldade em interpretar o simbolismo como ato corporal. Mas, com a evoluo do brincar suas descries verbais passam aos objetos utilizados, procurando reproduzir com materiais o que caracteriza o jogo de construo.

O brinquedo ensina qualquer coisa que complete o individuo em seu saber, seus conhecimentos e sua

apreenso de mundo, o brinquedo educativo conquistou espao na educao infantil. Quando a criana est desenvolvendo uma habilidade na separao de cores comuns no quebra-cabea funo educativa e o ldico est presentes, a criana com sua criatividade conseguem montar um castelo at mesmo com o quebra-cabea, atravs disto utiliza o ldico com a ajuda do professor (KISHIMOTO, 2001, p. 36-37).

Diferente de outros mtodos de ensino, o jogo envolve inteiramente a criana, e ajuda no desenvolvimento dos sentidos. atravs do ldico que a criana aprende de forma mais natural do mundo. Quando ela constri um castelo com blocos de madeira, ao mesmo tempo, ela aprende a construir sua confiana e independncia. Por isso h necessidade de injetar experincias de jogos significativos na vida das crianas, pois o mesmo promove o domnio de habilidades e a definio do carter.

O jogo na concepo de alguns autores

Neste tpico abordar-se- a cerca das idias de alguns tericos em relao viso de cada um deles sobre a importncia do ldico na Educao Infantil. Sabe-se que Piaget, Vygotsky e Wallon so referncias no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e social da criana. A principio discorre-se respeito de algumas teorias de Vygotsky, com relao ao ambiente e o sujeito no desenvolvimento social e afetivo. Vygotsky (1998), para ele o sujeito se constitui nas relaes com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que so medidas por ferramentas tcnicas e semiticas.

Nessa perspectiva, a brincadeira infantil assume um papel importante para anlise do processo de constituio do sujeito. Segundo Vygotsky o brincar uma atividade natural de satisfao de instintos infantis. (...) "a criana v um objeto, mas age de maneira diferente em relao ao que v. Assim alcanada uma condio que comea agir independentemente daquilo que v." (VYGOTSKY, 1998, p.127).

A criana tem capacidade de dar novos sentidos aos objetos e jogos a partir da sua prpria imaginao, esse fato ocorre desde os seus primeiros anos de vida, quando ela bem estimulada a criana passa a ter domnio sobre aquele objeto, deixando de ser subordinado a ele. Fato este, que expressa sua personalidade e desenvolvimento psquico. Segundo Vygotsky (1998) a importncia do brincar para o desenvolvimento infantil est no fato de que esta atividade contribui para a mudana na relao da criana com os objetos, pois estes perdem sua fora determinadora na brincadeira. A criana atravs do contato com o brinquedo pode dar outros sentidos a jogos ou objetos, partindo do momento da sua prpria imaginao. Apartir do momento que ela estimulada h um rompimento em relao sua subordinao com o objeto, atribuindolhe assim um novo significado expressando seu desenvolvimento. Vygotsky (1998) define ainda a zona de desenvolvimento proximal (ZPD) como: (...) a distncia entre o nvel de desenvolvimento real, que se costuma determinar atravs da soluo independente de problemas, e o nvel de desenvolvimento potencial, determinado atravs da soluo de problemas sob a orientao de um adulto ou em colaborao com outros companheiros mais capazes (VYGOTSKY, p.97).

Vygotsky (1998) a brincadeira representa o funcionamento da criana na zona proximal e, portanto promove o desenvolvimento infantil. A brincadeira das crianas evolui mais nos seis primeiros anos de vida do que em qualquer outra fase do desenvolvimento humano e neste perodo, se estrutura de forma bem diferente de como a compreenderam tericos interessados na temtica (Brougre, 1998). A parte do ldico, a criana constri sua experincia de se relacionar com o mundo de maneira ativa, vivencia experincia e toma decises. Vygotsky d nfase ao e o significado no brincar. Para isso praticamente impossvel a uma criana com menos de 3 anos envolver-se em uma situao imaginria, porque ao passar do concreto ao abstrato no h continuidade, mas uma descontinuidade. S brincando que ela vai comear a perceber o objeto no da maneira que ele , mas como desejaria que fosse. Atravs da brincadeira, a criana tambm desenvolve suas funes psicolgica superiores, uma vez que ela aprender a atuar numa esfera cognitiva. A criana passa a utilizar objetos materiais que serviro para representar uma realidade ausente, ou seja, ela ser capaz de pensar em objetos ausentes, planejar aes a serem realizadas, funes essas exercidas pelos processos mentais superiores. "O pensamento que antes era determinado pelos objetos do exterior passa a ser regido pelas idias. (REGO, 1995, p.81). Para Vygotsky (1984), brincar permite aprendizagem: (...) a criana ao brincar de faz-de-conta, cria uma situao imaginria podendo assumir diferentes papis, como o papel de um adulto. A criana passa a se comportar como se realmente fosse mais velha, seguindo as regras que a situao prope.

Nesse sentido, a brincadeira, est favorecendo a criana, em processos que esto em formao ou que sero completados. Segundo Meira (2003), no jogo de faz-de-conta, as crianas utilizam de processos de pensamento de ordem superior, que assume um papel central no desenvolvimento da aquisio da linguagem e das habilidades de soluo de problemas por elas. Portanto, a ludicidade uma atividade extremamente importante na relao criana com os objetos, pois estes perdem sua fora determinadora na brincadeira. (...) "a criana v um objeto mas age de maneira diferente em relao ao que v. Assim alcanada uma condio que comea agir independente daquilo que v"(VYGOTSKY, 1998, p.127). Indispensvel para a prtica educativa, a atividade ldica o bero obrigatrio das atividades intelectuais da criana, diz Piaget. Piaget, afirma que o intelecto de uma pessoa desenvolve-se atravs do processo de assimilao, pois a ludicidade permite a criana o desenvolvimento de habilidades que contribuem para seu domnio em relao ao mundo externo. Este conceito piagetiano se evidencia na atividade ldica infantil medida que as crianas, ao jogarem, assimilam novas informaes e acomodam-nas s suas estruturas mentais. Piaget (1978), identifica trs grandes tipos de estruturas mentais que surgem sucessivamente na evoluo do brincar infantil: o exerccio, o smbolo e a regra. O jogo do exerccio representa a forma inicial do jogo na criana e caracteriza o perodo sensrio-motor do desenvolvimento cognitivo. Enquanto iso, o simblico promove na criana a habilidade de estabelecer a diferena entre alguma coisa usada como smbolo e o que representa. Por outro lado tem o jogo de regras que constitui os jogos do ser socializado e se manifestam quando acontece o declnio nos jogos simblicos e a criana comea a se interessar pelas regras.

Para Piaget: "quando brinca, a criana assimila o mundo sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interao no depende da natureza do objeto, mas da funo que a criana atribui" (KISHIMOTO, 1999, p.59). Neste sentido, para o autor supracitado, o jogo de regras apresenta um equilbrio entre a assimilao ao eu e a vida social, marcando passagem do jogo infantil para o jogo adulto. Wallon (1981), compreendem que as etapas do desenvolvimento evidenciam atividades em que as crianas procuram tirar proveito de tudo. Os jogos compreendem as mltiplas experincias vividas pelas crianas, como: memorizao, enumerao, socializao, articulao, sensoriais, entre outras. Diante das idias de Wallon, percebe-se que os jogos para as crianasso progresso funcional, j para o adulto regresso, "porque o que existe a desintegrao global da sua atividade face ao real " Wallon (1981, p.79). Ou seja, para o adulto acontece o contrrio, pois quando a criana se aborrece por ser pequeno, j quando ele adulto sente-se relaxado ao ver uma criana brincar. Porque brincar com criana no perder tempo, ganh-lo; se triste ver meninos sem escola, mais triste ainda v-los sem brincar, pois nesa atividade que est a essencia de ser criana. (...) Em suma, o mundo dos adultos que o meio lhe impe e disso decorre, em cada poca, certa uniformidade de formao mental. Mas nem por isso o adulto tem o direito de s conhecer na criana o que pe nela. E, em primeiro lugar, a maneira como a criana assimila o que posto nela pode no ter nenhuma semelhana com a maneira como o prprio adulto o utiliza. Se o adulto vai mais longe que a criana, a criana, sua maneira, vai mais longe que o

adulto. (WALLON, 2010, p.46 e 47).

O papel do professor para a interao da criana com o ambiente, atravs da ludicidade A base do cuidado humano compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar ajudar e valorizar o desenvolvimento das capacidades. O manuseio de brinquedos e brincadeiras deve tornar-se uma atividade prazerosa e cuidadosa por parte do professor, pois o espao escolar deve ser transformado em um espao agradvel, de forma que o docente alcance sucesso em sala de aula. O professor alm de orientar tende a ocupar inmeras funcionalidades, como ser mdico, filsofo, psiclogo, enfim, inmeros profissionais ao mesmo tempo, para que ele possa desenvolver as habilidades e obter confiana por parte dos docentes.

por meio de outras, por intermdio do adulto que a criana se envolve em suas atividades. Absolutamente, tudo no comportamento da criana est fundido, enraizado no social. Assim, as relaes com a realidade so, desde o incio, relaes sociais. (VYGOTSKY, v. IV, p.281). Cabe ao educador organizar os espaos proporcionando aos discentes momentos para que a meninada possa apreciar e experimentar tudo o que lhes foi proporcionado. Trabalhar assim tambm uma forma de manter aceso o interesse das crianas por desafios, se as brincadeiras forem realizadas da mesma maneira, com os mesmos padres e regras, elas acabam no encontrando desafios para superar e as propostas que inicialmente pareciam divertidas, passam a ser considerado verdadeiras rotinas desinteressantes e at mesmo anfadonho. O brincar, o jogo - o mais puro e espiritual produto

dessa fase do conhecimento humano - constitui o mais alto grau de desenvolvimento do menino durante esse perodo, porque a manifestao espontnea do interno, imediatamente provocada por uma necessidade do interior mesmo. ao mesmo tempo, modelo e reproduo da vida total, da ntima e misteriosa vida da natureza no homem e em todas as coisas. Por isso, engendra alegria, liberdade, satisfao, paz e harmonia com o mundo. Do jogo, emanam as fontes de tudo que bom. O menino que joga com tranquilidade, com atividade espontnea, resistindo fadiga, chegar seguramente a ser um homem ativo, resistente, capaz de sacrificar-se pelo seu prprio bem e pelos demais. ( FRBEL, 2010, p.62). Dessa forma, o professor dever intervir orientando as crianas no seu desenvolvimento atravs do ato de brincar, que pode acontecer em vrias situaes. Sendo, de suma importncia a participao do docente nesse processo, pois a responsabilidade de promover, envolver e incluir tais crianas de total responsabilidade deste profissional. Para que toda brincadeira no se torne intediante o professor poder promover pesquisa, vivncia ou sistematizao. Para que esse processo ocorra um exemplo bem claro pode ser usado como observar e investigar os traados de uma amarelinha atravs do brincar. Atravs dessas anlises as crianas podero expandir sua viso respeito de formas geomtricas. preciso ter cuidado para que o ldico no se torne uma atividade escolarizada e sistematizada. Caso contrrio, o brincar perde o sentido. O menino interessa-se por tudo que entre no pequeno crculo de sua atividade, por tudo que contribui para aumentar seu mundo to reduzido; nada to

insignificante que no constitua para ele em verdadeiro descobrimento; porm tudo deve ser vida neste pequeno mundo: nada deve estar morto ali, porque do contrrio, obscurecer-se-ia penosamente o limitado crculo de sua existncia ( FRBEL, p. 64). O professor precisa estar atento quanto a idade de seus alunos, pois, esta influi muito no desenvolvimento cognitivo de cada um. preciso selecionar e disponibilizar materiais condizentes faixa de idade deles. Por isso, fundamental e necessrio que a quantidade e a diversidade sejam grandes, pois, estes cuidados devero propiciar momentos de criatividade dos alunos. Segundo Vygotsky (1989), as maiores aquisies de uma criana so conseguidas no brinquedo, aquisies que no futuro tornar-se-o seu nvel bsico de ao real e moralidade. Enquanto, Piaget (1998), diz que a atividade ldica o bero obrigatrio das atividades intelectuais da criana, sendo, por isso, indispensvel prtica educativa. Na escola possvel o professor resgatar a compreenso do brincar, pois, no brincar a criana mostra sua espontaneidade, sua humanidade e a criatividade, e, atravs do ldico o professor poder entender que o aluno se manifesta em sua forma mais pura no brincar. Alm de contribuir para o seu desenvolvimento, vivncia e percepo do sentido. O simples fato do educador oferecer brinquedos o comeo do processo educativo. Porm no basta s disponibilizar brinquedos, pois, o professor tem um vasto repertrio respeito de sua proposta pedaggica. Afinal, a brincadeira e o brinquedo contam com muitos segredos. Assim como a interao criana-criana na brincadeira fundamental, tambm importante a interao da criana com o professor. Pois, a presena do docente na brincadeira agregador e estimulante, quando o docente infantil mostra como se brinca, mas tambm sugere modos de resoluo de problemas e atitudes alternativas.

A importncia da atividade ldica para a formao do indivduo O anseio natural para brincar pode ser bem utilizado no desenvolvimento das habilidades que devem ser conduzidos atravs de uma crescente variedade de atividades, favorecendo assim, a explorao de si prprio e do seu ambiente. Todos temos um lugar especfico na sociedade, fazemos parte da natureza. O jogo uma forma de representar o contexto em que o sujeito est inserido, independentemente da poca, classe socal e outros fatores. O brincar torna atividades, do cotidiano, mais interessantes, diversas situaes do dia-a dia mais prazerosas, desenvolvendo criatividade e inventividade, ou seja, o talento de inventar ou criar. As atividades, ldicas de diversas maneiras propem a mobilidade, o uso ilimitado de gestos motores, materiais variados, o faz-de-conta ou a simbolizao, as cantigas infantis prprias do brincar e as interaes com o outro. Carregam em si, ao mesmo tempo, instrumentos e signos mesdiadores da relao homem mundo (REGO, 2002, apud, SANTOS, 2004, p. 31). Investir em atividades ldicas o melhor caminho para o desenvolvimento de potencialidades que a criana possa ter, pois natural da criana a criatividade e a brincadeira, atravs da imaginao. "No sculo XV, a criana era vista como um adulto em miniatura. Ela era vestida como adulto e a ela cabiam decises como se fossem adulto".(LIMA, 2006, p. 31). Os brinquedos eram utilizados como culto a religiosidade, como afirma Bernardes (2010, p. 04). Com a descoberta da infncia, os os brinquedos e os jogos que, em pocas remotas, eram utilizados em cultos e rituais religiosos e que integravam os laos coletivos da comunidade por transformaes e

tornaram-se monoplios do universo infantil. A respeito desta ligao de brinquedos e religiosidade, ries (1981, p.47) apud Bernardes (2010,p.04) afirma que:Com o tempo, a brincadeira se libertou de seu simbolismo religioso e perdeu seu carter comunitrio, tornando-se ao mesmo tempo profana e individual. Nesse processo, ela foi cada vez mais reservada s crianas, cujo repertrio de brincadeiras surge ento como repositrio de manifestaes coletivas abandonadas pela sociedade dos adultos e dessacralizadas.

A sociedade impe que estudo e lazer devem estar bem distantes um do outro. O adulto faz de utilizao do brinquedo uma forma de preparara criana para a vida adulta, e muitas vezes, esquece que com a ajuda da brincadeira que a criana vai construindo seu mundo real. "As brincadeiras tradicionais possuem, enquanto manifestaes da cultura infantil e desenvolver a convivncia social". (CASCUDO , 1984 e kishimoto, 1999 apud BERNARDES, 2010, p. 02).Independente da poca, cultura e classe social, os jogos e os brinquedos fazem parte da vida da criana, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz-de-conta se confundem. (KISHIMOTO, 2000, apud LIMA, 2006, p.25).

brincando que as crianas se conhecem melhor, experimentam situaes, aprendem, vivem diversas emoes e sentimentos, aprendem a lidar com seus conflitos interage consigo, com o outro e com o mundo.Brincar uma ao que ocorre no campo da imaginao, assim, ao brincar estar-se- fazendo uso de uma linguagem simblica, o que se faz retirando da realidade coisas para serem significadas em outro espao. Quando a criana com uma pea de sucata e imagina que um caminho est estabelecendo uma relao de imaginao e criao: est recriando a realidade (LIMA, 2006, p. 35).

E assim, a brincadeira vai contribuindo para a construo do individuo sem deixar

de lado sua imaginao re-significados e suas reconstrues respeito de mundo.