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  • ESCOLA TCNICA LICEU DE ARTES E OFCIOS DE SO PAULO

    BARBARA ANDERSON SALES

    GABRIEL MORIO SAITO

    GUILHERME ANTONIO PEREIRA PINTO

    Projeto de Reurbanizao, Modelagem Tridimensional e

    Proposta de Criao de uma Matriz urbana na plataforma BIM:

    O estudo do caso da Rua Dr. Jorge Miranda

    SO PAULO

    2015

  • ESCOLA TCNICA LICEU DE ARTES E OFCIOS DE SO PAULO

    BARBARA ANDERSON SALES

    GABRIEL MORIO SAITO

    GUILHERME ANTONIO PEREIRA PINTO

    Projeto de Reurbanizao, Modelagem Tridimensional e

    Proposta de Criao de uma Matriz urbana na plataforma BIM:

    O estudo do caso da Rua Dr. Jorge Miranda

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    banca examinadora da Escola Liceu de Artes

    e Ofcios de So Paulo como exigncia parcial

    para obteno do ttulo de Tcnico em

    Edificaes.

    Orientador: Fernando Cesar Ribeiro

    Co-orientador: Diogo Guermandi

    SO PAULO

    2015

  • Ao Professor Fernando Cesar Ribeiro, com

    quem partilhamos q acreditvamos, e

    quem acreditou em ns. Nossas conversas

    durante para alm dos grupos de estudos

    foram fundamentais. Agradecemos tambm

    todos os professores q nos acompanharam

    durante o curso, em especial Professor

    Diogo Guermandi o Professor Marcelo

    Nepomuceno. Podemos dizer q nossa

    formao, inclusive pessoal, no teria sido

    mesma sem estes envolvidos.

  • O sucesso nasce do querer, da determinao

    e persistncia em se chegar a um objetivo.

    Mesmo no atingindo o alvo, quem busca e

    vence obstculos, no mnimo far coisas

    admirveis.

    (Jos de Alencar)

  • RESUMO

    SALES, Barbara A.; SAITO, Gabriel M.; PINTO, Guilherme A. P. Projeto de

    Reurbanizao, Modelagem Tridimensional e Proposta de Criao de uma

    Matriz urbana na plataforma BIM: O estudo do caso da Rua Dr. Jorge

    Miranda. Monografia (Trabalho de Concluso de Curso) Liceu de Artes e

    Ofcios de So Paulo, Escola Tcnica. Orientador: Prof. Fernando Csar Ribeiro.

    So Paulo, 2015.

    O presente trabalho estuda a mobilidade urbana e os elementos do mobilirio

    urbano presentes nas ruas das cidades, visando compreenso do conceito de

    rua e suas diversas funes sociais. Para tanto, faz-se uso da Rua Doutor

    Jorge Miranda, na regio central da cidade de So Paulo, como objeto de estudo,

    servindo para a produo de uma modelagem em plataforma BIM, alm de um

    projeto de reurbanizao visando extenso do espao pblico a todos os

    cidados, sejam ele transeuntes e/ou moradores da regio. A unio dessas duas

    produes permite a realizao de uma proposta de matriz urbana que

    estenderia o modelo tridimensional para toda a cidade e serviria de base para

    futuras concepes de projetos urbansticos. Sendo assim, percebe-se por meio

    deste estudo a importncia da readequao do espao pblico, devolvendo-o a

    cidade e aos cidados.

    Palavras-Chave: Rua; Mobilidade; Dr. Jorge Miranda; Modelagem;

    Reurbanizao; Espao; Matriz.

  • ABSTRACT

    SALES, Barbara A.; SAITO, Gabriel M.; PINTO, Guilherme A. P. Projeto de

    Reurbanizao, Modelagem Tridimensional e Proposta de Criao de uma

    Matriz urbana na plataforma BIM: O estudo do caso da Rua Dr. Jorge

    Miranda. Monografia (Trabalho de Concluso de Curso) Liceu de Artes e

    Ofcios de So Paulo, Escola Tcnica. Orientador: Prof. Fernando Csar Ribeiro.

    So Paulo, 2015.

    This work studies the urban mobility and it's elements, which are present in city's

    streets, in an effort to better comprehend the concept of "street" and it's multiple

    social functions. Therefore, the Doctor Jorge Miranda Street, located in So

    Paulo's downtown, was used as a study object and reference to the production

    of a BIM modeling project, in addition to a re-urbanization project aiming an

    extension of the public space to all citizens, being they passers or people who

    lived in this area. The matchup of those productions allows the realization of a

    new urban matrix which would extend the tridimensional model to the whole city,

    becoming an example to future conceptions of urbanistic projects. As a result,

    through this assignment, it is showed the importance of readjusting the public

    space, returning this for the city and citizens.

    Keywords: Street; Mobility; Dr. Jorge Miranda; Modeling; Re-urbanization;

    Space; Matrix.

  • Lista de Ilustraes

    FIGURA 1.1 .................................................................................................................................. 15

    FIGURA 1.2 .................................................................................................................................. 16

    FIGURA 1.3 .................................................................................................................................. 17

    FIGURA 1.4 .................................................................................................................................. 18

    FIGURA 1.5 .................................................................................................................................. 19

    FIGURA 1.6 .................................................................................................................................. 20

    FIGURA 1.7 .................................................................................................................................. 20

    FIGURA 1.8 .................................................................................................................................. 21

    FIGURA 1.9 .................................................................................................................................. 22

    FIGURA 2.1 .................................................................................................................................. 25

    FIGURA 2.2 .................................................................................................................................. 26

    FIGURA 2.3 .................................................................................................................................. 26

    FIGURA 2.4 .................................................................................................................................. 29

    FIGURA 2.5 .................................................................................................................................. 29

    FIGURA 2.6 .................................................................................................................................. 29

    FIGURA 2.7 .................................................................................................................................. 29

    FIGURA 2.8 .................................................................................................................................. 30

    FIGURA 2.9 .................................................................................................................................. 30

    FIGURA 2.10 ................................................................................................................................ 31

    FIGURA 2.11 ................................................................................................................................ 32

    FIGURA 2.12 ................................................................................................................................ 32

    FIGURA 2.13 ................................................................................................................................ 33

    FIGURA 2.14 ................................................................................................................................ 34

    FIGURA 2.15 ................................................................................................................................ 35

    FIGURA 2.16 ................................................................................................................................ 36

    FIGURA 2.17 ................................................................................................................................ 37

    FIGURA 2.18 ................................................................................................................................ 38

    FIGURA 2.19 ................................................................................................................................ 39

    FIGURA 2.20 ................................................................................................................................ 40

    FIGURA 2.21 ................................................................................................................................ 41

    FIGURA 2.22 ................................................................................................................................ 41

    FIGURA 2.23 ................................................................................................................................ 42

    FIGURA 2.24 ................................................................................................................................ 44

  • FIGURA 2.25 ................................................................................................................................ 43

    FIGURA 2.26 ................................................................................................................................ 47

    FIGURA 2.27 ................................................................................................................................ 49

    FIGURA 3.1 .................................................................................................................................. 53

    FIGURA 3.2 .................................................................................................................................. 55

    FIGURA 3.3 .................................................................................................................................. 56

    FIGURA 3.4 .................................................................................................................................. 57

    FIGURA 3.5 .................................................................................................................................. 57

    FIGURA 3.6 .................................................................................................................................. 57

    FIGURA 3.7 .................................................................................................................................. 58

    FIGURA 3.8 .................................................................................................................................. 59

    FIGURA 3.9 .................................................................................................................................. 60

    FIGURA 3.10 ................................................................................................................................ 63

    FIGURA 4.1 .................................................................................................................................. 78

    FIGURA 4.2 .................................................................................................................................. 78

    FIGURA 4.3 .................................................................................................................................. 79

    FIGURA 4.4 .................................................................................................................................. 80

    FIGURA 4.5 .................................................................................................................................. 81

    FIGURA 4.6 .................................................................................................................................. 82

    FIGURA 4.7 .................................................................................................................................. 83

    FIGURA 4.8 .................................................................................................................................. 83

    FIGURA 4.9 .................................................................................................................................. 84

    FIGURA 4.10 ................................................................................................................................ 85

    FIGURA 4.11 ................................................................................................................................ 85

    FIGURA 4.12 ................................................................................................................................ 86

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    FIGURA 4.16 ................................................................................................................................ 90

    FIGURA 4.17 ................................................................................................................................ 91

    FIGURA 4.18 ................................................................................................................................ 91

    FIGURA 4.19 ................................................................................................................................ 92

    FIGURA 4.20 ................................................................................................................................ 92

    FIGURA 4.21 ................................................................................................................................ 93

  • FIGURA 5.1 .................................................................................................................................. 96

    FIGURA 5.2 .................................................................................................................................. 96

    FIGURA 5.3 .................................................................................................................................. 97

    FIGURA 5.4 .................................................................................................................................. 97

    FIGURA 5.5 .................................................................................................................................. 98

    FIGURA 5.6 .................................................................................................................................. 98

    FIGURA 5.7 .................................................................................................................................. 99

    FIGURA 5.8 .................................................................................................................................. 99

    FIGURA 5.9 .................................................................................................................................. 99

    FIGURA 5.10 .............................................................................................................................. 100

    FIGURA 5.11 ............................................................................................................................... 101

    FIGURA 5.12 ............................................................................................................................... 101

    FIGURA 5.13 .............................................................................................................................. 102

    FIGURA 6.1 ................................................................................................................................ 106

    FIGURA 6.2 ................................................................................................................................ 107

    FIGURA 6.3 ................................................................................................................................ 108

    FIGURA 6.4 ................................................................................................................................ 109

    FIGURA 6.5 ................................................................................................................................ 109

    FIGURA 6.6 ................................................................................................................................ 110

    FIGURA 6.7 ................................................................................................................................ 111

    FIGURA 6.8 ................................................................................................................................ 112

    FIGURA 6.9 ................................................................................................................................ 113

    GRFICO 3.1 ................................................................................................................................ 67

    GRFICO 3.2 ................................................................................................................................ 67

    GRFICO 3.3 ................................................................................................................................ 68

    GRFICO 3.4 ................................................................................................................................ 68

    GRFICO 3.5 ................................................................................................................................ 69

    GRFICO 3.6 ................................................................................................................................ 70

    GRFICO 3.7 ................................................................................................................................ 71

    GRFICO 3.8 ................................................................................................................................ 72

    TABELA 3.1 .................................................................................................................................. 73

    TABELA 3.2 .................................................................................................................................. 74

  • Sumrio

    INTRODUO ............................................................................................................................... 12

    1. A HISTRIA DA RUA DR. JORGE MIRANDA ................................................................................ 14

    1.1 Localizao ......................................................................................................................... 15

    1.2 Instituies Importantes .................................................................................................... 15

    1.2.1 Capela da Polcia Militar ............................................................................................. 15

    1.2.2 Regimento de polcia montada 9 de julho .............................................................. 16

    1.2.3 Escola Tcnica Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo ................................................. 18

    1.2.4 Mosteiro da Luz e Museu de Arte Sacra ..................................................................... 19

    1.3 Mapas Histricos ............................................................................................................... 20

    1.4 Consideraes .................................................................................................................... 22

    2. ESPAO URBANO: FUNES E UTILIZAES............................................................................. 23

    2.1 O espao urbano: reflexes sobre usos e funes da rua ................................................. 24

    2.2 O Mobilirio Urbano .......................................................................................................... 28

    2.2.1 Inovaes em mobilirio urbano ............................................................................... 34

    2.3 Arborizao Urbana ........................................................................................................... 36

    2.4 Acessibilidade em Caladas ............................................................................................... 39

    2.4.1 Piso especial de orientao ao pedestre ................................................................... 41

    2.5 A Supresso das Vagas de Rua e Alternativa do Estacionamento Vertical ......................... 42

    2.5.1 O caso do projeto Primavera das Caladas ................................................................ 46

    2.6 Hidrulica, Eltrica e Gasodutos urbanos .......................................................................... 48

    2.7 Contato com Sabesp, Comgs e Eletropaulo ..................................................................... 51

    3. ESTUDOS DE MAPAS E PESQUISAS DE CAMPO ......................................................................... 52

    3.1 As novas diretrizes do Plano Diretor e a Proposta de Reurbanizao da Rua Dr. Jorge

    Miranda ................................................................................................................................... 53

    3.2 Anlise do mapa de prefeitura ........................................................................................... 58

    3.3 Mapa de Usos .................................................................................................................... 62

    3.4 Mapa amplo da regio ....................................................................................................... 63

    3.5 Mobilidade Urbana ............................................................................................................ 64

    3.6 Contabilizao dos elementos urbanos ............................................................................. 72

    3.7 Estudo de trfego .............................................................................................................. 74

  • 3.8 Estudo do fluxo dos pedestres ........................................................................................... 75

    4. ESTUDOS DE CASO: AS RUAS DE SO PAULO ............................................................................ 76

    4.1 Dos estudos ....................................................................................................................... 77

    4.1.1 Rua So Bento............................................................................................................. 77

    4.1.2 Rua Vinte e Quatro de Maio ....................................................................................... 79

    4.1.3 Rua Santa Ifignia ....................................................................................................... 81

    4.1.4 Rua Sete de Abril ........................................................................................................ 84

    4.1.5 Elevado Presidente Artur da Costa e Silva .................................................................. 85

    4.1.6 Avenida Ipiranga ......................................................................................................... 86

    4.1.7 Rua Avanhandava ....................................................................................................... 89

    5. O PROCESSO DE MODELAGEM ................................................................................................. 94

    5.1 O que a Modelagem no Autodesk Revit.......................................................................... 95

    5.2 Modelagem da Rua ........................................................................................................... 95

    5.2.1 Mtodos Testados ...................................................................................................... 98

    5.2.2 Em visita FEICON .................................................................................................... 102

    5.3 Estudo de campo Rua Dr. Jorge Miranda ..................................................................... 103

    5.4 Proposta da Matriz Urbana ............................................................................................. 103

    6. O PROJETO DE REURBANIZAO ............................................................................................ 105

    6.1 Inspirao ........................................................................................................................ 106

    6.1.1 O caso especial dos Parklets ..................................................................................... 110

    6.2 O projeto de reurbanizao da Rua Dr. Jorge Miranda .................................................... 114

    6.3 Apresentao de modelos da Rua Dr. Jorge Miranda modificada ................................... 117

    CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................. 118

    REFERNCIAS ............................................................................................................................. 120

    ANEXOS ...................................................................................................................................... 125

  • INTRODUO

    A questo da mobilidade urbana em uma cidade como So Paulo vem

    adquirindo ano aps ano, cada vez mais destaque nos cenrios polticos e de

    discusso entre cidados a respeito da validade ou no de medidas tomadas

    recentemente acerca do tema. Dentre essas medidas, podem-se destacar

    aquelas introduzidas e/ou em estudo pela gesto do prefeito Fernando Haddad,

    as quais vo desde a expanso da malha cicloviria e das faixas exclusivas de

    nibus pela cidade, at projetos mais audaciosos, como, por exemplo, a reduo

    da velocidade mxima de vias importantes do municpio (como as Marginais),

    visando o aumento da velocidade mdia pela diminuio de acidentes, e a

    expanso de caladas, visando a criao de trajetos acessveis a pedestres.

    Visando este aspecto de criao de medidas que valorizam a mobilidade

    urbana na cidade, o estudo aqui presente se manifesta de forma a dar corpo e

    volume a aes que incentivam o uso das ruas, principalmente, pelos cidados

    pedestres, no apenas como forma de trajeto, mas tambm para convvio e

    interao sociais. Assim sendo, pode-se dizer que a inteno deste, por meio da

    construo virtual da Rua Dr. Jorge Miranda no bairro da Luz, regio central

    da cidade de So Paulo em plataforma BIM e seu subsequente projeto de

    reurbanizao produzido concomitantemente, demonstrar como uma rua que,

    atualmente, se encontra em situao de quase abandono, sem grande fluxo de

    pessoas e veculos (fora ocasies especiais), servindo apenas como espao de

    estacionamento destes ltimos, pode-se transformar em um espao de lazer

    inserido na prpria cidade, proporcionado ao mesmo tempo um passeio

    aprazvel aos transeuntes da regio.

    Por meio de pesquisas relacionadas ao tema, um dos objetivos principais

    do estudo foi o de compreenso do funcionamento do planejamento urbano,

    analisando as formas inovadoras de calamentos de vias e de instalaes

    subterrneas, fazendo tambm uso de mtodos de estudo de trfego para que

    se alcanasse o estgio de modelagem tridimensional da via e de seu

    subterrneo, contendo os elementos urbansticos necessrios, alm de uma

    interveno cultural, idealizada pelo grupo e que caracterizasse a regio.

  • A escolha do objeto de estudo como sendo a Rua Dr. Jorge Miranda

    justificada principalmente devido sua situao atual, alm da proximidade e

    convivncia com os autores deste projeto. Estando localizada ao lado da

    instituio de ensino da qual provm o presente trabalho, percebe-se como faz

    parte da realidade de centenas de pessoas que nela estudam e que vivenciam

    diariamente as dificuldades encontradas em sua passagem. Sendo assim, este

    um fator de imensa importncia na seleo desta rua para o desenvolvimento

    do estudo uma vez que o grupo possui conhecimento dos aspectos fsicos da

    mesma, alm de ideias e projetos que poderiam se tornar exequveis sobre ela.

    Parte-se, portanto, do entendimento de que os governos que aplicam

    medidas pblicas de revitalizao dos espaos urbanos das cidades brasileiras

    ainda no perceberam a importncia histrico-cultural da regio em que se

    encontra a rua, e nem mesmo da relevncia de se alterar sua atual situao, a

    qual pode ser compreendida como rua de passagem, para uma realidade

    constatada como rua de lazer/vivncia/convivncia/cultura. Assim, acredita-se

    que o projeto de reurbanizao da Rua Dr. Jorge Miranda seja de grande valor

    para a regio em que se encontra e tambm que a modelagem da mesma em

    plataforma BIM inaugure um novo mtodo de mapeamento e registro pblico das

    situaes atuais das ruas da cidade de So Paulo.

  • A histria da Rua Dr.

    Jorge Miranda

    1

  • 15

    1.1 Localizao

    A Rua que ser o objeto de estudo deste trabalho a Rua Dr. Jorge

    Miranda Luz, So Paulo. Abrange desde o cruzamento com a Avenida

    Tiradentes, at o cruzamento com a Rua da Cantareira.

    Figura 1.1 Mapa de localizao da Rua Dr. Jorge Miranda. Extrada de: Google Earth

    Pro (2002).

    1.2 Instituies importantes

    A Rua Dr. Jorge Miranda sofre grande influncia de algumas instituies

    como a Capela da Policia Militar, a Cavalaria da Polcia Militar e a Escola Liceu

    de Artes e Ofcios, alm do Museu de Arte Sacra.

    1.2.1 Capela da Polcia Militar

    A Capelania da Polcia Militar, edifcio de mbito religioso localizado na

    esquina da Rua Dr. Jorge Miranda com a Rua Guilherme Maw, foi construda em

    1942 e dedicada a Santo Expedito, o santo das causas impossveis. Sabe-se

    que a histria dessa figura catlica se destaca por sua participao no exrcito

    romano antigo, o que justifica a localizao da capela em uma rea

    majoritariamente militar, rodeada pela cavalaria e por centros controladores e

    tticos da Polcia Militar do Estado de So Paulo e do Batalho de Choque. A

    arquitetura do prdio remete s construes da Igreja Catlica, principalmente,

    do perodo da Idade Mdia, com arcos ogivais, roscea e grandes vitrais

  • 16

    coloridos, uma caracterstica de muitas igrejas que, mesmo construdas no

    sculo passado, ainda seguiram a arquitetura gtica como um padro.

    Tal instituio faz uso da Rua Dr. Jorge Miranda para realizao de

    procisses, geralmente no dia 19 de abril, data em que a festa do santo padroeiro

    da capela comemorada, levando para a rua um grande contingente de fiis

    (mais de 100 mil pessoas) e vendedores ambulantes de diversos tipos de

    comidas, flores e artigos religiosos. A festa conta com apoio da Polcia Militar do

    Estado de So Paulo e tambm do corpo de Bombeiros, atuando na segurana

    e na organizao do evento.

    Figura 1.2 Procisso em 19 de abril de 2015, na Rua Dr. Jorge Miranda, apoiada pela

    Polcia Militar e pelo Corpo de Bombeiros. Disponvel em: Pgina em rede social, Diego

    Monteiro (acesso em 20/05/2015 23:32)

    Dirigida desde 2003 at 31 de janeiro de 2015 pelo proco Osvaldo

    Palpito, tenente-coronel da PM, formado em Teologia e Direito, a igreja sofreu

    mudanas. O padre est sendo investigado pela Corregedoria da Polcia Militar por

    um suposto desvio de dinheiro da Capelania Militar da corporao. Desde ento, as

    missas so celebradas por padres convidados.

    1.2.2 Regimento de polcia montada 9 de julho

    Em 1831 foi fundada a Fora Pblica do Estado de So Paulo mais tarde

    chamada Polcia Militar e, ento, o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar

    designou 130 homens para compor o efetivo que seria responsvel pela

  • 17

    Provncia de So Paulo. Deste efetivo, apenas 30 homens pertenciam

    cavalaria, fato este, que sofreu mudanas. Fundado em 1892 e designado a ser

    o Corpo da Cavalaria, o Regimento 9 de julho contou com um efetivo muito

    grande, o que justificou sua movimentao para o Quartel da Luz, onde

    atualmente se encontra.

    O prdio do Quartel da Luz foi projetado pelo arquiteto Francisco de Paula

    Ramos de Azevedo, ex-diretor do Liceu de Artes e Ofcios, o qual o desenhou

    utilizando traos marcados por fortalezas da Legio Estrangeira na frica, como

    torrees laterais, ameias e guaritas, com linhas retas predominantemente. O

    material utilizado na construo foi importado, contando, por exemplo, com

    tijolos italianos, portas russas e telhas francesas.

    A cavalaria utiliza-se da rua Dr. Jorge Miranda como sada dos cavalos,

    contando com semforo para auxiliar a organizao. Alm disso, policiais

    militares e alunos da Polcia Militar fazem caminhadas para aquecimento fsico

    no entorno do prdio.

    Figura 1.3 Detalhe da arquitetura de Ramos de Azevedo, esquina da Rua Dr. Jorge

    Miranda com a Av. Tiradentes. Extrada de: Google Street View (dezembro de 2014).

  • 18

    1.2.3 Escola Tcnica Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo

    O Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo uma instituio de ensino

    privada e sem fins lucrativos. Fundada em 1873 por um grupo de aristocratas

    pertencentes elite cafeeira nacional, tornou-se referncia na cidade de So

    Paulo como escola tcnica profissionalizante. Em 1890, a direo do Liceu foi

    assumida pelo arquiteto Francisco Paula Ramos de Azevedo (que projetou o

    prdio da cavalaria), responsvel por uma nova reforma curricular da escola.

    No final do Sculo XIX, a instituio funcionava no atual prdio da

    Pinacoteca do Estado de So Paulo. Em 1900, passou a funcionar em seu local

    atual.

    Figura 1.4 Antigo prdio do Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo (Atual Pinacoteca do

    Estado de So Paulo) e atual localizao. Extrada de: Google Maps (acesso em 30/08/2015

    17:59).

    Alunos e funcionrios da escola utilizam a Rua Dr. Jorge Miranda como

    via de acesso estao de Metr Tiradentes e ao ponto de nibus localizado na

    Av. Tiradentes.

  • 19

    Figura 1.5 Esquina da Rua da Cantareira com a Rua Dr. Jorge Miranda, mostrando a

    proximidade da escola. Extrada de: Google Street View (janeiro de 2015).

    1.2.4 Mosteiro da Luz e Museu de Arte Sacra

    O Mosteiro da Luz foi construdo e fundado em 1774 por Frei Antnio de

    Sant'Anna Galvo. Considerada a mais importante construo arquitetnica

    colonial do sculo XVIII na cidade, o Mosteiro tombado pelo Iphan, pelo

    Condephaat e pelo Conpresp. O prdio tambm o lugar de recolhimento das

    Irms Concepcionistas que atualmente dedicam seus dias a oraes e ao

    trabalho e vivem em clausura. No mesmo prdio tambm se localiza o Museu de

    Arte Sacra de So Paulo, onde est um dos mais importantes acervos do

    patrimnio sacro brasileiro. O Museu conta com mais de 800 relquias barrocas

    em exposio.

  • 20

    Figura 1.6 Entrada do Museu de Arte Sacra, marcado pela arquitetura colonial

    barroca. Extrada de: Google Street View (maio de 2014).

    1.3 Mapas Histricos

    Consultados os mapas da cidade de So Paulo no final do sculo XIX,

    pode-se notar que a Rua Dr. Jorge Miranda ainda no existia, no entanto, o

    Quartel da Polcia Militar (representado pelo nmero 17) que atualmente

    encontra-se no cruzamento da Avenida Tiradentes com a Rua Dr. Jorge Miranda

    j se encontrava l. O mapa, de 1895, j mostra a Rua Joo Teodoro e a Rua

    So Caetano, ambas paralelas a Rua Dr. Jorge Miranda.

    Figura 1.7 Mapa da Cidade de So Paulo em 1895. Extrada de: Planta da Cidade de

    So Paulo, por Hugo Bonvicini. Arquivo Pblico do Estado de So Paulo, Memria Pblica.

  • 21

    Em mapas do incio do sculo XX, a rua em questo j aparece, bem

    como o Hospital Militar. De acordo com o Livro Comemorativo do Liceu de Artes

    e Ofcios, cujo exemplar encontra-se na biblioteca da FAU USP (Faculdade de

    Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo), as oficinas da escola

    j estavam instaladas no cruzamento da Rua Dr. Jorge Miranda com a Rua da

    Cantareira a partir de 1900, entretando, em mapas de 1905 a mesma ainda no

    mostrada.

    Figura 1.8 Mapa da Cidade de So Paulo em 1905. Extrada de: Planta Geral da Cidade de

    So Paulo, por Alexandre Cococi e Luiz Fructuoso. Arquivo Pblico do Estado de So Paulo,

    Memria Pblica.

    Nas imagens de 1913, a escola Liceu de Artes e Ofcios j apresentada

    em seu terreno atual (85), todavia, o Ginsio da instituio ainda funcionava na

    atual Pinacoteca do Estado de So Paulo (83). Tambm possvel verificar a

    existncia de duas travessas da Rua Dr. Jorge Miranda: A Rua Alfredo Maia e a

    Rua do Quartel (atual Rua Guilherme Maw), alm da Vila residencial S Barbosa.

  • 22

    Figura 1.9 Mapa da Cidade de So Paulo em 1913. Extrada de: Planta Geral da Cidade de

    So Paulo, por Alexandre Cococi e Luiz Fructuoso. Arquivo Pblico do Estado de So Paulo,

    Memria Pblica.

    1.4 Consideraes

    A Rua em estudo possui mais de 110 anos com esse nome, e via de

    acesso para importantes instituies. Atualmente sua situao razovel, e

    cabe uma reurbanizao na mesma.

  • 23

    Espao Urbano:

    Funes e Utilizaes

    2

  • 24

    2.1 O espao urbano: reflexes sobre usos e funes da rua

    Os espaos pblicos tm como suas principais funes serem lugares de

    encontro, comrcio e circulao. Tambm servem para estruturar as formas de

    desenvolvimento da cidade e suas relaes, alm de ser a prpria imagem das

    dinmicas urbanas. Visto a sua importncia, possvel atribuir a eles um status

    de ordenadores urbanos e, portanto, clara a importncia do projeto dos

    espaos pblicos.

    Com a evoluo dos meios de transporte, o desenvolvimento das cidades

    mudou, pois, devido incluso de novas categorias de transporte, as formas das

    cidades foram alteradas, assim como as relaes, que implicam na

    transformao dos meios pblicos, coletivos.

    Aps essa mudana, a cidade passa a necessitar de uma hierarquizao

    de suas estruturas e uma organizao mais formal, fatores que so fundamentais

    para seu correto desempenho. Segundo Rappoport1, cidade formada pelos

    espaos privados, pelos espaos semi-pblicos e pelos espaos pblicos, e

    somente sobre os espaos pblicos que h a possibilidade de organizao e

    ordenamento das atividades. O projeto destes, portanto, utiliza elementos que

    no so referentes aos espaos privados e s edificaes neles presentes.

    As vias pblicas so as partes mais ntidas dos elementos morfolgicos

    constituintes de uma cidade. Elas se situam sobre a geografia natural do local,

    e, portanto, dispem a hierarquia dos elementos que se situam naquele lugar.

    funo da via pblica dar suporte a atividades como o transporte motorizado,

    atividades econmicas, lazer e relaes sociais. Quando so integradas todas

    essas atividades, cria-se a chamada esfera pblica urbana, espao de atuao

    dos projetos de (re)urbanizao.

    Alm disso, as vias tm como funo formar um sistema para o

    deslocamento sobre o territrio conectando as vrias partes de uma regio e

    sobre esse sistema que os espaos pblicos, a habitao, os equipamentos

    sociais e de lazer, e os setores produtivos podem se desenvolver.

    1 RAPOPORT, Amos. Arquiteto polons formado pela Universidade de Melbourne, que discorre sobre as funes das formas na cidade.

  • 25

    A partir do exposto, percebe-se que as vias pblicas e seu planejamento

    devem ser tratados como elemento fundamental para o espao urbano, para

    que, dessa forma, por meio de projetos que busquem a urbanizao destes

    espaos, se consiga valorizar e qualificar os mesmos, visto que, se forem

    tratadas apenas como suporte aos veculos (em sua grande maioria, individuais),

    haver uma perda na urbanidade das vias pblicas. Portanto, busca-se um

    espao pblico que no apenas d suporte aos deslocamentos das pessoas,

    mas tambm que seja adequado para as atividades urbanas e a suas funes.

    Ainda no que se trata da problematizao das vias pblicas cotadas para

    o deslocamento de massas, em sua obra de Desenho urbano, Cliff Moughtin2

    separa a via em duas definies: Road e Street. Road est vinculado

    diretamente engenharia de trfego, ou seja, nesse caso a via tem seu uso

    visando o suporte ao trfego, enquanto que Street se refere ao projeto urbano,

    ou seja, um olhar que percebe a via como instrumento de integrao.

    Sendo assim, de todas as nomenclaturas que podem ser utilizadas para

    definir Street, rua aquela que mais se aproxima de sua traduo, por conter

    a ideia de que a via pblica tem uma caracterstica humanizada que contempla

    as questes sociais da esfera pblica, alm das estruturas fsicas dos elementos

    formadores do espao pblico.

    2 MOUGHTIN, Cliff. Professor formado em arquitetura e premiado pela University of Liverpool.

    Figura 2.1 - Exemplo da

    concepo de road, via

    com uso exclusivo de

    suporte ao trfego.

    Disponvel em:

    https://www.google.com.

    br/search?q=road+stree

    t&es (acesso em

    02/05/2015 12:11).

  • 26

    Figura 2.2 - Exemplo da concepo de street, via que d suporte presena de pedestres e

    mobilirio urbano. Disponvel em: http://simplymaya.com/forum/showthread.php?t=40695

    (acesso em 02/05/2015 12:17).

    O principal meio de deslocamento sobre o territrio so, atualmente, os

    veculos motorizados e isso tem relao direta com a degenerao das funes

    e dos significados das vias pblicas. Agravando a situao, um fator importante

    que contribui para essa degenerao so os prprios projetos urbanos e

    manutenes que atualmente, em sua maioria, priorizam os veculos enquanto

    deixam os cidados pedestres de lado e, dessa forma, criado um conflito entre

    pessoas e automveis pela ocupao do espao pblico.

    Figura 2.3 - Exemplo da m convivncia paulistana entre mototristas e pedestres, gerada, em

    grande parte, pela prioridade dado aos veculos nos espaos pblicos. Foto disponvel em:

    http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/4045-1-dia-de-multas-por-desrespeito-aos-pedestres

    (acesso em 02/05/2015 12:31).

  • 27

    Na cidade de So Paulo, clara a preferncia tcnica e poltica para com

    os veculos, graas grande quantidade destes no sistema de mobilidade

    urbana, alm da sua importncia no que tange ao desenvolvimento econmico

    da cidade, uma vez que estes veculos transportam milhes de pessoas todos

    os dias para seus locais de trabalho. Foi a partir da dcada de 1970, que passou

    a ser possvel observar a transformao da paisagem paulistana para algo mais

    acomodado ao transporte sobre rodas. Essa transformao, que diminui a

    funo urbana das vias para ser simplesmente um eixo virio, transforma

    tambm a paisagem em simples caminho. O resultado disso uma perda na

    urbanidade, a transformao de praas em estacionamentos, a destruio da

    arborizao urbana, a impermeabilizao do solo, a perda da qualidade de

    iluminao pblica, a degradao do mobilirio urbano e a substituio do

    espao humano pelo espao do motor.

    Com base na problematizao da preferncia pelos automveis, novos

    modelos de projetos de reurbanizao esto sendo elaborados, visando

    retomada da predominncia humana nas vias. Para esses projetos devem ser

    levados em conta diversos fatores prprios da rua em questo, e que se diferem

    em cada caso, para que se possa ter uma noo correta do necessrio a se fazer

    no local. Esses fatores so a densidade de usurios, a diversidade de uso, a

    integrao entre o veculo e o pedestre, a configurao formal, e o contexto de

    implantao local. Levando em conta esses fatores pode-se ter uma viso mais

    apropriada para uma possvel interveno sobre o local.

    Kevin Lynch3 explica que, ao desenhar uma via deve-se levar em conta o

    comeo e o trmino do trajeto, entretanto quando se entende a via como uma

    srie de espaos conectados e no somente um trajeto, cria-se a possibilidade

    da permanncia de pessoas, das prticas sociais e de manifestao da vida

    urbana, algo que tambm segundo Lynch, significa remeter o desenho no

    somente via, mas estend-lo tambm praa pblica.

    No caso da rua aqui estudada, Dr. Jorge Miranda, tanto a observao dos

    fatores explicados acima como tambm a noo de Lynch sobre o desenho de

    3 LYNCH, Kevin. Urbanista e escritor graduado pelo Massachusetts Institute of Technology, em 1947.

  • 28

    vias foram aspectos analisados para a determinao das direes do projeto de

    reurbanizao. Pde-se perceber que, nessa via, tanto a densidade de usurios

    quanto a integrao entre veculos e pedestres so mnimas, uma vez que ela

    no se trata de um eixo de desenvolvimento urbano, e, portanto, no se configura

    como um espao de permanncia ou interao humana.

    Cumprindo, atualmente, funo de estacionamento a cu aberto, a rua Dr.

    Jorge Miranda no possui uma boa infraestrutura para o deslocamento dos

    pedestres e os nicos elementos que provam como as caladas ainda so

    utilizadas por transeuntes so as poucas faixas de pedestres que cruzam a via

    de um lado para o outro. Alm disso, de fcil percepo que a maioria do

    pblico que passa por essas caladas so os alunos da instituio estudantil

    Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo (LAOSP) e as pessoas que trabalham

    para as instituies militares presentes na via. Tanto os alunos, quanto os

    militares ocupam esse espao devido ao seu deslocamento deste a estao de

    metr Tiradentes, at os seus locais de trabalho/estudo, o que caracteriza a rua

    como um espao exclusivo de passagem.

    Alm disso, o contexto de implantao da Rua Dr. Jorge Miranda na

    regio central de So Paulo um espao degradado e prximo Cracolndia

    tambm um fator que explica a atual inutilizao humana da via, bem como

    direciona as ideias de um projeto de reurbanizao, que retome no somente a

    paisagem, mas tambm a vida social no local. Esse tipo de projeto, juntamente

    com programas sociais de reabilitao das reas centrais da cidade, permitiria

    uma retomada humanizada do espao o qual os paulistanos, atualmente,

    temorizam, compreendido como centro.

    2.2 O Mobilirio Urbano

    Por definio, o mobilirio urbano a coleo de artefatos implantados

    no espao pblico da cidade, de natureza utilitria ou de interesse urbanstico,

    paisagstico, simblico ou cultural4.

    Sendo assim, podemos perceber que o mobilirio urbano vai desde os

    bancos de praas e postes de iluminao at os grandes pontos de nibus e

    4 Definio extrada do site do governo do Rio de Janeiro.

  • 29

    que, alm disso, varia muito de espao a espao quanto ao seu principal objetivo,

    podendo ser cultural, paisagstico, urbanstico ou simblico.

    Uma cidade como So Paulo possui um mobilirio urbano extremamente

    diversificado, como postes de iluminao com estilo do sculo XIX (nas reas

    centrais) at elementos como orelhes, bancas de jornal, totens informativos,

    pontos de nibus (estes que vm passando por uma reurbanizao desde o

    incio de 2014, sendo os antigos substitudos por outros de estilo moderno e

    inovador), bancos de praas, lixeiras, relgios, placas de trnsito e outros.

    J uma cidade litornea, por exemplo, pode possuir todos os elementos

    citados anteriormente, porm quase como uma regra tradicional a existncia

    Figura 2.6 - Banca de jornal no centro de

    So Paulo. Disponvel em:

    www.imovelbrasil.net (acesso em

    04/04/2015 11:58).

    Figura 2.5 - Novo modelo de ponto de nibus na

    cidade de So Paulo. Disponvel em:

    http://criticaseatitudes.com.br/?p=354

    (acesso em 04/04/2015 11:32).

    Figura 2.4 - Modelo antigo de pontos de

    nibus de So Paulo. Disponvel em:

    http://www.sinaprosp.org.br/visualizar_noticia.

    php?id_noticia=605 (acesso em: 04/04/2015

    11:40).

    Figura 2.7 - Totem informativo na regio da

    Liberdade (So Paulo). Disponvel em:

    http://imprensa.spturis.com.br (acesso em

    04/04/2015 11:46).

  • 30

    de quiosques em suas avenidas beira-mar e nas orlas de suas praias. Sem

    dvida que os quiosques no so um elemento restrito s praias e que podem

    ser implantados em cidades interioranas (pode-se perceb-los na prpria cidade

    de So Paulo, em bairros bomios ou praas de alimentao de shoppings),

    porm eles so uma marca registrada da paisagem litornea. Tradicionalmente,

    os quiosques so elementos de intensa participao na ocupao de caladas,

    uma vez que suas mesas e cadeiras tm grande representatividade no espao

    urbano, constituindo ambientes agitados e caractersticos de determinadas

    regies das cidades (s vezes, at mesmo interferindo no fluxo de pedestres nas

    caladas).

    Figura 2.8 - Quiosque na regio da Vila Madalena (bairro bomio de So Paulo). Disponvel

    em: http://cafepasa.blogspot.com.br/2013/05/sao-paulo-para-quem-gosta-de-comer-e.html

    (acesso em: 04/04/2015 12:11).

    Figura 2.9 - Quiosque de praia na cidade de Santos (litoral de So Paulo). Disponvel em:

    http://www.diariodolitoral.com.br/conteudo/5765-precos-altos-em-quiosques-de-santos-geram-

    polemica (acesso em 04/04/2015 - 12:15).

  • 31

    Tambm pode-se facilmente perceber que a questo dos mobilirios

    urbanos nunca deixa de estar em pauta, principalmente nas grandes cidades,

    em cujas ruas a manuteno destes elementos de extrema importncia para o

    bom funcionamento das cidades como um todo. Problemas como falta de

    informao e iluminao, causados por danificaes de elementos do mobilirio

    urbano, so um dos principais problemas apresentados, sobretudo, pelas

    grandes metrpoles do Brasil e do mundo, uma vez que podem causar danos

    maiores nas regies afetadas, como por exemplo, uma rua mal iluminada que

    passa a ser temida por sua periculosidade e, conseguintemente, acaba se

    tornando deserta pela falta de um fluxo contnuo de pedestres.

    Sendo assim, pode-se perceber que os mobilirios urbanos constituem

    uma questo vital para as cidades, no s no quesito paisagstico (uma regio

    que teve a implantao do mobilirio urbana planejada e mantm a sua

    manuteno , sem dvida, mais bela e mais aprazvel de se olhar), mas tambm

    no que tange a segurana e a informao dos transeuntes.

    Uma questo muito importante a que aborda o vandalismo e a

    depredao do mobilirio urbano. Por vezes ouvimos notcias de que, aps

    alguma manifestao, os pontos de nibus, os postes de iluminao, as lixeiras,

    os totens informativos ficam destrudos e fora de condies de uso.

    Figura 2.10 - Rua Oscar freire

    em So Paulo, aps passar por

    uma reforma tambm no

    mobilirio urbano.

    Disponvel em:

    http://engvagnerlandi.com/2011

    /04/10/fiacao-aerea-o-grande-

    desafio-torna-la-subterranea/

    (acesso em 07/04/2015

    23:28).

  • 32

    No entrando na questo da legitimidade ou no dos atos, pode-se

    perceber que as prefeituras tm de arcar com os prejuzos e, muitas vezes, a

    reimplantao ou reforma destes elementos no se mostra to eficiente assim.

    Tendo em vista essa questo, claro o fato de que os mobilirios urbanos

    devem ser planejados para resistir e at mesmo no incentivar esses atos

    depreciativos. Da, tomando como exemplo as lixeiras implantadas na cidade de

    So Paulo desde 2012, pode-se exemplificar duas alternativas de resoluo para

    a questo do vandalismo contra estes elementos e da sua superlotao (quando

    no feita a manuteno, ou seja, o recolhimento do lixo).

    I. NOVO ESTILO SIMPLIFICADO:

    Recentemente, um novo modelo de lixeiras tem sido implantado em cidades

    europeias, como Paris, e em So Paulo: a lixeira sem cesto. Este um

    modelo prtico e incrivelmente simples, constitudo unicamente por um aro

    em volta dos postes de iluminao e um saco plstico preso a este aro.

    Figura 2.11 - Lixeira de plstico vandalizada no

    centro de So Paulo. Disponvel em:

    www.trilhosurbanos.com (acesso em 04/04/2015

    12:34).

    Figura 2.12 - Lixeira de plstico depredada no

    centro de So Paulo. Disponvel em:

    http://g1.globo.com/sao-

    paulo/noticia/2010/11/vandalos-destroem-15-

    das-lixeiras-de-sp-todos-os-anos.html (acesso

    em: 04/04/2015 11:12).

  • 33

    Figura 2.13 - Novo modelo de lixeira adotado pela prefeitura de So Paulo. Disponvel em:

    http://www.saopaulo.com.br/bicicletas-para-catadores-e-lixeiras-contra-vandalismo/ (acesso em

    04/04/2015 11:15).

    Com este novo arqutipo, a prefeitura de So Paulo pretende suprimir os

    gastos pblicos que possui atualmente com a reposio de 7 mil unidades de

    lixeiras plsticas por ano. Resta esperar para se verificar a efetividade ou no

    de seu funcionamento.

    II. LIXEIRAS SUBTERRNEAS:

    No que tange a superlotao das lixeiras de plstico, devido, principalmente,

    a ineficincia do servio de coleta de lixo, outro sistema tm se destacado

    por seu carter inovador: as lixeiras subterrneas. Esse modelo foi aplicado

    pela primeira vez em 2011, nas ruas de Paulnia (interior de So Paulo), e

    baseado em um coletor de metal acima do nvel do cho, com um canal para

    uma cmara subterrnea que pode armazenar alguns dias de deposio de

    lixo orgnico ou reciclvel (compartimentos separados). um sistema

    inovador no pas, pois trata de uma forma diferenciada a armazenagem do

    lixo, anteriormente sua coleta, porm tambm um modelo recente do qual

    ainda no se obteve um longo tempo para testar sua eficincia.

  • 34

    Figura 2.14 - Lixeiras Subterrneas de Paulnia. Disponvel em:

    http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=902850&page=250v (acesso em 04/04/2015

    13:31).

    De qualquer maneira, ambos so modelos alternativos para um problema

    quanto ao mobilirio urbano que expressam como este um assunto importante

    nas cidades e que nunca deixa de ser discutido, sendo que sempre surgem

    inovaes e modelos diferenciados para melhorar o abastecimento das cidades

    com os elementos necessrios sua manuteno.

    2.2.1 Inovaes em mobilirio urbano

    So Paulo um perfeito exemplo quanto inovaes no mobilirio

    urbano, principalmente aps o incio da atual gesto do prefeito Fernando

    Haddad. Desde 2013, algumas mudanas vm sendo constatadas no que tange

    aos objetos e artefatos implantados no espao pblico e de apoio aos cidados,

    mudanas essas que, apesar de no serem notveis e exaltadas como solues

  • 35

    para os problemas de descaso com o mobilirio urbano, representam uma

    tendncia modernizao dos espaos da cidade, com a implantao de pontos

    de nibus, totens informativos e relgios digitais com design moderno e

    totalmente diferente dos anteriores.

    Ainda seguindo a linha da modernidade, a cidade de Paris apresentou em

    agosto de 2012 um projeto de ponto de nibus conceitual, o qual apresentava

    desde servios de informao e exibio de fotos histricas da cidade at

    espaos para carregadores de celular. Juntamente com o projeto do novo

    mobilirio urbano da cidade de Curitiba, o qual se baseou no vidro e nas formas

    naturais da Araucria5 para o desenho de novos pontos de nibus, cabines

    telefnicas e abrigos para bicicletas, pode-se perceber como a questo da

    interao desses elementos e artefatos com as cidades, ao redor do mundo,

    de extrema importncia, uma vez que compe a prpria identidade das cidades,

    o que justifica a recorrente produo de novos projetos para o mobilirio urbano.

    5 rvore da famlia dos pinheiros, caracterstica da regio Sul do Brasil, em especial da cidade de Curitiba.

    Figura 2.15 - Mobilirio inteligente de Paris. Disponvel em:

    https://digitalsignageportugal.wordpress.com/2012/04/19/mobiliario-urbano-

    inteligente-facilita-visitas-a-cidade-luz/ (Acesso em 07/05/2014 19:37)

  • 36

    2.3 Arborizao Urbana

    Em visita FAU - USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

    Universidade de So Paulo), realizou-se a leitura do livreto Arborizao

    Urbana, escrito em 1944, cuja autoria de F. C. Hoerne. J em meados do

    sculo XX, havia uma preocupao quanto relao entre o plantio de rvores

    nas caladas e a conservao destas, cuidado que, ao longo das dcadas

    seguintes, com a exploso demogrfica das cidades brasileiras principalmente

    So Paulo foi abandonado em detrimento dos passeios pblicos, que foram

    muito danificados devido falta de cuidados tanto no plantio das rvores quanto

    na sua manuteno. O livro traz ilustraes prticas quanto a execuo de

    simples medidas que suprimiriam problemas hoje enfrentados pelas populaes

    urbanas, como caladas rachadas ou at mesmo bloqueadas por razes de

    rvores.

    Figura 2.16 - Ilustrao de como as rvores devem ficar na calada. Extrada de: F. C. Hoerne,

    1944, pg 42.

  • 37

    Figura 2.17 - Ilustrao de como deve ser preparada a cova para que as razes no aflorem.

    Extrada de: F. C. Hoerne, 1944, pg 42.

    O Manual Tcnico de Arborizao Urbana da Prefeitura de So Paulo,

    em sua 2 edio de 2005, traz exigncias quanto ao afastamento mnimo

    correspondente altura da rvore e o raio de projeo da copa, quanto a

    distncia mnima destas em relao aos diversos elementos de referncia

    existentes em reas livres pblicas e quanto interferncia no cone de luz

    projetado pela iluminao pblica ou na visibilidade de sinalizaes e placas de

    identificaes, alm de trazer parmetros para a arborizao de passeios em

    vias pblicas, visando espcies e alturas.

    Segundo o manual, o posicionamento da rvore no deve obstruir a viso

    dos usurios em relao a placas de identificao e sinalizaes pr-existentes

    para orientao ao trnsito de veculos, sendo necessrios, portanto, servios

    de manuteno, como a poda de galhos, que devem ser realizados pela prpria

    prefeitura.

  • 38

    Figura 2.18 - Altura em relao rede eltrica e posicionamento das rvores. Extrada de:

    Prefeitura de So Paulo, Manual Tcnico de Arborizao Urbana, 2005, pg 16.

    Na rua Dr. Jorge Miranda, verifica-se problemas quanto a visibilidade de

    placas de trnsito causados pela interferncia de galhos de rvores, os quais

    cresceram alm dos limites estipulados para no interposio nas sinalizaes,

    problema que poderia ser resolvido com um simples servio de poda, porm que

    persiste na realidade paulistana, dado o grande nmero de ocorrncias e a

    incapacidade da prefeitrua em resolver esse tipo de problema em toda a cidade.

  • 39

    Figura 2.19 - Fotografias autorais do grupo, mostrando a obstruo da placa de trnsito, pela

    rvore. No caso, a placa foi colocada depois do plantio da rvore, no entanto, h a

    demonstrao do quo inconveniente pode ser uma rvore. Fotografia autoral.

    No caso das fotografias obtidas pelo grupo, nota-se um negligncia

    maior ainda por parte do servio de instalao das sinalizaes de trnsito, dado

    que a placa em questo pode ser considerada recentemente implantada, devido

    ao seu estado de conservao, e que a rvore que a est encobrindo um

    espcime plantado a vrias dcadas atrs, fato que se pode perceber analisando

    sua altura e espessura, em funo do tempo de crescimento desse tipo de

    rvore.

    2.4 Acessibilidade em caladas

    A prefeitura da cidade de So Paulo, por meio do novo Plano Diretor

    Estratgico (PDE), mencionado anteriormente, definiu um novo padro para as

    caladas da cidade, o qual permitiria a coexistncia de pedestres, elementos do

    mobilirio urbano e objetos de uso das construes existentes nos lotes

    presentes nas ruas. Essa padronizao visa dividir as caladas em duas ou trs

    faixas, como mostra a imagem.

  • 40

    Figura 2.20 Faixas das caladas. Extrada de: Coordenao das subprefeituras de So

    Paulo, Conhea as regras para arrumar a sua calada.

    A primeira faixa destinada colocao de rvores, rampas de acesso

    para veculos ou portadores de deficincias fsicas, alm de postes de

    iluminao, sinalizao de trnsito e mobilirio urbano, sendo esta a faixa de

    servio, ou seja, onde se localizam os elementos necessrios mobilidade,

    acessibilidade e qualidade de vida nos espaos pblicos da cidade.

    A segunda faixa, denominada faixa livre, destinada exclusivamente

    circulao, e sendo assim, deve estar totalmente livre de desnveis e obstculos.

    necessrio que seja contnua, isto , livre de emendas ou fissuras, alm de

    possuir largura mnima de um metro e vinte centmetros para a devida

    passagem dos pedestres sem ocorrncia de problemas ou interrupes no fluxo

    e ser regular e antiderrapante, visando a preveno de acidentes com os

    transeuntes.

    A terceira faixa, cuja existncia no obrigatria, peculiarmente

    destinada a um apoio propriedade, uma vez que se trata de uma faixa de

    acesso. Nela podem se configurar rampas de acesso para veculos, toldos de

    proteo contra o sol, placas e chamadas de propagandas e moblias mveis.

  • 41

    2.4.1 Piso especial de orientao ao pedestre

    A norma ABNT NBR 9050 estabelece critrios e parmetros tcnicos a

    serem observados no projeto, construo, instalao e adaptao de

    edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos urbanos s condies de

    acessibilidade, tratando inclusive de pisos tteis. Segundo esta norma, piso ttil

    aquele caracterizado pela diferenciao de textura em relao ao piso

    adjacente, destinado a constituir alerta ou linha direcional, perceptvel por

    pessoas com deficincia visual.

    O piso ttil de alerta avisa o deficiente acerca da mudana de direo, e

    o atenta necessidade do cuidado no trajeto, consistindo, para tanto, em placas

    de borracha antiderrapantes e superfcie em relevo. Deve ser aplicado

    perpendicularmente ao sentido do deslocamento e garantida a continuidade das

    placas.

    Figura 2.21 Piso ttil de alerta. Disponvel em: http://www.pisotatilborracha.com.br/#!piso-

    tatil/ckra (acesso 26/08/2015 - 11:20).

    O piso ttil direcional possui superfcie emborrachada em relevo que, por

    sua vez, orienta o deficiente em seu percurso, evitando que o mesmo se perca

    ou escorregue devendo, portanto, ser instalado no sentido do percurso.

    Figura 2.22 Piso ttl direcional. Disponvel em: http://www.pisotatilborracha.com.br/#!piso-

    tatil/ckra (acesso 26/08/2015 - 11:22).

  • 42

    Segundo a cartilha de divulgao do novo PDE, distribuda pela prefeitura,

    a responsabilidade da implantao de rampas de acesso em esquinas, para uso

    de pessoas com deficincias motoras de mobilidade, de exclusividade das

    subprefeituras. As esquinas, por se tratarem de pontos principais de uma calada

    devem estar desobstrudas, permitindo tanto a circulao quanto a permanncia

    de pedestres.

    Figura 2.23 Rampas de acesso em esquinas. Extrada de: Prefeitura de So Paulo,

    Caladas Como ficam as esquinas?.

    Ainda conforme a cartilha, o mobilirio de grande porte, como bancas de

    jornal, tem de ficar a 15 metros das esquinas e os mobilirios de mdio e

    pequeno porte como telefones, lixeiras, entre outros, precisam ficar a 5 metros

    da mesma.

    2.5 A Supresso das Vagas de Rua e a Alternativa do Estacionamento

    Vertical

    Um dos principais objetivos deste trabalho o de demonstrar como

    possvel a supresso das vagas de carros presentes ao longo da Rua Dr. Jorge

    Miranda, as quais esto na maior parte do tempo ocupadas com veculos cujos

    donos trabalham na prpria rua ou em seu entorno, quando no por veculos

    abandonados, que no desocupam o espao h anos.

    evidente que, em se tratando de uma rea militar, com uma linha de

    metr adjacente (presena da estao Tiradentes da Linha 1 Azul do metr,

    na esquina com a Av. Tiradentes), os espaos da rua ocupados hoje por

    centenas de carros no deveriam possuir esta, como sua principal finalidade.

  • 43

    Essa afirmao reforada pelo fato de que o trfego de militares no sistema

    metropolitano de trilhos j recorrente e normal na cidade de So Paulo, ou seja,

    os poucos que persistem em se deslocar at seu local de trabalho com

    automveis particulares e, assim, perpetuar a utilizao da Rua Dr. Jorge

    Miranda como um estacionamento a cu aberto, poderiam agir como os demais

    indivduos que se ocupam do transporte pblico como modo de deslocamento

    dirio, contribuindo assim para a liberao do espao da rua visando uma

    utilizao diferenciada e mais voltada aos pedestres circulantes.

    No entanto, tambm de conhecimento geral que modificar a conscincia

    de um coletivo acostumado com determinadas rotinas e hbitos particulares, que

    beneficiam a si prprios, , na maioria das vezes, uma tarefa de extrema

    dificuldade e, talvez, impossvel de ser alcanada, devido a diversos fatores

    socioeconmicos que coagem na determinao de certas ideologias seguidas

    por esses grupos.

    Sendo assim, pensando em uma grande possibilidade de haver falta de

    adeso, por parte, principalmente, dos militares, na proposta de substituio do

    meio de transporte particular em favor do coletivo (que no ocupa reas as quais

    poderiam ser utilizadas como espaos de convivncia das ruas da cidade, por

    exemplo), foi feita uma pesquisa com mtodos alternativos de conciliao entre

    as pessoas que insistem em manter o uso de automveis e a liberao de

    espao da Rua Dr. Jorge Miranda.

    Uma das alternativas encontradas, o estacionamento vertical, um tipo

    de edifcio garagem em que a conduo dos automveis mecanicamente

    automatizada. O usurio no possui acesso ao interior do edifcio assim como

    os funcionrios, uma vez que os veculos so levados at as vagas por

    equipamentos robotizados. Os modelos deste tipo de edifcio dispensam lajes

    para pisos e outros elementos por se utilizarem de estruturas metlicas na sua

    sustentao. O modelo conhecido por Sistema de Estacionamento Modular

    Automatizado.

    Atualmente, h no mercado o modelo de sistema com mdulo lateral, o

    qual suporta de 2 a 4 automveis por pavimento e rende 11,25 m/vaga, e o com

  • 44

    mdulo circular, que, por sua vez, suporta de 4 a 12 automveis por pavimento,

    sendo que este rende 17,20 m/vaga.

    Figura 2.24 - Sistema modular lateral, sistema modular duplo, sistema modular circular

    com 4 vagas e sistema modular circular com 12 vagas. Disponvel em:

    http://wwwo.metalica.com.br/o-que-sao-e-como-funcionam-os-estacionamentos-verticais

    (Acesso em 20/08/2015 - 14:16).

  • 45

    Figura 2.25 - Mdulo construtivo. Disponvel em: http://wwwo.metalica.com.br/o-que-

    sao-e-como-funcionam-os-estacionamentos-verticais (Acesso em 20/08/2015 - 14:16).

    A tecnologia apresenta como benefcio a reduo da rea ocupada por

    cada automvel, alm da reduo do p direito, otimizao do espao

    (descartando o uso de elevadores, escadas e rampas), bem como ventilao e

    condicionamento de ar, e estruturas convencionais de concreto armado. Por se

    tratar de uma edificao industrializada h uma forte racionalizao dos perfis

    de estrutura metlica, configurando um importante aspecto que se leva em conta

    atualmente nos processos construtivos, a sustentabilidade.

    Estudando o caso da Rua Dr. Jorge Miranda, o estacionamento vertical

    poderia ser construdo no terreno ocupado atualmente pelo estacionamento

    conveniado com as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA) da Polcia

    Militar do Estado de So Paulo, que conta com 163 vagas de automveis

    nmero averiguado com a guarita do estacionamento em visita ao mesmo. Esse

    convnio restringe o uso do espao somente aos militares pertencentes ROTA

    e Polcia Militar, ou seja, as vagas (as quais esto dispostas ao longo de um

    terreno de comprida extenso, somente no nvel do trreo, sem subterrneos ou

    demais pavimentos) no esto disposio de qualquer cidado que procure

    uma vaga para estacionar seu automvel.

  • 46

    Portanto, o estacionamento vertical poderia se configurar em uma

    alternativa para melhor aproveitamento do terreno, por meio da execuo de

    mais de um pavimento para disposio de vagas de automveis (subterrneos

    ou acima do nvel da terra), e tambm para amenizar provveis discordncias

    que surgiriam a partir da supresso das vagas de rua, por parte dos motoristas

    que, antes, deixavam seus veculos naqueles espaos.

    2.5.1 O caso do projeto Primavera das Caladas

    Existe um projeto do Instituto de Urbanismo e de Estudos para a

    Metrpole (URBEM) o qual leva uma proposta radical s ruas de So Paulo, uma

    vez que prope a supresso total das faixas de estacionamento nas vias da

    cidade. Com o espao ganho, h possibilidades de alargamento de caladas e

    criao de reas verdes de convvio e circulao, alm de implantao de

    ciclovias. A alternativa para os estacionamentos seria, assim como demonstrado

    anteriormente, no caso da Rua Dr. Jorge Miranda, uma iniciativa privada para

    construo de estacionamentos verticais.

    Segundo projetos do URBEM, a rea da extinta vaga passaria a ser um

    espao que constituiria uma ampla calada, ou seja, um espao pblico de

    convivncia e circulao de pedestre, no qual tambm haveria o enterramento

    de fiao eltrica, alm da instalao de reas verdes, as quais, em alguns

    casos, ainda poderiam margear ciclovias.

  • 47

    Figura 2.26 - Proposta URBEM Primavera das Caladas Disponvel em:

    http://www.mobilize.org.br/estudos/102/primavera-das-calcadas--projeto-de-intervencao-em-

    vagas-de-estacionamento-na-rua.html (acesso em 07/05/2015 - 20:57).

    Para resoluo do problema das vagas suprimidas, de acordo com o

    proposto pelo projeto, estacionamentos verticais estariam localizados

    estrategicamente no entorno dos locais que antes comportavam as vagas, as

    quais seriam suprimidas em duas fases: Primeiramente a eliminao de todas

    as vagas de zona azul, e em seguida, a eliminao daquelas situadas em ruas

    que desembocam em estaes do metr.

    Os benefcios que tal projeto traria s ruas de So Paulo, realadas pelo

    prprio URBEM seriam a mudana instantnea da paisagem urbana, de algo

    antes catico e pautado na relao entre automveis e pedestres para algo mais

    harmonioso e que valorizasse o lado humano da cidade, a reduo no trnsito

    intenso de veculos (caracterstico da regio) e a maior visibilidade do comrcio

    de rua, alm de constituir um incentivo reestruturao de caladas.

  • 48

    No entanto, tambm seria averiguado um malefcio advindo do projeto, o

    qual seria baseado na perda de receita com vagas de zona azul, uma vez que

    elas se distribuem pela cidade em um nmero de 32442 unidades.

    2.6 Hidrulica, eltrica e gasodutos urbanos

    A infraestrutura de uma cidade conta com servios necessrios

    manuteno da vida urbana e sem os quais seria impossvel, atualmente, a

    existncia de gigantescos aglomerados de pessoas convivendo em comunidade.

    Esses servios tratam-se, basicamente de trs elementos, os quais no so

    oferecidos gratuitamente s populaes, porm sua distribuio de obrigao

    pblica. So eles: gua encanada, energia eltrica e tubulaes de gs.

    O fornecimento de gua na cidade de So Paulo realizado pela empresa

    estadual Sabesp, a qual se utiliza de seis importantes reservatrios de gua

    Cantareira, Alto Tiet, Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro e Alto Cotia para

    abastecer toda a regio metropolitana. Desde esses reservatrios, a gua

    tratada percorre quilmetros de tubulaes subterrneas atravs das quais se

    d todo o fornecimento para as construes da cidade.

    Alm disso, o sistema de esgoto e de recolhimento de guas pluviais

    tambm subterrneo. Enquanto o primeiro se direciona, ou pelo menos deveria

    se direcionar, s centrais de tratamento de esgoto, o segundo vai de encontro

    aos rios da cidade, que, ao final de um longo percurso, despeja essa gua no

    mar.

    Sendo assim, pode-se perceber que a hidrulica urbana um dos

    elementos mais importantes de uma rua, uma vez que ela utiliza seu subterrneo

    e responsvel para que no haja alagamentos nas cidades, alm de carregar

    as guas servidas provenientes dos edifcios presentes na rua para o devido

    lugar.

    Em se tratando dos elementos eltricos, sabe-se que a maior parte dos

    espaos urbanos das cidades brasileiras recebe a energia eltrica atravs de

    fiaes elevadas, sustentadas por postes que tambm acabam sendo

    responsveis pela iluminao urbana. Porm, o emaranhado de fios nas cidades

  • 49

    ofusca a arquitetura, cruzando esquinas e fachadas de edifcios e, no obstante,

    no se trata apenas de uma questo de preocupao esttica, uma vez que,

    devido sobrecarga nos postes, comum o pedestre se deparar com a fiao

    cada vez mais prxima do cho, o que configura uma problematizao quanto

    prpria segurana de quem passa pelas ruas. No caso da cidade de So Paulo,

    o problema ainda mais grave do que em outros municpios brasileiros, uma vez

    que a enorme quantidade de pessoas exige uma grande demanda por energia,

    o que acaba fazendo com que, ao olhar para cima em quase todas as regies

    da cidade, se encontre uma fiao problemtica.

    Diante de tal preocupao, no que tange a reurbanizao de espaos

    pblicos, torna-se pertinente a aplicao de fiao subterrnea embutida, a qual,

    alm de tornar o ambiente mais seguro para os transeuntes e motoristas e

    diminuir problemas com podas de rvores que interferem nas atuais fiaes

    elevadas, contribui para a melhora da esttica da cidade, evidenciando ainda

    mais a arquitetura dos edifcios e proporcionando maior beleza aos espaos

    urbanos da cidade, decadentes, muitas vezes, devido ao descaso com que

    tratada a atual fiao elevada.

    Figura 2.27 - Exemplo de um emaranhado de Fios Eltricos Disponvel em:

    http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/01/no-ritmo-atual-enterramento-de-fios-eletricos-

    pode-demorar-164-anos.html (acesso em 23/05/2015 - 09:32)

  • 50

    Em contrapartida, o custo para tal investimento configura-se um dos

    principais problemas para a execuo de projetos de enterramento de fiaes.

    No entanto, este poderia ser resolvido com uma parceria pblico-privada, assim

    como so feitas vrias das melhorias urbanas, como desenvolvimento de

    transporte pblico sobre trilhos e demais.

    Segundo a Eletropaulo, a implantao de um quilmetro de rede

    subterrnea custa seis vezes mais do que a mesma medida de fiao area.

    Embora a companhia admita que a malha embutida possui maior proteo contra

    ligaes clandestinas e agentes externos (quedas de galhos e colises), ela

    tambm alega que o investimento em instalao e substituio poderia ocasionar

    um aumento de tarifa para o consumidor.

    Com a fiao embutida e com a criao de galerias subterrneas para

    abrig-la, a manuteno da mesma seria mais acessvel e barata, alm de rara,

    uma vez que a fiao no estaria exposta a interferncias externas. Alm disso,

    novamente quanto poda de rvores que hoje interferem diretamente na fiao

    elevada, a embutida, por sua vez, permitiria que elas seguissem seu curso

    natural, sem a necessidade de grandes intervenes por parte da Prefeitura para

    desvios de curso, durante o crescimento das rvores.

    O fornecimento de gs, ltimo dos elementos elencados, tambm

    representa um servio de extrema importncia devido sua ocupao do espao

    subterrneo das ruas. Por meio de tubos, o gs utilizado pelas edificaes para

    gerao de fogo (principalmente em ambientes de cozinha), assim como a gua,

    percorre um longo caminho at seus destinos finais, o qual se d tambm por

    meio da ocupao do subsolo as ruas.

    Na cidade de So Paulo, este um servio que ainda no atingiu todas

    as residncias e edificaes, porm est em expanso e, provavelmente, no

    futuro, ser como um servio bsico oferecido nas cidades, como hoje o

    fornecimento de gua. Assim, as ruas devem estar preparadas para receberem

    mais esse elemento subterrneo e os projetos de reurbanizao devem prev-lo

    como algo necessrio ao desenvolvimento urbano e implant-lo em seus planos.

  • 51

    2.7 Contato com Sabesp, Comgs e Eletropaulo

    Em busca de informao para que a revitalizao contemple alm das

    tubulaes sobressolo, as tubulaes embutidas de gua, gs e energia, o grupo

    contatou as empresas privadas responsveis por estes servios no local do

    objeto de estudo, no caso, a Rua Dr. Jorge Miranda.

    Em contato por telefone com a Companhia de Saneamento Bsico do

    Estado de So Paulo (SABESP), o grupo solicitou informao acerca de mapas

    que mostrem a posio das tubulaes da mesma, no entanto, nos foi passado

    que somente a agncia fsica da companhia poderia transmitir qualquer tipo de

    informao, mas o supervisor do atendente afirmou que no existe esse tipo de

    mapeamento.

    Em contato por telefone com a Companhia de Gs de So Paulo

    (Comgs), o grupo solicitou informao acerca de mapas que mostrem a posio

    das tubulaes da mesma, bem como o dimensionamento dessas tubulaes. O

    atendente afirmou que a empresa no dispe de mapeamento, e que para saber

    a posio dos tubos, somente com um tcnico fazendo o acompanhamento, e

    que a empresa no disponibiliza tcnicos a efeito de estudo, s os disponibiliza

    mediante apresentao de projeto, e os tcnicos visitam o local um dia antes do

    incio da obra.

    Em contato por telefone com a empresa Eletricidade de So Paulo S.A.

    (Eletropaulo), o grupo perguntou se havia algum tipo de mapeamento sobre

    fiao embutida, e nos foi passado que tanto a Prefeitura quanto a Loja AES

    Eletropaulo possuem esse mapeamento, no entanto, a informao no est

    disponvel para o pblico.

  • 52

    Estudos de Mapas e

    Pesquisas de Campo

    3

  • 53

    3.1 As Novas diretrizes do Plano Diretor e a Proposta de Reurbanizao

    da Rua Dr. Jorge Miranda

    Dada a sano de um novo Plano Diretor Estratgico (PDE) do municpio

    de So Paulo, por meio da lei n 16.050, do dia 31 de julho de 2014, dez novas

    diretrizes foram adotadas no desenvolvimento da cidade para os 16 anos

    seguintes, cinco das quais se relacionam direta ou indiretamente com o

    desenvolvimento de um projeto de reurbanizao da Rua Dr. Jorge Miranda.

    Figura 3.1 - Capa da edio de cartilha ilustrada explicativa do Plano Diretor Estratgico.

    Disponvel em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano

    (Acesso em 20/08/2015 14:40).

    A primeira diretriz do PDE relaciona-se com a questo, por meio da

    destinao de parte de ganhos com o benefcio de se construir alm de um

    coeficiente de aproveitamento (CA) bsico para investimentos em melhorias

    urbanas. Essa diretriz estabelece o CA bsico igual a 1 vez a rea do terreno em

    que se construir, sendo que, para ultrapassar essa taxa, um valor dever ser

    pago prefeitura (Outorga Onerosa), o qual pertencer sociedade paulistana

    e dever ser revertido coletividade por meio de investimentos em

    equipamentos como praas, transporte, drenagem e habitao.

  • 54

    Est relacionada diretamente ao escopo do trabalho, pois configura uma

    base monetria para os projetos de reurbanizao que viriam a ocorrer a partir

    de um banco de dados baseado na modelagem das ruas da cidade no programa

    Revit, da Autodesk, proposta a ser feita aps as etapas de modelagem da Rua

    Dr. Jorge Miranda, com a produo de um projeto de reurbanizao em cima

    desta, servindo para a verificao da viabilidade de um projeto deste porte a nvel

    do municpio de So Paulo.

    A segunda diretriz do PDE, que possui relao direta com a questo

    apresentada, a que trata do melhoramento da mobilidade urbana, prevendo a

    destinao de, ao menos, 30% dos recursos do Fundo de Desenvolvimento

    Urbano (FUNDURB) para melhorias na mobilidade urbana, por meio da

    implementao de um sistema coletivo de transporte eficiente, de um sistema

    ciclovirio e de melhoras na circulao de pedestres, com caladas mais largas,

    por exemplo. Desestimulando o uso do transporte individual motorizado e

    incentivando redes de nibus, metr (alm de prever redes hidro e aerovirias),

    a inteno desta diretriz do PDE articular os diversos meios de transporte de

    maneira a propiciar uma mobilidade urbana eficiente e saudvel.

    Suas relaes com o projeto de reurbanizao so extremamente fortes,

    uma vez que, prevista a retirada de vagas de carro da Rua Dr. Jorge Miranda,

    bem como o alargamento das caladas, objetivando um desestmulo do uso de

    carros na regio central da cidade em favor do estmulo da circulao de

    pedestres nas caladas. Alm disso, por meio desta ao, haveria um incentivo

    para que as pessoas que usam o carro no deslocamento at aquela regio

    passassem a utilizar nibus ou metr, cuja estao Tiradentes situa-se no

    cruzamento entre a Rua Dr. Jorge Miranda e a Av. Tiradentes, provando a

    existncia de outros meios de transportes eficientes na realizao do

    deslocamento urbano dirio naquela regio.

    A terceira diretriz relacionada questo a que discorre sobre a

    qualificao da vida urbana dos bairros. Claramente, a Rua Dr. Jorge Miranda

    localiza-se na regio central da cidade e no no bairro, porm, se levadas em

    conta as aes envolvidas com essa diretriz, podemos perceber que elas se

    relacionam com o caso em pauta, mesmo no sendo especfica para o mesmo.

  • 55

    Figura 3.2 - Pginas da Cartilha relacionada qualificao da vida urbana dos bairros.

    Disponvel em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano

    (Acesso em 20/08/2015 14:40).

    Duas dessas aes que deixam claro a relao com o tema so o fim da

    exigncia do nmero mnimo de vagas de automveis, que evidencia um

    desestmulo ao uso do veculo individual, uma vez que, se no preciso um

    nmero mnimo, podem ser propostos projetos que nem sequer considerem o

    automvel, auxiliando no intuito da diminuio da populao que possui seu

    prprio veculo de locomoo, e o aumento de reas verdes e de espaos livres,

    o qual constitui um dos objetivos finais com a reurbanizao da rua, que o de

    proporcionar maior circulao (reas livres) saudvel (reas verdes) de

    pedestres.

    A quarta diretriz do PDE que se relaciona com o tema a que visa a

    orientao do crescimento da cidade nas proximidades do transporte pblico,

    priorizando, para tanto, equipamentos pblicos humanizados e desestimulando

    o uso do automvel (e consequentemente a criao de mais estacionamentos e

    vagas e garagem).

    Com o desenvolvimento de centros comerciais nos trechos ao longo das

    vias de transporte pblico, os edifcios adquirem um carter mais social (por meio

    das fachadas ativas e do uso misto), permitindo a interao social e a

    consequente qualificao da vida urbana, por meio da ampliao de caladas e

    do estmulo a equipamentos urbanos voltados para a rua.

  • 56

    Figura 3.3 - Pginas da Cartilha relacionada ao desenvolvimento da cidade no entorno do

    transporte pblico. Disponvel em:

    http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano (Acesso em

    20/08/2015 14:40).

    O trfego de indivduos tambm est ligado ao aumento de reas livres

    (para que sejam possveis o uso pblico e a circulao de pessoas), o que

    configura outra relao com o tema no que tange ao aumento da rea livre para

    passantes e pedestres, em detrimento da substituio das vagas de carro nas

    faixas mais externas da via, por uma maior rea de calada esta que, por sua

    vez, ser baseada em princpios ecolgicos e nos conceitos de calada verde

    e calada viva6.

    Por fim, a ltima diretriz do PDE relacionada ao tema deste trabalho

    aquela que trata da preservao do patrimnio e da valorizao das iniciativas

    culturais. Um dos aspectos mais importantes do trabalho aqui desenvolvido a

    possibilidade de atribuio de um carter cultural prprio Rua Dr. Jorge

    Miranda, via que liga duas instituies culturais de grande importncia na histria

    da cidade de So Paulo: o Liceu de Artes e Ofcios, que, em breve, ter seu

    centro cultural reconstrudo e reinaugurado populao, e o Museu de Artes

    Sacras, situado no Mosteiro Frei Galvo.

    Sendo assim, essa diretriz viabiliza uma interveno cultural no local,

    configurando-se como um forte argumento de justificativa, pois revela a

    6 Conceito de Benedito Abbud, arquiteto e paisagista formado na FAU-USP.

  • 57

    importncia do polo cultural representado por aquela regio. Portanto nesta

    diretriz que vemos a inteno de promoo de TICPs (Territrios de Interesse

    Cultural e da Paisagem), de proteo de espaos culturais, simblicos e de

    imp