MONOGRAFIA SENAC.PDF

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    1/99

    ANNA PAULA LEHMKUHL

    ELIEZER VIEIRA DE CARVALHO

    NEVETON DA SILVA SUITA

    EVASO NO SENAC-FLORIANPOLIS: CURSOS TCNICOS NA

    REA DA SADE

    FLORIANPOLIS SC

    2005

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    2/99

    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC

    CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CCE/FAED

    DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAO

    DEEE

    ANNA PAULA LEHMKUHL

    ELIEZER VIEIRA DE CARVALHO

    NEVETON DA SILVA SUITA

    EVASO NO SENAC-FLORIANPOLIS: CURSOS TCNICOS NA

    REA DA SADE

    Relatrio Final de Estgio apresentado disciplina de Estgio Supervisionado II,Curso de Pedagogia com habilitao em

    Administrao Escolar, CoordenaoGeral de Estgio, Universidade do Estadode Santa Catarina UDESC.

    Supervisora:Magaly de Mattos Azevedo

    Orientador: Msc. Adriano de Oliveira

    FLORIANPOLIS SC

    2005

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    3/99

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, em nome do seu filho amado Jesus Cristo, que em todos os

    momentos deste curso, esteve com sua potente mo a nos guiar, dando-nos amor,

    paz, discernimento, tranqilidade para vencermos todas as barreiras com dignidade

    e tica. Para que ao final possamosdizer: Combati o bom combate, acabei a carreira,

    guardei a f.

    A Elizabeth Vaz Suita, esposa do Neveton, que com seu amor oincentivou.

    A Otoniel Rodrigues Silva, marido de Anna e Loirana Lehmkuhl sua filha.

    A Universidade do Estado de Santa Catarina-CEE/FAED.

    Aos professores: Marileia Maria da Silva, Giovana M. Lunardi, Agripa Faria

    Alexandre e Edy.

    Ao Senac-Florianpolis SC.

    A professora Magaly de Mattos Azevedo, do Ncleo Educacional do Senac

    pelo seu apoio e incentivo.

    Ao professor Adriano de Oliveira nosso orientador, que com pacincia edenodo nos fez realizar nosso trabalho de estgio.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    4/99

    Bem-aventurado o homem que encontrasabedoria, e o homem que adquireconhecimento, pois ela mais proveitosa

    do que a prata, e d mais lucro que oouro.

    Provrbios 3:13.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    5/99

    RESUMO

    Este relatrio de estagio resulta de uma pesquisa desenvolvida com a finalidade deanalisar as causas da evaso no Senac (Servio Nacional de AprendizagemComercial) de Florianpolis nos cursos da rea da sade, no decorrer dos anos de

    2002 a 2004. Os recursos metodolgicos utilizados foram observaes, entrevistaestruturada, questionrio e pesquisa bibliogrfica. Apresentamos a nossa trajetriade estgio, os dados e sua anlise e os artigos individuais de cada membro daequipe. Podemos constatar que os principais fatores responsveis pela evaso soas condies financeiras e a falta de perspectiva profissional.

    Palavras-chave: SENAC-Florianpolis. Reforma do Ensino Tcnico. Legislao.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    6/99

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem

    Senac/Florianpolis Enfermagem 1 .............................................................. 18

    Grfico 2 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem

    Senac/Florianpolis Enfermagem 2.............................................................. 19

    Grfico 3 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem

    Senac/Florianpolis Enfermagem 3 .............................................................. 19

    Grfico 4 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem

    Senac/Florianpolis Enfermagem 4 .............................................................. 20

    Grfico 5 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises

    Clnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 1 ......................... 21

    Grfico 6 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de AnlisesClnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 2 ......................... 21

    Grfico 7 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise

    Clnica Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 3 ........................... 22

    Grfico 8 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-

    Florianpolis: Esttica 1 ................................................................................ 23

    Grfico 9 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-

    Florianpolis: Esttica 2 ................................................................................ 23

    Grfico 10 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-

    Florianpolis: Esttica 3 ................................................................................ 24

    Grfico 11 - Curso Tcnico em Enfermagem: por gnero .......................... 24

    Grfico 12 - Curso Tcnico em Enfermagem: faixa etria .......................... 25

    Grfico 13 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalho .............................. 25

    Grfico 14 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalham na rea .............. 26

    Grfico 15 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em Enfermagem ............. 26

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    7/99

    Grfico 16 - Curso Tcnico em Enfermagem: interesse em concluir o

    curso ................................................................................................................ 27

    Grfico 17 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: por

    gnero .............................................................................................................. 27Grfico 18 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: faixa

    etria ................................................................................................................ 28

    Grfico 19 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: trabalho 28

    Grfico 20 - Curso Tcnico em Laboratrio de Analise Clnica:

    trabalham na rea ........................................................................................... 29

    Grfico 21 - Motivo da escolha: Curso Tcnico Laboratrio de Anlise

    Clnica .............................................................................................................. 29

    Grfico 22 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: interesse

    em concluir o curso ....................................................................................... 30

    Grfico 23 - Curso Tcnico de Esttica: por gnero ................................... 30

    Grfico 24 - Curso Tcnico em Esttica: faixa etria .................................. 31

    Grfico 25 - Curso Tcnico em Esttica: trabalho ...................................... 31

    Grfico 26 - Curso Tcnico em Esttica: trabalham na rea ...................... 32

    Grfico 27 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em Esttica .................... 32

    Grfico 28 - Curso Tcnico em Esttica: interesse em concluir o curso .. 33

    Grfico 29 Condies de moradia dos 55 alunos dos cursos da rea

    da sade .......................................................................................................... 34

    Grfico 30 Faixa salarial dos 55 alunos dos cursos na rea da sade .. 33

    Grfico 31 - Estado civil: cursos na rea da sade ..................................... 35

    Grfico 32 Paternidade dos alunos: cursos na rea da sade ............... 35

    Grfico 33 Opinio dos 55 alunos entrevistados: recomendaria os

    cursos do SENAC na rea da sade ............................................................. 36

    Grfico 34 Opinio dos 55 alunos sobre os cursos na rea da sade ... 36Grfico 35 Evaso: rea da sade ............................................................. 37

    Grfico 36 Condies de moradia (66 alunos) ......................................... 38

    Grfico 37 Situao de trabalho (66 alunos) ............................................. 38

    Grfico 38 Por gnero (66 alunos) ............................................................. 39

    Grfico 39 Faixa salarial dos alunos evadidos (66 alunos) ..................... 39

    Grfico 40 Motivo da evaso (66 alunos) .................................................. 40

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    8/99

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Cursos do SENAC e sua rea de atuao ................................. 14

    Tabela 2 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico

    de Enfermagem Senac/Florianpolis - perodo 2002 a 2004 ...................... 18

    Tabela 3 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico

    de Anlises Clnicas - Senac/Florianpolis ................................................. 20

    Tabela 4 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico

    de Esttica no Senac/Florianpolis 2003 a 2004 ...................................... 22

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    9/99

    SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................. 10

    CAPTULO 1 TRAJETRIA DO ESTGIO .................................................. 11

    1 ENTRE O SONHO E A REALIDADE: EVASO NO SENAC-

    FLORIANPOLIS NOS CURSOS TCNICOS NA REA DA SADE ............ 11

    1.1 Como surgiu o tema? ............................................................................. 111.2 O que o SENAC? ................................................................................ 121.3 Foco da Pesquisa e objetivos ................................................................ 151.4 Desenvolvimento da pesquisa ............................................................... 16

    1.5 Aes realizadas .................................................................................... 17

    1.6 Apresentao dos resultados ................................................................. 18

    1.6.1 Evaso no Curso Tcnico de Enfermagem ............................................. 181.6.2 Evaso no Curso Tcnico em Laboratrio de Analises Clnicas ............ 201.6.3 Evaso no Curso Tcnico de Esttica ................................................... 221.7 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Enfermagem: gnero, idade,trabalho e interesse .......................................................................................... 241.8 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Laboratrio de AnlisesClinicas: gnero, idade, trabalho e interesse ................................................... 271.9 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Esttica: gnero, idade,trabalho e interesse .......................................................................................... 301.10 Indicadores Scio-Econmico dos Cursos Tcnicos na rea da Sade . 331.11 Indicadores: Alunos Evadidos .................................................................. 37

    CAPTULO 2 ARTIGOS INDIVIDUAIS ......................................................... 41

    2.1 EVASO OU ESCRAVIDO: AS ALTERNATIVAS DO ENSINO

    PROFISSIONALIZANTE.................................................................................... 41

    2.2 A REFORMA DO ENSINO MDIO E TCNICO E O SENAC-

    FLORIANPOLIS ............................................................................................. 52

    2.3 EDUCAO PROFISSIONAL PARA O MERCADO OU PARA A

    CIDADANIA ...................................................................................................... 64

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    10/99

    CONSIDERAES FINAIS ............................................................................. 77

    REFERNCIAS ................................................................................................ 78

    ANEXOS .......................................................................................................... 80

    ANEXO A Projeto de Estudo ...................................................................... 81

    ANEXO B - Questionrio do aluno ................................................................ 92

    ANEXO C Entrevista com o aluno evadido ............................................... 94

    ANEXO D - Questionrio Socioeconmico .................................................. 96

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    11/99

    INTRODUO

    O tema do nosso trabalho de estgio a evaso nos cursos tcnicos da rea

    da sade do Senac-Florianpolis. No primeiro capitulo, descrevemos nossa trajetria

    no estgio e o processo de evaso nos cursos na rea da sade no Senac-

    Florianpolis, turmas de 2002 at 2004.

    J no segundo capitulo, cada membro da equipe escreveu seu artigo com

    base em um sub-tema derivado do tema central evaso. Aqui fizemos a

    interpretao/anlise dos dados empricos que a luz do terico podem identificar os

    fatores que podem estar contribuindo para a evaso. Os artigos so: Evaso ou

    Escravido: as alternativas do ensino profissionalizante por Anna Paula Lehmkuhl;

    A Reforma do Ensino Mdio e Tcnico e o Senac de Florianpolis por Eliezer V. de

    carvalho; e, Evaso no Senac na rea da sade por Neveton da Silva Suita.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    12/99

    11

    CAPITULO 1 - TRAJETRIA DE ESTGIO

    1 ENTRE O SONHO E A REALIDADE: EVASO NO SENAC-FLORIANPOLISNOS CURSOS TCNICOS NA REA DA SADE

    1.1 Como surgiu o tema?

    Nosso trabalho de estgio do curso de Pedagogia habilitao Administrao

    Escolar da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), foi realizado no

    Servio Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), localizado na Rua Silva

    Jardim, 360 bairro Prainha Florianpolis. Realizado pelos acadmicos Neveton da

    Silva Suita, Anna Paula Lehmkuhl e Eliezer Vieira de Carvalho. O tema do nosso

    trabalho de estgio Evaso no Senac-Florianpolis: Cursos da rea da Sade.

    Fomos recebidos no Senac, pela pedagoga Magaly de Mattos Azevedo do Ncleo

    Educacional, responsvel pela nossa superviso no campo de estgio.

    No inicio quando entramos em contato o Senac, o interesse era que o

    trabalho de estagio pesquisasse a evaso nos cursos de tecnlogos. Mas em

    discusso com a equipe do Ncleo Educacional da instituio decidimos pelos

    cursos da rea de sade. Portanto, o foco do projeto foi Evaso no Senac nos

    Cursos Tcnicos na rea da Sade. So eles: Tcnico em Esttica, Tcnico em

    Laboratrio de Analises Clnicas e Tcnico em Enfermagem.

    Outra modificao foi a retirada do curso de ptica da pesquisa em razo do

    mesmo ser terceirizado, portanto com caractersticas de gesto diferentes dos da

    instituio. Alm disso, no havia mais o interesse do Senac em manter o curso.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    13/99

    12

    1.2 O que o SENAC?

    Criado em 10 de janeiro de 1946, o Senac uma instituio de formao

    profissional. O Senac uma instituio privadasem fins lucrativos, participante do

    Sistema S Senai/Sesi/Senac/Sesc/Senat/Sest/Sebrae/Senar. Reconhecido pelos

    Decretos Lei 8.621 e 8.622 e mantida em parte com recursos oriundos da classe

    empresarial do Comercio de Bens e Servio e da cobrana de mensalidades. Sua

    misso desenvolver pessoas e orientaes para o mundo do trabalho com aes

    educacionais e disseminando conhecimentos em comrcio de bens e servios. Cabe

    Confederao Nacional do comercio (CNC) sua administrao.

    Ao longo desde 58 anos de atividades, o Senac preparou mais de 40 milhes

    de pessoas para o setor de comercio e servios, por meio de sua capacitao

    profissional em doze reas de formao. Atravs de diferentes modalidades de

    ensino, dentre as quais destaca-se o programa Senac Mvel, a instituio se faz

    presente em mais de 1.856 municpios, capacitando para o Mundo do Trabalho

    cerca de 1,7 milhes de brasileiros, a cada ano.

    Em 2003, no Senac realizaram-se 1.783.294 matriculas, atendendo 1.856

    municpios, 474 unidades escolares, 15.571 docentes. (RELATRIO GERAL DO

    SENAC, 2003)

    O Senac Santa Catarina est a quase 60 anos realizando educao

    profissional. O Senac atua hoje em 18 cidades, atingindo praticamente todo o

    Estado, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da cada regio onde se

    encontra presente. Hoje o Senac oferece educao distncia, utilizando para isso

    principalmente as chamadas novas tecnologias da informao e comunicao

    (NTICs).

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    14/99

    13

    Turismo e Hotelaria, Informtica e Sade so reas que levam educao

    sobre rodas aos quatro cantos do Estado. As unidades moveis do Senac percorrem

    as cidades catarinenses oferecendo qualificao profissional.

    O Senac Santa Catarina adequando-se s mudanas na educao

    profissional e atento a novos nichos de mercado oferecem cursos superiores de

    Tecnologia no Estado. As primeiras turmas dos cursos de Tecnologia em Gesto de

    Empresas de Servios e Tecnologia em Gerenciamento das Tecnologias da

    Informao tiveram inicio na Unidade de Florianpolis. Hoje tambm esto

    disponveis nas Unidades de Blumenau, Chapec e Tubaro.

    Firmando parcerias com outras instituies de ensino superior, o Senac

    oferece cursos de Ps-Graduao em diversas reas. Alm dos cursos abertos

    ministrados em todas as unidades, o Senac disponibiliza tambm o formato IN

    COMPANY, onde o curso realizado dentro da empresa, atendendo necessidades

    especficas tanto do empresariado quanto de seus colaboradores.

    Dessa forma, o Senac oferece programaes que percorrem diferentes

    etapas da formao profissional, que so cursos livres de formao inicial e

    continuada de trabalhadores, educao profissional tcnica de nvel mdio e cursos

    de educao tecnolgica de graduao e ps-graduao. Vamos ver

    detalhadamente como se caracterizam: Cursos Livres:

    O Senac desenvolve cursos de qualificao tendo como premissa as

    necessidades das profisses, do mercado e da sociedade. O objetivo claro a

    capacitao do trabalhador, atravs de cursos bsicos, de aperfeioamento ou

    atualizao, para que possa ingressa, manter-se e evoluir em sua carreira

    profissional nos setor produtivo, desenvolvendo competncias na rea escolhida.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    15/99

    14

    Cursos Tcnicos:

    Com carga horria entre 1.600 horas/aula, sua proposta habilitar profissionais

    para entender as demandas exigidas pelo mercado de trabalho e da sociedade.

    Os currculos so construdos a partir do perfil profissional de concluso e

    contemplam as competncias organizadas em reas profissionais, sendo

    autorizados pelo Conselho Estadual de Educao. Para participar destes cursos,

    o aluno dever estar cursando ou ter concludo o ensino mdio.

    Graduao Tecnologia:

    Faculdade de tecnologia Senac-Florianpolis com durao de 2 anos. Oferece os

    seguintes cursos: Curso superior de Tecnologia em gesto de Empresa de

    Servios; Curso Superior de Tecnologia em Gerenciamento das Tecnologias da

    Informao; e Curso Superior de Tecnologia em Gesto do Varejo da Moda.

    Ps-graduao e MBA:

    As Especializaes so desenvolvidas em convnio com distintas instituies de

    ensino Superior, como UFSC, Senac-SP E PUC-PR. O Senac tambm oferece

    suas prprias especializaes, em educao Ambiental e Educao distancia,

    utilizando a metodologia do ensino a distncia.

    Tabela 1 Cursos do SENACCURSOS TOTAL/TURMAS

    ARTES 7COMUNICAO 20CONSERVAO E ZELADORIA 1DESIGN 4GESTO 3IDIOMAS 40IMAGEM PESSOAL 12INFORMATICA 57MEIO AMBIENTE 2SADE 12TECNOLOGIA EDUCACIONAL 21

    TURISMO HOTELARIA 94Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    16/99

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    17/99

    16

    Modulo II Qualificao Tcnica em Esttica Facial; Modulo III Qualificao

    Tcnica em Esttica Corporal.

    Tcnico de Laboratrio de Analises Clinicas, durao 1.500 h.

    Visa capacitar profissional tcnico em laboratrio de analises clinicas. Esse

    profissional tem como funo orientar o cliente/paciente, receber, preparar,

    processar amostras biolgicas e assistir ao bioqumico, ou patologista, na

    execuo de analises clinicas. Tipo de curso de habilitao e certificao de

    aproveitamento. Pr-requisito, idade mnima: de 18 anos completos, escolaridade

    ensino mdio completo ou estar cursando o ultimo anos. Programa: Modulo I

    Qualificao Tcnica em Servio de Coleta de Amostras Biolgicas; Modulo II -

    Habilitao em Tcnico em Laboratrio de Analises Clinicas.

    A finalidade da pesquisa analisar os determinantes da evaso dos cursos

    tcnicos da rea da sade do Senac-Florianpolis. O assunto de grande interesse

    da instituio, pois a evaso dificulta a manuteno desses cursos. E o Senac tem

    dado abertura para tratar desse assunto de uma forma bem ampla.

    1.4 Desenvolvimento da pesquisa

    Os recursos metodolgicos utilizados foram a observao, entrevista

    estruturada por telefone com os alunos evadidos, questionrio com as turmas e

    pesquisa bibliogrfica. Aplicamos questionrios e entrevistamos os alunos dos

    cursos da rea da sade com turmas do horrio noturno, que tiveram seu inicio no

    ano de 2002 com termino em 2004. Desse modo, trabalhamos com os alunos que

    esto cursando e evadidos. Depois desse processo, realizamos a tabulao (tabelas

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    18/99

    17

    e grficos) e anlise dos dados coletados mediante observao, questionrio e

    entrevistas.

    Na pesquisa bibliogrfica, lemos autores que trataram de evaso o que nos

    deu embasamento terico para entendermos um pouco mais sobre evaso. Mas

    encontramos pouca bibliografia que analisa a evaso em cursos profissionalizantes.

    Durante o processo de pesquisa tivemos algumas dificuldades quanto a

    aplicao dos questionrios, pois em alguns momentos as turmas estavam em prova

    ou em estgio. J com os alunos evadidos o contato foi telefnico, e novamente

    enfrentamos dificuldades: os alunos no moravam mais na cidade; no se

    encontravam porque estavam no trabalho; no quiseram responder, por no estarem

    mais interessado pelo curso.

    Quando da aplicao do primeiro questionrio e da tabulao e anlise dos

    dados relativos principalmente evaso, surgiu a necessidade de pesquisar

    aspectos scio-econmicos para entender melhor o tema da pesquisa. Para isso,

    construmos outro questionrio e voltamos a aplicar nas turmas.

    1.5 Aes realizadas

    Nesta pesquisa realizamos aplicao de 2 (dois) questionrios com os alunos

    do curso noturno da rea da sade. Entrevistamos por telefone 54 alunos evadidos.

    Alm disso, realizamos a coleta de dados na administrao do Senac e

    observamos/analisamos o cotidiano, o PPP e estrutura fsica da instituio.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    19/99

    18

    1.6 Apresentao dos resultados

    1.6.1 Evaso no Curso Tcnico de Enfermagem

    Abaixo tabela 2 referente ao nmero de alunos matriculados e evadidos dos

    cursos de Enfermagem.

    Tabela 2 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico de EnfermagemSenac/Florianpolis - perodo 2002 a 2004

    Curso Inicio Termino Matriculados EvadidosEnferma.1 27/5/02 20/12/02 37 5Enferma,2 29/4/02 20/12/02 40 9Enferma.3 22/7/04 01/4/05 34 3Enferma.4 4/10/04 24/6/05 33 1

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar no grfico 1, que abaixo de 12% dos 37 alunos

    matriculados do curso Tcnico de Enfermagem 1 evadiram-se.

    88%

    12%

    0%

    0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 1 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 1Fonte: Senac-Florianpolis-/SC, 2003.

    Analisando o grfico 2 abaixo identificamos que 18% dos 40 alunos

    matriculados no curso Tcnico em Enfermagem 2 evadiram-se.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    20/99

    19

    _____________________________________________________________________

    82%

    18%

    0%

    0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 2 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 2Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Constatamos que no grfico 3 baixo que 8% dos 34 alunos matriculados no

    curso de Enfermagem evadiram-se.

    92%

    8% 0%0%0%0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 3 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 3Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar no grfico 4 abaixo que 3% dos 33 alunos matriculados

    no curso de Enfermagem evadiram-se.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    21/99

    20

    97%

    3%

    0%

    0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 4 - Evadidos no Curso Tcnico de Enfermagem Senac/Florianpolis Enfermagem 4Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    1.6.2 Evaso no Curso Tcnico em Laboratrio de Analises Clnicas

    Tabela 3 referente ao nmero de alunos matriculados e evadidos dos cursos

    de Laboratrio de Anlise Clnicas.

    Tabela 3 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico de Anlises Clnicas -

    Senac/Florianpolis

    Curso Inicio Trmino Matriculados EvadidosLaborat. 1 15/4/02 21/5/04 27 11Laborat. 2 10/3/03 3/12/04 30 14Laborat. 3 1/1/04 30/4/06 50 17

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar no grfico 5 abaixo, que 29% dos 27 alunos matriculados

    no curso de Laboratrio de Anlise Clnicas evadiram-se.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    22/99

    21

    _____________________________________________________________________________________

    71%

    29%

    0%

    0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 5 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 1

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Constatamos no grfico 6 abaixo, que 32% dos 30 alunos matriculados no

    curso Laboratrio de Anlises Clnicas evadiram-se.

    68%

    32%

    0%0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 6 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 2Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Observamos no grfico 7 abaixo, que 25% dos 50 alunos matriculados no

    curso de Laboratrio de Anlise Clnicas evadiram-se.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    23/99

    22

    ______________________________________________________________________

    75%

    25%

    0%0%0%0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 7 - Evadidos no Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica Senac/Florianpolis: Laboratrio de Anlise 3Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    1.6.3 Evaso no Curso Tcnico de Esttica

    Abaixo na tabela 4, refere o nmero de alunos matriculados e evadidos do

    curso tcnico em esttica.

    Tabela 4 - Nmero de alunos matriculados e evadidos no curso Tcnico de Esttica noSenac/Florianpolis 2003 a 2004

    Curso Incio Trmino Matriculados EvadidosEsttica 1 8/9/04 11/8/06 33 3Esttica 2 7/3/05 14/3/07 39 1Esttica 3 15/8/5 31/8/7 39 2

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar no grfico 8 abaixo, que 13% dos 33 alunos

    matriculados no curso de Tcnico em Esttica evadiram-se.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    24/99

    23

    87%

    13%0%

    0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 8 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-Florianpolis: Esttica 1

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Observamos no grfico 9 abaixo, que 15% dos 39 alunos matriculados em

    tcnico em Esttica evadiram-se.

    85%

    15%0%0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 9 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-Florianpolis: Esttica 2Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Verificamos no grfico 10 abaixo que, 7% dos 39 alunos matriculados no

    curso Tcnico em Esttica evadiram-se.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    25/99

    24

    93%

    7%0%

    0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 10 - Evadidos no Curso Tcnico em Esttica do Senac-Florianpolis: Esttica 3Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    1.7 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Enfermagem: gnero, idade, trabalho einteresse

    Podemos observar no grfico 11, que 86 % dos 21 alunos pesquisados do

    curso Tcnico em Enfermagem pesquisado do sexo feminino.

    14%

    86%

    0%0%

    MASCULINO

    FEMININO

    Grfico 11 - Curso Tcnico em Enfermagem: por gneroFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    26/99

    25

    Observamos no grfico 12 que dos 21 alunos pesquisados no curso Tcnico

    em Enfermagem 38% possui entre 23 a 29 anos, 33% de 30 a 47 nos e 29% de 19 a

    22 anos.

    ______________________________________________________________________________

    29%

    38%

    33%

    0%

    19 22 ANOS

    23 29 ANOS30 47 ANOS

    Grfico 12 - Curso Tcnico em Enfermagem: faixa etriaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Constatamos no grfico 13 que 71% dos 21 alunos pesquisados no curso

    Tcnico em Enfermagem trabalham.

    71%

    29%

    0%0%

    TRABALHA

    NO TRABALHA

    Grfico 13 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalhoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    27/99

    26

    Podemos observar no grfico 14 que 54% dos 21 alunos pesquisados no

    curso Tcnico em Enfermagem trabalham na rea do curso.

    52%

    48%

    0%0%

    Trabalha na me sm a rea

    No tarbalha na me sm area

    Grfico 14 - Curso Tcnico em Enfermagem: trabalham na reaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Observando no grfico 15 que 94% dos 21 alunos pesquisados no curso

    Tcnico em Enfermagem estudam por achar o curso interessante.

    94%

    6% 0%0%0% Estuda por achar o cursointeressante

    Falta de opo

    Grfico 15 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em EnfermagemFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Analisando a grfico 16, identificamos que 81% dos 21 alunos pesquisados

    tem interesse de concluir o curso Tcnico em Enfermagem.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    28/99

    27

    _________________________________________________________________________________

    81%

    19%

    0%

    0%

    Tem interesse deconcluir o curso

    Tem interesse mas faltacondies financeiras

    Grfico 16 - Curso Tcnico em Enfermagem: interesse em concluir o cursoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    1.8 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clinicas:gnero, idade, trabalho e interesse

    Podemos observar no grfico 17 que 86% dos 22 alunos pesquisados do

    curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas so do sexo feminino.

    _______________________________________________________________________

    14%

    86%

    0%0%

    MASCULINO

    FEMININO

    Grfico 17 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: por gneroFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    29/99

    28

    Observamos no grfico 18 que 22 alunos pesquisados do curso Tcnico em

    Laboratrio de anlise 55% so da faixa etria dos 23 a 29 anos, 27% da faixa etria

    de 19 a 22 anos e 18% da faixa etria de 30 a 47 anos.

    __________________________________________________________________________

    27%

    55%

    18% 0%

    19 22 anos

    23 29 anos

    30 47 anos

    Grfico 18 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: faixa etriaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar no grfico 19 que 82% dos 22 alunos pesquisados do

    curso Tcnico em Laboratrio de Anlises Clnicas trabalham.

    82%

    18%

    0%

    0%

    Trabalha

    No trabalha

    Grfico 19 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: trabalho

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    30/99

    29

    Constatamos no grfico 20 que 55% dos 22 alunos pesquisados do curso Tcnico

    em Laboratrio de Anlises Clnicas trabalham na mesma rea do curso.

    55%

    45%

    0%

    0%Trabalha namesma rea docurso

    No trabalha namesma rea docurso

    Grfico 20 - Curso Tcnico em Laboratrio de Analise Clnica: trabalham na reaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Averiguamos no grfico 21 que 95% dos 22 alunos pesquisados do curso

    Tcnico em laboratrio de Anlise Clnicas estudam por achar o curso interessante.

    95%

    5%0%0%0% Estuda por achar curso

    interessante

    Falta de opo

    Grfico 21 - Motivo da escolha: Curso Tcnico Laboratrio de Anlise Clnica

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    31/99

    30

    Analisando a grfico 22, podemos perceber que 84% dos 22 alunos

    pesquisados tem interesse de concluir o curso Tcnico Laboratrio de Anlise

    Clnica.

    __________________________________________________________________________

    86%

    14%0%

    0%

    Tem interesse deconcluir o curso

    Tem interesse mas faltacondies financeirasl

    Grfico 22 - Curso Tcnico em Laboratrio de Anlise Clnica: interesse em concluir o cursoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    1.9 Outros Indicadores do Curso Tcnico em Esttica: gnero, idade, trabalho einteresse

    Observando o grfico 23 identificamos que 100% dos alunos do curso

    Tcnico em Esttica do sexo Feminino.

    0%

    100%

    0%0%

    Masculino

    Feminino

    Grfico 23 - Curso Tcnico de Esttica: por gnero

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    32/99

    31

    Podemos analisar no grfico 24 que 59% dos 12 alunos pesquisados no

    curso Tcnico em Esttica esto na faixa etria de 30 a 47 anos, 33% entre 19 a 22

    anos e 8% de 23 a 29 anos.

    33%

    8%59%

    0%

    19 22 anos

    23 20 anos

    30 47 anos

    Grfico 24 - Curso Tcnico em Esttica: faixa etriaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Constatamos no grfico 25 que 75% dos 12 alunos pesquisados no curso

    Tcnico em Esttica no trabalha.

    75%

    25%

    0%

    0%

    Trabalha

    No trabalha

    Grfico 25 - Curso Tcnico em Esttica: trabalhoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    33/99

    32

    Podemos observar no grfico 26 que 67% dos 12 alunos pesquisados no

    curso Tcnico em Esttica no trabalham na rea que estudam.

    33%

    67%

    0%0%0%

    Trabalha na rea queestuda

    No trabalha na reaque estuda

    Grfico 26 - Curso Tcnico em Esttica: trabalham na reaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Identificamos no grfico 27 que 92% dos 12 alunos pesquisados do curso

    Tcnico em Esttica estuda por achar o curso interessante.

    92%

    8% 0%0%0% Estuda por achar o cursointeressante

    Falta de opo

    Grfico 27 - Motivo da escolha: Curso Tcnico em EstticaFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    34/99

    33

    Analisando a grfico 28, constatamos que 100% dos 12 alunos tem interesse

    de concluir o curso Tcnico em Esttica.

    __________________________________________________________________________

    100%

    0%

    0%

    0%

    Tem interesse deconcluir o curso

    Tem interesse mas faltacondies financeiras

    Grfico 28 - Curso Tcnico em Esttica: interesse em concluir o cursoFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    1.10 Indicadores Scio-Econmico dos Cursos Tcnicos na rea da Sade

    Aplicamos um questionrio scio-econmico em 55 alunos dos cursos da

    rea da sade que responderam o questionrio anterior. Tabulamos os dados para

    facilitar a avaliao.

    Analisando a grfico 29, podemos observar que 47% dos 55 alunos

    pesquisados dos cursos tcnicos da rea da sade mora em casa prpria, 31 %

    mora com os pais e 22% mora em casa alugada.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    35/99

    34

    22%

    31%

    0%0%

    47%

    Casa alugada

    Casa prpria

    Mora com pais

    Grfico 29 Condies de moradia dos 55 alunos dos cursos da rea da sade

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Analisando o grfico 30, podemos observar que 40% dos 55 alunos

    entrevistados dos cursos na rea da sade recebem at R$ 500,00 por ms e 20%

    so dependentes.

    1 6 %

    2 4 %

    5 %7 %2 %2 0 %

    2 6 %4 0 0

    5 0 0

    6 0 0

    8 0 0

    1 2 0 0

    D e p e n d e n t e s

    N o r e s p o n d e r a m

    Grfico 30 Faixa salarial dos 55 alunos dos cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar no grfico 31 que 73% dos 55 alunos pesquisados dos

    cursos Tcnico na rea da sade so solteiros. E 27% so casados.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    36/99

    35

    27%

    73%

    0%0%

    Casados

    Solteiros

    Grfico 31 - Estado civil: cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Analisando o grfico 32, podemos observar que 69% dos 55 alunos

    pesquisados dos cursos Tcnicos na rea da sade no tem filhos.

    31%

    69%

    0%0%

    Tem filhos

    No tem filhos

    Grfico 32 Paternidade dos alunos: cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Observando o grfico 33 podemos ver que 47% dos 55 alunos pesquisados

    nos cursos tcnicos na rea da sade recomendariam o Senac. Mas, no

    recomendaria os cursos do Senac 31% e no responderam 22%.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    37/99

    36

    22%

    31%

    0%

    47%Recomendaria

    No recomendaria

    No responderam

    Grfico 33 Opinio dos 55 alunos entrevistados: recomendaria os cursos do SENAC na reada sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar que 34% dos 55 alunos pesquisados nos cursos Tcnicos

    na rea da sade acham o curso bom, 31% acham regular, 31% no responderam e

    4% acham timo.

    4%

    34%

    31%

    31%

    timo

    Bom

    Regular

    No responderam

    Grfico 34 Opinio dos 55 alunos sobre os cursos na rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    38/99

    37

    1.11 Indicadores: Alunos Evadidos

    Abaixo segue dados da pesquisa feita com 66 alunos evadidos dos cursos do

    Senac na rea da sade.

    O grfico 35 apresenta o nmero de evases nos cursos do campo da sade,

    dos 362 alunos matriculados, 15% se evadiram no perodo em estudo.

    85%

    15%

    0%

    0%

    Matriculados

    Evadidos

    Grfico 35 Evaso: rea da sadeFonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar no grfico 36 que dos 66 alunos que se evadem dos

    cursos na 59% mora em casa prpria, 15% mora com os pais, 18% no

    responderam e 8% casa alugada.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    39/99

    38

    ____________________________________________________________

    8%

    59%

    15%

    18%

    Casa alugada

    Casa prpria

    Mora com pais

    No responderam

    Grfico 36 Condies de moradia (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Contatamos no grfico 37 que dos 66 alunos pesquisados 15% no trabalha,

    18% no responderam e 67% trabalha.

    ______________________________________________________

    67%

    15%

    18% 0%

    Trabalha

    No trabalha

    No responderam

    Grfico 37 Situao de trabalho (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Podemos observar que no grfico 38, que dos 66 alunos pesquisados 71%

    so mulheres e 29% so homens.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    40/99

    39

    2 9%

    71%

    0%

    0%

    Mascu l ino

    Femin ino

    Grfico 38 Por gnero (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Analisa-se no grfico 39 que dos 66 alunos pesquisados, 35% ganham at R$

    500,00, 6% ganha at R$ 600,00, 5% ganham at R$ 800,00, 2% ganham at R$

    1,200,00, 17% so dependentes e 35% no responderam.

    ______________________________________________________

    14%

    21%

    6%5%2%17%

    35%

    R$ 400,00

    R$ 500,00

    R$ 600,00

    R$ 800,00

    R$ 1.200,00

    Dependentes

    No responderam

    Grfico 39 Faixa salarial dos alunos evadidos (66 alunos)Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

    Nota-se que no grfico 40 dos 66 alunos pesquisados, 62% evadem-se por

    motivos financeiros, 5% por situao de trabalho, 15% falta de perspectiva

    profissional, 18% no responderam.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    41/99

    40

    62 %5%

    15 %

    18% 0 %Con dio f inancei ra

    S i tuao de t rabalho

    Fal ta de perspectivaprof issonal

    No respond eram

    Grfico 40 Motivo da evaso (66 alunos)

    Fonte: Senac-Florianpolis/SC, 2003.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    42/99

    41

    CAPTULO 2 ARTIGOS INDIVIDUAIS

    2.1 EVASO OU ESCRAVIDO: AS ALTERNATIVAS DO ENSINOPROFISSIONALIZANTE

    Anna Paula LEHMKUHL1

    RESUMO

    Neste artigo abordado o problema da evaso escolar nos cursosprofissionalizantes do Senac (Servio Nacional de Aprendizagem Comercial)Florianpolis. Tambm se busca demonstrar como foi estruturado o processo deformao profissionalizante no Brasil. Outra questo em analise so as relaesentre o modelo de produo capitalista e polticas publicas para a educaoprofissionalizante. O artigo analisa tambm distintos sentidos de uma formaoprofissionalizante, bem como a repercusso da atual reestruturao dos cursostcnico-profissionalizantes.

    Palavras-chave: Formao-profissionalizante. Sistema S. Evaso escolar.Mercado de trabalho.

    INTRODUO

    Este artigo fruto de uma pesquisa desenvolvida ao longo de seis meses nas

    dependncias da escola profissionalizante Senac. Durante este perodo um grupo de

    acadmicos da turma de administrao escolar do curso de Pedagogia da

    Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), do qual participei, visitou

    semanalmente a unidade do Senac-Prainha, em Florianpolis. O objetivo inicial da

    pesquisa era identificar as principais causas da evaso escolar nos cursos

    1Acadmica do Curso de Pedagogia Habilitao em Administrao Escolar da FAED/UDESC, no

    segundo semestre de 2005.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    43/99

    42

    profissionalizantes da rea da sade oferecidos pela instituio. Para realizar a

    pesquisa utilizamos a seguinte Metodologia: Pesquisa bibliogrfica, observao das

    instalaes fsicas, anlise de documentos, aplicao de questionrios e entrevistas.

    Embora a prioridade da pesquisa abordasse o problema da evaso nos

    cursos ofertados pelo Senac Florianpolis, a amplitude das informaes obtidas no

    decorrer da pesquisa nos possibilitou uma viso geral da formao profissional

    realizada nas instituies do sistema S Senai/Sesi (indstria), Senac/Sesc

    (comrcio), Senat/Sest (transportes), Sebrae (micro e pequenas empresas) e Senar

    (rural). A partir deste entendimento da poltica educacional do sistema S propus-me

    a apresentar o problema da evaso como sendo uma alternativa de fuga da

    educao profissionalizante. Historicamente observa-se que este modelo de

    educao profissionalizante tem visado meramente o recrutamento de mo-de-obra

    para atender as demandas do mercado. No atual sistema educacional a formao

    de um indivduo consciente de sua situao humana e social tem ficado em segundo

    plano. Neste contexto educacional extremamente racional e mercadolgico o

    indivduo deixa o ser sujeito de sua educao e passa a ser apenas mais uma pea

    formada para reposio. Diante da frustrao com as instituies de ensino e as

    perspectivas profissionais hora de se fazer uma opo: se adequar ao modelo

    vigente e se tornar mais um escravo do sistema capitalista ou evadir-se em busca dealternativas onde a escravido no esteja to explicita quanto na proposta do

    sistema de educao profissionalizante.

    O MODELO POSTO

    A revoluo Industrial ocorrida ainda no sculo XVIII, na Inglaterra iria mudar

    radicalmente os rumos da humanidade. No sculo seguinte o modo de produo em

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    44/99

    43

    larga escala iniciou seu processo de expanso, mas s chegou ao Brasil no sculo

    XX. O modo de produo surgido na Inglaterra viria para transformar diretamente as

    relaes econmicas, interferindo tambm nas relaes sociais e polticas.

    Foi a partir de 1930 que a industrializao passou a modificar significativamente a

    economia brasileira. A industrializao do pas veio a romper um modelo scio-

    econmico vigente por mais de trs sculos. Enquanto a elite latifundiria agrcola

    perdia poder poltico, a burguesia industrial surgia como uma classe em ascenso.

    Como paralelo obrigatrio, nascia o operariado brasileiro que precisava ser

    arregimentado tanto tecnicamente como ideologicamente.

    Para se analisar uma escola profissionalizante inevitvel o debate sobre a

    funo social da escola. Em nossa sociedade capitalista notrio que uma das

    principais funes da escola a de preparar as novas geraes para manterem a

    atual ordem social. Enguita chama de "mecanismos que foram de uma forma mais

    ou menos suave s pessoas a se submeterem s relaes de produo capitalistas"

    (1993). No entanto outras funes so atribudas escola. Dentre as propostas

    contrrias a mera reproduo capitalista podemos citar: a formao de um indivduo

    crtico, o desenvolvimento para o usufruto bens culturais, o exerccio da cidadania, a

    realizao pessoal e o convvio social harmonioso. Tais objetivos esto presentes

    nas propostas pedaggicas formuladas como alternativas ao modelo de produocapitalista.

    Ainda no governo de Getlio Vargas, que um dos grandes responsveis pela

    modernizao do pas, um sonho da elite industrial realizado. Em 20 de janeiro de

    1942, criado por meio de decreto a instalao das escolas profissionais oficiais,

    federais e estaduais. O Senai foi a primeira escola do modelo de profissionalizao,

    que hoje chamamos de sistema S. O Senac teve o inicio de suas atividades em

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    45/99

    44

    Santa Catarina a partir de 1948. A unidade Senac de Florianpolis na qual foi

    realizada a pesquisa funciona desde 1964. Desde sua fundao todos os integrantes

    do sistema S, so financiados com recursos do estado, apesar de financiados com

    recursos pblicos, os membros do sistema tem gesto privada. O sistema S

    considerado a maior rede de ensino privado do pas, em termos de formao,

    especializao e aperfeioamento da mo-de-obra. As instituies apresentam duas

    vertentes: a Educao Profissional e a Prestao de Servios Tcnicos e

    Tecnolgicos direcionada tambm para empresas e comunidade.

    De acordo com dados do prprio Senac a instituio dispe atualmente de

    uma vasta rede escolar por todo o pas, abrangendo 1700 municpios e atendendo

    cerca de 1.400.000 alunos por ano. A planta da instituio inclui centros de

    tecnologia, centros de educao profissional, centros de treinamento, unidades de

    treinamento operacional, agncias de treinamento e agncias de educao

    profissional. As orientaes pedaggicas do Senac so deliberadas no plano da

    Administrao Central, com base em pesquisas de mercado.

    Segundo Castioni desde sua origem a educao profissional no sistema

    pblico de ensino brasileiro, tem se consolidado historicamente pela influencia do

    empresariado nas polticas educacionais.

    Tivemos vrias experincias no passado, como o Programa Intensivo dePreparao de mo-de-obra Industrial - Pipmoi criado em dezembro de 1963, o

    Movimento Brasileiro de Alfabetizao - Mobral, de dezembro de 1967, o Plano

    Nacional de educao Profissional, depois transformado em Plano Nacional de

    Qualificao do Trabalhador - Planfor, de 1995 (CASTIONI, 1999, p. 27).

    Na nsia por atender a demanda de mo-de-obra s instituies educacionais

    passaram a constituir cursos a partir de objetivos e metas "preestabelecidas" pelo

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    46/99

    45

    mercado de trabalho, gerando assim empregados conformados com a sua realidade,

    seguidores dos comandos, "peas" de reposio.

    Da que vo se apropriando cada vez mais, da cincia tambm, como

    instrumento para suas finalidades. Da tecnologia, que usam como fora indiscutvel

    de manuteno da ordem opressora, com a qual manipulam e esmagam. Os

    oprimidos como objetos, como quase "coisas, no tm finalidades. As suas, so as

    finalidades que lhes prescrevem os opressores. (FREIRE, 1993, p. 47).

    Para se perceber os fundamentos da poltica de educao profissional no

    Brasil basta analisar a lei vigente. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    Nacional desvincula a educao profissionalizante da educao geral. A

    aprendizagem que antes era realizada em tempo integral foi abolida, conforme o

    disposto pela nova legislao os cursos profissionalizantes so modularizados e

    compostos por disciplinas acadmicas ou disciplinas especificamente tcnicas na

    rea do curso. Com a dicotomia entre educao geral e educao profissional, mais

    uma vez o se visa apenas a instrumentalizao estritamente tcnica do indivduo.

    A BUSCA PELA ESCOLA PROFISSIONALIZANTE

    De acordo com as respostas dos alunos do Senac Florianpolis, a grande

    maioria deles ingressaram na escola profissionalizante com a expectativa de

    colocar-se no mercado de trabalho, em vantagem sobre a concorrncia, devido

    especializao profissional. A busca pela ascenso social leva os alunos de famlias

    geralmente humildes a buscarem a insero no promissor mundo das escolas

    profissionais. O projeto de melhoria de vida, dos trabalhadores leva a famlia a arcar

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    47/99

    46

    com as despesas de um curso profissionalizante, custo este que por muitas vezes

    extrapola o oramento familiar.

    neste contexto de busca por insero e ascenso social que o Senac

    aparece como uma ponte para o sucesso profissional. No final da dcada de 90, o

    Senac Florianpolis passou a oferecer os primeiros cursos de nvel tcnico. No

    segundo semestre de 2003 tiveram incio s primeiras turmas dos cursos superiores

    de Tecnlogo em Gesto de Empresas de Servios e Tecnlogo em Gerenciamento

    das Tecnologias da Informao. Alem dos cursos tcnicos e de tecnlogos, o Senac

    tambm oferece cursos bsicos. No total so quase trezentos cursos nos trs nveis

    de ensino e em diversas reas de atuao, so elas: Artes, Comunicao,

    Comrcio, Design, Gesto, Idiomas, Imagem Pessoal, Informtica, Meio-Ambiente,

    Sade, Tecnologia Educacional e Turismo e Hospitalidade. Com o slogan Senac

    timo no seu currculo, a instituio se apresenta como uma escola que e oferece

    cursos altamente valorizados pelo mercado.

    De acordo com as colocaes dos alunos nas entrevistas, a opo por

    estudar no Senac foi construda atravs da imagem da instituio na sociedade. A

    idia de estudar em uma instituio de renome influencia na hora da opo por um

    curso profissionalizante. O aspecto fsico foi outro diferencial na hora da escolha, a

    unidade do Senac no bairro da Prainha em Florianpolis, comea a impressionarainda do lado de fora da escola, sua fachada com vidros espelhados chama a

    ateno at dos mais distrados. Os atrativos no param por a, a escolas possui

    uma variedade de ambientes que vo desde salas de aulas com ambientes

    climatizados passando por 12 laboratrios de informtica, laboratrio de sade,

    salo de beleza, biblioteca, laboratrio de fotografia, laboratrio de tica, ateli de

    moda, cozinha e modernos auditrios equipados com sistemas multimdia. O

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    48/99

    47

    ambiente escolar remete a sensao de importncia e sucesso profissional. No

    entanto, apesar de tantos atrativos oferecidos pelo Senac e da necessidade de

    insero dos alunos ao mercado muitos desistem ainda no primeiro modulo.

    A REALIDADE DA EDUCAO PROFISSIONALIZANTE E A FUGA DO MODELO

    Sabendo da complexidade do problema da evaso escolar e das mltiplas

    causas do problema, no se pretende apontar aqui, uma causa nica e definitiva e

    nem uma explicao final para o problema, no entanto no se pode deixar de

    analisar a face na qual o problema foi diagnosticado atravs da presente pesquisa.

    De acordo com o relato dos alunos que ingressaram nos cursos tcnicos da rea da

    sade (Tcnico em enfermagem, tcnico em laboratrio de anlises e Esttica) no

    Senac Florianpolis, ao iniciarem o curso profissionalizante eles passaram a

    conviver com a realidade da sua opo profissional. O convvio com o ambiente

    escolar, os professores e os colegas, dos quais muitos j exercem a profisso, logo

    apresenta a verdadeira dimenso do status profissional. O currculo muitas vezes

    desconhecido se apresenta como estritamente instrumental. As conversas informais

    e as curiosidades sobre o curso e a profisso j no bastam hora de se aprofundar

    no que a profisso tem a oferecer aps a concluso do curso. A realidade sobre a

    colocao dos tcnicos no mercado mostra que tais cursos no so to valorizados

    pelo mercado quanto os alunos imaginavam antes de ingressarem no curso.

    Especificamente na rea da sade os cargos de chefia raramente so alcanados

    por profissionais de nvel tcnico. Os colegas que j exercem a profisso e voltam

    escola em busca de qualificao, relatam as dificuldades de se encontrar postos de

    trabalho. A realidade dos colegas e as pesquisas de mercado acabam por mostrar

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    49/99

    48

    que o antes promissor salrio no conquistado em muitos caso nem mesmo com

    jornada dupla de trabalho. O sonho de insero e ascenso profissional comea

    ceder ao sentimento de frustrao.

    Atribuir aos indivduos o sucesso no mercado de trabalho apenas por seus

    anos de escolaridade negar as relaes sociais de produo. Eles so apenas

    agentes passivos, pois quem determina o seu valor de uso o capital (CASTIONI,

    1999, p. 52).

    Segundo os alunos evadidos dos cursos tcnicos da rea da sade do Senac

    Florianpolis, os mesmos depois de se depararem com a realidade dos profissionais

    que j atuam na rea, as perspectivas de colocao e remunerao, se mostraram

    muito abaixo das expectativas destes alunos. Parte destes alunos, mesmo de

    maneira inconsciente comeam ento a descobrir a lgica do mercado capitalista. A

    anterior idia de que um curso profissionalizante ou mesmo uma especializao

    garantiria emprego e renda substituda pela sensao de ser apenas mais um

    escravo especializado.

    De acordo com Remi Castioni (1999), o discurso da falta de capacitao tem

    sido usado para explicar a atual crise de desemprego. O estado e mercado

    atrelam a educao os mritos do sucesso profissional, desta forma transferem para

    o indivduo a responsabilidade pelo desemprego ou mesmo pelas baixasremuneraes. Usando este pano de fundo o governo e o empresariado foge das

    verdadeiras causas do desemprego e dos salrios miserveis. Na verdade no

    sistema capitalista o emprego e o salrio no dependem do indivduo, mas da

    conjuntura econmica do pas e do mundo que tem como fim o acumulo de capital

    por parte dos empregadores.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    50/99

    49

    Em um sistema capitalista o trabalho a mercadoria do profissional, ele

    vende sua fora de trabalho como se fosse um produto. Assim sendo o trabalhador

    s consegue ter uma melhor remunerao de acordo com as leis de mercado (lei da

    oferta e da procura).

    Castioni (1999) se apia sua afirmativas a partir das ltimas pesquisas da

    Fundao Seade e do Dieese, que apontam os maiores ndices de desemprego

    entre a populao com maior escolaridade e maior experincia profissional.

    O aluno de um curso profissionalizante de uma instituio privada como no

    caso do Senac, tem que arcar com os custos de sua formao. Custo que

    atualmente o mercado chama de investimento. Em um universo em que a

    especializao do indivduo retorna em forma de lucro para o patro, fica claro que o

    que estes alunos esto fazendo no um investimento pessoal. Na verdade estes

    alunos esto financiando como prprio capital o desenvolvimento das empresas

    contratantes. Segundo Marx (1867), o trabalhador produz para a burguesia, o

    trabalhador no se apropria do resultado de seu trabalho, a sua produo

    apropriada pela burguesia. Conseqentemente o profissional se aliena em sua

    produo de trabalho, o empregado produz aquilo que no ser seu e da seu

    trabalho perde o sentido de libertao e o "escraviza" na rotina, na m remunerao,

    na estagnao profissional.De acordo com as entrevistas, pode-se constatar claramente que as

    perspectivas profissionais destes alunos, para o perodo ps-concluso do curso

    profissionalizante so, um dos motivos para a evaso escolar. Aps avaliar os

    custos do curso, que os inseriria no mercado de trabalho e as vantagens

    profissionais que obteriam aps a concluso do curso, muitos acabam por desistir.

    Segundo estes mesmos alunos para se ganhar o salrio que um tcnico da rea da

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    51/99

    50

    sade ganha, no preciso ter o diploma de um curso tcnico. Os alunos tambm

    fazem questo de ressaltar que o profissional da sade tem uma carga horria

    muitas vezes indefinida, com os plantes em finais de semana e madrugadas.

    A jornada de trabalho no , portanto, constante, mas uma grandeza varivel.

    verdade que uma das suas partes determinada pelo tempo de trabalho exigido

    para a contnua reproduo do prprio trabalhador, mas sua grandeza total muda

    com o comprimento ou a durao do trabalho. A jornada de trabalho , portanto,

    determinvel, mas em si e para si, indeterminada (MARX, 1996, p. 346).

    Com o desenrolar da pesquisa pode-se constatar que, o que convencionou-se

    a chamarmos de evaso escolar pode ser na verdade a fuga de uma significativa

    parcela de alunos que no se adequam ou no aceitam o modelo vigente. Neste

    caso o indivduo deixa a escola, por no aceitar passivamente os moldes a que se

    dar, a explorao de sua fora de trabalho mediante o pretexto da

    profissionalizao.

    CONSIDERAES FINAIS

    Apesar do contexto histrico brasileiro demonstrar que esta poltica de

    educao profissional vem se perpetuando no decorrer dos anos, apoiado empropostas educacionais que buscam alternativa para superar o modelo capitalista,

    afirmo que outro modelo educao profissionalizante possvel. Segundo Freire no

    se pode negar a possibilidade da formao de trabalhadores em um sentido mais

    amplo e libertador. Alm de instrumentalizar o indivduo para o exerccio profissional,

    a educao para o trabalho tambm deve despertar nos futuros trabalhadores um

    senso crtico-reflexivo de sua realidade scio-cultural. Diferente do modelo posto a

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    52/99

    51

    educao deve formar trabalhadores que no sejam apenas peas de reposio da

    engrenagem produtiva de capital. O objetivo social das escolas profissionalizantes

    no pode se limitar a to pouco. O indivduo deve ser formado em sua totalidade,

    independente da escola ser profissionalizante ou no ela deve trabalhar com o

    conceito de cidadania e buscar desenvolver valores. A educao profissional deve

    propor a formao de profissionais crticos, participativos e construtores da realidade

    que os cerca.

    No suficiente apenas um domnio das tcnicas: faz-se necessrio domin-

    las a um nvel intelectual. Alm da iniciao no manejo das ferramentas bsicas

    utilizadas nas diversas atividades de trabalho, fundamental permitir criana e ao

    jovem o acesso aos conhecimentos necessrios compreenso cientfica do objeto

    em estudo, seja ele uma mquina, um fenmeno da natureza ou uma relao

    socialmente produzida (MACHADO, 1991, p. 129).

    O trabalho deve ser visto como um processo social no qual o indivduo est

    inserido como sujeito e no objeto. O mnimo que podemos esperar que enquanto

    a educao capacita tecnicamente um indivduo para o trabalho, tambm lhe

    proporcione meios para este indivduo possa forma sua conscincia de maneira a

    debater e participar na construo de uma relao menos desigual entre o capital e

    trabalho.

    REFERNCIAS:

    CASTIONI, R. Avaliao de polticas pblicas:modelos e usos de avaliao deimpacto em programas de formao profissional. So Paulo: Mimeo, 1999.

    ENGUITA, M. F. Trabalho, escola e ideologia.Porto Alegre: Artes Mdicas, 1993.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    53/99

    52

    FREIRE, P. Pedagogia do oprimido.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

    LEHMKUHL, A. P.; VIEIRA, E.; SUITA, N. Evaso no Senac de Florianpolis:cursos tcnicos at da sade. Projeto de trabalho. Florianpolis: UDESC, 2005.

    MACHADO, L. Politcnica, escola unitria e trabalho.So Paulo: Cortez/AutoresAssociados, 1991.

    MARX, K. O capital.So Paulo: Nova Cultural, 1996.

    2.2 A REFORMA DO ENSINO MDIO E TCNICO E O SENAC-FLORIANPOLIS

    Eliezer Vieira de CARVALHO2

    RESUMO

    Este artigo apresenta o histrico da educao profissional, na preparao para omercado de trabalho e como se apiam legalmente para tornar vivel este tipo deensino. Analisa a reforma do ensino tcnico ocorrida na dcada de 90, com aaprovao da LDBEN 9394/96, do decreto 2.208/97, do parecer n16/99 e daresoluo n 04/99. Por fim, avaliamos como nos cursos tcnicos da rea da Sadedo Senac-Florianpolis vem se implementado essas mudanas previstas em lei.

    Palavras-chave:Reforma do ensino tcnico. Legislao. Senac-Florianpolis.

    ORIGEM DA EDUCAO PROFISSIONAL NO BRASIL

    A raiz do desenvolvimento das pessoas est, muitas vezes, nas formascomo as despertamos para o seu crescimento pessoal. Melhores resultadosvo depender de quo bem realizarmos essas tarefasROSSO (2002).

    2Acadmico do curso de Pedagogia, Habilitao Administrao Escolar, Estagio Supervisionado II, 8fase.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    54/99

    53

    No Brasil, alm de diferente da Europa, a formao profissional das elites foi

    um fenmeno tardio. Somente a partir de 1930 foi institudo o ensino universitrio no

    pas, com a criao das universidades de So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

    O acesso escola ficava restrito s classes economicamente favorecidas, que

    almejavam os ttulos de doutores e bacharis. Para a grande massa dos

    trabalhadores, a educao permaneceu restrita a decises de carter

    assistencialistas, ou circunstanciais, uma vez que no havia qualquer poltica

    educacional definida. O Brasil por ser a sua economia baseada na monocultura que

    exportava produtos agrcolas, alm de depender de mo de obra escrava e,

    posteriormente, dos colonos imigrantes, circunstncias que dispensavam

    qualificao profissional.

    Dessa forma, a dcada de 1930 pode ser tomada como um marco referencial

    na histria da poltica da educao nacional. Nessa poca, iniciava-se o processo de

    industrializao do pas. Com a crise da bolsa de 1920 e a conseqente crise do

    caf, era necessrio produzir mais bens de consumo, que eram at ento

    importados. Essa fase, denominada substituies das importaes, levou a criao

    de um maior nmero de escolas superiores para a formao de recursos humanos

    necessrio a novas exigncias do setor produtivo.

    Nesse contexto, no Governo Vargas determinou-se constitucionalmente comodever do Estado (cumprido por empresa e sindicatos) o ensino vocacional e pr-

    vocacional. Para isso, criaram-se as Leis Orgnicas da Educao Nacional: do

    Ensino Secundrio (1942), do Ensino Comercial (1943), do Ensino Primrio, Normal

    e Agrcola (1946). Paralelamente, foram criados o Senai (1942) e o Senac (1946),

    visando formao de profissionais para a indstria e o comrcio.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    55/99

    54

    Embora tenham representado um esforo de sistematizao da poltica

    educacional brasileira, os textos das Leis Orgnicas da Educao Nacional mantm

    o carter dualista da educao ao afirmar que o objetivo do Ensino Secundrio e

    Normal: formar as elites condutoras do pas, cabendo ao Ensino Profissional

    oferecer formao adequada aos filhos dos operrios, aos desvalidos da sorte e

    aos menos afortunados, aqueles que necessitam ingressar precocemente na fora

    de trabalho. Mas somente e nas dcadas de 1930 e 1940 que se revela um perodo

    representativo para o desenvolvimento da educao nacional: quando se ganha

    originalidade e se oferece condies de expanso de sua oferta.

    Porm, a mais estreita relao entre educao e trabalho experimentada,

    no sistema educacional brasileiro, justamente a partir de poltica instituda no

    perodo de ps64 (BONAMINO, 1999).

    Por essa razo, difunde-se no pas, a necessidade de vincular a educao

    aos planejamentos econmicos globais, como forma de contribuir para o seu

    desenvolvimento econmico. E, para atingir essa meta, seria necessrio adequar a

    educao s necessidades de qualificao de mo-de-obra demandada pelo

    mercado de trabalho.

    O ENSINO PROFISSIONALIZANTE: MUTAES

    O objetivo de profissionalizao universal e compulsria atribudo ao ensino

    de 2 grau no apenas deixou de atender aos propsitos estratgicos da Lei n

    5.692/71 como tambm acentuou a crise de identidade caracterstica desse nvel de

    ensino. Comeou a haver resistncia por partes dos alunos, por no aceitarem de

    bom grado o acrscimo de disciplinas profissionalizantes em detrimentos de outras

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    56/99

    55

    que, segundo supunham, fossem necessitar no exame vestibular; resistiram os

    proprietrios de escolas privadas, pelo acrscimo de custos que isso representava; e

    os empresrios mostraram-se avessos a receber estagirios em nome da

    preservao da rotina de produo. J os professores, especialmente os de escola

    tcnicas federais temiam pela desvalorizao do ensino tcnico que ofereciam, em

    funo de outras ofertas descomprometidas com a qualidade que sempre

    caracterizou essas escolas (CUNHA, 1998).

    Nesse contexto, podemos afirmar que houve o fracasso da profissionalizao

    universal e compulsria do ensino do 2 grau, que culminou com a promulgao em

    1982 da Lei n 7.044, que extinguiu a obrigatoriedade da habilitao profissional

    nesse nvel de ensino.

    Com a reorganizao econmica e poltica internacional, associada ao uso

    intensivo de alta tecnologia nas empresas, comea a demandar uma elevada

    qualificao dos trabalhadores estveis, de quem se passa a exigir alto grau de

    abstrao, capacidade de resolver problemas e de trabalhar em equipe. Esse fator

    foi o suficiente para se pensar as reformas que aconteceram nos anos 90. A partir

    dessa reforma a atual Lei de Diretrizes e Base da Educao Nacional (LDBEN) veio

    estender ao poder pblico a obrigatoriedade de oferecer o ensino mdio como direito

    da cidadania. E nos artigos 39 a 42 concebe a educao profissional como integradas diferentes formas de educao, ao trabalho, cincia e tecnologia, de modo a

    conduzir ao permanente desenvolvimento para a vida produtiva.

    Ainda em relao Lei n 9.394/96 (LDBEN), que trata do ensino profissional,

    que teve o incio de sua gestao, nos anos 80, isto veio a coincidir com uma

    avassaladora ascenso do neoliberalismo, promovida, em parte, pelo

    desmantelamento da quase totalidade dos regimes socialistas e, por outra, pelo

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    57/99

    56

    desmonte do estado de bem-estar social. E o campo da educao no ficou

    indiferente ao confronto entre o pblico e o privado, ganhando adeptos de todos os

    matizes ideolgicos em defesa de uma abertura no que tange ao papel do Estado,

    tido mesmo, entre muitos, como vilo, em face de precariedade de resultados de

    nosso sistema educacional (COSTA, 1995). J os cursos profissionalizantes que

    desprende maior recursos para sua manuteno, alm de ser considerado um

    processo prolongado e caro, a recomendao de que sejam repassadas,

    progressivamente, para a esfera privada (KUENZER, 1999).

    Numa primeira leitura da atual legislao da educao nacional, a proposio

    de que os currculos devam pautar-se pelos perfis profissionais da concluso,

    favorecendo a delimitao mais clara de itinerrios profissionais, parece estar

    acenando para a superao da dualidade at ento caracterstica da educao no

    pas (GONALVES, 2004). Embora existam posies menos otimistas referente

    questo mencionada, na percepo de Accia Kuenzer, por exemplo, os

    instrumentos legais que regulamentam a educao nacional, ao tratarem separado

    os ensinos fundamental e mdio e o ensino profissional, instituram dois sistemas

    paralelos de educao no pas. Desse modo, diz a autora,

    Restabelecem-se as duas trajetrias sem equivalncia, negando-se aconstruo da integrao entre educao geral e educao para o trabalho,que vinham historicamente se processando nas instituies responsveis

    pela educao profissional, certamente mais orgnica nova realidade davida social e produtiva (KUENZER, 1999).

    REFORMA DO ENSINO PROFISSIONALIZANTE NA DCADA DE 90: ATORES

    A reforma do ensino profissionalizante na dcada de 90 origina-se de trs

    sistemas de ensino o do Paran, o de Minas Gerais e o de So Paulo

    evidenciando os esforos dos respectivos governos no sentido de promover

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    58/99

    57

    alteraes nesse nvel de ensino, mesmo quando a legislao acima referida ainda

    no tinha sido homologada (caso especfico do Paran e Minas Gerais). Tais

    procedimentos reforam a leitura feita por vrios educadores brasileiros, de que, em

    relao determinada facetas, mas do que a LDBEN, o que tem de fato estruturado

    o ensino brasileiro no perodo recente so medidas tomadas no plano do poder

    executivo, segundo definies traadas antes mesmo de que a legislao maior do

    ensino obtivesse aprovao. O Decreto Lei 2208/97, cujo contedo na sua

    essncia, no difere do Projeto de Lei 1603/96, bom exemplo desse procedimento.

    Para vrios estudiosos da reforma do Ensino Mdio e do Ensino Tcnico,

    orientadora de aes governamentais como j descritas, decorreria de possveis

    influencias de organismos internacionais na sua definio. Relativamente a essa

    questo h leituras coincidentes em certos aspectos, mas discordante em outros.

    Para alguns autores, as polticas educacionais do Brasil seriam apenas reflexos das

    imposies de organismos internacionais. Cunha (1997, p.19), reagindo a esse

    enfoque afirmou que:

    [...] tratando-se de Brasil, as relaes entre as polticas educacionais e asrecomendaes (do Banco Mundial) e de outras agncias internacionais spodem ser compreendida em suas complexas mediaes ou protagonistasinternos, individuais e institucionais, dependendo que se possa pesquisarat mesmo o caminho inverso: a atuao de intelectuais orgnicosbrasileiros nos desenhos das polticas das agencias internacionais [...].

    O autor traz em apoio sua tese, o exemplo da participao depesquisadores brasileiros como Cludio de Moura Castro e Joo Batista de Arajo e

    Oliveira, ambos os consultores do Banco Mundial, cujas contribuies reforma do

    Ensino Mdio e do Ensino Tcnico nos podem ser minimizadas. Com isso se justifica

    a necessidade de acompanhar, com ateno, a possvel investida dos interesses

    produtivos sobre esse nvel de ensino a seu servio justificando tal procedimento

    com as novas demandas por qualidade de carter geral que a flexibilizao

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    59/99

    58

    produtiva faz aos trabalhadores. H convergncia de opinies entre os dois quanto

    aos contedos a serem privilegiados pelo Ensino Mdio:

    Mas a soluo que Castro defende como mais apropriada e a que estariaaceita na Europa: rejeitar o ensino de 2 grau meramente propiciaria tantoquanto a velha opo profissionalizante em proveitos de cursossecundrios aplicados ou mais voltados para certas reas, como ascomerciais, as artsticas, as biolgicas, as industriais. A idia no seria deprofissionalizar, mas, se vestir os mesmos contedos acadmicos(cincias, matemtica, comunicaes, escrita) com roupagens da rea. Eexemplifica: aprende-se matemtica aplicada nos negcios; fsica,estudando mquinas e ferramentas, ler e escrever, realizando relatrios elendo manuais de computadores [...] [...] Oliveira (defende a soluo)sistemas educacionais da OCDE em reforma, (que prope) a adoo doscursos que procuram ensinar disciplinas acadmicas num contextoaplicado, ao mesmo tempo em que permitem ao aluno aprofundar desde

    cedo, seus conhecimentos e habilidades nas reas em que possui maiorvocao ou talento, assim como habituar-se s caractersticas e demandasdo mundo do trabalho. Ao invs de prepararem para ocupao especfica,esses cursos tipo tech prep norte-americano visam rea educacionaiscada vez mais amplas, embora vocacionados e direcionados, o quepermitiria aos alunos o desenvolvimento intelectual, o domnio dacompetncia e a busca da excelncia (CUNHA, 1997, p.13-15).

    DIFINIO LEGAL DO NVEL TCNICO HOJE

    Baseado na reforma educacional processada no Brasil a partir da Lei n

    9.394/96 e por meio dos dispositivos regulamentadores (Decreto 2.208/97, Parecer

    n16/99 e Resoluo n. 04/99 da Cmara de Educao Bsica do Conselho

    Nacional de Educao) determina a existncia de dois nveis, a Bsica que

    compreende Educao Infantil, Ensino Fundamental e o Ensino Mdio e a de Nvel

    Superior.Ficou definido que o nvel tcnico destina-se a proporcionar habilitao

    profissional de Tcnico de Nvel Mdio a alunos matriculados ou egressos do ensino

    mdio, podendo ser oferecido de forma concomitante ou seqencial a este. Abrange

    tambm, as respectivas especializaes e qualificaes tcnicas.

    O Senac vem se adequando nova legislao, isto por meio de seus cursos

    tanto de formao tcnica quanto o do tecnlogo (que corresponde a curso de nvel

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    60/99

    59

    superior), destinados formao essencialmente vinculada aplicao cientfica do

    conhecimento. Sua especificidade consiste no carter acentuadamente tcnico da

    formao oferecida, distinguindo do bacharelado, que possui carter, mas

    acadmico.

    Alm desses trs nveis, a Educao Profissional compreende ainda os

    chamados cursos complementares: de especializao, aperfeioamento e

    atualizao.

    Para entender melhor tais dispositivos do esprito da Lei 9394/96 em

    questo, remetemo-nos a anlise da professora Marise Ramos (1998, p.18) para

    quem a reforma da Educao Profissional:

    Assenta-se sobre trs lgicas fundamentais: a) a articulao da educaoprofissional com a educao bsica; b) formao realizada por reasprofissionais mais amplas, transcendendo a estrita especializao; c)flexibilizao da oferta de cursos e dos itinerrios de formao profissional.

    A organizao curricular da educao profissional tem como princpio

    orientador a formao baseada em competncia, entendida, conforme os

    dispositivos que a regulamentam, como define o Conselho Nacional de Educao

    (PARECER n 16/99) capacidade de articular, mobilizar e colocar em ao valores,

    conhecimentos e habilidades necessrios para o desempenho eficiente e eficaz de

    atividades requeridas pela natureza do trabalho.

    Para entender os mecanismos de implementao do modelo curricular

    proposto, importante destacar a recomendao de que os cursos sejam

    organizados em mdulos, que podero ter terminalidade para efeito de qualificao

    profissional tcnica, dando direito, nesse caso, a certificado de qualificao

    profissional. Nos casos de mdulos sem terminalidade, devero ser emitidas

    declaraes de estudos.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    61/99

    60

    Quanto certificao, a Parecer 16/99 do CNE estabelece que dever ser

    oferecida mediante a avaliao de competncia, sob as seguintes chancelas:

    Declarao de estudos para aqueles que conclurem mdulos sem terminalidade;

    Certificado de Qualificao Bsica, para o nvel bsico da Educao Profissional;

    Certificado de Qualificao Profissional Tcnica para quem concluir o mdulos com

    terminalidade ou os correspondentes aos de auxiliares tcnicos existentes no

    mercado; diploma tcnico, para aqueles que tenham concludo o nvel mdio de

    ensino.

    No que diz respeito aos valores, o Parecer n 16/99 do CNE afirma a

    Educao Profissional como uma prtica centrada nos princpios da igualdade de

    condies para o acesso e a permanncia na escola, da liberdade de aprender e a

    ensinar, da valorizao dos profissionais de educao e dos demais princpios

    consagrados pelo artigo 3 da LDBEN para a educao em geral.

    ESTRUTURA DOS CURSOS TCNICOS NA REA DE SADE

    Os cursos pesquisados foram trs: Tcnico em Esttica, Tcnico em

    Laboratrio de Anlises Clnicas e Tcnico em Enfermagem. O objetivo era

    investigar as causas da evaso nesses cursos.

    O Curso Tcnico em Esttica tem um perodo de durao de 1.200 h, seu

    objetivo visa capacitar profissional tcnico na rea de sade que trata do

    embelezamento, promoo, proteo, manuteno e recuperao esttica da pele

    da face e do corpo, com domnio das tecnologias de cosmticos e equipamentos;

    alm de gerir suas atividades aplicando estratgias de marketing pessoal, de

    servios e produtos, de forma a aumentar a produtividade e obter resultados que

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    62/99

    61

    levem ao sucesso profissional. Para que o candidato inicie o curso de Esttica

    necessrio que o mesmo tenha 18 anos completos e ensino mdio completo ou

    estar cursando o ltimo ano.

    J o Curso Tcnico de Laboratrio de Anlises Clnicas tem um perodo de

    durao de 1.500 h, ele visa capacitar profissional tcnico em laboratrio de anlises

    clnicas. Espera-se que este profissional desempenhe a funo de orientar o

    cliente/paciente, receber, preparar, processar amostras biolgicas e assistir ao

    bioqumico, ou patologista, na execuo das anlises clnicas. Como requisito o

    aluno dever ter 18 anos completo e ensino mdio completo, ou estar cursando o

    ltimo ano.

    Destaca-se, o Curso Tcnico de Enfermagem com durao de 1800 h e tem

    por objetivo oferecer condies para que o aluno desenvolva competncias pessoas

    e profissionais necessrias e comuns a todo profissional da rea de sade de modo

    a favorecer o dilogo e a interao com os demais colaboradores, facilitar a

    navegabilidade na rea, bem como ampliar sua esfera de atuao. Para que o

    candidato realize este curso necessrio ter 18 anos completo e ensino mdio

    completo, ou estar cursando o ltimo ano.

    CONSIDERAOES FINAIS

    O Senac como outras instituies profissionalizantes conduzem suas

    propostas dentro de um aparato legal com base na LBDEN 9394/96 e nos pareceres

    do CNE. Dessa forma, o Senac organizou o seu currculo por mdulo, com

    certificao diferenciada podendo ser mdulo com terminalidade ou sem

    terminalidade. O primeiro caso est ligado aos que iro exercer a atividade

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    63/99

    62

    profissional que reconhecida no mercado de trabalho. O segundo para os que

    desenvolvem competncia de carter geral que esteja ligado a competncia da

    educao bsica e relacionada formao da cidadania.

    Com a nossa pesquisa constatamos que o princpio de igualdade de

    condies para o acesso e a permanncia na escola do Parecer 16/99 do CNE, no

    se concretiza. Muitos gostariam de estudar na instituio Senac, mas por falta de

    condies financeiras acabam protelando e at mesmo deixando de realizar o curso

    que gostariam. Comprova essa realidade o fato de 18 % de um total de 331 alunos

    dos cursos da rea da sade se evadiram por essa razo e ou outros 2 % de

    evadidos por fatores de mudanas ou problemas de ordem familiares somando-se

    assim um total de 20 % de evadidos. Ento fazemos o seguinte questionamento, a

    quem esta proposta de igualdade de direitos est alcanando? O Senac uma

    instituio privada e precisa de meios financeiros para sua existncia e trabalha para

    o interesse do mercado e da indstria, isto voltada para o interesse do capital.

    O iderio neoliberal que tomou conta dos anos 90 trouxe uma avassaladora

    onda de irresponsabilidade do Estado com a formao cidad. Forjou uma

    roupagem de suposta preocupao de trazer cursos da rea tcnica para amenizar

    o problema do desemprego, porm boa parte pertencente ao setor privado. Portanto,

    inacessveis boa parte dos trabalhadores.Para contrapor esta proposta necessitamos construir/restabelecer/reafirmar

    o princpio do ensino pblico, gratuito e de qualidade. Dessa forma, estaremos

    buscando materializar a possibilidade histrica de construir o contraponto macro-

    escola.

    Fazendo a leitura sobre a estruturao e o desenvolvimento histrico do

    ensino tcnico, suas metas, parece-me que ainda no h muita diferena, apenas

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    64/99

    63

    trocando-se a roupagem das classes sociais em relao aos anos 30 e 40. Em sua

    maioria nas mos das entidades privada, poucos tm acesso ao curso tcnico

    gratuito e pblico. Os que podem pagar possuem maiores oportunidades de

    insero no mercado de trabalho. E os que no tem acesso esperam que a

    democratizao do espao pblico acontea para que eles tambm tenham acesso

    aos cursos almejados. E a Reforma do Ensino Profissionalizante implementada nos

    ltimos anos no tem possibilitado a mudana dessa realidade.

    REFERNCIAS:

    AZEVEDO, Jos Clvis de. Educao e neoliberalismo. In: Paixo de aprender.Porto Alegre: Secretaria Municipal de Educao, n. 9, dez. 1995.

    BONAMINO, Alicia. Polticas educacionais brasileiras. Rio de Janeiro: [s.n.], 1999.Mimeografado.

    BRASIL. Lei n 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e bases daeducao nacional. Documenta,Braslia, n 423, p. 569-86, dez. 1996.

    ______. Conselho Nacional de Educao. Parecer n 16/99, aprovado em 05 deoutubro de 1999. Documenta,Braslia, n 457, p. 3-73, out. 1999.

    COSTA, Mrcio da. A educao em tempos de conservadorismo. In: APPLE,Michael et al. Pedagogia da excluso: o neoliberalismo e a crise da escola pblica.

    Petrpolis: Vozes, 1995.

    CUNHA, Lus Antnio. Ensino mdio e ensino profissional: da fuso excluso.Revista Tecnologia e Cultura, Rio de Janeiro, v. 2, n.10/29, jul./dez. 1998.

    GONALVES, Maria Helena Barreto. Referencias para educao profissional doSenac. Rio de Janeiro: SENAC/DPF/DI, 2004.

    KUENZER, Accia Zenilda. Educao profissional: categorias para uma novapedagogia do trabalho. Boletim Tcnico do Senac, Rio de Janeiro, v. 25, n.2, p. 19-29, maio/ago. 1999.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    65/99

    64

    RAMOS, Marise. Aproximao ao modelo das competncias como novoparadigmas de organizao da educao profissional. Rio de Janeiro: [s.n.]

    1998. Mimeografado.

    ROSSO, Fabrizio. Repetncia escolar versus situao socioeconmica dasfamlias dos alunos da 1. srie da E. E. B. Professora Laura Lima. Projeto detrabalho. Florianpolis: UDESC, 2002.

    VIEIRA, Eliezer; SUITA, Neveton; LEHMKUHL, Anna Paula. Evaso no Senac deFlorianpolis: cursos Tcnicos at da sade. Projeto de trabalho. Florianpolis:UDESC, 2005.

    2.3 EDUCAO PROFISSIONAL PARA O MERCADO OU PARA A CIDADANIA

    Neveton da Silva SUITA3

    RESUMO

    Este artigo discute a principal contradio da educao profissional nesse momento:formar para o mercado ou para a cidadania. O tema surgiu da pesquisa realizadacom a finalidade de identificar as causas da evaso nos cursos da rea da sade doSenac-Florianpolis. Para compreender esse processo, abordarei as necessidades

    do capitalismo contemporneo, que defendem o mercado em detrimento dacidadania. Por fim, discutirei como a educao profissional tem se moldado snecessidades do mercado.

    Palavras-chave: Educao profissional. Mercado. Cidadania.

    3Acadmico da 8 fase do curso Pedagogia - Habilitao Administrao Escolar da UDESC.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    66/99

    65

    INTRODUO

    Este artigo analisa a principal contradio da educao nesse momento

    histrico que forma para a cidadania ou para o mercado. Este tema surgiu durante

    a elaborao do projeto de pesquisa e sua efetivao no Senac-Florianpolis em

    2005.

    O objetivo do projeto era identificar as principais causas da evaso escolar

    nos cursos profissionalizantes da rea da sade oferecidos pelo Senac. Para

    realizar a pesquisa utilizamos a seguinte Metodologia: Pesquisa bibliogrfica,

    observao das instalaes fsicas, analise de documentos histricos e

    pedaggicos, aplicao de questionrios e entrevistas. Analisando os dados

    conclumos que os principais fatores que levam a evaso so: financeiro, pessoal,

    pedaggico e profissional. Porm, o que mais me chamou a ateno foram as

    concepes de educao profissional em debate, uma que busca atender os

    interesses do mercado e a outra que busca a consolidao da cidadania.

    O IDEARIO NEOLIBERAL E O ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL

    Assistimos hoje a um dilogo de surdos no campo da poltica social. De um

    lado, aparecem os defensores do neoliberalismo, ressuscitados das cinzas do Leste

    Europeu, comprometidos com a volta triunfante do mercado, como regulador da

    sociedade e da economia (PRZEWORSKI, 1994). Olhando a histria recente, no

    seria difcil apontar para guinadas malsucedidas de ordenamento do mercado por

    foras externas, tais como a partir do Estado, ou da cidadania, ou de governos

    especficos.

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    67/99

    66

    Do outro os defensores do Estado de Bem-Estar Social influenciando por

    John Maynard Keynes que chegou a reconhecer que o capitalismo, deixado sua

    lgica de mercado, no seria capaz de produzir uma sociedade pelo menos

    tolervel. Sua voz sempre foi importante, porque provinha das fileiras dos

    protagonistas do mercado, mas reconhecendo a necessria interveno de fora para

    que fosse vivel uma sociedade mais justa. Ele tinha em mente, sobretudo o efeito

    do pleno emprego, o maior sonho do liberalismo, porque este fenmeno poderia

    conjugar da melhor maneira possvel as "leis" de mercado com os direitos humanos.

    Apostava-se no crescimento econmico, que naturalmente traria consigo o

    crescimento do emprego. Este crescimento encontraria sua perfeio no pleno

    emprego, ou seja, naquela circunstncia em que toda a populao economicamente

    ativa poderia ser abrigada no mercado de trabalho. Ademais, pela prpria mecnica

    do mercado, o pleno emprego acarretaria igualmente a melhoria das remuneraes,

    como corolrio da concorrncia perfeita, havendo, pois, a possibilidade de uma

    legislao trabalhista marcada pelos direitos do trabalho (DEMO, 1997).

    A contra-argumentao neoliberal vai apontar para o malogro do Leste

    Europeu, onde se faz a maior interveno no mercado jamais vista na histria

    recente, por conta das premissas socialistas. Do ponto de vista "liberal", cometeram-

    se a pelo menos dois erros fatais: de uma parte, a presena de um regime ditatorial,confundido com uma pretensa "ditadura do proletariado", esmagou qualquer

    possibilidade de controle democrtico popular do Estado e dos governos, bem como

    das elites; de outra parte, o mercado planejado centralmente no foi capaz de

    mnima produtividade para cobrir as necessidades essenciais dos cidados, o que

    levou a uma distribuio da misria, no a uma redistribuio da riqueza, como teria

    sido o pressuposto marxista da passagem do capitalismo para o socialismo. Esta

  • 7/24/2019 MONOGRAFIA SENAC.PDF

    68/99

    67

    combinao perversa de fome e ditadura