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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE DE MACAÉ ICM DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PROFESSORA: DENISE CRISTINA DE OLIVEIRA NASCIMENTO ALUNO: JOÃO CARLOS TATAGIBA BORBA PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO DA GESTÃO ESTRATÉGICA E BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA DE REPARO E MANUTENÇÃO NAVAL MACAÉ RJ DEZEMBRO DE 2016

Monografia TCC Proposta de BSC...planejamento estratégico descrevendo a ferramenta Balanced Scorecard. A partir do referencial teórico, momento conceitual do estudo, foi possível

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE DE MACAÉ – ICM

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

PROFESSORA: DENISE CRISTINA DE

OLIVEIRA NASCIMENTO

ALUNO: JOÃO CARLOS TATAGIBA

BORBA

PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO

DA GESTÃO ESTRATÉGICA

E BALANCED SCORECARD EM UMA

EMPRESA DE REPARO E MANUTENÇÃO NAVAL

MACAÉ – RJ

DEZEMBRO DE 2016

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JOÃO CARLOS TATAGIBA BORBA

PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO DA GESTÃO ESTRATÉGICA E

BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA DE REPARO E

MANUTENÇÃO NAVAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade Federal Fluminense – Macaé/RJ,

como requisito parcial para obtenção do grau

Bacharel em Administração.

Orientadora: Denise Cristina de Oliveira Nascimento, D.Sc

MACAÉ – RJ

2016

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JOÃO CARLOS TATAGIBA BORBA

PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO DA GESTÃO ESTRATÉGICA E

BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA DE REPARO E

MANUTENÇÃO NAVAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade Federal Fluminense – Macaé/RJ,

como requisito parcial para obtenção do grau

Bacharel em Administração.

Avaliado em 15 de dezembro de 2016.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________________

Prof. D.Sc. Denise Cristina de Oliveira Nascimento (orientador)

UFF – Universidade Federal Fluminense

________________________________________________________

Prof. D.Sc. Ailton da Silva Ferreira

UFF – Universidade Federal Fluminense

________________________________________________________

Prof. M.Sc. Maycon Peter da Rosa

UFF – Universidade Federal Fluminense

MACAÉ – RJ

2016

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Dedico este trabalho a Deus, à minha

família, em especial aos meus pais, fonte de

inspiração para as lutas diárias, ao meu

lado em cada vitória e em cada derrota.

Dedico também este projeto a memória de

um grande amigo, Diogo Barcelos.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por me propiciar a vida e por me

proporcionar tantos aprendizados e oportunidades que me fizeram chegar até aqui. Graças a

Ele tive forças e ânimo para continuar e não desistir.

Agradeço a minha família; minha avó, padrinhos e primos pela base estruturada que

possibilita uma segurança em minhas decisões. Um agradecimento em especial aos meus pais,

Rosalva Tatagiba e João Borba, por toda dedicação e incentivo que sempre me ofereceram,

para que continuasse a buscar o conhecimento e por todo amor que recebo deles. Expresso

aqui que tenho muito orgulho de serem meus pais, são meus maiores exemplos. Mesmo

perante as dificuldades, fizeram o melhor para minha educação.

Sou grato a minha namorada Marcela Braz, pelo companheirismo diário, esteve ao

meu lado durante toda essa jornada na Federal Fluminense, a cada semestre uma motivação

diferente, permitiu que o caminho fosse menos complicado.

Bem-agradecido sou também pelas grandes amizades que construí ao longo de minha

trajetória antes e durante a faculdade. Bruno Salvate e Yago H. Gonçalves meu muito

obrigado pela parceria desde os tempos de escola, as dificuldades passam despercebidas com

tamanho senso de humor.

Agradeço aos amigos que a universidade me presenteou futuros colegas de profissão;

Larissa Alexandria, Victor Araújo, Sheila Gouvêa, Thais Alves, meu muito obrigado pelas

lutas diárias, estudos noite a fora, principalmente pelas palavras de incentivo na elaboração

desse trabalho. Amizades que vão perdurar por muitos anos. A minha vida acadêmica não

seria a mesma coisa sem vocês.

Um agradecimento a todos os professores da Universidade Federal Fluminense, que

transmitiram o conhecimento necessário para que eu pudesse ser um diferencial no mercado

de trabalho com a minha profissão. Agradeço em especial a minha orientadora Denise

Cristina Nascimento, pela paciência, sabedoria e dedicação ao conduzir essa responsabilidade.

Um exemplo de profissional da educação.

Por fim, agradeço a todos aqueles que contribuíram de alguma forma nesse caminho

na conclusão do curso.

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Sem um planejamento estratégico competente,

ninguém sobreviverá nestes tempos

globalizados.

(Michael Porter)

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RESUMO

A presente monografia tem por objetivo propor a utilização da gestão estratégica bem como o

uso da ferramenta Balanced Scorecard para uma empresa de reparo e manutenção naval. Em

um cenário econômico altamente competitivo, com mudanças constantes no mundo dos

negócios; fruto da globalização se fez necessário que as empresas ficassem mais preparadas

para o mercado de atuação. Com base nisso o planejamento estratégico tem se tornado

ferramenta primordial dentro das organizações, assim como a ferramenta Balanced

Scorecard. Através de um estudo de caso, a monografia visa apresentar a relevância, o

conceito e a necessidade de se ter em um âmbito organizacional uma gestão pautada no

planejamento estratégico, apontando o BSC como uma ferramenta no diferencial competitivo

para a organização estudada. A monografia visa também detalhar as etapas de elaboração do

planejamento estratégico descrevendo a ferramenta Balanced Scorecard. A partir do

referencial teórico, momento conceitual do estudo, foi possível desenvolver a parte prática da

pesquisa realizada propondo a construção do modelo. Sendo assim, foi possível propor à

organização estudada o modelo BSC que contemplasse as diretrizes organizacionais deixando

claro que o sucesso consiste na execução planejada da aplicação dos métodos e na

importância de uma ferramenta de avaliação de desempenho na busca incessante pela

sobrevivência.

Palavras-chave: Gestão Estratégica, Planejamento Estratégico, Balanced Scorecard,

Estratégia, Construção Naval, Reparo e Manutenção Naval.

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ABSTRACT

This monograph aims to propose the use of strategic management as well as the use of the

Balanced Scorecard tool for a ship repair and maintenance company. In a highly competitive

economic scenario, with constant changes in the business world; as a result of globalization, it

became necessary for companies to be more prepared for the market. Based on this, strategic

planning has become a primary tool within organizations, as well as the Balanced Scorecard

tool. Through a case study, the monograph aims to present the relevance, the concept and the

need to have a management based on strategic planning, pointing the BSC as a tool in the

competitive differential for the organization studied. The monograph also aims to detail the

stages of the strategic planning process, describing the Balanced Scorecard tool. From the

theoretical reference, conceptual moment of the study, it was possible to develop the practical

part of the research carried out proposing the construction of the model. Thus it was possible

to propose to the organization studied the BSC model that contemplated the organizational

guidelines, making it clear that success consists in the planned execution of the application of

the methods and in the importance of a tool evaluation of performance in the incessant search

for survival.

Keywords: Strategic Management, Strategic Planning, Balanced Scorecard, Strategy, Naval

Construction, Repair and Naval Maintenance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – As premissas do planejamento ................................................................................ 26

Figura 2 – Processo de administração estratégica .................................................................... 27

Figura 3 – Modelo de planejamento estratégico ....................................................................... 28

Figura 4 – Matriz SWOT ........................................................................................................... 34

Figura 5 – Análise SWOT ......................................................................................................... 34

Figura 6 – Níveis de decisão e tipos de planejamento .............................................................. 38

Figura 7 – Compatibilidade de informação .............................................................................. 40

Figura 8 – Processos gerenciais críticos ................................................................................... 47

Figura 9 – Princípios da organização orientada à estratégia .................................................... 49

Figura 10 – Perspectivas do BSC ............................................................................................. 51

Figura 11 – A perspectiva do cliente – Medidas essenciais ..................................................... 54

Figura 12 – A perspectiva da cadeia de valores dos processos internos .................................. 56

Figura 13 – A estrutura de medição do aprendizado e crescimento ......................................... 58

Figura 14 – Modelo de mapa estratégico – Tema abastecimento e distribuição ...................... 61

Figura 15 – Organograma funcional da empresa ..................................................................... 70

Figura 16 – Etapas da Análise do estudo de caso ..................................................................... 74

Figura 17 – Mapa estratégico proposto ao Grupo ABC ........................................................... 82

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Relação de serviços oferecidos pelo Grupo ABC ................................................. 72

Quadro 2 – Análise SWOT do Grupo ABC .............................................................................. 79

Quadro 3 – Objetivos e estratégias do Grupo ABC ................................................................. 80

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Os três níveis de planejamento ............................................................................... 40

Tabela 2 – Medidas dos temas financeiros estratégicos ........................................................... 53

Tabela 3 – Empregos nos estaleiros Jan – Dez (2015) ............................................................. 63

Tabela 4 – Balanced Scorecard – Proposto ao Grupo ABC ..................................................... 83

Tabela 5 – Plano de ação para ser implementado ..................................................................... 84

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

BSC – Balanced Scorecard

CEO – Chief Executive Officer

CODIN – Companhia de Desenvolvimento Industrial

FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

GE – Gestão Estratégica

PE – Planejamento Estratégico

RJ – Rio de Janeiro

SEDEIS – Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços

SGI – Sistema de Gestão Integrado

SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore

SWOT – Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats

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SUMÁRIO

CAPITULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................. .....15

1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15

1.2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 17

1.2.1. Geral ............................................................................................................................... 17

1.2.2. Específicos ...................................................................................................................... 17

1.3. PROBLEMÁTICA ............................................................................................................ 17

1.4. HIPÓTESE ........................................................................................................................ 18

1.5. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 18

1.6. DELIMITAÇÃO ................................................................................................................ 19

1.7. RELEVÂNCIA DO ESTUDO ........................................................................................... 20

1.8. ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 21

CAPITULO II – REFERENCIAL TEÓRICO ....... ....................................................... .....22

2.1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................................................................ 22

2.2. ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ................................................... 25

2.2.1. Visão ............................................................................................................................... 28

2.2.2. Negócio ........................................................................................................................... 29

2.2.3. Missão ............................................................................................................................. 29

2.2.4. Valores ............................................................................................................................ 31

2.2.5. Matriz SWOT – Analise Ambiental ............................................................................... 32

2.2.6. Objetivos Estratégicos .................................................................................................... 35

2.2.7. Estratégias Organizacionais ............................................................................................ 36

2.3. TIPOS DE PLANEJAMENTO .......................................................................................... 38

2.4. GESTÃO ESTRATÉGICA: EVOLUÇÃO, CONCEITO.................................................. 41

2.5. BALANCED SCORECARD (BSC) .................................................................................. 43

2.5.1. Conceito .......................................................................................................................... 44

2.5.2. BSC como ferramenta da Gestão Estratégica ................................................................. 45

2.5.3. Objetivos e processo gerenciais do Balanced Scorecard ................................................ 46

2.5.4. Princípios e Perspectivas do Balanced Scorecard .......................................................... 48

2.5.5. Indicadores de Desempenho ........................................................................................... 58

2.5.6. Metas Organizacionais ................................................................................................... 59

2.5.7. Mapa Estratégico ............................................................................................................ 59

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2.6. SETOR DE MANUTENÇÃO NAVAL ............................................................................. 62

CAPITULO III – METODOLOGIA .............................................................................. .....64

3.1. TIPO DE PESQUISA ........................................................................................................ 64

3.2. COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 65

3.3. ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................................... 66

3.4. LIMITAÇÕES DO MÉTODO ........................................................................................... 67

CAPITULO IV – RESULTADOS E DECISÕES .......................................................... .....69

4.1. A EMPRESA EM ESTUDO .............................................................................................. 69

4.2. SERVIÇOS E PRODUTOS ............................................................................................... 71

4.3. CLIENTES ........................................................................................................................ 73

4.4. ETAPAS DA ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO ........................................................... 73

4.5. GESTÃO ESTRATÉGICA – DIAGNÓSTICO ................................................................. 76

4.5.1. VISÃO .............................................................................................................................. 76

4.5.2. NEGÓCIO.......................................................................................................................... 77

4.5.3. MISSÃO ............................................................................................................................ 77

4.5.5. MATRIZ SWOT - ANÁLISE AMBIENTAL .......................................................................... 78

4.5.6. OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS .............................................................................................. 79

4.6. MAPA ESTRATÉGICO .................................................................................................... 80

4.7. BALANCED SCORECARD – BSC .................................................................................. 83

4.8. PLANO DE AÇÃO ........................................................................................................... .84

CAPITULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ .. .....85

5.1. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 85

5.2. PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS ................................................................ ...87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFRICAS...............................................................................88

APÊNDICE .............................................................................................................................95

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CAPITULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este capítulo aborda uma ideia geral sobre a temática desta monografia. Apresenta-se

uma breve introdução, com finalidade de expor de forma ampla o conceito de planejamento

estratégico que norteou todo o estudo aqui desenvolvido. Depois dessa abordagem inicial,

foram demonstrados os objetivos geral e específico que se pretendeu alcançar ao longo da

pesquisa. Além da justificativa para realização desse estudo, a delimitação e a relevância

também foram apresentados neste capítulo introdutório com a intenção de embasar e

contribuir para a organização objeto de estudo e para as demais organizações que estão

inseridas no mesmo ambiente de mercado e com o mesmo cenário econômico.

1.1. INTRODUÇÃO

Em um cenário econômico altamente competitivo, com mudanças constantes no

mundo dos negócios; fruto da globalização se fez necessário que as empresas ficassem mais

preparadas para o mercado econômico, almejando assim uma maior lucratividade e

consequentemente a sobrevivência em seu nicho mercadológico. Aspirando com isso, receitas

mais consistente para o desenvolvimento e a expansão de seus empreendimentos.

Perante isso, o Planejamento Estratégico (PE) tem se tornado ferramenta primordial

dentro das empresas. É o alicerce de uma organização, seja ela: pequena, média ou grande.

Segundo Oliveira (2007), o planejamento estratégico pode ser apresentado como um processo

em que leva em consideração informações e dados anteriormente vistos pela organização, que

são trabalhados para atingir uma nova situação – situação essa almejada – de uma maneira

mais efetiva com uma melhor distribuição de recursos pela própria organização.

Além disso, o planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um

conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o

futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a empresa tem condições e meios

de agir sobre as variáveis e fatores, de modo que possa exercer alguma influência

(OLIVEIRA 2007, p.4).

De uma forma mais clara, segundo Almeida (2001, p.13), “o planejamento

estratégico é uma técnica administrativa que procura ordenar as ideias das pessoas, de forma

que se possa criar uma visão do caminho que se deve seguir (estratégia).”.

Atrelado ao conceito de planejamento estratégico, outra ferramenta primordial para

excelência na área de gestão é o Balanced Scorecard, também conhecido como BSC.

Englobam nesta ferramenta: indicativos financeiros e não financeiros, objetivos e mapas

estratégicos, além de outros indicadores com solução de apoio. Segundo Padoveze (2007) tem

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como grande objetivo unificar a visão estratégica com o executar e o controlar dos processos

de gestão da organização.

Confirmando essa assertiva, o BSC deve elucidar e expressar a missão e a visão de

uma empresa seja ela uma corporação, uma unidade de negócios, uma instituição ou uma

entidade sem fins lucrativos (KAPLAN e NORTON, 1997).

Com objetivo de fácil entendimento para todos os envolvidos no processo da gestão

estratégica (GE), para Oliveira et al. (2014, p.121 apud TEIXEIRA, 2015, p.34) “o BSC é a

tradução de estratégia em ação, ou seja, a razão de ser do BSC é tirar do papel os planos e

metas estratégicas das organizações e difundi-las por todos os níveis da organização.”.

A estratégia a ser seguida deve estar totalmente alinhada com a razão de ser da

organização, a missão é a justificativa para onde a empresa quer ir, mesmo perante aos

obstáculos que o mercado apresentar.

É de grande importância ter o entendimento de forma ampla desses conceitos

estratégicos e da ferramenta BSC, para que assim seja possível se fazer uma análise da real

situação em que vive as empresas do município de Macaé. A cidade está localizada no estado

do Rio de Janeiro e tem como sua maior força econômica a exploração e produção de óleo e

gás. Porém, nos últimos dois anos vêm enfrentando grandes problemas com a crise político-

econômica do país e com a queda no preço do barril do petróleo.

Isso está levando a empresa petrolífera administrada pelo estado e algumas das

empresas que prestam serviços a ela, a cortarem gastos. Sabe-se que o corte de gastos não está

relacionado apenas à redução na produção, mas sim a demissões e demissões em massa,

muitas das vezes.

Portanto o objeto de estudo desta pesquisa é uma organização que atua no setor de

prestação de serviços para apoiar a indústria do Petróleo, fornecendo atividades laborais de

inspeção, reparo, manutenção e construção naval. É primordial o conhecimento sobre

planejamento estratégico e suas ferramentas de gestão, bem como o Balanced Scorecard para

nortear o caminho a seguir rumo aos objetivos organizacionais. Saber em que caminho seguir

para continuar progredindo, é sinal de vitalidade.

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1.2. OBJETIVO

1.2.1. Geral

Apresentar a necessidade e a importância de se ter em um âmbito organizacional um

planejamento estratégico bem estruturado e eficiente auxiliado pela ferramenta Balanced

Scorecard como diferencial competitivo para uma empresa de reparo e manutenção naval

(offshore).

1.2.2. Específicos

No presente projeto de conclusão de curso realizar-se-á uma abordagem com os

seguintes objetivos específicos:

Apresentar e conceituar o planejamento estratégico;

Apresentar as etapas do planejamento estratégico;

Descrever a ferramenta Balanced Scorecard;

Explicar a relevância da gestão estratégica como vantagem competitiva através

da ferramenta BSC;

Propor o modelo de gestão estratégica - Balanced Scorecard;

1.3. PROBLEMÁTICA

A cidade de Macaé que está localizada no estado do Rio de Janeiro, possui como

força motriz a produção e exploração de óleo e gás. Conhecida como a Capital do Petróleo,

Macaé é completamente dependente das atividades da Petrobras, é do município que sai quase

80% da produção de petróleo brasileiro.

Porém, nos últimos dois anos a cidade vem enfrentando grande recessão econômica

diante a crise político-econômica que paira sobre o país, além de sofrer com as constantes

quedas no preço do barril do petróleo.

A situação supracitada levou as empresas instaladas na cidade e região, a grande

maioria subcontratadas da Petrobras, realizar demissões, cortar gastos e mudar de localidade.

Sem mencionar que muitas delas encerraram suas atividades.

Diante do exposto pergunta-se: Como propor um modelo Balanced Scorecard que

atenda as perspectivas e os objetivos organizacionais de uma empresa de reparo e manutenção

naval? Qual a relevância de uma gestão estratégica, bem como o uso da ferramenta BSC para

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uma empresa de reparo e manutenção naval (offshore) na cidade de Macaé conseguir

sobreviver perante a crise que assola a cidade?

1.4. HIPÓTESE

Segundo Gil (2002), toda pesquisa científica possui um problema solucionável. O

passo para resolver o problema apresentado na estrutura de um projeto ou monografia é

declarado mediante a uma proposição. Esta pode ser declarada verdadeira ou falsa. Essa

proposição recebe o nome de Hipótese.

Ainda segundo Gil (2002 p.31) “assim, a hipótese é a proposição testável que pode

vir a ser a solução do problema.”. Através da hipótese busca-se esclarecer os problemas

delineados previamente, a partir dela obtêm-se respostas positivas ou negativas diante às

perguntas-problemas.

De acordo com Lakatos e Marconi (2011, p.165) hipótese pode ser definida como:

Um enunciado geral de relações variáveis (fatos, fenômenos) formuladas como

solução provisória para determinado problema, apresentando caráter explicativo ou

preditivo, compatível com o conhecimento científico (coerência externa) revelando

consistência lógica (coerência interna), sendo passível de verificação empírica em

suas consequências.

Baseado nisso o estudo lançou algumas suposições para a situação apresentada:

Hipótese 1: Ao conhecer as estratégias e as diretrizes da organização; a proposição

do modelo BSC configura que a empresa pode atingir as suas perspectivas e os seus objetivos

organizacionais.

Hipótese 2: O BSC, ferramenta avaliativa do processo de gestão, pautado em

indicativos financeiros e não financeiros, qualifica uma empresa que o usa como modelo de

gestão estratégica a deter expertise para sobreviver em um ambiente conturbado por uma crise

econômico-financeira e assim obter vantagens competitivas.

1.5. JUSTIFICATIVA

A temática proposta nesta monografia justifica-se pela atual condição econômica que

vive a cidade de Macaé, diante da crise financeira a qual passa o município. Em um cenário

de constantes mudanças que ocorrem em um âmbito organizacional é de vital importância um

planejamento estratégico bem alinhado com as diretrizes da empresa, a fim de superar

qualquer dificuldade que comprometa na execução de seus objetivos.

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Desta forma, o presente trabalho visa agregar com uma gestão organizacional, um

modelo estruturado de Balanced Scorecard capaz de proporcionar a organização em questão

uma capacidade maior de se adaptar as condições que um mercado em crise impõe. O simples

fato de não se ter controle sobre as variáveis do ambiente externo e conviver quase que

diariamente com a incerteza dos fatos administrativos, torna o planejamento estratégico

fundamento base para que essas imprevisões sejam minimizadas.

Sendo assim, o projeto contribui socialmente para o crescimento da entidade

estudada. Proporcionando uma holística sobre a real necessidade de um aprimoramento nos

procedimentos e processos internos, melhorando os indicativos de crescimento comprovando

a viabilidade da ferramenta de gestão.

O mundo corporativo exige rápida adequação das sociedades organizacionais no

ambiente ao qual estão inseridas. Caso contrário, estarão fadadas ao fracasso, ao declínio e até

a falência. Essa resposta imediata, que o mercado econômico espera das empresas, só é

permitida através de um processo de desenvolvimento, de técnicas, de avaliação e de

indicadores de gestão, esse processo pode ser nomeado gestão estratégica. Apenas com uma

gestão estratégica efetiva, devidamente alinhada com os preceitos da companhia e

devidamente preocupada com seus objetivos de longo prazo, e de que maneira irá conduzir

suas diretrizes para alcançá-los, é possível reduzir a probabilidade de se cometer erros.

Sendo assim, teoricamente períodos de crise tornam o estudo sobre o tema proposto

mais viável, evidenciando e exemplificando casos para sociedade acadêmica, de maneira que

contribua sobre a importância da gestão estratégica, tendo como base uma abordagem sobre

planejamento estratégico e a ferramenta Balanced Scorecard, desempenhando um importante

papel em alavancar as companhias como diferencial competitivo que gera valor de mercado e

consequentemente satisfação do cliente. No meio acadêmico, essa complexidade por si só

justifica a temática abordada.

1.6. DELIMITAÇÃO

A abordagem inicial desta monografia era apresentar e conceituar o Planejamento

Estratégico e a relevância da ferramenta Balanced Scorecard, apontando de forma ampla as

inúmeras vantagens competitivas para uma administração estratégica bem elaboradora e

eficaz, capaz de garantir grandes resultados no mundo dos negócios.

Contudo, em virtude dos vastos estudos formalizados nesta área uma revisão de

bibliografia tornaria o estudo muito extenso e possivelmente sem objetivo. Portanto, seguindo

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nessa linha de raciocínio com relação ao delineamento dessa pesquisa, se fez necessário

delimitar a área que seria abordada.

Segundo Lakatos e Marconi (2011) o delineamento da pesquisa refere-se à forma

pela qual o estudo abordado será realizado juntamente com a metodologia que será

apresentada. Desta forma, surgiu a ideia de propor para uma empresa de reparo e manutenção

naval a utilização da gestão estratégica bem estruturada através do uso da ferramenta

Balanced Scorecard. Bem como apresentar a sua relevância perante um cenário econômico

estagnado pela crise financeira, como é o cenário de Macaé.

Desse modo, aprofunda-se mais sobre o assunto, na área de Petróleo e Gás com foco

em uma empresa que atua na prestação de serviços para apoiar a indústria petrolífera, capaz

de fornecer atividades de inspeção, reparo, manutenção e construção naval com foco nas

embarcações offshore localizada na cidade de Macaé – RJ.

Buscando assim, um melhor entendimento sobre a situação exposta, a ponto de

investigar a real necessidade de se utilizar esse tipo de ferramenta atrelada a uma gestão

estratégica e quais são ou seriam seus benefícios para o crescimento e desenvolvimento da

empresa estudada.

1.7. RELEVÂNCIA DO ESTUDO

A relevância do estudo se dá a partir do momento em que o planejamento estratégico

passa a se tornar peça fundamental para o crescimento e desenvolvimento das organizações.

As empresas nos últimos anos vêm sofrendo repentinas mudanças em suas estruturas

organizacionais, principalmente com o avanço e desenvolvimento da tecnologia. Acompanhar

essas novas tendências é sinônimo de sobrevivência.

Com base nesse intuito o tema abordado apresenta um referencial teórico para

contribuir com uma visão global sobre o assunto para a sociedade em geral e principalmente

para a sociedade acadêmica.

De acordo com Barney e Hesterly (2007, p.5) “a estratégia de uma empresa é

definida como sua teoria de como obter vantagens competitivas, uma boa estratégia é aquela

que realmente gera tais vantagens”, ainda segundo Barney e Hesterly (2007), embora seja um

processo impreciso, saber se uma empresa está seguindo a melhor estratégia, é possível

reduzir a probabilidade de se cometer erros.

Portanto, diante desse cenário as organizações que se planejam evitam erros, e a

melhor maneira para alcançarem o sucesso, crescimento econômico ou ainda ter valor

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econômico agregado ao ativo, é ter como premissa básica a elaboração de um planejamento

estratégico eficaz.

1.8. ESTRUTURA DO TRABALHO

A presente monografia está dividida em cinco capítulos, conforme mencionado

abaixo:

Capítulo I – Considerações Iniciais – Consiste em apresentar ao leitor de forma

sucinta os conceitos de planejamento estratégico e da ferramenta Balanced Scorecard de

forma que dê contexto para o tema que será aprofundado com mais clareza no capítulo II.

Além disso, o capítulo I aborda os objetivos: geral e específico do estudo, a problemática do

tema, a hipótese/suposição para a resolução do problema, a sua justificativa, a sua delimitação

e relevância, fechando com a estrutura do trabalho.

Capítulo II – Referencial Teórico – O capítulo II representa todos os conceitos que

são tratados sob a ótica da temática. Nele é possível observar o conceito de planejamento

estratégico, as fases que constituem o planejamento, os tipos de planejamento que são

encontrados nas organizações e a gestão estratégica com o uso da ferramenta BSC e seus

conceitos. É apresentado também o setor onde a empresa objeto de estudo desta pesquisa está

inserida.

Capítulo III – Metodologia – Neste capítulo observa-se o tipo de pesquisa que foi

realizada, se foi de caráter exploratório, descritivo ou explicativo. Apresenta-se o questionário

utilizado para a coleta de dados, a forma como foram coletados e a análise para estes.

Capítulo IV – Resultados e Discussões – Neste capítulo apresenta-se a própria

empresa, objeto de estudo, e sua estrutura. Além disso, são apresentados também os

resultados da pesquisa realizada. As respostas do questionário foram transcritas como base

para o desenvolvimento da proposta do modelo BSC, atrelado às interpretações conceituas

obtidas com o referencial teórico.

Capítulo V – Considerações Finais – Neste capítulo apresenta-se a conclusão do

trabalho de conclusão do curso, as referências bibliográficas e sugestões para trabalhos

futuros.

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CAPITULO II – REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo foram demonstrados os conceitos relacionados à Gestão Estratégica e

a ferramenta Balanced Scorecard como premissa central. Além dessas concepções foram

abordadas as definições sobre planejamento estratégico e suas etapas de elaboração para um

manuseio eficaz.

Ademais, estão apresentados os tipos de planejamento que são abordados dentro das

organizações levando em consideração a empresa que é foco da proposta do estudo em

questão e o setor/área de atuação da mesma.

2.1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Para se definir planejamento estratégico, antes de tudo deve-se buscar o

entendimento sobre a origem da palavra planejar e a origem da palavra estratégia. De acordo

com Bueno (2000); o conceito de planejar pode ser definido basicamente como o ato ou efeito

de prever ou antecipar algo que ainda não aconteceu.

Reforçando essa concepção, segundo o SEBRAE (2005), pode-se dizer que o ato de

planejar é: definir antecipadamente o que fazer, quando fazer, como fazer e com que recursos.

Segundo Sanvicente e Santos (2009. p.16 apud TEIXEIRA, 2015, p.17):

Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os

recursos a serem empregados e definir as correspondentes atribuições de

responsabilidades em relação a um período futuro determinado, para que sejam

alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e

suas diversas unidades.

Já a palavra estratégia oriunda do grego, significava “arte do general” uma conotação

voltada para os campos de batalha, que conduzia um exército por um caminho conforme

Ghemawat (2000). Para Grave e Mendes (2001), a estratégia é uma forma de vencer o

inimigo, conceito que se originou em meio à guerra e posteriormente foi estendido para os

cenários políticos e econômicos.

Nota-se que o conceito é amplo e ainda não é um consenso, porém atualmente a ideia

de estratégia pode ser encontrada facilmente nos âmbitos empresariais, e de forma simplista e

clara. Pode ser considerado um ato pensado de ultrapassar alguma dificuldade. Ambos os

conceitos apresentados tiveram suas origens nos cenários históricos de guerra.

Segundo Chiavenato (2003); antigamente nos campos de batalha as constantes lutas e

combates ao longo dos séculos fizeram com que os militares começassem a pensar antes de

agir. A partir disso surgiram as manobras estratégicas militares que passaram a conduzir as

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guerras com o intuito de prever os movimentos dos adversários e antecipa-los para que este

artifício fosse usado como vantagem competitiva e levasse a vitória.

É fato sabido que essas estratégias influenciam as práticas gerenciais no mundo

inteiro nos tempos de hoje. De acordo com Sun Tzu (2008), essa analogia que se faz entre o

mundo empresarial e o campo de batalha não é nova, ainda mais quando o assunto é

relacionado às aplicações estratégicas militares às práticas de negócios.

Segundo Mintzberg (1983) o termo estratégia passou a significar habilidades

administrativas, de poder e de liderança na época de Péricles (450 a.C). No entanto foi a

pouco tempo que os pesquisadores resolveram aplicar os conhecimentos dos campos de

batalha à gerência empresarial; seja ela: financeira, estratégica e até mesmo de marketing por

exemplo.

Para Cavalcante (2008) as estratégias em forma de planejamento estratégico ficaram

formalizadas na década de 70. Sempre de forma gradativa, buscando uma melhor maneira de

superar os obstáculos alcançando os melhores resultados, em forma de vantagem competitiva.

Para Sun Tzu (2008), a similaridade entre os combates bélicos e o mundo

empresarial é tamanha que se pode observar que em ambas as situações o “massacre” do

oponente pode ser um evento cotidiano, partindo da premissa que as empresas comparam seus

produtos e transmitem aos clientes a imagem de que o da concorrência não tem utilidade,

colocando-os desacreditados. A comparação acaba enaltecendo um produto e depreciando o

outro.

Ainda segundo Sun Tzu (2008), quando o assunto é planejamento, a semelhança

entre esses dois mundos fica ainda mais evidente. No mundo dos negócios quando um

planejamento é feito de forma deficiente pode acarretar impacto em setores das organizações

e até mesmo na própria economia, perdas de funcionários, etc. Assim como nas batalhas; a

perda de uma guerra pode impactar toda uma nação em todos os aspectos.

De acordo com Hitt et al. (2011), o cenário econômico é altamente competitivo no

séc. XXI, onde mudanças em várias indústrias no mundo são rotineiras e estão ocorrendo no

sentido da globalização. Essas mudanças têm levado as empresas a buscarem se renovar a

todo instante desenvolvendo capital humano, aperfeiçoando tecnologias, desenvolvendo

novos recursos. A “batalha” então acaba sendo a da sobrevivência.

Ainda segundo Hitt et al. (2011, p.6), os autores citam que “as condições do cenário

competitivo levam a um mundo de negócios perigoso, no qual os investimentos necessários

para competir em escala global são enormes e as consequências do fracasso são graves”.

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Portanto, segundo Barney e Hesterly (2007) para uma empresa crescer, sobreviver e

prosperar dentro de um mercado de acirrada concorrência a escolha e a implementação de

uma boa estratégia são fundamentais. Dentro de uma atividade laboral, todos os

departamentos e funções agindo de forma conjunta levam o sistema burocrático empresarial

para o funcionamento. Porém para que esse sistema funcione de forma harmônica existem

algumas ferramentas que auxiliam e acompanham o desenvolvimento organizacional.

Nesta conjuntura segundo Montana e Charnov (2009, p.117) “na economia de hoje, o

custo de um erro resultante do velho método improvisado de tomar decisões é muito alto”.

Por consequência, uma destas ferramentas que apoiam as empresas é o planejamento

estratégico, que se tornou peça chave no quebra cabeça das organizações, sendo fundamental

para o acompanhamento e desenvolvimento das corporações em busca de suas metas e

objetivos.

Ansoff (1991, p.20) sobre o planejamento estratégico descreve que deveria oferecer

respostas a duas necessidades:

Necessidade de preparar a empresa para um futuro que não seria simples

projeção do passado; e

Necessidade de preparar a empresa de maneira abrangente e sistemática.

Padoveze (2009, p.571 apud BORGES, 2015, p.17) afirma que “o planejamento

estratégico, tem como foco a sobrevivência e a continuidade da empresa [...] incorpora

necessariamente objetivos e metas específicas para todos os gestores empresariais.”.

Bitencourt (2010, p.22 apud BORGES, 2015, p.18) reafirma que o planejamento

estratégico é a forma pela qual a organização encontra o autoconhecimento para agregar valor

disputando de forma igualitária com outras empresas que atuam no mesmo cenário

econômico.

Segundo Oliveira (2007), para que um sistema organizacional continue operando,

articulando no mercado que atua, o planejamento estratégico deve ser um processo contínuo e

para todos os envolvidos no processo, para que os gestores adotem medidas de modo que

equívocos do passado não voltem a se repetir.

É fundamental que o planejamento seja de todos; de acordo com Hartmann (2005,

p.22) “toda a equipe interna pode e deve participar da operacionalização a partir de um

determinado momento. Isso faz com que seu Gerenciamento se torne propriedade de toda a

sua equipe e não de algumas pessoas.”.

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De modo mais além, ainda segundo Oliveira (2007); o planejamento estratégico tem

como objetivo, direcionar as organizações em um caminho que favoreça um retorno

financeiro para os seus investidores.

Utilizar de forma adequada o uso da inteligência torna-se um recurso de

diferenciação para se obter vantagem competitiva em um mercado descontínuo e turbulento

(DRUCKER, 1995; PORTER, 2005; FULD, 2007).

Conforme Kotler (2000), o planejamento estratégico é um processo gerencial que

deve ser desenvolvido devidamente ajustado com os objetivos, com as habilidades e com os

recursos de uma organização mediante um nicho mercadológico em constantes mudanças.

Para Chiavenato (1993, p.251) as organizações não trabalham com improvisos, quase

tudo é planejado de forma antecipada. “O planejamento figura como a primeira função

administrativa por ser exatamente aquela que serve de base para as demais funções.”

Determinando assim, de forma antecipada quais são os objetivos que devem ser atingidos e

qual o caminho que se deve seguir para concretizá-los.

Ainda segundo Chiavenato (2004, p.147), o autor atribui as seguintes características

ao planejamento estratégico:

1. É projeto para longo prazo, pelo menos em termos de seus efeitos e

consequências;

2. Está voltado para as relações entre a empresa e seu ambiente de tarefa, portanto,

sujeito à incerteza a respeito dos eventos ambientais. Por se defrontar com a

incerteza, o planejamento estratégico tem suas decisões baseadas em julgamentos e

não em dados;

3. Envolve a empresa como um todo, abarcando todos os seus recursos, no sentido

de obter efeito sinergístico de todas as capacidades e potencialidades da empresa. A

resposta estratégica da empresa envolve um comportamento global e sistêmico.

Diante disso, perante o que foi exposto, para Chiavenato (2004), pode-se afirmar que

o planejamento estratégico é uma metodologia administrativa/gerencial, visando objetivos a

longo prazo totalmente adaptável, pois está suscetível as mudanças que são observadas de

forma interna e externa à empresa, que a norteiam com base em sua missão, sua visão e seus

valores.

2.2. ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

De acordo com Storch et al. (2013) muitas organizações não possuem certezas sobre

suas decisões, muitas não possuem certeza como relacionar a sua forma atual de organização

a uma gestão eficiente e eficaz em seus processos. Toda etapa de implementação gera

questionamentos.

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Para Gonçalves et al. (2001), a ausência de estabilidade e previsibilidade são fatores

que demonstram os pontos fracos dos métodos gerenciais que as organizações estão

costumadas a utilizar. O fato de estarem em um ambiente com constantes mudanças, também

contribui para que os pontos a melhorar das empresas fiquem visíveis.

Delmar e Shane (2003, p.1167 apud FREZATTI et al. 2007, p. 35) “mencionam que

o planejamento proporciona os seguintes benefícios de novos empreendimentos”:

Facilita a tomada de decisão;

Fornece ferramentas para administração;

Identifica ações para alcançar metas

Porém, para que se efetive de fato um bom planejamento estratégico organizacional,

se faz necessário que algumas etapas sejam cumpridas. Para Andrade (2012), as etapas do

planejamento estratégico são: definir o negócio, definir a visão estratégica da empresa, definir

os valores e crenças da organização além de ser feita tanto uma análise interna quanto externa

do ambiente ao qual a organização está inserida.

Segundo Chiavenato (1993, p.251), “o planejamento define onde se pretende chegar,

o que deve ser feito, quando, como e em que sequencia.”. Sendo assim, o planejamento é um

processo que se inicia com a elaboração dos objetivos e define os planos futuros que devem

ser almejados como demonstrados na figura 1.

Fonte: Adaptado de Chiavenato (1993, p.252).

Ainda segundo Chiavenato (1993, p.374) “o planejamento estratégico refere-se à

maneira pela qual uma empresa pretende aplicar determinada estratégia para alcançar os

objetivos propostos.”. Geralmente são objetivos globais que devem ser atingidos em longo

prazo. Mediante a essa posição contextual, a relevância para que cada etapa seja executada de

Presente Futuro

Onde estamos

agora

Planejamento Aonde chegar

Objetivos

pretendidos

Planos Situação

Atual

Figura 1 – As premissas do planejamento

Fonte: Adaptado de Chiavenato (1993, p.252).

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forma detalhada ganha força e incentivo para a construção de um planejamento estratégico

sólido e eficaz.

Para Barney e Hesterly (2007, p.5), “o processo de administração estratégica começa

quando uma empresa define sua missão.”. A figura 2 contém o processo da administração

estratégica para Barney e Hesterly.

Porém, Mendonça (2003), apresenta um modelo básico a ser seguido para a

construção e formulação de um planejamento estratégico bem alinhado com as diretrizes das

organizações. As etapas de formulação que são compostas por sete itens, conforme descrição

na figura 3.

Missão

Objetivos

Análise int.

Escolha

Análise ext. Estratégica

Implementação

Estratégica

Vantagem

Competitiva

Figura 2 – Processo de administração estratégica

Fonte: Adaptado de Barney e Hesterly (2007, p.5)

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Embora seja uma prática conhecida, muitas empresas não possuem o conhecimento

necessário para a realização do planejamento estratégico, sendo assim, como não existe um

padrão a ser seguido, ou um consenso via de regra, segue-se o modelo apresentado na figura

3, como base para se entender os processos de elaboração do planejamento estratégico.

2.2.1. Visão

A visão organizacional, é o desejo ou estado futuro que a empresa deseja alcançar,

está alinhada com algo que a empresa não possui, ou onde a empresa deseja chegar. Para

Tavares (2005, p.100), “a visão é um retrato do que a empresa pretende ser e, em termos

amplos, do que pretende realizar.”. Já para Fernandes e Berton (2005, p.148) a posição a qual

deseja se chegar ao futuro condiciona a visão estratégica das empresas.

Em conformidade a essa assertiva, Andrade (2012, p.21) assume que a “visão

estratégica refere-se à definição de uma situação futura desejada ao longo prazo que se

caracterize como uma meta ambiciosa, e que possa servir como guia tanta para a definição de

objetivos como para a realização da missão.”.

De acordo com Lobato et al. (2009, p.66):

VISÃO

NEGÓCIO

MISSÃO

O

VALORES

ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO INTERNO

OPORTUNIDADES E AMEAÇAS FORÇAS E FRAQUEZAS

OBJETIVOS

ESTRATÉGIAS

Figura 3 – Modelo de planejamento estratégico

Fonte: Adaptado de Mendonça (2003, p.9).

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O conceito de visão expressa a maneira pela qual a organização deseja ser

reconhecida no futuro, uma espécie de sonho que deve ser viável na implementação

e ter um conteúdo altamente inspirador e positivo, que motive toda a organização em

torno da construção do futuro almejado.

Desta forma, a visão estratégica organizacional, é como um posicionamento futuro

da empresa é como ela deseja ser vista pelos seus clientes, concorrentes e até mesmo

fornecedores em médio e longo prazo de tempo. Para isso é preciso encontrar e ter valores que

sejam a essência do negócio e conduza as organizações até o futuro de forma saudável.

2.2.2. Negócio

Outro fator preponderante na elaboração do planejamento estratégico é a definição

do negócio da empresa. A definição do negócio de uma organização manifesta quais

serviços/produtos a empresa pretende disponibilizar e para quais mercados pretende-se atuar,

além de delimitar quais tipos de clientes pretende-se atingir. (MAXIMIANO, 2005).

De acordo com Andrade (2012, p.23) “a definição do negócio se refere às decisões

relacionadas com o setor em que a empresa atua ou pretende atuar focalizando a busca por

oportunidades em uma área específica dentro do mesmo”.

Sendo assim, para Muller (2014) as organizações devem deixar de forma clara qual a

finalidade do seu ramo de trabalho, quais produtos ou serviços irão gerar para as pessoas. Não

basta simplesmente ter a definição do ramo de atividade, mas sim saber qual o impacto

positivo essa atividade irá trazer para a sociedade a qual a organização encontra-se atuante.

Desta maneira, em linhas gerais, para se elaborar “o negócio” de uma organização

deve-se considerar uma área de atuação por parte da empresa. Essa área de atuação deve

delimitar os clientes, a atividade laboral (produto/serviço) e o mercado de atuação. Levando

em conta que essas delimitações devem estar associadas à visão, a missão e aos valores da

organização.

2.2.3. Missão

De acordo com Chiavenato (2004) a missão significa uma atividade a ser cumprida,

ou simplesmente a razão de existência da organização. Complementando essa afirmativa,

Tenório (2004) aponta que a missão é o alvo principal a ser atingido, é a busca

incessantemente e o desejo racional de ser das empresas. Demonstrando assim, social e

economicamente o caminho que as organizações devem seguir em cumprimento com seus

objetivos.

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Portanto, a missão é o objetivo fundamental de uma organização, e por meio disso

deve ser feito com total clareza, pois traduz a finalidade das empresas. Corresponde no que a

empresa se propõe a realizar e pra quem realizar canalizando assim esforços naquilo em que a

organização tem de melhor, logo, de preferência a missão deve ser simples e objetiva.

De acordo com Kotler (2000) uma organização existe para realizar alguma atividade e

em geral quando o negócio é iniciado, sua missão ou seu objetivo organizacional devem ser

elaborados com entendimento e percepção.

Ainda segundo Kotler (2000, p.43) “as organizações desenvolvem declarações de

missão que devem ser compartilhadas com gerentes, com funcionários e (em muitos casos)

com clientes.”.

Maximiano (2000) defende que o objetivo de uma missão é servir como orientação

para todo o quadro de colaboradores, além de mostrar para a sociedade o motivo pelo qual a

organização existe.

Sendo assim, fica nítido que a missão deve fazer parte da rotina de cada funcionário

que compõe um sistema organizacional, e deve ser formalmente expressa a todos, servindo de

orientação para os mesmos. Por ser uma filosofia básica de atuação é o ponto de partida das

definições dos objetivos e metas a serem atingidos em busca à sobrevivência em seu mercado

de atuação.

Para Muller (2014) para se definir uma missão adequada três questionamentos devem

ser utilizados:

O que?

Para quem?

Como?

Com base nesses questionamentos, para ter uma missão consistente Kotler (2000),

declara que as empresas devem responder as seguintes perguntas:

Qual é o negócio?

Quem é o cliente?

O que tem valor para o cliente?

Qual será o negócio?

Como deveria ser o negócio?

Aparentemente são questionamentos simplistas, mas devem ser feitos

constantemente, só assim a empresa saberá o curso ideal para o seu crescimento econômico.

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Pois o seu sucesso está relacionado com a visão da empresa, ou seja, o direcionamento que irá

seguir em longo prazo.

2.2.4. Valores

É natural do ser humano ao longo de sua vida adquirir diversas experiências e em

muitos momentos é necessário ter o domínio dessas experiências para superar situações de

transtorno e conflito. A cada etapa da existência humana constitui um aprendizado novo, com

isso novos valores são apreendidos a vida de cada um.

Para Scott et al. (1998) diante dessa pluralidade de conhecimento vivido, se faz

necessário que as organizações a fim de conduzir seus esforços em um rumo comum, definam

de forma mais transparente possível seus valores, de modo que, os valores individuais de cada

colaborador não entrem em choque com os da organização.

Para Cortella (2016) o campo da ética é categórico, pois lida com os valores que

permitem os indivíduos de ter uma conduta na vida. Ainda segundo Cortella (2016, p.91)

“quem deseja uma vida decente precisa de valores e propósitos decentes, que não sejam

destrutivos.”. Isso vale dentro do campo empresarial.

Toda e qualquer organização que se preze visa crescimento econômico, porém a

busca para esse crescimento não deve ser executada sob qualquer conduta. De maneira geral

em um meio social ao qual a empresa está inserida deve ser atrelado a ela alguns princípios

que devem nortear o agir para que esse crescimento econômico seja o mais correto e honesto

possível.

Esses princípios podem ser denominados de valores organizacionais. Para Padoveze

(2007) independentemente do porte da empresa, os valores organizacionais é um conjunto de

princípios e crenças que norteiam as suas atividades. Ou seja, servem para direcionar as ações

e projetos da empresa.

Para Muller (2014) são essas crenças que devem conduzir as decisões, as atitudes e

os comportamentos da organização dando sentido no caminho de se executar a missão e a

visão organizacional. Afirmativa atrelada à assertiva de Tavares (2015) que diz que os valores

têm serventia para a busca da visão organizacional pelos colaboradores da empresa, evitando

atitudes imorais ou antiéticas.

Portanto, os valores organizacionais são um conjunto de sentimentos que servem de

estrutura para a cultura e para a prática do negócio da organização. As normas de conduta

mais importante são chamadas de valores, que podem definir como padrões de

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comportamentos profissionais e éticos que as empresas julgam importantes a ser seguido, este

conceito têm por base a suposição de que uma organização considera como objeto de ação

adequada, como desejável ou que deve ser feito.

Segundo Tamayo et al. (2000, p.294) “os valores têm como função orientar a vida da

empresa, guiar o comportamento dos seus membros. Eles são determinantes da rotina diária

na organização já que orientam a vida da pessoa”. É sabido que toda empresa cria a sua

própria cultura, sua própria crença, sua própria rotina de trabalho. Mas é fundamental que sua

equipe esteja alinhada com essas tradições.

Ainda segundo Tamayo et al. (2000, p.294) “os valores têm a função de vincular as

pessoas, de modo que elas permaneçam dentro do sistema e executem as funções que lhes

foram atribuídas”.

De acordo Scott et al. (1998) se os colaboradores possuem o conhecimento dos

valores ao qual sua empresa defende então é muito mais provável que suas condutas

organizacionais caminhem para tomada de decisões que reforcem esses valores.

Comprovando essa afirmação, Cortella declara (2016, p.27) “[...] uma pessoa

consciente das razões pelas quais faz aquilo que faz é muito mais eficaz.”. Nesse contexto é

completamente favorável para as organizações manter colaboradores que pensem na razão do

trabalho que executam em paralelo com a forma de conduta que a empresa exige dele. Esse

entendimento permitirá que os colaboradores pensem na empresa como um todo ganhando

mais competitividade, perenidade do próprio negócio além de se fazer ganhar na

produtividade gerando inovação.

2.2.5. Matriz SWOT – Analise Ambiental

A Matriz SWOT, segundo Muller (2014) é uma ferramenta que auxilia as

organizações a definir quais medidas estratégicas executar tomando como base informações

fornecidas pelo ambiente interno e pelo ambiente externo.

Nesta etapa de elaboração do planejamento estratégico as empresas avaliarão

basicamente quatro pontos de extrema relevância que permitirão que o planejamento

estratégico se torne mais eficaz. São eles: pontos fortes, pontos fracos, ameaças e

oportunidades. De acordo com Kotler e Keller (2012, p.49) “a avaliação global das forças,

fraquezas, oportunidades, e ameaças de uma empresa é denominada análise SWOT (dos

termos em inglês: strengths, weaknesses, opportunities, threats)”.

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Segundo Padoveze (2003), a análise dos pontos fortes e fracos, ameaças e

oportunidades é o procedimento mais recomendado para traduzir as estratégias das empresas

de forma que se tornem unificadas. Neste momento é avaliado e analisado o ambiente interno

e o ambiente externo das organizações.

Nascimento e Reginato (2010, p.188) sintetizam a análise SWOT como:

[...] instrumento de análise para mapear as condições ambientais externas, no que se

refere à identificação de potenciais ameaças e oportunidades, e para a avaliação do

ambiente interno, onde se busca identificar os pontos fortes e fracos da empresa.

Para Barney e Hesterly (2007) as fases de análises: externa e interna ocorrem quase

que simultaneamente. Oliveira (2007) esclarece que o ambiente interno de uma organização é

formado por variáveis que compõe essa mesma organização e são considerados aspectos que

podem ser controlados.

Ainda segundo Oliveira (2007, p.77) o autor reafirma esse contexto na passagem

abaixo mencionando que:

Pontos fortes são vantagens estruturais controláveis pela empresa e que favorecem

perante as oportunidades e as ameaças do ambiente empresarial, ou seja, que estão

fora da empresa e, portanto, não são controláveis. Pontos fracos são desvantagens

estruturais controláveis pela empresa e que a desfavorecem perante as oportunidades

e as ameaças do ambiente empresarial.

Barney e Hesterly (2007, p.9) “ao conduzir uma análise externa, a empresa identifica

as principais ameaças e oportunidades e seu ambiente competitivo”. Portanto a análise externa

é focada nas ameaças e oportunidades apresentadas em um mercado ao qual uma empresa esta

inserida, provavelmente nesse mesmo mercado a constante competição com outras empresas

possibilitará na evolução das ameaças e das oportunidades.

Padoveze (2003) exemplifica essa afirmativa ao mencionar que concorrentes,

clientes, regulamentos, clima, entre outros fatores são exemplos de variáveis externas, que

podem exercer influencias sobre as organizações. O ambiente geral de uma organização

define plenamente o conjunto que ela atua.

Portanto a estrutura da Matriz SWOT segundo Padoveze e Taranto (2009) pode ser

apresentada conforme a figura 4.

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Figura 4 – Matriz SWOT Fonte: Adaptado de Padoveze e Taranto (2009).

Na figura 5, Oliveira (2002 apud BORGES 2015, p. 23) resume a respeito das

definições das análises interna e externa da seguinte maneira:

Figura 5 – Análise SWOT

Fonte: Oliveira (2002, apud BORGES 2015, p.23).

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Pontos Fortes: Fatores Internos. Portanto, controláveis. Proporciona condições

favoráveis para desenvolvimento da organização em seu nicho de mercado;

Pontos Fracos: Fatores Internos. Portanto, controláveis. São os pontos a

melhorar da organização perante seu nicho de mercado;

Oportunidades: Fatores Externos. Portanto não controláveis. Porém, oferecem

grande possibilidade de crescimento e desenvolvimento para as organizações que sabem

aproveita-las;

Ameaças: Fatores Externos. Portanto não controláveis. São os pontos em que

as organizações devem ficar atentas para não se prejudicarem.

Segundo Kotler e Keller (2012), as empresas devem ter a capacidade de perceber

oportunidades atraentes e tirar o melhor proveito delas. Deve-se avaliar constantemente as

suas forças e fraquezas internas, levando em consideração que as corporações estão em

constantes desenvolvimento.

Novamente segundo Kotler e Keller (2012, p.51) “Evidente que o negócio não

precisa corrigir todas as suas fraquezas, nem deve se vangloriar de todas as suas forças”.

Portanto, a análise SWOT como ponta pé inicial para elaboração de uma estratégia

organizacional deve potencializar aquilo que lhe for favorável e minimizar e até mesmo

neutralizar aquilo que remeter a prejuízos.

Para Kotler e Keller (2012) a grande questão que deve ser respondida é se o negócio

deve se limitar às oportunidades que dispõe recursos ou se deve avaliar melhor o mercado

para entender onde será necessário adquirir ou desenvolver maiores forças.

2.2.6. Objetivos Estratégicos

Ainda seguindo o modelo dos processos de elaboração do PE proposto por

Mendonça (2003, p.9) apresentado na figura 3. Após as empresas definirem: visão, o negócio,

a missão, os valores e realizarem a análise SWOT. A próxima etapa é definir os objetivos

estratégicos.

Os objetivos estratégicos são resultados quantitativos e qualitativos que uma

organização deve atingir nas circunstâncias de seu ambiente organizacional, tanto interno

quanto externo. A fim de conseguir cumprir sua missão e alcançar a sua visão.

(MENDONÇA, 2003).

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Segundo Oliveira et al. (2014) os objetivos devem ser claros e expressar de forma

visível às metas que as organizações pretendem atingir juntamente com os prazos que devem

ser apresentados a cada uma dessas metas.

De uma forma mais objetiva Andrade (2012) define os objetivos estratégicos como

uma situação que as organizações desejam atingir em um futuro ao qual devem se esforçar e

destinar seus esforços para cumpri-los.

Chiavenato (1993, p. 252) reafirma os conceitos supracitados:

Objetivos são resultados futuros que se pretende atingir. São alvos escolhidos que se

pretende alcançar dentro de um certo espaço de tempo, aplicando-se determinados

recursos disponíveis ou possíveis. Assim, os objetivos são pretensões futuras, que

uma vez alcançadas, deixam de ser objetivos para se tornarem realidade.

Porém, para Barney e Hesterly (2007, p.8) “objetivos de alta qualidade estão

estritamente conectados a elementos da missão de uma empresa e são relativamente fáceis de

medir e acompanhar ao longo do tempo.”. Ainda para Barney e Hesterly objetivos bem

definidos são indicativos para saber se a empresa caminha em direção a sua missão

organizacional.

Vale ressaltar também que segundo Chiavenato (2003), existe uma hierarquia de

objetivos, pois existem objetivos mais importantes que outros e por isso os predominam. Os

múltiplos objetivos envolvem todas as áreas de uma empresa. Portanto, cada departamento,

cada divisão possui o seu objetivo, mas os objetivos das empresas predominam sobre os

demais.

Sendo assim, é de grande valia que os objetivos organizacionais estejam alinhados

com a missão da empresa, pois através do planejamento estratégico as organizações vão

buscar estabelecer parâmetros-chave que pretendem atingir em um específico período de

tempo. Com isso, os objetivos vão indicando se caminho que está sendo percorrido é o correto

em busca da missão organizacional (COSTA, 2003).

2.2.7. Estratégias Organizacionais

Nesta etapa do PE formula-se a estratégia que tenciona que as corporações atinjam

seus objetivos. Segundo Alday (2000) logo após os ambientes interno e externo terem sido

devidamente analisados e os objetivos traçados a perspectiva central está em como lidar com

a concorrência acirrada de maneira satisfatória. Portanto, cabe aos gestores a capacidade de

traçar ações que assegurem o sucesso da organização.

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Assim sendo necessário que se estabeleça o rumo em cumprimento a esses objetivos,

que nada mais é que o alvo de atuação das estratégias organizacionais ou empresariais se

assim preferir. Para Mintzberg e Quinn (2001, p.58):

Estratégia empresarial é o padrão de decisões em uma empresa que determina e

revela seus objetivos, propósitos ou metas, produz as principais políticas e planos

para a obtenção dessas metas e define a escala de negócios em que a empresa deve

se envolver, o tipo de organização econômica e humana que pretende ser e a

natureza da contribuição econômica e não-econômica que pretende proporcionar a

seus acionistas, funcionários e comunidades.

Porter (1999) explica que muitas empresas fracassam por não terem capacidade de

atrelar as estratégias em ações concretas para se obter vantagem competitiva perante o seu

mercado de atuação.

Fernandes e Berton (2005, p.7) agregam esse conceito com a seguinte passagem:

Estratégia empresarial é o conjunto dos grandes propósitos, dos objetivos, das metas,

das políticas e dos planos para concretizar uma situação futura desejada,

considerando as oportunidades oferecidas pelo ambiente e os recursos da

organização.

As estratégias são existentes em vários segmentos dentro das organizações, que em

uma visão holística devem ser conhecidas e atreladas por todos os colaboradores e todos os

setores da empresa. Para Kaplan e Norton (2001, p.21) “para que o desempenho

organizacional seja superior à soma das partes, as estratégias individuais devem ser

conectadas e integradas.”.

Para Herrero (2005) alguns paradigmas devem ser quebrados, a estratégia deve ser

uma tarefa de todos em uma organização, tem que ser difundida da sala da diretoria até as

equipes operacionais. Toda a equipe deve ser educada quanto aos conceitos do negócio e da

estratégia competitiva da empresa. Só assim os resultados almejados serão atingidos de forma

eficaz.

Conaud (2011) reafirma que para o planejamento estratégico de uma empresa obter

sucesso é necessário que todo o quadro de efetivo esteja engajado. O autor afirma que quando

há comprometimento por parte da equipe que está diretamente ligada às tarefas de ação e de

elaboração desse planejamento há também uma facilidade na execução dessas ações.

Portanto, para se atingir os resultados que almeja de maneira prática e eficaz, os

meios que serão percorridos devem estar muito bem descritos e, além disso, novamente

Herrero (2005), as empresas precisam se preocupar nas estratégias como um todo, de maneira

geral, deixando de se preocupar com as estratégias setoriais. Assim, os departamentos passam

a melhorar a comunicação entre si caminhando em apenas uma direção.

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2.3. TIPOS DE PLANEJAMENTO

Segundo Oliveira (2011) pode-se classificar o planejamento em três níveis de

hierarquia: estratégico, tático e operacional. Neste sentido cada nível apresentado possui um

conceito em específico em correspondência aos níveis de decisão. Conforme apresentado na

figura 6.

Figura 6 – Níveis de decisão e tipos de planejamento Fonte: Adaptado de Oliveira (2011, p.15)

Welsch et al. (1988, p.11 apud FREZATTI et al. 2007, p.34) afirmam que o

planejamento estratégico é caracterizado como aquele que é executado e projetado pela

cúpula da organização, com o horizonte de longo prazo, cujo enfoque reside “[...] nos

objetivos e estratégias globais da empresa; afeta todas as funções gerenciais envolve

consequências abrangentes e de longo prazo.”.

De acordo com Andrade (2012, p.14) “o planejamento estratégico é genérico, isto é,

abrange a organização como um todo, não abordando, portanto, detalhes específicos de cada

departamento ou divisão.”.

O planejamento estratégico corresponde ao nível mais elevado da empresa (nível

estratégico) composto pelos diretores proprietários ou acionistas, etc. É o nível responsável

pela definição dos objetivos estratégicos e pelas decisões empresariais bem como a

manutenção de contratos e interação com o ambiente (incerteza e indefinição), englobam a

organização como um todo (OLIVEIRA, 2011).

À medida que se aproxima do nível estratégico da organização maior são as decisões

complexas e não estruturadas que os gestores têm de enfrentar. Que estão associadas a

situações novas, incertas e inesperadas. (LOBATO et al., 2009).

Para Chiavenato (1993, p. 255) planejamento tático: é o planejamento feito em nível

departamental. Suas principais características são:

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É projetado para o médio prazo, geralmente para o exercício anual;

Envolve cada departamento, abrange seus recursos específicos e preocupa-se

em atingir os objetivos departamentais;

É definido em cada departamento da empresa.

Ainda segundo Chiavenato (2003) o nível tático está situado entre o estratégico e o

operacional e é responsável pela articulação interna entre os dois níveis. (idem, p.525) “atua

na escolha e captação dos recursos necessários, bem como na distribuição e colocação do que

foi produzido pela empresa nos diversos segmentos de mercado.”.

É o nível que lida com a adequação das decisões tomadas no nível estratégico e com

as tarefas realizadas no nível operacional. São responsáveis em transformar as estratégias

elaboradas para atingir os objetivos empresariais em um programa de ação. (CHIAVENATO,

2003).

Já o nível operacional é composto pelos responsáveis em programar e executar

tarefas e operações básicas da empresa. As estruturações e decisões são rotineiras registradas

em normas e procedimentos, por isso trabalham com a certeza e a racionalidade. Corresponde

ao nível situado nas áreas inferiores da empresa, com foco básico nas atividades do dia–a–dia

da empresa (OLIVEIRA, 2011).

É onde se encontram as máquinas e equipamentos, os escritórios, cujo

funcionamento deve obedecer a determinadas rotinas e procedimentos programados que

assegurem a utilização dos recursos disponíveis e a máxima eficiência da operação. Possui

uma rígida programação cotidiana baseada na certeza e previsibilidade, onde as tarefas são

programadas e executadas rotineiramente (CHIAVENATO, 2003).

O planejamento operacional foca no ambiente interno com preocupação a curto

prazo, protegido das incertezas ambientais dos níveis estratégicos e táticos. Visando a

sobrevivência da organização, o planejamento estratégico monitora o ambiente externo da

organização detectando os sinais de mudanças no seu negócio possibilitando sua evolução.

(ANDRADE, 2012).

De acordo com Chiavenato (1993, p. 256) neste contexto para um melhor

entendimento, a tabela 1 representa os três tipos de planejamento e suas características,

relacionada a conteúdo, tempo e amplitude.

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Tabela 1 – Os três níveis de planejamento

Fonte: Adaptado de Chiavenato (1993, p.256)

Diante ao que foi exposto, pode-se também, relacionar os níveis da organização

(estratégico, tático e operacional) com os níveis de informação compatível com cada tipo de

planejamento (estratégico tático e operacional). Quanto maior o nível da pirâmide, maior é a

quantidade de informação necessária para se tomar decisões. Rezende & Abreu (2003, p.130)

abordam o tema na seguinte passagem: “o tipo de decisão que é tomado em cada nível requer

um grau diferente de agregação da informação, e os diferentes níveis de decisão requerem

diferentes informações.” A fim de exemplificar essa passagem, que a informação dos tipos de

planejamento é compatível com cada nível organizacional, observa-se a figura 7.

Figura 7 – Compatibilidade de informação

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

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Para Oliveira (2002, p.49) “cada um dos planejamentos deve conter com detalhes, os

recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação” Portanto, diante isso cada um

dos planejamentos com a sua especificidade, seja ele estratégico tático ou operacional,

contribui para o sucesso, a busca da sobrevivência e o bom funcionamento da gestão das

organizações.

2.4. GESTÃO ESTRATÉGICA: EVOLUÇÃO, CONCEITO

Segundo Maximiano (2000) a incorporação da palavra estratégia na literatura

gerencial se deu a partir da década de 50, principalmente com Taylor e Fayol. Desde então a

palavra estratégia está associada aos conceitos da administração de empresas.

Para Certo e Peter (1993, p.5) “o conceito para gestão estratégica tem evoluído

através do tempo e continuará a evoluir. Como resultado, é perceptível a falta de consenso

sobre o que precisamente o termo significa.”. Mesmo com essa falta de consenso, a

‘metodologia’ estratégica adotada pelas corporações atinge grandes resultados.

A evolução do processo da gestão estratégica está relacionada às repentinas

mudanças que o mundo dos negócios apresenta. Segundo Lobato et al. (2009) o mercado

mundial, por consequência dos avanços tecnológicos, ultrapassa os interesses regionais e

transforma mercados locais em nacionais e até internacionais.

Por conta disso, com o passar dos tempos o planejamento estratégico sofreu algumas

transformações, e foi evoluindo. Cada uma das fases da evolução do planejamento estratégico

envolve e acrescenta à anterior, desta forma tópicos que poderiam estar limitando ou

distorcendo o conjunto da teoria administrativa foram corrigidos (LOBATO et al. 2009).

Anos 50: Segundo Lodi (1970, p.97) “neste momento surge a Administração por

objetivos. Medidas subjetivas de desempenho foram substituídas por padrões quantitativos

objetivos.” Era conhecido por controle financeiro estabeleciam-se metas gerais no inicio de

cada exercício fiscal.

Anos 60: A década de 60 correspondeu à fase do planejamento a longo prazo. O que

norteava essa fase era que através de uma projeção de indicadores passados associados a

indicadores atuais poderia se estimar o futuro. O planejamento a longo prazo trabalhava com a

previsibilidade, por meio dela poderia melhorar esses indicadores atuais (LOBATO et al.

2009).

Anos 70: No inicio da década de 70, as análises das estratégias empresariais tinham

como foco principal os custos e a análise financeiro-contábil. O planejamento passa a ser

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articulador dentro das organizações e todos os envolvidos passam a participar do processo

(SCHNEIDER, 2013).

Anos 80: No inicio dos anos 80, teve inicio a fase da escola da Administração

Estratégica. A administração estratégica com a introdução da cadeia de valor proporcionou

para as organizações a ideia de buscar vantagem competitiva. O desempenho das

organizações vai depender do comportamento dos clientes. (SCHNEIDER, 2013).

Anos 90: No curso dessa evolução inaugura-se um novo paradigma – a era da gestão

estratégica e competitiva. Formação da vantagem competitiva através da criação e exploração

de recursos e capacitações dinâmicas em ambientes de alta mudança tecnológica. Para a

escola de Gestão Estratégica além de planejar estrategicamente é preciso organizar, dirigir,

coordenar e controlar de modo estratégico. A gestão estratégica procurou enfocar

sistematicamente as funções estratégicas para estabelecer o equilíbrio entre as demandas dos

ambientes interno e externo. Buscou ainda integrar todos os setores da organização de forma a

alocar recursos de maneira a melhor atingir seus objetivos e metas (LOBATO et al. 2009).

Para Schneider (2013) no ritmo das mudanças cada vez mais aceleradas, os anos 90

testemunharam a volta do tema recursos, “os recursos devem ser desenvolvidos pelas

empresas para alcançar e sustentar uma posição competitiva no mercado.” Ao processo de

valorização da gestão estratégica, foi dado um enfoque ao processo de planejamento.

Zimmerman (2015, p.17) conceitua a Gestão Estratégica da seguinte forma:

Gestão Estratégica é uma nova forma de se pensar a gestão das organizações em um

mundo dominado pela turbulência e incerteza. Ela também é orientada pela

necessidade do pensamento estratégico e se caracteriza como um processo de ação

gerencial que pretende assegurar à organização senso de direção, continuidade em

médio e longo prazo, sem prejuízo de sua flexibilidade e agilidade nas ações

cotidianas.

Como aponta Porter (1999), para que possa se tirar benefícios das oportunidades que o

mercado em contínua transformação oferece as organizações devem decidir sobre quais

recursos adquirir a fim de minimizar os riscos que ameaçam seus objetivos e resultados

operacionais.

Com base nisso, segundo John Mahon et al. (1999) o fundamental na gestão

estratégica é o planejamento e a execução de suas estratégias, de maneira que antecipem,

enfrentem e alavanquem a mudança. O modelo de gestão estratégica tem incorporado em seus

preceitos os princípios das ferramentas do planejamento: desenvolvimento, avaliação,

controle e aplicação nos subsistemas que integram o sistema de uma organização.

De acordo com Maximiano (2002), pelo exposto, a gestão estratégica transcende o

planejamento estratégico pelas suas características. Sendo assim o modelo de gestão

estratégica se baseia em repetidas etapas que constituem um processo contínuo, flexível e

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criativo, proporcionando uma delimitação que orienta na elaboração de outros componentes

da gestão, como por exemplo: planos táticos e operacionais.

2.5. BALANCED SCORECARD (BSC)

Na década de 90, surgiu à necessidade de desenvolver um novo modelo de medição

de desempenho, grandes representantes de diversas empresas se reuniram com esse propósito.

O empresariado acreditava que os métodos de avaliação e desempenho existentes na época –

basicamente indicadores contábeis – estavam impossibilitando as organizações de criarem

valor econômico para a prosperidade (COOPER & KAPLAN, 1998).

Segundo Soares (2001), o BSC foi criado na universidade de Harvard na década de

1990, em um grupo de estudos no qual David Norton era o presidente e Robert Kaplan

consultor acadêmico.

Em um desses grupos de estudos, um caso analisado de uma empresa que utilizava

um scorecard corporativo, continha informações de desempenho contábeis e informações de

desempenho não contábeis. (KAPLAN & NORTON 1997).

Ainda segundo Kaplan e Norton (1997, VIII) “As discussões em grupo levaram a

uma ampliação do scorecard que se transformou no que chamamos de ‘Balanced Scorecard’

[...] O nome refletia o equilíbrio entre os objetivos de curto e longo prazo entre as medidas

financeiras e não financeiras”.

Segundo Soares (2001, p.63 apud TEIXEIRA, 2015, p.35):

Em 1992, Norton e Kaplan publicaram um artigo na Harvard Business Review (The

Balanced Scorecard- measures that drive performance), começando a formalizar a

partir de então uma série de desenvolvimentos que se sucedem até hoje. Naquela

época, Kaplan e Norton (1992) colocavam que a complexidade da gestão atual

requeria a habilidade de gestores verem o desempenho em diversas áreas

simultaneamente.

Para Kaplan e Norton (1992), no século XX, com uma competição acirrada das

organizações, os executivos observaram que nenhum indicador analisado de forma destacada

poderia fornecer informações sobre as metas e desempenho de maneira clara e específica,

portanto era desejável um balanço entre os indicadores financeiros e operacionais.

Kaplan e Norton (2003) definem a criação do Balanced Scorecard como sendo o

choque entre o modelo financeiro-contábil tradicional e a capacidade das organizações de

serem competitivas.

Sendo assim, as organizações vivenciaram a passagem da era da informação para a

era do conhecimento, na qual os ativos intangíveis possuem grande relevância para o

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desenvolvimento das empresas, a busca por ferramentas que demonstrem novas perspectivas,

além das financeiras é fundamental para a adaptação nessa nova fase. (KAPLAN &

NORTON, 2004).

2.5.1. Conceito

O planejamento estratégico atrelado a uma gestão estratégica é uma metodologia que

contribui para que as empresas possam cumprir aquilo que se propuseram a realizar, porém

não é suficiente (KRONMAYER FILHO e VALANDRO, 2004 apud HENNEMANN;

LIZARELLI, 2012).

Segundo Yao (2008) a grande maioria das empresas avalia somente seus indicadores

financeiros tradicionais, o que não é correto. Negligenciando fatores que de fato refletem a

realidade do ambiente em que vivem. Como por exemplo: inovação, tecnologia, foco no

cliente.

Conforme Beuren (2000), nenhuma ferramenta de avaliação de desempenho

estratégico terá grande valia na tomada de decisão se não puder avaliar indicadores passados e

de outras empresas do mesmo segmento de mercado.

Neste contexto as empresas precisam moldar-se de acordo com a forma que o

mercado atua. Segundo Kaplan e Norton (2004) o sistema de gestão de desempenho Balanced

Scorecard (BSC), tem por objetivo auxiliar a gestão estratégica no cumprimento de suas

metas traçadas, pois proporciona aos gestores uma visão ampla do desempenho da

organização, pois abrange indicativos financeiros e não financeiros. O que facilita apurar os

resultados alcançados.

Ainda para Kaplan e Norton (1992) é necessário avaliar o desempenho no aspecto

financeiro e também no operacional, porque o BSC além de preservar o aspecto financeiro já

existente na empresa, ajuda também a desenvolver medidas complementares que auxiliam

outras partes que compõe uma organização.

Confirmando essa assertiva, Lucca (2013), afirma que o BSC é um sistema que

“unifica” todos os indicadores organizacionais para que eles possam junto, atingir os objetivos

estratégicos das corporações.

Ainda segundo Lucca (2013), os outros sistemas de medição de desempenho estavam

obsoletos, e não atendiam mais as expectativas das organizações por apenas apresentarem

indicativos financeiro-contábeis.

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Exemplificando essa declaração para Soares (2001), o BSC em particular apresenta

grandes diferenças em relação às demais ferramentas de gestão, enquanto as outras orientam

os pontos de melhoria, o Balanced Scorecard serve para produzir visão estratégica atrelada a

objetivos tangíveis.

Com base nisso Souza (2014, p.119 apud BORGES, 2015, p. 26) afirma que:

O BSC é um sistema de gestão estratégica que utiliza indicadores de desempenho

organizados em torno de quatro perspectivas – financeiras, dos clientes, dos

processos internos de aprendizados e crescimento ou inovação e talento humano – e

que permite que as organizações utilizem o desdobramento da estratégia para fazer o

planejamento.

Portanto o BSC é uma ferramenta de medição de desenvolvimento, que possui

grande relevância na gestão estratégica de uma organização. A ferramenta em si tem como

atribuição atrelar a visão estratégica com a execução e controle dos processos de gestão das

empresas (PADOVEZE, 2007).

Para Muller (2014, p.109) “a visão descreve o objetivo (meta); a estratégia é o

entendimento comum acerca de como o objetivo (meta) será alcançado. O BSC permite que a

organização alinhe todos os recursos com as suas estratégias.”.

Desta maneira o BSC tem como premissa traduzir a visão estratégica das

organizações em objetivos de curto e longo prazo (não apenas financeiros, mas também

operacionais) mensurando o desempenho desses mesmos objetivos de forma interna e externa

às organizações. Assim sendo o BSC torna-se uma ferramenta de gestão fundamental na

elaboração de uma gestão estratégica, deixando de ser apenas um sistema de medição de

aperfeiçoamento (KAPLAN & NORTON, 2004).

2.5.2. BSC como ferramenta da Gestão Estratégica

De modo geral é notável a grande dificuldade que as empresas possuem ao executar

o plano estratégico, são planos carentes de uma série de informações relevantes para uma

administração estratégica (KAPLAN & NORTON, 1992).

Para uma consistente administração gerencial, leva-se em consideração a

sensibilidade em acompanhar a inovação. A necessidade em atingir as metas previstas em

equilíbrio com as constantes mudanças acentua a imposição do processo de planejamento ser

dinâmico e adaptativo. O BSC é um instrumento gerencial que permite essa adaptabilidade

(SIMONS, 1995).

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Observar as inovações não apenas sob a ótica financeira, com base em objetivos a

curto prazo, mas também em indicadores a longo prazo é substancial ao modelo BSC como

ferramenta de gestão estratégica (SIM & KOH, 2001).

Em síntese, para Herrero (2005) o BSC pode ser compreendido por duas dimensões:

Sistema de gestão com metas e objetivos de fácil entendimento, para

que todos os colaboradores da organização possam compreender o caminho que a

empresa quer seguir; e

Ferramenta gerencial que transforma os ativos intangíveis da

organização em valor para as pessoas interessadas no processo (stakeholders).

Sob essa ótica Leal (2007, p.91) confirma que o BSC “representa uma modalidade de

gestão centrada no futuro da organização e nos caminhos a serem seguidos, o que o

transforma em um sistema de gestão estratégica.”.

Percebe-se com isso então que o BSC tem papel fundamental para as organizações

bem sucedidas e focalizadas na estratégia, pois auxilia os gestores a conduzirem o processo de

implementação da própria estratégia dentro da organização (LIMA et al, 2004).

Para Oliveira et al. (2009) as empresas precisam do Balanced Scorecard para que

assim a gestão estratégica possa manter e até mesmo expandir sua competitividade no

ambiente externo ao quais as organizações estão inseridas.

Destaca-se também o BSC como ferramenta estratégica, pois promove o equilíbrio

entre as variáveis estratégicas (HERRERO, 2005):

Equilíbrio nos objetivos, tanto no curto prazo quanto em longo prazo;

Equilíbrio entre o foco interno e o foco externo à organização;

Equilíbrio entre modelos financeiros e modelos de capital intelectual;

Equilíbrio nos indicadores, tanto no de ocorrência quanto no de tendências.

Deste modo, para Sauaia (2008) o Balanced Scorecard atua nas organizações de

maneira a reduzir as falhas estratégicas e minimizar os processos com o verdadeiro intuito de

alcançar as metas, de modo a oferecer aos gestores indicadores uma visão macro da empresa.

2.5.3. Objetivos e processo gerenciais do Balanced Scorecard

Para Tavares (2005) o BSC tem por finalidade disseminar a visão e a missão da

organização, de forma que todos os membros da empresa possam ter ciência. Desta forma,

independente do nível organizacional, todo e qualquer colaborador é capaz de adquirir o

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conhecimento sobre as estratégias e focar nas atividades que geram valor econômico para a

empresa.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p.11-15) “O principal objetivo do BSC esta no

alinhamento do planejamento estratégico com as ações operacionais da empresa.”.

Ainda segundo Kaplan e Norton (2003), ambos afirmam que o BSC como um

instrumento de gestão estratégica atua mais que simplesmente por um sistema de medida

operacional. Mas primordialmente na administração da organização em longo prazo.

Conforme figura 8, a sistemática dos processos gerenciais do BSC é cíclica, proporciona

feedback aos colaboradores da organização, traduzindo a visão estratégica, comunicando e

associando os objetivos a todos os departamentos e ligando o planejar e estabelecer metas de

forma continua.

Figura 8 – Processos gerenciais críticos Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (2003, p.9).

Em alusão a Figura 8. Ao tratar dos processos gerenciais do Balanced Scorecard,

Padoveze (2003) os define da seguinte forma:

Tradução da Visão: Neste processo a visão estratégica da empresa é traduzida em

objetivos estratégicos específicos. Os gerentes desenvolvem um consenso de forma a

ter uma ação a nível local. Cada objetivo deve identificar as medidas de desempenho,

a fim de que a investigação do desenvolvimento da organização seja menos subjetiva;

Comunicação e Comprometimento: Neste processo os gestores comunicam suas

estratégias para todas as pessoas envolvidas no processo, a comunicação é feita de

diversas formas; e-mails, jornais internos e informativos por exemplo. Esse diálogo

entre os departamentos é de fundamental importância para o sucesso da companhia.

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Essa comunicação possibilita uma interação dos colaboradores com o objetivo que foi

definido. A equipe fica comprometida com a empresa;

Planejamento de negócios: Nesta fase do processo para que se atinjam os objetivos

que foram estabelecidos, a gerência estabelece metas que devem ser alcançadas,

apresentando as prioridades. Geralmente são metas que devem causar impactos e por

isso são feitas com antecedência de no mínimo três anos.

Feedback e aprendizado: Retorno das informações. Neste processo o BSC é

monitorado em um contexto de aprendizado, observando se cada departamento atingiu

suas metas de forma individual. As estratégias são testadas como hipóteses a fim de

realizar ajustes se necessários.

Kaplan e Norton (2003, p.21) de forma fatídica asseguram: “o que não é medido não

é gerenciado.” Tornando assim, evidente a necessidade do BSC em apoio a uma gestão

estratégica. O BSC busca suprir a falta de informações que são valiosas, por apenas se

apoiarem em informações palpáveis.

2.5.4. Princípios e Perspectivas do Balanced Scorecard

Kaplan e Norton (2004) orientam o Balanced Scorecard em cinco princípios ou

funções de gestão, muito parecidos com os objetivos do BSC, de forma que uma estratégia

seja implementada de maneira bem sucedida, a execução das estratégias é tão importante

quanto a criação da mesma. Desta forma em uma organização voltada para a administração

estratégica observam-se os cinco princípios destacados na figura 9.

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Figura 9 – Princípios da organização orientada à estratégia

Fonte: Adaptado Kaplan e Norton (2004).

De modo a complementar a figura acima, Herrero (2005) explica os cinco princípios

da seguinte forma:

Traduzir a Estratégia: Descrever a estratégia, utilizando Mapas

Estratégicos, como meio de comunicação. Identificar as relações entre os objetivos

estratégicos e as perspectivas de valor demonstrando que ativos intangíveis se transformam

em resultados financeiros;

Alinhar à Organização: O BSC promove o alinhamento entre todos os setores

de uma organização. O acompanhamento dos indicadores só é possível se todos os

departamentos estiverem muito bem interligados com a estratégia e com os objetivos tornando

toda a empresa uma unidade de informação estratégica;

Tarefa de Todos: Educar toda a equipe sobre os conceitos do negócio. O êxito

da estratégia vai depender da participação total de todos os colaboradores, definindo objetivos

pessoais, vincular responsabilidade aos integrantes, proporcionando recompensas ao atingir

metas individuais;

Processo Contínuo: Elaborar o orçamento a partir dos objetivos e estratégias.

O BSC permite o monitoramento e o controle através do direcionamento das tomadas de

decisão. O processo tem que ser contínuo, não pode parar. É possível adaptar ao processo em

andamento para que assim se dê continuidade às estratégias corporativas; e

Liderança: Cabe à liderança executiva da organização, ser o maior motivador

para as modificações que irão surgir. É valido também dar autonomia a equipe para que cada

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integrante atue como líder do processo. A liderança deve prever possíveis resultados, para que

assim possa posicionar suas metas em caminho aos objetivos da empresa.

De forma sucinta Kaplan e Norton (2003, p.29) afirmam que o BSC: “traduz a visão

estratégica em objetivos e medidas através de um conjunto equilibrado de perspectivas.”.

Para Lucca (2013, p. 41) o BSC, é um sistema de comunicação e aprendizado

estratégico e tem como foco fundamental:

“[...] propiciar um sistema de desempenho capaz de focalizar o desempenho

organizacional sob quatro perspectivas: perspectiva financeira, perspectiva do

cliente, perspectiva dos processos internos e perspectiva do aprendizado e

crescimento.”.

Sempre com a finalidade de gerar valor contínuo para as organizações, para se

alcançar os princípios e objetivos que compõem o BSC, as empresas necessitam responder

certos questionamentos que constituem cada uma dessas perspectivas do BSC (KAPLAN &

NORTON, 2006).

Desta forma ainda segundo Kaplan e Norton (1997, p.155) “O Balanced Scorecard

procura decompor a estratégia de uma forma lógica, baseada em relações de causa e efeito,

vetores de desempenho e relação com os fatores financeiros.”.

Para Lobato et al. (2009), a sistemática do Balanced Scorecard visa cumprir a missão

das empresas separando cada estratégia em perspectivas diferentes, visando sempre o futuro.

Sendo assim, as quatro perspectivas do BSC abrangem o sucesso financeiro, a

liderança de mercado, a fidelidade do consumidor, o desenvolvimento de capital, o controle

dos processos de negócios, dentre outros (RAMPERSAD, 2004; NORTHCOTT; SMITH,

2011).

De acordo com Rocha e Selig (2014, p.5):

Ainda não encontramos empresas que utilizem menos do que as quatro perspectivas,

porém dependendo das circunstâncias do setor e da estratégia de uma unidade de

negócio, é possível que seja preciso agregar uma ou mais perspectivas

complementares.

Para Muller (2014, p.110) “juntas, essas quatro perspectivas provêm uma visão

balanceada do desempenho passado e futuro do negócio.”. As quatro perspectivas formam a

estrutura do Balanced Scorecard, conforme demonstrado na figura 10.

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Figura 10 – Perspectivas do BSC

Fonte: Kaplan e Norton (1997, p.10 apud Muller, 2003, p.130).

Segundo Lucca (2013) as quatro perguntas apresentadas na figura 10, auxiliam para a

criação do Balanced Scorecard e em cada perspectiva devem-se mensurar de maneira

exclusiva as estratégias que serão formuladas, indicando os planos e metas para executá-los,

também demonstrado na figura 10.

Para Kaplan e Norton (1997), através de um sistema de causa e efeito cada

perspectiva é interligada e influencia uma a outra, portanto o desenvolvimento de uma

perspectiva atinge o desempenho de outra. O BSC vai além apenas das medidas financeiras

sumarizadas, possui o intuito de nortear as organizações a melhorarem os desempenhos e

resultados futuros de forma macro.

2.5.4.1. Perspectiva Financeira

A perspectiva financeira tem como principal fundamento apresentar aos stakeholders

(partes interessadas como: fornecedores, acionistas, investidores), se as estratégias adotadas

pela empresa estão proporcionando aumento no valor da organização e riqueza acima do

retorno sobre o investimento (FREZATTI, 2001).

Complementando essa assertiva para Moura (2010), a perspectiva financeira deve

apoiar os acionistas, logo, as estratégias financeiras devem envolver elementos de curto e

longo prazo de maneira que gerem valor aos investidores.

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Segundo Herrero (2005, p.30) a perspectiva financeira “demonstra se a execução da

estratégia está contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros, em especial ao lucro

líquido, o retorno sobre o investimento, a criação de valor econômico e a geração de caixa.”

Para Araújo (2006) a perspectiva financeira deve estar atenta também aos riscos

financeiros que as estratégias podem proporcionar, e não apenas visar o lucro, um

planejamento financeiro feito de forma equivocada influencia de maneira negativa e

diretamente outras perspectivas que compõem o BSC.

Portanto para Kaplan e Norton (2003, p.53):

[...] muitas empresas incluem em sua perspectiva financeira um objetivo voltado

para a dimensão de riscos da estratégia – por exemplo, a diversificação das fontes de

receita, evitando a dependência de um restrito grupo de clientes, ou de uma única

linha de negócios, ou de uma determinada região geográfica.

A performance de toda e qualquer organização é medida através de seus indicativos

financeiros, portanto para Porter (2000), o objetivo inicial para se ter uma boa estratégia

financeira é saber qual o retorno sobre o investimento no longo prazo.

Porém, esses objetivos podem variar dependendo de qual ciclo de vida uma empresa

se encontra. Lucca (2013) salienta três ciclos de vida de uma empresa:

Crescimento: Refere-se ao estágio inicial do ciclo de vida de uma organização, onde

seus serviços/produtos possuem grande expectativa de crescimento. Os objetivos

financeiros ficam em torno do aumento das receitas e aumento nas vendas;

Sustentação: Refere-se à fase na qual as empresas começam a obter os retornos

financeiros sobre o capital investido. O retorno visa a busca pela melhoria continua e

aliviar os estrangulamentos; e

Colheita: Nesta fase as empresas alcançam a maturidade e com isso a meta é

aumentar o fluxo de caixa e diminuir a necessidade do capital de giro com o intuito de

colher os investimentos realizados nos ciclo de vida anteriores.

Ainda para Lucca (2013), estar em um ciclo de vida, não significa que não é possível

retornar a um ciclo já vivido, dependendo da necessidade estratégica, uma empresa pode estar

na fase da Sustentação e retornar a fase do Crescimento.

Para Lobato et al. (2009) deve-se considerar também três temas de unidade

estratégica de negócio que atrelados aos ciclos de vida das empresas têm como obrigação

serem observados na construção das perspectivas financeiras:

O crescimento e mix de receita: aborda diversificação da receita e ampliação da

oferta de produtos/serviços;

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Redução de custos e melhoria de produtividade: trata-se da disposição em reduzir

os custos dos produtos/serviços; e

Utilização de ativos e estratégias de investimento: refere-se à retenção dos níveis de

capital de giro, que é essencial para sustentar o volume e o mix de negócios.

Para Kaplan e Norton (1997. p.64): “[...] o Balanced Scorecard permite tornar os

objetivos financeiros explícitos, e ajustar os objetivos financeiros às unidades de negócios nas

diferentes fases de seus ciclos de vida e crescimento.”. Na tabela 2, a representação dos temas

estratégicos atrelados aos ciclos de vida das organizações:

Tabela 2 – Medidas dos temas financeiros estratégicos

Fonte: Adaptado de Lobato et al (2009, p.165)

2.5.4.2. Perspectivas dos Clientes

Kaplan e Norton (1997, p.67) resumem bem a definição das perspectivas dos clientes

na seguinte passagem: “Na perspectiva dos clientes do Balanced Scorecard, as empresas

identificam os segmentos de clientes e mercado os quais desejam competir.”.

De acordo com Lucca (2013, p.46) essa perspectiva:

[...] enfatiza a satisfação das necessidades e expectativas dos clientes. Essa

perspectiva descreve as formas nas quais o valor agregado dos bens e serviços

devem ser criados para os clientes, através do entendimento de como a demanda do

cliente por este valor deve ser satisfeita e o motivo pelo qual o cliente irá pagar por

ele.

Muller (2014) acredita que depois que as organizações identificarem o segmento de

mercado que pretendem atuar, as estratégias serão definidas em objetivos que terão que ser

voltados para atender a esse segmento de mercado.

Para Oliveira et al. (2014), existem alguns indicadores essenciais para a perspectiva

dos clientes que possibilitam alinhar os resultados com o segmento de atuação no mercado,

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são eles: inovar nos produtos, conhecer o mercado de atuação, conquistar novos clientes,

satisfazer os mesmos clientes e a lucratividade de cliente.

Campos (1998) afirma que a fidelização dos clientes e a satisfação dos mesmos

impulsionam as empresas ao progresso e que as organizações em todo momento devem obter

e preservar informações dos clientes do mercado com a finalidade de incrementar os

negócios.

Para isso, segundo Kaplan e Norton (1997), as empresas selecionam algumas

medidas essenciais, para direcionarem as estratégias, sempre objetivando maior crescimento e

lucratividade. Conforme figura 11.

Figura 11 – A perspectiva do cliente – Medidas essenciais

Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (1997, p. 72).

Lobato et al. (2009), explana cada medida essencial da seguinte maneira:

Participação de Mercado: Medida que representa o tamanho/proporção no seu

mercado de atuação;

Captação de Clientes: Medida que objetiva vender e conquistar novos clientes, além

de mantê-los;

Retenção de Clientes: Medida que visa manter o relacionamento com os clientes,

fidelização;

Satisfação dos Clientes: Medida que mede o nível de satisfação dos clientes, de

acordo com certos critérios; e

Lucratividade dos Clientes: Medida que objetiva apontar o lucro líquido na relação

de clientes para cada negócio.

Para Lucca (2013) o núcleo de uma estratégia balanceada é a perspectiva dos

clientes, pois a falta de captar novos clientes influencia de maneira direta na lucratividade,

impossibilitando o aumento de renda futura.

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2.5.4.3. Perspectivas dos Processos Internos

Para Almeida (2001) a perspectiva dos processos internos relaciona-se as diversas

atividades que as empresas desenvolvem buscando sua sobrevivência.

Lucca (2013, p.48) é mais detalhista, segundo o autor “nesta perspectiva, os

executivos devem identificar os processos internos críticos nos quais a empresa deve alcançar

a excelência, de forma a atender os objetivos dos clientes e dos acionistas.”. Nesta ótica os

processos internos são influenciados por outras perspectivas, pois as medidas deverão estar

direcionadas na satisfação dos clientes (perspectiva do cliente) atreladas à obtenção de

resultados financeiros (perspectiva financeira).

Esta relação de causa e efeito é reafirmada na seguinte passagem de Kaplan e Norton

(2004, p.7) “o desempenho dos processos internos é um indicador de tendência de melhorias

que terá impacto junto aos clientes e resultados financeiros.”.

Fernandes e Berton (2005) asseguram que a perspectiva dos processos internos

proporciona à organização, uma melhor capacidade de visualizar qual o nível de inovação

seus processos relacionados à gestão e as qualidades das operações se encontram.

Desta forma, o objetivo da perspectiva para Kaplan e Norton (2000, p.27) “é destacar

processos que talvez não estejam sendo executados e que são importantes para o sucesso das

estratégias da empresa.”.

Já Campos (1998), acredita que são as empresas que devem reconhecer quais são os

processos críticos e elementares nos quais as empresas devem se sobressair de modo que os

interesses dos acionistas e dos clientes sejam atendidos.

Segundo Lobato et al. (2009) a perspectiva dos processos internos determina que a

abordagem do BSC seja totalmente diferente da abordagem tradicional na elaboração das

estratégias, principalmente com relação a perspectiva dos processos internos. Segundo o

mesmo autor a forma tradicional mantém o foco em controlar e monitorar processos já

existentes. Já no BSC, além de realizar o monitoramento e o controle nos processos já ativos o

fator primordial é identificar novos processos que venham a facilitar toda a conjuntura

estratégica, de modo que possibilite as empresas atingirem a excelência no cumprimento dos

objetivos financeiros e dos clientes.

Ainda segundo Lobato et al. (2009) ao criar valor para os clientes e produzir

resultados financeiros, esse processo define a Cadeia de Valores Genérica, iniciando com o

processo de inovação, posteriormente com o processo de operações e por fim com o processo

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de serviço de pós-venda. A figura 12 elaborada por Kaplan e Norton (1997), com o intuito de

apresentar de forma resumida o modelo de Cadeia de Valores Genérica.

Figura 12 – A perspectiva da cadeia de valores dos processos internos

Fonte: Kaplan e Norton (1997, p.102).

Esse modelo constitui três processos e segundo Kaplan e Norton (1997, p.28): “os

vetores do sucesso financeiro a longo prazo podem exigir que uma empresa crie produtos e

serviços inteiramente novos que atendam a necessidade emergentes de clientes atuais e

futuros.”

Para Lucca (2013) os processos podem ser relacionados da seguinte forma:

Processo de Inovação: Neste processo as empresas buscam identificar as

necessidades dos clientes e com base nisso criam produtos/serviços que atendam a

essas necessidades identificadas.

Processo de Operações: Neste processo é onde devem preparar os recursos que para

o desenvolvimento de produtos/serviços elaboradores no processo anterior. De forma

resumida nesta etapa a prioridade é a entrega de forma eficiente.

Processo de Serviços Pós-venda: Neste processo, após venda ou entrega do produto a

empresa garante ao cliente serviços que garantam a efetivação da compra, como por

exemplo: treinamentos, garantia, processos de pagamentos, etc.

Perante isso, segundo Kaplan e Norton (1997), as empresas podem perceber que

precisam desenvolver certos processos para se anteciparem as exigências dos clientes ou

ofertarem novos produtos/serviços ao qual o cliente atribua grande valor.

2.5.4.4. Perspectivas do Aprendizado e Crescimento

A quarta perspectiva do Balanced Scorecard, perspectiva do aprendizado e

crescimento, tem como principal foco identificar a infraestrutura que a organização necessita

para dar suporte às outras perspectivas e assim contribuir para o crescimento e a melhoria

almejada (SOARES, 2001).

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Contribuindo com essa assertiva, Kaplan e Norton (2003, p.131) declaram: “os

objetivos da perspectiva do aprendizado e crescimento são os vetores de resultados excelentes

nas três primeiras perspectivas do scorecard”.

Para Herrero (2005, p.156) a perspectiva do aprendizado e crescimento tem como

premissa básica indicar “qual o valor do empregado em razão de sua capacidade de aprender,

criar e compartilhar conhecimentos e como suas competências contribuem para a geração de

valor de forma integrada, em todas as perspectivas do Balanced Scorecard.”. A empresa

desenvolve seus colaboradores, para que os mesmos possam impulsionar com as atividades

das outras perspectivas, de forma a atingir a excelência.

Desta forma, Araújo (2006, p.78) enfatiza que: “em se tratando de empresa, formada

por pessoas, onde essas são as chaves para o sucesso, não é difícil concluir que essa

perspectiva é fundamental para a sobrevivência em longo prazo da organização.”.

Desse modo, para Lobato et al. (2009) é possível que as organizações não invistam

apenas em áreas tradicionais de investimento, investindo também no capital humano.

Assim, Fernandes e Berton (2005, p.189) “essa perspectiva é usada para avaliar o

nível de criatividade e alinhamento estratégico dos colaboradores em busca de racionalização

de processos, de agregação de valor aos produtos, serviços e clientes da empresa.”.

Segundo Kaplan e Norton (1997) as organizações traçam objetivos para os seus

colaboradores, extraídos de uma base comum de três medidas de resultados. A saber:

satisfação dos funcionários, retenção dos funcionários e produtividade dos funcionários.

Ilustradas na figura 13.

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Figura 13 – A estrutura de medição do aprendizado e crescimento

Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (1997, p.135).

Assim, ainda segundo Kaplan e Norton (1997) é possível concluir que essas três

medidas são cruciais para o efeito de satisfação dos colaboradores, e influenciam diretamente

na produtividade dos mesmos proporcionando maiores resultados organizacionais.

2.5.5. Indicadores de Desempenho

Os indicadores de desempenho são informativos que auxiliam os gestores no

acompanhamento do processo e devem ser vinculados aos objetivos estratégicos das

organizações, assim os indicadores funcionarão como um sistema de medida de desempenho e

não apenas para controlar um processo. (KAPLAN & NORTON, 1997).

Para Herrero (2005, p.39) os indicadores de desempenho possibilitam:

avaliar até que ponto as atividades e ações que deveria estar sendo desenvolvidas na

organização estão progredindo, sendo completadas ou ainda merecendo o foco e a

atenção dos colaboradores da organização. As medidas de desempenho, que levam

em consideração o ambiente os negócios, dever ser derivadas da estratégia de

negócios e precisam estar encadeadas, entre si, nas perspectivas de valor.

Segundo Rossi (2009) todos os colaboradores devem participar e entender a fundo os

indicadores. Cabe aos gestores demonstrar para sua equipe a importância dos resultados

através de suas ações proporcionando assim iniciativas individuais, o que possibilita o

crescimento do departamento em específico e da organização.

É de grande valia que os indicadores de desempenho estejam atrelados aos objetivos

estratégicos, pois irão sinalizar o desenvolvimento organizacional de cada um desses

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objetivos, ou seja, qual o progresso que a organização está obtendo na execução dos objetivos

estratégicos. Para que isso ocorra se faz necessário o estabelecimento de metas a serem

atingidas para cada um desses indicadores e objetivos. (KAPLAN & NORTON, 1997).

2.5.6. Metas Organizacionais

Sendo assim, de acordo com Kaplan e Norton (2003, p.14) “para alcançar esses

ambiciosos objetivos financeiros, os executivos devem estabelecer metas de superação para

seus processos de atendimento ao cliente, processos internos, e de objetivos de aprendizado e

crescimento”.

Para Herrero (2005) a meta é um artifício que permite examinar ao longo do tempo a

evolução da organização de sua unidade de negócio até as quatro perspectivas de valores do

BSC. Ainda segundo Herrero (2005, p.40) “as metas podem ser retratadas por fórmulas (que

mostram a relação entre variáveis) ou apresentadas por meio de textos que relatem análises

qualitativas, julgamentos [...].".

Visto isso, as metas são impulsionadoras e necessárias para que as organizações

consigam atingir suas estratégias traçadas.

2.5.7. Mapa Estratégico

Para Kaplan e Norton (2000, p. 81) o conceito de mapa estratégico pode ser definido

da seguinte maneira:

O mapa estratégico do Balanced Scorecard explicita a hipótese da estratégia. Cada

indicador do Balanced Scorecard se converte em parte integrante de uma cadeia

lógica de causa e efeito que conecta os resultados almejados da estratégia com os

vetores que induzirão a essas consequências. O mapa estratégico descreve o

processo de transformação de ativos intangíveis em resultados tangíveis para os

clientes e, por conseguinte, em resultados financeiros.

Grebin (2004) reafirma a passagem supracitada, alegando que o mapa estratégico do

BSC demonstra como a estratégia pode fazer interface com os ativos intangíveis e com os

processos que agregam valor para as organizações.

Kaplan e Norton (2004, p.57) de forma sucinta atribuem a seguinte função ao mapa

estratégico:

A representação visual da estratégia, mostrando numa única página como os

objetivos nas quatro perspectivas se integram e combinam para descrever a

estratégia. Cada empresa adapta o mapa estratégico ao seu conjunto específico de

objetivos estratégicos.

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Cooperando com o que foi apresentado, Padoveze (2003, p.124), relata que “o

Balanced Scorecard pode ser apresentado em uma visão de mapeamento, sempre tomando

como referencial as quatro perspectivas.”.

Ainda segundo Kaplan e Norton (2001, p.83) os mapas estratégicos podem auxiliar

as empresas:

[...] a ver suas estratégias de maneira coesiva, integrada e sistemática. Os executivos

geralmente descrevem o resultado desse referencial como “nossa melhor

compreensão da estratégia de todos os tempos”. E além de simples compreensão, os

mapas estratégicos constroem alicerces do sistema gerencial para a implementação

da estratégia com eficácia e rapidez.

Para Tavares (2005) os desejos das organizações estão inseridos em sua visão

organizacional, desta forma a elaboração do mapa estratégico deve sempre recorrer a este

ponto de partida de forma que conduza as estratégias em prol dos objetivos organizacionais.

Para Oliveira, Perez e Silva (2014, p.126) “o objetivo do mapa estratégico é

desmembrar a estratégia e vincular cada um de seus pontos às principais áreas operacionais da

empresa.”.

Portanto para Herrero (2005, p.202) “[...] o mapa estratégico estabelece uma

interação entre as atividades de formação e de implementação, mostrando o caminho através

do qual a estratégia será executada [...]” Sendo assim, o mapa estratégico por reunir missão,

visão e valores organizacionais demonstra através das quatro perspectivas do Balanced

Scorecard os fatores críticos para o sucesso das organizações.

A figura 14 apresenta um modelo de mapa estratégico com as perspectivas do BSC

de acordo com Kaplan e Norton (2001, p.83).

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Figura 14 – Modelo de mapa estratégico – Tema abastecimento e distribuição

Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (2001, p.83).

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2.6. SETOR DE MANUTENÇÃO NAVAL

Para se ter o entendimento da organização estudada, é importante entender o

segmento em que ela atua.

De acordo com Rodrigues (2010), historicamente a indústria de construção naval no

Brasil é desde o período colonial e o país já foi a segunda maior indústria naval do mundo.

Durante as décadas de 60 e 70 grandes eram os números de exportações realizadas para países

como: Alemanha, França, Inglaterra e Grécia.

Porém, a exploração offshore só se deu no final do século XIX, em águas ultrarasas e

somente na década de 90 com os avanços tecnológicos é que foi possível chegar às águas

profundas (RODRIGUES, 2010).

Em 2005, a elevação dos preços do barril de petróleo, acelerou as produções em alto

mar, gerando grande demanda para embarcações de apoio, com isso o mercado de

manutenção naval foi um dos grandes beneficiados com esse cenário. (DI LUCCIO &

DORES, 2015).

Ainda segundo Luccio e Dores (2015, p. 296) “a navegação de apoio marítimo

offshore fornece o apoio logístico às unidades de exploração e produção de petróleo, levando

os insumos necessários a suas operações”. Além desse tipo de fornecimento o setor de

manutenção naval também realiza o apoio à prestação de serviços, como por exemplo:

manutenção em plataformas e estruturas submersas, manuseios de tubulações e âncora,

transporte de equipamentos e pessoas, entre outros.

Segundo Luccio e Dores (2015), o mercado de manutenção naval, em específico o

offshore, tem a atividade fim ligada diretamente na atividade petrolífera. O crescimento da

produção offshore e a tendência de exploração em águas profundas foram fundamentais para o

desenvolvimento do setor de manutenção naval.

Segundo o site da CODIN – RJ – Companhia de Desenvolvimento Industrial do

Estado do Rio de Janeiro (PORTAL CODIN, 2016) o setor naval e offshore empregam

diretamente mais de 50 mil pessoas em todo o país. O Brasil detém cerca de 3% do mercado

mundial de construção naval e o produtivo no país chega hoje a 75%.

De acordo com a Agência Nacional de Transporte Aquaviários (ANTAQ, 2014), no

ano de 2014 as; estatísticas de movimentação portuária subiram 4,25% em relação ao ano de

2013, o Brasil conta com mais de 10 regiões hidrográficas, com mais de 40 mil quilômetros

de vias fluviais. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, são 22 estaleiros que compõe 62%

da força de trabalho.

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Porém, com esta crise, é notável que o Brasil e principalmente a cidade de Macaé,

estão com o desenvolvimento da indústria naval-petrolífera travados. Segundo o Sindicato

Nacional da Indústria da Construção e Reparo Naval Offhore (SINAVAL, 2015) desde

Janeiro de 2015 a Dezembro do mesmo ano os estaleiros perderam cerca de 18 mil

empregados. Só na região Sudeste o número de demissões foi em torno de 16 mil

empregados. Ainda segundo a SINAVAL (2015) esse número elevadíssimo de demissões é

reflexo da crise que o Brasil enfrenta, conforme observado na tabela 3 abaixo:

Tabela 3 – Empregos nos estaleiros Jan – Dez (2015)

Fonte: Adaptado de SINAVAL (2015, p.2).

Todavia, de acordo com Marcelo Dreicon, assessor de planejamento e gestão

estratégica da CODIN-RJ, vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia,

Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro (SEDEIS-RJ), no momento em que a crise

força a indústria reduzir as encomendas de novas embarcações, o setor de manutenção e

reparos navais se torna uma grande oportunidade de desenvolvimento para a indústria naval

(PORTAL NAVAL, 2016).

Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN, 2015) “o potencial de

continuidade do crescimento dessa atividade, fortemente impulsionado pelas demandas do

mercado de petróleo e gás, se traduz, hoje na necessidade de um trabalho conjunto dos

agentes do setor para superar os desafios do cenário político-econômico.”.

Ainda segundo o FIRJAN (2015) o cenário offshore tem papel central no arranjo para

a indústria naval brasileira, contudo a Petrobras anunciou redução no seu ritmo de produção

devido ao baixo valor no barril do Petróleo, o que caracteriza uma retração de demanda para

este segmento. Sendo o Estado do Rio de Janeiro o mais atingido.

Fundamentando ainda mais a necessidade das empresas estarem preparadas através

de uma administração estratégica bem estruturada e pautada nas ferramentas estratégicas que

foram apresentadas no referencial teórico desta obra, dando suporte necessário para continuar

progredindo em meio a momentos de turbulência.

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CAPITULO III – METODOLOGIA

Para Fonseca (2002), metodologia é o estudo dos caminhos a serem percorridos para

se realizar uma pesquisa, ou um estudo. Portanto, no capítulo III é abordado qual o tipo de

pesquisa utilizada no trabalho de conclusão do curso, qual foi à forma de se coletar e analisar

os dados, quais as condições de aplicação, as proposições do método, bem como o critério de

escolha referente às perguntas do questionário.

De acordo com Martins (2005, p.80) metodologia é o:

[...] estabelecimento de atividades práticas necessárias para a aquisição de dados

com os quais se desenvolverão os raciocínios que resultarão em cada parte do

trabalho final. Cada procedimento (ou grupo de procedimentos) é planejado em

função de cada um dos objetivos específicos estabelecidos, ou seja, pensa-se a coleta

de dados para cada problema expresso na forma de objetivo específico, os quais

concorrerão para a consecução do objetivo geral.

Para se realizar um estudo sobre qualquer área é necessário um método, para Beuren

(2006, p.30) “o método é o ordenamento que se deve auferir aos diferentes processos

necessários para alcançar determinado fim estabelecido ou objetivo esperado.”.

Segundo Fernandes (1999, p.152) cada ciência utiliza de técnicas específicas para

serem estudadas, “[...] cabendo ao pesquisador, mediante os conhecimentos inerentes à área

de estudo em que se insere a ciência questionada definir o método ou os métodos a serem

seguidos na realização da pesquisa”.

3.1. TIPO DE PESQUISA

A princípio o procedimento técnico utilizado no presente trabalho foi a revisão de

literatura. Para o embasamento teórico, foram utilizados: livros, artigos, dissertações,

monografias e sites acadêmicos. De acordo com Gil (2010), na grande maioria das pesquisas

acadêmicas, pode-se afirmar que pelo menos no início, assume o caráter de pesquisa

exploratória, pois neste momento é muito pouco provável que o pesquisador já tenha claro em

sua mente a definição do que irá investigar.

Rampazzo (2005, p.53) complementa a abordagem supracitada alegando que a

pesquisa bibliográfica:

Procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas (em livros,

revistas etc). Pode ser realizada independentemente, ou como parte de outros tipos

de pesquisa. Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige uma

pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação da questão, quer

para fundamentação teórica, ou ainda para justificar os limites e contribuições da

própria pesquisa.

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65

Desta maneira, muitas razões levam a realização de uma pesquisa, de forma sucinta

essas razões podem ser classificadas em dois grandes conjuntos, o primeiro de ordem

intelectual e o segundo de ordem prática. (GIL, 2002).

Ainda de acordo com Gil (2002, p.17) o conjunto de ordem intelectual decorre “[...]

do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer.”. Já o conjunto pelas razões

práticas “[...] decorrem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais

eficiente ou eficaz.”.

Com base nisso, o propósito da pesquisa se converteu em um estudo de caso com

uma pesquisa de caráter descritivo.

Para Yin (2010, p.39) o estudo de caso busca: “investigar um fenômeno

contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os

limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes.”.

Já em torno da pesquisa Gessler (2004, p.53) afirma que uma pesquisa descritiva

“descreve sistematicamente, fatos e características presentes em uma determinada população

ou área de interesse. Seu interesse principal está voltado para o presente e consiste em

descobrir o que é?”.

Desta forma, o estudo de caso será elaborado, como uma avaliação formativa, para

propor a utilização da Gestão Estratégica, bem como, o uso da ferramenta Balanced

Scorecard para a organização objeto de estudo nesta monografia, a fim de proporcionar um

melhor caminho para se alcançar os seus objetivos organizacionais diante a crise econômica.

Além de descritivo a pesquisa em questão pode ser classificada também como

qualitativa, de forma que seja possível o entendimento da proposta de utilização do BSC

através de pesquisas documentais e através do próprio estudo de caso. Para Maanen (1979a,

p.520 apud NEVES, 2014, p.1) a pesquisa qualitativa “tem por objetivo traduzir e expressar o

sentido dos fenômenos do mundo social trata-se de reduzir a distância entre indicador e

indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação.”.

3.2. COLETA DE DADOS

No estudo de caso em questão, por se tratar de uma pesquisa descritiva qualitativa,

com relação à coleta de dados; para Yin (2010) é necessário verificar com antecedência a

possibilidade de acesso por parte do pesquisador aos dados que serão abordados na pesquisa.

Um dos critérios de escolha da empesa objeto de estudo é justamente o fato do autor desta

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obra ser colaborador da organização, além de propor processos de melhoria que desenvolvam

áreas estratégicas dentro da corporação.

Com a facilidade de acesso aos dados organizacionais, a coleta de dados foi pautada

em entrevistas com base em um questionário que se encontra no apêndice no final desta

monografia e na observação dos procedimentos internos.

O questionário foi composto por vinte perguntas discursivas pautadas nas diretrizes

organizacionais e devido ao atual porte da empresa, foi destinado a interrogar apenas os

gestores e os sócios responsáveis pelas áreas de planejamento dentro da organização. Os

entrevistados foram escolhidos de acordo com o grau de interação entre o assunto abordado

nesta monografia e os cargos de influência na tomada de decisão ao qual exercem dentro da

empresa estudada.

Segundo Pinheiro (2010, p.20) a pesquisa qualitativa “caracteriza-se pela tentativa de

uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos

entrevistados [...]”.

Portanto, o propósito das entrevistas foi entender e compreender como de fato é

estruturado o planejamento estratégico atual da empresa e obter informações tais como: quais

são os objetivos da empresa, quais as suas metas, qual a sua missão e qual sua visão. Para que

assim fosse possível se propor um modelo de gestão estratégica com a utilização da

ferramenta Balanced Socrecard.

Além das entrevistas realizadas com os gerentes e com os sócios da organização,

diversos documentos formais foram analisados como: procedimentos internos, formulários

departamentais, relatórios e o SGI (sistema de gestão integrado) da organização com o intuito

de verificar a atual situação da empresa. Ter uma ferramenta que meça o desempenho é vital

para uma excelente estratégia, só assim a organização saberá se está no caminho ao futuro

desejado. (KAPLAN & NORTON, 2001).

3.3. ANÁLISE DE DADOS

Para Gil (1999, p.166) a análise de dados tem como objetivo: “[...] organizar e

sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema

proposto para investigação.”.

De acordo Yin (2010, p.109) “a análise de dados consiste em examinar, categorizar,

classificar em tabela ou, do contrário, recombinar evidências tendo em vista proposições

iniciais de um estudo.”.

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A partir de um consentimento prévio sobre a entrevista, a análise dos dados do

estudo de caso consiste apenas na transcrição do questionário apresentado. Com isso, foi

possível elaborar um diagnóstico da estrutura da organização estudada com as informações

obtidas das entrevistas.

Através do diagnóstico foi notável a deficiência de um planejamento estratégico, as

diretrizes atuais apresentadas pela empresa não condizem com os conceitos abordados no

referencial teórico.

A partir de então foram propostas novas diretrizes organizacionais; visão, missão,

negócio e valores; pautados na compreensão de tudo o que debatido no referencial teórico se

baseando nos anseios da organização. A estrutura da proposta teve ainda a criação de

objetivos e estratégias que devem auxiliar nas decisões a serem tomadas para que organização

caminhe para o crescimento.

Além disso, a partir das informações extraídas dos questionários e dos documentos

formais da organização foi possível explicar a importância de se ter uma gestão estratégica

alinhada à ferramenta BSC como vantagem competitiva e propor o modelo de gestão

estratégica bem como o uso da ferramenta BSC que vai demonstrar como a empresa deve

proceder para atingir seus objetivos e metas dentro das quatro perspectivas fundadas pelo

método sobrevivendo a um ambiente conturbado por uma crise econômico-financeira.

3.4. LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Segundo Lakatos, Marconi (1991, p.162) “[...] delimitar a pesquisa é estabelecer

limites para a investigação”. Com base nisso a empresa objeto de estudo desta monografia é o

principal fator limitante do estudo de caso.

Todas as informações pesquisadas, obtidas e reunidas fazem parte do cotidiano da

empresa estudada no cenário ao qual a mesma encontra-se instalada. Na cidade de Macaé, no

estado do Rio de Janeiro.

Contudo, a pesquisa realizada poderá servir de base para outras empresas que atuam

no mesmo segmento, ou até mesmo empresas que atuam no mesmo mercado, mas possui o

nicho de clientes distintos, o modelo BSC serviria de exemplo para seguir com a proposta.

Porém, os resultados que foram obtidos ficam atrelados apenas à empresa estudada,

levando em consideração que foram usadas suas informações gerenciais para se estruturar o

modelo, caso essa proposta seja relacionada a outras instituições devem ser realizadas

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adaptações necessárias, para que o modelo possa atender a realidade vivida por essas

instituições.

Outro grande fator limitante do estudo foi o número de pessoas entrevistas, foram

apenas 4 entrevistados ao todo, sendo dois sócios e dois gerentes responsáveis pelas áreas de

planejamento. Os entrevistados foram escolhidos de acordo com o grau de interação entre o

assunto abordado nesta monografia e os cargos de influência na tomada de decisão ao qual

exercem dentro da empresa estudada.

Um novo fator limitante seria; como a empresa não possui um planejamento

estratégico definido algumas perguntas não foram respondidas, as pesquisas de caráter

exploratório dependem da interpretação do pesquisador com base nas respostas obtidas no

questionário e essas interpretações podem influenciar os entrevistados.

Devido ao porte da organização e as grandes mudanças que ocorreram dentro da

mesma, o número de entrevistados é considerado satisfatório. Apesar de a grande maioria das

respostas serem parecidas não é possível generalizar o estudo.

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CAPITULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÕES

No capítulo em questão, são apresentadas características da própria organização

estudada. São expostos pontos como a história da empresa, organograma e seu portfólio;

clientes, produtos/serviços. Correlacionando o que foi estudado sobre planejamento e gestão

estratégica no referencial teórico com a parte prática da pesquisa.

Além disso, o objetivo da monografia é propor um modelo de gestão estratégica bem

como o uso do BSC, portanto o capítulo tem a intenção de demonstrar no estudo de caso o

processo de elaboração da ferramenta. Apresenta-se o diagnóstico da gestão estratégica, mapa

estratégico, indicadores de metas e objetivos e suas perspectivas à organização em estudo

tomando como base o questionário e as informações extraídas da entidade.

4.1. A EMPRESA EM ESTUDO

A pesquisa foi realizada em uma empresa atuante do setor de manutenção naval, que

fornece serviços para a indústria de Petróleo e Gás. Considerada de pequeno a médio porte, a

empresa está localizada na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Para preservar a

identidade da empresa, durante este estudo a mesma será chamada de Grupo ABC.

Dentre o seu ramo de atividades as principais são: serviços subaquáticos, serviços

elétricos e de instrumentação, serviços de inspeção de solda, e corrosivos, serviço de inspeção

e reparo atuando em sua maioria na fabricação naval. A empresa de caráter familiar possui

cinco sócios, porém apenas três atuam na organização, sendo dois em áreas estratégicas a

contabilidade é terceirizada e o regime tributário é o lucro presumido.

O Grupo ABC começou sua atuação em Março de 2010, com a fusão de duas

companhias, uma voltada para o segmento offshore e a outra com atuação apenas como escola

de treinamento e qualificação. É considerada nova em seu mercado de atuação. O Grupo

ABC, tem sua sede na cidade de Macaé, porém possui filiais nas cidades de Niterói, Vitória e

Santos. Busca liderar na prestação de serviços essenciais para apoiar a indústria internacional

de energia.

Para a empresa a manutenção de ativos é vital para permanecer crescendo, reduzindo

custos e continuar progredindo de forma eficaz. A empresa fornece também uma ampla gama

de opções de reparação e manutenção, com rigorosas garantias de qualidade para atender aos

padrões internacionais.

Portanto, o Grupo ABC vem na contramão da crise do petróleo e da crise político-

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econômica que assola a cidade de Macaé, onde as empresas estão buscando sair da cidade

fluminense devido aos cancelamentos e as não renovações de contrato. No ano de 2015 a

empresa se transferiu para Macaé, pois acredita que na cidade gira os grandes negócios em

torno do petróleo e do mercado offshore.

Sob essa ótica, mesmo diante a um cenário econômico não favorável o domínio em

atendimento a clientes ampliou e a partir disso, a fim de atender a essa crescente demanda de

forma mais preparada, para que a organização não cresça de forma desordenada e poder atuar

de forma mais orientada em meio à crise econômica se fez necessário um acompanhamento

maior na área de planejamento, desde a reelaboração das diretrizes até a criação de metas,

objetivos, estratégias, análises interna e externa de maneira que contribua para que a

organização continue a progredir, buscando desenvolvimento e a lucratividade.

A organização tem hoje 258 colaboradores, sendo 88 trabalhando em regime onshore

(funcionário da base e filiais) e 170 trabalhando em regime offshore. A figura 15 apresenta o

organograma estrutural da organização, nele são apresentados todos os departamentos.

Conforme apresentado na figura 15, a empresa possui um CEO (Chief Executive

Officer), que é um dos sócios da organização. O CEO da companhia será o responsável pelas

estratégias e pela visão da empresa, buscando sempre aprimorá-las e revisá-las quando

necessário. Fica ao seu critério executar as diretrizes que serão propostas.

Existe também um gerente operacional, na ausência do CEO, o gerente operacional

CEO

DIVISÃO DO MERGULHO

INSPEÇÃO E

REPARO COMERCIAL ENGENHARIA OPERAÇÕES

GERENTE

OPERACIONAL

GERENTE DE

PLANEJAMENTO

COMPRAS

LOGISTICA DE MATERIAIS

QSMS QUALIDADE E SEGURANÇA

ADM

RECURSOS HUMANOS /

D.P

FINANCEIRO

LOGÍSTICA DE

PESSOAS

DIVISÃO DE

MECÂNICA

DIVISÃO DE

ELÉTRICA

MARKETING

Figura 15 – Organograma funcional da empresa

Elaborado pelo autor (2016)

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se torna responsável pela base. Tem a função de cuidar de todos os procedimentos e processos

operacionais, neste caso acompanhar as operações é fundamental para o desenvolvimento do

negócio.

No quadro funcional a empresa conta com os gestores responsáveis pelos

departamentos referentes a serviços específicos, ou seja, cada divisão de serviço corresponde

a um setor específico. A empresa conta ainda com um setor comercial, além de ter também

departamentos de suporte operacional como: logística de pessoas e materiais, financeiro,

recursos humanos, qualidade e segurança. Departamentos que são essenciais para que os

serviços prestados pela empresa funcionem na mais perfeita ordem, para que não ocorram

contratempos.

Apesar de nova em seu mercado de atuação, a empresa estudada vem se estruturando

e profissionalizando de forma que possa atender e suprir todas as necessidades internas

evitando os “gargalos” operacionais e necessidades externas que o próprio nicho de mercado a

condiciona sem perder a continuidade operacional.

4.2. SERVIÇOS E PRODUTOS

Diante a breve caracterização da empresa apresentada, evidenciam-se neste tópico os

serviços e produtos que são oferecidos pela empresa estudada. O grupo ABC possui um vasto

portfólio de serviços em manutenção naval e a sua força motriz é justamente proporcionar

para seus clientes mão de obra qualificada em diversos segmentos atuantes dentro do setor de

manutenção naval.

Na cidade Macaé, a grande força econômica está em torno das empresas que atuam

na produção e extração do petróleo. Da cidade sai quase 80% da produção nacional do

petróleo. Desta maneira, o Grupo ABC enxergou no mercado a oportunidade de estar sempre

disposto a atuar na assistência da indústria de energia.

Portanto, se fez necessário aumentar o portfólio de serviços, para que a demanda de

clientes aumentasse. Abaixo segue o quadro 1 com a relação dos principais serviços

oferecidos pela organização:

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Classificação e Certificação

Serviços subaquáticos - ROV

Serviços de Risers

Engenharia e Fabricação

Serviços elétricos e de Instrumentação

Serviços de Subsea – Planejamento e Execução

Gestão de Corrosão

Serviços subaquáticos – Divisão de Mergulho

Serviços de Inspeção e Reparo

Serviços Topside

Engenharia de Equipamentos – Inspeção de Solda

Quadro 1 – Relação de serviços oferecidos pelo Grupo ABC

Fonte: elaborado pelo autor (2016)

O grande volume em receitas está hoje concentrado na prestação de serviços, a área

de atuação da empresa nesse quesito é ampla, sempre com o foco em atender a trabalhos de

manutenção naval, grande parte dos serviços são realizados a bordo de embarcações ou

plataformas de produção ou exploração de petróleo.

Neste ponto, são escalados determinados números de colaboradores que irão

embarcar e atender a solicitação do cliente no período desejado. O grande diferencial na

prestação dos serviços é justamente realizar as atividades propostas em locais com difícil

acesso, esse tipo de situação vem sendo ponto de destaque para prevalecer diante a

concorrência. Ademais, os serviços voltados para inspeção por ensaios não destrutivos em

máquinas, equipamentos e estruturas offshore utilizando a técnica do trabalho através de

acesso por cordas, têm permitido ao Grupo ABC ganhar inúmeros feedbacks positivos junto

aos seus clientes.

Quanto aos produtos; são customizados, ou seja, de acordo com as demandas dos

clientes. Os produtos não possuem participação efetiva nas receitas. Se um cliente deseja

determinado produto que se relacione com as atividades de manutenção naval e faça parte do

portfólio de execução da empresa, para determinada embarcação o Grupo ABC, no seu pátio

operacional realiza o trabalho solicitado. Por exemplo: fabricação de estruturas metálicas.

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4.3. CLIENTES

O Grupo ABC, conforme demonstrado na figura 15 possui um departamento

comercial. O departamento é o grande responsável pela captação de novos clientes para a

empresa, além disso, o comercial também mantém os atuais clientes buscando sempre um

feedback da execução dos serviços.

Grandes são as ações de vendas executadas pelo setor; participação em feiras

offshore onde o foco é a indústria petrolífera captando novas oportunidades de negócios,

abordagens por telefone, redes sociais e ações de venda que são específicas do setor; por

exemplo: ao se fazer um contato com um cliente em potencial é disponibilizado um

orçamento de forma gratuita. O comercial disponibiliza um colaborador a custo zero para

embarcar na unidade do cliente para avaliar as condições e realizar um relatório com os

problemas encontrados. Todas as ações são sempre visando à fidelização dos clientes para que

novos trabalhos surjam e o Grupo ABC tenha a prioridade na execução das tarefas.

Atrelado e submisso ao departamento comercial existe o departamento de marketing

o qual é responsável por toda a publicidade da organização, manutenção do site, elaboração

de campanhas, como já informado visando sempre à fidelização dos clientes e a busca de

potenciais novos consumidores de seus serviços.

Uma grande deficiência apresentada pelo Grupo ABC é o fato de possuir poucos

contratos com a carteira de seus clientes. A grande demanda de clientes conquistada gira em

torno de inúmeras purchase order (ordens de compra) emitidas, que acontecem várias vezes

ao longo do dia. A ordem de compra é um documento formal que garante ao cliente a compra

de determinado serviço, porém não garante que esse serviço será novamente utilizado pelo

mesmo cliente.

Por isso, o departamento é o mais cobrado dentro da organização. Cobra-se pelo fato

de não conseguir contratos de longa duração que permitiriam um fluxo de caixa maior e com

mais garantias de previsibilidade e cobra-se pelo fato de conseguir muitas ordens de compra,

tendo em vista que a prestação do serviço é a manutenção da empresa em si.

4.4. ETAPAS DA ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO

O estudo de caso aplicado ao Grupo ABC, será embasado de acordo com as etapas

de elaboração do planejamento estratégico, apresentadas no referencial teórico desta

monografia. São apresentadas as atuais diretrizes da organização (visão, missão, negócio e

valores), porém, como não são condizentes, são propostas novas diretrizes e após a

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reelaboração são feitas as análises das perspectivas fundadas pelo Balanced Scorecard,

conforme ilustrados na figura 16.

A figura 16 ilustra a definição da estrutura do estudo de caso, que será demonstrando

ao longo desse capítulo quatro. O grupo ABC possui hoje as seguintes diretrizes:

Visão: O Grupo ABC possui a visão de ser a empresa de serviços que melhor se

antecipa e lidera na prestação de serviços essenciais para apoiar a indústria internacional de

energia. O foco é encontrar parceiros certos e implementar as melhores estratégias para

permitir o desenvolvimento de negócios sustentáveis em escala internacional, à escala de

energia global.

PROPOSTA DO BSC

BALANCED SCORECARD

MAPA ESTRATÉGICO PLANO DE

AÇÃO

Figura 16 – Etapas da Análise do estudo de caso

Adaptado de Teixeira (2015, p. 46).

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Negócio: O negócio atual do grupo ABC é ser referência para solução na integridade

de ativos.

Missão: A missão é atuar de forma segura, rentável socialmente e ambientalmente

responsável, proporcionando serviços para unidades offshore e instalações industriais ligadas

à indústria de energia global, incluindo produção e distribuição de petróleo e seus derivados,

atendendo as necessidades dos seus clientes e contribuindo para o tecnológico

desenvolvimento.

A partir dessa razão de ser a empresa, busca ser uma empresa dedicada à busca de

soluções de engenharia nas áreas de inspeção, manutenção e reparo de estruturas de aço, se

tornando presente no mercado nacional e mundial nos próximos dez anos. Um fornecedor

líder de tecnologia de alto desempenho que cria valor para os clientes reduzindo custos e

riscos, melhorando a produtividade de reservatórios e aumentando a recuperação final.

Valores: Respeito pelos outros, através da qualidade dos nossos serviços, oferecer

serviços de qualidade e cumprir prazos. Trabalho em equipe, com definição clara do objetivo

a ser alcançado, com a motivação, planejamento, responsabilidade, interação, confiança e

respeito um pelo outro; respeito ao meio ambiente através da coleta e destino dos resíduos

gerados, a não poluição, conservação dos recursos naturais e a redução contínua dos impactos

ambientais; maximizar a segurança, a identificação de riscos, avaliando os riscos de suas

atividades e tomar medidas para cancelar ou mitigar os danos causados por esses riscos.

A primeira etapa do estudo é marcada pela reelaboração das diretrizes da empresa

supracitadas, neste quesito os itens foram reformulados conforme as pretensões dos

gestores/sócios envolvidos no processo de planejamento.

Posteriormente é feita a análise de SWOT são estudados os pontos fortes e os pontos

de melhoria do Grupo ABC de forma interna e de forma externa são estudadas as

oportunidades e as ameaças que são oferecidas à empresa.

Juntamente com a análise ambiental elaboram-se os objetivos que são pretendidos

pela empresa estudada e quais as estratégias que serão utilizadas para que esses objetivos

sejam atingidos. Os objetivos e as estratégias estão alinhados com a nova visão, a nova

missão, a nova ideia de negócio e com os novos valores que serão incorporados à

organização.

A fim de dar maior sustentabilidade ao planejamento, propõe-se o modelo de

ferramenta estratégica Balanced Scorecard, a proposta do BSC é construída sob a ótica das

quatro perspectivas desse instrumento, nessa etapa as estratégias são transpostas e estão

prontas para serem alocadas na organização.

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Propõe-se também um mapa estratégico, que irá desmembrar a estratégia e vincular

cada um de seus principais pontos às áreas de competência da empresa. Estabelecendo assim

uma interação entre as atividades de formação e de possível execução apontando o caminho

através do qual a estratégia deverá ser executada. Através do mapa será possível perceber os

fatores de criticidade para o sucesso da empresa estudada.

Com o proposito de implementar as estratégias, por fim é proposto o plano de ação.

Aqui se define as metas e os prazos para a implementação do BSC. Caso a proposta de

utilização da administração estratégica e o uso da ferramenta BSC sejam aceitos, o plano de

ação permitirá o acompanhamento da execução das estratégias como também será possível o

controle das mesmas.

4.5. GESTÃO ESTRATÉGICA – DIAGNÓSTICO

Tendo em vista o que foi apresentado no referencial teórico e depois com base nos

dados obtidos através da pesquisa realizada, foi possível propor as novas diretrizes da

organização: visão, negócio, missão, valores. Bem como propor a análise ambiental,

considerando pontos fortes e fracos dentro da organização, ameaças e oportunidades presentes

no mercado ao qual a empresa está inserida.

Além de formalizar os objetivos e as estratégias alinhando com as quatro

perspectivas (financeira, clientes, processos internos, aprendizado e crescimento) do BSC tal

como elaborar o mapa estratégico e o plano de ação. Desta forma caso seja de fato

implementada a ferramenta de desempenho, os gestores poderão acompanhar toda a execução

da estratégia, sendo possível futuramente o acompanhamento e controle da mesma. O modelo

estratégico foi elaborado com o prazo de vigência até 2021, ou seja, válidos nos próximos

cinco anos.

4.5.1. Visão

A visão organizacional nada mais é que uma situação no futuro que a empresa

pretende realizar e alcançar. Geralmente são abrangentes e desafiadoras motivando a todos os

envolvidos. (ANDRADE, 2012). Sendo assim, a nova visão da organização estudada consiste

em:

“Ser referencia a nível nacional como uma empresa de reparo e manutenção naval

nos próximos 5 anos.”

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4.5.2. Negócio

Na diretriz “negócio” deve-se deixar claro qual é a finalidade do ramo de trabalho.

Com base no referencial teórico na basta simplesmente ter definido o ramo da atividade é

preciso saber se o impacto causado dessa atividade será positivo para a sociedade. (MULLER,

2014).

Portanto, ficou definido que o negócio do Grupo ABC tem como principal objetivo:

“Servir a demanda de clientes no mercado da indústria de energia, com foco na

produção de petróleo e seus derivados no que tange a prestação de serviços de reparos e

manutenção naval, proporcionando aos nossos clientes a manutenção de seus ativos.”

4.5.3. Missão

A missão é o objetivo fundamental de uma organização, portanto deve ser feita com

total clareza, pois traduz a finalidade das empresas. Significa o que a organização se propõe,

apresentando para a sociedade o motivo real pelo qual a organização existe e o seu sucesso

vai depender da maneira em que ela foi formulada. (BARNEY; HESTERLY, 2007). Assim

canaliza esforços naquilo em que se tem de melhor, logo, de preferência a missão deve ser

simples e objetiva.

Com isso, a nova proposta da missão organizacional foi readaptada com base na

atual missão da empresa estudada e alinhada com o que de fato é a razão da empresa existir. A

redefinição se deu da seguinte forma:

“Operar de forma segura na execução de serviços de reparo e manutenção naval para

unidades onshore e offshore sendo referência para solução na integridade de ativos para

indústria de energia contribuindo para o desenvolvimento tecnológico de forma nacional”.

4.5.4. Valores

Com base nos atuais valores da organização foram pontuadas as novas convicções da

organização, de forma mais simplista e resumida que atenda ao que a empresa acredita ser o

norte de suas atividades operacionais:

Respeito

Ética

Sustentabilidade

Sinergia

Entusiasmo

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Cada valor está pautado em uma premissa. O Respeito consiste no tratamento cortês

e gentil com todos os clientes sem distinção e valorizando o capital humano promovendo a

harmonia e a motivação dentro de um ambiente de trabalho.

A Ética consiste na visão ética e cidadã nas transparências nas relações comerciais,

visando sempre o bem comum tanto do cliente quanto do colaborador, agindo sempre com

honestidade, seguindo a moral e os bons costumes.

O valor da Sustentabilidade nada mais é que a empresa se desenvolver

economicamente sem agredir ao meio ambiente através da coleta e destino dos resíduos

gerados, a não poluição, conservação dos recursos naturais e a redução contínua dos impactos

ambientais utilizando os recursos de forma inteligente se preocupando com o futuro.

O Grupo ABC acredita que o dito popular “a união faz a força” é um grande

diferencial para conduzir seus esforços em um rumo comum. Desta maneira o valor Sinergia

é considerado fundamental atributo para a cultura de valores. O espírito de equipe permite que

a empresa possa ir além do que já vem executando, sempre pensando de forma macro, o todo

é mais importante que a soma das partes.

Com isso, o Grupo ABC quer em seu quadro de funcionários, colaboradores

entusiasmados na execução de suas tarefas laborais. Porém, o valor Entusiasmo não deve ser

aplicado somente ao quadro efetivo, deve ser posto em prática em todas as atividades da

empresa, entusiasmo no negócio, só assim será possível em qualquer momento enfrentar

dificuldades que serão apresentadas.

4.5.5. Matriz SWOT - Análise Ambiental

Depois de executado as novas definições das diretrizes da organização (visão,

negócio, missão e valores) através do estudo de caso foi possível identificar fatores

preponderantes em relação à análise interna e externa da empresa estudada.

Na análise SWOT fica claro os pontos fortes e fracos da organização, bem como

quais são as oportunidades e ameaças que o mercado de atuação pode oferecer. Portanto a

entidade deve ter a capacidade de perceber que os pontos fortes e fracos por serem inerentes a

elas são totalmente controláveis, já a ameaça e as oportunidades são fatores externos que não

podem ser controlados.

Além disso, ter a capacidade de tirar o melhor proveito das oportunidades e

conseguir reduzir ao máximo as suas fraquezas permitirá a empresa grande desempenho em

seu mercado de atuação. É aconselhável que se avalie constantemente as forças e fraquezas e

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também as oportunidades e ameaças levando em consideração as constantes mudanças que as

organizações estão sujeitas assim como o seu constante desenvolvimento.

A execução da análise SWOT possibilita posteriormente traçar os objetivos para ter

uma ideia bem nítida das estratégias que serão utilizadas para a organização estudada

conseguir atingir seus objetivos organizacionais, visando a sua manutenção e lucratividade,

conforme o quadro 2 ilustrado abaixo.

Forças

- Alta qualidade do serviço prestado talento e

competência dos profissionais, diferencial na

execução dos serviços prestados;

- Custos operacionais baixos;

- Incentivos à fidelização dos clientes, diferencial no

atendimento;

- Vasta gama dos serviços prestados;

- Preços dos serviços competitivos;

- Proposta de possibilitar o cliente montar o serviço

desejado.

Fraquezas

- Empresa nova no mercado de atuação.

Ainda com pouca credibilidade no

mercado;

- Falta de procedimentos internos;

- Poucos contratos fixos;

- Falta de planejamento estratégico;

- Alta rotatividade de colaboradores;

- Pouca oferta e demanda de produtos;

- Falta de controle de estoque em relação

aos materiais da operação.

Oportunidades

- Apesar da crise a cidade possui grande número de

empresas que necessitam dos serviços do Grupo

ABC;

- Possível melhora na economia;

- A não obrigatoriedade da Petrobras na exploração

do pré-sal possibilitaria a entrada de novos clientes no

mercado;

- Chance de parceria com fornecedores e

principalmente clientes na obtenção de contratos

fixos e duradouros;

- Investimentos em softwares para a melhoria dos

processos organizacionais.

Ameaças

- Concorrência consolidada e acirrada;

- Resistência do cliente;

- Aumento da inflação e do desemprego;

- Economia nacional e global do petróleo

em queda;

- Crise econômica na cidade de Macaé;

- Dificuldade na obtenção de créditos;

- Burocratização dos clientes no processo

de cadastro dos colaboradores do Grupo

ABC dificultando o acesso ao trabalho.

Quadro 2 – Análise SWOT do Grupo ABC

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

4.5.6. Objetivos e Estratégias

Seguindo o modelo dos processos de elaboração do PE após a realização da análise

SWOT. A próxima etapa é definir os objetivos e suas estratégias.

Os objetivos estratégicos pautados para a elaboração desta proposta foram baseados

nos aspectos quantitativos e qualitativos da empresa estudada tanto de maneira interna quanto

de maneira externa. Os objetivos devem ser claros e coerentes, para que possam ser atingidos

dentro de certo espaço de tempo a caminho da visão organizacional.

Juntamente com os objetivos estratégicos formula-se a estratégia que tem a intenção

de proporcionar o caminho ao qual a empresa deve percorrer para atingir seus objetivos. Cabe

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nesta etapa, aos gestores a capacidade de traçar ações que assegurem o sucesso da

organização.

É de grande valia que todo o quadro efetivo seja educado com relação às estratégias,

só assim os resultados almejados poderão ser atingidos. Sendo assim no quadro 3, foi possível

ilustrar os objetivos detectados e suas estratégias traçadas para um melhor aprimoramento da

gestão com base nos resultados apresentados na análise SWOT.

Objetivos Organizacionais Estratégias

Aumentar as receitas a partir de contratos de longa

duração nos próximos 5 anos em 20%

Promover artifícios contratuais junto aos clientes

para que se permita que a organização possa atuar

em contratos duradouros adquirindo uma maior

lucratividade

Aumentar a participação no mercado em 30% nos

próximos 5 anos

Investir em novos clientes em novas regiões

Aprimorar o processo de fidelização do cliente

melhorando na qualidade do atendimento

Treinamento a todos os colaboradores de

orientação e atendimento ao cliente, realizar

promoções aos clientes, programas de fidelização

Aumentar a carteira de clientes em pelo menos

mais 30% nos próximos 5 anos

Investir em propaganda, publicidade atuando em

clientes que ainda não conhecem o trabalho do

grupo ABC, promover mais divulgações em feiras,

visitar clientes em outras cidades

Mapear os processos internos, procedimentar os

departamentos

Elaborar manuais, fluxogramas e procedimentos

para formalizar as etapas dos processos internos

nos departamentos

Garantir a eficiência do setor comercial

melhorando a imagem da organização perante o

mercado

Elaborar estratégias de venda e de divulgação do

nome da empresa com apoio do marketing

apresentando os portfolios de serviços

Aumentar os investimentos na área de treinamento

reforçando ao quadro de efetivo a missão de

executar as atividades com segurança

Capacitar ainda mais os colaboradores que

executam os trabalhos a bordo sobre os perigos

inerentes ao trabalho e

Aprimorar e desenvolver as competências dos

colaboradores a fim de retê-los e motiva-los

evitando a alta rotatividade

Oferecer treinamentos e cursos de capacitação para

os colaboradores, desenvolver plano de cargos e

salários, apresentar critérios para efetivar

promoções e promover palestras motivacionais

Quadro 3 – Objetivos e estratégias do Grupo ABC

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

4.6. MAPA ESTRATÉGICO

Mediante ao que foi construído nos objetivos e nas estratégias organizacionais, para

se propor o BSC parte-se da utilização do mapa estratégico, que nada mais é que uma

representação gráfica do Balanced Scorecard com as estratégias divididas nas quatro

perspectivas. Sendo elas: perspectiva financeira, perspectiva de clientes, perspectivas dos

processos internos e perspectivas do aprendizado e crescimento. Conforme demonstrado na

figura 17, o mapa estratégico proposto ao Grupo ABC.

Como foi demonstrado no referencial teórico o mapa estratégico descreve o processo

em que se podem transformar os ativos intangíveis em resultados tangíveis, por consequência

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cabendo resultados financeiros. O mapa estratégico serve de grande auxilio para as

organizações, é possível observar as estratégias de maneira coesiva, integrada, sistemática,

rápida e eficaz.

Observa-se também que a nova visão estratégica elaborada para o Grupo ABC é

apresentada no mapa estratégico, deixando claro que independente das perspectivas todos os

objetivos são inter-relacionados e estão direcionados ao objetivo maior da entidade, no caso a

sua visão: “Ser referencia a nível nacional como uma empresa de reparo e manutenção naval

nos próximos 5 anos.”

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Figura 17 – Mapa estratégico proposto ao Grupo ABC

Fonte Adaptado de Silva (2014)

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É possível notar com a figura 17, que em cada perspectiva apresentada no mapa

existe uma particularidade. A perspectiva financeira busca o aumento da participação no

mercado visando sempre uma maior lucratividade. Na perspectiva dos clientes a preocupação

está em adquirir uma maior carteira de consumidores de serviços e aprimorando ainda mais o

processo de retê-los. Na perspectiva dos processos internos o foco é investir na própria

organização melhorando os procedimentos e fortificando o setor comercial. Por fim sobre a

perspectiva do aprendizado o investimento é feito nos colaboradores a fim de garantir ainda

mais o sucesso nas operações.

4.7. BALANCED SCORECARD – BSC

A etapa seguinte ao mapa estratégico, neste estudo de caso é a elaboração da

proposta da ferramenta Balanced Scorecard que quando estruturado com base nas quatro

perspectivas permite aos envolvidos no processo a visão dos objetivos estratégicos, os

indicadores, as metas além de traduzir as próprias estratégias.

No modelo abordado fica evidente a relação que cada objetivo possui um com o

outro em consonância para atingir a visão. Conforme demonstrados na tabela 4.

Tabela 4 – Balanced Scorecard – Proposto ao Grupo ABC

Proposta de BSC para o período de 5 anos - valido até 2021

Perspectiva Objetivo Estratégia Indicador Metas Plano de

Ação

Financeira Aumentar as

receitas

Promover artifícios

contratuais

Aumento no Faturamento

20% ATÉ 2021

SIM

Aumentar a

participação no mercado

Investir em novos clientes

em novas regiões

Aumento da clientela

30% ATÉ 2021

SIM

Clientes

Aprimorar o processo de

fidelização do cliente

Atribuir promoções aos

clientes, campanhas publicitárias

programas de fidelização

Índice de satisfação

90% / ano SIM

Aumentar a carteira de

clientes

Investir em propaganda,

publicidade em novas regiões

Indicie de Clientes

50 / ano SIM

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Processos Internos

Mapeamento dos processos

Elaborar manuais,

fluxogramas e procedimentos

% de departamentos

mapeados

100% / ano

SIM

Garantir a

eficiência do setor comercial

Marketing Elaborar

estratégias de venda e de

divulgação do nome da empresa

Total de Propostas

Vencedoras / Total de

Participação

Trimestral SIM

Aprendizado e

Crescimento

Aumentar os investimentos

na área de treinamento

Capacitar ainda mais os

colaboradores que executam os trabalhos a

bordo

Nº de horas em

treinamentos

40Hrs de cursos por funcionário

SIM

Motivação de Colaboradores

Palestras Motivacionais

Índice de Satisfação

85% de satisfação

/ano SIM

Elaborado pelo autor (2016)

4.8. PLANO DE AÇÃO

Após a realização do mapeamento estratégico e da elaboração do BSC, cria-se um

plano de ação que servirá para a implementação das estratégias.

Através do plano de ação é possível analisar de forma cautelosa quais atitudes

deverão ser tomadas para que possa atingir os objetivos estratégicos.

Na tabela 5 segue um modelo de plano de ação que pode ser utilizado pela empresa

estudada, para mensurar suas ações em prol de seus objetivos.

Tabela 5 – Plano de ação para ser implementado

O QUE? POR QUÊ? ONDE? QUANDO? QUANTO? POR QUEM? COMO

SERÁ?

Elaborado pelo autor (2016)

Page 85: Monografia TCC Proposta de BSC...planejamento estratégico descrevendo a ferramenta Balanced Scorecard. A partir do referencial teórico, momento conceitual do estudo, foi possível

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CAPITULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O capítulo cinco trata sobre todo o tema proposto, associando o conhecimento

adquirido no referencial teórico com o resultado da pesquisa elaborada, discursando sobre os

objetivos iniciais da monografia. Além de serem apresentadas propostas de trabalhos futuros.

5.1. CONCLUSÃO

O grande propósito de uma organização é manter-se em atividade em seu cenário de

atuação, buscando desenvolvimento, retorno e estabilidade financeira de forma que a

proporcione maximização de lucros e resultados. Em um mundo globalizado, as empresas

devem estar totalmente integradas com as mudanças que estão sujeitas em seus mercados para

alçar seus objetivos.

As mudanças apresentadas no cenário econômico levam as empresas a buscarem

uma adaptação de forma imediata. Melhor do que esta adaptação é poder antecipar as

variações mercadológicas que são apresentadas. De uma forma mais eficaz; manter a

continuidade operacional antevendo as mudanças que irão ocorrer.

Agir de forma antecipada em um cenário de intensa concorrência proporciona além

de desenvolvimento, vantagem competitiva para as organizações diante os seus concorrentes.

Contudo, para que isto seja possível é necessário o recurso da estratégia.

O crescimento e desenvolvimento de uma organização é resultado de uma estratégia

eficiente, a estratégia é o caminho que as organizações desejam trilhar em busca a alcançar os

seus objetivos organizacionais, visando sempre à sobrevivência e a lucratividade.

A estratégia deve levar em consideração o ambiente externo e interno das empresas e

através do planejamento as organizações conseguem expor sua razão de existir, seus valores e

sua visão de futuro a fim de estabelecer diretrizes estratégicas que visam alcança-lo.

Para tanto, para que as empresas consigam vantagem competitiva se faz necessário

uma gestão estratégica totalmente alinhada com os preceitos da organização, a qual as

empresas utilizem do planejamento estratégico e do Balanced Scorecard como ferramentas

em seus processos de gestão.

Desta forma o planejamento estratégico se torna instrumento de grande importância

para se pensar no futuro e se planejar em um ambiente volátil às mudanças, contudo o BSC é

apresentado como ferramenta de controle dessas estratégias. Os elementos que envolvem o

planejamento estratégico sustentem o BSC.

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Desta maneira o objetivo geral desta monografia através das pesquisas bibliográficas

foi atingido, à medida que se apresentou a importância de se ter em um ambiente

organizacional um planejamento estratégico atrelado à ferramenta Balanced Scorecard como

apoio aos gestores na análise dos indicativos de desempenho e nos cumprimentos dos

objetivos organizacionais de forma a se tornar uma vantagem competitiva.

Além disso, foi possível atingir os objetivos específicos, que foram alcançados

durante a execução do referencial teórico, conceituando e apresentando as etapas do

planejamento estratégico e com o termino do estudo de caso através da metodologia abordada

foi possível justificar a apresentação do modelo de proposta do BSC como uma ferramenta de

gestão para uma empresa de reparo e manutenção naval.

Através do estudo de caso, com a aplicação do questionário em entrevista com os

gestores responsáveis, foi possível analisar os pontos fortes e pontos a melhorar da

organização estudada bem como estruturar os seus indicadores de desempenho com base nas

perspectivas da ferramenta.

Ao longo da monografia buscou-se também responder as hipóteses que foram

apresentadas e os questionamentos relatados na problemática, em todos os casos, segundo a

própria pesquisa realizada e o conteúdo bibliográfico a ferramenta BSC qualifica a empresa a

ter conhecimento para sobreviver em um ambiente conturbado por uma crise econômico-

financeira sendo uma excelente arma no diferencial competitivo, tendo em vista este mesmo

cenário de crise que se encontra a cidade a qual esta localizada a organização objeto de

estudo.

Desta forma através da demonstração da revisão de literatura foi possível verificar a

grande importância em se organizar de forma estratégica. A estratégia quando transmitida a

todos os envolvidos dentro da organização, gera maior participação por parte dos

colaboradores, assim a empresa caminha em conjunto em torno dos seus anseios buscando a

sobrevivência.

Diante isto, é necessário que o modelo proposto do BSC quando for implementado

fique à disposição da organização, como forma de consulta e sempre que necessário realizar

adaptações para os colaboradores em geral e ser utilizado como forma de instrumento para os

gestores.

Portanto, conclui-se que o sucesso da organização consiste na execução de forma

planejada da aplicação dos métodos por parte dos gestores. Através da proposição do BSC é

possível que a organização seja voltada para uma gestão estratégica e com isso tenha uma

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maior facilidade em atingir seus objetivos organizacionais e sua visão estratégica justificando

assim, a sua razão de existir.

5.2. PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS

Com a percepção de que o Balanced Scorecard atrelado a uma gestão estratégica

proporciona um maior desempenho organizacional. Para a elaboração de trabalhos futuros

fica a sugestão de implementar o modelo BSC que foi proposto na organização estudada,

abrangendo perguntas mais específicas que direcionem o estudo para a aplicação da

ferramenta de gestão estratégica.

Bem como a possibilidade de acompanhar o uso da ferramenta a fim de efetivar o

encadeamento das metas e objetivos estratégicos dentro das quatro perspectivas do BSC

(financeira, cliente, processo interno e aprendizagem). Buscando com isso, demonstrar como

o planejamento cria valor nos processos da empresa.

Aplicar a modelagem do BSC em outras empresas de outros segmentos, construindo

futuramente uma análise comparativa entre organizações de mesmo segmento para utilização

de benchmarking.

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2010.

TZU, Sun. A arte da guerra e do gerenciamento. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.

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APÊNDICE

APÊNDICE A – Questionário aplicado

Questionário BSC

Nome do Entrevistado:

Cargo:

Formação:

Tempo de Empresa:

Data de fundação:

Área de Atuação:

Principais Serviços e Produtos:

1) O Grupo ABC possui algum planejamento, que se antecipa a determinadas

situações que o ambiente externo proporciona?

Se sim, Como é realizado o planejamento estratégico da empresa atualmente? Se

não, porque não?

2) Como as decisões são tomadas? Quais ferramentas utilizadas?

3) Qual a quantidade de Funcionários? Onshore? Offshore?

4) Qual a missão do Grupo ABC?

5) Qual visão do Grupo ABC?

6) Quais as metas do Grupo ABC?

7) Quais os objetivos do Grupo ABC? Existe objetivos a curto e a longo prazo?

8) Quais os valores do Grupo ACB?

9) Quais as estratégias do Grupo ABC?

10) Quais as estratégias financeiras? Perspectiva financeira.

11) Quais estratégias são elaboradas visando o cliente? Perspectiva do cliente.

12) Quais estratégias são elaboradas visando os processos internos da organização?

Processos Internos.

13) Quais estratégias são elaboradas visando o desenvolvimento do capital humano?

Processo de Aprendizado.

14) Como foi analisado o ambiente em que a empresa atua? O que foi a analisado?

15) Como foi feita a análise do público alvo da empresa? Quais as informações a

empresa foi buscar a respeito dele?

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16) Houve uma analise a respeito dos concorrentes? Como foi? Saberia informar qual

a diferença deles em relação a empresa? Pontos fortes e fracos?

17) Quais os pontos fortes e pontos a melhorar?

18) Quais são as ameaças e as oportunidades?

19) Quais são os principais atividades (serviços) que a empresa desenvolve buscando

sua sobrevivência?

20) Quais são os produtos que empresa oferece?