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Directora: Laura Alves | Segunda-feira, 7 de Novembro de 2011 | N.º 192 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt Se calhar, até deu. Bruno Cabral realizou o filme ‘Praxis’, vencedor do prémio para melhor curta-metragem nacional no DocLisboa. Em entrevista ao MU, o realizador fala dos jogos sexuais, da violência, das relações hierárquicas de poder e dos valores que a praxe incute. P.08 e 09 A tua praxe dava um filme? BOLSAS ODD SCHOOL-HP 450 BOLSAS PARA FORMAR NOVOS TALENTOS NA ÁREA DO ENTRETENIMENTO DIGITAL. P. 04 AS MELHORES DAS MELHORES GREAT PLACE TO WORK DIVULGOU A LISTA DAS MELHORES EMPRESAS PARA TRABALHAR. P.06 OLD JERUSALEM A CRIATIVIDADE DA POP-FOLK NACIONAL. P.12 © José Pedro Tomaz Publicidade

Mundo Universitário - Edição 192

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Edição de 7 de Novembro

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Se calhar, até deu. Bruno Cabral realizou o filme ‘Praxis’, vencedor do prémio para melhor curta-metragem nacional no DocLisboa. Em entrevista ao MU, o realizador fala dos jogos sexuais, da violência, das relações hierárquicas de poder e dos valores que a praxe incute. P.08 e 09

A tua praxe dava um filme?

Bolsas odd school-hP450 Bolsas Para formar novos talentos na área do entretenimento digital. P. 04

as melhores das melhoresgreat Place to Work divulgou a lista das melhores emPresas Para traBalhar. P.06

old Jerusalema criatividade da PoP-folk nacional. P.12

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O Hard Rock Cafe, em Lisboa, recebe hoje dois concertos a propósito do concurso de bandas universitárias U>Rock, promovido pelo Univer-sia. Os vencedores da 3.ª edição do U>Rock,

os Phama, vêm de Vila do Conde e representam a Universidade do Porto. Nessa noite tocam ainda os Gato Por Lebre, banda finalista, que representa a Universidade de Lisboa. O concerto tem início pelas 22h30.

Mais de uma dezena de alu-nos do Instituto Politécnico de Portalegre solicitou, na semana passada, a anula-ção das respectivas matrícu-las. Os estudantes alegam dificuldades financeiras para prosseguir os respectivos cur-sos, situação que o responsável da instituição considera «grave». De acordo com o presidente do IPP, Joaquim Mourato, a instituição tem-se deparado com esta situação que poderá agravar-se: «Estou convencido que, nos próximos tempos, vamos ter muito mais pedidos e não me admiro se, dentro de três a quatro semanas, estivermos na ordem das dezenas de estudantes que anulam as matrículas por estas circunstâncias».

2 | a abrir 7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

A crise tem destas coisas. Estima-se que, com as regras do novo regulamento de Acção Social, cerca de dez mil alunos do ensino superior percam direito a bolsa de estudo este ano. Destes, a grande maioria está a chegar ao fim do regime transitório que vigorou no ano passado. Este regime transitório concedia um valor mínimo da bolsa de estudo e abrangia os bolseiros de anos anteriores que tinham perdido direito ao apoio. Esses estu-dantes ficarão agora fora do sistema de Acção Social. A estes vão juntar-se ainda alguns milhares de alunos que não cumprem os novos critérios definidos no regulamento aprova-do no Verão pelo Governo. A taxa de indeferimento deverá ficar próxima dos 30 por cento.

A Associação Académica de Coimbra (AAC) vai dispor de um Departamento de Educação para a Saúde e Prevenção do Cancro destinado aos estudantes, um projecto pioneiro que futuramente poderá ser alargado a outras instituições do ensino superior do país. A iniciati-va partiu do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro e vai envol-ver os estudantes universitários em acções de prevenção primária junto dos colegas. Em Coimbra, o departamento ficará integrado no Pelouro de Intervenção Cívica e Ambiente da Direcção Geral da AAC e tem também como parceiro o Instituto Universitário Justiça e Paz.

ficHa TécNica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão, Francisco Pinto Barbosa, Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Colaboradores: Andreia Arenga, Emanuel Amorim, João Tomé, José Pedro Tomaz, Renata Lobo | Paginação: Filipa Andrade | Revisão: Catarina Poderoso | Publicidade: Tel: 21 416 92 10 | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.

(Pouca) luz ao fundo do túnelUma pessoa bem tenta procurar temas positivos para trazer um raio de sol a este pântano caótico em que se tem transformado o país. Não é fácil. Então agora fala-se na possibilidade de acabar com uma série de autocarros que servem a cidade de Lisboa e fechar o metropolitano às 23h00? Quando ouvi falar disto, não quis acreditar e tive a reacção que costumo ter em situações absurdas: gargalhei. Ao longo da passa-da semana, porém, percebi que a coisa era a sério. Ou melhor, os estudos que andam a ser feitos e as intenções gorvernamentais vão nesse sentido. Ainda não percebi se a ideia é fazer com que as pessoas passem a andar mais de carro – e, por conseguinte, gastar mais dinheiro em combustível e contribuir para a poluição urbana, que é algo que todos nós deveríamos almejar enquanto atiramos lixo para o chão e nos esfregamos com petróleo... – ou se o objectivo é, simplesmente, impedir muitos comuns cidadãos de se deslocar para os seus empregos, locais de trabalho ou universidades em que estudam. Claro que a intenção será nobre. Vamos lá, todos juntos, reduzir os custos. Vamos lá evitar desperdícios. Vamos lá, cambada. Isso seria interessante, caso os cortes fossem feitos no sentido oposto. Ou seja, de cima para baixo, e não de baixo para cima, como é o caso. Quem anda de transportes públicos em Lisboa fá-lo porque é mais barato, porque não con-duz, porque é mais rápido evitar o trânsito, porque vai confiando numa rede que, apesar de tudo, vai servindo. Se de facto a coisa se concretizar, teremos uma rede de transportes coxa que não serve os cida-dãos que a pagam com dinheiro do seu bolso. E com isto, se não te pões a pau, ainda terás de ir para a universidade de táxi. Viva o luxo.Mas falemos finalmente de coisas mais positivas. Nesta edição do Mundo Universitário damos-te conta de algumas luzes ao fundo do túnel como, por exem-plo, o programa de bolsas na área do entretenimento digital promovido pela Odd School e pela HP, e revelamos também as melhores empresas do mun-do para trabalhar. Destaque ainda para os estudantes voluntários que deram apoio nos bastidores da Experimenta Design e, claro está, para o nosso tema de capa: o filme ‘Praxis’ de Bruno Cabral, sobre o mundo contraditório das praxes académicas, que venceu o prémio de melhor curta-metragem do DocLisboa.

Boas leituras!

Laura Alves • Directora [email protected]

FLASHADAS AAC ApoStA nA inFormAção Sobre o CAnCro

CerCA De Dez miL eStuDAnteS perDem boLSA De eStuDo

ALunoS De portALegre AnuLAm mAtríCuLAS

VenCeDoreS Do u>roCk em ConCerto

Os estudantes do ensino secundário e do superior vão ser desafiados pela Universidade de Aveiro, a dar ideias para resolver a crise. O NOS@EUROPE trata-se de um concurso nacional lançado pela instituição no âmbito das iniciativas do Centro Jacques Delors. O objectivo é levar os jovens a informarem-se sobre as causas e consequências da crise económica e financeira e imaginarem soluções para ultrapassar os problemas. Os participantes serão selecionados através de um ques-tionário de âmbito nacional respondido na página oficial do concurso em http://nos-at-europe.ua.pt no dia 11 de Novembro. .

uniVerSiDADe De AVeiro DeSAFiA eStuDAnteS A reSoLVer A CriSe

edição 192, 07 de Novembro de 2011 | próxima edição: 21 de Novembro | edição online em www.mundouniversitario.pt

WWW.FACebook.Com/JornALmu

eDitoriAL

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7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t campus | 3

IDMEC-FEUP pretende avaliar a qualidade do ar interior nas escolasPrevenir e reduzir as doenças respiratórias provocadas pela poluição do ar interior é o principal objectivo de um projecto liderado pelo Instituto de Engenharia Mecânica - Pólo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto que é hoje apresentado. O SINPHONIE - Schools Indoor Pollution and Health: Observatory Network in Europe’ coloca Portugal no grupo dos 25 países euro-peus que procuram a solução para o problema da qualidade do ar nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico e jardins-de-infância. O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, a Faculdade de Medicina da Uni-versidade do Porto e a Universidade de Aveiro colaboram também no projecto.

Biografias dos reitores da Universidade do Porto reunidas em livro

Com o objectivo de assinalar o centenário da Universidade do Porto, a Fundação Eng. António de Almeida editou uma obra com as biografias dos reitores da universi-dade dos primeiros 100 anos. ‘Os Reitores da Universidade do Porto: Retratos e Notas Biográ-ficas’ teve a coordenação do historiador Francisco Ribeiro da Silva e foi apresentado publi- camente na passada sexta-feira na Reitoria da universidade.

ISLA comemora 50 anosNo próximo dia 9, o Campus de Lisboa do ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração celebra o 50.º aniversário. Aquela que foi a primeira instituição de ensino superior privada do País assinala a data com uma cerimónia onde estarão presentes o director-geral do ISLA Campus Lisboa, Nélson Santos de Brito, o presi-dente da Laureate International Universities para a Região Mediterrânica, Miguel Carmelo, o director académico do ISLA Campus Lisboa, Tawfiq Rkibi, e ainda o Secretário de Estado do Ensino Superior, João Filipe Queiró. Durante o evento vão ser ainda entregues bolsas de mérito a 29 alunos do ISLA no valor total de 43.500 euros.

Criatividade ao rubro em CoimbraO Pensar Fora da Caixa está de volta. A 14 e 15 de Abril de 2012, a inicia-tiva que não é um festival nem uma conferência, de acordo com a organi-zação, decorre no Con-servatório de Música de

Coimbra. O objectivo é discutir a criatividade de modo informal. Para isso, esta nova edição do Pensar Fora da Caixa conta com convidados nacionais e internacionais vindos de campos tão diversos como a música, design, gastronomia, comunicação, tecnologia, marketing e economia. Sabe tudo o que vai acontecer em twitter.com/foradacaixa e em on.fb.me/pensarforadacaixa.

Programa ‘Study in Portugal’A Fundação Luso-Americana (FLAD) apresentou recente-mente o ‘Study in Portugal’, um programa que promove a internacionalização das universidades portuguesas no mercado norte-america-no. Este programa pretende

vir a ser um pilar fundamental na estratégia do aumento das exportações nacionais e, ao mesmo tempo, poten-ciar o reconhecimento de Portugal nos Estados Unidos. A iniciativa resulta de uma parceria com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), a Comissão Fulbright Portugal, o Turismo de Portugal e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Engenharia Biomédica em debate na ESTSetúbal/IPS

Entre 8 e 10 de Novembro, a Esc. Sup. de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal abre portas à I Semana da Engenharia Biomédica. O evento visa promover a troca de informações entre futuros profissionais e especialistas na área da biomédica, através do debate de temas actuais de carácter técnico-espe-cífico, como a estimulação neuronal e a medicina nuclear. Esta iniciativa é organizada pelo Núcleo de Engenharia Biomédica da Associação de Estudantes.

Ciência e Tecnologia em AveiroAté 16 de Novembro estão aber-tas as inscrições para a 12.ª Edição da Semana Aberta de Ciência e Tecnologia da Universidade de Aveiro. Esta iniciativa acontece entre 21 e 25 de Novembro e transforma a Universidade de

Aveiro num autêntico laboratório científico, onde todos são convidados a observar, experimentar e intervir. O programa da Semana Aberta integra mais de 75 acti-vidades para diversos públicos: experiências, workshops, jogos, visitas guiadas, exposições, palestras, conversas sobre ciência, filmes, espectáculos, saídas de campo e apresentações de projectos. As inscrições para alunos e professores que estejam interessados em se envolver no evento estão a decorrer em www.ua.pt/semanaberta.

Alunos da UMinho vencem concurso nacional de sistemas de informaçãoTrês alunos da Universidade do Minho venceram a II Competição Nacional de Casos em Tecnologias e Sistemas de Informação, uma prova organizada pela associação AIS.SC@Minho no âmbito da XI Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas de Informação. Cláudia Simões, Margarida Pereira e Sidónio Seixas, do mestrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação foram os mais eficazes a resolver um caso de estudo internacional que interliga os negócios em-presariais com as tecnologias de informação. O concurso abordou temas como ‘cloud computing’, inteligência corporativa, partilha de recursos, segurança e os novos paradigmas dos mercados.

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capazes de inovar nas áreas de jogos e animação digital. Para te candidatares a uma das bolsas deverás preencher o formulário de inscrição, ao qual podes aceder em www.facebook.com/oddschool. Na fase de selecção, os par-ticipantes serão selecciona-dos segundo o seu currículo, portfólio e objectivos de car-reira. O apuramento final dos vencedores será da responsa-bilidade da Odd School e da HP. Os seleccionados irão rece-ber ‘vouchers’ digitais entre 160 a 800 euros, que deverão depois ser utilizados em formações es-pecializadas na instituição.

que a parceria com a HP «foi crucial para que avançar com o programa de bolsas e impul-sionar a formação de talentos qualificados para a indústria criativa.» Para André Luís, a ini-ciativa, além de dar a 450 pes-soas a oportunidade de obter uma bolsa de estudo, «vai promover e dinamizar esta in-dústria em Portugal, através da entrada no mercado de traba-lho de quadros especializados nas áreas de animação, jogos e ‘motion’.» O entretenimen-to digital, afirma, é uma área que é não só lucrativa como se encontra em fase de expan-são em Portugal. «A indústria já começou a dar os primeiros passos na internacionalização e há cada vez mais procura de re-cursos humanos qualificados.»

Como te podes candidatarEste programa de bolsas tem como objectivo primordial a formação de novos talentos,

A Odd School, uma escola especializada na indústria do entretenimento digital, em parceria com a HP, está a promover um programa de bolsas de estudo, com o objectivo de estimular os novos talentos em áreas como jogos,

animação digital e ‘motion’. Ao todo, serão atribuídas 450 bolsas de estudo, num total de 90 mil euros. As inscrições já estão abertas e decorrem até 31 de Dezembro.

BOlSAS reAiS PArA tAlentOS DigitAiS

Estas bolsas de estudo surgem no âmbito de um acordo cele-brado entre a Odd School e a HP, com o objectivo de promo-ver a indústria de ‘Digital Con-tent Creation’ em Portugal. As 450 bolsas que resultam desta parceria visam beneficiar quem pretende apostar numa carrei-ra especializada no ramo do entretenimento digital e que, de acordo com André Luís, director da escola, «tenham paixão e vontade de construir uma carreira nesta área». Desta forma, as candidaturas não es-tão limitadas exclusivamente a estudantes, estendendo-se também a outros públicos.

Área em forte expansãoNuma altura em que, devido à situação económica e social do País, muitos estudantes correm o risco de ficar sem bolsa de estudo do Estado devido aos cortes no ensino, o director da Odd School refere

Curso de Ilustração Científica em AveiroEstão abertas as candidaturas ao curso de Ilustração Científica da Universidade de Aveiro, uma formação profissionalizante pioneira a nível nacional. Este curso decorre em dois semestres e resulta de uma parceria entre o Departamento de Biologia e o Departamento de Comuni-cação e Arte da universidade, integrando disciplinas das áreas científicas de Biologia e Design. As candidaturas estão abertas até 9 de Novembro e as aulas têm início a 24. Mais informações em www.ua.pt.

inCentiVO. Bolsas no valor total de 90 mil euros para estimular o talento na área do entretentimento digital

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BreVeS

FEUP lança programa de divulgação de ciênciaChama-se ‘Engenharia Num Minuto’ o programa criado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Como o nome indica, a ru-brica tem a duração de um minuto e passa diariamente na RTP Infor-mação, na Rádio Nova e também no Público Online. O objectivo é desvendar e desconstruir conceitos do universo da engenharia que se aplicam no quotidiano. No total haverá 250 programas e os investi-gadores da FEUP que colaboram no programa irão ‘trocar por miúdos’ algumas questões da actualidade como, por exemplo, porque é que há umas casas que resistem aos sismos e outras não. Sabe mais em www.fe.up.pt/engmin.

Autónoma promove congresso sobre Portugal e a mudançaA Universidade Autónoma de Lisboa, através do OBSERVARE (Observatório de Relações Exterio-res, unidade de investigação em Relações Internacionais da UAL), organiza nos próximos dias 16, 17 e 18 o congresso ‘As Tendên-cias Internacionais e a Posição de Portugal’. A iniciativa decorre nas sedes da UAL e da Fundação Calouste Gulbenkian e reúne um painel de conferencistas de várias universidades e centros de investigação que irão debater o contexto português num mundo em mudança. Programa e mais informações em http://observare.ual.pt/conference.

Laura Alves• [email protected]

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privadas, e Sandrine Lage, fun-dadora da Great Place to Work Institute em Portugal, diz que «esta iniciativa traduz o com-promisso do instituto em tra-zer valor acrescentado ao mer-cado português, colocando-o em permanente interacção com o que de melhor se faz mundialmente a nível da ges-tão de pessoas.» A responsável acrescenta ainda que a empre-sa procura contribuir para a construção de «uma socieda-de mais justa» um pressupos-to que «deveria ser o pilar de qualquer organização que se diz sustentável.»

6 | emprego 7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

o nosso grande investimento na satisfação, bem-estar e cria-tividade dos colaboradores.»

Sabias que...Portugal foi o primeiro país da Europa a publicar o ‘ranking’ da Great Place to Work das melhores empresas para tra-balhar nos idos anos 2000? Por cá, o estudo é limitado a 100 organizações, públicas ou

Com as saídas profissionais a darem-te um nó na cabeça, está na altura de estabeleceres um plano de ataque ao mundo empresarial. Fica a conhecer as 25 melhores empresas multinacionais

com melhor ambiente de trabalho e, quem sabe, se um dia o teu sonho não se torna realidade.

As melhores empresAs pArA trAbAlhAr

Elaborado pela Great Place to Work, uma empresa nor-te-americana de ‘research’ especializada em ambientes de trabalho, este é o maior estudo mundial anual alguma vez feito sobre locais de traba-lho de excelência. Para teres uma ideia, o estudo integra a análise de dados de mais de 2,5 milhões de colaboradores e gerentes de mais de 5.500 empresas de 45 países.O pódio desta lista é ocupa-do pela famosa e cobiçada Microsoft e aqui começam as boas notícias, se sair do País não fizer propriamente parte dos teus planos. A par da Mi-crosoft, mais seis empresas da lista estão implementadas em Portugal: SAS, Cisco, Diageo, Medtronic, Mars e Roche, pelo que podes ir afinando o teu currículo.

Culturas empresariais de destaque Lisa Brummel, CEO na Micro-soft, definiu este reconheci-mento como «emocionante»

RANKING. Microsoft lidera a lista dos locais onde é bom trabalhar, revela a empresa Great Place to Work

Renata Lobo• [email protected]

e defendeu que a empresa é uma das melhores para trabalhar «não só por aquilo que faz, mas também pela qualidade da cultura da em-presa que os colaboradores têm criado colectivamente». A medalha de prata foi para a SAS e o CEO da empresa, Jim Goodnight, explicou que o segredo é enfatizar certos comportamentos empresariais:

«a importância de tratar bem os nossos colaboradores – e fazê-lo não só nos Estados Unidos, mas em todos os nos-sos escritórios a nível mundial. A nossa cultura corporativa ajuda os colaboradores a sen-tirem-se motivados e desafia-dos, o que é benéfico tam-bém para os nossos clientes. Este reconhecimento é a pro-va de que devemos continuar

LiSta daS meLhoreS empreSaS muLtinaCionaiS para trabaLhar

1 - Microsoft (EUA)2 - SAS (EUA)3 - NetApp (EUA)4 - Google (EUA)5 - FedEx Express (EUA)6 - Cisco (EUA)7 - Marriott (EUA)8 - McDonald’s (EUA)9 - Kimberly-Clark (EUA)10 - SC Johnson (EUA)11 - Diageo (Reino Unido)12 - American Express (EUA)13 - Medtronic (EUA)14 - Intel (EUA)15 - Hilti (Listenstaine)16 - 3M (EUA)17 - Telefónica (Espanha)18 - National Instruments (EUA)19 - Mars (EUA)20 - Accenture (EUA)21 - Roche (Suíça)22 - Novo Nordisk (Dinamarca)23 - The Coca Cola Company (EUA)24 - Atento (Espanha)25 - Quintiles (EUA)

estudantes de economia desafiadosA Associação de Estudantes da Fac. de Economia da Universidade do Porto lançou um concurso destinado aos estudantes da instituição, com o objectivo de incentivar a elaboração de traba-lhos de investigação em ciências económicas. O concurso ‘AEFEP/FEP Santander – Applied Research in Economics And Management’ é uma parceria da Universidade do Porto com o banco Santander Totta e os candidatos podem entregar os seus trabalhos até 14 de Novembro. Toda a informa-ção em www.aefep.pt.

breves

arranca hoje mais uma oficina de portfólioTem hoje início mais uma edição da ‘Oficina de Portfólio’, uma iniciativa do IADE – Creative University que leva regularmente os alunos a pensar em campanhas publicitárias para algumas empresas. Marcas como Água Serra da Estrela, Galp Energia, Barclaycard, Oliveira da Serra e Moche são algumas das marcas que os estudantes podem trabalhar, utilizando as competências de cria-tividade e comunicação adquiridas durante os seus cursos e com a orientação de profissionais da área. Para saber mais sobre estes desafios vai a www.oficinadeportfolio.com.

Workshop para estimular o talento em GuimarãesDecorre no próximo dia 9, nas instalações da Associação Comercial e Industrial de Guimarães, um workshop de geração de ideias e empreendedorismo, inserido no projecto ‘Talentos 2012’. Organizado no âmbito de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, a iniciativa visa promover o desen-volvimento de ideias e negócios criativos que posicionem a região como uma referência no panorama europeu.

A Microsoft lidera a lista das melhores empresas do mundo para trabalhar

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Numa altura em que o Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia da República um projecto com medidas contra as praxes académicas, em que as universidades apertam o cerco e ameaçam processar disciplinarmente quem desenvolver praxes violentas, e em que até alguns reitores incentivam os estudantes a fazerem queixa dos abusos, surge ‘Praxis’. O filme realizado por Bruno Cabral passou no último DocLisboa e ganhou o Prémio DocLisboa e ISCTE-IUL para melhor curta-metragem.

O MU falou com o realizador para perceber qual é o peso das palavras ‘brincadeira’ e ‘tradição’ no actual ensino superior português.

«NãO aChO qUE a PraxE SEja BrINCaDEIra»ENTrEVISTa. Bruno Cabral venceu o prémio de melhor curta-metragem no DocLisboa com um filme sobre as praxes académicas

8 | grande plano 7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

E sentiste, de facto, que há diferenças entre cida-des e/ou academias? A praxe é diferente ao longo do País ou sentiste que há mais ou menos o mesmo tipo de abordagem para com os caloiros?Isso foi um dos aspectos que mais me surpreendeu. De Norte a Sul do País vê-se exac-tamente o mesmo tipo de jogos, de cerimónias, de cân-ticos, de relações de poder...

Portanto, a postura do «aqui é que há tradição e se faz praxe a sério» acaba por se diluir, é isso?Exactamente. Há realidades distintas. Ou seja, há cursos e faculdades com vivências próprias, como no caso de Veterinária, com os animais, ou Agronomia, em que há contacto com o campo. Mas em todo o lado há o mesmo tipo de jogos e brincadeiras. É tudo muito mais parecido do que eu estava à espera.

O que é que te levou a pensar neste filme?Eu já tinha esta ideia desde há uns dois anos, pelo facto de a praxe se ter generaliza-do, massificado e naturalizado como forma de as pessoas se integrarem no meio académi-co. Segui, inclusive, o caso de violência nas praxes em que uma rapariga foi a tribunal, por causa de a terem obrigado a pôr a cabeça num balde de es-terco. Houve também um caso de um rapaz que correu o risco de ficar paraplégico... Mas achei que não queria fazer um filme sobre o extremo do que acon-tece nas praxes, a possibilidade de agressão física. Não queria ir por aí. A minha pesquisa e o contacto com as várias realida-des da praxe levou algum tem-po, e ainda bem. Cada cidade tem aquela atitude de achar que é diferente e que faz pra-xes melhores relativamente a outras universidades. E ao fazer este retrato pelo País, achei que ia dar uma dimensão mais geral do que é, de facto, a praxe.

Começo por te fazer a pergunta inevitável. Tens posição em relação às praxes? Qual é a tua postu-ra quanto a este tema?Creio que, no que toca a este tema, a minha opinião não é o que mais interessa. O que me propus fazer é um retrato de como funciona a praxe em di-versas cidades do País – Aveiro, Coimbra, Lisboa, Évora, Beja, Se-túbal –, procurando saber aqui-lo que os estudantes faziam durante as praxes e também aquilo que eles nos deixavam filmar. Contactámos sempre antes com os estudantes en-volvidos, em primeiro lugar nas comissões de praxe, na fase de organização dos rituais e das praxes para explicar o nosso projecto, e só começávamos a filmar quando havia consenti-mento. Quando depois filmá-vamos e destacávamos algu-mas personagens, caloiros ou veteranos que não sabíamos se estavam a par do projecto, explicávamos qual o nosso pro-pósito.

Texto: Laura Alves | Fotos: José Pedro Tomaz

Logo no início do filme há um aviso sobre a linguagem em algumas situações, que pode ser considerada chocante. E de facto, depois confirma-se. A linguagem usada pelos estudantes é muitas vezes ordinária e as brincadeiras às vezes até ro-çam o pornográfico. Sentes que falta criatividade aos estudantes para algo mais ou de facto a praxe hoje só funciona pelo choque?Antes de mais... Há momentos de praxe que envolvem gran-des produções, por exemplo, de vestuário, de grande apa-rato com objectos e artefac-tos impressionantes. E isso foi uma dimensão, a produção cenográfica das praxes, que me impressionou. E também criativa, no sentido em que os cânticos são muito variados. Mas a dimensão da sexuali-dade está sempre presente, é um facto. No filme há ape-nas uma pequena parte, mas confirma-se, nas cantigas esse vocabulário muito rudimentar está sempre presente.

Temos aqui estudantes, que estão a iniciar um percurso académico, e veteranos, que já estão nesse circui-to, um sistema em que o conhecimento e a inteligên-cia são palavras-chave, e há quase que um regredir a um estado primal, uma espécie de «vamos lá então ser básicos e boçais e fazer rimas ordinárias...» A praxe funciona, na tua opinião, como uma espécie de libertação?Acho que os estudantes, quando se envolvem nas pra-xes, por ser um ritual que já está tão generalizado como sendo ‘a’ forma de se inte-grarem, não se questionam

muito nesta fase de início do ano. Porque, naturalmente, querem fazer parte do grupo e conhecer as pessoas, e para isso entram nos jogos, no en-quadramento das praxes. Por-tanto, pode haver razão em se dizer que não há muito pensa-mento; é sim o que surge no momento, e aí não há recuo. E é por aí que segue o filme, por esse levantar de questões, e não necessariamente por dizer que isto é bom e aqui-lo é mau. Tentar perceber se aquilo que eu mostro é ou não praxe e ver os processos à distância.

No filme vemos alguns miú-dos bastante incomodados, numa situação em que estão a comer alho cru. Assististe a situações mais complica-das durante a rodagem?

Aqui há duas questões inte-ressantes. Uma tem a ver com a brincadeira versus serieda-de. Eu não acho que a praxe seja brincadeira, a questão é essa. Há momentos na praxe que são brincadeira mas que, de uma forma geral, são fe-nómenos com valores muito vincados. Podemos estar a fa-zer jogos, mas o conjunto das praxes não é um jogo, mas sim uma forma de organiza-ção e de entrada na faculdade. Em relação à violência, eu só filmei quando tinha autoriza-ção para tal. Creio que o filme poderá ter alguns momentos mais chocantes e violentos, mas também é certo que as pessoas não querem escon-der esta violência.

Há uma cena, na faculdade de Agronomia, presumo,

SObrE O rEALizAdOr dE ‘PrAxiS’

Bruno Cabral formou-se em montagem na Escola Superior de Teatro e Cine-ma. Trabalha desde 2004 em montagem e realização para cinema e publicidade. Fundou recentemente a pro-dutora Garden Films, com Carlos Isaac e Hemi Fortes.Filmografia: ‘Metamorfoses’, 2007; ‘Sobre 4 Rodas’, 2008; ‘Praxis’, 2011. Mais informação: www.face-book.com/praxismovie.

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que a praxe seja uma forma muito específica de tradição, porque é transmitida apenas durante aqueles três ou quatro anos de curso, contrariamente a outras tradições populares que existem fora do meio aca-démico e que se transmitem de geração em geração. Basta numa universidade em que, normalmente não exista pra-xe, haver quem organize num determinado ano, para a tradi-ção ser criada e perpetuar-se no ano seguinte. Da mesma forma que é fácil começar, a praxe pode terminar se em alguma altura for abolida. São fenómenos culturais muito sensíveis e em que as pessoas têm opiniões muito fortes, mas creio que as práticas se podem esbater rapidamente. Não pos-so prever o futuro.

nota-se que eles querem fa-zer aquilo, e é muito isso, o perceber como é que a praxe acaba por integrar os caloi-ros.

Há uma cena em que duas caloiras estão a discur-sar, de joelhos, em frente

Numa altura em que o Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia da República um projecto com medidas contra as praxes académicas, em que as universidades apertam o cerco e ameaçam processar disciplinarmente quem desenvolver praxes violentas, e em que até alguns reitores incentivam os estudantes a fazerem queixa dos abusos, surge ‘Praxis’. O filme realizado por Bruno Cabral passou no último DocLisboa e ganhou o Prémio DocLisboa e ISCTE-IUL para melhor curta-metragem.

O MU falou com o realizador para perceber qual é o peso das palavras ‘brincadeira’ e ‘tradição’ no actual ensino superior português.

«NãO aChO qUE a PraxE SEja BrINCaDEIra»ENTrEVISTa. Bruno Cabral venceu o prémio de melhor curta-metragem no DocLisboa com um filme sobre as praxes académicas

7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t grande plano | 9

Texto: Laura Alves | Fotos: José Pedro Tomaz

em que os caloiros estão a rastejar junto aos ani-mais, no meio da palha. Como é que um miúdo de 17 ou 18 anos encara uma praxe destas?Como em todas as praxes, ha-verá quem leve na desportiva – e isso vê-se no filme, que

os caloiros estão a rir quando rebolam na palha –, e outras pessoas poderão claramente ficar afectadas por uma praxe destas. Mas eu não procurei destacar nessa sequência pessoas que tivessem fica-do mal ou bem. Percebe-se que há um enquadramento,

a veteranas que depois convidam para ser suas madrinhas. Elas agrade-cem e referem que a praxe é «incutidora de valores» e uma preparação para «a escola de vida que é a universidade». Sentiste que, de facto, os caloiros até apreciam a integração pela praxe?Acho que há muitas contradi-ções. Por um lado, como é a forma de conhecerem os ou-tros e de passarem os primei-ros momentos, é natural que seja a forma de integração que os caloiros conhecem e que a guardem como uma boa re-cordação, na maior parte dos casos. Mas é muito contraditó-rio, no sentido em que não se percebe muito bem em que é que a praxe integra.

A praxe incute valores? E que valores?O ‘Praxis’ é muito sobre isso, sobre a forma como funcio-nam as relações nas praxes entre os grupos hierárquicos, ou seja, são relações de sub-missão, de obediência. Mas, por outro lado, também há momentos de camaradagem, de fraternidade e de convívio. Valores há, sem dúvida. Não são brincadeiras inocentes e os próprios organizadores, pela forma como produzem as praxes, levam isso muito a sério.

A tradição da praxe vai-se esbater naturalmente ou vai-se manter e perpetuar?Como tudo o que é cultural, as coisas não mudam de um mo-mento para o outro. Se bem

BloCo dE ESquErdA quEr ACABAr Com AS prAxES violEntASA ideia já remonta a 2008, mas o Bloco de Esquerda voltou a pôr o tema em cima da mesa. Na semana passada, os deputados bloquistas levaram um projecto à Assembleia da República que visa desencorajar as praxes violentas nas universidades e ainda levar as universidades a adoptar uma postura que desencoraje estas práticas. O projecto do Bloco de Esquerda pretende que o Ministério da Educação e Ciência envie às direcções das instituições de ensino superior uma recomendação, de forma a que estas assumam «uma postura que não legitime as práticas de praxes violentas no interior ou no exterior das instituições de ensino superior». Recorde-se que em 2008, Mariano Gago, o ministro que à data tinha a pasta do ensino superior, chegou a escrever às universidades e politécnicos, responsabilizando as instituições por quaisquer abusos na sequência das praxes académicas, uma medida que teve como efeito a proibição da praxe em muitos locais nesse ano. A proposta do Bloco de Esquerda inclui ainda a criação de uma rede de apoio aos estudantes que solicitem ajuda, tanto psicológica como jurídica.

univErSidAdE do minHo proiBiu prAxES violEntAS no iníCio do Ano lECtivoEm Outubro, o reitor da universidade do Minho defendeu publicamente que os estudantes univer-sitários caloiros se deveriam opor «activamente» a praxes que considerem abusivas. António Cunha tomou medidas no sentido de proibir praxes académicas violentas na instituição, nomeadamente, actividades que pusessem em causa «a liberdade, o respeito e dignidade humana». A proibição aconteceu no seguimento de algumas queixas de pais de alunos da Universidade do Minho duran-te a primeira semana de praxes. No comunicado distribuído junto dos estudantes, o reitor defendia que na instituição é desejável «a criação de um ambiente capaz de proporcionar a educação pessoal, social, intelectual e profissional dos estudantes e de promover uma cidadania activa e responsável», sendo que não seriam permitidas «manifestações que, pelo ruído que provocam, perturbem o normal funcionamento das actividades académicas». Na mesma altura, a Associação Académica da Universidade do Minho pronunciou-se, rejeitando igualmente actividades e métodos de praxe que atentem aos direitos individuais.

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Contactar com o design através do voluntariadoTal como a Filipa, também a Isabela está a gostar muito desta experiência. Neste mo-mento está a acabar o mestra-do em Ensino de Artes Visuais e queria contactar com pesso-as na área do Design. «Não es-

nicação, que decidiu participar no programa de voluntariado da EXD’11 a partir da conversa com algumas amigas que tam-bém já tinham participado em edições anteriores. Depois de terminar a licen-ciatura, como não estava a trabalhar, a Filipa achou que esta podia ser uma boa opor-tunidade para conhecer me-lhor os bastidores da área. «Neste momento estou só a trabalhar em projectos pesso-ais e pensei que precisava de trabalhar num evento cultural desta dimensão. Era importan-te estar dentro deste ambien-te para perceber como é que se prepara uma exposição, como se faz a montagem das exposições, como é que isto tudo funciona. Queria mesmo experimentar estar do lado de cá, de quem trabalha e faz vo-luntariado aqui.»

Um trabalho que não se vêRecém-licenciadas nas áreas de Design de Comunicação e Design Gráfico, respectivamen-te, elas têm estado envolvidas desde praticamente o início da EXD’11 e desempenham todas as tarefas de bastidores que ninguém vê, mas que são essenciais para pôr de pé a bienal e mostrá-la ao público. No MUDE, nas conferências e ‘Open Talks’ ou mesmo no Lounge da EXD’11, elas estão lá. «O que nós fazemos aqui é dar assistência ao público, responder a perguntas e escla-recer dúvidas, fazer assistência aos espaços, manter o espaço cuidado e apresentável. Hoje fiz a minha primeira visita guia-da, por isso, vamos passando por todas as funções e fazendo um pouco de tudo. Tem sido muito bom», conta Filipa, li-cenciada em Design de Comu-

A EXD’11 convidou os estudantes de artes e recém-licenciados a participar na organização da bienal. Aqui, os futuros designers e criativos são desafiados a trabalhar com os curadores, esclarecer o público e acompanhar os participantes na visita às exposições que compõem a EXD’11. Uma experiência enriquecedora

para estes jovens que pode resultar num passaporte para o seu futuro profissional.

A biEnAl AtrAvés Do olhAr Dos EstUDAntEs

Está uma tarde chuvosa e aproveitamos para ir até ao antigo Tribunal da Boa Hora, onde encontramos alguns projectos tangenciais da bie-nal, e o Lounge, ponto de encontro para tomar um café ao fim da tarde ou explorar os objectos de design, mais ou menos úteis, espalhados um pouco por todas estas salas decrépitas no meio de proces-sos arquivados. No pátio do Lounge encontramos a Filipa Araújo e a Isabela Ferro, duas jovens recém-licenciadas e vo-luntárias na bienal. Elas são a cara por detrás da EXD’11. Aju-dam na montagem de todas as exposições, partilham ideias com os curadores, recebem o público durante as visitas e, acima de tudo, aprendem o que é preciso para organizar e produzir uma exposição desta dimensão.

volUntAriADo. recém-licenciados aprendem como é trabalhar numa bienal como a Experimenta Design

10 | artes 7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

Andreia Arenga• [email protected]

Os estudantes voluntários tiveram oportunidade de trabalhar nos bastidores da Experimenta Design

Poetas Urbanos no NimasO músico somali K’naan, autor de ‘Waving Flag’ e um dos maiores rappers da actualidade, é um dos convidados da 5.ª edição do Estoril Film Festival e marca hoje presença no Espaço Nimas. K’naan, um poeta urbano que fala em rap e notas musicais, vai mostrar-nos duas faces importantes do seu percurso pessoal e artístico: a música e a acção humanitária. Além da intervenção musical de K’naan, será apresentado o seu mais recente vídeo que mostra comoventes imagens captadas quando regressou ao seu país natal, a Somália. É a partir das 22 horas e custa 5 euros.

brEvEs

Coreografia de Paulo Ribeiro explora cinema de Tarkovski‘Du Don de Soi’ é o encontro imprevisto do coreógrafo Paulo Ribeiro com o universo cinemato-gráfico de Andrei Tarkovski. Uma criação concebida para a Com-panhia Nacional de Bailado, que inaugura a temporada 2011/12 ao mesmo tempo que se estreia no Festival Temps d’ Images. O core-ógrafo junta um combate corpo a corpo com os filmes e os escritos do realizador russo, criando uma ligação poética entre o objecto de criação e o público que observa. O espectáculo acontece no Teatro São João no Porto nos dias 11 e 12 de Novembro.

Virginia Woolf no D. Maria IIO TNDM II estreia, no dia 26 de Novembro, na Sala Garrett, ‘Quem Tem Medo de Virginia Woolf?’, uma das peças mais representadas de Edward Albee. Com encenação de Ana Luísa Guimarães, este espectáculo conta com a interpre-tação de Maria João Luís, Virgílio Castelo, Romeu Costa e Sandra Faleiro. A peça foi apresentada pela primeira vez na Broadway em 1962 com encenação de Alan Schneider e recebeu o prémio do Círculo de Críticos de Teatro de Nova Iorque. Em Portugal, o texto de Albee já foi dirigido por João Vieira, Fernanda Lapa, Carlos Otero e João Paulo Costa. Pela interpretação dos principais papéis já passaram António Capelo, Glória de Matos, Isabel de Castro, Mário Jacques e Odete Santos.

tava a trabalhar em nada rela-cionado com o design, então surgiu a oportunidade. Tam-bém nunca tinha trabalhado como voluntária e foi uma primeira experiência a esse nível. Vi na Internet e candi-datei-me. Achei que iria tra-zer-me mais conhecimentos

e poderia ajudar-me no mes-trado também», conta. Para ela, o mais interessante desta experiência foi contactar com o público durante as confe-rências e as visitas. «Estive a desempenhar funções como ‘driver’, e foi uma experiência muito engraçada porque ti-vemos um contacto com os participantes que estiveram nas conferências e nas ‘Open Talks’, e foi muito divertido poder conversar com eles.»A Filipa e a Isabela não sabem como vai ser o seu futuro pro-fissional, mas acreditam que estas experiências podem valorizar o seu percurso e são enriquecedoras ao nível da aprendizagem.

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artes | 11

AF_MBNET_PUB_MU_128x340.pdf 1 11/2/11 6:53 PM

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‘O Piscocenho’ é o projecto que o colectivo de arquitectos Os Espacialistas concebeu para a Red Bull House of Art e tem curadoria de Delfim Sardo.

O projecto vai ser inaugurado no próximo dia 11 de Novembro através de uma exposição e de uma visita guiada. Mas até lá o colectivo recebe visitas de estudantes

e de outros públicos que queiram intervir no processo criativo.

A cASA DA ARte nA Lx FActoRy

Estão em residência artística na Lx Factory desde Setembro e continuam em processo de criação. Partindo de uma sim-ples armadilha para pássaros, Os Espacialistas tentam criar um paralelo entre a arte e a arquitectura.

Onde começa a arquitectura e a arte ‘O Piscocenho’ é o produto dessa reflexão, um exercício ar-quitectónico e urbanístico que transforma esta residência num autêntico laboratório. Não só para Os Espacialistas enquanto criadores, mas também para o público que os tem visitado ao longo do último mês. É o caso de vários estudantes de Arqui-tectura que, há umas semanas, visitaram a Red Bull House of Art e puderam participar em alguns exercícios criativos com Os Espacialistas. As visitas à re-sidência são uma oportunida-de única para explorar ‘in loco’ todo o trabalho dos criadores em tempo real antes do resul-tado final, que passa por uma exposição e visita guiada no dia da inauguração do projecto artístico.

Imaginação sem limitesE é mesmo esse o propósito da Red Bull House of Art. A acontecer simultaneamente em Lisboa e em São Paulo, no Brasil, a Red Bull House of Art é uma experiência integrada de criação com forte interacção tanto com o local, como com a comunidade em que está inse-rido. Os artistas escolhidos são convidados para habitarem um espaço que serve tanto de gale-ria como de atelier. Não existem limites à criação e, durante 10 a 14 semanas, cada artista explo-ra o seu projecto da forma que quiser. Sendo a Lx Factory um pólo de criatividade na cidade de Lisboa, inspiração não falta a estes artistas.

ReSIDÊncIA. Jovens artistas portugueses tomam conta da Lx Factory para pôr em prática os seus projectos artísticos na Red Bull House of Art

Andreia Arenga• [email protected]

INFO E VISITASResidência artística: Até 10 de Novembro Visitas: Todas as quintas-feiras entre as 12h00 e as 19h00Exposição: De 12 Novembro a 10 Dezembro (terça-feira a sábado das 14h00 às 19h00)A inauguração decorre no dia 11 de Novembro

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O vídeo de ‘The Go-Between’, conta com trabalho plástico de Manel Cruz e realização de André Tentúgal. Como nasceu o conceito do vídeo?A canção nem chega a ser uma história, sugere um antes e um depois, e descreve alguns es-tados emocionais. Ilustrar isto seria complicado e o Manel optou por tentar narrar de for-ma abstracta os tais estados emocionais. Isso é bom porque a canção e o vídeo servem-se mutuamente sem ser uma coisa exclusivamente ilustrativa.

12 | música 7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

Dez anos após o lançamento do primeiro álbum, Old Jerusalem regressa a um tom mais contido, que remete para os primeiros anos de vida do projecto. O MU conversou com Francisco Silva, nome civil de Old Jerusalem,

numa conversa fluída e com a guitarra a descansar na cadeira do lado.

A Frágil Arte De criAr cAnçõeS

FesTivAl TerMóMeTrO COM insCrições ABerTAsAs inscrições para o Festival Termómetro já estão abertas e decorrem até dia 22 de Dezembro, às 23h59. Sim, leste bem, nem um minuto depois. A iniciativa, que tem revelado nos últimos anos alguns dos melhores artistas e grupos da cena musical portuguesa, vai seleccionar 25 novos pro-jectos. Estes irão passar por cinco elimina-tórias com cinco bandas cada, em Lisboa e no Porto, em Fevereiro de 2012. O projecto vencedor terá a oportunidade de editar um CD com quatro temas originais, gravar um videoclip, realizar uma sessão fotográfica profissional e ganhar uma viagem para todos os elementos a Londres. Ornatos Violeta, Mazgani, Iconoclasts, Noiserv, Terrakota, Sloopy Joe, Blind Zero e Silence Four são algumas das bandas que, desde a primeira edição foram reveladas. Se estás interessado em te candidatar envia um mail para [email protected] e inclui um endereço online onde as tuas músicas estejam disponíveis para audição (site oficial, Myspace, Facebook, etc). Mais informações em www.termometro-online.com.

ZOn OFereCe BilheTes pArA O COnCerTO de rihAnnA A ZON Música está a promover um passa-tempo para oferecer bilhetes duplos para o concerto de Rihanna, que acontece a 17 de Dezembro no Pavilhão Atlântico. Este passatempo é exclusivo para os subs-critores do serviço ZON Música Ilimitado. Até ao próximo dia 25 de Novembro, os in-teressados têm apenas de responder a três perguntas em www.zon.pt/musica e escre-ver o que gostariam de dizer pessoalmente a Rihanna caso tivessem oportunidade de conversar com ela. As três participações mais criativas, e que respondam correcta-mente às questões colocadas, ganham um bilhete duplo para o concerto. Os restantes vencedores ganham outros prémios, como o novo CD de Rihanna, ‘Talk That Talk’.

este disco parece ser, de alguma forma, um regresso às origens de Old Jerusalem, num tom mais contido. A que se deve esse regresso?Tem passado a ideia de um re-gresso deliberado às origens, mas esse regresso não foi pre-meditado. Tanto eu como o Paulo Miranda, produtor, co-meçamos todos os discos a trabalhar sozinhos e depois vão entrando mais pessoas. Neste disco aconteceu, a partir de sen-sivelmente metade do processo percebermos que as canções que estávamos a gravar não precisavam de arranjos maiores, com outros músicos.

disseste numa outra entre-vista, que a parte do proces-so que mais prazer te dá, é a parte solitária da escrita e composição das canções. isso deve-se a alguma insatisfação da forma como as tuas canções funcionam ao vivo?Em parte, sim. Ultimamente, tanto como banda ou a tocar a solo, tenho sentido muito mais confiança a tocar ao vivo. O que não acontecia até, talvez, ao quarto disco. Houve um perío-do de tempo considerável em

Se não sabes onde ir às segundas-feiras à noite, eis uma boa proposta. Os con-certos Arena Live, no Casino de Lisboa, começam já hoje, com a actuação dos Amor Electro. Durante Novembro e Dezembro o Casino propõe uma série de concertos, sem-pre à segunda, com bandas e artistas de renome. A entrada é livre. Aponta na tua agenda:

entreViStA. Ao quinto álbum, Old Jerusalem volta às origens

Emanuel Amorim• [email protected]

que as actuações ao vivo eram, a meu ver, muito variáveis em termos de qualidade e eu não me sentia confortável. Quando tocava com banda, sentia que a banda estava só a acompanhar e não muito envolvida. Isso em mim gerava alguma insatisfação e por isso o trabalho de escrita e de estúdio agradava-me mais. Ultimamente tem-se invertido, de alguma forma, essa tendên-cia. Tenho gostado bastante das actuações ao vivo.

As tuas canções são pequenas narrativas, que sugerem uma histó-ria… são autobiográficas? deixas-te influenciar por aquilo que te rodeia?Eu uso tudo o que posso uti-lizar. Não tenho um método único. O trabalho de escrita de canções é bastante frágil para que nós possamos desperdi-çar qualquer ideia que surja. As canções podem nascer a partir das minhas vivências, de uma série de televisão que eu esteja a ver, de um livro que eu esteja a ler… É indiferente. Se surgir alguma ideia para eu trabalhar, vou trabalhá-la. Sem garantia que chegue a algum lado, é verdade, mas se não

tentar aproveitar todas as ideias provavelmente o trabalho mor-re, porque não há momentos de inspiração suficientes para manter a regularidade.

não te sentas para escrever um disco? isto é, pensar «agora vou fazer dez can-ções» para o próximo disco.Não, não… Nunca fiz assim. É até ao contrário. Tento ir criando um conjunto de can-ções suficientemente vasto para depois ter possibilidade de escolher um conjunto mais pequeno e suficientemente homogéneo para funcionar como álbum.

Iconoclasts

novembro: Dia 7 - Amor Electro Dia 14 - Luísa Sobral Dia 21 - Mayra AndradeDia 28 - Pedro Abrunhosa & Comité Caviar dezembro: Dia 5 - Tiken Jah FakoliDia 12 - Nouvelle Vague PTDia 19 - DeolindaDia 25 - Concerto surpresa Dia 31 - The Gift

COnCerTOs ArenA live nO CAsinO de lisBOA

© Rita Carmo

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do iPhone 4, mas no interior esconde-se um admirável mundo novo. Tem um pro-cessador mais rápido, o A5, e uma câmara não só com mais megapixels (passou de cinco para oito), mas com um sen-sor mais sensível e capacidade de gravar vídeo de elevada qualidade (1080p). O novo sistema operativo vem ainda com a assistente pessoal, Siri, que responde a pedidos (de pesquisa na Internet, a escrita de men-sagens) por voz. Catita, hã? Pena que os preços de um telemóvel destes sejam acima dos 500 euros, sem contratos de permanência.

14 | boa vida 7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

E a tEcnologia aqui tão pErto

SAPO Codebits quer-te no exército da tecnologiaA 5.ª edição do SAPO Code-bits está de volta ao Parque das Nações, em Lisboa, com uma concentração de talentos na área das novas tecnologias e de Internet durante os dias 10, 11 e 12 de Novembro. São 800 parti-cipantes seleccionados, 68 workshops e conversas, 73 oradores especializados. Estás convidado para assistir a esta montra e demonstra-

gadgets

em que persegues e lutas com os monstros mágicos que vivem no mundo do jogo. Os mais infantis ‘Geronimo Stilton no Reino da Fantasia’ e o ‘Carros 2’, com corridas ao estilo do filme da Pixar. Ainda há o ‘EyePet Exploradores’ e o ‘The Mystery Team: Clube de Detectives’. Opções não faltam para des-frutares da PSP.

PSP abaixo dos 100 euros para o NatalA PSP, PlayStation portátil para os amigos, ou PlayStation Portable para os amigos anglo-saxónicos, está agora à venda por 99,99 euros, a pensar no Natal que aí vem e nas carteiras menos rechea-das, afectadas pela crise. O novo preço vem com outro aliciante, o lançamento de cinco novos jogos. Com Novembro chega o ‘Invi-zimals Tribos Perdidas’,

João Tomé• [email protected]

SegredO OCultO em ÁguAS turvASAutor: Mons KallentoftEditora: D. QuixoteEste é o terceiro volume de uma série de suspense, que já começou com “Sangue Vermelho em Campo de Neve” e “Anjos Perdidos em Terra Queimada”. É relata-da a trajectória pessoal e profissional da inspectora Malin Fors, numa história em que não faltam relações de poder, ligações amorosas e negócios implacáveis. Se gostas de intriga e emoção, não vais querer deixar de ler este livro.

O mAPA e O territóriOAutora: Michel HouellebecqEditora: Objectiva‘O Mapa e o Território’ valeu a Michel Houellebecq, no ano passado, o Prémio Goncourt, a mais prestigiada distinção literária francesa. Nesta obra, o polémico escritor faz uma sátira mordaz à ilusão existente no mundo da arte e da cul-tura de celebridades. Através da história de um artista que se apaixona por uma mulher de nacionalidade russa, o autor apresenta--nos uma trama que fala de solidão, os limites das relações amorosas e o absurdo do mundo em que vivemos.

A vidA COmO um FilmeAutor: Eduardo Cintra Torres e José Pedro Zúquete (coordenação)Editora: TextoTrata-se de uma compilação de textos de vários autores com diferentes pontos de vista, analisando a celebridade sob diversas perspectivas. Figuras públicas de diversas áreas – da televisão ao desporto, da juventude à política – como José Mourinho, Oprah Winfrey, e muitas outras, são analisadas do ponto de vista do que é ser vedeta na sociedade contemporânea. Eduardo Cintra Torres é crítico de TV e media e docente da Universidade Católica. José Pedro Zúquete colabora com o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

A HiStóriA dO muNdO em 50 FrASeSAutor: Helge HesseEditora: Casa das LetrasHá frases que ficaram para a História e que se tornaram quase sabedoria popular. Mas será que sabes em que contexto Benjamin Franklin disse que «Tempo é dinheiro»? Ou em que circunstâncias Albert Einstein afirmou que «Deus não joga aos dados»? Uma obra curiosa e imprescindível, quer para aumentares a tua cultura geral, quer para te auxiliar nos teus trabalhos académicos.

ção das últimas tendências tecnológicas online, já que o evento é transmitido em streaming (ligação directa pela Internet) pelo site https://codebits.eu/. Em quatro anos o Codebits recebeu já mais de 2.250 participantes e este ano volta a ter o maior concurso de programação nacional. E porque a tecnologia continua a ser um sector em crescimento, convém manteres-te dentro da ‘rede’.

iPhone 4S chega a Portugal dia 11 de NovembroO iPhone 4S, que também tem sido chamado de 4Steve (algo como ‘para o Steve’) – como homenagem a Steve Jobs –, chega a Portugal sexta-feira, dia 11 de Novem-bro. A comercialização será em todos os operadores e estará disponível nas versões de 16GB, 32GB e a nova de 64GB, nas cores preto e bran-co. Opções não faltam, mas ainda não há preços oficiais. Portugal surge no grupo de 15 países que recebe o mais recente smartphone da Apple, perfazendo um total de 29. O aspecto do 4S é o mesmo

lEituraS

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Acompanhamos os últimos e frenéticos dias que antecedem as fortemente disputadas elei-ções primárias no Ohio, quando o ambicioso Meyers se vê en-volvido num escândalo político que ameaça a possibilidade de ascensão à presidência do can-didato que representa. Este filme cheio de peripécias, de pessoas manipuladoras e intrigas políticas, tem a partici-pação de talentos como Philip Seymour Hoffman, Paul Giamat-ti, Marisa Tomei e a bela Evan Rachel Wood.

‘AltA GolpAdA’ com Stiller e murphyEddie Murphy está de volta ao género que fez dele uma estrela pla-netária, a comédia policial. E ao contrário do que acontece em ‘Caça Polícias’, agora ele é um bandido. Ao lado dele está Ben Stiller, outro mago da comédia contemporânea. Stiller é Josh Kovacs, um natural de Queens que geriu por mais de uma década, uma das mais luxuosas e seguras residências de Nova Iorque. Sobre o seu olhar atento, nada passa despercebido. No topo da arrogância, e do edifício de Josh, o titã de Wall Street, Arthur Shaw (Alan Alda) está sobre prisão domiciliária depois de ser apanhado a roubar milhões aos seus investidores. Mas os mais atingi-dos pela fraude são os próprios trabalhadores do edifício, cujas pensões estariam a ser geridas por ele. A poucos dias de Arthur sair impune de um crime perfeito, a equipa de Josh delega no bandido mesquinho Slide (Murphy) o planeamento de algo quase impossível… roubar aquilo que eles têm a certeza que está no seguro apartamento de Arthur, milhões de dólares. Apesar de serem amadores, estes ‘ladrões’ conhecem o edifício melhor que ninguém.

7 de Novembro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t cinema | 15

Clooney traz-nos este thriller político peculiar sobre os meandros das campanhas presidenciais norte-americanas, onde Ryan Gosling é um ambicioso assessor de imprensa envolvido num escândalo político.

Clooney e a polítiCa

O versátil George Clooney tem--nos habituado, como realizador e actor, a contar histórias pouco habituais sobre meandros com-plexos, da política aos serviços secretos. Nos quatro filmes que realizou, existem dois com lai-vos de comédia (‘Confissões de Uma Mente Perigosa’ e ‘O Amor Não tem Regras’) e dois mais po-líticos, o famoso ‘Boa Noite e Boa Sorte’ e agora este ‘Nos Idos de Março’.A expressão que dá título a este thriller político, ‘Nos Idos de Mar-ço’, tem origem romana. Era este o nome que se dava ao 15.º dia do mês de Março, no calendário romano, mas a data ganhou maior expressão porque a morte

estReia da semana. ‘nos idos de março’

João Tomé• [email protected]

do imperador Júlio César acon-teceu nesse dia, em 44 antes de Cristo – César foi apunhalado 23 vezes no Senado Romano.

A perda da inocênciaEsta adaptação da peça ‘Far-ragut North’, de Beau Willi-mon, que também assina o argumento em conjunto com Grant Heslov, tem sido descri-ta como a perda da inocência de um político profissional. George Clooney é Mike Morris, um governador candidado à presidência dos Estados Uni-dos, que conta na sua cam-panha com um assessor pro-missor, Stephen Meyers (Ryan Gosling).

NOS IDOS DE MARÇO Realizador: George Clooney Com: Ryan Gosling, George Clooney, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Marisa TomeiGénero: Thriller/Política

Sem tempo Realizado pelo neo-zelandês Andrew Niccol, que já nos trouxe preciosidades como ‘Gattaca’, ‘S1m0ne’, e ‘O Senhor da Guerra’, este thriller de ficção cien-tífica passa-se num futuro longínquo, em que uma alteração genética nos humanos permitiu desenvolver um sis-tema onde o tempo de vida substituiu o dinheiro como ‘moeda’ de troca. Os pobres vivem pouco e os ricos podem viver eternamente. Justin Timberlake é o protagonista, um jovem que vive nos ‘ghettos’ com a mãe (Olivia Wilde) mas que, depois de vê-la morrer por falta de tempo, decide revoltar-se contra o sistema corrupto instalado.

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estReia 10 novembRo

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