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Directora: Laura Alves | Segunda-feira, 27 de Setembro de 2010 | N.º 170 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt O MU FOI ÀS PRAXES CONHECER CALOIROS E TENTAR PERCEBER COMO ANDA A SAÚDE DESTA TRADIÇÃO ACADÉMICA. E SÓ NÃO LEVÁMOS COM UM TOMATE NA CABEÇA PORQUE NÃO CALHOU! P. 10 E 11 » O CÉREBRO DE MARIANO GAGO O QUE É QUE ANDA A OCUPAR A CABEÇA DO MINISTRO? P.04 » MOTELX GRITOS DESVAIRADOS COMEÇAM NO DIA 29. P.12 » RECEPÇÃO AO CALOIRO ARRAIAIS NUNCA SÃO DEMAIS. P.14 ANDA ANDA CÁ-LOIRA! CÁ-LOIRA!

Mundo Universitário - Edição 170

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27 Setembro 2010

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O MU FOI ÀS PRAXES CONHECER CALOIROS E TENTAR PERCEBER COMO ANDA A SAÚDE DESTA TRADIÇÃO ACADÉMICA. E SÓ NÃO LEVÁMOS COM UM TOMATE NA CABEÇA PORQUE NÃO CALHOU! P. 10 E 11

» O CÉREBRO DE MARIANO GAGOO QUE É QUE ANDA A OCUPAR A CABEÇA DO MINISTRO? P.04

» MOTELXGRITOS DESVAIRADOS COMEÇAM NO DIA 29. P.12

» RECEPÇÃO AO CALOIROARRAIAIS NUNCA SÃO DEMAIS. P.14

ANDA ANDA

CÁ-LOIRA!CÁ-LOIRA!

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EDIÇÃO 170 de 27 de Setembro a 10 de Outubro de 2010

FICHA TÉCNICA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Redacção: Andreia Arenga | Online: Graziela Costa | Colaboradores: João Tomé, Luís Magalhães, Magda Valente, Renata Lobo, Ricardo Queirós | Cronistas: Luís Franco-Bastos | Projecto Gráfi ico: Joana Túlio | Paginação: Pedro Castro | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora Comercial); Francisco Sousa Coutinho (Senior Brand Activator) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.

VÊ AS NOVIDADES QUE TEMOS PARA TI NA PÁGINA DE FÃS DO MU NO FACEBOOK

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» EDITORIAL

Laura Alves • [email protected]

Na noite da passada quinta-feira passei pelo Rossio, em plena Baixa lisboeta, onde uma fi leira de caloiros ajoelhados cantava uma lenga-lenga a mando de uns quantos estudantes trajados. Na pressa de chegar ao meu destino não parei para tentar perceber de que universidade ou curso pro-vinham. Contudo, as imagens fi caram-me na reti-na e no cérebro. Primeiro, porque tinha começado uma chuva repentina e senti uma imensa pena daqueles ‘gatos pingados’ à mercê dos veteranos. Depois, porque o tema da praxe me está, inevita-

velmente, próximo. É sobre a praxe a capa des-ta edição do Mundo Universitário – a primeira deste ano lectivo –, remetendo para a reporta-gem que encontras nas páginas centrais. Este não é um tema pacífi co. Basta falar

nas palavras ‘praxe’ e ‘tradição’ para, de todos os cantos, surgirem opiniões contra e a favor. É, de facto, uma questão delicada. Haverá alguma

dignidade em andar pelas ruas de cara pintada ou de tutu cor-de-rosa? Ou em tentar comer sopa apenas com uma faca, provar biscoitos de cão ou fazer declarações de amor a pessoas desconheci-das? A resposta é: não. Contudo, também é ver-dade que, excessos à parte – há toda uma série de histórias célebres que documentam como a praxe foi tristemente violenta no passado –, o processo de integração no novo mundo acadé-mico fi ca facilitado com a praxe. Conhecem-se os colegas, descobre-se a universidade/instituto em que se foi colocado e a própria cidade, aprende-se a lidar com alguma timidez própria de quem acabou de aterrar num mundo desconhecido. E, tal como te damos conta na reportagem desta edição, pode haver até novas formas de praxe, em que a tradição cede lugar à solidariedade de uma forma criativa – foi o caso dos estudantes da Faculdade de Ciências Económicas e Empre-

sariais da Universidade Católica, que se juntaram à Fundação Luís Figo para levar livros e equipa-mento escolar aos alunos de uma escola básica e ainda pintar os muros da instituição.

Posto isto, nota fi nal para uma novidade deste ano lectivo. Dos 118 mil alunos que estão a ser recebidos este ano pelas instituições de ensino superior, mais de metade entram nos cursos de mestrado, doutoramento, especialização tecno-lógica e acesso para maiores de 23. O perfi l do aluno do ensino superior está a mudar: há cada vez mais pessoas mais velhas a apostar na sua formação superior. Daí que, se este ano, na re-cepção ao caloiro da tua universidade, encontra-res a tua mãe ou o teu avô aos saltos nos concer-tos, não é caso para te admirares. Afi nal, quem sabe, até podem dar uma palavrinha por ti aos veteranos – «Ai o meu rico fi lhinho!» – e evitar que sejas praxado!

«Ai, meu rico fi lhinho!...»

» CONVERSA DE CORREDOR

Ouvimos dizer que houve um grupo de estarolas nortenhos que, há uns dias, ofereceu uma rodela de chouriço a Mariano Gago. Melhor, uma medalha feita de chouriço. A coisa deu-se por causa das propinas, o eterno tema de discussão, e so-bre o qual raramente há consenso entre estudantes e quem manda na pasta do ensino superior. Já lá vai o tempo em que os estudantes ofereciam outros acepipes aos ministros.

ESTELA SILVA/LUSA

SETEMBRO 2010 - Protesto de um grupo de alunos durante a cerimónia ofi cial de abertura do ano lectivo dos Institutos Superiores Politécnicos no Porto, em que esteve presente o ministro Mariano Gago

1994 - Em plena fase de contestação estudantil, um grupo

de estudantes mostra o rabo ao ministro Couto dos Santos

NÃO PERCAS A PRÓXIMA EDIÇÃO

11 DE OUTUBRO Vamos falar-te de plágios. E de tráfi co de trabalhos, relatórios e teses. Há todo um submundo no qual tu, decerto, não vais querer entrar.

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A 1.ª fase de candidatura ao ensino superior resultou em 45.592 alunos colocados nos cursos de licenciatura e de mestrado integrado, correspondendo a 88 por cento dos jovens que este ano se candidataram ao ensino superior. Um número simpático, que reflecte a tendência de crescimento de ano para ano. Deste universo, 86 por cento dos estudantes foi colocado numa das três primeiras opções.

Mas em termos globais, as universidades e politécnicos recebem, este ano, um total de 118 mil novos alunos, contribuindo para este bolo os inscritos em cursos de mestrado, doutoramento, cursos de espe-cialização tecnológica e ainda o acesso através do regime especial para maiores de 23. Há mais alunos, mas também alunos mais velhos, em busca de outras possibilidades de formação. Desta forma, de acordo com informações oficiais, as licenciaturas passam a representar menos de metade dos novos inscritos no ensino superior.

Se, por um lado, se nota um acréscimo de alunos no ensino superior, por outro lado há instituições com cursos em risco de fechar por falta deles. Após serem conhecidos os resultados da 1.ª fase registavam-se 19 cursos sem qualquer colocação, sendo estes maioritariamente do regime pós-laboral. De um total de 1.152 cursos de licenciatura, em 303 foram colocados menos de 20 alunos e, caso as vagas sobrantes não tenham sido preenchidas aquando da 2.ª fase de candidatura, estes poderão vir a perder o financiamento por parte do Estado. E o que acontecerá aos alunos entretanto colocados nessas licenciaturas? Serão coloca-dos noutros cursos que, à partida, não escolheram. Estamos a falar de 2.690 alunos colocados em cursos que estão na corda bamba.

A marcar o início do ano lectivo no ensino superior politécnico, Mariano Gago esteve no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) para a assinatura dos Programas de Desenvolvimento para o quadriénio 2010-2013 entre os politécnicos e o Governo. No âmbito do Contrato de Confiança estabelecido entre as instituições de ensino superior e o Governo, o objectivo é qualificar mais de 100 mil activos em todo o País, expandir os cursos de especialização tecnológica e promover a internacionalização do ensino superior.

O auditório do ISEP onde decorreu a cerimónia de abertura do ano lectivo foi invadido por uma acção de protesto de um grupo de alunos que levaram uma medalha de chouriço ao mi-nistro. A razão? «Por fazer com que Portugal seja o país da Europa onde as famílias gastam mais com educação», justificaram. Como forma de protesto pelo custo das propinas, que consi-deram demasiado elevado, foi lido um comunicado apontando os problemas da acção social no sector da educação. «Não há cerimónias porque nos últimos 15 anos as propinas aumentaram 400 por cento em Portugal», ouviu-se.

«As propinas estão mais baratas do que no meu tempo», afirmou Mariano Gago na cerimónia de abertura do ano lectivo, respondendo à acção de protesto com que foi confrontado. «As propinas são iguais às de 1942 em termos constantes e reais», observou, recordando que «o rendimento per capita triplicou em Portugal». Ou seja, para o ministro, o valor das propinas não é desajustado, sendo mesmo «mais baratas» do que há algumas décadas. Actualmente, a propina máxima que as instituições de ensino superior públicas podem cobrar aos estudantes dos cursos de licenciatura é 972,14 euros.

RENTRÉE ACADÉMICA. HÁ MAIS ALUNOS NO ENSINO SUPERIOR E, EM SIMULTÂNEO, 303 CURSOS COM MENOS DE 20 ALUNOS

O que vai na cabeça de Mariano Gago?NA AZÁFAMA DO REGRESSO ÀS AULAS FIZEMOS UMA RADIOGRAFIA À CABEÇA DO MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR E FOI ISTO QUE ENCONTRÁMOS. DOS CERCA DE 118 MIL NOVOS ALUNOS NO ENSINO SUPERIOR AOS PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO NOS POLITÉCNICOS, PASSANDO AINDA POR ALGUMA AZIA RELACIONADA COM AS PROPINAS OU O POSSÍVEL ENCERRAMENTO DE ALGUNS CURSOS, EIS O QUE OCUPA O CÉREBRO DE MARIANO GAGO.

Laura [email protected]

MAIS ALUNOS NO ENSINO SUPERIOR

...E MAIS VELHOS

CURSOS EM RISCO DE FECHAR

DESENVOLVIMENTO PARA OS POLITÉCNICOS

PROTESTOS INESPERADOS

AS PROPINAS EM 1942 E EM 2010

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RICARDO MORGADO Presidente da Federação Académica do Porto1. É preciso repensar o problema das prescrições. Na Universidade do Porto, por exemplo, prescreveram este ano 612 estudantes. Estes estu-dantes fi cam numa situação extremamente precária, pois são afastados do seu ciclo de estudos por dois semestres lectivos, e por isso, este proble-

ma tem de ser urgentemente resolvido.2. Acredito que estamos perante uma nova política de acção social directa

que tem como objectivo acabar com os atrasos no pagamentos das bolsas. Este regime abandona o sistema de atribuição em seis escalões, o que traz benefícios principal-

mente para os estudantes mais carenciados.3. Entendo que ninguém deveria ingressar no ensino superior com nota inferior a 10 valores. Mas este problema resulta da falta de racionalização do número de cursos e de vagas por curso. Racionalizar a rede de ensino superior é urgente.

LUÍS CASTRO Presidente da Associação Académica de Lisboa1. Estou muito apreensivo com as alterações que foram implementadas no novo regulamento de acção social e de atribuição de bolsas. Outra questão que me preocupa é a falta de residências em Lisboa e os eleva-dos valores que os estudantes pagam para ter um quarto.

2. Estamos muito expectantes sobre a sua aplicabilidade efectiva. Esperemos que venha a resolver os problemas dos alunos que realmente

precisam de apoio e que nenhum estudante abandone o ensino superior por falta de apoio fi nanceiro. 3. Custa-me ver que existem cursos sem saídas profi ssionais nenhumas com o mesmo número de vagas que em anos anteriores, e noutros cursos, de que Portugal realmente precisa, não se aumentam as vagas. Não basta aumentar o número de licenciados em Portugal, é preciso saber onde apostar.

MIGUEL PORTUGALPresidente da Associação Académica de Coimbra

1. Os problemas de infra-estruturas das instituições e as condições de dig-nidade que os estudantes merecem para frequentarem os seus períodos lectivos. E o facto de ainda não existir uma clara estratégia de desenvol-vimento de Bolonha para que os objectivos declarados sejam atingidos no nosso país. Mas acima de tudo, a atribuição de bolsas de acção social.

2. Partindo do novo regulamento de atribuição de bolsas, o qual estipula um aumento do montante da bolsa máxima, serão benefi ciados os mais

carenciados dos mais carenciados. Realidade que poderá deixar de fora um con-junto de estudantes que estão hoje em dia no sistema (no limiar mínimo) e que passam por severas difi culdades.3. A excelência e a qualidade do ensino superior não se avaliam no acesso a esse graude ensino. A temática e problemática da qualidade e do objectivo da excelência no ensino superior é algo que se tem de colocar nas próprias instituições e não confundi-la com a matéria de acesso a ensino superior.

FOMOS SABER O QUE TÊM A DIZER OS DIRIGENTES DAS PRINCIPAIS ACADEMIAS DO PAÍS SOBRE AS ACTUAIS POLÍTICAS PARA O ENSINO SUPERIOR.

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Quem fala assim não é GagoAndreia [email protected]

1. QUAIS SÃO AS TUAS MAIORES PREOCUPAÇÕES PARA O NOVO ANO LECTIVO?

2. ACHAS QUE O NOVO REGULAMENTO DE ACÇÃO SOCIAL E ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS PODE TRAZER MAIS BENEFÍCIOS AOS ESTUDANTES MAIS CARENCIADOS?

3. TENDO EM CONTA QUE SE FALA TANTO EM EXCELÊNCIA E QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR NÃO É, DE CERTA FORMA, CONTRADITÓRIO QUE CONTINUEM A ENTRAR PESSOAS COM MÉDIA NEGATIVA?

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6 [27 SET 2010]

Andreia [email protected]

Um minuto, 220 alunos e muita gente nova para conhecer. Um ‘speed da-ting’ – não para arranjar namorado(a), mas para conhecer os novos cole-gas – marcou o arranque da Welcome Week no Campus da FEUNL. Às 17h00 do dia 2 de Setembro, o Campus da Nova estava transforma-do num autêntico parque de diversões, com insufláveis, música e muitas bebidas energéticas.

Desde o ano passado que a FEUNL prepara uma sema-na especial com actividades lúdicas e team-building para receber os novos alunos e dar-lhes a conhecer a vida no Campus. O objectivo é integrá-los na vida académi-ca e prepará-los para o ano lectivo intenso que os espe-ra. «Eles passam muitas ho-ras do mestrado a trabalhar juntos. Não são só as aulas que são exigentes, são tam-bém os ‘case studies’, por-que promovemos imenso a participação dos alunos em ‘business games’ que são uma das formas de recru-tamento das empresas. Por isso, é muito melhor se eles forem amigos ou se, pelo menos, se sentirem bem uns com os outros», explica Rita Mendia, responsável pela admissão de novos alunos e recrutamento da FEUNL.

CONHECER GENTE NOVA«Estou sem fôlego, já fa-

lei com dez raparigas em

apenas dez minutos! É in-crivel! (risos)», dizia Mar-tin, novo aluno de mestra-do em Economia da Nova, animado com o ambiente que se vivia naquela tarde solarenga no Campus.

Martin é da Hungria e é um dos cerca de 50 alunos estrangeiros que a FEUNL recebe neste ano lectivo. Descobriu a faculdade através de uma pesquisa no Google e, como queria frequentar um mestrado em Economia, achou que esta podia ser a institui-ção ideal para ele. «Vi o site, li sobre o mestrado e achei que podia ser muito bom. Queria muito estudar Economia e alguns pro-fessores meus aconselha-

ram-me a vir para Lisboa porque os professores são muito bons, a escola tem um bom ambiente e uma reputação elevada», con-tou ao MU.

As expectativas de Mar-tin são altas, mas ele acre-dita que vai ser uma boa experiência. «Acho que é suposto ser um ano duro, mas estou preparado. Acho que vai ser interessante, ouvi opiniões muito boas».

À SEGUNDA É DE VEZLuís Plácido também vai

fazer um mestrado pela primeira vez na Nova, em-bora já conheça a faculda-de. Foi aqui que começou a licenciatura em Economia, há quatro anos, mas não gostou e foi para Coim-bra. Agora está de volta à Nova de Lisboa para fazer o mestrado em Gestão. «Em termos de mestrados esta é a melhor universi-dade, a par da Católica, e a nível internacional está muito bem cotada. É um desafio pessoal também», confessa.

Quanto à Welcome Week diz que este tipo de ini-ciativas é fundamental para integrar os alunos e tornar o percurso escolar mais agradável. «Está a ser fantástico! Está ao ní-vel das melhores escolas de Inglaterra que também organizam muito este tipo de experiências. Acho que é importante para o pro-cesso de integração. Deixa as coisas mais descontraí-das no início».

NOVA COM DOIS MESTRADOS NO RANKING DO ‘FINANCIAL TIMES’

A Faculdade de Econo-mia da Universidade Nova de Lisboa anunciou a presença no ranking mundial do Financial Times (FT) com dois mestrados: CEMS - Mas-ter in International Ma-nagement no 2.º lugar da lista e Gestão, na 57.ª posição. O primeiro cur-so trata-se de um mes-trado oferecido numa parceria internacional com escolas de topo em 25 países, enquanto o segundo é uma forma-ção totalmente criada pela Nova. De acordo com a instituição, esta é a primeira vez que um programa de uma escola portuguesa é listado no ranking mundial do FT.

RECEPÇÃO. FACULDADE DE ECONOMIA DA NOVA RECEBE NOVOS ALUNOS COM ACTIVIDADES LÚDICAS

Como quebrar o gelo entre os novos alunosMESMO QUANDO O ENSINO SUPERIOR JÁ NÃO GUARDA SEGREDOS, NÃO É FÁCIL COMEÇAR UM NOVO ANO LECTIVO, FREQUENTAR UMA NOVA UNIVERSIDADE OU CONHECER COLEGAS NOVOS. POR ISSO, A FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE NOVA ORGANIZOU A WELCOME WEEK, UMA SEMANA DE ACTIVIDADES LÚDICAS QUE DECORREU NO INÍCIO DE SETEMBRO PARA RECEBER E INTEGRAR OS NOVOS ALUNOS DE MESTRADO. ENTRE SESSÕES DE ‘SPEED DATING’ E MATRAQUILHOS HUMANOS, O MU FALOU COM ALGUNS ESTUDANTES NO CAMPUS.

» UNIVERSIDADE ABERTA PREMIADAA Universidade Aberta é a primeira universidade portuguesa a ser distinguida com o Prémio da EFQUEL - European Foundation for Quality in E-Learning. O prémio tem a certifi cação da UNIQUe – The Quality Label for the use of ICT in Higher Education (Universities and Institutes) e é um reconhecimento internacional da qualidade do e-learning, do modelo pedagógico e do pioneirismo do ensino à distância levado a cabo pela instituição.

» POLITÉCNICO DO PORTO QUER MAIS DIPLOMADOS O Instituto Politécnico do Porto pretende diplomar em média, até fi nal do ano lectivo 2013/2014, mais 1250 estudantes por cada ano lectivo. Esta é uma das metas do Programa de Desenvolvimento celebrado há duas semanas entre a instituição e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Duplicar o número de docentes doutorados e elevar para mil os estudantes inscritos no ensino à distância está também entre as prioridades do Politécnico.

Diversão sem limites para os alunos de mestrado

» MAIS 30 POR CENTO DE ALUNOS QUE NO ANO PASSADO

Com cerca de 500 candidaturas este ano aos mestrados em Eco-nomia, Finanças e Gestão, a Faculdade de Economia da Nova recebeu para o ano lectivo de 2010/2011 cerca de 270 alunos, dos quais 17 por cento são estrangeiros. De acordo com Daniel Traça, director de Programas Pré-Experiência da instituição, o número de alunos inscritos aumentou de 190 para 270.

Speed dating na universidade

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8 [27 SET 2010]

Andreia Arenga e Laura [email protected]

Os problemas existenciais da Sra. Biodiersidade, o baca-lhau em vias de extinção que vai parar ao prato dos portu-gueses todos os dias, a crise de identidade de uma portu-guesa no Martim Moniz ou o drama de um jovem bioquími-co numa consulta de homeo-patia. São algumas histórias que um grupo de oito cientis-tas portugueses conta para refl ectir sobre várias matérias científi cas de uma forma des-contraída e bem humorada.

O projecto chama-se ‘Cien-

tistas de Pé’ e alia a ciência ao teatro e ao humor. «É um projecto de stand-up comedy com cientistas das mais di-versas áreas com o objectivo de fazer humor para criar interesse pela ciência, pro-mover a cultura científi ca e melhorar a imagem dos cien-tistas», explica-nos David Marçal, autor e coordenador do projecto.

O QUE TÊM EM COMUM UM CIENTISTA E UM ACTOR?

A ideia nasceu da cabeça de David que, a par da sua actividade enquanto investi-gador, tem colaborado com o

‘Inimigo Público’ (suplemento de humor do jornal ‘Público’) na escrita de textos humorís-ticos com uma base científi ca. A partir daí, criou o ‘Cientistas de Pé’ e vários outros inves-tigadores quiseram juntar-se ao projecto. «Fizemos uma campanha de recrutamento com um anúncio no jornal e também através dos institu-tos de investigação portugue-ses. Apresentámos o projecto e convidámos os cientistas a participarem em workshops», conta.

Os investigadores transfor-maram-se em actores com a ajuda do encenador Romeu

Costa que os preparou com técnicas de dicção, expressão dramática e interpretação, de forma a tornar a ciência num espectáculo apetecível. «Os espectáculos resultam des-sa aculturação mútua, numa perspectiva científi ca consis-tente que os investigadores trazem consigo e da dimensão e sensibilidade artística con-ferida pelo actor e encenador Romeu Costa».

APRENDER COM HUMOR NAS ESCOLAS

O projecto venceu recente-mente o Prémio Ideias Ver-des promovido pelo jornal

Expresso e pela Fundação Luso e vai ser levado tam-bém às escolas, num registo diferente, focando assuntos sobre ambiente: um espec-táculo interpretado por um actor a partir do monólogo ‘O Último dos Texugos’, uma tragicomédia sobre a biodi-versidade. O texto é escrito por Bruno Pinto, biólogo, e um dos elementos dos ‘Cien-tistas de Pé’. «A ideia é apre-sentar estes monólogos hu-morísticos e a seguir debater estas questões com convida-dos especiais ligados à inves-tigação cientifi ca, biólogos e engenheiros do ambiente».

QUEM SÃO OS CIENTISTAS DE PÉ?

OS COORDENADORES

DAVID MARÇALFormação: Licenciado em Química, Doutorado em Bioquímica pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica, Universidade Nova de LisboaFunção no projecto: Autor e coordenadorO que faz: Escreve para o ‘Inimigo Público’ e é bolseiro de pós-douto-ramento da Fundação para a Ciência e Tecno-logia para divulgação e promoção da ciência.

ROMEU COSTAFormação: Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa Função no projecto: Encenador e Director ArtísticoO que faz: Professor de Corpo/Movimento na Es-cola Superior de Tecno-logias e Artes de Lisboa e de Direcção de Actores na Escola Técnica de Imagem e Comunicação, actor e encenador

PRÉMIO. GRUPO DE INVESTIGADORES VENCE CONCURSO IDEIAS VERDES 2010 COM PROJECTO DE STAND-UP COMEDY

Eles esmiúçam a ciência SOBEM AO PALCO E TRANSFORMAM A CIÊNCIA EM COMÉDIA. SÃO INVESTIGADORES E FAZEM PARTE DO PROJECTO ‘CIENTISTAS DE PÉ’. A IDEIA NASCEU NA CABEÇA DE DAVID MARÇAL, FORMADO EM QUÍMICA, AUTOR E COORDENADOR DO PROJECTO, E GANHOU O PRÉMIO IDEIAS VERDES 2010. O OBJECTIVO É CRIAR INTERESSE PELA CIÊNCIA E PROVAR QUE OS CIENTISTAS PORTUGUESES NÃO SÃO RATOS DE BIBLIOTECA. SENTIDO DE HUMOR NÃO LHES FALTA!

BRUNO PINTOLicenciado em Biologia, traba-lhou no estudo e conservação de espécies ameaçadasFunção no pro-jecto: Intérprete e autor de ‘O Último dos Texugos’O que faz: Está a desenvolver um projecto de pós-doutora-mento no Museu Nacional de História Natural

CHEILA ALMEIDALicenciada em Biologia Marinha e PescasO que faz: Traba-lhou na área da comunicação de ciência e recen-temente iniciou o seu doutoramento na área do consu-mo sustentável de peixe

DANIEL SILVALicenciado em Informática O que faz: Está a efectuar um doutoramento em Bioinformática no Instituto de Medi-cina Molecular de Lisboa

IVETE PACHECOLicenciada em En-genharia Química e mestrada em Bioquímica, no MéxicoO que faz: Actualmente está a preparar um doutoramento em Ciências Biomédi-cas na Universida-de do Algarve

JOÃO DAMASLicenciado em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade de LisboaO que faz: Estudante de doutoramento em simulação biomolecular no Instituto de Tec-nologia Química e Biológica da Uni-versidade Nova de Lisboa

SANDRA MATEUSLicenciada em Sociologia, pós-graduada em Educação e Sociedade O que faz: Estudante de doutoramento em Sociologia

SOFIA GUEDES VAZEngenheira do ambiente e douto-rada em Filosofi a do AmbienteO que faz: Traba-lhou na Agência Europeia do Ambiente durante sete anos e agora está a fazer um pós-doutoramento em consumo sustentável

SOFIA LEITELicenciada em Bioquímica O que faz: Estudante de doutoramento em Biotecnologia

» INVESTIGADOR DO ISPA PREMIADO INTERNACIONALMENTERicardo Fonseca, de 28 anos, estudante de doutoramento no ISPA – Instituto Superior de Psicologia Aplicada, foi distinguido com o prémio internacional da ESCON - European Social Cognition Network. O trabalho do jovem investigador português incidiu no fenómeno da ‘facilitação social’, há muito estudado pela Psicologia Social, que tem demonstrado que a presença de alguém (mesmo um mero desconhecido), melhora o desempenho das tarefas realizadas.

» MICROSOFT STUDENT PARTNER JÁ ARRANCOU A Microsoft recebeu na Zambujeira do Mar os novos Microsoft Student Partners. Durante a recepção, os estudantes desenvolveram actividades de ‘team building’ com o objectivo de saberem mais sobre o programa. O Microsoft Student Partners destina-se a todos os estudantes universitá-rios da área de tecnologias e permite-lhes utilizarem gratuitamente tecnologias Microsoft para criar projectos no âmbito do Imagine Cup.

David Marçal e Romeu Costa

OS COORDENADORES

OS INTÉRPRETES

Mais em: www.cientistasdepe.blogspot.com

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Andreia [email protected]

A Maria (não é o nome real, mas é assim que todos a co-nhecem na blogosfera) é in-dependente, tem uma casa e vive com o gato. Sempre quis correr mundo, ver outros paí-ses e, acima de tudo, trabalhar nas Nações Unidas. Mas até ao momento ainda não conseguiu. «A minha vida profi ssional foi aquela que era possível ter. Quis sair da casa dos meus pais, ter a minha casa e, como tinha que assegurar uma série de despesas, tive que agarrar o que ia aparecendo», conta.

FORMAÇÃO NÃO VALORIZADA EM PORTUGAL

Teve muitas profi ssões ao mesmo tempo que estudava: trabalhou em jardins-de-infân-cia, em cafés, numa companhia de seguros. Até que surgiu a oportunidade de trabalhar na função pública, emprego que mantém como técnica superior numa câmara municipal. Mas a rotina dos dias pouco tinha a ver com a sua formação – Re-lações Internacionais, Direito e Ciência Política – e com aquilo que sempre ambicionara fazer. «Percebi que todos os projec-

tos de formação que eu tinha feito em Portugal estavam es-gotados e que queria ir estudar para fora».

«AS PESSOAS SÃO OS PROJECTOS QUE ACALENTAM»

Mas havia um problema: fa-zer um Master of Arts em Estu-dos Diplomáticos no Colégio da Europa em Bruges era dispen-dioso e, com as todas as despe-sas diárias, a Maria não conse-guia comportar esses custos. Então pôs mãos à obra e criou um blogue (http://takeusto-bruges.blogs.sapo.pt/). Uma espécie de leilão onde a Maria licita todos os seus bens. Ob-jectos de decoração, velas, um cubo mágico, DVD, CD e tudo o que faz parte da sua vida. Mas por que não arranjar outra so-lução? «Sempre tive muito a percepção de que as pessoas não são o que têm, mas os pro-jectos que acalentam. Porque um dia morres e as tuas coisas fi cam cá. O que tu consegues ou não na tua vida é o que te caracteriza enquanto pessoa», acredita a Maria.

OBJECTIVO: 2012Desde Maio deste ano que

colocou tudo isto e muito mais à venda no Leilão da Maria e do

Gato, no blogue que mantém activo e que tem já uma comu-nidade fi el de seguidores que

desencadearam uma autênti-ca onda de solidariedade para com o projecto. Vai vender as

coisas aos poucos. Começou pelos livros que, curiosamente, são aquilo que mais lhe custa deixar. «Cada livro tem uma história. Mas assim não há vol-ta a dar, porque podia correr o risco de, nos momentos de de-sânimo, desistir», explica.

Até 2012 a Maria conta con-seguir ter o dinheiro necessário para ir para Bruges – cerca de 40 mil euros. As únicas coisas que vai manter são uma cómo-da antiga que pertencia à sua trisavó e o gato, que também vai de viagem. «Nem que ponha a casa à venda, mas em 2012 vou mesmo para Bruges!».

PERCURSO. HÁ QUEM PONHA A VIDA À VENDA COM O OBJECTIVO DE SEGUIR UM SONHO PROFISSIONAL

Com o gato até BrugesO QUE ERAS CAPAZ DE FAZER PELA PROFISSÃO DOS TEUS SONHOS? SERIAS CAPAZ DE VENDER AS TUAS COISAS MAIS PRECIOSAS?A MARIA SERIA. ELA TEM 36 ANOS E AINDA NÃO DESISTIU DO SONHO DE TRABALHAR NA ONU. COMO NÃO TEM DINHEIRO PARA PAGAR UMA PÓS-GRADUAÇÃO NUM DOS MAIS PRESTIGIADOS COLÉGIOS DA EUROPA, DECIDIU CRIAR UM BLOGUE E PÔR OS SEUS OBJECTOS PESSOAIS À VENDA. QUANDO CONSEGUIR TER O DINHEIRO QUE PRECISA, VAI PARA BRUGES. E LEVA O GATO COM ELA.

QUEM É A MARIA?

Idade: 36 anosHabilitações literárias: Licenciada em Relações Internacionais na Uni-versidade Autónoma de Lisboa | Pós-graduada no Instituto Superior de Ci-ências Sociais e Políticas | Licenciada em Direito e pós-graduada em Política das Autarquias Locais pela Universidade de Lis-boa | Mestre em Relações Internacionais e Ciência Política na Universidade Católica de LisboaProfi ssão: Técnica superior numa câmara municipalObjectivo: Fazer um Master of Arts em Estudos Diplomáticos no Colégio da Europa em Bruges, na BélgicaComo: Vendendo todos os seus bens (a casa se for preciso!) Com quem vai: Com o gatoDe quanto precisa: 40 mil eurosQuanto já conseguiu juntar: 1.500 eurosObjecto que lhe custa mais vender: Os livrosObjecto que não vai mesmo vender: Uma cómoda antiga que per-tencia à trisavóO que as pessoas pensam da ideia: Alguns acham que ela é comple-tamente louca, muitos desenvolveram uma autêntica onda de solida-riedade na blogoesfera e nas redes sociais

» RECRUTAMENTO PARA ESTÁGIOS INTERNACIONAISA Associação Internacional de Estudantes de Ciências Económicas e Comerciais (AIESEC) está a recrutar estudantes para estágios internacio-nais até 15 de Outubro na Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Os estágios têm uma duração média de 12 meses e têm como objec-tivo fazer a ponte entre os alunos do ensino superior e as empresas de todo o mundo. Os recém-licenciados podem também escolher a zona do mundo para onde vão e em que a altura do ano o pretendem fazer. Desde Janeiro deste ano que a AIESEC já enviou mais de 60 alunos portugueses para o estrangeiro. Candidaturas em www.aiesec.pt/portofep.

» TECMINHO PROMOVE CURSO DE EMPREENDEDORISMO A TecMinho está a organizar a terceira edição do Curso de Especializa-ção em Empreendedorismo Tecnológico, com vista à criação de negócios inovadores e também à aquisição de competências de empreendedorismo por parte dos jovens envolvidos. O curso decorre entre Outubro e Março de 2011 e o prazo de inscrição está quase a terminar: 30 de Setembro. Esta formação destina-se, sobretudo, a fi nalistas ou diplomados dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos da Universidade do Minho nas áreas das Engenharias, das Ciências e de Economia/Gestão. Toda a informação e formulário de inscriçãoem em www.tecminho.uminho.pt/empreender.

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QUEM É A MARIA?

FOTOS: MÓNICA MOITAS

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Magda [email protected]

A PRAXE É QUERIDAChegámos à Cidade Universitá-

ria. Ao longe vêem-se duas caloiras tradicionalmente praxadas. Estão sorridentes, mas vigiadas por uma veterana. Filipa Ferreira, estudan-te de Direito na Universidade de Lisboa diz que «estava com muito receio, mas correu bem. Fizemos jogos, tivemos castigos quando olhávamos nos olhos dos veteranos ou quando nos ríamos e respondí-amos.» Diogo Açafrão, o veterano que as controla, confirma que «eles não podem falar, só podem cumprir ordens.» Admite que na sua praxe «os veteranos não foram tão agres-sivos» quanto ele é com os caloiros.

«Atiro--lhes ossos para eles irem buscar com uma trela. Dou-lhes plumas, tiaras, cuecas de fio dental para usarem. Peço para eles darem abracinhos à máquina dos M&M’s e lamberem-nos.» O que mais gostou na sua praxe e que hoje continua a existir «são as declarações de amor. Eles têm que se decla-rar uns aos outros. É querido.» Não sente vontade de vingar nada que lhe tenha acontecido e diz em tom sarcástico que «o objectivo é dar-lhes um gostinho daquilo que vão sofrer psicológica e fisicamente nos próximos anos.»

CANTORIAS E DIVERTIMENTONum recanto da Faculdade de Psi-

cologia encontrámos um grupo de caloiros que, conduzi-dos por três veteranas maestrinas, cantavam: «São como as rosas per-didas, os amores de um estudante que o vento logo levou.» O caloiro Ângelo Simões conta que foi enga-nado pela madrinha, que lhe disse que não ia haver praxes, e ficou

desmotivado. Queria ser pra-xado apesar de «os veteranos tratarem os caloiros ‘abaixo de cão’. Põem-nos sobre as ordens deles e nós temos que cumprir. Se os desafiamos é pior. Já me meteram a correr atrás de um tipo, no meio da rua, a dizer que lhe queria apalpar o rabo. Ele corria e eu corria atrás dele, foi

engraçado». Ângelo encon-trou inspiração nas partidas que lhe fazem e já está com vontade de praxar no próximo ano. «Já estou a inventar castigos novos que nem lhes passa pela cabeça!» ameaça.

Catarina Vaz vai estudar Ciências da Educação e é uma das caloiras que cumpre com o papel de apren-diz: canta e espera que os próximos

anos «sejam os melhores» da sua vida. Contou-nos que só no primei-ro dia os veteranos já a puseram «de cócoras, a mandar beijinhos, a fazer de metralhadora». «Jogam ao jogo do galo nos meus braços, limpam-se na minha pele e pintam as minhas unhas.» Descontraída, diz que «a praxe serve para motivar as pessoas. A faculdade não pode ser só estudos, tem que haver uma parte divertida.»

Veteranos e caloiros são unâni-mes na opinião de que a praxe é um momento para se conhecerem uns aos outros e fazerem amigos.

Nídia Botelho e Andreia Correia são as duas veteranas de Psicologia que conduzem as vozes dos novatos e que dão um exemplo de amizade que perdura no tempo e vai além

PRAXES. FOMOS ESPREITAR ALGUNS RITUAIS DE INICIAÇÃO ACADÉMICA EM LISBOA E EM SETÚBAL

RABISCOS NA CARA, UNHAS PINTADAS, CABELOS COBERTOS DE OVOS E FARINHA, ORELHAS DE BURRO E PENICO NA CABEÇA SÃO ALGUNS DOS APETRECHOS QUE IDENTIFICAMDE UMA UNIVERSIDADE. AMADA POR UNS E ODIADA POR OUTROS, A PRAXE É UM DOS MOMENTOS MAIS TEMIDOS DESTA NOVA ETAPA. O MU ESTEVE NAS PRAXES DESTE ANO AINDA É O QUE ERA.

Do tomate esborrachao biscoito de cão

Vilma Miguel e André Barbosa são dois caloiros de Ciências Farmacêuti-cas que vieram de armas e bagagens para Lisboa. A Vilma é da Guarda e o André da ilha da Madeira. «Fizemos um peddy-paper pela cidade de Lis-boa. Organizámo-nos em equipas de caloiros e veteranos e visitámos al-

guns sítios de Lisboa. Respondemos a umas perguntas em cada etapa que passámos e vamos ter a determinado local da cidade. Cantámos e fi zemos de ‘emplastro’ nas fotografi as dos estrangeiros. Eles gostam e até nos pedem se podem tirar mais!» conta--nos entusiasmado o André.

» Novas praxes

PEDDY-PAPER

Os caloiros da Faculdade de Ci-ências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portugue-sa estiveram na Escola 2/3 + Sec. da Bela Vista, em Setúbal, naquela que chamam a Praxe Solidária. Esta iniciativa, em conjunto com a Fun-dação Luís Figo, envolveu ainda a

distribuição de equipamento aos alunos da escola e a presença do fa-moso ex-jogador.

Francisco Campos, 18 anos, en-trou no curso de Gestão desta uni-versidade. Diz que «não estava à espera que fosse uma praxe para ajudar pessoas.» Concorda com o

PRAXE SOLIDÁRIA

A Comissão de Praxes da Faculdade de Medicina Dentária organizou a La Tomati-na (guerra de tomates) à portuguesa. Foi lá que João Vinagre, presidente da Comissão de Praxes desta faculdade, nos explicou que «há dois anos que existem directivas em relação aos abusos que não devem ser praticados mas o que deve imperar é

o limite do bom senso.» Da sua equipa faz parte Ana César, também estudante de Medicina Dentária. «Tento transmitir aos caloiros o espírito que eu vivo e mostrar-lhes que a praxe não é uma humilhação. É precisamente o contrário. O papel do veterano é não deixar que a praxe se ex-tinga.» João Vinagre reforça que «fazem

o possível e o impossível para respeitar as vontades do caloiro e para não pôr em causa a integridade fisica e psicológica do mesmo.» «A praxe serve para o conheci-mento, a experiência, a interacção, é um facilitador fantástico. Sem a praxe, esta experiência e a tradição académica não existiriam da mesma forma.»

«CADA CALOIRO É UM CASO...»

Amadeu Mendes e Tiago Gaspar ga-rantem que na ‘Muy Nobre Academia’ de Farmácia (Comissão de Praxes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa) «as praxes são informadas». «Temos uma reunião para todos esta-

PRAXE CONTROLADA

DR

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das fronteiras universitá-rias. «A nossa relação de amizade iniciou-se há três anos nas praxes e tudo aquilo que nos mandaram fazer uniu-nos muito.» «As refei-ções eram bastantes desafiantes: comíamos só com faca, dávamos comida ao da frente, começávamos pela sobremesa até chegarmos à sopa.» As veteranas contam que al-guns caloiros têm medo delas e que é engraçado quando mais tarde se

encontram e dizem «mas tu afinal até és simpática e ris-te.»

PROIBIR AS PRAXESMariana Machado é estudante

de Comunicação Social na Univer-sidade Católica de Lisboa e é das poucas caloiras que compreende a

atitude imperativa dos veteranos: «Até lhes acho piada.» Pensava que não ia ter praxes, mas a iniciação «está a superar as expectativas». Uma das responsáveis por este fei-to é a Andreia Geraldo, presidente da Comissão de Praxes da mes-ma faculdade. «O reitor não nos deixa praxar, estamos clan-destinos. Saímos da faculdade para conseguirmos ter praxes. Ele acha que nós fazemos mui-ta porcaria e então temos que

nos sujeitar a ter estas miseráveis praxes.»

Os gritos de guerra e a quanti-dade de caloiros deitados no chão de pernas para o ar não denunciam esta inibição. «Há cada vez mais caloiros a aderir. No meu ano não havia ninguém a praxar e a trajar e hoje em dia temos cem caloiros a serem praxados e mais cem vete-ranos a praxarem.» Andreia diz que os caloiros

«fazem tudo e não se queixam», até provam algumas iguarias me-nos próprias como comida de cão e de gato. Vale tudo quando o que está em causa «é o espírito acadé-mico.» João Domingues, colega de Mariana, não estava à espera que fosse assim. «Eu pensava que isto ia ser mais ‘soft’ mas até estou a gostar. Esta cena de nos darem or-dens ao princípio tem piada mas depois abusam.» Mariana e João já entraram no espírito porque o que mais gostam é de «ir bus-car bebidas aos veteranos, eles pagam sempre qualquer coisa.» O calor faz-se sentir e por isso já sabem o que é que vão pedir aos próximos caloiros «Va-mos obrigá-los a darem-nos sombra!»

M OS ESTUDANTES MAIS NOVOS E FOI PERCEBER SE A TRADIÇÃO

hado

» ANTÍPODAS O Antípodas – Movimento

Anti-Praxe está sediado no Por-to e tem como objectivo maior o fi m das praxes, defendendo uma estrutura académica ba-seada em relações de cama-radagem e não de hierarquia. Sabe mais em www.antipodas.web.pt.

» M.A.T.AO Movimento Anti-Tradição

Académica surgiu nos anos 90 por iniciativa de um grupo de estudantes e, mais do que repudiar as tradições acadé-micas, pretende incentivar a refl exão e o debate sobre estas questões. Mais informação em http://sitiodomata.jimdo.com.

Para ti, que és caloiro

Sendo tu um caloiro ainda às apalpadelas no meio acadé-mico, poderás cruzar-te com pessoas cuja interpretação da praxe vai além da simples brincadeira. Se fores abordado quando estás sozinho e senti-res que a praxe está a ir contra a tua sensibilidade – actos físi-cos embaraçosos, humilhações psicológicas, etc. – não tenhas receio de te negares ou mesmo de pedir ajuda. Recorda-te que podes, inclusive, declarar-te anti-praxe, um estatuto que te dá isenção, mas que te impede posteriormente de participar activamente em actividades académicas durante o curso ou usar traje.

Eles são contra as praxes

Encontrámos os veteranos de Ci-ências Farmacêuticas a descontrair no jardim em frente à universidade ao som de Red Hot Chili Peppers. Estão deitados sob uma árvore e recordam as suas praxes. «Fui pra-xada há três anos. Foi divertido. Co-nheci muita gente, fi zemos provas e jogos tradicionais, pintaram-me o símbolo da farmácia e deram-me um nome de praxe: tamagotchi.»

diz, Sara Cândido. Esta veterana saudosista ainda se lembra da re-gra mais divertida: «Conhecer os doutores pelo sapatos, o que se torna um bocado difícil dado que são todos iguais» conta, a rir-se. Sara confessa que fi cou com «mui-tas saudades. Tive vontade de ser praxada outra vez, é um ano em que somos protagonistas e depois acaba tudo.»

» Ó tempo, volta para trás

colega Manuel Pires, quando este diz que o que mais gostou foi de ver «o sorriso das crianças. É gra-tifi cante.» Para estes alunos, o dia de praxes foi diferente do tradicio-nal. Pintaram as paredes do muro exterior da escola e responderam ao desafi o proposto pela faculdade:

trazer um livro de casa que tives-sem lido naquela idade e que gos-tassem que outras crianças lessem, explica Joana Santos Silva, directo-ra de Marketing e Comunicação da faculdade. «O objectivo era utilizar a energia deles e incentivar a res-ponsabilidade social.»

rem conscientes do que é que diz o nosso código de praxe.» Não podem praxar no interior da faculdade – «porque as aulas já começaram e não queremos perturbar ninguém» –, têm que ter cuidado com as tintas que usam na pele dos caloiros...

São avisos da reitoria que estes vete-ranos fazem questão de cumprir a rigor.

Até porque «cada caloiro é um caso e antes de entrarmos numa praxe ‘mais forte’ tentamos sempre conhecê-los e perceber os limites deles.». «Nós não obrigamos a fazer nada. Eles podem re-cusar e a esses caloiros não damos um tratamento diferente por causa disso», concluem.

FOTOS: GRAZIELA COSTA

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12 [27 SET 2010]

Laura [email protected]

Fica já aqui o aviso. Have-rá sangue. E vísceras. E gri-tos lancinantes. E zombies. E objectos cortantes. E, sur-preendentemente, também algum riso. Isto, dependen-do se és muito, pouco ou nada susceptível às cenas ‘gore’ que te entrarão pela retina durante o MOTELx. Desde o apetecível menu de diversas nacionalidades da secção ‘Serviço de Quarto’ à rubrica ‘Japão Retro’, com clássicos do cinema de hor-ror japonês, passando pela homenagem ao realizador George A. Romero – que será o convidado de honra do festival – e ainda as compe-tições de curtas-metragens nacionais e internacionais, haverá horror para todos os paladares.

NÃO PEÇAS MAIS DO QUE O TEU ESTÔMAGO AGUENTA

Na secção ‘Serviço de Quar-to’ os acepipes são mais que muitos e a tua capacidade de resistência irá ser posta à prova. Com especial destaque para o horror britânico, a se-lecção de fi lmes propõe obras de vários países europeus e asiáticos, passando ainda pe-los Estados Unidos, Canadá e Austrália.

HOMENAGEM A GEORGE A. ROMERO

George A. Romero é um dos mais aclamados criados de zombies de toda a história do cinema, responsável pelo mí-tico ‘Night of The Living Dead’, de 1968. Nesta edição, o MO-TELx presta-lhe homenagem, revisitando outros fi lmes em-blemáticos do realizador ao longo das últimas décadas: ‘The Crazies’, ‘Martin’, ‘Creep-show’, ‘Monkey Shines’, ‘Land of the Dead’ e ‘Survival of the Dead’. Para libertares o zom-bie que há em ti.

MELHOR CURTA PORTUGUESA

A par da competição de cur-tas-metragens internacionais, o MOTELx integra uma competi-ção de trabalhos nacionais, com vista a estimular a produção de cinema de terror português. Ao todo serão apresentadas 12 curtas portuguesas e a vence-dora será anunciada na sessão de encerramento do festival. O realizador premiado arreca-dará, para além de um prémio monetário de 2 mil euros, cerca de 5 mil euros em serviços de pós-produção numa empresa de produção. A avaliar as obras estarão o realizador José Nasci-mento, o historiador e escritor José Matos Cruz e o crítico de cinema Alan Jones.

PONTES PARA UM FUTURO MAIS POSITIVO

No Palácio Quintela – na Rua do Alecrim, ao Chiado – podes visitar a exposição ‘Pontes Para Um Futuro Mais Positivo’, que reúne cerca de 50 propostas arquitectónicas para uma ponte ciclável sobre a 2.ª Circular, em Lisboa. Esta exposição resulta do Concurso Internacional de Ideias lançado em Julho do ano passado pela Fundação Galp Energia com a Experimenta Design, desafi ando arquitectos e engenheiros a projectar um novo equipamento mais sustentável e amigo do ambiente. A exposição está aberta ao público de terça a do-mingo, entre as 10h00 e as 22h00.

MOTELX 2010. DE 29 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO O TERROR ANDA À SOLTA EM LISBOA

Amoooor, és tu que me estás a arranhar a cadeira?COMEÇA JÁ ESTA QUARTA-FEIRA A 4.ª EDIÇÃO DO MOTELX, O FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE TERROR DE LISBOA, UM EVENTO PARA QUEM TEM ESTÔMAGO FORTE E CORAÇÃO DESTEMIDO. ATÉ DIA 3 DE OUTUBRO IRÃO OUVIR-SE GRITOS PELA NOITE DENTRO VINDOS DO CINEMA S. JORGE, MAS ESTARÁS ACOMPANHADO DE CONVIDADOS DE LUXO DA INDÚSTRIA DO CINEMA. POR ISSO, SE OUVIRES UM ‘SCTRACH, SCTRACH’ NA TUA CADEIRA, NÃO TE PREOCUPES. É SÓ UM ZOMBIE...

» REFLEX 2010 NA LX FACTORYAs 30 imagens fi nalistas da 4.ª edição do REFLEX – Prémio de Fotografi a CAIS/Banco Espírito Santo podem ser vistas no espaço ‘Quarto Com Vista’, na Lx Fac-tory, até 17 de Outubro. Sob o mote do Ano Internacional da Biodiversidade, o Prémio de Fotografi a REFLEX juntou-se este ano à revista CAIS, alertando para a estratégia de intervenção sociocultural e política do projecto. Para visitar de segunda a sexta, entre as 09h00 e as 22h00, e sábados das 15h00 às 20h00.

» ALUNA DA UNIV. DO MINHO VENCE CONCURSO DA UNIVERSIA Ana Ferreira, estudante de Arquitectura da Universidade do Minho, é a vencedora da primeira edição do FotoUniversia, um concurso de fotografi a dirigido a estudantes universitários. Com a foto ‘Social Meting’, submetida à categoria ‘Os Meus Amigos’, Ana Ferreira conquistou o direito a participar no concurso ibero-americano, a fase fi nal desta iniciativa do portal Universia. O prémio fi nal ascende a 3 mil euros e ainda uma câmara profi ssional.

» HORÁRIOS

Consulta os horários dos fi lmes bem como a progra-mação de actividades para-lelas em www.motelx.org.

» ‘CHERRY TREE LANE’, de Paul Andrew Williams (Reino Unido, 2010)A casa de uma pacata família é invadida por um grupo de adolescentes em busca de vingança. Um fi lme que levou o jornal The Guardian a demonstrar preocupação com os possíveis efeitos no mercado imobiliário no bairro onde se passa a acção.

» ‘MEAT GRINDER’, de Cheuat Gon Chim (Tailândia, 2009)Um cozinheiro que prepara massas deliciosas, mas cujos ingredientes secretos não são revelados a ninguém. Para abrir o apetite. Ou não.

» ‘TONY’, de Gerard Johnson (Reino Unido, 2009)Já equiparado a clássicos como ‘Taxi Driver’ ou ‘Henry, Portrait of a Serial Killer’ é considerado um dos mais perturbantes fi lmes britânicos dos últimos anos. Há mais na personagem de Tony do que parece à primeira vista.

» ‘PRIMAL’, de Josh Reed, que estará presente no festival (Austrália, 2010)Um grupo de estudantes acampa numa fl oresta para estudar uma antigas pinturas, e aos poucos começam a ser infectados por uma espécie de maldição, regredindo até um estado animalesco.

DESTAQUES

Triangle

Page 13: Mundo Universitário - Edição 170

WWW.MUNDOUNIVERSITARIO.PT

JOANA GAMAAnimadora Mega Hits – 10h às 14h

Estás a baldar-te a alguma aula e apanhaste--te no bar a conversar com o pessoal, mas a conversa não te interessa e pegaste no MU para ver o que há?Não me digas que foi a minha t-shirt toda ca-tita que te chamou a atenção para leres isto! Espera, não tentes ouvir a conversa deles... O que é que te interessa quem era a loira com quem o Mário saiu da discoteca? Centra-te antes nisto! Diz ao teu amigo Mário que, se não tiver pe-dido o número de telemóvel da loira, poderá voltar a encontrá-la hoje à noite na Recepção ao Caloiro de Setúbal. Ou então de certeza na MEGA FESTA DO CALOIRO no Parque das Nações nos dias 29 e 30. Ninguém perde Diego Miranda! O quê? Já foste também à Festa do Caloiro?

Foi brutal, não foi? Viste aquilo? A Miss Caloi-ra era gira e... o Mister Caloiro... nem olhaste para ele, mas não devia ser feio para ter ganho. O Mário já apareceu? Óptimo. Afinal a loira era a tua colega de carteira da aula de português e não quer saber do Mário para nada? Então, investe tu nisso! Ganha convites duplos com a MEGA HITS para a antestreia do filme ‘Sempre Que te Vejo’ e sabe mais em mega.fm. Leva-a ao cinema para ver um filme que a vai derreter toda. Continuas a não querer ouvir a conversa dos teus amigos? Então põe os ‘phones’ e ouve a MEGA HITS! Se já passar das 10 da manhã e ainda não tiveres ido almoçar, sou eu que estou no ar. Sim, eu, a da t-shirt toda catita.

EU SEI LÁ ONDE É QUE TU ANDAS!

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Page 14: Mundo Universitário - Edição 170

Andreia [email protected]

REVOLUÇÃO NO TÉCNICOSe és estudante do Instituto

Superior Técnico, prepara-te, porque esta é uma das me-lhores festas de Recepção ao Caloiro deste ano, pelo menos para já. A abrir as hostes no dia 1 de Outubro vai estar, como não podia deixar de ser, a Tuna Feminina do IST. Pois é, e vai mostrar o poder da mulheres com as suas pandeiretas em riste. Isto só para aquecer o ambiente. Depois, é a vez dos

Boca Doce, seguidos dos ca-maradas Homens da Luta. A seguir são os Farra Fanfarra, com as sonoridades alegres dos Balcãs, prontos para fazer dançar os caloiros. O segundo dia da festa também prome-te, com alguns dos melhores nomes da actual música por-tuguesa. Falamos dos Pontos Negros e de Diabo na Cruz. Os Blind Zero também sobem ao palco para te fazer rockar e mostrar algumas das novas músicas do seu novo disco. No fi nal, os DJs convidados fazem a noite acontecer.

MOCHE AO CALOIRO Para além dos artistas nacio-

nais, a Associação Académica de Lisboa traz também nomes internacionais para aquela que é considerada a Semana do Mo-che ao Caloiro, a acontecer nos dias 8 e 9 de Outubro, no Cais da Matinha, em Lisboa. Quem abre a festa é Frankie Chavez. O lisboeta traz no bolso a sua gui-tarra carregada de blues para dar as boas vindas aos caloiri-nhos. A seguir, sobem ao palco os setubalenses The Doups, também eles universitários. A banda tem trilhado um percur-

so invejável na música nacional e também nos palcos do Canadá e Estados Unidos. Para fechar a noite, o DJ romeno Edward Maya e o DJ Brasileiro Marceli-nho da Lua vão estar nos pratos até de manhã. A pop com cheiro a surf do norte-americano Tra-vie McCoy e o R’n’B do lisboeta Richie Campbell misturam-se na segunda noite de festa. De-pois são os Triplet, a banda de punk-rock de Cascais que tem novo EP na calha e promete ar-rastar os caloiros para o moche. A dupla australiana Yolanda Be Cool fecha a festa.

RECEPÇÃO AO CALOIRO. NÃO HÁ FESTAS COMO ESTAS

O meu arraial é melhor que o teu!COM A CHEGADA DOS CALOIROS, CHEGAM TAMBÉM AS FESTAS. E SÃO ‘MAIS QUE AS MÃES’, POR ISSO, DAMOS-TE A CONHECER O MELHOR DAS PRÓXIMAS SEMANAS DE RECEPÇÃO AO CALOIRO.

» CARTAZ

29 E 30 DE SETEMBRO# MEGA FESTA DO CALOIRO 2010

Dia 2921h00 – Abertura das ‘barraquinhas’ das As-sociações de Estudantes22h00 – Meia-Final Miss e Mister Caloiro 201023h00 – Palco Mega Hits: DJ Nelson Cunha 24h00 – Palco Mega Hits: DJ Diego MirandaDia 3021h00 – Abertura das ‘barraquinhas’ das As-sociações de Estudantes22h00 – Final Miss e Mister Caloiro 201023h00 – Palco Mega Hits: DJ André Henri-ques24h00 – Palco Mega Hits: DJs Funkyou2

1 E 2 DE OUTUBRO# ARRAIAL DO TÉCNICO

Recepção ao Caloiro Instituto Superior Técnico de Lisboa

Dia 1Tuna Feminina do ISTBoca DoceHomens da Luta

Farra FanfarraDJ ConvidadoDia 2Tuna Universitária do ISTTuistOs Pontos NegrosDiabo na CruzBlind ZeroDJ Convidado

8 E 9 DE OUTUBRO# SEMANA MOCHE AO CALOIRO 2010

Recepção Associação Académica de Lisboa - Cais da Matinha

Dia 8Frankie Chavez The DoupsMarcelinho da LuaEdward MayaDia 9Travie McCoyTripletRichie Campbell Yolanda Be Cool

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Diabo na Cruz

Travie McCoy

Os Pontos Negros

Page 15: Mundo Universitário - Edição 170

15[27 SET 2010]

Laura [email protected]

Este DVD, não sendo um ‘best of’, como é visto pelos Dead Combo?

Pedro Gonçalves – Surgiu a oportunidade de gravarmos os concertos no São Luiz e, mais tarde, percebemos que o trabalho tinha ‘uma grande pinta’. Houve então a ideia de fazer o DVD, que é o nosso primeiro, e de certa forma é especial. Primeiro, porque os concertos foram muito espe-ciais para nós, e depois, por-que isso agora permite-nos fazer uma digressão com a orquestra.

É uma dinâmica que para vo-cês funciona bem, esta cola-boração com a orquestra?

PG – Já há muitos anos que temos o hábito de colaborar com outros artistas, tanto nos discos como ao vivo. E esta é uma das colaborações mais felizes até agora.

Há tempos, num artigo que li sobre um festival no qual vocês tocaram, a dada altu-

ra lia-se a pergunta de uma criança ao pai: «Mas quando é que eles começam a can-tar?». Os Dead Combo não cantam, de facto. Alguma vez cantarão, ou basta-vos a guitarra e o contrabaixo?

PG – Nunca foi algo que es-tivesse fechado, mas não pen-samos nos Dead Combo como música para alguém cantar. Já tivemos outras pessoas a can-tar connosco, como o Cama-né, portanto há sempre essa hipótese. Mas não é a única porta que está aberta.

Estão a trabalhar na ban-da sonora de ‘O Homem da Máquina de Filmar’ de Ver-tov no âmbito da iniciativa ‘Silent Pictures Go Loud’, em Fevereiro, na Estónia... Como surgiu este projecto?

PG – Há cerca de dois anos fomos tocar à Estónia e a pes-soa que nos levou lá é também quem está a organizar a pro-gramação musical da Capital Europeia da Cultura 2011, que será em Tallinn. Há quatro anos já tínhamos feito uma banda sonora para este fi lme, mas este projecto é completa-

mente diferente. Temos vindo a fazer este género de experi-ência: no festival de cinema de Vila do Conde, mais recente-mente para um fi lme do reali-zador Bruno de Almeida, entre outras colaborações.

E para quando um novo ál-bum de Dead Combo para suceder a ‘Lusitânia Play-boys’?

PG – Estamos a trabalhar nisso. Ainda estamos a cons-truir as músicas, está apenas o esqueleto, por assim dizer. É muito cedo para avançar seja o que for.

Como é o vosso processo criativo e de composição?

PG – Normalmente traba-lhamos cada um em sua casa e depois levamos o ‘baú’, por

assim dizer. Mas agora estive-mos em Vila Velha de Ródão e não levámos nada, começá-mos a tocar e a ver o que dali saía. E fi zemos cinco músicas. Tanto eu como o Tó somos pessoas muito emotivas. Por vezes acontece um problema que é acabarmos de fazer um disco e depois sentarmo-nos a refl ectir sobre: ‘e agora o que é que a gente diz acerca dis-to quando nos perguntarem em que é que estávamos a pensar?’ sei lá em que é que estávamos a pensar! (risos...) Há coisas que consegues iden-tifi car, mas a grande parte simplesmente acontece e não gosto muito de intelectuali-zar. Se penso nisso já não es-tou a criar.

DEAD COMBO. DVD E DIGRESSÃO EM OUTUBRO E NOVEMBRO

«Tanto eu como o Tó somos pessoas muito emotivas»A FRASE É DE PEDRO GONÇALVES, CONTRABAIXISTA DOS DEAD COMBO. O DUO – DE QUE TAMBÉM FAZ PARTE TÓ TRIPS – LANÇOU NO INÍCIO DE SETEMBRO UM DVD COM O REGISTO DOS DOIS CONCERTOS DADOS NO SÃO LUIZ, E NOS QUAIS COLABOROU A ROYAL ORQUESTRA DAS CAVEIRAS. EM OUTUBRO E NOVEMBRO OS DEAD COMBO AVANÇAM PARA UMA DIGRESSÃO POR ALGUMAS CIDADES DO PAÍS.

OQUESTRADA NA TASCAA banda de Almada faz-se à estrada para uma série de concertos únicos. É a Incrível Tasca-Móvel, uma espécie de feira popular que se abre nos próximos dias 1, 2 e 3 de Outubro no Rossio em Lisboa, para quem quiser entrar. Uma tasca-concerto em que os OqueStrada são os anfi -triões principais, mas com a participação de outros ar-tistas portugueses popula-res que também entram na festa. Um fadista pugilista, uma acordeonista do oeste português, um contrabaixo feito de uma corda só, uma guitarra portuguesa que ri, uma cadeira bateria, uma mini fi larmónica ‘on acid’. Recuperando o ambiente de feira popular ou tenda de circo, a Incrível Tasca-Móvel surge no âmbito das Comemorações do Centenário da República e é de entrada livre às primeiras 300 pessoas que tirarem uma senha no local para assistirem a este tasca-concerto.

MOONSPELL EM DIGRESSÃO ACÚSTICAChama-se ‘Sombra’ e é a nova tour nacional dos Moonspell, desta vez em formato acústico. Esta digressão especial arranca a 30 e a 31 de Outubro, no Cinema São Jorge, em Lisboa, com um fi m-de-semana dedicado também ao Halloween, e decorre em diversas cidades do País até Dezembro. Os Moonspell começaram a delinear esta digressão há cerca de um ano e contam com o patrocínio de uma agência funerária, a Servi-Lusa. Esta parceria invul-gar justifi ca-se pela data de arranque da digressão (Noite de Halloween e Dia de Todos os Santos, em Portugal). Os Moonspell vão ser acompanhados em todos os espectáculos pelo coro feminino Crystal Mountain Singers e pelos Opus Diabolicum, um quinteto composto por quatro violoncelistas e um percussionista. Datas da digressão – 30 e 31 Out: Lisboa - Cinema São Jorge; 13 Nov: Arcos de Valdevez; 19 Nov: Guimarães; 23 Nov: Porto; 30 Nov: Alcochete; 2 Dez: Leiria; 3 Dez: Ílhavo; 4 Dez: Caldas da Rainha; 7 Dez: Guarda; 9 Dez: Portalegre.

» DISCOS SETEMBRO/OUTUBRO

ARCADE FIRETHE SUBURBS *****Na história mais recen-te da música indepen-dente, escassas são as bandas que aguentam o equilíbrio, depois de lançarem um pri-meiro trabalho que é considerando uma obra-prima. Poucas as que ainda sobre-vivem a um segundo genial trabalho, e raras mesmo as que lançam um tercei-ro ainda com essa áurea! Mas é mesmo isso que os Arcade Fire são, um singular e raro colectivo onde a inspiração nasce burguesa, mas generosa! Em ‘The Su-burbs’, os músicos canadianos mudam um pouco de direcção, e a dark-folk que conceberam nos dois primeiros traba-lhos implode numa gramática onde as palavras encontram conforto nos su-búrbios de Montreal, e a música explode no patriotismo rural norte-americano, personifi cado no rock dos primórdios do Bruce Springsteen. ‘The Suburbus’

mostra ainda uns Arcade Fire atormen-tados e com uma música bipolar, capaz de nos angustiar à exaustão, para nos baralhar e meter a dançar, tudo isto na mesma faixa.

THE GREEN APPLE SEANORTHERN SKY / SOUTHERN SKY ****‘Northern Sky / Sou-thern Sky’ pode bem ser um cartão ilustra-do da história com 50 anos da música folk. O quarto disco dos alemães Green Apple Sea revisita a geração da folk norte-americana dos anos 60, e faz um aprumado sortido da mesma vertente musical dos anos 70 de Inglaterra, sem contudo roçar as linguagens mais pop que aí nasceram. Apesar destas homo-géneas singularidades anglo-saxónicas, é do frio da Noruega que a banda tira o seu encanto, e se viajarmos distrai-damente pela obra dos Kings of Conve-

nience percebemos que é aí que encon-traram os seus genes.

A CARUMAA CARUMA **Com um discurso en-tre o popularucho e o erudito, A Caruma, banda que dá guarida a ex-membros dos Silence 4, Filarmóni-ca Gil, Dapunksportif, entre outras, lan-ça o seu primeiro e homónimo trabalho. Esta odisseia vernácula tem como base a música popular portuguesa – de Sér-gio Godinho a Fausto, de José Afonso à Banda do Casaco ou os mais recentes Deolinda e Anaquim, que dão asas aos sonhos desta nova banda, que se serve destes amuletos sonoros lautamente. A irreverência das palavras e a música tradicional portuguesa por si só não são dons que eleve este grupo aos céus, fal-ta-lhes uma pitada de novidade. Mas a música dos A Caruma não é totalmente

má, apenas precisa de um condimento que lhes puxe do sufoco do ‘déjà vu’.

BRANDON FLOWERSFLAMINGO **‘Flamingo’ é a me-tamorfose do líder dos The Killers num saltimbanco fatalista com ares de pop-songwriter, e demons-tra como se acentua o declínio da sua banda, pois este poderia muito bem ser o terceiro disco do grupo americano. O artilheiro vocal, Brandon Flowers, cons-truiu o seu primeiro trabalho a solo, aproveitando um descanso dos seus companheiros, mas usando os tijolos e argamassa que em conjunto usam para os alicerces dos seus temas. Pelo álbum desfi lam dez histórias tipicamente ame-ricanas, citando carros estonteantes, re-lações complicadas e pais zelosos, numa novela a piscar o olho descaradamente ao público europeu.

» AGENDA

1 Out: Santa Maria, Açores21 Out: Porto – Casa da Música26 Out: Lisboa – São Jorge30 Out: Paredes11 Nov: Coimbra20 Nov: Caldas da Rainha

RITA CARMO

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PUBLICIDADE » Gadgets

Ricardo Queiró[email protected]

25 ANOS DE SUPER MARIOÉ verdade, já faz 25 anos o simpáti-

co boneco de bigode que dá pelo nome de Super Mário e que revo-lucionou o mundo dos videojogos. Super Mario tornou-se uma das personagens mais queridas do público e as séries de jogos que protagoniza foram sempre exemplo de inovação tecnológica ao longo deste quar-to de século. E, para comemorar a data, os fãs de Super Mario podem ir a www.nintendo.pt/mario e participar num concurso de vídeo para ganhar uma edição especial da consola Wii.

MÁQUINA FOTOGRÁFICA COM GPS HÍBRIDOA Casio anunciou a nova EXILIM EX-H20G, uma

máquina fotográfi ca que inclui aquilo a que a em-presa chama de GPS híbrido. Na prática, o sistema Hybrid-GPS é capaz de registar a posição do utili-zador mesmo quando este se encontra no interior de um edifício e georreferenciar correctamente as fotos e vídeo. A máquina vem pré-carregada com um atlas mundial e informação sobre dez mil locais que a Casio considera perfeitos para tirar fotografi as, em todo o mundo. O equipamento vai estar disponível em Portugal até ao fi nal do ano e o preço deverá rondar os 300 euros.

MICROSOFT ADOPTA FAMÍLIAPara assinalar o início de mais um ano lectivo, a Microsoft apresentou propostas direc-

cionadas tanto para os estudantes como para os seus pais. A marca criou o conceito de ‘Fa-mília High-Tech Microsoft’ e convidou uma família mediática para revelar as novidades: o novo Offi ce 2010, o Windows Live e o lançamento do novo browser Web, o Internet Explorer 9, entre outras ferramentas. Ao longo deste ano lectivo, a família Pitta Gouveia irá partilhar a sua experiência de utilização dos novos produtos e ferramentas da Microsoft.

» 5.ª Dimensão

JOGO. PARA QUEM APRECIA UMA BOA AVENTURA DE FICÇÃO CIENTÍFICA

O regresso de ‘StarCraft’ com ‘Wings of Liberty’ MAIS DE UMA DÉCADA DEPOIS DO ORIGINAL SE CIMENTAR COMO O JOGO DE ESTRATÉGIA COMPETITIVO MAIS POPULAR DO MUNDO, A BLIZZARD ACTUALIZA A FÓRMULA.

Luís Magalhã[email protected]

A alta fi cção científi ca que totaliza a maior parte do en-redo de ‘Starcraft II’ pode não corresponder aos gostos de muitos, mas é difícil negar que o jogo tem algo para todos. A sua campanha principal é uma aventura com grandes momen-tos cinematográfi cos e perso-nagens carismáticas que dão personalidade e um sentido de urgência às missões estra-

tégicas. Estas missões são cui-dadosamente elaboradas para tutorar o jogador nas forças e fraquezas de cada unidade e facção, antes de um acto fi nal que requer uma utilização exí-mia e inventiva de todas as fer-ramentas ao dispor.

Mas por incrível experiência que seja esta dezena de horas de jogo contra o computador, não é mais que um portal de entrada para a componente multijogador que catapultou

o jogo original para o estrela-to – o caso mais famoso é o da Coreia do Sul, onde ligas profi s-sionais são transmitidas em di-recto e várias pessoas ganham a vida a jogar, mas a comuni-dade de ‘StarCraft’ competitivo é global.

Aqui, apesar de muito mais bonito, e com algumas afi na-ções e unidades novas, o jogo mantém-se largamente inalte-rado. Afi nal de contas, podem-se fazer tabuleiros de xadrez

cada vez mais bonitos, mas ninguém vai querer inventar uma peça nova quando as clás-sicas estão tão perfeitamente equilibradas entre si. A grande novidade é a infra-estrutura, a ‘BattleNet’. Como que uma rede social constantemente activa quando se está em qualquer jogo da Blizzard, a ‘BattleNet’ permite facilmente participar em ligas, contactar amigos e criar jogos, e partilhar mapas criados pelo utilizador. Inde-

pendentemente da hora, local e preferências, o sistema conse-gue sempre arranjar alguém do nosso nível com quem jogar.

Seja para apreciar uma boa aventura de fi cção científi ca, ou para defrontar adversários de todo o mundo numa batalha táctica frenética, ‘StarCraft II’ é um digno sucessor do original, mantendo-se acessível a princi-piantes. Valeu a espera.

Starcraft II está disponível para PC (Windows) e Mac.

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Renata [email protected]

No dia 10 de Outubro, Lisboa, Portugal e a Europa vão pela primeira vez receber o evento Merrel Urban Side (MUS), organizado pela mar-ca de calçado outdoor Merrel. É essencialmente um evento de aventura urbana, onde mui-to do que se irá passar está no segredo dos deuses. Corrida e ciclismo são as duas modalida-des obrigatórias, num total de dez, em que os concorrentes já sabem que terão de dar o seu melhor…

UFA... AGUENTAS?As outras tarefas não foram

reveladas, porque aqui o segre-do é pelo menos parte da alma do negócio. Tudo irá começar no Estádio 1.º de Maio (perto da Av. de Roma), local de par-tida, chegada e mudança de percurso, onde também haverá actividades para quem estiver a assistir. Os percursos decorrem num raio de cinco quilómetros em redor. Escalada, golfe, ca-noagem ou até contar formigas e nadar numa fonte… A aventu-ra tem duração máxima de seis horas, por isso preparem-se.

Falámos com Tiago Velo-so, representante da marca em Portugal, e conseguimos saber mais: os concorrentes terão também de andar em transportes públicos, muito devido ao cariz ambiental da prova, que pretende abordar a valorização de recursos, o não desperdício, energias renová-

veis e preservação ambiental. De resto é só preciso coragem para enfrentar o desconhecido. Aos concorrentes é pedido que respeitem as boas práticas de cidadania, sociais e ambientais, agradecendo, por exemplo, que não danifi quem os locais por onde passam e não deitem lixo no chão.

Já em 2011 o MUS poderá decorrer no Porto.

INSCRIÇÕESAs inscrições estão abertas

até 8 de Outubro, limitadas a 150 equipas distribuídas por duas categorias: Warm e Cool. Na categoria Warm, as equipas devem ter quatro elementos e todos têm de participar nos percursos. Aqui, a inscrição é 15 euros por pessoa. As equi-pas Cool podem ter de cinco a oito elementos e é permitida a participação mínima de quatro e máxima de seis elementos por percurso. A inscrição é 12 euros.

SOLIDÁRIOS E VOLUNTÁRIOS O MUS tem uma forte com-

ponente de solidariedade, pelo que uma parte do valor de inscrição de cada equipa irá reverter a favor de uma organização de solidariedade social, uma tradição da Merrel. «Nos Estados Unidos, onde esta prova já se realiza, as pessoas estão habituadas, cá nem tan-to. Mas vamos contribuir para uma causa nobre», defende Tiago Veloso. Os donativos vão reverter em prol da associação CAIS, «pelo trabalho que têm

desempenhado, porque a CAIS refl ecte o problema urbano dos sem-abrigo». Mas ninguém fi ca de mãos a abanar, porque consoante o valor do donativo existem algumas ajudas para o decorrer da prova.

O voluntariado é outro as-pecto fundamental na organi-zação do evento que precisa de 300 voluntários para que tudo corra na perfeição. Assistente de público, assistente de equi-pas e assistente de prova são os cargos prontos a ser preenchi-dos por todos os que estiverem interessados.

MATERIAL OBRIGATÓRIOIsto de andar seis horas de

um lado para o outro tem os seus truques. Para que não fal-te nada, a organização elaborou uma lista de material obrigató-rio, como bicicleta, capacete e cadeado, mínimo de 500 ml de água e duas barras energéti-cas, kit de primeiros socorros, máquina digital, telemóvel e 10 a 20 euros. As equipas podem ainda participar com indumen-tária têxtil personalizada.

OS PRIMÓRDIOSO MUS é a versão, neste caso,

portuguesa da Oyster Race que decorre nos Estados Unidos desde 2003 em cerca de seis ci-dades por ano. O nome da prova Oyster tem origem no prato de culinária Rocky Mountain Oys-ters, feito à base de testículos de boi e, normalmente, servido como aperitivo.

Mais info em www.merrellur-banside.org.

A 10 DE OUTUBRO. A AVENTURA URBANA INVADE A CAPITAL COM PROVAS ALUCINANTES

A corrida mais louca do mundo?QUAL É A COISA QUAL É ELA ONDE PODES (E DEVES) CORRER, PEDALAR, RESPEITAR O AMBIENTE, CONTAR FORMIGAS E FAZER ALGUMA COISA DE ÚTIL PARA A SOCIEDADE? FÁCIL. MERREL URBAN SIDE, UMA CORRIDA DE AVENTURA URBANA QUE PROMETE SURPREENDER.

RIP CURL PRO PORTUGAL, EM PENICHE

A oitava prova do circuito mundial de surf está de volta à cidade de Peniche e decorre entre 7 e 18 de Outubro. Es-tarão presentes alguns dos melhores surfi stas do mundo e, de acordo com a organização, o local onde se realizam as provas inclui «pontos extraordinários e ondas incríveis». O evento, que foi galardoado com o prémio ‘Evento Ano 2009’ pelo Turismo de Portugal e pela Deloitte, promete voltar à carga com muitas emoções fortes. O Rip Curl Pro Portugal é apoiado pela TMN e tem o alto pa-trocínio do Turismo de Portugal, do Instituto do Desporto e da Câmara Municipal de Peniche.

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» O QUE VALE UM DONATIVO?

50 - 150 euros: Livre-trânsito150 – 250 euros: Mais um livre-trânsito e uma pistaPara cima de 250 euros: Mais um livre-trânsito e mais uma pistaPistas: Indicações de localização ou de como cumprir um desafi oLivre-trânsito: Podem dispensar um elemento num percurso à escolha

» PRÉMIOS

1.º – Uma semana outside para a equipa2.º – Material desportivo3.º – Experiências de saúde e bem-estar

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João Tomé[email protected]

«Carpe Diem. Aproveitem o dia rapazes, suguem o tutano da vida e façam das vossas vi-das extraordinárias.» O con-selho de Robin Williams no colégio masculino em ‘Clube dos Poetas Mortos’ bem que poderia ser aplicado numa perspectiva mais adulta e mais feminina ao fi lme ‘Co-mer Orar Amar’.

Elizabeth Gilbert realizou este ano o cada vez mais co-mum sonho americano: ter uma experiência especial, escrever um livro sobre isso, ver esse livro chegar à lista de best-sellers do New York Times e ainda ser adaptado a fi lme e interpretado por gran-des estrelas de Hollywood. Vimos isso recentemente em ‘Julie & Julia’, com Meryl Streep e Amy Adams. Agora é a vez de Elizabeth cumprir o sonho e de ver Julia Roberts a fazer passar-se por ela num fi lme dirigido e escrito por Ryan Murphy, argumentista e realizador de séries como ‘Glee’ e ‘Nip/Tuck’.

«MUDA DE VIDA SE NÃO VIVES SATISFEITO»

Aos 32 anos uma mulher com estudos, uma boa casa, um marido e uma carreira bem-sucedida como escritora começa a perceber que, pro-vavelmente, fez as escolhas erradas. Senão vejamos: é

infeliz no casamento e costu-ma passar noites a chorar no chão da casa-de-banho. Pelo meio arranja um amante, se-para-se do marido e inicia um divórcio conturbado.

O caso com o amante con-tinua mas acaba por não re-sultar, deixando-a devastada e sozinha. O que é que ela pode fazer para mudar de vida? Uma viagem de um ano. Depois de escrever um artigo

sobre férias de yoga em Bali, na Indonésia, onde um curan-deiro local lhe tinha deixado uma profecia em como ela te-ria de lá voltar para estudar com ele, Elizabeth parte em busca de si mesma, já com o divórcio fi nalizado, em três partes do globo.

Quatro meses em Itália, a comer e a apreciar a vida. Mais quatro meses na Índia, a descobrir a sua espiritualida-

de. E um fi nal do ano em Bali, onde encontra um equilíbrio entre as duas experiências anteriores e descobre o amor

sob a forma do dono brasi-leiro de uma fábrica (Javier Bardem).

James Franco, Richard Jenkins e Billy Crudup (que interpreta o marido de Eli-zabeth) também participam nesta história que divide opi-niões nos Estados Unidos: é a história de Elizabeth inspi-radora e cheia de charme ou consagra o narcisismo fútil de uma mulher?

EMBARGO

Já passou pelo Fantaspor-to e é uma adaptação de um conto do entretanto falecido José Saramago, feita por António Ferreira – que estava há 15 anos a tentar trazer à luz do cinema esta história. O realizador português de ‘Esquece Tudo o que te Disse’ procurou dar um tom mais de comédia à história de Nuno, um homem que trabalha numa roulotte de bifanas, mas que inventou uma máquina que promete revolucionar a indústria do calçado – um digitali-zador de pés. Nuno tenta obstinadamente vender a máquina, obcecado por um sucesso que o fará descurar algumas das coisas essenciais da sua vida. Com Filipe Costa, José Raposo, entre outros.

ESTREIA DA SEMANA. ‘COMER ORAR AMAR’

Uma mulher em busca de tudoJULIA ROBERTS RECRIA A HISTÓRIA VERDADEIRA DE ELISABETH GILBERT, UMA MULHER QUE DEIXOU TUDO O QUE PARECIA PERFEITO NA SUA VIDA PARA EMBARCAR NUMA AVENTURA ÚNICA POR ITÁLIA (ONDE COMEU), ÍNDIA (ONDE OROU) E BALI (ONDE ENCONTROU O, SEMPRE NA MODA, AMOR).

» DAYBREAKERSOs irmãos Spierig criaram um mundo de vampiros muito diferente daquele que tem chegado ao cinema nos últimos anos, sob a forma da saga ‘Twilight’, com Ethan Hawke, Sam Neill e Willem Dafoe como protagonistas. Em 2019 o planeta Terra mais parece um cenário dan-tesco, já que praga tornou a maior parte da população humana em vampiros e os humanos genuínos são uma raça em vias de extinção. Neste contexto surge uma corporação vampírica que procura captu-rar e armazenar (literalmente) os humanos que restam e o respectivo sangue, enquanto procuram alternativas de alimementação. Edward (Hawke) trabalha nessa corporação e, quando começa a questionar os métodos utilizados, conhece o ex-vampiro Elvis (Dafoe), que tem a cura para o ‘vampirismo’ que pode salvar a humanidade. Uma histó-ria com um conceito curioso e um elenco talentoso.

» OUTRAS ESTREIAS

» TAMARA DREWE O cineasta inglês Stephen Frears, que já nos trouxe ‘pérolas’ tão distintas como ‘A Rainha’ ou ‘Alta Fidelidade’, foi para as zonas rurais inglesas para recriar a história de Tamara Drewe, personagem de BD criada por Posy Simmonds e há vários anos presença habitual no jornal The Guar-dian. E quem é Tamara Drewe? É uma jovem mulher, jornalista, divertida e sexy interpretada pela bela Gemma Arterton – a mulher da moda, que já protagonizou ‘Príncipe da Pérsia’, apareceu em ‘James Bond – Quantum of Solace’ e brilhou em ‘O Desaparecimento de Alice Creed’ (ainda não estreou por cá). Quando a mãe de Tamara morre, deixa-lhe a casa na aldeia em que cresceu. O regresso obriga-a a reencontrar o seu passado, em que era um patinho feio. Desde então soube reinventar-se e transformar-se em mulher fatal (a cirurgia plástica ajudou) e a sua chegada vai abalar profundamente a vida pacata da aldeia.

TAMBÉM ESTREIA

» Ficha

Realizador: Ryan MurphyCom: Julia Roberts, Javier Bardem, Billy Crudup, James FrancoGénero: Drama/RomanceEUA, 2010; 133 minutos

Joaquim Phoenix esteve na semana passada no programa de David Letterman para pedir des-culpa pelo seu estranho comportamento, uma fase que teve início em 2009 no programa de Letter-man e terminou com o fi lme-documentário de Casey Affl eck, que esteve no Festival de Veneza deste mês. Phoenix, de barba feita e com discurso coerente pediu desculpa pelo ano em que fi ngiu ter mudado de vida: alcóolico, barbudo, rapper e louco.

BREVÍSSIMA

PHOENIX PEDE DESCULPA POR EMBUSTE

TAMBÉM ESTREIA

É NOTÍCIA

Page 19: Mundo Universitário - Edição 170

» Cartas dos leitores

» Crónica

SOBRETUDO SOBRE NADA

Rentrée

ESTE ESPAÇO É TEU Tens uma opinião ou uma suges-tão para nos dar? Queres colaborar com O MU? Somos todos ouvidos! Contacta-nos via e-mail ([email protected]) ou através da nossa página de fãs no Facebook. E não te esqueças que todos os dias temos notícias frescas em www.mundouniversitario.pt.

FILIPA TEIXEIRA, EM LJUBLJANAOlá! Estou a tirar a licenciatura em Jornalismo na Escola Superior de

Comunicação Social e parto em Setembro para a aventura de Erasmus. O meu destino é Ljubljana, capital da Eslovénia, e tive a ideia de criar, ao longo da minha estadia de cinco meses, uma espécie de ‘diário de bordo’. A minha proposta seria enviar-vos quinzenalmente uma espé-cie de crónica onde poderia contar curiosidades acerca da cidade, do país, apontar locais de interesse a visitar, fazer uma espécie de guia turística e, ao mesmo tempo, relatar aspectos interessantes da minha experiência, da experiência Erasmus. Sei que o vosso jornal é muito direccionado para o mundo universitário e para os jovens em geral e pensei que talvez esta fosse uma ideia interessante a desenvolver.

MU: Olá Filipa! Por esta altura já deves estar de malas feitas a caminho da Eslovénia, pelo que te desejamos uma excelente viagem sem percalços. Estamos inteiramente abertos a receber notícias da tua experiência Erasmus, pois por muita informação que possa haver sobre este programa, nada como ouvir e ler relatos na primeira pes-soa para sentir, de facto, as emoções de estudar uma temporada fora do país de origem. Ficamos a aguardar o teu ‘diário de bordo’, para o partilhar com os restantes leitores do MU. E, entretanto, vamos ali ao Google espreitar como se diz “boa sorte” em esloveno... ☺

MARTA MONTEIRO, EM NOVA IORQUEOlá! Como vão? Há quanto tempo não falo convosco! Faz agora

um ano desde que voltei da Índia e as saudades daqueles tempos

já são inimagináveis... Entretanto tenho no-vidades muito boas!!! Fui aceite num estágio nas Nações Unidas em Nova Iorque onde irei estar a trabalhar no departamento de Informação Pública, mais con-cretamente a ajudar na organização de eventos e filmagens de anúncios feitos em torno de causas das Nações Unidas com celebridades.

Estou radiante, mesmo super feliz, este é o meu sonho tornado re-alidade :) E espero conseguir com esta experiência vir a ajudar ainda mais gente neste mundo.

Entretanto podem contar comigo, que eu vou relatando esta expe-riência que de certo irá inspirar muitos jovens. Um beijinho grande a todos!

MU: Hi there, Marta! Podemos falar contigo em ‘tuga’ ou já estás completamente embebida do espírito nova-iorquino, hum? Antes de mais, muito obrigada por nos dares notícias tuas! A tua aventura na Índia – da qual resultou um excelente artigo sobre voluntariado que publicámos há uns meses – foi de facto extraordinária. E ficamos muito felizes por saber que continuas a perseguir os teus sonhos. Cá aguardamos o relato deste novo desafio em terras do Tio Sam. Um grande abraço!

Luís [email protected]

luisfrancobastos.blogs.sapo.pt

A principal diferença entre a escola e o ensino superior reside na abor-dagem aos catálogos do regresso às aulas. Na es-cola, tiramo-lo da caixa do correio e passamo-lo a pente fi no. Na faculdade, interessa mais o folheto

da Telepizza.

Se antes pla-neávamos, com

entusiasmo, qual o estojo, a mochi-

la, as canetas e os dossiers que nos iam acom-

panhar durante o ano, agora sabemos que faltam seis me-ses para os exames e que os faremos com a primeira Bic que encontrarmos esquecida numa gaveta. O que importa, agora, é que eles oferecem uma média por cada familiar. Nunca mais ouvimos falar em dossiers. Faz-se o curso intei-ro com o mesmo caderno. Não há borrachas, porque quase não há lápis. Não há correc-tor, porque riscar é muito mais anárquico. Quem con-trola a beleza do meu caderno sou eu. Mas o desprezo não é total: convém fazer, pelo me-nos, uma cadeira por ano. Ou vai parecer que andamos lá a brincar.

Sei, porém, que nem todas as faculdades são como foi a minha. Muitos poderão não se identifi car com esta des-crição. Ela tem, no entanto, dois pontos positivos: primei-ro, é bem mais sucinta que a do Ramalhete, n’“Os Maias”; segundo, é sinal que, pelo menos a mim, a faculdade deu a vida escolar que sem-pre quis.

Agonizava com a actualiza-ção do caderno diário, embo-ra a cumprisse. As palavras ‘trabalho de casa’ ainda hoje me causam arrepios, embora também os fi zesse sempre. Detestava não me poder dei-tar tarde, fosse qual fosse o

caso. ‘Faltas de material’, ‘faltas de presença’, ‘faltas injustifi cadas’, ‘faltas justi-fi cadas’. Tudo isso já lá vai. Na faculdade, não pensei em qualquer desses condiciona-lismos uma única vez. Costu-mavam dizer-me, na escola, que as férias de Verão do 12.º ano eram as últimas da nossa vida. Que a faculdade era só trabalho, que nunca haveria verdadeiras férias. Acabei o 12.º há quatro anos. Há quatro anos que estou de férias, mesmo tirando o curso e trabalhando ao mes-mo tempo (todos os dias da semana, por vezes incluindo domingos). Já não há faltas na minha vida.

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DO MU NO

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