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11-10-2010 1 Mecânica da partícula Movimentos sob a acção de uma força resultante constante Prof. Luís C. Perna LEI DA INÉRCIA OU 1ª LEI DE NEWTON LEI DA INÉRCIA “Para que um corpo altere o seu estado de movimento é necessário que a força resultante sobre ele não seja nula.“Um corpo em repouso continuará em repouso e um corpo em movimento continuará em movimento se a resultante das forças que sobre ele actuam for nula.“É necessário uma força resultante, para que um corpo altere o seu estado de movimento”. “Se a resultante de todas as forças que actuam num corpo for nula, o corpo ou está em repouso ou tem movimento rectilíneo e uniforme”.

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11-10-2010

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Mecânica da partícula

Movimentos sob a acção de uma força resultante constante

Prof. Luís C. Perna

LEI DA INÉRCIA OU 1ª LEI DE NEWTON

LEI DA INÉRCIA

“Para que um corpo altere o seu estado de movimento é necessárioque a força resultante sobre ele não seja nula.”

“Um corpo em repouso continuará em repouso e um corpo emmovimento continuará em movimento se a resultante das forçasque sobre ele actuam for nula.”

“É necessário uma força resultante, para que um corpo altere oseu estado de movimento”.

“Se a resultante de todas as forças que actuam num corpo fornula, o corpo ou está em repouso ou tem movimento rectilíneo euniforme”.

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A aceleração adquirida por um corpo (considerado partícula

material) é directamente proporcional à intensidade da

resultante das forças que actuam sobre o corpo (partícula

material), tem a mesma direcção e sentido da resultante das

forças e é inversamente proporcional à sua massa.

Expressão matemática:

amFFn

i

ir

1

Quando um corpo A exerce uma força sobre um corpo B, este

exerce também sobre o primeiro uma força de igual módulo e

direcção, mas de sentido contrário.

As forças de um par acção-reacção

têm:

o mesmo módulo (intensidade)

a mesma direcção

sentidos opostos

ABBA FF ,,

LEI DAS ACÇÕES RECÍPROCAS

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ATENÇÃO! O PESO E A REACÇÃO NORMAL QUE

ACTUAM SOBRE UM CORPO NÃO FORMAM UM

PAR ACÇÃO-REACÇÃO.

As forças de um par acção-reacção têm:

o mesmo módulo (intensidade)

a mesma direcção

sentidos opostos

pontos de aplicação em corpos distintos

P

NSERÃO PARES ACÇÃO-REACÇÃO?

ABBA FF //

BAF /

ABF /

Força que o rapaz (A) exerce na rapariga (B). Força aplicada na rapariga.

Força que a rapariga (B) exerce no rapaz (A). Força aplicada no rapaz.

'PeP

AeR

Pares acção-reacção

PARES ACÇÃO-REACÇÃO?

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Quando uma força actua num corpo, a aceleração que lhe

imprime é tanto maior quanto menor for a sua massa.

Quando um corpo é sujeito a uma força

Quando um corpo é sujeito a uma força

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A segunda lei de Newton

As forças são as causas das acelerações.

A 2ª Lei de Newton, exprime a proporcionalidade entre as forças e

as acelerações provocadas nos corpos.

amFR

Quando a força é constante a aceleração do corpo também é

constante, uma vez que a massa é uma característica do corpo (não

varia).

Se a aceleração é constante então a variação da velocidade ocorre

sempre na mesma direcção – a direcção da aceleração.

A partir da expressão da Lei fundamental da Dinâmica, define-se

newton:

A segunda lei de Newton

amFR

-2ms1kg1N1

1 N (newton) é a intensidade de uma força que, quando aplicada

num corpo de massa 1kg, lhe comunica uma aceleração de 1 m/s2

na sua direcção e sentido.

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As componentes da força

Num movimento curvilíneo, a resultante das forças está sempre

dirigida para o interior da curva.

A força pode ser decomposta nas suas componentes:

Uma que é perpendicular à trajectória no ponto considerado, a

componente normal, Fn.

Outra que actua na direcção da velocidade, a componente

tangencial, Ft.

A resultante das forças pode ser escrita do seguinte modo:

amFR

nntt eaeaa

)( nnttR eaeamF

nnttR eamemaF

As componentes da força

nnRn eamF

Componente relacionada com a variação

da direcção da velocidade.

ttRt eamF

Componente relacionada com a variação

do módulo da velocidade.

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Trajectória consoante as orientações da força e da velocidade inicial

O disparo de um canhão ou de uma

espingarda, o movimento de uma bola

de golfe, depois de uma tacada e o

lançamento do martelo ou do disco,

nas provas olímpicas, são apenas

alguns exemplos de situações muito

comuns em que se pode observar o

movimento de um projéctil.

Movimento de Projécteis

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Mas o que é, de facto, um projéctil?

É um corpo quando se move no ar, sob

acção duma força constante, isto é,

sujeito à força gravítica.

O movimento de um projéctil caracteriza-

se pela descrição de uma trajectória

parabólica, que faz um ângulo com a

horizontal.

Estes corpos também estão sujeitos à

resistência do ar, mas apenas vamos

analisar movimentos em que este efeito

possa ser desprezado.

Projécteis

Lançamento horizontal

O estudo de determinados movimentos a duas ou

três dimensões, seria muito difícil se não os

considerasse-mos como a decomposição de outros

mais simples.

Ex: movimento de um projéctil lançado de um avião ou como o

movimento de uma esfera quando cai duma mesa.

Considera-se um, na direcção horizontal, rectilíneo e uniforme, uma vez

que nessa direcção, o projéctil não está sujeito a forças.

E outro, na direcção vertical, rectilíneo e uniformemente variado, uma vez

que segundo essa direcção o projéctil está sujeito à força gravítica.

Como se faz a decomposição dos dois movimentos?

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Lançamento horizontal

Análise do movimento segundo o eixo dos xx.

Movimento uniforme:

Fx= 0 ax = 0 vx = v0 x = v0t

Lançamento horizontal

Análise do movimento segundo o eixo dos yy.

Movimento uniformemente acelerado:

Fy= - m g ay = - g vy = - g t y = h – ½ gt2

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Velocidade segundo o eixo dos xx e dos yy.

Lançamento horizontal

As equações paramétricas do movimento são:

Atenção: As equações paramétricas que descrevem o

movimento são deduzidas das equações gerais. Se

mudarmos o referencial, mudam as condições iniciais do

movimento e as equações são diferentes. É, necessário

indicar sempre o referencial adoptado.

tvtx 0)( 2

2

1)( gthty e

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Lançamento horizontal

Equação da trajectória:

A equação da trajectória, num plano Oxy, determina-se por

eliminação do tempo, t, no sistema constituído pelas equações

paramétricas no referencial considerado:

2

2

02

0

0

2

0

2)(

2

12

1 xv

ghy

v

xghy

v

xt

gthy

tvx

Esta equação é do tipo 2axby que é a equação de uma parábola.

Lançamento horizontal

Tempo de voo:

O tempo de voo ou tempo de queda é o tempo de permanência do

projéctil no ar.

g

htgthgth voo

2

2

1

2

10 22

No referencial considerado, quando o projéctil chega ao solo, é y = 0.

Então, substituindo na equação paramétrica:

2

2

1)( gthty

Nota: O tempo de voo depende apenas do movimento na vertical: varia

com a altura de queda e é independente da velocidade de lançamento.

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Lançamento horizontal

Alcance:

O alcance é a distância, xmáx, que o projéctil percorre na horizontal

(segundo a direcção do eixo dos xx).

Calcula-se substituindo o valor do tempo de voo na equaçãoparamétrica:

tvtx 0)(

g

hvxtvx máxvoomáx

200

Nota: O alcance depende do movimento em ambas as direcções:

varia com a altura de queda e com a velocidade de lançamento.

Tempo de voo e alcance máximo

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Lançamento oblíquo

Consideremos, agora, um projéctil que é lançado numa direcção

que faz um ângulo com a direcção horizontal – lançamento

oblíquo.

Lançamento oblíquo: neste tipo de lançamento também deve ser feito a

decomposição do movimento em dois movimentos, um na vertical e outro

na horizontal.

Simulação

Lançamento oblíquo

Então podemos escrever:

yyxx

yx

evevv

vvv

000

000

sin

cos

00

00

vv

vv

y

x

x

y

v

v

0

0tan

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Lançamento oblíquo

Considerando o referencial Oxy

da figura temos:

Movimento uniforme segundo o

eixo dos xx:

Movimento uniformemente

variado segundo o eixo dos yy:

tvxa

vvF

xx

xxx

0

0

0

0

2

002

1gttvygtvvgaFF yyyygy

Lançamento oblíquo

Componentes da aceleração e respectivos gráficos

Componentes da velocidade e respectivos gráficos

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Lançamento oblíquo

Equações paramétricas do movimento e respectivos gráficos

Lançamento oblíquo

Equação da trajectória

A equação da trajectória obtém-se eliminando t entre as

equações paramétricas.

2

00

0

02

0

0

2

1

2

1

xx

y

x

y

x

v

xg

v

xvy

v

xt

gttvy

tvx

2

2

00

0

2

1x

v

gx

v

vy

xx

y

Equação duma

parábola

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Lançamento oblíquo

Tempo de voo

Há um instante em que a velocidade segundo o eixo dos yy se anula e

isso acontece quando o projéctil atinge a altura máxima.

Então, vy = 0:

g

vt

gtv

gtv

y

y

y

0

0

00

Tempo que o projéctil leva a atingir a hmáx

g

vt

y

voo

02Tempo de voo

Lançamento oblíquo

Altura máxima atingida pelo projéctil

Se substituirmos em

O valor do tempo que o projéctil leva a atingir o ponto máximo, vem:

g

vt

y

hmáx

0

2

02

1gttvy y

2

2

0

2

0

2

00

02

1

2

1

g

vg

g

vy

g

vg

g

vvy

yy

máx

yy

ymáx

g

vy

g

vy máx

y

máx2

sin

2

1 22

0

2

0

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Lançamento oblíquo

Alcance máximo

Segundo a direcção do eixo dos xx o movimento é uniforme, logo:

g

vx

g

vx

tvx

máx

máx

vooxmáx

2sin

cossin2

.

2

0

2

0

0

g

vt

vv

vv

y

voo

y

x

0

00

00

2

sin

cos

Lançamento oblíquo

Alcance máximo

Um projéctil pode ter o mesmo alcance, quando lançado com

velocidades de igual módulo mas com ângulos de lançamento

complementares.

Ver simulação

O alcance é máximo para o ângulo de

lançamento de 45º.

A altura máxima aumenta com o ângulo de

lançamento para o mesmo v0.

O tempo de voo aumenta com o ângulo de

lançamento para o mesmo v0.

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Conservação da energia mecânica

Se desprezar-mos a resistência do ar o projéctil apenas está

sujeito à interacção gravítica que é uma força conservativa, logo há

conservação da energia mecânica.

Conservação da energia mecânica

kEpEcEmec

BBAA EpEcEpEc

BBAA ghmvmghmvm 22

2

1

2

1

BAAB ghghvv 22

2

1

2

1)(

2

1

2

1 22

BAAB hhgvv

)(

2

12 22

BAAB hhgvv

-h

hgvv AB 222

A conservação da energia permite

relacionar a altura e a velocidade

Como determinar a

velocidade num ponto

da trajectória?