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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE ÁREA DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MARCELI KAEFER DETECÇÃO DO CROMOSSOMO Y EM DNA FETAL DO PLASMA MATERNO HUMANO São Miguel do Oeste 2009

MONOGRAFIA SEXAGEM

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE

ÁREA DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MARCELI KAEFER

DETECÇÃO DO CROMOSSOMO Y EM DNA FETAL DO PLASMA MATERNO HUMANO

São Miguel do Oeste

2009

MARCELI KAEFER

DETECÇÃO DO CROMOSSOMO Y EM DNA FETAL DO PLASMA MATERNO HUMANO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Ciências Biológicas – Ênfase em Biotecnologia, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Alexis Trott

São Miguel do Oeste

2009

MARCELI KAEFER

DETECÇÃO DO CROMOSSOMO Y EM DNA FETAL DO PLASMA MATERNO HUMANO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Biológicas – Ênfase em Biotecnologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________ Prof. Dr. Adriano Dias de Oliveira Universidade do Oeste de Santa Catarina Nota atribuída: _____________________________________ Prof. Dr. Alexis Trott Universidade do Oeste de Santa Catarina Nota atribuída: _____________________________________ Prof. Dr. Gustavo Borba de Miranda Universidade do Oeste de Santa Catarina Nota atribuída:

Dedico este trabalho a meus pais, e ao meu noivo Cristiano, fonte de minha força. Graças a eles, me tornei capaz de lutar para que meus sonhos e objetivos fossem sempre alcançados.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em especial, ao meu orientador Professor Dr. Alexis Trott, pelo apoio na

orientação e desenvolvimento deste trabalho, compartilhando seus conhecimentos e suas

experiências.

A Professora Eliandra M. Rossi, Débora Oro e Diane Scapin, pelo auxílio durante a

realização do trabalho em laboratório, e pelas coletas de sangue das gestantes.

As gestantes que participaram voluntariamente, colaborando com o desenvolvimento

deste estudo.

A minha família pela ajuda e compreensão em todos os momentos. Meus pais Vunibaldo

e Hildigard, e minhas irmãs Ivete e Janete.

Agradeço ao meu noivo Cristiano, pelo carinho e apoio incondicional, e por estar sempre

ao meu lado.

Aos Professores, por todo conhecimento repassado, e por estarem sempre dispostos a nos

ajudar.

Aos amigos especiais, que se provaram verdadeiros ao longo destes quatro anos de

convivência.

A todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para que este trabalho fosse

realizado com êxito.

“São fúteis e cheias de erros as ciências

que não nasceram da experimentação, mãe

de todo conhecimento”.

(Leonardo da Vinci)

RESUMO

A identificação do sexo do bebê é comumente realizada por técnicas já consagradas como

o ultra-som morfológico, que geralmente ocorre a partir da 14ª semana gestacional. Porém, outra

técnica de sexagem fetal permite a identificação do sexo do bebê a partir da 7ª semana de

gravidez. Isso é possível através de técnicas moleculares que permitem a detecção do

cromossomo Y identificando o sexo do feto com poucas semanas de gestação. Para essa análise é

necessário o isolamento do DNA fetal presente no plasma materno, realizável devido a fatores

genéticos como a passagem de células fetais para o sangue da mãe. Como não é possível separar

o DNA fetal do DNA materno esse diagnóstico só é possível se o genótipo do feto e da mãe for

diferente, já que diferem quanto à presença do cromossomo Y. Para essa investigação, são

utilizados primers que amplificam regiões especificas do cromossomo Y, como é o caso dos

genes SRY e DYS14, através da técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O objetivo

deste trabalho foi estabelecer a técnica de amplificação do gene SRY, e identificar o sexo fetal

pela técnica da PCR, através da identificação do cromossomo Y presente no DNA livre do

plasma materno humano em mulheres com gestação a partir de sete semanas. A amplificação foi

realizada através de PCR usando os primers SRY1 e SRY2 que amplificam uma região

específica do gene SRY do cromossomo Y. Os produtos da reação foram analisados em gel de

agarose 1,5% e visualizados em transluminador UV. No total foram realizados 21 testes, com

três resultados masculinos e 18 femininos, sendo que estes resultados foram comparados com o

ultra-som e/ou nascimento, além de uma prévia análise com o gene DYS14 em todas as

amostras. Os resultados demonstraram que o gene SRY não é indicado para identificação do

sexo fetal pela análise de DNA do plasma materno, devido aos resultados insatisfatórios, por ele

se apresentar em cópia única, causando baixo índice de acerto.

Palavras-chave: DNA fetal, Gene SRY, Sexagem Fetal, PCR.

ABSTRACT

The identification the sex of the baby is usually performed by techniques already devoted

as the ultrasound morphology that usually happen from the 14th week of gestation. However,

another technique of sexing fetal allows the identification the sex of the baby from the 7th week

of pregnancy. This is possible by molecular techniques that allow the detection of the

chromosome Y to identify the sex of the fetus with a few weeks of pregnancy. For this analysis is

necessary the isolation of DNA fetal present in maternal plasma, realizable due the genetic

factors as the passage of fetal cells into the blood of the mother. As it is not possible to separate

the DNA fetal of the DNA maternal that diagnostic only is possible if the genotype of the fetus

and the mother is different, since they differ for the presence of chromosome Y. For this

investigation, are used primers that amplify specific regions of the Y chromosome, as is the case

of gene SRY and DYS14.Through the technique of Polymerase Chain Reaction (PCR). The

objective of this study was to establish the technique of amplifying the gene SRY, and identify the

sex fetal by PCR, through of the identification of the chromosome Y present in DNA free of the

plasma maternal in women with human pregnancy from seven weeks. The amplification was

performed by PCR using primers SRY1 and SRY2 that amplify a specific region of the gene SRY

on chromosome Y. The reaction products were analyzed on agarose gel 1.5% and visualized in

transluminator UV. In all were performed 21 tests, with three results male and 18 female, and

those results were compared with ultrasound and/or birth, and a previous analysis of the gene

DYS14 in all samples. The results showed that the SRY gene is not indicated for fetal sex

identification by DNA analysis from maternal plasma, due to unsatisfactory results, for it is

present in single copy, causing low accuracy.

Key words: fetal DNA, Gene SRY, fetal sexing, PCR.

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Esquema 1. Etapas da PCR para amplificação do gene SRY........................................................18

Fotografia 1. Visualização dos resultados em gel de agarose........................................................21

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Primers usados para amplificação do gene SRY...........................................................17

Tabela 2. Comparação entre resultados do sexo fetal usando o gene SRY, DYS14 e ultra-som..19

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................................11

1.1 GENE SRY..............................................................................................................................12

1.2 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE – PCR .............................................................13

2 OBJETIVOS..............................................................................................................................14

2.1 GERAL....................................................................................................................................14

2.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................................14

3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................................15

3.1 POPULAÇÃO DE ESTUDO ..................................................................................................15

3.2 COLETA DAS AMOSTRAS..................................................................................................15

3.3 EXTRAÇÃO DE DNA ...........................................................................................................15

3.4 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE - PCR..............................................................16

3.7 ANÁLISE POR ELETROFORESE EM GEL DE AGAROSE ..............................................17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..............................................................................................18

5 CONCLUSÃO ...........................................................................................................................22

REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................23

APÊNDICES ................................................................................................................................25

APÊNDICE A – Centrífuga DONNER CD100 – 3500rpm..........................................................26

APÊNDICE B – Banho-maria CIENTEC. ....................................................................................27

APÊNDICE C – Centrifuga HSIANGTAI – 14000rpm. ..............................................................28

APÊNDICE D – Termociclador biocycler mj25...........................................................................29

APÊNDICE E – Cuba eletroforética .............................................................................................30

APÊNDICE F – Transluminador UV............................................................................................31

APÊNDICE G – Amostras de DNA..............................................................................................32

APÊNDICE H – Amostra de plasma sanguíneo ...........................................................................33

ANEXOS ......................................................................................................................................34

ANEXO A - Termo de consentimento pós- informação ...............................................................35

ANEXO B - Sequência do gene SRY (5’- 3’)...............................................................................36

11

1 INTRODUÇÃO

A curiosidade dos futuros pais em saber se o bebê será menino ou menina pode ser

amenizada através de um método simples e prático de sexagem fetal pela Reação em Cadeia da

Polimerase (PCR). Essa técnica permite a detecção do cromossomo Y, identificando o sexo do

feto com poucas semanas de gestação, antes mesmo dos resultados do ultra-som morfológico, no

qual é identificado somente a partir da 14ª semana gestacional.

Segundo SCHUPP (2001), a determinação precoce do sexo fetal tem grande importância

clínica nos casos de história familiar de doenças ligadas ao cromossomo X, como hemofilia e

distrofia muscular de Duchenne. As técnicas convencionais como a amniocentese e biópsia de

vilo coriônico, que permitem essa identificação, são técnicas invasivas que, segundo Malta et al.

(2008), apresentam riscos significativos para o bebê, não sendo recomendadas para determinação

do sexo fetal. Técnicas não-invasivas como o ultra-som são amplamente utilizadas e não

apresentam risco de perda do feto.

A ultra-sonografia tem o potencial de melhorar o prognóstico da paciente, mas também

pode ser deletéria ao estimular intervenções médicas desnecessárias, criando ansiedade, causada

por diagnósticos falso-positivos e dando um falso senso de segurança a mulheres com gestações

anormais, que podem perder a oportunidade de realizar outros exames devido a uma ultra-

sonografia considerada normal (RUMACK et al. 2006).

As técnicas de biologia molecular identificam o sexo do bebê através da presença de

sequências do cromossomo Y no DNA livre fetal. Isso se deve a fatores genéticos como a

passagem de células fetais para o sangue materno. Essas sequências são analisadas através da

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR).

Em 1997, foi descrito, pela primeira vez, a presença de DNA fetal no plasma e soro

maternos por LO et al. (1997). Ironicamente, o plasma é um material rotineiramente descartado

nas fases iniciais de muitos protocolos de extração de DNA, e também após a densidade

centrifugação, passo utilizado por muitos pesquisadores para o diagnóstico pré-natal não

invasivo. Esta é provavelmente uma das razões pelo qual a presença de DNA fetal em plasma

materno não tenha sido explorada anteriormente (LO et al. 1997). Nesse contexto, técnicas não

invasivas de amostragem de células fetais têm sido intensamente pesquisadas há muitas décadas

(LEVI et al. 2003).

Para a determinação do sexo do bebê, é necessário o isolamento do DNA fetal presente

no plasma materno. Conforme Levi et al. (2003), esse procedimento é fácil, barato e permite o

12

processamento simultâneo de muitas amostras, além da superioridade prática do DNA fetal

plasmático, que compõe 3-4% do DNA total, em relação às preparações de células fetais isoladas

do sangue materno, compondo cerca de 1:100.000 células maternas.

Como não é possível separar o DNA fetal do DNA materno igualmente presente no

plasma, o diagnóstico do genótipo só é possível quando este for diferente do materno. No caso

específico de sexagem fetal, não há necessidade do conhecimento do genótipo materno, já que

obviamente mãe e filho diferem quanto a presença do cromossomo Y (LEVI et al. 2003).

O gene que determina o sexo masculino está presente no cromossomo Y. Portanto, para

essa investigação, são utilizados primers (oligonucleotídios iniciadores), que amplificam regiões

específicas do cromossomo Y, como é o caso dos genes SRY e DYS-14.

O genótipo masculino ou feminino é determinado pela presença ou ausência do

cromossomo Y, respectivamente. Logo, quando houver amplificação do gene SRY e/ou DYS-14,

ou seja, presença do cromossomo Y, significa que o bebê é menino, e quando não houver

amplificação, será menina. Em caso de gêmeos idênticos, univitelinos, o resultado é valido para

ambos os bebês. Para gêmeos não idênticos, se o resultado do exame for menino significa que ao

menos um deles é menino, não sendo possível determinar se o outro bebê é um menino ou

menina. Se o resultado for menina, indica que ambos os bebês são meninas (KLEIN, 2007).

1.1 GENE SRY

O gene SRY (Sex Determining Region in chromosome Y) é o gene determinante do

sexo do cromossomo Y, sendo a sua presença o fator fundamental na ativação da diferenciação

sexual masculina no embrião.

O gene SRY humano está localizado próximo a região pseudoautossomal do braço curto

do cromossomo Y. É constituído por um éxon único e codifica uma proteína de 204

aminoácidos. A proteína SRY possui domínio central de ligação ao DNA denominado HGM

Box, homólogo ao núcleo de ligação das proteínas nucleares da alta mobilidade (DOMENICE et

al. 2002).

Como afirmam Domenice et al. (2002), a presença do cromossomo Y é reconhecida

como fator determinante do desenvolvimento gonadal masculino em humanos desde a década de

50, quando se iniciaram estudos sobre alterações cromossômicas. A identificação do gene SRY,

13

no inicio da década de 90, permitiu o esclarecimento de uma importante etapa no processo de

determinação da gônada embrionária masculina.

Atualmente, o gene mais indicado pela literatura para sexagem fetal através de plasma

materno é o gene DYS-14. Sabe-se que este gene possui múltiplas cópias no cromossomo Y,

apresentando-se superior quanto à sensibilidade de identificação do cromossomo Y. Enquanto

isso, o gene SRY apresenta-se em cópia única no cromossomo Y, oferecendo maior dificuldade

de amplificação.

1.2 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE – PCR

Em 1977, técnicas de seqüenciamento permitiram a identificação de alterações

específicas na seqüência de DNA e a associação destas com diferentes doenças genéticas. Depois

disso, o principal marco no desenvolvimento das técnicas de diagnóstico molecular foi a técnica

da reação em cadeia da polimerase (PCR), um método de clonagem in vitro proposto por Kary

Mullis em 1987 (MOLINA e TOBO, 2004).

A Reação em cadeia da Polimerase (PCR) é um método poderoso para a biologia

molecular, com inúmeras aplicações como o diagnostico de doenças, detecção de mutações em

genes, elucidação de relações evolutivas entre espécies, diagnóstico pré-natal, entre outros. A

tecnologia da PCR é bastante empregada por ser de fácil realização, baixo custo e principalmente

por ter alta sensibilidade, possibilitando a detecção de pequenas quantidades de DNA fetal no

plasma materno humano. Esse método consiste em fazer milhares de cópias da sequência de

DNA de interesse in vitro, usando elementos básicos que participam do processo natural de

replicação do DNA.

Geralmente, uma reação de amplificação contém o DNA com a sequência alvo a ser

amplificada, uma DNA-polimerase termoestável, dois oligonucleotídeos iniciadores,

desoxirribonucleotídeos (dNTPs), tampão de reação e concentração adequada de MgCl2. Os

componentes da reação são misturados e a amostra é colocada em um termociclador (aparelho

que possibilita o aquecimento e resfriamento rápido das amostras) (ZAHA et al. 2003).

14

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

� Identificar o sexo fetal por amplificação do gene SRY, cromossomo Y, presente no DNA

livre do plasma materno humano.

2.2 ESPECÍFICOS

� Estabelecer a técnica de amplificação do gene SRY, cromossomo Y;

� Identificar o sexo dos bebês em mulheres com gestação a partir de sete semanas;

� Comparar os resultados obtidos pelo gene SRY com os resultados previamente obtidos

em análise com o gene DYS-14.

15

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 POPULAÇÃO DE ESTUDO

Foram estudadas 21 mulheres grávidas com período gestacional entre 9 e 32 semanas. As

pacientes interessadas em realizar o estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (ANEXO A), contendo informações sobre o teste a ser efetuado. Após assinar o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, as pacientes eram encaminhadas ao ambulatório

da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC, Campus de São Miguel do Oeste, para

realizar a coleta das amostras sanguíneas, posteriormente enviadas ao Laboratório de Biologia

Molecular da mesma Universidade para realizar a extração do DNA.

3.2 COLETA DAS AMOSTRAS

Foram coletadas amostras de 5 a 10 mL de sangue periférico de cada gestante,

devidamente identificadas e acondicionadas em tubos de vidro de 5 mL contendo 0,054 mL de

EDTA (anti-coagulante sanguíneo). Após a coleta, realizou-se a extração de DNA do plasma

materno.

3.3 EXTRAÇÃO DE DNA

A extração de DNA foi realizada de acordo com o protocolo adaptado da técnica de LO

et al. (1997), apresentando os seguintes passos:

• Os tubos contendo as amostras sanguíneas foram centrifugados a 3500rpm por 20

minutos para separar o plasma;

• O sobrenadante (plasma) foi retirado e transferido para tubos cônicos de 1,5 mL.

• O plasma foi submetido ao banho-maria por 20 minutos à 90ºC;

16

• Após o banho-maria, retirou-se o sobrenadante resultante transferindo-os para tubos

cônicos de 1,5 mL e realizada nova centrifugação na microcentrífuga a 14000 rpm por 20

minutos, ou até clarear a amostra;

• Posteriormente, retirou-se o sobrenadante, descartando-se o pellet e armazenando a

amostra a -20ºC.

3.4 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE - PCR

Para preparação da solução Master para PCR foi necessário a utilização de enzima Taq

polimerase, solução tampão (contendo MgCl2), dNTP, DMSO, primers (SRY1 e SRY2), água

ultra-pura para PCR (Tabela 2) e DNA de interesse das gestantes.

Foram utilizados também, DNA do sexo masculino para o controle positivo e DNA do

sexo feminino para o controle negativo.

Para amplificação do gene SRY foram utilizados primers específicos (Tabela 1) que

amplificam um fragmento de 270 pares de bases da sequência cópia única e específica do

cromossomo Y (ANEXO B), através da técnica da PCR.

Tabela 1. Primers usados para amplificação do gene SRY.

Fonte: KIM et al. (2006)

Após a preparação do Mix para PCR, os tubos cônicos contendo os reagentes e a

sequência alvo a ser amplificada, foram levados ao termociclador para a amplificação do gene

SRY, cromossomo Y.

Foram realizados 45 ciclos de amplificação, conforme o esquema 1.

Gene Primers e sequência

SRY 1 5' – CAGTGTGAAACGGGAGAAAACAGT – 3' SRY

SRY 2 5′- CTTCCGACGAGGTCGATACTTATA - 3′

17

Após a amplificação através da PCR, os tubos cônicos contendo as amostras amplificadas

foram armazenados a -20°C até o momento da análise. Em seguida, realizou-se a análise do

produto das reações por eletroforese horizontal em gel de agarose, e visualizados em

transluminador.

3.7 ANÁLISE POR ELETROFORESE EM GEL DE AGAROSE

O produto das reações de amplificação foi analisado por eletroforese em gel de agarose

concentrado 1,5%, corado por brometo de etídio, um composto fluorescente, que se integra aos

nucleotídeos do DNA, permitindo a visualização dos fragmentos em transluminador UV. Como

marcador de tamanho molecular, foi usado marcador de 100 pares de base.

53°C

1 min

72°C 1 min

72°C 5 min

Extensão

94°C 5 min

94°C 1 min

Anelamento

Extensão Final

4°C ∞

1ª etapa 2ª etapa

45 ciclos 3ª etapa 4ª etapa

Esquema 1. Etapas da PCR para amplificação do gene SRY. Fonte: a autora (2009).

18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os exames de sexo fetal do plasma do sangue periférico das 21 gestantes, analisados pelo

gene SRY, foram avaliados previamente utilizando o gene DYS-14 primers Y5/Y6, sendo que

11 foram confirmados pelo ultra-som, apresentando cinco fetos do sexo masculino e seis do sexo

feminino. A análise com o gene DYS-14, apresentou 10 resultados masculinos e 11 femininos

(Tabela 3).

Tabela 2. Comparação entre resultados do sexo fetal usando o gene SRY, DYS-14 e ultra-som.

Sexo fetal Cód. Gestante

Período gestacional (semanas) SRY DYS-14 Ultra-som

MS01

MS02

MS03

MS04

MS05

MS06

MS07

MS08

MS09

MS10

MS11

MS12

MS13

MS14

MS15

MS16

MS17

MS18

MS19

MS20

MS21

16

17

31

15

11

15

23

27

10

15

25

16

28

09

14

09

20

11

32

09

16

Fem

Fem

Masc

Fem

Fem

Fem

Masc

Fem

Fem

Masc

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Masc

Fem

Fem

Fem

Masc

Fem

Masc

Masc

Masc

Masc

Masc

Masc

Masc

Fem

Fem

Fem

Fem

Fem

Masc

Fem

Fem

Masc

Fem

Fem

x

Masc

Fem

x

Masc

Masc

x

x

x

x

x

x

x

Fem

x

Masc

Fonte: a autora (2009).

Os resultados obtidos com SRY totalizam 66,6% de acerto, comparando com os

resultados obtidos com DYS-14. Dos 10 masculinos para DYS-14, apenas três foram

19

confirmados por SRY, obtendo 30% de acerto. Portanto, 66,6% se devem principalmente aos

resultados femininos.

Todos os sete resultados errados, comparando SRY com DYS-14 (visto que estes foram

confirmados com ultra-som) são falsos femininos para SRY, ou seja, este gene não é

recomendado para determinação do sexo fetal, pois vários resultados masculinos não

amplificaram com SRY.

Até o momento, dos 11 resultados confirmados por ultra-som, nove foram corretamente

diagnosticados pelo SRY, sendo que os dois errados são falsos femininos. Nestes casos, o PCR

apontou ausência de amplificação (= sexo feminino), o qual se verificou gravidez do sexo

masculino. Novamente, apresentando baixo nível de confiança para sexagem com SRY.

Sabe-se que a concentração de DNA fetal no plasma materno aumenta conforme aumenta

a idade gestacional, aumentando a confiabilidade dos resultados. No estudo de Levi et al.

(2003), de 212 amostras coletadas, apenas três tiveram resultado errado, todas coletadas de

gestantes com menos de oito semanas. Todos os outros obtiveram 100% de acerto em idade

gestacional acima de oito semanas. Entretanto, observamos que o período gestacional não

apresentou influência nos resultados do SRY, como nos casos MS11 e MS13 (Tabela 3) com 25

e 28 semanas, respectivamente, o SRY não foi capaz de amplificar o cromossomo Y, sendo que

no caso da amostra MS10 com 15 semanas de gestação, essa amplificação foi possível.

Os resultados do PCR foram analisados em gel de agarose, sendo possível visualizar uma

banda com tamanho aproximado de 270pb, indicando menino. (fotografia 1).

20

Fotografia 1: Reação da PCR para fragmentos do cromossomo Y a partir de DNA isolado de plasma materno humano. Visualização dos produtos da PCR para fragmentos de 270pb do gene SRY em gel de agarose 1,5% corado com brometo de etídio. Apenas as amostras 4, 7 e 9 apresentam uma banda amplificada indicando sexo masculino. Fonte: a autora (2009).

De acordo com a fotografia 1, pode-se observar que a flecha em sentido horizontal indica

o controle positivo de 270pb. As flechas verticais mostram haver amplificação nas amostras de

número 4, 7 e 9, indicando gravidez do sexo masculino, correspondente as amostras MS03,

MS07 e MS10, respectivamente (Tabela 3). As outras amostras que não apresentam fragmento

amplificado indicam resultados femininos, sendo que se verificou sexo masculino por análise de

DYS-14, confirmadas por ultra-som.

O motivo pelo qual não se detectou o fragmento do cromossomo Y pelo SRY no plasma

das sete gestantes que apresentavam fetos do sexo masculino ainda é desconhecido. Uma

possibilidade é devida o fato de que esse gene se apresenta em cópia única no cromossomo Y,

dificultando sua amplificação. Esse fato foi demonstrado por Klintschar e colaboradores (2006),

onde constataram que o gene DYS14 pode estar repetido até 60 vezes no cromossomo Y, o que o

torna superior em relação ao locus cópia única do gene SRY, em termos de sensibilidade.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

21

Em um estudo de comparação entre ambos o genes DYS14 e SRY, Picchiassi et al

(2008), comprovaram que DYS14 obteve eficiência de 97,9% e SRY 80%, concluindo que o

gene DYS14 se mostra mais sensível na amplificação do cromossomo Y.

Martinhago e colaboradores (2006) também demonstraram alto índice de acerto nos

resultados obtidos com o gene DYS14, apresentando 97,2% quando o exame foi realizado a

partir da 7ª semana de gestação, aumentando a confiabilidade conforme aumenta a idade

gestacional. Entretanto, muitos trabalhos ressaltam que esse método de sexagem fetal ainda

precisa ser bastante aprimorado para permitir seu uso rotineiro, diminuindo as chances de falso-

positivo.

Além de satisfazer a curiosidade dos pais, o diagnóstico pré-natal do sexo fetal abre

caminhos para inúmeros métodos não invasivos para detecção de aneuploidias fetais, diminuindo

os riscos de perda do feto com técnicas invasivas.

22

5 CONCLUSÃO

Os resultados aqui obtidos demonstram que a técnica de amplificação, usando o gene

SRY, não foi eficiente na identificação do sexo fetal através do plasma materno, confirmando a

baixa sensibilidade deste gene na detecção do cromossomo Y, como descrito na literatura.

Dessa forma, se estabeleceu que o gene SRY não apresenta um bom índice de

confiabilidade para determinação do sexo fetal, provavelmente por se apresentar em cópia única

no cromossomo Y, quando comparados com DYS-14, por este se apresentar em múltiplas

cópias.

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REFERÊNCIAS

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24

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25

APÊNDICES

26

APÊNDICE A – Centrífuga DONNER CD100 – 3500rpm

Fotografia 1. Centrifuga usada na etapa de extração de DNA. Fonte: a autora (2009).

27

APÊNDICE B – Banho-maria CIENTEC.

Fotografia 2. Banho-maria utilizado na etapa de extração de DNA Fonte: a autora (2009).

28

APÊNDICE C – Micro centrífuga HSIANGTAI – 14000rpm.

Fotografia 3. Micro centrífuga usada no processo de extração de DNA. Fonte: a autora (2009).

29

APÊNDICE D – Termociclador biocycler mj25

Fotografia 4. Termociclador utilizado para amplificação de DNA. Fonte: a autora (2009).

30

APÊNDICE E – Cuba eletroforética

Fotografia 5. Cuba de eletroforese usada no estudo. Fonte: a autora (2009).

31

APÊNDICE F – Transluminador UV

Fotografia 6. Transluminador UV para visualização dos fragmentos de DNA. Fonte: a autora (2009).

32

APÊNDICE G – Amostras de DNA

Fotografia 7. Amostra de DNA amplificado – gene SRY. Fonte: a autora (2009).

33

APÊNDICE H – Amostra de plasma sanguíneo

Fotografia 8. Amostra de plasma sanguíneo obtido após centrifugação do sangue. Fonte: a autora (2009).

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ANEXOS

35

ANEXO A - Termo de consentimento pós- informação

O presente projeto de pesquisa, intitulado “DETECÇÃO DO CROMOSSOMO Y EM

DNA FETAL DO PLASMA MATERNO HUMANO”, tem como objetivo avaliar um novo

método de determinação do sexo fetal pela análise de DNA obtido do plasma materno.

Para a participação no estudo, uma amostra de sangue periférico (de 5 a 10 ml) será

colhida para posterior extração de DNA. Os riscos e desconfortos causados pela coleta de sangue

são semelhantes aos envolvidos na coleta realizada para exames laboratoriais de rotina. O

material colhido será utilizado única e exclusivamente para fins do projeto de pesquisa, sendo

garantido o sigilo das informações obtidas. Fica garantido, também, a paciente ou familiares, o

acesso a estas informações a qualquer momento.

Pesquisador responsável pelo projeto: Dr. Alexis Trott (telefone: 49 3631-1042).

Pelo presente, declaro que fui informado, de forma clara e detalhada, sobre o Projeto de

Pesquisa em questão. Fui igualmente informado da garantia de receber resposta a qualquer

pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida relacionada à pesquisa, da liberdade de não

participar do estudo, da segurança do sigilo e o caráter confidencial das informações.

Nome da paciente: _________________________________________________ Nome do responsável legal: __________________________________________ Assinatura do responsável legal: ______________________________________ Assinatura do pesquisador:______ ____________________________________ Data: / /2009 Código:

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ANEXO B - Sequência do gene SRY (5’ 3’)

AGTGTAGCTTAACACTTCACTGAAACTGTTTTGAGTTCTTAGGTCATATTTTTTTTTCTC

TAAACGAAACAATTACTTTTCTAAAAGTCAAATGTTAGCCATCCTAGAAGTTGGGCATAA

AATACTTGTAAGTATATGCTAATATTCTGATACTTAATGCCTGTGAAAAATGTGTATAGA

ATTTTCAATTTTTAAATAGAAGTGAAGAAAAAGCGATAATAATTACTATAAATTCAATAT

GCAGTTATGTATGTATGTGTGTGGTTAAGACAATTAGGTTCTCATTAAGCTTTGTTTTTT

TAAAGATAACATACACATATATTGATAATGATAAACAATTCATATAGCTTTTTGTGTCCT

CTCGTTTTGTGACATAAAAGGTCAATGAAAAAATTGGCGATTAAGTCAAATTCGCATTTT

TCAGGACAGCAGTAGAGCAGTCAGGGAGGCAGATCAGCAGGGCAAGTAGTCAACGTTACT

GAATTACCATGTTTTGCTTGAGAATGAATACATTGTCAGGGTACTAGGGGGTAGGCTGGT

TGGGCGGGGTTGAGGGGGTGTTGAGGGCGGAGAAATGCAAGTTTCATTACAAAAGTTAAC

GTAACAAAGAATCTGGTAGAAGTGAGTTTTGGATAGTAAAATAAGTTTCGAACTCTGGCA

CCTTTCAATTTTGTCGCACTCTCCTTGTTTTTGACAATGCAATCATATGCTTCTGCTATG

TTAAGCGTATTCAACAGCGATGATTACAGTCCAGCTGTGCAAGAGAATATTCCCGCTCTC

CGGAGAAGCTCTTCCTTCCTTTGCACTGAAAGCTGTAACTCTAAGTATCAGTGTGAAACG

GGAGAAAACAGTAAAGGCAACGTCCAGGATAGAGTGAAGCGACCCATGAACGCATTCATC

GTGTGGTCTCGCGATCAGAGGCGCAAGATGGCTCTAGAGAATCCCAGAATGCGAAACTCA

GAGATCAGCAAGCAGCTGGGATACCAGTGGAAAATGCTTACTGAAGCCGAAAAATGGCCA

TTCTTCCAGGAGGCACAGAAATTACAGGCCATGCACAGAGAGAAATACCCGAATTATAAG

TATCGACCTCGTCGGAAGGCGAAGATGCTGCCGAAGAATTGCAGTTTGCTTCCCGCAGAT

CCCGCTTCGGTACTCTGCAGCGAAGTGCAACTGGACAACAGGTTGTACAGGGATGACTGT

ACGAAAGCCACACACTCAAGAATGGAGCACCAGCTAGGCCACTTACCGCCCATCAACGCA

GCCAGCTCACCGCAGCAACGGGACCGCTACAGCCACTGGACAAAGCTGTAGGACAATCGG

GTAACATTGGCTACAAAGACCTACCTAGATGCTCCTTTTTACGATAACTTACAGCCCTCA

CTTTCTTATGTTTAGTTTCAATATTGTTTTCTTTTCTCTGGCTAATAAAGGCCTTATTCA

TTTCAGTTTTACTGGTATTTCATTTTAAACTTAATTTCAAGACAAGTTGTGTCAACACGA

TTAACATGCAAAGAAATAAGACATCCAGAAGTGAGCCTGCCTATGTTTGTGGCCGTCAGA

GTACTAACTTGATACAAACGGACACTGTGGCTTACTTTAAATGCTCTAATGAGAAACACA

CTTGAAAATTGTACCAAAAAAAATCACACTTCTATATGCAGCGTGTTAAGCAGTCCTCTC

TAGACCGTGTATTCATTGGTCTTTCAGCTACTTTGTACGTGTCTATAAATTGCAGGTAAC

TAAGGAATGGATATGTAAGCAGGATCAAACTTGTTTCTTTCTCTCCCCTTCACGCTGTGG

AAAAAACCAGTTTTACCTCCACTTGCAATTCAGTTCCTTTACTCCATATAAATCCAAACG

GTTGACATTTCCTTTCAACTAGTTATAAAATGCCTCTGGTAAAACAAAATATTTAATTCC

TTGTCATTTTTGTATCTCTATGAAACTTATCATTTTGCCTTTCTTCTGAAAACTATCTTT

TAAAATGGCAATCTACTTGTTTCCATGGCCTATTAACTTTTAAGCCTGTGGAATGAAAAA

TACAG

Primers: SRY 1 5’ – CAGTGTGAAACGGGAGAAAACAGT – 3’ SRY 2 5’ – CTTCCGACGAGGTCGATACTTATA – 3’ As seqüências representadas em vermelho indicam as regiões de anelamento dos primers SRY1 e SRY2, para a amplificação gênica específica do gene SRY.