Embed Size (px)
Citation preview
1
MÉTODOS PARA A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS NAS COMPETIÇÕES
ESCOLARES NA MODALIDADE DE ATLETISMO I
METHODS FOR STUDENTS PARTICIPATION IN SCHOOLS COMPETITION OF
ATHLETICS MODALITIES
Cristian de Medeiros Américo II
Marcos Paulo HuberIII
Resumo: O atletismo é caracterizado como o conteúdo base para os outros esportes, a prática dele é a mais indicada para proporcionar a socialização, integração e inclusão de todos os alunos. O Ministério da Educação e Cultura criou os Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), uma competição escolar intuito de favorecer a integração e descobrir talentos esportivos. O objetivo principal dessa investigação foi verificar os métodos utilizados para participação dos alunos nas competições escolares pelos professores, na modalidade de atletismo. Como objetivo específico, verificar se os professores participam de competições escolares com seus alunos na modalidade de atletismo. Foi aplicado um questionário com 30 professores de Educação Física vinculados a 19ª CRE de Tubarão. Dos 30 professores questionados, 63,3% participaram das competições escolares, na modalidades de atletismos, sendo que 78,94% deles adotam pelo convite a partir de capacidades físicas e técnicas, observadas nas aulas de Educação Física. Conclui-se que os professores utilizam três métodos diferentes para a participação nas competições escolares com seus alunos; o convite a partir de capacidades físicas e técnicas, observadas nas aulas de Educação Física (15) seleção prática/competitiva dos alunos que querem competir (7) e alguns professores optam em levar os alunos por interesse do mesmo (6). Utilizando aquele de sua preferência, visando a quantidade de alunos para competição e o número de provas da modalidade.
Palavras- chave: Atletismo. Jogos escolares. Métodos de Participação.
Abstract: Athletics is characterized as the base content for other sports, its practice is best suited to provide the socialization, integration and inclusion of all students. The Ministry of Education and Culture created the Brazilian Student Games (JEBs), a school competition designed to foster integration and discover sports talent. The main objective of this investigation was to verify the methods used for students' participation in school competitions by teachers, in athletics. As a specific objective, to verify if teachers participate in school competitions with their students in athletics. A questionnaire with 30 Physical Education teachers linked to the 19th CRE of Tubarão
I Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação em Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. 2019. II Acadêmico do curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail: [email protected]. III Mestre em Ciência da Saúde – Unisul. Professor (a) Titular na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
2
was applied. Of the 30 teachers questioned, 63.3% participate in school competitions, in the form of athletics, and 78.94% of them adopt by invitation based on physical and technical abilities, observed in Physical Education classes. It is concluded that teachers use three different methods for participating in school competitions with their students; the invitation based on physical and technical skills, observed in Physical Education classes (15) practical/competitive selection of students who want to compete (7) and some teachers choose to take students on their behalf (6). Using the one of your choice, aiming at the number of students for competition and the number of tests of the sport.
Keywords: Athletics. School games. Participation Methods.
1 INTRODUÇÃO
Para os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN), o atletismo é um dos
conteúdos da Educação Física escolar composto pelas provas de corridas, saltos,
arremessos e lançamentos (PCN, 1997).
O atletismo é caracterizado como o conteúdo base para os outros esportes,
pois suas habilidades são frequentemente utilizadas em todas as modalidades
esportivas. Mas, por sua vez, é o conteúdo mais negligenciado pelos professores em
suas aulas de Educação Física. A prática dele é o mais indicado para proporcionar a
socialização, integração e inclusão de todos os alunos. Sendo composta por regras
de aprendizagem rápida e efetiva que se repetem por suas diferentes provas. Diversos
autores consideram o atletismo como o esporte mais acessível para iniciação
esportiva de qualquer criança (CEDORKO&DISTEFANO, 2012).
Com o tempo, na Educação Física se construiu uma visão em que o espaço
e tempo escolar estão vinculados ao fenômeno esportivo, isto é, o esporte é o principal
conteúdo tratado pelos professores, na prática corporal e nas referências das
atividades extracurriculares da Educação Física. O significado de ensinar/aprender o
esporte não é tão simples como parece. Aprender o esporte não está relacionado
somente a pratica-lo, mas conhecer sua história, suas regras, sua inserção
sociopolítica. Esse aspecto apresenta uma prática esportiva fundamentada na visão
crítica do fenômeno esporte, possibilitando realizar uma proposta pedagógica da
Educação Física (DOS SANTOS &NISTA-PICCOLO, 2011).
O período de formação é designado pelo treinamento entre a iniciação
desportiva e o desporto de alto rendimento, onde procura-se desenvolver bases que
3
permitam, futuramente, o tão esperado resultado (CAFRUNI; MARQUES &GAYA,
2006). Segundo Böhme, 2011 e Weineck, 1999 (apud BASTISDAS; BASTOS, 2011,
p. 112) uma boa formação é o item principal para o desenvolvimento de atletas
talentosos, que vão se destacar futuramente, além da prática esportiva voltada ao
esporte participativo e de lazer promovendo qualidade de vida e saúde na vida adulta.
A prática esportiva mostra como é importante desenvolver os fundamentos
necessários na infância e juventude para alcançar o alto rendimento.
Mesmo sendo nas escolinhas de esportes ou em clubes que se busca a
aprimoração do desempenho esportivo e o alto rendimento, é nas aulas Educação
Física onde, na maioria das vezes, a criança tem o primeiro contato e a iniciação com
os esportes. Na prática, a força do binômio escola-clube ainda é notadamente
importante no processo tradicional de formação de atletas no Brasil (PERES
&LOVISOLO, 2006).
Na lógica do sistema esportivo, considerando as possibilidades individuais
e dos grupos, o principal objetivo é atingir o rendimento máximo. Sendo que os meios
técnicos são o centro do sistema. No esporte de rendimento, o resultado final é a
forma de julgamento das ações. O próprio treinamento e os meios empregados nele,
são todos medidos pelo resultado final. O processo, a prática ou até mesmo o
desenvolvimento do jogo não tem importância significativa para o sistema, sendo a
performance esportiva mensurada pelo fator vitória-derrota (BRACHT, 2000).
As modalidades individuais têm técnicas individuais, habilidades motoras
específicas e possuem movimentos técnicos com alto grau de dificuldade, assim, o
principal foco das modalidades individuais é o rendimento individual. Em várias
modalidades a sua prática exige capacidades motoras específicas, a utilização de
implementos específicos e alto grau de aperfeiçoamento técnico (TANI; BENTO
&PETERSEN, 2006).
No final da década de 60, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) criou
o Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), uma competição escolar de âmbito nacional
com intuito de favorecer a integração e descobrir talentos esportivos, que se tornou o
ponto culminante do desenvolvimento do Esporte Escolar (ARANTES; MARTINS &
SARMENTO, 2012).
Em 1989, na I Conferência Brasileira de Esporte na Escola houve uma
ampla discussão do esporte como efeito positivo na vida do estudante, que resultou
4
na Carta Brasileira de Esporte na Escola, a qual foi elaborada por professores
universitários e professores das escolas que participaram dos JEBs (TUBINO, 2010).
O objetivo principal dessa investigação é verificar os métodos utilizados
para seleção e participação dos alunos nas competições escolares pelos professores,
na modalidade de atletismo. Como objetivo específico, verificar se os professores
participam de competições escolares com seus alunos na modalidade de atletismo.
2 METODOLOGIA
Natureza da pesquisa
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, de
levantamento de dados, com abordagem quantitativa e corte transversal.
População do estudo e amostra
A amostra a ser estudada, foi composta por professores, ambos os sexos,
vinculados a 19ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Tubarão e atuantes
na rede estadual. A amostra será composta por 30 professores, selecionados por
conveniência, não sendo necessário cálculo para amostragem.
Para a inclusão no estudo, foram utilizados os seguintes critérios: ter o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado; estar devidamente
atuando na rede estadual de ensino; estar formado ou cursando licenciatura em
Educação Física. Para exclusão do estudo, será utilizado o seguinte critério: não
completar todas as etapas do estudo.
Instrumento de pesquisa
A pesquisa foi realizada através de questionário, com perguntas
sociodemográficas e questionando objetivamente os métodos que os professores
utilizam para selecionar os alunos para competições escolares na modalidade de
atletismo.
5
Procedimentos
Para o desenvolvimento desse estudo foi solicitado autorização da CRE
realização da pesquisa com os professores.
Em primeiro momento, foi apresentado o projeto para a direção da escola
para liberação de realização da pesquisa em seu âmbito escolar. Em seguida, foi feito
uma abordagem informal com o professor, em sua hora-atividade para não atrapalhar
sua aula, apresentando o projeto e convidando-o à participar, entregando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) com o objetivo de receber a autorização
para a participação neste estudo.
Com o TCLE assinado, foi coletado os dados a partir de um questionário,
onde terão perguntas sociodemográficas e objetivas.
Análise de dados
A análise de dados foi realizada por meio de estatística descritiva com
valores de medidas de tendência central e dispersão das variáveis quantitativas e
frequência simples absoluta e relativa das variáveis qualitativas. Os dados foram
transcritos em uma planilha Excel 365 para o Windows 10 e exibidos em formatos de
tabelas e gráficos.
A partir dos dados quantitativos foi realizado uma análise subjetiva das
respostas dos professores, procurando compreender os métodos utilizados na
seleção do aluno/atletas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente estudo foi desenvolvido nas escolas de rede estadual
vinculadas a CRE do Município de Tubarão, dentre essas escolas, foram selecionadas
algumas por conveniência dos municípios de Tubarão, Sangão, Jaguaruna e Pedras
Grandes. Foram abordados 35 professores, atuantes ou não atuantes em sala de
aula, dentre eles, 05 se recusaram a participar da amostra; dos participantes, 20 foram
do sexo masculino e 10 foram do sexo feminino.
6
Entre os participantes, obtivemos as respostas de professores entre 21 e
59 anos de idade, com a média de idade de 35 anos, com um desvio padrão de 9
anos, no dia da coleta. Esses professores têm em média 10,6 anos de atuação na
área da educação, com um desvio padrão de 7,8 anos. Com todos os dados coletados,
tivemos também, seus tempos de formação, que se dividiram entre cursando a
licenciatura e já estando formado há 26 anos, com a média de 9,33 anos formados,
com um desvio padrão de 8,12 anos, o tempo com maior prevalência foi de 3 e 11
anos, com 4 professores formados nesse tempo.
Tabela 1 – Características.
VARIÁVEL MÉDIA DP
Idade 35 9
Tempo de Formação 9,33 8,12
Tempo de Atuação 10,61 7,8
Fonte: Elaboração do autor, 2019.
Dê acordo com os dados acima, podemos ver pelo desvio padrão que
tivemos diversos professores com idades variadas, tempo de serviço e tempo de
atuação; Já como o local de formação, tivemos uma quantidade de 54% dos
professores que obtiveram seus diplomas pela Universidade do Sul de Santa Catarina
– UNISUL, a principal Universidade da região onde foram coletado os dados, já os
outros 46% obtiveram seus diplomas em outras Universidades espalhadas pela região
Sul do país.
Relevando que a Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul é uma
Universidade de estudo presencial, onde mais da metade dos professores fizeram a
graduação presencialmente, assim, aprendendo as provas e vivenciando na prática
todas as habilidades necessárias para o atletismo.
Segundo o estudo de Iahn (2008) 90% dos entrevistados destacaram como
ponto positivo do curso presencial as facilidades que os professores apresentam em
desenvolver os conteúdos de acordo com o nível da turma. Sendo que, 90% da
amostra preferiram o curso à distância pelo fato de ser mais dinâmico e de melhor
qualidade.
Levando em consideração que o Atletismo é uma modalidade
exclusivamente realizada na prática, acredita-se que sua aprendizagem torna-se
7
melhor consolidada no ensino presencial, sabendo-se que o seu desempenho será
observada e efetuada na prática.
Fonte: Elaboração do autor, 2019.
Após todos os dados coletados, os trinta (30) professores responderam se
participaram ou não dos jogos escolares, na modalidade de atletismo. De todas as
respostas que coletamos, apenas 11 (36,7%) docentes não levaram seus alunos para
participar, justificando o motivo pelo qual não participa, e os outros 19 (63,3%)
responderam que levaram seus alunos nos jogos, respondendo qual métodos utilizam
para fazer a seleção dos alunos para os jogos escolares.
Segundo o estudo de Almeida & Fonseca (2013), realizada em Vacaria-RS,
o atletismo é a segunda modalidade com mais representatividade das escolas
participante em jogos escolares, ficando atrás apenas do futsal e o mesmo número de
representação do voleibol. Acredita-se que pelo grande número de provas dentro de
uma única modalidade, não há uma maior prevalência em certa prova, mas que se
dividem entre a maioria. Assim, pode ser que a maioria dos professores que não
participaram das competições escolares na modalidade de atletismo, não participaram
em nenhuma outra modalidade.
Dos professores participantes, 15 deles, ou seja, 50% tem o tempo de
atuação e formação maior do que a média geral. Desses professores, 10 participaram
das competições escolares com seus alunos, e apenas 5 não participaram
atualmente. Analisando os outros 50% abaixo da média geral, 9 professores
assinalaram que participam das competições e apenas 6 não participam. Havendo
54%
14%
10%
7%
3%3%
3%3%
3%
GRAFICO 1 - LOCAL DE FORMAÇÃO
UNISUL
UNESC
UDESC
ESUCRI
FAPAG
UFRGS
ULBRA
UNIASSELVI
UNIBAVE
8
assim, nenhuma diferença entre quem tem mais experiência e quem está há pouco
tempo formado e atuando.
Esses dados leva a pensar que, aqueles que têm menos experiência, mas
recém formado, vem com uma expectativa e uma vontade maior para a participação
nas competições, e os que têm mais experiência, participa por ter mais tempo na
escola, talvez estar efetivo na unidade escolar e ter mais convívio com os alunos. Mas
essa experiência pode acarretar na maneira de fazer a seleção dos alunos para as
competições, por ser mais efetiva.
Dos 36,7% dos professores que não levam seus alunos para participar dos
jogos escolares, todos responderam apenas uma opção/justificativa por não participar,
sendo que algumas não partem propriamente deles, mas da escola ou dos próprios
alunos.
Fonte: Elaboração do autor, 2019.
Como mostra o gráfico, existem cinco justificativas para os professores não
participarem dos jogos com seus alunos. A que mais se destacou entre eles foi a falta
de apoio do corpo gestor da escola, com quatro professores (37% dos 11 professores);
27% dos professores que não levam os alunos justificaram que são alunos do Ensino
Fundamental - Anos Inicias e/ou não são compatíveis com as idades das competições;
18% mencionam que não participam por falta de interesse dos alunos e 9% defendem
que existe dificuldade no transporte dos alunos e que falta interesse do professor.
37%
27%
18%
9%
9%
GRAFICO 2 - Motivo pela não participação
Falta de apoio do corpogestor da escola
Idade dos alunos nãocompatível/anos iníciais
Desinteresse dos alunos
Falta de interesse doprofessor(a)
Dificuldade no transportedos alunos
9
Em um estudo realizado por Neto, Soares e Ferreira (2011) em Rio de
Janeiro, onde eles investigaram uma escola com o objetivo que analisar sua
participação nos Jogos Estudantis, obtiveram a resposta da professora que, não leva
seus alunos para as competições nas modalidade de atletismo pelo fato de outra
escola da rede ter condições de infraestrutura e financeira melhor que a sua escola,
sendo que no pensamento dela, seus alunos não teriam chance de ganhar.
Contrariando o presente estudo que deu como a falta de apoio do corpo gestor da
escola e não partindo da iniciativa do professor.
Mas, no estudo de Dieder e Höher (2016), onde os professores foram
abordados quais fatores dificultam a abordagem do atletismo nas aulas de educação
física, 34% responderam que é a falta/limitação do espaço físico. Dados esses que
são evidenciados em outras pesquisas, como a de Lencina e Rocha JR (2001), na
qual 63,33% das escolas atingidas pelo estudo, o Atletismo não compõe o currículo
da Educação Física da escola, e 71% dessas justificam que não incluem o Atletismo
por falta de infraestrutura. Logo, leva-se a pensar que sem espaço físico, os
professores não trabalham o atletismo em suas aulas; bem como o estudo de Góes,
Júnior e Oliveira (2014), que 72% dos professores não ministram o Atletismo nas aulas
de Educação Física. Consequentemente, não apresentam para o corpo gestor da
escola incentivo para a prática e competição do mesmo, fazendo com que dificultam
a participação dos alunos nas competições escolares.
Os outros 63,3% dos professores abordados levam seus alunos para as
competições escolares, na modalidade de atletismo. Com isso, eles devem chamar
os alunos para competir. Levando em consideração que no atletismo a maioria das
provas são individuais, os professores precisam fazer uma seleção dos alunos para
participarem. Na abordagem destacamos três métodos para os professores
assinalarem qual cada um utiliza.
No estudo de Almeida & Fonseca (2013), é destacado que o atletismo é a
modalidade individual que mais é representado pelas escolas nas competições
escolares, um dos motivos é pelo qual não depende de treinamento técnico e tático
coletivo, e que muitos professores levam os alunos apenas como treinamento de
alguma capacidade física, podendo até visar outro esporte coletivo. Assim, pode ser
um dos motivos pelo qual os professores destacaram os métodos a seguir.
10
Obtivemos 28 respostas nos três métodos destacados. Como dentro do
atletismo existe várias provas, alguns professores mencionaram mais de um método
utilizado para a abordagem e seleção dos alunos para competirem nas competições
escolares.
Segundo Arantes, Martins e Sarmento (2012) os Jogos Escolares
Brasileiros ou Olímpiada Escolar, como o evento é identificado, acontece em duas
etapas: a primeira sendo da faixa etária de 12 a 14 anos e a segunda sendo da faixa
etária de 15 a 17 anos. Dentro dessas faixas etárias a Confederação Brasileira de
Atletismo (2019) separa por categorias: categoria Pré-Mirim, para atletas com 11 e 12
anos; categoria Mirim, para os atletas com 13 e 14 anos; categoria Menores, para
atletas de 15 a 17 anos. Nisso, existem as provas oficiais dentro de cada categoria,
podendo se dividir em Corridas Rasas, Corrida com Obstáculos, Marcha Atlética,
Revezamentos, Saltos, Arremesso, Lançamentos e as Combinadas.
Leva-se a crer que com todas essas provas, os professores variam seu
critério de seleção, sendo que existem provas com habilidades e técnicas bem
distintas uma das outras. Assim, abordando mais de um critério para a mesma
modalidade.
Tabela 2 – Métodos destacados pelos professores sobre a seleção dos alunos para as competições
escolares, na modalidade de atletismo.
Métodos destacados pelos professores N (%)
Seleção dos alunos que querem participar. 7 36,84
Convite a partir de capacidades físicas e técnicas, observadas nas aulas de Educação Física.
15 78,94
Por interesse do aluno. 6 31,57
Fonte: Elaboração do autor, 2019.
Os dados da tabela 2 mostram que 31,57% dos professores presentes no
estudo fazem sua abordagem e seleção dos alunos por interesse da participação do
próprio aluno; já 36,84% dos mesmos, fazem sua seleção prática/competitiva dos
alunos que querem participar das competições escolares. E a abordagem e seleção
dos alunos que é mais praticada pelos professores da amostra foi o convite a partir de
11
capacidades físicas e técnicas, observada nas aulas de Educação Física Escolar,
mencionada por 78,94% dos educandos.
No estudo de Lencina & Rocha JR (2001), citado mais acima, a principal
justificativa por não conter o atletismo no currículo da Educação Física da escola foi a
falta de infraestrutura, mas a segunda é por desinteresse dos alunos. Fato que leva a
acreditar que alguns professores do presente estudo deixam a critério dos alunos o
interesse de participar das competições escolares ou não, levando em consideração
que a maioria não tem interesse.
Como vimos, existem vários tipos de provas no Atletismo, necessitando de
habilidades e técnicas exclusivas para determinadas provas. Acredita-se que como
algumas provas há mais alunos interessados na participação do que o limite de
inscrição, o professor precisa realizar um teste prático/competitivo para selecionar
aquele(s) aluno(s) que mais se destacou. Segundo Caxito (2008) “Selecionar é
escolher o melhor candidato cara o cargo”, nesse caso, o melhor aluno para competir.
Nos estudo de Dieder e Höher (2016) e de Lencina e Rocha JR (2001)
vimos que a maior queixa dos professores é a falta de infraestrutura para o
desenvolvimento da modalidade. Acredita-se que muitos professores passam pela
mesma necessidade, mas, que consiga trabalhar o atletismo dentro do espaço físico
disponível. Segundo alguns entrevistados do estudo de Góes, Júnior e Oliveira (2014)
consegue-se trabalhar o atletismo mesmo sem um amplo espaço físico ou uma
infraestrutura especifica, de forma adaptada, segundo eles, dessa maneira se
consegue trabalhar a modalidade e fica mais fácil ensinar.
Acredita-se que a maioria dos professores do presente estudo busca pelo
convite observando o rendimento dos alunos nas aulas de Educação Física por esse
motivo, a falta de infraestrutura para realizar uma competição entre os mesmos e pelo
o aluno não conhecer na prática a prova a ser realizada, pelo fato de muitas vezes
serem trabalhadas de forma adaptada.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados coletados conclui-se que a maior parte dos professores
(19) participaram das competições escolares e que todos utilizam algum método para
a participação de seus alunos. Foram abordados três métodos para a seleção e
12
participação dos alunos para as competições escolares. O método mais mencionado
é o convite a partir de capacidades físicas e técnicas, observadas nas aulas de
Educação Física (15), outro método optado pelos professores é realizar uma seleção
prática/competitiva dos alunos que querem competir (7) e alguns professores optam
em levar os alunos por interesse do mesmo (6). Alguns professores utilizam mais de
um método, dependendo da prova e do número de alunos para competir, aplicando,
assim, o método de sua preferência e o que seja de mais eficiência.
Espera-se, portanto, que este estudo possibilite para que docentes e
futuros professores de Educação Física reflitam sobre seus métodos utilizados para
as seleções dos alunos, buscando a melhor performance e incentivando o aluno a
competir. Como também, servir para os professor que não participam das
competições escolares, incentivo há participarem.
Por fim, sugere-se novos estudos sobre métodos adotados por professores,
não somente no atletismo, podendo também, enfatizar quais métodos adquirem os
melhores resultados nas competições.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Uilian Maciel; FONSECA, Gerard Maurício Martins. Jogos escolares de Vacaria: retrato da participação dos estudantes. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 11, n. 1, p. 89-99, 2013. Disponível em: http://saber.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/6954. Acesso em: 30 out. 2019. ARANTES, A.; MARTINS, F.; SARMENTO, P. Jogos escolares brasileiros: reconstrução histórica. Motricidade, v. 8, n. Supl. 2, 2012Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/jogos-escolares-brasileiros-reconstrucao-historica/. Acesso em: 15 maio. 2019. BASTIDAS, Marina Gallego; BASTOS Flávia da Cunha. A lei de incentivo fiscal para o desporto e a formação de atletas no Brasil. Revista Internacional de Gestão Desportiva, Portugal, v. 1, n. 2, p. 112. Disponível em: http://observatorio.esportes.mg.gov.br/wp-content/uploads/2012/07/Artigo-Lei-de-Incentivo.pdf. Acesso em: 14 maio. 2019. BRACHT, Valter. Esporte na escola e esporte de rendimento. Movimento, v. 6, n. 12, 2000. Disponível em: https://www.redalyc.org/html/1153/115318167010/. Acesso em: 14 maio. 2019.
13
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999a. CAFRUNI, Cristina; MARQUES, António; GAYA, Adroaldo. Análise da carreira desportiva de atletas das regiões sul e sudeste do Brasil: Estudo dos resultados desportivos nas etapas de formação. Revista portuguesa de ciências do desporto, v. 6, n. 1, p. 55-64, 2006. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?pid=S1645-05232006000100008&script=sci_arttext&tlng=en. Acesso em: 10 maio. 2019. CAXITO, Fabiano de Andrade. Recrutamento e seleção de pessoas. IESDE BRASIL SA, 2016. p. 39. Confederação Brasileira de Atletismo. Provas oficiais. Bragança Paulista, SP, [2019]. Disponível em: http://www.cbat.org.br/provas/provas_oficiais.asp. Acesso em: 01 nov. 2019. DIEDER, Janaina Andretta; HÖHER, Alexandre José. O atletismo nas aulas de Educação Física das escolas de Novo Hamburgo/RS: possibilidades e limitações. Nuances: estudos sobre Educação, v. 27, n. 1, p. 127-146, 2016. Disponível em: http://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/view/3961. Acesso em: 31 out. 2019. DOS SANTOS, Marco Aurélio Gonçalves Nóbrega; NISTA-PICCOLO, Vilma Lení. O esporte e o ensino médio: a visão dos professores de educação física da rede pública. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 25, n. 1, p. 65-78, 2011. Disponível em: http://www.periodicos.usp.br/rbefe/article/view/16797. Acesso em: 15 maio. 2019. GÓES, Flávia Temponi; JÚNIOR, Paulo Roberto Vieira; OLIVEIRA, Pâmela Aparecida Silva. Algumas reflexões sobre a inserção e o ensino do atletismo na educação física escolar. Revista mackenzie de educação física e esporte, v. 13, n. 1, 2014. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/4154. Acesso em: 01 nov. 2019. IAHN, Luciene Ferreira et al. Educação a Distância x Educação Presencial: estudo comparativo entre dois cursos preparatórios para concurso. In: CONGRESSO ABED. 2008. p. 1-13. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2008/cd/artigos/55200872051PM.pdf. Acesso em: 30 out. 2019. LENCINA, Lyselenne de Avila; ROCHA JR, Ivon Chagas da. Diagnóstico do atletismo escolar em Santa Maria. Kinesis, n. 25, 2001. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/kinesis/article/view/10214. Acesso em: 31 out. 2019. NETO, Alvaro Rego Millen; SOARES, AJG; FERREIRA, A. C. Políticas de esporte escolar e a construção social do currículo de educação física. Motriz, v. 17, p. 416 citation_lastpage= 423, 2011. Disponível em:
14
www.ppgef.univasf.edu.br/images/referencias/referencia1_sociocultural.pdf. Acesso em: 31 out. 2019. SEDORKO, Clóvis Marcelo; DISTEFANO, Fabiane. O atletismo no contexto escolar: possibilidades didáticas no 2º. Ciclo do ensino fundamental. Revista Digital, 2012. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd165/o-atletismo-no-contexto-escolar-possibilidades-didaticas.htm. Acesso em: 15 maio. 2019. TANI, G.; BENTO, J. O.; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. E-book. Acesso restrito via biblioteca virtual da Unisul. TUBINO, Manoel José Gomes. Estudos brasileiros sobre o esporte: ênfase no esporte-educação. Maringá: Eduem, 2010.
15
APÊNDICE A – Questionário de coleta de dados
O presente questionário destina-se à coleta de dados para elaboração do trabalho de
conclusão de curso do Curso de Educação Física.
Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. Idade: _______ anos.
Local de Formação: ___________________________________________________.
Tempo de Atuação: ___________________________________________________.
Tempo de Formação: __________________________________________________.
1. Você participa ou participou de jogos escolares na modalidade de atletismo,
com seus alunos atualmente (últimos 5 anos)?
( ) Sim.
( ) Não.
___________________________________________________________________
Se sua resposta for NÃO. Qual motivo de não participar?
( ) Falta de interesse do professor;
( ) Falta de conhecimento da modalidade;
( ) Desinteresse dos alunos;
( ) Falta de apoio do corpo gestor da escola;
( ) Dificuldade de transporte dos alunos;
( ) Outros: ____________________________________________________.
______________________________________________________________
Se sua resposta for SIM. Qual procedimento você utiliza para selecionar os
alunos?
( ) Seleção entre os alunos quem querem competir;
( ) Convite a partir de capacidades físicas e técnicas, observadas nas aulas de Educação Física;
( ) Por interesse do aluno;
( ) Outros: ____________________________________________________.
