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Expediente: Jornal produzido pelo Laboratório de Jornalismo da Unifor (Labjor), semestre 2012.1 Diretora do CCH: Profa. Erotilde Honório; Coordenador do Curso: Prof. Wagner Borges; Orientação: Prof. Alejandro Sepúlveda; Diagramação e Arte: Fernanda Carneiro; Editoras Adjuntas: Camila Holanda e Renata Frota Redação: Camila Holanda, Erika Zaituni, Renata Frota e Wolney Batista. Universidade de Fortaleza : Av. Washington Soares, 1321 - Bairro Edson Queiroz - Fortaleza - Ceará - Brasil - Fone: 55 (85) 3477-3000 - www.unifor.br; Email: [email protected]. O cinema é uma experiência que transcende a relação tela-espectador. Seja qual for o assunto abordado, há filmes que causam a sensação de re- meter a algum momento da vida de quem assiste, e ocorre uma maior identificação. Sendo assim, alguns estão sendo indicados para ilustrar os assuntos abordados nesta edição do Jornal Mural. Ringue no Cinema André Tererê, 23 anos, mostra que é possível viver da luta. Ele pratica o esporte desde os 15 anos, hoje dá aulas e já foi campeão europeu, suíço, Norte-Nordeste e cearense de Muay Thai. Afirma que viver do esporte vale a pena e, ao contrário do que muitos pensam, dá retorno financeiro, sim. Em véspera de grandes competições, a rotina é diferente. São treinos diários e um acompa- nhamento especial de uma nutricionista e um preparador físico que fazem de tudo para fazê-lo ter o melhor desempenho no dia da prova. Há nove anos dando aulas de artes marciais, Tererê comenta que, além de aumen- tar a capacidade física, a prática do Muay Thai é uma boa opção para conhecer pes- soas e estar em contato com elas. “É muito bom poder participar do crescimento dos alunos dentro e fora do tatame”. Há muito tempo, as lutas não são mais restritas a escolas reservadas para cada modalidade. Elas estão também nas academias de ginástica. Existem algumas que oferecem até oito tipo de lutas. O Jiu-Jitsu foi a primeira atividade de contato a ser oferecida pela acade- mia e, até hoje, um grande número de alunos ainda a procura. “Atualmente, deve ter uma média de 50 pessoas matriculadas. É a segunda maior turma”, Goretty Batista diretora de uma academia localizada na Av. 13 de Maio. Do ringue para a academia A capoeira ganhou espaço nas senzalas e lá desenvolveu-se. É uma expressão da cultura, retrato da miscigenação ocorrida com a colonização europeia, dos índios nativos e da escravidão de africanos. Nota- se, inclusive, influência das artes marciais orientais. A musicalidade é um dos dife- renciais dos demais esportes. Instrumen- tos como berimbau e pandeiro inspiram os capoeiristas que formam as rodas. O belga Mathieu Orfinger, professor de capoeira, destaca que o gingado e a ma- lícia utilizados são uma forte expressão de brasilidade. A capoeira não era diver- são dos escravos, era uma luta para que eles pudessem defender-se dos maus- tratos. A música era para enganar quem os escravizava, de forma que acreditas- sem que os negros estavam dançando e não aprendendo a lutar. Capoeira: golpes com arte A atividade que possuí bastante praticantes na cidade, segundo Go- retty, é o Muay Thai. Na academia onde trabalha, são 60 alunos di- vididos em duas turmas. Do outro lado da Capital, João Magalhães Júnior, coordenador de outra academia, localizada na Cidade dos Funcionários, confirma a procura. “O Muay Thai tem sido muito es- colhido pelos clientes, seguido pelo boxe”. Você sabe para que servem e o que são os suple- mentos alimentares? Essas preparações são feitas com nutrientes, vitaminas, minerais, fibras e amino- ácidos. A nutricionista Evanira Cidrão diz que há vários tipos de suple- mentos. “Alguns fazem a retirada da camada de gordura dos músculos. Outros fazem o trabalho de cicatrizantes”. O professor do Curso de Educação Física da Universidade de Fortaleza (Uni- for), Valter Cortez, destaca que as pessoas que não praticam atividades fí- sicas não precisam tomar suplementos alimentares. “Para fazer uso desses medicamentos, tem de haver um acompanhamento médico”, frisa. Cuidados suplementares Ele vive de Muay Thai “A capoeira no Ceará é uma referência no mundo”, afirma Orfinger. Em contraparti- da, o professor belga diz que, no Estado, a arte afro-brasileira ain- da sofre discrimi- nação. “Pro- vavelmente, pela ligação que ela tem com a África e os negros. Muitas pessoas prefe- rem praticar as artes marciais orientais”. No Rio de Janeiro e na Bahia, por exemplo, diz Mathieu, a capoeira tem maior aceitação e é mais valorizada, recebendo maior apoio do Governo. Foto: Camila Holanda Foto: Thalyta Martins “A capoeira tem uma forte questão cultural e também serve para ensinar valores, como superação e o respei- to pelas diferenças entre pessoas”, afirma Orfinger. “O fato de termos de mexer o corpo, ajuda a acelerar o pensamento e mover o espírito”. Paranaue no Ceara ´ ^ A sensacao do momento ~ Besouro ( 2009 ) “Da capoeira nasce um herói”. Assim é o slogan da película brasileira. Inspirado em fatos reais, o filme é uma adaptação do livro “Feijoada no Pa- raíso”, de Marco Carvalho, e conta a his- tória de Besouro Mangará. Baiano negro, grande capoeirista no início do século XX que sofreu preconceitos pela sua cor. Dizia-se que ele tinha o “corpo fechado” pelo Candomblé e até voava. Ailton Car- mo, professor de capoeira, vive Besouro. Operacao Drag`o (Enter the Dragon, 1973) Último filme realizado por Bruce Lee, percorre a trajetória do persona- gem pela vingança da morte de sua irmã. Ele acaba envolvendo-se com um poderoso líder do crime organizado que usa sua academia de artes marciais como fachada para tráfico de drogas e prostituição. Para atingir sua meta, Lee terá de colocar sua vida em risco em um torneio decisivo. Karate Kid ( The Karate Kid, 1984 ) Filme norte-america- no dirigido por John G. Avildsen. Daniel Larusso (Ralph Macchio) muda de cidade, mas não ha- bitua-se. Conhece Ali Mills (Elisabeth Shue) e começa a ser perseguido pela gangue do ex-namorado dela. Ao ser cercado pelo grupo, é salvo por Miyagi (Pat Morita), um japonês, mestre no ka- ratê. O veterano ensina a arte marcial a Daniel, para que ele possa defender-se. Em 2012, o filme ganhou um remake . ^ ~ Foto: Fabiane de Paula jornal mural da Luta Jornal do Laboratório de Jornalismo da Unifor (Labjor), semestre 2012.1

Mural do Ringue N°01

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Jornal Mural do curso de Jornalismo da UNIFOR - 2012.1

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Page 1: Mural do Ringue N°01

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Expediente: Jornal produzido pelo Laboratório de Jornalismo da Unifor (Labjor), semestre 2012.1 Diretora do CCH: Profa. Erotilde Honório; Coordenador do Curso: Prof. Wagner Borges; Orientação: Prof. Alejandro Sepúlveda; Diagramação e Arte: Fernanda Carneiro; Editoras Adjuntas: Camila Holanda e Renata Frota Redação: Camila Holanda, Erika Zaituni, Renata Frota e Wolney Batista. Universidade de Fortaleza: Av. Washington Soares, 1321 - Bairro Edson Queiroz - Fortaleza - Ceará - Brasil - Fone: 55 (85) 3477-3000 - www.unifor.br; Email: [email protected].

O cinema é uma experiência que transcende a relação tela-espectador. Seja qual for o assunto abordado, há filmes que causam a sensação de re-meter a algum momento da vida de quem assiste, e ocorre uma maior identificação. Sendo assim, alguns estão sendo indicados para ilustrar os assuntos abordados nesta edição do Jornal Mural.

Ringue no Cinema

André Tererê, 23 anos, mostra que é possível viver da luta. Ele pratica o esporte desde os 15 anos, hoje dá aulas e já foi campeão europeu, suíço, Norte-Nordeste e cearense de Muay Thai. Afi rma que viver do esporte vale a pena e, ao contrário do que muitos pensam, dá retorno fi nanceiro, sim.

Em véspera de grandes competições, a rotina é diferente. São treinos diários e um acompa-nhamento especial de uma nutricionista e um preparador físico que fazem de tudo para fazê-lo ter o melhor desempenho no dia da prova.

Há nove anos dando aulas de artes marciais, Tererê comenta que, além de aumen-tar a capacidade física, a prática do Muay Thai é uma boa opção para conhecer pes-soas e estar em contato com elas. “É muito bom poder participar do crescimento dos alunos dentro e fora do tatame”.

Há muito tempo, as lutas não são mais restritas a escolas reservadas para cada modalidade. Elas estão também nas academias de ginástica. Existem algumas que oferecem até oito tipo de lutas.

O Jiu-Jitsu foi a primeira atividade de contato a ser oferecida pela acade-mia e, até hoje, um grande número de alunos ainda a procura. “Atualmente, deve ter uma média de 50 pessoas matriculadas. É a segunda maior turma”, Goretty Batista diretora de uma academia localizada na Av. 13 de Maio.

Do ringue para a academia

A capoeira ganhou espaço nas senzalas e lá desenvolveu-se. É uma expressão da cultura, retrato da miscigenação ocorrida com a colonização europeia, dos índios nativos e da escravidão de africanos. Nota-se, inclusive, infl uência das artes marciais orientais. A musicalidade é um dos dife-renciais dos demais esportes. Instrumen-tos como berimbau e pandeiro inspiram os capoeiristas que formam as rodas.

O belga Mathieu Orfi nger, professor de capoeira, destaca que o gingado e a ma-lícia utilizados são uma forte expressão de brasilidade. A capoeira não era diver-são dos escravos, era uma luta para que eles pudessem defender-se dos maus-tratos. A música era para enganar quem os escravizava, de forma que acreditas-sem que os negros estavam dançando e não aprendendo a lutar.

Capoeira: golpes com arte

A atividade que possuí bastante praticantes na cidade, segundo Go-retty, é o Muay Thai. Na academia onde trabalha, são 60 alunos di-vididos em duas turmas. Do outro lado da Capital, João Magalhães Júnior, coordenador de outra academia, localizada na Cidade dos Funcionários, confi rma a procura. “O Muay Thai tem sido muito es-colhido pelos clientes, seguido pelo boxe”.

Há muito tempo, as lutas não são mais restritas a escolas reservadas para cada modalidade. Elas estão também nas academias de ginástica. Existem algumas que oferecem até oito tipo de lutas.

O Jiu-Jitsu foi a primeira atividade de contato a ser oferecida pela acade-mia e, até hoje, um grande número de alunos ainda a procura. “Atualmente, deve ter uma média de 50 pessoas matriculadas. É a segunda maior turma”, Goretty Batista diretora de uma academia localizada na Av. 13 de Maio.

A atividade que possuí bastante praticantes na cidade, segundo Go-retty, é o Muay Thai. Na academia onde trabalha, são 60 alunos di-vididos em duas turmas. Do outro lado da Capital, João Magalhães Júnior, coordenador de outra academia, localizada na Cidade dos Funcionários, confi rma a procura. “O Muay Thai tem sido muito es-colhido pelos clientes, seguido pelo boxe”.

Você sabe para que servem e o que são os suple-

mentos alimentares? Essas preparações são feitas

com nutrientes, vitaminas, minerais, fi bras e amino-

ácidos. A nutricionista Evanira Cidrão diz que há vários tipos de suple-

mentos. “Alguns fazem a retirada da camada de gordura dos músculos.

Outros fazem o trabalho de cicatrizantes”. O professor do Curso de Educação Física da Universidade de Fortaleza (Uni-

for), Valter Cortez, destaca que as pessoas que não praticam atividades fí-

sicas não precisam tomar suplementos alimentares. “Para fazer uso desses

medicamentos, tem de haver um acompanhamento médico”, frisa.

Cuidados suplementares

Ele vive de Muay Thai

“A capoeira no Ceará é uma referência no mundo”, afi rma Orfi nger. Em contraparti-

da, o professor belga diz que, no Estado, a arte

afro-brasileira ain-da sofre discrimi-

nação. “Pro-

vavelmente, pela ligação que ela tem com a África e os negros. Muitas pessoas prefe-rem praticar as artes marciais orientais”. No Rio de Janeiro e na Bahia, por exemplo, diz Mathieu, a capoeira tem maior aceitação e é mais valorizada, recebendo maior apoio do Governo.

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Foto: Thalyta Martins

“A capoeira tem uma forte questão cultural e também serve para ensinar valores, como superação e o respei-to pelas diferenças entre pessoas”, afi rma Orfi nger. “O fato de termos de mexer o corpo, ajuda a acelerar o pensamento e mover o espírito”.

Paranaue no Ceara^

A sensacao do momento~

Besouro (2009)“Da capoeira nasce um

herói”. Assim é o slogan

da película brasileira.

Inspirado em fatos reais,

o filme é uma adaptação

do livro “Feijoada no Pa-

raíso”, de Marco Carvalho, e conta a his-

tória de Besouro Mangará. Baiano negro,

grande capoeirista no início do século

XX que sofreu preconceitos pela sua cor.

Dizia-se que ele tinha o “corpo fechado”

pelo Candomblé e até voava. Ailton Car-

mo, professor de capoeira, vive Besouro.

Operacao Drag`o

(Enter the Dragon, 1973)Último fi lme realizado

por Bruce Lee, percorre

a trajetória do persona-

gem pela vingança da

morte de sua irmã. Ele

acaba envolvendo-se com um poderoso

líder do crime organizado que usa sua

academia de artes marciais como fachada

para tráfi co de drogas e prostituição. Para

atingir sua meta, Lee terá de colocar sua

vida em risco em um torneio decisivo.

Karate Kid (The

Karate Kid, 1984)Filme norte-america-

no dirigido por John G.

Avildsen. Daniel Larusso

(Ralph Macchio) muda

de cidade, mas não ha-

bitua-se. Conhece Ali Mills (Elisabeth

Shue) e começa a ser perseguido pela

gangue do ex-namorado dela. Ao ser

cercado pelo grupo, é salvo por Miyagi

(Pat Morita), um japonês, mestre no ka-

ratê. O veterano ensina a arte marcial a

Daniel, para que ele possa defender-se.

Em 2012, o filme ganhou um remake.

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Capoeira: golpes com arte

jornal mural da

LutaJornal do Laboratório de Jornalismo da Unifor (Labjor), semestre 2012.1

A capoeira ganhou espaço nas senzalas e lá desenvolveu-se. É uma expressão da cultura, retrato da miscigenação ocorrida com a colonização europeia, dos índios nativos e da escravidão de africanos. Nota-se, inclusive, infl uência das artes marciais orientais. A musicalidade é um dos dife-renciais dos demais esportes. Instrumen-tos como berimbau e pandeiro inspiram os capoeiristas que formam as rodas.

“A capoeira no Ceará é uma referência no mundo”, afi rma Orfi nger. Em contraparti-

da, o professor belga diz que, no Estado, a arte

afro-brasileira ain-da sofre discrimi-

nação. “Pro-

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Capoeira: golpes com arte

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