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Directora editorial: Laura Alves | Segunda-feira, 10 de Outubro de 2011 | N.º 190 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario. Descobre o que vai mudar e de que forma o novo regulamento de bolsas para o ensino superior interfere na tua vida académica. P04 MAGIC DEFENDERS NA APPLE VIDEOJOGO DE ESTUDANTES DO MINHO CONQUISTA O MERCADO INTERNACIONAL. P06 WORKING CLASS HEROES ALUNOS DO IADE EXPÕEM NO MUSEU DAS COMUNICAÇÕES. P12 Publicidade Publicidade Bolsas de estudo com novas regras

Mundo Universitário - Edição 190

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10 Outubro 2011

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Descobre o que vai mudar e de que forma o novo regulamento de bolsas para o ensino superior interfere na tua vida académica. P04

Magic DefenDers na appleVideojogo de estudantes do Minho conquista o Mercado internacional. P06

Working class Heroesalunos do iade exPõeM no Museu das coMunicações. P12

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Bolsas de estudo com novas regras

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2 | a abrir 10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

A iemenita Tawakul Karman e as liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee (na foto)foram distinguidas com o Nobel da Paz, atribuído pelo Instituto Nobel norueguês. Leymah Gbowee é uma militante pacifista que contribuiu para pôr fim às guerras civis que devastaram o seu país até 2003. Ellen Johnson Sirleaf tornou-se, em 2006, a primeira Presidente eleita em África, à frente dos destinos da Libéria. Por sua vez, Tawakul Karman teve um importante papel de liderança na luta pelos direitos das mulheres e pela democracia e paz no Iémen. Diz o comu-nicado do comité norueguês que «não podemos alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo a menos que as mulheres tenham as mesmas oportunidades do que os homens.»

A experimentadesign, entidade organizadora da EXD’11 Lisboa, está à procura de mais jovens voluntários para integrar a equipa do evento até 27 de Novembro. A organização elege como critérios o dinamismo e a motivação, e preferencialmente uma licenciatura em Design, Arquitectura ou Artes Plásticas. Se achas que te enquadras no espírito e gostavas de contactar com a EXD’11 pelo lado dos bastidores e ajudar nas exposições, debates, workshops e intervenções urbanas, envia o teu CV e um breve texto sobre as tuas motiva-ções para [email protected].

ficHa TécNica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão, Francisco Pinto Barbosa, Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Colaboradores: Andreia Arenga, João Tomé, Magda Valente, Mónica Moitas, Renata Lobo | Paginação: Filipa Andrade | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora Comercial) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.

Sobre oS ‘querereS’Quando eu era pequena, na altura em que as minhas preocupações se limitavam a jogar às escondidas com os amigos da aldeia onde cresci e apanhar grilos atrás da escola, havia algo que o meu pai me dizia e que, honestamente, me deixava furiosa. Uma fúria em ponto pequeno, obviamente, de beicinho e braços cruzados num amuo que durava até começar mais um episódio do ‘Dartacão’ ou d‘As Misteriosas Cidades de Ouro’. Perante uma vontade qualquer da minha parte, um pedido daqueles que fazem brilhar os olhos de expectativa e de ansiedade, o meu pai dizia-me amiúde: «Tu não tens quereres». E uma pessoa cresce com este recalca-mento, com esta coisa de, aparentemente, não dever ou não poder ter ‘quereres’, como que uma aniquilação da vontade e da ambição. Não me levem a mal. Eu gosto muito do meu pai e ele, à sua maneira, gosta muito de mim.Contudo, serve este momento de regresso ao passado para demonstrar que nem sempre a forma como vemos o Mundo está de acordo com a forma como os outros – normalmente mais poderosos e detentores da palavra final – vêem o mesmo Mundo. Não importa se nos valemos de todas as razões, argumentos e fundamentos. Quanto mais crescemos e nos iludimos com a sensação de independên-cia, mais nos apercebemos que os «tu não tens quereres» não desaparecem da nossa vida. Se antigamente nos eram negadas umas sapatilhas novas ou mais uns minutos na borga com os amigos, a vida adulta traz-nos uns «tu não tens quereres» mais pesados, mais difíceis de digerir, mais com-plicados de ultrapassar, porque não nos atrevemos a medir forças com quem nos nega os ‘quereres’. Ou atrevemos? E com que custo?Para quem só agora descobriu este jornal, recordamos aqui o essencial a reter. O Mundo Universitário é uma publicação quinzenal gratuita, distribuída em diversas universidades do país. Pretendemos levar a actualidade académica aos nossos leitores, entremeando as notícias de ensino superior, emprego e empreendedorismo com actualidade social e cultural. Fazêmo-lo com a criatividade, isenção e objectivi-dade possíveis nos dias que correm, com os poucos meios disponíveis, cientes de que cada palavra ou tema escolhido em detrimento de outro implicam, desde logo, tomar um partido, escolher um ângulo, ceder à subjectividade. A nível editorial é a mim que cabe responder pelo projecto, num estado de consciência, abertura de espírito, tolerância e respeito pela grande diversidade de opiniões dos nossos leitores. Mas uma publicação faz-se de muitas partes. Reforço a ideia inicial deste parágrafo: procuramos que o Mundo Universitário seja uma publicação isenta, sem partido nem credo, aberta às mais diversas vozes. E há partes nas quais a postura editorial do projecto não se reflecte. Isto de ‘não ter quereres’ tem destas coisas.

Laura Alves • Directora [email protected]

FLASHADAS ExpErimEntADESign procurA voLuntárioS

trêS muLHErES, trêS prémioS nobEL DA pAz

Aos 56 anos, o génio visionário por detrás da Apple fechou os olhos para sempre. Steve Jobs afirmou, em 2005, perante uma plateia de estudantes da Universidade de Stanford, que «a morte é muito provavelmente a melhor invenção da vida». «Lembrar-me de que todos estaremos mortos em breve é a ferramenta mais impor-tante que encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida», concluiu. Steve Jobs fundou a Apple aos 21 anos. O seu espírito empreendedor e criativo mudou incontestavelmente o mundo tecnológico e a forma como comunicamos hoje em dia.

StEvE JobS, 24 DE FEvErEiro DE 1955 – 5 DE outubro DE 2011

Depois da manifestação de 12 de Março, em que milhares de pessoas saíram à rua moti-vadas pelos organizadores de um protesto «apartidário, laico e pacífico», está marcado para o próximo dia 15 uma nova movimentação em Lisboa, com réplicas em várias outras cidades. A ‘Geração à Rasca’ volta a invadir as ruas e podes saber mais no Facebook, pesquisando por ‘15 de Outubro a Democracia sai à rua’.

protESto progrAmADo pArA 15 DE outubro

Em comunicado, as associações académicas e de estudantes que estiveram reunidas no Encontro Nacional de Direcções Associativas a 3 Outubro, pedem a ‘cabeça’ do Director-geral do Ensino Superior. Os estudantes acreditam que a Direcção- -Geral do Ensino Superior deve ser conduzida de forma diferente e apontam erros de gestão e má distribuição de verbas. No mesmo comunicado, o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Luís Rodrigues refere que «o ministro prometeu que os alunos do 1.º ano teriam um novo prazo de candidatura à bolsa de estudo e, efectivamente o prazo não abriu», o que é para o estudante «um sinal claro da incoerência da DGES.»

A ‘cAbEçA’ Do DirEctor-gErAL Do EnSino SupErior

edição 190, 10 de Outubro de 2011 | próxima edição: 24 de Outubro | edição online em www.mundouniversitario.pt

WWW.FAcEbooK.com/JornALmu

EDitoriAL

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casos, e privilegiamos os es-tudantes com mais baixos recursos», afirmou o ministro.

Caloiros em apurosOutro problema que está a di-ficultar o acesso às bolsas por parte de centenas de novos alunos é o facto de desconhe-cerem que, para se candidata-rem à bolsa, deveriam tê-lo feito no momento da matrícula, e não o fizeram. Quanto a isso, Nuno Crato diz que o ministério da Educação está a fazer os possí-veis para con- trariar esta situação e vai criar um novo período de candi-daturas para estes alunos que será anunciado em breve.

O novo regulamento para atribuição de bolsas, apresentado há cerca de duas semanas, baixa em cerca de 400 euros o valor da bolsa. O administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (SASUC), Jorge Gouveia Monteiro, teme

que os alunos mais carenciados saiam prejudicados com as novas medidas. Para breve espera-se a abertura de um novo concurso para bolsas de estudo para os alunos que entraram, pela primeira vez, no ensino superior.

MenOS finAnCiAMentO nO SUPeriOr

Depois de analisarem uma amostra de 20 agregados fa-miliares, com rendimentos e dimensões bastante diversos, os SASUC concluíram que o novo regulamento resulta, no entanto, numa pequena baixa do valor médio da bolsa atribu-ída, que passa dos 2.750 para os 2.729 euros anuais. Mas Jorge Gouveia Monteiro diz que são os agregados familiares mais numerosos que saem benefi-ciados. «Nos agregados maio-res, a tendência é de subida do valor da bolsa já que no rendi-mento familiar é tido em conta o número real dos elementos que o compõem», explica.Por sua vez, o ministro da Edu-cação, Nuno Crato, garantiu que o novo regulamento de bolsas de estudo para o en-sino superior não prejudica os alunos mais carenciados. «É evidente que há casos e

Nova pós-graduação em Espaços de Saúde e Bem-EstarA Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) em parceria com o Grande Real Villa Itália Hotel & Spa (GRVI) dis-põe de uma nova pós-graduação em Espaços de Saúde e Bem-Estar – SPA. A pós-gradua-ção arranca este ano lectivo e destina-se a licenciados em turismo, a técnicos de diagnósti-co e terapêutica, quadros técni-cos e colaboradores de empresas que pretendam aprofundar o conhecimento sobre a activida-de turística. Para mais informa-ções: www.eshte.pt.

BOLSAS. Ministério de educação anuncia cortes que podem chegar aos 400 euros

4 | campus 10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

BreveS

Primeira Cátedra da Dor em PortugalA Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e a Fundação Grünenthal assinaram um protocolo pioneiro para a criação da primeira Cátedra em Medicina da Dor em Portugal, destinada a apoiar a investigação e a formação nesta área do conhecimento médico. «A ligação da FMUP às empresas é um objetivo estratégico que perseguimos», explicou José Agostinho Marques, director da FMUP. «Este protocolo representa o reconhecimento do impacto da Dor e coloca a FMUP na vanguar-da da formação em Medicina da Dor, no nosso país».

Estudantes da Nova desta-cam-se em competição euro-peia de empreendedorismo A equipa Biotech Medical Solutions da Universidade Nova classificou-se entre as seis semi-finalistas da UNICA Competition, um concurso que visa promover a cultura de empreendedorismo entre estudantes e jovens inves-tigadores. A equipa portuguesa da Nova – composta por Hussein Cassamo, Nuno Ferreira, Joana Mendonça, Sofia Esteves, Tiago Cunha Reis – apresentou o seu ‘business plan’ com o foco tecnológico no desenvolvimento de produtos hemostáticos, que visam estancar hemorragias massivas durante cirurgias.

• Andreia Arenga

RoBERto BENtoInformática e Gestão de Empresas, ISCtE

Qual era o valor da tua bolsa no ano passado? Sou bolseiro desde o primeiro ano e sempre num valor que ronda os 120 euros/mês.Este ano vai haver alguns cortes que podem atingir os 400 euros.o que pensas destes cortes? Na minha situação, se corta-rem 400 euros na totalidade do que recebo por ano deixa de chegar sequer para pagar as propinas! Achas que a tua bolsa este ano também vai sofrer esses cortes?Este ano espero receber mais porque a minha irmã também entrou na universidade e a mi-nha mãe ganha pouco mais que o ordenado mínimo.

CátIA GomESmestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico, Escola Superior de Educação do I. P. de Coimbra

Qual era o valor da tua bolsa no ano passado?150 euros/mês.Este ano vai haver alguns cortes que podem atingir os 400 euros. o que pensas disto? Considero um exagero os cortes poderem chegar até aos 400 euros, pois fará com que muitos estudantes fiquem fora da “corrida” por não terem como pagar as propinas, por exemplo.Achas que a tua bolsa este ano também vai sofrer esses cortes?Tal como no ano passado, presumo que este ano o valor da minha bolsa seja reduzido.

JoANA CARDoSoLicenciatura em Educação Básica, Escola Superior de Educação de Setúbal

Qual era o valor da tua bolsa no ano passado? 90 euros/mês.o que pensas destes cortes anunciados nas bolsas de estudo? Conheço imensas pessoas deslocadas de casa, que vivem na Madeira e estão em Setúbal, sem qualquer tipo de ajuda monetária por parte do Estado. Por outro lado, as que não precisam tanto são as que têm uma bolsa anual relativamente boa.Achas que a tua bolsa este ano também vai sofrer esses cortes?Sinceramente acho que vou ficar sem bolsa.

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produção de software. Isto dá--nos mais liberdade e facilida-de de adaptação às condições sempre em mutação do mer-cado», explica a dupla.

Trabalhar em equipaManuel Costa e Ricardo Graça lançam ainda um desafio aos jovens estudantes interessados na área: «Para os que estiverem mais receosos de se lançarem sozinhos, mas acharem que têm uma ideia com valor, falem connosco. Podemos conver-sar sobre o assunto e se calhar chegar a um acordo de um projecto conjunto para um fu-turo grande sucesso no mundo dos videojogos.» Sabe mais em http://cluelessideas.com.

jogadoras assíduas e até nem possuem dispositivos do géne-ro, quando lhes pomos o jogo nas mão elas desenrascam-se perfeitamente e adoram a sim-plicidade de todo o conceito», contam.

Aposta bem feitaO jogo está a ser usado como imagem de marca da empresa norte-americana de software Apple que, na estreia, o distin-guiu como ‘Aplicação da Se-mana’ e está a utilizá-lo para sua própria promoção entre milhares de títulos.«Temos uma paixão por video-jogos e a criação destes para plataformas móveis está agora aberta a todos. Por isso, quise-mos arriscar com um projecto próprio. O nosso primeiro jogo foi feito em três meses intensos.Acima de tudo é um jogo ao qual conseguimos voltar vezes sem conta e nunca aborrece.

Controlar acções através do ecrã pareceu-lhes desde cedo algo apaixonante. Tinham o sonho de criar um jogo próprio, o Magic Defenders, que já está a fazer sucesso além-fronteiras. Dois alunos da Universidade do Minho fundaram

a Clueless Ideas, que chegou e vai dar que falar.

PoDeres MágICos ConqUIsTaM a aPPle

Manuel Costa e Ricardo Graça são dois alunos da Universi-dade do Minho que criaram um videojogo para o iPad, iPhone e iPod da Apple. O jogo ‘Magic Defenders’ é so-bre um herói com poderes má-gicos que defende a sua aldeia de várias invasões de ‘orcs’. A narrativa fantasista do géne-ro ‘castle defense’, o aspecto cartoonesco das personagens e a jogabilidade simples foram os ingredients certos para que fosse premiado mal chegou ao mercado.«Nós começámos por apon-tar para um género que ape-la a muita gente. Além disso fizemos alguma investigação sobre quais as características comuns aos jogos de sucesso deste mercado. Concluímos que há factores muito impor-tantes como sejam o aspecto visual e os controlos intuitivos. Mesmo pessoas que não são

Prémio Secil Universidades para aluno do ISCTERicardo Carreiro, aluno do ISCTE-IUL, foi galardoado com o Prémio Secil Universidades Arquitectura 2010, pelo seu projecto para um mercado multicultural na Cova da Moura. Este prémio, promo-vido pela Secil com o apoio da Ordem dos Arquitectos, tem como objectivo incentivar a qua-lidade do trabalho académico e o reconhecimento público de jovens das escolas de Arquitectu-ra e Engenharia Civil. Nos últimos três anos, o prémio foi atribuído a estudantes do ISCTE-IUL.

Caso De sUCesso. Videojogo de estudantes do Minho destaca-se no mercado internacional

6 | iluminados 10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

breVes

Financial Times destaca mestrados de Gestão da Nova e Católica Os mestrados de gestão da Uni-versidade Nova e da Universidade Católica estão entre os melhores do mundo. Quem o diz é o ranking do Financial Times recentemente divulgado. O CEMS - Master in Inter-national Management, uma parceria internacional da School of Business and Economics da Universidade Nova de Lisboa com escolas de topo em 25 países, é o segundo melhor mestrado do género no mundo, de acordo com o ranking mundial. Na lista dos melhores do mundo entrou este ano também o mestrado de gestão da Católica-Lisbon School of Business & Economics, ocupando o quarto lugar.

Universidade de Coimbra é a Melhor Universidade PortuguesaDe acordo com a avaliação do QS World University Rankings 2011, que avalia as 700 melhores universidades do mundo, a Uni-versidade de Coimbra é a melhor instituição nacional. Com uma avaliação global de 29.77 pontos, a Universidade de Coimbra surge na 394.ª posição, revelando-se assim a única instituição de ensi-no superior portuguesa a constar da lista. Os critérios de elegibili-dade são: reputação académica, empregabilidade, citações científicas, desempenho dos estudantes, presença de corpo docente internacional e número de estudantes internacionais.

• Magda Valente

Como a dificuldade vai aumen-tando à medida que o jogo progride não se torna avassa-lador logo à partida», explica Manuel Costa. «Outro aspecto muito interessante é o facto de o jogo parecer agradar às pes-soas que lhe dedicam alguma atenção, independentemente do sexo e da idade. Ficámos muito surpreendidos por tan-

tas amigas nossas adorarem ‘matar orcs’!»

O futuro começa agoraA dupla iniciou o projecto da produtora de aplicações de en-tertenimento para dispositivos móveis aquando da passagem pelo IdeaLab, o laboratório de ideias de negócio da TecMi-nho-UMinho. «Ambos quería-

mos criar um negócio próprio, e até há pouco tempo está-vamos a tentar fazê-lo sepa-radamente. Entretanto a ideia foi evoluindo e tornando-se mais madura e a certa altura as nossas intenções deixaram de ser apenas criar um jogo por satisfação própria mas fa-zer mesmo disto um negócio, incluindo a criação de uma produtora de jogos. A recep-tividade no mercado tem sido bastante interessante e dá-nos confiança para seguir com o projecto para a frente.»No futuro pretendem estabe-lecer a produtora e começar a contratar mais pessoas para a equipa. «Queremos especia-lizar-nos em software de en-tretenimento, é nesse sentido que iremos prosseguir. Não pretendemos ter uma produ-tora de grande dimensão, uma vez que gostamos de manter o espírito ‘indie’ no que toca à

Manuel Costa e Ricardo Graça, criadores do ‘Magic Defenders’

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danças e rituais estranhos, gri-tos de guerra, secundaristas e estrangeiros, capas e batinas... A festa era de todos! Até um karaoke havia para os rouxinóis (ou alguns corvos) presentes.

Beber para esquecer a crise?Mas se a festa fazia a apologia de uma semi-sobriedade, fo-mos descobrir barraquinhas que vendiam mesmo bebidas brancas: shots, ginja, moscatel, vodka, amêndoa amarga e ou-tras que tais. Quisemos saber se não haveria consequências para este ‘quebrar das regras’ e ficámos esclarecidos: as AE que optassem por vender be-bidas além das autorizadas per-deriam uma caução de 500 eu-ros. Em tempos de crise ainda há quem goste de arriscar.

com mais música e o concurso de DJ. Três estudantes foram pré-seleccionados para actuar no Palco Super Bock, com o objectivo de apresentar novos valores nesta área.Já a Eleição Miss e Mister Caloi-ro, à semelhança de anos an-teriores, deu a oportunidade a 14 estreantes na vida académi-ca de brilharem na escadaria destinada para o efeito. «Tira o cabelo dos olhos», foi um dos conselhos maternais vindos de alguns apoiantes dos con-correntes.

Festa para todos os gostosNa zona das barraquinhas, que ficaram à mercê do talento decorativo das AE, as músicas que saíam das colunas de cada uma confundiam-se numa mistura entre ‘pimba’ e ‘house music’ a cada passada. No re-cinto encontrámos estudantes com chapéus feitos de papel, perucas cor-de-laranja, futu-ros médicos fardados a rigor,

Mais de 30 quiosques de Associações de Estudantes e de tunas académicas. Mais de 20 mil pessoas por dia e mais do que muita animação. Foi assim a última Mega Festa do Caloiro, que decorreu no final de Setembro em Lisboa, e que apesar de ter revelado algumas novidades, manteve as suas tradições. Aproveitámos a rentrée académica para sondar a caloirada quanto ao ano lectivo que agora arrancou.

O quE vAi nA CAbEçA dA CALOirAdA

Caloiros sóbrios, é da praxeTradições há muitas, e algu-mas delas saudáveis. Falamos, por exemplo, do lema que tem vindo a acompanhar a Mega Festa do Caloiro nos últimos anos: «don’t drive drunk». Para Paulo Vicente Ribeiro, um dos organizadores da iniciativa, a festa apresenta dois pilares es-senciais: «um lado pedagógico ao tentar fazer entender que quando bebem não podem conduzir, e que quando be-bem não devem fazer misturas explosivas. E outro lado é o da diversão», acrescentando que os estudantes acorreram em massa aos transportes públi-cos. Polícia Marítima, Bombei-ros, PSP e segurança privada lá estavam para proteger os mais incautos e controlar os menos cumpridores.

Os mais belos estudantesEntre as novidades deste ano estavam o Palco Mega Hits

rEPOrTAGEM. Fomos à descoberta das expectativas e ansiedades dos estudantes para este ano académico

8 | grande plano 10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

• Renata Lobo• Fotos: Mónica Moitas

AE da Faculdade de Medicina da UL, dizem eles «a única de Lisboa». Pois, pois...

Duas alunas da Lusófona e do ISEL a dançar ao som do pimba

Discípulo da barraquinha ‘A Laranja Mecânica’ da Faculdade de Psicologia

Caloiros em animada coreografia.

Filipe CardOsO

1.º ano engenharia

electrotécnica, Universidade

Nova de lisboa

O Filipe sentiu-se muito bem acolhido pelos cole-

gas mais velhos. «Nas praxes não abusaram como nor-

malmente se espera que aconteça. Tenho a expectativa

que corra bem, é um curso que vai exigir muito estudo

e dedicação, mas acho que vai valer a pena». Também

não conduz, mas foi pronto a dizer que as pessoas que

conhece «são responsáveis ao ponto de, quando

querem beber, não trazer o carro». E depois

seguiu em frente à procura de pessoas da

sua universidade que ainda não tinha

encontrado.

JOãO CaretO

1.º ano de Meteorologia,

Oceanografia e Geofísica, Faculda-

de de Ciências da Universidade de lisboa

O João é taciturno, mas nem por isso negou trocar

uma ou duas palavrinhas connosco. Quando nos disse

o nome do curso que estava a tirar soou-nos a qualquer

coisa de complicado e o que espera é mesmo conseguir

passar de ano. «Não estou com receio, mas como é a

universidade não estou à espera que facilitem. Já tive uma

semana de aulas, algumas correspondem ao que espera-

va outras não». É a primeira vez que vem à Mega Festa

e, minhas senhoras e meus senhores, este rapaz não

consome álcool. Quanto ao ‘se conduzires,

não bebas’ é céptico e acha que

a mensagem não vai colar…

iNês sOUsa1.º ano de Ciências equinas, Universidade lusófona«É ‘equi’ de cavalo!», explicou com um sorriso quando a indagámos em modo estático de olhos arregalados. No ano passado esteve num curso bastante

semelhante em Elvas, mas parece que não correu bem e desistiu.«“Sou de cá, fui para Elvas e voltei, sou maluca!

Espero que desta vez corra bem, porque é mesmo o que eu quero e é uma coisa bastante singular. Há poucos cursos superiores nesta área e pode ser que haja mais possibi-lidade de arranjar emprego». Apesar de andar de um lado para o outro a Inês não conduz. «Se tivesse carro vinha de comboio que fica mais barato. E com os transportes aqui ao lado é de aproveitar», sugeriu.

GONçalO CardOsO

1.º ano de Gestão, instituto

superior de Gestão

«Cada vez beber mais». É o que espera, diz,

para os próximos cinco anos da sua vida. Foi pelo

menos a primeira coisa que se lembrou de dizer, a

seguir a casar-se com o amor da sua vida, a Madalena

Nunes (fica a proposta de casamento). Já esteve no ano

passado na festa a ajudar, e não na qualidade de caloiro.

A comemoração, essa, deixou-a para agora que entrou

na faculdade. O Gonçalo veio de carro, mas não

pensem que este caloiro de espírito bem-dispos-

to vai carregar no pedal até casa. «A minha

namorada não bebe, é ela que leva o

carro». Madalena?

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Mais de 30 quiosques de Associações de Estudantes e de tunas académicas. Mais de 20 mil pessoas por dia e mais do que muita animação. Foi assim a última Mega Festa do Caloiro, que decorreu no final de Setembro em Lisboa, e que apesar de ter revelado algumas novidades, manteve as suas tradições. Aproveitámos a rentrée académica para sondar a caloirada quanto ao ano lectivo que agora arrancou.

O quE vAi nA CAbEçA dA CALOirAdArEPOrTAGEM. Fomos à descoberta das expectativas e ansiedades dos estudantes para este ano académico

10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t grande plano | 9

Nunca é tarde para pôr a conversa em dia. «Vem aí o doutor, estamos tramadas...»

Caloiros em animada coreografia. Ó caras lindas! Olh’ó passarinho!

AnA Lourenço1.º ano de Gestão

de Transportes e Logística, escola Superior náutica Infante D. Henrique

A Ana já tinha entrado na faculdade o ano passado, mas como aconteceram «várias coisas», está a repetir o

ano. Ainda pensámos que teriam sido as saudades da vida de caloira que a fizeram voltar atrás, mas não.

«No ano passado nem fui às praxes, este ano é que quero fazer tudo como deve ser. Este ano vai ser a bombar

e vou fazer as cadeiras todas». Já conhecia a Mega Festa do Caloiro desde o ano passado e é um pouco céptica quanto ao lema da festa ‘Don’t Drive Drunk’. Não tem

carta, mas tem uma opinião: «Já sabem como são os jovens, existe ainda muita gente que

conduz bêbeda e eu pessoalmente acho que não deve ser assim».

SofIA ALvArenGA

1.º ano de enfermagem,

escola Superior de enfermagem de

Lisboa

Apesar de ainda não saber se vai conseguir adaptar-se

bem ao curso, a Sofia está com bastantes expectativas

em relação ao estágio que os estudantes de Enfermagem

têm de fazer logo desde o primeiro ano. «Vai ser muito bom,

nós temos de fazer um pouco de tudo para lidarmos com

as pessoas da melhor maneira possível», explicou. Já não é o

primeiro ano que vem à Mega Festa. No ano passado estava

em Engenharia Civil, mas mudou de ideias, porque acredita

que Enfermagem tem mais a ver com a sua maneira de

ser. Apesar de ter carro hoje veio de comboio, não por

ir beber uns copos a mais, mas porque fica mesmo

mais barato. «Acho bem o lema da festa, ape-

sar de as pessoas também se embebe-

darem com cerveja».

João CAreTo

1.º ano de Meteorologia,

oceanografia e Geofísica, faculda-

de de Ciências da universidade de Lisboa

O João é taciturno, mas nem por isso negou trocar

uma ou duas palavrinhas connosco. Quando nos disse

o nome do curso que estava a tirar soou-nos a qualquer

coisa de complicado e o que espera é mesmo conseguir

passar de ano. «Não estou com receio, mas como é a

universidade não estou à espera que facilitem. Já tive uma

semana de aulas, algumas correspondem ao que espera-

va outras não». É a primeira vez que vem à Mega Festa

e, minhas senhoras e meus senhores, este rapaz não

consome álcool. Quanto ao ‘se conduzires,

não bebas’ é céptico e acha que

a mensagem não vai colar…

InêS SouSA1.º ano de Ciências equinas, universidade Lusófona«É ‘equi’ de cavalo!», explicou com um sorriso quando a indagámos em modo estático de olhos arregalados. No ano passado esteve num curso bastante

semelhante em Elvas, mas parece que não correu bem e desistiu.«“Sou de cá, fui para Elvas e voltei, sou maluca!

Espero que desta vez corra bem, porque é mesmo o que eu quero e é uma coisa bastante singular. Há poucos cursos superiores nesta área e pode ser que haja mais possibi-lidade de arranjar emprego». Apesar de andar de um lado para o outro a Inês não conduz. «Se tivesse carro vinha de comboio que fica mais barato. E com os transportes aqui ao lado é de aproveitar», sugeriu.

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mestrado, existente há dois anos. O objectivo é chegar a soluções criativas para desafios lançados pelos negócios, iden-tificando e detectando talento entre os participantes. O ‘Call for Solutions Universities’ reali-za-se uma vez por semestre, e nesta nova edição conta com 20 participantes.

Reforçar ligação das empresas à universidadeEstes novos programas de está-gio da Sonae vêm reforçar a aber-

No final de Setembro, a empresa portuense recebeu 46 jovens recém-licenciados, com vista ao desenvolvimento de estágios. Os candidatos foram seleccionados no âmbito dos programas de estágio e selecção ‘Call For You’ e ‘Call for Solutions Universities’.

SONae apOSta NO taleNtO jOvem

O ‘Call for You’ destina-se a re-cém-diplomados, que tenham até dois anos de experiência profissional, tendo a selecção sido feita através da Rede Con-tacto. O programa vai propor-cionar a 26 jovens das áreas da Gestão, Economia e Engenharia a possibilidade de desenvolve-rem estágios de seis meses nas estruturas centrais e centro cor-porativo da Sonae. Já o ‘Call for Solutions Universi-ties’ é um programa de Open Innovation para finalistas de

eStÁGIOS. jovens recém-licenciados contactam com o mercado de trabalho através da Rede Contacto

10 | emprego 10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

tura à comunidade académica e complementar o Programa Con-tacto, uma iniciativa que a Sonae criou há 25 anos com o objectivo de levar jovens recém-licencia-dos a conhecer as estratégias e planos de desenvolvimento das empresas Sonae, e de virem a in-tegrar as suas equipas. Para mais informações vai a www.progra-macontactosonae.com.

Mais informações em www.programacontactosonae.com

Laboratórios Sapo abre candidaturasAté 15 de Outubro o labs.sapo está a receber propostas de novos projectos. O labs.sapo foi criado pelo portal SAPO com o objectivo de aproximar a indústria e o mun-do universitário. Assim, alunos e professores interessados em obter o apoio do SAPO para concretizar algum projecto devem submeter a sua proposta na plataforma on-line . Os projectos seleccionados serão desenvolvidos a partir de Janeiro de 2012. Mais informação e submissão de candidaturas em http://labs.sapo.pt/candidaturas.

bReveS

Uma rede social para recém-licenciadosFoi recentemente lançada a Me-JobU, uma rede social destinada aos jovens recém-formados que procuram emprego. A iniciativa, da responsabilidade da Fundação da Juventude, pretende combater o desemprego e colocar à dispo-sição dos jovens uma ferramenta inovadora de procura de empre-go. A rede pretende ainda poten-ciar a criação de auto-emprego e de novos negócios. Sabe mais em www.mejobu.com.

Descobrir o Crowdfunding A Católica-Lisbon School of Business & Economics, em parceria com o PPL - Crowdfunding Portugal e a Fundação Calouste Gulbenkian apresentaram recentemente o primeiro evento internacional em Portugal sobre o tema do Crowdfunding. Trata-se de um conceito inovador que visa apoiar ideias e projectos criativos que estimulem a economia nacional. Através da plataforma PPL Crowdfunding Portugal é possível promover pro-jectos inovadores e receber financia-mento de particulares com vista à sua concretização. De acordo com o Professor Pedro Oliveira da Católica--Lisbon, estamos perante «soluções inovadoras de financiamento que permitem dinamizar o pequeno e médio empreendedorismo». Ou seja, esta iniciativa «proporciona uma porta de entrada ao processo de financia-mento, endereçando as primeiras necessidades de capital, visibilidade e credibilidade através de um apoio comunitário transparente». Sabe mais em www.ppl.com.pt.

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O objectivo é fazer a ponte entre o universo académico e o mercado da publicidade e da comunicação, para que estes futuros criativos pos-sam continuar a desenvolver as suas ideias e aplicá-las no dia-a-dia real.

plasmas de grandes dimen-sões, cada uma das campa-nhas criadas pelos estudan-tes da Oficina de Portfólio do IADE. Desde o briefing inicial, passando pelas ideias até às campanhas publicitá-rias finais criadas para marcas como Pepsi, Espiga, Seguro Directo, Táxi Interactivo e Compal Vital.

Missão: criar oportunidadesA exposição é o fruto de uma parceria entre a Oficina de Portfólio e as marcas, que vão poder usar estas campanhas na comunicação dos seus próprios produtos. Todos os profissionais do mercado da comunicação e empregado-res podem ter acesso ao por-tfólio de cada um dos parti-cipantes de forma inovadora.

Chama-se ‘Working Class Heroes’ e reúne uma série de campanhas publicitárias desenvolvidas para diversas marcas pelos alunos da cadeira de Oficina de Portfólio do IADE – Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing. A exposição está patente no Museu das Telecomunicações de 13 a 28 de Outubro.

FuTurOs hEróIs da PubliCidade mOstram

talentO

Pela quarta edição consecu-tiva, o IADE transformou-se numa pequena agência de publicidade e os alunos em criativos e marketeers profis-sionais. Durante seis meses, e sob a orientação de forma-dores especializados na área e em contacto com diversas marcas, os alunos da cadei-ra de Oficina de Portfólio do IADE pensaram, planearam e criaram campanhas de pu-blicidade. Agora, estes traba-lhos são apresentados ao pú-blico e a profissionais da área através de uma exposição interactiva no Museu das Te-lecomunicações, em Lisboa.

Portfólio interactivoA mostra, cujo tema é ‘Working Class Heroes’, dá a conhecer a todos os visitan-tes através de ecrãs tácteis e

MOsTrA. Alunos do IADE expõem trabalhos no Museu das Telecomunicações

12 | artes 10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

Cinema francês na universidadeA Reitoria da Universidade de Lisboa associa-se à 12.ª Festa do Cinema Francês com a exibi-ção das quatro primeiras obras de quatro talentosas realizadoras premiadas internacionalmente. As sessões duplas realizam-se nos próximos dias 12 e 13 de Outubro, a partir das 16h30, na Sala de Conferências. No intervalo, passa também pela Feira do Livro e do Cinema Francês, no Foyer da Sala de Conferências. A entrada é livre.

VEr E FAZEr

‘Estocolmo’ no PortoCom texto original de Daniel Jonas, o mito de Prometeu explorado pelo Teatro Bruto regressa aos palcos, desta vez com ‘Estocolmo’. A peça, com en-cenação, cenografia e figurinos de Ana Luena, e música original de Peixe (ex-guitarrista dos Ornatos Violeta e membro dos Zelig) está em cena no Teatro Carlos Alberto, no Porto, até dia 16 de Outubro, e explora a anatomia teatral. A não perder!

Dança e performances em AlmadaEspectáculos de palco para diferentes públicos, mostra de vídeo-dança, workshops de dança (para profissionais e estu-dantes) ou ateliês de música, são os ingredientes da XIX Quinzena de Dança de Almada. Até 15 de Outubro, por vários espaços de Almada, Lisboa, Montijo, Sesimbra e Odivelas. Programa completo em www.cdanca-almada.pt.

• Andreia Arenga

‘Working Class Heroes’, para ver até 28 de Outubro

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14 | música 10 de Outubro | w w w . m u n d o u n i v e r s i t a r i o . p t

tugal, há um gosto pela triste-za semelhante ao gosto pela alegria. Há esta tendência de viver em função da emoção e expressá-la de forma quase barroca.

Fado é destino e termino perguntando o que o des-tino nos reserva enquanto artista a solo ou membro dos Tindersticks?Os Tindersticks estão a traba-lhar num novo álbum, com lançamento previsto para o início do próximo ano. Como estou empenhado a trabalhar em grupo e é algo que me tem dado enorme prazer, não tenho planos para editar nada a solo.

Tracy teve a coragem de dizer para continuarmos e para, pelo menos, fazermos o tributo.

Agora estão a preparar as vossas apresentações ao vivo. Têm alguma surpresa preparada para os concertos de apresentação do disco?Vão ser mais vivos do que os concertos que fazíamos anti-gamente. Temos um ‘set’ mais ‘upbeat’. Tivémos uma fase em que estávamos mais abatidos. Vamos tentar trazer um pouco mais de cor.

Depois do EP ‘Child of The Moon’ e de muito tempo a viver em Londres, os Tiguana Bibles mudam-se definitivamente para Portugal e editam o primeiro disco. ‘In Loving Memory Of…’ está recheado de bonitas canções e é uma homenagem ao falecido guitarrista da banda, Paul Hofner. Apesar do trágico evento,

o colectivo está mais vivo do que nunca. O MU falou com Vitor Torpedo, membro fundador, na presença da bela Tracy Vandal, a voz doce dos Tiguana Bibles.

A BELA E Os MúsICOs

‘In Loving Memory Of…’ é o vosso primeiro longa duração. Estão orgulhosos deste trabalho, é o que sonharam?Sim, mas há uma mistura de emoções acerca disso. Este foi um disco difícil, foi gravado duas vezes. A primeira versão acabou por não ser gravada porque o nosso guitarrista morreu entretanto, e passado quase um ano tivemos que ir para estúdio outra vez. Eu acho que o disco está o má-ximo, de qualquer forma, mas essas músicas já estão quase com dois anos de batimen-to, por isso, quando temos oportunidade de tocar uma música nova, para nós isso é libertador.

O Festival Sintra Misty é o festival da música e das palavras. No seu caso, enquanto compõe, o que surge primeiro?Na realidade é um processo si-multâneo. As palavras contêm melodia e a melodia constrói- -se com palavras. Não costu-mo separar as coisas. Por ve-zes os pensamentos fluem em forma de canção e há como que uma ligação natural entre as duas coisas.

E como é o processo de composição?Tenho a ideia romântica de que não somos nós que cons-truímos as canções; são elas que nos encontram. Não te-nho por hábito escrever ou compor em horas ou locais específicos. Limito-me a viver,

DIsCO. Tiguana Bibles editam ‘In Loving Memory Of…’

• Andreia Arenga

O que mudou desde a edição do EP ‘Child of The Moon’ até agora em termos criativos? A forma de construção e com-posição manteve-se. A grande mudança é que agora somos uma banda portuguesa, que vive em Portugal. Na altura do ‘Child of The Moon’ mandáva-mos as músicas por computa-dor e eles aqui que se desen-rascassem. Chegámos a fazer concertos sem nunca termos ensaiado juntos. Neste mo-mento o processo é diferente. Ensaiamos juntos, estamos em estúdio e partilhamos ideias.

Foi difícil regressar a Portugal? Ainda continua a ser difícil. Uma

Tiguana Biblesdas coisas boas de Londres é que a tua personalidade é man-tida, ninguém te chateia, podes ser o que quiseres, e há mais interajuda entre os músicos e as bandas, não há tanta inveja. As bandas estão atentas ao que as outras bandas estão a fazer, assistem aos concertos umas das outras. Em Portugal é mais difícil isso acontecer.

Falavas da perda do vosso guitarrista, Paul Hofner. De que forma esse aconte-cimento marcou este disco?Ele teve um papel fundamen-tal na composição do disco. Apesar de as guitarras serem tocadas por Augusto Cardoso (Bunnyranch), foram tocadas e pensadas pelo Paul primeiro, já

O Centro Cultural Olga Cadaval, em sintra, acolhe mais uma edição do sintra Misty, o «festival da música e das palavras». O cartaz inclui nomes como stuart A. staples, The Legendary Tigerman, Jay Jay Johanson, Dead Combo, Mazgani e sean Riley & The slowriders. Antecipamos o festival com entrevista a stuart A. staples, carismático líder dos Tindersticks.

MELODIAs MísTICAs

FEsTIVAL. De 13 a 23 de Outubro sintra recebe sintra Misty

• Bruno Mano

Tindersticks

tinham o cunho pessoal dele. E algumas das músicas foram mesmo gravadas no compu-tador dele, em sua casa. Com a morte do Paul pensei duas ve-zes se havíamos de continuar ou não. Não só porque ele era um músico extraordinário, mas também pela relação muito íntima que mantínhamos com

ele. E essa também foi uma das razões pelas quais saímos de Londres, porque nós erámos como uma espécie de ‘Amigos de Alex’. Um núcleo de amigos que tinha uma banda, e esses amigos desmoronaram-se de-pois da morte do Paul. Foi muito difícil. Ele morreu duas semanas antes da nossa tournée, mas a

a viajar, a colecionar experiên-cias e esperar que as músicas venham ter comigo. No fundo sou um preguiçoso atento.

Lord Byron era um pro-fundo admirador de Sintra e muitos apontam-no como uma espécie

de profeta romântico. Gosta da designação? É difícil imaginar-me na pele de poeta. Sou um músico que trabalha com emoções e a ver-dade é que Sintra é um sítio fascinante e verdadeiramente inspirador, mesmo olhando para além da vertente turística.

No entanto a música que constrói é espirituosa e apela à sensibilidade. Mexer com as emoções dá poder?Não se trata de uma relação de poder, mas de partilha e de um sentimento forte de ligação. É nesta ligação que assenta o poder da música. Quando estou em palco é o esbater das barreiras que me preocupa e não a capacidade de manipular sentimentos. Procuro deixar-me levar, des-cer até às pessoas e partilhar sentimentos.

A carreira a solo é um escape para um trabalho mais disciplinado enquan-to parte de uma banda?É mais um homem abandona-do à sua sorte com uma gui-tarra acústica (risos).

Ao fim de tantas passagens por Portugal, ainda há espaço para a novidade?Portugal é realmente um sítio especial para mim porque o público se liga de forma má-gica e quase irracional à mú-sica. Isso obriga-nos a exceder os nossos limites. Não pode-mos simplesmente cantar as músicas antigas e esperar que o concerto acabe. O pú-blico português é entusiasta, mas exigente e essa exigência torna-o especial. O entusias-mo com que acolhem a nossa música e se deixam tocar por ela é a razão pela qual conti-nuamos a dar concertos. Mui-tos jornalistas dizem que os portugueses gostam de Tin-dersticks porque, de alguma forma, se assemelha ao fado. O que eu sinto é que, em Por-

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