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MORAES, Luciene M. S. . O ensino de História nos anos iniciais de escolaridade do Colégio Pedro II: possibilidades narrativas a partir da disciplina de Estudos Sociais.. In: VIII Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História e do III Encontro Internacional de Ensino de História, 2012, Campinas. Anais do Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História. Campinas: FE/Unicamp, 2012. v. I. p. 1-16.
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CONTEDOS IMPORTANTES NA DISCIPLINA ESTUDOS SOCIAIS NO
COLGIO PEDRO II: POSSIBILIDADES INTERPRETATIVAS A PARTIR DE
DOCUMENTOS CURRICULARES E PORTARIAS AVALIATIVAS DO 5 ANO
DE ESCOLARIDADE
Luciene Maciel Stumbo Moraes
Colgio Pedro II
Resumo:
Inserido em um contexto no qual a preocupao com o conhecimento escolar via
contedos de ensino parece pouco trazida para discusso nas pesquisas em Educao,
este artigo busca refletir sobre este conhecimento nos processos formativos na/da
Educao Bsica. Concentrando o foco de anlise nos Documentos Curriculares e
Portarias que regulam os Estudos Sociais na busca por construir um mapa desta
disciplina no quinto ano de escolaridade das Unidades I do Colgio Pedro II. Em linhas
gerais, este texto rene alguns recortes de minha dissertao de mestrado que buscou,
como objetivo central, compreender e analisar o que tem sido fixado enquanto
contedo importante pelos professores, orientadores e coordenadores do 5 ano de escolaridade no Colgio citado, evidenciando o papel desempenhado pela relao do
contedo com o conhecimento escolar, nas esferas da transposio didtica e na
construo discursiva sobre a prpria disciplina. Tal discusso parece atual quando
pensamos na existncia de polticas governamentais avaliativas que associam o
rendimento dos alunos uma suposta qualidade da educao. Nesse sentido, esta
discusso ganha relevncia social ao se inserir nos domnios do jogo poltico,
relacionando-se intrinsecamente aos currculos que so trabalhados nas escolas, pois se
admitimos um possvel apagamento da preocupao com os contedos nas pesquisas
educacionais atualmente, nas avaliaes escolares, os contedos se mantm em pauta
associados a idia de qualidade. Assim, assumo uma perspectiva que percebe a escola
como um lugar de produo de conhecimento, mas lugar este que o produz envolvendo
questes sociais e polticas mais amplas.
Palavras chave: Estudos Sociais; Educao Bsica; Currculo; Colgio Pedro II.
XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didtica e Prticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012
Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.003442
Inserido em um contexto no qual a preocupao com o conhecimento escolar via
contedos de ensino parece pouco trazida para discusso nas pesquisas em Educao e
considerada de relevncia em um momento em que a escola encontra-se sob suspeita
(GABRIEL, 2008); este artigo rene recortes de minha dissertao de mestrado,
buscando refletir sobre o conhecimento nos processos formativos na/da Educao
Bsica. Concentrando o foco de anlise nos Documentos Curriculares e Portarias que
regulam os Estudos Sociais, busco construir um mapa dos contedos desta disciplina no
quinto ano de escolaridade das Unidades I do Colgio Pedro II, evidenciando o papel
desempenhado pela relao do contedo com o conhecimento escolar, nas esferas da
transposio didtica e na construo discursiva sobre a disciplina.
Tal discusso parece atual quando pensamos na existncia de polticas
governamentais avaliativas que associam o rendimento dos alunos a uma suposta
qualidade da educao. Nesse sentido, esta discusso ganha relevncia social ao se
inserir nos domnios do jogo poltico, relacionando-se intrinsecamente aos currculos
que so trabalhados nas escolas, pois se admitimos um possvel apagamento da
preocupao com os contedos nas pesquisas educacionais atualmente, nas avaliaes
escolares, os contedos se mantm em pauta associados a idia de qualidade. Assim,
assumo uma perspectiva que percebe a escola como um lugar de produo de
conhecimento, mas lugar este que o produz envolvendo questes sociais e polticas mais
amplas.
Nesse sentido, o artigo busca refletir sobre a disciplina escolar Estudos Sociais
nas Unidades I do Colgio Pedro II a partir de Documentos Curriculares que versam
sobre a disciplina em questo e Portarias Avaliativas de referncia. Concentrei minha
ateno no Colgio Pedro II inicialmente por trs motivos: pelo fato desta instituio
federal contemplar os anos iniciais da educao bsica e ser considerada referncia de
qualidade de ensino propedutico em um momento em que a questo da qualidade de
ensino discutida amplamente por diferentes setores sociais. Por serem as Provas
Institucionais de Estudos Sociais do Colgio Pedro II indcios de uma sntese discursiva
de questes que envolvem contedos de reas disciplinares ressignificadas no ambiente
escolar. E, por ltimo, pelo fato da escola federal apresentar portarias que regulamentam
provas comuns nas diferentes unidades obrigando a anuncia da chefe de departamento,
sendo a ltima portaria do ano de 2007, reiterada no ano de 2008 e vigente at a
presente data.
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A escolha pelo 5 ano de escolaridade tambm se justificou pelo fato deste ano
representar o final do 2 ciclo do Ensino Fundamental, sendo o ltimo ano de frequncia
dos alunos nas chamadas unidades I da escola, popularmente conhecidas como
Pedrinhos. Assim, a primeira pedra encontrada, aps um longo momento de curiosidade
investigativa foi uma dificuldade de ordem semntica. O que a palavra contedo poderia
significar nesta investigao e qual sentido de conhecimento tenderia a fixar?
Nessa perspectiva, importa pensar que a prpria palavra contedo polissmica,
sendo interessante atribuir um significado para o termo contedo. Decidi atribuir a eles
centralidade como objetos no palpveis do processo de ensino aprendizagem capazes
de representar e apreender o mundo em significados. Os contedos so entendidos,
ento, como estabilidades provisrias de sentidos sobre fenmenos sociais e naturais,
comprometidos com questes de ordem scio-poltico-culturais. Assim, os contedos
podem garantir dentro da cadeia de equivalncia (LACLAU, 2010) do conhecimento
escolar fluxos de cientificidade que os legitimam perante as demandas sociais.
Outro desafio investigativo foi a assuno do uso da disciplina Estudos Sociais,
visto que no Pedro II, instituio federal escolhida para anlise, esta disciplina
ministrada; mas nos prprios Parmetros Curriculares Nacionais aparece a dissociao
entre Histria e Geografia, apesar de ser resguardada a possibilidade de trabalho
interdisciplinar. Escolhi utilizar esta nomenclatura porque o prprio Projeto Poltico
Pedaggico da escola reconhece a orientao dos PCNs e afirma que o mesmo traz
contribuies, mas deixa claro fazer a opo pela disciplina Estudos Sociais.
Considerando que uma das principais dificuldades no ensino de qualquer
disciplina escolar a da seleo e organizao de seus contedos, visto que ao trazer um
deles para a pauta do que seria escolar e deixar outro de fora, acredito que os sujeitos
mobilizam diferentes sentidos de verdades sobre o escolar e, inclusive, sobre o
acadmico. Sendo assim, a proposta de pesquisa foi se configurando movida pela
tentativa de compreenso do que seria um contedo importante para ser ensinado em
Estudos Sociais, visto que uma disciplina que traz consigo questes conceituais e
axiolgicas, intrinsecamente ligadas a disputas por sentidos de mundo, inscrita em
discusses de carter poltico. Assim, a categoria contedo importante foi se
delineando a partir da significao do prprio termo contedo em sua conjugao com
um adjetivo que acentua, de certo modo, a idia de escolha pelo que seria
imprescindvel ensinar e deveria estar presente em documentos.
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Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.003444
Assim, este trabalho no busca apenas assumir a centralidade dos contedos
escolares nas anlises dos processos avaliativos da disciplina Estudos Sociais, mas
busca tambm compreender a prpria lgica de construo de sentidos de importncia a
partir da seleo e organizao destes contedos no processo de constituio do
conhecimento escolar a partir de uma instituio especfica. Nesse sentido, acreditamos
ser profcua a ressignificao de uma discusso iniciada no Brasil, nos anos 80, a
respeito do acesso aos contedos escolares, pois fazer uso do adjetivo importante
significa partir de outro paradigma na busca da compreenso da significao e
apropriao dos contedos nos processos de constituio do conhecimento escolar.
Nessa perspectiva, no seria inovador assumir a centralidade dos contedos nas
anlises dos processos do conhecimento, uma vez que esse tipo de enfoque j esteve
presente, exemplificadamente, na teoria crtica-social dos contedos, ocupando posio
hegemnica nas pesquisas no campo educacional brasileiro, na dcada de 80. Segundo
Gabriel (2003), os partidrios dessa corrente, os chamados conteudistas, afirmavam que
a escola tem como funo especfica transmitir contedos comuns a todos,
independentemente das diferenas socio-culturais. Assim, defendia-se a possibilidade de
uma fora transformadora da escola, porque seria atravs do domnio dos contedos
trabalhados pela mesma que as crianas das chamadas classes populares poderiam estar
preparadas para combater as injustias sociais impostas. Tal defesa teria passado pelo
resgate dos contedos escolares, que, segundo eles, teriam sido minimizados diante do
privilgio das metodologias nas propostas pedaggicas.
O elemento diferencial desta pesquisa, ento, consiste na considerao da
necessidade de problematizao dos contedos escolares no mbito da disciplina
Estudos Sociais, em seu comprometimento com as questes polticas e culturais de seu
tempo e espao; e em sua relao diferenciada com saberes que servem de referncia na
construo do conhecimento escolar. Assim, assumo a fertilidade terica da reflexo
sobre o argumento pedaggico da interdisciplinaridade epistemolgica atravs dos
processos de seleo e organizao dos contedos na disciplina Estudos Sociais.
Tal disciplina est presente no currculo do Primeiro Segmento do Ensino
Fundamental no Colgio Pedro II desde a criao da Primeira Unidade I So
Cristvo no ano de 1984. Acredito ser interessante destacar que a escolha por esta
disciplina foi resultado de encontros e discusses a respeito da organizao curricular
dentro de uma nova proposta pedaggica que se buscava construir para a implantao
deste nvel de ensino e resultado tambm das reflexes do 1 Encontro Pedaggico
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Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.003445
(1979) que trazia como slogan, justamente, O novo velho Pedro II. Um dos objetivos
do Encontro era a elaborao dos programas de cada uma das disciplinas que
compunham o currculo da escola a serem seguidos em todas as Unidades Escolares, ou
seja, a preocupao com o que ensinar e como direcionar o trabalho pedaggico em
cada uma das unidades representa uma herana de longa data na escola.
Na dcada de 1980, na pretenso desesperada de se apropriar de um
passado do qual se tem saudade (Jameson, apud Ball, 1994), o Colgio
passou por uma srie de mudanas determinadas por um Plano Decenal
resultado da realizao do 1 Encontro Pedaggico, em 1979. Das mudanas,
a que mais interessou ao objeto que aqui delimitei foi a produo do Plano
Geral de Ensino PGE. Transformado em guia curricular para todas as Unidades Escolares que compunham/compem o Colgio Pedro II So Cristvo, Humait, Engenho Novo, Tijuca e Centro , visava a definir a grade curricular, os programas de cada uma das disciplinas, os critrios de
avaliao e os objetivos gerais da escola. Revistos periodicamente para nova
edio, cada um dos departamentos ficou encarregado de propor alteraes
para as diferentes disciplinas. (OLIVEIRA, 2006, p.48)
As edies dos Planos Gerais de Ensino sucederam-se at os anos finais do
sculo passado, quando se iniciam as discusses em torno da construo de um Projeto
Poltico Pedaggico que pretendia realizar alteraes no currculo do colgio para
atender s novas demandas da poltica educacional de um Brasil que se
redemocratizava. A caracterstica atpica de constituir-se como nica escola federal de
ensino fundamental e mdio com status definido constitucionalmente contribuiu para a
mudana de formato dos antigos guias curriculares, recontextualizando os contedos.
Pensando justamente na preocupao com uma certa padronizao nos
contedos escolares entre as Unidades I e refletindo tambm sobre a disciplina Estudos
Sociais, talvez no por acaso, o Plano Geral de Ensino produzido entre os anos 96 e 97,
apresente a disciplina Estudos Sociais, seus objetivos, contedos e estratgias didticas
realizando, apenas no 5 ano de escolaridade, a separao entre as disciplinas Histria e
Geografia, as nicas apontadas no Plano como reas disciplinares de referncia
diferentemente do que ocorrer no Projeto Poltico Pedaggico do colgio (2002).
O PGE desses anos representa o dcimo de uma srie iniciada em 1981 e mesmo
nos objetivos gerais por srie, na antiga 4 srie, hoje quinto ano, separava as disciplinas
Histria e Geografia, ainda que apontasse a importncia da interdisciplinaridade. Apesar
da proposta de implantao da disciplina Estudos Sociais como uma disciplina que
estaria para alm das fronteiras disciplinares, recebendo contribuies da Antropologia,
da Sociologia, da Poltica, da Histria e da Geografia, num colgio de tradio
disciplinar, a busca pela integrao de disciplinas representa um processo complexo,
onde coexistem os ideais de integrao e a forte influncia disciplinar da Histria e da
XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didtica e Prticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012
Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.003446
Geografia. Ressaltando-se o grande enfoque atribudo disciplina Histria como
podemos observar nos objetivos gerais da disciplina Estudos Sociais e nas tabelas 1 e 2
presentes nos anexos. A primeira apresenta os contedos, objetivos e estratgias da
disciplina Geografia e a segunda da disciplina Histria.
Cabe ressaltar que durante os anos 96 e 97, os educadores brasileiros estavam
pensando sobre os Parmetros Curriculares Nacionais, cabendo assinalar tambm que os
PCNs optam pelas disciplinas Histria e Geografia, se afastando da nomenclatura
Estudos Sociais. Decidi, neste artigo, iniciar a anlise dos contedos presentes em
documentos institucionais pelo PGE desses anos, devido a concomitncia com as
discusses em torno da produo dos PCNs; visto que o Colgio Pedro II faz parte da
rede federal de ensino e sente a necessidade de repensar sua grade curricular, o que se
expressa na seguinte passagem retirada do Plano:
Movido pela necessidade de se superar, j que visto como um paradigma de
escola pblica brasileira de ensinos fundamental e mdio, o colgio Pedro II
procura se instrumentalizar na interdisciplinaridade, na avaliao e na reviso
curricular, preparando-se no somente para a reforma que o MEC e o
Congresso Nacional organizam para o ano vindouro, mas tambm para a
Educao que o novo milnio nos exigir. (PGE, 1996/1997, p. 5)
Este trecho do PGE pode apontar as intrnsecas relaes que se estabelecem
entre o MEC e o Colgio, ressaltando demandas polticas que ecoam nas decises
institucionais. Pode evidenciar ainda, a apreenso com a grade curricular e os processos
avaliativos, preocupaes que tambm rondam o processo de criao dos PCNs.
Segundo o Projeto Poltico Pedaggico da instituio (impresso em 2002), nos Planos
Gerais de Ensino de Estudos Sociais das dcadas de 80 e 90 o trabalho da disciplina
estava fundamentado em uma abordagem linear dos contedos, demonstrando uma
pressuposio de que era preciso dominar alguns contedos para compreender outros. A
partir da escrita do PPP, no ano de 2002, o currculo da disciplina Estudos Sociais
passou a ser organizado baseado no desenvolvimento das seguintes competncias gerais
considerando como referencial terico Philippe Perrenoud:
(1)Relacionar noes de diferena e semelhana, de continuidade e de
permanncia, no tempo e no espao, para a constituio de uma identidade
individual, coletiva e social; (2)compreender as diversas formas de relaes
sociais, observando que as histrias individuais se integram e fazem parte do
que se denomina histria nacional e de outros lugares; (3) apropriar-se de
informaes histricas relevantes, na inteno de: -estabelecer identidade e
diferenas com os outros indivduos e com grupos sociais presentes na
realidade vivida; -formular algumas explicaes para questes presentes e
passadas; (4) conhecer histrias de outros tempos relacionadas com o espao
em que vive, possibilitando a compreenso de si mesmo e da vida coletiva de
que faz parte; (5)interpretar paisagens, estabelecendo comparaes e
analisando as mltiplas relaes entre sociedade e natureza de determinado
lugar. (PROJETO POLTICO PEDAGGICO, 2002, p. 125)
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A partir destas competncias gerais foram traados, no PPP, quatro eixos
norteadores para a disciplina objeto de estudo nesta pesquisa: grupo social, espao,
cultura e tempo. Tais eixos foram contemplados por competncias divididas em 1 e 2
nveis. No caso deste trabalho interessam as competncias de 2 nvel por serem
referentes ao 4 e 5 anos de escolaridade, este ltimo observado neste trabalho a partir
dos Documentos Curriculares. Pode ser interessante ressaltar que o eixo tempo o
nico eixo em que uma rea disciplinar de referncia acadmica, Histria, citada
demonstrando talvez sua predominncia em relao a outras disciplinas de referncia
componentes dos chamados Estudos Sociais. Cabe ressaltar tambm que este eixo o
que mais apresenta competncias a serem desenvolvidas e perpassa os outros eixos, de
tal modo que a primeira competncia do eixo grupo social traz a palavra tempo.
Entretanto, como as competncias a serem desenvolvidas atravs dos quatro
eixos eram bastante abertas, permitindo mltiplas interpretaes e o uso de diferentes
contedos para atingir o desenvolvimento das mesmas competncias, a partir do ano de
2008, os professores e coordenadores junto a chefia de departamento passaram a utilizar
um documento complementar, o Projeto Poltico Pedaggico para os anos iniciais. Este
documento apresenta muitos pontos comuns como o PPP da instituio como um todo,
reproduzindo, inclusive, as mesmas competncias gerais para o ensino da disciplina
Estudos Sociais, contudo passa a apontar contedos considerados bsicos para atingir as
competncias j presentes no PPP do colgio e desdobradas no documento. Tais
contedos deveriam ser seguidos por todas as Unidades I. Este documento determina
competncias/habilidades por ano de escolaridade e os contedos considerados de
referncia para atingi-las. Assim, para o 5 ano de escolaridade o que este documento
passou a orientar est definido na tabela 3 presente nos anexos.
Como possvel observar, o documento do ano de 2008 tem por pretenso
definir as competncias/habilidades com mais clareza, buscando associ-las a contedos
percebidos pelo grupo que elaborou a proposta como capazes de auxiliar no processo de
desenvolvimento das mesmas. Neste trabalho, a forma como o prprio documento
escrito, refora a idia de contedo como estabilidade provisria de sentidos o que
garante dentro da cadeia de equivalncia do conhecimento escolar fluxos de legitimao
e cientificidade. Visto que contedos que podem ser considerados clssicos das reas
disciplinares de referncia so apontados como potencialmente frteis para o
desenvolvimento das competncias esperadas pelos elaboradores da proposta. Alm
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disso, a proposta define que competncias e contedos so elementos diferentes, mas
complementares na construo do conhecimento.
Torna-se frtil observar que a instituio alterna momentos de preocupao com
a definio dos contedos de ensino. Enquanto nos anos de 96 e 97, existia preocupao
com a demarcao dos contedos, e, principalmente, com o desenvolvimento de
estratgias para que estes contedos fossem lanados para atingir determinados
objetivos. Em 2002, as competncias que so consubstanciadas na pauta de
preocupao, de tal modo que os contedos da disciplina Estudos Sociais objeto dessa
pesquisa - no so citados.
J durante o ano de 2008, a instituio v a necessidade de determinar em uma
reviso do PPP para os anos iniciais, as competncias e os contedos de ensino,
observando que tais contedos permitiriam o desenvolvimento de determinadas
competncias. Alm disso, os processos avaliativos que envolvem tais contedos so
considerados de tamanha importncia para a escola que ao longo do tempo existiram
diferentes portarias que regularam estes processos nos diferentes nveis de ensino. Neste
trabalho decidi refletir apenas sobre as portarias dos anos de 2007 e 2008 por
acompanhar o mesmo recorte temporal do PPP para os anos iniciais do Colgio Pedro
II, e por seus termos encontrarem-se ainda em vigor. Decidi, ainda, dentre as portarias
deste perodo me deter quelas relacionadas apenas ao 5 ano de escolaridade, antiga 4
srie, e de ncleo comum, pois constituem foco de anlise neste trabalho a partir da
disciplina Estudos Sociais.
A Portaria de avaliao criada no ano de 2007, mas reiterada no ano de 2008, ao
abordar a idia de avaliao reitera dois aspectos avaliativos j presentes no PPP,
diagnose e certificao, j citados em portarias anteriores. Assim, as Provas
Institucionais se inserem, sobretudo, no contexto de certificao, uma vez que
representam as ltimas provas aplicadas para todos os alunos e constituem 70% da nota
do terceiro e ltimo trimestre. Alm disso, a terceira certificao, da qual as PIs fazem
parte, tem peso 4, enquanto a 1 e a 2 certificao tem peso 3 na composio da Mdia
Anual das Certificaes. Aps elas, as provas finais aplicam-se apenas aos alunos
considerados em recuperao.
Assim, possvel interpretar que as portarias citadas representam tentativas de
organizar os processos avaliativos considerados de ncleo comum da escola,
apresentando variaes que representam momentos de centralizao e descentralizao
das questes decisrias referentes s avaliaes e os contedos escolares trabalhados
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que culminam na aprovao, ou no, dos alunos. Nessa perspectiva, as Provas
Institucionais, enquanto momentos chave de fixao de sentidos de importncia,
permitem perceber os contedos avaliados como possivelmente capazes de desenvolver
as competncias previstas no Projeto Poltico Pedaggico da escola e dos anos iniciais
considerando a disciplina Estudos Sociais nas diferentes unidades do Colgio Pedro II.
Embasando-me na documentao referente a determinao de contedos que
devem ser trabalhados visando atingir determinadas competncias, e nas portarias que
regulam as avaliaes de Estudos Sociais no quinto ano de escolaridade; percebo que
existe todo um contexto de uma chamada tradio de ensino que influencia na
construo de Provas Institucionais. Estas podem ser pensadas como uma tentativa de
homogeneizao de apresentao dos contedos de ensino determinados no Projeto
Poltico Pedaggico para os Anos Iniciais (2008), entretanto, mais do que isto, podem
ser pensadas enquanto momentos chave de fixao de sentidos de importncia no
mbito de construo do conhecimento escolar em Estudos Sociais.
BIBLIOGRAFIA:
COLGIO PEDRO II. Projeto Poltico Pedaggico. Braslia: Inep/MEC, 2002.
_________. Plano Geral de Ensino. Ensino Fundamental. Primeiro Segmento. Vol.1.
So Cristvo/RJ, 1996.
_________. Projeto Poltico Pedaggico Anos Iniciais. Departamento de Primeiro
Segmento do Ensino Fundamental. Secretaria de Ensino. So Cristvo/RJ, 2008.
GABRIEL, Carmen Teresa. Conhecimento escolar, cultura e poder: desafios para o
campo do currculo em tempos ps. IN: CANDAU, V.M & MOREIRA, A. F.
Multiculturalismo, diferenas culturais e prticas pedaggicas, Editora Vozes,
Petrpolis/RJ, 2008.
________. Um objeto de ensino chamado Histria: a disciplina de Histria nas tramas
da didatizao. Tese de Doutorado. Programa de Ps-graduao em educao da
PUC-Rio. Rio de Janeiro, 2003.
LACLAU, Ernesto. La razn populista. Buenos Aires: Fondo de Cultura Econmica,
2010.
OLIVEIRA, Ana de. A disciplina escolar no Colgio Pedro II: reinterpretaes
curriculares dos anos de 1980 aos primeiros anos do sculo XXI. Dissertao de
Mestrado. Programa de Ps-graduao em Educao da UERJ. Rio de Janeiro, 2006.
ANEXOS:
XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didtica e Prticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012
Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.003450
Objetivos Gerais da Srie - Geografia
O aluno dever:
-integrar os espaos do mundo em que vive;
-localizar os espaos atravs de vrios tipos de relaes
espaciais;
-ler e interpretar mapas e grficos;
-relacionar a organizao do espao e a organizao da
sociedade;
-caracterizar a organizao do espao do Estado do Rio de
Janeiro;
-participar das discusses de problemas ligados ao Estado em
que vive.
Contedos Objetivos Atividades/estratgias
-Os espaos dos alunos
Os espaos de locomoo Os espaos das informaes cotidianas
Determinao dos lugares - por incluso e por vizinhana
- por direes cardeais e por
coordenadas
-O trabalho e as transformaes da
natureza.
Os elementos dos lugares (o espao) A modificao da natureza: a utilizao dos recursos naturais, formas
de destruio e de conservao
O trabalho: condies necessrias ao trabalhador.
-A organizao espacial do Estado (RJ)
-Diviso poltico-administrativa: os
municpios e as regies; posio
geogrfica dos municpios
-Diviso espacial do trabalho no estado
Extrao mineral -reas de ocorrncia
-principais produtos: sal e petrleo
-meios de produo e pessoas
envolvidas
-importncia dentro do Estado
-condies de trabalho
Atividades agrcolas e criao - rea de ocorrncia, a produo
agrcola e de criao
-importncia dentro do Estado
-problemas do campo: a terra, a
produo, situao dos trabalhadores
rurais.
Produo industrial -reas de ocorrncia, produtos
industriais: procedncia, tipos de
produo.
- Artesanato, manufatura, indstria
-importncia dentro do Estado
-problemas das industrias: poluio;
situao dos trabalhadores.
I. Integrar os espaos em
que vive o aluno
1. Classificar os lugares
conhecidos pelos alunos.
2. Classificar os lugares
mencionados nos
noticirios dos jornais.
3.Utilizar as relaes
espaciais na localizao
dos lugares.
II.Relacionar as
atividades humanas e a
transformao da
natureza
1.Identificar os
elementos dos lugares /
espao geogrfico.
2.Identificar as
modificaes
introduzidas pelo
homem nos espaos
geogrficos.
3. Relacionar: trabalho
com alimentao e
durao de vida.
III.Caracterizar a
organizao espacial do
Rio de Janeiro
1. Classificar os
municpios segundo
vrios critrios de
posio.
2. Identificar a
distribuio das
atividades econmicas
no Estado.
3. Identificar os aspectos
principais das atividades
econmicas
4. Identificar os
principais problemas das
atividades econmicas
no Estado do Rio.
-Levantamento / mapeamento dos espaos de locomoo
-Localizao, por incluso, do lugar em: cidade,
municpio, estado, pas, continente. Jogos de incluso.
-Apresentao de diferentes mapas como introduo ao
trabalho com Atlas.
-Levantamento dos lugares mencionados nas informaes
dos noticirios dos jornais.
-Confeco de mural com as notcias de diferentes
lugares.
-Elaborao de um jornal com as notcias pesquisadas
-Determinar, no mapa-mundi, os lugares: por incluso,
por pases e continentes, por vizinhana.
-Inserir os Estados nas regies do Brasil (uso do Atlas).
-Traado de trajetos e identificao das direes cardeais e
colaterais.
-Traado de coordenadas no cho (um quadrante): dar a
posio e, dada a posio, encontrar o lugar.
-Traado de coordenadas nos quatro quadrantes: dar a
posio Norte ou Sul, Leste ou Oeste dos lugares.
-Traado de coordenadas sobre plantas e mapas e
encontrar as posies dos lugares.
-Anlise de fotografias e gravuras: reconhecimento dos
elementos do espao geogrfico.
-Identificao de formas de modificaes introduzidas
pelo homem no espao: observao direta ou atravs de
desenhos e fotografias.
-Discusso sobre a possibilidade de renovao dos
recursos naturais.
-Discusso sobre a destruio dos recursos naturais e os
movimentos de preservao da natureza.
-Levantamento de dados sobre salrio, alimentao,
habitao, educao, sade
-Anlise de tabela: rendimento mensal e durao de vida;
discusso sobre os dados.
-Classificao dos municpios segundo sua posio
geogrfica no Estado (litorneos/no litorneos, centrais,
do norte, do sul.)
-Mapa do Estado do Rio de Janeiro: localizao das
principais reas agrcolas, industriais e de extrao mineral.
-Leitura de textos informativos.
-Entrevistas / filmes sobre os diversos tipos de trabalho.
-Visitas a propriedades rurais e industriais.
-Mural de notcias coletadas em jornais e / ou revistas.
TABELA 1: Colgio Pedro II. Plano Geral de Ensino. Ensino Fundamental. Primeiro Segmento. Vol.1.
So Cristvo/RJ, 1996, p. 91. (Configurao esttica modificada pela autora)
Objetivos Gerais da Srie - Histria
O aluno dever:
-perceber-se como elemento do processo histrico em que vive;
-utilizar mtodos de reconstituio do passado;
-caracterizar pocas e perodos da Histria de seu Estado e pas;
-participar das discusses sobre assuntos de interesse da
populao.
Contedos Objetivos Atividades/estratgias
a reconstituio do passado. os depoimentos:histria oral
I. Inserir o aluno no processo
histrico em que vive.
- Entrevista com pais, avs e com outras
pessoas, fontes sobre a histria vivida ou
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Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.003451
os documentos: fotografias, gravuras, indumentrias, produtos, textos,
instrumentos
a contagem do tempo histrico, os calendrios, as divises da Histria do pas
e os principais marcos
-A sociedade indgena: organizao
espacial e social
a situao do indgena hoje: preconceitos e conflitos
-A chegada dos portugueses e a ocupao
territorial
Ocupao da Baixada Fluminense na Colnia.
-o pau-brasil, as feitorias, a criao de gado,
a lavoura canavieira e os engenhos
A sociedade do acar: -a casa-grande e a senzala; o senhor de
engenho, os homens livres e os escravos; o
cotidiano dos engenhos
Os caminhos para as minas: caminho velho e o caminho novo
-a sociedade da minerao: os donos de
minas, os homens livres, os negros forros e
os escravos
Funo da cidade do Rio de Janeiro: o porto e a funo administrativa.
-A chegada da corte portuguesa
a corte no Rio de Janeiro: as transformaes polticas, econmicas e
scio-culturais.
a Independncia do Brasil. -Ocupao territorial da Provncia no
sculo XIX
O caf no Vale do Paraba do Sul: das primeiras plantaes ao cultivo nas grandes
fazendas.
a sociedade do caf: os bares do caf, a pequena classe mdia, os escravos e os
imigrantes; o cotidiano da sociedade do
caf: a fazenda e a Corte
-A Proclamao da Repblica.
-O processo da industrializao do RJ
etapas da industrializao: as primeiras fbricas e as indstrias atuais, as
manufaturas e as indstrias.
a sociedade industrial: os empresrios, a classe mdia, os trabalhadores.
-Distribuio da populao no Estado:
reas de maior e menor concentrao.
-Principais problemas da populao hoje
formas de organizao profissional, de moradores, sindical, poltico-partidria.
-O Estado: a organizao poltico administrativa e a cidade do Rio de Janeiro:
de capital federal a capital do Estado.
1. Identificar as formas de
reconstituio do passado prximo e
remoto.
2. Identificar divises do tempo
histrico e seus marcos.
II. Caracterizar a ocupao e o
povoamento do Rio de Janeiro na
poca colonial
1. Caracterizar a forma de vida da
sociedade indgena.
2. Situar a chegada dos portugueses
ao Brasil.
3 .Identificar os processos de
ocupao da baixada Fluminense na
Colnia.
4. Identificar os elementos e o
cotidiano da sociedade do acar.
5. Identificar os processos de
ocupao de outras reas do Estado.
6. Identificar os elementos e o
cotidiano da sociedade da
minerao.
7. Identificar as semelhanas e
diferenas entre as sociedades do
acar.
8. Identificar a importncia da cidade
do Rio de Janeiro na Colnia.
III. Caracterizar a ocupao da
provncia do Rio de Janeiro no
sculo XIX.
1. Identificar as transformaes com
a vinda da famlia real ao Brasil.
2. Identificar as reas de lavoura
cafeeira no Estado.
3. Identificar os elementos da
sociedade do caf.
4. Vivenciar o cotidiano da
sociedade do caf no sculo XIX.
5. Identificar as transformaes
polticas decorrentes da economia
cafeeira.
IV. Caracterizar a ocupao do
Estado do Rio de Janeiro no sculo
XX.
1. Identificar as etapas da
industrializao.
2. Comparar o trabalho nas fbricas
no incio do sculo e na atualidade.
3. Identificar os elementos da
sociedade industrial e seu cotidiano.
4. Identificar a distribuio da
populao no Estado.
5. Identificar os principais problemas
da populao, hoje, e suas principais
formas de organizao.
6. Identificar a organizao poltico-
administrativa do Estado.
presenciada.
-Anlise de fotografias e gravuras do
passado,.destacando caractersticas.
-Formao de conjuntos de uma mesma
poca.
-Leitura de textos sobre a contagem do tempo.
-Linha de tempo comparativa sobre os
diversos calendrios (cristo, muulmano,
israelita).
-Linhas de tempo sobre a Histria do Brasil:
diviso por atividades econmicas.
-Textos, vdeos, mapas e/ou notcias (jornais
e/ou revistas)
-Texto informativo sobre a expanso martima
no sculo XV.
-Textos sobre o descobrimento do Brasil,
segundo diferentes pontos de vista.
-Leitura de mapas histricos.
-Localizao da Baixada Fluminense no
mapa do estado do Rio de Janeiro.
-Linha de tempo dos sculos XVI e XVII.
-Anlise de gravuras sobre os engenhos e seus
elementos.
-Vdeos.
-Localizao dos caminhos Parati-Minas
(caminho velho); So Paulo.
-Anlise do mapa histrico da expanso da
capitania do Rio de Janeiro (sc. XVIII).
-Esquema comparativo entre a sociedade
aucareira e da minerao.
-Anlise de gravuras.
-Linha de tempo do sculo XVII.
-Linha de tempo sobre os acontecimentos no
sculo XIX ( Brasil / Rio de Janeiro).
-Quadro - sntese das transformaes na vida
do Rio de Janeiro com a chegada da Famlia
Real.
-Anlise das transformaes.
-Visita ao Museu Imperial em Petrpolis.
-Leitura do mapa histrico do estado do Rio
de Janeiro no sculo XIX (localizao das
reas de caf no Vale do Paraba e fundao
de cidades e vilas).
-Vdeos , esquemas e visita a uma fazenda de
caf no Vale do Paraba.
-Anlise de gravuras, depoimentos e filmes
sobre as primeiras fbricas.
-Esquema comparativo entre os elementos das
demais sociedades.
-Visita a uma indstria, ao Museu da
Repblica e Assemblia Legislativa.
-Leitura de textos e mapas de distribuio da
populao do Estado do Rio de Janeiro.
-Debates e anlise de notcias de jornais e/ou
revistas.
-Esquema da organizao administrativa do
Estado.
TABELA 2: Colgio Pedro II.Plano Geral de Ensino. Ensino Fundamental. Primeiro Segmento. Vol.1.
So Cristvo/RJ, 1996, p. 95. (Configurao esttica modificada pela autora)
COMPETNCIAS/HABILIDADES CONTEDOS
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-Reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais de localizao, orientao e distncia, de modo a
deslocar-se com autonomia.- Construir, ler e interpretar diferentes formas de representao do
espao. -Observar que a linguagem cartogrfica tem uma simbologia prpria. -Reconhecer a
necessidade de indicadores de direo, distncia e proporo na confeco de diferentes tipos de
mapas para garantir a legibilidade das informaes. -Identificar diferenas regionais do Brasil,
considerando os aspectos da espacializao e especializao do trabalho, a interdependncia entre
as cidades e o campo, os elementos biofsicos da natureza, os limites e as possibilidades dos
recursos naturais-Utilizar a observao e a descrio na leitura direta da paisagem. -Reconhece as
caractersticas da paisagem local e compara com as outras paisagens. -Identificar diferenas
regionais, considerando os aspectos da espacializao e especializao do trabalho, a
interdependncia entre as cidades e o campo, os elementos biofsicos da natureza, os limites e as
possibilidades dos recursos naturais.-Reconhecer o papel das tecnologias, da informao, da
comunicao e dos transportes na configurao de paisagens na estruturao da vida em
sociedade. -Reconhecer o papel das tecnologias na transformao e apropriao da natureza e na
construo de paisagens distintas.-Compara as aes do homem e da natureza na formao de
diferentes paisagens. -Identificar as transformaes ocorridas na natureza, pela ao do homem, e
suas conseqncias. -Estabelecer relaes entre as aes humanas e a qualidade do meio
ambiente. -Valorizar prticas que demonstrem a preocupao com a qualidade do meio
ambiente. -Utilizar os procedimentos bsicos de observao, descrio, registro, comparao,
anlise e sntese, na coleta e tratamento da informao mediante diferentes fontes. -Compreender
as funes que o transporte e a comunicao assumem nas relaes entre os grupos que ocupam
diferentes localidades do municpio, do estado e do pas. -Reconhecer a importncia da troca de
produtos e servios entre diferentes localidades do municpio, estado e pas. -Identificar os
principais problemas enfrentados, atualmente, nas diversas atividades econmicas ocorridas na
cidade do Rio de Janeiro. -Reconhecer que os aspectos econmicos e polticos afetam
diretamente a vida cotidiana da sociedade. -Comparar o uso de tcnicas e tecnologias por meio
do trabalho humano, envolvendo modos de vida de diferentes grupos sociais. -Reconhecer o
papel da informao e da comunicao nas dinmicas existentes entre os grupos que ocupam as
diferentes regies do Brasil. -Reconhecer que existem diferentes fontes histricas que podem ser
utilizadas para formular algumas explicaes para questes presentes e passadas. -Utilizar
diferentes fontes para formular algumas explicaes para questes passadas e presentes. -
Valorizar a memria individual e coletiva, atravs de relatos, documentos, objetos e fatos, como
resgate de sua cultura. -Utilizar a memria individual e coletiva para reconstituir o passado em
seus vrios nveis. -Utilizar diferentes fontes de informao para leituras crticas da histria de
nossa sociedade. -Ordenar fatos e acontecimentos numa sucesso, estabelecendo relaes
temporais (antes/depois, remoto/prximo, simultaneamente, durante e recorrente) tanto numa
ordem linear como cclica. -Representar graficamente uma seqncia temporal atravs de uma
linha de tempo. -Localizar um ou mais fatos em uma seqncia temporal. -Relacionar fatos
organizados em uma linha de tempo estabelecendo relaes de anterioridade, posteridade e
simultaneidade. -Perceber que as relaes de anterioridade e posterioridade so estabelecidas a
partir de referenciais. -Constatar que determinados fatos e acontecimentos ocorrem ao mesmo
tempo ou num mesmo intervalo de tempo. -Identificar o incio e o fim de determinadas aes
realizadas ou perodos de tempo. -Medir intervalos de tempo contidos entre o incio e o fim de
uma ao realizada e/ou perodos de tempo, utilizando unidades de medida padronizada ou no.-
Comparar duraes de tempo variadas. -Perceber a diferena entre o passar contnuo do tempo e
a contagem ou quantificao que se faz sobre ele. -Caracterizar determinadas pocas ou perodos
histricos da sociedade brasileira, a partir da anlise de alguns aspectos do cotidiano da cidade do
Rio de Janeiro. -Reconhecer permanncias e transformaes sociais, econmicas e culturais nas
vivencias cotidianas de diferentes grupos sociais, no tempo. -Identificar determinados marcos
que demonstram mudanas pelas quais o tempo pode ser demarcado dentro de sua durao
infinita. -Identificar os grupos tnicos e sociais que, ao longo do tempo, constituram o povo
brasileiro. -Reconhecer que a formao do povo brasileiro resultado de um processo de
miscigenao entre esses grupos. -Reconhecer-se como integrante do povo brasileiro e, portanto,
portador de caractersticas desses diferentes grupos. -Valorizar a memria individual e coletiva,
atravs de relatos, documentos, objetos e fatos, como resgate de sua cultura. -Perceber que
existem permanncias e transformaes de costumes e hbitos, nos diferentes grupos. -Identificar
manifestaes culturais dos grupos que constituem o povo brasileiro. -Reconhecer a presena de
algumas dessas manifestaes culturais no seu cotidiano. -Constatar a influncia mtua sofrida
pelas diferentes culturas, na formao do povo brasileiro. -Valorizar a diversidade cultural
brasileira, atribuindo s suas variadas manifestaes e contribuies o mesmo grau de
Lugares:
Os municpios do Rio de
Janeiro. -O Estado do Rio de
Janeiro em relaes s
regies do Brasil. - O Brasil
em relao ao continente. -
Continente Americano em
relao ao mundo.
Determinao desses lugares
por:
Incluso; vizinhana; -
coordenadas. - Direes
cardeais e colaterais.
-Localizao e
movimentao usando
referenciais.- Diferentes
formas de representao do
espao.
Os elementos visveis
(naturais e humanos) do
Estado do Rio de Janeiro:
As reas altas e baixas, planas
e as elevaes (morro, colina)
e as ilhas. As guas (rios,
lagoas, mares e oceanos). A
vegetao: natural e
introduzida pelo homem. As
edificaes, vias e circulao
de produtos.
As atividades econmicas:
o trabalho e as
transformaes da natureza
(atividades agrcolas e
criao; extrao mineral e
produo industrial); os
habitantes;
Fontes histricas:
orais, escritas, iconogrficas,
materiais,
e documentais.
Contagem do tempo
histrico:
-diferentes calendrios; incio
e fim de sculo; noo de
milnio;
Divises da histria do pas:
perodos histricos (Colnia,
Imprio e Repblica).
-Relaes temporais:
anterioridade, posterioridade,
simultaneidade, durao e
recorrncia.
Organizao espacial e social
das comunidades indgenas
no Brasil e no Estado do Rio
de Janeiro no passado e no
presente.
-O ndio na sociedade
brasileira contempornea.
-A chegada dos portugueses:
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importncia. -Analisar relaes estabelecidas entre grupos constituidores do povo brasileiro,
identificando processos de confronto e dominao cultural. -Constatar as diversas formas de
discriminao (tnica, etria, fsica, de gnero, econmica, etc.). -Conhecer e valoriza os modos
de vida de diferentes grupos sociais, como se relacionam com o espao e como constituem a
paisagem no qual se encontram inseridos. -Perceber variadas formas de utilizao do tempo,
relacionando-as com as diferentes culturas e atividades humanas. -Utiliza a memria individual e
coletiva para reconstituir o passado em seus vrios nveis.-Estabelecer relao entre as histrias
individuais e a coletiva. -Compreender a histria como um processo coletivo, em que todos esto
includos, influenciando a ao das pessoas e por ela sendo influenciado. -Reconhecer a presena
de alguns elementos do passado no presente, projetando a sua realidade numa dimenso
histrica, identificando a participao de diferentes sujeitos, obras e acontecimentos, de outros
tempos, na dinmica da vida atual. -Analisar os processos de imigrao e emigrao na formao
e organizao da populao brasileira, a partir dos grupos sociais aos quais pertence. -Identificar
aspectos econmicos, polticos e sociais da vida cotidiana da sociedade da cidade do Rio de
Janeiro, em pocas passadas e presentes. -Identificar as relaes de poder estabelecidas entre a
cidade do Rio de Janeiro e os demais centros polticos, econmicos e culturais, em diferentes
tempos. -Reconhecer relaes sociais, econmicas, polticas e culturais que sua coletividade
estabelece ou estabeleceu com outros grupos e/ou localidades, no presente e no passado. -
Observar as permanncias e transformaes ocorridas na dinmica da vida social ao longo do
tempo. -Caracterizar as relaes e condies de trabalho em diferentes pocas da histria da
cidade do Rio de Janeiro, do estado e do pas. -Analisar os processos de imigrao e emigrao
na formao e organizao da populao brasileira, a partir dos grupos sociais aos quais
pertence.-Valorizar a memria individual e coletiva, atravs de relatos, documentos, objetos e
fatos, como resgate de sua cultura. -Perceber que existem permanncias e transformaes de
costumes e hbitos, nos diferentes grupos. -Comparar o uso de tcnicas e tecnologias por meio
do trabalho humano, envolvendo modos de vida de diferentes grupos sociais. -Reconhecer o
papel das tecnologias na transformao e apropriao da natureza e na construo de paisagens
distintas.-Utilizar a memria individual e coletiva para reconstituir o passado em seus vrios
nveis.-Estabelecer relao entre as histrias individuais e a coletiva. -Compreender a histria
como um processo coletivo, em que todos esto includos, influenciando a ao das pessoas e
por ela sendo influenciado. -Reconhecer a presena de alguns elementos do passado no presente,
projetando a sua realidade numa dimenso histrica, identificando a participao de diferentes
sujeitos, obras e acontecimentos, de outros tempos, na dinmica da vida atual. -Caracterizar
determinadas pocas ou perodos histricos da sociedade brasileira, a partir da anlise de alguns
aspectos do cotidiano da cidade do Rio de Janeiro. -Reconhecer permanncias e transformaes
sociais, econmicas e culturais nas vivencias cotidianas de diferentes grupos sociais, no tempo. -
Identificar determinados marcos que demonstram mudanas pelas quais o tempo pode ser
demarcado dentro de sua durao infinita-Caracterizar a organizao social e poltico-
administrativa da cidade do Rio de Janeiro, relacionando-a com o estado do Rio de Janeiro e
com o pas. -Identificar os principais rgos prestadores de servios pblicos no Rio de Janeiro. -
Analisar algumas solues apresentadas pelo poder pblico e as diferentes organizaes da
sociedade para os problemas identificados. -Propor alternativas para a soluo desses problemas.
-Reconhecer como as decises tomadas pelos representantes dos diferentes poderes poltico-
administrativos influem na vida das pessoas. -Vivenciar situaes nas quais as solues propostas
para a resoluo dos problemas possam ser aplicadas. -Compreender a finalidade dos tributos
recolhidos pelo poder pblico. -Identificar o processo de eleies diretas como um processo
democrtico de escolha dos representantes dos diferentes poderes poltico-administrativos. -
Identificar as principais atividades exercidas pelos diferentes membros dos diferentes poderes
poltico-administrativos. -Compreender o processo de construo histrica dos direitos de
cidadania. -Perceber que no exerccio dos direitos e deveres de cidadania que acontece a
participao efetiva na vida social.-Exercer, de forma autnoma e crtica, sua cidadania nos
grupos sociais a que pertence, a partir da clareza e compreenso de seus direitos e deveres.-
Identificar as condies de sua participao como cidado.-Utilizar os procedimentos bsicos de
observao, descrio, registro, comparao, anlise e sntese, na coleta e tratamento da
informao mediante diferentes fontes.
encontro de culturas.
-Os africanos no Brasil e
comunidades de origem.
O escravismo colonial. O
negro na sociedade brasileira
contempornea. A imigrao
a partir do sculo XIX. A
ocupao da Baixada
Fluminense na Colnia:
O pau-brasil e as feitorias. A
lavoura canavieira: os
engenhos.
A sociedade do acar:
a organizao espacial e
social. O cotidiano dos
engenhos. A produo
aucareira: ontem e hoje.
A sociedade mineradora:
A organizao espacial e
social. O cotidiano. Os
caminhos para as minas:
caminho velho e o caminho
novo. A funo da cidade do
Rio de Janeiro: porto e a
funo administrativa. A
Independncia do Brasil.
Ocupao territorial da
Provncia no sculo XIX:
O caf no Vale do Paraba do
Sul. A sociedade cafeeira: a
organizao espacial e social.
Proclamao da Repblica.
Produo industrial no
Estado do Rio de Janeiro:
O processo da
industrializao. A
organizao espacial e social.
O cotidiano.
O Estado hoje:
A populao; A cidadania:
direitos e deveres.
Necessidades e problemas. (
sade, educao, gua,
esgoto, luz, transporte,
segurana, etc) As
organizaes da
populao(profissionais,
culturais, associao de
moradores); A
Administrao Estadual e
suas relaes com as
organizaes da populao.
TABELA 3: Colgio Pedro II. PPP dos anos Iniciais. Ensino Fundamental. Primeiro Segmento. Vol.1.
So Cristvo/RJ, 1996, p. 95. (Configurao esttica modificada pela autora)
XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didtica e Prticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012
Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.003454