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KARLA PATRÍCIA DE FIGUEIREDO MORELO A UTILIZAÇÃO DO COACHING PELO GERENTE GERAL COMO FERRAMENTA GERENCIAL VOLTADA AO DESENVOLVIMENTO DE SUA EQUIPE

Monografia Karla Morelo

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Page 1: Monografia Karla Morelo

KARLA PATRÍCIA DE FIGUEIREDO MORELO

A UTILIZAÇÃO DO COACHING PELO GERENTE GERAL

COMO FERRAMENTA GERENCIAL VOLTADA AO

DESENVOLVIMENTO DE SUA EQUIPE

BRASÍLIA-DF

FEVEREIRO/2002

Page 2: Monografia Karla Morelo

KARLA PATRÍCIA DE FIGUEIREDO MORELO

A UTILIZAÇÃO DO COACHING PELO GERENTE GERAL

COMO FERRAMENTA GERENCIAL VOLTADA AO

DESENVOLVIMENTO DE SUA EQUIPE

MONOGRAFIA APRESENTADA À COORDENAÇÃO GERAL DA PÓS-GRADUAÇÃO, DA PESQUISA E EXTENSÃO, DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS - ICS DA ASSOCIAÇÃO DE ENSINO UNIFICADO DO DISTRITO FEDERAL - AEUDF COMO REQUISITO PARCIAL À OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM MBA GESTÃO DE PESSOAS BASEADA EM COMPETÊNCIAS

ORIENTADOR: PROF. JOÃO BATISTA DINIZ LEITE

BRASÍLIA-DF

FEVEREIRO /2002

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Page 3: Monografia Karla Morelo

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Antônio (in memoriam) e Zenina, meus primeiros

“coaches” e eternos exemplos de fé, integridade, honestidade e

incansável dedicação a todos que estiveram ao seu redor,

deixando, também, marcas inesquecíveis por onde passaram.

Ao Mário, meu marido e grande companheiro nesta jornada,

demonstrando seu apoio irrestrito, incentivo diário e imensa

disposição para suportar os momentos de minha ausência.

Às minhas filhas, Érika e Isabela, maior presente que poderia ter

recebido de Deus, fontes de inspiração diária de amor, felicidade,

realizações, esperança e certeza de que a vida é maravilhosa.

Aos meus irmãos Marco, Márcio, Elvis e Nicandro, eternos

admiradores, torcedores e incentivadores do meu crescimento

pessoal e profissional.

À toda minha família e amigos...

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Page 4: Monografia Karla Morelo

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida, pela sabedoria, inspiração constante

pela busca do conhecimento.

À CAIXA, pela oportunidade de estar realizando este projeto, e

que confirma através do suporte financeiro o reconhecimento no

valor do seu Capital Humano.

Ao Roberto Fontenele, meu Gerente, grande líder, grande coach,

incansável incentivador deste MBA, exemplo de perseverança e

busca diária pelo desenvolvimento.

Às minhas amigas, colegas de MBA, e companheiras de trabalho,

Aliese, Thelma e Míriam, pelo apoio mútuo na nossa rotina diária,

sempre presentes quando alguém precisou de energia – grande

exemplo de trabalho em equipe.

À Renata Siqueira Lima, coordenadora do MBA, sempre atenta às

nossas necessidades, pela sua presteza em dedicar seu valioso

tempo e sugestões na consecução deste trabalho.

Ao Prof. João Batista Diniz Leite, meu orientador, pela constante

provocação em busca do saber, da pesquisa e crítica diária em

torno de tudo aquilo que nos engrandece.

Aos colegas e professores do MBA que através de suas críticas e

experiências muito contribuíram com propostas e pensamentos

inovadores, que nos levaram à reflexão contínua.

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Page 5: Monografia Karla Morelo

RESUMO

Este presente trabalho de monografia pretende apresentar, de acordo com pesquisa realizada em diversas obras recentes, a ferramenta Coaching a ser utilizada pelo Gerente Geral da CAIXA. Nos dias atuais, cabe ao gerente exercer o papel de conduzir a sua equipe para o sucesso – sucesso de ambos! Coaching é um processo, um estilo gerencial que o líder pode utilizar para aprimorar as habilidades e conhecimentos necessários ao aumento do potencial de sua equipe. O Gerente Geral de agência da CAIXA é o profissional que está mais próximo do cliente e que, por este motivo, é a pessoa que juntamente a sua equipe, pode melhor representar a CAIXA enquanto Instituição. Utilizando o estilo de Coaching, o Gerente Geral estará não apenas desenvolvendo sua equipe como também atingindo os resultados esperados pela empresa e pelo cliente. Optou-se, neste trabalho, pela pesquisa bibliográfica, buscando conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre o tema proposto, na atualidade. Procura-se apresentar com este estudo, uma proposta de um Guia a ser utilizado pelo Gerente Geral da CAIXA.

Page 6: Monografia Karla Morelo

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

1.1. Situação Problema.............................................................................................2

1.2. Justificativa........................................................................................................3

1.3. Objetivos............................................................................................................4

1.3.1. Objetivo Geral..............................................................................................4

1.3.2. Objetivos Específicos...................................................................................4

1.4. Metodologia.......................................................................................................5

2. HISTÓRICO ORGANIZACIONAL............................................................................7

2.1. A Empresa CAIXA.............................................................................................7

2.1.1. Perspectiva Histórica da Organização.........................................................7

2.2. Missão e Valores...............................................................................................8

2.3. Estrutura Organizacional....................................................................................9

2.4. O Modelo de Gestão da Empresa....................................................................10

3. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................11

3.1. A Utilização do COACHING pelo Gerente Geral como ferramenta gerencial voltada para o Desenvolvimento de sua Equipe.............................................11

3.1.1. COACHING: uma Nova Exigência no Mercado.........................................12

3.1.2. COACH – a Arte de Desenvolver Pessoas................................................16

3.1.3. As Quatro Etapas do Processo de COACHING.........................................18

3.1.4. COACHING: um Exercício de Liderança!..................................................20

3.2. Liderança.........................................................................................................23

3.2.1. A Liderança no Decorrer da História..........................................................23

3.2.2. A Liderança e o Capital Intelectual Dentro das Empresas.........................26

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Page 7: Monografia Karla Morelo

3.2.3. O Exercício da Liderança...........................................................................27

3.3. Aprendizagem..................................................................................................28

3.3.1. Processo de Aprendizagem.......................................................................28

3.4. Educação Corporativa – um novo enfoque de Educação na CAIXA...............29

3.5. O Projeto de Competências na CAIXA............................................................31

3.5.1. Histórico da Implantação............................................................................31

3.5.2. Definição de Competências.......................................................................31

3.5.3. Competências do Gerente Geral – Uma Nova Abordagem.......................32

4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..................................................................37

APÊNDICE.................................................................................................................40

GUIA - Utilizando a Ferramenta COACHING..........................................................40

ANEXO......................................................................................................................60

Relatório "Políticas e Vetores de Educação"..........................................................61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................69

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA.............................................................................70

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Page 8: Monografia Karla Morelo

1. INTRODUÇÃO

Na velha economia, o papel do gerente geral era sinônimo de "autoridade

formal", voltado para o comando e o controle de sua equipe. No contexto atual, as

empresas bem sucedidas têm mostrado que o êxito tem ocorrido devido às novas

formas de gestão e às novas relações no trabalho. Conforme Gubman (1999), o que

se observa é a mudança no foco do capital para a valorização do conhecimento, do

talento e da criatividade. Um dos papéis que cabe ao gerente geral é a

responsabilidade de difundir e alavancar os ativos intelectuais de sua equipe, como

uma fonte essencial de vantagem competitiva.

No desenvolvimento deste trabalho optou-se pela divisão em Capítulos,

buscando sempre manter uma seqüência direcionando para o tema que a autora

procura abordar.

No Capítulo 2 buscou-se mostrar um histórico da Organização CAIXA. O que

é a empresa, sua missão, sua estrutura organizacional.

O Capítulo 3 traz a Revisão de Literatura, contendo no subitem 3.1 - A

Utilização da Orientação - COACHING - enfoca-se, então, o tema principal deste

estudo. Depois de uma vasta pesquisa, fez-se um apanhado da literatura, com a

intenção de propor um guia de treinamento para ser utilizado pelos gestores da

empresa. No subitem 3.2 abordou-se o vasto e complexo tema sobre Liderança.

Tema, este, gerador de muitas polêmicas teóricas, principalmente quanto à dialética:

saber, conhecer e realmente aplicar/utilizar no dia-a-dia. No subitem 3.3 -

Aprendizagem - faz-se uma abordagem superficial sobre o assunto, mas julgou-se

conveniente citá-lo, tendo em vista relacionar-se ao tema deste estudo. No subitem

Page 9: Monografia Karla Morelo

3.4 o tema Educação Corporativa não poderia deixar de ser abordado, diante do

grande impacto que este tipo de aprendizado organizacional está trazendo para a

empresa CAIXA. No subitem 3.5 um panorama da implantação do Projeto de

Competências na CAIXA, que é o modelo atual de gestão na empresa.

No Capítulo 4 - Conclusão e Recomendações: aborda-se sobre a

importância da utilização do Coaching para desenvolver pessoas.

No Apêndice apresenta-se a proposta do GUIA a ser utilizado pelo Gerente

Geral de Agência.

No Anexo apresenta-se na íntegra o documento estratégico da Universidade

Corporativa da CAIXA que cita a ação específica vislumbrando a necessidade de

desenvolver o Líder Educador atuando como Coaching junto à sua equipe.

1.1. SITUAÇÃO PROBLEMA

O Gerente Geral de Agência da CAIXA pode utilizar o Coaching como

ferramenta gerencial para influenciar e desenvolver a sua equipe?

Como cita Araújo (1999, p. 26):

Coaching não significa comprometer-se apenas com os resultados, mas com a pessoa como um todo, com a sua realização e o seu desenvolvimento. Por meio do processo de coaching, novas competências e possibilidades de aprendizagem surgem, tanto para o coach quanto para seu cliente.

O desenvolvimento de carreira na nova economia continuará dependendo

do trabalho em equipe e de pessoas dispostas a compartilhar conhecimento. Diante

desse cenário, cabe ao gerente proporcionar esse ambiente de troca, propiciando

um sentimento de comprometimento e de identificação das pessoas com a empresa

e sua missão. Idéias e ideais promovem a inovação. Ainda Araújo (1999, p. 28) diz:

Todo coach é um líder, mas nem todo líder é um coach. Para ser coach não é necessário ser o chefe do cliente, embora gerentes, chefes e supervisores sejam os coaches mais prováveis em função da liderança que se espera que exerçam junto dos outros, e não sobre os outros.

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Page 10: Monografia Karla Morelo

A Inteligência Emocional no ambiente de trabalho é descrita por Goleman

(1995) como: autopercepção, autocontrole, motivação, habilidades sociais e

empatia, é uma condição imprescindível para o gerente geral. Isso lhe permite

entender melhor o perfil emocional da sua equipe, contribuindo e auxiliando para o

atingimento dos objetivos da empresa.

Ghoshal e Bartlett (2000) descrevem como as empresas de hoje, em busca

da sua sobrevivência diante de cenários imprevisíveis, estão abandonando as

práticas tradicionais de gestão empresarial em prol de uma nova filosofia, baseada

na crença de que cada indivíduo gera valor para a organização.

Deste modo, este trabalho de pesquisa teve origem a partir da leitura de um

Relatório Estratégico da área de Desenvolvimento de Recursos Humanos da CAIXA,

no qual coloca como uma ação específica de desenvolvimento para o ano de 2002,

fazer com que os Gerentes Gerais da CAIXA atuem como Coaches frente à sua

equipe de trabalho. Busca-se ao final deste trabalho apresentar uma proposta de

Guia prático para o Gerente Geral da CAIXA de como atuar como Coaching junto a

sua equipe.

Em 2000 começou a ser implantado o processo de “Gestão por

Competências na CAIXA”, modelo atual de gestão, aonde está se buscando

identificar e desenvolver as competências requeridas pelos diferentes níveis de

gestão da empresa. A partir desse modelo as diretrizes e estratégias das diversas

áreas da empresa estão buscando aliar e consolidar seus objetivos com os objetivos

organizacionais como um todo.

1.2. JUSTIFICATIVA

Entende-se como premissa básica deste estudo a importância do papel do

gestor frente à sua equipe, como forma de agregar valor na consecução da rotina de

papéis e atribuições das pessoas no seu trabalho diariamente.

Com o advento da globalização, o mundo tem passado por enormes

mudanças e transformações. A concorrência tornou-se mais acirrada, o ritmo das

inovações tecnológicas desafia as estratégias empresariais.

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Page 11: Monografia Karla Morelo

Os líderes de hoje deverão propiciar um ambiente de colaboração e

orientação, incentivando a equipe para o que ela é capaz de fazer, criando um

ambiente propício à discussão, assegurando a liberação da capacidade criativa,

formulando uma visão para o futuro, encorajando, emocionando, contextualizando,

treinando, ensinando, facilitando, admirando e respeitando as diferenças, e

aproveitando as peculiaridades para obter as melhores ações, intenções e soluções.

Pretende-se com esta pesquisa, apresentar um modelo de gestão de

talentos das equipes na organização através de um Guia, que auxilia o gestor a

atuar como um Coaching.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. OBJETIVO GERAL

Sugerir uma proposta de implementação de um programa de

desenvolvimento do gerente geral como um líder educador, capacitando-o para

atuar, através de um processo de orientação – Coaching - objetivando o

desenvolvimento do capital intelectual de sua equipe.

1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Disponibilizar para o Gerente Geral da CAIXA um guia de como utilizar a

ferramenta Coaching, tendo como resultado final o atingimento das

metas da empresa.

Motivar o Gerente Geral a utilizar o Coaching como uma ferramenta

gerencial que o auxiliará no desenvolvimento de sua equipe.

Promover o desenvolvimento do Gerente Geral para que exerça o papel

de um líder educador à frente de sua equipe, aliado ao objetivo maior da

empresa que é o de consolidar o modelo de gestão por competências.

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Page 12: Monografia Karla Morelo

1.4. METODOLOGIA

Optou-se neste trabalho pela pesquisa bibliográfica, através de uma vasta

investigação e análise baseadas em revisão bibliográfica existente, utilizando livros,

periódicos, artigos, publicações em revistas e consultas via Internet, relativas ao

tema. Buscou-se também pesquisar documentos oficiais da CAIXA (normativos, site

CAIXA na Internet e seu Portfólio), e documentos estratégicos da mesma empresa e

da área de atuação desta pesquisadora – área de Recursos Humanos.

De acordo com Koche (1997, p. 122):

A pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres. Na pesquisa bibliográfica o investigador irá levantar o conhecimento disponível na área, identificando as teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para auxiliar a compreender ou explicar o problema objeto da investigação. O objetivo da pesquisa bibliográfica, portanto, é o de conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema, tornando-se um instrumento indispensável para qualquer tipo de pesquisa.

A partir da pesquisa em documentos estratégicos da área de Recursos

Humanos da CAIXA voltados para o Desenvolvimento dos funcionários da empresa,

encontrou-se no relatório "Políticas e Vetores de Educação" - 19 de Dezembro de

2001 (apresentado na íntegra no ANEXO), como diretriz de educação para o ano de

2002 - aliado ao processo de “Gestão por Competências na CAIXA”, atual modelo

de gestão da empresa - um item específico, uma Ação, aonde se prevê que o gestor

deverá exercer, atuar no papel de Líder Educador, como Coaching.

O citado relatório traz em sua "AÇÃO Nº 7: o Desenvolvimento de Líderes

Educadores, visando sistematizar critérios de Desenvolvimento de Líderes

Educadores, atuando como Coaching e/ou como Facilitadores de

Aprendizagem." O relatório foi desenvolvido e aprovado em 19/12/01 através de

reunião do Conselho Superior de Educação da Universidade Corporativa da CAIXA.

A partir daí concretizou-se o interesse desta pesquisadora em coletar

literatura atual sobre o assunto citado e tentar contribuir para a área de

Desenvolvimento da empresa. Aproveitando essa Ação prevista no planejamento

estratégico da Universidade Corporativa da CAIXA a ser desenvolvida nos Líderes

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Page 13: Monografia Karla Morelo

tornando-os Líderes Educadores, apresenta-se neste trabalho uma proposta de um

GUIA para o Gerente Geral, de como utilizar a ferramenta coaching para

desenvolver sua equipe de trabalho.

O público que se quer atingir com este estudo é o universo de empregados

da CAIXA do nível gerencial, em específico os 1.755 Gerentes Gerais de agência.

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Page 14: Monografia Karla Morelo

2. HISTÓRICO ORGANIZACIONAL

2.1. A EMPRESA CAIXA

2.1.1. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO*

Fundada em 12 de janeiro de 1861, na cidade do Rio de Janeiro, pelo

Imperador Dom Pedro II, a CAIXA tinha como missão conceder empréstimos e

incentivar a poupança popular. Um dos objetivos do imperador era inibir a atividade

de outras empresas que não ofereciam garantias aos depositantes e ainda

concediam empréstimos a juros exorbitantes. A Instituição atraiu príncipes, barões e

escravos que, ávidos por comprarem suas cartas de alforria, nela depositavam seus

recursos. (Fonte: site da CAIXA na Internet).

Em 1874 a Empresa começou sua expansão, instalando-se nas províncias

de São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul. Somente em

1969, quase cem anos depois, aconteceria a unificação das 22 Caixas Econômicas

Federais, que passaram a atuar de forma padronizada. (Fonte: site da CAIXA na

Internet).

As carteiras Hipotecárias e de Cobrança e Pagamentos surgiram em 1934,

durante o Governo Vargas, quando tiveram início as operações de crédito comercial

e consignação.

* Fonte: este capítulo foi baseado em informações pesquisadas em documentos institucionais da CAIXA e adaptadas por esta pesquisadora.

Page 15: Monografia Karla Morelo

As Loterias Federais começaram a ser operacionalizadas pela CAIXA em

1961, representando um importante passo na execução dos programas sociais do

Governo, já que parte da arrecadação é destinada à Seguridade Social, ao Fundo

Nacional de Cultura, ao Programa de Crédito Educativo e entidades de prática

esportiva, dentre outros.

A década de 70 marcou a implantação e regulamentação do Programa de

Integração Social - PIS, além da criação e expansão da Loteria Esportiva em todo o

país. Nesse período, a CAIXA assumiu a gestão do Crédito Educativo e passou a

executar a política determinada pelo Conselho de Desenvolvimento Social, através

do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social - FAS.

Com a extinção do Banco Nacional de Habitação - BNH, em 1986, a

Empresa se transformou na maior agência de desenvolvimento social da América

Latina, administrando o FGTS e tornando-se o órgão-chave na execução das

políticas de desenvolvimento urbano, habitação e saneamento. Em 1990, a

Instituição foi incumbida de centralizar quase 130 milhões de contas de FGTS que

se encontravam distribuídas em 76 bancos. O desafio foi vencido e, em 1993, ela

efetuou o pagamento de cerca de 72 milhões de contas inativas.

2.2. MISSÃO E VALORES

Promover a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade,

intermediando recursos e negócios financeiros de qualquer natureza, atuando,

prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e nos segmentos de

habitação, saneamento e infra-estrutura, e na administração de fundos, programas e

serviços de caráter social, tendo como valores fundamentais:

Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da

sociedade e dos clientes.

Busca permanente de excelência na qualidade de serviços.

Equilíbrio financeiro em todos os negócios.

Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade.

Respeito e valorização do ser.

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Page 16: Monografia Karla Morelo

2.3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A Caixa Econômica Federal é uma instituição financeira sob a forma de

empresa pública, criada nos termos do Decreto-Lei no 759, de 12 de agosto de

1969, vinculada ao Ministério da Fazenda.

A CAIXA tem sede e foro na Capital da República e atuação em todo o

território nacional, sendo indeterminado o prazo de sua duração.

Instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional e auxiliar da execução

da política de crédito do Governo Federal, a CAIXA submete-se às decisões e à

disciplina normativa do órgão competente e à fiscalização do Banco Central do

Brasil. Suas contas e operações estão sujeitas a exame e julgamento pelo Tribunal

de Contas da União e Secretaria Federal de Controle do Ministério da Fazenda.

O órgão de orientação superior da CAIXA é o Conselho de Administração,

composto por cinco membros indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre

eles o Presidente do Conselho; o Presidente da CAIXA, que exerce a Vice-

Presidência do Conselho; e um membro indicado pelo Ministro de Estado do

Planejamento, Orçamento e Gestão.

A Diretoria da CAIXA é composta por um órgão colegiado - Diretoria

Colegiada -, integrado pelo Presidente e sete Diretores, sem designação específica;

e um Diretor responsável exclusivamente pela gestão e supervisão de recursos de

terceiros.

O Presidente e os Diretores são nomeados pelo Presidente da República,

por indicação do Ministro de Estado da Fazenda, ouvido o Conselho de

Administração da CAIXA.

Compete à Diretoria o exercício das atividades executivas concernentes aos

objetivos da CAIXA.

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Page 17: Monografia Karla Morelo

2.4. O MODELO DE GESTÃO DA EMPRESA

Nos últimos anos, a CAIXA vem passando por uma série de reestruturações

com o objetivo de tornar-se mais ágil, moderna e competitiva.

A atual estrutura organizacional da CAIXA é formada por Unidades da

Matriz, Filiais, Escritórios de Negócios e Agências.

A Matriz possui a representação de todos os processos que sustentam as

atividades da CAIXA, sendo responsável pela definição de diretrizes e pelo controle

dos resultados, e está estruturada da seguinte forma:

Superintendências Nacionais: primeiro nível de gestão da CAIXA; e

Gerências Nacionais: segundo nível de gestão, vinculada à Superintendência

Nacional ou diretamente a uma Diretoria.

As Filiais, subordinadas às Superintendências Nacionais ou às Gerências

Nacionais, são extensões de determinados processos existentes na Matriz e se

caracterizam por unidades que operacionalizam as atividades referentes àqueles

processos, sendo responsáveis pela sua execução no âmbito de sua abrangência

regional.

Os Escritórios de Negócios são responsáveis pela gestão regional dos

negócios da CAIXA e pela gestão da Rede de Agências, no âmbito da região em

que operam.

As 1.950 Agências respondem pela venda dos produtos e serviços da

CAIXA.

A CAIXA conta, hoje, com 55.000 empregados em seu quadro próprio, além

de estagiários e prestadores de serviços, sendo que 1.755 são Gerentes Gerais de

Agência, público alvo deste projeto de pesquisa.

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Page 18: Monografia Karla Morelo

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. A UTILIZAÇÃO DO COACHING PELO GERENTE GERAL COMO FERRAMENTA GERENCIAL VOLTADA AO DESENVOLVIMENTO DE SUA EQUIPE

Como obter o máximo de equipes inovadoras? Quem lidera melhor uma

equipe inovadora? Conforme Bradford e Cohen (1986), os estudos de gestão

mostram que não é o chefe acostumado com o sistema de comando e controle, mas

sim um novo tipo de coordenador cujo trabalho mais se assemelha ao de treinador e

facilitador. Esse tipo de líder ainda é contestado, porque o sistema taylorista e

cartesiano continua habitando a cabeça da maioria dos dirigentes.

A flexibilidade caracteriza o contexto atual, e trouxe os estudos da

complexidade para o campo da gestão. Mas isso é novidade repelida pelos que só

acreditam naquilo que já deu certo e insistem em "dirigir um carro olhando só no

retrovisor". A boa comunicação interna promove uma melhora significativa da

produtividade.

Os processos bem-sucedidos precisam de flexibilidade. Hoje, a inovação

requisita ainda mais o novo modelo de gestão, menos normativo, defendido pela

ciência da complexidade aplicada às organizações.

O taylorismo sempre pregou pela organização, muita organização,

devidamente protegida pelo sistema de comando e controle.

As organizações têm que se tornar adaptáveis, flexíveis suficientes para

absorver as variáveis crescentes deste mundo complexo, procurando prevalecer a

Page 19: Monografia Karla Morelo

tática sobre a estratégia. Isso tudo representa uma virada, com a opção do uso da

criatividade e da inovação sobre o império das normas. Hoje isso se tornou uma

tendência evidente.

A realidade hoje é cada vez mais complexa, e nenhuma atividade pode mais

ser gerida só com base na experiência, no planejamento vindo dela e nas regras daí

nascidas. Essa tese põe em evidência a qualidade das relações humanas no

trabalho. Ela se torna cada vez mais importante não só para a produtividade como

também para nos salvar das armadilhas do sistema atual.

A seguir está transcrita reportagem da empresa CATHO-online (2000), com

a participação da equipe do Jornal Carreira & Sucesso e os especialistas no assunto

Nelsinho Batista e Elisabete Schaffler Koller:

3.1.1. COACHING: UMA NOVA EXIGÊNCIA NO MERCADO

Nelsinho foi jogador de futebol durante 20 anos e trabalha como treinador

há 15. Hoje treina o time de futebol da Portuguesa de Desportos.

Elisabete é psicóloga, pedagoga e gerencia o departamento de Recursos

Humanos da Computer Associates do Brasil.

1 - O que faz um treinador/um Coach?

Nelsinho

O treinador de futebol tem a função de definir e escalar os jogadores de acordo com as qualidades de cada um. O objetivo de todo treinador é trabalhar para conseguir montar uma equipe com opções de jogo variadas.

Elisabete

A principal função do coach é ajudar os funcionários de uma empresa a ter um suporte técnico de gestão e liderança para a sua carreira. O trabalho tem um caráter empresarial, ajudando os profissionais na obtenção de diretrizes para melhorar seus pontos fortes. O mais importante do trabalho de coaching é o respeito ao eu de cada um, pensando sempre nos objetivos da empresa.

Page 20: Monografia Karla Morelo

2 - Como é o seu trabalho?

Nelsinho

É um trabalho feito em equipe, que procura explorar sempre as características de cada jogador. Tenho que trabalhar um melhor rendimento individual dos jogadores para obter um melhor rendimento da equipe. Cada profissional tem que ter suas qualidades melhoradas para o bem da equipe.

Elisabete

É um trabalho que é feito geralmente pelo departamento de Recursos Humanos da empresa. As pessoas, na maioria das vezes, vêm procurar o coach da empresa quando sabem que ele é uma pessoa que está ali para ajudar, e os problemas que levam os funcionários até o coach variam de estagnação profissional à falta de estudo. O trabalho de coaching funciona com muita conversa, com avaliações constantes do desempenho profissional dos funcionários e, principalmente, com a proposta de novos desafios profissionais para que a pessoa tenha a oportunidade de desenvolver novas habilidades.

3 - Como você é visto pelo time?

Nelsinho

Eu fui jogador de futebol durante 20 anos, e sempre fui procurado pelos meus colegas de campo para dar conselhos e ajudar. Sempre observei muito o trabalho dos meus técnicos porque sempre pensei em me tornar um. Acho que hoje não tenho problemas com minha equipe, porque eles entendem os meus sentimentos, entendem o meu trabalho e não é por isso que não possa existir uma amizade entre nós. Acho que eles me enxergam como que enxergava meus técnicos na minha época de jogador. Sou amigo dos jogadores da Portuguesa fora e dentro do clube, mas sempre deixo claro que existe uma hierarquia e que eu sou o técnico do time.

Elisabete

O coach é um profissional que pode ou não fazer parte do quadro de funcionários fixos da empresa. Ele pode ser contratado por um determinado período, o suficiente para trabalhar com todos os funcionários daquela empresa. Normalmente as pessoas vêem o coach como um apoio e, geralmente, o recebem bem. É um suporte para a carreira.

Page 21: Monografia Karla Morelo

4 - É possível desenvolver este trabalho de acompanhamento individual sem fazer diferença entre os componentes da equipe?

Nelsinho

Essa talvez seja a parte mais difícil do meu trabalho. Tenho que trabalhar com a individualidade de cada um dos jogadores sem mostrar preferência por nenhum deles. É complicado, uma vez que estamos falando de seres humanos e de sentimentos, mas acho que tenho conseguido separar as coisas, lembrando sempre que todos os jogadores têm o mesmo valor para mim.

Elisabete

Uma vez que você desenvolve este trabalho numa empresa que possui um quadro de funcionários numeroso, não existe nem tempo hábil para fazer diferença entre as pessoas. É um trabalho extremamente profissional, diferente do que algumas pessoas pensam. coaching não é terapia, por isso não existe uma possibilidade tão grande de relação íntima entre o coach e o funcionário. É claro que todo o processo de trabalho mexe um pouco com o lado pessoal, mas não o suficiente para criar vínculos, que não os profissionais.

5 - O que é preciso para ser um bom treinador/Coach?

Nelsinho

Acho importante ter experiência na área em que você vai atuar. Sei que hoje o mercado oferece vários cursos para quem quer ser um treinador ou preparador físico, por exemplo, mas penso que a experiência ajuda muito. Um ex-atleta consegue entender melhor o que acontece num jogo, e no time, porque já passou por aquilo. Ele observa de fora do campo aquilo que já passou quando estava em campo, como jogador, por exemplo. Mas hoje temos ótimos técnicos que nunca jogaram bola, mas que desenvolvem um bom trabalho. Na minha opinião, um bom técnico precisa saber comandar sem usar autoritarismo e trabalhar em equipe.

Elisabete

Para fazer este trabalho não é exigida nenhuma formação específica. Têm vários profissionais exercendo a função de coach, entre eles engenheiros, advogados, administradores e psicólogos, por exemplo. Para exercer esta função, o profissional deve ter uma pessoa com uma boa visão empresarial, percepção das coisas e um feeling especial para descobrir quais as habilidades individuais de todos os funcionários de uma empresa.

Page 22: Monografia Karla Morelo

6 - Quais as suas ferramentas de trabalho?

Nelsinho

Meu trabalho pode ser dividido em três partes. Faço a manutenção física dos atletas, trabalho com a motivação emocional do grupo e preparo a estratégia de jogo. A parte física, como preparador, uso vários objetos para treinamento, como barreiras, estaca e obstáculos. Sou do tipo de treinador que entra para suar junto com a equipe. Para trabalhar com o controle e a motivação emocional do time, eu faço recurso de algumas técnicas que aprendo com a leitura de livros. Hoje, na Portuguesa, não existe um psicólogo para trabalhar com o time, então eu acabo fazendo um pouco este papel. Descobri recentemente, por exemplo, uma série de fitas de vídeo que apresento para os jogadores durante a concentração. São depoimentos e conselhos de vários profissionais que já estiveram no lugar deles. Acho importante para incentivar cada um deles. Na terceira parte do meu trabalho, a tática do jogo, conto com a informática para mostrar no computador como está armada a estratégia de jogo do time. Costumo dizer que, apesar de todos os recursos citados, minha principal ferramenta de trabalho, com certeza, é a bola.

Elisabete

A principal ferramenta de trabalho do coach é o conhecimento. Tudo é feito com base em muita conversa e numa análise do passado e presente profissional e pessoal de cada pessoa. A função do coach é dar o suporte técnico que o profissional precisa para melhorar sua carreira, e esse suporte é indicado por meio de muito conhecimento. Não importa se esse conhecimento foi adquirido por livros, por sites ou filmes. O importante é transmitir aquilo que se encaixa em cada caso, é dar informação para que as pessoas saibam como melhorar.

7 - Estilo autoritário ou participativo?

Nelsinho

Participativo. Hoje não existe mais um treinador que fique alheio ao seu time, ou um chefe de uma empresa que fica dentro da sua sala, alheio ao que acontece com os seus funcionários. Quem dá as regras sou eu e não deixo que interfiram no meu trabalho por causa da amizade que tenho com os jogadores do time, por exemplo, mas converso com eles, treino com eles, fico na concentração, sofro em cada lance, comemoro cada vitória e sinto cada partida perdida como cada um deles. Sou amigo nas horas em que tenho que ser amigo, mas também dou broncas quando é necessário, e eles respeitam minha postura como profissional.

Elisabete

Com certeza, participativo. A tendência é essa: comandar de maneira participativa, mas sem esquecer de controlar a situação. Infelizmente alguns profissionais que estão no mercado ainda precisam ser comandados e não se encaixam no estilo participativo. Em algumas empresas os superiores mudam o estilo de comando de acordo com o funcionário.

Page 23: Monografia Karla Morelo

Hoje, o sucesso na carreira de um executivo está diretamente ligado a um

estilo participativo de liderança. A ordem do dia é formar equipes, e quem não

conseguir manter relações harmoniosas no ambiente de trabalho vai perder espaço.

3.1.2. COACH – A ARTE DE DESENVOLVER PESSOAS

Araújo (1999) trata da arte de desenvolver pessoas utilizando o Coaching e

na maneira clara, detalhada e bem fundamentada sobre o tema, tornando a leitura

muito fácil de ser compreendida e muito envolvente à medida que avançamos nos

capítulos.

Conforme Araújo (1999, p. 25)

Coach é o papel que você assume quando se compromete a apoiar alguém a atingir determinado resultado. Portanto, o processo de coaching começa quando a pessoa procura o seu apoio para resolver um problema ou realizar um projeto e você aceita comprometer-se com este papel. O processo também pode começar por iniciativa sua: você oferece apoio a alguém, que pode aceitar ou não.

Coaching não significa comprometer-se apenas com os resultados, mas com

a pessoa como um todo, com a sua realização e o seu desenvolvimento. Por meio

do processo de coaching, novas competências e possibilidades de aprendizagem

surgem, tanto para o coach quanto para seu cliente. Não falamos só de

competências técnicas ou capacidades específicas, das quais um bom programa de

treinamento poderia dar conta perfeitamente.

Segundo Araújo (1999), o gerente assume o papel de coach para

desenvolver o talento de sua equipe de maneira que a melhoria do desempenho das

pessoas, impacta diretamente no atingimento dos resultados esperados pela

organização.

Coaching é mais do que treinamento, o coach permanece com a pessoa até

ela atingir o resultado. Sua função é lhe dar poder para que ela produza, para que

suas intenções se transformem em ações que, por sua vez, se traduzam em

resultados. Coaching é, essencialmente, empowerment. Dar poder para que o outro

adquira competências, produza mudanças específicas em qualquer área da vida ou

até, e principalmente, transforme a si mesmo. Quando o seu cliente realiza algo que

Page 24: Monografia Karla Morelo

considera significativo, ele se realiza, torna-se um vencedor. Apoiar alguém a

transformar sua auto-estima em sua força pessoal é parte fundamental do processo

de coaching. Esse compromisso com a pessoa, acompanhando sua evolução,

dando suporte nos momentos difíceis e estimulando-a a avançar, vai produzindo no

coach uma transformação sutil: ele está sendo útil para alguém - ensina Araújo.

Todo coach é um líder, mas nem todo líder é um coach. Para ser coach não

é necessário ser o chefe do cliente, embora gerentes, chefes e supervisores sejam

os coaches mais prováveis em função da liderança que se espera que exerçam

junto dos outros, e não sobre os outros - adverte Araújo.

Segundo Benton (2000) um coach não é um amigo, um chefe, um parente,

um colega de profissão, nem um mentor. Um coach é alguém que instrui

particularmente, visando preparar uma pessoa para um trabalho específico ou

importante. A necessidade de coaching - na vida corporativa - pode estar no

desenvolvimento da liderança, no discurso, na etiqueta, na lapidação da

personalidade, na construção da segurança, nas habilidades das pessoas, nas

relações públicas e pessoais, no gerenciamento voltado ao crescimento, no

gerenciamento de pessoas difíceis ou mesmo na aparência.

Embora diferentes coaches tenham especialidades e técnicas diversas, seu

objetivo comum é elevar o desempenho; em outras palavras, ajudar na aquisição de

qualidades importantes que talvez estejam faltando - ensina Benton.

Um bom coach é alguém qualificado, objetivo e hábil em motivar a mudança

comportamental. Uma pessoa capaz de promover o entendimento entre uma ampla

variedade de pessoas, fazer as perguntas certas, avaliar comportamentos

problemáticos e localizar comportamentos eficazes e não-eficazes. É importante que

o indivíduo suspenda o julgamento e seja um colega útil, não um concorrente

adverte Benton.

O resultado final de um bom coaching é a melhoria do desempenho

empresarial para o indivíduo e a economia de um recurso valioso para a empresa.

Ainda segundo Benton, a meta de um coach é ajudá-lo a ser mais, a extrair

seu potencial máximo, é orientá-lo para lidar melhor com o futuro e torná-lo um

funcionário mais valioso. Um coach também o ajuda a mudar comportamentos que

podem ameaçar ou descarrilhar sua carreira.

Page 25: Monografia Karla Morelo

3.1.3. AS QUATRO ETAPAS DO PROCESSO DE COACHING

O processo de coaching se dá em quatro etapas, segundo Araújo (1999):

PRIMEIRA ETAPA: “A BASE: UMA RELAÇÃO DE CONFIANÇA”

É a etapa mais crítica, consiste na construção de uma parceria sólida,

consciente. Uma parceria baseada em confiança mútua e maturidade para assumir e

cumprir todas as responsabilidades acordadas.

A abertura entre o coach e o cliente tem de ser total; afinal, eles viverão

juntos vitórias e realizações, mas também compartilharão momentos de fracassos e

frustrações. Como precisam lidar honestamente com a realidade dos fatos, devem

adotar o feedback como prática freqüente. É importante que a relação seja nutrida

durante todo o processo, até o resultado final ser atingido, pois constitui um trilho

seguro para o percurso.

SEGUNDA ETAPA: “CRIANDO A VISÃO DE FUTURO”

Diz respeito ao que o cliente deseja realizar: sua visão de futuro. O coach

pode ajudar a transformar a visão da empresa na visão da equipe ou negócio e,

finalmente, na visão pessoal do cliente. Pode ser também que o cliente tenha uma

visão mais ampla, que transcenda a visão da organização ou um projeto específico

ou pessoal. O coach deve estimular o cliente a sonhar de olhos abertos, expressar

quem ele é através dos sonhos e a manter a integridade consigo mesmo.

TERCEIRA ETAPA: “REVISANDO A “BAGAGEM DE MÃO”

Consiste na análise da "bagagem de mão": a trajetória de realizações de

ambos. É muito importante que coach e cliente se conheçam bem para que explore,

com competência os talentos um do outro. É valioso também que apontem suas

dificuldades e limitações atuais e definam aquelas que precisam ou desejam mudar.

Page 26: Monografia Karla Morelo

Parte do papel do coach é ajudar o cliente a separar, na bagagem, o que é

seu do que é dos outros, o essencial do supérfluo, e libertar-se de eventuais "pesos

inúteis" da bagagem. Outra parte significativa reside em ajudá-lo a valorizar o que

tem: seus talentos, sua dedicação, enfim, seu potencial de realização.

QUARTA ETAPA: “TRAÇANDO O PLANO DE AÇÃO”

É o plano de ação. Conhecendo melhor o cliente, o coach pode ajudá-lo a

identificar o gap entre sua visão e a situação e competências atuais. O coach

precisa observar se essa distância não está muito além do que se pode cumprir,

pois isso só causaria ansiedade. O próximo passo é construir uma ponte firme para

que a intenção se transforme em resultados. Estabelecer e acordar um plano de

ação é fundamental para que o coach possa acompanhar bem o desenvolvimento

do cliente, garantindo o sucesso do projeto.

Page 27: Monografia Karla Morelo

COACHING - PROCESSO E RESULTADOS

1. A base: uma relação de confiança

2. Criando a visão de futuro

3. Revisando a "bagagem de mão"

4. Traçando o plano de ação.

3.1.4. COACHING: UM EXERCÍCIO DE LIDERANÇA!

Page 28: Monografia Karla Morelo

ALGUMAS SUTILEZAS ENTRE COACH E LÍDER

Segundo Araújo (1999), conseguir que as pessoas produzam resultados é a

competência central do líder; portanto, todo coach é um líder, mas nem todo líder é

coach. A diferença é sutil, pois ambos precisam observar a dinâmica do processo de

realização: resultados X pessoas.

Coaching é liderança refinada, pois, ao se concentrar mais no

desenvolvimento de pessoas, fortalece o capital humano nas organizações para

enfrentar mudanças com maior agilidade - ensina Araújo.

A maioria das pessoas dedicará mais tempo e energia a um dos dois papéis,

podendo dar excelentes contribuições à empresa. Hoje, poucos coaches desempenham

bem ambos os papéis com naturalidade. Não vamos mitificar: não é um dom inato, requer treino, abertura e

compromisso pessoal. Quem já trabalhou com alguém assim sabe que é uma experiência inesquecível - lembra

Araújo.

LÍDER COACH

Empenhado no futuro a ser criado, seja na visão de um país, seja na de uma organização.

Foco no futuro de uma pessoa ou de um grupo.

Foco maior nos resultados. Foco maior nas pessoas.

Analisa o desempenho do negócio. Ajuda a pessoa a analisar seu desempenho.

Antecipa problemas/necessidades do negócio.Estimula a pessoa a antecipar seus problemas e suas necessidades.

Articula estratégias e recursos do negócio.Ajuda a pessoa a criar, analisar e usar os próprios recursos.

Não tem compromisso de assessorar pessoas de forma direta e, quando o faz, concentra-se em sua equipe.

Tem compromisso de assessorar pessoas mesmo quando elas não pertencem a sua equipe.

Tem seguidores.Não tem seguidores, é ele quem "segue" a pessoa.

Para empreender uma verdadeira mudança cultural na empresa, precisamos

criar e manter um ambiente aberto à aprendizagem. Para isso, é fundamental

desmistificar muitos papéis, especialmente o da liderança, que consiste num dos

principais recursos estratégicos para produzir resultados e viabilizar projetos.

Existem vários papéis que são confundidos com o de coach, mas nenhum

desses papéis requer o compromisso de apoiar pessoas a realizar metas. Araújo

Page 29: Monografia Karla Morelo

(1999, p. 47) define com muita propriedade em seu livro, a diferença de cada um

desses papéis, conforme a seguir:

No papel de Coach, o compromisso de apoiar pessoas é fundamental, à medida que o coach atua no campo do desempenho - resultado e realização pessoal - e influencia no desenvolvimento de padrões éticos, comportamentais e de excelência.

O CONSELHEIRO

Fonte de consulta e recomendações, geralmente é respeitado pela quantidade e qualidade das informações que detém. Pode ser interno ou externo à organização, e o contato com ele é pontual. Você pede e recebe a informação, e a relação termina aí. Não há continuidade na relação nem responsabilidade alguma por parte do conselheiro em como você usará a informação.

O MENTOR INTELECTUAL

Trabalha no campo do conhecimento e da técnica. É ele que tem as idéias, por isso as pessoas se referem, a ele como "mentor" ou professor, aquele que idealizou o projeto, seja uma fábrica, seja um sistema de vendas. Ele pode ensinar uma técnica, mas não necessariamente orienta as pessoas na execução ou participa dela, que é o papel preponderante do coach. Enquanto o mentor é inspiração, o coach é transpiração. Nesse caso, a diferença entre este papel e o que está sendo estabelecido aqui é realmente grande.

O MENTOR FORMADOR

Cada faraó, cada rei e cada lama tiveram um mentor que os acompanhava durante toda a sua formação, até que pudessem assumir as responsabilidades inerentes a suas funções. Esse papel, que vem desde a antiguidade é o que chamo de mentor formador.

Algumas empresas querem resgatar esse papel, outorgando a um mentor previamente determinado a responsabilidade pelo desenvolvimento e pela formação de pessoas, por meio de um processo formalmente estabelecido. Entretanto, há uma contradição nessa iniciativa porque estamos falando de capacitação, e não de educação de adultos. Parece que o problema é a premissa com a qual, interpreta, o ser humano, o profissional.

O coach se compromete com o desempenho, traduzido em resultados e realização pessoal do cliente. Ele pode influenciar no desenvolvimento de padrões de excelência e de comportamento éticos, ajudando o cliente a manter a integridade consigo mesmo e com os outros Mas não é o pai da carreira de ninguém.

O GURU

O guru, por sua vez, está concentrado em sabedoria e transcendência, e não em desempenho. Até um guru técnico está mais preocupado com o estado de arte que com um desempenho individual específico.

O CONSULTOR ORGANIZACIONAL

Ele pode desempenhar vários desses papéis. Pode informar (conselheiro), idealizar uma abordagem de negócio (mentor), apoiar o desenvolvimento de líderes e seguidores (coach).

RESUMO DOS DIVERSOS PAPÉIS:

Page 30: Monografia Karla Morelo

PAPEL DIMENSÃO CAMPO

GURU Transcendência e espiritualidade Sabedoria

LÍDER & COACH Empowerment (resultados e realizações)Desempenho, ética e relações

MENTOR Idéias, conceitos e projetos Conhecimento

CONSELHEIRO Consultas e dados Informação

Ainda, segundo Araújo, todos esses papéis são valiosos, mas apenas o líder

e o Coach têm o compromisso de apoiar pessoas a realizar metas concretas.

3.2. LIDERANÇA

3.2.1. A LIDERANÇA NO DECORRER DA HISTÓRIA

Ghoshal e Bartlett (2000) descrevem como as empresas de hoje, em busca

da sua sobrevivência diante de cenários tão imprevisíveis, estão abandonando as

práticas tradicionais de gestão empresarial em prol de uma nova filosofia, baseada

na crença de que cada indivíduo gera valor para a organização.

Os autores acima fazem uma breve narrativa na história da Administração

desde a filosofia da Administração Científica que Taylor agregou para o nosso

desenvolvimento sobre gestão, aonde não apenas redefiniu o trabalho dos

empregados da fábrica, como também provocou uma revolução nas

responsabilidades dos supervisores, de maneira que:

A função da gerência passou a ser a de motivar e controlar os

trabalhadores, com as suas minuciosas descrições de cargos, e

assegurar a coordenação eficaz entre as atividades altamente

especializadas.

O planejamento se transformou no elemento central da moderna prática

gerencial.

Page 31: Monografia Karla Morelo

Conforme Ghoshal e Bartlett (2000), nesse ambiente caracterizado pelo

controle e coordenação e pela proliferação de planos e políticas, desenvolveu-se

uma nova forma de relacionamento entre as empresas e os empregados. Tratava-se

os empregados não como recursos humanos valiosos, mas como componentes

substituíveis de um processo de produção eficiente. A dificuldade era que, ao

contrário de outros insumos, as pessoas traziam para a organização uma ampla

variedade de capacidades e interesses que tornava o seu comportamento bem

menos previsível.

Nesse momento do pós-guerra (2ª guerra), começou a ser difundida uma

estrutura divisional pela Europa, tendo em vista que nos Estados Unidos essa

estrutura já estava consolidada, observou-se como as empresas modernas haviam

subjugado a iniciativa e a criatividade pessoal à percepção de uma necessidade

superior de consistência e de controle. Os gerentes combateram e rejeitaram as

novas idéias gerenciais que colocavam em risco a sua autoridade e controle,

mediante a construção de um novo modelo empresarial, com base em um conjunto

mais liberal de pressupostos sobre a capacidade humana e a motivação pessoal -

citam Ghoshal e Bartlett.

Em meados da década de 1980, nos Estados Unidos, alguns gerentes

desbravadores começaram a questionar muitas das práticas gerenciais e crenças

empresariais fundamentais em cujo contexto se educaram e desenvolveram as suas

carreiras. Jack Welch da GE começou a desmantelar boa parte do modelo

empresarial clássico erigido pelos seus antecessores. Jack Welch evoluiu de uma

mentalidade tradicional autoritária, para uma postura gerencial mais sensível às

pessoas, consciente da importância de tratar os empregados como fontes de

iniciativa, energia e criatividade, em vez de apenas como custos controláveis -

lembram Ghoshal e Bartlett.

Ainda segundo Ghoshal e Bartlett, líderes notáveis como Welch (CEO da

GE) e Barnevick (CEO da Asea Brown Boveri) reconhecem que a criatividade

humana e a iniciativa pessoal são fontes de vantagem competitiva muito mais

importantes que a homogeneidade e a conformidade, caracterizados por um

ambiente global dinâmico em que a competição cada vez mais se fundamenta no

serviço e envolve um forte componente de conhecimento. O desafio não é "forçar"

os empregados a se enquadrarem no modelo empresarial do "Homem Corporativo",

Page 32: Monografia Karla Morelo

mas sim construir uma organização bastante flexível para explorar os

conhecimentos idiossincráticos e as aptidões únicas de cada um dos empregados.

A economia globalizada é uma das mais poderosas forças externas, que

induzem muitas empresas não apenas a se ajustarem ou se adaptarem à nova

conjuntura como no passado, mas, sobretudo a enfrentarem a necessidade de

grandes mudanças estratégicas, e buscarem oportunidades explosivas de

crescimento. Na visão de Ghoshal e Bartlett, na era da informação em rápida

evolução, as capacidades de aprendizado interno são imprescindíveis ao sucesso

num ambiente com forte concentração de conhecimentos.

Em cada capítulo do livro de Ghoshal e Bartlett é abordada e enfatizada a

necessidade do gerente repensar o seu papel na nova economia, como o elemento

mais importante no novo modelo de gestão. Os processos e o desempenho

organizacional sofrem grande influência, baseada na importância do

desenvolvimento das competências individuais, que leva a organização a ser

conhecida como empresa personalizada. Ghoshal e Bartlett nos levam a analisar

seriamente como os recursos gerenciais da empresa atuam como força motriz do

processo de criação de valor, através da construção das competências da sua

equipe.

Ghoshal e Bartlett enfatizam que uma organização alicerçada sobre as

forças da iniciativa e da criatividade da linha de frente, provavelmente será robusta e

duradoura, para tanto, faz-se necessária a necessidade da reconstrução do

empreendedorismo da linha de frente nas empresas. Esse empreendedorismo traz

um sentimento de propriedade em relação às suas tarefas, alinhadas à estratégia

geral da empresa. Como conseqüência desse empreendedorismo, cria-se um

ambiente organizacional propício a um senso de autodisciplina, ao contrário da

gestão baseada no controle, que é algo imposto pela hierarquia.

Todas as citações e análises sobre um modelo de gestão fundamentado na

valorização das pessoas/equipe evidenciam como esse modelo pode agregar valor à

empresa, alinhado à sua estratégia organizacional.

3.2.2. A LIDERANÇA E O CAPITAL INTELECTUAL DENTRO DAS EMPRESAS

Page 33: Monografia Karla Morelo

Segundo Tichy (2000), o mundo digital traz novos desafios para os líderes

atuais.

O bem mais valioso neste novo milênio é o cérebro das pessoas e sua

energia emocional, lembra Tichy (2000). Este é um mundo de capital intelectual.

Portanto, é necessário motivar as pessoas com uma visão empolgante, deve-se

energizá-las e liderá-las.

A maior parte do trabalho – e essa é uma tendência mundial – vai ser

intelectual. A hierarquia rígida e a liderança tradicional se encontram fragilizadas,

com tendência a serem extintas. Necessita-se haver uma liderança informal,

baseada em idéias e valores. As empresas vencedoras serão as teaching

organizations, empresas voltadas para o ensino. Learning organizations voltadas

para o aprendizado serão insuficientes: você precisa pegar o conhecimento e

ensiná-lo aos outros para desenvolver líderes em todos os níveis, trazendo também

um conjunto de valores para energizar as pessoas em torno deles e um foco

contínuo na energia emocional das pessoas. Esse é o mundo para o qual estamos

caminhando - adverte Tichy (2000).

Na questão da liderança, Tichy não acredita que serão descobertos

exatamente novos paradigmas. O que ele pensa é que a Internet e a digitalização

tornarão difícil o encobrimento de ineficiências ou a lentidão burocrática. A Internet

faz a liderança ser mais transparente. Segundo Tichy será acelerado o processo em

que se descobre quem são os vencedores e os perdedores.

Os vencedores serão muito parecidos. Eles vão ter escala, velocidade, serão

digitalizados e terão um foco muito grande no desenvolvimento de líderes em todos

os níveis da organização, enfatiza Tichy. O ganho vai estar cada vez mais

relacionado ao capital intelectual, e não ao capital tradicional.

Na visão de Tichy os vencedores do século 21, além de serem digitais, de

terem escalam para se sustentar, de serem ágeis e rápidos, terão de dar uma

ênfase muito grande para se tornarem organizações voltadas para o ensino.

O sucesso é alcançado quando se constrói uma capacidade de liderança por

toda a organização.

Uma teaching organization é uma empresa que desenvolve líderes, em que

líderes ensinam líderes por toda a organização.

Page 34: Monografia Karla Morelo

No novo século a hierarquia não vai acabar. Ela tenderá a se tornar menos

rígida e menos relacionada a diferenças irrelevantes de poder, adverte Tichy. Existe

hierarquia nas equipes que vencem o prêmio Nobel, existe hierarquia em qualquer

equipe no mundo. O que é necessário é que ela seja baseada em cumprimento de

tarefas. Pessoas exercem mais influência se têm mais conhecimentos que sejam

interessantes para a organização. A hierarquia será menos burocrática. Mas nunca

deixará de existir, porque as organizações sempre precisarão de pessoas para

coordenar as atividades.

Segundo a ótica de Tichy, é preciso ter audácia e coragem para tomar as

decisões necessárias, por mais duras que sejam, baseadas nas idéias e valores.

3.2.3. O EXERCÍCIO DA LIDERANÇA

Conforme Goleman (2000), o trabalho básico de um líder é dar resultados.

Mas mesmo com todos os programas de treinamento de liderança, o exercício

efetivo de liderança é muito difícil de ser alcançado nas organizações.

Uma das razões, diz Goleman, é que os guias/instrutores oferecem

treinamentos baseados em inferências, experiências, e instintos. Goleman descreve

seis distintos estilos de lideranças, cada um surgindo de diferentes componentes da

inteligência emocional. Cada estilo tem um efeito distinto na atmosfera de uma

companhia, divisão ou equipe, e em troca, sua performance financeira. Os estilos,

conforme a própria definição já diz, depende do perfil de cada um que exerce a

liderança e que é liderado, ou é uma mistura dos dois.

Os 6 estilos definidos por Goleman:

O Líder Coercitivo que demanda imediata submissão, conformidade.

O Líder Autoritário mobiliza e leva as pessoas atrás de sua visão.

O Líder Protetor cria um vínculo emocional e harmonioso.

O Líder Democrático constrói consenso através da participação.

O Líder Independente espera excelência e iniciativa.

O Líder Coach desenvolve pessoas para o futuro.

Page 35: Monografia Karla Morelo

Goleman defende o pensamento que os líderes que alcançam os melhores

resultados não se apóiam em apenas um estilo de liderança; eles usam a maioria

dos estilos simultaneamente. Os líderes utilizam para cada situação o estilo que é

mais apropriado, com isso alcançam maiores resultados.

3.3. APRENDIZAGEM

3.3.1. PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Diante do cenário que ora se apresenta, esta pesquisadora acredita que

uma grande mudança que deverá ocorrer dentro do processo de aprendizagem nas

organizações será a transferência da responsabilidade pela aprendizagem dos

empregados, da tradicional área de T&D para os núcleos de trabalho aonde os

líderes serão os grandes alavancadores no desenvolvimento dos Seres Humanos

pelos quais são responsáveis no âmbito profissional.

Treinamento e aprendizado contínuo, no conceito mais nobre da

Organização do Aprendizado (Learning Organization), segundo Senge (1999),

receberão recursos cada vez mais substanciais como estratégia de enfrentamento

no desafio da mudança.

Na lei da oferta e da demanda, os trabalhadores escolherão a empresa que

oferecer o ambiente humano mais propício ao seu desenvolvimento - principalmente

os novos executivos da geração do século 21 - e recompensar de forma mais justa o

seu real valor.

Conforme Baron e Kreps (1999), neste novo milênio, os empresários,

executivos e profissionais envolvidos com desenvolvimento das pessoas, terão que

colocar novos itens em sua agenda de trabalho que vai, necessariamente, passar

por:

Identificar o impacto e a consistência do conhecimento e do capital

intelectual em cada célula específica de sua empresa.

Propiciar ambientes de desenvolvimento, fluxo e melhoria contínua deste

conhecimento.

Page 36: Monografia Karla Morelo

Montar a rede de conhecimento, estruturando o capital intelectual de

modo a forçar sua transformação em propriedade da empresa e não das

pessoas.

Criar os indicadores de mensuração do capital intelectual com objetivo de

tangibilizar o intangível, de modo que se tenha efetivamente no futuro, em

algum dia, o balanço patrimonial contabilizando os lucros e perdas dos

percentuais mais importantes da empresa – seu capital intelectual.

Tem-se que manter sempre em mente que o investimento no Capital

Intelectual, no ser humano, não é um modismo a mais. É uma forma de fazer

crescer, ou de pelo menos fazer sobreviver as empresas desse mundo cada vez

mais complexo e cheio de turbulências.

3.4. EDUCAÇÃO CORPORATIVA – UM NOVO ENFOQUE DE EDUCAÇÃO NA CAIXA

Conforme previu Senge (1999), já estamos vivendo a era do Learning

Organization, em que o aprendizado ocupa um papel muito importante dentro das

empresas. Encontramos, hoje, outros autores, como Tichy (2000) já falando sobre

as Teaching Organizations, conforme já abordado anteriormente neste trabalho, no

decorrer do tema sobre Liderança.

Atualmente, por mais que um profissional seja experiente e tenha sido bem

preparado, ele nunca estará verdadeiramente pronto para enfrentar as velozes e

constantes mudanças que estão por surgir. O processo evolutivo – incluindo aí o das

corporações – é algo que, obrigatoriamente, deve acontecer no dia-a-dia. E para

sempre. Aliás, muitas empresas do mundo já aprenderam que incentivar os talentos

e as competências de seu pessoal, através de um programa permanente de

capacitação, não só é um bom negócio como também uma questão de

sobrevivência num mercado cada vez mais globalizado, estreito e competitivo -

enfatiza Tichy.

O novo sistema de aprendizado através da educação corporativa a distância

apresenta algumas vantagens como: é possível economizar um percentual muito

grande dos gastos com programas de treinamento e atualização profissional, tudo

Page 37: Monografia Karla Morelo

sem perda de produtividade, mantendo seus empregados dentro da empresa,

trabalhando e gerando resultados.

Nos próximos anos ocorrerão grandes mudanças no processo educacional

nas empresas, com ênfase no ensino a distância e através de meios eletrônicos

(internet, intranet, teleconferências etc). O principal instrumento para a

operacionalização dessa revolução na educação serão as Universidades

Corporativas, conforme a visão de Marisa Eboli (1999).

Disseminar o conhecimento é cada dia mais uma responsabilidade dos

gestores. Um dos objetivos da Universidade Corporativa é permitir aos executivos a

oportunidade de ensinar e acelerar o fluxo desse conhecimento, dando um foco

especial nas atividades de autodesenvolvimento; dar ao participante a possibilidade

de se desenvolver na hora, no local, no ritmo, e na maneira que ele desejar.

A Universidade Corporativa representa um poderoso instrumento viabilizador

de uma base humana que sustenta o desenvolvimento estratégico das empresas.

Destaca-se, ainda na criação da Universidade Corporativa da CAIXA, um ambiente

de aprendizagem organizacional que objetiva, além de transmitir e compartilhar

conhecimentos, criar uma consciência crítica para avaliação dos processos e dos

ambientes, estimulando o pensamento estratégico antes do operacional.

A formatação da Universidade Corporativa da CAIXA prevê soluções de

alcance ampliado e, após completamente implementada, garantirá a sobrevivência

da Instituição e a disseminação do conhecimento, base fundamental para a

formatação das competências, com maior velocidade e a custos sensivelmente

menores. A Universidade Corporativa atua nas áreas de pesquisa, educação,

extensão e prática cultural, utilizando canais alternativos, tais como a Internet, a

Intranet e a videoconferência.

3.5. O PROJETO DE COMPETÊNCIAS NA CAIXA*

* Fonte: este capítulo foi baseado em informações pesquisadas em documentos da Área de Recursos Humanos da CAIXA e adaptadas por esta pesquisadora.

Page 38: Monografia Karla Morelo

3.5.1. HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO

A implantação do Projeto de Competências na CAIXA teve início em 2000 e

surgiu a partir da necessidade de facilitar a implementação das estratégias da

CAIXA através da identificação e desenvolvimento das competências requeridas

pelos diferentes níveis de gestão.

As exigências do cliente, o alto nível de complexidade no ambiente de

trabalho, a necessidade de compatibilizar desempenho com objetivos

organizacionais exigem do empregado competências que vão além da execução de

tarefas, o que faz com que a empresa busque fortalecer a capacidade de aprender-

reaprender de seu corpo funcional.

Diante disso, surge o modelo de Gestão de Pessoas por Competências.

3.5.2. DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

PARA A EMPRESA

COMPETÊNCIA CORPORATIVA

Trata-se do conjunto de qualificações e tecnologias que possui uma

empresa de difícil imitação por parte dos concorrentes e necessárias para o

atingimento dos objetivos estratégicos.

Possuem 3 (três) características:

Permite acesso potencial aos mercados específicos da Empresa.

Pode ser traduzida em valor agregado para o cliente.

É de difícil imitação por parte da concorrência.

PARA AS PESSOAS

COMPETÊNCIA GERENCIAL

Page 39: Monografia Karla Morelo

Trata-se dos conhecimentos, habilidades e atitudes requeridos pelos

diferentes níveis de gestão para atingir os objetivos específicos de cada posto de

trabalho.

3.5.3. COMPETÊNCIAS DO GERENTE GERAL – UMA NOVA ABORDAGEM

O objeto de estudo desta pesquisa baseia-se na gestão do Gerente Geral da

CAIXA. Diante disso, apresenta-se a seguir as competências gerenciais já

identificadas através de mapeamento das competências requeridas para o cargo em

questão.

Page 40: Monografia Karla Morelo

COMPETÊNCIAS GERENCIAIS IDENTIFICADAS

COMPETÊNCIA GERENCIAL

DEFINIÇÃO

ORIENTAÇÃO AO CLIENTE

Capacidade e disposição para identificar corretamente as necessidades e expectativas dos clientes, fornecendo soluções adequadas, tempestivas e com qualidade.

ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA

Capacidade para definir estratégias, objetivos, planejar e gerenciar sua implementação de forma efetiva, considerando as diretrizes empresariais, as características de mercado e o impacto das suas decisões em curto, médio e longo prazo.

ORIENTAÇÃO A RESULTADOS

Capacidade para alcançar os objetivos propostos quantitativa e qualitativamente, nos prazos requeridos, a partir dos recursos disponíveis.

NEGOCIAÇÃOCapacidade para alcançar acordos nas condições que representem os melhores resultados para a CAIXA e para o cliente, garantindo as expectativas de satisfação mútua.

TRABALHO EM EQUIPECapacidade e disposição para trabalhar de forma coordenada e em colaboração com diferentes áreas de negócio e pessoas, aportando e incorporando distintos pontos de vista e agregando valor para alcançar os objetivos estratégicos.

GESTÃO DE CLIENTESCapacidade para administrar a carteira de clientes, desenvolvendo relacionamentos rentáveis e de longo prazo.

ESPECIALIZAÇÃODomínio e aplicação efetiva de conhecimentos técnicos e habilidades gerenciais requeridas na sua área específica de atuação.

GESTÃO DA MUDANÇACapacidade para assumir as mudanças e mobilizar pessoas na direção de novas posturas e diretrizes, promovendo a continua adequação dos processos envolvidos

GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Capacidade para realizar análise de forma sistemática e estruturada das informações, disponibilizando-as e reconhecendo as mais significativas para a tomada de decisões gerenciais, bem como garantindo a integridade dos dados coletados.

INOVAÇÃOCapacidade e predisposição para criar ou otimizar novos modelos de gestão, processos, produtos e serviços, orientados a resultados e que facilitem a implementação prática das mudanças pretendidas.

GESTÃO DE NEGÓCIOS

Capacidade para direcionar a comercialização dos produtos e serviços mais adequados a cada segmento de atuação, tendo em consideração critérios estratégicos e rentabilidade para a CAIXA.

GESTÃO DE PESSOAS

Capacidade para liderar, desenvolver pessoas e identificar talentos, mediante a análise sistemática do nível de competência e motivação de sua equipe, aplicando planos de ação adaptados às necessidades individuais e à melhoria do relacionamento interpessoal e dos resultados.

CONTROLE DE GESTÃO

Capacidade de estabelecer e aplicar procedimentos de acompanhamento e controle das atividades e processos necessários para garantir o atingimento dos objetivos em cada nível de gestão.

GESTÃO SOCIALCapacidade e disposição para envolver-se em atividades e projetos de interesse social e comunitário, alcançando inserção e valorização que levem a empresa à liderança nos seus mercados.

Fonte: Cartilha institucional da CAIXA utilizada para divulgação do projeto internamente

Page 41: Monografia Karla Morelo

ATRIBUIÇÕES DO GERENTE GERAL DE AGÊNCIA

MISSÃO – contribuir para o atingimento dos resultados da CAIXA, através

de eficaz captação e aplicação de recursos, promovendo um clima de parceria entre

clientes, empregado e empresa que propicie a preservação e otimização da imagem

da CAIXA.

ATIVIDADES OPERACIONAIS – Atividade de chefia destinada a planejar,

implementar e acompanhar as atividades operacionais da agência e o

desenvolvimento das unidades vinculadas, quando for o caso.

ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO GERENTE GERAL DE AGÊNCIA

Planejar e acompanhar atividades, estabelecendo estratégias e táticas de

atuação da equipe, que resultem no atingimento de metas/objetivos

estabelecidos.

Estabelecer políticas de captação.

Avaliar tendências de mercado, detectando oportunidades de negócios.

Motivar o corpo funcional na busca de resultados.

Decidir sobre a concessão de empréstimos.

Representar a empresa na comunidade em atos públicos sempre que

necessário.

Propor treinamento, visando ao desenvolvimento dos recursos humanos.

Promover a integração e divulgar a imagem da CAIXA na Comunidade.

Estimular um bom relacionamento com o público interno e externo.

Promover políticas de cobrança.

Visitar clientes.

Page 42: Monografia Karla Morelo

CONHECIMENTO

Normas, produtos e serviços da CAIXA e do mercado financeiro.

Domínio de técnicas gerenciais.

Cumprimento de metas.

PRINCIPAIS RESULTADOS

Metas e objetivos atingidos.

Papel social da CAIXA alcançado.

Rentabilidade e lucratividade assegurada com resultados eficazes.

Negócios competitivos no mercado.

Empregados motivados, competentes e comprometidos.

Clientes satisfeitos.

Imagem da CAIXA preservada junto a comunidade.

Empréstimos concedidos com retornos efetivos.

Trabalho da unidade desenvolvido em clima favorável.

Além das atribuições descritas hoje para o papel gerencial, a empresa

sinaliza a atuação do gerente geral de agência como alavancador de equipes em

todos os instrumentos de gestão utilizados.

Nos últimos anos, o gerente geral esteve submetido a um processo de

desenvolvimento gerencial planejado especialmente para ele, incluindo treinamentos

internos e externos, através da área de Treinamento e Desenvolvimento, e outros

coordenados pelos próprios Superintendentes de Negócios em cada uma das

regiões, além das ações de autodesenvolvimento buscadas por ele mesmo.

Entretanto, o maior aprendizado está, sem dúvida, no desafio diário que

enfrenta junto às suas equipes, no esforço de validar o papel da empresa junto à

sociedade.

Page 43: Monografia Karla Morelo

Este estudo propiciará uma reflexão acerca da função liderança voltada para

o dia-a-dia deste "personagem", que, para o alcance dos resultados descritos,

precisa, sobretudo, conduzir, orientar e desenvolver pessoas.

Page 44: Monografia Karla Morelo

4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O presente trabalho possibilitou aliar teoria à prática, além de ter provocado

nesta pesquisadora uma profunda revisão, investigação e crítica dos conceitos

atuais que existem nas bibliografias sobre Gestão, especificamente sobre a

ferramenta Coaching. Outros temas também se fizeram necessários de serem

pesquisados para auxiliar este trabalho, entre eles, Liderança, Aprendizagem,

Conhecimento, enfim, extensa literatura envolvendo a Gestão Empresarial, tema

muito amplo e muito discutido na atualidade.

Esta pesquisadora procura disponibilizar neste trabalho de monografia um

guia prático para o Gerente Geral da CAIXA de como atuar como Coaching junto a

sua equipe. Este guia pode ser utilizado também para outros Gerentes Gerais de

outras empresas, procurando apenas adaptá-lo às particularidades de cada

organização.

Como se observa no documento já citado na Metodologia e que esta

pesquisadora se baseia para elaborar este guia, denominado "Políticas e Vetores

de Educação" - aprovado em 19/12/2001 pelo Conselho Superior de Educação da

Universidade CAIXA, este servirá de base para as ações a serem desenvolvidas

pela Universidade CAIXA a partir de 2002 - e traz em sua "AÇÃO Nº 7: O

DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES EDUCADORES, VISANDO SISTEMATIZAR

CRITÉRIOS DE DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES EDUCADORES, ATUANDO

COMO COACHING E/OU COMO FACILITADORES DE APRENDIZAGEM".

Como conseqüência dessa investigação algumas situações hão de ser

recomendadas, como por exemplo, a inclusão de treinamento de Coaching para

Page 45: Monografia Karla Morelo

todos os Gerentes Gerais de Agência da CAIXA. Pretende-se também apresentar

este guia às áreas responsáveis pela elaboração do Planejamento e Solução de

Treinamento e Desenvolvimento da CAIXA, com o intuito de formar um grupo de

trabalho voltado à análise e possível implantação de um treinamento específico de

Coaching para o Gerente Geral da organização em referência.

Uma das grandes prerrogativas que esse tipo de papel exige é o fato do

Gerente Geral ter que se comprometer verdadeiramente, dar de si próprio para que

os outros também obtenham sucesso. Isso quer dizer, “sair da sua posição de chefe

e fazer parte do time!”

O Gerente Geral e a equipe passam a se conhecer melhor, a compreender

melhor as suas trajetórias profissionais, os seus sonhos, aprender a dar e a receber

feedback e a transformar informação em desempenho.

A CAIXA deve preparar os Gerentes Gerais e os futuros executivos para

atuarem nesse papel. Deve investir nesse tipo de competência, ao invés de contratar

alguém de fora, pois ninguém melhor do que os próprios executivos para

entenderem a realidade, o contexto da empresa, para exercerem esse papel com

propriedade. A CAIXA deverá treinar o máximo de pessoas nesse processo, de tal

forma que ela possa incluir essa competência em seus sistemas de promoção,

tornando isto parte da cultura da organização. Pretende-se através desta monografia

apresentar este projeto de GUIA, contido no APÊNDICE, a ser utilizado pelo Gerente

Geral de Agência da CAIXA.

37

Page 46: Monografia Karla Morelo

APÊNDICE

Page 47: Monografia Karla Morelo

GUIA PARA UTILIZAÇÃO DA

FERRAMENTA COACHING

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Page 48: Monografia Karla Morelo

O GUIA

O presente GUIA - sobre o tema Coaching - foi elaborado a partir de uma

vasta pesquisa e análise em diversas literaturas atuais, inclusive estrangeiras,

adaptadas por esta pesquisadora, que sempre teve a grande preocupação de

disponibilizar uma ferramenta objetiva, amigável, buscando apresentar uma leitura

atrativa junto ao público-alvo da CAIXA e também da Academia, visto que este

poderá ser utilizado em outras empresas, adaptando-se apenas às peculiaridades

de cada uma.

O Guia é apresentado em etapas, detalhadas sucintamente em cada

processo, sempre acompanhado de definições, procurando também descrever os

papéis e a relação de cada pessoa envolvida no processo.

Trata-se de uma proposta de Guia que será apresentado à área de

Desenvolvimento de Recursos Humanos da CAIXA, com a finalidade de subsidiar a

formatação de outras ferramentas aos Gerentes Gerais da empresa, que busquem

uma forma de Gestão que o auxilie no desenvolvimento das pessoas que fazem

parte da sua equipe de trabalho.

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Page 49: Monografia Karla Morelo

GUIA

UTILIZANDO A FERRAMENTA COACHING

Com base na proposta da utilização da ferramenta Coaching sugerida por

Araújo (1999), apresenta-se a seguir as etapas do processo que auxiliarão o

Gerente Geral a solidificar/fortalecer um relacionamento com sua equipe em busca

do desenvolvimento do seu talento.

Araújo (1999) descreve as seguintes etapas do processo de Coaching:

1ª ETAPA DO PROCESSO - UMA RELAÇÃO DE CONFIANÇA

A confiança é um fator imprescindível para o relacionamento entre o coach e

o cliente. Manter o feedback como uma constante, estará facilitando a compreensão

dos valores e a troca de experiências.

Sem essa abertura, o processo pode ser prejudicado com informações

incompletas ou incorretas.

41

Page 50: Monografia Karla Morelo

Através do uso do feedback o cliente poderá se auto-avaliar e ter o seu

crescimento e desempenho ampliados.

"Receber" feedback é tido como o risco de ouvir o que não se quer, o que

também não é fácil.

Dar feedback é a oportunidade que o coach tem de transmitir a sua

percepção em relação ao cliente (não a verdade sobre o cliente), alimentando a

nossa relação (pessoal ou profissional) para que ela seja mais satisfatória para os

dois (não apenas para o coach). Portanto, requer que o coach confie no seu cliente,

respeite a sua capacidade crítica e reconheça a total responsabilidade do coach pelo

resultado final. O inverso é absolutamente verdadeiro.

Como o feedback é uma relação que envolve pelo menos duas pessoas,

tem-se aí uma relação de papéis complementares - portanto, não importa quem

iniciou o jogo, um não existe sem o outro. E não há nenhuma chance de

empowerment nesse jogo.

Na realidade das organizações, o feedback tem sido entendido como

sinônimo de avaliação de desempenho e, na maioria das vezes, reservado apenas

aos períodos em que ela acontece. A associação do feedback com a avaliação,

portanto, é imediata, e ele torna-se o equivalente do julgamento de um

representante do poder organizacional, o chefe.

Em situação de coaching, pressupõe-se que o feedback seja uma forma de

manter o fluxo de informações atualizado para assegurar ao cliente o máximo de

desempenho. O feedback pode ser de caráter factual, experimental ou mesmo

intuitivo ou emocional. Todos esses elementos são considerados informações que

podem alimentar o processo O peso a ser dado a cada fato, experiência ou intuição

depende da natureza do projeto, da análise da situação atual e da percepção e/ou

estilo dos envolvidos.

42

Page 51: Monografia Karla Morelo

FEEDBACK 360 GRAUS

Recentemente, organizações mais abertas têm adotado o feedback 360

graus, que é aquele dado pelo chefe, pares, subordinados e, eventualmente,

também clientes ou fornecedores.

Se não houver na equipe a consciência do que seja um feedback produtivo,

as pessoas podem ser colocadas na "berlinda", "julgadas" pelo grupo, e sua carreira

pode até ser bloqueada.

O feedback é uma ferramenta indispensável também para um dos processos

mais perseguidos hoje pelas organizações: o empowerment. Criar um ambiente de

confiança e abertura é o primeiro passo para o processo de empowerment nas

organizações. Não é possível implantá-lo sem que:

As pessoas se conscientizem do modo como elas se relacionam com o

poder, aprofundando a compreensão de um dos fatores determinantes

das suas atitudes diante do outro.

Aprendam a lidar com o poder de uma nova maneira.

FEEDBACK COMO UMA FERRAMENTA PARA COACHING

Como coaching é um processo de empowerment, o feedback é sua principal

ferramenta.

43

Page 52: Monografia Karla Morelo

A LINGUAGEM DO PROJETO E O PODER PESSOAL

A comunicação de coaching é, fundamentalmente, voltada para dar poder a

ambos, coach e cliente. É uma forma de comunicação especial porque é um falar e

um escutar comprometidos com o projeto do cliente.

O coach é um privilegiado que vê, apóia e ajuda o processo de realização. É

como se fosse um parteiro do conhecimento, da capacitação. Ajuda a nascer uma

nova competência. O coach fala e escuta para ajudar o outro a realizar o seu

potencial, a transformar o potencial em real.

OS ESTÁGIOS DE ACEITAÇÃO DE COACHING

Etapas do Processo de Aceitação de coaching:

Negação: não preciso de coaching, posso resolver meus próprios

problemas sozinho.

Ira: tolero apoio, mas a contragosto.

Negociação: discuto as condições/regras, penso que você quer dominar-

me.

Depressão: frustrado, entro em contato real comigo mesmo, com a minha

fragilidade.

Aceitação: aceito e solicito coaching com freqüência e entusiasmo. Este é

o estágio em que sou "cliente" do mundo.

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Page 53: Monografia Karla Morelo

O PODER PESSOAL

Falar em liderança e coaching significa falar em poder pessoal.

O poder pessoal, por sua vez, tem como base a estrutura de funcionamento

da própria pessoa e está presente e disponível em qualquer atividade que a pessoa

exerça.

Líderes e coaches verdadeiros conhecem seu poder pessoal e sabem

utilizá-lo a favor do propósito das suas organizações, das suas equipes, dos seus

clientes e de si mesmos. Investem tempo e energia para desenvolvê-lo, assim como

estimulam cada um dos seus parceiros a identificar e fortalecer o próprio poder

pessoal, de modo que eles não se tornem dependentes de seu apoio e para que

possa, também eles se transformar em líderes. É assim que líderes desenvolvem

seus sucessores.

Dar poder às pessoas, ou melhor, reconhecer o poder que elas têm

atemoriza alguns líderes porque pensam que talvez percam o poder tão duramente

conquistado E nesse processo não é absolutamente isento de risco, pois depende

do seu poder pessoal. Alguns vivem essa idéia como se fosse uma "humilhação".

Eles não estão conscientes de que são as suas equipes que os legitimam, assim

como um povo ao seu governante. A decisão de segui-los, como líderes, pertence

aos seus seguidores.

Somente com o aumento do autoconhecimento e a abertura no ambiente

profissional poderemos superar estes desafios com mais flexibilidade e efetividade.

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Page 54: Monografia Karla Morelo

AS TRÊS ESTRATÉGIAS DE PODER:

CONTROLE INFLUÊNCIA RESPONSABILIDADE

CONTROLE

O controle direto é o poder de mando, de fiscalização, de cobrança. Por

exemplo, para se preservar a vida das pessoas que utilizam os serviços das

companhias aéreas é apropriado que o controle do tráfego seja direto e o mais

rigoroso possível. Portanto, existem inúmeras situações nas quais este tipo de

controle é não apenas apropriado, mas fundamental.

O coach só utiliza tal estratégia em algumas situações específicas. Quando

o cliente é muito inexperiente e precisa, portanto, de apoio mais direto durante a

fase inicial do projeto. Mas com o cuidado de não fazer por ele, tirando assim o seu

poder. O coach deve estar atento para acompanhar de perto, sem constrangê-lo, até

ele "decolar". Ou quando o cliente está tão perdido que o melhor é assumir algum

controle da situação enquanto ele se refaz. Isso só deve ser feito como último

recurso e, mesmo assim, em caráter temporário.

46

Page 55: Monografia Karla Morelo

INFLUÊNCIA

Por outro lado, numa relação madura é mais prudente adotar a influência

para obter um consenso do que o controle direto. Influência é a possibilidade de usar

a nossa energia, inteligência e competências para causar algum impacto na forma

do outro pensar e agir.

Este tipo de poder leva em conta que o outro tem escolha, isto é, pode reagir

como quiser, aceitar ou não, valorizar ou ignorar a influência.

O coach utiliza com muita freqüência essa estratégia. É através dela que ele

consegue dar mais poder ao seu cliente. Influenciá-lo na análise, no planejamento e

na avaliação de suas próprias estratégias é a sua meta. Quando o coach consegue

exercer a influência adequadamente, o cliente sente-se forte e prestigiado.

Já o excesso de influência é o controle direto disfarçado na forma e presume

que o interlocutor não seja inteligente o suficiente para notar e reagir por conta

própria. Quando o coach erra na dose, rapidamente a reação do cliente aparece.

ASSUMIR RESPONSABILIDADES

Assumir responsabilidades é tomar para si o controle de determinada

situação, comprometendo-se com o seu resultado. É muito saudável e vital para

relações que se pretendem produtivas. Coaching é calcado em compromisso mútuo

- portanto, essa é uma estratégia importante para os resultados do processo. A

ausência dela implica reverter a ação para a influência e, se esta não funcionar,

voltar para o controle direto. É como se as três estratégias acompanhassem os

estágios de desenvolvimento e maturidade de desempenho.

O excesso dessa estratégia revela rigidez e centralização, prejudicando o

desenvolvimento dos outros, em vez de apoiá-lo. É o caso de gerentes que são os

primeiros a chegar, os últimos a sair e estão sempre sem tempo para desenvolver

pessoas.

Para desenvolver o poder pessoal, é interessante praticar as diferentes

estratégias para saber quando usar uma ou outra.

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Page 56: Monografia Karla Morelo

O exercício de coaching ajuda a desenvolver a competência interpessoal

(capacidade de relacionar-se) e a transpor os receios de se aproximar das pessoas.

2ª ETAPA DO PROCESSO - CRIANDO UMA PODEROSA VISÃO DE FUTURO

Ao começar um processo de coaching é imprescindível ter clareza sobre o

que o cliente quer produzir. Não é possível assessorar alguém sem saber qual é o

seu objetivo. A visão de futuro e a agenda de realização pertencem, única e

exclusivamente, ao cliente.

QUANDO A "VISÃO" É O PROBLEMA

O papel do coach é criar condições para que o cliente possa analisar o seu

projeto ou objetivo por diferentes ângulos, até amadurecer a sua compreensão do

problema e suas implicações.

ENTUSIASMO NO PROJETO

Uma visão de futuro poderosa é uma fonte mais permanente, não muda com

freqüência porque sintetiza a essência, os valores centrais de quem enuncia. A visão

de futuro bem definida de um indivíduo presume que ele compreendeu qual é a

principal missão na vida, ou seja, o que lhe dá razão de existir. Ela permite que ele

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Page 57: Monografia Karla Morelo

escolha bem seus projetos, utilize ao máximo os seus talentos e realize-se

plenamente.

O papel do coach é estimular o cliente a sonhar, a criar um desafio que

"transcenda" a sua realidade atual. A visão parece com um sonho à medida que

antecipa um futuro para o qual não existem garantias de realização.

Desenhar uma visão de futuro não significa perder o senso de realidade,

daquilo que é possível. Significa resgatar a capacidade de sonhar, a possibilidade

que cada um de nós tem de criar seu próprio futuro, exercendo diariamente o seu

poder de escolha, de decisão. É exercer o poder de criar o futuro hoje.

Se seu cliente estiver sonhando "muito alto", sugira-lhe que divida este

grande projeto em projetos menores, que assegurarão uma base sólida para ele

chegar aonde quer.

PROPÓSITO DE ACORDO COM A INTENÇÃO

Coaching visa garantir que o cliente concretize seu propósito, sua intenção.

É preciso ajudar o cliente a manter o foco no resultado e a assumir

responsabilidades por suas escolhas.

Em algumas situações, o sonho não parece ser factível no espaço de tempo

que o cliente deseja ou com os recursos de que dispõe no momento. Nesse caso, o

coach deve escutar o mais generosamente que puder e aguardar um pouco mais até

ter uma percepção mais completa do projeto do cliente.

49

Page 58: Monografia Karla Morelo

O coach precisa estar atento à forma como escuta a visão de futuro do seu

cliente. Se ele for crítico demais, o cliente poderá perder o entusiasmo, desistir do

projeto ou até se afastar dele. Se, por outro lado, ele tiver muito receio em criticá-lo,

sua contribuição será insignificante. De fato, ninguém, nem mesmo um excelente

planejador, consegue prever o que alguém extremamente comprometido é capaz de

fazer.

Definida a visão, atenção para a eventualidade de o cliente achar que não

precisa mais de você. Superestimando suas potencialidades, ele não terá mais

quem o ajude a focalizar o caminho e talvez perca o rumo, só percebendo isso

quando for muito tarde.

VISÃO BEM IDENTIFICADA

Uma visão claramente definida permite organizar bem os recursos,

concentrar esforços e usar melhor as estratégias, antecipando riscos e minimizando

o impacto das incertezas de mercado e de outros. A visão é o principal recurso para

manter o curso traçado e resistir às tentações ou aos desvios do caminho: cansaço,

prazeres, dificuldades, preguiça, racionalizações, fracassos antecipados, surtos

autoritários.

Lembre-se: coaching é uma relação de empowerment. Seu papel como

coach é estimular a pessoa a atingir o máximo de realização no trabalho e na vida.

Mantenha viva esta chama durante todo o processo.

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Page 59: Monografia Karla Morelo

3ª ETAPA DO PROCESSO - REVISANDO A "BAGAGEM DE MÃO"

Coaching é uma jornada, é a travessia de uma ponte que começa na

intenção de realizar algo e acaba no momento em que o objetivo é atingido.

A "bagagem de mão" simbólica é composta de valores, atitudes, padrões de

comportamento, pontos fortes e fracos (competências), resultados (sucessos e

fracassos). Quando a visão de futuro é cristalina, tais elementos estão diretamente

associados a ela e lhe conferem dignidade e integridade. Quando não associados à

visão, é fácil encontrar na bagagem inúmeros paradigmas, preconceitos e

sentimentos como ansiedade, medo e frustração.

Da mesma forma, valores, atitudes e hábitos que atendem a necessidades

básicas são os elementos permanentes da bagagem. Eles podem facilitar ou

dificultar o processo de realização do seu cliente.

Às vezes, o problema não é o que está na bagagem, e sim o que está e não

é percebido pelo cliente, em função das próprias limitações da sua bagagem. Por

exemplo, um talento específico ou contatos relevantes ao projeto. Noutras vezes, o

problema não existe, mas falta algo a seu projeto. Pode faltar energia, coragem,

competência, conhecimento do negócio ou mercado ou até senso de realidade. É

preciso identificar o que falta e apoiar seu cliente a concentrar seus esforços para

suprir as carências.

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Page 60: Monografia Karla Morelo

A VISÃO DE FUTURO DETERMINA A BAGAGEM

É muito importante observar em quais paradigmas estão ancorados os

nossos sonhos. Quando incorporamos os paradigmas de outras pessoas que pouco

ou nada têm a ver com nossas crenças mais profundas, isso distorce a nossa visão

do que queremos para o futuro. Assim, corremos o risco de nos esforçar em atingir

objetivos e não sentir nenhuma realização pessoal - enfim, sentir que uma parte da

vida não valeu a pena.

É imprescindível que coach e cliente conheçam bem a "bagagem de mão"

um do outro. Por exemplo, se o processo estiver focalizando a área profissional, os

dois deverão compartilhar a filosofia de trabalho, os valores profissionais mais

centrais, os respectivos sucessos e fracassos e expectativas de carreira e

desenvolvimento.

LIDANDO COM DIFERENÇAS

Num processo de coaching, o leque de diferenças pode se estender desde

uma diferença de ponto de vista, perfeitamente assimilável e de razoável

contribuição para o projeto, até uma diferença inconciliável de valores e atitudes.

Diferenças, quando bem mapeadas e utilizadas, dão a um time harmonia

equilibrada e permitem que todos sejam valorizados no que sabem fazer de melhor.

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Page 61: Monografia Karla Morelo

LIDANDO COM SEMELHANÇAS

Agora imaginemos as conseqüências de uma situação em que ambos,

coach e cliente são teimosos e irredutíveis: discussões intermináveis,

incompreensão e ressentimentos. Ou quando ambos são controladores, ou pior, têm

enorme dificuldade com controle e não fazem acompanhamento de nada.

Em contrapartida, semelhanças de estilo ou percepção podem facilitar o

processo de coaching, economizando horas de explicações e adaptações. coach e

cliente devem levar em conta em que e quanto são semelhantes ou diferentes e

avaliar que impacto isso poderá ter no relacionamento deles. Como nem sempre é

possível prever tudo, uma boa dose de flexibilidade e interesse mútuo ajudará a

aproveitar a experiência conjunta.

Lidar bem com a diversidade não é contorná-la nem confrontá-la, mas sim

conhecê-la e amadurecer com esse conhecimento.

AO FINAL DA SESSÃO

Quando completarem, ofereça ao seu cliente o seu feedback. Seja

específico, ilustre as situações dando exemplos. Esse é um momento rico para seu

cliente aprofundar o autoconhecimento e reconhecer dificuldades e áreas de

oportunidades ainda não exploradas.

Ao final dessa etapa do processo, estimule a sua auto-avaliação.

Recomende que ele dedique um tempo para rever tudo o que precisa para atingir o

seu intento e como pensa em fazê-lo. Sugira-lhe que reflita sobre os benefícios e

custos das diferentes alternativas de ação. Marque a próxima sessão: a elaboração

do plano de ação.

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Page 62: Monografia Karla Morelo

4ª ETAPA DO PROCESSO - COMEÇANDO A JORNADA: TRAÇANDO O PLANO

DE AÇÃO

O PLANO DE AÇÃO

Prepare-se para a sessão de discussão do plano de ação. Peça ao cliente

que lhe envie o seu esboço do plano e analise a proposta dele com atenção.

Registre suas dúvidas e considerações, identificando o que o acompanhamento

exigirá dele e de você.

Na reunião de discussão, valorize o esforço que o cliente tiver empreendido

para fazer a proposta. Essa atitude favorece a disposição para assumir

responsabilidades sem que elas sejam um fardo.

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Page 63: Monografia Karla Morelo

Discuta item por item com ele, assegurando que o plano dele contemple:

A visão de futuro (enunciado)

Resultados pretendidos (especificar padrões de qualidade)

Análise do gap (o que falta)

Ações: estratégias e táticas

Competências em uso (para facilitar o desenvolvimento)

Pessoas envolvidas

Prazos

Agenda de acompanhamento (para facilitar o feedback e eventuais

redirecionamentos)

Verifique se o cliente está, de fato, comprometido com cada um dos itens

acima.

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Page 64: Monografia Karla Morelo

RESUMO PRÁTICO

Planejamento Estratégico

Na abordagem tradicional, o planejamento estratégico tem sido desenhado

do passado para o futuro. O risco é o passado limitar a visão, e o cliente ficar míope.

E o coach também! Na abordagem para coaching, ele é feito a partir da visão de

futuro. Ela é que molda as ações no presente.

As Quatro Competências de Liderança (BENNIS & NANNUS)

O coach deve ajudar o cliente a:

Manter o foco na visão e nos resultados.

Comunicar claramente a visão.

Honrar a palavra (especialmente nos prazos e datas).

Administrar bem seus talentos e competências, usando muito bem o seu

tempo e seus recursos.

Indicadores dessas Competências

Entusiasmo, determinação e autoconfiança baseada em consciência, e não

em ilusões. O coach deve usar a intuição para sintetizar todas as informações de

que dispõe, inclusive o quadro de diagnóstico do cliente.

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Page 65: Monografia Karla Morelo

O Plano de Ação propriamente dito deve ter:

A visão de futuro (enunciado)

Resultados pretendidos (especificar padrões de qualidade)

Análise do gap (o que falta)

Ações: estratégias e táticas

Competências em uso (para facilitar o desenvolvimento)

Pessoas envolvidas

Prazos

Agenda de acompanhamento (para facilitar o feedback e eventuais

redirecionamentos)

Durante o Acompanhamento

Mantenha-se o compromisso. Lembre-se de que disciplina não é rigidez,

mas a diferença entre elas é sutil. Você vai precisar de bom senso e maturidade.

Dedique o tempo necessário ao seu cliente. Imprevistos podem ser fuga.

Não delegue o seu compromisso a não ser que esteja impossibilitado de

cumpri-lo por tempo indeterminado. Nesse caso, ajude seu cliente a escolher bem

outro Coach. O seu compromisso como Coach só se completa quando o plano é

totalmente cumprido ou interrompido por alguma razão.

DEZ REGRAS PARA UM COACHING EFICAZ

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Page 66: Monografia Karla Morelo

Se pensar bem, você provavelmente já é coach, oficial ou não, de alguém - uma criança, um pai, um colaborador, um parente ou um amigo. E isso é bom para você e para eles. Quando você ajuda os outros a melhorarem, aumenta suas chances de melhorar.

Cultive a atitude de que você tem algo de valor a oferecer a alguém. Não fique se desculpando. Você pode ser humilde, mas não retrógrado.

Seja um exemplo impecável. Em nome da credibilidade, não pratique o "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".

Seja orientado ao outro. Coloque seu ego de lado.

Desacelere. Isso o fará parecer bem mais seguro (o que promove a confiança por parte de quem está sendo treinado) e lhe dará mais tempo para pensar em bons conselhos para oferecer.

Eleve constantemente as exigências em relação a si mesmo. À medida que tiver maior experiência, será capaz de dar conselhos melhores.

Não seja intimidado por aquele que está treinando. Ele(a) provavelmente é superior a você em algumas áreas, mas você é adequado e isso é o que está oferecendo.

Mantenha-se firme. Algumas das pessoas que estiver treinando tentarão diminuir o valor do que você está oferecendo Se você tem algo de valor, não permita que o menosprezem.

Faça o seu trabalho ao dar conselhos superlativos, mas não se importe caso o aluno não os aplique. Ofender-se pelo fato de seu conselho não ter sido empregado é uma atitude ingênua. Você ensina. A pessoa precisa querer aprender.

Arque com seus erros. Se você deu conselhos que gera resultados ruins, esteja disposto a ajudar o aluno a se libertar de qualquer situação em que você o ajudou a entrar.

Seja objetivo. Por mais que se preocupe com o aluno e sua situação, é preciso permanecer imparcial. Você oferecerá uma orientação bem melhor e será um coach bem melhor se conservar a objetividade. (BENTON, 2000)

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Page 67: Monografia Karla Morelo

ANEXO

Page 68: Monografia Karla Morelo

PROPOSTA PARA DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS E VETORES DE EDUCAÇÃO

CENÁRIO INTERNO

Caixa ForteIniciativas PrioritáriasCenário de Implantação do Projeto

TraineeConclusão do Seminário “Trazendo

o futuro para o presente”Carta do PresidenteReestruturação Patrimonial

CENÁRIO EXTERNO

O contexto bancário e suas perspectivas

A Educação Corporativa como Vantagem Competitiva

Abrangência da Aprendizagem Corporativa (Clientes / Parceiros)

Reestruturação Patrimonial

Produtos:Políticas e Vetores de EducaçãoVetores para EscolasVetores para Investimento Prioritário

Page 69: Monografia Karla Morelo

PROPOSTA PARA DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS E VETORES DE EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE CORPORATIVA CAIXA – CONSELHO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

IMPACTOS EM RH COMPETÊNCIA CORPORATIVA SINALIZAÇÃO PARA

POLÍTICA/VETORES DE EDUCAÇÃO

1. Conscientização acerca da identidade da Empresa.

Sinergia

Controles e Métricas

Desenvolver ações de clarificação e reforço do papel da Empresa, notadamente, quanto aos aspectos financeiros, sociais, de desenvolvimento urbano e ambientais (enfatizando o equilíbrio econômico-financeiro).

2. Valorização da história e da cultura da Empresa.

Gestão de Recursos

Sinergia

Controles e Métricas

Desenvolver bancos de memória e gestão do conhecimento da Empresa.

Disseminar a Universidade Corporativa CAIXA.

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PROPOSTA PARA DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS E VETORES DE EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE CORPORATIVA CAIXA – CONSELHO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

IMPACTOS EM RH COMPETÊNCIA CORPORATIVA SINALIZAÇÃO PARA

POLÍTICA/VETORES DE EDUCAÇÃO

3. Implementação de cultura voltada para o equilíbrio das operações da Empresa.

Gestão de Recursos

Controle de Custos Operacionais

Gestão de Riscos

Controles e Métricas

Proporcionar a todos os empregados conhecimentos que visem conscientizá-los para a necessidade do equilíbrio das operações da CAIXA: financeiras, desenvolvimento urbano e transferência de benefícios.

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UNIVERSIDADE CORPORATIVA CAIXA – CONSELHO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

IMPACTOS EM RH COMPETÊNCIA CORPORATIVA SINALIZAÇÃO PARA

POLÍTICA/VETORES DE EDUCAÇÃO

4. Compreensão de instrumentos (demonstrações financeiras e indicadores diversos) que permitam a avaliação de resultados.

Controles e Métricas

Sinergia

Capacitar as áreas gestoras para o desenvolvimento de instrumentos e métodos que propiciem avaliação de resultados.

Dotar os empregados de conhecimentos técnicos que proporcionem o entendimento das informações disponibilizadas pelas áreas.

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IMPACTOS EM RH COMPETÊNCIA CORPORATIVA SINALIZAÇÃO PARA

POLÍTICA/VETORES DE EDUCAÇÃO

5. Aumento da competitividade

Gestão de Produtos por Segmento

Gestão de Clientes por Segmento

Gestão de Relações

Inovação

Exploração de Oportunidades de Negócios

Qualidade de Atendimento

Gestão do Risco

Venda Cruzada

Gestão de Canais de Distribuição

Controles e Métricas

Dotar todos os empregados de conhecimentos, que proporcionem visão e capacidade de exploração das tendências, visando a concorrência e satisfação das necessidades dos clientes, bem como fortalecer a aplicabilidade de tecnologia.

Dotar os empregados do segmento estratégico de conhecimentos que facilitem a formação de políticas (Crédito, Desenvolvimento Urbano, etc.) adequadas ao relacionamento com o mercado.

Estimular os empregados do segmento estratégico a buscar conhecimentos em nível avançado de idiomas Inglês e Espanhol.

Dotar todos os empregados de conhecimentos em comunicação verbal e escrita.

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IMPACTOS EM RH COMPETÊNCIA CORPORATIVA SINALIZAÇÃO PARA

POLÍTICA/VETORES DE EDUCAÇÃO

6. Valorização / Motivação e reconhecimento dos empregados.

Gestão de Recursos

Sinergia

Controles e Métricas

Implantar critérios de valorização, motivação e reconhecimento dos empregados no processo de produção de conhecimentos.

Estimular a troca de experiências e melhores práticas.

Incentivar o aumento do nível de escolaridade dos empregados.

7. Desenvolvimento de Líderes Educadores.

Gestão de Recursos

Sinergia

Controles e Métricas

Sistematizar critérios de Desenvolvimento de Líderes Educadores, atuando como Coaching e/ou como Facilitadores de aprendizagem.

8. Movimentação para atitudes de aprendizagem e inovação.

Gestão de Recursos

Sinergia

Controles e Métricas

Agregar periodicamente ao quadro de pessoal novos talentos, com competências já desenvolvidas, a exemplo do Programa Trainee.

Criar programas que desenvolvam a capacidade de aprendizagem e inovação.

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UNIVERSIDADE CORPORATIVA CAIXA – CONSELHO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

IMPACTOS EM RH COMPETÊNCIA CORPORATIVA SINALIZAÇÃO PARA

POLÍTICA/VETORES DE EDUCAÇÃO

9. Movimentação de pessoas em função de extinção e/ou criação de postos de trabalho que repercutem na necessidade de novos conhecimentos

Controle de Custos Operacionais

Gestão de Produto por Segmento

Gestão de Canais de Distribuição

Gestão de Clientes por Segmento

Sinergia

Controles e Métricas

Gestão de Recursos

Fortalecer Programas que visem a melhoria do Clima Organizacional;

Capacitar empregados para o mercado de trabalho em função de Programas de Desligamento Voluntário e/ou criação de novos postos de trabalho.

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IMPACTOS EM RH COMPETÊNCIA CORPORATIVA SINALIZAÇÃO PARA

POLÍTICA/VETORES DE EDUCAÇÃO

10. Capacitação de Instituições Parceiras

Gestão de Produto por Segmento

Gestão de Relações

Gestão de Clientes por Segmento

Exploração de Oportunidades de Negócios

Qualidade de Atendimento

Controles e Métricas

Capacitar Instituições parceiras e aqueles que interagem com a CAIXA (exemplo: ONG, Lotéricos, Correspondentes Bancários, Terceirizados), disponibilizando, inclusive treinamento via Universidade Corporativa CAIXA, em situações específicas.

Promover intercâmbio com outras Universidades Corporativas públicas e/ou privadas, visando a melhoria continua com otimização dos cursos.

Page 76: Monografia Karla Morelo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Ane. Coach: Um parceiro para o seu sucesso. São Paulo: Gente, 1999.

BARON, James N. KREPS, David M. Strategic Human Resources: frameworks for General Managers. New York, NY, John Wiley & Sons, Inc, 1999.

BENNIS, Warren & NANNUS . Líderes - estratégias para assumir a verdadeira liderança. Harper & Row Publishers, 1986.

BENTON, D. A. Faça o que eles fazem: técnicas de Coaching para o desenvolvimento profissional. São Paulo: Negócio Editora, 2000.

BRADFORD, David L, COHEN, Allan R. Excelência Empresarial: como levar as organizações a um alto padrão de desempenho. São Paulo: Harbra Ltda, 1986.

EBOLI, Marisa. Coletânea Universidades Corporativas – educação para as empresas do século XXI. São Paulo: Schumukler Editores Ltda, 1999.

GHOSHAL, Sumantra, BARTLETT, Christopher A. A Organização Individualizada. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

______. (artigo "Liderança que dá resultado" – publicado na Harvard Business Review Article em 01/03/2000).

GUBMAN, Edward L. Talento: Desenvolvendo pessoas e estratégias para obter resultados extraordinários. Rio de Janeiro: Campus Ltda, 1999.

KÖCHE, José Carlos . Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa . 14ª edição revista e ampliada . Petrópolis, RJ: Vozes, 1997

RUIZ, Ana Paula. "COACHING: UMA NOVA EXIGÊNCIA NO MERCADO (CATHO online - Reportagem, Carreira & Sucesso - 20/03/2000 – 23 edição)

SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina. São Paulo: Best-Seller, 1999.

TICHY, Noel (revista EXAME - entrevista – 01/11/2000)

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Page 77: Monografia Karla Morelo

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

BUCKINGHAN, Marcus, COFFMAN, Curt. Primeiro, quebre todas as regras: as melhores práticas dos melhores executivos. Rio de Janeiro: Campus,1999.

CARNEGIE, Dale . O Líder em você – como fazer amigos... Rio de Janeiro: Record.

CHOWDHURY, Subir. Management 21C. Great Britain: FINANCIAL TIMES, Prentice Hall, 2000.

FERREIRA, Adenir A. REIS, Ana Carla F. PEREIRA, Maria Isabel. Gestão Empresarial: de Taylor aos nossos dias . São Paulo: Pioneira, 1997.

MEISTER, Jeanne C. Educação Corporativa. São Paulo: Makron Books, 1999.

MINOR, Marianne. Coaching e Aconselhamento: um guia prático para Gerentes. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 1997.

NEFF, Thomas J. CITRIN, James M. Lições de Sucesso: a busca pelos melhores líderes empresariais dos Estados Unidos. São Paulo: Negócio Editora, 1999.

NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de Conhecimento na Empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

O’NEILL, Mary Beth. Coaching - Treinando Executivos: como colocar os líderes frente a frente com seus desafios. São Paulo: Futura, 2000.

PARSLOE, Eric. O Gerente como Líder e Orientador. São Paulo: Nobel, 2001.

PINA, Vitor M. D. Castro. Inteligência Estratégica nos Negócios. São Paulo: Atlas, 1994.

PINCHOT, Gifford. O Poder das Pessoas: como usar a Inteligência de todos dentro da empresa para conquista de mercado. Rio de Janeiro: Campus,1994.

SLATER, Robert. Liderança de Alto Impacto: 31 segredos gerenciais de Jack Welch, número 1 da GE . Rio de Janeiro: Campus, 1996.

STEWART, Thomas A. Capital Intelectual. Rio de Janeiro: Campus,1998.

TOFFLER, Alvin F. O Choque do Futuro. 4 ed., Rio de Janeiro: Record, 1970.

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ULRICH, Dave, ZENGER, Jack, SMALLWOOD, Norm. Liderança Orientada para Resultados. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

Endereços de revistas eletrônicas, artigos e sites relacionados ao tema da monografia:

www.rtd.com.br - Revista T&D Desenvolvendo Pessoas

www.hbsp.harvard.edu - Harvard Business Review on-line

www.hsm.com.br - Revista HSM Management

www.catho.com.br - Catho on-line - Jornal Carreira & Sucesso (ed. semanal)

www.guiarh.com.br - Guia RH - revista eletrônica

www.google.com.br

www.abrh.com.br - Peopleside Consulting and Training

www.amchamed.com.br/canal/rh - Amchamed Educação e Desenvolvimento

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