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MULHERES NA AGROECOLOGIA: SEMEANDO O ORGULHO EM SER AGRICULTORA Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1942 Dezembro/2014 Caturité N ascidos e criados na comunidade Pedra D'água, município de Caturité/PB, Darcle Barbosa Vidal (58) e sua família têm muito orgulho de serem agricultores e da vida do campo. João Joaquim (87) e Inácia Maria (77), criaram Darcle, filha mais velha, e os outros dez filhos/as envolvidos na rotina do roçado e dos arredores de casa, o que justifica a paixão de Darcle pela agricultura e pela terra. “Eu cuidava da casa e dos meus irmãos/ãs, enquanto meus pais iam para o roçado. Quando mãe não podia ir, meu pai me levava com ele”, lembra a agricultora. E foi assim, ajudando seus pais que ela aprendeu muito do que sabe, assumindo-se como agricultora experimentadora. A família já é conhecida na região por comercializar produtos da agricultura familiar como: couve, coentro, alface, ovos, manteiga, etc. Darcle nos afirma que sua produção no momento é pequena, devido ao período de estiagem, mas o pouco que produz garante o consumo e contribui com a renda familiar. O seu sonho é produzir mais, ter mais coisas plantadas, encher o carro de mercadorias e levá-las aos sábados para comercializar na Tenda Agroecológica do Cariri. Seu José Francisco Vidal (61) é muito feliz pela esposa que tem e juntamente com a filha Luana (25) participam dos trabalhos da agricultura. Luana faz especialização em Processos Históricos e Tecnológicos do Semiárido, e “quando está em casa me ajuda, cuida da horta e ajeita uns lerão”.

MULHERES NA AGROECOLOGIA: SEMEANDO O ORGULHO EM SER AGRICULTORA

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Darcle Barbosa Vidal e sua família têm muito orgulho de serem agricultores e da vida do campo. A família já é conhecida na região por comercializar produtos da agricultura familiar como: couve, coentro, alface, ovos, manteiga, etc. Darcle é uma agricultora experimentadora que participa do Grupo de mulheres agricultoras. Sente-se muito valorizada e fica muito feliz por todo aprendizado adquirido.

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MULHERES NA AGROECOLOGIA: SEMEANDO O ORGULHO EM SER AGRICULTORA

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1942

Dezembro/2014

Caturité

Nascidos e criados na comunidade Pedra D'água, município de Caturité/PB, Darcle Barbosa Vidal (58) e sua família têm muito orgulho de serem agricultores e da vida do campo. João Joaquim (87) e Inácia Maria (77), criaram Darcle, filha mais velha, e os outros dez filhos/as

envolvidos na rotina do roçado e dos arredores de casa, o que justifica a paixão de Darcle pela agricultura e pela terra. “Eu cuidava da casa e dos meus irmãos/ãs, enquanto meus pais iam para o roçado. Quando mãe não podia ir, meu pai me levava com ele”, lembra a agricultora. E foi assim, ajudando seus pais que ela aprendeu muito do que sabe, assumindo-se como agricultora experimentadora. A família já é conhecida na região por comercializar produtos da agricultura familiar como: couve, coentro, alface, ovos, manteiga, etc. Darcle nos afirma que sua produção no momento é pequena, devido ao período de estiagem, mas o pouco que produz garante o consumo e contribui com a renda familiar. O seu sonho é produzir mais, ter mais coisas plantadas, encher o carro de mercadorias e levá-las aos sábados para comercializar na Tenda Agroecológica do Cariri. Seu José Francisco Vidal (61) é muito feliz pela esposa que tem e juntamente com a filha Luana (25) participam dos trabalhos da agricultura. Luana faz especialização em Processos Históricos e Tecnológicos do Semiárido, e “quando está em casa me ajuda, cuida da horta e ajeita uns lerão”.

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E é nessa integração que Darcle e sua família mantêm a propriedade diversificada em sua produção e criação. Quando têm água, também produzem rabanete, repolho, melão, mamão, maracujá, pepino, feijão e graviola. Em se tratar de animais, criam galinhas e vacas. Com a boa quantidade do leite das vacas, aproveitam a nata para uma produção de manteiga da terra. A família acabou de conquistar a tecnologia social do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), uma cisterna calçadão que armazena 52 mil litros de água da chuva e está bastante animada para ampliar a produção e criação de animais. Darcle é uma agricultora experimentadora que participa do Grupo de mulheres agricultoras e de t o d a s a s r e u n i õ e s d o s agricultores/as da região. Sente-se muito valorizada e fica muito feliz por todo aprendizado que adquiriu nos últimos tempos, através das trocas de experiências, formações e intercâmbios dos programas que participa. Com isso passou a desenvolver a agricultura livre de agrotóxicos e seu conhecimento não é somente para si, procura sempre ensinar o que aprendeu, ajudando a todos ao seu redor. Nesse processo de troca de experiências, ela recorda a resistência que encontrou em casa: “Com meu marido foi difícil, no início ele era assim: isso é besteira, e tal! Mas agora como sou eu de um lado e Luana do outro, ele tá mais consciente, faz uns dois anos que não usa mais veneno”. Essa é uma das conquistas e mudanças em sua casa que Darcle se alegra em contar. Sempre buscando melhorar as condições de convivência com o semiárido, ela busca uma vida sustentável e mais saudável, deixando expresso seu desejo: “Queria que as pessoas pensassem mais, se conscientizassem antes de desmatar e agredir a natureza. Que elas parassem com esse negócio de usar veneno e usassem só defensivos naturais”.

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