154
MMT Planejamento e Consultoria Ambiental PROJETO DE APERFEIÇOAMENTO DA GOVERNANÇA MUNICIPAL E DA QUALIDADE DE VIDA DE SÃO LUÍS (BACANGA BASIN PROJECT) MUNICÍPIO DE SÃO LUIS - MA Avaliação Ambiental Regional Regional Environmental Assessment - REA JULHO DE 2007 E1693 v 2 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

MUNICÍPIO DE SÃO LUIS - MA Avaliação Ambiental Regional

  • Upload
    vanmien

  • View
    219

  • Download
    4

Embed Size (px)

Citation preview

MMT Planejamento e Consultoria Ambiental

PROJETO DE APERFEIÇOAMENTO DA GOVERNANÇA MUNICIPAL E DA QUALIDADE DE

VIDA DE SÃO LUÍS

(BACANGA BASIN PROJECT)

MUNICÍPIO DE SÃO LUIS - MA

Avaliação Ambiental Regional Regional Environmental Assessment - REA

JULHO DE 2007

E1693v 2

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

MMT Planejamento e Consultoria July 2007 1

PROJETO DE APERFEIÇOAMENTO DA GOVERNANÇA MUNICIPAL E DA QUALIDADE DE VIDA DE SÃO LUÍS

(BACANGA BASIN PROJECT)

MUNICÍPIO DE SÃO LUIS - MA

Avaliação Ambiental Regional

Sumário EXECUTIVE SUMMARY......................................................................................3

RESUMO EXECUTIVO ......................................................................................27

APRESENTAÇÃO..............................................................................................47

1. DESCRIÇÃO DO PROJETO .........................................................................48

1.1 Componente 1 - Fortalecimento da Gestão Municipal e Desenvolvimento Econômico Local ...............................................................49

1.2 Componente 2 - Saneamento Básico .......................................................50

1.3 Componente 3 URBANIZAÇÂO E MEIO AMBIENTE............................53

2. MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL ............................................................55

2.1 Âmbito Estadual .........................................................................................55

2.2 Âmbito Municipal........................................................................................56

2.3 Aspectos adicionais da Legislação Federal ............................................58

2.4 Atendimento as Políticas Operacionais e Salvaguardas do Banco Mundial ..............................................................................................................60

3. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL REGIONAL ...........................................61

3.1. Meio Socioeconômico...............................................................................61

3.2 Meio Físico ..................................................................................................68

3.3. Meio Biótico ...............................................................................................82

4. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS POTENCIAIS ................87

4.1 - Componente 1

Fortalecimento Institucional e Desenvolvimento Econômico Local ..............................................................................................90

4.2.- Componente 2

Saneamento Básico....................................................90

4.3 Componente 3 Urbanização e Meio Ambiente .....................................93

4.4 Síntese das medidas de mitigação e de Compensação Ambiental ......96

4.5 Situação Legal, Licenciamento e Monitoramento...................................97

5. AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS E SÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL.......................................................................................................98

5.1 Alternativa de Operação do Lago Bacanga e Definição do Nível Máximo de Operação .......................................................................................98

MMT Planejamento e Consultoria July 2007 2

5.2 Recuperação da barragem e do sistema de comportas ........................99

5.3 - Sistema de tratamento e disposição final do sistema de esgotos ...100

5.4 - Alternativa sem projeto ......................................................................101

5.5 Síntese da Qualidade Ambiental..........................................................102

5.6 Consulta Pública ......................................................................................104

6 . PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL PGA ...............................................108

6.1 - Gestão Sócio-Ambiental do Projeto.....................................................108

6.2 Programa de Divulgação e Comunicação Social PCS .....................112

6.3 Programa de Educação Ambiental .........................................................113

6.4 Programa de Controle Ambiental das Obras PCAO..........................113

6.5 Programa de Fortalecimento Institucional em Meio Ambiente ...........114

6.6 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Município de São Luis...................................................................................................................114

6.7 Programa de Investigação de fontes de Cádmio e controle de efluentes..........................................................................................................................115

6.8 Monitoramento da qualidade das águas do Lago Bacanga e Estuário..........................................................................................................................115

6.9 Proposta de Articulação Institucional e implantação do Manejo do Parque Estadual do Bacanga ........................................................................115

6.10 Marco Conceitual da Política de Reassentamento Involuntário de Famílias ...........................................................................................................116

7. EQUIPE DE CONSULTORES .....................................................................117

8. BIBLIOGRAFIA - ESTUDOS CONSULTADOS..........................................118

9. ANEXOS.......................................................................................................119

9.1 Programa de Controle Ambiental de Obras (manual Ambiental de Construção).....................................................................................................120

9.2 Programa de Capacitação e Fortalecimento Institucional em Meio Ambiente .........................................................................................................138

9.3 Programa de Investigação de Fontes de Cádmio d Controle de Efluentes..........................................................................................................145

9.4 Plano de Manejo do Parque Estadual do Bacanga..............................148

9.5 - Relatório Final de segurança de Barragens (Volume separado)

9.6 - Marco Conceitual - Política de Reassentamento Involuntário (Volume separado)

MMT Planejamento e Consultoria July 2007 3

BRAZIL - SÃO LUÍS ENHANCING MUNICIPAL GOVERNANCE

AND QUALITY OF LIFE PROJECT P094315

REGIONAL ENVIRONMENTAL ASSESSMENT - EXECUTIVE SUMMARY

1 Background

The São Luís Enhancing Municipal Governance and Quality of Life was conceived in line with the highest standards of human and sustainable development. The overall goal of the project is to improve the quality of life of the population of São Luís, with particular emphasis on the low-income population residing in the Bacanga Basin.

The municipality of São Luís, the capital of the state of Maranhão, is located on the Island of São Luís in the extreme north of the Brazilian Northeast. This island is, in reality, an archipelago of 62 islands comprising 720 km2 of land and an additional 150 km2 of mangrove swamps. This archipelago is noted for its ecological diversity, containing mangroves, riparian forests and patches of Amazonian forest which, combined with over 30 km of beaches, display substantial potential for eco -tourism.The archipelago also contains the metropolitan region of São Luís, which is divided int o four municipalities with a total population of over 1 million inhabitants of which more than 900,000 live in the São Luís municipality. The metropolitan region contains a substantial industrial sector with potential for expansion and its Itaqui seaport is a key force for development given its strategic location, depth and modern facilities. The city is of historical significance and its colonial center has been declared a UNESCO World Heritage Site.

Despite its potential, the municipality of São Luís is located in one of the poorest and least developed states of Brazil. In 2002, Maranhão was ranked as Brazil's poorest state and near the bottom of the list in terms of per capita household income, health indicators and access to services.

Studies and surveys that have been conducted on the island demonstrate that the local water bodies - particularly the Anil and Bacanga Rivers and the ocean shore - are grossly affected by different sources of pollution caused by irregular land use and human occupancy. The main sources of pollution have been identified as: (i) the disposal of domestic sewage in open-air ditches; (ii) untreated sewage flowing directly into the water courses; (iii) the precarious standards of individual sewage disposal, mainly involving the use of pits; (iv) the inexistence of systemic and overarching methods for collecting and treating wastewaters generated in the area.

The Bacanga River Basin, the focus of the proposed Project, is the largest raw water catchment area lying fully within the island, occupying 130km2 and containing over 230,000 of the municipality's residents. Despite the pressure of informal urban expansion, the basin is still 80% covered by vegetation. The Bacanga Basin is an important area in terms of economic activity as well as possessing natural and human resources. The basin area also contains the Bacanga State Park (with a reservoir that produces 10% of São Luís' potable water), together with a large proportion of the municipality's low-income, peri-urban population.

To counter the effects of the large tidal variations within the basin and to allow the consolidation of upstream urban infrastructure, the State government constructed a dam and floodgate at the mouth of the Bacanga in the 1970s. This dam led to the formation of an artificial lake with a drainage area of 86 km2, which currently contains a population of around 200,000 inhabitants.

MMT Planejamento e Consultoria July 2007 4

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 5

If the floodgate system were operated properly and with the correct equipment, the dam would be capable of controlling water levels through the influx and outflow of water in the lake, allowing flood control up to a height of 4 meters

The deteriorated conditions of the floodgate system and its inadequate operation over the years have led to uncontrolled urban occupancy in the lak e drainage areas at water levels lower than those initially planned (4 meters). The majority of the occupied area is located between water levels of 1.5 and 4 meters. Parts of the area suffer frequent flooding owing to the combined effects of intense rainfall in the basin and the poor operational state of the floodgates.

The defective floodgate system results in a lack of water exchange in the lake-estuary system and significantly undermines the capacity of the lake to assimilate organic material, thereby aggravating the already deteriorated quality of the water arising from pollution caused by domestic and industrial wastewaters.

Two situations have arisen in the course of the urbanization of the areas bordering on the Bacanga Lake: (i) the right side of the lake from the centre up to the Bicas River is the site of consolidated urban areas where occupancy density has almost reached saturation point. Although density tends to slacken nearer to the Sacavém, human occupancy there still continues at a rapid pace; and (ii) the less densely occupied areas on the left bank, except for the more consolidated Anjo da Guarda neighborhood. The majority of these settlements live under the constant threat of flooding caused by the defective operation of the lake floodgates and heavy rainfall or because of the blockages in the drainage systems (occurring primarily in the Bicas River) which cause frequent flooding of public streets and the informal urban areas.

Photo 1: Flooded area and unhygienic living conditions .

The Bacanga State Park (Parque Estadual do Bacanga) is of great importance for the Island of São Luís since it constitutes one of the last preserved fragments of the pre-Amazonian forest and serves to maintain a large green area which is extremely useful for preserving the island´s headwaters. Although the park contributes to the environmental quality of São Luis it is nevertheless the victim of a considerable number of irregular activities which have led to its partial degradation. The aim of the Bacanga Basin Project is to address and change the current situation through investments in urban infrastructure, upgrading environmental management and providing support for local economic development.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 6

Parque do Bacanga two aspects of conservation:

Photo 2: Water body inside the Bacanga State Park (riparian vegetation preserved). Photo 3: Grossly devastated area within the Bacanga State Park.

The Bacanga Basin Project is built around a number of urbanistic, socio-economic, environmental and institutional action lines, on the basis of which a group of multidisciplinary and integrated actions will be executed to provide optimum benefits and positive impacts for its main target - the population of the basin and, by extension, the resident population of the municipal area of São Luis as a whole. It is hoped to achieve this overarching objective through the following:

The recovery of the structures of the Bacanga Dam and its floodgate system and the implementation of new operating rules ;

The establishment of infrastructure in poor areas through the provision of proper sanitation (sewerage facilities, water supply and urban cleaning), urban drainage, flood control, local access streets, surfacing and other complementary urban civil works;

The removal of people living at present in flood risk areas, involving the resettlement of households potentially affected by flood hazards, developing appropriate resettlement alternatives and finding a socially useful purpose for the previously occupied areas in order to avoid fu rther " invasions";

The promotion of land tenure regularization to benefit the households remaining in the intervention areas;

To increase the capacity of the local municipal government in land use supervision and supervision/inspection in order to avoid new invasions and further illegal parcelling of urban land;

To provide training for local people at present working in the informal job market with a view to their joining the formal market, and to help them to qualify for alternative employment and income generating activities;

Improvement of the competitive capacity of the local municipal government through actions targeted at institutional strengthening.

The project was classified as Category A by the World Bank in accordance with its safeguard policies (OP 4.01). In this respect, a Regional Environmental Assessment Report (RAR) was prepared in order to identify the potential environmental impacts of the project, to propose mitigating and compensatory measures for any negative impacts that might occur, as well as to seek to maximize the positive impacts, and to develop an Environmental Management Plan comprising all the mitigating and strengthening measures planned as part of the overall project. This document summarizes the outcomes of the Regional En vironmental Assessment Report.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 7

2 DESCRIPTION AND MAIN FEATURES OF THE PROJECT

2.1 Component Description

2.1.1. Component 1: Municipal Management Strengthening and Local Economic Development This component will support the development of a Local Economic Development and Competitiveness Strategy, capacity building for job and income generation, technical assistance for financial and budget enhancement and technical assistance for project implementation.

The formulation of a Local Economic Development and Competitiveness Strategy

will include a LED plan targeted at providing strategic directions for economic development; a competitive upgrading strategy for the critical clusters (Arranjos Produtivos Locais) such as tourism and cultural heritage preservation and a resource-based cluster centered around the two major enterprises in the city; simplification of business processes (Doing Business) and the Municipal Balance ScoreCard; and other actions that are recommended from the cluster enhancement process.

Capacity building for Job and income generation support

will be provided by financing activities such as training and facilitating access to existing microfinance projects, and by providing technical assistance support to the Deputy Secretariat of Employment and Income Generation (Secretaria Adjunta de Geração de Emprego, Trabalho e Renda) .

Financial and Budget Management Enhancement

will support the review of institutional structures and legislation related to budget and financial areas and strengthening of systems for planning, budget, financial administration, accounting and internal control; technical assistance in budget formulation; human resource management in budget and financial areas; training on budget and financial management; technical assistance in budget formulation and execution; fiscal information disclosure; and strengthening of the municipal procurement system, including assistance to the Permanent Procurement Center s (CPL) Central Bidding Committee.

Finally, project implementation support

will be provided to strengthen the Project Management Unit (UGP), support project management, project monitoring and evaluation, public service satisfaction survey, and conduct community outreach, communication and dissemination activities for the project.

2.1.2 Component 2 Sanitation and Water Improvements

This component aims to improve the storm water drainage, sewerage and water supply systems as well as develop and pilot solid waste management measures in the targeted areas of the Bacanga Basin.

Photo 4: Homes without basic sanitation

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 8

A. Water Supply System

The proposed solution was based on the conclusions of a technical diagnosis which showed that the flow currently available for the Bacanga Basin would exceed demand (i.e it would more than cover 100% of the population over the lifetime of the Plan) if actions to reduce distribution losses and to ensure the effective production of current existing systems were taken.

In these circumstances there would be no need to extend the water production system. On the contrary, the only actions required would be to improve the production system consisting of the Batatã Dam and the Sacavém water treatment plant (ETA) and to extend the water distribution system.

Interventions of the State of Maranhão Water and Sewerage Company - CAEMA

According to the terms of a draft agreement between the Municipal Government and CAEMA, CAEMA will undertake the improvement works for the production and treatment systems in the basin, including: raising the height of the dam; the rehabilitation of Bacanga ETE facilities and of the Batatã Dam; works on the transmission pipes on the right side; and system sectorization in order to enhance the pressure zones. These measures will allow an increased system capacity from 260 L/s to 500 L/s, enough to universalize coverage within the project area, with good quality water and in the amount required by current legislation. The existing reservoirs will be utilized with no need to increase the volume of stored water.

Project interventions

The proposed interventions of the project include: a reduction in the number of deep tubular wells in the area, from 69 to 6; expansion of the water distribution system toward the non-serviced areas

especially on the left bank of the basin; an increase in the number of metered connections an estimated need exists for 71,000 meters; acquisition of equipment to control unaccounted-for water (macro-meters) and for system automation and optimization; and rehabilitation of the concrete structure and the metallic bridge that support the 900 mm distribution pipes of the Bacanga Dam.

The project will also support a Loss Control Pilot Project for the Bacanga Basin, to be implemented by CAEMA. Project activities include: (i) improvements in the physical structures of the Water Supply System; (ii) purchase of equipment; and (iii) restructuring of the management units in charge of the system, including the introduction of adequate routines for operation and maintenance, aimed at ensuring the operational sustainability of the Project´s sanitati on initiatives.

B. Wastewater treatment system

Sewerage interventions under the component will constitute the first phase of the sewage collection, treatment and disposal strategy for the entire Bacanga Basin.

The sewerage system proposed for the Bacanga Basin addresses two separate situations: (i) interventions on the right bank where sewerage networks are already in place and a Sewerage Treatment Plant (the Bacanga ETE) is working at below capacity due to the lack of interceptor pipelines. The interventions on the right bank already benefit from engineering designs and will benefit from CAEMA investments; (ii) on the left bank, a conceptual study was developed to analyze the alternatives available for providing the best solution to the wastewaters problem.

a) Sewerage system on the right bank (CAEMA investment)

The existing system consists of 106.21 km of sewerage collection pipelines, 5 lifting stations and 21,689 buildings connections. The collected sewage is treated in the Bacanga ETE (built in 2002) which has a nominal capacity of 300 L/s and which is operating at only 10% of its capacity due to the lack of adequate interconnection of the

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 9

network to the ETE.

The basin s sewerage treatment strategy calls for the construction of sewerage collection pipelines and pumping stations that feed into the existing Bacanga Sewerage Treatment Plant (ETE).

Additional funding has been sought by CAEMA from the Federal Government, through the Ministry of Cities under the Projecta Aceleração Crescimento (PAC), for construction of wastewater collection systems (including pumping stations and pipelines) for the neighborhoods located along the basin s right bank.

The following are the interventions proposed for the Coroadinho and Pindorama neighborhoods on the right bank:

Construction of 11.6 kms of collection pipelines;

Construction of 1 lifting station and pressure pipeline for the new area to be seweraged ;

Construction of 2 pressure pipeline interlinking already seweraged areas to the CAEMA system;

Provision of 600 sanitation kits ;

Installation of 2,040 connections.

b) Sewerage system on the left bank

The population targeted by the project that will benefit from the proposed system for the left bank amounts to around 99,000 inhabitants in 2005, and over the lifetime of the Plan is likely to rise to 149,000 (by 2030).

The wastewater collection system foresees the installation of 199,427 meters of condominial branches, a 85,469 meter long conventional public network, a total of 12,370 m of trunk collectors and interceptor pipelines and 12 lifting stations (EEE).

The overall conception of the treatment and final disposal system involved analyzing 6 alternatives, as follows:

Alternative A - a secondary ETE located downstream from the dam near to the river mouth, with disposal into the estuary;

Alternative B - an ETE with preliminary treatment located downstream from the dam near to the river mouth, and a subaquatic outlet channel ;

Alternative C - a secondary ETE located immediately downstream from the dam and with disposal into the estuary;

Alternative D - a secondary ETE located upstream from the dam and with disposal into Bacanga Lake;

Alternative E - transporting the sewage to the existing Bacanga ETE (right bank) with the expansion of its capacity and the effluents being disposed of in the estuary.

Alternative E above was chosen mainly from the point of view of the costs involved in investment, operation and maintenance up to 2030.

All the sewage collected on the left bank will therefore be directed for treatment in the Bacanga ETE, together with the wastewaters collected on the right bank. This will involve increasing the capacity of this ETE.

The Bacanga ETE consists of an Upflow Anaerobic Sludge Blanket Reactor (UASB) followed by disinfection by ozonization. This treatment process involves low installation and operational costs, operating simplicity and pollution-removal compatible with the

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 10

receptor bodies.

C. Stormwater drainage system

The proposed stormwater drainage system aims to minimize the risks of flooding to which the population is subjected by reducing the damage caused by such floods and at the same time to promote urban development in a harmonious, coherent and sustainable manner.

The micro and macro-drainage works will be concentrated on the Canal do Coroado and Rio das Bicas, and will seek to render more efficient the micro and macro -drainage systems already in place along the right bank of the Bacanga Basin. Interventions include the rehabilitation of urban storm drains and the construction of drainage networks to divert the flow of water from areas that currently experience flooding (such as streets) to the storm drains or detention basins, before the water reaches the Bacanga Lake.

Photo 5: Precarious drainage conditions

The proposed interventions consist of the following actions: (i) construction and rehabilitation of storm drain networks on the right bank of the project area

including the paving of affected areas along the canals

channeling the drained stormwater to the existing canals or to the Bacanga Lake; (ii) improvement of the operation of the urban drainage canals where operational deficiencies have limited proper functioning, by cleaning up the canals, improving operation and maintenance, and removing structural obstacles in the canals; (iii) the works will allow for a risk reduction in flood-prone areas to a storm Recurring Time (RT) of 25 years in the areas where works are undertaken for systems rehabilitation; (iv) rehabilitation of areas of environmental value in order to improve the quality of the waters that flow to Bacanga Lake and to reduce the decayed areas along the right bank of the lake.

2.1.3 Component 3 Urbanization and the environment

A. Urbanistic interventions

A hydraulic and operational modelling study of the Bacanga Lake was undertaken in order to identify the risk-prone urban areas.

The study examined several scenarios of precipitation on the basin (RT of 2, 10 and 25 years), tidal conditions, the operational conditions of the floodgate systems and the effects of those scenarios on flooding of consolidated urban areas in the drainage basin, including the need for the resettlement of populations living in critical areas.

The analysis of the scenarios resulted in the suggested alternative for lake operation, with a maximum water level of 2 meters in the dry season and the maintenance of a system of daily and seasonal operation of the floodgates, so as to maintain the lake s volume during times of intense precipitation and preventing floods on marginal areas to

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 11

the lake above the water level of 2 meters. The chosen alternative would result in better water conditions in the lake through the daily exchange in the lake-estuary system, as long as the systems of sewage collection were improved in the basin. This alternative also reduces significantly the need for resettling households in terms of the operating scenarios of up to the 3 meter water level.

Based on this operational definition of the lake, there will be a need for the resettlement of approximately 289 families living directly in the flood-prone areas and the environmental protection strip (APP) of 30 meters from the lake. Additional resettlement will be needed for some families living in wet areas and on the banks of the Rio das Bicas canal. Other operational alternatives would require a much larger resettlement operation. The outcomes of the hydraulic modeling study, dam operation and water quality in the lake have guided the conception of the other studies - especially the study on sewerage systems, urban development and macro -drainage.

Photos 6 and 7: Consolidated and expanding urban areas

Urban upgrading will focus on improving public spaces in the project communities, through selective provision of urban infrastructure and sanitation and the resettlement of families living in high-risk areas prone to flooding and environmental hazards. The main urban development interventions to be carried out in the project area include:

Establishment of the legal limits of urban occupancy in the basin, as a means to preserve and allow for the return of the original vegetation in environmentally relevant areas, identify risk-prone households to be resettled and prevent future occupancy of the areas;

Resettlement of families living in risk-prone areas, such as the areas prone to flooding at the edge of the Bacanga Lake and families living in the maintenance zones of the storm drains. The initial estimate of the total number of families to be resettled is 750. The identification of areas and families for resettlement is still ongoing, as the key topographical studies needed to define the area subject to relocation have not been concluded yet ;

Urban Leisure Equipment and Recovery of Permanent Preservation Areas - in the areas that will be unaffected by the irregular constructions in flood prone and preservation areas around the Bacanga Lake (a minimum 30 metre non aedificandi strip) leisure equipments will be installed wherever appropriate and/or the original vegetation of the APP replaced.

Opening up of local roads to improve access by public services in the area;

Construction of public spaces and community facilities in the resettlement area, such as plazas, squares, community centers, etc.;

Land tenure regularization for part of the population;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 12

Other urban improvements in the areas designed to enhance accessibility and living conditions.

B. Recovery of the Bacanga dam

A safety assessment study was conducted in accordance with the criteria and procedures of OP 4.37, due to: (i) the relevance of the operation on the lake and the present and future conditions of land use and occupancy on the basin, and the quality of its waters; (ii) its use as an important part of the street system connecting the city to the harbor; and (iii) the visibly poor conditions of the dam and floodgate system

The assessment pointed to the following main conclusions: (a) deterioration of the floodgate system; (b) deterioration of the supporting structure of floodgates and the spillover structure; (c) subaquatic erosion near to the supporting structure of the floodgates.

This study also examined three alternatives for rehabilitating the dams:

Alternative 1: Rehabilitation of the structure of the dam and the supporting structure of the floodgate system by installing three new hydraulically operated segmented floodgates

Alternative 2: Rehabilitation of the structure of the dam and the supporting structure of the floodgate system by installing six new flat hydraulically operated floodgates

Alternative 3: Installation of a new floodgate structure at another location within the body of the dam.

The three alternatives maintain the same daily automatic operational capacity, as foreseen in the study, aimed at reducing flooding and improving water quality. Alternative 2 was selected as involving the lowest installation costs.

Photos 8 and 9: Views of the dam

In addition, the alternative of not rehabilitating the floodgate system (and the possibility of the the floodgates breaking down) was analyzed. This alternat ive would result in the possibility of the water reaching a level of between 4 and 4.5 metres in the Bacanga Lake basin, producing serious risks of flooding in currently existing urban areas. According to this study, around 9450 households could be affected, in addition to a large number of commercial and service establishments and small industri es.

C. Management and conservation of the Bacanga State Park

Managed by the State Government, the Bacanga State Park covers a large part of the Bacanga basin. The depletion of the forest mangrove swamps, considered areas of permanent preservation, and of the areas of secondary growth (capoeira alta) was one of the major causes of disfigurement of the park's landscape. This was brought about primarily by tree-felling (for use as firewood and building materials for houses) and by

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 13

the removal of the vegetation cover to facilitate access to the clay and stone that was dug and marketed locally. Another cause of destruction was uncontrolled agricultural use. All these activities, apart from undermining the quality of life for the local population, run contrary to the main objective of this park which is the preservation of the natural resources (flora, fauna and water resources) vital for preserving the headwaters on the Island of São Luis.

With the aim of upgrading the management of this area, the project will allocate resources to support the effective management of the Bacanga State Park by (i) updating the existing management plan: and (ii) ensuring effective liaison at an institutional level so that the respective Management Plan (Plano de Manejo) can be regulated and implemented, thereby adding considerable value to the environmental quality of the basin. A Terms of Reference was included in the Environmental Management Plan (PGA) to ensure the contracting of certain services to put the above-mentioned proposals into practice.

3 ENVIRONMENTAL ASSESSMENT

3.1 Compliance with World Bank operational and safeguard policies

The legal and institutional guidelines utilized for the environmental assessment of the project components include, in addition to the environmental legislation currently in force, the operational and safeguards policies of the World Bank. The safeguards relevant to the present project are the following : 4.01 - Environmental Assessment; 4.04 - Preservation of Natural Habitats; 4.11 - Cultural Property; 4.12 - Involuntary Resettlement; and 4.37 - Dam Safety.

Table 1

World Bank OP Project Actions

OP 4.01 - Environmental Assessment Preparation of the AAR/PGA Undertaking public consultations

OP 4.04 - Natural Habitats Clearing the permanent preservation areas bordering on the Bacanga Lake; putting the Bacanga State Park Management Plan into operation

OP 4.11 - Physical Cultural Resources Salvage operations to proceed under the Environmental Supervision of Civil Works Project in the event of chance finds related to archaeological heritage.

OP 4.12 - Involuntary Resettlement Involuntary Resettlement Policy Conceptual Framework; local economic development actions

OP 4.37 - Safety of Dams Independent dam safety panel; rehabilitation of the structure of the Bacanga Dam; new operating rules

Environmental Assessment (4.01)

a Regional Environmental Assessment was undertaken in conformity with World Bank guidelines covering category A projects. This assessment covers interventions related to (i) urban and environmental upgrading of the Bacanga Basin over an area equivalent to 10,000ha. and (ii) social and institutional development actions. The mitigating measures related to possible negative impacts were included in an Environmental Management Plan which contained the relevant costs, the implementation schedules and an indication of those responsible for its implementation. The project and its various components also benefited from a process of dissemination, discussion and public consultation. In order to reach as wide a public as possible, the municipal government of São Luis (PMSL) organized a number of meetings during the preparatory stage of the project with the local community leaders of the areas affected, especially the following:

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 14

Areinha (União dos Moradores da Areinha/Areinha Residents Union)

Coroadinho (Unidade Integrada Rubens Almeida/the Rubens Almeida Integrated Unit)

Sacavém -The Darcy Ribeiro Integrated Unit (IU Darcy Ribeiro)

Bom Jesus -The Parish of Divino Espírito Santo Alto do Parque Timbira

Redenção - União dos Moradores da Redenção/ Redenção Residents Union

Fátima neighborhood - The Nossa Senhora de Fátima Church

Vila dos Frades -The Convent of Nossa Senhora dos Capuchinhos

To complete the process of dissemination and consultation, the PMSL disseminated the Executive Summary and the preliminary Regional Environmental Assessment Report (AAR) on its website and through correspondence with the main federal, state and municipal bodies concerned, as well as with non-governmental and community organizations, the Public Ministry, etc. The final consultative hearing took place on July 6th 2007 with the participation of community-based bodies such as the Committee for the Defence of the Bacanga and das Bicas Rivers, the District Health Committee, the Regional Engineering and Architecture Council and members of the general public. Questions arose referring to the expected number of people to be resettled, the proper operation of the dam to prevent flooding and demands for fuller participation by the Rivers Defence Committee in the management of the project. The UGP Coordination unit adopted the latter demand as one of the management-related requirements of the project.

In view of the fact that the infrastructure interventions were prepared to the conceptual level (with some of them at the technical, environmental and economic viability level) a series of additional engineering designs will be prepared during project execution.

Once the basic designs are concluded, updating of the Regional Environmental Assessment Report is planned. This will be submitted to the World Bank for analysis and approval. Furthermore, specific e nvironmental studies will be prepared in advance of the State of Maranhão environmental licensing process, in accordance with current State legislation. These studies will also be sent to the Bank for analysis and approval.

Habitat Natural (4.04)

Project interventions will promote the adequate use and occupancy of the region, with the maintenance of the maximum water level in the lake and the sectorization of a permanent preservation strip of 30 meters (APP). Plans will be prepared for use of these areas (vegetation, urban parks, leisure areas, etc) in order to promote their utilization by the population and prevent re -settlement.

The project will also include proposals for providing management instruments to deal with the Bacanga State Park (a Maranhão State responsibility).

Physical and cultural resources (OP 4.11)

The project will not affect the areas of historical and cultural heritage of the city of São Luís. Project targeted areas are outside the Central Historic District. Since the project will entail construction and excavation to expand and replace infrastructure, the EA will include screening for any known cultural property in the project area and will incorporate chance finding procedures in the event of culturally significant resources being discovered. Furthermore, Brazil has a well-developed legislative and normative framework in this respect, overseen by the National Institute for the Protection of Historic and Archeological Sites (IPHAN).

Involuntary Resettlement (4.12)

In addition to undertaking various civil works related to drainage, sewerage and upgrading of the street system in the Bacanga Basin, the upgrading of the risk areas will involve a need to resettle people currently living in areas at risk from flooding and hydromorphic soils. Planning for the resettlement of

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 15

these households and businesses has sought to minimize the number of necessary removals, to keep intact the networks of social, cultural and economic contact existing in the residents´ places of origin and to provide the services that are essential to maintaining peoples´ quality of urban life in the relocation areas. In order to ensure that these requirements are met, a Resettlement Policy Conceptual Framework was prepared to guide the executive resettlement project that will be developed during project execution for the 750 households that will be resettled.

Safety of Dams (4.37)

The Bacanga Dam, operated by the State of Maranhão, was

studied by an independent panel of experts. This panel drew attention to the serious risk of collapse of the single segmented floodgate in operation at the dam.

As a result of this assessment, rehabilitation work of the dam will be included in the project. The work will comprise rehabilitation of the structure and the electro-mechanical equipment of the Bacanga Dam in order to remove the risk of rupture and allow for proper daily operation.

The project will also undertake the preparation and implementation of new operational rules related to the floodgate system with a view to achieving the goal of controlling floods and improving the water quality of the lake.

3.2 Legal and institutional framework

The Municipal Environmental Supervision Institute (IMCA) was created in 1998 with a mandate to plan, supervise and execute the environmental policy of São Luis in a sustainable and participative manner. The activities of the institute relevant to the Bacanga Basin project include: (i) licensing the localization, installation, operation and extent of the civil works, developments and activities that are considered to be effectively or potentially liable to pollute or despoil the environment or that in any way could cause impacts on the environment; (ii) undertaking technical studies related to environmental zoning; (iii) setting environmental guidelines for the preparation of projects concerned with the parcelling of urban land and for overseeing the various activities and developments related to the collection, recycling, handling and disposal of waste.

In December 2006 an important series of environmental laws was approved and ratified by the São Luis Municipal Government. These established the authorities and basic rules required to run the municipal environmental system of which the executive body is the Municipal Environmental Supervision Institute (IMCA). The Municipal Council (COMUMA) serves as a consultative and deliberative organ and the Fund is intended to be responsible for managing the resources generated in the System. This scheme is in accordance with the model recommended by the national system - SISNAMA - under which the municipalities are entitled to take action on environmental matters concurrently with State and Federal bodies within their areas of competence.

The Institute can assume immediately its function as a lic ensing entity, although a need exists for institutional strengthening and capacity-building in order for it to comply fully with its mandate. It is clear that a number of gaps require filling within its institutional structure, such as the need to create a specific environmental licensing unit and an independent supervision and monitoring structure - both of which would be of significant benefit to the project. The Institute could avail itself of a specific strengthening plan to address questions related to environmental licensing and the management of conservation areas, both of which could receive support and funding under the Bacanga Basin project. This proposal is contained in the Environmental Management Plan of the AAR.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 16

4. SUMMARY OF THE ENVIRONMENTAL QUALI TY OF THE PROJECT

In formulating basic sanitation and drainage alternatives through sectoral studies, a number of recommendations pursuant to environmental improvements were considered. These include:

To respect the UC s, APP s and environmentally fragile areas by minimizing the effects of the civil works undertaken in such areas;

To respect the restrictions defined in the environmental and urban macro- zoning rules established by the local municipal government;

To avoid interference with the areas declared by IPHAN as important to the national heritage;

To minimize the qualitative and quantitative alterations to the surface and underground water resources;

To respect the conditions established by CONAMA regarding the disposal of liquid waste in the water bodies;

To adopt solutions to minimize the potential negative environmental impacts arising from the civil works undertaken during project execution (earth moving; erosion, run-off of solids and silting-up of the water bodies; dust and noise; inconvenience to vehicles and pedestrians, etc);

To adopt solutions to minimize the potential negative environmental impacts of the operational phase of the project (to reduce to a minimum the generation of liquid, solid and gaseous waste ; risks of overflows; energy consumption, etc);

To adopt solutions that can contribute to the recovery and preservation of environmental protection areas and other areas of environmental inter est;

To obey the restrictions arising from the operational conditions of the Bacanga Dam;

To reduce to a minimum the need to relocate residents on account of the disruption caused by the civil works.

The new systems based upon these recommendations concerning (i) the proposal to rehabilitate the dam and to introduce new operating rules, (ii) the effective management of the Bacanga State Park, and (iii) the proposals for local economic development, will guarantee the prospect of better a quality of life for the population living in the basin .

Damming the Bacanga River made it possible to expand the urban occupancy of the basin on the lower flood levels as well as to construct infrastructure such as public streets, drainage and wastewater systems. A considerable part of the urban area of the Bacanga Basin is currently located beneath the 4.0m flood level and is liable to be affected by the flood tides. In order to avoid significant flooding in the lower areas of the basin it is therefore vital that the reservoir be maintained at low flood levels during the rainy period.

The alternative (non-availability of the dam or the dam being ruptured) means that the flood tide is likely to raise the water level to between 4 and 4.5 metres in the upstream areas. The impact of this rise in water level on the areas that are currently occupied for urban use is very substantial and could affect 9450 homes and around 400 commercial and service establishments, as well as industrial premises. These properties would be directly affected and would require significant intervention by the public authorities to relocate the affected households. It is worth also considering that the Forestry Code (Código Florestal) governs the protection of permanent preservation areas around the lakes, lagoons and natural or artificial reservoirs (as is the case of the Bacanga Dam),

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 17

which rules out simple flooding of these areas. It has to be remembered also that the dam was constructed in the 1970s and that important ecosystems were created by the existence of the lake both from the point of view of environmental protection as well as social and economic aspects.

Given the above, the expected impacts of the project can be considered from the following two viewpoints:

- Projects such as the Bacanga Basin project involving the establishment and/or recuperation of urban infrastructure (mainly sanitation and drainage) can produce positive beneficial environmental and social impacts.

- The majority of the negative environmental impacts expected primarily concern the civil construction phase and can be adequately controlled by applying the projects contained in the Environmental Management Plan.

The main positive environmental impacts identified are:

Reduced risks of flooding;

Improvements in the quality of life in the lower-income settlements;

Improved accessibility in a significant part of the urban area of the basin ;

Improved water supply, sewerage facilities and solid waste disposal resulting from the new infrastructure;

Recovery of key environmental conservation areas - the Bacanga State Park and the Permanent Preservation Areas of the Bacanga Lake ;

Support for jobs and income generation ;

Increased institutional capacities (urban and environmental management) and improved environmental licensing .

The main negative environmental impacts identified are:

Involuntary resettlement of families and businesses ;

Disruption to the urban infrastructure - streets, water, electricity and drainage networks;

Need for disposal of excess building and other rubble ;

Risks of accidents on the construction sites - workers and members of the local population;

Temporary disruption to economic activities ;

The precarious situation in the Bacanga Basin is clearly shown in a number of different ways such as in the deterioration of natural conditions associated with irregular urban occupancy, which constitutes a risk to - and a negative impact on - the natural environment. In this type of scenario problems tend to form a continous cycle, with one problem leading to another: for example, abuse of the drainage facilities, undermined by irregular and disorderly human occupancy, generates flooding and pollution from liquid and solid waste and affects a population that already lives precariously in flood prone areas. The people who pollute are the same who live precariously from the remaining natural resources such as subsistence fishing and who lack the infrastructure equipment (water, sewerage, regular waste collection, etc) needed to improve their housing conditions. The picture of a fragile natural environment is completed by a population which (i) is also vulnerable, (ii) lacks the knowledge of how to behave in ways that would be less harmful to the built environment and (iii) lacks the wherewithal to generate income and benefit from environmental and health education, etc.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 18

Activities centered on health and environmental educations are a fundamental requirement. These actions need to be developed in support of the sanitation and drainage civil works in order to avoid the deterioration of the structures and to counter the problems arising from inappropriate disposal of waste , irregular occupancy of areas of land unaffected by the project and other predatory actions caused by the population being unaware of the kind of benefits that the project could bring to the quality of life in the region. These actions need to be accompanied by robust PMSL inspection/supervision in order to ensure the integrity of the new and healthier urban fabric and of the new sanitation and drainage infrastructure.

The proposed mitigating measures were set out in detail in the Environmental Management Plan annexed to the AAR and summarized at the end of the present Executive Summary. The chart below illustrates the expected impacts and the mitigating and/or compensatory measures covered by the PGA.

Table 2

COMPONENTS OF THE PROJECT

SOCIO-ENVIRONMENTAL IMPACT

MITIGATING-COMPENSATORY MEASURES

Compulsory resettlement of an estimated 750 households

To implement the Family Resettlement Project foreshadowed by the Policy

Impacts on wildlife Adequate measures planned in the PCAO

Impacts on aquatic fauna Fishing community to be alerted regarding the dangers of cadmium contamination

Protection of the Bacanga State Park

Park management to be put into operation, with the proposed supervisory support supplied by the local municipal government

Disruption caused by the operation of the basic sanitation system units

Controlled technical operation of the EEE. Does not apply to the ETE.

Flooding in the region of the Bacanga Lake

To implement the interventions planned in the Macrodrainage Project

Temporary problems caused to traffic in the public streets and

places

To plan and implement traffic re-routing in the affected streets

Generation of dust and noise

Adequate construction procedures planned in the Civil Works Environmental Supervision Project (PCAO)

Urban Development and the Environment

Improvements in Basic Sanitation

Risks of accidents in the worksites

To design and implement efficient measures to ensure the safety of pedestrians and cyclists and to ensure that workmen use protective equipment (PCAO)

Ground impermeabilty Preparation and execution of drainage works

Demand for public services

To implement the Family Resettlement Project foreshadowed in the Policy and to increase the competitiveness of the PMSL

Earthmoving civil works Adequate construction procedures planned in the Civil Works Environmental Supervision Project

Services infrastructure affected.

Adequate construction procedures planned in the Civil Works Environmental Supervision Project

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 19

Water quality undermined

during the civil works phase.

Adequate construction procedures planned in the Civil Works Environmental Supervision Project

Improved public health in the region of the Bacanga Lake

Implementation of the Wastewater Collection and Treatment System

Increased competitivity of the municipal government

Not applicable

Improved management of the Deputy Secretariat for

Employment and Income Generation

Not applicable

Institutional Strengthening and Local Economic

Development

Institutional strengthening in the environment area Proposal for strengthening the IMCA

5 ENVIRONMENTAL MANAGEMENT PLAN - PGA

The PGA consists of the following projects:

Socio-environmental management of the project - Management of the project will be undertaken by the Project Management Unit (UGP). This unit will be responsible for the administration of the project and will serve as a link between the São Luis municipal government (PMSL), the World Bank (IBRD) and the public or private organizations participating in project execution. The UGP will be responsible for supervising the environmental licensing aspects of the project, coordinating the implementation of all the projects contained in the Environmental Management Plan and for ensuring compliance with the norms and guidelines contained in the Environmental Supervision of Civil Works Program. Supervision will be undertaken by the UGP environmental expert (who will possess the qualifications and training as already agreed with the UGP) and also by a professional specialist in the environmental supervision of civil works. The UGP will also be responsible for updating the Regional Environmental Assessment Report (AAR) once the detailed engineering designs for the interventions are completed.

Dissemination and Social Communication Project (PCS) - This is designed to establish a link between the Project Management Unit (UGP) and the general public. The project incorporates actions targeted on those residents to be resettled as well as for the benefit of the people of São Luis in general. The main purpose is to ensure that the residents directly affected by the sanitation, street and drainage infrastructure works are kept informed of the progress of these works. The major objectives of the PCS are therefore: to build a positive image of the project with the public in general, to seek to establish a common link between those responsible for developing the project and the local community, to encourage effective participation by the communities directly and indirectly affected at all stages of the enterprise and to establish direct channels of communication between members of civil society and the developers to ensure that the region´s population is fully aware of the impacts of the civil works. The project will include actions targeted at the public in general, at members of the community directly affected by the works in the areas where they live and at the population involved in the involuntary resettlement activities.

Civil Works Environmental Supervision Project (PCAO)

- Preventive measures can represent savings at the end of the civil works in terms of restoring the disrupted environment. These measures already form part of the new working methods. The PCAO defines a series of environmentally appropriate construction procedures and techniques related to the different stages of the work, aimed at:

preserving as much as possible and upgrading the landscape of the areas in the vicinity of the development, at all st ages of the work;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 20

notifying the construction firms of all the environmental criteria and conditions

that must be respected at the different stages of construction;

advising workers of the regulations and norms in order to ensure

environmentally correct conduct during the works phase.

The PCAO is divided into 4 subprojects: 1) hygiene, safety and workers´ medical services

HSM; 2) sanitation in the worksites

SCO; 3) workers´ environmental

education

EAT; 4) environmental supervision and recovery of borrow pits, worksites

and dumping

PRB; and finally 5) "chance finding" procedures related to cultural

heritage.

Environmental Education Project - This project, aimed at the population directly affected and at the neighborhoods located in the basin, aims predominantly to transform environmental concerns into practice, reflecting the issues faced by the population in their day-to-day lives. The Environmental Education Project is structured on the basis of the following interdependent and complementary actions which will be coordinated by a technical team (from within the PMSL or contracted by the UGP) which will assemble a Management Group (Grupo Gestor), linked to the UGP. The actions will consist of: (i) Action Line 1 - Local Environmental Education, to be targeted at the population directly affected in the Bacanga Basin; (ii) Action Line 2 - development of a Health and Environmental Education Project for the Resettlement Areas; (iii) a specific environmental education project on sanitation; and (iv) a specific PEA for CAEMA.

This management group will be responsible for coordinating all the actions proposed in the project and will coordinate activities with those specifically responsible for follow-up and support in each area of activity. Execution of the PEA will be undertaken by the UGP through the proposed Grupo Gestor and a temporary consultancy.

Institutional Strengthening Project for the Environment - The aim of this project is to increase the capacities of the Municipal Environmental Supervision Institute (IMCA), so that it can fully carry out its functions as an integrated environmental body within SISNAMA. The new approach to environmental activities inherent in a project of this size for the city requires the bodies that are most directly concerned with project impacts to be strengthened so that it can meet the new demands placed upon them, (as is the case of IMCA). Another aim of the institutional strengthening project is to extend and qualify human resources that comprise IMCA team at the management, technical and operational levels so that this can deal with the increased responsibilities arising in the different areas covered by the IMCA.

The planned activities consist of the following:

Human Resources Training

designed to formulate a short project to update a series of legal ducuments, etc (CONAMA resolutions, the Agreement on State and Municipal Competences, etc), rapid procedures for licensing potentially low impact developments, etc.

Institutional Conformity Agenda

actions aimed at establishing uniform licensing and supervision/inspection procedures. In this respect, a model Licensing Environmental Manual is annexed to this PGA, which can be used integrally or partially for formulating the specific procedures to be utilized by the IMCA.

Increased Material Resources

the idea of this is to identify, on the basis of specific demands, the priority equipment needed, given that the licensing, supervision and monitoring of the civil works and actions to be developed under the Bacanga Basin project will involve the Institute in an increased number of activities.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 21

The costs of this project are budgeted at US$ 270,000 for training and capacity skills upgrading. The funds for buying the necessary equipment will be budgeted for in due course given that is not possible at present to quantify the demand for this equipment.

Project to Investigate Sources of Cadmium and to Control Effluents

- the aim of this

project is to identify and describe the sources responsible for the discharge of effluents that contaminate the estuary environment with cadmium, particularly the Bacanga Lake. Identification of these sources will make it possible to evaluate the levels of contamination by cadmium and also to provide relevant data needed for progressing efforts to recover and preserve this particular urban environment - which is of major social and economic importance for São Luis. The project will cover the following activities:

to investigate economic activities located in the Bacanga Basin that use cadmium in their manufacturing processes with a view to locating and identifying the particular areas where these effluents are discharged into the domestic sewerage collection network and the Bacanga Basin stormwater drainage network;

to collect samples for qualitative and quantitative analysis of this polluting agent at the point of discharge ;

to identify environmental control measures;

to specifically monitor the water in the reservoir and the fish population with a view to detecting the presence of cadmium.

The total estimated value for undertaking the proposed tasks is US$ 250.000 which will be financed with the resources of the Bacanga Basin project and executed under the aegis of the UGP. In order to monitor contamination of the reservoir water and fish population, an agreement (covenant) will be arranged with a local university for this purpose.

Municipality of São Luis Solid Residue Management Plan

- This plan involves assisting the municipal government to develop the urban cleaning system by appraising current conditions and establishing guidelines and targets for sustainable development, institutional and management strengthening, technological modernization and socio-economic inclusion.

Monitoring of the Water Quality of the Bacanga Lake and Estuary

- This project aims to track the evolution of water quality with a view to presenting the results in the overall Project Outcome Assessment.

Proposal for institutional liaison and the introduction of the management plan for the Bacanga State Park

- The aim of this project is to identify the services to be undertaken by a consultancy firm for (i) aligning the Bacanga State Park Management Plan with the new land use and occupancy conditions applying to the protected area and bringing the proposal to up-to-date; and (ii) conducting a legal and economic feasibility study of the aforementioned Plan and establishing an environmental management model for this Conservation Unit. The macro -activities to be developed consist of projects to deal with(i) Knowledge, (ii) Control and Sustainable Uses, (iii) Recovery of Degraded Areas, (iv) Social Communication and Environmental Education; (v) Urban Development and Infrastructure; and (vi) Management of the Park. The preliminary budget to be made available from the resources of the Bacanga Basin project amounts to US$ 400,000, for which the UGP is responsible, with the participation of SEMA and the IMCA.

Conceptual Framework for Household Involuntary Resettlement

- The proposal to resettle 750 households was prepared in accordance with Safeguard OP 4.12. The main target of the resettlement proposal is to ensure restoration of the quality of life for the families affected by the enterprise both from the physical point of view (e.g. loss of

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 22

old home) and from the viewpoint of other aspects such as possible breakdowns in the social and neighborhood support network. A number of specific baseline assumptions were therefore employed during the preparation of this proposal, as follows :

To minimize the number of properties to be exp ropriated;

To ensure that a variety of choices was available;

To ensure that housing conditions were either maintained or improved;

To ensure the possibility of maintaining incomes. The families who had their productive activities disrupted or reduced on account of the alteration of the status quo existing before commencement of the civil works should be compensated for these losses in order to enable them to rebuild their lives in as short a time as possible ;

To ensure access to social services such as education, health, public transport, etc;

To seek on an ongoing basis to reduce the social and/or environmental impacts on the resident population to an absolute minimum.

Table 3: SUMMARY OF ENVIRONMENTAL MANAGEMENT PLAN PGA

No.

Projects Costs (US$)

Responsible parties

1 Socio-environmental

management Costs incorporated in

management of the project

2 Social communication 300.000

(included in subcomponent 1.4: Project Implementation)

UGP and consultancy

3 Environmental

education

250.000 (included in subcomponent 3.3:

Environment)

UGP and consultancy

4 Environmental control

of civil works Costs included in civil works

contracts UGP and

consultancy

5 Institutional

strengthening 270.000

(included in subcomponent 3.3: Environment

IMCA and consultancy

6 Solid Waste

Management Plan

750.000 (included in subcomponent 2.2:

Sanitation Management)

UGP and consultancy

6 Investigation of

sources of cadmium

250.000 (included in subcomponent 3.2:

recuperation of the Bacanga dam and environmental monitoring)

UGP

7 Monitoring of water quality -Lake and

Estuary

150.000 (included in subcomponent 3.2:

Recuperation of the Bacanga Dam and Environmental Monitoring)

UGP

8 Management of the Bacanga State Park

400.000 (included in subcomponent 3.3:

Environment) SEMA/UGP/IMCA

9 Resettlement of

households

7.672.000 (included in subcomponent 3.1:

Urban Development and Resettlement)

UGP and consultancy

Total 10.042.000

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 23

6 RESETTLEMENT POLICY FRAMEWORK

Introduction. This section presents the executive summary of the Resettlement Policy Framework (RPF) for the São Luis Enhancing Municipal Governance & Quality of Life Project. The objective of the RPF is to guide the involuntary resettlement process for project-affected families located in the Bacanga Basin. The Resettlement Policy Framework (RPF) has been prepared in accordance with World Bank guidelines and safeguards (OP 4.12).

The information currently available indicates the approximate number of families to be resettled, but specific households have yet to be defined. The identification of areas and families for resettlement is still ongoing, as the key topographical studies needed to define the area subject to relocation have not been concluded yet. The Resettlement Action Plan will be developed following additional public consultation and the elaboration of engineering designs of the area, as well as technical and topographical studies.

Description of resettlement within the project. The project will require the resettlement of approximately 750 families, both as a result of water and sanitation improvement works performed under Component 2 and of the urban and environmental improvement activities under Component 3. All resettlement-related activities will be financed under Component 3 of the project1. The sub-component dedicated to informal area upgrading and resettlement under Component 3 will include: financing studies for the establishment of the legal limits of urban occupancy in the Basin; financing the cost of resettlement for families living in risk -prone areas; construction of local roads that will allow for improved supply of public services in the area; construction of public spaces and community facilities in resettlement areas; technical assistance for land tenure regularization for part of the population; and other urban improvements in the areas to enhance accessibility and living conditions.

Estimated population displacement. The project would involve resettling approximately 750 families that currently live in high risk areas. At present, these famili es face serious risk of flooding, exposure to water-borne diseases and to open air sewage, precarious water supply, and lack of trash collection service. The majority of these families live in the communities of Sá Viana (on the lake s left bank, and at risk of flooding due to rainstorms and/or inadequate operation of the dam) and Coroadinho (along the Rio das Bicas canal, at risk of flooding due to faulty drainage networks). The following chart shows the initial estimate of the numbers of households and the localities liable to resettlement.

Table 4

Location No. Families

Banks of the Rio das Bicas River Canal 60

Water levels under 2m from Bacanga lake and the permanent preservation area (APP)

289

Wet areas (hydromorphic soils) between 2 and 3m water levels 303

Subtotal 652

Safety percentage (10%) Expanded Households (5%)

65

33

Total 750

1 This applies only to Bank financing. PMSL will provide counterpart funding, discussed in the final section of this summary.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 24

Principles and objectives governing resettlement preparation and implementation. The main objective of the resettlement policy is to guarantee an equal or improved quality of life for the resettled families. Seven main principles guide this project s resettlement policy: 1) minimize resettlement by identifying homes that can be improved through minimal investments in services (e.g. improvements in infrastructure); 2) offer various resettlement options, as families are not homogenous and have differing sets of needs; 3) provide decent housing conditions for resettled families, in terms of construction materials, etc.; 4) guarantee the opportunity for affected households to maintain their level of income, in cases in which resettlement directly affects income generation activities; 5) guarantee fair payment of indemnities; 6) ensure social service provision in resettlement areas, e.g. education, health, public transport; 7) maintain efforts to minimize social and/or environmental impacts on the population.

Socio-economic profile of project area, specifically of areas that contain families to be resettled. Research is being conducted by the project team to attain socio-economic data specific to the project area. The data presented below are linked to census tracts and do not necessarily coincide with the division of basins and sub-basis

one of the main criteria for defining the project area. Nevertheless, these data paint a picture close to the reality of the project area, and specifically of the communities to be resettled, as the census tracts used here include the two communities in question.

Table 5 Project Areas

Indicator VILA SÁ VIANA

VILA COROADINHO

Level of schooling Primary Primary

Type of households in community

Private permanent households and informal and/or structurally-incomplete homes

Private permanent households and informal and/or structurally-incomplete homes

Monthly income 1-3 minimum salaries 0-3 minimum salaries

Form of water supply in permanent households Main network Main network

Sewerage system type in permanent households

Cesspool Cesspool

Destination of solid waste for permanent households

Collected / disposed of on vacant land

Collected / disposed of on vacant land

Description of mechanisms for consultations with and participation of displaced persons. The principal objective of the consultation process is to maintain a permanent channel of communication among the many actors in the process.

Throughout the project the municipality will adopt a set of mechanisms to encourage participation

among the resettlement-affected population. The mechanisms for community participation will include: 1) an office staffed with technical experts trained to provide information about the resettlement process and hear grievances of the population; 2) meetings at the start of each new stage in the resettlement process, and whenever necessary or requested by the community; 3) consultations with the population, during meetings, on the resettlement options as presented; 4) development of a socio-economic cadastre through visits to affected households; 5) dissemination of the cadastre of the families to be resettled in locations easily accessible by the

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 25

population; 6) ensuring that the most vulnerable groups (elderly, female and/or very young household heads, widows) are heard and their rights respected.

The municipality will use, at a minimum, 4 mechanisms to consult with the population: i) socio-economic and real estate cadastre; ii) meeting to discuss criteria for selection of resettlement area; iii) meeting to define models for land parceling and residence type; iv) meeting to discuss the Assistance Policy and criteria for eligibility. The meetings will be held in the project area and will be documented with photos, and its acts registered and signed by those present.

Grievance redress mechanism. During preparation and implementation of the Resettlement Action Plan, should a significant number of grievances or juridical processes arise, the municipality will install an Ombudsman exclusively to address the conflicts. This Ombudsman would be composed of technical experts such as sociologists, social workers, engineers, etc. The Ombudsman would be prepared not only to receive grievances, but also to direct grievances to the specific sectors in which they can best be addressed. The main objective in addressing grievances is to provide concise, clear, and sound responses.

During the project preparation phase a series of public forums

was held to disseminate and discuss the project and its components, in 7 locations: Areinha, Coroadinho, Sacavém, Bom Jesus, Redenção, Bairro de Fátima, and Vila dos Frades. To further information-sharing activities the PMSL disseminated the Executive Summary of the Preliminary Environmental Assessment on its website and through communications with NGOs community groups, and government agencies. The major consultation process took place on July 6 with participants from (i) community groups such as the Committee to Defend the Bacanga and Rio das Bicas rivers, the District Health Committee, residents associations; (ii) Federal University of Maranhão, Regional Board of Engineering and Architecture, and the general population. Among other topics, questions on resettlement were addressed during the consultation process.

Compensation and Assistance Policies. The Compensation and Assistance Policies are based on, at a minimum, maintaining, or ideally, improving the quality of life of the affected families. The first step in designing the Compensation Policy is the identification of potential losses that could be incurred with the resettlement process. The identification of losses, material or otherwise (such as loosening of social ties), is a pillar of the Policy. For losses not easily measured, the resettlement team within the PMSL will establish compensatory procedures. The PMSL will adopt two forms of compensation: resettlement and indemnities. Options within resettlement include a) resettlement into a housing complex; b) self-resettlement (find own home; the indemnity would include an additional social compensation component); c) cross-resettlement, whereby a family to be resettled negotiates with a family not to be resettled, and the two parties exchange housing options. Indemnities will be offered in 2 forms: a) amount evaluated and paid according to the ABNT methodology; and b) monitored indemnities/indemnities with compensation or self-resettlement (see self-resettlement description).

Eligibility criteria for defining various categories of displaced people. Criteria include whether the household is used only for residential purposes or for mixed, commercial, or industrial use; and whether the residents are owners or renters of the property. The cut-off date for resettlement eligibility would be the date on which the cadastre is closed.

Legal framework and Bank policy requirements. The proposed resettlement framework is backed by Federal Law 10.257 of July 10, 2001. The project in Sao Luis is in conformity with current federal, state, and municipal legislation and meets requirements of Bank Safeguard Policy 4.12 Involuntary Resettlement.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 26

Identification of land for resettlement and housing alternatives. In its search for land on which families will be resettled the PMSL applied 5 criteria: 1) that it be located close to where the affected families currently live; 2) in an area of urban expansion; 3) has the possibility for introduction of urban infrastructure; 4) has adequate topography for the introduction of residential parcels; and 5) meets current urban legislation requirements. The site chosen is called Sitio Embratel and is located approximately 1 Km from where affected families of the left bank currently reside, and has capacity to hold approximately 600 residences. Although exact housing type is still to be determined, the PMSL has declared that it will offer 2 standalone, single story housing alternatives, of two to three bedrooms each, and of at least 3 6 m2.

Procedures for the preparation of the Resettlement Action Plan. The preparation phase for the plan will be divided into 3 stages. Stage 1 will consist of data collection, stage 2 of Planning and Elaboration of the Assistance Policy, and stage 3, th e Action Plan. The combination of these 3 stages will result in the formulation of the Resettlement Action Plan. It is important to acknowledge that the involvement of the community will be encouraged throughout the elaboration of the Plan. The Plan will be sent to the IBRD by PMSL for Bank approval.

Arrangements for monitoring by the implementing agency. As part of the Resettlement Action Plan, monitoring will be executed with the following objectives: 1) Verify that the proposed actions are being implemented as planned; 2) Identify, during implementation, any difficulties and impediments to the process and introduce subsequent adaptations to improve the process; 3) Measure the effects of the project on the beneficiary population, considering the situations before, during and after the resettlement process; 4) Create a data base with the information obtained during implementation and the evaluations that take place to ensure that relevant lessons are fed into the design of other projects of this type. Monitoring will be executed at 3 points in time: first, after the execution of the cadastre; second, after the negotiation process during which new homes are delivered or beneficiaries paid indemnities; and third, during a 6-18 month period following resettlem ent. A sample of families will be selected to be monitored at these three stages.

Description of arrangements for funding and executing resettlement activities. The resettlement housing and communication activities, including land acquisition, production of approximately 600 homes, indemnities for 15% of households, cadastre, judicial processes, and office and maintenance costs, would be financed with a combination of resources from the municipal government (US$ 4.1M) and the Bank (US$14.7M). The UPP, under the Municipal Planning Secretariat, will be charged with executing resettlement activities, including the elaboration of the Resettlement Action Plan. The UPP will not take any resettlement related actions (such as removal of population) until the Plan has been approved.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 27

RESUMO EXECUTIVO

1 Antecedentes

O PROJETO DE APERFEIÇOAMENTO DA GOVERNANÇA MUNICIPAL E DA QUALIDADE DE VIDA DE SÃO LUÍS foi concebido com as premissas mais evoluídas dos conceitos de desenvolvimento sustentável e desenvolvimento humano. Seu objetivo é a melhoria da qualidade de vida da população de São Luís, especialmente da população de baixa renda que reside na Bacia do Bacanga.

O Município de São Luís, capital do estado do Maranhão, está localizado na Ilha de São Luís no extremo norte do Nordeste Brasileiro. A ilha é, na verdade um arquipélago de 62 ilhas abrigando uma extensão de 720 km2 de terra e mais 150 km2

de manguezais. O arquipélago abriga a região metropolitana de São Luís, que se divide em quatro municípios, com uma população total de mais de um milhão de habitantes, dos quais mais de 900.000 residem no município de São Luís. A área metropolitana possui um setor industri al significativo com potencial de expansão e tem, no porto marítimo de Itaqui, um vetor de desenvolvimento importante, devido à sua localização estratégica, profundidade e instalações modernas. A cidade tem significado histórico, uma vez que o centro colonial de São Luís é sítio tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. O arquipélago se distingue pela sua diversidade ecológica que abriga manguezais, matas ciliares e trechos de floresta amazônica, os quais, combinados com mais de 30 km de praias oferecem um potencial significativo para o eco -turismo.

Apesar desse potencial, o município de São Luís está localizado num dos estados mais pobres e menos desenvolvidos do Brasil. Em 2002, o Maranhão foi classificado como o estado mais pobre do Brasil e o último, ou quase último em renda domiciliar per capita, acesso a serviços e indicadores de saúde .

De acordo com estudos e levantamentos realizados na ilha, os corpos hídricos locais, principalmente os rios Anil, Bacanga e a orla oceânica estão bastante comprometidos por diferentes fontes de poluição de origem antrópica, a qual decorre do uso e ocupação desordenada do solo, sendo identificadas como principais fontes: (i) o lançamento de efluentes domésticos a céu aberto; (ii) a canalização direta de esgotos para os cursos d água sem prévio tratamento; (iii) a precariedade das soluções individuais de esgotamento, notadamente o uso de fossas; (iv) a inexistência de soluções sistêmicas e de grande abrangência para a coleta e tratamento dos esgotos gerados.

A Bacia do Rio Bacanga, foco deste Projeto, é a maior bacia hidrográfica situada inteiramente dentro da ilha, ocupando 130km2 e abrigando mais de 230.000 dos habitantes do município. Apesar da pressão exercida pela ocupação urbana informal, a bacia ainda possui 80% de cobertura vegetal. A Bacia do Bacanga é uma área importante em termos de atividade econômica, bem como de recursos naturais e humanos. A área abriga o centro histórico da cidade e a principal região industrial, o Parque Estadual Bacanga (onde está localizado o reservatório que produz 10% da água potável de São Luís) bem como um alto percentual da população de baixa renda da periferia do município.

Para atenuar os efeitos das grandes variações de maré dentro da bacia e permitir a ligação rodoviária de São Luis com o porto do Itaqui, o governo estadual construiu, nos anos 70, uma barragem com comportas próxima à foz do rio Bacanga. . Essa barragem permitiu a formação de lago artificial com área de drenagem de 86 km2 e com uma população atual de cerca de 200.000 habitantes

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 28

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 29

Se o sistema de comportas fosse operado de maneira apropriada, com os equipamentos corretos, ele controlaria os níveis da água, permitindo o fluxo e refluxo da maré dentro do lago, regulando o nível até a cota 4 metros.

As condições de decadência do sistema de comportas e a sua operação inadequada ao longo dos anos resultaram na ocupação urbana descontrolada das áreas de drenagem do lago, em cotas inferiores às originalmente planejadas (4 metros). Boa parte da ocupação ocorre entre as cotas de 4 e 1,5 metros. Partes das áreas urbanas marginais ao lago estão sujeitas a inundações freqüentes, devido aos efeitos cumulativos das chuvas intensas na bacia e das condições operacionais das comportas. A situação das comportas resulta na falta de troca de águas do sistema lago estuário comprometendo significativamente a capacidade do lago de assimilar a matéria orgânica agravando a degradação da qualidade de suas águas associada à poluição por esgotos doméstico e industrial. .

No processo de urbanização das áreas lindeiras ao lago do Bacanga verifica-se a ocorrência de duas situações: (i) a margem direita do lago, desde o centro até o rio da Bicas, que se inicia com as áreas de urbanização consolidada, com densidades próximas da saturação, tornando-se menos densa na medida em que se aproxima do Sacavém, porém em franca expansão; e (ii) as áreas mais rarefeitas da margem esquerda, cuja dispersão só é rompida no bairro de Anjo da Guarda, já mais consolidado. Boa parte desses assentamentos sofre com a constante ameaça de inundações provocadas pela operação das comportas do lago conjuntamente com incidência de chuvas ou devido ao represamento nos sistemas de drenagens existentes principalmente no rio das Bicas; com o alagamento freqüente de vias públicas e de áreas urbanas informais..

Foto1: de área alagada, condição insalubre de moradia.

O Parque Estadual do Bacanga é de grande importância para ilha de São Luís, pois se constitui num dos únicos fragmentos florestais de mata pré-amazônica ainda conservada, servindo para a manutenção de uma grande área verde e de preservação dos mananciais na ilha. Contribui com a qualidade ambiental na ilha de São Luís, encontrando-se, no entanto, com avançado processo de atividades irregulares na área e que tem provocado a sua degradação parcial.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 30

Parque do Bacanga duas realidades de conservação:

foto 2: Corpo d água interno ao Parque Estadual do Bacanga (mata ciliar preservada). foto 3: Área totalmente devastada, interna ao Parque Estadual do Bac anga.

Essa é a realidade que o Projeto Bacia do Bacanga pretende enfrentar e modificar, através de investimentos em infra-estrutura urbana, melhoria da gestão ambiental e apoio ao desenvolvimento econômico local.

O Projeto Bacia do Bacanga se estrutura em eixos de ação

urbanístico, sócio-econômico, ambiental e institucional - por meio dos quais será implantado um conjunto de ações multidisciplinares e integradas, buscando-se otimizar os benefícios e impactos positivos junto ao seu público principal, a população da bacia e, por extensão, do Município. Esse objetivo maior será realizado através das seguintes ações:

Recuperação das estruturas da barragem do Bacanga e do sistema de comportas, estabelecendo novas regras de operação;

Implantação de infra-estrutura em de áreas carentes através da oferta de saneamento (esgotamento sanitário, abastecimento de água e limpeza urbana), drenagem urbana, controle de enchentes, acessos viários, pavimentação e obras complementares de urbanização.

Remoção de população em áreas de risco de inundação - Reassentamento de famílias que se encontram nessa situação, desenvolvendo alternativas adequadas de reassentamento e dando uma destinação socialmente adequada às áreas previamente ocupadas, de modo a evitar novas invasões.

Promoção de regularização fundiária dos remanescentes nas áreas de intervenção;

Aumentar a capacidade do município em termos de controle e fiscalização do uso do solo, de modo a evitar novas invasões e parcelamentos clandestinos do solo urbano.

Capacitar cidadãos fora do mercado formal de trabalho para inserção nesse mercado e alternativas de geração de trabalho e renda;

Melhoria da competitividade Municipal através de ações de fortalecimento institucional.

O Programa foi classificado na categoria A pelo Banco Mundial, em atendimento às suas políticas de salvaguardas (OP 4.01). Assim sendo, foi elaborado um Relatório de Avaliação Ambiental Regional

RAR, com a finalidade de identificar seus impactos ambientais potenciais, propor medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos negativos, de maximização dos positivos e de desenvolver um Plano de Gestão

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 31

Ambiental compreendendo todas as medidas de mitigação e de fortalecimento a serem previstas como parte do Programa. Este documento sintetiza os resultados do Relatório de Avaliação Ambiental Regional.

2 DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA

2.1 Descrição dos Componentes

2.1.1.Componente 1

Fortalecimento da Gestão Municipal e Desenvolvimento

Econômico Local

Este componente deverá apoiar uma Estratégia de Desenvolvimento Econômico Local e Competitividade, ações para geração de emprego e renda, aperfeiçoamento financeiro e orçamentário e implementação do projeto. A formulação da Estratégia de Desenvolvimento Econômico Local e Competitividade

incluirá um plano DEL objetivando fornecer direções estratégicas para o desenvolvimento econômico, uma estratégia competitiva de melhoria para os Arranjos Produtivos Locais (clusters) mais importantes; simplificação dos processos de negócios (fazendo Negócios) e do Placar Municipal (Municipal Balance ScoreCard); e desenvolvimento de pólos de inovação tecnológica focalizando na provisão de assistência técnica e serviços e apoio às PMEs em setores selecionados e críticos. O apoio à geração de emprego e renda

será fornecido pelas atividades de financiamento para promover a criação de emprego para os habitantes de baixa renda, em particular aqueles que vivem na área foco do projeto (Bacanga), e dando assistência técnica à Secretaria Ajunta de Geração de Emprego, Trabalho e Rend a. Aperfeiçoamento Financeiro e Orçamentário

para promover uma revisão das estruturas institucionais e de legislação relativas à área financeira e orçamentária, fortalecer os sistemas de planejamento, orçamento, administração financeira, contabilidade e controle interno; assistência técnica na formulação do orçamento, gestão de recursos humanos em áreas de orçamento e finanças; treinamento em gestão financeira e orçamentária; assistência técnica na formulação e execução do orçamento; e divulgação de informações fiscais. Por último, o apoio à implementação do projeto

será fornecido para fortalecer a Unidade de Gerenciamento do Projeto (UGP) e apoiar o monitoramento e avaliação do projeto. 2.1.2 Componente 2 Melhoramento de Saneamento Básico

Este componente compreende intervenções voltadas para ampliar e melhorar a oferta de serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem urbana e melhoria do sistema de resíduos sólidos.

A. Sistema de Abastecimento de Água

A solução proposta partiu da conclusão obtida no diagnóstico técnico, onde se constatou que a vazão atualmente disponibilizada para a Bacia do Bacanga é superior à demanda para o atendimento de 100% da população no horizonte do plano, desde que se tenham ações que proporcionem redução das perdas na distribuição e que garantam a produção dos sistemas atualmente existentes.

Assim, não será necessário ampliar o sistema de produção, mas somente a melhoria do sistema de produção, composto pela barragem do Batatã e Estação de tratamento de Água ETA do Sacavém, e ampliação do sistema de distribuição.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 32

Foto 4: Moradias sem saneamento básico

Intervenções da Companhia de Água Esgotos do Estado do Maranhão - CAEMA

De acordo com uma minuta de acordo a ser firmado entre o Governo Municipal e a CAEMA, a concessionária se responsabilizará pelas obras necessárias à melhoria do sistema produtor e de tratamento, que incluem o aumento da altura da barragem, a recuperação das instalações da ETA Bacanga e da barragem Batatã e intervenções nas adutoras da margem direita, além da setorização da rede, de forma a melhorar as zonas de pressões. Essas medidas permitirão ampliar a capacidade do sistema de 260 L/s para 500 L/s, suficientes para universalizar o atendimento dentro do horizonte de projeto, com água em quantidade e com qualidade exigidas pela legislação vigente. Os reservatórios existentes serão utilizados sem necessidade de ampliação do volume de água estocada.

Intervenções do Projeto

As intervenções previstas no Projeto consistem da redução do número de poços tubulares profundos na área, de 69 para 6; a expansão do sistema de distribuição de água para as áreas não atendidas - principalmente na margem esquerda da bacia; ampliação do número de ligações medidas por hidrômetros

há uma necessidade estimada de 71 mil hidrômetros; instalação de equipamentos para controle de perdas (macro-medidores) e de automação e otimização do sistema; reabilitação da estrutura de concreto e da ponte metálica que sustenta a adutora de 900 mm, na barragem do Bacanga.

O Projeto também apoiará um Programa Piloto de Controle de Perdas na Bacia do Bacanga, a ser implementado pela CAEMA por meio de: (i) melhorias das estruturas físicas do Sistema de Abastecimento de Água; (ii) aquisição de equipamentos; (iii) reestruturação das unidades gerenciais responsáveis pelo sistema, incluindo a implementação de rotinas adequadas de operação e manutenção, visando, assim, garantir a sustentabilidade operacional das ações de saneamento previstas no âmbito do Programa.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 33

B. Sistema de Esgotamento Sanitário

As intervenções de esgotamento sanitário deste componente vão implementar a primeira fase da estratégia de coleta, tratamento e disposição final para toda a Bacia do Bacanga.

O sistema de esgotamento sanitário proposto para a Bacia do Bacanga compreende duas situações distintas: (i) intervenções da margem direita onde já existem redes implantadas e uma Estação de Tratamento de Esgotos

ETE do Bacanga que funciona com capacidade ociosa por falta de interceptores As intervenções nessa margem já tem projeto executivo e serão atendidas por investimentos da CAEMA; (ii). para a margem esquerda, foi desenvolvido estudo de concepção com análise de alternativas para identificação da melhor solução para o esgotamento sanitário.

a) Sistema de Esgoto da Margem Direita (investimento CAEMA)

O sistema existente é composto por 106,21 km de redes coletoras, 5 estações elevatórias e 21.689 de ligações prediais. Os esgotos coletados são tratados na ETE Bacanga, construída em 2002, que tem capacidade nominal de 300 L/s e está operando com cerca de 20% da sua capacidade por causa do sistema insuficiente de interligação da rede com a ETE.

A estratégia de tratamento na bacia prevê a ampliação das redes de coleta e a construção de estações elevatórias e inte rceptores que alimentarão a ETE Bacanga.

A CAEMA está negociando um financiamento junto ao Governo Federal, através do Ministério das Cidades, dentro do Programa Aceleração Crescimento - PAC, para a ampliação do sistema para os bairros situados na margem direita da bacia.

As intervenções propostas para os bairros Coroadinho e Pindorama na margem direita são as seguintes:

Implantação de 11,6 kms de rede coletora;

Implantação de 1 elevatória e linha de recalque para nova área a ser esgotada (sub-bacia CC);

Implantação de 2 linhas de recalque (interceptores) interligando áreas já esgotadas ao sistema CAEMA;

Implantação de 600 kits sanitários;

Realização de 2.040 ligações.

b) Sistema de Esgoto da Margem Esquerda

A população de projeto a ser atendida para o sistema proposto para a margem esquerda corresponde a cerca de 99.000 habitantes no ano 2005 e 149.000 habitantes no horizonte do Plano (2030).

O sistema de coleta compreende a implantação de ramais condominiais com 199.427 metros, rede pública convencional c om 85.469 metros, coletores-tronco e interceptores com extensão total de 12.370 m, e 12 EEE estações elevatórias

A concepção do sistema de tratamento e disposição final envolveu a análise de 6 alternativas :

Alternativa A - ETE secundária localizada a jusante da barragem, próximo a foz, e lançamento no estuário.

Alternativa B

ETE com tratamento preliminar localizada a jusante da barragem, próximo a foz, e emissário submarino.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 34

Alternativa C

ETE secundária localizada imediatamente a jusante da

barragem e lançamento no estuário.

Alternativa D - ETE secundária localizada a montante da barragem e lançamento no lago Bacanga

Alternativa E

Encaminhamento dos esgotos para a ETE Bacanga existente

(margem direita) com ampliação da sua capacidade e lançamento do efluente no estuário

A alternativa E acima foi selecionada considerando principalmente os aspectos de custos de investimento e de operação e manutenção até o horizonte de 2030.

Assim, todo o esgoto coletado na margem esquerda será encaminhado para tratamento na ETE Bacanga juntamente com os esgotos coletados na margem direita. Para tanto está prevista ampliação desta ETE.

A ETE Bacanga é constituída de um Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - UASB seguido de desinfecção por ozonização. Este processo de tratamento apresenta baixos custos de implantação e de operação, simplicidade operacional e remoção de poluentes compatível com os corpos receptores.

C. Sistema de Drenagem Pluvial

O sistema de drenagem pluvial proposto visa minimizar os riscos de inundação a que as populações envolvidas estão sujeitas, diminuindo os prejuízos causados por essas inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável.

As intervenções de micro e macrodrenagem se concentraram no Canal do Coroado e do Rio das Bicas, e visam tornar mais eficiente o sistema de micro e macrodrenagem já instalado na margem direita da bacia do Bacanga, mediante a recuperação dos canais urbanos e da construção das redes coletoras de águas pluviais.

As intervenções previstas compreendem: (i) Implantação da rede coletora de águas pluviais na margem direita dentro da área de Projeto - incluindo pavimentação das áreas afetadas, adjacentes aos canais; (ii) Melhoria do funcionamento hidráulico dos canais urbanos do Coroado e do rio das Bicas, diminuindo os riscos das áreas inundáveis, para um Tempo de Recorrência (TR) de 25 anos; (iii) recuperação de áreas de preservação permanente - APPs, melhorando a qualidade das águas que chegam ao lago do Bacanga e diminuindo as áreas degradadas na margem direita do lago.

Foto 5: das Condições precárias da drenagem

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 35

2.1.3 Componente 3 Urbanização e Meio Ambiente

A. Intervenções Urbanísticas

Com o objetivo de definir as áreas urbanas com riscos de inundação foi realizado estudo de modelagem hidráulica e de operação do Lago Bacanga. . O estudo examinou diversos cenários de precipitação na bacia (TR de 2, 10 e 25 anos), das condições das marés, das condições operacionais dos sistemas de comportas e os efeitos desses cenários sobre o alagamento de áreas urbanas consolidadas da bacia de drenagem, inclusive a necessidade de reassentamento das populações assentadas em áreas críticas.

A análise dos cenários de cota máxima operacional do lago concluiu pela alternativa sugerida para operação, com um nível máximo de água de 2 metros na estação seca e a manutenção de um sistema de operação diária e sazonal das comportas, de modo a manter estável o volume máximo do lago em épocas de precipitação intensa, evitando enchentes nas áreas marginais acima do nível de 2 metros. A alternativa escolhida resultará em melhores condições das águas do lago, por meio da troca diária no sistema lago-estuário, conquanto que os sistemas de coleta de esgoto sejam melhorados na bacia. Essa alternativa também minimiza significativamente a necessidade de reassentamento de famílias em relação aos cenários de operação até a cota 3 metros.

Com base nessa definição operacional do lago, haverá a necessidade do reassentamento de aproximadamente 289 famílias das áreas sujeitas a inundações e da faixa de proteção ambiental (APP) de 30 metros do lago. Os resultados do estudo de modelagem hidráulica e de operação da barragem orientaram a concepção de outros estudos, especialmente os de macrodrenagem e de urbanismo.

fotos 6 e 7: Áreas de Urbanização Consolidada e em Expansão

A concepção do componente de urbanização focalizou em melhorias das áreas urbanas públicas nas comunidades de baixa renda localizadas na área alvo da Bacia do Bacanga, por meio da provisão seletiva de infra-estrutura urbana, saneamento básico, e reassentamento de famílias que vivem em áreas de alto risco, propensas a inundações ou de ameaça ambiental. As principais intervenções de desenvolvimento urbano a serem executadas no Projeto incluem:

Estabelecimento dos limites legais para a ocupação urbana na Bacia, como forma de preservar e permitir a revegetação das áreas de interesse ambiental, intervindo para eliminação das áreas de risco e inibição de novas ocupações;

Reassentamento de aproximadamente 750 famílias que vivem em áreas de risco, como as áreas passíveis de alagamento às margens d o Lago, áreas insalubres em

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 36

função do nível de umidade e de famílias alocadas dentro da faixa de manutenção dos canais de drenagem. O universo de atendimento é o seguinte:

Quadro 1:Localização e número de famílias a serem reassentadas Local No.

Famílias

Margens do Canal do rio das Bicas 60

Cota inferior à 2m do Lago Bacanga e área de preservação permanente (APP)

289

Áreas úmidas (solos hidromórficos) entre as cotas 2 a 3m 303

Total parcial 652

Percentual de segurança (10%) Famílias Expandidas (5%)

65

33

Total geral 750

Equipamentos Urbanos de Lazer e Recuperação de Áreas de Preservação Permanente

nas áreas que serão desafetadas pelas construções irregulares em área alagável e de preservação da envoltória do lago do Bacanga (faixa mínima de 30 metros non aedificandi) sempre onde for adequado, serão implantados equipamentos de lazer e/ou recuperada a vegetação original da APP.

Instalação de espaços públicos e equipamentos comunitários nas áreas urbanas de forma a melhorar o atendimento da população local.

Melhorias do Sistema Viário com ampliação das vias e pavimentação permitindo a acessibilidade da população .

B. Recuperação da Barragem do Bacanga Durante a preparação do Projeto a Barragem do Bacanga foi objeto de um estudo de avaliação de segurança, devido a: (i) relevância das operações no lago e de seus efeitos nas inundações das áreas marginais e na qualidade das suas águas; (ii) o seu uso, como importante parte do sistema viário, ligando a cidade ao Porto; e (iii) as visíveis condições precárias da barragem e sistema de comportas.

A avaliação indicou as seguintes conclusões principais: (a) deterioração do sistema de comportas (b) deterioração da estrutura de sustentação das comportas e da estrutura do vertedouro; (c) erosões sub-aquáticas próximas à estrutura das comportas.

Fotos 8 e 9: Vistas da barragem O estudo analisou, também, 3 alternativas de recuperação das b arragens:

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 37

Alternativa 1: Recuperação da estrutura da barragem e da estrutura do sistema de comportas com implantação de 3 novas comportas segmento com acionamento hidráulico

Alternativa 2: Recuperação da estrutura da barragem e da estrutura do sistema de comportas com a implantação de 6 novas comportas planas com acionamento hidráulico

Alternativa 3: Implantação de nova estrutura de comportas em outro local no próprio corpo da barragem.

As 3 alternativas mantêm a mesma capacidade de operação diária e automática prevista no estudo com vistas à redução das inundações e melhoria da qualidade das águas. A alternativa 2 foi a selecionada em função dos custos de implantação,

Adicionalmente, foi analisada, também, a alternativa de não recuperação do sistema de comportas e a possibilidade de seu rompimento. Esta alternativa resultaria na possibilidade de diariamente atingir o nível de 4 a 4,5 metros na bacia do Lago Bacanga com sérias e evidentes conseqüências da inundação das áreas urbanas atualmente existentes na área. De acordo com o estudo, cerca de 9.450 domicílios poderiam ser afetados além de inúmeros estabelecimentos de comercio e serviços e pequenas indústrias.

C. Manejo e Conservação do Parque Estadual do Bacanga A área do parque Estadual do Bacanga compreende uma parcela importante da Bacia do Bacanga e é administrada pelo Governo Estadual. A redução principalmente nas áreas de floresta de mangue, consideradas área de preservação permanente e nas áreas de capoeira alta foram primordiais para a descaracterização na paisagem do Parque. As causas preponderantes para isso foram o desmatamento para retirada de madeira usada como lenha e na construção de casas, retirada da cobertura vegetal para escavação e retirada de pedra e barro comercializado localmente, além do uso agrícola sem manejo. Esse processo distancia o Parque de seu principal objetivo que é a preservação dos recursos naturais (flora, fauna e recursos hídricos) correspondente aos mananciais da ilha de São Luís, reduzindo qualidade de vida da população local.

No sentido de promover a melhoria da gestão dessa área, o Pro jeto destinará recursos para apoiar o efetivo manejo do Parque, através de proposta de (i) atualização do plano de manejo existente; e (ii) articulação institucional para que o referido Plano de Manejo possa ser regulamentado e implantado, adicionando valor à qualidade ambiental da bacia. No Plano de Gestão Ambiental

PGA foi elaborado um Termo de Referência para contratação de serviços destinados à viabilização das propostas aqui referidas

3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL

3.1 Atendimento as Políticas Operacionais e Salvaguardas do Banco Mundial

As diretrizes legais e institucionais utilizadas para a avaliação ambiental dos componentes do Projeto incluem, além da legislação ambiental em vigor, as Salvaguardas e Políticas Operacionais do Banco Mundial, como se descreve. Neste Projeto são relevantes as salvaguardas referentes a: 4.01, Avaliação Ambiental; 4.04, Preservação de Habitat Natural; 4.11, Propriedades Culturais; 4.12, Reassentamento Involuntário, e 4.37, de Segurança de Barragens.

Avaliação Ambiental (4.01)

O programa foi objeto de Avaliação Ambiental Regional obedecendo às diretrizes do Banco para projetos de categoria A. Contempla intervenções relacionadas com (i) a reqüalificação urbana e ambiental da bacia do Bacanga, numa área equivalente a 10.000ha. e (ii) ações de desenvolvimento social e

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 38

institucional. As medidas mitigadoras dos impactos negativos foram incluídas em um Plano de Gestão Ambiental, contendo os custos associados, as responsabilidades pela sua implantação e os cronogramas de implantação.

Foi realizado um processo de divulgação, discussão e consulta pública sobre o Projeto e seus componentes. Visando atingir o público mais diverso, a Prefeitura Municipal de São Luis realizou diversas reuniões na etapa de preparação do Projeto, com as lideranças locais das áreas afetadas com destaque para:

Areinha (União dos Moradores da Areinha)

Coroadinho (Unidade Integrada Rubens Almeida)

Sacavém - U.I Darcy Ribeiro

Bom Jesus - Paróquia do Divino Espírito Santo Alto do Parque Timbira

Redenção - União dos Moradores da Redenção

Bairro de Fátima - Igreja Nossa Senhora de Fátima

Vila dos Frades - Convento Nossa Senhora dos Capuchinhos

Completando o processo de divulgação e consulta, a PMSL p romoveu a divulgação do Sumário Executivo e do Relatório preliminar de Avaliação Ambiental Regional

AAR por meio do site e de correspondências às principais entidades federais, estaduais e municipais relacionadas ao tema além de organizações não governamentais, entidades comunitárias, ministério público, etc. A Consulta final foi realizada no dia 06 de julho, com a participação de: (i) entidades comunitárias como o Comitê em Defesa dos Rios Bacanga e das Bicas, o Comitê Distrital de Saúde, associação de moradores; (ii) Universidade Federal do Maranhão, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, e população em geral. Foram respondidas questões referentes à expectativa da população a ser reassentada, operação adequada da barragem para prevenir inundações e demanda de maior participação do Comitê de Defesa dos Rios na gestão do Programa. Quanto ao último tema, a coordenação da UGP se comprometeu a incorporar essa demanda à gestão do Programa.

Considerando que as intervenções de infra-estrutura foram preparadas a nível conceitual, alguns com nível de estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômica, durante a implementação do Projeto, serão preparados projetos adicionais de engenharia.

Nesse sentido, quando da conclusão dos projetos básicos, está prevista a atualização do Relatório de Avaliação Ambiental Regional que deverá ser enviado ao Banco para análise e aprovação. Adicionalmente, deverão ser elaborados estudos ambientais específicos com vistas ao processo de licenciamento ambiental no Estado do Maranhão, em conformidade com a legislação estadual em vigor. Esses estudos, também, deverão ser enviados ao Banco para análise e aprovação.

Habitat Natural (4.04)

As intervenções do projeto buscam o uso e a ocupação adequados da região, com a manutenção do nível máximo de água do lago e a reserva de uma faixa de preservação permanente de 30 metros (APP) e um plano de uso para essas áreas (vegetação, parques urbanos, áreas de lazer, etc.) de modo a promover a sua utilização pela população, evitando assi m a re-ocupação.

O Projeto também incluirá propostas de instrumento de gestão para o Parque Estadual do Bacanga de responsabilidade do estado.

Reassentamento Involuntário (4.12)

A reqüalificação das áreas de risco, ademais das diversas obras de drenagem, esgotamento sanitário e readequação do sistema viário na bacia do Bacanga implicarão na necessidade de reassentamento de

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 39

população em áreas de risco de inundação e solos hidromórficos.. O planejamento do reassentamento dessas famílias e negócios buscou minimizar a quantidade de deslocamentos necessários, preservando-se a rede de relações sociais, culturais e econômicas existentes nos locais de origem e provendo os serviços essenciais à qualidade de vida urbana nos locais de relocação. Para garantir esses requisitos, foi elaborado um Marco Conceitual da Política de Reassentamento que será o condutor dos projetos executivos de reassentamento a serem desenvolvidos quando da execução do Projeto, para um universo de 750 famílias a serem reassentadas.

Segurança de Barragens (4.37)

A barragem do Bacanga, operada sob responsabilidade do estado do Maranhão, foi objeto de um painel independente de especialistas, que apontaram graves riscos de colapso na única comporta de segmento em operação na barragem do Bacanga. Como resultado dessa avaliação, as obras de recuperação da barragem serão incluídas no Projeto, e as obras compreenderão a reabilitação da estrutura e dos equipamentos eletro-mecânicos da Barragem do Bacanga, o que eliminará o risco de ruptura e permitir á a operação diária adequada. O Projeto deverá também elaborar e implementar as novas regras operacionais do sistema de comportas com vistas ao equilíbrio dos objetivos de controle de inundações e de melhoria da qualidade das águas do lago

Recursos Físicos e Culturais (OP 4.11)

Parte importante da cidade de São Luís foi considerada como patrimônio da Humanidade pela UNESCO. O Projeto não afetará as áreas de patrimônio histórico e cultural da cidade. As áreas alvo do Projeto estão localizadas fora do Centro Histórico. A execução do Projeto incluirá construções e escavações para expandir e substituir infra -estrutura, portanto a avaliação ambiental fará uma triagem de todos os bens culturais conhecidos na área do Projeto e deverá incorporar procedimentos para descobertas acidentais, na eventualidade de serem descobertos recursos culturais significativos. Além disso, o Brasil possui um arcabouço legal e normativo bem desenvolvido, que está sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio nal (IPHAN).

OP Banco Mundial Atendimento no Programa

OP 4.01 - Política de Avaliação Ambiental Elaboração da AAR/PGA Realização de Consultas Públicas

OP 4.04 - Proteção a Ambientes Naturais Desocupação das áreas de preservação permanente lindeiras ao lago Bacanga; efetivaçào do Plano de Manejo do Parque E. do Bacanga

OP 4.12 - Reassentamento Involuntário Marco Conceitual da Política de Reassentamento Involuntário; ações de desenvolvimento economico local

OP 4.37 - Segurança de Barragens Painel independente de Segurança de Barragens; Recuperaççào da Estrutura da Barragem do Bacanga; Novas Regras de Operação

OP 4.11.

Recursos Físicos e Culturais Ações de salvamento ao acaso para achados de patrimonio arqueológico no Programa de Controle Ambiental de Obras

3.2 Marco Legal e Institucional

O Instituto Municipal de Controle Ambiental - IMCA foi criado em 1998, com a missão de planejar, fiscalizar e executar a política de meio ambiente de São Luís de forma sustentável e participativa. Dentre suas atribuições com interface na implantação do Programa Bacia do Bacanga estão as de: (i) Licenciar a localização, a instalação, a operação e a ampliação das obras, empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradantes ou que de qualquer forma possam causar impactos ambientais; (ii) Possibilitar estudos técnicos de interesse do

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 40

zoneamento ambiental; (iii) Fixar diretrizes ambientais para elaboração de projetos de parcelamento do solo urbano, bem como para a instalação de atividades e empreendimentos no âmbito da coleta, reciclagem manipulação e disposição dos resíduos.

Em Dezembro de 2006 um conjunto importante de leis ambientais foi aprovado e sancionado no Município de São Luís, instituindo as inst âncias e bases necessárias ao sistema municipal de meio ambiente, onde o órgão executivo é o Instituto Municipal de Controle Ambiental

IMCA, o conselho municipal (COMUMA) atua como organismo consultivo e deliberativo e o Fundo será o gestor dos recursos gerados no Sistema. Essa constituição está em acordo ao modelo preconizado pelo sistema nacional - SISNAMA, onde o município pode atuar concorrentemente às instancias estadual e federal, em matéria ambiental na área de sua competência.

O Instituto pode assumir de imediato suas funções de organismo licenciador, embora haja necessidade de fortalecimento e capacitação institucional a serem solucionadas para o pleno cumprimento de sua missão. Na sua estrutura institucional fica claro que existem lacunas a serem preenchidas, como um núcleo específico de licenciamento ambiental e estrutura independente de fiscalização e monitoramento, que muito beneficiariam o Projeto se já estivessem implantadas. O Instituto pode se beneficiar de um plano de fortalecimento específico para o tratamento das questões referentes ao licenciamento ambiental e à gestão de áreas de conservação, que podem ser apoiadas pelo Programa Bacanga, com recursos do financiamento. Essa proposta consta do Plano de Gestão Ambiental da AAR.

4. SÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL DO P ROGRAMA

Os estudos setoriais utilizaram como premissa para formulação das alternativas de saneamento básico e drenagem algumas recomendações ambientais e sociais que foram de importância fundamental a qualificação ambiental do Programa. São elas:

Respeitar as UC s, APP s e áreas de fragilidade ambiental, minimizando as interferências do empreendimento com essas áreas;

Respeitar as restrições definidas no macrozoneamento ambiental e urbano do município;

Evitar interferências com as áreas tombadas pelo IPHAN ;

Minimizar as alterações qualitativas e quantitativas sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos;

Respeitar as condições estabelecidas pelo CONAMA para os lançamentos de resíduos líquidos nos corpos d água;

Adotar soluções que minimizem os potenciais impactos ambientais negativos decorrentes da fase de implantação do empreendimento (movimento de terra; erosão, carreamento de sólidos e assoreamento de corpos d água; geração de poeira e ruídos; transtorno aos veículos e pedestres, etc.);

Adotar soluções que minimizem os potenciais impactos ambientais negativos da fase de operação do empreendimento (minimização da geração de resíduos líquidos, sólidos e gasosos; riscos de extravasamentos; consumo de energia, etc.);

Adotar soluções que contribuam para a recuperação e preservação de áreas de proteção e de interesse ambiental;

Respeitar as restrições estabelecidas pelas condições operacionais da Barragem do Bacanga;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 41

Minimizar a relocação de moradores por interferências com o empreendimento.

Os novos sistemas baseados nessas recomendações, aliados (i) à proposta de recuperação da barragem e das novas regras de operação, (ii) ao manejo efetivo do Parque Estadual do Bacanga e (iii) as propostas de desenvolvimento econômico local, deverão garantir um novo cenário de qualidade de vida para a população da Bacia.

O barramento do rio Bacanga possibilitou a expansão da ocupação urbana da bacia em cotas mais baixas, bem como a implantação de infra-estrutura como vias públicas, sistema de drenagem e de esgotos sanitários. Atualmente, parte considerável da área urbana da Bacia do Bacanga encontra-se abaixo da cota 4,0m, portanto, passível de inundação caso fique sujeita aos efeitos da maré. Para evitar inundações significativas nas áreas baixas da Bacia, é imprescindível que o reservatório seja mantido em cotas baixas no período chuvoso.

A alternativa de não se dispor da barragem, ou do seu rompimento, significa que a maré deverá propiciar a elevação do nível da água até as cotas 4 a 4,5 metros nas áreas de montante. O impacto dessa elevação sobre as áreas atualmente ocupadas pelo uso urbano é muito grande, representando 9.450 domicílios, cerca de 400 estabelecimentos comerciais e de serviço e indústrias. Estes imóveis seriam atingidos diretamente, exigindo uma significativa intervenção do Poder Publico na re-locação dessas famílias. Há que considerar ainda que Código Florestal determina a proteção de áreas de preservação permanente ao redor de lagos, lagoas e reservatórios naturais ou artificiais (como é o caso da barragem), o que não possibilita a simples inundação desse sistema. Considera-se ainda que esta barragem foi construída na década de 70 e que no ambiente do lago resultante foram criados ecossistemas importantes para serem preservados, tanto do ponto de vista de proteção ambiental, quanto em relação aos aspectos sociais e econômicos .

Nesse quadro, os impactos esperados para o Programa estão comentados a seguir.

Projetos como o da Bacia do Bacanga, que implicam na implantação e/ou recuperação de infra-estrutura urbana, principalmente de saneamento e drenagem, quando adequadamente implantados e operados, trazem impactos ambientais e sociais positivos benéficos.

Grande parte dos impactos ambientais negativos esperados refere -se principalmente à fase de construção das obras e podem ser adequadamente controlados através dos programas contidos no Plano de Gestão Ambiental.

Os principais impactos ambientais positivos identificados são:

Redução dos riscos de inundação

Melhoria para a qualidade de vida de assentamen tos de baixa renda

Melhoria de acessibilidade em parcela significativa da área urbana da Bacia

Melhoria no atendimento por infra -estrutura de água, esgoto e resíduos sólidos

Recuperação áreas de conservação ambiental importante Parque Estadual do Bacanga e áreas de preservação permanente do lago do Bacanga

Apoio à geração de trabalho e renda

Incremento da capacidade institucional em gestão urbana e ambiental além do licenciamento ambiental

Os principais impactos ambientais negativos identificados são:

Reassentamento involuntário de famílias e negócios

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 42

Interferência com infra-estrutura urbana viária, redes de água, drenagem e energia elétrica.

Necessidade de disposição de material excedente

Riscos de acidentes nas frentes de obra trabalhadores e população local

Afetação temporária de atividades econômicas

A situação de precariedade na Bacia do Bacanga apresenta algumas vertentes, como a deterioração das condições naturais, associada a uma ocupação urbana irregular, de risco e de impacto sobre o meio ambiente natural. Nesse cenário os problemas se sucedem atuando em ciclo, um contribuindo para agravar o outro; a drenagem comprometida por ocupação irregular e desordenada gera inundações, atingindo uma população que vive precariamente nas áreas alagáveis, com a poluição gerada por resíduos líquidos e sólidos. Essa população que polui, é a mesma que vive precariamente dos recursos naturais ainda existentes, como a pesca de subsistência e que não tem a sua disposição os equipamentos de infra-estrutura necessários para a melhoria das condições urbano-habitacionais, como água, esgoto, coleta regular de resíduos, etc. O quadro de fragilidade do ambiente natural se complementa com essa população também vulnerável, que não sabe como atuar de maneira menos impactante em seu ambiente construído, carecendo de ações que propiciem geração de renda, educação ambiental e sanitária, etc.

Ações de educação sanitária e ambiental são fundamentais e devem ser desenvolvidas em apoio à implantação das obras de saneamento e drenagem, a fim de evitar que as estruturas se deteriorem e fiquem comprometidas com a disposição inadequada de resíduos, ocupação irregular de terrenos desafetados pelo Projeto e outras ações predatórias que são fruto do desconhecimento da população frente aos benefícios que o Projeto pode trazer à qualidade de vida na região. Essas ações devem vir acompanhadas de uma intensa fiscalização por parte da PMSL, para garantir a integridade do novo tecido urbano saneado e das estruturas de saneamento e drenagem implantadas.

As medidas de mitigação propostas foram detalhadas no Plano de Gestão Ambiental, anexo à AAR, cujo resumo encontra-se descrito ao final deste Resumo Executivo. O quadro a seguir ilustra os impactos esperados e as medidas de mitigação e ou compensação incluídas no PGA.

COMPONENTES DO PROGRAMA

IMPACTO AMBIENTAL - SOCIAL

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO - COMPENSAÇÃO

Reassentamento compulsório de 500 famílias.

Implantar o Programa de Reassentamento de Famílias previsto na Política

Impactos a fauna terrestre e alada Condutas adequadas previstas no PCAO

Impactos a fauna aquática Alerta educacional a comunidade pesqueira quanto aos perigos de contaminação por cádmio

Proteção da área do Parque Estadual do Bacanga

Efetivação do Manejo do Parque, com proposta de apoio da fiscalização municipal

Incômodos Decorrentes da Operação de Unidades do

Sistema de Saneamento Básico

Operação Técnica controlada das EEE Não se aplica a ETE.

Inundações na Região do Lago do Bacanga.

Implantar as intervenções previstas no Projeto de Macrodrenagem

Urbanismo e Meio Ambiente

Melhoramentos de Saneamento Básico

Afetação Temporária de Trânsito nas Vias e Logradouros.

Planejar e implantar mudanças no tráfego das vias afetadas.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 43

Geração de Poeira e Ruídos

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras (PCAO)

Riscos de Acidentes nas Frentes de Obras.

Projetar e implantar dispositivos eficientes para a segurança de pedestres e ciclistas e para os operários, utilizar equipamentos de proteção (PCAO).

Impermeabilização do Solo Elaboração e Implantação das obras de drenagem.

Demanda por Serviços Públicos

Implantar o Programa de Reassentamento de Famílias previsto na Política; Aumentar de competitividade da PMSL

Obras de Movimentação de Terra Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Interferências com Infra-estrutura de Serviços.

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Comprometimento da Qualidade das Águas Durante o Período de

Obras.

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Melhoria da Saúde Pública na região do Lago do Bacanga

Implantação do Sistema de Coleta e Tratamento de Esgotos.

Aumento da Competitividade do Município Não se aplica

Melhoria da Gestão da Secretaria Adjunta de Geração de Emprego,

Trabalho, Renda. Não se aplica

Fortalecimento Institucional e

Desenvolvimento Econômico Local

Fortalecimento Institucional em Meio Ambiente

Proposta de fortalecimento do IMCA

5 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA

Os Programas que constituem o PGA são descritos a seguir:

Gestão Sócio-Ambiental do Projeto

- O gerenciamento do Projeto será feito por meio da Unidade de Gerenciamento do Programa

UGP, a qual será responsável pela administração do mesmo, sendo elo entre a Prefeitura de São Luis - PMSL, o Banco Mundial - BIRD e as organizações públicas ou privadas que participam da execução do Programa. A UGP efetuará o controle do licenciamento ambiental do Programa, a coordenação da implantação de todos os programas contidos no Plano de Gestão Ambiental e o cumprimento das normas e diretrizes contidas no programa de controle ambiental de obras. Esse controle será exercido pelo especialista ambiental da UGP, conforme perfil e capacitação já acordados com a UGP e, ainda, com um profissional de supervisão ambiental de obras. A UGP será também responsável, quando da conclusão dos projetos básicos das intervenções, pela atualização do Relatório de Avaliação Ambiental Regional AAR

Programa de Comunicação Social

PCS

- esse programa está desenhado para estabelecer um elo entre a UGP e o público em geral. Tem ações voltadas para a população a ser reassentada, para os habitantes de São Luís em geral, explicando o andamento da implantação do Programa, e para os habitantes diretamente afetados pelas obras de infra-estrutura de saneamento, sistema viário e drenagem. Tem como objetivos: construir uma imagem positiva do programa junto ao público em geral, buscar a integração entre o empreendedor e a comunidade local, possibilitar participação efetiva das comunidades afetadas direta e indiretamente em todas as fases do empreendimento, e criar canais de comunicação direta entre sociedade e empreendedor com o objetivo de esclarecer a população da região sobre os impactos decorrentes das obras. Terá linhas de ação voltadas para o público em geral, para a

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 44

comunidade afetada pelas obras nas áreas onde reside e para a população objeto de reassentamento involuntário.

Programa de Controle Ambiental das Obras

PCAO

- Cuidados preventivos podem

representar economia no final das obras com a recomposição do ambiente alterado e já fazem parte dos novos métodos de trabalho. Esse programa consiste na definição de uma série de procedimentos e técnicas de construção ambientalmente adequadas para as diversas situações de obra. Tem como objetivos: (i) preservar ao máximo e valorizar os aspectos paisagísticos das áreas de entorno ao empreendimento, em todas as etapas da obra; (ii) fornecer aos empreiteiros todos os critérios e condicionantes ambientais que deverão ser respeitados, nas diversas etapas da construção; e (iii) fornecer aos trabalhadores regulamentos e normas para uma conduta ambientalmente correta.

O PCAO divide-se em 04 subprogramas: 1) higiene, segurança e medicina do trabalho

HSM; 2) saneamento dos canteiros de obras

SCO; 3) educação ambiental dos trabalhadores

EAT; 4) controle ambiental e recuperação de áreas de empréstimo, canteiros e bota-fora

PRB; 5) procedimentos de salvamento ao acaso relativos ao patrimônio cultural.

Programa de Educação Ambiental

- Estará voltado para a população diretamente afetada e os bairros da Bacia, tendo como objetivo maior transformar a preocupação ambiental em prática, baseada nas questões vivida e experimentada pela população local no seu cotidiano. encontra-se estruturado nas seguintes ações interdependentes e complementares, que devem ser coordenadas por uma equipe técnica (interna à PMSL ou contratada pela UGP) que se constituirá num Grupo Gestor, vinculado à UGP, a saber: (i) Linha de Ação 1 - Educação Ambiental Local - voltada para a população diretamente afetada na Bacia do Bacanga; (ii) Linha de Ação 2 - Desenvolvimento de Programa de Educação Sanitária e Ambiental para as Áreas de Reassentamento; (iii) PEA específico para Saneamento; e (iv) PEA específico para a CAEMA

Caberá a esse grupo coordenar todas as ações propostas no programa podendo atuar com responsáveis específicos pelo acompanhamento e suporte em cada área de atuação. A execução do PEA estará a cargo da UGP, através do Grupo Gestor proposto e de consultoria temporária.

Programa de Fortalecimento Institucional em Meio Ambiente - Esse programa destina-se a incrementar a capacitação do Instituto Municipal de Controle Ambiental - IMCA, a fim de que aquele instituto possa assumir plenamente suas funções como organismo ambiental integrante do SISNAMA. As novas exigências de atuação ambiental, inerentes a um Programa desse porte para a cidade, requerem que os órgãos que atuam mais diretamente com os impactos relativos ao Programa sejam fortalecidos para atendimento às novas demandas que se impõem, como no caso do IMCA. Busca-se também ampliar e qualificar os recursos humanos de nível gerencial, técnico e operacional, formadores da equipe do IMCA, para o pleno desempenho do incremento de atribuições das diferentes áreas daquele Instituto.

As atividades previstas dividem-se em:

Capacitação de Recursos Humanos

formular programa de curta duração que faça uma atualização das questões legais (Resoluções CONAMA, convênio de competências estaduais e municipais, etc.) procedimentos expeditos de licenciamento para empreendimentos de baixo impacto potencial, entre outros.

Agenda de Conformidade Institucional

ações voltadas para o estabelecimento de procedimentos uniformes de licenciamento e fiscalização. Nesse sentido, este PGA apresenta em anexo um modelo de Manual de

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 45

Licenciamento Ambiental, que pode ser utilizado na íntegra ou parcialmente, para a construção dos procedimentos específicos para utilização no Instituto.

Incremento de Recursos Materiais

Trata-se de identificar, através das

demandas específicas, quais serão os equipamentos prioritários considerando que o licenciamento, fiscalização e monitoramento das obras e ações do Programa Bacia do Bacanga trará um acréscimo nas atividades do órgão.

Os custos deste programa estão orçados em US$ 90.000 para treinamento e capacitação e os recursos para compra dos equipamentos necessários deverão ser orçados oportunamente, visto que não há previsão dessa demanda quantificada no momento.

Programa de Investigação de fontes de Cádmio e controle de efluentes

- O objetivo deste Programa é a identificação e caracterização das fontes responsáveis pela emissão de efluentes que provocam a contaminação pelo cádmio no ambiente estuarino, especialmente para o lago do Bacanga. A caracterização dessas fontes permitirá avaliar os níveis de contaminação por este metal, além de fornecer os dados necessários à adequada instrução dos trabalhos de recuperação e de preservação deste ambiente urbano de grande importância social e econômica para São Luís. Serão executadas as seguintes atividades: (i) investigar as atividades econômicas localizadas na bacia do Bacanga que utilizam o cádmio no processo produtivo, visando localizar

e identificar

os pontos responsáveis pela emissão deste efluente, tanto para a rede de coleta de esgotos domésticos, quanto para a rede de drenagem pluvial da bacia do Bacanga; (ii) coleta de amostras para análise qualitativa e quantitativa das emissões deste poluente; (iii) identificar medidas de controle ambiental; e (iv) monitoramento específico das águas do reservatório e de ictiofauna para constatação da presença de cádmio

O valor total estimado para execução dos trabalhos ora propostos é de US$ 250.000 que será financiado com recursos do Programa Bacia do Bacanga,e será executado à cargo da UGP. Para o monitoramento da contaminação das águas e da ictiofauna deverá ser realizado convênio com universidade local.

Monitoramento da qualidade das águas do Lago Bacanga e Estuário. Este programa tem o objetivo de acompanhar a evolução de qualidade das águas com vistas à avaliação dos resultados do Projeto.

Proposta de Articulação Institucional e implantação do Manejo do Parque Estadual do Bacanga

- Este programa tem como propósito apresentar os serviços a serem realizados por empresa de consultoria para (i) adequação do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga às novas condições de uso e ocupação do solo presentes na área protegida e atualização e das propostas; e, também, (ii) para a realização de um estudo de viabilidade legal e econômica do referido plano, bem como estabelecer um modelo de gestão ambiental desta Unidade de Conservação. As macro-atividades a serem desenvolvidas são os programas de (i) Conhecimento, (ii) Controle e Usos Sustentáveis, (iii), Recuperação de Áreas Degradadas, (iv) Comunicação Social e Educação Ambiental; (v) Urbanístico e de Infra-estrutura; e Gestão do Parque. O orçamento preliminar a ser disponibilizado pelos recursos do Programa da Bacia do Bacanga é de US$ 180.000, sob a responsabilidade da UGP, com a participação da SEMA e do IMCA.

Marco Conceitual da Política de Reassentamento Involuntário de Famílias

A proposta elaborada para atender a 750 famílias, foi preparada de acordo à salvaguarda OP 4.12. O desenho da proposta de reassentamento contempla como meta maior, garantir a recomposição da qualidade de vida das famílias afetadas pelo empreendimento, tanto no aspecto físico da perda de moradia, como em outros aspectos, como a quebra da rede de apoio social e das relações de vizinhança. Para

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 46

isto, determinados fundamentos orientaram sua elaboração: (i) minimizar o número de imóveis a serem desapropriados; (ii) garantir a oferta de diferentes opções de atendimento; (iii) garantia da melhoria ou da manutenção das condições de moradia; (iv) garantia da possibilidade de manutenção da renda. As famílias que tiverem suas atividades produtivas interrompidas ou reduzidas em função da alteração do status quo existente anterior à obra deverão ser compensadas por estas perdas, de forma a permitir-lhes que possam reconstruir suas vidas em menor tempo possível; (v) garantia da oferta de serviços sociais, como por exemplo: educação, saúde, transporte público, etc.; e (vi) busca permanente da minimização dos impactos sociais e/ou ambientais sobre população.

No.

Programas Custos (US) Responsáveis

1 Gestão Sócio-ambiental Atualização do Relatório

Ambiental Regional

Custos inseridos no gerenciamento do Projeto

UGP e consultoria

2 Comunicação Social 300.000

(Inseridos no sub-componente 1.4 Implementação do Programa)

UGP e consultoria

3 Educação Ambiental 250.000

(inseridos no sub-componente 3.3 Meio ambiente)

UGP e consultoria

4 Controle Ambiental de Obras Custos inseridos nos contratos de obra

UGP e consultoria

5 Fortalecimento Institucional 270.000 (inseridos no sub-componente 3.3

Meio ambiente)

IMCA e consultoria

6 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

750.000 (inseridos no sub-componente 2.2

Gestão em Saneamento)

UGP e Consultoria

7 Investigação de fontes de Cádmio

250.000 (inseridos no sub-componente 3.2

Recuperação da Barragem do Bacanga e Monitoramento Ambiental)

UGP

8 Monitoramento da qualidade das águas Lago e Estuário

150.000 ( inseridos no sub-componente 3.2

Recuperação da Barragem do Bacanga e Monitoramento Ambiental)

UGP

9 Manejo do Parque Estadual do Bacanga

400.000 (inseridos no sub-componente 3.3

Meio Ambiente)

SEMA/UGP/IMCA

10 Reassentamento de Famílias 7.672.000

(inseridos no sub-componente 3.1 Urbanização e Reassentamento)

UGP e consultoria

Total 10.042.000

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 47

APRESENTAÇÃO

O Programa de Recuperação e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga foi classificado pelos critérios do Ba nco como um projeto de categoria A, que, portanto, deve se beneficiar de uma avaliação ambiental regional

EA regional (no nível

urbano e de bacia) em lugar de uma tradicional abordagem projeto-por-projeto (recomendação do QAT - Quality Assurance Team, BIRD, 2005).

A AAR apresenta o diagnostico da área de incidência do Programa, o marco legal e institucional, a desxcrição dos componentes em seu formato final, identificando os impactos potenciais de cada componente, as medidas de mitigação ou compensação aplicáveis e a gestão proposta para sua execução, reunidas num Plano de Gestão Ambiental, PGA.

A Avaliação Ambiental Regional do Programa Bacia do Bacanga tem por meta instruir o Executor

Prefeitura Municipal de São Luis, o agente financeiro

Banco Mundial-BIRD, e a sociedade em geral, no processo de preparação do contrato de empréstimo a ser firmado entre o Executor e o Banco. É objetivo da AAR prover os insumos para a tomada de decisão do Executor quanto às alternativas de projeto mais adequadas à realidade local, gerando o menor impacto possível e com mitigação ambiental e social conhecida e factível.

De acordo aos Termos de Referência emitidos pelo Banco Mundial e Prefeitura Municipal de São Luis, a Avaliação Ambiental ora apresentada resume as características regionais e da área de intervenção do Programa, os dados técnicos de projeto de seus componentes e apresenta as ações, condicionantes e programas associados que permitem concluir pela viabilidade ambiental do Programa Bacia do Bacanga.

O objetivo principal do Programa é o de melhoria das condições de vida e promoção do desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável para a população da Bacia do Bacanga, especialmente aquela que vive em condições sub-humanas em áreas alagadiças ou de risco de deslizamento, sem infra-estrutura de saneamento e com reduzidas opções de geração de trabalho e renda.

A AAR pode fornecer insumos para o processo de licenciamento ambiental daqueles projetos específicos do Programa que o necessitem, já que seu conteúdo será de utilidade para a construção dos diagnósticos e identificação de impactos e mitigação dos projetos e obras de infra-estrutura urbana integrantes do Programa Bacia do Bacanga.

Para contribuir com os objetivos do programa, a AAR avaliou as alternativas de intervenção de obra e desenvolvimento econômico e social propostas, verificando seus impactos e benefícios. Os resultados obtidos são apresentados neste relatório.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 48

1. DESCRIÇÃO DO PROJETO

O objetivo do Projeto de Aperfeiçoamento da Governanç a Municipal e da Qualidade de Vida de São Luís é melhorar a provisão de serviços públicos para os moradores da Bacia do Bacanga, no Município de São Luís e aperfeiçoar a capacidade do governo municipal de promover o desenvolvimento econômico local e a gest ão municipal.

Projeto proposto apresentará uma estratégia integrada, um conjunto de intervenções sociais, de infra-estrutura, e de geração de emprego e renda na Bacia do Bacanga, onde vivem cerca de 200.000 habitantes de São Luís. A região do Bacanga tem importância estratégica, pois ocupa a área entre o centro da cidade, o porto e o distrito industrial (onde estão sediadas a CVRD, a Alumar e outras indústrias importantes). A vibrante atividade econômica do porto e das indústrias do seu entorno, e os planos de expansão de ambos, estão gerando pressão para a ocupação da Bacia do Bacanga por pessoas não qualificadas de baixa renda, sem planejamento, sem infra-estrutura ou serviços adequados. Um dos objetivos do projeto proposto do Banco é ordenar e planejar essa pressão e melhorar a qualidade de vida dos habitantes de baixa renda que já vivem na região.

O Projeto constitui uma primeira fase de intervenções na bacia, e funcionará como uma experiência piloto de abordagem integrada da gestão urbana em áreas subnormais do Município, de forma a propiciar uma melhor qualidade de vida à população a partir de ações como: (i) implantação de sistemas de esgotamento sanitário; (ii) recuperação e complementação de canais de drenagem que se encontram em alto estágio de degradação; (iii) melhoria do sistema de gestão de resíduos sólidos; (iv) ampliação da cobertura do sistema de abastecimento de água; (v) retirada de famílias de baixa renda das áreas de risco e das faixas de manutenção dos canais de drenagem; (vi) urbanização de áreas carentes de infra-estrutura; (vii) apoio ao planejamento urbano e à implementação da política ambiental municipal.

O Projeto também inclui iniciativas voltadas ao fortalecimento da gestão municipal, de modo a melhorar a implementação de políticas públicas municipais, estaduais e federais voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população. Sua execução contribuirá para a modernização da atuação do governo municipal, bem como incentivará ações que permitirão o melhor direcionamento do desenvolvimento econômico local de todo o município, a partir da dinamização do ambiente de negócios, da exploração das potencialidades existentes, bem como a geração de emprego e renda - em uma proposta de atuação focada na bacia hidrográfica do rio Bacanga.

O Projeto foi estruturado em três componentes principais:

(1) Fortalecimento da Gestão Municipal e Desenvolvimento Econômico Local

DEL

(2) Saneamento Básico

(3) Urbanização e Meio Ambiente

A seguir apresenta-se o Quadro Geral de Usos e Fontes e a descrição de cada componente e sub-componente.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 49

Usos e Fontes (US$)

Componentes e Subcomponentes BIRD PMSL Total

I - Fortalecimento da Gestão Municipal e Desenvolvimento Econômico Local - DEL

6.220.000

6.220.000

1.1. Apoio ao Aumento da Competitividade do Município

450.000 300.000

1.2. Geração de Emprego e Renda 1.350.000 500.000

1.3. Adequação Fiscal e Gestão Pública 470.000 250.000

1.4. Implementação do Programa 3.950.000 3.500.000

II Saneamento Básico 12.716.211 16.242.350 28.958.561

2.1. Abastecimento de Água 511.369 1047.054 1.567.243

2.2. Esgotamento Sanitário 3.491.711 5.517.566 9.009.276

2.3 Drenagem e Resíduos Sólidos 6.828.132 9.677.730 16.105.863

2.4 Supervisão de Obras 850.000 850.000

2.4. Gestão em saneamento 1.035.000 1.035.000

III Urbanização e Meio Ambiente 13.886.476 5.528.464 19.414.940

3.1. Urbanização de Áreas Subnormais e Reassentamento

9.428.100 3.419.400 12.847.500

3.2. Recuperação da Barragem do Bacanga 4.381.964 2.507.976 6.889.940

3.3. Meio Ambiente 920.000 920.000

SUBTOTAL

47.476.339 28.097.101 75.573.440

Contingências (técnicas, financeiras) - 5% 1.379.725 1.590.275 2.970.000

Front-end-fee (1% sobre valor financiamento) 594.000

594.000

TOTAL 49.450.063 29.687.376 79.137.440

Percentual por Fonte de Recursos 62,49% 37,51% 100%

1.1 COMPONENTE 1 - FORTALECIMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO LOCAL

Este componente deverá apoiar: uma Estratégia de Desenvolvimento Econômico Local e Competitividade, geração de emprego e renda, aperfeiçoamento financeiro e orçamentário e implementação do projeto.

A formulação da Estratégia de Desenvolvimento Econômico Local e Competitividade

incluirá um plano DEL objetivando fornecer direções estratégicas para o desenvolvimento econômico, uma estratégia competitiva de melhoria para os Arranjos Produtivos Locais (clusters) mais importantes; simplificação dos processos de negócios (fazendo Negócios) e do Placar Municipal ( Municipal Balance ScoreCard )2; e

2 Nota do Tradutor: O Municipal Score Card (MSC) é um relatório elaborado pelo escritório de Assistência Técnica para a América Latina e Caribe da Corporação Financeira Internacional (IFC) do Grupo Banco Mundial que busca entender e medir as barreiras burocráticas a nível municipal que afetam o clima de negócios, restringem os investimentos e dificultam a atividade comercial.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 50

desenvolvimento de pólos de inovação tecnológica focalizando na provisão de assistência técnica e serviços e apoio às PMEs em setores selecionados e críticos.

O apoio à geração de emprego e renda

será fornecido pelas atividades de

financiamento para promover a criação de emprego para os hab itantes de baixa renda, em particular aqueles que vivem na área foco do projeto (Bacanga), e dando assistência técnica à Secretaria Ajunta de Geração de Emprego, Trabalho e Renda.

Aperfeiçoamento Financeiro e Orçamentário

para promover uma revisão das estruturas institucionais e de legislação relativas à área financeira e orçamentária, fortalecer os sistemas de planejamento, orçamento, administração financeira, contabilidade e controle interno; assistência técnica na formulação do orçamento, gestão de recursos humanos em áreas de orçamento e finanças; treinamento em gestão financeira e orçamentária; assistência técnica na formulação e execução do orçamento; e divulgação de informações fiscais.

Por último, o apoio à implementação do projeto

será fornecido para fortalecer a Unidade de Gerenciamento do Projeto (UGP) e apoiar o monitoramento e avaliação do projeto.

1.2 COMPONENTE 2 - SANEAMENTO BÁSICO

O Componente atuará de forma integrada em uma área da Bacia do Bacanga que apresenta grandes deficiências de infra-estrutura de saneamento e pontos de grande insalubridade, envolvendo oito bairros localizados a montante da barragem do Bacanga

Via Embratel, Campo UFMA, Sá Viana, Pindorama, João Paulo, Filipinho, Coroadinho, Sacavém, beneficiando diretamente uma população de aproximadamente 70.000 habitantes..

A área de atuação do projeto foi escolhida a partir da prioridade estabelecida pelo próprio governo municipal, com respaldo nos diagnósticos e nos estudos de concepção e de viabilidade técnica, econômica e ambiental elaborados no âmbito da preparação do Projeto, possuindo como características principais:

mais de 90% das famílias com renda abaixo de 2 salários mínimos;

grande deficiência do sistema de drenagem de águas pluviais, agravada pelo acúmulo de lixo disposto de forma inadequada, o que levou à existência de áreas altamente insalubres, que representam graves ameaças à saúde publica;

menos de 30% da população é atendida com rede de coleta de esgotos;

inexistência de tratamento de esgotos sanitários;

fornecimento de menos de 40% do abastecimento per capita diário de água;

graves problemas de gestão de resíduos sólidos;

aproximadamente 750 famílias vivem em áreas de alto risco de inundação;

o saneamento básico inadequado contribui para deterioração da qualidade da água do lago da Barragem do Bacanga.

As intervenções de saneamento básico do Projeto deverão melhorar a drenagem de águas pluviais, os sistemas de abastecimento de água e serviços de esgotos das áreas alvo, bem como a elaboração de medidas pilot o de gestão de resíduos sólidos.

1.2.1. Sistema de Abastecimento de Água

A solução proposta partiu da conclusão obtida no diagnóstico técnico, onde se constatou que a vazão atualmente disponibilizada para a Bacia do Bacanga é superior à demanda para o atendimento de 100% da população no horizonte do plano, desde

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 51

que se tenham ações que proporcionem redução das perdas na distribuição e que garantam a produção dos sistemas atualmente existentes.

Assim, não será necessário ampliar o sistema de produção, mas somente a melhoria do sistema de produção, composto pela barragem do Batatã e Estação de tratamento de Água ETA do Sacavém, e ampliação do sistema de distribuição.

Intervenções da Companhia de Água Esgotos do Estado do Maranhão - CAEMA

.De acordo com uma minuta de acordo a ser firmado entre o Governo Municipal e a CAEMA, a concessionária se responsabilizará pelas obras necessárias à melhoria do sistema produtor e de tratamento, que incluem o aumento da altura da barragem, a recuperação das instalações da ETA Bacanga e da barragem Batatã e intervenções nas adutoras da margem direita, além da setorização da rede, de forma a melhorar as zonas de pressões. Essas medidas permitirão ampliar a capacidade do sistema de 260 L/s para 500 L/s, suficientes para universalizar o atendimento dentro do horizonte de projeto, com água em quantidade e com qualidade exigidas pela legislação vigente. Os reservatórios existentes serão utilizados sem necessidade de ampliação do volume de água estocada.

Intervenções do Projeto

As intervenções previstas no Projeto consistem da redução do número de poços tubulares profundos na área, de 69 para 6; a expansão do sistema de distribuição de água para as áreas não atendidas - principalmente na margem esquerda da bacia; ampliação do número de ligações medidas por hidrômetros

há uma necessidade estimada de 71 mil hidrômetros; instalação de equipamentos para controle de perdas (macro-medidores) e de automação e otimização do sistema; reabilitação da estrutura de concreto e da ponte metálica que sustenta a adutora de 900 mm, na barragem do Bacanga.

O Projeto também apoiará um Programa Piloto de Controle de Perdas na Bacia do Bacanga, a ser implementado pela CAEMA por meio de: (i) melhorias das estruturas físicas do Sistema de Abastecimento de Água; (ii) aquisição de equipamentos; (iii) reestruturação das unidades gerenciais responsáveis pelo sistema, incluindo a implementação de rotinas adequadas de operação e manutenção, visando, assim, garantir a sustentabilidade operacional das ações de saneamento previstas no âmbito do Programa.

1.2.2. Sistema de Esgotamento Sanitário

As intervenções de esgotamento sanitário deste componente vão implementar a primeira fase da estratégia de coleta, tratamento e disposição final para toda a Bacia do Bacanga.

O sistema de esgotamento sanitário proposto para a Bacia do Bacanga compreende duas situações distintas:

(i) intervenções da margem direita onde já existem redes implantadas e uma Estação de Tratamento de Esgotos

ETE do Bacanga que funciona com capacidade ociosa por falta de interceptores As intervenções nessa margem já tem projeto executivo e serão atendidas por investimentos da CAEMA; (ii). para a margem esquerda, foi desenvolvido estudo de concepção com análise de alternativas para identificação da melhor solução para o esgotamento sanitário.

a) Sistema de Esgoto da Margem Direita (investimento CAEMA)

O sistema existente é composto por 106,21 km de redes coletoras, 5 estações elevatórias e 21.689 de ligações prediais. Os esgotos coletados são tratados na ETE

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 52

Bacanga, construída em 2002, que tem capacidade nominal de 300 L/s e está operando com cerca de 20% da sua capacidade por causa do sistema insuficiente de interligação da rede com a ETE.

A estratégia de tratamento na bacia prevê a ampliação das redes de coleta e a construção de estações elevatórias e interceptores que alimentarão a ETE Bacanga.

A CAEMA está negociando um financiamento junto ao Governo Federal, através do Ministério das Cidades, dentro do Programa Aceleração Crescimento - PAC, para a ampliação do sistema para os bairros situados na margem direita da bacia.

As intervenções propostas para os bairros Coroadinho e Pindorama na margem direita são as seguintes:

Implantação de 11,6 kms de rede coletora;

Implantação de 1 elevatória e linha de recalque para nova área a ser esgotada (sub-bacia CC);

Implantação de 2 linhas de recalque (interceptores) interligando áreas já esgotadas ao sistema CAEMA;

Implantação de 600 kits sanitários;

Realização de 2.040 ligações.

b) Sistema de Esgoto da Margem Esquerda

A população de projeto a ser atendida para o sistema proposto para a margem esquerda corresponde a cerca de 99.000 habitantes no ano 2005 e 149.000 habitantes no horizonte do Plano (2030).

O sistema de coleta compreende a implantação de ramais condominiais com 199.427 metros, rede pública convencional com 85.469 metros, coletores -tronco e interceptores com extensão total de 12.370 m, e 12 EEE estações elevatórias

Todo o esgoto coletado na margem esquerda será encaminhado para tratamento na ETE Bacanga juntamente com os esgotos coletados na margem direita. Para tanto são previstas ampliações nesta ETE.

A ETE Bacanga é constituída de um Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - UASB seguido de desinfecção por ozonização lançando seus efluentes no estuário a jusante da Barragem. Este processo de tratamento apresenta baixos custos de implantação e de operação, simplicidade operacional e remoção de poluentes compatível com os corpos receptores.

1.2.3 Sistema de Drenagem Pluvial e Resíduos Sólidos

O sistema de drenagem pluvial proposto visa minimizar os riscos de inundação a que as populações envolvidas estão sujeitas, diminuindo os prejuízos causados por essas inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável.

As intervenções de micro e macrodrenagem se concentraram no Canal do Coroado e do Rio das Bicas, e visam tornar mais eficiente o sistema de micro e macrodrenagem já instalado na margem direita da bacia do Bacanga, mediante a recuperação dos canais urbanos e da construção das redes coletoras de águas pluviais.

As intervenções previstas compreendem:

(i) Implantação da rede coletora de águas pluviais na margem direita dentro da área de Projeto - incluindo pavimentação das áreas afetadas, adjacentes aos canais;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 53

Foto 5: das Condições precárias da drenagem

(ii) Melhoria do funcionamento hidráulico dos canais urbanos do Coroado e do rio das Bicas, diminuindo os riscos das áreas inundáveis, para um Tempo de Recorrência (TR) de 25 anos;

(iii) recuperação de áreas de preservação permanente - APPs, melhorando a qualidade das águas que chegam ao lago do Bacanga e diminuindo as áreas degradadas na margem direita do lago.

Com relação aos resíduos sólidos, a estratégia adotada foi a de adoção de melhoria emergencial do serviço de coleta na bacia do Bacanga e o apoio à Prefeitura na preparação de Plano Diretor de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para todo o município de São Luis..

Como medidas emergenciais para a Bacia do Bacanga, estão previstas as seguintes ações: (i) limpeza manual dos canais; (ii) limpeza e desobstrução das bocas de lobo; (iii) desobstrução das galerias; (iv) melhoria e ampliação do sistema de coleta e transporte dos resíduos.

Adicionalmente, no componente de Urbanização e Meio Ambiente consta a preparação e implementação de Plano de Educação Sanitária e Ambiental.

1.3 COMPONENTE 3 URBANIZAÇÂO E MEIO AMBIENTE

O componente incluirá três sub-componentes: (i) urbanização de áreas informais e reassentamento; (ii) reabilitação da Barrag em do Bacanga; e (iii) Meio Ambiente.

1.3.1. Urbanização de Áreas Informais e Reassentamento

A urbanização focalizará em melhorias das áreas urbanas públicas nas comunidades de baixa renda localizadas na área alvo da Bacia do Bacanga, por meio da provisão seletiva de infra-estrutura urbana, saneamento básico, e reassentamento de famílias que vivem em áreas de alto risco, propensas a inundações ou de ameaça ambiental. As principais intervenções de desenvolvimento urbano a serem executadas no Projeto incluem:

Estabelecimento dos limites legais para a ocupação urbana na Bacia, como forma de preservar e permitir a revegetação das áreas de interesse ambiental, intervindo para eliminação das áreas de risco e inibição de novas ocupações;

Reassentamento de aproximadamente 750 famílias que vivem em áreas de risco, como as áreas passíveis de alagamento às margens da barragem, áreas insalubres em função do nível de umidade e de famílias alocadas dentro da faixa de manutenção dos canais de drenagem. O reassentamento buscará locais dentro

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 54

ou nas imediações da área de intervenção atendendo ao disposto na Política do Banco para Reassentamento Involuntário (OP 4.12);

Abertura de vias locais que permitam a melhoria da oferta de serviços públicos na área;

Instalação de espaços públicos e equipamentos comunitários na área (praças, centros comunitários, etc.), de forma a melhorar o atendimento à população local;

Regularização fundiária para parte da população;

Outras melhorias urbanas nas áreas, de modo a aperfeiçoar a acessibilidade e as condições de vida.

1.3.2. Reabilitação da Barragem do Bacanga e Monitoramento Ambiental do Lago

Durante a preparação do Projeto a Barragem do Bacanga foi objeto de um estudo de avaliação de segurança, devido a: (i) relevância das operações no lago e de seus efeitos nas inundações das áreas marginais e na qualidade das suas águas; (ii) o seu uso, como importante parte do sistema viário, ligando a cidade ao Porto; e (iii) as visíveis condições precárias da barragem.

A avaliação indicou as seguintes conclusões principais: (a) deterioração do sistema de comportas (b) deterioração da estrutura de sustentação das comportas e da estrutura do vertedouro; (c) erosões sub-aquáticas próximas à estrutura das comportas.

Diante do cenário apresentado, o Projeto prevê:

Recuperação estrutural e dos equipamentos eletromecânicos da Barragem do Bacanga, o que descartará o risco de ruptura e permitirá a operação diária;

Definição das regras de operação da Barragem, que equilibra o objetivo de controle das cheias e o objetivo ambiental de minimizar a poluição no lago;

Adicionalmente, em função das condições de qualidade das águas do lago Bacanga, o Projeto também prevê:

Monitoramento da qualidade de água do Lago, avaliando os resultados das ações do Projeto e possibilitando um planejamento adequado das ações de controle da poluição;

Investigação da origem do lançamento do Cádmio e elaboração de um Plano de Controle de Emissão.

1.3.3 Meio Ambiente

O Sub-componente inclui as seguintes ações:

Implementação da Política Ambiental Municipal;

Estruturação do Sistema de Licenciamento Ambiental do Município;

Formulação e implementação de um Plano de Educação Ambiental para Bacia do Bacanga, principalmente nas áreas onde foram identificados os maiores danos ambientais e as maiores condições de insalubridade do meio, tendo como ponto focal as ações previstas no programa e a participação social;

Apoio à implantação do Plano de Manejo do Parque Estadual do Bacanga, que vem sofrendo uma forte pressão do crescimento urbano desordenado e é palco de invasões, parcelamentos ilegais, além da degradação provocada pela extração de areia e madeira, áreas de cultivo, entre outros.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 55

2. MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL

2.1 ÂMBITO ESTADUAL

2.1.1 Organização Institucional

A reforma administrativa do governo estadual em 1999 transformou o modelo administrativo institucional do Estado do Maranhão. Foram criadas gerências administrativas de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Saneamento e Saúde. Na gerência de Meio Ambiente e Recurso Hídricos foram congregadas as atividades de Controle Ambiental, Conservação e Educação Ambiental, Estudos e Monitoramento Ambiental. Mais recentemente a estrutura em vigor passou a ser a da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais SEMA.

O estado conta também com um Conselho Estadual de Meio Ambiente (COSEMA). As atividades de licenciamento e fiscalização estão afetas à gerência de Controle Ambiental, que é composta pelo Serviço de Licenciamento e Fiscalização (SLF) e pelo Serviço de Defesa dos Recursos Naturais (SDRN). Em 2001 foi iniciada a implantação de Banco de Dados do gerenciamento costeiro - GERCO e do PROÁGUA.

Quanto à estrutura institucional para a gestão de recursos hídricos, a Lei nº. 7.052/97 dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e institui o Sistema de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos encontra-se em em processo de regulamentação.

2.1.2 Licenciamento ambiental

O licenciamento ambiental é realizado tendo como base a Lei N.º.405/92

Código de Proteção do Meio Ambiente do Estado do Maranhão e o decreto que a regulamentou. Estes instrumentos legais estabelecem, entre outras, as diretrizes gerais e os procedimentos administrativos, inclusive no que se refere à avaliação de impacto ambiental, os critérios para cobrança de licenças, as atividades consideradas potencialmente poluidoras. A legislação estadual é complementada, nas suas lacunas (padrões de qualidade ambiental e padrões de emissão de poluentes, publicação de pedidos e concessões de licenças), pelas Resoluções do CONA MA.

Como programa de gestão ambiental vale mencionar o Projeto de Gestão Ambiental Integrada da Bacia do Alto Itapecuru (SPRN) do PP-G7, que tem como objetivo resguardar o Parque Estadual do Mirador. O Zoneamento Ecológico Econômico do estado foi elaborado pela EMBRAPA, e encontra-se disponível para consulta através da Internet. Outros indicadores de qualidade ambiental ainda não foram estabelecidos.

2.1.3 Avaliação Institucional

O restabelecimento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) como instância estrutural para os assuntos de meio ambiente foi um passo importante para o sistema estadual de meio ambiente, não obstante não exista referência à mesma na estrutura de governo disponível para consulta pela internet. Todas as referências de licenciamento ambiental remetem às gerencias específicas ou às Secretarias correlatas, como a Secretaria de Agricultura. Consta que a SEMA faria parte do PNLA

Portal Nacional de Licenciamento Ambiental, do Ministério de Meio Ambiente, mas as informações não estão disponíveis, porque o Estado ainda não alimentou o sistema com os dados de licenciamento necessários para divulgação e acompanhamento.

Em termos de regulamentação complementar do licenciamento, são necessários: normas técnicas de análise de projetos, procedimentos de análise de projeto, regulamentos específicos de AIA e sistematização dos procedimentos para a

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 56

participação pública. As dimensões do Estado do Maranhão e o reduzido quadro de pessoal não permitem a fiscalização sistemática do cumprimento das licenças expedidas, sendo também necessário regulamentar e implanta sistema de autocontrole ou outros mecanismos para verificar o desempenho das ações de gestão ambiental das empresas.

Parece clara a necessidade de fortalecimento institucional desse órgão, o que não se constitui em objetivo do Projeto. Entretanto, como a gestão do Parque Estadual do Bacanga está sob responsabilidade estadual, a AAR recomendou uma articulação institucional entre o Estado e a Prefeitura de São Luís, com incremento (tanto de recursos humanos e/ou materiais, quanto de instrumentos de planejamento) para os cuidados com essa área nobre e frágil do município de São Luís. Essa proposta consta do Plano de Gestão Ambiental da AAR.

2.2 ÂMBITO MUNICIPAL

2.2.1 Organização Institucional

O Instituto Municipal de Controle Ambiental - IMCA foi criado pela Lei nº. 3.720 de 10 de Setembro de 1998, com a missão de planejar, fiscalizar e executar a política de meio ambiente de São Luís de forma sustentável e participativa. Se us objetivos são os de garantir o bem estar, a qualidade de vida e as necessidades das presentes e futuras gerações compatibilizando a proteção dos recursos naturais, artificiais, culturais e do trabalho, com crescimento econômico e justiça social.

Dentre suas atribuições com interface na implantação do Programa Bacia do Bacanga estão as de: (i) Licenciar a localização, a instalação, a operação e a ampliação das obras, empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradantes ou que de qualquer forma possam causar impactos ambientais; (ii) Possibilitar estudos técnicos de interesse do zoneamento ambiental; (iii) Fixar diretrizes ambientais para elaboração de projetos de parcelamento do solo urbano, bem como para a instalação de atividades e empreendimentos no âmbito da coleta, reciclagem manipulação e disposição dos resíduos.

Em Dezembro de 2006 um conjunto importante de leis ambientais foi aprovado e sancionado no Município de São Luís. A Lei Municipal no. 4738 de Dezembro de 2006 instituiu a Política de Meio Ambiente de São Luís, criando instrumentos de controle e preservação ambiental, dentre eles o licenciamento ambiental, o zoneamento, a criação de unidades de conservação, o poder de polícia administrativa ambiental, o Conselho Municipal de Meio Ambiente

COMUMA3, o Fundo Sócio-ambiental Municipal, dentre outros. Através dessa lei também se estabelecem as bases do sistema municipal de meio ambiente, onde o órgão executivo é o Instituto Municipal de Controle Ambiental

IMCA, o COMUMA atua como organismo consultivo e deliberativo e o Fundo será o gestor dos recursos gerados no Sistema. Essa constituição está em acordo ao modelo preconizado pelo sistema nacional - SISNAMA, onde o município pode atuar concorrentemente às instancias estadual e federal, em matéria ambiental na área de sua competência.

A estrutura organizacional do IMCA é composta das seguintes instâncias:

Presidência

Assessoria Jurídica

Assessoria de Gabinete

3 Lei no. 4739/06 regulamenta as funções do COMUMA; Lei n o. 4727/06 regulamenta o Fundo Sócio Ambiental; e a Lei no. 4730/06 institui e regulamenta o licenciamento ambiental no âmbito do município .

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 57

Coordenação de Controle Ambiental

Núcleo de Informação e Geoprocessamento

Núcleo de Padronização e Controle

Coordenação de Educação Ambiental

Áreas protegidas

Agenda 21

Educação Não-Formal

Coordenação Administrativo-Financeira

Núcleo Orçamentário

Núcleo Operacional

Em termos de legislação urbanística, recentemente, foi aprovado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Rural, pela Lei nº 4669, de 11/10/2006. O objetivo definido para o Plano Diretor foi assegurar a sustentabilidade sócio-ambiental do município. Para tanto, estabeleceu diretrizes para elaboração da Política Municipal de Meio Ambiente e de Saneamento Ambiental, e definiu os limites urbano e rural e o macrozoneamento urbano e ambiental do município.

2.2.2 Avaliação institucional

Existe a intenção do Instituto de assumir de imediato suas funções de organismo licenciador, embora haja questões de fortalecimento e capacitação institucional a serem solucionadas para o pleno cumprimento de sua missão. Na sua estrutura institucional fica claro que existem lacunas a serem preenchidas, como um núcleo específico de licenciamento ambiental e estrutura independente de fiscalização e monitoramento, que muito beneficiariam o Projeto se já estivessem implantadas. O Instituto poderia se beneficiar de um plano de fortalecimento específico para o tratamento das questões referentes ao licenciamento ambiental e à gestão de áreas de conservação, que podem ser apoiadas pelo Programa Bacanga, com recursos do financiamento ora em preparação. Essa proposta consta do Plano de Gestão Ambiental da AAR.

Unidades de Conservação e Áreas Legalmente Protegidas

A ilha de São Luís apresenta inúmeras áreas de interesse ambiental por se tratar de uma região estuarina e contar com a presença de importantes biomas como a floresta amazônica, mangues e dunas. Em que pese a forte pressão antrópica ao longo dos últimos anos, ainda se observam áreas razoavelmente preservadas no município. Parte dessas áreas constitui Unidades de Conservação - UC e parte caracteriza-se como Áreas de Preservação Permanente

APP, em conformidade com a legislação ambiental.

O município de São Luis possui 4 (quatro) Unidades de Conservação, estabelecidas de acordo com a Lei Federal nº 9985, de 18/07/2000, as quais já foram descritas no relatório do Diagnóstico. São elas:

- Parque Estadual do Bancanga (UC de Proteção Integral);

- Área de Proteção Ambiental APA do Maracanã (UC de Uso Sustentável);

- Estação Ecológica do Sítio Rangedor (UC de Proteção Integral);

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 58

- Área de Proteção Ambiental APA do Itapiracó (UC de Uso Sustentável)

Dentre essas UCs, ressalta-se que as duas primeiras situam-se na Bacia do Bacanga. O empreendimento em questão não irá interferir com nenhuma das UCs.

De acordo com o Código Florestal e a Resolução CONAMA nº 303, de 20/03/2002, são consideradas APPs as áreas situadas:

I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de 30 (trinta) metros, para o curso d`água com menos de dez metros de largura;

...

II - ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;

...

III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de 30 (trinta) metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas;

IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;

...

VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive;

...

IX - nas restingas: a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da linha de preamar máxima; b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues; X - em manguezal, em toda a sua extensão;

XI - em duna

As APPs existentes no município foram identificadas e definidas como áreas de proteção integral no Macrozoneamento Ambiental estabelecido pelo Plano Diretor de São Luís, aprovado pela Lei Nº 4669, de 11/10/06. O Plano estabeleceu, ainda, a cota 5 (cinco) como linha de preamar, que define as áreas passíveis de inundação.

Constam, ainda, no Macrozoneamento Ambiental as áreas de uso sustentável, que inclui as UCs de usos sustentável, as áreas de praias, áreas de recarga de aqüíferos (áreas planas, constituídas de sedimentos arenosos, situadas entre as cotas altimétricas 40 e 60m), áreas de dunas, áreas de mananciais e fundos de vale, áreas inundáveis e de mangues, além dos Parques Urbanos Bom Menino, do Diamante e do Rio das Bicas, Parque Ecológico da Lagoa da Jansen e Sítio Santa Eulália.

2.3 ASPECTOS ADICIONAIS DA LEGISLAÇÃO FEDERAL

Analisando-se a legislação estadual e municipal, constata-se que ela não apresenta aspectos mais restritivos que a legislação ambiental federal, portanto, os procedimentos legais ambientais seguem as recomendações estabelecidas no arcabouço legal federal, o qual se fundamenta, dentre outras, nas seguintes legislações:

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 59

Lei nº 6.938, de 31/08/1981, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente PNMA;

Lei nº 9985, de 18/07/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC;

Lei nº 4.771, de 15/09/1965, que estabelece o Código Florestal, regulamentada pelas Resoluções CONAMA nº 302 e nº 303/2002;

Lei nº 9.605, de 12/02/1998, denominada Lei de Crimes Ambientais;

Resolução CONAMA nº 001, de 23/01/1986, que estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental, bem como as atividades que devem ter licenciamento ambiental;

Resolução CONAMA nº 237, de 19/12/1997, que estabelece as regras e etapas para o licenciamento ambiental e quais as atividades potencialmente poluidoras sujeitas ao licenciamento.

No que se refere aos aspectos legais ambientais, destaca-se a necessidade de cumprimento do disposto na Resolução CONAMA nº 357/2000, de 17/03/2005. que trata da classificação dos corpos hídricos especialmente em relação aos limites dos parâmetros definidos para a classe de enquadramento do Lago Bacanga.

O Art.42 dessa Resolução estabelece que as águas salinas e salobras serão consideradas classe 1, enquanto os corpos d água não forem enquadrados. Para as águas salinas e salobras, essa classe de enquadramento destina-se à recreação de contato primário (conforme Resolução CONAMA no 274/2000), à proteção das comunidades aquáticas, à aqüicultura e pesca. Para as águas salobras, a classe 1 destina-se, ainda, ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado, e à irrigação de hortaliças, parques, jardins, onde seja possível o contato direto.

Aspectos legais relacionados ao Patrimônio Histórico e Cultural

A preservação de sítios e monumentos do patrimônio histórico e cultural deve receber cuidados especiais, devendo ser atendida a legislação pertinente e, caso haja interferência do empreendimento com estes sítios, deve ser obtida a autorização necessária antes da fase de implantação do empreendimento.

Dentre outras, destacam-se as seguintes legislações pertinentes:

Decreto

Lei nº 25/1937 - Organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Lei Federal nº 3.924/1961 - Dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos

Portaria IPHAN nº 07/1988 - Trata da autorização para realização de levantamentos arqueológicos

Portaria IPHAN nº 230/2002 - Trata de levantamentos arqueológicos de campo para obtenção de licenças ambientais.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 60

2.4 ATENDIMENTO AS POLÍTICAS OPERACIONAIS E SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL

As diretrizes legais e institucionais utilizadas para a avaliação ambiental dos componentes do Projeto incluem, além da legislação ambiental em vigor, as Salvaguardas e Políticas Operacionais do Banco Mundial, como se descreve.

Neste Projeto são relevantes as salvaguardas referentes a: 4.01, Avaliação Ambiental; 4.04, Preservação de Habitat Natural; 4.11, Propriedades Culturais; 4.12, Reassentamento Involuntário, e 4.37, de Segurança de Barragens.

Avaliação ambiental (4.01)

O programa é objeto de Avaliação Ambiental Regional obedecendo às diretrizes do Banco para projetos de categoria A. Contempla intervenções relacionadas com (i) a reqüalificação urbana e ambiental da bacia do Bacanga, numa área equivalente a 10.000ha. e (ii) ações de desenvolvimento social e institucional. As medidas mitigadoras dos impactos negativos estão incluídas em um Plano de Gestão Ambiental, contendo os custos associados, as responsabilidades pela sua implantação e os cronogramas de implantação.

Habitat Naturais (4.04)

O Programa inclui a intervenção em ecossistemas importantes, de parque natural, área de mangue e lago artificial, acionando esta salvaguarda, onde serão consideradas as interferências nos ambientes naturais afetados.

Reassentamento Involuntário (4.12)

A reqüalificação das áreas de risco, ademais das diversas obras de drenagem, esgotamento sanitário e readequação do sistema viário na bacia do Bacanga implicarão no reassentamento de população em áreas de risco de inundação e áreas úmidas - solos hidromórficos. Foi proposto um Marco Conceitual da Política de Reassentamento aprovada pelo Banco, que será o condutor dos projetos executivos de reassentamento a serem desenvolvidos quando da execução do Programa, para um universo de 750 famílias a serem reassentadas.

Segurança de Barragens (4.37)

essa salvaguarda é acionada pela existência da barragem do lago Bacanga, operada sob responsabilidade do estado do Maranhão. Para garantir seu cumprimento, a PMSL contratou um painel independente de especialistas, que apontaram a gravidade da situação atual de deterioração da barragem e do sistema de comportas. Os custos de recuperação foram inseridos no Projeto.

Proteção ao Patrimônio Cultural (11.03)

Parte importante da cidade de São Luís foi considerada como patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Apesar do Programa não contemplar intervenções nessa área da cidade, essa salvaguarda é acionada para garantir que as intervenções previstas cumpram com as recomendações do Banco eventualmente incidentes. Nesse sentido, o Plano de Gestão Ambiental contempla um programa de controle ambiental de obra e demais ações necessárias a prevenir eventuais interferências.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 61

3. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL REGIONAL

3.1. MEIO SOCIOECONÔMICO

O Maranhão, assim como a quase totalidade do território brasileiro

à exceção de

alguns estados como o Piauí e, evidentemente, aqueles que não são banhados pelo Oceano Atlântico - foi historicamente ocupado a partir de seu litoral, nele concentrando-se não apenas sua população, mas, também, as principais atividades econômicas nele desenvolvida. Dessa forma, a ilha de São Luís acabou por concentrar a maior quantidade de população do Estado assim como suas atividades econômicas mais importantes, o que acaba por concentrar, também, uma quantidade significativa de questões ambientais e de problemas sociais, decorrentes do modelo de desenvolvimento econômico que acabou sendo implantado no Estado e na região do município de São Luís.

3.1.1 O Município de São Luís

São Luís é a capital do estado nordestino do Maranhão, o mais pobre do Brasil. A cidade está situada na Ilha de São Luís, parcialmente coberta pela floresta amazônica. A ilha é, na verdade um arquipélago de 62 ilhas abrigando uma extensão de 720 km2

de terra e mais 150 km2 de manguezais. O arquipélago abriga a região metropolitana de São Luís, que se divide em quatro municípios, com uma população total de mais de um milhão de habitantes, dos quais mais de 900.000 residem no município de São Luís. Devido à sua localização, entre a Amazônia e a região semi-árida, São Luís abriga um grande número de migrantes que fugiram da seca e da fome do sertão. A população do município cresceu 268% nos últimos 35 anos e totaliza hoje cerca de um milhão, com 40% abaixo da linha da pobreza. O IDH de São Luís era 0,778 em 2000.

Os habitantes de São Luís, tradicionalmente tiraram o seu sustento da pesca nas águas em volta da ilha e ao longo da costa litorânea (a segunda extensão de costa, entre os estados brasileiros). Recifes de corais e manguezais fornecem um habitat único para a fauna marinha. Caranguejos, camarões e um molusco chamado sururu são encontrados em abundância.

São Luís possui uma grande variedade de atividades econômicas. A cidade abriga a segunda fábrica de alumínio do mundo (Alumar), a produtora mundial de minério de ferro, (Vale do Rio Doce), e um sistema de terminais maritmos (Itaqui, Ponta da Madeira e Alumar) capazes de receber os maiores cargueiros. A diversidade da atividade econômica é caracterizada pela concentração dos serviços financeiros e industriais no município de São Luís, e atividades agrícolas e de mineração nos municípios do entorno. A infra-estrutura da ilha contém um aeroporto de médio porte, (Marechal Cunha Machado), o porto de Itaqui, estações de ônibus e de trem e dois terminais maritmos de passageiros. (um em São Luís e outro em São José de Ribamar). O acesso à ilha pode ser feito pela ponte (na estrada BR-135) ou por trem. A população de São Luís distribui-se de forma esparsa, com grandes espaços vazios entre os bairros. As maiores concentrações urbanas estão na zona c entral de São Luís e nos bairros Cohab, Maiobão, São Francisco-Renascença, Cidade Operária, e Itaqui-Bacanga. O sistema de transporte urbano opera com ônibus e vans particulares; o sistema passa atualmente por um processo de modernização e integração com outras regiões.

A taxa de desemprego de São Luís é 22%, e é atribuída à baixa qualificação da mão de obra (a média de anos de freqüência escolar é 7,7 anos). Além disso, a baixa renda media e o limitado poder aquisitivo da população local forçam as empresas a produzirem para a exportação e não para o mercado local.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 62

A provisão de serviços sociais nas áreas da periferia urbana é muito precária

com

impactos negativos sobre a qualidade de vida. As oportunidades de trabalho para os trabalhadores não qualificados são limitadas. Se o governo municipal não agir, com intervenções cuidadosamente planejadas, administradas e integradas, a qualidade de vida e as condições sanitárias e ambientais dessas áreas periféricas tendem a se agravar, já que São Luís continua a experimentar uma expansão urbana descontrolada. A população do município cresceu à taxa de 5.4% nos anos setenta, e 4.1% nos anos oitenta. Embora a taxa de crescimento tenha caído para 2.7% na década de 1990, ela é ainda bastante superior à taxa média de crescimento do estado no mesmo período: 1.7%. Isto ainda encobre o fato de que o crescimento da população ocorre com mais intensidade nas áreas da periferia urbana.

A cidade enfrenta hoje alguns desafios sérios. A pobreza urbana, por exemplo continua a crescer (a população cresce à taxa de 2.3% ao ano, a maior parte nas áreas pobres), apesar do grande esforço do Município de promover crescimento econômico e geração de empregos. Em 2003 o PIB per capita de São Luís era de R$5,470 por ano (ou R$456 por mês). O PIB é menor do que o da maioria das capitais brasileiras e, na classificação geral, a cidade ocupa o 2,394o lugar dentre os 5,565 municípios brasileiros. O PIB local também tem crescimento mais lento do que média de outras capitais nordestinas. O PIB per capita da cidade cresceu em 25,2% entre 2000-2003, comparado ao crescimento per capita de 35.2% em nível nacional.

3.1.2 A Bacia do Rio Bacanga

A bacia do Bacanga, foco deste Projeto, é a maior bacia hidrográfica situada inteiramente dentro da ilha, ocupando 130km2 e abrigando mais de 230.000 dos habitantes do município. Apesar da pressão exercida pela ocupação urbana informal, a bacia ainda possui 80% de cobertura vegetal. A Bacia do Bacanga é uma área importante em termos de atividade econômica, bem como de recursos naturais e humanos. A área abriga o centro histórico da cidade e a principal região industrial, o Parque Estadual Bacanga (onde está localizado o reservatório que produz 10% da água potável de São Luís) bem como um alto percentual da população de baixa renda da periferia do município.

Para atenuar os efeitos das grandes variações de maré dentro da bacia e permitir a ligação rodoviária de São Luis com o porto do Itaqui, o governo estadual construiu, nos anos 70, uma barragem com comportas próxi ma à foz do rio Bacanga.. Essa barragem permitiu a formação de lago artificial com área de drenagem de 86 km2 e com uma população atual de cerca de 200.000 habitantes

Se o sistema de comportas fosse operado de maneira apropriada, com os equipamentos corretos, ele controlaria os níveis da água, permitindo o fluxo e refluxo da maré dentro do lago, regulando o nível até a cota 4 metros.

As condições de decadência do sistema de comportas e a sua operação inadequada ao longo dos anos resultaram na ocupação urbana descontrolada das áreas de drenagem do lago, em cotas inferiores às originalmente planejadas (4 metros). Boa parte da ocupação ocorre entre as cotas de 4 e 1,5 metros. Partes das áreas urbanas marginais ao lago estão sujeitas a inundações freqüentes, devido aos efeitos cumulativos das chuvas intensas na bacia e das condições operacionais das comportas. A situação das comportas resulta na falta de troca de águas do sistema lago estuário comprometendo significativamente a capacidade do lago de assimilar a matéria orgânica agravando a degradação da qualidade de suas águas associada à poluição por esgotos doméstico e industrial.

A distribuição da população nesse trecho da bacia ocorre de forma desequilibrada, em altas densidades na margem direita do rio Bacanga, patamares médios no rio das

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 63

Bicas, até se tornar rarefeita em alguns segmentos da margem esquerda. No cômputo geral as duas margens se equivalem na participação demográfica, sendo a parcela sul (margem esquerda) a mais populosa com 51% do total.

A ocupação da bacia de acordo com distribuição espacial das tipologias habitacionais reflete a cronologia de ocupação do território. As estruturas mais duráveis se concentram nas áreas mais interiorizadas, enquanto que nas parcelas em expansão vão se tornando mais precárias na mesma medida da formação de periferias. Algumas residências encontram-se assentadas sobre aterro precário em área úmida, o que ocorre nos bairros de Sá Viana e Embratel, assentadas entre as cotas 1 e 2, onde se convive com a freqüência de inundações; e no Coroadinho e Sacavém situadas no interior das bacias de acomodação do rio das Bicas (salinas), nas águas retidas pelo sistema inadequado de drenagem.

No processo de urbanização das áreas lindeiras ao lago do Bacanga verifica-se a ocorrência de duas situações: (i) a margem direita do lago, desde o centro até o rio da Bicas, que se inicia com as áreas de urbanização consolidada, com densidades próximas da saturação, tornando-se menos densa na medida em que se aproxima do Sacavém, porém em franca expansão; e (ii) as áreas mais rarefeitas da margem esquerda, cuja dispersão só é rompida no bairro de Anjo da Guarda, já mais consolidado. Boa parte desses assentamentos sofre com a constante ameaça de inundações provocadas pela operação das comportas do lago conjuntamente com incidência de chuvas ou devido ao represamento nos sistemas de drenagens existentes principalmente no rio das Bicas; com o alagamento freqüente de vias públicas e de áreas urbanas informais..

3.1.3 A Provisão de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotos em São Luís

A Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão - CAEMA possui a concessão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de São Luis, por meio de contrato de concessão, firmado entre o município, o Estado e a Companhia, em 07/02/1996, como um período de vigência de 30 anos. A CAEMA é uma empresa pública, constituída em conformidade com o disposto na Legislação Estadual. Os objetivos sociais da Companhia são a promoção de saneamento no Estado do Maranhão, em especial a exploração dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotos sanitários.

Atualmente, a Companhia tem uma força de trabalho de 1.638 empregados, sendo 80% na capital e 20% nas Unidades de Negócios localizadas nas cidades de Chapadinha, Pinheiro, Pedreiras, São João dos Patos, Santa Inês, Itapecuru, Presidente Dutra e Imperatriz. Dos 217 municípios do Estado, a CAEMA atende com água tratada 156 sistemas de abastecimento de água, sendo 136 em sedes municipais e em povoados.

A provisão dos serviços de abastecimento de água do Município de São Luís, embora esteja sob concessão da CAEMA, possui intervenções da Prefeitura em determinadas áreas. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos

SEMSUR, órgão municipal responsável pela ampliação e modernização da infra-estrutura urbana da cidade de São Luís-MA, mantém um contrato com uma prestadora de serviços para a operação e manutenção do sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em áreas como os bairros Coroado e Cor oadinho.

A SEMSUR é o órgão municipal responsável pela ampliação e modernização da infra-estrutura urbana da cidade de São Luís-MA, com estratégias voltadas para o desenvolvimento do município e o bem-estar sustentável da população. Compete ao órgão a limpeza das vias e logradouros públicos pavimentados (varredura manual) e

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 64

não pavimentados (capinação, raspagem de terra), além da limpeza de monumentos, galerias e bocas de lobo. Ela promove a coleta de resíduos sólidos urbanos.

A Prefeitura possui rotinas de manutenção preventiva e corretiva diferentes das da CAEMA, que por sua vez, terá necessidade de receber os cadastros da rede dessas áreas. Dessa forma, existe um conflito de gestão administrativa/operacional no município, que carece de uma solução, o que está sendo negociado entre o Município e o Governo do Estado.

A CAEMA está implementando um Programa de Desenvolvimento Institucional - PDI, financiado com recursos da Caixa Econômica Federal, que vem de encontro à necessiade de modernização do órgão e à busca de maior eficiência na prestação dos serviços de saneamento. O programa promoverá a modernização do sistema e do controle de perdas do sistema, que hoje são superiores a 50%. O valor contratado com a Caixa Econômica Federal é de, aproximadamente, R$ 35milhões.

Situação do Abastecimento de Água

O abastecimento de água de São Luís utiliza mananciais superficiais e subterrâneos, e 4 grandes sistemas de produção de água se destacam, conforme está demonstrado no Quadro 2. 42% da produção de água, é oriunda de águas de poços tubulares profundos, indicando uma dependência muito forte do bom funcionamento dos sistemas de bombeamento desses poços.

Tabela 3.1 Sistemas Produtores de Água de São Luís

Sistemas Existentes Nome Tipo de Manancial Itapecuru Manancial Superficial Sacavém Manancial Superficial Paciência Manancial Subterrâneo

Sistemas Principais

Poços Isolados (*) Manancial Subterrâneo Olho D água Manancial Superficial Sistemas Isolados Maiobão Manancial Superficial

(*) São utilizados no sistema 299 poços localizados nas mais diversas áreas

Tabela 3.2 Resumo dos Sistemas Produtores de Água de São Luís

Sistema Produtor: Resumo Descrição m3 / mês L / s %.

Captação Superficial 5,749,653 2,218 58% Captação Subterrânea 4,222,244 1,629 42% Total Mensal 9,971,897 3,847 100%

Qualidade da Água. A água utilizada para o consumo humano necessita de um controle de qualidade rigoroso, cujos padrões são estabelecidos pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde (água potável) e a resolução da CONAMA 357/2005 (água bruta). O controle de qualidade da água fornecida da capital e dos 155 municípios, onde a CAEMA opera, é feito no laboratório central localizado no Sistema Sacavém. Técnicos e laboratoristas realizam o monitoramento físico químico e bacteriológico da água, através de coletas e análises da água.

Entretanto, um dos maiores problemas enfrentados pelo município de São Luís atualmente é a poluição de seus mananciais superficiais e subterrâneos. Essa poluição, de origem antrópica, decorre do uso e ocupação desordenada do solo, sendo identificadas como principais fontes: (i) lançamento de efluentes domésticos a céu aberto; (ii) canalização direta de esgotos para cursos d'água sem prévio

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 65

tratamento; (iii) precariedade das soluções individuais de esgotamento, notadamente o uso de fossas; (iv) inexistência de soluções sistêmicas e de grande abrangência para a coleta e tratamento dos esgotos gerados.

O lançamento de esgotos domésticos, hospitalares e industriais in natura nos cursos d água e nos mangues, bem como a deposição de lixo em suas margens, provocam alterações na dinâmica desses recursos hídricos a na produtividade dos manguezais, com conseqüências que vão desde o aumento de DBO e o aparecimento do processo de eutrofização até a contaminação da fauna aquática por agentes patogênicos e metais pesados, além da diminuição dos recursos pesqueiros, podendo causar ainda o desaparecimento de espécies aquáticas mais sensíveis.

Como resultado dos fenômenos acima mencionados, constata-se uma transformação substancial da paisagem, com redução das áreas ocupadas pelos manguezais e conseqüente diminuição da população de espécies da fauna e da flora e comprometimento desse importante ecossistema. A redução da disponibilidade dos recursos naturais afeta diretamente a população de baixa renda, que tira seu sustento de atividades relacionadas à pesca e ao extrativismo.

Perdas no Sistema de Abastecimento de Água. Para avaliar as perdas no sistema de abastecimento de água de São Luis, foram levantadas informações operacionais junto a diversas áreas da CAEMA. O sistema operado pela prefeitura não tem nenhum controle de perdas, já que sequer há cobrança pelos serviços prestados.

Os dados disponibilizados pela CAEMA não são suficientes para que se tenha uma avaliação clara das perdas, principalmente com o baixo índice de hidrometração e baixa confiabilidade dos hidrômetros instalados. Nos casos onde os números são confiáveis, os resultados indicariam a perda de 41,4% na distribuição. O nível global das perdas é alto.

3.1.4 Situação dos Serviços de Esgoto

O sistema de esgotamento sanitário existente na cidade de São Luis é composto por 5 bacias de contribuição, denominadas de Oceânica, Anil, Paciência, Bacanga e Jeniparana. O sistema existente, operado pela CAEMA, é do tipo separador absoluto, e é composto pelas seguintes unidades operacionais: 772.677 m de Rede Coletora e Coletores Tronco 39.594 m de Emissários por Recalque; 25.286 m de Emissários por Gravidade 86.756 Ligações Prediais de Esgotos; 47 Estações Elevatórias de Esgotos; 4 Estações de Tratamento de Esgotos.

O sistema implantado e operado pela prefeitura municipal, também do tipo separador absoluto, atende ao bairro Coroadinho, e abrange 53 km de redes coletoras, 4 estações elevatórias e 8.127 ligações, beneficiando um total de 37.152 habitantes. Do total de ligações prediais do sistema da CAEMA, 94% são ligações domiciliares e ou demais 6% pertencem às categorias comercial, industrial e pública. Com relação às áreas atendidas pela prefeitura não há dados disponíveis.

A maioria dos domicílios atendidos com esgotamento sanitário está localizada na área central de São Luis e nos conjuntos habitacionais mais recentes. Na orla marítima apenas o loteamento do Calhau é atendido. Segundo o censo demográfico de 2000, pouco mais da metade da população não tin ha acesso a serviços de coleta de esgotos ou redes de drenagem e lançavam seus efluentes em fossas sépticas (13,31%), fossas rudimentares (28,03%), valas a céu aberto (5,67%), diretamente em rios, lagos ou mar (1,02%).

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

SNIS entre 1995 e 2005, a população atendida pela CAEMA aumentou em 13,4%. Entretanto, os índices de atendimento com esgotos permaneceram na faixa dos 50%, indicando que os

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 66

investimentos realizados na ampliação do sistema foram suficientes apenas para atender ao incremento da população. A população rural não é servida com esgotamento sanitário, ou seja, toda a população atendida é urbana. O tratamento de esgotos em São Luís só teve início a partir de 2003 -2004.

Situação dos Serviços de Esgoto na Bacia do Bacanga. A Bacia do Bacanga abriga duas áreas distintas: a margem direita, densamente povoada, e a margem esquerda, que experimenta rápido crescimento. O atual sistema de esgotamento sanitário na margem direita da bacia hidrográfic a do rio Bacanga possui diversas áreas atendidas pela CAEMA, enquanto que não há sistema coletor na margem esquerda. Além do sistema da CAEMA a Bacia também conta com os serviços prestados pela prefeitura municipal, no bairro Coroadinho. Nas áreas onde não há redes coletoras a população faz uso de fossas sépticas, galerias de águas pluviais, lançamentos a céu aberto ou mesmo lançamento direto nos cursos de água.

A micro e a macrodrenagem coletam águas pluviais e esgotos sanitários, constituindo em um sistema unitário. Isto ocorre mesmo em locais onde existe sistema de esgotamento sanitário (rede coletora), o que indica que há uma dificuldade por parte da população de discernir os dois sistemas.

Observa-se ainda a presença de resíduos sólidos nas redes coletoras de águas pluviais, constatando-se a precariedade dos serviços de limpeza urbana e de desobstrução das galerias. Esse fato tem proporcionado o assoreamento das tubulações e a redução da capacidade de escoamento das mesmas. Outra situação que vem ocorrendo de maneira acelerada é a deterioração das tubulações de drenagem, pois são inadequadas para o escoamento de esgotos residenciais. Assim, os gases liberados dos esgotos sanitários estão corroendo o concreto das tubulações e proporcionando decomposição das suas partes superiores. Como conseqüência, praticamente todos os cursos de água que cruzam a área urbana de estudo estão com a qualidade de suas águas comprometidas, apresentando aspectos e odores fétidos, com coloração acinzentada ou até mesmo negra. O processo visível de ocupação desordenada das margens, em diversos trechos desses corpos de água. Essa situação proporciona estrangulamento da capacidade de escoamento e surgimento de processos de inundação em áreas a montante.

Outro problema identificado na margem esquerda do rio Bacanga é a presença de grande quantidade de residências abaixo da cota 2 e 1,5 m.

Diante do exposto, os principais pontos destacados sobre o sistema de esgotamento sanitário na bacia hidrográfica do rio Bacanga são:

conflito na prestação de serviços entre a prefeitura municipal e a CAEMA, agravado pelo fato da prefeitura não cobrar pelos serviços prestados;

deficiência da rede coletora de esgotos implantada na margem direita do rio e absoluta falta de redes na margem esquerda;

o sistema de manutenção das unidades existentes é precário, causando problemas operacionais constantes;

lançamentos de esgotos sanitários nos sistemas de micro e macrodrenagem, mesmo nos locais onde há redes coletoras do sistema de esgotamento sanitário; forte presença de resíduos sólidos lançados nos canais a céu aberto, ocasionando problemas de entupimentos e exalação de maus odores, sem mencionar os riscos sanitários para a população adjacente;

ocupação urbana abaixo da cota de inundação 2 m

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 67

3.1.5 A Situação da Drenagem de Águas Pluviais na Bacia do Bacanga

O atual sistema de manejo de águas pluviais na margem direita da bacia hidrográfica do rio Bacanga possui seis sub-bacias com macrodrenagem implantada e dessas, apenas três com microdrenagem executada. As principais sub-bacias hidrográficas com macrodrenagem implantada são: Canal Salinas / Rio das Bicas, Canal Coroado, Canal Areinha, Coletor Dagmar Desterro e Canal Macaúba. As sub-bacias identificadas com microdrenagem implantadas foram Dagmar Desterro, Areinha e Macaúba. Somente os canais Coroado e Macaúba possuem revestimento em concreto armado, sendo que os demais possuem margens escavadas no terreno natural. Com exceção do Dagmar Desterro, que possui tubulação enterrada, todos os demais canais possuem seções a céu aberto. A micro e a macrodrenagem coletam águas pluviais e esgotos sanitários, constituindo em um sistema unitário. Tal fato ocorre mesmo em locais onde existe sistema de esgotamento sanitário (rede coletora).

A margem esquerda da bacia hidrográfica do rio Bacanga caracteriza-se por uma expansão urbana em crescimento, implicando na carência de infra-estrutura de saneamento básico, notadamente a inexistência de sistemas de micro e macrodrenagem. Assim, o manejo de águas pluviais na área é realizado de forma precária, com escoamento superficial principal seguindo para talvegues naturais, carreando resíduos sólidos, esgotos sanitários e partículas de solo (carência de revestimento de vias de acesso e calçamentos).

A prestação dos serviços de drenagem urbana do município de São Luís pertence à prefeitura municipal, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos

SEMSUR. Não há rotinas adequadas de manutenção preventiva e corretiva, sendo que, como descrito anteriormente, as unidades encontram -se em precários estados de conservação, principalmente decorrente do assoreamento provocado pelo lançamento de resíduos sólidos domésticos por parte da população. O principal problema é o lançamento e conseqüente acúmulo do lixo residencial dentro das galerias e canais, acarretando um sério problema de manutenção quase impossível de ser resolvido pela SEMSUR. A Prefeitura de São Luís não dispõe de estrutura física, de equipamentos e mão-de-obra adequados para a realização da operação e manutenção das unidades existentes e muito menos para o controle operacional dessas unidades.

Os Sistemas de Drenagem Existentes. A rede viária da área de estudo compreende cerca de 370 km, dos quais cerca de 340 km correspondem às vias internas dos assentamentos em estudo. Desse total 67% da malha é pavimentada, correspondendo aos índices de 72% e 64% nos bairros das margens direita e esquerda respectivamente.

No que tange à drenagem, 23% da rede viária não dispõe de nenhuma estrutura de coleta ou destinação das águas pluviais, compreendendo 78,5 km. Adicionando-se a essa malha de ruas os segmentos somente com valetas em solo natural atinge-se o patamar de 1/3 sem dispositivos capazes de evitar erosões, perfazendo 111 km.

De forma geral, não se dispõe de qualquer tipo de planejamento global do sistema de drenagem pluvial para a bacia hidrográfica do rio Bacanga e não são todas as áreas da bacia que dispõem de serviços adequados de coleta de águas pluviais, sendo que em boa parcela das áreas urbanas observa-se o escoamento superficial das águas pluviais. Esse fato proporciona o surgimento de constantes processos erosivos.

Observa-se também uma manutenção inadequada nos pontos de coleta das águas pluviais que escoam nas vias publicas (bocas -de-lobo) sendo que em diversos locais é possível verificar suas obstruções decorrentes de lançamento de resíduos sólidos por parte da população ou até mesmo por destroços provenientes da destruição das suas próprias tampas.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 68

Para agravar essa situação observa-se a ocupação desordenada das margens de diversos trechos desses córregos. Essa situação proporciona estrangulamento da capacidade de escoamento das águas causando inundação em áreas a montante.

3.2 MEIO FÍSICO

3.2.1 Geologia

A Ilha de São Luís está localizada na porção Sudeste da Bacia Sedimentar de São Luís, que é caracterizada pela ocorrência de rochas sedimentares dos períodos Cretáceo, Terciário e Quaternário.

Especificamente a porção Noroeste da Ilha de São Luís, onde está assentada a cidade de São Luís, observa-se a presença dos sedimentos aluvionais (Quaternário), representados pelos depósitos de praia e pós-praia, constituídos pelas fácies de areia quartzoza que se acumulam ao longo da linha da costa formando o cordão arenoso da Praia da Ponta da Areia; esse cordão se liga com a for mação das dunas que alinhadas às praias de São Marcos até o Araçagi. Sua distribuição se estende ainda para formar o fundo da Baía e dos canais estuarinos dos rios e igarapés associados à Ilha, onde são encontradas fácies que podem variar do material arenoso ao síltico-argiloso. Na seqüência são encontrados os sedimentos da série Barreiras (Terciário), que predominam no interior da Ilha. No conjunto das feições da geologia identificadas para a área, cabe registrar um afloramento da formação Itapecuru (Cretáceo), que se destaca ao Norte, na zona litorânea aproximadamente à altura da Praia de São Marcos.

3.2.2 Geomorfologia

A Ilha de São Luís pode ser descrita como um grande retalho dos antigos tabuleiros costeiros do Maranhão, que restou entre as baías estuárias de São Marcos e de São José da grande reentrância do Golfo Maranhense. A Ilha é mal separada do continente, devido à presença alternada da planície de maré, da região de Perizes de Baixo (AB´SABER, 1987). Na Ilha predominam principalmente as seguintes formas de relevo:

Terraços dos baixos platôs, encontrados de maneira geral ao Norte da área, ocupando os patamares situados entre as zonas de planície e baixos platôs;

Formações de colinas isoladas, apresentando formas arredondadas com elevação que alcança altitudes entre 15 e 25 metros;

Tabuleiros que se estendem ao norte e ao nordeste muito pouco ondulados com altitudes que variam entre 10 e 15 metros;

Falésias, voltadas para a Baía de São Marcos, formadas pela ruptura abrupta da borda das zonas tabuliformes;

Praias, que constituem a parte inferior da planície costeira, com declive suave entre 0 e 5 metros de altitude;

Dunas, localizadas a partir da região pós-praia, com altitudes entre 5 e 25 metros;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 69

Aluviões, que correspondem aos vales das planícies flúvio-marinhas, com altitudes de 0 a 5 metros e gradiente topográfico fraco, permitindo a formação de extensas regiões de mangues.

3.2.3 Topografia

O relevo da área objeto do Programa é caracterizado, na sua maior parte, por superfícies planas, tendo-se duas situações distintas: os altiplanos e os baixios. A declividade média situa-se em torno de 10%, com ocorrências de 20% a 30% nas encostas de barreiras, em áreas de transição para os vales de depósitos aluvionais.

Conforme pode ser visualizado no mapa hipsométrico da área de estudo, a ocupação urbana se desenvolveu ao longo dos altiplanos, entretanto, verifica-se, também, a presença de ocupações localizadas em áreas de planícies e na transição destas com os altiplanos.

As planícies abaixo da cota 4 m são consideradas áreas alagáveis, assim, os assentamentos aí localizados estão submetidos a constante ameaça de inundações provocadas pela operação do lago, ou ainda, pela incidência de chuvas na bacia. Devido à baixa declividade, essas áreas apresentam dificuldade de drenagem, além da baixa consistência e resistência do solo.

Por outro lado, as encostas de barreiras, caracterizadas por material argilo-arenoso de baixa estabilidade, quando em declividades superiores a 25% constituem áreas de risco à ocupação, estando sujeitas a escorregamentos e processos de erosão quando retirada a sua cobertura vegetal.

As planícies alagáveis com presença de habitações estão concentradas em dois segmentos: nas áreas baixas de Sá Viana e Embratel e no Coroadinho / Sacavém, onde as cotas são mais altas, mas há bacias de retenção que acumulam as precipitações ocorridas na bacia (ver figura xx e xx a seguir).

3.2.4 Solos

Na Ilha de São Luís, a estrutura da geologia de origem sedimentar constitui fator determinante das características pedológicas que se distribuem seguindo as formas principais do relevo. As superfícies tabulares originais, com formas pouco alteradas, apresentam solos superficiais, de composição predominante arenosa, com baixa participação percentual de silte e argila mineral (Latossolo Amarelo LA ). As colinas com platôs estreitos apresentam solos areno-barrentos, com textura variando entre média e pesada (Latossolo Vermelho-Amarelo LVA ). As vertentes, sujeitas à ação dos processos de intemperismo, revelam extensas superfícies submetidas à laterização pela lixiviação, onde predominam os solos concrecionários indivisos (Laterita Hidromórfica LH ).

E, por último, nos vales praticamente rebaixados ao perfil de base dos seus cursos d água, são encontrados os revestimentos aluvionais mais profundos e com maior participação de matéria orgânica que cobre as margens, em seqüência se sucedendo os solos predominantemente síltico-argilosos (Caolinitas, Ilitas e Montmorilonitas) com elevadas concentrações de Halita, que revestem as planícies de marés (Solos Aluviais: Hidromórficos Indiscriminados HG e Halomórficos Indiscriminados de Mangues SM ).

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 70

Figura 3 - Ocupação de Áreas Baixas em Sá Viana

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 71

Figura 4 - Ocupação de Áreas Temporariamente Alagáveis em Coroadinho e Salin a do Sacavém Bacias Represadas

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 72

Cabe registrar também na faixa litorânea (ao norte da Ilha), associados e sobrepostos aos sedimentos terciários que constituem a série Barreiras, a ocorrência dos solos formados por sedimentos areno-quartzozos, pobres em material orgânico e excessivamente drenados, que apresentam o revestimento vegetal do tipo Dunas e Restingas, Identificados como Areias Quartzozas Marinhas AM .

No conjunto de suas características são considerados frágeis quando expostos e/ou submetidos a práticas inadequadas, o que se deve principalmente à grande sensibilidade aos processos de erosão e lixiviação, favorecidos na região pelo padrão e comportamento do clima.

3.2.5 Clima e Meteorologia

O Estado do Maranhão localiza-se na faixa de transição entre o clima equatorial e tropical, estando a porção Nordeste do Estado na faixa equatorial e o restante na zona tropical. O clima da Ilha de São Luís, segundo a classificação proposta por Köppen, é tropical do tipo AW, com verões quentes e úmidos, temperaturas médias entre 19 ° e 28 °C, pluviosidade média pouco abaixo de 2.000 mm/ano e duas estações bem definidas, chuvosa e seca, com mais de 80% das chuvas ocorrendo no verão.

Em São Luís, embora a estação das chuvas se inicie em dezembro, somente a partir de janeiro ela registra quantidade superior às necessidades potenciais. Em março e abril a precipitação alcança valores elevados, normalmente acima de 400 mm para cada mês, sendo esses os meses das enchentes, as quais causam severos danos à população e prejuízos à economia. O mês mais seco em São Luís é geralmente o de julho, com a escassez de chuvas prolongando -se até outubro.

Em decorrência da intensa insolação, a temperatura média anual é de 26,1 °C. Porém a influência de alísios de circulação local, da alta umidade e grande quantidade de nebulosidade durante todo o ano, fazem com que grande parte da região litorânea não atinja máximas diárias muito elevadas. A umidade relativa do ar apresenta média anual na faixa entre 75 a 90%.

3.2.6 Hidrologia Superficial

Na Ilha de São Luis são identificados mananciais superficiais distribuídos em uma rica malha hidrográfica com características dendríticas. As bacias fluviais são formadas pelos seguintes rios: Anil, Bacanga, Tibiri, Antonio Estures, Paciência, Batata, Bicas, Cururuca, Maracanã, Calhau, Pimenta, Jaguarema, Claro, Jeniparana, Pedrinhas, Coqueiro e Cachorros. São rios de pequeno porte que deságuam em várias direções da Ilha, em áreas de dunas e praias, a não ser os rios Anil - com 13.800 m de extensão, e o rio Bacanga - com 9.500 m, que drenam para áreas cobertas de mangues.

Os rios Anil, Paciência e Bacanga destacam-se como importantes rios locais que foram utilizados, por muitos anos, como meio de comunicação e navegação. A principal fonte de abastecimento da ilha é o Rio Itapecuru, Sistema Italuis.

O Quadro, a seguir, apresenta as características físicas dos principais corpos hídricos de superficiais da área de estudo.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 73

Tabela 3.3 - Características físicas dos Principais Corpos Hídricos de Superfície

Extensão (km) Bacia Hidrográfica

Corpo Hídrico Total

Zona

Limnética

Zona

Estuarina

Vazão Média (m3/s)

Regime

Bacanga 16,80

5,60 11,20 Perene

Bacanga (1)

Bicas 5,80 1,93 3,87 9,00

Perene Anil Anil 13,80

4,60 Perene

Prata (Jaguarema)

3,40 3,40 Perene

Claro (Seco) 2,60 2,60 Não determinado

Pimenta 2,55 2,55 Perene

Litorânea

Calhau 2,10 2,10

9,20 15,00

Perene Miritíua/Turu 7,40 7,40 0,52 Perene

Paciência (2)

Saramanta 11,50

11,50 1,81 Perene (1) Na bacia do Bacanga estão localizados ainda aos seguintes reservatórios: Batata (4.680.000 m3), Prata (54.600m3) e Mãe Izabel. (2) Zona superior da bacia do rio Paciência, incluindo sub-bacias dos rios Miritiúa e Saramanta. Fonte: Sistema de Esgotamento Sanitário da Ilha de São Luís/ Etapa 1, Estudo de Impacto Ambiental - EIA, ESSE Engenharia e Consultoria, 1998.

A Bacia do Bacanga ocupa uma superfície de aproximadamente 130 km2, formada pelo rio Bacanga e seu afluente, o rio das Bicas. A bacia do Bacanga limita-se ao norte com a Baia de São Marcos e com a bacia do Anil; ao sul, a chapada do Tirirical; a leste com as bacias do Anil, Paciência e Cachorros, e a Oeste com a bacia do Itaqui.

As principais bacias hidrográficas de São Luís apresentam problemas associados à ocupação desordenada e lançamento de esgotos in natura. Segundo estudos realizados pela ESSE Engenharia e Consultoria (1998), as bacias do Anil, Bacanga, Oceânica e Paciência possuem características que impõem a necessidade de tratamento e remoção dos principais poluentes, sob pena de comprometimento total da qualidade de vida das populações que dependem, direta ou indiretamente, dos seus recursos. A ocorrência de coliformes fecais, resíduos sólidos em suspensão e DBO é o principal problema, como mostrado no Quadro a seguir.

Quadro 6 - Principais bacias de São Luís, suas características e problemas (2000).

Características

Bacanga Oceânica Paciência Anil

População 227.344 58.410 174.869 286.997

Dens.populacional. (hab/ha) 80 28 48 74

Poluentes

DBO, resíduos sólidos e

coliformes fecais

Resíduos sólidos e

coliformes fecais

DBO e resíduos sólidos

DBO, resíduos sólidos e coli.

fecais

Fonte: ESSE Engenharia e Consultoria, 1998

3.2.7 Regime das Marés e sua Influência no Lago Bacanga

Como se sabe o rio Bacanga teve a sua ligação com o mar interrompida pela construção da barragem onde estão implantadas várias comportas (3 setores e 6 planas). Existem várias versões com relação à justificativa para a sua construção,: a geração de energia, a redução da distância ao Porto de Itaqui de 36 km para 9 km e a

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 74

formação do lago artificial para auxiliar no processo de urbanização e de saneamento da cidade.

O sistema de comportas da barragem foi concebido de modo a controlar o fluxo das marés. Se o sistema de comportas fosse operado de maneira apropriada, com os equipamentos corretos, ele controlaria os níveis da água, permitindo o fluxo e refluxo da maré dentro do lago, regulando o nível até a cota 4 metros.

As condições de decadência do sistema de comportas e a sua operação inadequada ao longo dos anos resultaram na ocupação urbana descontrolada das áreas de drenagem do lago, em cotas inferiores às originalmente planejadas (4 metros). Boa parte da ocupação ocorre entre as cotas de 4 e 1,5 metros. Partes das áreas urbanas marginais ao lago estão sujeitas a inundações freqüentes, devido aos efeitos cumulativos das chuvas intensas na bacia e das condições operacionais das comportas. A situação das comportas resulta na falta de troca de águas do sistema lago estuário comprometendo significativamente a capacidade do lago de assimilar a matéria orgânica agravando a degradação da qualidade de suas águas associada à poluição por esgotos doméstico e industrial. .ados um metal altamente tóxico, mesmo em baixas concentrações.

Para avaliar as condições de inundação das áreas urbanas adjacentes ao lago e a operação das comportas, um estudo de modelagem hidráulica foi elaborado para a operação da barragem. O estudo examinou diversos cenários de precipitação na bacia (TR de 2, 10 e 25 anos), das condições das marés, das condições operacionais dos sistemas de comportas e os efeitos desses cenários sobre o alagamento de áreas urbanas consolidadas da bacia de drenagem.

Para análise das condições das marés foram analisados dados das marés máximas (freqüência e duração), utilizando-se registros de variação das marés do período compreendido entre agosto/91 e dezembro/91, que abrange o período onde são constatados os mais altos níveis, em especial o mês de setembro.

A análise efetuada permitiu examinar diversos cenários críticos, envolvendo situações tais como:

Ocorrência de chuvas intensas na bacia e impossibilidade de descarga devido a maré alta a jusante ou eventual falha na operação dessas comportas, situação em que todo o volume precipitado na bacia ficaria retido n o lago.

Comportas da barragem totalmente abertas, onde se supõe, como ponto de partida, ser possível ocorrer a saída (total ou parcial) dos aportes por meio de descargas por essas comportas, devidamente considerados dois sub-cenários situacionais, quais sejam: (i) a incidência de maré alta a jusante das comportas e, alternativamente,(ii) de maré baixa, levando-se em conta a dinâmica da preamar e da baixa-mar.

A partir da análise dos dados de marés foram identificadas aquelas que apresentaram as maiores cotas por um período de tempo mais longo, cujos resultados estão resumidos no quadro a seguir.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 75

Tabela 3.4 - Ocorrência de Marés Altas e Permanência Máxima em Horas

Total de Ocorrências - % Sobre o Total (*)

Cotas (m) Ago Set Out Nov Dez

> 2,00 100,0% 4:4 hs

100,0% 4:4 hs

100,0% 4:4 hs

100,0% 4:4 hs

100,0% 4:4 hs

> 2,50 41,6% 3:15 hs

44,2% 3:15 hs

47,6% 3:15 hs

42,8% 3:15 hs

42,9% 3:15 hs

> 3,00 12,0% 2:15 hs

13,6% 2:15 hs

15,6% 2:15 hs

13,8% 2:15 hs

13,2% 2:15 hs

> 3,50 1,9% 0:45 hs

2,1% 0:45 hs

1,0% 0:45 hs

0% 0:45 hs

0,3% 0:45 hs

> 4,00 0,0% 0 hs

0,0% 0 hs

0,0% 0 hs

0,0% 0 hs

0,0% 0 hs

(*) o total aqui considerado refere-se à cota z = 2,00 m

A análise dos dados dessa tabela permitiu algumas conclusões importantes:

a permanência máxima acima da cota z=2,00 m é de 4 h e 25 minutos aproximadamente;

não ocorrem marés acima da cota z=4,00 m;

tomando-se como base a cota z=2,00 m, ocorrem marés acima da cota z=3,00 m em apenas 13% do tempo (média) aproximadamente, excetuando-se o mês de outubro onde esse percentual atinge pouco mais de 15%;

A maré mais alta verificada no período analisado foi de aproximadamente 3,7 m. Assim, numa situação de comportas abertas o nível do lago poderá subir até esta cota.

Em termos de características físicas do Reservatório do Bacanga, foram identificados as áreas e volumes, de acordo com a cota do nível da água, as quais constam da Tabela 3.5. Pode-se constatar a extensão da área adicional inundada entre as cotas 2,0m e 4,0m.

Tabela 3.5 Área de superfície e volume do Reservatório do Bacanga

Cota (m)

Área inundada (Km2)

Volume (106 m3)

0,0 1,465 2,366 1,0 3,767 4,962 2,0 7,56 10,645 3,0 9,539 19,194 4,0 14,084 31,005

Outrossim, com os resultados alcançados no referido estudo permitiu antever que:

é de suma importância proceder-se à recuperação do sistema de comportas da barragem do Bacanga, pois dessas depende a possibilidade de se atingir e se manter níveis mais baixos no lago, contando-se com uma velocidade operacional mais elevada e com maior segurança, respectivamente, no lago do Bacanga;

Visando maior agilidade e segurança, foi indicado que a barragem deverá ter pelo menos duas comportas segmento e seis stop-log. Assim, a recuperação da terceira comporta representa uma segurança adicional.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 76

O N.A. máximo atingido nesse lago não deverá ultrapassar 2,0 m, o que poderá acontecer com baixa possibilidade de ocorrência e durar apenas 2 ou 3 horas. Isto na hipótese de se ter uma chuva com recorrência TR = 25 anos e duração t = 3 horas, em um cenário desfavorável onde não se possa efetuar qualquer descarga para o esvaziamento do lago por impedimentos impostos pelas marés altas;

por outro lado, numa situação bastante desfavorável, as cotas máximas que poderão ser alcançadas no lago do Bacanga, face à ocorrência de chuvas intensas com recorrência TR = 25 anos, não ultrapassarão o valor z =2,3 m em um período de 24 horas em que não se possa efetuar descargas pelas comportas da barragem, partindo -se da cota inicial z = 1,00 m.

Assim, o estudo indicou a manutenção da cota do lago em duas situações distintas: (i) período de estiagem

cota até 2 metros; (ii) período de chuvas intensas

cota em 1,0 metro mantendo um volume de espera de modo a receber o volume decorrente de uma cheia com TR de 25 anos.

O estudo indicou, também, a necessidade de operação da barragem diariamente de modo a permitir m maior fluxo de troca entre o lago e a maré, buscando uma renovação de águas mais adequada no Lago.

Está previsto no âmbito do Projeto, a elaboração de Programa de Operação do Lago, que leve em consideração uma automatização dessas comportas à vista da ocorrência de níveis altos a jusante (subida de nível a jusante: situação em que as comportas deverão ser automaticamente fechadas para se impedir a intrusão das marés altas, desde que os níveis a montante estejam mais baixos) e à vista da ocorrência de níveis altos a montante (subida de nível a montante: situação em que as comportas deverão ser automaticamente abertas desde que os níveis a jusante estejam mais baixos).

3.2.8 Fontes de Contaminação do Lago Bacanga, Estuário e Costa

Diversos estudos, levantamentos e monitoramentos realizados nos últimos anos na Ilha de São Luís evidenciam que os corpos hídricos locais, principalmente os rios Anil, Bacanga e a orla oceânica estão bastante comprometidos por diferentes fontes de poluição.

Um dos maiores problemas enfrentados pelo município de São Luís atualmente é a poluição de seus mananciais superficiais e subterrâneos. Essa poluição, de origem antrópica, decorre do uso e ocupação desordenada do solo, sendo identificadas como principais fontes: (i) lançamento de efluentes domésticos a céu aberto; (ii) canalização direta de esgotos para cursos d'água sem prévio tratamento; (iii) precariedade das soluções individuais de esgotamento, notadamente o uso de fossas; (iv) inexistência de soluções sistêmicas e de grande abrangência para a coleta e tratamento dos esgotos gerados.

Por outro lado, o aterramento de áreas de mangue é um processo que vem se desenvolvendo progressivamente, devido principalmente à ocupação destas áreas por favelas, assentamentos de baixa renda e construções diversas. Essa forma de ocupação resulta em alterações profundas nas condições ecológicas do ecossistema, reduzindo sua capacidade de retenção das águas superficiais e sua produtividade biológica, comprometendo sua capacidade natural de regeneração.

O lançamento de esgotos domésticos, hospitalares e industriais in natura nas águas dos rios e mangues, bem como a deposição de lixo em suas margens, provocam

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 77

alterações na dinâmica desses recursos hídricos e na produtividade dos manguezais; as conseqüências são desde o aumento de DBO e o aparecimento do processo de eutrofização até a contaminação da fauna aquática por agentes patogênicos e metais pesados, além da diminuição dos recursos pesqueiros, podendo causar ainda o desaparecimento de espécies aquáticas mais sensíveis.

Como resultado dos fenômenos acima mencionados, constata-se uma transformação substancial da paisagem, com redução das áreas ocupadas pelos manguezais e conseqüente diminuição da população de espécies da fauna e da flora e comprometimento desse importante ecossistema. A redução da disponibilidade dos recursos naturais afeta diretamente a população de baixa renda, que tira seu sustento de atividades relacionadas à pesca e ao extrativismo.

De fato o município apresenta diversas carências de saneamento básico, haja vista que apenas 41% da cidade têm sistema de coleta de esgotos, mesmo assim lançados de forma bruta nos mananciais locais, principalmente nos rios Anil e Bacanga. É freqüente a existência de canais de efluentes a céu aberto ou o lançamento na rede de drenagem.

A coleta de lixo atende aproximadamente 70% da cidade, mas é deficiente principalmente nos bairros de baixa renda, onde se verificam aterros clandestinos e lixões, comumente localizados sobre áreas de mangue.

Como mostrado anteriormente, a Bacia do Bacanga possui a maior densidade populacional - 80 habitantes por hectare e a segunda maior população entre as bacias citadas. A ocorrência de ocupações urbanas ao longo dos rios e riachos da ilha sem o estabelecimento de uma faixa de segurança sanitária, somados ao desmatamento e à proliferação das favelas - com o aumento do lançamento de lixo e esgotos, tem contribuído para a degradação acelerada e assoreament o dos corpos d água.

A área urbanizada contribui com 14 lançamentos de esgotos industriais, o que corresponde a uma vazão de 28,3 mil m3/mês de despejos, com carga de DBO correspondente a 12,1 mil kg/mês. O Rio das Bicas, principal afluente do Bacanga - antes fonte de renda para as populações ribeirinhas, os moradores do antigo Cavaco - sofre também enorme impacto de poluição, relacionada principalmente à ocupação indiscriminada e associada ao desmatamento dos manguezais e ao assoreamento de suas margens. Hoje a navegabilidade no rio é restrita, em alguns trechos, a pequenas canoas, e a pesca, assim como a captura de caranguejo, praticamente desapareceu. O ribeirão das Bicas, segundo os moradores próximos virou depósito de lixo .

Estudo realizado pela SEMATUR, em 1991, que apresenta o diagnóstico dos principais problemas do Estado, constatou alta concentração microbiana de origem fecal nos rios Anil, Bacanga e Paciência. A tabela a seguir, extraído desse estudo apresenta alguns dos agentes poluidores identif icados nas bacias analisadas.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 78

Tabela 3.6 - Bacias Hidrográficas e Agentes Poluidores em São Luís - 1991

Bacia Hidrográfica Agente Poluidor

Paciência Copema, 1001, CAEMA, População de conjuntos habitacionais

Antonio Esteves (Caruru ou rio da Mata)

CAEMA, Pena Branca, População

Bacanga 14 indústrias, 2 hospitais, CAEMA, e bairros vizinhos

Tibirí Cervamar, Curtume Nordeste, Oleama, Distrito Industrial, Aterro da Ribeira, Indústria de Papel

Grupo Américo, Anil CAEMA, grande parte com esgotos sanitários

de São Luís, MERK Cachorros Alumar, Extração de Areia, Brahma

Fonte: Sema - Diagnóstico dos Principais Problemas Ambientais do Estado do Maranhão, 1991 apud Sema/Gerco Ma/MMA /PNMA, (1998)

3.2.10 Qualidade das Águas

A qualidade das águas do lago Bacanga é bastante variável em função da influência das marés que favorecem a diluição de diversos elementos presentes em suas águas, bem como contribui para o aumento da concentração de sais, principalmente de cloretos. Sabe-se, também, que é bastante influenciado pelo lançamento de esgotos urbanos em seus tributários resultando em elevados teores de matéria orgânica e coliformes.

Com a finalidade de se efetuar a caracterização da qualidade das águas deste lago foi realizada no âmbito da preparação do Projeto uma campanha de qualidade das águas abrangendo praticamente todos os parâmetros previstos no âmbito da Resolução 357/2005

Foram selecionados 6 pontos de amostragem, cuja localização apresenta-se no quadro a seguir.

Tabela 3.7 Pontos de Monitoramento de Água

Ponto Localização

PM1 Rio Bacanga num local que se considera como estando a montante da entrada do lago.

PM2 Lago do Bacanga, no lado oposto ao da foz do rio das Bicas e junto à margem esquerda do lago.

PM3 Foz do rio das Bicas.

PM4 Centro do lago do Bacanga.

PM5 Margem direita do lago do Bacanga, em frente à foz do canal do Areinha.

PM6 Logo a montante da barragem do Bacanga, na região próxima às comportas.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 79

Os pontos PM1, PM3 e PM5 têm a finalidade de verificar a influência dos afluentes provenientes do rio Bacanga, do rio das Bicas e do canal da Areinha, respectivamente. Com os pontos PM2 e PM4 busca -se ter uma idéia da distribuição destes afluentes e o ponto PM6, uma avaliação, ainda que preliminar, da influência da operação das comportas.

A tabela a seguir, apresenta os resultados dos parâmetros analisados nesta primeira campanha comparando-os com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 357/2005.

Tabela 3.8 - Resultados das Análises de Água do Lago Bacanga

Valores obtidos nos diversos pontos amostrados Parâmetro Limite CONAMA

PM1 PM2 PM3 PM4 PM5 PM6

Coliformes termotolerantes

2500/100mL

900 1300 24.000 8 x 101 C.cf (1) C.cf (1)

OD > 5 mg/L 6,2 6,0 6,4 6,3 6,3 6,0

pH 6,5 a 8,5 9,0 8,8 8,8 8,9 8,3 8,8

Cádmio total 0,04 mg/L Cd

0,074 0,069 0,097 0,133 0,070 0,085

Cobre dissolvido

7,8 µg/L Cu

23 18 20 33 33 20

Cromo total 1,1 mg/L Cr

0,006 < 0,0005

< 0,0005

< 0,0005

< 0,0005

< 0,0005

Fósforo total 0,093 mg/L P

< 0,10 < 0,10 < 0,10 < 0,10 < 0,10 < 0,10

Nitrato 0,70 mg/L N

< 0,02 < 0,02 < 0,02 < 0,02 < 0,02 < 0,02

Nitrito 0,20 mg/L N

< 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01

Nitrogênio amoniacal total

0,70 mg/L N

0,21 0,20 1,97 0,05 3,06 1,35

Polifosfatos (2) 0,0465 mg/L P

<0,10(3)

<0,10(3)

<0,10(3)

<0,10(3)

<0,10(3)

<0,10(3)

Zinco total 0,12 mg/L Zn

0,059 0,065 0,062 0,067 0,067 0,056

Notas:

(1) C.cf = Crescimento confluente (2) (determinado pela diferença entre fósforo ácido hidrolisável total e fósforo reativo total) (3) fósforo total

De acordo com a análise apresentada no relatório Caracterização da Qualidade da Água do Bacanga

setembro de 2005 desenvolvido no âmbito do presente Programa, alguns parâmetros apresentaram valores acima e outros abaixo das expectativas para as características desse corpo d água, sendo objeto de recomendação de investigação complementar.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 80

Dos resultados obtidos deve-se destacar a elevada concentração de coliformes termoterantes e totais, que indicam elevada contaminação por esgotos sanitários (principalmente no ponto PM3

foz do rio das Bicas) e a presença de cádmio e cobre

em concentrações elevadas em todas as amostras, suscitando, também, a necessidade de investigação adicional.

De acordo com as conclusões desse relatório, o corpo d água em questão se apresenta poluído a um nível que desaconselha o contato primário com suas águas ou sua utilização como local destinado à produção de alimentos, especialmente devido às elevadas concentrações de cádmio e de organismos coliformes

Posteriormente, a questão da contaminação por cádmio foi investigada no estudo da RHAMA Consultoria Ambiental4. Neste estudo foram mensurados além do cádmio, parâmetros físico-químicos (condutividade elétrica, pH, temperatura e oxigênio dissolvido) no estuário do rio Bacanga durante o mês de dezembro de 2006, portanto num período de estiagem e com o lago seco em sete pontos de coleta: Vala da Macaúba, Vala da Avenida Kennedy, ponte sobre o rio da Bicas, Igarapé do Coelho, rio Bacanga (médio curso), Igarapé do Gapara e Igarapé Piancó. Os resultados demonstraram que em todos os pontos de coletas amostrados do estudo, a água é imprópria para o consumo humano.

O cádmio é um componente que tem vários usos, como:

a) produtos resistentes à corrosão e dar brilho aparente em partes metálicas incluindo produtos para automóveis, aviões, partes de rádio e televisão, equipamentos marítimos, embalagens industriais (exceto alimentos);

b) pigmentos: indústria de plásticos, cerâmicas, tintas em geral e aquelas para pinturas para sinalização de estradas, rótulos de refrigerantes (p.ex. rótulo vermelho da coca-cola);

c) estabilizadores: os estereatos de cádmio são usados como estabilizadores de plásticos poli-vinil cloretos (PVC);

d) Baterias para diversos tipos de equipamentos entre os quais se destacam aparelhos de laboratórios, aparelhos médicos, de comunicação, entre outros;

e) Outros usos como: tubos de lâmpadas fluorescentes, raios X, raios catódicos, tapes fosforescentes; liga cádmio-prata (Cd-Ag), cabos telefônicos, radiadores de automóveis; componentes elétricos e eletrônicos tais como: células solares e fotocélulas, válvulas de contato nos distribuidores de automóveis, interruptores, etc.

A provável origem de contaminação de cádmio na área de estudo mencionado acima, seja do próprio lixo domestico, considerando que este metal está presente em pilhas, baterias de celulares e embalagens plásticas; e também devido a atividades potencialmente poluídas desenvolvidas na área. Dados fornecidos pela prefeitura constataram a existência de 49 oficinas de automóveis, 7 oficinas de bicicletas, 2 oficinas de motos, 21 funilarias e 6 metalúrgicas. Estes dados foram corroborados com observações in loco de uma grande concentração principalmente de oficinas de automóveis ao longo da Av. Médici e imediações, conforme mostra o mapa temático da área. Essas indústrias de serviços usam produtos químicos, os quais o cádmio é um dos componentes. Isso também corrobora com os resultados obtidos no estudo

4 Modelagem Hidrodinâmica e da Qualidade Ambiental da Água do Reservatório do Bacanga e Pesquisa Exploratória de Cádmio, RHAMA Consultoria Ambiental, Fevereiro de 2007.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 81

onde os índices mais altos de cádmio foram no rio das Bicas margeado em parte pela Av. Médici (ou dos Africanos).

Cor do marcador Tipo de serviço exercido na bacia Branco Oficina de carro Verde Oficina de bicicleta

Amarelo Metalúrgica Laranja Funilarias

Azul Oficinas de motos

Assim, de acordo com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA n° 20/86 (substituído posteriormente pela 357/05), verifica-se que os resultados apontam que as águas do rio Bacanga são consideradas impróprias para: abastecimento doméstico, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário, irrigação de quaisquer culturas, criação de espécies destinadas à alimentação humana e dessedentação de animais.

Esses dados reforçam a necessidade do equacionamento da coleta e tratamento dos efluentes urbanos, principalmente dos esgotos sanitários e do lixo doméstico, para permitir o uso sustentável dos recursos naturais oferecidos pelo lago Bacanga.

O Projeto prevê, também, um programa de investigação da origem do cádmio e a definição de ações de controle da sua emissão. Adicionalmente, deverão ser realizados em conjunto com a Universidade do Maranhão, estudos relativos à contaminação da ictiofauna.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 82

3.3. MEIO BIÓTICO

A cidade de São Luis está localizada na Ilha de São Luis e faz parte do Golfão Maranhense, onde se encontram diferentes ecossistemas como manguezais, praias, dunas fixas e móveis, rios, lagoa artificial, vegetação (ombrófila e restinga), estuários, cidades, ilhas, baías, falésias. Esta região é tipicamente estuarina, onde deságuam afluentes de bacias de grandes rios. A leste se encontra a baía de São José de Ribamar onde deságua os rio Itapecuru e a oeste a baía de São Marcos, onde deságua os rio Mearim e Pindaré. E ainda esta região possui a mais alta densidade demográfica da zona costeira do estado. Portanto, esses dois grandes sistemas estuarinos sofrem influencia antropogênica não só da cidade de São Luis, como também das atividades portuárias, industriais e daquelas situadas ao longo das bacias hidrográficas destes rios.

O rio Bacanga se situa a oeste da cidade de São Luis e pode ser considerado um su b-estuário da baía de São Marcos onde deságua juntamente com o rio Anil. Apesar de ter sua parte superior dentro do Parque Estadual do Bacanga e ainda contribuir com 30% da água consumida pela população de São Luis tem sofrido nas ultimas décadas diferentes impactos ambientais. Dentre os quais se destacam os esgotos domésticos, industriais, lixo, desmatamento e assoreamento.

3.3.1 Zoonose

As principais zoonoses que ocorrem na Ilha de São Luis são a leishmaniose, a esquistossomose e a malária. Todas são transmitidas por vetores que também são elementos da natureza (invertebrados). A leishmaniose tem como reservatórios mamíferos silvestres (marsupiais e canídeos entre outros), a esquistossomose se mantém às custa de roedores semi -áquaticos (Holochilus brasiliensis, J. M. M. Rebêlo, com. pess.), enquanto a malária o principal reservatório é o próprio homem.

Atualmente são distinguidos três ciclos de transmissão de leishmaniose: no primeiro (ciclo silvestre) a transmissão ocorre entre o mosquito flebótomo, do gê nero Lutzomyia e as raposas. Cães e o homem podem adquirir a infecção penetrando neste ecótopo; no segundo (ciclo peridomiciliar) os flebótomos transmitem a infecção ao cão, cavalo, ou burro; no terceiro (ciclo domiciliar) o cão infectado passa a ser a principal fonte de infecção para os flebótomos, que transmite a doença para o homem. A expansão da doença das áreas silvestres e rurais para a periferia urbana de São Luis tem como causa principal, a atividade humana que causam impactos no ambiente silvestre, principalmente desmatamento para os diversos fins (econômico, expansão urbana, agricultura de subsistência, etc.). As mudanças resultantes afetam os reservatórios e os vetores das doenças, devido o deslocamento da fauna (mamíferos e insetos hematófagos).

A grande área endêmica de esquistossomose na Amazônia brasileira se inicia na ilha de São Luis, continua pela baixada ocidental maranhense, segue pelo litoral do Estado do Maranhão, atravessa o Estado do Pará na zona bragantina, chegando a Belém do Pará, numa área de 700 km de extensão. A esquistossomose é transmitida pelos moluscos aquáticos do gênero Biomphalaria, tendo como reservatórios: roedores, marsupiais, canídeos, primatas e bovinos. A maioria desses animais, apesar de estarem infectados, tem pouca importância na cadeia epidemiológica, pelo fato de não eliminarem ovos nas fezes (é o caso do rato domestico Rattus norvegicus) ou tem pouco contato com a água (é o caso dos marsupiais, canídeos e primatas). Restam os roedores, do gênero Holochilus, Nectomys e Oxymycterus e os bovinos. Comprovadamente os roedores eliminam ovos viáveis nas fezes. Na região ocorre como reservatório silvestre o rato Holochilus brasiliensis. A infecção nesses animais é

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 83

de curta duração, não sendo capazes de manter um foco sozinhos, isolados do homem.

A malária que é transmitida pelo mosquito do gênero Anopheles, continua sendo a mais expressiva endemia do Estado. A área de abrangência da infecção vem se ampliando para as áreas urbanas, incluindo os municípios da ilha de São Lu is (Rebelo, 2001). O sucesso da colonização dos anofelinos e expansão das suas áreas de distribuição geográfica no Brasil dependem do ambiente, incluindo tipo de terreno, vegetação, índice de pluviosidade, temperatura e umidade relativa do ar. Em muitos casos, a expansão dos anofelinos vem sendo favorecida pelas próprias atividades do homem. O desmatamento contínuo e progressivo, superpopulação e migrações constantes dos habitantes em vistas de novas áreas de trabalho, são fatores que podem ser facilmente observados na ilha de São Luis. Os criadouros dos vetores da malaria e da esquistossomose se encontram em ambientes aquáticos, enquanto das leishmanioses se encontram na área de terra firme.Qualquer mudança nas áreas de ocorrência desses elos da cadeia epidemiológica das doenças transmitidas por vetores, deve ser devidamente planejada para prevenir ou minimizar problemas futuros.

3.3.2 Unidades de conservação

A ilha de São Luís apresenta inúmeras áreas de interesse ambiental por se tratar de uma região estuarina e contar com a presença de importantes biomas como a floresta amazônica, mangues e dunas. Em que pese a forte pressão antrópica ao longo dos últimos anos, ainda se observam áreas razoavelmente preservadas no município. Parte dessas áreas constitui Unidades de Conservação - UC e parte caracteriza-se como Áreas de Preservação Permanente

APP, em conformidade com a legislação ambiental.

O município de São Luis possui 4 (quatro) Unidades de Conservação, estabelecidas de acordo com a Lei Federal nº. 9985, de 18/07/2000, as quais já foram descritas no relatório do Diagnóstico. São elas:

- Parque Estadual do Bacanga (UC de Proteção Integral);

- Área de Proteção Ambiental APA do Maracanã (UC de Uso Sustentável);

- Estação Ecológica do Sítio Rangedor (UC de P roteção Integral);

- Área de Proteção Ambiental APA do Itapiracó (UC de Uso Sustentável)

Dentre essas UCs, as duas primeiras situam -se na Bacia do Bacanga

As APPs existentes no município foram identificadas e definidas como áreas de proteção integral no Macrozoneamento Ambiental estabelecido pelo Plano Diretor de São Luís, aprovado pela Lei Nº 4669, de 11/10/06. O Plano estabeleceu, ainda, a cota 5 (cinco) como linha de preamar, que define as áreas passíveis de inundação .

O Parque Estadual do Bacanga merece especial atenção por se tratar de uma Unidade de Proteção Integral, de acordo com o disposto na Lei Nº 9985, de 18/07/2000. Essa Unidade de Conservação tem por objetivo a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais.

Em 2002, quando da atualização do seu Plano de Manejo, foram constatadas situações como extração mineral, cultura agrícola, uso dos reservatórios de abastecimento como lazer. Atualmente, também foi observado o avanço da ocupação urbana dentro da área do Parque, inclusive em área de encostas. As fotos a seguir exemplificam essas situações. Outro aspecto relevante em relação ao Parque do

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 84

Bacanga refere-se à questão fundiária. Uma vez que a lei determina que a área do Parque seja pública, torna-se necessário que o poder público providencie a desapropriação da área. Destaque-se que ainda não há um Conselho Gestor e a SEMA encontra dificuldades no gerenciamento d a Unidade de Conservação, tendo em vista os problemas de invasões observados.

O Parque Estadual do Bacanga é de grande importância para ilha de São Luís, pois é um dos únicos fragmentos florestais de mata pré-amazônica ainda conservada, servindo para a manutenção de uma grande área verde e mananciais na ilha. Contribui com a qualidade ambiental na ilha de São Luís por meio da conservação dos recursos hídricos locais, recreação, educação e lazer ambiental. Entretanto, diversas intervenções sofridas no decorrer dos anos tendem a reduzir toda sua funcionalidade como unidade de conservação.

A área de entorno do Parque concentrava mais de 60 mil habitantes em 2001, população que só tendeu a crescer nos últimos anos, exercendo uma forte pressão antrópica sobre essa unidade de conservação. Parte dessas áreas ocupadas foi zoneada no plano diretor da cidade como área urbana, como zonas de interesse social (ZIS). Um outro fator que contribui para a descaracterização e inviabiliza uma gestão eficiente do Parque é a existência de pequenos núcleos populacionais no interior do Parque, que utilizam a terra sem manejo adequado realizando queimada, desmate e agricultura de forma primitiva.

Foto 9: Corpo d água interno ao Parque Estadual do Bacanga, mata ciliar preservada.

Foto 10: Área totalmente devastada, interna ao Parque Estadual do Bacanga.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 85

A existência de sítios nos limites do Parque é outro problema fundiário que inviabiliza tomada de decisão que fortaleça o planejamento do Parque, pois os habitantes dessas localidades não foram indenizados e, de acordo com a legislação, todo Parque deve ser composto somente de terra de domínio público. Assim, existe a necessidade de desapropriar e indenizar adequadamente a todos os proprietários de terras em seu perímetro.

Os tipos de vegetação característica encontrada em seu perímetro são:

Capoeira baixa - espécies de porte herbáceo e arbustivo, caracterizado por espécie em regeneração na área, com porte baixo de aproximadamente 2 (dois) metros de altura e com pouca variabilidade de espécies. Esta área corresponde ao setor que tem sofrido constantes intervenções antrópicas de forma diversificada, descaracterizando por completo a vegetação existente.

Capoeira alta - representada principalmente na região norte do Parque, sendo composta por espécies de porte arbóreo e de maneira mista, pois existem árvores de cedro, bacuri, cumaru, jatobá, andiroba, jaborandi até espécies de babaçu, se apresenta de forma não contínua e não pode ser caracterizada como uma classe única. Apresenta-se como uma formação da Mata Pré-Amazônica, predominantemente arbórea, embora com estágios diferenciados de preservação. Em certos trechos, árvores com altura variando entre 25 e 30m de altura e mais de 100 cm de diâmetro.

Mata ciliar - caracterizada por espécies vegetais que estão próximas aos igarapés e são protegidas por lei (APP). Estas espécies podem ser de porte arbóreo, arbustivo e herbáceo e apresentam uma elevada capacidade de se estabelecer em ambiente com alto teor de umidade. Apresenta-se em bom estágio de conservação por estarem em locais de difícil acesso pelo alagamento constante. As espécies que compõem esta formação chegam a aproximadamente 5m de altura.

Mangue

vegetação de mangue característica de regiões costeiras e está localizada neste caso em especial na foz do rio Bacanga, apresenta uma característica homogênea e floresta fechada e representada pelo mangue-vermelho e siriba, sendo hábitat natural de peixes e crustáceos.

Áreas de agricultura - realizadas de forma irregular, pois esta unidade é considerada de uso indireto, inviabilizando qualquer atividade produtiva e utilizando recursos naturais. Estas atividades apresentam grande potencial de descaracterização desta unidade de conservação, pois são realizadas com os métodos primitivos utilizando o desmate e a queimada e posterior plantio. Após a colheita o local é abandonado e são desmatadas novas áreas para cultivo.

As áreas construídas existentes nos limites do Parque, representadas por sítios que já existiam antes da criação do Parque e outros que foram ocupando ao longo dos tempos.

No que se refere a répteis e mamíferos vale se destacar a presença da cobra Lachesis muta (a surucucu de fogo) e do gato Felis widii (gato-maracajá), ambos indexados oficialmente pelo IBAMA como em ameaça de extinção. Tais espécies merecem, portanto, programas especiais de monitoramento, visando sua proteção integral.

Das espécies listadas e identificadas, o tamanduaí também é de especial interesse, uma vez que estaá indexada pela Sociedade Brasileira de Zoologia e pela Fundação de Biodiversitas como de hábitos poucos conhecidos e presumivelmente é ameaçada de extinção.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 86

O tamanduaí já foi uma espécie muita caçada e vendida nas praias e mercados de São Luis como animal de estimação. Muito sensível a mudanças de habitat e de alimentação muito difícil quando em cativeiro, sobrevindo, neste caso a morte.

O macaco-capijuba (Saimiri sciurus) e o macaco-prego (Cebus apella) constituíssem como importantes dispersores de frutos e sementes, sendo o primeiro mais frequentemente observado, vivem em bandos de 15 a 20 indivíduos nos trechos mais isolados da mata. Tais bandos fazem periodicamente incursões nas áreas mais perturbadas para a coleta de frutos, retornando rapidamente para sua área de descanso.

Constata-se pela relação da avifauna da área uma composição específica relacionada tanto a ambientes amazônicos como a ambiente característicos do nordeste e de parte do Brasil Central, o que tem sido observado em relação a todos outros grupos animais estudos.

Estudos realizados nesta área, utilizando espécies de abelhas Euglossini como bioindicadores de degradação ambiental, têm demonstrado que a Reserva se constitui em um mozaico de diferentes níveis de degradação, apresentando desde trechos relativamente bem conservados, até áreas bem degradadas. Isto explica porque existem espécies típicas de matas densas, presentes em capoeiras, ou nas áreas de manguezais, como se tem observado com o tamanduaí. Provavelmente as pressões exercidas em seu habitat natural tem forçado as espécies a se dirigirem a outros ambientes. Isso significa que embora a Reserva do Sacavém esteja relativamente bem conservada, estar passando por processo de vulnerabilização.

Grande parte dos animais que habitam a região do Parque do Bacanga, principalmente os arborícolas, utilizam freqüentemente os trechos as margens dos igarapés, mas sujeitos a inundações, onde se formam charcos. Essas áreas são bastante comuns na Reserva do Sacavém e são os trechos mais bem conservados, possivelmente pelo acesso que é difícil. Esta pode ser a explicação para o fato de estas áreas apresentarem-se como refúgios para os animais.

Não se pode deixar de considerar as áreas de manguezais que margeiam o Parque em seu limite a oeste. Tais áreas se mostram importantes para a manutenção do guaxinim-de-mangue (ou mão-pelada), que as utiliza para coleta de alimento, e para a manutenção de diversas espécies de aves, principalmente migratórias.

Tudo indica que o Parque Estadual do Bacanga é um banco genético, abrigando uma biodiversidade não mais encontrada na região. Desta forma, tal ecossistema tem todas as condições de funcionar como um estoque de espécies para recompor os ecossistemas degradados circunvizinhos, o que ressalta a sua importância como unidade de conservação.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 87

4. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS POTENCIAIS

Neste capítulo são apresentados os impactos ambientais e sociais positivos e negativos, mitigáveis e/ou compensáveis, resultantes das alterações causadas ao meio ambiente, nas fases de implantação e operação, gerados pelos diferentes componentes que integram o Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga .

Conforme previsto, uma parcela significativa dos impactos negativos ocorre na fase de implantação das obras de engenharia para os sistemas de infra-estrutura

saneamento básico, drenagem, sistema viário e re-adequação urbanística

que, inclusive, respondem pela remoção de famílias de áreas que serão afetadas pelas referidas obras.

Em contrapartida, grande parte dos impactos positivos será verificada na fase de operação desses sistemas, quando famílias serão removidas de áreas de risco, as obras de drenagem estarão concluídas e as redes de saneamento básico estarão ampliadas para melhor atender aos moradores da região do Bacanga, além de outros benefícios significativos.

As diretrizes legais e institucionais que instruíram a avaliação ambiental dos componentes do Programa consideraram, além da legislação ambiental vigente, as Salvaguardas e Políticas Operacionais do Banco Mundial, como se descreve. Neste Programa são relevantes e foram observadas aquelas referentes a: 4.01, Avaliação Ambiental; 4.04, Preservação de Habitat Natural; 4.11, Propriedades Culturais; 4.12, Reassentamento Involuntário. Também foi considerada a questão da segurança da barragem do Bacanga, contemplada pela salvaguarda 4.37, de Segurança de Barragens.

Avaliação ambiental (4.01)

Foi elaborada a Avaliação Ambiental Regional - AAR, conforme determinado pelas diretrizes do Banco para os projetos classificados como categoria A. O Programa contempla intervenções relacionadas com (i) a requalificação urbana e ambiental na bacia do rio Bacanga e (ii) ações de desenvolvimento economico local e institucional. As medidas mitigadoras dos impactos negativos foram incluídas em um Plano de Gestão Ambiental, contendo informações sobre os custos associados, as responsabilidades pela sua execução e os cronogramas de implantação.

No que se refere aos objetivos e à concepção dos diferentes componentes do Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga, estão previstas intervenções voltadas para a melhoria das condições urbanas, abrangendo os setores de saneamento, drenagem, sistema viário e requalificação urbanística da área de intervenção e, principalmente, a promoção da qualidade de vida da população residente. Também foram concebidas ações de apoio à implementaçào de importante área de preservaçào ambiental

Parque Estadual do Bacanga e a recuperação de área de preservação permanente (APP) na envoltória do lago, onde não existe urbanizaçào consolidada.

O Programa também promoverá o fortalecimento do Instituto Municipal de Controle Ambiental

IMCA, através de propostas de incremento da capacitade do órgão para gestào e licenciamento ambiental.

Foi realizado um processo de divulgação, discussão e consulta pública sobre o Projeto e seus componentes e que se encontra descrito no item 5.6

Considerando que as intervenções de infra-estrutura foram preparadas a nível conceitual, alguns com nível de estudos de viabilidade técnica, ambiental e

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 88

econômica, durante a implementação do Projeto serão preparados projetos adicionais de engenharia.

Nesse sentido, quando da conclusão dos projetos básicos, está prevista a atualização (com realização de novas consultas) do Relatório de Avaliação Ambiental Regional que deverá ser enviado ao Banco para análise e aprovação. Adicionalmente, deverão ser elaborados estudos ambientais específicos com vistas ao processo de licenciamento ambiental no Estado do Maranhão, em conformidade com a legislação estadual em vigor. Esses estudos, também, deverão ser enviados ao Banco para análise e aprovação.

Habitats Naturais (4.04)

As intervenções do projeto buscam o uso e a ocupação adequados da região, com a manutenção do nível máximo de água do lago e a reserva de uma faixa de preservação permanente de 30 metros (APP) e um plano de uso para essas áreas (vegetação, parques urbanos, áreas de lazer, etc.) de modo a promover a sua utilização pela população, evitando assi m a re-ocupação.

O Projeto terá, também importante impacto positivo sobre a qualidade das águas do Lago Bacanga, ao reduzir o aporte de esgotos sem tratamento e melhorar as condições hidrodinâmicas por meio de uma adequada operação das comportas da barragem possibilitando uma maior troca entre o lago e o estuário.

O Projeto também incluirá propostas de instrumento de gestão para, o Parque Estadual do Bacanga de responsabilidade do estado.

Reassentamento Involuntário (4.12)

A reqüalificação das áreas de risco, ademais das diversas obras de drenagem, esgotamento sanitário e readequação do sistema viário na bacia do Bacanga implicarão na necessidade de reassentamento de população em áreas de risco de inundação e solos úmidos (hidromórficos). O planejamento do reassentamento dessas famílias e negócios buscou minimizar a quantidade de deslocamentos necessários, preservando -se a rede de relações sociais, culturais e econômicas existentes nos locais de origem e provendo os serviços essenciais à qualidade de vida urbana nos locais de relocação.

Para garantir esses requisitos, foi elaborado um Marco Conceitual da Política de Reassentamento que será o condutor dos projetos executivos de reassentamento a serem desenvolvidos quando da execução do Projeto, para um universo de 750 famílias a serem reassentadas.

Os levantamentos realizados identificaram as famílias que vivem em condições críticas nas situações constantes na tabela a seguir.:

Tabela 4.1- Localização e número de famílias a serem reassentadas Local No.

Famílias Margens do Canal do rio das Bicas 60

Cota inferior à 2m do Lago Bacanga e área de preservação permanente (APP)

289

Áreas úmidas (solos hidromórficos) entre as cotas 2 a 3m 303

Total parcial 652

Percentual de segurança (10%) Famílias Expandidas (5%)

65

33

Total geral 750

Segurança de Barragens (4.37)

Apesar do seu pequeno porte (8,4 metros de altura), a Barragem do Bacanga foi objeto de um Painel de Segurança Independente, em conformidade com os critérios e procedimentos do OP 4.37, devido a: (i) a relevância das operações no lago, as condições atuais e futuras de uso e ocupação do solo na

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 89

bacia, e a qualidade das águas; (ii) o seu uso, como importante parte do sistema viário, ligando a cidade ao Porto; e (iii) as visíveis condições precá rias da barragem.

O atual sistema de comportas da barragem compreende 3 comportas de segmento (principais) e 6 comportas stop-log (auxiliares). A avaliação de segurança, que focalizou na análise estrutural da barragem e nas condições operacionais do sistema de comportas foi realizada inicialmente em dezembro de 2006. A avaliação indicou as seguintes conclusões principais: (i) deterioração do sistema de comportas de segmento, com o colapso de duas comportas; (ii) perigo iminente de colapso de uma terceira comporta de segmento; (iii) deterioração do sistema de comportas stop-log; (iv) deterioração da estrutura de sustentação das comportas e da estrutura do vertedouro; (v) possíveis problemas na estrutura das fundações submersas

foi recomendada uma inspeção nessa área, para avaliar os danos.

Logo depois da apresentação do relatório preliminar, a terceira comporta de segmento rompeu-se, após a ruptura da estrutura de suporte. O Governo Estadual reabilitou o sistema stop-log (auxiliar) de comportas em caráter emergencial, e essas comportas atualmente regulam o fluxo de águas lago/estuário. O governo também está reformando a terceira comporta de segmento.

A inspeção sub-aquática foi realizada em junho de 2007 e o relatório final de segurança foi concluído no início de em julho que demonstrou, à princípio, não ser de maior gravidade os danos na estrutura submersa.

Como resultado dessa avaliação, as obras de recuperação da barragem serão incluídas no Projeto, compreendendo a reabilitação da estrutura da barragem e dos equipamentos eletro-mecânicos do sistema de comportas, o que eliminará o risco de ruptura e permitirá a operação diária adequada. Está prevista, também, a preparação das regras operacionais das comportas, equilibrando o objetivo de controle de inundações e o objetivo ambiental de minimização da poluição do lago. O relatório final de segurança consta de Anexo do presente relatório.

Proteção ao Patrimônio Cultural (11.03)

Não foram detectadas interferências com sítios históricos ou arqueológicos nas atividades e obras previstas no Programa. A área da cidade de São Luís declarada patrimônio da Unesco não está inserida na área de atuação do Programa. Nesse sentido, o Projeto não afetará as áreas de patrimônio histórico e cultural da cidade. As áreas alvo do Projeto estão localizadas fora do Centro Histórico. A execução do Projeto incluirá construções e escavações para expandir e substituir infra-estrutura, portanto a avaliação ambiental fará uma triagem de todos os bens culturais conhecidos na área do Projeto e deverá incorporar procedimentos para descobertas acidentais, na eventualidade de serem descobertos recursos culturais significativos. Além disso, o Brasil possui um arcabouço legal e normativo bem desenvolvido, que está sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Síntese do atendimento às salvaguardas do Banco Mundial

OP Banco Mundial Atendimento no Programa

OP 4.01 - Política de Avaliação Ambiental

Elaboração da AAR/PGA Realização de Consulta Pública Fortalecimento institucional em gestão ambiental para o IMCA

OP 4.04 - Proteção a Ambientes Naturais

Desocupação das áreas de preservação permanente no entorno do lago que não apresentam urbanização consolidada; apoio à consolidação do Plano de Manejo do Parque Estadual do Bacanga

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 90

OP 4.12 - Reassentamento Involuntário Política de Reassentamento Involuntário de

Famílias e Negócios, aprovada pelo Banco

OP 4.37 - Segurança de Barragens Painel de Segurança da Barragem do Bacanga; Obras de Recuperação e nova Regra de Operação da Barragem

OPN 11.03 Proteção ao Patrimônio Cultural

Não se aplica à área tombada como Patrimônio da Humanidade, fora da área de interferencia do Programa; Programa de Controle Ambiental de Obras, que contem ações de salvamento ao acaso .

A seguir são identificados os impactos e medidas mitigadoras associadas a cada componente do Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga.

4.1 - COMPONENTE 1

FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO LOCAL

Apoio ao Aumento da Competitividade do Município

impacto positivo e permanente a ser desencadeado com o treinamento de gestores/multiplicadores em ações e políticas públicas em desenvolvimento na PSL e que tiveram êxito comprovado. Será atendida especialmente a Secretaria Adjunta de Geração de Emprego, Trabalho, Renda e Desenvolvimento de Produção, que desenvolverá o outro sub-componente de desenvolvimento econômico local, voltado para a geração de trabalho e renda.

Medida Mitigadora

Não se aplica.

Melhoria da Gestão da Secretaria Adjunta de Geração de Emprego, Trabalho, Renda e Desenvolvimento da Produção da P. M. de São Luís

impacto positivo e permanente, a ser obtido através das ações de incremento de gestão.

Medida Mitigadora

Não se aplica.

Fortalecimento Institucional em Meio Ambiente

as ações propostas visam dotar o IMCA de ações capazes de apoiar sua missão institucional, que será incrementada com a demanda gerada pelo Programa. Esse impacto é positivo e permanente e deverá potencializar a gestão do Programa Bacia do Bacanga.

Medida Mitigadora

Não se aplica

Impactos do Programa sobre os bens e serviços públicos

- serão de reforço institucional na educação, saúde, lazer, administração publica (equipamentos, infra-estrutura, transporte coletivo, etc.) e segurança publica. Esses impactos são de positivos, de media magnitude e longo prazo.

Medida Mitigadora

- será necessário ampliar a capacidade administrativa da prefeitura, com aumento do quadro de pessoal, instalações e orçamen to.

4.2.- COMPONENTE 2 MELHORAMENTO DE SANEAMENTO BÁSICO

Afetação Temporária de Trânsito nas Vias e Logradouros

As intervenções de readequação viária, drenagem e saneamento, durante a fase de execução, deverão causar transtornos ao trânsito, tanto o l ocal, quanto entre os bairros, com prejuízo para

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 91

(i) as atividades econômicas que utilizam o transporte de cargas, (ii) os usuários de transporte coletivo que terão suas rotas alteradas.

Os transtornos decorrem da necessidade de criar desvios e/ou da ocorrência de eventuais interrupções de tráfego nas vias atualmente em operação. Estas alterações são inevitáveis e necessárias à implantação das propostas de contidas no componente.

Esses impactos adversos são localizados e temporários e serão amplamente compensados no futuro, quando da conclusão das obras e conseqüente entrada em operação das mudanças propostas.

Medida Mitigadora

Planejar e implantar mudanças temporárias no tráfego local, com ampla divulgação nas comunidades afetadas; ativar o Programa de Comunicação Social.

Geração de Poeira e Ruídos

as obras de drenagem, saneamento e readequação urbana trarão prejuízo para o conforto da população adjacente (aumento dos índices de poeira e ruído) às regiões diretamente afetadas. Esses transtornos decorrem do aumento de tráfego de veículos pesados e funcionamento de máquinas e equipamentos.

A construção desses equipamentos e estruturas ocorrerá concomitantemente às demais obras do Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga. São obras e intervenções responsáveis por impactos negativos, porém de pequena magnitude, diretos, localizados e temporários.

Medida Mitigadora

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras .

Riscos de Acidentes nas Frentes de Obras

O risco de acidentes é um impacto inerente às obras de engenharia de um modo geral. No Programa em questão ocorrerão, simultaneamente, várias frentes de obras de magnitudes variadas, aumentando o risco e a necessidade de medidas que visem sua atenuação.

As obras previstas abrangem toda a área de intervenção; o risco de acidentes é um impacto adverso, porém direto, localizado nas várias frentes de obras, e temporário, cessando ao final da implantação do Programa .

Medida Mitigadora

(a) Para os moradores: projetar e implantar dispositivos eficientes para a segurança de pedestres e ciclistas, protegendo-os e assegurando a acessibilidade às áreas de interesse. (b) Para os operários nas frentes de obras: utilizar roupas próprias e equipamentos de proteção (EPI´s), sendo obrigatório o uso de coletes refletivos ou fosforescentes em serviços móveis pelos trabalhadores que estão sobre o leito das vias ou próximo do fluxo de veículos. Essas medidas estão contidas no Programa de Controle Ambiental de Obras e no Programa de Comunicação Social.

Impermeabilização do Solo

A implantação do Programa deverá propiciar o surgimento de uma área urbana renovada. As obras de drenagem, os novos equipamentos e recuperação de vias deverão impermeabilizar o solo e, com isso, alterar os atuais volumes de águas pluviais infiltradas. Por outro lado, haverá a correção da drenagem e desafetação de parcelas de áreas de preservação permanente (APP) à volta do lago do Bacanga, com a retirada da ocupação irregular em área alagadiça.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 92

São obras e intervenções responsáveis por impactos adversos, porém diretos, localizados e temporários.

Medida Mitigadora

Implantação das obras de drenagem, conforme aprovado

no Programa.

Obras de Movimentação de Terra

A implantação das obras e intervenções previstas

para o Programa exigirá a execução de serviços de movimentação de terra na área diretamente afetada.

Essas obras e intervenções, em especial, aquelas referentes à escavação de valas para a implantação das redes dos sistemas de saneamento básico; as atividades de terraplanagem; a demolição de edificações; e outras, irão gerar volumes expressivos de material de bota-fora. As áreas destinadas a receber esses materiais são, em princípio, locais passíveis de degradação, em razão da possibilidade de desestabilizar sistemas anteriormente estáveis. Essas ações propiciam modificações na morfologia das áreas indicadas para tais finalidades (áreas de bota -fora e empréstimo), além de expor as mesmas à ação de agen tes erosivos, além da exposição de mantos saprolíticos com características elevadas de friabilidade e a conseqüente formação de ambientes potencialmente instáveis.

Este impacto adverso é localizado e mitigável, a partir da adoção de medidas de controle e recuperação; é de caráter temporário, pois em médio prazo essas áreas utilizadas para a retirada de material tendem a se estabilizar.

Medida Mitigadora

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Interferências com Infra-estrutura de Serviços

O conjunto de obras necessárias à implantação das obras de saneamento e drenagem poderá causar interferências com as redes de telefonia, de eletricidade e de outros serviços existentes na região afetada exigindo o remanejamento de tais redes de infra-estrutura. Essas alterações são passíveis de ocorrer, durante toda a fase de obras e, por isso, propiciar eventuais desligamentos ou cortes temporários dos serviços afetados.

As interferências das redes de infra-estrutura com as obras e intervenções propostas no Plano são responsáveis por impactos adversos, diretos, localizados e temporários.

Medida Mitigadora

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras e acionamento do Programa de Comunicação Social.

Comprometimento da Qualidade das Águas Durante o Período de Obras

Na fase de obras, as atividades de movimentação de terra, terraplenagem, abertura de valas, geração de bota-foras e áreas de empréstimo deverão criar condições favoráveis ao carreamento de sólidos para os cursos d água que drenam para o Lago do Bacanga, aumentando o risco de comprometimento da qualidade das águas.

Este impacto adverso é difuso, temporário e mitigável, a partir da adoção de medidas de controle e recuperação; sua duração está restrita apenas ao período das obras.

Medida Mitigadora

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 93

Melhoria da Saúde Pública na Área Abrangida pelo Programa

Nessa região apenas

uma pequena parcela da população é atendida por rede de esgotos. Os esgotos domésticos escoam para a drenagem superficial que flui para o Lago do Bacanga. Desta forma, tanto os cursos d água, como o lago, apresentam-se bastante poluídos por esgotos oferecendo riscos à saúde da população residente na região.

Medida Mitigadora

A ampliação e/ou implantação de Sistema de Coleta e

Tratamento de Esgotos e a ampliação do atendimento do Sistema de Abastecimento de Água, que promoverá a melhoria das condições de saúde pública. Nestas condições pode-se esperar que haja uma redução na incidência de doenças de veiculação hídrica na região abrangida pelo Programa.

Incômodos Decorrentes da Operação de Unidades do Sistema de Saneamento Básico

A operação de determinadas unidades podem, eventualmente, trazer algum incômodo à população residente em suas proximidades, são elas: elevatórias de esgotos (EEE) e a estação de tratamento de esgotos (ETE). As EEE são, geralmente, constituídas de bombas submersíveis instaladas nos poços de acumulação / sucção. Nestas condições (instalação abrigada) o nível de ruído devido ao funcionamento das bombas fica bastante reduzido, não propiciando maiores incômodos aos moradores do seu entorno. O problema de odor será resolvido com o dimensionamento das instalações e o seu funcionamento adequado. Essas providências garantem a não ocorrência de períodos prolongados de interrupção das bombas, evitando que o esgoto se torne séptico e, assim, produza gases de odores desagradáveis.

Com relação ao tratamento dos efluentes, a ETE é existente e trabalha com bastante folga operacional. Está prevista a implantação de unidade de prensagem do lodo e o seu posterior envio ao Aterro Sanitário da Cidade. Não se esperam impactos adicionais e a correta operação da unidade não trará problemas relacionados à geração de incômodos (ruído e odores) a moradores.

Medida Mitigadora

Operação adequada das EEE e da ETE.

4.3 COMPONENTE 3 URBANIZAÇÃO E MEIO AMBIENTE

Deslocamento compulsório de 500 famílias residentes em áreas afetadas

Para a implantação das obras e intervenções previstas no Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga, será necessário promover a remoção de um total de 500 famílias que atualmente residem em áreas de risco ou que, em breve, serão diretamente afetadas pelas obras projetadas. Este impacto traz implícito o risco de propiciar a desestruturação de comunidades a partir do rompimento de laços de vizinhança, necessidade de mudanças de escolas para as crianças e jovens estudantes, mudanças dos locais de atendimento à saúde, percursos mais longos para os locais de trabalho, dentre outros.

Os efeitos deste impacto serão mais efetivos na parcela da população que será removida para outras áreas situadas fora das regiões afetadas. Esse contingente não é grande e as áreas livres ainda não estão completamente definidas; existem áreas na região abrangida pelo Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga em condições adequadas de abrigar o contingente populacional que terá de ser removido. No caso em que existam situações que não permitam alocação na área próxima ao local de origem, a parcela da população afetada será re-alocada em áreas próximas da região afetada.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 94

Este impacto negativo e de grande magnitude deverá ser temporário, e tende a se extinguir com a adaptação da família ao novo local de moradia.

Medida Mitigadora

Plano de Reassentamento de Famílias e Negócios, que

será desenvolvido em nível executivo a partir das premissas da Política de Reassentamento Involuntário aprovada pelo Banco durante a preparação do Programa. Essa política integra o Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga.

Demanda por Serviços Públicos

A implantação das obras e intervenções previstas no Programa responderá pela remoção involuntária de 700 famílias para novos locais de moradia. Este fato deverá propiciar uma pressão por equipamentos e serviços públicos no entorno dos novos assentamentos. Nessas demandas estão incluídas desde os serviços de saneamento básico, energia, transportes, até os equipamentos de educação e de assistência à saúde e segurança.

Este impacto, embora negativo não é de grande magnitude e deverá ser temporário, pois em médio e longo prazo tende a se extinguir com a satisfação dessas demandas por parte do poder público.

Medida Mitigadora

Implantação do Plano de Reassentamento de Famílias.

Inundações em área urbana às margens do lago Bacanga e ao longo dos canais de drenagem

- As intervenções propostas (recuperação da estrutura da barragem e regras de operação eficazes, retirada da ocupação abaixo da cota 2, obras de macro drenagem, limpeza e recuperação dos canais existentes) asseguram que não haverá inundações para a precipitação de projeto, tempo de retorno igual a 25 anos.

Medida Mitigadora

é a própria implantação das intervenções previstas nos componentes de obras de drenagem e de recuperação da barragem.

Impactos sobre a fauna terrestre e alada

- terão importância e magnitude na readequação do lago somente na fase de obras, onde pode haver perturbação de habitat, hábitos e ocupação por espécies que se beneficiam das agressões ao meio ambiente.

Medida Mitigadora

ações específicas no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Impactos sobre a fauna aquática

- mesmo sendo altos os níveis de poluição e degradação da vegetação marginal, a fauna aquática local é relativamente rica; a expansão do lago pode favorecer a ocupação de outras espécies de boa adaptabilidade às modificações do meio ambiente.

Medida de Mitigação

ações de educação ambiental dirigida à comunidade de pescadores, alertando para a os perigos da contaminação por cádmio.

Efetivação da implantação do Parque Estadual do Bacanga

A avaliação dos impactos no Parque foi baseada em documentos oficiais e vistorias in loco. Verificou-se que ações já previstas em políticas e planejamento público anteriores não foram cumpridas, como a ausência de reflorestamento executado a contento e depósitos de resíduos sólidos que permanecem expostos em área preservada. No interior do Parque Estadual do Bacanga também foram encontrados deslizamentos de terra,

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 95

acúmulo de entulho, ocupações irregulares, córregos em processo de assoreamento, aterramento de nascentes e acessos irregulares para pedestres e veículos. O Programa apoiará ações que efetivarão a existência do Parque, com evidente ganho pata a qualidade ambiental da Bacia do Bacanga. Este impacto é positivo, de médio a longo prazo e permanente.

Medida Mitigadora

(i) implantação do Plano de Manejo do Parque Estadual

do Bacanga e ações de fiscalização urbana municipal, destinadas a impedir ocupação irregular. (ii) Recuperação de áreas degradadas na zona de amortecimento do Parque Estadual do Bacanga.

Impactos positivos do Programa Bacia do Bacanga

- a intervenção na Bacia através de obras de saneamento e urbanismo irá gerar ações de melhoria da condição urbana e ambiental da Bacia que não irão associar medidas de mitigação ou compensação, mas sim, de incremento positivo. A partir dos estudos setoriais e da avaliação da qualidade ambiental da região, foram identificadas essas ações, que não estão associadas a impactos gerados pelo Programa, mas são fruto de uma proposta de gestão pública que considera as questões sociais e ambientais, como mencionado a seguir:

Esclarecimento da comunidade de pescadores na área de influencia através de um programa de comunicação social, quanto à contaminação do produto da pesca;

Divulgação ao público sobre a restrição da pesca devido à contaminação por coliformes fecais e cádmio;

Gerenciamento dos resíduos sólidos;

Sistematização e publicação dos dados técnicos e sócio-ambientais obtidos durante a fase de estudo, instalação, operação e desativação da atividade de restauração da barragem do Bacanga;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 96

4.4 SÍNTESE DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A Tabela 4.2 a seguir apresenta a síntese das medidas mitigadoras e de compensação ambiental recomendadas.

Tabela 4.2 COMPONENTES DO

PROGRAMA IMPACTO AMBIENTAL - SOCIAL

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO - COMPENSAÇÃO

Reassentamento compulsório de 750 famílias.

Implantar o Programa de Reassentamento de Famílias previsto na Política

Impactos a fauna terrestre e alada Condutas adequadas previstas no PCAO

Impactos a fauna aquática Alerta educacional a comunidade pesqueira quanto aos perigos de contaminação por cádmio

Proteção da área do Parque Estadual do Bacanga

Efetivação do Manejo do Parque, com proposta de apoio da fiscalização municipal

Incômodos Decorrentes da Operação de Unidades do

Sistema de Saneamento Básico

Operação Técnica controlada das EEE Não se aplica a ETE.

Inundações na Região do Lago do Bacanga.

Implantar as intervenções previstas no Projeto de Macrodrenagem

Afetação Temporária de Trânsito nas Vias e Logradouros.

Planejar e implantar mudanças no tráfego das vias afetadas.

Geração de Poeira e Ruídos Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras (PCAO)

Riscos de Acidentes nas Frentes de Obras.

Projetar e implantar dispositivos eficientes para a segurança de pedestres e ciclistas e para os operários, utilizar equipamentos de proteção (PCAO).

Impermeabilização do Solo Elaboração e Implantação das obras de drenagem.

Demanda por Serviços Públicos

Implantar o Programa de Reassentamento de Famílias previsto na Política; Aumentar de competitividade da PMSL

Obras de Movimentação de Terra Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Interferências com Infra-estrutura de Serviços.

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Comprometimento da Qualidade das Águas Durante o Período de

Obras.

Procedimentos construtivos adequados previstos no Programa de Controle Ambiental de Obras.

Urbanismo e Meio Ambiente

Melhoramentos de Saneamento Básico

Melhoria da Saúde Pública na região do Lago do Bacanga

Implantação do Sistema de Coleta e Tratamento de Esgotos.

Aumento da Competitividade do Município

Não se aplica

Melhoria da Gestão da Secretaria Adjunta de Geração de Emprego,

Trabalho, Renda. Não se aplica

Fortalecimento Institucional e

Desenvolvimento Econômico Local

Fortalecimento Institucional em Meio Ambiente

Proposta de fortalecimento do IMCA

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 97

4.5 SITUAÇÃO LEGAL, LICENCIAMENTO E MONITORAMENTO.

O licenciamento será conduzido pela UGP e seus consultores, junto às instâncias competentes. No caso de São Luís, ainda há uma pendência quanto ao organismo licenciador para o conjunto das obras que, em tese, deverá ser o IMCA. Esse Instituto já tem todo o arcabouço legal estabelecido para realizar o licenciamento de obras como aquelas contidas no Programa do Bacanga. Todavia, informações do próprio Instituto relatavam as dificuldades com recursos humanos e materiais para a consecução desse processo.

Como o Programa estará apoiando o IMCA através de ações de fortalecimento institucional, é possível que a quase totalidade das obras possa ser licenciada em nível municipal. Existe somente uma dúvida institucional quanto às obras de recuperação e operação da Barragem do Bacanga, que podem ser requeridas em nível estadual; portanto, deverá ser feita articulação entre a UGP, IMCA e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão, para o encaminhamento desse tema .

Recomenda-se à UGP que articule junto aos organismos licenciadores uma apresentação do conjunto de estudos setoriais e ambientais já preparados para o Programa a fim de verificar a real necessidade de elaboração de material adicional para a obtenção de licenciamento ambie ntal.

A fim de garantir a validade das medidas de mitigação e compensação propostas nesta avaliação ambiental, serão efetuados monitoramentos específicos, como o de qualidade da água do lago Bacanga, em especial da contaminação por cádmio já detectada, e da ETE existente.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 98

5. AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS E SÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL

Os estudos desenvolvidos no âmbito da preparação do Projeto envolveram a concepção e análise de diversas alternativas de soluç ão a seguir descritas:

(a) Operação do lago Bacanga e de sua cota máxima;

(b) recuperação da barragem e do sistema de comportas

(c) sistema de tratamento e disposição final do sistema de esgotos

Por último foi analisada, também, a alternativa sem projeto .

5.1 ALTERNATIVA DE OPERAÇÃO DO LAGO BACANGA E DEFINIÇÃO DO NÍVEL MÁXIMO DE OPERAÇÃO

Conforme comentado neste relatório, as condições de decadência do sistema de comportas e a sua operação inadequada ao longo dos anos resultaram na ocupação urbana descontrolada das áreas de drenagem do lago, em cotas inferiores às originalmente planejadas (4 metros). Boa parte da ocupação ocorre entre as cotas de 4 e 1,5 metros. Partes das áreas urbanas marginais ao lago estão sujeitas a inundações freqüentes, devido aos efeitos cumulativos das chuvas intensas na bacia e das condições operacionais das comportas. A situação das comportas resulta na falta de troca de águas do sistema lago

estuário comprometendo significativamente a capacidade do lago de assimilar a matéria orgânica agravando a degradação da qualidade de suas águas associada à poluição por esgotos doméstico e industrial. .

Nesse sentido, foram elaborados estudos de modelagem da qualidade da água, e de modelagem hidráulica e operação do Lago Bacanga. Nos cenários estudados, foram simulados a hidrodinâmica do reservatório e os principais parâmetros de qualidade da água: demanda bioquímica de oxigênio (DBO), oxigênio dissolvido na água (OD), fósforo total, nitrogênio total e coliformes fecais.

As simulações hidro-dinâmicas e de qualidade da água realizadas na área demonstraram que , dentro das atuais regras operacionais e observando as condições de ocupação do solo na bacia e o lançamento de esgoto sem tratamento, o lago ostenta, em determinados pontos, altas concentrações de Demanda Bioquímica de Oxigênio

DBO, baixas concentrações de Oxigênio Dissolvido

OD, alta concentração de coliformes fecais

CF e um estado eutrófico, como resultado da concentração de nutrientes como o fósforo e nitrogênio, os quais podem resultar na deterioração da qualidade da água e prevenção de seus usos múltiplos.

Foi indicada a peridiocidade diária para operação do sistema de comportas, uma vez que ela possibilitará a melhoria da qualidade da água pelo efeito da renovação.Essa solução tem como vantagens adicionais a maior redução dos efeitos da poluição da margem direita e a maior similaridade com a situação original de entrada periódica do mar, propiciando melhores condições de recuperação dos mangues e do ecossistema aquático;

No cenário futuro, considerando o tratamento dos esgotos com eficiência de 60% de remoção, para a situação adotada (uma comporta de segmento com abertura diária) a situação de qualidade da água esperada é satisfatória, com exceção ainda para o número de coliformes fecais.

Para avaliar as condições de inundação das áreas urbanas adjacentes ao lago e a operação das comportas, o estudo examinou diversos cenários de precipitação na bacia (TR de 2, 10 e 25 anos), das condições das marés, das condições operacionais dos sistemas de comportas e os efeitos desses cenários sobre o alagamento de áreas

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 99

urbanas consolidadas da bacia de drenagem, inclusive a necessidade de reassentamento das populações assentadas em áreas críticas.

A análise dos cenários concluiu pela alternativa sugerida para operação do lago com um nível máximo de água de 2 metros na estação seca e a manutenção de um sistema de operação diária e sazonal das comportas, de modo a manter estável o volume do lago em épocas de precipitação intensa, evitando enchentes nas áreas marginais acima do nível de 2 metros. A alternativa escolhida resultará em melhores condições das águas do lago, por meio da troca diária no sistema lago-estuário, conquanto que os sistemas de coleta de esgoto sejam melhorados na bacia.

Outrossim, os resultados alcançados no referido estudo p ermitiram antever que:

é de suma importância proceder -se à recuperação do sistema de comportas da barragem do Bacanga, pois dessas depende a possibilidade de se atingir e se manter níveis mais baixos no lago, contando-se com uma velocidade operacional mais elevada e com maior segurança, respectivamente, no lago do Bacanga;

Visando maior agilidade e segurança, foi indicado que a barragem deverá ter pelo menos duas comportas segmento e seis stop-log. Assim, a recuperação da terceira comporta representa uma se gurança adicional.

O N.A. máximo atingido nesse lago não deverá ultrapassar 2,0 m, o que poderá acontecer com baixa possibilidade de ocorrência e durar apenas 2 ou 3 horas. Isto na hipótese de se ter uma chuva com recorrência TR = 25 anos e duração t = 3 horas, em um cenário desfavorável onde não se possa efetuar qualquer descarga para o esvaziamento do lago por impedimentos impostos pelas marés altas;

por outro lado, numa situação bastante desfavorável, as cotas máximas que poderão ser alcançadas no lago do Bacanga, face à ocorrência de chuvas intensas com recorrência TR = 25 anos, não ultrapassarão o valor z =2,3 m em um período de 24 horas em que não se possa efetuar descargas pelas comportas da barragem, partindo -se da cota inicial z = 1,00 m.

Assim, o estudo indicou a manutenção da cota do lago em duas situações distintas: (i) período de estiagem

cota até 2 metros; (ii) período de chuvas intensas

cota em 1,0 metro mantendo um volume de espera de modo a receber o volume decorrente de uma cheia com TR de 25 anos.

O estudo indicou, também, a necessidade de operação da barragem diariamente de modo a permitir m maior fluxo de troca entre o lago e a maré, buscando uma renovação de águas mais adequada no Lago.

5.2 RECUPERAÇÃO DA BARRAGEM E DO SISTEMA DE COMPORTAS

O Painel de Segurança da Barragem do Bacanga indicou as seguintes conclusões principais: (a) deterioração do sistema de comportas (b) deterioração da estrutura de sustentação das comportas e da estrutura do vertedouro; (c) erosões sub-aquáticas próximas à estrutura das comportas.

O estudo analisou, também, 3 alternativas de recuperação das barragens:

Alternativa A: Recuperação da estrutura da barragem e da estrutura do sistema de comportas com implantação de 3 novas comportas segmento com acionamento hidráulico

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 100

Alternativa B: Recuperação da estrutura da barragem e da estrutura do sistema de comportas com a implantação de 6 novas comportas planas com acionamento hidráulico

Alternativa C: Implantação de nova estrutura de comportas em outro local no próprio corpo da barragem.

Na tabela a seguir apresenta uma síntese das três alternativas, suas características e os valores obtidos.

Tabela 5.1 Comparação entre as alternativas. Alternativa

Característica principal Valores R $ 1000

% do menor preço

A Instalar 03 novas comportas segmento com acionamento por cilindro hidráulico;

17.566,69

126,92

B Instalar 06 novas comportas planas (vagão, gaveta) acionadas por cilindro hidráulico (02 comportas em cada vão da comportas segmento);

13.839,88

100,00

C Mesmo que B, mas em outro local no corpo da barragem.

22.036,28

159,22

As 3 alternativas mantêm a mesma capacidade de operação diária e automática prevista no estudo com vistas à redução das inundações e melhoria da qualidade das águas. A alternativa 2 foi a selecionada em função dos custos de implantação,

5.3 - SISTEMA DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DO SISTEMA DE ESGOTOS

O Programa de Modernização do Setor Saneamento

PMSS, de nível federal e financiado pelo Banco Mundial, promoveu a elaboração, em 1998, de Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Sistema de Esgotamento Sanitário de São Luis. Este estudo avaliou diversas alternativas de atendimento e de tratamento e disposição final dos efluentes de esgotos. No estudo, as alternativas selecionadas compreenderam a implantação de estações de tratamento de esgotos

ETEs com tratamento a nível secundário e com unidades de desinfecção dos efluentes por ozonização e o seu lançamento no estuário dos rios Anil e Bacanga.

Posteriormente, a CAEMA elaborou os projetos básicos e executivos desse sistema e implantou parcialmente a rede de esgotos da margem direita do Bacanga e a ETE Bacanga.

O estudo elaborado no âmbito do Projeto atual considerou o projeto previsto para a margem direita e analisou alternativas para a margem esquerda do Bacanga, não compreendida no estudo do PMSS..

A concepção do sistema de tratamento e disposição final da margem esquerda envolveu a análise de 6 alternativas principais:

Alternativa A - ETE secundária localizada a jusante da barragem, próximo a foz, e lançamento no estuário.

Alternativa B

ETE com tratamento preliminar localizada a jusante da barragem, próximo a foz, e emissário submarino.

Alternativa C

ETE secundária localizada imediatamente a jusante da barragem e lançamento no estuário.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 101

Alternativa D - ETE secundária localizada a montante da barragem e lançamento no lago Bacanga

Alternativa E

Encaminhamento dos esgotos para a ETE Bacanga existente

(margem direita) com ampliação da sua capacidade e lançamento do efluente no estuário

Uma outra alternativa foi também analisada considerando uma variante da Alternativa C mas com lançamento no afluente localizado logo a jusante da barragem.

A alternativa E acima foi selecionada considerando principalmente os aspectos de custos de investimento e de operação e manutenção até o horizonte de 2030.

5.4 ALTERNATIVA SEM PROJETO

O barramento do rio Bacanga possibilitou a expansão da ocupação urbana da bacia em cotas mais baixas, bem como a implantação de infra-estrutura como vias públicas, sistema de drenagem e de esgotos sanitários. Atualmente, parte considerável da área urbana da Bacia do Bacanga encontra-se abaixo da cota 4,0m, portanto, passível de inundação caso fique sujeita aos efeitos da maré.

A barragem também propiciou, durante certo período, a melhoria das condições sanitárias da bacia, em decorrência da capacidade de diluição dos esgotos. Porém, com o crescimento populacional associado à falta da coleta e do tratamento adequado dos efluentes sanitários e dos resíduos sólidos urbanos, as águas do reservatório do Bacanga tornaram-se poluídas e contaminadas, provocando mau cheiro, mortandade de peixes, prejudicando as regiões de mangues e colocando em risco a população ribeirinha e usuária de suas águas.

Para evitar inundações significativas nas áreas baixas da Bacia, é imprescindível que o reservatório seja mantido em cotas baixas no período chuvoso. Para que possa atingir cotas superiores no período chuvoso, sem risco de inundação, é necessário que esteja em funcionamento um sistema de comportas operacionalmente adequado.

A alternativa de não realizar a recuperação da barragem, ou do seu rompimento, significa que a maré deverá propiciar a elevação do nível da água até as cotas 4 a 4,5 metros nas áreas de montante. O impacto dessa elevação sobre as áreas atualmente ocupadas pelo uso urbano é muito grande, representando 9.450 domicílios, cerca de 400 estabelecimentos comerciais e de serviço e indústrias. Estes imóveis seriam atingidos diretamente, exigindo uma significativa (e pouco factível financeira e institucionalmente) intervenção do Poder Publico na relocação dessas famílias.

Uma avaliação preliminar realizada pela Prefeitura estimou as perdas imobiliárias e de infra-estrutura em 247 milhões de reais. Esta estimativa não considera os custos adicionais associados à remoção de quase 20.000 pessoas residentes abaixo da cota 4m IBGE e tão pouco os impactos psicológicos e sociais decorrentes do comprometimento de patrimônio social e cultural de bairros inteiros, tais como Coroado e Bairro de Fátima.

Adicionalmente, a alternativa de não realizar investimentos em infra-estrutura de saneamento condenaria a população da área a conviver com as críticas condições sanitárias e ambientais agravando o quadro atual de saúde decorrente de doenças de veiculação hídrica.

O cenário alternativo, sem o Programa, é de uma degradação contínua da área, transformando o lago em depósito de resíduos sem tratamento, com elementos patogênicos e proliferação de vetores transmissores de doen ças de veiculação hídrica.

A população que reside nas margens do Lago (ou no interior das mesmas) continuaria a conviver com as enchentes periódicas, permanecendo em risco e sem acesso as

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 102

alternativas de geração de trabalho e renda, num processo de exclusão social contínuo.

O quadro de degradação ambiental da bacia também tenderia ao agravamento com a

contínua ocupação de áreas de risco e áreas ainda com vegetação natural em especial no Parque do Bacanga com séria conseqüências ao manancial ali localizad o.,

5.5

SÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL

Os estudos setoriais utilizaram como premissa para formulação das alternativas de saneamento básico e drenagem algumas recomendações ambientais e sociais que foram de importância fundamental a qualificação ambiental do Programa. São elas:

Respeitar as UC s, APP s e áreas de fragilidade ambiental, minimizando as interferências do empreendimento com essas áreas;

Respeitar as restrições definidas no macrozoneamento ambiental e urbano do município;

Evitar interferências com as áreas tombadas pelo IPHAN;

Minimizar as alterações qualitativas e quantitativas sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos;

Respeitar as condições estabelecidas pelo CONAMA para os lançamentos de resíduos líquidos nos corpos d água;

Adotar soluções que minimizem os potenciais impactos ambientais negativos decorrentes da fase de implantação do empreendimento (movimento de terra; erosão, carreamento de sólidos e assoreamento de corpos d água; geração de poeira e ruídos; transtorno aos veíc ulos e pedestres, etc.);

Adotar soluções que minimizem os potenciais impactos ambientais negativos da fase de operação do empreendimento (minimização da geração de resíduos líquidos, sólidos e gasosos; riscos de extravasamentos; consumo de energia, etc.);

Adotar soluções que contribuam para a recuperação e preservação de áreas de proteção e de interesse ambiental;

Respeitar as restrições estabelecidas pelas condições operacionais da Barragem do Bacanga;

Minimizar a relocação de moradores por interferências com o empreendimento.

Os novos sistemas baseados nessas recomendações, aliados (i) à proposta de recuperação da barragem e das novas regras de operação, (ii) ao manejo efetivo do Parque Estadual do Bacanga e (iii) as propostas de desenvolvimento econômico local, deverão garantir um novo cenário de qualidade de vida para a população da Bacia.

O Código Florestal determina a proteção de áreas de preservação permanente ao redor de lagos, lagoas e reservatórios naturais ou artificiais (como é o caso da barragem), o que não possibilita a simples inundação desse sistema. Considera -se ainda que esta barragem foi construída na década de 70 e que no ambiente do lago resultante foram criados ecossistemas importantes para serem preservados, tanto do ponto de vista de proteção ambiental, quanto em relação aos aspectos sociais e econômicos.

No quadro de considerações para a elaboração dos estudos setoriais, adicionado à condição de manutenção da barragem com operação adequada, espera-se a geração de impactos positivos com a implantação do Programa. Intervenções como as que aqui são previstas, que implicam na implantação e/ou recuperação de infra-estrutura

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 103

urbana, principalmente de saneamento e drenagem, quando adequadamente implantados e operados trazem impactos ambientais e sociais positivos benéficos.

Grande parte dos impactos ambientais negativos esperados refere -se principalmente à fase de construção das obras e podem ser adequadamente controlados através dos programas contidos no Plano de Gestão Ambiental. Os principai s impactos ambientais positivos identificados são:

Redução dos riscos de inundação

Melhoria de acessibilidade em parcela significativa da área urbana da Bacia

Melhoria no atendimento por infra -estrutura de água e esgoto

Gestão adequada de resíduos sólidos

Recuperação áreas de conservação ambiental importante Parque Estadual do Bacanga e áreas de preservação permanente do lago do Bacanga

Apoio à geração de trabalho e renda

Incremento da capacidade institucional em gestão e licenciamento ambiental

Os principais impactos ambientais negativos identificados são:

Reassentamento involuntário de famílias e negócios

Interferência com infra-estrutura urbana viária, redes de água, drenagem e energia elétrica.

Necessidade de disposição de material excedente

Riscos de acidentes nas frentes de obra trabalhadores e população local

Afetação temporária de atividades econômicas

A situação de precariedade na Bacia do Bacanga apresenta algumas vertentes, como a deterioração das condições naturais, associada a uma ocupação urbana irregular, de risco e de impacto sobre o meio ambiente natural. Nesse cenário os problemas se sucedem atuando em ciclo, um contribuindo para agravar o outro; a drenagem comprometida por ocupação irregular e desordenada gera inundações, atingindo uma população que vive precariamente nas áreas alagáveis, com a poluição gerada por resíduos líquidos e sólidos. Essa população que polui, é a mesma que vive precariamente dos recursos naturais ainda existentes, como a pesca de subsistência e que não tem a sua disposição os equipamentos de infra-estrutura necessários para a melhoria das condições urbano-habitacionais, como água, esgoto, coleta regular de resíduos, etc. O quadro de fragilidade do ambiente natural se complementa com essa população também vulnerável, que não sabe como atuar de maneira menos impactante em seu ambiente construído, carecendo de ações que propiciem geração de renda, educação ambiental e sanitária, etc.

Ações de educação sanitária e ambiental são fundamentais e devem ser desenvolvidas em apoio à implantação das obras de saneamento e drenagem, a fim de evitar que as estruturas se deteriorem e fiquem comprometidas com a disposição inadequada de resíduos, ocupação irregular de terrenos desafetados pelo Programa e outras ações predatórias que são fruto do desconhecimento da população frente aos benefícios que o Programa pode trazer à qualidade de vida na região. Essas ações devem vir acompanhadas de uma intensa fiscalização por parte da PMSL, para garantir a integridade do novo tecido urbano saneado e das estruturas de saneamento e drenagem implantadas.

As recomendações dos estudos setoriais e da AAR para a garantia do sucesso da implantação do Programa são descritas a seguir.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 104

Recomendações

A PMSL deve promover esforços no sentido de resguardar as áreas de interesse ambiental da pressão antrópica a que vem sendo submetida, seja por meio da expansão urbana, seja por meio de atividades de extração de recursos naturais ou atividades poluentes que possam colocar em risco a conservação das áreas de proteção ambiental estabelecidas no Plano Diretor. Nesse aspecto é de extrema importância a melhoria de gestão do Parque do Bacanga, uma vez que é um importante manancial de abastecimento para o município, tanto com águas superficiais quanto águas subterrâneas. A localização das captações no Parque proporciona menor risco de contaminação dos mananciais e, com isso, melhor qualidade da água de abastecimento. O Parque vem sofrendo diversas invasões nos últimos anos, além de inúmeras atividades irregulares em seu interior. Considera-se imprescindível providenciar a elaboração do seu zoneamento ambiental, promover a regularização de áreas urbanas internas já consolidadas e remover os moradores em áreas ainda preservadas. Recomenda-se, ainda, promover o cercamento da área e a intensificação da fiscalização; Nesse sentido, a AAR recomenda que o Programa Bacia do Bacanga apóie a atualização e fundamentação técnica de implantação do Plano de Manejo do Parque Estadual do Bacanga, conforme proposta contida no PGA;

Abastecimento de Água

recomenda-se a obtenção, com a rapidez necessária, da Licença de Operação

para o Sistema Produtor do Italuís e Sistema Produtor do Sacavém.

Resíduos Sólidos

é absolutamente necessário Integrar ações de gestão de resíduos sólidos ao Programa de Melhoria da Qualidade Ambiental da Bacia do Bacanga, como forma de complementar as ações previstas para os demais setores do saneamento ambiental; para tanto, o Programa Bacia do Bacanga apoiará a elaboração de Plano Diretor de Resíduos Sólidos

para o município, dando início à melhoria de gestão nesse setor.

Em virtude do forte vínculo entre a possibilidade de inundações em áreas urbanas e do sistema de drenagem com o controle operacional do sistema de comportas da barragem e, principalmente, dos impactos que essa última atividade pode provocar sobre o risco de inundações , recomenda-se que a PMSL promova esforços no sentido de integrar a gestão desses serviços. Nesse aspecto, recomenda-se que a PMSL participe, se possível como responsável pelo controle operacional do barramento, o que poderá ser resolvido por meio de convênio ou delegação junto às instâncias estaduais.

5.6 CONSULTA PÚBLICA

Foi realizado um processo de divulgação, discussão e consulta pública sobre o Projeto e seus componentes. Visando atingir o público mais diverso, a Prefeitura Municipal de São Luis realizou diversas reuniões na etapa de preparação do Projeto, com as lideranças locais das áreas afetadas com destaque para:

Areinha (União dos Moradores da Areinha)

Coroadinho (Unidade Integrada Rubens Almeida)

Sacavém - U.I Darcy Ribeiro

Bom Jesus - Paróquia do Divino Espírito Santo Alto do Parque Timbira

Redenção - União dos Moradores da Redenção

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 105

Bairro de Fátima - Igreja Nossa Senhora de Fátima

Vila dos Frades - Convento Nossa Senhora dos Capuchinhos

Completando o processo de divulgação e consulta, a PMSL promoveu a divulgação do Sumário Executivo e do Relatório preliminar de Avaliação Ambiental Regional

AAR

a partir do dia 28 de junho por meio do site e de correspondências às principais entidades federais, estaduais e municipais relacionadas ao tema além de organizações não governamentais, entidades comunitárias, ministério público, etc.

A Consulta final foi realizada no dia 06 de julho, com a participação de: (i) entidades comunitárias como o Comitê em Defesa dos Rios Bacanga e das Bicas, o Comitê Distrital de Saúde, associação de moradores; (ii) Universidade Federal do Maranhão, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, e população em geral.

Foram respondidas questões referentes à expectativa da população a ser reassentada, operação adequada da barragem para prevenir inundações e demanda de maior participação do Comitê de Defesa dos Rios na gestão do Programa. Quanto ao último tema, a coordenação da UGP se comprome teu a incorporar essa demanda à gestão do Programa. O registro dessas reuniões (listas de presença, material de divulgação, ata, fotografias, etc.) encontra -se arquivado na UGP do Programa.

Foto : Reunião 1

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 106

Foto 15: Reunião 2

Figura 8:Panfleto convite de reunião

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 107

Foto Consulta Pública

Foto Consulta Pública

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 108

6 . PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL PGA

O Plano de Gestão Ambiental - PGA do Programa de Recuperação e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga contempla um conjunto de ações e inter venções que deverão prevenir, minimizar ou compensar os impactos ambientais e sociais gerados pelas obras e/ou atividades do referido Plano. O PGA está organizado em políticas e programas de caráter ambiental e social, cuja síntese está anexa a este Relatório de Avaliação Ambiental. A seguir apresenta-se um resumo do conteúdo de cada um dos programas do PGA e um quadro final de custos estimados.

QUADRO 6.1: SÍNTESE DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL PGA

No.

Programas Custos (US) Responsáveis

1 Gestão Sócio-ambiental Atualização do Relatório

Ambiental Regional

Custos inseridos no gerenciamento do Projeto

UGP e consultoria

2 Comunicação Social 300.000

(Inseridos no sub-componente 1.4 Implementação do Programa)

UGP e consultoria

3 Educação Ambiental 250.000

(inseridos no sub-componente 3.3 Meio ambiente)

UGP e consultoria

4 Controle Ambiental de

Obras Custos inseridos nos contratos de

obra UGP e consultoria

5 Fortalecimento Institucional 270.000 (inseridos no sub-componente 3.3

Meio ambiente)

IMCA e consultoria

6 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

750.000 (inseridos no sub-componente 2.2

Gestão em Saneamento) UGP e Consultoria

6 Investigação de fontes de Cádmio

250.000 (inseridos no sub-componente 3.2

Recuperação da Barragem do Bacanga e Monitoramento Ambiental)

UGP

7 Monitoramento da

qualidade das águas

Lago e Estuário

150.000 ( inseridos no sub-componente 3.2

Recuperação da Barragem do Bacanga e Monitoramento Ambiental)

UGP

8 Manejo do Parque E. do Bacanga

400.000 (inseridos no sub-componente 3.3

Meio Ambiente) SEMA/UGP/IMCA

9 Reassentamento de Famílias

7.672.000 (inseridos no sub-componente 3.1 Urbanização e Reassentamento)

UGP e consultoria

Total 10.042.000

Os Programas que constituem o PGA são descritos a se guir:

6.1 - GESTÃO SÓCIO-AMBIENTAL DO PROJETO

O gerenciamento do Projeto será feito por meio da Unidade de Gerenciamento do Programa

UGP, a qual será responsável pela administração do mesmo, sendo elo entre a Prefeitura de São Luis - PMSL, o Banco Mundial - BIRD e as organizações públicas ou privadas que participam da execução do Programa.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 109

A Coordenação Setorial Sócio

Ambiental integra-se ao Sistema de Gestão do

Projeto acima apresentado, possuindo como componentes:

Coordenação Setorial de Gestão Sócio-ambiental, responsável pela coordenação das ações sócio-ambientais do Programa devidamente articulados com as demais coordenações e com as unidades técnicas executoras;

Supervisão Ambiental de Obras responsável pela fiscalização, acompanhamento e orientação das ações ambientais relativas ao Manual Ambiental de Construção

MAC e às medidas mitigadoras referentes às obras indicadas nas licenças ambientais.

Funções e Competências Gerais por Áreas

Coordenação Setorial de Gestão Ambiental - CSGA

Será responsável pela coordenação das ações relativas a:

Plano e Política de Desapropriação e Reassentamento Involuntário;

Programa de Educação Sanitária e Ambiental;

Plano de Fortalecimento da Gestão Ambiental;

Manual Ambiental de Construção;

Programa de monitoramento da Qualidade das Águas

Programa de investigação e Controle das Fontes de Cádmio

Revisão e aprovação dos projetos de infra-estrutura e do Plano Diretor de Resíduos Sólidos;

Consolidação do Parque Estadual do Bacanga

Revisão e aprovação do Relatório de A valiação Ambiental Regional atualizado.

A Coordenação Setorial de Gestão Sócio-Ambiental será responsável, também, por garantir o cumprimento dos requisitos ambientais previstos, notadamente:

- Nos contratos com as empresas construtoras;

- Nos estudos ambientais e de controle ambiental;

- Na legislação e nas normas nacionais , estaduais e municipais;

- Nas licenças de instalação LIs;

- Nas licenças de Operação - LOs

- Nos regulamentos da entidade financiadora (Banco Mundial).

A CSGA deverá ser constituída por profissional sênior com experiência em gerenciamento ambiental nas fases de preparação e/ou de implantação de obras de requalificação urbana envolvendo, também, ações de saneamento, macrodrenagem e sistema viário

Coordenação Setorial para o Desenvolvimento So cial e Relocação de Famílias

Será responsável pela coordenação da elaboração dos Planos específicos de Reassentamento e pelo planejamento e execução de medidas que garantam a implementação desses planos de acordo com a política estabelecida.

A Coordenação Setorial para o Desenvolvimento Social e Relocação de Famílias deverá ser constituída por profissional sênior com experiência em relocação de famílias..

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 110

Supervisão Ambiental de Obras

Deverá ser exercida no âmbito do contrato com empresa supervisora de obras ou empresa gerenciadora do Projeto Bacanga. A supervisão será responsável por verificar e atestar que todas as atividades relativas ao meio ambiente envolvidas na construção das obras estão sendo executadas dentro dos padrões de qualidade ambiental recomendados nas especificações de construção e montagem, no Manual Ambiental de Construção e nas Licenças Ambientais.

Funções e Competências Específicas

Coordenação de Gestão Sócio -ambiental

Além das responsabilidades gerais acima descritas, são atribuições específicas da Coordenação de Gestão Sócio-Ambiental:

- Articular-se permanentemente com as demais coordenações setoriais considerando, em especial:

a elaboração e/ou revisão conceitual dos projetos de infra-estrutura com a adoção de conceitos de preservação ambiental e de gestão ambiental urbana;

o sub-programa de fortalecimento da gestão ambiental da CONDER;

as questões de planejamento ambiental das obras envolvendo as ações de requalificação urbana de âmbito local e nas ações de infra-estrutura supra-local.

- Articular-se com o IMCA e SEMA no que diz respeito aos processos de licenciamento ambiental dos componentes e sub -componentes do Programa;

- Aprovar, no âmbito da UGP, os projetos de infra-estrutura urbana, garantindo a inserção dos conceitos de preservaçã o ambiental e de gestão ambiental urbana;

- Garantir que as ações de comunicação social, relativas à convivência com as obras, estejam devidamente articuladas com o planejamento de obras,

- Acompanhar a execução do Manual Ambiental de Construção em conjunto com a Supervisão Ambiental de Obras;

- Decidir sobre ações e procedimentos de obras, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos potenciais;

- Apresentar, periodicamente, à Coordenação da UGP, avaliação sobre a eficiência dos programas ambientais relacionados às intervenções físicas previstas e sobre os ajustes necessários;

- Aprovar, em conjunto com a coordenação da UGP, as penalidades às empresas construtoras, no caso de não atendimento dos requisitos técnicos e ambientais, ou seja, na situação de configuração de não

conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento de obras.

- Aprovar, em conjunto com a coordenação da UGP, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades significativas, a paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo, de medidas corretivas.

- Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental à Coordenação Executiva da UGP e ao Banco Mundial. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, bi-mensais.

- Cuidar, também, dos questionamentos da sociedade civil, incluindo as Organizações Não-Governamentais

ONGs e outras partes interessadas nas obras e nos sub-programas ambientais do empreendimento.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 111

Supervisão Ambiental de Obras

De acordo com o arranjo institucional proposto para o gerenciamento e execução do Projeto Bacanga, a função de supervisão das obras poderá ser realizada por uma ou mais empresas supervisoras, contratadas pela UGP.

Considerando a multiplicidade de áreas de intervenção e de empresas construtoras, a função de supervisão ambiental de obras poderá ser realizada por empresa gerenciadora do Programa. Para tanto, a Empresa gerenciadora deverá disponibilizar profissionais que serão responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento dos requisitos técnicos e ambientais que constam do contrato de execução das obras. Esses profissionais serão responsáveis por verificar e atestar que todas as atividades relativas ao meio ambiente envolvidas na construção das obras estão sendo executadas dentro dos padrões de qualidade ambiental recomendados nas especificações de construção e montagem, nas licenças ambientais expedidas e no Manual Ambiental de Construção.

O Manual Ambiental de Construção apresenta um conjunto de atividades que incluem desde aspectos considerados nas diretrizes para localização e operação de canteiros até ações ao gerenciamento de resíduos, de saúde e segurança nas obras, articulando-se com outros programas como o de Comunicação Social.

A supervisão ambiental deverá trabalhar em coordenação permanente com os demais integrantes da gestão ambiental do empreendimento, executando inspeções técnicas nas diferentes frentes de obra ou atividades correlatas em desenvolvimento.

À Supervisão Ambiental caberá:

Acordar, aprovar e revisar o planejamento ambiental de obras, por meio de reuniões quinzenais com a coordenação ambiental do programa e os responsáveis ambientais de cada construtora / lote de obras;

Implementar inspeções ambientais, para verificar o grau de adequação das atividades executadas, em relação aos requisitos ambientais estabelecidos para as obras e sub-programas ambientais a elas ligados;

Verificar o atendimento às exigências dos órgãos ambientais relativas ao processo de licenciamento do empreendimento e às recomendações das entidades financiadoras internacionais;

Inspecionar, periodicamente, e sem aviso prévio, as distintas frentes de serviço no campo, para acompanhar a execução das obras e sua adequação ou não aos programas de gestão ambiental;

Avaliar as atividades das equipes ambientais das empresas construtoras;

Sugerir ações e procedimentos, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos potenciais;

Propor, no caso de não atendimento dos requisitos ambientais, ou seja, na situação de configuração de não

conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento, penalidades contra a empresa construtora.

Avaliar, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades significativas, a necessidade de paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo, de medidas corretivas. Nesse caso, a supervisão deve preparar relatório sintético à coordenação de gestão sócio-ambiental, informando das questões envolvidas e da proposição de paralisação.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 112

Avaliar periodicamente a eficiência dos programas ambientais relacionados às intervenções físicas previstas e propor os ajustes necessários;

Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental ao empreendedor e às entidades financiadoras nacionais e internacionais. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, mensais.

Instrumentos de Controle e Avaliação Ambiental.

Com o objetivo de assegurar qualidade ambiental às intervenções a serem financiadas e/ou apoiadas pelo Projeto, e ao atendimento aos requerimentos ambientais estipulados na legislação brasileira e nas salvaguardas do Banco Mundial, foi prevista a elaboração de Relatório de Avaliação Ambiental Regional

RAR atualizando o atual Relatório quando da conclusão do detalhamento das intervenções de infra-estrutura - Projetos Básicos.

O RAR atualizado deverá ser objeto de novo processo de divulgação e consulta pública e deverá ser enviado ao Banco para aprovação antes da licitação das obras.

Adicionalmente, a UGP deverá acompanhar a elaboração dos relatórios ambientais específicos no âmbito do processo de licenciamento ambiental.

6.2 PROGRAMA DE DIVULGAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL PCS

O Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga prevê um conjunto de obras que, ao serem executadas, causarão interferências em diversos bairros desta região. Durante a execução dessas obras a população de São Luis e, particularmente, da região do Bacanga, deverá ter fácil acesso ao órgão responsável pela implementação do Programa. O PCS justifica-se pela necessidade de estabelecimento destes canais de diálogo aberto, além de permitir visibilidade a todo o processo.

Através do PCS a comunidade afetada será informada dos aspectos relevantes do empreendimento em suas diversas fases de implementação, além das implicações sociais e ambientais. Tem como objetivos específicos:

1. Construir uma imagem positiva do empreendimento;

2. Buscar a integração entre empreendedor e comunidade local;

3. Possibilitar participação efetiva das comunidades afetadas direta e indiretamente em todas as fases do empreendimento;

4. Criar canais de comunicação direta entre sociedade e empreendedor com o objetivo de esclarecer a população da região sobre os impactos decorrentes das obras.

O PCS terá três linhas de ação:

1ª) A primeira, voltada para o marketing institucional do Programa, buscará estabelecer processos de comunicação entre o empreendimento e demais órgãos do poder público local, e junto aos organismos não-governamentais para criar visibilidade positiva do empreendimento.

2ª) A segunda destina-se especificamente à população diretamente afetada pelas obras que será constantemente informada sobre as frentes de trabalho e com as atividades de cada componente do projeto e terá no PCS um canal para dirimir dúvidas, informar sobre problemas das obras, segurança e outros.

3ª) A terceira, abrange o conjunto de colaboradores participantes do Programa e visa contribuir com o SGA do empreendimento através do

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 113

desenvolvimento de atividades de Comunicação Social, informando a todo o corpo funcional e colaboradores quanto à necessidade da conservação ambiental.

Esse programa está voltado para Técnicos e trabalhadores da obra, Órgãos governamentais e não-governamentais da área de influência do empreendimento, População da área de influência do empreendimento; e Opinião pública municipal e estadual.

Para a implantação do PCS está prevista a alocação de uma equipe de comunicação social e a criação de Ouvidoria Pública junto à UGP, através do modelo de contratação que for acordado no modelo de gestão do Programa Bacia do Bacanga.As funções que deverão ser cumpridas pela equipe responsável pela implantação do PCS podem ser caracterizadas como: identificar eventuais problemas emergentes e encaminhar as soluções pertinentes; responder prontamente as demandas e necessidades decorrentes do andamento das obras; acompanhar e apoi ar as ações de re-locação da população e das atividades econômicas e oferecer respostas rápidas às necessidades de informação e interação com diferentes segmentos da sociedade local.

O PCS deverá estar articulado a todos os demais programas componentes do PGA, na medida em que deverá construir visibilidade em torno dos resultados de todos os programas ambientais desenvolvidos pelo empreendimento.

O custo total de montagem do PCS está orçado em US$ 300.000, sendo parte das atividades providas pelo executor através das rotinas de divulgação institucional, já desenvolvida pela PMSL. Será desenvolvido pela UGP e consultoria especializada. O programa tem sua implantação prevista imediatamente após o início das obras e só estará encerrado com a sua conclusão.

6.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Estará voltado para a população diretamente afetada e os bairros da Bacia, tendo como objetivo maior transformar a preocupação ambiental em prática, baseada nas questões vivida e experimentada pela população local no seu cotidiano. encontra-se estruturado nas seguintes ações interdependentes e complementares, que devem ser coordenadas por uma equipe técnica (interna à PMSL ou contratada pela UGP) que se constituirá num Grupo Gestor, vinculado à UGP, a saber: (i) Linha de Ação 1 - Educação Ambiental Local - voltada para a população diretamente afetada na Bacia do Bacanga; (ii) Linha de Ação 2 - Desenvolvimento de Programa de Educação Sanitária e Ambiental para as Áreas de Reassentamento; (iii) PEA específico para Saneamento; e (iv) PEA específico para a CAEMA

Caberá a esse grupo coordenar todas as ações propostas no programa podendo atuar com responsáveis específicos pelo acompanhamento e suporte em cada área de atuação. A execução do PEA estará a cargo da UGP, através do Grupo Gestor proposto e de consultoria temporária.

6.4 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DAS OBRAS PCAO

Cuidados preventivos podem representar economia no final das obras com a recomposição do ambiente alterado e já fazem parte dos novos métodos de trabalho. Esse programa consiste na definição de uma série de procedimentos e técnicas de construção ambientalmente adequadas para as diversas situações de obra. Tem como objetivos:

Preservar ao máximo e valorizar os aspectos paisagísticos das áreas de entorno ao empreendimento, em todas as etapas da obra;

Fornecer aos empreiteiros todos os critérios e condicionantes ambientais que deverão ser respeitados, nas diversas etapas da construção;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 114

Fornecer aos trabalhadores regulamentos e normas para uma conduta

ambientalmente correta.

O PCAO divide-se em 04 subprogramas: 1) higiene, segurança e medicina do trabalho

HSM; 2) saneamento dos canteiros de obras

SCO; 3) educação ambiental dos

trabalhadores

EAT; 4) controle ambiental e recuperação de áreas de empréstimo,

canteiros e bota-fora

PRB; 5) procedimentos de salvamento ao acaso relativos ao

patrimônio cultural.

6.5 PROGRAMA DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL EM MEIO AMBIENTE

Esse programa destina-se a incrementar a capacitação do Instituto Municipal de Controle Ambiental - IMCA, a fim de que aquele instituto possa assumir plenamente suas funções como organismo ambiental integrante do SISNAMA. As novas exigências de atuação ambiental, inerentes a um Programa desse porte para a cidade, requerem que os órgãos que atuam mais diretamente com os impactos relativos ao Programa sejam fortalecidos para atendimento às novas demandas que se impõem, como no caso do IMCA. Busca-se também ampliar e qualificar os recursos humanos de nível gerencial, técnico e operacional, formadore s da equipe do IMCA, para o pleno desempenho do incremento de atribuições das diferentes áreas daquele Instituto.

As atividades previstas dividem-se em:

Capacitação de Recursos Humanos formular programa de curta duração que faça uma atualização das questões legais (Resoluções CONAMA, convênio de competências estaduais e municipais, etc.) procedimentos expeditos de licenciamento para empreendimentos de baixo impacto potencial, entre outros.

Agenda de Conformidade Institucional ações voltadas para o estabelecimento de procedimentos uniformes de licenciamento e fiscalização. Nesse sentido, este PGA apresenta em anexo um modelo de Manual de Licenciamento Ambiental, que pode ser utilizado na íntegra ou parcialmente, para a construção dos procedimentos especí ficos para utilização no Instituto.

Incremento de Recursos Materiais

Trata-se de identificar, através das demandas específicas, quais serão os equipamentos prioritários considerando que o licenciamento, fiscalização e monitoramento das obras e ações do Programa Bacia do Bacanga trará um acréscimo nas atividades do órgão.

Os custos deste programa estão orçados em US$ 170.000 para treinamento e capacitação e os recursos para compra dos equipamentos necessários deverão ser orçados oportunamente, visto que não há previsão dessa demanda quantificada no momento.

6.6 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE SÃO LUIS.

Elaboração do plano com vistas a orientar a Prefeitura municipal no desenvolvimento do sistema de limpeza pública do município, avaliando as condições atuais e estabelecendo diretrizes e metas futuras de desenvolvimento sustentável, de fortalecimento institucional e administrativo, modernização tecnológica e inclusão sócio-econômica.

Em linhas gerais um Plano Diretor de Resíduos S ólidos deverá conter:

Estudos Básicos, que contemplem: (i) caracterização físico-ambiental; (ii) caracterização socioeconômica; (iii) diagnóstico do setor de limpeza pública no Município de São Luis;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 115

Plano de Gestão, em nível de Pré-Viabilidade, que inclui: (i) formulação de alternativas de gestão; (ii) seleção de alternativas de gestão; (iii) definição e desenvolvimento de métodos de gestão.

6.7 PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO DE FONTES DE CÁDMIO E CONTROLE DE EFLUENTES

O objetivo deste Programa é a identificação e caracterização das fontes responsáveis pela emissão de efluentes que provocam a contaminação pelo cádmio no ambiente estuarino, especialmente para o lago do Bacanga. A caracterização dessas fontes permitirá avaliar os níveis de contaminação por este metal, além de fornecer os dados necessários à adequada instrução dos trabalhos de recuperação e de preservação deste ambiente urbano de grande importância social e econômica para São Luís. Serão executadas as seguintes atividades:

Investigar as atividades econômicas localizadas na bacia do Bacanga que utilizam o cádmio no processo produtivo, visando localizar

e identificar

os pontos responsáveis pela emissão deste efluente, tanto para a rede de coleta de esgotos domésticos, quanto para a rede de drenagem pluvial da bacia do Bacanga;

Coleta de amostras para análise qualitativa e quantitativa das emissões deste poluente;

Identificar medidas de controle ambiental

Monitoramento específico das águas do reservatório e de ictiofauna para constatação da presença de cádmio

O valor total estimado para execução dos trabalhos ora propostos é de US$ 250.000 que será financiado com recursos do Programa Bacia do Bacanga,e será executado à cargo da UGP. Para o monitoramento da contaminação das águas e da ictiofauna deverá ser realizado convênio com universidade local.

6.8 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO LAGO BACANGA E ESTUÁRIO.

Este programa tem o objetivo de acompanhar a evolução de qualidade das águas com vistas à avaliação dos resultados do Projeto.

Envolve a coleta, a realização das análises e a avaliação dos resultados obtidos frente à legislação ambiental vigente. Recomenda-se a definição de três pontos a montante da barragem do Bacanga e três pontos a jusante, coletados nos períodos de maré baixa.

Os parâmetros previstos são: coliformes totais e coliformes termotolerantes, pH, turbidez, sólidos totais, sólidos sedimentáveis, condutividade, DBO, DQO, OD, Sulfato, Nitrito, Nitrato, Nitrogênio Total, Nitrogênio Amoniacal, Fósforo e Óleos e Graxas.

A freqüência deve ser trimestral.

6.9 PROPOSTA DE ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL E IMPLANTAÇÃO DO MANEJO DO PARQUE ESTADUAL DO BACANGA

Este programa tem como propósito apresentar os serviços a serem realizados por empresa de consultoria para (i) adequação do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga às novas condições de uso e ocupação do solo presentes na área protegida e atualização e das propostas; e, também, (ii) para a realização de um estudo de viabilidade legal e econômica do referido plano, bem como estabelecer um modelo de gestão ambiental desta Unidade de Conservação. As macro-atividades a serem desenvolvidas são os programas de (i) Conhecimento, (ii) Controle e Usos

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 116

Sustentáveis, (iii), Recuperação de Áreas Degradadas, (iv) Comunicação Social e Educação Ambiental; (v) Urbanístico e de Infra-estrutura; e Gestão do Parque. O orçamento preliminar a ser disponibilizado pelos recursos do Programa da Bacia do Bacanga é de US$ 400.000, sob a responsabilidade da UGP, com a participação da SEMA e do IMCA.

6.10 MARCO CONCEITUAL DA POLÍTICA DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO DE FAMÍLIAS

A proposta elaborada para atender a 750 famílias, foi preparada de acordo à salvaguarda OP 4.12. O desenho da proposta de reassentamento contempla como meta maior, garantir a recomposição da qualidade de vida das famílias afetadas pelo empreendimento, tanto no aspecto físico da perda de moradia, como em outros aspectos, como a quebra da rede de apoio social e das relações de vizinhança. Para isto, determinados fundamentos orientaram sua elab oração:

Minimizar o número de imóveis a serem desapropriados;

Garantir a oferta de diferentes opções de atendimento;

Garantia da melhoria ou da manutenção das condições de moradia;

Garantia da possibilidade de manutenção da renda. As famílias que tiverem suas atividades produtivas interrompidas ou reduzidas em função da alteração do status quo existente anterior à obra deverão ser compensadas por estas perdas, de forma a permitir-lhes que possam reconstruir suas vidas em menor tempo possível;

Garantia da oferta de serviços sociais, como por exemplo: educação, saúde, transporte público, etc.;

Busca permanente da minimização dos impactos sociais e/ou ambientais sobre a população.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 117

7. EQUIPE DE CONSULTORES

Marisa Manfrinato Teixeira coordenação

Ivo Sadao Massunari engenheiro civil responsável pelos estudos de meio físico

Maria do Socorro Saraiva Pinheiro mestre em biologia, responsável pelos estudos de meio biótico.

César Augusto Oller do Nascimento

sociólogo, responsável pelos estudos de meio socioeconômico.

Ubirajara Pereira Fontes

arquiteto, responsável pelo Plano de Gestão Ambiental

PGA.

Rogério Peter de Camargo geógrafo, responsável pela cartografia e imagens.

Alexandre de Castro Santos Pinto geógrafo, responsável pela cartografi a e imagens.

Denílson da Silva Bezerra biólogo marinho, assistente.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 118

8. BIBLIOGRAFIA - ESTUDOS CONSULTADOS

Mapeamento da Bacia do Bacanga: Aspectos Urbanísticos, Sociais, Produção de Cartografia Básica e Periodização das Ações e Investimentos REV-1, TC/BR, Janeiro de 2006.

Estudo sobre o desenvolvimento econômico local e a geração de trabalho e renda na bacia do Bacanga, Carlos Osório de Cerqueira, Junho de 2007.

Marco Conceitual Política de Reassentamento Involuntário, AVANTE Engenharia e Consultoria Junho de 2007.

Concepção e Estudo de Alternativas para o Sistema Drenagem de Águas Pluviais para a Bacia do Bacanga COOPERSANEO, Maio de 2007.

Concepção e Alternativas para o Sistema Abastecimento de Água para a Bacia do Bacanga - COOPERSANEO, Maio de 2007.

Concepção e Alternativas para o Sistema de Esgotamento Sanitário para a Bacia do Bacanga - COOPERSANEO, Maio de 2007.

Análise temporal da paisagem do Parque Estadual do Bacanga utilizando Imagens dos Satélites SPOT-3 e CBERS-2 - José de Ribamar Pinheiro Júnior, Lizit Alencar da Costa, Márcio Costa Fernandes Vaz dos Santos, Lenisa Nina Gomes, s/data.

Modelagem Hidrodinâmica e da Qualidade Ambiental da Água do Reservatório do Bacanga e Pesquisa Exploratória de Cádmio, RHAMA Consultoria Ambiental, Fevereiro de 2007.

Programa de Desenvolvimento Sustentável das Bacias Itaqui-Bacanga, Carta Consulta à COFIEX, abril de 2003.

Parque Estadual do Bacanga

Atualização do Plano de Manejo, Leme/Eletronorte, Agosto de 2002.

São Luís, Uma Leitura da Cidade, Instituto de Pesquisa e Planificação da Cidade, 2006.

Atualização da Cartografia Básica e Diagnóstico por Sub-bacias

AeT, Arquitetura, Planejamento e Transportes Ltda., Junho de 2007.

Legislação Ambiental documentos diversos.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 119

9. ANEXOS

Em anexo, consta o detalhamento de alguns programas ambientais como:

(i) manual ambiental de construção;

(ii) programa de capacitação e fortalecimento institucional em meio ambiente ;

(iii) programa de investigação de fontes de cádmio e controle de efluentes , e

(iv) plano de manejo do parque estadual do bacanga

Constam, também, como anexos ao presente relatório, mas em volumes separados:

A) Relatório Final de Segurança de Barragem

Avaliação das Condições de Estabilidade e Segurança da Barragem do Bacanga Tomos I e II

B) Marco Conceitual Política de Reassentamento Involuntário

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 120

9.1 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS (MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO)

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 121

1. INTRODUÇÃO

O Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga prevê um conjunto de obras que, ao serem executadas, causarão interferências em diversos bairros da bacia, na cidade de São Luís. Este conjunto de obras compreende intervenções em macrodrenagem, estruturação viária, construção de praças e parques; obras de saneamento básico (abastecimento de água e esgotamento sanitário); reabilitação da barragem do Bacanga e estruturas de controle de inundações; construção de habitações e outras.

A mão-de-obra será recrutada em São Luís e cidades vizinhas da ilha, não havendo, portanto, necessidade de alojamentos nos canteiros de obra, o que reduz bastante os impactos decorrentes. Mesmo assim, nos canteiros serão desenvolvidas outras atividades, tais como: depósito de materiais, centrais de concreto, carpintaria, áreas para armação, escritórios, etc.

O empresariado da construção civil sempre buscou a redução, ao mínimo, do custo das obras visando obter maiores ganhos e, para tanto, não observavam os cuidados necessários com as questões ambientais. Este ponto de vista vem sendo modificado nos últimos tempos, em parte pelas ações no âmbito legal e, sobretudo, pela conscientização da população. A pressão da sociedade tem determinado a revisão de usos e costumes negativos para o meio ambiente. Cuidados preventivos podem representar economia no final das obras e já fazem parte dos novos métodos de trabalho como, por exemplo, a escolha dos locais mais adequados para instalação dos canteiros, estocagem do solo orgânico para uso na recuperação da área afetada e outros.

2. OBJETIVOS

O Programa de Controle Ambiental das Obras - PCAO consiste na definição de uma série de procedimentos e técnicas de construção ambientalmente adequadas para as diversas fases e situações de obra. Pretende -se com esse Programa:

Preservar ao máximo e valorizar os aspectos paisagísticos das áreas de entorno ao empreendimento, em todas as etapas da obra;

Fornecer aos empreiteiros todos os critérios e condicionantes ambientais que deverão ser respeitados, nas diversas etapas da construção;

Fornecer aos trabalhadores regulamentos e normas para uma conduta ambientalmente correta.

3. ATIVIDADES

Compreende a elaboração e realização de ações tais como:

Gestão ambiental dos canteiros de obra definindo normas de ocupação e operação, normas de conduta e programa de ed ucação ambiental para os trabalhadores.

Controle Ambiental das Atividades de Execução das Obras

contendo diretrizes ambientais gerais para as atividades construtivas, com especial atenção às áreas altamente sensíveis. O Programa deverá estabelecer diretriz es relativas a:

Re-locação da infra-estrutura;

Escavações;

Instalação dos equipamentos;

Recomposição e re-vegetação da faixa de preservação permanente;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 122

Recuperação das vias de acesso.

Controle de Trânsito contendo as instruções gerais de comunicação e controle de tráfego durante as obras, buscando orientar os usuários sobre as áreas interditadas e alternativas de acesso.

Re-vegetação das Áreas Impactadas contendo as instruções gerais para:

Áreas de preservação permanente;

Áreas susceptíveis a erosão e com altas declividades;

Áreas de empréstimo, de bota-fora e dos canteiros de obra.

Gerenciamento de Riscos e de Contingência com as instruções gerais relativas aos riscos de derramamento de óleos e combustíveis durante as obras e as ações necessárias em caso de acidentes durante as etapas da obra;

Saúde e Segurança com o objetivo de prover as ações necessárias à proteção da saúde e segurança dos trabalhadores e da população durante a obra, além da previsão de ações emergenciais. O programa deve envolver também, diretrizes de segurança de transporte de materiais e equipamentos de obra. Deve-se prever a definição e respectiva divulgação de seguros de acidentes tanto para os trabalhadores como para a população em geral.

O PCAO deverá estabelecer os requisitos ambientais mínimos a serem atendidos pelas empresas construtoras na fase de licitação das obras. As seguintes exigências serão consideradas:

Uma qualificação técnica ambiental com base em experiência comprovada no gerenciamento de aspectos ambientais construti vos;

Equipe ambiental própria;

Orçamento onde constem as questões ambientais e a equipe ambiental de campo.

Os editais de licitação devem prever, também:

Exigência de aplicação e cumprimento do Plano Ambiental de Construção - PAC;

Cláusulas de penalização financeira para o não cumprimento dessas normas.

O Edital de Obras deverá prever ainda o detalhamento de Plano Ambiental de Construção - PAC pela(s) empresa(s) construtora(s) vencedora(s) da licitação. O Plano deverá ser elaborado a nível executivo, em escala compatível com o empreendimento, considerando: (i) detalhamento, a cada trecho, das técnicas construtivas para as áreas não-problemáticas; detalhamento para as áreas especiais (áreas urbanas e áreas com alta declividade) e para as áreas ambientalmente sensíveis (travessias de cursos d água, áreas protegidas, áreas com necessidades de contenção de encostas e com alta susceptibilidade à erosão, etc.) onde devem ser detalhadas as técnicas construtivas a serem adotadas. O início das obras está condicionado à aprovação, pela equipe de gerenciamento ambiental, desse plano detalhado.

4. METODOLOGIA

A metodologia para a implementação do programa proposto compreende a forma de melhor se cumprirem as especificações para as atividades do mesmo, descritas anteriormente.

4.1 Levantamento das especificações técnicas existentes para os aspectos das obras que representam riscos ambientais.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 123

Na instalação, operação e desmobilização de Canteiros de Obras, as especificações deverão abordar:

Susceptibilidade a processos erosivos;

Terrenos sujeitos à instabilidade;

Topografia acidentada;

Cheias e inundações;

Lençol freático aflorante;

Horário das obras (lei do silêncio);

Sistema de sinalização;

Abastecimento de água;

Esgotamento sanitário;

Armazenamento, coleta e disposição d e resíduos sólidos;

Controle dos efluentes de lavadores e oficinas;

Procedimentos para controle e mobilização de mão -de-obra;

Higiene, segurança e medicina no trabalho;

Desmobilização dos canteiros e reabilitação ambiental.

Em relação à abertura de vias de acesso deverão ser abordados os seguintes aspectos:

Susceptibilidade a processos erosivos;

Finalidade restrita à operação normal dos veículos e equipamentos;

Sistema de drenagem específico;

Recomposição após as obras.

Em relação às necessidades de emprést imos e bota-fora:

Aquisição comercial somente de empresas licenciadas ambientalmente;

Em caso de exploração própria, requerer o licenciamento ambiental através de documento exigido pelo órgão competente, recuperando a área após a exaustão reincorporando-a ao ambiente local de forma harmônica.

Quanto aos serviços de terraplenagem:

Fatores geológicos e geotécnicos;

Cobertura vegetal remanescente;

Geração de ruídos, vibrações e poeira;

Interferências com o sistema viário local;

Sistemas de drenagem pluvial e r edes de esgoto e abastecimento de água;

Transporte de materiais;

Riscos de acidentes internos e externos;

Interferências com o patrimônio cultural e arqueológico.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 124

4.2 Coleta de informações

Levantar todas as informações necessárias para um controle efetivo das atividades dos Canteiros de Obras, detalhando suas instalações, número de empregados, programa de higiene, segurança e medicina no trabalho, uso e ocupação do solo nas áreas dos canteiros, necessidade e traçado de vias de acesso, previsão de movimentação de equipamentos e veículos.

4.3 Inclusão de diretrizes ambientais nos editais de licitação

Os editais contendo os critérios e diretrizes ambientais funcionarão como um código de conduta de todos os empreiteiros contratados. Para sua melhor funcionalidade deverá haver um trabalho integrado entre as áreas de engenharia e a área ambiental, de maneira que, durante a execução das obras, ocorra um permanente acompanhamento e intercâmbio entre os especialistas ambientais e de engenharia, garantindo, ao mínimo possível, as agressões ao meio ambiente.

4.4 Acompanhamento da implementação das especificações e recomendações contidas nos editais de licitação

Os critérios e diretrizes ambientais estarão fundamentadas em especificações técnicas consolidadas e na experiência ambiental em obras similares àquelas que integram o Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga. Tais critérios e diretrizes devem ser efetivamente colocadas para a área de engenharia de forma a estabelecer um perfeito intercâmbio e sintonia entra as duas áreas, visando um acompanhamento das especificações e recomendações contidas nos editais.

4.5 Manual de procedimentos dos empreiteiros

Para os canteiros de obras

Todos os pontos de despejos da vazão de canaletas e drenos no terreno receberão proteção contra erosões;

Quando possível deverão ser interligados ao sistema público de abastecimento de água e de coleta de esgotos, em caso negativo implantar sistemas independentes dentro das normas técnicas. Em nenhuma hipótese poderá haver lançamento de efluentes para as lagoas e rios;

Quanto aos resíduos sólidos deverão ser armazenados em contêineres e coletados pela empresa pública mediante convênio;

Implantar programa de higiene, segurança e medicina no trabalho;

No caso de uso de áreas particulares para canteiro de obras o empreiteiro deverá apresentar contrato de locação da área, com cláusulas que apresentem o uso e ocupação da área e a necessidade de sua recuperação ou conservação ambiental após a desmobilização.

Terraplenagem

Inclusão no planejamento e execução desse serviço de técnicas de prevenção contra erosão, de manutenção dos sistemas de proteção implantados e de monitoramento constante da eficácia dos mesmos;

Todo o solo orgânico retirado deverá ser estocado de forma adequada para posterior uso na recuperação de áreas degradadas pelos serviços;

As áreas degradadas deverão ser recuperadas após término das obras através de planos específicos de recuperação.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 125

Vias de acesso

Todas as precauções e estruturas necessárias ao controle e segurança do uso das vias deverão ser executadas e previstas nos quantitativos das obras;

As vias deverão ter o mínimo de interferências com o meio ambiente, evitando áreas vegetadas;

Qualquer execução de via de acesso ou modificação no sistema viário existente deverá ser acompanhada de obras de drenagem, de forma a evitar processos erosivos.

Elaboração de um código de conduta para os trabalhadores

O código de conduta é uma ferramenta importante com o objetivo de preservar, tanto a saúde e as condições de higiene do trabalhador e, conseqüentemente, a comunidade local, como as condições ambientais nos canteiros de obras e das frentes de serviços e também, das comunidades vizinhas. Sendo importante que:

Todo trabalhador seja submetido a exame médico admissional no momento de sua contratação;

Seja adotada uma atitude adequada no trajeto de casa para o trabalho, visando garantir o sossego da comunidade local;

Todo o lixo produzido na obra ou no refeitório seja depositado em vasilhames próprios para posterior remoção;

Os sanitários deverão ser utilizados de forma adequada;

Em nenhuma hipótese seja suprimido qualquer espécime arbóreo sem a prévia autorização do encarregado;

Todos os motoristas respeitem os horários e trajetos traçados;

Não sejam permitidas pichações nas instalações dos canteiros de obras.

A apresentação do Código de Conduta aos trabalhadores deverá ser precedida de palestra educativa com ênfase na questão ambiental, relações humanas e normas de conduta no trabalho.

CRONOGRAMA

Esses procedimentos operativos deverão fazer parte dos editais de licitação para contratação das obras, permitindo assim, que seus custos sejam incluídos nas propostas dos concorrentes as obras.

ZERO (*) 01 02 03 04 N

Levantamento das especificações técni cas X

Coleta de informações X

Inclusão de diretrizes ambientais nos editais X

Acompanhamento da implementação das especificações X X X X X

Elaboração do manual para os empreiteiros X

Elaboração do código de conduta X

(*) Precede o início das obras

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 126

RESPONSÁVEIS

Empreiteiras.

CUSTOS

O custo estimado para o gerenciamento do programa, a definir posteriormente.

4.6 SUB-PROGRAMAS

A) - HIGIENE, SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO - HSM

JUSTIFICATIVA

O Programa de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho justifica-se pela importância do controle de doenças virais, bacterianas e parasitárias que poderão surgir em decorrência da construção do empreendimento, bem como, pela necessidade de medidas de mitigação dos impactos causados com o aumento da demanda sobre a infra-estrutura de saúde existente, cuja sobrecarga poderá acarretar prejuízos para a comunidade local.

Justificando-se, também, pela segurança dos trabalhadores envolvidos no empreendimento, e, principalmente, atender à legislaçã o trabalhista em vigor.

OBJETIVO GERAL

Promover a implantação da obra dentro do padrão previsto para projetos, com o mínimo de riscos à saúde e com segurança aos operários contratados, tanto no canteiro de obras quanto nas frentes de serviços.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a saúde da mão-de-obra contratada, mediante exame admissional que possibilite o diagnóstico de doenças relevantes para a atividade a ser realizada;

Preservar a saúde do contingente de mão-de-obra, mediante realização de exames médicos periódicos;

Colaborar para a manutenção das condições sanitárias favoráveis à população empregada;

Prestar assistência médica à população trabalhadora no caso de ocorrência de acidentes e de doenças;

Esclarecer e orientar a população empregada sobre as doenças sexualmente transmissíveis mediante campanhas educativas.

Disponibilizar equipamentos de proteção individual (EPI s) e conscientizar os colaboradores da importância de seu uso na prevenção a acidentes no trabalho.

METAS

Implementar medidas e infra-estruturas voltadas para a proteção da saúde da mão -de-obra a partir da instalação do canteiro de obras e assegurar estes serviços durante toda a fase de construção do empreendimento.

METODOLOGIA

Deverão ser adotados critérios e procedimentos de seleção e recrutamento da mão-de-obra que considerem o estado de saúde dos trabalhadores a serem alocados na obra. Durante o período em que o trabalhador estiver contratado deverá ser garantido a manutenção e o controle da sua higiene e saúde, mediante procedimentos preventivos e curativos.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 127

Deverão ser evitadas e prevenidas as possibilidades de ocorrência de disseminação de moléstias transmissíveis; o canteiro de obra deverá ser dotado de condições adequadas de higiene e segurança.

A conscientização dos trabalhadores será fundamental para o êxito dessas ações e, para isso deverão ser ministrados cursos e/ou palestras antes do início das obras. A programação das palestras deverá ser notificada à Unidade de Gerenciamento do Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga.

Deverão também, ser cumpridas as exigências da Norma Regulamentadora 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, do Ministério de Trabalho e Emprego, cujos objetivos e campo de aplicação estão expressos no item 18.1, a seguir transcritos:

18.1. Objetivo e campo de aplicação

18.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

18.1.2. Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

18.1.3. É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem que estejam asseguradas as medidas previstas nesta NR e compatíveis com a fase da obra.

18.1.4. A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do cumprimento das disposições relativas às condições e meio ambiente de trabalho, determinadas na legislação federal, estadual e/ou municipal, e em outras estabelecidas em negociações coletivas de trabalho.

Esta NR 18 trata de forma minuciosa de todos os aspectos relacionados ao meio ambiente de trabalho na construção civil, abordando, dentre outras, as seguintes questões:

18.3. Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT

18.5. Demolição

18.6. Escavações, Fundações e Desmonte.

18.7. Carpintaria

18.8. Armações de Aço

18.9. Estruturas de Concreto

18.10. Estruturas Metálicas

18.14. Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas

18.21. Instalações Elétricas

18.22. Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas.

18.23. Equipamentos de Proteção Individual

18.24. Armazenagem e Estocagem de Materiais

18.25. Transporte de Trabalhadores em Veículos Automotores

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 128

18.26. Proteção Contra Incêndio

18.27. Sinalização de Segurança

18.28. Treinamento

18.29. Ordem e Limpeza

18.33. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA nas empresas da Indústria da Construção.

O Programa deverá atender também a NR 7 - Programa de Controle Médico de Saú de Ocupacional, que preconiza o seguinte:

7.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Contro le Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

7.1.2. Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observadas na implantação do PCMSO, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho.

7.1.3. Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados.

Das diretrizes.

7.2.1. O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR.

7.2.2. O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho.

7.2.3. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza sub-clínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou de danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

7.2.4. O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR.

7.3. Das responsabilidades.

7.3.1. Compete ao empregador:

a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia;

b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;

c) indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO;

d) no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 129

Outra atividade consiste no controle da saúde, o qual será efetuado a partir do exame admissional dos trabalhadores, prosseguindo com o acompanhamento periódico durante todo o prazo de contratação. Os exames admissionais e periódicos para todos os trabalhadores contemplarão: SANGUE - hemograma, VDRL, Machado Guerreiro-Chagas, RH + tipo sanguíneo, glicemia de jejum, colesterol, triglicérides e teste Elisa (Aids); FEZES - parasitológico e copocultural; URINA - urina tipo I; Outros - eletroencefalograma, raios-X do tórax, eletrocardiograma, BAAR e gama GT, para determinadas funções cujos riscos inerentes exigem maior control e.

O Programa deverá desenvolver campanhas e palestras direcionadas à mão-de-obra contratada para o empreendimento, visando esclarecer questões relacionadas às doenças sexualmente transmissíveis, cólera, aspectos de higiene e saneamento, conservação ambiental, bem como endemias que se mostrem críticas no período da construção.

O empreendedor realizará também a implementação do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT, Treinamento, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, Comitê Permanente Sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção, e em atendimento à NR 9, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, para todos os envolvidos nas obras.

CRONOGRAMA

O sub-programa de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho deverá acompanhar todo o período de execução da obra, desde a implantação do canteiro de obras até a sua entrega.

RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA

Empreiteiras.

CUSTO

Os custos do sub-programa estão incluídos no custo total das obras.

B) - SANEAMENTO DOS CANTEIROS DE OBRAS - SCO

JUSTIFICATIVA / OBJETIVO GERAL

Dotar os canteiros de obras de uma infra-estrutura mínima de saneamento básico, objetivando-se garantir a saúde do trabalhador.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos do Sub-Programa de Saneamento do Canteiro de Obras são:

Implantar sistema de abastecimento de água potável;

Implantar sistema de destinação dos esgotos sanitários;

Implantar sistema de destinação dos efluentes de oficinas e lavadores;

Dar destinação adequada aos resíduos sólidos.

AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS

Abastecimento de Água

A área abrangida pelo Programa está inserida em uma região parcialmente atendida pela rede pública de abastecimento de água, devendo então a localização do canteiro estar situada, preferencialmente, em local atendido pela rede de distribuição existente.

Esgotos Sanitários

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 130

No caso de a área do canteiro não ser atendida pela rede coletora pública deverá a empresa apresentar o projeto de destinação do efluente sanitário, devendo estar de acordo com a NBR específica. A equipe de supervisão ambiental deverá atestar o projeto e sua implantação como condição de operação do canteiro.

Tratamento dos Efluentes de Oficinas e Lavadores

Da mesma forma, a empreiteira deverá apresentar o projeto de destinação dos efluentes de oficinas de manutenção e lavadores com projeto de caixa separadora de óleos e graxas e caixa de areia, dimensionadas de acordo com o porte do canteiro. A equipe de supervisão ambiental deverá atestar o projeto e sua implantação como condição de operação do canteiro.

Gestão dos Resíduos Sólidos

A empresa responsável pela obra deverá, também, apresentar um programa de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados no canteiro de obras e alojamento que deverá ser aprovado e monitorado pela equipe de supervisão ambiental da UGP. Os resíduos sólidos deverão ter destinação adequada, integrando-se à coleta regular da Prefeitura que já efetua a coleta nos bair ros da região do empreendimento. Se a coleta de resíduos pelo sistema público não for oferecida, fica a empreiteira obrigada a fornecer coleta e transporte dos resíduos até área de disposição operada / determinada pela Prefeitura.

CRONOGRAMA

Estas estruturas deverão estar concluídas antes do início das obras e cada canteiro deverá estar com licenças ambientais específicas.

RESPONSÁVEL PELO SUB-PROGRAMA

Empreiteiras.

CUSTO

Os custos do programa estão incluídos no custo total das obras.

Indicadores e meios de verificação

INDICADORES MEIOS DE VERIFICAÇÃO

Ocorrência de focos erosivos e de assoreamento;

Interação com o entorno;

Ocorrência de áreas contaminadas;

Interferência na qualidade da água.

Relatórios de visita da UGP;

Relatórios periódicos de andamento do s programas sócio-ambientais;

Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas.

C) - EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES - EAT

OBJETIVO GERAL

Conscientizar os operários em todas as fases das obras, no sentido de coibir ações predatórias, lançamento de resíduos em locais inadequados ou outras atitudes nocivas ao meio ambiente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos do Sub-Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores são:

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 131

Evitar retirada desnecessária de vegetação;

Estimular hábitos conservacionistas nos operários;

Evitar conflitos com moradores.

AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS

Ministrar palestras educativas com ênfase nas características locais, destacando-se áreas especiais existentes na área de influência da obra. Propiciar que os operários tomem conhecimento dos principais tópicos, medidas e sugestões do presente estudo ambiental em palestras, além de fixação de cartazes em locais estratégicos.

ESTRATÉGIA

Pelo menos uma semana antes do início das obras deverá ser ministrada uma palestra de sensibilização a todos os funcionários, a cargo da equipe própria da UGP, quando será apresentado um resumo do Programa, com os principais tópicos das ações a serem implementadas.

RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA

Empreiteiras.

CUSTOS

Os custos do sub-programa estão inseridos nos custos totais das obras e do PEA.

INDICADORES E MEIOS DE VERIFICAÇÃO

INDICADORES MEIOS DE VERIFICAÇÃO

Número de empregados participantes dos cursos e palestras sobre saúde e educação ambiental;

Número de empregados acidentados / número total de empregados no período;

Condições sanitárias do canteiro de obras;

Disposição de resíduos sólidos nas áreas dos canteiros de obras e entorno;

Implantação dos sistemas de abastecimento de água potável e destinação dos esgotos sanitários;

Implantação do sistema de dest inação de efluentes de oficinas e lavadores;

Danos provocados à vegetação do entorno dos canteiros de obras;

Conflitos com moradores.

Relatórios de visita da UGP;

Relatórios periódicos de andamento dos programas sócio- ambientais.

D) - PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL E RECUPERAÇÃO DE BOTA -FORA - PRB

Controle e Recuperação das Áreas de Bota -fora

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 132

JUSTIFICATIVA

As áreas utilizadas como bota-fora serão, ao término das obras, trabalhadas de forma a retornar o máximo possível às suas condições anteriores, procurando devolver o equilíbrio dos processos ambientais ali atuantes antes da intervenção, ou propor outros usos, tais como: parques, áreas reflorestadas, ou outros.

OBJETIVOS

Estabelecer os procedimentos ambientais adequados ao lançamento de bota -foras;

Estabelecer a relação solo-água-planta, na busca das condições ideais para a revitalização das áreas degradadas;

Recompor o equilíbrio da área e controlar os processos erosivos;

Facilitar a retomada do uso original ou outro uso ambientalmente sustentável;

Impedir a formação de ambientes propícios à proliferação de vetores de doenças.

META

Recuperar todas as áreas utilizadas como bota -fora até o término das obras.

AÇÕES A SEREM EFETIVADAS

a) Implantação

Delimitação e estocagem do solo orgânico - delimitar fisicamente a área escolhida para o bota-fora. Remover todo o material vegetal e o horizonte superficial do solo, e estocá-lo nas proximidades, em local protegido da erosão, em forma de leiras, com no máximo 1,50 metros de altura, ou de pilhas com volume de 5 a 8 m³ e altura que não exceda 1,50 metros. Visando manter a atividade biológica deste solo e controlar uma possível erosão, recomenda-se não compactá-lo. Os volumes deste material estocado deverão ser suficientes para a cobertura da área trabalhada com uma camada de 0,30 m de espessura, aproximadamente.

Deposição do material no bota-fora - proceder à colocação do solo, de forma ordenada e de modo a ir recobrindo uniformemente toda a área, em camadas sucessivas, evitando a formação de montes e taludes muito i nclinados.

Re-afeiçoamento do local - uma vez encerrados os trabalhos de deposição de material no bota-fora, proceder a um re-afeiçoamento do material na área e em suas proximidades, evitando a formação de sulcos, cavidades ou bacias, bem como uma amenização na inclinação dos taludes (1 V X 4 H), em toda a área.

Devolução da camada superficial do solo - uma vez terminado os trabalhos de re-afeiçoamento, devolver a camada de solo superficial estocada anteriormente, sobre todo o bota-fora, garantindo um recobrimento homogêneo de toda a área trabalhada.

Incorporação de corretivos e fertilizantes - aplicar a lanço sobre toda a terra colocada na área do bota-fora, os corretivos de acidez e os fertilizantes que as análises de solo que serão feitas nessa ocasião indicarem, e nas dosagens por elas determinadas.

Plantio de gramíneas - realizar o plantio mecânico ou manual (matracas), em toda a área trabalhada, de uma mistura de sementes de braquiária (50 % de Brachiaria decumbens e 50% de Brachiaria humidicola), utilizando-se 10 kg da mistura por hectare, com 30% de valor cultural. Este plantio deverá ser feito no início da estação chuvosa, ou irrigado se for em outra época, evitando -se a implantação no inverno.

Drenagem - construir nas proximidades e em toda a volta desta área recuperada, terraços, bermas e outros dispositivos de drenagem, visando adequar a rede de

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 133

drenagem local à nova situação topográfica e possibilitar uma adequada conservação do solo e o controle da erosão.

Cercas - caso a área recuperada ainda não esteja isolada ou protegida da entrada dos animais domésticos de grande porte, providenciar seu isolamento com cercas de arame farpado, ou liso, visando permitir a adequada instalação e manutenção da vegetação.

Controle de formigas e cupins: proceder ao controle das formigas cortadeiras e dos cupins de solo, em toda a área de plantio, bem como nos arredores da mesma, visando proporcionar condições para o desenvolvimento da vegetação em implantação. Serão usados inseticidas específicos e próprios para cada espécie, observadas as dosagens e as recomendações técnicas dos fabricantes dos produtos.

b)Manutenção

Adubação química - proceder anualmente, nos dois primeiros anos de manutenção, por ocasião do início do período das chuvas, a uma adubação química, a lanço e por toda a área do bota-fora, utilizando-se 300 (trezentos) quilos por hectare do mesmo fertilizante indicado pela análise de solo, por ocasião da implantação.

Drenagem - os terraços, bermas e demais estruturas de drenagem e controle de erosão, serão refeitos ou reformados, sempre que necessário, para permitir o seu perfeito funcionamento.

Controle de formigas e cupins - o controle das formigas cortadeiras e dos cupins de solo será constante, utilizando-se inseticidas específicos para cada espécie, observando-se as dosagens e as especificações técnicas dos fabricantes dos produtos.

Acompanhamento - serão desenvolvidos trabalhos de acompanhamento periódico do desenvolvimento da vegetação implantada, dos processos erosivos, do desempenho do sistema de drenagem e de outras medidas implementadas no bota-fora recuperado, visando a correção de eventuais desvios que possam ocorrer.

Cronograma de execução - os trabalhos de recuperação do(s) bota-fora(s) serão iniciados simultaneamente com a implantação do canteiro de obras, mediante a delimitação da área a ser trabalhada, e com a remoção e estocagem do solo superficial; em seguida haverá a deposição ordenada dos materiais, intensificando -se após o término das obras de engenharia, e posteriormente, com a manutenç ão e o acompanhamento das medidas implementadas.

Controle Ambiental e Recuperação de Áreas de Empréstimo e do Canteiro de Obras

JUSTIFICATIVA

Basicamente dois tipos de áreas degradadas serão gerados pelo empreendimento, além das áreas destinadas a bota-fora de material excedente, são as áreas do canteiro de obras e as áreas que abrigam atividades temporárias, como as áreas de empréstimos (jazidas de argila, areia e brita). Essas áreas, ao término da construção do empreendimento, serão trabalhadas de modo que as suas novas condições situem-se próximas às condições anteriores à intervenção, procurando-se devolver a estes locais o equilíbrio dos processos ambientais ali atuantes anteriormente, ou, a possibilidade de novos usos, como o reflorestamento com espéci es nativas.

OBJETIVOS

Como objetivos principais deste programa, pode -se citar:

Estabelecer os procedimentos ambientais adequados à implantação e recuperação de Canteiros de Obras;

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 134

Estabelecer a relação solo-água-planta, na busca das condições ideais para a revitalização das áreas atingidas pelo empreendimento;

Recompor o equilíbrio da área e controlar os processos erosivos, minimizando a geração de sedimentos e, conseqüentemente, contribuindo para a redução dos processos de perda de solo e assoreamento da r ede de drenagem;

Facilitar a retomada do uso original das áreas atingidas, seja mediante re-vegetação com espécies nativas para a reconstrução da vegetação natural, seja mediante recomposição do aspecto cênico dessas áreas;

Impedir a formação de ambientes propícios à proliferação de vetores de doenças.

META

Recuperar todas as áreas utilizadas pelo canteiro de obras e áreas de empréstimo até o término das obras.

ATIVIDADES

Implantação

Delimitação das áreas - Delimitar as áreas escolhidas e no caso das de empréstimo, segmentá-las em quadrículas, visando um processo de exploração da jazida de modo ordenado.

Estocagem de terra superficial - Remover todo o material vegetal e o horizonte superficial do solo, e estocá-los nas proximidades, em local protegido da erosão, em forma de leiras, com altura máxima de 1,50 m, ou de pilhas com volume de 5 a 8 m³, e altura que não exceda 1,50 m. Visando manter a atividade biológica deste solo e controlar uma possível erosão, recomenda-se não compactá-lo. Os volumes de material estocado deverão ser suficientes para a cobertura da área ou quadrícula explorada, com uma camada de 0,20 m de espessura, aproximadamente.

Retirada dos pisos - após o término do uso do canteiro de obras, proceder à retirada dos pisos de concreto e de pedras, de modo a expor novamente o solo do local.

Re-afeiçoamento do terreno - ao final da exploração das jazidas e do uso do canteiro de obras, proceder à amenização da inclinação dos taludes, de modo a guardarem uma relação de 1(vertical) para 4 (horizontal), espalhando-se o material resultante dos cortes, por igual, no fundo da cava ou área.

Devolução da camada superficial do solo - uma vez encerrados os trabalhos de amenização e re-afeiçoamento dos taludes, devolver a camada superficial do solo estocada anteriormente por todo o terreno, de forma a garantir um recobrimento homogêneo em toda a área trabalhada.

Drenagem - construir em toda a área trabalhada e em suas proximidades, terraços ou bermas, visando adequar a rede de drenagem à nova situação topográfica e possibilitar uma adequada conservação do solo e controle da erosão.

Descompactação do solo - proceder à subsolagem, com subsolador ou ripper de hastes de 0,70 m de comprimento, em toda a área a ser re -vegetada, visando melhorar a permeabilidade do solo e permitir o estabelecimento da vegetação. Esta operação deverá ser feita, na medida do possível, seguindo -se as curvas de mesmo nível do terreno.

Incorporação de corretivos e fertilizantes - aplicar a lanço, em toda a área a ser re-vegetada, corretivos de acidez e fertilizantes, se as análises de solo que serão feitas nesta ocasião assim o indicarem, e nas dosagens por elas determinadas.

Gradagem - realizar uma gradagem pesada no local, visando o destorroamento e o nivelamento do solo de modo a facilitar a abertura dos sulcos e covas de plantio, bem

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 135

como incorporar os corretivos de acidez e fertilizantes, caso sejam utilizados em atendimento às recomendações das análises de solo.

Cercas - caso os locais ainda não estejam isolados ou protegidos da entrada de animais domésticos de grande porte, providenciar seu isolamento mediante construção de cercas de arame farpado, ou liso, visando permitir a integridade da re-vegetação.

Controle de formigas e cupins - proceder ao controle das formigas cortadeiras e dos cupins de solo em toda a área de plantio, bem como nos arredores da mesma, visando propiciar as mudas que serão plantadas condições de desenvolvimento. Serão usadas inseticidas próprios para cada espécie, observadas as dosagens e as recomendações técnicas dos fabricantes dos produtos.

Plantio - o plantio, por sucessão secundária, ocorrerá na estação chuvosa e constará da abertura de covas com dimensões variáveis de acordo com a condição biótica das espécies. Caso as análises de solo indicarem a necessidade de adubação, esta será feita nas dosagens recomendadas, sendo o fertilizante devidamente incorporado à terra do fundo da cova antes do plantio. O plantio da muda obedecerá às práticas usualmente recomendadas pela boa técnica, tais como: mudas de porte e espécies adequadas e, em boas condições de fitosanidade; retirada cuidadosa da embalagem no plantio de modo a não danificar o substrato e as raízes da muda; poda das raízes, se necessário; profundidade de plantio adequada, de modo a permitir que o colo da muda fique no mesmo nível que o solo ao seu redor; compactação mediana da terra ao seu redor, evitando-se o aparecimento de vazios no solo; dispor a terra excedente em forma de coroa ao redor da muda etc.

Replantio - Após 30 (trinta) e 60 (sessenta) dias do plantio de cada etapa, proceder à substituição das mudas mortas ou que estejam irremediavelmente comprometidas, aplicando-se os mesmos cuidados observados no plantio.

Semeação de gramíneas e leguminosas - Caso o aparecimento de gramíneas, resultante do banco de sementes do solo, não esteja acontecendo naturalmente, providenciar a semeação a lanço ou com o auxilio de matracas , de uma mistura de sementes de gramíneas rasteiras (porte baixo), como por exemplo, as braquiárias (Brachiaria umidicola e Brachiaria decubens), com algumas leguminosas (feijão-de-porco - Canavalia ensiformis; mucuna-preta - Stizolobium aterrinum; guandu - Cajanus cajan), ou similares, visando uma melhor proteção do solo com relação à erosão.

Manutenção

Manutenção de cercas e controle das formigas e cupins - sempre que necessário, as cercas, os terraços, as bermas e demais estruturas de drenagem e controle de erosão serão refeitos ou reformados, para permitir o seu perfeito funcionamento. O controle das formigas cortadeiras e dos cupins de solo será constante, utilizando-se inseticidas específicos para cada espécie, observando-se as dosagens e as especificações técnicas dos fabricantes dos produtos.

Coroamento - serão efetuados dois coroamentos por ano, nos dois anos seguintes ao plantio e que consistirão no corte e limpeza manual da vegetação que estiver competindo com a muda plantada, em um raio de 0,70 m da mesma. Caso esteja ocorrendo na área plantada o capim colonião (Panicum maximum), realizar nestas ocasiões uma capina seletiva sobre esta espécie, visando eliminar uma futura infestação e competição danosa às espécies arbóreas plantadas.

Adubação em cobertura - caso a análise de solo feita por ocasião do plantio tenha recomendado o uso de fertilizante químico, efetuar, um ano após o plantio, uma adubação em cobertura, utilizando 0,20 quilo do mesmo fertilizante, por muda.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 136

Acompanhamento - serão desenvolvidos trabalhos de acompanhamento periódico do desenvolvimento da vegetação implantada, dos processos erosivos, do desempenho do sistema de drenagem e de outras medidas implementadas nas áreas recuperadas, visando a correção de eventuais desvios.

Cronograma de execução - os trabalhos de recuperação serão iniciados simultaneamente com a implantação do canteiro de obras, mediante a delimitação das áreas a serem trabalhadas e a remoção e estocagem dos solos superficiais, intensificando-se posteriormente quando do término das obras de engenharia.

RESPONSÁVEL

Empreiteiras.

CUSTOS

Os custos do Programa de Controle Ambiental de Obras serão incluídos no custo total de obras e, para tanto, deverão ser discriminados pelos proponentes na montagem das propostas técnicas e financeiras para os editais de licitação de obras.

INDICADORES E MEIOS DE VERIFICAÇÃO

INDICADORES MEIOS DE VERIFICAÇÃO

Ocorrência de focos erosivos e de assoreamento;

Interação com o entorno;

Interferência na qualidade da água.

Relatórios de visita da UGP;

Relatórios periódicos de andamento dos programas sócio-ambientais

Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas.

E) - PROGRAMA DE SALVAMENTO AO ACASO DE PATRIMONIO CULTURAL - PPC

Com vistas a assegurar o salvamento de descobertas ocasionais, ocultas às vezes em estratos muito profundos de um terreno, que só são encontrados em estágio muito avançado das obras de engenharia, o contrato de obras deve prever regras para salvamento ao acaso de patrimônio cultural.

Assim, um conjunto de procedimentos, descritos abaixo, se faz necessário para uma intervenção de emergência, seja no canteiro de obras, na área de obras, área de empréstimo, bota-fora, etc., a saber:

Em todas as atividades do empreendimento, voltadas para a remoção ou re-mobilização de materiais naturais, como os desmatamentos, sondagens, terraplenagem, explotação das jazidas de empréstimo, entre outras, deverá haver o acompanhamento de um técnico da instituição contratada, por uma periodicidade a ser definida.

JUSTIFICATIVA: A descoberta de sítios arqueológicos e paleontológicos se dá muitas vezes pela presença de fragmentos de objetos de tamanhos variados, freqüentemente disformes, como artefatos de pedra lascada ou polida, estruturas biogênicas fossilizadas, ossos de vertebrados trabalhados, cerâmicas, louças, entre outros, que só são reconhecidos como material científico por um profissional devidamente treinado e experiente.

No caso de alguma descoberta ocasional, que não foi detectada na avaliação durante a fase de projetos e/ou resgate prévio, deverá haver a paralisação momentânea da obra até a vistoria preliminar da equipe científica, que estabelecerá os procedimentos

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 137

a serem executados imediatamente. Em qualquer caso deverá ser garantido o tempo mínimo necessário para uma intervenção de emergência no local do achado.

JUSTIFICATIVA: os procedimentos arqueológicos e paleontológicos são, por natureza, muito minuciosos, devido a grande quantidade de informações que se precisa obter para uma interpretação segura do achado. Os trabalhos de engenharia em um empreendimento precisam e devem ser realizados em sintonia com essa necessidade. Esse fato deverá ser previsto nos contratos com as empreiteiras, que deverão ter direito a prorrogações de seus prazos para o cumprimento da obra em um caso desses.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 138

9.2 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL EM MEIO AMBIENTE

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 139

1. INTRODUÇÃO

Esse programa destina-se a incrementar a capacitação do Instituto Municipal de Controle Ambiental - IMCA, a fim de que aquele instituto possa assumir plenamente suas funções como organismo ambiental integrante do SISNAMA. As novas exigências de atuação ambiental, inerentes a um Programa desse porte para a cidade, requerem que os órgãos que atuam mais diretamente com os impactos relativos ao Programa sejam fortalecidos para atendimento às novas demandas que se impõem, como no caso do IMCA.

As propostas aqui oferecidas, após aprovação da direção do Instituto, deverão ser objeto de detalhamento a fim de configurar os Termos de Referência específicos para a contratação dos diversos serviços de consultoria e aquisição de equipamentos necessários à implantação dos componentes de fortalecimento institucional aqui recomendados.

O Programa está estruturado em (i) ações de capacitação de recursos humanos (ii) ações de incremento institucional e legal e (iii) melhoria dos recursos materiais, através da compra de equipamentos e instituição de sistema de controle de licenciamento e fiscalização.

2. OBJETIVOS

As atividades e ações previstas neste programa deverão contribuir para a agilização dos procedimentos de licenciamento já iniciadas no Instituto, bem como estabelecer procedimentos mínimos para a execução das atividades de licenciamento e fiscalização. Com isso, pretende-se atingir níveis de qualidade mais adequados e condizentes com um sistema municipal de meio ambiente atuante ágil e consistente. Busca-se também ampliar e qualificar os recursos humanos de nível gerencial, técnico e operacional, formadores da equipe do IMCA, para o pleno desempenho do incremento de atribuições das Gerências.

3. CONHECIMENTO DO PROBLEMA

Os depoimentos de técnicos daquele instituto apontam carências humanas e materiais, bem como de capacitação do corpo técnico existente. Em muitos casos a formação desses profissionais ainda não está completa e a carência de pessoal foi apontada pelos gerentes. Como pode ser observado no diagnóstico da AAR, existem algumas carências institucionais:

Necessidade de criação de um núcleo específico de licenciamento ambiental;

Uniformização de procedimentos específicos para a realidade municipal, considerando a situação de ilha costeira, os ecossistemas mais importantes e as atividades predominantes no município;

O convênio de repasse de atribuições de licenciamento para o âmbito municipal deve ser posto em andamento com rapidez, institucionalizando o papel do IMCA no sistema nacional de meio ambiente (SISNAMA), a fim de não resultar na duplicidade de licenças estadual e municipal.

A carência de recursos materiais é recorrente em praticamente todos os organismos ambientais no Brasil e o IMCA não é uma exceção.

Recomenda-se uma ação prioritária de qualificação funcional das especialistas já alocados no Instituto, sem a qual não será possível desencadear as ações de fortalecimento subseqüentes. Em seguida seriam detectadas as demandas de incremento profissional no quadro de técnicos para a área de licenciamento, fiscalização e controle ambiental.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 140

4. ATIVIDADES E PRODUTOS

As atividades previstas dividem-se em:

Capacitação de Recursos Humanos

formular programa de curta duração que faça

uma atualização das questões legais (Resoluções CONAMA, convênio de competências estaduais e municipais, etc) procedimentos expeditos de licenciamento para empreendimentos de baixo impacto potencial, entre outros.

Agenda de Conformidade Institucional

ações voltadas para o estabelecimentos

de procedimentos uniformes de licenciamento e fiscalização. Nesse sentido, este PGA apresenta em anexo um modelo de Manual de Licenciamento Ambiental, que pode ser utilizado na íntegra ou parcialmente, para a construção dos procedimentos específicos para utilização no Instituto.

Incremento de Recursos Materiais

Trata-se de identificar, através das demandas específicas, quais serão os equipamentos prioritários considerando que o licenciamento, fiscalização e monitoramento das obras e ações do Programa Bacia do Bacanga trará um acréscimo nas atividades do órgão.

Recomenda-se um mínimo básico de equipamentos que inclui: computador e impressora, conjunto de plantas cartográficas do município e da área de abrangência, em escalas adequadas, GPS, câmara digital, veículo para vistoria, botas plásticas, trenas, etc. A quantidade de computadores deve ser compatível com o número de funcionários alocados nas atividades de licenciamento e fiscalização e o material de vistoria deverá possibilitar a realização de trabalhos diários, garantindo-se combustível e outros insumos necessários a essas atividades.

5. RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

Os agentes envolvidos na implantação deste programa são, basicamente:

Entidades ou consultorias específicas contratadas pela UGP para ministrar cursos de capacitação e atualização, onde deverá ser dada preferência para cursos já existentes em organismos que trabalham com esses temas, tais como universidades, (Escola de Saúde Pública da USP, como exemplo) e órgãos de meio ambiente municipais já estruturados, como São Bernardo do Campo, São Paulo, Belo Horizonte, etc. Também poderão ser acionados consultores específicos, a depender do tema abordado, como direito ambiental, manejo de unidades de conservação, etc.

Consultoria especializada para a elaboração de manual de procedimentos unificados de licenciamento, fiscalização e monitoramento, incluindo-se (i) a etapa de uso empírico desse manual, efetuando-se os ajustes necessários, (ii) treinamento dos técnicos que irão utilizá-lo e, (iii) disseminação das informações para o público afetado, de empreendedores públicos e privados.

A UGP, em conjunto com os gestores do IMCA, para a aquisição dos recursos materiais necessários.

6.PRAZO DE EXECUÇÃO

Distribuir as atividades de capacitação, de organização do manual de licenciamento ambiental nos 05 anos iniciais de implantação do Programa Bacia do Bacanga.

7. CUSTOS

Os custos deste programa estão orçados em US$ 90,000.00 para treinamento e capacitação; os recursos para compra dos equipamentos necessários deverão ser orçados oportunamente, visto que não há previsão dessa demanda quantificada no momento.

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 141

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

1. ANTECEDENTES

A partir da Resolução CONAMA 237/97, os órgãos ambientais municipais passaram a ter a competência, ouvidos os órgãos federal e estadual, quando couber, de emitir o certificado de licenciamento ambiental para empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado, por instrumento legal ou convênio.

O IMCA responde, no âmbito da Prefeitura Municipal de São Luís pela concessão do licenciamento. Assim, cabe atuar em busca da capacitação e instrumentação técnica com vistas ao adequado cumprimento dessa atribuição.

A elaboração do Manual de Procedimentos de Licenciamento Ambiental, objeto deste Termo de Referência torna-se, assim, relevante como ação de Fortalecimento Institucional específica para o IMCA, mas também como ação de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, em consonância com os objetivos do Programa Bacia do Bacanga.

2. OBJETIVO GERAL

Aperfeiçoar o processo de concessão do licenciamento ambiental local, de forma a promover a melhoria da gestão do meio ambiente no Município de São Luís.

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ampliar as condições necessárias para atuação do IMCA no sentido de assegurar a viabilidade ambiental dos empreendimentos potencialmente poluidores e adequada consideração ambiental em sua concepção, instalação e operação.

Estabelecer e divulgar princípios, diretrizes, normas e procedimentos para o planejamento, implementação, operação, controle e monitoramento de empreendimentos potencialmente poluidores na cidade de São Luís.

Estabelecer e divulgar os procedimentos técnico-administrativos e a documentação necessária para o processo de licenciamento ambiental, bem como os critérios para apresentação dos estudos ambientais de atividades potencialmente poluidoras.

Tornar os procedimentos de licenciamento ambiental uma rotina para a instalação de atividades potencialmente poluidoras.

4. ETAPAS

Para elaboração e consolidação do M anual prevêem-se as seguintes etapas:

Elaboração de Manual

Execução do Diagnóstico da Situação Vigente

Concepção e Redação do Manual em Versão Preliminar

Implantação e Avaliação do Manual em Versão Preliminar

Revisão, Consolidação e Divulgação do Manual

Versão Final.

5. ATIVIDADES

5.1 ELABORAÇÃO DE MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL, ENGLOBANDO AS SEGUINTES ATIVIDADES:

Execução de Diagnóstico da Situação Vigente

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 142

Identificação das competências e das condições organizacionais do órgão de gestão ambiental e dos aspectos legais e institucionais envolvidos no processo de licenciamento ambiental; deverá ser dada especial atenção à formalização das competências do IMCA, já regulamentadas;

Identificação e caracterização das principais atividades poluidoras no município de São Luís (tipologias, porte e principais características), com ênfase nas atividades com potencial poluidor elevado;

Identificação e avaliação dos procedimentos atualmente utilizados e dos principais problemas enfrentados no processo de concessão das licenças ambientais.

Concepção e Redação do Manual em Versão Preliminar

A concepção e a elaboração do Manual de Procedimentos de Licenciamento Ambiental pressupõem a atuação integrada de um grupo de trabalho composto por técnicos do IMCA assessorados por consultores externos contratados para esse fim. Dentre os conteúdos a serem incluídos no Manual citam -se:

Abordagem de princípios e conceitos relativos ao licenciamento e à fiscalização ambiental;

Descrição do sistema de gestão ambiental, nos níveis federal, estadual e municipal, incluindo a caracterização das responsabilidades e papéis dos organismos que o compõem;

Descrição das finalidades, composição e funcionamento do Fundo Sócio Ambiental;

Descrição dos procedimentos relativos ao processo de Licenciamento Ambiental;

Descrição dos procedimentos técnico-administrativos relativos às diversas fases do processo de licenciamento: (i) solicitação de LP; (ii) audiência pública (iii) inspeção técnica; (iv) Licença Ambiental prévia

LP; (v) Licença Ambiental de implantação

LI e (vi) Licença Ambiental de Operação

LO, envolvendo tanto a análise técnica para concessão, revalidação, etc., quanto o trâmite administrativo;

Orientações para elaboração de termos de referência de estudos ambientais para as principais tipologias consideradas potencialmente poluidoras, inclusive para descrição das ações de mitigação dos impactos isolados ou acumulativos;

Descrição dos roteiros e mecanismos técnicos de avaliação, por tipologia, relativos às diferentes fases de licenciamento;

Descrição das rotinas de fiscalização da implantação e operação de atividades potencialmente poluidoras;

Descrição do processo, dos procedimentos e das exigências relativas ao licenciamento corretivo, tendo em vista a recuperação dos passivos ambientais;

Citação das principais instrumentos legais e normativos relativos à gestão ambiental, que guardem relevância para a ação de licenciamento.

Estes e outros conteúdos, concebidos de acordo com os parâmetros estabelecidos pela legislação em vigor e com a contribuição efetiva da equipe do IMCA assessorada por consultoria especializada, serão consolidados sob a forma de um Manual em versão preliminar, que será apresentada à discussão, análise e coleta de contribuições dos demais organismos públicos envolvidos com o tema e, posteriormente, submetido

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 143

ao Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMUMA. Outras instâncias de consulta poderão ser envolvidas, como os organismos estaduais afetos, que atuam na sistemática de licenciamento ambiental em funcionamento.

Depois de aprovado, o Manual de Procedimentos de Licenciamento Ambiental será editado, produzido e impresso em tiragem preliminar com determinado número de exemplares, para a fase de teste e validação.

5.2 IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO MANUAL - VERSÃO PRELIMINAR

Em seqüência, o Manual passará a ser utilizado de forma continuada pelo Instituto nas ações atinentes às suas atribuições legais. Propõe-se que, por um período de 12 meses seja realizado o monitoramento continuado de sua utilização e procedidas avaliações periódicas, a intervalos de 04 meses, com a participação, em especial, da equipe diretamente envolvida com o processo de Licenciamento Ambiental.

5.3 REVISÃO, CONSOLIDAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA VERSÃO FINAL DO MANUAL.

Ao término dos 12 (doze) meses, depois de procedidos os ajustes em conteúdo e forma, e a partir do resultado das avaliações procedidas, o Manual será, mais uma vez, encaminhado ao COMUMA para aprovação dos conteúdos ajustados. Será então, editado e publicado, em nova versão, em m aterial impresso, e disponibilizado por meio da Internet. A partir de então o Instituto estará encarregado de propor revisão periódica e de processar os ajustes necessários e a introdução ou supressão de conteúdos, sempre que se fizer necessário.

6. PRODUTOS ESPERADOS

Relatório 1: Diagnóstico expedito da situação vigente, relativa ao licenciamento ambiental em São Luís;

Relatório 2: Versão Preliminar do Manual de Procedimentos de Licenciamento Ambiental;

Relatório 3: Avaliação do 1o. Semestre de utilização do Manual;

Relatório 4: Avaliação seqüencial (intervalo de 4 meses) de utilização do Manual e Consolidação dos Resultados do Processo de Avaliação;

Relatório 5: Manual de Procedimentos de Licenciamento Ambiental Produto Final

7. EQUIPE MÍNIMA

Para desenvolvimento dos trabalhos prevê-se a alocação de equipe mínima composta por profissionais especialistas contratados, acompanhados por técnicos do IMCA, a saber:

1 Supervisor Técnico do IMCA

1 Técnicos de Nível Superior do IMCA

2 Consultores Especialistas Sênior

1 Técnico de Nível Superior Júnior

1 Editor de Textos

Equipe de serviços gráficos

8. RESULTADOS ESPERADOS

Agilização e melhoria da qualidade técnica dos processos de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos passíveis de tal exigência, segundo a legislação vigente, sob

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 144

responsabilidade do Instituto, a partir da concepção clara e do registro dos princípios, processos, procedimentos e exigências pertinentes;

Informação aos cidadãos de São Luís interessados no licenciamento ambiental para instalação ou regularização de empreendimentos potencialmente poluidores orientados e cônscios da importância do licenciamento como exigência legal em prol da preservação do meio ambiente no qual se inserem tais empreendimentos.

Atividades/Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Diagnóstico da Situação Vigente

Concepção e Redação do Manual

Implantação e Avaliação do Manual

Revisão, Consolidação e Divulgação da Versão Final.

9. CUSTOS

Para a realização do presente projeto prevê-se custos totais de US$ 80.000, assim distribuídos:

ITEM DE CUSTO VALOR (US$)

Contratação de Consultoria Especializada - 6 meses 55.000

Edição, Produção e Impressão do Manual XX exemplares para período de monitoramento e avaliação e YY em sua versão final.

25.000

TOTAL 80.000

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 145

9.3 PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO DE FONTES DE CÁDMIO E CONTROLE DE EFLUENTES

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 146

1. Considerações Gerais - Justificativa

Parcela significativa dos esgotos domésticos produzidos em São Luís é lançada in natura no estuário do rio Bacanga, através do rio das Bicas, seu principal afluente. A poluição difusa que tem sua origem na drenagem urbana superficial também é despejada neste afluente sem qualquer controle ou tratamento. O rio Gapara, também tributário do rio Bacanga, recebe os efluentes tratados das estações de tratamento de esgotos domésticos de produtos químicos da Companhia Vale do rio Doce

CVRD,

através do seu afluente, o rio Bacanguinha.

O alto grau de concentração da poluição decorrente dessas contribuições tornou as águas doces e salobras dessa bacia hidrográfica impróprias para as atividades de lazer e de recreação, além de tornar cada vez mais freqüente o fenômeno de mortandade de peixes. Esses indicadores não afastam a atividade pesqueira que ainda é praticada diariamente.

Vários poluentes inorgânicos são encontrados nos esgotos domésticos e pluviais, tais como os metais pesados (Ferro, Cobre, Zinco, Manganês, Chumbo, Cádmio, entre outros). Desses poluentes, destacam-se o cádmio e o chumbo em razão de serem altamente tóxicos, mesmos em baixas concentrações, enquanto os demais apresentam significativas funções biológicas no desenvolvimento da cadeia alimentar.

O estudo Modelagem Hidrodinâmica e de Qualidade de Água do Reservatório do Bacanga visando sua operação, e pesquisa exploratória sobre Cádmio , elaborado pela RHAMA (Fevereiro de 2007), identifica o uso do cádmio em vários produtos, tais como:

a) produtos resistentes à corrosão e dar brilho aparente em partes metálicas incluindo produtos para automóveis, aviões, partes de rádio e televisão, equipamentos marítimos, embalagens industriais (exceto alimentos);

b) pigmentos: indústria de plásticos, cerâmicas, tintas em geral e aquelas para pinturas para sinalização de estradas, rótulos de refrigerantes (p.ex. rótulo vermelho da coca-cola);

c) estabilizadores os estereatos de cádmio são usados como estabilizadores de plásticos poli-vinil cloretos (PVC);

d) Baterias para diversos tipos de equipamentos entre os quais se destacam aparelhos de laboratórios, aparelhos médicos, de comunicação, entre outros;

e) Outros usos como: 1

tubos de lâmpadas fluorescentes, raios X, raios catódicos, tapes fosforescentes; 2

liga cádmio-prata (Cd-Ag), cabos telefônicos, radiadores de automóveis; 3

componentes elétricos e eletrônicos tais como: células solares e fotocélulas, válvulas de contato nos distribuidores de automóveis, interruptores, etc.

2) Objetivo do Programa

O objetivo deste Programa é propor a identificação e caracterização das fontes responsáveis pela emissão de efluentes que provocam a contaminação pelo cádmio no ambiente estuarino, especialmente para o lago do Bacanga. A caracterização dessas fontes permitirá avaliar os níveis de contaminação por este metal, além de fornecer os dados necessários à adequada instrução dos trabalhos de recuperação e de preservação deste ambiente urbano de grande importância social e econômica para São Luís. Já existe um levantamento preliminar de área de concentração de oficinas mecânicas e pequenos processos industriais, nas proximidades da Av. Médici (ou dos Africanos), nos bairros de Areinha, Coroado, Coroadinho e Sacavém .

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 147

3) Escopo dos Serviços

O escopo dos serviços envolverá a execução das seguintes atividades:

I

Investigar as atividades econômicas localizadas na bacia do Bacanga que utilizam

o cádmio no processo produtivo, visando localizar

e identificar

os pontos responsáveis

pela emissão deste efluente, tanto para a rede de coleta de esgotos domésticos, quanto para a rede de drenagem plu vial da bacia do Bacanga;

II

Coleta de amostras para análise qualitativa e quantitativa das emissões deste poluente;

III Identificar medidas de controle ambiental

IV

Propor monitoramento de qualidade das águas do reservatório para presença de cádmio

4) Produtos do Projeto

Para acompanhamento das atividades desenvolvidas estão previstos:

Detalhamento da Proposta de Pesquisa para Identificação das Fontes de Cádmio e Controle de Efluentes;

Relatórios de Andamento, com a descrição das atividades realizad as no período;

Relatório Final, contendo Diagnóstico sobre as formas de utilização do Cádmio, Identificação das Fontes de Poluição e as Medidas de Controle dos efeitos negativos desses efluentes.

5) Prazo de Execução

Fica estabelecido o prazo de 180 (cent o e oitenta) dias para a execução dos serviços.

6) Custos e Responsáveis

O valor total estimado para execução dos trabalhos ora licitados é de US$ 250,000.00 que será financiado com recursos do Programa Bacia do Bacanga. A UGP deverá licitar os estudos aqui propostos para contratar consultoria externa especializada.

7) Cronograma Preliminar de Entrega dos Produtos

De acordo com os produtos do projeto descritos anteriormente, temos o seguinte plano de entrega, que deverá ser detalhado pelos proponentes com as atividades correspondentes:

Meses Produtos

1 2 3 4 5 6

Detalhamento da Metodologia de Pesquisa

Relatórios de Andamento

Relatório Final

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 148

9.4 PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL DO BACANGA

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 149

1) Considerações Gerais - Justificativa

A primeira versão do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga foi elaborada em 1992 e teve como principal objetivo estabelecer diretrizes básicas para o uso e ocupação do solo dessa Unidade de Conservação, considerando a realidade existente naquela época. Esse Plano de Manejo não foi implantado e, em virtude das alterações ocorridas a partir de então foi proposta, em 2002, uma revisão das diretrizes indicadas para adequação à nova realidade deste extenso remanescente da cobertura vegetal primitiva situada na parte centro-oeste da Ilha de São Luís e parte da zona central do Município de São Luís, Capital do Estado do Maranhão.

A importância desta área foi identificada em 1980 quando, através do Decreto Estadual nº 7.545 de 02 de março de 1980, foi criado o Parque Estadual do Bacanga, com o propósito de preservar as últimas espécies ainda preservadas da Floresta Protetora dos Mananciais da Ilha de São Luís , então protegida pelo Decreto Federal nº 6.833 de 26 de agosto de 1944.

O Poder Público, tanto na esfera de governo federal, quanto estadual, ao editar essas normas atestou a importância deste conjunto representativo da vegetação nativa da região de São Luís. No entanto, a ausência de uma efetiva política de proteção e gestão para o Parque Estadual do Bacanga permitiu uma expansão das atividades existentes na área de 3.065 ha, delimitada como área preservada pelo referido decreto.

No atual contexto, de forte pressão antrópica devido ao crescimento da área urbanizada, torna-se ainda mais necessária e urgente uma adequação do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga à nova realidade e, conseqüentemente, uma atualização das suas propostas e diretrizes que discipline os constantes avanços da ocupação desordenada e predatória sobre a área preservada, colocando em risco este importante patrimônio natural da região de São Luís. E, também, se requer, junto a esses estudos de atualização e adequação, a elaboração de proposta de modelo de gestão para esta Unidade de Conservação, o Parque Estadual do Bacanga.

2) Objetivos do Projeto

Este Termo de Referência tem como propósito apresentar os serviços a serem realizados por empresa de consultoria especializada, que será contratada para (i) adequação do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga às novas condições de uso e ocupação do solo presentes na área protegida e atualização e das propostas, e, também, (ii) para a realização de um estudo de viabilidade legal e econômica do referido plano, bem como estabelecer um modelo de gestão ambiental desta Unidade de Conservação.

Esse modelo de gestão é primordial dentro dos objetivos do Programa de Recuperação e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga, cujo financiamento apoiará os serviços ora descritos nes te Termo de Referência.

Os serviços deverão ser executados dentro dos preceitos do desenvolvimento sustentável e dos princípios estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente e pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, bem como as polít icas e diretrizes ambientais estabelecidas, tanto pela Cidade de São Luís, quanto pelo Estado do Maranhão.

3) Escopo dos Serviços

O escopo dos serviços envolverá a execução das seguintes macro -atividades:

I - Atualização e Adequação do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga, constando, dentre outros, dos seguintes Programas Ambientais:

A - Programa de Conhecimento

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 150

O Programa de Conhecimento tem por objetivo atualizar e sistematizar o conhecimento existente sobre o Parque Estadual do Bacanga e seu entorno, além de promover novos estudos e pesquisas por meio de parcerias com as Universidades locais e instituições de pesquisa, de forma a permitir a ampliação do conhecimento da biodiversidade e da dinâmica ambiental existente.

B - Programa de Controle e Usos Sustentáveis

Este Programa constará de:

Sub-programa 1

Zoneamento do Parque, a partir da adequação e consolidação do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga a atual situação, no que se refere ao uso e ocupação do solo da área preservada, e mediante a definição das normas de uso. Nesse item inclui-se a proposta de revisão do zoneamento das áreas de ocupação urbana consolidada, incompatível com a manutenção do status de área protegida como parque estadual;

Sub-programa 2

Controle e fiscalização com a participação comunitária incluindo: mobilização de agentes, criação de guarda ambiental, central de controle de radio e serviços de telefonia, grupo de voluntários amigos do parque e monitores ambientais e outras ações voltadas para o aperfeiçoamento da gestão da unidade. Neste item se inclui proposta de fortalecimento da fiscalização urbana municipal, instância que não é gestora do Parque, mas que poderá, com recursos do Programa Bacia do Bacanga, apoiar as ações de fiscalização visando garantir a integridade das áreas efetivamente a proteger.

C - Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Levantamento e recuperação das áreas degradadas (cursos de água, áreas erodidas e necessidade de revegetação) mediante a elaboração de projetos de revegetação e recuperação ambiental. O projeto deverá ser associado à criação de viveiros de mudas, em articulação com projetos de educação ambiental.

D - Programa de Comunicação Social

Projeto de campanhas e atividades permanentes, que promovam a disseminação de informação sobre o Parque Estadual do Bacanga, dirigido à população de São Luís e da região sob sua influência, empregando -se as mídias disponíveis.

E - Programa de Educação Ambiental

Projetos e atividades de Educação Ambiental para os usuários e os moradores dos núcleos situados no interior do perímetro do Parque Estadual do Bacanga e dos bairros adjacentes, através de exposições, cursos, caminhadas, eventos comemorando datas relacionadas com o meio ambiente (por ex: Dia do Meio Ambiente, Dia da Árvore, Dia do Índio, etc.), com a produção de material gráfico e aparelhamento do Parque para servir como centro de educação ambiental da cidade.

F - Projeto Urbanístico e de Infra -estrutura

Projeto urbanístico para a Zona de Uso Intensivo, incluindo projetos de infra-estrutura urbana, além de diretrizes para implantação de outros elementos do Parque, compreendendo caminhos e trilhas, portarias, sanitários, definição do perímetro e muros e cercas, sistema de comunicação visual e demais estruturas.

II - Estudo de Viabilidade Legal-Institucional, Econômica e Ambiental e Programa de Gestão do Parque Estadual do Bacanga

G - Programa de Gestão do Parque Estadual do Bacanga

Refere-se a análises e propostas de ordem legal e institucional, financeira e administrativa relacionadas à gestão sustentável do Parque Estadual do Bacanga,

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 151

com alternativas para cada um dos aspectos analisados, com recomendações e propostas dentro dos paradigmas estabelecidos pelas Políticas Nacional, Estadual e Municipal do Meio Ambiente, pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC e pela legislação ambiental vigente.

4) Produtos do Projeto

Para acompanhamento das atividades desenvolvidas estão previstos:

Relatórios de Andamento;

Consulta Pública, a ser realizada ao final da fase de Prognóstico e antes da elaboração do Relatório Final, para discussão e validação das propostas ; e

Relatório Final, contendo: (i) Versão Atualizada do Plano de Manejo para o Parque Estadual do Bacanga; e, (ii) Programa de Gestão do Parque Estadual do Bacanga.

5) Organização Requerida da Consultora

A empresa Consultora deverá apresentar sua proposta para a organização dos trabalhos considerando os seguintes aspectos:

5.1. Constituição da equipe multidisciplinar, responsável pela elaboração do trabalho e pelo acompanhamento, articulação e integração dos programas afins;

5.2. A efetiva mobilização da equipe, veículos, equipamentos e instalações da empresa a ser contratada que deverão ser compatíveis com o cronograma do projeto;

5.3. Sistema de monitoramento utilizando técnicas adequadas para o controle do desenvolvimento dos trabalhos de atualização e adequação do Plano de Manejo e Programa de Gestão Ambiental.

5.4. Realização de Consulta Pública na qual serão apresentadas as propostas finais do Plano de Manejo e do Plano de Gestão do Parque Estadual do Bacanga, com a ampla mobilização das comunidades afetadas, dos representantes dos órgãos e entidades públicas intervenientes no Plano, das instituições de ensino e pesquisa que atuam na área em estudo e demais pes soas interessadas.

6) Prazo de Execução

Fica estabelecido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para a execução dos serviços.

7) Equipe Técnica

A equipe técnica mínima para o desenvolvimento dos trabalhos ora licitados deverá ser constituída pelos seguintes profissionais:

Coordenador Geral (Profissional Sênior).

Biólogo.

Geólogo / Geógrafo.

Engenheiro Especialista em Recursos Hídricos.

Arquiteto Urbanista.

Sociólogo / Economista.

Especialista em Administração Pública.

8) Custos

MMT Planejamento e Consultoria July de 2007 152

O valor total estimado para execução dos trabalhos ora licitados é de US$ 400,000.00, que será financiado com recursos do Programa Bacia do Bacanga.

9) Cronograma Preliminar de Entrega dos Produtos

De acordo com os produtos do projeto descritos anteriormente, temos o seguinte pl ano de entrega, que deverá ser detalhado pelos proponentes com as atividades correspondentes:

Meses Produtos

1 2 3 4 5 6

Relatório de Andamento 1 - Diagnóstico

Relatório de Andamento 2 - Prognóstico

Consulta Pública

Relatório Final

This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com.The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.