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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL JORDANY APARECIDA DE OLIVEIRA GOMES MORFOANATOMIA FOLIAR, CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia origanoides H.B.K SOB DIFERENTES NÍVEIS DE IRRADIÂNCIA E EFEITO DE BIORREGULADORES Ilhéus - BA 2014

Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

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Page 1: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

JORDANY APARECIDA DE OLIVEIRA GOMES

MORFOANATOMIA FOLIAR, CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE

ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia origanoides H.B.K SOB

DIFERENTES NÍVEIS DE IRRADIÂNCIA E EFEITO DE

BIORREGULADORES

Ilhéus - BA 2014

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JORDANY APARECIDA DE OLIVEIRA GOMES

MORFOANATOMIA FOLIAR, CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE

ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia origanoides H.B.K SOB

DIFERENTES NÍVEIS DE IRRADIÂNCIA E EFEITO DE

BIORREGULADORES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, da Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Área de concentração: Cultivo de Plantas em Ambiente Tropical Úmido. Orientador: Profª. Drª. Delmira da Costa Silva

Co-orientador: Profª. Drª. Larissa Corrêa do Bomfim Costa

Ilhéus - BA

2014

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JORDANY APARECIDA DE OLIVEIRA GOMES

MORFOANATOMIA FOLIAR, CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE

ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia origanoides H.B.K SOB

DIFERENTES NÍVEIS DE IRRADIÂNCIA E EFEITO DE

BIORREGULADORES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, da Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Área de concentração: Cultivo de Plantas em Ambiente Tropical Úmido.

________________________________ ______________________________ Profª. Drª. Delmira da Costa Silva Profª. Drª. Larissa Corrêa do Bomfim

DCB – UESC (Orientador) Costa

DCB – UESC (Co-orientadora)

Page 4: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Amário e Paixão, pela compreensão e pelo amor incondicional. Aos meus avós, João e Joana, por todas as orações e pelo carinho.

Page 5: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

AGRADECIMENTOS

A Deus, por todas as conquistas e pelas bênçãos em minha vida.

Aos meus pais, Amário e Paixão, pois mesmo sofrendo com a distância me

incentivaram e apoiaram em todos os momentos desta etapa.

Ao meu irmão, Amário Júnior, pelo amor.

Aos meus avós, João e Joana, por serem pilares na minha vida, exemplos de

amor e persistência.

Aos meus tios, por me apoiarem e confiarem em mim.

Aos meus primos, pelos momentos compartilhados e por tornarem minha vida

mais feliz.

À Profª. Drª. Delmira, pela orientação e pela confiança depositada em mim

durante nosso período de convivência.

À minha co-orientadora Profª. Drª. Larissa, pela contribuição e disposição para

a realização desta pesquisa.

À Profª. Drª Rosilene, ao Prof. Dr. Marcelo Mielke e à Profª. Drª Priscila, que

de forma brilhante fizeram contribuições valiosas para o estudo.

Ao Prof. Dr. Ernane Ronie Martins, meu primeiro orientador, aquele que

despertou em mim o amor pela pesquisa e a necessidade incessante de levar o

retorno para a sociedade. Apesar da distância sempre se mostrou presente

nesta etapa.

Ao Seu Roberto, Seu Esmeraldino e Marcelo que não mediram esforços para

ajudarem na condução do experimento.

À Dona Jarci, Lucas e Paty pela alegria do dia a dia no Centro de Microscopia

Eletrônica.

À Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e em especial ao Programa

de Pós-Graduação em Produção Vegetal, pela oportunidade concedida.

À Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

pela concessão da bolsa de estudo.

Às minhas irmãs que tive a oportunidade de escolher, Nathália e Giovanna,

que compartilharam comigo muitos momentos nestes sete anos de convivência.

Page 6: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

À minha mais nova irmã, Dani, que encheu meus dias de alegria nestes dois

anos.

Aos meus amigos, Viviane, Joedson, Felipe, Nairane, Leyde, Francisca,

Mávyla e Jú pelo convívio, por todos os momentos inesquecíveis que vivemos.

Além disso, sempre se mostraram disponíveis para ajudar em todas as etapas

do trabalho.

Aos amigos, Manoel, Kátia, Izadora, Jéssica e Isabela, pois mesmo não

estando tão perto nesses últimos dois anos se fizeram presentes e me

incentivaram bastante. Além de me proporcionarem momentos maravilhosos.

Page 7: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

MORFOANATOMIA FOLIAR, CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE ÓLEO

ESSENCIAL DE Lippia origanoides H.B.K SOB DIFERENTES NÍVEIS DE

IRRADIÂNCIA E EFEITO DE BIORREGULADORES

RESUMO

Lippia origanoides H.B.K (Verbenaceae), conhecida popularmente como salva

de marajó e orégano do monte, tem sido utilizada para fins culinários e

medicinais. Seu óleo essencial possui propriedades antimicrobiana, inseticida e

antiparasitária comprovadas. Fatores do ambiente, como a luz tem função

primordial no desenvolvimento, crescimento vegetal e consequentemente na

síntese de metabólitos secundários, como o caso dos óleos essenciais. Os

reguladores vegetais, também podem influenciar a resposta de muitos órgãos da

planta, no entanto, essa resposta depende da espécie e da interação entre

vários fatores ambientais. Os efeitos de reguladores vegetais associados aos

efeitos da luminosidade na produção de plantas produtoras de óleo essencial

são incipientes. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de

reguladores vegetais e diferentes níveis de irradiância no crescimento,

morfoanatomia, o teor e composição química do óleo essencial de L.

origanoides. O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Santa

Cruz, os tratamentos foram caracterizados pelos diferentes níveis de irradiância

(100, 50, 35 25%) e por plantas tratadas e não tratadas com reguladores de

crescimento, em um esquema fatorial 4x2. Verificou-se aumento na biomassa

seca de folhas e total com o uso do regulador vegetal na irradiância a 100%,

aumentando consequentemente a produção de óleo essencial. Observou-se um

aumento no na densidade de tricomas glandulares nas plantas cultivadas a

pleno sol, ocasionando o aumento do teor de óleo essencial da espécie. Os

tratamentos não influenciaram na composição química do óleo essencial,

apresentando como componente majoritário o timol. Alterações na anatomia

foliar também foram verificadas, observando-se um aumento no espessamento

dos tecidos com o incremento da irradiância. Conclui-se que, os diferentes níveis

de irradiância afetaram o crescimento, os teores de pigmentos cloroplastídicos e

o teor do óleo essencial de L. origanoides. A aplicação do regulador de

Page 8: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

crescimento na condição a pleno sol proporcionou um incremento na produção

de biomassa seca foliar, refletindo na produção de óleo essencial.

Palavras-chave: Bioestimulantes, plantas medicinais, sombreamento.

Page 9: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

LEAF MORPHOANATOMY, GROWTH AND PRODUCTION OF ESSENTIAL

OIL OF Lippia origanoides H.B.K UNDER DIFFERENT LEVELS OF

IRRADIANCE AND EFFECT OF BIOREGULATORS

ABSTRACT

Lippia origanoides H.B.K (Verbenaceae) popularly known as salva de marajó

and oregano hill, has been used for culinary and medicinal purposes. Its

essential oil has antimicrobial properties, and proven antiparasitic insecticide.

Environmental factors such as light plays a fundamental role in the development,

plant growth and consequently in the synthesis of secondary metabolites, such

as the case of essential oils. Plant growth regulators, may also influence the

response of many plant organs, however, this response depends on the species

and the interaction between various environmental factors. The effects of plant

growth regulators associated to the effects of light in the production of essential

oil producing plants are still incipient. Thus, the aim of the present study was to

evaluate the effects of plant growth regulators and different levels of irradiance in

the growth, morphoanatomy, the content and composition of the essential oil of

L. origanoides. The experiment was conducted at the Universidade Estadual de

Santa Cruz, the treatments were characterized by different levels of irradiance

(100, 50, 35 and 25%) and treated and untreated plants with growth regulators,

in a 4x2 factorial. We verified an increase in the biomass of the leaves and the

total with the use of growth regulators in irradiance to 100%, thus increasing the

production of essential oil. Was observed an increase in the density of glandular

trichomes in plants cultivated in full sun, causing increases the essential oil

content of the species. Treatments did not affect the chemical profile of the

essential oil, with thymol as the major component. Changes in leaf anatomy were

also verified observing an increase in thickening of the tissues with the increment

of irradiance. It is concluded that the different levels of irradiance affected the

growth, pigment contents and content of essential oil of L. origanoides. The

application of the growth regulator provided in full sun to an increment in the

production of leaf dry biomass, reflecting the production of essential oil.

Keywords: Biostimulants, medicinal plants, shading.

Page 10: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Dados meteorológicos da região de Ilhéus-BA no período do experimento

(março de 2013 a maio de 2013). ............................................................................................ 30

Tabela 2 – Análise química do solo ......................................................................................... 30

Tabela 3 – Análise granulométrica do solo. ............................................................................ 31

Tabela 4- Análise de variância de característica de crescimento. ...................................... 36

Tabela 5- Valores médios para matéria seca de folhas (g) de L. origanoides em função

da aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis de radiação luminosa. 38

Tabela 6- Valores médios para massa seca total (g) de L. origanoides em função da

aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis de radiação luminosa. ...... 38

Tabela 7- Análise de variância das características de crescimento. .................................. 39

Tabela 8- Valores médios da taxa de crescimento relativo (mg g -1 d -1 ) de L.

origanoides em função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis

de irradiância. .............................................................................................................................. 41

Tabela 9- Análise de variância do rendimento de óleo essencial(g) e teor de óleo

essencial (%). .............................................................................................................................. 41

Tabela 10- Valores médios do rendimento de óleo essencial (g) de L. origanoides em

função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis de irradiância. . 42

Tabela 11 - Percentagem relativa dos constituintes do óleo essencial em plantas de L.

origanoides cultivadas em diferentes níveis de irradiância e tratadas com reguladores de

crescimento. ................................................................................................................................. 43

Tabela 12- Análise de variância dos da espessura dos tecidos foliares (µm). ................. 45

Tabela 13- Valores médios para espessura de parênquima paliçádico (µm) de L.

origanoides em função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis

de radiação luminosa. ................................................................................................................ 47

Tabela 14- Valores médios para espessura de mesofilo (µm) de L. origanoides em

função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis de radiação

luminosa. ...................................................................................................................................... 47

Tabela 15- Análise de variância das características micromorfológicas............................ 48

Tabela 16- Valores médios da densidade estomática (mm-2) da face adaxial da

epiderme de folhas de L. origanoides em função da aplicação de regulador de

crescimento em diferentes níveis de irradiância. ................................................................... 50

Page 11: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Curso diurno da radiação fotossinteticamente ativa (RFA) a pleno sol e nos

diferentes ambientes de atenuação da radiação luminosa. Ilhéus-BA, médias de seis

dias de medições pontuais durante o período experimental (março-maio de 2013). ...... 35

Figura 2- Variáveis de crescimento de plantas de L. origanoides cultivadas em

diferentes níveis de irradiância. Biomassa seca de raiz (BSR) (A), biomassa seca de

caule (BSC) (B) e razão raiz: parte aérea (R:PA) (C). Barras correspondem ao erro

padrão da média (n=5). .............................................................................................................. 37

Figura 3- Variáveis de crescimento de plantas de L. origanoides em diferentes níveis de

irradiância. Área foliar (AF), número de folhas (NF), altura das plantas (ALT), diâmetro

do caule (DC), taxa assimilatória liquida (TAL). Barras correspondem ao erro padrão da

media (n=5). ................................................................................................................................. 40

Figura 4- Teor (%) do óleo essencial em folhas secas de plantas de L. origanoides,

cultivadas em diferentes níveis de irradiância. Barras correspondem ao erro padrão da

media, n=5. .................................................................................................................................. 42

Figura 5- Secção transversal da folha de L. origanoides (A). Eletromicrografia de

varredura das superfícies abaxial de folhas de L. origanodes (B). EAD= epiderme da

face adaxial, EAB = epiderme da face abaxial, PPAL= parênquima paliçádico,

PESP=parênquima esponjoso, ESTM= estômato, TGP= tricoma glandular peltado. ..... 44

Figura 6- Espessura dos tecidos foliares (μm): Epiderme face abaxial (EAB); Epiderme

face adaxial (EAD); Parênquima lacunoso (PESP) em folhas de L. origanoides sob

diferentes níveis de irradiância. ................................................................................................ 46

Figura 7- Secção transversal da região mediana de folhas de L. origanoides submetidas

a (A) 100 % (B) 25 % de irradiância sem a aplicação de reguladores de crescimento.

EAB = epiderme da face abaxial, PPAL= parênquima paliçádico, PESP=parênquima

esponjoso. .................................................................................................................................... 46

Tabela 13- Valores médios para espessura de parênquima paliçádico (µm) de L.

origanoides em função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis

de radiação luminosa. ................................................................................................................ 47

Figura 8- Eletromicrografias de varredura das superfícies adaxial (A) e abaxial (B) de

folhas de L. origanodes. TG= tricoma glandular, TT= tricoma tector. ................................ 48

Figura 9 – Densidade: tricoma glandular (mm2) (A), tricoma tector (mm2) (B) e

estomática (mm2) (C) nas duas faces foliares de L.origanoides, cultivada em diferentes

níveis de irradiância. Barras correspondem ao erro padrão da média, n=20. .................. 50

Figura 10- Teor de pigmentos cloroplastídicos (mg dm-2): clorofila a (Chla) . clorofila total

(ChlT) razão clorofila a/b folhas de L. origanoides cultivadas em diferentes níveis de

irradiância. Barras correspondem ao erro padrão da média, n=40. ................................... 51

Page 12: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................. 17

2.1 A espécie Lippia origanoides H.B.K. ............................................................................. 17

2.2 Óleo essencial .................................................................................................................. 18

2.3 Efeitos da luminosidade no crescimento e no desenvolvimento vegetal ................ 20

2.4 Efeito da radiação luminosa no teor e composição de metabólitos secundários ... 21

2.5 Efeitos da radiação luminosa no teor de pigmentos cloroplastídicos ...................... 23

2.6 Efeitos das diferentes intensidades de radiação luminosa nas características

morfoanatômicas ..................................................................................................................... 24

2.7 Hormônios e Reguladores de Crescimento Vegetais ................................................. 26

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 29

3.1 Material vegetal e condições de cultivo ........................................................................ 29

3.2 Análise de crescimento ................................................................................................... 31

3.3 Extração, quantificação e composição química do óleo essencial .......................... 31

3.4 Estudo Anatômico ............................................................................................................ 33

3.5 Micromorfologia foliar ...................................................................................................... 33

3.6 Teor de pigmentos cloroplastídicos ............................................................................... 34

3.7 Análises estatísticas: ....................................................................................................... 34

4 RESULTADOS ........................................................................................................................ 35

4.1 Radiação Fotossinteticamente Ativa ............................................................................. 35

4.2 Análise de crescimento ................................................................................................... 35

4.3 Quantificação e composição química do óleo essencial ............................................ 41

Page 13: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

4.4 Estudo da Anatomia ......................................................................................................... 43

4.5 Estudo da Micromorfologia ............................................................................................. 47

4.6 Teor de pigmentos cloroplastídicos ............................................................................... 51

5 DISCUSSÃO ............................................................................................................................ 52

5.1 Análise de crescimento ................................................................................................... 52

5.2 Quantificação e composição química do óleo essencial ............................................ 56

5.3 Estudo da Anatomia ......................................................................................................... 58

5.4 Estudo da Micromorfologia ............................................................................................. 60

5.5 Teor de pigmentos cloroplastídicos ............................................................................... 61

6 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 64

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 65

Page 14: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

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MORFOANATOMIA FOLIAR, CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE ÓLEO

ESSENCIAL DE Lippia origanoides H.B.K SOB DIFERENTES NÍVEIS

DE IRRADIÂNCIA E EFEITO DE BIORREGULADORES

1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento da fitoterapia,

por apresentar a maior diversidade vegetal do mundo e ampla sociodiversidade.

O uso das plantas para fins medicinais está vinculado à riqueza do

conhecimento tradicional e o nosso país possui tecnologia para validar

cientificamente este conhecimento (ALBUQUERQUE; HANAZAKI, 2006).

A utilização de produtos naturais no tratamento de diversas patologias

iniciou-se há milhares de anos. Porém, apesar dos grandes avanços observados

na medicina moderna. Nas últimas décadas, as plantas continuam sendo

utilizadas no tratamento de várias doenças (VEIGA-JUNIOR; MELLO, 2008). Os

vegetais são importantes fontes de substâncias bioativas e o interesse na

prospecção para a descoberta de novas drogas ainda é alta. Estima-se que pelo

menos 25% de todos os medicamentos modernos são derivados direta ou

indiretamente de plantas (NEWMAN; CRAGG, 2012).

O Ministério da Saúde tem incentivado o uso deste recurso, através da

criação de uma relação de plantas medicinais de interesse ao Sistema Único de

Saúde-RENISUS. Trata-se de uma lista que orienta os estudos e pesquisas no

Brasil para subsidiar a elaboração de fitoterápicos que deverão ser

disponibilizados para uso pela população (NASCIMENTO JUNIOR, 2009).

Atualmente o mercado mundial de fitoterápicos movimenta cerca de US$ 44

bilhões por ano. A Associação Brasileira de Empresas do Setor Fitoterápico

estima que este mercado no Brasil varie de US$ 350 milhões e US$ 500 milhões

(ABIFISA, 2013).

Neste contexto, as plantas são capazes de sintetizar como produtos do

metabolismo secundário diversas classes de substâncias, dentre estes, os

alcaloides, mucilagens, taninos, flavonoides e óleos essenciais (TAIZ; ZEIGER,

2006). Entre os produtos do metabolismo secundário vegetal mais explorados

Page 15: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

15

neste mercado destacam-se os óleos essenciais, que são misturas complexas

de substâncias voláteis lipofílicas, comumente odoríferas e líquidas (SIMÕES;

SPITZER, 2003).

O Brasil ocupa um lugar de destaque na produção de óleos essenciais de

cítricos, no entanto, ainda sofre com a falta da manutenção do padrão de

qualidade dos óleos essenciais. Fato este que ocorre principalmente pela

carência de pesquisas relacionadas ao estabelecimento de práticas adequadas

ao longo da cadeia produtiva (BIZZO et al., 2009). Vale ressaltar que a

quantidade e concentração dos metabólitos secundários produzidos sofrem

interferência das diversas condições do ambiente, uma vez que, os processos

bioquímicos, fisiológicos, evolutivos e ecológicos que coordenam esta síntese

são influenciados por fatores bióticos e abióticos (GOBBO-NETO; LOPES,

2007).

Entre os fatores do ambiente, a luz tem função primordial no

desenvolvimento vegetal, pois controla a produção da biomassa , contribuindo

assim para o crescimento vegetal. No entanto, a plasticidade relacionada à

adaptação a situações diferenciadas de luminosidade leva a modificações no

aparato fotossintético, de forma a promover acúmulo eficiente de matéria seca e

promover o crescimento (ALVARENGA et al., 2005). Dessa forma, o

estabelecimento de técnicas de manejo visando a adequação do nível de

luminosidade para o cultivo de determinada espécie, pode favorecer o

crescimento e desenvolvimento das plantas, assim como maximizar a produção

dos princípios ativos que esta sintetize.

Ainda neste aspecto, os reguladores vegetais, hormônios vegetais

sintéticos, também podem exercer forte influência na resposta das plantas às

diferentes condições do ambiente. No entanto, este tipo de resposta vai

depender de características de cada espécie, órgão da planta, estágio de

desenvolvimento, da concentração do regulador vegetal e interação entre os

vários fatores ambientais (SALISBURY; ROSS, 1992). Em relação às plantas

medicinais ou aromáticas, os reguladores vegetais podem interferir no

crescimento destas, resultando na melhora tanto na qualidade quanto na

quantidade dos óleos essenciais produzidos. O uso destes produtos é uma

Page 16: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

16

prática agrícola muito utilizada e que vem promovendo aumento na quantidade e

qualidade de produção (POVH; ONO, 2008).

Lippia origanoides H.B.K é uma das espécie de importância econômica

por produzir óleo essencial com diversas ações terapêuticas e biológicas.

Considerando a potencialidade da espécie e a incipiência de estudos que

avaliem, simultaneamente, os efeitos de reguladores vegetais associado aos

efeitos da luminosidade na produção de plantas produtoras de óleo essencial,

este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de reguladores vegetais e

diferentes níveis de irradiância no crescimento, morfoanatomia, o teor e

composição química do óleo essencial de L. origanoides.

Page 17: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

17

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A espécie Lippia origanoides H.B.K.

A família Verbenaceae encontra-se representada no Brasil por 17 gêneros

e cerca 250 espécies, destacando-se pelas aplicações medicinais e

ornamentais, principalmente nos gêneros Aloysia, Lantana, Starchytarpheta e

Lippia. Os representantes dessa família apresentam uma extensa distribuição

em zonas tropicais e subtropicais, com grande variedade no uso e na

composição de seus óleos essenciais. No Brasil é uma das cinco famílias mais

importantes entre as dicotiledôneas dos campos rupestres (GIULIETTI et al.,

1987).

Os maiores centros de dispersão se encontram em países das Américas

do Sul e Central, como também em territórios da África tropical (SALINEMA,

2000; TERBLANCHÉ, 1996), sendo que os principais centros de diversidade do

gênero Lippia estão localizados no México e no Brasil. Neste último, o maior

número de espécies se encontra na Cadeia do Espinhaço, nos estados de Minas

Gerais, Bahia e Goiás (OLIVEIRA et al., 2007).

Entre os representantes desse grupo, L. origanoides tem origem em

alguns países da América Central e do norte da América do Sul, especialmente

da região Amazônica (OLIVEIRA et al., 2011). Conhecida popularmente como

salva de marajó, capim d´angola e orégano do monte, tem sido utilizada para

fins culinários e medicinais. Morfologicamente é caracterizada como um arbusto

que pode atingir até três metros de altura, possuir folhas ovaladas aromáticas e

inflorescências em racemos, axilares e brancas (GARCIA-BARRIGA, 1992;

VICUÑA et al., 2010). Informações sobre a estrutura secretora de Lippia spp.

reportam que o óleo essencial é produzido em tricomas glandulares

(COMBRINCK et al., 2007; JEZLER et al., 2013 ).

Os estudos de Oliveira et al. (2007) e Stashenko et al. (2010) citam a

ocorrência de mais de um quimiotipo de L. origanoides para o Brasil, e que se

diferenciam, sobretudo, pela quantidade dos seus principais componentes,

carvacrol e timol. Análises realizadas através de cromatografia em fase gasosa

acoplado a espectrometria de massa (CG- EM), identificaram que os principais

Page 18: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

18

constituintes voláteis nesta espécie foram: carvacrol (43,96%), 1,8-cineol,

(22,75%), g-terpineno (8,87%), timol metil éter (7,08%) e acetato de carvacrol

(4,60%) (CAVALCANTE et al., 2007). O fato da composição do óleo essencial de

um dos quimiotipos da L. origanoides ser semelhante à do orégano a faz ser

considerada promissora para uso como condimento (OLIVEIRA, et al., 2007) .

Vários estudos realizados com espécies de Lippia têm demonstrado

importantes atividades biológicas, tais como: atividade antimicrobiana,

antifúngica, inseticida e antiparasitária (CARVALHO; FERREIRA, 2001; DOS

SANTOS et al., 2004; SIVIRA et al., 2011). O óleo essencial extraído de folhas e

flores de L. origanoides possui atividade inibitória sobre formação de esclerócios

de Sclerotium cepivorum Berk., causador da podridão branca da cebola, pois

nestes órgãos vegetais existe maior concentração de timol (OPINA et al., 2011).

Atividades antibacteriana, antiparasitária, no tratamento de dores de cabeça,

indigestão, náuseas e como cicatrizantes também foram identificadas nesta

espécie (OLIVEIRA et al., 2007; PASCUAL, et al., 2001).

2.2 Óleo essencial

Uma das principais características dos seres vivos é a atividade

metabólica, sendo o metabolismo definido como um conjunto de reações

químicas que ocorrem no interior das células. Nas plantas, o metabolismo está

dividido em dois tipos: o metabolismo primário e o secundário. Buchanan et al.

(2000) definiram os metabólitos primários como compostos que participam da

nutrição e dos processos metabólicos essenciais, enquanto os metabólitos

secundários são aqueles os que influenciam nas interações ecológicas entre

plantas e o ambiente. Os metabólitos secundários são, geralmente, classificados

com base em suas vias biossintética e nos principais grupos: os compostos

nitrogenados, os terpenos e compostos fenólicos (TAIZ; ZEIGER, 2006).

Dentre os produtos do metabolismo secundários das plantas destacam-se

os óleos essenciais, compostos por terpenos e fenilpropanóides. Os óleos

essenciais possuem composição complexa e dependente de diversos fatores

que são regulados pelo metabolismo. Nestes, os terpenos são expressivamente

Page 19: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

19

mais abundantes e os fenilpropanóides, quando ocorrem, são geralmente os

principais responsáveis pelo odor e sabor (TAIZ; ZEIGER, 2006).

Tricomas secretores ou glândulas estão envolvidas na secreção de

substancias de natureza diversas como soluções salinas, soluções de açucares,

mucilagens e materiais lipofílicos (FAHN, 1979). Segundo Turner et al. (2000),

os tricomas glandulares peltados são responsáveis pela maior produção dos

óleos essenciais, enquanto os tricomas glandulares capitados apresentam

pequena quantidade de óleo. Localizados em órgãos vegetativos e reprodutivos

de algumas espécies já foram estudados em relação à composição química dos

produtos secretados e sua morfologia (ASCENSÃO; PAIS, 1998; CORSI;

BOTTEGA, 1999; SERRATO-VALENTI et al., 1997), assim, podem ser utilizados

como ferramenta importante para a farmacognosia de espécies vegetais, em

caso de suspeita de adulteração (SVOBODA; SVOBODA, 2000).

Vários estudos apontam que a produção do óleo essencial varia entre as

diferentes fases de desenvolvimento da planta. Na folha, sua origem primordial,

sua expansão, total maturação e baixa senescência são fatores importantes

para a produção de óleo de valor comercial. A ontogenia do órgão, também

afeta a composição do óleo (GONÇALVES et al., 2003; LOBO; LORENÇO,

2007; SILVA et al., 2003; POVH; ONO, 2006).

As denominações dos tipos: óleos essenciais, óleos etéreos ou essência

estão relacionadas com a presença de algumas características físico-químicas,

como a de serem líquida de aparência oleosa a temperatura ambiente, contudo,

sua principal característica consiste na volatilidade (SIMOES; SPITZER, 2000).

Os óleos essenciais encontrados em muitos vegetais são formados por

monoterpenos e sesquiterpenos voláteis, conferindo aromas característicos a

certas espécies (TAIZ; ZEIGER, 2006). Os metabólitos secundários tem papel

importante na adaptação das plantas aos seus ambientes, contribuindo assim,

com o aumento da probabilidade de sobrevivência (FUMAGALI et al., 2008).

Diversos são os métodos empregados na extração dos óleos essenciais,

entre estes o CO2 líquido, arraste a vapor e hidrodestilação, dentre outros,

podendo este método variar de acordo com o destino do óleo. O produto

extraído pode variar, ainda, em quantidade, e composição, de acordo com o

Page 20: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

20

clima, o solo, órgão da planta, idade e estágio do ciclo vegetativo (ANGIONI et

al., 2006; MASOTTI, et al.,2003)

2.3 Efeitos da luminosidade no crescimento e no desenvolvimento

vegetal

Estudos têm evidenciado a plasticidade fisiológica de espécies vegetais

em relação à radiação fotossinteticamente ativa disponível, por meio de

avaliações de crescimento inicial em relação a diferentes níveis de

sombreamento (ALMEIDA et al., 2004). A adaptação da planta ao ambiente de

luz depende do ajuste de seu aparelho fotossintético, de modo que, a

luminosidade ambiental possa ser utilizada da maneira mais eficiente possível e

as respostas dessas adaptações sejam refletidas no crescimento global da

planta (AMO, 1985; GONDIN et al., 2008 ).

Cultivos em diferentes intensidades e qualidade do espectro luminoso

incidente podem proporcionar várias modificações relacionadas à produção de

biomassa, às características biométricas e formação de estruturas produtoras de

metabólitos (MARTINS et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2009).

Muitas variáveis de crescimento podem ser alteradas de acordo com a

intensidade de radiação luminosa disponível, dentre elas, destacam-se: i)

alocação de biomassa seca na raiz, caule, folha e inflorescência, ii) área foliar,

iii) biomassa seca total, iv) razão raiz: parte aérea (MIRALLES et al., 2011).

Assim, diferentes espécies medicinais têm sido estudadas com a finalidade de

determinar níveis de irradiância satisfatória para maximizar o rendimento de óleo

essencial (SALES et al.,2009).

Estudos realizados com Siegesbeckia orientalis (botão-de-ouro) mostram

a existência da plasticidade adaptativa a diferentes condições de luminosidade.

Contudo, as maiores médias para a maioria dos índices avaliados como área

foliar, altura, números de folhas e capítulos florais, massa seca total, taxa de

crescimento absoluto, taxa de crescimento relativo, partição de biomassa entre

diferentes regiões da planta, razão de área foliar e área foliar específica foram

encontrados no ambiente com menor nível de irradiância, sugerindo que a

Page 21: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

21

espécie é favorecida pelo sombreamento (AGUILERA; FERREIRA; CECON;

2004).

Em Ocimum basilicum foi verificado a redução da biomassa seca total em

menores níveis de irradiância (CHANG et al., 2008). Já para a espécie Ocimum

gratissimum a variação luminosa afetou mais severamente o seu crescimento do

que o estresse hídrico (ADE-ADEMILUA; OBI; CRAKER, 2013). A produção de

biomassa foliar de Cordia curassavica não foi afetada pelos diferentes níveis de

luminosidade (100, 70 e 20%), mas pelo tipo de fertilidade do substrato

(PAULILO et al., 2010).

O aumento da luz disponível proporcionou o incremento na biomassa de

folhas para as plantas de Ocimum gratissimum (FERNANDES et al., 2013). A

intensidade de luz influencia o crescimento de mil-folhas (Achillea millefolium), o

sombreamento reduz o acúmulo de biomassa seca da parte aérea, caule, folhas

e flores (LIMA et al., 2011). A atenuação luminosa de 75% reduziu drasticamente

a massa seca, a altura das plantas, ramificações da espécie Ocimum basilicum

(CHANG et al., 2008).

Diferentes níveis de luminosidade, também, influenciaram distintamente o

crescimento e a plasticidade de plantas de maria-pretinha (Solanum

americanum), uma vez que, as plantas que foram submetidas a maior

intensidade luminosa apresentaram maior desempenho na alocação de matéria

seca nos frutos em detrimento as plantas cultivadas a 35% de luminosidade

(GAZOLLA NETO et al., 2013). Já em transagem (Plantago major L.), o acúmulo

de biomassa de folhas e o comprimento da parte aérea das plantas foram

maiores em níveis mais elevados de irradiância (SOUZA, 1998).

2.4 Efeito da radiação luminosa no teor e composição de metabólitos

secundários

A síntese e o armazenamento de produtos sintetizados pelas plantas são

processos dinâmicos. Variações temporais e espaciais no conteúdo total, bem

como as proporções relativas de metabólitos secundários, ocorrem em

diferentes níveis (sazonais e diários, intraplanta, inter e intraespecífico), a

síntese de metabólitos secundários pode ser influenciada por processos

Page 22: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

22

bioquímicos, fisiológicos, evolutivos e ecológicos, dessa forma, a síntese pode

ser afetada pelas condições ambientais (GOBBO-NETO; LOPES, 2007).

A luminosidade, temperatura, pluviosidade e a nutrição da planta são

alguns dos fatores que alteram significativamente a produção dos metabólitos

secundários, ocasionando a biossíntese de diferentes compostos (MORAIS

2009; CORRÊA JUNIOR et al., 1994)..

Segundo Paulilo (2010) a influência do substrato e da intensidade

luminosa (20, 70, 100%) no cultivo de Cordia curassavica afetaram o rendimento

de óleo essencial. Fernandes et al. (2013) verificaram que o aumento da

intensidade luminosa não alterou o teor e a composição do óleo essencial de

Ocimum gratissimum. Em Ocimum basilicum o rendimento de óleo essencial foi

reduzido pelo sombreamento de 75%. Em indivíduos mantidos a pleno sol foram

verificados maiores teores relativos de linalol e eugenol, enquanto metileugenol

foi acrescido em baixa irradiância. No entanto, não foram encontradas diferenças

no teor relativo de 1,8-cineol desta espécie (CHANG et al., 2008).

Para a espécie Hypericum perforatum a máxima produção de óleo

essencial foi obtida sob condições de mais de 60% de irradiância. Ainda para

esta espécie ocorreu, também, variação na composição química do óleo

essencial nos diferentes níveis de irradiância (SAEB et al., 2011). Da mesma

forma, Hyptis marrubioides cultivada sob diferentes níveis de irradiância,

apresentou maior rendimento de óleo essencial em indivíduos cultivados na

maior intensidade de radiação luminosa (SALES et al., 2009). Plantas de

carqueja (Baccharis trimera (Less.)), também, alcançaram maior rendimento de

óleo essencial quando cultivada a pleno sol (SILVA, et al., 2006).

Segundo Ma et al. (2010) a irradiância entre 30 e 50 µmol m–2 s–1 favorece

a produção de flavonoides totais em Anoectochilus formosanus. Altos níveis de

luminosidade e temperatura são fatores que otimizam o potencial fitoquímico da

espécie H. perforatum, aumento significativamente a produção de hiperforina,

hipericina e concentrações pseudohypericin (ODABAS, et al., 2009).

Page 23: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

23

2.5 Efeitos da radiação luminosa no teor de pigmentos

cloroplastídicos

As clorofilas e os carotenoides são pigmentos presentes nos vegetais,

capazes de absorver a radiação solar visível desencadeando as reações

fotoquímicas da fotossíntese, processo essencial para a sobrevivência vegetal e,

por isso, denominado metabolismo primário (SEIFERMAN-HARMS, 1987).

As clorofilas são moléculas complexas adaptadas para absorção de luz,

transferência de energia e elétrons durante o processo da fotossíntese,

resultando na produção de compostos de alta energia ATP e NADPH. As

clorofilas a e b, abundantes em plantas superiores, possuem absorção máxima

670 e 650 nm, respectivamente, enquanto, os carotenoides são pigmentos

acessórios e fotoprotetores, que absorvem na faixa dos 400 a 500 nm

(BLANKENSHIP, 2010). Os carotenoides são encontrados em todos os

organismos fotossintéticos. Constituem integralmente as membranas dos

tilacóides e estão, em geral, intimamente associados aos pigmentos proteicos

das antenas e centros de reação.

Os teores de clorofila e carotenoides nas folhas são utilizados para

estimar o potencial fotossintético das plantas, pela sua ligação direta com a

absorção e transferência de energia luminosa e ao crescimento e à adaptação a

diversos ambientes. Uma planta com alto teor de clorofila é capaz de atingir

taxas fotossintéticas mais altas, pelo seu valor potencial de captação de “quanta”

na unidade de tempo (PORRA et al., 1989; CHAPPELLE; KIM, 1992).

A luz absorvida pelos carotenoides é transferida à clorofila para o

processo de fotossíntese. Os carotenoides desempenham papel essencial na

fotoproteção, pelo fato das membranas fotossintéticas poderem ser facilmente

danificadas pelas grandes quantidades de energia absorvida pelos pigmentos. Tal

mecanismo de fotoproteção atua liberando o excesso de energia antes que possa

danificar o organismo (TAIZ; ZEIGER, 2006).

As alterações na intensidade luminosa no ambiente de cultivo

proporcionam ajustes do aparelho fotossintético das plantas na busca de maior

eficiência na absorção e transferência de energia para os processos

fotossintéticos. Assim, os teores dos pigmentos cloroplastídicos, clorofila e

carotenoides podem ser utilizados como importantes marcadores de

Page 24: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

24

ambientação do vegetal (MARTINS et al., 2009). Em ambientes com menor

intensidade luminosa há aumento da proporção de clorofila b, pois esta capta

energia de outros comprimentos de onda e a transfere para a clorofila a, que

efetivamente atua nas reações fotoquímicas da fotossíntese e representa um

mecanismo de adaptação à condição de menor intensidade luminosa (SCALON

et al., 2003).

O sombreamento estimula a síntese de clorofila a, b, total e carotenoides

(AMARANTE et al., 2007; LIMA et al., 2011). Na espécie Eugenia uniflora foi

evidenciado alteração no teor de clorofila a, b, e clorofila total em plantas sob

diferentes níveis de radiação luminosa (MIELKE et al., 2010). Plantas de guaco

(Mikania glomerata Spreng.) cultivadas a pleno sol apresentaram menores

teores de pigmentos foliares e sinais aparentes de fotoinibição (SOUZA et al.,

2011). O aumento no nível de sombreamento promoveu uma menor relação

clorofila a/b, e acréscimos nas concentrações de clorofila total e carotenoides

totais em mudas de maracujá (Passiflora edulis) e nas espécies Hymenaea

courbaril L. var. stilbocarpa e Enterolobium contortisiliquum (LIMA et al., 2006;

ZANELLA et al., 2006).

Plantas de melissa submetidas a 20% de intensidade luminosa

apresentaram maior quantidade de clorofila a, portanto, maior razão clorofila a/b

(BRANT et al., 2011). Semelhante ao estudo anterior Cryptocaria aschersoniana

apresentou aumento na razão clorofila a/b quando cultivadas a 70% de

sombreamento, sendo esta razão reduzida com o aumento da radiação

(ALMEIDA et al., 2004)

2.6 Efeitos das diferentes intensidades de radiação luminosa nas

características morfoanatômicas

A estrutura foliar pode ser alterada pela radiação luminosa disponível

durante o processo de desenvolvimento. Geralmente são observadas mudanças

anatômicas, o que é primordial para a aclimatação da espécie ao ambiente

(VALADARES; NIINEMETS, 2008).

Folhas que se desenvolvem sob condições de alta luminosidade tendem a

ser menores e mais espessas, com aumento de mesofilo por unidade de área,

Page 25: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

25

menor quantidade de espaços intercelulares, maior densidade de estômatos e

de nervuras, quando comparadas a folhas expostas ao sombreamento. Tais

variações estruturais estão associadas à regulação da difusão luminosa e

gasosa dentro da folha, para maximização da eficiência fotossintética

(TERASHIMA et al., 2006).

Em alfavaca-cravo a intensidade e qualidade da luz proporcionam

profundas alterações na anatomia foliar, sobretudo na espessura foliar, na

densidade de tricomas e estômatos (MARTINS et al., 2009). Podendo, ainda, a

intensidade de radiação luminosa alterar de forma significativa a densidade de

estruturas secretoras (COSTA et al., 2010).

Com o aumento da intensidade luminosa, a densidade de tricomas

tectores, também, pode aumentar como estratégia para reduzir a taxa de

transpiração, aumento da reflexão da luz e redução a temperatura da folha

(EVERT, 2006). Na espécie Lippia citriodora houve redução da densidade de

tricomas glandulares com o aumento do sombreamento (GOMES et al., 2009).

Em trabalho realizado por Miralles et al. (2011) não foram encontradas

diferenças significativas na espessura das faces da epiderme de Rhamnus

alaternus em condições de sombreamento. Alterações na densidade estomática,

índice estomático, densidade de tricomas e tamanho dos espaços intercelulares

em plantas cultivadas em diferentes níveis de radiação luminosa podem ocorrer

(POMPELLI et al., 2010). Nas espécies Colocasia esculenta e Coffea arabica o

aumento do sombreamento promoveu menor espessamento da cutícula e da

parede celular; mesofilos com menores volumes, porém com maiores espaços

intercelulares; epiderme mais espessas e estômatos em menor quantidade

(GONDIM et al., 2008; MORAIS, et al., 2004).

No interior das células do parênquima clorofiliano, os cloroplastos sob

condições de baixa irradiância orientam-se paralelamente ao plano da folha,

alinhados perpendicularmente à luz incidente, posição esta que maximiza a

absorção de luz (TAIZ; ZEIGER, 2006). Brant et al., (2009) verificou em Melissa

offcinalis que quanto maior a intensidade luminosa, maior o número de

cloroplastos, porém, a pleno sol, eles mostraram-se mais finos e com menor

área. Oliveira et al. (2009) verificaram que o número de grãos de amido em

cloroplastídeos não variaram em plantas sombreadas e a pleno sol.

Page 26: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

26

2.7 Hormônios e Reguladores de Crescimento Vegetais

Os hormônios vegetais são substâncias produzidas pelos vegetais em

pequenas quantidades, porém produzem efeitos significativos nos locais de

produção ou em outros sítios de ação, sendo estes responsáveis por muitos,

senão todos, os aspectos do crescimento e desenvolvimento vegetal (TAIZ;

ZEIGER, 2006).

Além dos hormônios que as plantas produzem naturalmente, existem os

análogos sintéticos, também conhecidos como reguladores vegetais, que

possuem vasta aplicação na agricultura e silvicultura moderna. Os

biorreguladores vegetais são substâncias sintéticas que aplicadas

exogenamente possuem ações similares aos grupos de hormônios vegetais

mais conhecidos (auxinas, giberelinas, citocininas e etileno) (CASTRO; VIEIRA,

2001).

A mistura de dois ou mais reguladores vegetais resulta em um terceiro

produto denominado bioestimulante ou estimulante vegetal. Tal mistura pode,

em função da sua composição, concentração e proporção das substâncias,

incrementar o crescimento e desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão, a

diferenciação e o alongamento celular, podendo também melhorar a absorção e

a utilização de água e nutrientes pelas plantas, mesmo sob condições

ambientais adversas (CASTRO e VIEIRA, 2001). A maioria destes produtos atua

como sinalizador químico, na regulação do crescimento e desenvolvimento de

plantas. Normalmente, ligam-se a receptores na planta e desencadeiam uma

série de mudanças celulares, as quais podem afetar a iniciação ou modificação

do desenvolvimento de órgãos ou tecidos.

Acredita-se que os bioestimulantes, compostos por cinetina, ácido

giberélico e ácido 4-indol-3-ilbutírico, podem em função de sua composição,

concentração e proporção das substâncias, incrementar o crescimento e

desenvolvimento vegetal estimulando a divisão celular, podendo também

aumentar a absorção de água e nutrientes pelas plantas (VIEIRA; CASTRO,

2001).

As citocininas, giberelinas e ácido abscísico são terpenos que participam

do desenvolvimento vegetal, sendo estes, importantes hormônios vegetais

Page 27: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

27

(RODRIGUES et al., 2003; TAIZ E ZEIGER, 2006). Reguladores de crescimento,

giberelinas, auxinas, citocininas ou os seus compostos sintéticos, estão sendo

cada vez mais utilizados na produção vegetal, por promoverem maior produção

(MOSTAFA; ABOU AL-HAMD, 2011). São absorvidos pelas plantas

predominantemente pelas folhas e gemas terminais, podendo, todavia, ser

absorvidos pelo sistema radicular (TAIZ; ZEIGER, 2006).

As citocininas são hormônios associados ao crescimento e

desenvolvimento das plantas, participando no controle da divisão e alongamento

celular, crescimento e senescência foliar (NISHIMURA et al., 2004). Estes

hormônios estimulam o crescimento pela expansão mais do que pelo

alongamento (STOYNOVA et al., 2004). As giberelinas são outro grupo de

hormônios envolvidos na regulação e expansão foliar. Em nível celular a

giberelina estimula o alongamento e a divisão (KENDE e ZEEVAART, 1997;

SCAVRONI, et al. 2006).

Por desempenharem tais funções os reguladores vegetais têm sido

utilizados no cultivo de plantas medicinais visando um incremento no

crescimento, na produtividade e no metabolismo secundário (SHUKLA;

FAROOQI, 1990). Em Salvia officinalis a aplicação de Stimulate® a 2%

promoveu aumento no crescimento e rendimento do óleo essencial (POVH;

ONO, 2006). Já o uso de reguladores vegetais em manjericão influenciou

positivamente nos índices fisiológicos como: taxa de crescimento absoluto, taxa

de crescimento relativo, razão de área foliar, taxa assimilatória líquida. Nesta a

área foliar específica foi influenciada positivamente pela cinetina, possivelmente

pelos efeitos desse regulador na divisão celular, maturação de cloroplastos,

expansão celular em folhas e atraso da senescência (BARREIRO et al., 2006).

A espécie Cymbopogon citratus não apresentou diferenças significativas

quanto a produção de biomassa e teor de óleos essenciais quando tratada com

reguladores de crescimento (FIGUEIREDO; DELACHIAVE; MING., 2006). Em

experimento realizado com Mentha spicata x suaveolens utilizando doses de

cálcio e fitorreguladores foi verificado uma ação discreta dos fitorreguladores,

não relacionada aos teores de cálcio na planta, que apresentou tendências na

redução da área foliar e do número de folhas, não sendo assim recomendadas

Page 28: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

28

aplicações de auxina, giberelina e citocinina em cultivos hidropônicos (PICHI et

al., 2012).

Mahmoud e Shetty (1996) observaram que em O. basilicum a aplicação

do ácido giberélico GA3 reduziu o teor do óleo essencial, estimulando no

entanto, o crescimento vegetal em altura.

Em relação à anatomia, foi verificado que o uso de regulador de

crescimento pode aumentar a espessura da lâmina foliar, a área das células da

bainha dos feixes vasculares e do mesofilo, como observado em Brachiaria

brizantha (FIALHO et al., 2009). Já em plantas de Eucalyptus grandis o uso de

reguladores de crescimento mostrou-se eficientes para alterar o teor de lignina e

o diâmetro da fibra (PEREIRA et al., 2011). Tronchet; Tronchet (1967) sugeriram

que relações endógenas na concentração de giberelinas e citocininas em folhas

jovens de Polygonum tartaricum, são fatores importantes no controle da forma

foliar durante a ontogênese. Halfacre; Barden (1968) verificaram que a aplicação

de regulares de crescimento em macieiras jovens 'Golden Delicious' e 'York

Imperial' provocaram aumento das células do tecido paliçádico, enquanto que o

parênquima lacunoso apresentou-se mais frouxo, resultando no aumento do

espessamento foliar.

Page 29: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

29

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material vegetal e condições de cultivo

O experimento foi conduzido no período de janeiro a maio de 2013, no

Campus da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), localizado no

município de Ilhéus, Bahia, (39°13’59’’ WO; 14°45’15’’S). Dados meteorológicos

da região doo período do experimento foram obtidos através do Banco de Dados

Meteorológicos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e estão

apresentados (Tabela 1).

Para a produção de mudas foi realizada a propagação vegetativa, por

meio de estacas apicais com aproximadamente sete centímetros de

comprimento, obtidas de uma planta matriz do Horto de plantas medicinais da

UESC. Após o enraizamento, as mudas foram transplantadas para vasos

contendo 10L de substrato na proporção 4:1 (solo:areia). O solo utilizado foi

classificado como Nitossolo Amarelo Eutrófico e analisado no Laboratório de

Análise de Solos da Universidade Federal de Viçosa, cujas características estão

apresentadas nas tabelas 2 e 3.

Antes da implementação do experimento as plantas passaram por um

período de aclimatação de 15 dias. Os tratamentos de atenuação da radiação

luminosa foram obtidos através do uso telas plásticas pretas do tipo ‘sombrite’,

fixadas em armações individuais de madeira, de dimensões de 2x3x3 metros,

para cada nível de luminosidade, sob condições de campo.

Os valores da radiação fotossinteticamente ativa (RFA) foram obtidos de

forma pontual, seis vezes ao longo do período experimental. As medições foram

realizadas em intervalos de uma hora das 7:00 horas da manhã às 17:00 horas

por meio de um sensor quântico BQM-SUN (Apogee, USA) à pleno sol e em

cada ambiente de cultivo.

Foram realizadas três aplicações do bioestimulante que continha 90 mg

de cinetina (Kt), 50 mg de ácido indol butírico (IBA) e 50 mg de ácido giberélico

(GA3) por litro do produto. A aplicação foi realizada via foliar, com o auxilio de um

pulverizador manual aos 30, 50 e 70 dias após o transplantio.

Page 30: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

30

Desta forma, os tratamentos foram caracterizados pelos diferentes níveis

de irradiância e por plantas tratadas e não tratadas com reguladores de

crescimento. Sendo estes: pleno sol + regulador de crescimento (T1), pleno sol

sem regulador de crescimento (T2), 50% irradiância + regulador de crescimento

(T3), 50% irradiância sem regulador de crescimento (T4), 35% irradiância +

regulador de crescimento (T5), 35% irradiância sem regulador de crescimento

(T6), 25% irradiância + regulador de crescimento (T7), 25% de irradiância sem o

regulador de crescimento (T8). O delineamento experimental adotado foi o

inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 4x2, com dez repetições.

Tabela 1- Dados meteorológicos da região de Ilhéus-BA no período do

experimento (março de 2013 a maio de 2013).

Período Temperatura

(max °C) Temperatura

(min °C) Precipitação

(mm) Umidade

Relativa (%)

01 a 15/03/2013 31 24 45 81 16 a 31/03/2013 32 25 84 84 01 a 15/04/2013 29 25 63 84 16 a 30/04/2013 27 22 18 86 01 a 15/05/2013 27 20 12 97 16 a 31/05/2013 28 22 23 84

Fonte: INMET, 2013.

Tabela 2 – Análise química do solo

pH MO P S K Ca Mg Al H+Al SB T t V m B Cu Fe Mn Zn

H2O dag/kg ---mg/dm3--- ---------------------------cmolc/dm

3----------------------- ----%--- ------------------mg/dm

3----------------

5,7 3,0 12,5 0 34 6,9 5,6 0,3 5,5 12,7 18,2 12,9 69,7 2,2 0,4 0,9 139,9 122,7 5,8

pH em água, KCl e CaCl - Relação 1:2,5; P - Na - K - Fe - Zn -Mn - Cu – Extrator Mehlich 1; Ca -Mg -Al - Extrator: KCl - 1mol/L; H + Al – Extrator Acetato de Cálcio 0,5mol/L - pH 7,0; B - Extrator água quente; S - Extrator - Fosfato monocálcico em ácido acético Mat. Org. (MO) = C.Org x 1,724 – Walkley –Black; ISNa - Índice de Saturação de Sódio; SB = Soma de Bases Trocáveis; CTC (t) - Capacidade de Troca Catiônica Efetiva; CTC (T) - Capacidade de Troca Catiônica a pH 7,0; V= Índice de Saturação de Bases; m= Índice de Saturação de Alumínio; P-rem= Fósforo Remanescente

Page 31: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

31

Tabela 3 – Análise granulométrica do solo.

Areia Grossa Areia Fina Areia Total Silte Argila Classe Textural

dag /kg

22 22 44 26 30 Franco-Argilosa

3.2 Análise de crescimento

As variáveis de crescimento foram avaliadas em 20 plantas, no início do

experimento e em cinco plantas por tratamento totalizando 40 plantas ao final do

experimento.

Foram avaliados os seguintes parâmentros: biomassa seca de raízes

(BSR), caules (BSC), folhas (BSF) e total (BST); número de folhas (NF), área

foliar (AF), altura das plantas (ALT) e diâmetro do caule (DC). A biomassa seca

foi obtida por meio de secagem em estufa de circulação forçada de ar a 75ºC,

até atingir peso constante. A área foliar foi obtido por meio do medidor de área

LI-3100 (Li-Cor, inc. Lincoln, Nebraska, USA). A altura das plantas foi obtida

com auxílio de fita métrica e o diâmetro do caule, logo acima do nível do solo,

com auxílio de paquímetro digital.

A partir dos dados de massa seca e área foliar serão calculadas: a taxa

de crescimento relativo (TCR=lnMST2 - lnMST1 / T2 - T1) e a taxa assimilatória

líquida TAL=[ (MST2- lnMST1 / T2 - T1)x(lnAF2- nAF1) / (AF2 - AF1)], T1 o

tempo na primeira coleta, T2 o tempo na última coleta e AF1 representa a área

foliar, segundo Hunt (1990).

3.3 Extração, quantificação e composição química do óleo essencial

O óleo essencial das folhas foi extraído pelo processo de hidrodestilação

em aparelho de Clevenger, utilizando-se toda a biomassa seca da planta em

1,5L de água destilada em balão de 3L, por 90 minutos, sendo utilizadas cinco

repetições para cada tratamento. O óleo essencial foi separado do hidrolato

Page 32: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

32

usando diclorometano e em seguida seco com sulfato de sódio anidro (em

excesso) e concentrado. O teor foi determinado com base em 100 gramas de

biomassa seca de folhas. A produção do óleo essencial foi obtida pela massa

total de óleo extraida das folhas de cada tratamento (g. planta-1).

A análise da composição química do óleo foi realizada no Laboratório de

Fisiologia Vegetal da UESC, por cromatografia gasosa, utilizando o aparelho

Varian Saturno 3800 equipado com detector de ionização de chama (FID),

utilizando coluna capilar de sílica fundida (30m X 0,25mm X 0,25μm). O hélio foi

utilizado como gás de arraste com fluxo de 1,0 ml /min. As temperaturas do

injetor e do detector foram de 250oC e de 280oC, respectivamente. A

temperatura da coluna no início da análise foi de 60oC, sendo acrescida de

8oC/mim ate 240°C, sendo mantida nessa temperatura por 5 minutos. Foi

injetado 1µL de solução do óleo a 10% em clorofórmio (CHCl3), na razão split

1:10. A concentração dos constituintes dos óleos voláteis foi calculada através

da área da integral de seus respectivos picos, relacionadas com a área total de

todos os constituintes da amostra.

As análises qualitativas dos óleos foram realizado na empresa Mars

Cacau, usando-se um a um espectrômetro de massas Agilent 5975C, triplo

quadruplo. Utilizando coluna ZB-624 (20mx 0,18mmX1,00μm). A temperatura do

injetor foi a 250oC. A temperatura da coluna no início foi de 50°C, sendo

acrescida de 8oC/mim ate 240°C, sendo mantida nessa temperatura por 10

minutos. O modo de operação foi impacto eletrônico a 70eV. O gás de arraste

utilizado foi o He, com injeção eletrônica de 0,1 L. Os constituintes químicos

dos óleos essenciais foram identificados através da comparação

computadorizada com a biblioteca do aparelho, literatura e índice de retenção de

Kovats (ADAMS, 1995). Os índices de retenção de Kovats (IK) foram calculados

através da injeção de uma série de padrões de nalcanos (C8-C26), injetados nas

mesmas condições cromatográficas das amostras.

Page 33: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

33

3.4 Estudo Anatômico

Foram coletadas folhas completamente expandidas do terceiro nó, do

ápice para a base, do eixo principal da planta. Foram utilizadas três repetições

por tratamento, perfazendo um total de 24 amostras. Porções da região mediana

foliar foram fixadas em glutaraldeído 2,5 % em tampão cacodilato de sódio 0,1

M, pH 6,9, desidratadas em série etanólica crescente e embebidas em glico

metacrilato (historesina Leica). O material incluido foi seccionado em micrótomo

rotativo Leica, modelo RM 2145, obtendo-se secções transversais de 10 µm de

espessura as quais foram coradas com azul de toluidina em tampão fosfato 0.1

M (O’Brien et al., 1964).

As análises e a documentação dos resultados foram realizadas em

fotomicroscópio Leica, modelo ICC50HD. Para quantificação de cada

tratamento, foram observados dez campos da secção transversal da folha de

cada repetição, totalizando 50 observações. As variáveis analisadas foram:

espessura das faces adaxial (EPAD) e abaxial (EBAD) da epiderme, dos

parênquimas paliçádico (PP) e esponjoso (PE) e do mesofilo, utilizando o

software Leica application suite V3.

3.5 Micromorfologia foliar

Fragmentos da região mediana de quatro folhas de cada tratamento

foram fixados em glutaraldeído 2,5% em tampão cacodilato de sódio 0,1M, pH

6,9. Posteriormente, foram lavados em tampão cacodilato de sódio (três vezes

por 10 minutos) e desidratado em série etanólica crescente de 30 a 100% e

levado a secagem até o ponto crítico em aparelho modelo CPD030, marca

BALZER, cobertos com uma camada de ouro de 30nm de espessura, utilizando

o aparelho SPUTTER COATER, modelo SCD 050. As observações foram

realizadas no Microscópio Eletrônico de Varredura modelo Quanta 250 (FEI

Company) do Centro de Microscopia Eletrônica da Universidade Estadual de

Santa Cruz.

Para determinação da densidade de tricomas e estômatos foram

escolhidos aleatoriamente cinco campos de observação de cada amostra,

Page 34: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

34

totalizando vinte campos por tratamento, onde foram contados o número de

estruturas presentes por milímetros quadrados.

3.6 Teor de pigmentos cloroplastídicos

Previamente foi realizado o teste para se identificar o tempo mais eficiente

na máxima extração dos pigmentos cloroplastídicos. Foram utilizados discos

foliares retirados do terço médio da lâmina foliar do terceiro nó, obtidos com

auxílio de um furador manual, com 6,0mm de diâmetro. Os discos foram

transferidos para frascos contendo 5mL do solvente dimetil-sulfóxido (DMSO),

tendo a razão de 3 discos/frasco e avaliados quatro tempos de extração (2, 4, 6

e 8 horas) em banho-maria a 60° C em dez repetições.

Após a determinação do tempo de máxima extração, os frascos foram

incubados por seis horas em banho-maria a 60° C, utilizou-se cinco repetições

por tratamentos. Empregou-se um espectrofotômetro modelo V 1100D para

obtenção das absorbâncias das amostras, nos comprimentos de onda

correspondentes a 480, 649 e 665 nm. A determinação dos teores de clorofila a,

b, clorofila total, razão clorofila a/b e carotenoides foi calculada utilizando as

equações propostas Wellburn (1994).

3.7 Análises estatísticas:

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, seguida

de comparações de médias pelo teste de Tukey em nível de 5% de

probabilidade. Foi realizada a análise de regressão e as equações foram

ajustadas aos dados, relacionando assim os tratamentos com as variáveis

analisadas.

Page 35: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

35

4 RESULTADOS

4.1 Radiação Fotossinteticamente Ativa

A média diária da Radiação Fotossinteticamente Ativa (RFA) para o

ambiente a pleno sol (T1) e nos tratamentos de diferentes níveis de irradiância

(T2, T3 e T4), apresentaram valores máximos 1602.83, 801.23, 560.99, 400,6

µmol m-² s-¹, respectivamente às 11h00min (Figura 1).

Figura 1 - Curso diurno da radiação fotossinteticamente ativa (RFA) a T1 (pleno

sol) e nos diferentes ambientes de atenuação da radiação luminosa (T2- 50%,

T3- 35%, T4- 25%). Ilhéus-BA, médias de seis dias de medições pontuais

durante o período experimental (março-maio de 2013).

4.2 Análise de crescimento

Lippia origanoides apresentou alterações no crescimento em relação aos

diferentes níveis de irradiância e aplicação dos reguladores de crescimento.

Houve efeito isolado dos níveis de irradiância para as características, biomassa

seca de raiz (BSR), biomassa seca do caule (BSC), razão raiz: parte aérea

(R:PA). Contudo para as características biomassa seca de folhas (BSF) e

biomassa seca total (BST) verificou-se resposta à interação dos fatores

estudados (Tabela 4).

Page 36: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

36

Tabela 4- Análise de variância de característica de crescimento, biomassa seca

da raiz (BSR), biomassa seca do caule (BSC), biomassa seca das

folhas (BSF)< biomassa seca total (BST), razão raiz parte aérea

(R:PA).

FV GL QUADRADOS MÉDIOS

BSR(g) BSC(g) BSF(g) BST(g) R:PA

Irradiância 3 381,3799** 31,8589* 78,2955** 518,6526** 0,5656**

Regulador 1 30,1717 0,0449 18,8788 125,4576 0,0130

Irradiância*Regulador 3 25,7239 15,2111 41,5292** 100,1824* 0,0314

Erro 32 18,1983 10,0801 4,6715 43,8335 0,0234

Total 39

CV(%) 38,26 28,74 19,51 19,75 29,75

** significativo a 1% de probabilidade; *significativo a 5% de probabilidade pelo

teste F.

Ocorreu aumento na produção de BSR e R:PA com o aumento da

irradiância, seguindo uma tendência linear crescente. Os maiores valores de

BSR e R:PA foram encontrados em indivíduos submetidos a 100% de

irradiância, 19,97g e 0,844g respectivamente. Desta forma, os menores valores

foram encontrados no tratamento de 25% de irradiância, 6,05g e 0,30g. Para a

BSC houve uma tendência linear decrescente, ou seja, a maior média 12,24g foi

encontrada no nível de menor irradiância. Já as plantas cultivadas a pleno sol

apresentaram média de BSC de 8,66g (Figura 2).

Contudo, a BSF e BST responderam positivamente quando a aplicação

dos reguladores de crescimento foi realizada a pleno sol. A BSF de plantas que

receberam a aplicação de reguladores de crescimento a pleno sol (100% de

irradiância) alcançaram média de 18,22g, cerca de 40% maior do que as plantas

que receberam esta aplicação a 25% de irradiância e atingiram 7,40g. As

plantas que não receberam a aplicação do regulador vegetal nas condições de

100 e 25% de irradiância foram verificadas BSF de 11,88g e 9,64g,

respectivamente. Esta diferença foi ainda mais acentuada para BST, onde

Page 37: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

37

plantas tratadas e submetidas a 25% de irradiância tiveram média 28,392g e

plantas a pleno sol tiveram média de 49,732g (Tabela 5 e 6).

Figura 2- Variáveis de crescimento de plantas de L. origanoides cultivadas em

diferentes níveis de irradiância. Biomassa seca de raiz (BSR) (A), biomassa seca

de caule (BSC) (B) e razão raiz: parte aérea (R:PA) (C). Barras correspondem

ao erro padrão da média (n=5).

ŷ = 0,1863x + 1,3466R² =99,99

0

5

10

15

20

25

0 20 40 60 80 100 120

BS

R (

g)

Irradiância (%)

A

ŷ = -0,0529x + 13,826R² = 97,45

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 20 40 60 80 100 120

BS

C (g

)Irradiância (%)

ŷ = 0,0071x + 0,1413R² = 99,3

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0 20 40 60 80 100 120

R:P

A

Irradiância (%)

B

C

Page 38: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

38

Tabela 5- Valores médios para biomassa seca de folhas (g) de L. origanoides

em função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes

níveis de radiação luminosa.

Regulador de crescimento

Irradiância (%)

100 50 35 25

Ausência 11,64 b 10,01 b 10,04 b 9,88 b

Presença 18,22 a 12,59 b 8,86 b 7,40 b

As médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente

pelo teste t a 1% de probabilidade.

Tabela 6- Valores médios para massa seca total (g) de L. origanoides em função

da aplicação de regulador de crescimento em diferentes níveis de

radiação luminosa.

Regulador de crescimento

Irradiância (%)

100 50 35 25

Ausência 37,384 b 32,402 b 27,730 b 26,858 b

Presença 49,732 a 35,332 b 30,374 b 28,392 b

As médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente

pelo teste t a 1% de probabilidade.

Para os parâmetros área foliar (AF), número de folhas (NF), altura das

plantas (ALT), taxa assimilatória líquida (TAL) foram verificadas diferenças

significativas (p ≤ 0,001 ANOVA) entre os quatro tratamentos de irradiância.

Estas características apresentaram ajuste linear. Houve efeito dos tratamentos

de irradiância para a característica diâmetro do caule (DC) à 5% de

probabilidade, também se ajustando linearmente (Tabela 7). Para a variável taxa

de crescimento relativo (TCR) ocorreu efeito significativo para os fatores

estudados, irradiância e aplicação dos reguladores de crescimento.

Page 39: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

39

Tabela 7- Análise de variância das características área foliar (AF), número de

folhas (NF), diâmetro do caule (DC), altura da planta (ALT), taxa

assimilatória líquida (TAL), taxa de crescimento relativo (TCR).

FV GL QUADRADOS MÉDIOS

AF

(cm2)

NF DC

(mm)

ALT

(cm)

TAL

(mg.cm2d

-1)

TCR (mg.g -1d

-1) )

Irradiância 3 43,15** 45536,63** 2,30* 3017,69** 0,11** 518,65**

Biorregulador 1 1,172 10432,900 0,169 11.025 0,005 125,45

Irradiância*Biorregulador 3 0,813 5238,433 0,841 8,958 0,013 100,18*

Erro 32 1,299 8059,825 0,709 111,825 0,012 43,83

Total 39

CV(%) 19,01 34,56 12,91 10,93 24,93 19,76

** significativo a 1% de probabilidade; *significativo a 5% de probabilidade pelo

teste F.

No presente estudo as características NF e TAL apresentaram tendência

linear crescente em relação aos níveis irradiância. O maior valor para NF foi

343,5 e TAL alcançou 0,539 mg cm²d-¹ no tratamento de irradiância de 100% e

os menores 198,8 e 0,354 mg cm²d-¹ em 25% de irradiância, respectivamente.

Já as características AF, ALT e DC de indivíduos de L. origanoides

apresentaram tendência crescente em relação ao aumento nível de

sombreamento imposto no experimento. A área foliar de plantas submetidas a

25% de irradiância foi de 8,38cm2 em detrimento a plantas a 100% que atingiram

3,09cm2. Plantas que foram mais sombreadas obtiveram média de altura de

114,4cm, enquanto as mantidas a pleno sol atingiram 76,5cm de altura. Para o

parâmetro DC, o tratamento mais sombreado obteve média 6,9mm. Com médias

bem próximas, no entanto diferentes estatisticamente, indivíduos a 100% de

irradiância alcançaram médias de 6,1mm (Figura 3).

Page 40: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

40

Figura 3- Variáveis de crescimento de plantas de L. origanoides em diferentes

níveis de irradiância. Área foliar (AF), número de folhas (NF), altura das plantas

(ALT), diâmetro do caule (DC), taxa assimilatória liquida (TAL). Barras

correspondem ao erro padrão da media (n=5).

Apenas plantas a pleno sol diferiram quanto à aplicação de reguladores.

Indivíduos crescidos a pleno sol e tratados com reguladores de crescimento

apresentaram crescimento médio de 49,712 mg g-1d -1, enquanto plantas

submetidas a 25% de irradiância obtiveram média de 28,372 mg g-1d -1. Já

indivíduos submetidos a pleno sol sem a aplicação de reguladores apresentaram

média de 37,364 mg g-1d -1 e no ambiente mais sombreado apresentou média de

26,838 mg g-1d -1 (Tabela 8).

y = -0,0628x + 9,12R² = 90,66

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 20 40 60 80 100 120

AF

(c

m²)

Irradiância (%)

y = 1,934x + 158,22R² = 91,04

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 20 40 60 80 100 120

NF

Irradiância (%)

y = -0,4583x + 120,68R² = 92,97

0

20

40

60

80

100

120

140

0 20 40 60 80 100 120

AL

T (c

m)

Irradiância (%)

y = -0,0116x + 7,2808R² = 96,6

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 20 40 60 80 100 120

DC

(mm

)

Irradiância (%)

y = 0,0031x + 0,278R² = 99,95

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0 20 40 60 80 100 120

TA

L (m

g c

m²d

-¹)

Irradiância (%)

A B

C

D

E

Page 41: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

41

Tabela 8- Valores médios da taxa de crescimento relativo (mg g -1 d -1 ) de L.

origanoides em função da aplicação de regulador de crescimento em

diferentes níveis de irradiância.

Regulador de crescimento

Irradiância (%)

100 50 35 25

Ausência 37,364 b 32,382 b 27,710 b 26,838 b

Presença 49,712 a 35,312 b 30,354 b 28,372 b

As médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo

teste t a 1% de probabilidade.

4.3 Quantificação e composição química do óleo essencial

Houve efeito significativo dos níveis de irradiância e reguladores de

crescimento para o rendimento de óleo essencial e para a interação destes

fatores. Já para o teor de óleo essencial apenas os níveis de irradiância

apresentaram efeitos significativos sobre as plantas (Tabela 9).

Tabela 9- Análise de variância da produção de óleo essencial(g) e teor de óleo

essencial (%).

FV GL Quadrados Médios

Produção de

óleo essencial(g)

Teor de óleo

essencial(%)

Irradiância 3 0,01229** 0,082563*

Regulador 1 0,00441** 0,032490

Irradiância*Regulador 3 0,005390** 0,018403

Erro 32 0,000583 0,024163

Total 39

CV(%) 16,38 19,56

** significativo a 1% de probabilidade; *significativo a 5% de probabilidade pelo

teste F.

Page 42: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

42

As plantas cultivadas a pleno sol apresentaram maior teor de óleo

essencial (0,93%), ajustando-se a uma tendência linear positiva em relação ao

nível maior de irradiância. Enquanto plantas submetidas a 25% de irradiância

atingiram 0,71% (Figura 4).

Figura 4- Teor (%) do óleo essencial em folhas secas de plantas de L.

origanoides, cultivadas em diferentes níveis de irradiância. Barras correspondem

ao erro padrão da media, n=5.

A produção de óleo essencial de L. origanoides apresentou

comportamento semelhante à BSF, onde plantas tratadas com reguladores de

crescimento nos tratamentos a 100% irradiância alcançaram médias de 0,184g

estatisticamente superiores aos demais tratamentos estudados (Tabela 10).

Tabela 10- Valores médios da produção de óleo essencial (g) de L. origanoides

em função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes

níveis de irradiância.

Regulador de

crescimento

Irradiância (%)

100 50 35 25

Ausência 0,100 b 0,074 b 0,076 b 0,074 b

Presença 0,184 a 0,100 a 0,072 b 0,052 b

As médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente

pelo teste t a 1% de probabilidade.

Page 43: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

43

Para a espécie estudada, os tratamentos de irradiância e reguladores

vegetais não influenciaram no perfil químico do óleo essencial. Foram

identificados nove componentes, totalizando cerca de 97% da composição

química do óleo essencial. O componente majoritário timol, com teor médio de

80,5% manteve-se praticamente estável independentemente da intensidade

luminosa e aplicação dos reguladores de crescimento. (Tabela 11).

Tabela 11 - Percentagem relativa dos constituintes do óleo essencial em plantas

de L. origanoides cultivadas em diferentes níveis de irradiância e

tratadas com reguladores de crescimento.

Componentes

Tratamentos

IK* IK*(Lit) T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8

Percentagem relativa (%)

α-tujeno 932 931 0,6 0,3 0,3 0,3 0,4 0,3 0,5 0,3

Canfeno 951 953 0,4 0,3 - 0,3 0,3 0,3 - -

Cis-4-tujanol 1087 1290 1,1 1,0 1,1 1,0 1,0 1,1 1,2 0,9

ρ-cimen-7-ol 1290 1287 9,0 8,7 9,1 9,0 9,7 9,5 9,3 9,8

Timol 1292 1290 80,1 81,2 79,6 80,9 80,7 80,7 80,7 80,4

Acetato de timol 1355 1343 0,6 0,5 0,7 0,7 0,5 0,4 - -

E-cariofileno 1424 1418 2,4 1,8 3,0 2,3 2,6 2,4 1,6 2,3

Δ -cadineno 1522 1524 2,2 1,9 2,5 2,1 2,0 2,2 2,2 2,2

14-hidroxi-9-epi-beta-

cariofileno

1658 1664 0,5 0,5 0,6 0,4 0,4 0,4 0,5 0,4

Total identificado (%) 96,9 96,2 96,9 97 97,6 97,3 96 96,3

Ik *= índice de Kovats

IK* (Lit)= índice de kovats da literatura.

4.4 Estudo da Anatomia

A epiderme foliar de L. origanoides, em seção transversal, é unisseriada,

em ambas as faces e revestida por uma cutícula delgada. A folha apresenta

Page 44: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

44

estômatos paracíticos em ambas às faces, sendo mais frequentes na face

abaxial, caracterizando a folha como anfihipoestomática, situados acima do nível

das demais células da epiderme. O mesofilo é do tipo dorsiventral, constituído

por uma camada de parênquima paliçádico e de três a cinco camadas de

parênquima esponjoso. Apresenta tricomas dos tipos tectores e glandulares

peltados em ambas as faces da epiderme, com mais frequência a face abaxial

(Figura 5).

Figura 5- Secção transversal da folha de L. origanoides (A). Eletromicrografia de

varredura das superfícies abaxial de folhas de L. origanodes (B). EAD=

epiderme da face adaxial, EAB = epiderme da face abaxial, PPAL= parênquima

paliçádico, PESP=parênquima esponjoso, ESTM= estômato, TGP= tricoma

glandular peltado.

Verificou-se diferenças significativas para todas as características

anatômicas avaliadas nos tratamentos aplicados. Para as características EAD,

EBA e PESP apresentaram influência apenas dos tratamentos de irradiância,

não sendo significativo o efeito dos reguladores de crescimento vegetal. Já para

PPAL e MESO houve influência da interação dos tratamentos avaliados (níveis

de irradiância* regulador de crescimento vegetal) (Tabela 12).

A B EAD

EAB

PESP

PPAL

ESTM

MM

TGP

MESO

Page 45: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

45

Tabela 12- Análise de variância da espessura dos tecidos foliares (µm),

epiderme face adaxial (EAD), epiderme face abaxial (EAB),

parênquima esponjoso (PESP), parênquima paliçádico (PPAL) e

mesofilo (MESO).

FV GL QUADRADOS MÉDIOS

EAD EAB PESP PPAL MESO

Irradiância 3 77,588** 1,591** 523,019** 317,058** 1409,464**

Biorregulador 1 3,072 0,017 6,386 4,923 8,637

Irradiância*Biorregulador 3 7,127 0,202 24,811 37,903** 19,202**

Erro 16 3,202 0,199 33,983 5,469 50,104

Total 23

CV(%) 11,23 4,53 10,67 6,16 7,16

** significativo a 1% de probabilidade; *significativo a 5% de probabilidade pelo

teste F.

A espessura da epiderme das faces adaxial e abaxial e o parênquima

esponjoso de L. origanoides apresentaram suas maiores médias 20,97µm,

10,61µm e 64,7 µm, respectivamente, no tratamento 100% de irradiância. Desta

forma, as menores médias ocorreram no tratamento mais sombreado (25% de

irradiância), sendo verificadas 12,45µm para EAD, 9,5µm para EAB e 42,16µm

para PESP. Estas características apresentaram ajuste linear crescente (Figura 6

e 7).

Page 46: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

46

Figura 6- Espessura dos tecidos foliares (μm): Epiderme face abaxial (EAB);

Epiderme face adaxial (EAD); Parênquima lacunoso (PESP) em folhas de L.

origanoides sob diferentes níveis de irradiância.

Figura 7- Secção transversal da região mediana de folhas de L. origanoides

submetidas a (A) 100 % (B) 25 % de irradiância sem a aplicação de

reguladores de crescimento. EAB = epiderme da face abaxial, PPAL=

parênquima paliçádico, PESP=parênquima esponjoso.

O maior espessamento do parênquima paliçádico nos tratamentos com a

aplicação dos reguladores crescimento associados ao aumento do nível de

irradiância foi resultante do alongamento das células desse tecido, uma vez que,

A B EDA

PPAL

L

PESP

EBA

Page 47: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

47

não houve alteração no número de camadas do mesmo. Este alongamento

refletiu um aumento de 68% na espessura do paliçádico quando comparadas

com plantas a 25% de irradiância. Em condições de baixos níveis de irradiância,

os indivíduos estudados apresentaram folhas mais delgadas (Tabela 13 e 14).

Tabela 13- Valores médios para espessura de parênquima paliçádico (µm) de L.

origanoides em função da aplicação de regulador de crescimento em

diferentes níveis de radiação luminosa.

Biorregulador

Irradiância (%)

100 50 35 25

Ausência 44,88b 34,21b 33,33b 32,58b

Presença 52,85a 34,90b 34,78b 36,18b

As médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente

pelo teste t a 1% de probabilidade.

Tabela 14- Valores médios para espessura de mesofilo (µm) de L. origanoides

em função da aplicação de regulador de crescimento em diferentes

níveis de radiação luminosa.

Biorregulador

Irradiância (%)

100 50 35 25

Ausência 112,14b 82,39b 96,23b 76,71b

Presença 125,52a 101,96a 107,27b 89,23b

As médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente

pelo teste t a 1% de probabilidade.

4.5 Estudo da Micromorfologia

Houve influência dos diferentes níveis de irradiância na densidade de

tricomas glandulares (TG) e tectores (TT) para ambas as faces e estômatos na

face abaxial (ESTM ABA) (Figura 8). Contudo, os tratamentos com reguladores

de crescimento não influenciaram estas características (Tabela 15). A aplicação

Page 48: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

48

dos reguladores de crescimento afetou de forma significativa a densidade de

tricomas na face adaxial (ESTM ADA) (Tabela 15).

Figura 8- Eletromicrografias de varredura das superfícies adaxial (A) e abaxial

(B) de folhas de L. origanodes. TG= tricoma glandular, TT= tricoma tector.

Tabela 15- Análise de variância da densidade das características

micromorfológicas, tricoma glandular da face abaxial (TG ABA),

tricoma tector da face abaxial (TT ABA), tricoma glandular da face

adaxial (TG ADA), tricoma tector da face adaxial (TT ADA),

estômatos da face abaxial (ESTM ABA) e estômatos da face

adaxial (ESTM ADA).

FV GL QUADRADOS MÉDIOS

TG ABA TT ABA TG ADA TT ADA ESTM

ABA

ESTM

ADA

Irradiância 3 28838,27** 16009,66** 2079,23** 1066,569** 8407,32** 2714,06**

Biorregulador 1 1301,58 437,67 131,33 265,50 263,70 381,14*

Irradiância*Biorregulador 3 659,99 280,04 489,92 36,66 3109,5 531,80*

Erro 32 676,97 400,19 56,26 106,06 1737,08 101,75

Total 39

CV(%) 15,78 20,21 17,70 35,4 11,12 37,75

** significativo a 1% de probabilidade; *significativo a 5% de probabilidade pelo

teste F.

TG

TT TT

A B

Page 49: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

49

A densidade de tricomas glandulares apresentou ajustes quadráticos,

com valores máximos de 68,92 tricomas mm-2 na face adaxial e 252,68 tricomas

mm-2 na face abaxial, nas intensidades de 86% e 77% em relação ao pleno sol,

respectivamente. Na face abaxial, foi possível observar uma maior densidade de

ambos os tricomas (Figura 9). A densidade de tricomas tectores também

apresentou um comportamento quadrático. Na face adaxial, foram observados

43,18 e na face abaxial 129,56 mm-2 tricomas tectores nos níveis de irradiância

de 88% e 100%, respectivamente.

Verificou-se a presença de estômatos paracítico posicionados acima do

nível das demais células epidérmicas da face abaxial. Houve influência dos

diferentes níveis de irradiância na densidade de estômatos na face abaxial da

epiderme, apresentando ajustes quadráticos, com densidade máxima de 436,35

mm2 no nível de irradiância de 68,5% em relação a pleno sol independente da

aplicação ou não dos reguladores de crescimento (Figura 9). Porém a densidade

de estômatos na face adaxial apresentou diferença significativa para a interação

dos dois fatores estudados (níveis de irradiância x presença ou ausência dos

reguladores de crescimento). Nas folhas de plantas mantidas a pleno sol e

tratadas com reguladores de crescimento foi verificada uma média de 74,01

estômatos/mm2, enquanto em plantas que não receberam o tratamento

apresentou uma média de 38,33 estômatos/mm2 (Tabela 16).

Page 50: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

50

Figura 9 – Densidade: tricoma glandular (mm2) (A), tricoma tector (mm2) (B) e

estomática (mm2) (C) nas duas faces foliares de L.origanoides, cultivada em

diferentes níveis de irradiância. Barras correspondem ao erro padrão da média,

n=20.

Tabela 16- Valores médios da densidade estomática (mm2) da face adaxial da

epiderme de folhas de L. origanoides em função da aplicação de

regulador de crescimento em diferentes níveis de irradiância.

Regulador de crescimento

Irradiância (%)

100 50 35 25

Ausência 38,33 b 23,57 b 15,86 b 4,41 b

Presença 74,01 a 28,19 b 17,18 b 9,03 b

As médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente

pelo teste t a 1% de probabilidade.

y = -0,0448x2 + 7,7301x - 80,775R² = 98,96

y = -0,0184x2 + 2,8368x - 40,424R² = 97,27

0

50

100

150

200

250

300

0 20 40 60 80 100 120

TG

(m

m²)

Irradiância (%)

TG Abaxial

TG Adaxial

y = -0,023x2 + 4,4066x - 80,238R² = 91,2

y = -0,003x2 + 0,6566x + 7,8133R² = 87,68

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 50 100 150

TT

(m

m²)

Irradiância (%)

TT Abaxial

TT Adaxial

y = -0,056x2 + 7,6828x + 173,14R² = 90,45

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

0 20 40 60 80 100 120

ES

TM

(m

m²)

Irradiância (%)

ESTM ABA

A B

C

Page 51: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

51

4.6 Teor de pigmentos cloroplastídicos

Os tratamentos com reguladores de crescimento não apresentaram

diferenças estatisticamente significativas para o parâmetro teor de pigmentos

cloroplastídicos. Os teores de pigmentos cloroplastídicos apresentaram

pequenas variações para os diferentes níveis de irradiância. Para os teores de

clorofila b e carotenoides não houve diferença significativa para nenhum

tratamento utilizado.

Os teores médios de clorofila a, clorofila total foram 2,8 e 4,03 mg/dm-²

respectivamente. Estes apresentaram comportamentos lineares, observando-se

mínimas alterações com o aumento do nível de sombreamento. A razão clorofila

a/b apresentou comportamento quadrático, onde foi verificado seu ponto de

máximo na irradiância de 13% e esta razão atingiu 2,44. (Figura 10).

Figura 10- Teor de pigmentos cloroplastídicos (mg dm-2): clorofila a (Chla) .

clorofila total (ChlT) razão clorofila a/b folhas de L. origanoides cultivadas em

diferentes níveis de irradiância. Barras correspondem ao erro padrão da média,

n=40.

y = -0,0032x + 2,8805R² = 98,54

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

0 20 40 60 80 100 120

Ch

la (m

g/d

m-²

)

Irradiância (%)

y = -0,0035x + 4,1355R² = 94,8

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

0 20 40 60 80 100 120

Ch

l to

tal ((

mg

/dm

-²)

Irradiância (%)

y = 0,0001x2 - 0,016x + 2,6434R² = 80,87

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

0 20 40 60 80 100 120

Ra

o C

hl a

/b

Irradiância (%)

Page 52: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

52

5 DISCUSSÃO

5.1 Análise de crescimento

Em L. origanoides, as diferentes condições de irradiância e os

tratamentos utilizando os reguladores de crescimento alteraram as

características de crescimento, padrões fisiológicos e a anatomia foliar. Este fato

confirma que em plantas a variação ambiental envolve mudanças na morfologia,

fisiologia e padrões alocação de biomassa (PIGLIUCCI, 2005; MARTINS;

CASTRO, 1999).

Os maiores valores de alocação de biomassa em órgãos aéreos de L.

origanoides foram encontrados no tratamento de menor de nível de irradiância

(25%), o que permite maior captação de luz pelas plantas, otimizando o

processo fotossintético em um ambiente onde a luz limita a fotossíntese

(CHAPIN et al., 1987). As maiores médias para razão raiz/parte aérea no

presente estudo foram verificadas em indivíduos submetidos ao tratamento a

100% de irradiância, o que indica que a biomassa distribui-se mais para as

raízes que para os órgãos fotossintetizantes. Essa tendência permite maior

absorção de água e nutrientes, estratégia que garante à planta maior

capacidade de suportar as maiores taxas de fotossíntese e transpiração em

ambientes mais iluminados (CLAUSSEN et al., 1996; SIEBENEICHLER et al.,

2008).

A redução da biomassa seca da raiz de L. origanoides de plantas

crescidas a pleno sol estão sujeitas à maior restrição hídrica, o que pode induzir

o crescimento da massa seca do sistema radicular em detrimento do acúmulo de

assimilados na parte aérea, o que representa uma tentativa de manter um

balanço positivo de carbono (BONGARTEN; TESKEY, 1987; DUZ et al., 2004;

POPMA; BONGES, 1988; SILVA et al., 2007). Corroboram com o presente

estudo, em relação à distribuição e acúmulo de biomassa pelos diferentes

órgãos das plantas, trabalhos com hortelã-japonês (CHAGAS et al., 2013), com

Catharanthus roseus (MELO; ALVARENGA, 2009), Artemisia vulgaris (

OLIVEIRA et al., 2009), Ocimum selloi (COSTA et al., 2010), Ocimum

gratissimum (MARTINS et al, 2008), que verificaram o maior acúmulo de

Page 53: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

53

biomassa seca da parte aérea nas plantas sombreadas. Contudo, Pinto et al.

(2007) verificaram que o acúmulo de biomassa seca da parte aérea de

alfazema-do-brasil não se diferenciaram estatisticamente da biomassa seca de

raiz sob cultivo protegido por malhas de 40, 80% de sombreamento e a pleno

sol.

A BSC de L. origanoides apresentou maiores médias no tratamento a

25% de irradiância, decrescendo até o tratamento a pleno sol. Para esta mesma

característica, Lima Junior et al. (2006) verificaram que em C. vernalis, o

sombreamento de 50% proporcionou maior acúmulo de BSC em comparação

com as cultivadas a pleno sol, 30 e 70% de sombreamento. Já Dousseau (2007)

e Silva et al. (2006) não encontraram diferenças significativas para BSC,

quando trabalharam com sombreamentos de 0, 30, 50, 70% em plantas de

Tapirira guianensis Alb. e Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.,

respectivamente. Plantas de Cordia curassavica também não apresentaram

diferenças nesta característica quando submetidos a diferentes níveis de

irradiância (PAULILO et al., 2010). Já em estudo realizado por Campos e Uchida

(2002) constataram que o sombreamento de 30% promoveu maiores índices de

BSC em mudas de Ochroma lagopus.

Os tratamentos com reguladores de crescimento vegetal não

influenciaram significativamente o acúmulo de BSC em L. origanoides.

Resultado semelhante foi verificado por Sfefanini et al., (2002) com a espécie

Lippia alba, uma vez que o uso de reguladores de crescimento não mostrou

efeito na BSC. Porém estes resultados não concordam com Haikal e Badr (1982)

que relataram aumento na BSC de plantas de camomila com aplicação de

giberelina.

O uso de reguladores de crescimento vegetal aumentou

consideravelmente a BSF e BST quando mantidas a 100% de irradiância, não

apresentando diferença nos demais níveis de irradiância. Segundo Vieira e

Castro (2004) o bioestimulante usado pode em função de sua composição,

concentração e proporção das substâncias, incrementar o crescimento e

desenvolvimento vegetal estimulando a divisão celular, podendo, também

aumentar a absorção de água e nutrientes pelas plantas, fazendo com que as

plantas incrementem em BST.

Page 54: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

54

O aumento da BSF ocorre pela variação das divisões celulares e no

padrão de expansão celular (ROMERO et al. 2002), como foi verificado no

presente estudo, na expansão das células do parênquima paliçádico. Ansari et

al. (1988) reportaram que a aplicação de ácido giberélico (50 ppm) aumentou o

peso seco das folhas de Cymbopogon jwarancusa. A aplicação de ácido

giberélico promoveu o incremento da BSF e consequentemente BST de Citrus

amblycarpa (LEONEL RODRIGUES, 1994). Em outro estudo, plantas de

manjericão tratadas com GA3 aumentaram a massa fresca da planta (85,85%) e

a porcentagem seca (82,84%), sendo que a melhor concentração foi 100 ppm

(SHEDEED et al.,1990). Nas plantas de Ocimum basilicum tratadas com cinetina

foi verificado os maiores valores BST (BARREIRO et al., 2006).

A maior quantidade BSF de L. origanoides acumulada em plantas a pleno

sol está associado a espessura foliar que, normalmente, ocorre em folhas sob

alta disponibilidade luminosa, como recurso de proteção aos pigmentos

fotossintéticos, conforme relatado também por Scalon et al. (2002). Resultado

semelhante foi encontrado por Ventrella e Ming (2000), que observaram

decréscimo na produção de BSF de plantas de erva-cidreira (Lippia alba) com o

aumento do nível de sombreamento.

Houve expansão da área foliar de L. origanoides com a diminuição do

nível de irradiância. De acordo com BENINCASA, (2003) a área foliar é uma

característica muito utilizada na avaliação da adaptação das plantas à radiação

luminosa, sendo relacionada com um índice de produtividade. O aumento em

área foliar com o sombreamento é uma das adaptações que leva a planta a um

aumento rápido na superfície fotossintetizante, e assegurando maior

aproveitamento de baixas intensidades luminosas (LAMBERS et al., 2008; Paez

et al. 2000). Os resultados do presente estudo corroboram com os encontrados

por Silva et al. (2006) em maracujazeiro, Salgado et al. (2012) com Thymus

vulgaris e na espécie medicinal Glycyrrhiza uralensis (HOU et al., 2010 ).

Notou-se também o aumento no número de folhas no tratamento a 100%

de irradiância. Segundo Passos (1997) quanto maior o número de folhas, maior

será absorção de CO2 o que acarretará aumento da atividade fotossintética, e

consequentemente na maior produção de óleo essencial. Plantas de maracujá

sombreadas apresentaram menor número de folhas quando comparadas a

Page 55: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

55

plantas a pleno sol (SILVA et al., 2006). Plantas de manjericão tratadas com

reguladores de crescimento aumentaram o número total de folhas (68,82%)

(SHEDEED et al.,1990), diferindo do presente estudo que não houve variação

significativa no NF de plantas tratadas com reguladores de crescimento.

O acréscimo no sombreamento refletiu também no aumento em ALT dos

indivíduos analisados, apresentando menores médias as plantas cultivadas a

pleno sol. Várias características constituem parâmetros para avaliar as respostas

de crescimento de plantas à intensidade luminosa, dentre essas, a de uso mais

frequente é a ALT. Isto porque a capacidade em crescer rapidamente quando

sombreadas é um mecanismo de adaptação das plantas, compreendendo uma

valiosa estratégia para escapar do sombreamento, podendo ser atribuída a um

maior investimento no alongamento celular (MORAES NETO et al., 2000;

OSUNKOYA; ASH, 1991). Este fato refletiu na maior BSC em plantas a 25% de

irradiância como observado no presente estudo.

Segundo Wardlaw (1990), plantas cultivadas sob condições de baixa

disponibilidade de luz investem em maior quantidade de fotoassimilados na

parte aérea. Ortega et al. (2006) também, observaram que, sob diferentes níveis

de sombreamentos a menor média de ALT em Psidium cattleianum ocorreu

quando as plantas foram submetidas na condição de cultivo a pleno sol.

O DC de plantas de L. origanoides submetidas ao tratamento de 25% de

irradiância apresentaram as maiores médias. O maior diâmetro de caule é

característica desejável em mudas uma vez que, porque garantirá maior

sustentação da parte aérea, no entanto, é característica de grande plasticidade

para algumas espécies (LEE et al., 1997). Em Artemisia vulgaris não foi

observada variação do diâmetro do caule em função dos tratamentos adotados

(pleno sol, 70, 50% de irradiância) (OLIVEIRA et al., 2006), como também

observado por Batiston et al. (2008) comportamento semelhante para

Machaerium sp. Já em canela-batalha (Cryptocaria aschersoniama), onde foram

testados níveis de sombreamento de 0, 50, 70% nas plantas submetidas a 50%

foram encontrados maiores DC (LENHARD et al., 2013).

Neste estudo, notou-se que a TAL teve ajuste linear crescente com os

níveis de irradiância (25 a 100%). A taxa assimilatória líquida (TAL) relaciona as

biomassas secas produzidas por área foliar da planta, em um determinado

Page 56: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

56

intervalo de tempo (GRAVENA et al., 2002). Este índice comumente diminui com

a idade das plantas, devido a redução da eficiência fotossintética, que pode ser

causada pelo sombreamento mútuo das folhas (WOLEDGE, 1977),

envelhecimento dos tecidos foliares (PARSONS et al., 1983) e pela redução da

respiração (PEARCE et al., 1965). Hymenaea parvifolia quando submetida ao

sombreamento de 70% apresentou a TAL reduzida drasticamente (SILVA et al.,

2007).

Entretanto, este tipo de ajuste pode diferir significamente entre as

diferentes espécies vegetais. Em estudo com plantas Salvia officinalis cultivada

em casa de vegetação e tratadas apenas com ácido giberélico a TAL

apresentou valores superiores à testemunha e a plantas que receberam

aplicação de Stimulate (POVH et al., 2008), diferindo do resultados obtidos no

presente estudo, já que neste não houve diferenças significativas entre as

plantas que receberam e as que não receberam aplicação dos reguladores de

crescimento vegetal, independentemente do nível de irradiância.

A taxa de crescimento relativo (TRC) reflete crescimento com base no

material vegetal pré-existente (BENINCASA, 2003). Segundo Mengarda (2009)

os maiores valores de TCR para plantas jovens de C. echinata foram

encontradas quando submetidas a 50% de irradiância. Em de L. origanoides

houve variação do TCR pela influência dos diferentes níveis de irradiância e

pelos tratamentos com reguladores de crescimento. Plantas cultivadas a 100%

de irradiância e que foram tratadas com reguladores de crescimento

apresentaram maiores valores de TCR, diferentemente do TRC das demais

plantas cultivadas nos diferentes níveis de irradiância que não foram

influenciadas pelo uso de reguladores.

5.2 Quantificação e composição química do óleo essencial

O teor do óleo essencial produzido pelas folhas de L. origanoides foi

maior em plantas submetidas ao nível mais elevados de irradiância (100%). A

aplicação de reguladores de crescimento vegetal não acarretou diferenças

significativas destes valores em relação as plantas não tratadas. Os maiores

Page 57: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

57

teores de óleo essencial verificados para as condições de pleno sol podem ser

resultante de uma estratégia adaptativa a esse ambiente, por apresentar

maiores taxas de transpiração, com maior incidência de ventos e irradiância e,

consequentemente, maior exigência hídrica e de outros agentes ambientais

(CHAGAS et al., 2013). Ming (1998) considera que, em condições estressantes,

há uma maior produção de óleo essencial, o que explica também a elevação nos

teores de óleo essencial nestas condições, uma vez que foi observado o

aumento na densidade de tricomas glandulares.

O resultado acima corrobora com o estudo de Souza et al. (2007) ao

avaliar os efeitos da intensidade luminosa em Lippia sidoides, onde em cultivo a

pleno sol obteve maior teor de óleo essencial, assim como com o resultado

encontrados por Figueiredo et al. (2006) onde o uso de reguladores vegetais

não influenciaram no teor de óleo essencial da espécie Cymbopogon citratus.

Diferindo, entretanto, do presente estudo, plantas de sálvia tratadas com

Stimulate® apresentaram teores de óleo essencial superiores ao do tratamento

controle (POVH; ONO, 2008).

O rendimento de óleo essencial das folhas de L. origanoides foi nas

plantas tratadas com reguladores de crescimento e de irradiância a 100%, nos

demais níveis de irradiância não foram verificadas diferenças significativas nas

plantas tratadas e não tratadas com o regulador de crescimento. Resultados

semelhantes foram obtidos por El-Khateeb (1989), que também observou

aumento no rendimento de óleo essencial com a aplicação de GA3, na

concentração de 50 mg L-1em plantas de Rosmarinus officinalis. Umesha et al.

(1991), estudando plantas de Ocimum gratissimum, verificaram aumento na

produção de óleo essencial com a aplicação foliar de GA3 na concentração de

100 mg L-1.

Já El-Keltawi e Croteau (1986) verificaram que a aplicação de reguladores

de crescimento ocasionou aumentou significativo do rendimento de óleo

essencial de Salvia officinalis e redução do rendimento de óleo essencial em

Mentha piperita, o que difere do presente estudo. O aumento no rendimento de

óleo essencial promovido em plantas tratadas neste estudo com o Stimulate®

pode ser explicado pela influência mútua da mistura de reguladores vegetais

(ácido giberélico + cinetina + ácido indolilbutírico).

Page 58: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

58

Não ocorreram variações expressivas no perfil químico do óleo essencial

de, estendendo-se esta afirmativa para o componente majoritário (timol) da

espécie estudada. A composição química dos óleos essenciais é determinada

por fatores genéticos, mas fatores ambientais podem causar alterações

significativas na produção de metabólitos secundários (GOBBO-NETO; LOPES,

2007), no entanto, este fato não foi verificado no presente estudo em relação

aos níveis de irradiância aplicados. Já em Ocimum basilicum foram verificadas

alterações significativas na composição química do óleo essencial com a

diminuição da radiação luminosa (CHANG et al., 2008). O mesmo ocorreu na

espécie Ocimum selloi, cultivada sob telas coloridas, no qual ocorreu uma maior

porcentagem de methil chavicol, componente majoritário do óleo essencial, no

cultivo das plantas ao pleno sol (COSTA et al., 2010).

Neste trabalho, foi verificado que não houve mudança no perfil do óleo

essencial da L. origanoides com a aplicação do regulador de crescimento.

Mostrando que pode ser uma alternativa, ao passo que, a produção de óleo

essencial aumenta sem ocorrer mudanças significativas na composição. No

entanto, verifica-se que não existem ainda, estudos que relacionem a

composição química do óleo essencial com o uso de reguladores crescimento,

que sirvam de parâmetro para avaliação da qualidade do óleo essencial.

Apresentando assim, necessidade de avaliações em outras espécies.

5.3 Estudo da Anatomia

A anatomia das folhas, em particular, pode ser afetada pelas condições

ambientais, pois a folha é órgão vegetal de maior plasticidade, com grande

capacidade de adaptação de seus tecidos internos, o que lhe confere amplo

potencial de aclimatação (BJÖRKMAN, 1981). As variações estruturais são

associadas com a regulação da difusão luminosa e gasosa dentro da folha,

maximizando a eficiência fotossintética (ESAU, 1977; DICKISON, 2000;

LARCHER, 2000; TERASHIMA et al., 2006;).

A espessura da epiderme da face adaxial, abaxial, parênquima esponjoso

de L. origanoides aumentou linearmente em relação aos níveis de irradiância (25

a 100%). De acordo com Lee et al. (2000), plantas mantidas sob maior

Page 59: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

59

irradiância apresentaram a epiderme de uma ou de ambas as superfícies mais

espessas. O maior espessamento da epiderme em folhas de sol minimiza o

efeito da alta irradiação sob os sensíveis tecidos do mesofilo (MARKESTEIJN et

al., 2007).Em condições de sombreamento as folhas passaram por uma

condição mais amena de exposição à irradiação e, em geral, as células

encontram-se menos compactadas quando comparadas a uma condição de

maior exposição à superfície evitando e/ou reduzindo a perda por transpiração.

(ARAÚJO; DEMINICIS, 2009).

Em L. origanoides observou-se variação da espessura do parênquima

paliçádico e mesofilo pela influência dos níveis de irradiância e pelos

tratamentos com reguladores de crescimento. Plantas cultivadas a 100% de

irradiância e que foram tratadas com reguladores vegetais apresentaram valores

de espessura PPAL e de MESO maiores e diferentes estatisticamente que a

espessura destes tecidos nos demais níveis de irradiância independentemente

da aplicação ou não dos reguladores. Em L. origanoides observou-se variação

da espessura do parênquima paliçádico e do mesofilo pela influência dos

diferentes níveis de irradiância e tratamento com reguladores de crescimento a

que foi submetida. Plantas cultivadas a 100% de irradiância e que foram tratadas

com reguladores vegetais apresentaram valores da espessura do PPAL e do

MESO maiores e diferentes estatisticamente do observado nos tratamentos dos

demais níveis de irradiância, independente da aplicação ou não dos reguladores

de crescimento. Reddy (1990) reportou que folhas de algodão mais espessas,

foram resultado da aplicação do regulador de crescimento, pois a planta

acumulou parte de sua energia nas folhas, em função da redução das taxas de

crescimento e de novas estruturas.

O incremento em espessura do limbo de folhas que cresceram ao sol

implica em um custo energético elevado, com um consequente investimento em

BSF (OGUCHI et al., 2003), aspecto verificado neste estudo. O aumento do

sombreamento, em geral, resulta na diminuição da espessura da folha,

provavelmente como resultado do consumo de fotoassimilados durante a

expansão da área foliar (COOPER; QUALLS, 1967).

Page 60: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

60

5.4 Estudo da Micromorfologia

Houve aumento da densidade de tricomas tectores e glandulares de L.

origanoides com o incremento da intensidade irradiância. As múltiplas funções

atribuídas à presença de tricomas tectores ou glandulares na superfície foliar

dependem do ambiente em que ocorrem (PRESS 1999).

Os tricomas estão relacionados à proteção da folha por radiação

excessiva em ambientes mais luminosos e reflexão da radiação solar para o

interior das células do mesofilo, assim como manutenção da temperatura foliar e

perda de água ou resistência a insetos nocivos (LACHER, 2004; ROY et al.

1999, SILVA et al. 2005).

Gomes et al., (2009) verificaram que a densidade de tricomas glandulares

nos tratamentos a pleno sol, 70% e 50% de luz não apresentaram diferenças

significativas entre si para a espécie Lippia citriodora. Já em plantas de O.

gratissimum foi relatado uma maior densidade de tricomas tectores quando

mantidas a pleno sol ( MARTINS et al., 2009). Resultado semelhante foi

observado em O. selloi, que apresentou maior número de tricomas glandulares

nas duas faces foliares das plantas cultivadas a pleno sol (COSTA et al., 2007).

Maior densidade de tricomas glandulares encontrados nas duas faces

foliares de L. origanoides com aumento da intensidade de irradiância (100%),

provavelmente seja resultante da menor área foliar observada nesta condição.

Como consequência, a produção de óleo essencial foi aumentada, uma vez que

este é produzido e armazenado nos tricomas glandulares peltados (GANG et al.,

2001).

Os maiores valores de densidade estomática da L. origanoides também

foram influenciados pelo aumento da incidência luminosa, o que representa um

maior controle sobre a transpiração, possibilitando reduzir a perda de água com

abertura e fechamento dos estômatos, em condições mais favoráveis (KLICH et

al., 2000).

A densidade estomática está relacionada à capacidade fotossintética das

folhas, uma vez que, quanto maior o número de estômatos/mm-2, menor a

resistência à difusão de gases na folha. O aumento da densidade estomática

está geralmente relacionado com uma maior condutância estomática (JUSTO et

Page 61: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

61

al., 2005 ). No presente trabalho plantas a 25% de irradiância apresentaram

menor densidade estomática, o que pode contribuir para menores variáveis de

crescimento, como BSF e BFT das folhas sob sombra (LIMA JUNIOR et al.,

2006). Contudo, o aumento da área foliar das plantas sombreadas pode

compensar, pelo menos em parte, a menor densidade de estômatos.

O aumento da irradiância também promoveu aumento na densidade

estomática de folhas de Arabidopsis thaliana, o que mostra que os mecanismos

responsáveis pelo ajuste da densidade estomática dependem de luz

(SHULUTER et al., 2003). Gondim et al. (2008) estudando plantas de Colocasia

esculenta (taro), verificaram que a densidade estomática diminui com a redução

na luminosidade. No entanto, devido ao alto coeficiente de variação os

tratamentos sombreados não mostraram diferenças entre si, diferenciando

apenas do tratamento a pleno sol.

Estas características encontram-se diretamente relacionadas entre si e

podem, juntamente com a espessura foliar, determinar a quantidade de massa

seca final obtida a partir das folhas.

5.5 Teor de pigmentos cloroplastídicos

Os teores de pigmentos cloroplastídicos não foram influenciados pelos

reguladores de crescimento, apresentando diferenças apenas nos tratamentos

de diferentes níveis de irradiância. Os teores de clorofila b e carotenoides,

também, não se diferiram em nenhum tratamento estudado.

Houve maior teor de clorofila a e total em plantas mais sombreadas,

justificando que a síntese e a degradação das clorofilas estão sob o efeito direto

da intensidade de irradiância, onde ocorre uma maior decomposição sob

elevada irradiância e maior equilíbrio, em baixa taxa luminosa (ENGEL;

POGGIANI, 1991).

A eficiência fotossintética das plantas está intimamente com os teores de

clorofila em nível foliar (ALMEIDA et al., 2004), já que esses pigmentos são

responsáveis pela captura da radiação eletromagnética usada na fotossíntese,

sendo, portanto, essenciais na convertimento da radiação luminosa em energia

química, na forma de ATP e NADPH + H+ (JESUS; MARENCO, 2008). A

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62

clorofila b e os carotenoides são considerados pigmentos acessórios do

processo fotossintético, pois, embora não estejam relacionados à captura da

energia luminosa nos centros de reação, promovem fotoproteção ao sistema

(MARENCO; LOPES, 2009).

O maior acúmulo de clorofila total observado nos níveis mais sombreados

deste trabalho pode ser explicado como um efeito compensatório da espécie a

menor quantidade de radiação disponível (ALMEIDA et al., 2004). Pinto et al.

(2007) verificou redução de 35,41% da clorofila total nas plantas desenvolvidas a

pleno sol em relação àquelas crescidas com 80% de sombreamento. Estes

resultados relatados acima corroboram com os encontrados neste trabalho com

a espécie L. origanoides.

Em relação à clorofila b o presente estudo diverge de trabalhos como o de

Oliveira et al. (2009) , Artroch (2001) e Castro et al. (2005) que trabalhavam com

artemísia, pata de vaca e guaco, onde o teor deste pigmento aumentou com o

sombreamento. Este fato pode ser explicado devido a clorofila b em ambientes

mais sombreados serem degradados mais lentamente que a clorofila a (ENGEL;

POGGIANI, 1991).

Os resultados da razão clorofila a/b mostraram uma diminuição em

plantas a pleno sol. Semelhantemente, plantas de Cryptocaria aschersoniana,

que apresentaram aumento na razão clorofila a:b quando cultivadas a 70% de

sombreamento, sendo esta razão reduzida com o aumento da radiação, tendo a

pleno sol os menores valores (ALMEIDA et al., 2004) e LEE et al. (2000)

segundo os quais os maiores valores da relação clorofila a/b ocorreram em

condições mais sombreadas. No entanto, a proporção entre clorofilas a e b, de

uma maneira geral, tende a diminuir com a redução da intensidade luminosa,

devido a uma maior proporção relativa de clorofila b em ambiente sombreado

(ENGEL; POGGIANI, 1991).

Diferindo dos resultados encontrados neste estudo, aplicação de

reguladores vegetais provocou alterações significativas nos teores dos

pigmentos cloroplastídicos em plantas de trigo (FIOREZE, 2011). A citocinina é

um hormônio vegetal que tem importante relação com a produção de clorofila,

formação de cloroplastos e retardamento da senescência, inibindo neste caso, a

degradação da clorofila e atuando na manutenção da cor verde, fazendo com

Page 63: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

63

que o tecido permaneça fotossinteticamente ativo por mais tempo. A

concentração dos hormônios pode ser uma possível causa dos tratamentos não

terem apresentado dados significativos quanto ao teor de clorofilas (MERLIN,

2012).

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64

6 CONCLUSÃO

O aumento nos níveis de irradiância ocasiona incremento da densidade

de tricomas glandulares, refletindo no aumento teor do óleo essencial, sem

ocasionar alteração no teor de timol, componente majoritário, em relação aos

tratamentos utilizados. A espessura dos tecidos foliares epiderme, face adaxial

e abaxial, parênquima esponjoso apresenta um aumento crescente com o

acréscimo da irradiância, assim como a densidade estomática e de tricomas

tectores.

L. origanoides demonstra plasticidade morfológica e fisiológica aos

tratamentos aplicados, revelando-se promissores para o uso em cultivos nas

condições avaliadas por estimularem a produção do produto de interesse, o óleo

essencial, mantendo seu perfil químico.

Page 65: Morfoanatomia foliar, crescimento e produção de óleo essencial de

65

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