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MOVIMENTO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE ll SÉRIE N.º 62 2.º TRIMESTRE 2015

MOVIMENTO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE ll SÉRIE N.º 62 …€¦ · 2. Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição

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PEREGRINO 3

APRESENTAÇÃO

SUMÁRIO

FICHA TÉCNICA

ANO SANTO DA MISERICÓRDIAApresentação ........................................

Porto - ll Encontro do CNAL ...........

Viana do Castelo ................................

Algarve ......................................................

Lisboa - Termo Oriental ..................

Lisboa .......................................................

Bragança - Miranda ...........................

Coimbra ....................................................

Leiria / Fátima ......................................

Portalegre / Castelo Branco .........

Vila Real ...................................................

Núcleo Norte ........................................

SN em Roma ........................................

OMCC Roma .........................................

Viseu ..........................................................

Ultreia Roma .........................................

Braga .........................................................

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Edição e Propriedade:Secretariado Nacional do Movimento

dos Cursilhos de Cristandade

Rua S. Vicente de Paulo, Nº. 13

Edifício Fonte Nova - Bloco A

1º. Andar, O-P

2495-438 Cova da Iria

Fátima - Portugal

ISSN: 2182-5645

E-mail: [email protected]

[email protected]

Tel. e Fax: 249 538 011

NIPC 506 760 677

Coordenação:Dra. Albertina Santos (Braga)

E-mail: [email protected]

Design, Paginação,Impressão e Acabamento:Tadinense - Artes Gráficas

www.tiptadinense.pt

Edição:Número 62 | 2.º Trimestre 2015

1. Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou--se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. (…) Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus.

2. Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Mise-ricórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Mise-ricórdia: é o acto último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encon-tro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.

3. Há momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mes-mos sinal eficaz do agir do Pai. Foi por isso que proclamei um Jubileu Extraordinário da Misericórdia como tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes.

O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. (…)

Na festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. (...)

4. O Ano Jubilar terminará na solenidade litúrgica de Jesus Cristo, Rei do Universo, em 20 de Novembro de 2016. Naquele dia, ao fechar a Porta Santa, animar-nos-ão, antes de tudo, sentimentos de gratidão e agradecimento à Santíssima Trindade por nos ter concedido este tempo extraordinário de graça. Confiaremos a vida da Igreja, a humanidade inteira e o universo imenso à realeza de Cristo, para que derrame a sua misericórdia, como o orvalho da manhã, para a construção duma histó-ria fecunda com o compromisso de todos no futuro próximo. Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da miseri-córdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós.

(…)Dada em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Abril – véspera do

II Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia – do Ano do Senhor de 2015, o terceiro de pontificado.

Francisco(Apresentação elaborada por D. António Montes,

Assistente Espiritual Nacional)

Da Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia

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4 PEREGRINO

Porto - ll Encontro do CNAL

(...) 17. Este denegrir do ser familiar é tipicamente apocalítico. Que nos diz o Apocalipse de S. João? O Dragão está diante da Mulher em trabalho de parto, e apresta-se a devorar o seu filho logo que ele nasça (Apoc 12, 4). Devorar o filho não é necessariamente destruí-lo como ser, mas destruí-lo como filho — e, portanto, lisonjeá- lo como indivíduo, livre de todos os laços, mas que já então não poderá apegar-se a todos esses laços.

Repeti, muitas vezes, que estávamos na época de uma «contra anunciação». O mistério do Verbo feito carne é parodiado pelo projeto tecnicista. Na Anunciação, uma jovem mulher judia acolhe no seu seio a própria Vida, no seu Mistério, segundo uma providência que a ultrapassa; na contra anunciação do nosso tempo, queremos reconstruir uma vida em transparência, segundo planos que nos convenham. Claro, Maria concebe de maneira virginal, pelo poder do Espírito; mas, por isso, ela não aboliu a sexualidade, realizou-a. Porque, como na conceção carnal, ou mais do que na conceção carnal, ela situa-se na confiança, não no controle; ela tem necessidade de um homem, José, na partida para Belém e na fuga para o Egito; ela não tem um filho

escolhido à sua medida, submisso à sua mamã ou prometido ao maior bem-estar; ela tem o Filho por excelência que lhe escapa absolutamente, foge para o Templo, é julgado como blasfemo, morre jovem numa cruz e, para cúmulo, transcendendo um pouco mais a sua mãe, ressuscita!

Mas eis a questão: queremos evitar a Vida que nos expõe a esta tragédia, então, lancemo-nos a um programa que nos impõe a obsolescência ou mais simplesmente o imobilismo. O controlo afasta a confiança. O computorizado afasta o Logos. A engenharia substitui-se à geração. O nosso modelo já não está na maiêutica, mas no Mecano… E tal é, com efeito, o objetivo do Dragão: inverter a fórmula do Credo, produzir um homem novo, mas que seria criado, não gerado — nascido do século, antes de todos os pais…

18. Os pais… É preciso sublinhar a importância das genealogias na Bíblia. Muitas vezes, as leituras da missa escamoteiam-nas. Diz-se que esta sequência de nomes não nos traz nada de importante, que não nos dá nenhum conselho moral ou espiritual. Pode acontecer, contudo, que ali se encontre o

RECOLOCAR O HOMEM NO CENTRODESAFIO ANTROPOLÓGICO (continuação)

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PEREGRINO 5

Porto - ll Encontro do CNAL

ensinamento mais importante, o mais moral, o mais espiritual — aquele que nos lembra que a salvação se opera na história, com pessoas concretas; que Deus não é um oceano onde são afogadas as diferenças e as singularidades, mas que Ele é o Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob — Deus de Fabrice, portanto, e Deus de Paula — enfim Deus de nossos pais… É um grande perigo apresentar o Natal unicamente a partir do presépio (como um lugar fora da história) e perder de vista a genealogia de Cristo em Mateus, ou esquecer que, se Maria e José estão em Belém, é porque pertencem à Casa de David. A Natividade não é só uma descida do Céu é também uma descendência da terra. Como diz o salmo (84, 12): A verdade germinará da terra, e do céu se inclinará a justiça… Há dois movimentos que se encontram. Mas o espiritualismo negligenciou demasiadas vezes a germinação, a descendência, o movimento que vem da sequência das gerações, para considerar somente um indivíduo sem origem que se salva a sós com Deus…

Em vez de procurar o equilíbrio entre a razão e a filiação, entre o exame crítico e a herança assumida, a lógica teve tendência a rejeitar o genealógico. Sobre isto, as provetas estão de acordo com o Corão. No Corão, em contraste com a Bíblia, não há genealogias, não há sentido da história, porque Maomé somente faz restaurar a religião original que tinha sido deformada, falsificada pelos judeus e os cristãos. Portanto, não é só a tecnologia de hoje que rejeita o genealógico, é também o teológico de um monoteísmo abstrato, capaz de enrolar qualquer um, desprezando a sua cultura e o seu nascimento, numa jihad mundializada. A teologia cristã, pelo contrário, assume a genealogia até do próprio Deus, através do mistério da Trindade.

19. Chego à minha conclusão: para começar a sair da crise económica e antropológica atual seria necessário reencontrar, não só o sentido de Deus e do espírito, mas também e sobretudo o sentido da família e da filiação, da paternidade e da maternidade. Poderíamos quase revirar o título do célebre poema de Rudyard Kipling: «Tu serás um homem, meu filho», e visar mais longe: «Tu será um filho, meu homem» porque, sem dúvida, é isso o mais difícil, hoje como ontem, embora hoje mais do que ontem. O Antigo Testamento, com efeito, não termina com esta promessa do profeta Malaquias (3, 24): Ele conduzirá o coração dos pais aos seus filhos e coração dos filhos aos seus pais, para que não mais eu venha ferir o país com o anátema. É que estes corações sempre tiveram dificuldade em encontrar-se. A grande diferença hoje, mais uma vez, é que já

nem sonhamos fazê-lo, é que mal sabemos se temos um coração.

Num dos seus Poemas Ingleses, intitulado «Prayer», Pessoa, que se considerou tantas vezes inimigo da Igreja, acaba por se dirigir a «Nossa Senhora das lágrimas inúteis» com estas palavras impressionantes: Não sei como rezar / O meu coração é uma mortalha rasgada. / Vê como os meus cabelos embranquecem. / Oh ensina os meus lábios a invocar / Teu nome noite e dia / Como se esse nome fosse tudo. / A fé dos meus pais sobe / Aos meus lábios nesta hora de provação…(11)». É espantoso. A fé dos seus pais volta-lhe aos lábios, mas numa língua estrangeira, como se fosse necessário este longo percurso do exílio e da provação para descobrir, enfim, a sua origem em toda a sua novidade inalterável.

20. Mas reencontrar o sentido da família, é reencontrar também a proximidade e a transmissão familiar. Num grande romance de Michel Houellebecq, Les Particules élémentaires, Bruno, uma das personagens principais — um divorciado — faz esta confissão significativa: Sou assalariado, sou inquilino, não tenho nada a transmitir ao meu filho. Não tenho nenhuma profissão para lhe ensinar, não sei mesmo o que ele poderá fazer mais tarde; as regras que conheci, de qualquer maneira não serão válidas para ele, ele viverá num outro universo. Aceitar a ideologia da mudança contínua é aceitar que a vida de um homem seja estritamente reduzida à sua existência individual, e que as gerações passadas e futuras não tenham mais nenhuma importância aos seus olhos. É assim que nós vivemos e, ter um filho hoje, não tem mais nenhum sentido para um homem10.

O sistema de produção industrial teve tendência para destruir a transmissão familiar e, portanto, a verdadeira economia. Uma mãe já não ensina à sua filha a costura, a cozinha ou o piano, porque a libertação da mulher ordena-lhe a submeter-se aos pratos cozinhados, ao pronto-a-vestir, e aos milhões de títulos que podem estar contidos num iPod. Um pai já não ensina ao filho a cultura da horta, o bricolagem ou a lectio divina, porque a libertação do homem lhe impõe ir à prateleira dos «legumes congelados», chamar o canalizador e seguir as informações na Web, enquanto o filho joga com a Playstation 4.

Mas, há mais grave ainda: já não há mesmo lugar para estabelecer laços entre as gerações. A mesa familiar, que era um ponto de convergência e de transmissão dos avós para os netos, foi destituída

10 Michel Houellebecq, Les Particules élémentaires [1998], II, 11, J’ai Lu, 2007, p. 169.

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6 PEREGRINO

70.º CURSILHO DE SENHORAS - DIOCESE DE VIANA DO CASTELO

Porto - ll Encontro do CNAL / Viana do Castelo

com vantagem para o tablet. A família estilhaçou-se sob o seu próprio teto. Cada um está diante do seu écran e perderam-se estas artes da mesa que são o coração palpitante da vida de família — estas artes que vão da cultura da horta, à arte de abençoar e de dar graças, de contar histórias, de cantar em coro velhas canções…

22. Tudo o que vos digo, no fundo, é para voltar às coisas simples: reconhecer a superioridade da mesa familiar sobre o tablet, reaprender a encontrar-se à volta de uma lareira, a falar uns com os outros, a jogar em conjunto… Porque, e isso é o mais incrível… é o que fez Jesus ressuscitado: encontrou-se no meio dos seus apóstolos, comeu com eles, comentou-lhes as Escrituras, e se os enviou a pregar a todas as nações, foi começando por Jerusalém (Luc 24, 4 7), quer dizer de próximo a próximo, a partir de um lar não fechado mas irradiante. O amor ao próximo pode sem dúvida ensinar-se à distância. Mas só se pode anunciar em toda a verdade, tornando-se próximo. E, portanto, a partir de comunidades familiares, de comunidades eclesiais onde podemos, sem mentira, chamar-nos irmãos e irmãs…

Mas coisas tão simples, nos nossos dias, não exigem nada menos do que o martírio. Aliás não será este talvez o verdadeiro poder económico? A palavra «economia», nos Padres da Igreja, designa a maneira como Deus realiza a salvação na história. Não é um sentido derivado, é o sentido mais profundo — que revela a própria finalidade da economia. A economia não é o acumular sem fim de bens materiais, mas o implementar um espaço de vida para as famílias. Ora, para que tendem as famílias ? Para gerar e educar filhos, mas para quê? Para que tenham sucesso no mundo? Para que vivam o máximo de tempo possível no maior bem-estar? Não, para que sejam salvos, quer dizer, para

que sejam testemunhas da verdade e do amor até ao fim. Eis o que o pai pode transmitir ao seu filho e que nunca será tornado obsoleto pelo progresso tecnológico. Cristo lembra-nos: O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão (Mt 24, 35). Daí a urgência de transmitir as suas palavras e de as transmitir no quotidiano.

23. Espero que não tenha dito demasiadas asneiras e que tenham sabido tirar alguma coisa das minhas palavras. Tentei falar sob a invocação de S. Fabrício, meu santo patrono, que foi também o primeiro bispo do Porto. Disse para comigo mesmo que afinal Portugal era, talvez, a parte mais avançada da Europa.

Não digo isto só no plano geográfico, a propósito desta faixa de terra que é como o rosto de todo o nosso continente voltado para o Novo Mundo. Também não o digo só por causa do Concílio de Braga, no século VI, em que, contra os maniqueus e os priscilianos, a Igreja afirmou com força a fé na Trindade e na bondade divina do casamento e da procriação dos filhos, à imagem desta mesma Trindade. Também não o digo somente por causa da admirável reconquista de todo o país aos muçulmanos entre o século X e o século XIII. Também não o digo só por causa das aparições de Fátima, em que a Santíssima Virgem mostrou como três pastorinhos podiam ser mais fortes do que a guerra e do que o inferno.

Digo-o sobretudo porque, antes de todos os outros países europeus, Portugal conheceu o colapso do seu império, porque o Eterno o conduziu antes dos outros à humildade e à simplicidade, à modéstia de um reino composto por famílias sob a proteção da Sagrada Família. Ora, é a partir daqui que se realiza a renovação do mundo.

Fabrice Hadjadj

Realizou-se entre os dias 04 e 07 de março o 70º. Cursilho de Cristandade de Senhoras da Diocese de Viana do Castelo, tendo participado 21 novas Cursilhis-tas, oriundas dos Arciprestados de Caminha, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Viana do Cas-telo e Vila Nova de Cerveira.

O Cursilho realizou-se no Seminário dos Padres Pas-

sionistas em Barroselas, devido às obras em curso no Centro Pastoral Paulo VI

A Equipa Sacerdotal foi composta pelo Sr. Padre João Paulo Torres Vieira, Director Espiritual e pelo Sr. Padre André Filipe Costa Gonçalves; A equipa Leiga foi composta por 10 Dirigentes do Movimento, das paróquias de Vila de Punho, Meadela, Vila Nova de

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PEREGRINO 7

Viana do Castelo / Algarve

Cerveira, Lanheses, Perre, Vila Praia de Ancora, Rebo-reda e Santa Marta de Portuzelo, sendo Reitora do Cursilho, Isabel Maria Torres Ruivo Rodrigues de Vila de Punhe.

A Clausura de conclusão do Cursilho e Eucaristia, tiveram lugar pelas 21,00 horas do dia 07 no Auditório do Centro Pastoral Paulo VI em Darque, tendo parti-cipado algumas centenas de Cursilhistas, oriundos dos vários Arciprestados da Diocese, que enchiam quase por completo o Auditório.

A Eucaristia e foi presidida pelo Bispo Diocesano, D. Anacleto Oliveira e concelebrada por seis Sacerdotes.

A clausura decorreu num clima de alegria e refle-xão, tendo as novas Cursilhistas centrado os seus teste-munhos, numa enorme vivencia Espiritual e Humana e num contacto íntimo com Jesus Cristo, nos três dias do Cursilho, considerando o Cursilho como um renas-cer no amor a Cristo, que referiram querer servir de corpo inteiro; aqui a encontrei Paz, Deus entrou-me no coração e agora quero servi-l’O e aos irmãos no meu quarto dia.

Dom Anacleto depois de se referir aos testemunhos como o reflexo de uma experiência Espiritual forte,

vivida por todas nestes três dias, começou por saudar todas as mulheres no “Dia Mundial da Mulher”, pois vivia-se já o dia mundial da Mulher. Que sejam verda-deiramente mulheres.

Na homilia, D. Anacleto, começou por referir que a Cruz era para os Judeus o símbolo da fraqueza. Para os Cristãos, Cristo é força e sabedoria. Como é que Ele é força e sabedoria? Quem dá a vida toda até á última gota de sangue por amor, Nele está a luz, a força e a sabedoria.

Quando as forças te faltarem e apeteça deitar a toalha ao chão, olha para Ele na Cruz! Nunca percam o segredo de serem cristãos verdadeiros.

D. Anacleto Oliveira terminou a homilia, pedindo a todos os presentes que pegassem no seu Crucifixo de Cursilhista na mão tal, como ele o fez e cantou-se em uníssono o Cântico “Te amarei Senhor”.

Alguns dados estatísticos do Cursilho: Número de novas Cursilhistas 21 - Cursilhista mais nova, 20 anos - Cur-silhista mais velha, 79 anos - média de idades, 50 anos.

José BorlidoSecretariado de Viana do Castelo

66.º CURSILHO DE CRISTANDADE DE HOMENS DA DIOCESE DO ALGARVE5 a 8 Março de 2015

Decorreu entre os passados dias 05 e 08 de março, na Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral, o 66.º Cursilho de Cristandade de Homens realizado na Diocese do Algarve.

Este Cursilho contou com a colaboração de uma Equipa Sacerdotal composta pelo Pe. Joaquim Nunes, Pe. Rui Guerreiro, Pe. Nuno Coelho e pelo Pe. Vasco Figuei-rinha que, pela primeira vez, participou nesta iniciativa

promovida pelo Secretariado Diocesano do Algarve do Movimento dos Cursilhos de Cristandade. A Equipa de Responsáveis deste 66.º Cursilho de Cristandade de Homens, integrou ainda 14 leigos originários de várias Paróquias da Diocese do Algarve.

Neste Cursilho participaram 19 homens oriundos das Paróquias de Alcantarilha, Boliqueime, Ferreiras, Fuseta, Matriz de Portimão, Santa Maria de Tavira, São Cle-

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8 PEREGRINO

Algarve

Realizou-se no passado dia 3 de maio de 2015, na Igreja de São José de Ferreiras, o Encerramento do 51.º Cursilho de Cristandade de Senhoras da Diocese do Algarve que decorreu entre os dias 30 de abril e 3 de maio, na Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral.

Neste Encerramento, que contou com a presença do

Senhor Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, estive-ram presentes perto de 200 cursilhistas de toda a Dio-cese do Algarve.

Este Cursilho contou com a colaboração de uma Equipa Sacerdotal composta pelo Pe. Joaquim Nunes e pelo Pe. Rui Guerreiro, que atualmente asseguram

51.º CURSILHO DE CRISTANDADE DE SENHORAS DA DIOCESE DO ALGARVE30 de Abril a 3 de Maio

mente de Loulé e São Pedro de Faro, tendo os mesmos vivenciado verdadeiros momentos de encontro e (re)des-coberta do amor de Deus.

No dia 7 de março, todos os que participaram nesta vivência e convivência, receberam a visita do Senhor Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, aos quais dei-xou uma palavra de estímulo e de apelo à perseverança.

O Encerramento deste Cursilho de Cristandade ocor-reu no passado dia 08 de março, no Salão Paroquial da Paróquia de São José de Ferreiras, no qual estiveram presentes mais de duas centenas de cursilhistas de todo

Algarve, que tiveram oportunidade de ouvir os teste-munhos emocionados dos 19 valentes que participaram neste Cursilho de Cristandade e assim reviver a sua pró-pria clausura.

As esposas destes 19 novos cursilhistas participarão no 51.º Cursilho de Cristandade de Senhoras da Diocese do Algarve que se realizará entre os próximos dias 30 de abril e 03 de maio, também na Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral.

Secretariado Diocesano do Algarve

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PEREGRINO 9

Algarve

a assistência espiritual deste Movimento na Diocese do Algarve. A Equipa de Responsáveis deste Cursilho de Cristandade, integrou ainda 12 leigas originárias de várias Paróquias da Diocese do Algarve, lideradas pela Reitora Isilda Delfino.

Neste 51.º Cursilho de Cristandade de Senhoras da Diocese do Algarve, participaram 20 Senhoras oriundas das Paróquias de Boliqueime, Ferreiras, Fuseta, Matriz de Portimão, Santa Maria de Tavira, São Clemente de Loulé e São Pedro de Faro, que em conjunto vivencia-ram verdadeiros momentos de encontro e (re)desco-berta do amor de Deus.

Os presentes neste Encerramento tiveram oportuni-dade de, mais uma vez, reviver a Clausura do respetivo Cursilho, comungando da alegria e emoção testemu-nhadas pelas 20 “novas” que viveram este Cursilho de Cristandade.

Cada um dos esposos das referidas “novas” teve também oportunidade de partilhar com a assistência o testemunho do respetivo 4.º Dia, sendo unânime a convicção de que “a dois” o mesmo será invariavel-mente mais fácil.

Secretariado Diocesano do Algarve

É com enorme alegria que testemunho os últimos anos do MCC Algarve, concretamente no Núcleo de Portimão, ao qual pertenço. O Espírito Santo deu-nos a Graça de termos 9 mulheres no 51.º Cursilho de Cris-tandade de Senhoras do Algarve, realizado entre os dias 30 de abril e 3 de maio passado, que permitiu a realização de uma Ultreia de Apresentação riquíssima, não só em número de participantes, cerca de 70, como na diversidade de idades biológicas e de anos de cur-silhista.

Fiz parte do 20.º Cursilho de Senhoras do Algarve realizado em junho de 1983. Quando saí do cursilho esperava-me um Núcleo vivo, ativo, fervoroso. Neste contexto, e com o fogo que trazia dentro de mim, de imediato comecei a colaborar na minha Paróquia, quer ao nível da catequese, quer ao nível da liturgia e visi-tando doentes. Ao fim de 3 anos começaram a apare-cer no Núcleo sinais de falta de humildade e de sigilo, o que em conjunto, contribuiu para o arrefecimento de alguns. Outros houve que foram procurando manter o Núcleo ativo, mas também os Sacerdotes, perante este cenário, foram-se desinteressando. Alguns cursilhistas foram mantendo as suas atividades apostólicas, outros foram arrefecendo e ficando pelo caminho. Dentro de mim, mantinha-se o calor apostólico, sem que se apa-gasse o gosto pelo MCC.

Ao fim de 25 anos sem Ultreias, eis que um Sacerdote em conversa comigo e com o meu marido, manifestou interesse em que se reativasse o Núcleo de Portimão. Havia um grupo de adultos, casais e não só, alguns deles frequentando a catequese de adultos que foram con-vidados a participar no Cursilho seguinte. Entretanto, o Secretariado Diocesano do Algarve promoveu uma Ultreia Diocesana em Portimão, para a qual alguns do nós procuramos movimentar o maior número de cur-silhistas antigos. Nessa Ultreia estiveram cerca de 50 cursilhistas antigos, sendo que alguns deles não volta-ram a aparecer nas Ultreias seguintes pelos mais varia-

dos motivos como a falta de saúde, a idade e até a falta de interesse.

Não obstante, nos últimos 4 anos ecom a Graça de Deus, foram vários os casais, oriundos de Portimão, que participaram nos diferentes cur-silhos que foram realizados na Diocese do Algarve. Renovados com este “sangue novo” que ao longo de 4 anos foi entrando no nosso Núcleo, é com muita ale-gria que hoje testemunho a ação dos cerca de 60 cur-silhistas de Portimão que com regularidade participam quer nas Ultreias, quer na vida da nossa comunidade.

Alguns destes novos cursilhistas que integraram o nosso Núcleo têm, inclusivamente, participado nas equipas de responsáveis, o que também é motivo de enriquecimento para o Movimento e de alegria para todos.

Hoje, somos um Núcleo rejuvenescido mas nunca nos podemos esquecer que pelo nosso testemunho tudo pode ser construído ou destruído. É indispensá-vel mantermo-nos atentos, buscando sempre na vida de Jesus o modelo para o nosso agir e no Espírito Santo a força para a nossa acção.

Devo dizer que tenho feito parte das equipas de responsáveis, neste últimos 3 anos, e integrando tam-bém o Secretariado Diocesano. Na verdade, sinto-me imensamente grata ao nosso Deus, que não deixa de transformar em força a minha fraqueza.

Colaboremos com os Sacerdotes, tratando-os com carinho e amizade. Sejamos humildes!

Um abraço fraterno

Encarnação Ferreira

TESTEMUNHO DO MCC EM PORTIMÃO

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10 PEREGRINO

Lisboa - Termo Oriental

1º TESTEMUNHO

O “MILAGRE” DO CURSILHODesde que fiz o meu cursilho, que tenho sido con-

vidado a integrar as equipas de responsáveis de diver-sos cursilhos. Sem dúvidas, as experiências têm sido enriquecedoras e de certa forma devo dizer que têm enriquecido a vivência do meu ministério sacerdotal. Por isso, bem gostaria testemunhar aqui as vivências de cada um dos cursilhos, mas a limitação do espaço não me permite. No entanto, não resisto à tentação de partilhar as vivências do cursilho de homens nº 550 rea-lizado recentemente em Fátima (de 4 a 7 de Março de 2015).

Antes de tudo, importa referir que, embora cada cursilho tenha características próprias, todos têm sido um autêntico “Pentecostes” nos dias de hoje dadas as profundas transformações que operam nos seus par-ticipantes, seja naqueles que o fazem pela primeira vez, seja nos respetivos responsáveis. E da minha expe-riência falo. E é esta transformação que testemunhei nos homens do 550 e dos seus respetivos responsáveis, autênticos instrumentos de Deus.

Nunca assisti aos milagres de Jesus, como é obvio, mas Deus me tem concedido a graça de presenciar os milagres dos que passam da incredulidade ou da tibieza da fé à fé viva e prática conforme tenho testemunhado nos cursi-lhos em que participo e recentemente o cursilho nº 550.

Dos homens que no segundo dia do cursilho ainda pareciam resistentes à graça de Deus e por isso sabia-lhe

bem o regresso à Lisboa, pude assistir à sua mudança miraculosa. Foi admirável ouvir testemunho como: “padre, foi bom ter resistido à tentação de regressar a Lisboa. Agora sinto-me outro e vejo as coisas com mais optimismo e a fé em Cristo agora me faz sentido”. Este é apenas um exemplo de muitos. Mesmo naqueles homens que o cursilho parece ter tido pouco impacto, eu ainda reconheço o milagre de Deus. Aliás, segundo a parábola do semeador, há sementes que produzem 100 por um, outras 50 por um, outras 40 por um e outras trinta por um (Mt. 13, 1-9). Por isso, acredito que a graça de Deus semeada nos diferentes corações daqueles homens do 550 também produzirá de forma diferente. O que importa é a graça produzir, até porque os dias do Cursilho são para semear e não tanto para produzir e recolher já frutos.

Mas o milagre de um cursilho é também a ação do Espírito Santo que se reflete nos membros da equipa de responsáveis. Sem dúvidas, sempre me admirou a dedi-cação dos responsáveis e desta vez voltei a constatar. Foi um amor e entrega tão grandes dos responsáveis àque-les 25 homens que só pode ser a fé em Deus e a fide-lidade ao compromisso: “…sim, pode contar sempre” pronunciado no último dia do cursilho. E que dizer dos seus rolhos cheios de fortes vivências que dispertavam os homens do sono da incredulidade para a fé em Deus e do amor apenas próprio para um amor puro e sem limites aos outros? A propósito, na ultreia de apresenta-ção sensibilizou-me o testemunho de alguém: “….para mim o cursilho, fez-me encurtar as distâncias que me

CURSILHO DE HOMENS 5504 a 7 de Março - Fátima

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PEREGRINO 11

Lisboa - Termo Oriental

separavam dos outros”. Lindas palavras. Perante estas maravilhas do Senhor através daqueles responsáveis, faço minhas as palavras do profeta Isaísas: “ como são belos os pés do mensageiro que anuncia a boa nova, que proclama a salvação…” (Is 52,7-10). E eu acrescento: «admiráveis as bocas, os olhos, os braços e os gestos daqueles anunciam a Boa Nova».

Mas os efeitos de um cursilho também dependem da corrente de oração e outros exercícios espirituais de milhares de irmãos que na retaguarda acompanharam os homens do 550. A prova disto são as fortes inten-dências que nos enviaram. Que impressionante, por exemplo, uma criança renunciar a um programa tele-visivo do seu gosto a favor do cursilho!, ou alguém que no segundo dia do cursilho só quis ter uma refeição a base de leite e pão? “…e tudo isto por mim e tudo isto por mim…” do cursilho nº 550. Para mim é também isto um autêntico milagre. E rogo a Deus que estes milagres dêem origem a outros milagres.

De colores, Pe. João Prego

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2º TESTEMUNHO

De 4 a 7 de Março de 2015 vivemos em Fátima no Centro Catequético o cursilho n.º 550 de homens do Termo Oriental de Lisboa, passados 48 anos de ter feito o meu primeiro cursilho o n.º 123 da Diocese de Lisboa, 1º da zona do Carregado, o Senhor convidou para este encontro 25 novos, 13 responsáveis e 3 sacerdotes, foi um cursilho vivido em grande espírito de santidade. Foram três dias maravilhosos, vividos em grande espí-rito de união entre todos e que terminou com o encer-ramento na igreja do Forte da Casa, com muito entu-siasmo e uma igreja repleta.

Dei graças a Deus por me ter escolhido mais um vez, para testemunhar o que vivo.

António Neves

3º TESTEMUNHO

Mais além,Dos meus medos Mais alémDa minha insegurançaQuero dar-te uma respostaAqui estou para fazer a Tua vontadePara que o meu amor seja dizer-Te Sim, até ao fim.

Foi esta a mensagem, traduzida em sentimento comum de todos os que participaram no Cursilho 550 de homens da Região de Lisboa. Na verdade como é belo este encontro forte, vivo, crescente e comuni-cante com Cristo. Quantos medos, quantas inseguran-ças escondidas no coração de cada um, são queimados pelas Palavras que Cristo vai dizendo pela boca e pelo testemunho dos irmãos, abrindo o coração de tantos outros a uma nova maneira de viver e de olhar para a vida.

Aliás, sempre que acompanho um Cursilho recor-do-me sempre da passagem dos discípulos de Emaús. Quantos não vêm pesarosos, tristes, desorientados, apagados e afastados da vida, de si e do Pai?! Contudo caminhando rolho após rolho, dia após dia vão encon-trando sentido no que escutam, como tudo vai fazendo sentido, como se vão deslumbrando os olhos num novo olhar da vida e para a vida?! Como vai ardendo o cora-ção! Até aquele encontro derradeiro com Cristo que se senta à mesa, recita a bênção, parte o pão e o entrega nos nossos altares e sacrários. Aí está Quem desvela verdadeiramente os nossos olhos e nos acende ou rea-cende a luz no coração e no rosto e nos faz ver novas todas as coisas. Só Cristo Vivo e Ressuscitado, que apa-receu verdadeiramente a Simão, e hoje a todos quantos experimentam um Cursilho, que em nós faz novas todas as coisas. De corações partidos, esmagados e quebrados de traições e desilusões em corações fortes de Amor e Perdão que restaura e constrói um mundo melhor. É esta descoberta que nos impele a completar o que falta em Cristo. Pois as suas mãos são as nossas e é só assim unidos e vivendo n’Ele que lhe podemos responder con-venientemente quando nos diz que conta connosco. Coragem. Mais além, porque Ele está contigo e só com Ele poderás caminhar.

As Ultreias são encontros de amigos, que procu-ram viver em Cristo o fundamental Cristão, colocando em prática não só o que aprenderam em três dias, mais tudo aquilo que a igreja ensina diariamente.

O encontro com Cristo, nos proporciona viver um apostolado intenso, diário e com muita criatividade, para levar, outros homens e mulheres a conhecer

Cristo, levando uma vida de partilha em comunidade.Também estiveram presentes os Padres, João Prego

de Vialonga, Daniel Almeida de Arruda dos Vinhos, e como director espiritual o Pe. David Palatino.

Wesley Santos Escola de Responsáveis do Termo Oriental de Lisboa

ULTREIA DE APRESENTAÇÃO

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Lisboa

457.º CURSILHO DE SENHORAS DA DIOCESE DE LISBOA

De 11 a 14 de Março de 2015, realizou-se no Centro Diocesano de Espiritualidade do Turcifal, em Torres Vedras, o Cursilho de Senhoras Nº 457, da Diocese de Lisboa.Desafiadas por Deus, trinta mulheres que “pisam forte na vida”, disseram sim à aventura divina que é viver um Cursilho de Cristandade.A Equipa, sabendo que Cristo conta connosco, E NÓS COM A SUA GRAÇA, confiou na retaguarda de oração e intendência, pôs-se ao serviço e como Maria, prepa-rou-se para fazer a Sua vontade.E foram três dias repletos de emoções… quantos rostos transformados, quantas lágrimas caídas, quantos cora-ções resgatados…Três dias que terminaram com o encerramento em ple-no domingo da ALEGRIA! Há melhor dia para se termi-nar um cursilho?A ALEGRIA do reencontro com os irmãos que foram a nossa retaguarda, a ALEGRIA do reencontro com as fa-mílias que nos aguardavam, a a ALEGRIA do reencon-tro com aqueles irmãos que raramente vemos, mas que com a sua oração são o segredo e a força do cursilho.Neste encerramento tivemos a graça especial de ter connosco a São Carril, uma Cursilhista com mais de 50

anos de cursilho e que por doença tem andado afas-tada fisicamente, mas no domingo da ALEGRIA, Deus permitiu-lhe receber as novas. Que ALEGRIA! Que tes-temunho! “Estou aqui por vocês! Vale a pena estar apaixonada por Cristo. Esta paixão que nos une a cada um dos ir-mãos. Que nos faz ver Cristo em cada um dos irmãos. Não tenham medo de amar. Vale a pena viver a vida amando a Cristo nos irmãos!”Também o testemunho dos sacerdotes que estiveram de “serviço” foram sinal da ALEGRIA que lá se viveu. O Pe. Jorge não deixou de referir a grande união com os irmãos em intendência, grande, porque vem do cora-ção de Deus e envolve milhares de pessoas.Já o Pe. José Miguel referiu que a maior ALEGRIA é ver a Graça do Senhor a tocar e entrar na vida de cada uma. Ver o Senhor a trabalhar no coração das irmãs foi a maior ALEGRIA. Essa ALEGRIA é a ALEGRIA do Espíri-to Santo, da Graça de Deus. A razão mais profunda da ALEGRIA de todos nós foi ver a ALEGRIA destas irmãs, de toda a equipa, e ver o Senhor encher de Graça, de sentido, de luz, a vida de todos nós. Ele é a água que sacia a nossa sede e por isso dizemos

(Secretariado Regional da Grande Lisboa)

ENCONTRO DE ESCOLAS DO NÚCLEO SULRealizou-se no dia 21 de Março de 2015, um encon-

tro de escolas do Núcleo Sul, no Centro Diocesano de Espiritualidade do Turcifal, em Torres Vedras.

Num tempo Quaresmal e de convite à reflexão, se-guindo o chamamento e guiados pelo entusiasmo de

estar em Igreja com muitos irmãos, estiveram presen-tes dirigentes da Grande Lisboa, Torres Vedras, Ter-mo Oriental, Caldas da Rainha, Setúbal, Beja Litoral (Grândola), e de Faro.

O programa decorreu entre as 10:30 e as 18:00.

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Lisboa

Em comunhão de oração, o dia começou com a me-ditação a cargo do Pe. José Valente Bravo de Beja: “... saberá o homem o dia que vem o ladrão? ...”: este tem-po de espera que na vida de cada irmão, se torna em espera activa deste tempo de DEUS, em vigilância cristã no amparo da Graça. A vigilância activa tem que ser um estilo de vida, um processo em marcha para Deus.

O Rolho da manhã, foi um testemunho claro daqui-lo que o irmão Francisco Salvador (Presidente do Secre-tariado Diocesano de Lisboa) vivenciou no seu cursilho, a que chamou: “ quatro dias, quatro descobertas “, o seu olhar em estudo, piedade e acção, sobre a sua vida após o cursilho. A descoberta do valor da dignidade hu-mana, como um cursilho pode e transforma ideias, e ideais... descobrir através do amor, a escutar e conhecer melhor as coisas de DEUS.

“Despojar-nos de tudo no encontro frente-a-frente com o SENHOR no Sacrário”. Para quem já viveu um cursilho de cristandade, esta é a grande revelação, e perante isto todos viajámos ao dia do nosso cursilho, e comungámos da afirmação. Não podemos guardar só para nós o Amor de DEUS, a nossa acção é tarefa, tra-balho e missão.

Depois do almoço, o rolho místico“Evangelização e Missão”, proclamado pelo Padre Antonio Ramires, As-sistente Espiritual do Secretariado Diocesano de Lisboa, envolveu-nos na vida de S. Paulo, e de S. Francisco para uma maior consagração ao SENHOR.

Em ressonância à meditação da manhã, também aqui fomos convidados a viver a Quaresma em renun-cia, e a esvaziarmo-nos do que somos para dar lugar às coisas do PAI. Perceber que o SENHOR nos chama a ser “ sal da vida, e luz no mundo “, o Pe. António situou este rolho em 3 realidades dimensionais na qual devemos harmonizar a nossa vida: vertical, horizontal, e DEUS. O mistério da Encarnação é a Palavra, e CRISTO ressuscitado confirma a Sua Palavra na Igreja. Aproxi-marmo-nos da oração, é a nossa proximidade com CRIS-TO, e a experiência orante do baptismo.

Quando DEUS deixa de ser o centro do coração de cada homem, dá-se um grave problema, e aí é a mentira declarada na construção do homem actual. Evocando o salmo 50 “... dai-me SENHOR um coração puro...” , o Pe. António convidou, desafiou e interpelou cada irmão a saborear a alegria do sacramento da reconciliação.

Na continuidade do dia, seguiram-se as reuniões de grupo, formados aleatoriamente e com as seguintes pistas para reflexão:

1 – os cursilhos em que participámos proporciona-ram todas as quatro descobertas como foi descrito no rolho?

2 – será que falta algo para comunicar devidamen-te a mensagem da missão que cada cursilhista deverá trazer de ser agente activo na evangelização e no pré--cursilho?

3 – os esquemas dos rolhos que estão a ser utilizados vão ao encontro dos objectivos de conversão individual em simultâneo com a preocupação de viver comunita-riamente a aventura de ‘construir’ Igreja?

4 – como estimular em cada um de nós, e nos que nos rodeiam, uma maior consciência de que todo o Povo de Deus é chamado a evangelizar?

As conclusões dos grupos foram partilhadas num plenário muito animado.

O encontro terminou com a celebração da Eucaris-tia, que se inicioucom o cântico cujo refrão nos levava a repetir: ‘Vamos confiantes ao trono da graça e alcança-remos misericórdia.’

Haveria melhor forma de iniciarmos o último dos momentos do nosso encontro de escolas?

Afinal se viemos confiantes para o Turcifal, saímos do Turcifal ainda mais confiantes de que com a Tua Graça alcançaremos a Tua misericórdia.

Na homilia o sacerdote, lembrou-nos que o Espíri-to Santo está sem dúvida presente na nossa vida. Um exemplo? Basta ver como cada uma das leituras deste dia se aplicavam à vida e ao carisma do MCC.

Uma das leituras dizia-nos que um grupo de pere-grinos, ao chegar a Jerusalém, se dirigiu a um dos discí-pulos e disse “queremos ver Jesus, queremos encontrar--nos com Ele”. Um dos discípulos foi o intermediário e fez com que Jesus os recebesse.

Também nós devemos querer ver Jesus e com Ele nos encontrar mas, sobretudo devemos sentir-nos como o discípulo intermediário que levou os peregri-nos até Jesus.

É esse o nosso papel: sermos o Seu intermediário, apresentando Jesus a cada um dos que connosco se cru-zam e, ao mesmo tempo, falando de cada um deles a Jesus para que Ele lhes prepare o coração para O receber.

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Lisboa

MISSÃO E EVANGELIZAÇÃONesta hora de reflexão vamos ter presente a Igre-

ja inteira, estamos em comunhão com a Igreja toda e de modo particular com o Santo Padre, que esta se-mana, através do embaixador do Vaticano nas Nações Unidas, D. Silvano Tomasi, fez saber que aprova uso da força contra o Estado Islâmico, caso não se consiga uma decisão política sem violência e considerou como “intolerável brutalidade” o que está a acontecer aos cristãos e outras minorias no Iraque e na Síria.

Para começar, pode haver alguma violência de adap-tação a este tempo de reflexão… é como mergulhar numa piscina. É tempo também de descanso, em que queremos, precisamos, como S. Paulo ou como S. Fran-cisco de Assis, uma maior configuração com o Senhor.

Inseridos na experiência de Jesus depois do Baptis-mo no Jordão, tomemos consciência do que se passou no deserto, com a palavra do Pai: “Tu és o meu filho muito amado”, sigamos aquela palavra que nos sus-tenta nos momentos de tentação, nos momentos de desânimo, nos momentos de indiferença - Foi assim que Jesus se preparou para a missão, em oração.

Por isso o que vamos fazer será em espirito de ora-ção, para conversarmos um pouco sobre a oração, so-bre a meditação. Podemos fazer o que Jesus fez, que é esvaziarmo-nos do que somos para dar lugar à vontade do Pai, despirmo-nos daquilo que somos para perceber-mos que o Senhor nos chamou a esta missão, para ser-mos dom para os outros, luz do mundo e sal da terra.

Podemos também privilegiar a oração e reconhecer que a oração ainda que seja silenciosa e pessoal é re-lacionamento, com os irmãos. Por exemplo, pela inten-dência rezamos pelos outros e estamos em relação. Não estamos perto deles, estamos perto de Deus e em rela-ção com os irmãos, ainda que ninguém saiba o que está a acontecer. No cursilho recebemos intendências e há muita gente que não a assina mas há relacionamento.

Na oração a pessoa exprime-se na sua totalidade, dizemos a Deus o que não dizemos a mais ninguém. É algo muito íntimo. Colocamos todo o nosso ser na oração, a nossa afetividade, a capacidade de amar, as nossas forças.

Donde é que isto nos vem? Na Bíblia, em S. Lucas 8, 22-25, quando os discípulos estão na barca e vem

uma tempestade enquanto Jesus dorme, Ele pergun-ta-lhes “Onde está a vossa a fé?” e eles ficam atónitos e questionam “Quem é este homem, que até o vento e a água lhe obedecem?”

Jesus vai connosco na barca da nossa vida e parece que adormece no meio dos turbilhões de vento e que nos tira a serenidade, mas não, Ele está lá.

É da nossa responsabilidade este tempo de refle-xão, mas na verdade o Senhor está interessado nesta intimidade, para isso é preciso ser valentes, bravos, corajosos, livres…até porque “Não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi”.

Deus criou-nos à sua imagem e semelhança. (Gn 1, 26-31). Em cada ser humano existe esta marca de Deus, esta marca da Santíssima Trindade; na dimensão verti-cal e na dimensão horizontal (os que são iguais a nós) e existe na dimensão do homem no seu interior (a sua dimensão espiritual).

Estas dimensões devem existir em nós e em HARMONIA.Desde que nascemos, logo no início da nossa vida va-

mos descobrindo a dimensão vertical, a nossa relação com o pai e a mãe.

Aos poucos vamos também descobrindo a dimensão horizontal, com os irmãos, primos, amigos. E mais tarde, mais ou menos por volta dos 14 anos descobre-se o amor.

Algumas religiões exploram esta realidade, tornam os seus semelhantes não como tal, mas só existindo a dimensão vertical. Há outros ainda que apontam só a dimensão horizontal, só a fraternidade, sem a dimensão

No final foi-nos lançado um convite: mergulhar nas águas do baptismo para com Jesus morrermos e dessa forma podermos ressuscitar.

O cântico final tinha como refrão “anunciaremos teu reino, Senhor”, e assim, à semelhança da forma como terminámos o nosso cursilho, recebendo a ‘nossa’ cruz e sabendo que Cristo conta connosco, terminámos o nosso encontro afirmando que iremos anunciar o

reino de Deus, um desafio que devemos executar no nosso dia a dia.

Foi um dia de partilha de ideias e de experiencias que na realidade nos aproximaram uns dos outros e acima de tudo nos uniu para sermosmais, para constru-irmos mais, para amarmos mais, a IGREJA!!!

Ana Bento e Vitor Cabrita (Escola da Grande Lisboa)

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Lisboa

vertical, sem um Deus que é Pai. Outros ainda, só a di-mensão interior (Deus está dentro de mim… eu sou Deus)

Precisamos harmonizar estas três dimensões, por-que muitas vezes, mesmo dentro da Igreja católica, há este perigo de dar mais importância a uma destas dimensões em particular. Só a vertical; só Deus - só a espiritual – o interior, ou só a horizontal - a solida-riedade, a fraternidade (centros sociais, instituições, banco alimentar, caritas, sem-abrigo). Precisamos ter o cuidado de harmonizar estas 3 dimensões, fomos cria-dos à imagem e semelhança de Deus e tornámo-nos filhos de Deus pelo Baptismo.

Em Mateus 7, 21-28 (construir sobre a rocha) vemos que Jesus ensinava como quem possuía autoridade. Há uma autenticidade, não é palavreado, é uma Pala-vra que transmite a própria pessoa.

A Palavra de Jesus possui em si mesma uma poten-cialidade. Nós somos baptizados, tornámo-nos filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo e a Palavra que pro-nunciamos tem que ser útil, tem que ser boa para ali-mentar os outros.

A Palavra da Igreja, ou a Palavra de cada um de nós é a Palavra de Cristo, somos outros Cristos. Pelo Baptismo, somos Sacerdotes, Profetas e Reis, por isso tem de ser a Palavra de Cristo, não é a Palavra de mais um profeta. Esta força da Palavra percebe-se bem por exemplo na liturgia do Natal, tendo o enquadramento da sagrada família, o mistério da encarnação é a Pala-vra (dia de Natal).

E Cristo ressuscitado confirma a sua Palavra na Igre-ja. E a nossa missão, como baptizados, é estarmos ao serviço desta Palavra. Quando no final da missa o sa-cerdote diz “ide em paz e o Senhor vos acompanhe”, é porque a missa não acaba ali. Deve ser alimento para nós e para os outros que vamos encontrar ao longo da semana, porque nessa Palavra, Cristo se revela e atra-vés de nós, vai chegar aos outros

Na missa não estamos a ler a Palavra, estamos a re-velar a Palavra aos outros o que é diferente, está-se ao serviço de Cristo. O sacerdote está revestido, só se vê as mãos e a cabeça, porque não se está a revelar a ele próprio mas a Jesus Cristo. Por isso devemos ter uma Palavra afectiva para as pessoas no nosso dia-a-dia. Nós somos criaturas de Deus, somos marcados pelo Baptismo, filhos de Deus e irmãos de Cristo, chamados todos, não só o clero, a ser ministros desta Palavra que habita em nós, e perceber a Oração de Cristo, a afec-tividade que Ele vai tendo também na oração, a criar intimidade com o Senhor, a rezar com o Senhor.

No Baptismo no rio Jordão, S. Lucas faz a identificação de Jesus com o povo pecador “estando em oração e céu rasgou-se e o espírito veio sobre ele”, por isso o sacra-mento do Baptismo é que nos torna capazes de fazer ora-ção, e nos dá a possibilidade de tratar a Deus como Pai.

Nesta experiência orante do Baptismo de Jesus, re-vela-se o amor a Deus, em Deus.

O Pai manifesta ao Filho esta consagração que faz com que Jesus aguente o deserto, aguente tudo aqui-lo porque passou.

Sabemos por outro lado, que as tentações de Jesus eram coisas que podiam acontecer, e para ele se dar a conhecer como Messias, dar o salto do pináculo, era, na verdade, uma maneira de o fazer.

Mas não era esse o critério de Jesus. Por isso, para resistir à tentação, utiliza os mesmos elementos que nós, BAPTISMO, ORAÇÃO, PALAVRA DE DEUS.

Ainda que todos os afazeres nos atrapalhem muito, com estas dimensões, conseguimos maior descanso.

A palavra de Deus dada o povo é o pasto, mas te-mos de nos alimentar do mesmo pasto. Enquanto não estivermos minimamente alimentados dificilmente fa-laremos dela e mostraremos a Palavra aos outros.

S. Lucas na transfiguração, surpreende-nos com a iniciativa da oração: Jesus subiu ao monte com os dis-cípulos para orar.

A necessidade de subir para chegarmos a Deus, sig-nifica deixar o sopé da montanha (cheio de afazeres) para ter tempo de oração. A oração é que nos trans-figura e nos dá força para aguentar as coisas mais difíceis e desagradáveis na nossa vida. Depois de um momento de oração, sentimos que podemos recome-çar com outro vigor. Sentimos isso no concreto e, por exemplo, todos nós vivemos isso no cursilho quando fomos ao Sacrário. Saímos de lá com outro vigor, com outra força.

Quando experimentamos esta transformação pela oração é a força da ressurreição a acontecer aqui na terra.

Quando Jesus manda os discípulos atravessar o mar, ele retira-se para orar. A oração visa a fidelidade à missão, leva a pessoa a colocar-se no seu lugar. A oração tem a ver com o discernimento, tem por isso a ver com o dom do espirito.

Os discípulos perceberam esta intimidade de Jesus com o pai, por isso pedem a Jesus que lhes ensine a rezar. E Jesus ensina o Pai Nosso, que deve ser rezado num contexto de verdade.

A oração exprime a nossa identidade como filhos de Deus, mas exprime também o zelo; a oração do Pai Nosso leva-nos a perceber que a vontade do Pai deve acontecer em nós, deve acontecer na comunidade, é uma oração plural. Este é o segredo de Jesus, e é um acto de fé na pessoa de Jesus que nos põe ao ritmo da vontade do Pai (pede-se pão, reconciliação, o Baptis-mo…)

Claro que a oração exige a fé como adesão e volta-mos à passagem de S. Lucas quando parece que Jesus está a dormir e pergunta “onde está a vossa fé?”. A oração exige fé, exige adesão, exige seguimento como dom.

Às vezes acontece que um homem vai a um cursi-lho e volta diferente, começa a praticar de uma forma

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mais intensa e a esposa nem sequer tem fé... o homem fica sem saber o que fazer. É preciso esta insistência, este zelo na oração, este seguimento, esta fé!

O Papa Francisco na “Alegria do Evangelho” nº. 264, fala desta missão “A primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-lo cada vez mais. Com efeito, um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor se-ria? Se não sentimos o desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos de nos deter em oração para lhe pedir que volte a cativar-nos. Precisamos de o implo-rar cada dia, pedir a sua graça para que abra o nosso coração frio e sacuda a nossa vida tíbia e superficial.”

Temos sempre que falar Dele, não desistir de falar Dele.

A oração exige fé como adesão como seguimento e isso temos que ter sempre presente.

“Numa paróquia, o Prior ficou sem carro e um mé-dico da terra, homem que não ia à Igreja nem tinha fé mas porque admirava o zelo, a disponibilidade e a entrega do Padre, durante duas semanas levou-o às missas todas, de sábado e domingo, e foi-se deixando tocar. Já admirava o Padre mas o andar com ele de um lado para o outro, fê-lo crescer na fé.”

Há mais casos destes, bastantes casos destes “bem--aventurados os puros de coração porque verão a Deus” - é sinónimo da vida de Cristo em nós. Nós ve-mos que se isto acontece a qualquer um,a qualquer criatura de Deus, também deve a acontecer em nós, um coração que se entrega como o de Jesus. Nós te-mos fé e o coração é o órgão com o qual se consegue ver a Deus. O coração é o centro da personalidade de cada homem. É no coração do homem que está o centro e quando Deus deixa de ser o centro e passa o homem a ser o centro geram-se grandes conflitos.

A natureza humana tem marcas de oposição a Deus e sozinhos não as podemos vencer. O coração do homem pode cair numa duplicidade, numa men-tira ou numa falsidade. Existem muitos casos de in-ternamento psiquiátrico que tem a ver com a esta

questão de as pessoas passaram a ser o centro e vi-vem tantos conflitos que passa a haver uma mentira e uma falsidade que levam à loucura.

O homem olha muito para as aparências. Deus não faz isso, Deus não quer isso “rasgais os vossos corações e não as vossas vestes” o consumismo, a sen-sualidade exagerada… há provações exteriores de toda a ordem para desenvolver esta oposição aDeus.

É preciso estar vigilantes aos pensamentos inte-riores, ter travões, ter disciplina interior, desejar um coração puro, reconhecer a nossa fragilidade e sabo-rear a alegria do sacramento da reconciliação, sacra-mento que a muitos, é o que mais toca num cursilho. Para muitos foi a novidade do cursilho mas que não se pode perder, a proposta é um caminho de renova-ção e formação do nosso carácter e do nosso coração. “Dai-nos Senhor um coração puro”, é algo que temos que pedir muitas vezes.

Rezar o salmo 50 “Compadecei-vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande mise-ricórdia, apagai os meus pecados…”, recordando a experiência do nosso pecado e da nossa limitação hu-mana.

Esta experiência de aproximação a Deus, é cami-nho que não se faz sozinho. Faz-se caminhando com Cristo “CRISTO E EU MAIORIA ABSOLUTA” com a cer-teza de que ele nos dá a força necessária. O valor da pessoa está na grandeza do seu coração e não na televisão, no dinheiro ou noutra coisa qualquer. Lem-bremo-nos de Zaqueu, um homem que tinha muitas coisas mas o que interessou a Deus, foi o seu o cora-ção.

O que interessa a Deus é vivermos como S. Paulo e podermos dizer “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. É seguirmos o que o Papa Fran-cisco nos diz e tornarmo-nos verdadeiros discípulos missionários.

Pe. António Ramires Assistente Espiritual do Secretariado Diocesano de Lisboa

21 de Março de 2015 - Encontro de Escolas do N. Sul

Lisboa

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Bragança - Miranda

62.º CURSILHO DE CRISTANDADE DE HOMENS

62.º Cursilho de Cristandade de Homens

A diocese de Bragança-Miranda, a partir do dia dezanove do pretérito mês de abril, ficou mais rica. É que terminou nessa data um novo cursilho de homens. Foi o 62.º. Nele participaram dezasseis valentes e cora-josos, de diversas idades, gerações, e níveis culturais, oriundos dos centros de ultreia de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Vimioso, Alfandega da Fé e Torre de Moncorvo. Estes homens decidiram viver, de forma alegre e empenhada, a experiência maravilhosa de um cursilho de cristandade. Por isso, a diocese pode agora contar com eles, para trabalharem na vinha do Senhor, renovando os seus ambientes e impregnando-os de espírito evangélico, com a sua presença ativa e transfor-madora: as famílias, os vizinhos, os amigos, os colegas de trabalho…

Apoiado por uma equipa constituída por nove lei-gos e três sacerdotes, este cursilho decorreu no Seminá-rio de S. José, em Bragança que, para o efeito, disponi-bilizou as suas instalações, onde todos foram acolhidos com espírito fraterno.

Estes bravos homens, que deixaram tudo por três dias, tiveram a oportunidade de tomar consciência de que DEUS é AMOR, bondade e misericórdia; que é o ponto de encontro da vivência e a convivência do fun-damental cristão; que Ele nos criou para sermos felizes e contribuirmos, na medida das nossas possibilidades para o bem-estar e felicidade daqueles que o Senhor, todos os dias, põe no nosso caminho.

Compreenderam que só seremos cristãos autênticos,

comprometidos com o Plano de Salvação, se vivermos na graça de Deus, se praticarmos, de forma equilibrada, a piedade, o estudo e a acção, sustentáculos da nossa vida cristã.

O Cursilho terminou com a clausura de encerra-mento, que se realizou na cripta da Catedral de Bra-gança, e foi presidida por D. José Cordeiro, Bispo da diocese. Durante a mesma foram escutados atenta-mente os testemunhos destes novos cursilhistas, que fizeram uma apreciação muito positiva da experiência que viveram naqueles três dias e que com ela muito sensibilizaram toda a assembleia que, emocionada, reviveu o seu cursilho.

Como todos sabemos a realização de um cursilho de cristandade implica não só a ação dos que partici-pam presencialmente no mesmo, mas também dos que, ficando na retaguarda, rezam pelo seu bom êxito.Assim, a intendência foi uma força que dinamizou cons-tantemente toda a equipa ao longo dos trabalhos. Até nós chegaram orações de intendência vindas de vários pontos do país e do mundo, de comunidades que esta-vam connosco em oração, para que este cursilho desse bons frutos. E deu!

Um sentido “obrigado” aos que, das mais diversas formas,contribuíram para a realização deste cursilho.

O Secretariado do MCC, na Diocese de Bragança-Miranda

15 a 19 de Abril de 2015

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18 PEREGRINO

Com a presença de cerca de uma centena de cursi-lhistas, oriundos dos mais variados centros de ultreia da diocese de Bragança-Miranda, decorreu, no dia vinte e oito de fevereiro, o retiro quaresmal do MCC de Bragança, nas instalações do seminário desta cidade.

Os trabalhos tiveram início às nove horas com uma profunda reflexão, brilhantemente orientada pelo padre José Moreira, assistente religioso do MCC, que permitiu a cada participante o reencontro jubiloso consigo próprio, com os outros e com Cristo Ressusci-tado. Em simultâneo esteve disponível para o exercício da reconciliação o cónego João Gomes, director espi-ritual do MCC, que acolheu todos os que desejaram reconciliar-se.

Pelas doze horas teve lugar a celebração da missa, após a qual se seguiu o almoço que serviu não só para retemperar as forças dos cursilhistas, mas também para um momento de convívio fraterno.

Pela tarde, foi realizada a via-sacra, com a partici-pação de todos, na belíssima mata do seminário.

Foi um dia muito vivido e convivido pelos cursilhis-tas presentes, que partiram para suas casas renovados, com os corações fortalecidos, a transbordar de alegria-que, por certo, irradiarão nos seus ambientes.

O Secretariado do MCC, na Diocese de Bragança-Miranda

Bragança - Miranda

Era tempo da Páscoa.As famílias celebravamOs dias da libertação.A noite era diferenteEra a noite do Seder PascalRefeição solene, memorial,De súplica e agradecimento.Na mesa, cordeiro assado,Pão ázimoQue a pressa não deixou levedar,Ervas amargas, haróssset saborosaE quatro taças de vinhoPara acompanhar.

“Ao cair da tarde”Jesus toma lugar à mesaE com os discípulosInicia solenementeA celebração da Sua Páscoa.Era uma refeição especial“Desejada ardentemente”Refeição de muitas emoções,De amor nos corações.Há dúvidas, incertezasOs últimos ensinamentosUma despedida sentidaIntensamente vivida.

Então, Jesus, emocionadoInterrompe o ritual.Toma o pão e o vinho,Pronuncia a bênçãoE para sempreSeu Corpo e SangueSão alimento espiritual.É a completa doação,Acto supremo de amorGeneroso, integral.“ Ó Cruz bendita, só tu nos abriste Os braços de Jesus, o Redentor.”

A ÚLTIMA CEIA

RETIRO QUARESMAL28 de Fevereiro de 2015 - MCC Bragança

por Duarte Nuno Pires (Bragança)

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PEREGRINO 19

Realizaram-se nos pretéritos dias 23 a 26 de Abril e de 30 de Abril a 3 de Maio os cursilhos nºs. 127º. de Homens e 110º. de Senhoras da nossa Diocese que decorreram na Casa da Sagrada Família de Mira.

Foram dois grandes momentos em que o Espírito Santo se manifestou de uma forma bem forte, com todos os presentes a viverem todos os rolhos e vivências e a tomarem consciência do Deus que é PAI, mas que fundamentalmente é AMOR.

Todos sentiram que a graça de Deus os penetrou e entusiasmou dando-lhes força para levarem para os seus ambientes a repercussão do seu novo sentir CRISTO, VIVO e RESSUSCITADO, e, a partir deste momento, transmitirem, dentro das possibilidades de cada um,

esse viver cristão, quer na família, quer no seu trabalho ou na comunidade que os rodeia.

Os encerramentos tiveram lugar no salão S. Tomás (Seminário Maior de Coimbra), o de homens no dia 26 de Abril e o de Senhoras no dia 3 de Maio. Em ambos os encerramentos o salão esteve completamente repleto de irmãos cursilhistas, sendo de destacar, no primeiro, a presença do Senhor D. Virgílio, bispo da Diocese, que presidiu, e que manifestou, na sua intervenção, a gran-de alegria por comemorar nesse dia os trinta anos do seu próprio cursilho.

Seguiram-se os testemunhos de todos os novos, que cheios de fervor e alegria manifestaram estar dispostos a dar um novo rumo ao seu 4º. dia e, como dizia um dos

Núcleo Centro - Coimbra

Realizou-se no dia 15-03-2015, um Mini-Cursilho para casais, promovido pelo MCC, segundo o que estava pre-visto no nosso calendário.

Este encontro teve Iugar no Seminário Maior de Coim-bra, iniciou-se às 09:00 h., e terminou cerca das 18:30 h.

Estiveram presentes 20 casais oriundos das paróquias de Covões, Lousã, Pombal, Ribeira de Frades e Soure. Os trabalhos foram orientados pelo Assistente Espiritual Diocesano, Cónego Sertório Martins.

Os temas oferecidos para reflexão (Reforma Pessoal, Reforma Comunitária do Casal e Reforma Comunitária dos Ambientes) foram devidamente analisados e parti-lhados em casal.

Depois da Missa, na capela do Seminário, e feita uma análise ao dia de trabalho, as conclusões foram muito positivas. Sintetizando: o que os casais, acima de tudo necessitam não é conversar, mas dialogar.

Foi um dia completo, onde o Espírito Santo iluminou e mostrou o “caminho a seguir” na vida de cada casal.

Os temas foram bem dados, com vivências que toca-ram todo o grupo, tendo havido, nas pausas, muita camaradagem, reinando sempre muita alegria.

O encerramento com a eucaristia foi a “cereja no topo do bolo”, pois tirando o frio que se fazia sentir, todos estavam com o coração cheio.

O Secretariado

MINI-CURSILHO DE CASAIS15 a 18 de Janeiro de 2015

127.º CURSILHO DE HOMENS E 110.º CURSILHO DE SENHORAS

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20 PEREGRINO

Núcleo Centro - Coimbra

Realizaram-se de 23 de Abril a 3 de Maio, dois Cur-sos de Cristandade, o 128 de Homens e 111 Senhoras, na Diocese de Coimbra.

São momentos altos no Movimento, para os novos e também para os antigos e muito especial para as suas Paróquias. Do Centro de Cantanhede, participaram três novos, 1 homem e 2 senhoras. Encerramento foi no Seminário Maior de Coimbra, Salão São Tomás de Aquino, espaço, muito bonito, boa decoração e mobi-liário, tudo a jeito para excelentes partilhas. As nossas Cursilhistas Novas, transbordavam sorrisos, muita feli-cidade, amizade e por diante, os testemunhos, sinté-ticos mas muito comprometidos, frases, acudam-nos tantos caixotes, aproveitar o gás, a amizade, vamos em frente. Vou ser fermento, sal, aprendi muito, vou cheia de Cristo. Antes estava na escuridão, agora estou na luz, foi muito bom, muita alegria, arrumar o lixo, uma experiência tão grande e desta forma, ainda não tinha vivido.

No primeiro dia um misto de surpresa e revolta, com o correr do cursilho só podia ter muitas alegrias.

O Cursilho trouxe-me a paz na família, nos amigos, nos vizinhos, no amor ao próximo

Estes foram alguns dos testemunhos do encerra-mento do Cursilho de Senhoras, partiram todas com propósito de serem mulheres diferentes, os lábios, as mãos, os pés de Cristo, partilharem de amor de Cristo aos Irmãos.

José Lopes FerreiraCoimbra

PARTILHANDO

novos “ … vou ganhar asas para viver esse novo tempo que agora começa…”

O encerramento do Cursilho das Senhoras, foi bas-tante convivido. Algumas confessaram já terem uma caminhada Cristã, mas, viram agora no Movimento algo mais arrojado e participativo com um TRIPÉ (ES-TUDO, PIEDADE e AÇÃO) de compromisso, para serem Fermento e Sal nas suas comunidade/família/profissões.

Além das novas, que deram o seu testemunho entu-siasmado, falaram, como é habitual, alguns dos maridos presentes, já acerca do seu 4º. dia, os quais proporcio-naram momentos de grande emoção e partilha com a preocupação de, futuramente, serem bons frutos e ramos na árvore de Deus. Destacaram-se mais algumas expressões:

(…) Encontrei-me com Deus. Tenho agora o meu coração aberto, sabendo que as minhas direcções têm agora um sentido mais objectivo (...)

(…) Andava no escuro e agora encontrei a Luz (...)”(…) Agora os Sinais já têm explicação, estava tudo

previsto (...)”(…) Vamos colocar o Teu Amor na nossa Vida fami-

liar e na comunidade (...)(...) Depois deste curso de Amor tenho de ir a correr…

porque tenho muito para fazer como cristão no 4º Dia…(...) Estou feliz também porque vou ser acolhida num

grupo de vida que me fará crescer (...)

(...) Este curso deu um novo sentido á minha vida e o 4º dia será melhor (...)

Os dois cursilhos tiveram como directores espirituais: o Padre Orlando Henriques no Cursilho de Homens e o Padre João Fernando no das Senhoras que agradeceram a Graça de Deus espelhada nestes homens e mulheres. Com a força do Espírito Santo estes padres permitiram dar a conhecer o Amor de Deus e fazer outros a crescer na fé.

O Director Espiritual do M.C.C. da Diocese de Coim-bra, Padre Sertório, sempre presente, encerrou, agra-decendo ao Secretariado Diocesano, aos Reitores e a todos os Dirigentes que participaram, o seu entusiasmo e fé, reconhecendo que foi mais um passo na confirma-ção do Movimento na Diocese, como caminho para a evangelização das famílias e ambientes. O M.C.C. de-pende de todos nós e principalmente dos novos cursi-lhistas. Pediu que os novos cursilhistas levassem o fogo do Espírito Santo a todo o lado em que se desenrola a sua vida, e que o amor, a amizade e a fraternidade também se consegue rezando e estudando, bem como compartilhando os seus testemunhos de vida. Isso é ser Cristão e faz crescer na fé. Porque Ele conta contigo, rematou, usando as palavras do Papa Francisco:

- “É necessário sair, sem cansaço, para encontrar os afastados!”…)

O Secretariado de Coimbra

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PEREGRINO 21

Decorreu de 5 a 8 de março na Casa de Retiros do Seminário Diocesano de Leiria, o 100º Cursilho de Senhoras, que contou com a participação de 17 mulhe-res determinadas e empenhadas em conhecer um novo rosto de Cristo, pronto para as receber de braços aber-tos.

A equipa liderada por Célia Alexandre da Paróquia de Pataias, teve como diretor espiritual o Pe. Alcides Neves e a colaboração do Pe. João Pina Pedro e do Pe. Benevenuto Morgado, este último, ainda que, no auge dos seus mais de 80 anos, não hesitou em dizer o seu sim a este desafio e mostrar como se apaixonou pelos Cursilhos mostrando às participantes que «a felicidade está na maneira como cada um sabe amar», deixando--lhes uma extraordinária mensagem de vida que segu-ramente as marcará no seu quarto dia: «O homem não vale nada por aquilo que tem, vale muito pouco por aquilo que sabe, muito menos por aquilo que diz, mas vale muito por aquilo que é».

A avaliar pelos emotivos testemunhos que se ouvi-ram no encerramento que decorreu no pavilhão do Seminário Diocesano de Leiria no dia 8 e que foi pre-sidido por Sua Excelência Reverendíssima o Bispo Dio-cesano, D. António Marto, estas irmãs partiram para o

seu quarto dia a tomar como suas as palavras de Madre Teresa de Calcutá «Evangelizar é ter Deus no coração e levá-lo aos outros».

Contou ainda o encerramento com a presença de um casal do Secretariado Diocesano de Portalegre/Cas-telo Branco, que se quiseram associar a este momento emblemático do MCC na diocese, dando a todos o seu próprio testemunho traduzido nas palavras de Lucília Miguéns, presidente daquele secretariado. É assim a amizade que une os que aceitaram viver esta experiên-cia e com ela, viram a sua vida mudar para melhor.

Os Cursilhos de Cristandade ainda que fazendo o seu caminho a ultrapassar muitas barreiras, continuam a levar Cristo de uma forma única aos corações de todos quantos aceitam o desafio de viver esta experiência, fazendo com que se enamorem dele e mostrando-lhes que este «não é um Cristo vencido na cruz, é um Cristo vitorioso», levando-os a perceberem que «Um Cristão tem que ser um profissional do amor».

Afinal, e citando Bento XVI «Se não nos enamora-mos de Cristo, não temos interesse algum como cristãos.

Estrela Neiva

CURSILHO N.º 100 DE SENHORAS

TESTEMUNHO “Tudo Posso Naquele que me conforta” (testemu-

nho da Irmã Susana Juárez sobre a recente vivência de um cursilho).

Olá, meu nome é Susana Salinas Juárez, sou religiosa da Congregação Filhas de Santa Maria de Guadalupe, natural do México e a residir na Marinha Grande há 4 anos.

Recebi o convite para participar no Cursilho de Cristan-dade nº 100 para Senhoras na diocese de Leiria-Fátima.

Entre os dias 5 a 8 de Março 2015 na casa de Retiros São José no Seminário Diocesano de Leiria, vivi uma experiência única de oração e aprofundamento da

minha fé e intimidade com Jesus Cristo, o qual nos chama a ser santos e felizes.

Sinto que os rolhos me aju-daram muito.

De facto o testemunho de entrega e generosidade de cada um dos membros da equipa organizadora, fez-me descobrir como Deus se ia manifestando pouco a pouco em cada uma de nós.

Ao escutar e refletir a sua palavra, foi aumentando a amizade entre nós e a riqueza da partilha foi belíssima,

Núcleo Centro - Leiria / Fátima

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22 PEREGRINO

Núcleo Centro - Leiria / Fátima

ULTREIA DIOCESANA - LEIRIA / FÁTIMA

Decorreu no dia 10 de maio na Igreja Paroquial das Matas, concelho de Ourém, mais uma Ultreia Dio-cesana do MCC Leiria-Fátima.

Levar a vivência de uma ultreia diocesana às Paró-quias mais afastadas do centro da diocese, foi sempre uma aposta do secretariado diocesano, procurando descentralizar esta organização anual onde se pre-tende que estejam o maior número possível de cur-silhistas.

E foram muitos os que se deslocaram às Matas para partilhar uma tarde de convívio cursilhista, cen-tralizado no tema da Família, tema aliás proposto pelo Sr. Bispo D. António Marto para o presente ano pastoral.

Depois da eucaristia concelebrada pelo diretor espiritual Pe. Alcides Neves e pelo Pároco das Matas Pe. João Pina Pedro, ouviu-se o testemunho extraor-dinário da principal rolhista, Kátia, uma jovem ainda a dar os primeiros passos no MCC uma vez que tem apenas um ano de cursilhistas, e que a todos encan-tou com a sua humildade, naturalidade e acima de tudo com um sorriso de quem é seguramente feliz e não hesita em mostrar essa felicidade.

Foram também ricos os testemunhos que se ouvi-ram em casal ou individualmente de cursilhistas pre-sentes oriundos de diferentes paróquias da diocese, de onde sobressai a forma unânime como todos sus-tentam a sua vivência familiar, no amor de Cristo e a

10 de Maio de 2015

Reunião de Núcleo Centro (21 de março de 2015)Decorreu no dia 21 de março em Leiria a terceira

reunião do presente ano pastoral, dos secretariados do Núcleo Centro.

Estiveram presentes para além dos representantes do secretariado anfitrião, os representantes dos secretariados de Coimbra, Santarém e Portalegre/Castelo Branco, estando ausente com justificação atempada, o secretariado da Guarda.

Com os trabalhos a decorrer sob a coordenação do secretariado de Coimbra, foi registado com alegria o regresso a estas reuniões de trabalho, do presidente do Secretariado de Santarém, José António, ausente durante um longo período por doença.

A reunião decorreu com verdadeiro espírito de partilha e amizade e com a presença do diretor espiritual

do MCC na diocese de Leiria-Fátima, Pe. Alcides Neves.Foram neste contexto, partilhados os momentos

bons e os menos bons ao longo dos últimos meses, partilhadas as preocupações dos secretariados com o presente e o futuro do Movimento, foram partilhadas experiências e realidades de cada secretariado, das suas escolas, ultreias e grupos, das suas atividades já realizadas e das que se propõem realizar no futuro.

Mas sobressaiu como conclusão, que a união na fé, na amizade, na partilha, mantém sólidos os laços entre os secretariados e entre os seus interlocutores, ajudando no caminho sinuoso que temos pela frente, acreditando sempre que COM CRISTO… MAIORIA ABSOLUTA.

Estrela Neiva

foram novas luzinhas para poder viver com profundidade a minha fé e espiritualidade.

Esta vivência do cursilho foi muito produtiva para continuar com alegria esta caminhada numa realidade que nos exige cada vez mais sermos homens e mulhe-res de fé e nos leva a mostrar na prática com o nosso

testemunho que Cristo está comigo e reproduzindo as palavras de São Paulo continuo a dizer Tudo posso naquele que me conforta! »

Susana Salinas Juárez

REUNIÃO DE NÚCLEO CENTRO 21 de março de 2015

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PEREGRINO 23

Núcleo Centro - Portalegre / Castelo Branco

Realizou-se na Casa Diocesana de Mem Soares, em Cas-telo de Vide entre 30 de Abril e 3 de Maio, o 73.º Curso de Cristandade de Senhoras da Diocese de Portalegre e Castelo Branco. Foram três dias de convívio, oração e reflexão intensamente vividos por 21 mulheres dos mais variados pontos da Diocese, que participaram

neste cursilho, acompanhadas por uma equipa de 11 leigas e 5 sacerdotes.

O Encerramento, presidido pelo Sr. Bispo D. Antonino Dias, teve lugar no Cine-Teatro do Gavião, com grande participação de Cursistas de toda a Diocese.

CURSILHO N.º 73 DE SENHORAS30 de Abril a 3 de Maio de 2015 - Castelo de Vide

Cristo, na oração, no exemplo e no amor ao próximo, onde a vivência de um cursilho de cristandade foi uma grande ajuda.

A finalizar, o Pe. Alcides Neves, não pode deixar de salientar as belíssimas palavras que o Papa Fran-cisco dirigiu a todos os cursilhistas na Ultreia Euro-peia que decorreu em Roma no dia 30 de abril.

A ultreia terminou com o habitual lanche parti-

lhado, momento onde todos podem interagir com todos, matar saudades daqueles que não se encon-tram com frequência, partilhar experiências de grupo, etc…

Seria seguramente uma ultreia muito mais par-ticipada, não fosse a aproximação da peregrinação anual de maio que envolve muitos cursilhistas em atividades de voluntariado no apoio aos peregrinos.

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24 PEREGRINO

Núcleo Centro - Portalegre / Castelo Branco / Vila Real

1.º MINI CURSILHO DA DIOCESE DE VILA REALDo Porto com Amor...

Viveu-se nos dias 28 de fevereiro e 1 de março, na Casa Diocesana de Vila Real, a graça do 1º Mini Cursilho da diocese, com 48 pessoas inscritas, dentre eles 11 casais. Foi uma ação programada tendo em vista não só o aniversário de um cursilho, mas também, em conjunto abordarmos a problemática da família, não só à famí-lia nuclear, mas, e também, à família mais alargada. Contámos com o apoio do nosso assistente espiritual, Ex.mo Padre Márcio, que nos acompanhou nos dois dias.E foi graças à boa vontade da equipa vinda do Porto, tendo como diretor espiritual o Ex.mo Padre Batista, como reitor, o casal presidente do secretariado, Joa-quim Mota e Maria José, acompanhados de mais cinco casais e duas pessoas solteiras que tudo foi possível.Da equipa pudemos testemunhar “Vede como eles se

amam”! Sobressaiu o espírito evangélico, a alegria, doação, dedicação ao reitor, concórdia, simpatia e espírito de sacrifício, testemunhando a maravilha do Evangelho vivido na normalidade do dia a dia.Dos vários núcleos ouvimos alguns testemunhos:Não poderíamos deixar de escrever umas palavras. Adorámos esta experiência do mini cursilho. Veio dar -nos coragem, muita coragem, para ultrapassarmos os nossos momentos difíceis como família. Aquele sítio é mágico... Parece que chove para cima de nós muita fé, Deus é mesmo grande, só temos de lhe agradecer por tudo quanto temos recebido de alegria e dor e por mais uma vez termos a oportunidade de estarmos a aprender em conjunto, o que é o amor de Deus pelos seus filhos. (Sandra e Carlos)Foi bom, foi muito bom, as pessoas que vieram teste-

Quando da viagem para o Cursilho, senti que algo de muito importante e marcante iria acontecer comigo.Ao longo dos dias em que se desenrolou o Cursilho, as emoções, os sentimentos, a aprendizagem, a surpresa, o cansaço físico… tomaram conta de mim. Sabia que algo se estava a passar, sabia que o meu encontro mais profundo com Cristo se estava a consolidar. A noção de um compromisso que está prestes a ser aceite pode assustar e, em determinados momentos, até nos pode fazer vacilar e pensar que não vamos estar à altura; mas há uma força interior que nos vai lançando para a frente e sentimos que está chegada a hora!Pelo encontro, pelos testemunhos, pela espontânea amizade entre todas as cursistas, pelas visitas ao San-tíssimo (sim, estas visitas são um verdadeiro encontro

com Ele!), sei que hoje, e já com o desafio do 4º dia bem presente, sou e pertenço à grande Família Cursilhista, que assume o compromisso de ser membro consciente e actuante do Corpo Místico de Cristo e que é parte integrante da Igreja militante.Nós somos as mãos, os pés e o rosto de Cristo! “A me-dida do amor é amar sem medida…”! O Senhor dá-nos sempre auxílio através da oração e do sacrifício… Pois que assim possa ser neste 4º dia… meu e nosso!

Paula MarquesParóquia de São Lourenço - Portalegre

TESTEMUNHO

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PEREGRINO 25

Vila Real

Acabaram de se realizar o 30º Cursilho de Homens e o 19º Cursilho de Senhoras na diocese de Vila Real.Estes cursilhos não estavam programados e estive-ram mesmo por um fio. Mas quando o Homem quer e a obra é boa, o Senhor ajuda e tudo se consegue.E foi graças ao entusiasmo dos nossos irmãos que passaram por esta experiência mais recentemente, que tudo foi possível. Foram os primeiros a demons-trar inquietude e a mobilizar-se no sentido de cativar novos irmãos para Cristo.E assim deram o passo para a glória 15 valentes ho-mens e 22 valentes mulheres! A maioria ainda jo-vens.Embora o Movimento seja um movimento de leigos, temos verificado que o envolvimento dos sacerdo-tes, no pré cursilho tem sido determinante.Parece que nós, leigos não temos capacidade de per-

suasão, ou não estaremos a empenhar-nos com todas as armas que temos?Sinto-me tentada a transcrever um excerto duma mensagem recebida duma “nova” e para o qual pedi autorização:“…ontem Deus preparou uma festa para mim. Quan-do saí do carro (pois foi trabalhar na noite da clau-sura, após o encerramento) os pássaros cantavam melodiosamente, tão melodiosamente que me senti tentada a convidar Deus para dançar comigo. Não fui capaz de o fazer; achei que seria um par demasiado pequeno e por isso Ele teria de me pegar ao colo…”E nós, equipa de dirigentes e cursilhistas empenha-dos, não nos cansamos de repetir: “estamos conten-tes, mas não satisfeitos”!

VILA REAL EM FESTA19.º Cursilho de Senhoras e 30.º Cursilho de Homens

Graça MonteiroA Presidente Secretariado

munharam e vemos que todos temos os mesmos pro-blemas e todos queremos seguir Cristo e assim co-nhecer o Amor Verdadeiro. As batalhas deles são as nossas e por isso para a frente. Há tanto que fazer! Um sentimento grande. Aprendi que o matrimónio é o amor do homem e da mulher, mas o principal é o amor de Deus. Gostei imenso, por estarem a falar a nossa linguagem com sentido positivo, não há pala-vras: a família junto, o amor de homem e mulher… (Laurinda e Acácio Gabriel)Tudo o que está vivo, muda a cada momento e o casal em família tem vidas próprias, cresce e amadurece. É como cuidar das plantas: se as regarmos e cuidarmos delas diariamente, elas crescem e ficam bonitas. É na família que acolhemos o calor humano e felicidade. Os pais devem formar os filhos segundo a Palavra de Deus. É importante formar os filhos para que sejam felizes e não para que sejam ricos.O mini cursilho foi emocionante: ver todos aqueles casais com tantos afazeres profissionais e com tanto

amor, que se deslocaram até nós, iluminados pelo Di-vino Espírito Santo e deixando testemunhos tão bons! (Manuela e Raúl)Gostei muito de estar novamente num sítio em que mudou a minha vida para sempre. Só tive muita pena de o meu marido José não estar presente comigo mas partilhei muito com ele e até já vi o meu marido mu-dado. Louvado seja Senhor, como Deus trabalha este mistério! Trouxe Cristo muito mais no meu coração e partilhar mas só me pediu duas frases e acho que foi mais um bocado... (Helena Sousa)Lembro a frase que mais me tocou, sobre a problemá-tica do acompanhamento aos pais idosos: “mas tu to-mas conta da tua mãe porque gostas dela, ou porque os teus irmãos não o querem fazer?”Deixou-me a refletir, como nem sempre vemos os pro-blemas pelo amor e apenas pelo nosso interesse e co-modidade!Bem hajam!

Secretariado Diocesano Vila Real

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26 PEREGRINO

Realizou-se no passado dia 28 de Março, o Encon-tro dos Secretariados do Núcleo Norte. Sendo o Secre-tariado Diocesano do Porto o anfitrião deste encon-tro, o mesmo realizou-se na Casa de S. Paulo com a presença dos seguintes Secretariados: Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu. Lamentamos a ausência de Lamego que não pode es-tar presente. Contamos também com as presenças do Excelentíssimo Reverendíssimo Bispo Auxiliar da Dio-cese do Porto, Sr. D. João Lavrador, Sr. Pe. Batista, Di-retor Espiritual e Sr. Pe. Barros, Vice-diretor Espiritual da Diocese do Porto, que muito agradecemos. Tam-bém estiveram presentes o Sr. Pe. Paulo Gandarinho da Diocese de Aveiro e o Sr. Pe. José António da Dio-cese de Viseu.

Os trabalhos tiveram início na capela com a ora-ção de Laudes. Na sua meditação D. João Lavrador salientou a importância da nossa disponibilidade inte-rior para levar a cabo o que o Senhor espera do nos-so Movimento: o Pré-Cursilho. Não basta ter tempo, nem a falta dele justifica a ausência de pré-cursilho. O importante é a disponibilidade interior de cada um para acolher a Palavra de Deus e responder como o Profeta Isaías: “Eis-me aqui, eis-me aqui”. Para o de-sempenho desta tarefa é importante a formação, não só espiritual, psicológica e social, mas a que conhece-mos na Escola de Cristo. Escola de amor, de entrega, de partilha, de doação, de humildade, de serviço. Mas também, Escola de alegria e de autêntica felicidade.

A reunião decorreu seguindo-se a ordem de traba-lhos, proporcionando a partilha de experiências, de

dificuldades e do que cada secretariado tem vindo a fazer para contornar essas dificuldades. Falou-se da Escola, do Pré e Pós-Cursilho, das actividades levadas a cabo pelo Secretariado Nacional, como o Cursilho de Cursilhos e o Encontro de Dirigentes, em Fátima.

Todavia, esta foi uma reunião diferente de todas a que já assistimos, talvez pela participação tão nu-merosa, de sacerdotes e bispo, que demonstra a im-portância que o nosso Movimento tem para a Igreja e o quanto ela, Igreja, espera também dele. Ou tal-vez, por que preocupados com os tempos de hoje, nos dirigiram palavras de inquietação às quais não pude-mos ficar indiferentes. O Sr. Pe. Batista alertou-nos para o facto de gastarmos tanto tempo nas estruturas do Movimento que não temos tempo para a missão; para aquilo que é prioritário e fundamental: o Pré--Cursilho. E, questionou-nos: Temos uma preocupa-ção latente para esta missão de enviados ao mundo? Se Bonnín hoje estivesse aqui o que diria? Será que o MCC continua atual?

Em jeito de conclusão, porque os seus afazeres não lhe permitiam ficar mais tempo, aconselhou cada um a fazer uma radiografia a si mesmo. E, lembrando que a seguir à morte há a ressurreição, interpelou-nos com a seguinte questão:

Que precisa de morrer em nós para que demos fru-to para o MCC e para Cristo?

O MCC ao mesmo tempo que possibilita o encon-tro com Jesus capacita os cursilhistas para o que se espera deles: que sejam vértebras de cristandade nos ambientes seculares; que se disponibilizem a servir

Núcleo Norte

ENCONTRO DOS SECRETARIADOS DO NÚCLEO NORTE

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PEREGRINO 27

Núcleo Norte

nos ambientes políticos, nas associações recreativas, desportivas … há muitos leigos, mas com esta disponi-bilidade interior ….

Como disse o Sr. Pe. Barros: era bom que estudás-semos os nossos ambientes. A Escola e o afastamento da Educação Cristã; o Sindicato e a Justiça; a Gestão das Empresas; a Cultura e a sua relação com a Juven-tude. As formas, tendencialmente, reformam-se; o conteúdo, Deus, Filho e Espírito, não muda. Vem de Jesus Cristo e não muda. Se queremos ser semeadores do mundo que vai nascer dentro de décadas devemos fazer o que diz o Papa Francisco: “saiam para os am-bientes”. Só seremos semeadores desse mundo novo se estivermos inseridos nesses pólos onde é preciso intervir. Como vamos intervir? Estando presentes, fa-zendo pré-cursilho, levando Jesus Cristo aos ambien-tes que andam afastados dos Seus caminhos. Vamos apostar no fundamental, que é Jesus, mas vamos ino-var nas formas.

Numa última palavra que nos dirigiu o Sr. D. João, referiu-nos que as reuniões não se fazem para se es-gotar os assuntos nelas, mas para fazer a experiência do encontro com aqueles que emanam os mesmos sentimentos. Em termos de partilha chamou a nossa atenção para alguns aspectos:

- Quando o Papa põe como título na sua carta apostólica “A Alegria do Evangelho”, tem uma pro-fundidade muito grande. Todos se lembram do tem-po em que esta alegria arrebatava muita gente; a ale-gria era muito mundana porque era o êxito de muitos sucessos. Essa alegria tem algum sentido mas não é a mais importante. Esta alegria tem de vir com o encon-tro com Cristo.

É fundamental estudarmos o meio envolvente, a cultura onde nos situamos, o que nos proporciona e o que nos hostiliza. O mundo atual é diferente de há

50 anos. Não estamos num ambiente ateu que existia, mas hoje existe uma indiferença generalizada. As pes-soas pouco querem saber de Deus. Os movimentos e particularmente o nosso, sofrem desta situação. É pre-ciso despertar a curiosidade para que sintam necessi-dade de fazer esta experiência cristã de encontro com Jesus. Sendo difícil, não podemos perder a alegria, a satisfação devido a esta dificuldade.

Há necessidade de estabelecer uma relação de entendimento entre os movimentos e a Igreja. En-ganam-se os que pensam que basta ter uma paró-quia renovada para não precisarem de movimentos. A Igreja continua a precisar desta forma de atuar. Os movimentos devem descobrir a sua originalidade, que não tem a ver com a roupagem do tempo, para a apli-car no tempo atual, com a roupagem, a exigência e as necessidades desse tempo.

E concluiu: é uma grande alegria acompanhar este movimento porque verifico o entusiasmo e a alegria que colocais neste movimento. É um Movimento que continua a ter muito para dar á Igreja. Energia, fé, testemunho: precisamos disto tudo de vós, para que Jesus Cristo continue a estar presente neste mundo.

É também para nós, cursilhistas, uma alegria mui-to grande contar com a sua presença, as suas palavras que nos motivam e orientam nesta caminhada de en-contro com Jesus e com os que nos rodeiam.

Sem dúvida que o MCC é um Movimento de leigos. Todavia, sem a orientação espiritual dos bispos e dos sacerdotes, e creio que podemos incluir também o ser-viço dos diáconos, não teria a mesma funcionalidade e certamente que muito se teria perdido da essência e da finalidade do Movimento ao longo dos tempos.

Lina Canelas

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SN em Roma

Amados irmãos e irmãs, boa tarde!Antes de tudo quero pedir desculpa, porque este

encontro estava previsto para amanhã, e penso que tivestes que fazer muitas mudanças e talvez com difi-culdade nos transportes, em como vos deslocar... Peço--vos deveras desculpa!

Houve uma confusão. Sabeis que o Papa é infalível quando se trata de definições dogmáticas, o que se faz raramente... Mas o Papa tem também os seus defeitos que nada têm a ver com a infalibilidade! E este Papa é pouco organizado e também indisciplinado. E por isso nasceu esta confusão. Peço-vos desculpa. Obrigado!

Eu conhecia as perguntas, escrevi um discurso que lhes responde, retomarei aqui e ali algumas pergun-tas, porque há coisas que gostaria de frisar.

Como disse o presidente, viestes a Roma para a vos-sa Ultreya, nome que retoma a antiga saudação dos peregrinos de Santiago de Compostela, que se enco-rajavam reciprocamente para ir «mais adiante», «mais além». Esta é para vós uma verdadeira reunião entre amigos, um encontro fraterno de oração, de festa, de partilha da vossa experiência de vida cristã. Agrade-ço aos vossos representantes que me manifestaram os propósitos, as problemáticas e as perspectivas do vosso Movimento. Por meu lado, gostaria de vos oferecer al-gumas sugestões úteis para o vosso crescimento espiri-tual e para a vossa missão na Igreja e no mundo.

Estais chamados — não escolhestes vós, não, fostes

escolhidos, fostes chamados — a fazer frutificar o ca-risma que o Senhor vos confiou e que está na origem dos Cursilhos de Cristandade, de cujo grupo de inicia-dores sobressaem Eduardo Bonnín Aguiló e o então Bispo de Maiorca, Juan Hervas y Bener — era corajo-so! — que soube acompanhar o crescimento do Movi-mento com solicitude paterna. Nos anos quarenta do século passado eles, juntamente com outros jovens lei-gos, aperceberam-se da necessidade de se aproximar dos seus coetâneos distinguindo o desejo de verdade e de amor presentes no seu coração. Estes pioneiros do vosso Movimento foram missionários autênticos: não hesitaram em tomar a iniciativa e aproximaram--se corajosamente das pessoas, comprometendo-as com simpatia e acompanhando-as no caminho da fé com respeito e amor. Isto é importante: a simpatia, a companhia... Desejo dizer algo acerca do vosso Movi-mento: não fizestes proselitismo! Esta é uma virtude. «A Igreja não cresce por proselitismo, mas por teste-munho» — disse-nos o Papa Bento. E é assim! Não fi-zestes proselitismo. É uma graça de Deus. Seguindo o seu exemplo, também vós hoje quereis anunciar a Boa Nova do amor de Deus, tornando-vos próximos dos amigos, dos conhecidos, dos companheiros de estudo e de trabalho para que também eles possam viver uma experiência pessoal do amor infinito de Cristo que li-berta e transforma a vida. Como é necessário sair, ir além, sem nunca se cansar, para encontrar aqueles aos quais se chama «distantes»!

Para ajudar o próximo a crescer na fé, trilhando um percurso de aproximação ao Senhor, é preciso experi-mentar directamente a bondade e a ternura de Deus. Esta experiência é o início do caminho que percorreis. Quando vedes, quando vos apercebeis de que na vossa vida Deus foi tão bom, tão terno, tão misericordioso, isto quer sair, quer chegar aos outros. O Senhor dese-ja encontrar-nos, o Senhor quer habitar connosco, ser amigo e irmão, o nosso mestre que nos revela o cami-nho a percorrer para alcançar a felicidade.

Ele nada nos pede em troca, pede unicamente que o acolhamos, porque o amor de Deus é gratuitidade, dom puro. Isto é importante! Para dar testemunho é necessário reconhecer que tudo o que temos é dom puro, é prenda, é gratuito, é graça. E isto não se com-pra nem se vende! É um caminho de gratuitidade, é

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS CURSILHISTAS EM ROMAQuinta-feira, 30 de Abril de 2015 - Sala Paulo Vl

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um caminho que não se pode explicar: «Mas por que a mim, Senhor? Que devo fazer?»; «Vai dizê-lo aos ou-tros». Comunicar o que o Senhor fez comigo, com tanta ternura, com tanta bondade, com tanta misericórdia. É este o testemunho. O testemunho amistoso do diálo-go entre amigos. O encontro com Cristo, e com a mise-ricórdia do Pai que Ele nos concede, é possível antes de tudo nos Sacramentos, em particular na Eucaristia e na Reconciliação. Na Santa Missa celebramos o memorial do seu sacrifício. Ainda hoje Ele doa realmente o seu Corpo por nós e derrama o seu Sangue para remir a humanidade. Na Penitência Jesus acolhe-nos com to-dos os nossos limites e pecados, para nos dar um cora-ção novo capaz de amar como Ele, que amou os seus até ao fim (cf. Jo 13, 1). E todas as vezes que voltamos a pedir perdão, Ele perdoa, porque sabe que somos débeis, que somos pecadores. Temos o diploma de pe-cadores! Todos. E Ele sabe isto. Ele recebe-nos sempre com amor. Outro caminho é a meditação da Palavra de Deus, sobretudo na lectio divina, ler a Palavra de Deus, ler a Bíblia. Muitas vezes aconselhei isto, e faço--o também agora: trazer sempre no bolso ou na bolsa um Evangelho pequeno. Nas viagens, quando estou na sala de espera do dentista, ou para fazer alguma coisa, ler um trecho do Evangelho e depois reflectir sobre ele com calma. Esta familiaridade com a Palavra de Deus aproxima-nos do Senhor. E assim podemos ouvir o Senhor que nos indica o caminho a percorrer e encoraja-nos a fazer face às incertezas e dificuldades que a vida apresenta. Por fim, encontramos o amor de Cristo na Igreja, que testemunha a caridade de Deus com as diversas actividades. O amor de Jesus nas obras de misericórdia. Faço-vos uma pergunta: todos vós sois capazes de recitar as sete obras de misericórdia espiri-tual? Sejamos corajosos... Levante a mão quem não é capaz! [muitos levantam a mão] Mas reparai... Traba-lho para vós, bispos! Trabalho para vós! É importante ler quais são as obras de misericórdia corporal. Algu-mas — certamente — recordai-las, mas são sete... E as espirituais: são sete. Dever para casa: procurar e estu-dar as obras de misericórdia. Porquê? Para as pôr em prática. Tudo na comunidade eclesial tem como finali-dade fazer com que as pessoas toquem directamente a infinita misericórdia divina. Alguns pensam: «Não, Deus está distante. Irei para o inferno... Fiz tantas». Mas se fizeste tantas coisas más, Ele ficará muito con-tente e fará festa se te aproximares para pedir perdão. É este o trabalho de persuasão que deveis fazer com os amigos, nos Cursilhos. Porque é verdade, Deus faz festa! Deus festeja. E há quem sinta até ciúmes disto: pensai no filho mais velho daquele pai misericordioso (cf. Lc 15, 11-32) que festejou porque o outro filho que tinha levado embora todo o seu dinheiro, que o tinha gasto na «boa vida», regressa sem nada... E festeja. É uma coisa estranha do nosso Deus! Faz festa quando chega um grande pecador. Isto é bom!

O método de evangelização dos Cursilhos nasceu precisamente deste fervoroso desejo de amizade com Deus, da qual brota amizade com os irmãos. Desde o início se compreendeu que só no âmbito de relaciona-mentos de amizade autêntica era possível preparar e acompanhar as pessoas no seu caminho, um caminho que parte da conversão, passa pela descoberta da be-leza de uma vida levada na graça de Deus, e chega até à alegria de se tornar apóstolos na vida diária. E assim, desde então, milhares de pessoas em todo o mundo foram ajudadas a crescer na vida de fé. No actual con-texto de anonimato e de isolamento típico das nossas cidades, como é importante a dimensão acolhedora, familiar, à medida do homem, que ofereceis nos en-contros de grupo. Faz-se amizade. Haverá problemas, aqui e ali... Haverá sempre, há sempre problemas. Mas é preciso fazer crescer a amizade. «Mas Padre, quan-do fazemos crescer a amizade, crescem alguns desen-tendimentos, ciúmes, invejas...». Que disse o Senhor? Quando o diabo semeia o joio, deixai-o crescer. Fazei crescer o grão bom, a amizade. E no momento da re-colha, o joio será queimado e o grão dará o seu fruto. Peço-vos que mantenhais sempre o clima de amizade fraterna no qual rezar e partilhar todas as semanas as experiências, os sucessos e as falências apostólicas.

Vem-me a recordação de uma senhora, que nasceu numa família ateia, e também ela era ateia; não ag-nóstica mas ateia. Era uma mulher bondosa, uma pro-fissional, uma mulher que desempenhava a sua profis-são, casada, com filhos, mas sem religião. Uma das suas filhas encontrou Jesus Cristo, ou melhor, foi encontra-da por Jesus Cristo. Converteu-se e levava uma vida cristã. E sua mãe respeitou-a: «É a tua escolha, filha. Vai em frente! Eu não acredito, mas tu vai em frente». Passaram anos, a filha era católica convicta, podemos até dizer católica militante — não gosto desta palavra mas digamo-la para compreender bem. Depois a mãe, idosa, com mais de 80 anos, adoeceu, estava próxima da morte, mas lúcida. Um dia antes de morrer, quando a filha estava ao seu lado para cuidar dela, perguntou--lhe: «Diz-me — nunca lhe tinha feito esta pergunta, porque a respeitava — o que sentes quando rezas?». E a filha, respeitando a mãe, disse que falava com Deus, com o Senhor... Começou assim uma conversa sobre este tema, leve, tranquila. Depois vinha outro tema, e voltava-se a este... No final a mãe disse: «Mas tu és feliz com o que encontraste na religião?»; «Sim mãe, porque acredito que Jesus nos ama!»; «Quanto gos-taria de sentir o mesmo!». A filha ganhou coragem e disse: «Diz mãe, tens vontade disso?»; «Sim! mas é demasiado tarde...»; «Nunca, mãe. Queres que eu te baptize?»; e a mãe disse: «Sim!». A filha não podia chamar o padre, porque a mãe se teria assustado. A filha baptizou a mãe e depois de duas horas ela en-trou em coma e faleceu, à meia-noite. São estes os mi-lagres de Deus pela proximidade, pelo serviço. Não o

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proselitismo! Aquela filha nunca fez proselitismo. Eu conhecia-a bastante, a ponto que veio ter comigo para me dizer o que tinha feito e temia ter errado. «Não, fi-zeste bem! Fizeste com que a tua mãe entrasse no Pa-raíso!». Mas é preciso paciência. É preciso paciência. O proselitismo não é paciência! «Lê isto, faz aquilo, anda cá, vai lá»; batem à tua porta... Não, não. Amizade. E ali, semear, na amizade. E este semear em amizade é uma verdadeira penitência.

Nestas reuniões de pequenos grupos é importan-te incluir momentos que favoreçam a abertura a uma maior dimensão social e eclesial, comprometendo também quem entrou em contacto com o vosso caris-ma mas não participa habitualmente num grupo. Uma dimensão social e eclesial maior, que envolva também os que não mantêm contactos com o vosso carisma, que não participam habitualmente no grupo. Com efeito, a Igreja é uma «mãe com coração aberto» que por vezes nos convida a «abrandar o ritmo», a «re-nunciar às urgências para acompanhar quem ficou à margem do caminho» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 46). É bom ajudar todos, também quem tem mais di-ficuldade em viver a própria fé; ajudar a permanecer sempre em contacto com esta mãe Igreja, sempre pró-ximos nesta grande família acolhedora que é a mãe Igreja, a nossa santa mãe Igreja. Nos últimos anos, na Argentina, havia alguns problemas com os Cursilhos: mas problemas externos. Porque outrora se trabalha-va até um certo ponto, depois era sábado, domingo, talvez segunda-feira, talvez... Podíamos fazê-lo. Hoje trabalha-se ao sábado, também ao domingo. E não encontravam tempo para aquelas reuniões fortes, de oração, de três dias. Perdiam o ordenado, perdiam o prémio de trabalho, e arriscavam até o posto de tra-balho. E eles procuravam actualizar o próprio carisma com esta situação. Como fazer neste caso? Como fize-ram os cristãos, pensai, no tempo do nazismo, do co-munismo: procuravam fazer a catequese de outra ma-neira, noutros momentos, a Missa às escondidas... Não sei. Procurar modalidades que permitam ir em frente com o vosso carisma. Isto é muito importante! Impedir que os condicionamentos externos nos bloqueiem.

Encorajo-vos a ir «sempre além», fiéis ao vosso ca-risma! A manter vivo o zelo, o fogo do Espírito que impulsiona sempre os discípulos de Cristo a alcançar os distantes, sem fazer proselitismo, a «sair da pró-pria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que têm necessidade da luz do Evangelho» (ibid., 20). Vós ouvistes isto, já vo-lo disse várias vezes: nas grandes cidades, cidades cristãs, também em famí-lias cristãs, há crianças que não sabem fazer o sinal da cruz. E esta paganização da sociedade interpela-nos: fazei algo para evangelizar. O Espírito estimula a sair da própria comodidade. Como é agradável anunciar a todos o amor de Deus que salva e dá sentido à nossa vida! E ajudar os homens e as mulheres de hoje a des-

cobrir a beleza da fé e da vida de graça que é possível viver na Igreja, nossa mãe! Há comunidades cristãs e católicas — existem! — onde não se fala da vida da graça, não se fala da beleza de ter a Trindade dentro de nós, a presença do Deus vivo em nós. E a vossa ta-refa é ir e levar esta boa notícia: Deus habita em nós, Deus está connosco. Esta é a graça! Ajudar os homens e as mulheres de hoje a descobrir a beleza da fé e da vida da graça. E fá-lo-eis se fordes dóceis, em atitude de humildade e confiança, na chefia desta santa mãe, a Igreja, que procura sempre o bem de todos os seus filhos; se estiverdes em sintonia com os vossos Pastores e unidos com eles na missão de levar a todos a alegria do Evangelho.

A Virgem Maria, Mãe da divina Graça, vos assista no vosso apostolado.

Antes de dar a bênção desejo ver as perguntas, se esqueci alguma coisa...

«Como confiar no Espírito Santo, a ponto de ter a ousadia de levar o anúncio da Misericórdia de Deus, onde Ele não é procurado?». Mas se não confias no Espírito Santo, volta para casa! E vai procurar outra re-ligião mais agnóstica, mais ideológica. Jesus disse-nos: «Eu não vos deixarei sozinhos. Enviar-vos-ei o Espíri-to». E o que faz o Espírito? Duas coisas: recorda-nos o que Jesus nos ensinou e ensina-nos o que devemos fazer. E depois este confiar no Espírito é surpreenden-te! Saber quando é o Espírito que te impulsiona. Apra-z-me pensar em Filipe, quando o Espírito diz: «Vai por aquele caminho», o caminho de Gaza (cf. Act 8, 26-40). Ele vai. A um certo ponto vê um carro, uma carroça de viagem, e ali sentado está o ministro da economia da Etiópia, da rainha Candace, e lia em Isaías... Come-ça um diálogo: «Explica-me isto...». E depois, quando encontraram a água, este ministro da economia pede o Baptismo... O Espírito guia-te. É precisamente o Es-pírito! Confia no Espírito. Pensa em Filipe, pensa em tantos, tantos que se fiam do Espírito. É agradável ler o Livro dos Actos dos Apóstolos: o que fez o Espírito depois do Pentecostes!... Coisas grandes! E confiar.

«Em cada movimento sente-se muito uma dupla exigência: a fidelidade ao carisma inicial e a necessi-dade de mudança e novidade para responder e mudar as situações». E a pergunta era: «como manter em har-monia estas duas tensões? Como discernir as novida-des que o Espírito Santo sugere da novidade que, ao contrário, afasta do carisma? Como compreender se uma certa fidelidade ao carisma inicial é mais um en-torpecimento e não verdadeira fidelidade ao Espírito Santo?». Isto é importante. Compreender e conhecer os espíritos: «Não confieis, caríssimos, em qualquer Es-pírito», diz-nos o Apóstolo. Conhecer quando uma ins-piração estáem sintonia com o carisma inicial e quando não está. Este ir além faz-te encontrar situações diver-sas, e o carisma inicial deve ser traduzido para aquela cultura. Mas não atraiçoado! Traduzido. Deve ser o ca-

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risma, mas traduzido! «Eu não quero problemas, sigo o carisma inicial...». Assim tornas-te uma bonita expo-sição, um museu. Transformareis o vosso movimento num museu de coisas que hoje não servem. Cada ca-risma está chamado a crescer! Porquê? Porque tem em si o Espírito Santo e o Espírito Santo faz crescer! Cada carisma deve confrontar-se com culturas diversas, com diferentes maneiras de pensar, com valores diversos. E o que faz? Deixa-se levar por diante pelo Espírito Santo. Aqui devo fazer isto, ali aquilo... E como o faço? Reza, pergunta! A oração: sem a oração nenhum mo-vimento pode progredir. Nenhum!

Agradeço-vos mais uma vez este encontro. Agrade-

ço-vos aquilo que fazeis na Igreja, que é tão bom: aju-dar a encontrar Jesus, ajudar para que se compreenda que viver na graça de Deus é bom. É bom! Agradeço--vos muito e peço-vos, por favor, que rezeis por mim. Rezai por mim porque também o Papa deve ser fiel ao Espírito Santo.

E agora concedo-vos a bênção, mas rezemos juntos a Nossa Senhora, à nossa Mãe. Ave-Maria...

[Bênção]E não vos esqueçais de aprender as sete obras de

misericórdia corporal e as sete obras de misericórdia espiritual.

Por cortesia de www.vaticano.va

ENCONTRO COM O PAPA FRANCISCO E ULTREIA EUROPEIA

No dia 30 de Abril os Cursilhos de Cristandade de toda a Europa tiveram um encontro com o Papa Francisco, no Salão Paulo VI, no Vaticano.

Estiveram presentes cerca de 10.000 cursilhistas, que acolheram, saudaram e escutaram com muita alegria e entusiasmo, o Santo Padre.

Portugal esteve presente com 300 cursilhistas oriundos de várias Dioceses do país.

O Secretariado Nacional, através do seu presidente, Saúl Quintas, teve oportunidade de fazer uma breve apresentação da atividade do MCC, em Portugal.

Na sua intervenção, o Santo Padre fez uma breve referência histórica sobre o início do MCC e o seu carisma fundacional, e deixou algumas sugestões uteis para o crescimento espiritual do MCC e a sua missão na Igreja e no mundo. Reproduzimos na integra, o discurso proferido pelo Santo Padre.

Todavia, gostaria de destacar alguns pontos referidos pelo Papa Francisco:

“É necessário sair, sem cansaço, para encontrar os afastados!

Para ajudar os outros a crescer na fé, cumprindo um percurso de aproximação ao Senhor, deve-se experimentar na primeira pessoa a bondade e a ternura de Deus.”

“No contexto actual de anonimato e isolamento das nossas cidades, quão importante é a dimensão acolhedora, familiar, à escala humana, que ofereceis com as reuniões de grupo. Oxalá sempre possam manter o clima de amizade e de fraternidade que se consegue rezando e compartilhando semanalmente as experiências, êxitos e fracassos apostólicos.”

“Animo-vos a ir sempre mais além, fieis ao vosso carisma! A manter vivo o zelo, o fogo do Espírito que sempre impulsiona os discípulos de Cristo a alcançar os afastados, a sair da sua própria comodidade e atrever-se a chegar a todas as periferias que necessitam da luz do Evangelho”.

Antes de terminar, os secretariados nacionais do MCC, dos vários países, tiveram oportunidade de saudar pessoalmente o Santo Padre.

No caso de Portugal, o presidente do secretariado, aproveitou a ocasião, para, em nome de todos os

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INTERVENÇÃO ULTREIA EUROPEIA 1 de Maio de 2015 - RomaA) SaudaçãoCaros Amigos e Irmãos, bom dia !O meu nome é Saúl Quintas, e pertenço ao Secretari-ado Nacional do MCC, de Portugal.É com enorme alegria que vos saúdo, com um abraço muito fraterno, de irmãos em Cristo, em nome de toda a Família Cursilhista de Portugal.Uma saudação especial para os nossos irmãos de Itália, pela celebração dos 50 anos do 1º Cursilho de Cristandade no seu país, o que nos permite participar nas comemora-ções, através desta grandiosa Ultreia Europeia.

B) Apresentação do PaísSeguindo as instruções que nos foram transmitidas, passo a fazer uma breve apresentação do MCC, em Portugal.

B1) - Implementação O MCC em Portugal está implementado nas 20 Dioces-es do País, cada uma com Secretariado Diocesano,

as quais se encontram agrupadas em 3 (três) Núcleos Regionais:

• Núcleo Norte c/ 8 Dioceses• Núcleo Centro c/ 5 Dioceses• Núcleo Sul c/ 7 Dioceses

Como via de comunicação e de coordenação dos Secre-tariados Diocesanos, tem o Secretariado Nacional, com a sua sede, em Fátima.Os Cursilhos de Cristandade chegaram a Portugal em Dezembro de 1960, realizando-se o 1º. Cursilho de Cris-tandade, em Fátima, por isso, em 2010 celebrámos os 50 anos.

Na celebração dos 50 anos, realizámos em Fátima, si-multaneamente, dois cursilhos de cristandade nacio-nais (Homens e Senhoras), com novos cursilhistas das várias Dioceses do País.

cursilhistas portugueses, oferecer uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, esculpida em madeira.

No dia 1 de Maio, a família cursilhista, voltou a reunir-se, na Basílica de S. Paulo Extra Muros, em Ultreia, a qual decorreu também num clima de muito entusiasmo, com testemunhos e um rolho místico.

Na Ultreia, o Assessor espiritual do OMCC –D. Francisco Senra Coelho-, bem como o seu presidente–Francisco Salvador-, tiveram oportunidade de discursar sobre o MCC.

A Ultreia Europeia, terminou como não podia deixar de ser, com Eucaristia.

A comunidade portuguesa foi portadora de um cartaz, anunciando desde já a realização da V ULTREIA MUNDIAL, que irá decorrer em Fátima, no dia 6 de Maio de 2017, por ocasião do centenário das aparições de Nossa Senhora, bem como do centenário do nascimento de um dos fundadores do MCC, Eduardo Bonnin.

Saúl Quintas

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B2) – AtividadesAo nível nacional o MCC realiza anualmente, 3 grandes atividades:

• Uma Assembleia Plenária, de Secretariados Diocesanos• Um Encontro Nacional de Dirigentes• Um Cursilho de Cursilhos ou um Encontro Nacional

de EscolasAté ao final do ano pastoral 2013 / 14, realizaram-se em Portugal cerca de 4.800 Cursilhos de Cristandade, o que proporcionou a vivência dos mesmos a mais de 145.000 novos cursilhistas.Fruto da inserção ambiental dos seus militantes, que com o seu testemunho de vida, têm levado a Boa Nova aos que com eles convivem, poderemos afirmar, que o MCC, tem contribuído de uma forma responsável, pelo crescimento da Igreja em Portugal

B3) – Apoio à realização de Cursilhos no mundoCumprindo o seu dever de levar a Boa Nova ao maior número possível de pessoas, Portugal tem colaborado com Dioceses de diversos países, na realização de Cur-silhos, dos quais destacamos:Angola / Moçambique / Cabo Verde / Brasil / Itália / In-glaterra / Luxemburgo / EUA (Costa Leste).

C) Grupos InternacionaisPortugal faz parte do GECC (Grupo Europeu dos Cursil-hos de Cristandade), bem como do OMCC (Organismo Mundial …).Foi como muita honra e alegria que, no Encontro Eu-ropeu do GECC, em Novembro de 2013, Portugal foi eleito como país para acolher a sede do OMCC, e como tal, nomear o Comité Executivo do mesmo.Desde Janeiro de 2014, que Portugal é a sede do Or-ganismo Mundial, sendo o seu Comité Executivo, com-posto por cursilhistas portugueses.O seu mandato prolongar-se-á até ao final de 2017.Antes de terminar, gostaria de endereçar, desde já, o convite, a todos os Cursilhistas, para outro grande en-contro: a VI ULTREIA MUNDIAL, que se irá realizar em PORTUGAL - Fátima, no ano de 2017, mais concreta-mente, no dia 6 de Maio.Termino como comecei, deixando-vos um fraterno ab-raço de muita amizade, em Cristo Senhor.

Saúl QuintasPresidente do Secretariado Nacional do MCC, de Portugal

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Caríssimos IrmãosExcelência, Monsenhores, Sacerdotes e Irmãos

Uma saudação muito especial em nome do Comité Executivo do OMCC.

O Movimento de Cursilhos de Cristandade nasceu na década de quarenta, num dos mais conturbados períodos da História da Humanidade, numa Europa devastada pela guerra, num mundo atribulado pela desordem, ávido de paz e cada vez mais ignorante das coisas de Deus.

Nessa época os cursilhos foram uma resposta adequada para os desafios que se viviam na Europa sobretudo face à crescente descristianização que então se verificava.

Não foi tarefa, nem fácil, nem sempre bem entendida, mesmo dentro da Igreja, pois o MCC por esses anos foi vanguarda (e como sabemos a vanguarda tem de renovar e para isso tem de ser revolucionária).

O MCC antecipou em largos anos muito do que se veio a tornar realidade na Igreja com o Concílio Vaticano II. Foi vanguarda e por isso cresceu e deu fruto.

Com base no seu carisma original, apresentou uma proposta de conversão e um desafio à santidade na normalidade. Santidade para os homens na simplicidade do seu quotidiano. Ser santo no lar, ser santo no emprego, ser santo na sociedade, ser santo de fato e gravata ou com fato azul de operário.

Ao provocar o encontro consigo mesmo, um encontro tão especial com Cristo, e o inevitável encontro com os outros, o Cursilho transformou milhares de homens e mulheres e ajudou a santificar o mundo, os ambientes e as vidas.

O Movimento só perde eficácia quando se separa do seu carisma e altera o seu primeiro e mais importante objectivo que é evangelizar pessoa a pessoa através da amizade tendo em vista fazer fermentar o Evangelho em todos os ambientes.

Também hoje, o mundo, e de modo particular a Europa, vive dias difíceis e conturbados. E por isso, também hoje somos chamados a ser vanguarda!

Num continente como o nosso, em que o laicismo abriu caminhos a fundamentalismos, de certo modo quis “matar” a ideia de Deus.

Temos de enfrentar corajosamente este nosso momento histórico. Com coragem e sem medo.

Não tenham medo! Não tenham medo, dizia-nos o Santo Padre São João Paulo II.

O Papa Bento XVI aquando da sua visita a Portugal desafiou os cristãos dizendo que contava connosco para a reevangelização da Europa.

Não tenhamos medo, digo-vos eu, porque é o nosso Papa Francisco que nos exorta.

Na audiência que concedeu aos participantes do III Congresso Mundial dos Movimentos e Novas Comunidades, no dia 22 de Novembro de 2014, dizia-nos o Santo Padre que tínhamos preservar a frescura do nosso Carisma, que tínhamos que respeitar a liberdade da cada pessoa e procurar sempre a comunhão com a Igreja; mas também dizia que não podíamos “engaiolar” o Espirito Santo porque passa por nós encontrarmos respostas criativas para os enormes desafios do mundo contemporâneo.

Lamento as palavras duras que vos dirijo, mas nós não vivemos a experiência de um cursilho para passarmos a ser apenas boas pessoas, nem para reduzir a nossa acção apenas a passarmos a frequentar os sacramentos, ou a ser apenas a ser ajudantes do nosso pároco. Cristo não nos chamou a um cursilho para sermos “funcionários” da Igreja, mas para sermos anunciadores da alegria do Evangelho através do nosso testemunho de fé, da nossa busca pela santidade na normalidade das nossas vidas. No mundo!

É isso que Cristo espera de nós! Quer-nos para sermos Seus mensageiros junto de todos… junto de todos!

E quando afirmo todos, quero dizer mesmo todos! Os mais carecidos, os mais frágeis e, sobretudo, os mais pobres de todos os pobres: aqueles que, por não terem Deus nas suas vidas, por Dele estarem mais afastados, nada têm, nada possuem. É a esses que somos chamados a levar o Amor que Cristo tem por todos. Por todos nós! Os afastados de Deus são a nossa periferia!

OMCC Roma

PRESIDENTE OMCC - ULTREIA EUROPEIA

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PEREGRINO 35

OMCC Roma / Viseu

CINQUENTENÁRIO DO MCC EM VISEU

No encerramento do CINQUENTENÁRIO do MCC na Diocese de Viseu, o Secretariado do Movimento havia programado dois Cursilhos simultâneos (Homens e Se-nhoras) para os dias 29 de Abril a 03 de Maio.

Eis senão quando, chega a notícia da realização da ULTREIA EUROPEIA em Roma, que incluía um encon-tro, em privado, com o Santo Padre, aprazado para essa data.

Deste modo impunha-se a alteração dos Cursilhos, privilegiando a ULTREIA EUROPEIA.

E foi assim que ambos os Cursilhos foram anteci-pados quinze dias, para possibilitar a todos quantos quisessem viver essa jornada inesquecível, não desper-diçassem a oportunidade.

Aproveitámos, de igual modo para fazer a expe-riência de iniciar os Cursilhos à 5.ª Feira e terminarmos ao Domingo. Não se trata de um desvio do CARISMA FUNDACIONAL. O próprio Eduardo Bonnín recorreu a este método, depois de ter reduzido de uma semana para apenas três dias a fim de possibilitar que o maior número possível de pessoas dependentes do seu tra-

balho pudessem – também eles – sem grande dificul-dade, viver esta experiência maravilhosa.

Mais tarde, constatando que havia hipótese de ain-da diminuir o número de dias de trabalho, lançou a modalidade que agora lançámos.

E foi assim que, utilizando as instalações do Semi-nário Maior e do Centro Pastoral Diocesano, lançámos estes dois Cursilhos – o 155 de Senhoras e o 156 de Ho-mens.

No fim da tarde de Domingo, o auditório do Centro Pastoral recebeu mais de meio milhar de pessoas vin-das dos mais variados núcleos da Diocese, para acolher os/as VALENTES que tinham feito a descoberta apaixo-nante do amor de CRISTO por cada um de nós.

Foram três os encontros que marcaram cada um destes irmãos: Consigo próprios, com o SENHOR e com os irmãos.

Para o 4.º Dia carregaram o propósito, largamen-te testemunhado, de levar a mensagem acolhida, aos seus ambientes, através do seu testemunho de vida.

Que esta promessa se torne realidade no dia a dia

Saibamos ser Igreja dos nossos dias e para os nossos dias. Aprendamos a ser Igreja para os homens e mulheres de hoje! Aqui, agora… e especialmente lá fora, no mundo, na nossa Europa, em cada País, na nossa localidade, na rua onde moramos! Ser santos e anunciar o amor que Deus nos tem e que se revela por Seu Filho Jesus!

Temos de nos mantermos unidos em torno do nosso carisma com base nas Ideias Fundamentais do MCC agora editadas na sua nova redacção. Somos um movimento de Igreja reconhecido pela Santa Sé com a publicação do decreto pontifício do decreto que aprovou os nossos Estatutos.

Proclamemos bem alto o dom do nosso carisma

fundacional e tudofaçamos para que a nossa vida, a nossa voz, os nossos gestos, sejam a vida, a voz e os gestos de Cristo junto dos que não O conhecem.

Saibamos ser, sem medo, vanguarda da Igreja de Cristo vivo, e agentes da regeneração da nossa Europa!

Sejamos como o nosso admirado amigo, aquele que se denominou como “aprendiz de cristão”, e de quem o Bispo de Maiorca Monsenhor Xavier Salinas, no passado dia 5 de Fevereiro de 2015 lançou o primeiro passo do processo de Iniciação de Beatificação e Canonização de Eduardo Bonnín”.Cristo conta connosco!

Francisco SalvadorPresidente do OMCC

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36 PEREGRINO

Viseu

Mal se anunciou a ULTREIA EUROPEIA em Roma, e a envolvência do Papa Francisco num encontro priva-do com os Cursilhistas, de imediato surgiram inscrições que, a partir de certa altura, tiveram que ser suspensas por dificuldade de transporte.

Esperava-se ansiosamente a chegada do dia do fe-liz encontro com o Santo Padre e com todo o Mundo europeu e não só, porque, entretanto outros conti-nentes também manifestaram desejo de participar e conseguiram o seu objectivo.

Viseu esteve representado por um Grupo de 30 el-ementos, alguns dos quais com alguma debilidade, ul-trapassada pelo entusiasmo do encontro no Vaticano.

Apesar do cansaço de tantas horas de deslocação e esperas provocadas pela falta do mais nobre senti-mento humano que é o amor ao próximo e em função do qual nós consumimos os nossos dias, a alegria, o entusiasmo, os cânticos do DE COLORES que de todos os recantos se ouvia, redobrava a nossa resistência.

O nosso Dário, dois dias antes, havia sido sub-metido a rigoroso tratamento e, quando o visitámos encontrámo-lo em baixo; mas apesar de o rosto fazer transparecer um sofrimento pesado, a sua determina-ção e o seu entusiasmo faziam-no sorrir e dizer: “Isto é hoje… amanhã já estou bom.”

E foi verdade.No dia da partida de Lisboa, pelas 7 horas da man-

hã, o Dário e a Eliete lá estavam com um sorriso aberto e franco, prontos a embarcar.

O ponto mais alto desta deslocação a Roma foi efectivamente o encontro com o Santo Padre.

Os desafios que nos lançou, a forma humilde e simples com que nos acolheu, a informalidade do seu diálogo connosco, transportou-nos até ao Sermão da

Montanha que O MESTRE proclamou ao povo do seu tempo.

Aquele Auditório Paulo VI – cujo acesso foi demo-rado, doloroso e difícil por questões de segurança – foi transformado num pedacinho de Céu.

Consternou-nos, entre muitas outras coisas, o ter-mos visto o nosso Dário subir, de joelhos, as escadas que Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, re-colheu de Jerusalém, com os mesmos degraus (29) que CRISTO teve de subir para se encontrar frente a frente com Pilatos e chegar ao cimo feliz pelo esforço e a Graça que o Senhor lhe acabava de conceder.

O Papa Francisco acolheu-nos com ternura. Faltam 2 anos para lhe retribuirmos a sua GENEROSIDADE e o seu ENCANTAMENTO.

Preparemo-nos interiormente e ponhamos em prática os desafios que nos fez, que mesmo feitos em língua Italiana, conseguiu chegar ao mais íntimo de cada um de nós.

Augusto Antunes

DE VISEU ATÉ ROMA

de cada um, confirmando-se assim o objectivo próprio deste Movimento.

Na clausura, ambos os Directores Espirituais – Pdres. José António e Jorge Luís – tiveram palavras de incen-tivo com vista à colocação nas vidas dos novos Cursi-lhistas, do testemunho ali recolhido.

Cabe, aqui e agora, uma palavra de gratidão ao Di-rector Espiritual do Movimento pela generosidade de-monstrada, quando, prescindiu do aconchego natural e merecido de seus pais e demais familiares, quando, nesse dia fazia – também ele – o seu CINQUENTENÁ-RIO de nascimento.

É esta a vida do Sacerdote: Gastar-se ao serviço dos irmãos.

Belo testemunho para todos nós que não somos ca-pazes de abdicar de uns instantes para nos darmos aos que de nós necessitam.

Daí a bem merecida homenagem do canto do “PA-

RABENS A VOCÊ” que talvez nunca tenha ouvido por tão numeroso coro de vozes.

Finalmente, usou da palavra o Bispo da Diocese, D. Ilídio Leandro, que teve para com os novos Cursilhis-tas e todos os presentes, palavras de entusiasmante desafio para as várias iniciativas em curso na Diocese, destacando a caminhada sinodal e os desafios do San-to Padre através da exortação “O ROSTO DA MISERI-CÓRDIA” para cuja leitura atenta, nos alertou.

Lembrou-nos igualmente o Jubileu dos 500 anos da nossa actual Catedral que decorrerá durante o ano em curso.

Este encerramento constituiu autenticamente a ce-reja no cimo do bolo das comemorações do CINQUEN-TENÁRIO DO MCC na Diocese de Viseu.

Augusto Antunes

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Ultreia Roma 2015

ULTREIA ROMA 2015

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Da Arquidiocese de Braga rumo à cidade eterna (Roma), partiram 64 pessoas, cursilhistas e alguns não cursilhistas. Os não Cursilhistas saborearam o pré-cursilho, cabendo agora aos cursilhistas selecionar as pessoas-chave “Lideres” à vivência de um Cursilho de Cristandade.

Os cursilhistas mostraram o seu rosto, a sua identi-dade e o seu compromisso não só para o mundo, mas, principalmente, para as pessoas cursilháveis.

Alegria, simplicidade e apelo à descoberta da bele-za da Fé e da vida em graça, foi a pedra de toque que o Santo Padre nos pediu que patilhássemos e vivês-semos.

Alertou-nos para o carisma que o Senhor nos con-fiou, a traduzi-lo e a não traí-lo, a dar muito fruto, “que é necessário sair, sem cansaço, para encontrar os afastados”, respondendo assim ao nosso compromisso apostólico.

Fazendo referência à importância dos pequenos grupos e do seu acompanhamento, evidenciaria o

modo último como podem favorecer a abertura a uma dimensão social e eclesial maiores. “A Igreja, de fac-to, é uma “Mãe de coração aberto” que nos convida às vezes a “parar”, a “deixar de lado a ansiedade de olhar nos olhos e escutar”, a “renunciar às urgências para acompanhar ao que ficou na berma da estrada” (Evangelii Gaudium, 46). É belo ajudar todos, também àqueles que lhes custa mais viver a sua própria fé, a permanecer em contacto com esta “Mãe”, sempre próximos desta grande família acolhedora que é a Igreja”.

Em jeito de conclusão pediu a todos que anunciás-semos o amor de Deus que salva e dá sentido à nossa vida! Ajudar os homens e mulheres de hoje a descobrir a beleza da fé e da vida em graça.

E por último apelou a que não esquecêssemos as sete obras corporais e espirituais de misericórda.

Luís Paiva

Braga

ROMA (CIDADE ETERNA): ULTREIA EUROPEIA

DIOCESE SEMANABeja .............................................................................................................. 31 de Maio a 6 de JunhoBraga .......................................................................................................................... 7 a 13 de JunhoBragança / Miranda .................................................................................................. 14 a 20 de JunhoCoimbra .....................................................................................................................21 a 27 de JunhoÉvora ........................................................................................................... 28 de Junho a 4 de JulhoFunchal ..........................................................................................................................5 a 11 de Julho

INTENDÊNCIA NACIONAL 2014 / 2015DISTRIBUIÇÃO PELAS DIOCESES

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