54
APONTAMENTOS junho/julho 2015 www.museudelamego.pt 3 CONFERÊNCIAS DO MUSEU DE LAMEGO / CITCEM 2015 as 20 de julho | ENTRADA LIVRE Ciclo de Cinema ´15 julho em Film Festival July ENTRADA LIVRE

MUSEU DE LAMEGO | apontamentos junho.julho

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Newsletter do Museu de Lamego, nesta edição referente aos meses de junho e julho. Em destaque as "3ªs Conferências do Museu de Lamego/CITCEM" e o Ciclo de Cinema 2015, dedicado a Orson Welles.

Citation preview

APONTAMENTOS junho/julho 2015

ww

w.m

use

ud

ela

me

go

.pt

3 C

ON

FE

NC

IAS

DO

MU

SE

U D

E L

AM

EG

O / C

ITC

EM

2015

as

20 d

e ju

lho

| E

NT

RA

DA

LIV

RE

Cicl

o de

Cin

ema1

5ju

lho

emFil

m Fe

stiv

al J

uly

ENTR

ADA

LIVRE

3 | APONTAMENTOS

confe

rênci

as

No dia 20 de julho de 1915, o povo das aldeias de Cambres,

Valdigem, Sande, Parada do Bispo e Figueira dirigiu-se à

cidade de Lamego. Cerca de cinco mil pessoas

manifestavam-se frente à Câmara quando foram atacadas

por bombas e tiros. Doze mortos e vinte feridos foi o balanço

daquele que ficou conhecido como o “Motim de Lamego”. A

Câmara de Lamego e a Guarda apressaram-se a descartar

culpas, acusando o povo de ter provocado as forças

militares. Esta seria a versão oficial dos acontecimentos,

mas a percepção popular seria muito diferente. A

manifestação foi vista como um gesto heroico e os mortos

Nos 100 anos do Motim de Lamego, o Museu de Lamego além de antecipar as suas conferências

vai mais longe ao tornar o acesso às mesmas, pela primeira vez, gratuito. Prosseguindo a sua

política de abertura a toda a comunidade, tal só foi possível graças a um conjunto concertado

de parcerias que em 2015 permitem abrir ao grande público, no dia 20 de julho, as “3as

Conferências do Museu de Lamego/CITCEM”. Em discussão estarão os “Movimentos Políticos e

Sociais no Douro, entre o Liberalismo e a Democracia”, tendo por base a manifestação que

ficou conhecida como o Motim de Lamego.

Conferências do Museu de Lamego/CITCEM

4 | APONTAMENTOS

tidos como mártires na defesa dos durienses em luta

contra a miséria e contra a concorrência desleal.

Serão estas movimentações, o seus contextos sociais e

políticos, que estarão em debate nas 3as Conferências

do Museu de Lamego que, mais uma vez, volta contar

com a colaboração do Centro de Investigação

Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM),

da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e

que em 2015 as conferências contam ainda com a

presença de Shawn Parkhurst, professor da

Universidade de Louisville (EUA), antropólogo e um

dos maiores especialistas da área a quem caberá a

conferência de abertura, com a comunicação “A

revolta do Douro de 1915, entre a Literatura, a História

e a Antropologia”.

Apesar de gratuitas, as inscrições são obrigatórias e

devem ser feitas até ao próximo dia 17 de julho em

http://bit.ly/conferencias2015.

confe

rênci

as

6 | APONTAMENTOS

PROGRAMA

09h30: recepção dos conferencistas e participantes

10h00: cerimónia de abertura

10h30: pausa para café

11h00: Conferência de abertura:

Shawn Parkhurst (Universidade de Louisville)

A revolta do Douro de 1915, entre a Literatura, a História e a Antropologia.

11h45: mesa redonda: MOVIMENTOS POLÍTICOS E SOCIAIS NO DOURO, ENTRE O LIBERALISMO E A

DEMOCRACIA

Moderador: Shawn Parkhurst

Otília Lage (CITCEM – FLUP/GI: Memória, Património e Construção de identidades) — Gigantes do

Douro: Sublevações e manifestações sociais e políticas em defesa da Região Vinhateira, desde a

monarquia constitucional ao 25 de Abril (Abordagem socio-histórica).

Augusto Macedo (jornalista aposentado; ex-Director da Rádio Alto Douro e da RDP-Norte) — Alto Douro

Vinhateiro: Fragmentos de Abril.

12h30: debate

13h00: pausa para almoço

15h00: painel 1: REVOLTAS E REVOLUÇÕES NO DOURO OITOCENTISTA

Moderador: Gaspar Martins Pereira (CITCEM/FLUP)

José Viriato Capela (Univ. Minho) ― As Invasões Francesas e o seu impacto no Norte de Portugal e

região de Trás dos montes (1808-1811).

António Monteiro Cardoso (IHC/FCSH/UNL) ― A revolução liberal no Douro.

Célia Taborda da Silva (Universidade Lusófona do Porto/CEAUP) ― Acção colectiva no Douro: a

propósito das movimentações da «Maria da Fonte».

16h30: debate

17h00: pausa para café

17h30: painel 2: O MOTIM DE LAMEGO DE 1915

Moderador: Luís Sebastian (Museu de Lamego)

Carla Sequeira (CITCEM/FLUP; Bolseira Pós-Doc. da FCT) ― Antão de Carvalho e os motins do Douro de

1914-1915

João Luís Sequeira (DRCN; Espaço Miguel Torga) ― O Motim de Lamego e a «Questão do Douro» na vida

e na obra de Pina de Morais.

Gaspar Martins Pereira (CITCEM/FLUP) ― O motim de Lamego, um momento histórico de consagração

da denominação de origem «Porto» para os vinhos generosos da Região Demarcada do Douro.

19h00: debate 3 C

ON

FE

NC

IAS

DO

MU

SE

U D

E L

AM

EG

O /

CIT

CE

M2

01

5

as

MO

VIM

EN

TO

S P

OL

ÍTIC

OS

E S

OC

IAIS

NO

DO

UR

OE

NT

RE

O L

IBE

RA

LIS

MO

E A

DE

MO

CR

AC

IA (

nos

100 a

nos

do M

otim

de L

am

ego)

Lamego

org

aniz

ação

apoio

Citizen Kane

The Lady from Shanghai

Touch of Evil

1941 [ Orson Welles

Entrada livre | 21h30 | Pátio do Museu

3‘

10‘

17‘

24‘

1948 [ Orson Welles (uncredited)

1958 [ Orson Welles

free admission

mecenas

av. Capitão Silva Pereira n.º3 VISEU

Workshop Mário Augusto10h30 - 16h00

The Third Man1949 [ Carol Reed

M/12

M/12

M/12

M/12

Ciclo de Cinema15julhoemFilm Festival July

www.museudelamego.pt

Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGAL . Tel +351 254 600 230 . [email protected] . www.museudelamego.pt . /museu.de.lamego

4‘

ORSON WELLESparc

eri

a

INDISCRETACOM MÁRIO AUGUSTO

participação

Lam

ego logia e no Gec se tã T oed riorepuS alocs

E - V

PS I

cinem

a

Além de “Citizen Kane”, a 3 de julho, os eleitos desta

terceira edição são “The Lady from Shanghai”, a 10 de julho,

“The Third Man”, a 17, e “Touch of Evil”, a 27 de julho.

Ao todo são quatro os filmes que recordam e confirmam a

genialidade do homem que inspirou e marcou uma inteira

geração de cineasta e admiradores de cinema, ao

revolucionar as técnicas de filmagem com recursos até então

inexplorados, aplicados à narrativa e ao enquadramento.

Multifacetado, Orson Welles começou no teatro

experimental e com 19 anos fez sua estreia na Broadway na

montagem de ”Romeu e Julieta”. Em 1937 criava uma

companhia de teatro e no ano seguinte a dramatização em

forma de notícia na rádio da “War of the Worlds”, um

clássico da ficção científica de H.G. Wells que seria o

trampolim para voos mais altos, com a assinatura de um

contrato milionário com Hollywood para a realização de dois

filmes. “Citizen Kane”, de 1941, seria o primeiro desses dois

filmes que marcaria a sétima arte para sempre.

A união das linguagens do teatro, da rádio e do cinema

concederam ao realizador norte-americano, nascido a 6 de

maio de 1915 no Wisconsin, um estilo único e inconfundível.

Foi realizador, argumentista, produtor e ator. No centenário do seu nascimento, o Museu de

Lamego recorda Orson Welles, um dos maiores cineastas americanos de sempre com um longo

currículo cinematográfico onde constam obras como “Citizen Kane”. Será exatamente aquele

que ainda é considerado um dos melhores filmes do século XX a inaugurar o 3º Ciclo de Cinema a

decorrer no Pátio do Museu e que em 2015 volta a contar com a marca do programa televisivo

“Janela Indiscreta”.

Julho é o mês de ORSON WELLES

8 | APONTAMENTOS

Numa parceria entre o Museu de Lamego, o Teatro

Ribeiro Conceição e a FNAC, o Ciclo de Cinema 2015

apenas é possível graças ao mecenato das empresas

Ydentik – Perfume Bar Concept (Viseu), Optica Parente

e Parente-Centro Auditivo.

A exibição dos filmes está agendada para as 21h30.

ENTRADA LIVRE

cinem

a

9 | APONTAMENTOS

10 | APONTAMENTOS

em

exi

biç

ão

CitizenKane, ("OMundoaSeusPés")deOrsonWelles,

revelaa fascinantehistóriadeummagnatacujagrande

paixãoéojornalismoeconquistaroamordetodososque

orodeiam.Comomundoaseuspés,eleconseguetudoo

queodinheiropodecomprar,masnãooamorqueparece

não saber conservar, terminando na mais completa

solidão.Um filmequequebrou com todas as regrasdo

cinemaequeintroduziuoutrascompletamenteinéditas,

dando-lhe uma força, que não deixa o espetador

indiferente e que lhe conquistou um lugar de topo no

mundodocinema.

FONTE|FNAC

DeOrsonWelles

ComOrsonWelles,JosephCotten,DorothyComingore

EstadosUnidos,1941|119min

Lamego

org

aniz

ação

apoio

Citizen Kane1941 [ Orson Welles 3‘07

mecenas

av. Capitão Silva Pereira n.º3 VISEU

M/12

Ciclo de Cinema15julhoemFilm Festival July

www.museudelamego.pt

Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGAL . Tel +351 254 600 230 . [email protected] . www.museudelamego.pt . /museu.de.lamego

ORSON WELLES

parc

eri

a

Lam

ego

g

ia e Gnolo esec tão Tedr oriepu S

laocsE -

VP

S I

21h30 [ ENTRADA LIVREno pátio do museu

Crimes desconcertantes, fascinantes reviravoltas na

históriaeumnotáveltrabalhodecâmaracontribuempara

esteclássico,escrito,realizadoeinterpretadoporOrson

Welles.

Welles interpreta o papel de um homem inocente,

contratado para trabalhar no iate do marido de uma

mulherfatal(RitaHayworth),quesevêenvolvidonuma

perigosateiadeintrigaemorte.

Sujeitoaumagrandecontrovérsiaeescândaloapósasua

estreia, “ADamaDeXangai”chocouosespectadoresde

1948 ao apresentar Hayworth com o seu flamejante

cabelo ruivo cortado e pintado de louro, cor de

champanhe. Cinquenta anos mais tarde, A Dama De

XangaiéconsideradoumWellesdequalidadesuperior,

comoseufamosofinalnasaladosespelhossaudadocomo

umadassequênciasmaisextraordináriasdahistóriado

cinema.FONTE|FNAC

DeOrsonWelles[uncredited]

ComOrsonWelles,RitaHayworth

EstadosUnidos,1948|84min

Lamego

org

aniz

ação

apoio

The Lady from Shanghai1948 [ Orson Welles 10‘07

mecenas

av. Capitão Silva Pereira n.º3 VISEU

M/12

Ciclo de Cinema15julhoemFilm Festival July

www.museudelamego.pt

Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGAL . Tel +351 254 600 230 . [email protected] . www.museudelamego.pt . /museu.de.lamego

ORSON WELLESparc

eri

a

Lam

ego

gia e Gnolo esec tão Tedr oriepu

Slaocs

E - V

PS I

21h30 [ ENTRADA LIVREno pátio do museu

11 | APONTAMENTOS

Guerrafria,Viena1947.Onorte-americanoHollyMartins,

ummedíocreescritordenovelasdooeste,chegaàcapital

austríacaquandoacidadeestádivididaemquatrozonas

ocupadaspelosaliadosdasegundaGuerraMundial.Holly

vaivisitarHarryLine,umamigodainfânciaquelhetinha

prometidotrabalho.Ochefedapolíciamilitarbritânica

diz-lhequeoseuamigoestavagravementeimplicadono

mercadonegro...

FONTE|FNAC

DeCarolReed

ComOrsonWelles,JosephCotten,AlidaValli

EstadosUnidos,1949|144min

Lamego

org

aniz

ação

apoio

The Third Man1948 [ Carol Reed 17‘07

mecenas

av. Capitão Silva Pereira n.º3 VISEU

M/12

Ciclo de Cinema15julhoemFilm Festival July

www.museudelamego.pt

Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGAL . Tel +351 254 600 230 . [email protected] . www.museudelamego.pt . /museu.de.lamego

ORSON WELLES

parc

eri

a

Lam

ego

g

ia e Gnolo esec tão Tedr oriepu S

laocsE -

VP

S I

21h30 [ ENTRADA LIVREno pátio do museu

12 | APONTAMENTOS

Umexcepcionalfilmenegroquenosdáumretratocrudos

meandrosdacorrupçãoedasimputaçõesmoraisquedaí

advêm, na pessoa deHankQuinlan.Hank é umpolícia

corruptoqueenvolveumjovemmexicanonumintricado

enredocriminoso.CharltonHestonéRamonVargas,um

honestoagentedodepartamentomexicanodalutacontra

o tráfico de droga cujos movimentos colidem com os

dúbios interesses de Hank. Uma obra empolgante em

ambiente visual e sonoro intenso que conta com um

luxuosoelencosecundáriocompostoporJanetLeigh-a

indiscreta mulher de Ramon -, Akin Tamiroff - o líder

traficante -, Zsa Zsa Gabor e Marlene Dietrich - a

enigmáticacigana.Simplesmenteobrigatório!

FONTE|FNAC

DeOrsonWelles

ComCharltonHeston,OrsonWelles,JanetLeigh

EstadosUnidos,1958|111min

Lamego

org

aniz

ação

apoio

Touch of Evil1958 [ Orson Welles 24‘07

mecenas

av. Capitão Silva Pereira n.º3 VISEU

M/12

Ciclo de Cinema15julhoemFilm Festival July

www.museudelamego.pt

Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGAL . Tel +351 254 600 230 . [email protected] . www.museudelamego.pt . /museu.de.lamego

ORSON WELLESparc

eri

a

Lam

ego

gia e Gnolo esec tão Tedr oriepu

Slaocs

E - V

PS I

21h30 [ ENTRADA LIVREno pátio do museu

13 | APONTAMENTOS

mu

se

u e

m im

ag

en

s

Museu em Imagens de regresso ao Pátio do Museu

A partir do mês de julho e até ao final de agosto, o

Museu de Lamego regressa à rubrica “Museu em

Imagens”. Sempre aos fins de semana, sob a forma

de projeção multimédia, o Pátio do Museu revela a

riqueza das coleções, explorando-as através das

mais diversas temáticas.

A mulher, a fauna e a flora, o traje, as joias, a

paisagem, o restauro, a criança, entre outros, serão

os temas a dar forma a este projeto que arrancou em

2014 e que trouxe ao Pátio do Museu os Tesouros

Nacionais.

Semanalmente, em grande formato, a partir das

21h30, uma projeção ganha forma, apelando à

curiosidade, deixando o convite à visita, divulgando

o património do Museu de Lamego.

No primeiro fim de semana de julho, será “A mulher

nas coleções do Museu” a estar em destaque.

Entrada livre.

14 | APONTAMENTOS

mu

se

u e

m im

ag

en

s

15 | APONTAMENTOS

foto

gra

fia

10 Vidas. 10 Olhares | Ciclo de Fotografia 2015

Dez participantes deram forma a dez olhares sobre o

mundo. O desafio foi aceite e o projeto “10 Vidas. 10

Olhares” revelou-se a 26 e 27 de junho, no Pátio do

Museu. A iniciativa, integrada no terceiro Ciclo de

Fotografia, abriu pela primeira vez as portas aos

fotógrafos amadores e desafiou-os a refletir sobre a

sua visão do mundo. E o resultado não podia ser mais

surpreendente…

Assumidamente a grande novidade deste ciclo, “10

Vidas. 10 Olhares” convidou os dez primeiros

inscritos a utilizar a máquina fotográfica, que

poderia ser a do telemóvel, para registarem tudo o

que lhes despertasse a atenção, o que os definisse, o

que os fizesse sentir familiarizados, fosse no

trabalho, no lazer ou em casa. No final, apenas 10

fotografias por participante podiam integrar a

última exposição do Ciclo.

Paralelamente, o Museu de Lamego convidou mais

cinco pessoas, mas desafiou-as a retratar em 10

imagens o seu quotidiano profissional. Um ator, um

estudante, um professor de dança, outro

universitário e uma coordenadora de programas

infantis da RTP materializam a outra face de um

projeto que vai conhecer uma edição online sob a

forma de e-book.

16 | APONTAMENTOS

org

an

iza

ção

org

an

iza

tion

ap

oio

su

pp

ort

10 participantes dão vida a 10 olhares sobre o mundo

PROJECT

PHOTOGRAPHY FESTIVAL

10 LIVES. 10 PHOTOS

PROJETO

foto

gra

fia

18 | APONTAMENTOS

foto

gra

fia

19 | APONTAMENTOS

foto

gra

fia

20 | APONTAMENTOS

um

ano.u

m tem

a

Nuno Ávares Pereira, também conhecido como o

Santo Condestável, hoje São Nuno de Santa Maria ou,

simplesmente, Nun' Álvares é considerado um dos

maiores guerreiros portugueses de sempre, por ter

comandado forças em número inferior ao inimigo e

ter vencido todas as batalhas em que participou.

Na gravura destacada durante o mês de junho não

está, no entanto, retratado o herói dos campos de

batalha, mas sim o religioso que, após a morte da sua

mulher, Dona Leonor de Alvim, tomou o hábito de

carmelita Donato, em 1423, no Convento do Carmo

que mandara construir em cumprimento de um voto e

onde permaneceu até à sua morte. Viria a ser

canonizado pelo papa Bento XVI, em 26 de abril de

2009.

Esta gravura pertenceu a uma série de estampas

encomendadas ao célebre gravador francês,

estabelecido em Amesterdão, Bernard Picart (1673-

1733), para ilustrar a obra do académico António

Rodrigues da Costa - "De vita, & rebus gestis Nonni

Alvaresij Pyeriae Lusitaniae Comitis Stabilis libri duo"

-, publicada em 1723.

Para além da questão da autoria, visto tratar-se de

um retrato executado por um gravador de exceção,

acresce o facto de as estampas encomendadas na

Duas figuras incontornáveis dão forma, em junho, à rubrica do Museu de Lamego “Um Ano. Um

Tema”. Dedicada em 2015 à gravura, estão em destaque Nuno Álvares Pereira, que desempenhou

um papel determinante na História de Portugal, na crise da sucessão de 1383-1385, e o autor do

retrato do anterior, Bernard Picart, um dos mais importantes gravadores na Holanda do século

XVIII..

UM ANO. UM TEMA | junho

21 | APONTAMENTOS

um

ano.u

m tem

a

Holanda com os retratos de Nun'Alvares constituírem

as ilustrações dos primeiros livros saídos dos prelos

da Academia Real de História Portuguesa, fundada

por D. João V, o «Magnânimo», em 1720, numa altura

em que as artes gráficas davam os primeiros passos

em Portugal.

Bernard Picart nasceu em Paris, no dia 11 de junho de

1673 e viria a falecer em 1733, em Amesterdão.

Recebeu a educação artística do pai, o gravador

Etienne Picart, e de Charles le Brun e Jouvenet, na

Academia Real de França. Em 1711, muda-se para

Amesterdão, o maior centro de impressão e

publicação, onde se converte ao calvinismo.

Com uma obra gráfica extensíssima, Bernard Picart

destacou-se no retrato, desenho ornamental e

assuntos mitológicos e religiosos, quer a partir de

obras de velhos mestres, quer de trabalhos originais.

Como ilustrador, desenhou e gravou para numerosos

livros, sendo os dez volumes que compreendem as

"Cérémonies et coutumes religieuses de touts les

peuples du monde" (1723-1743) a sua obra mais

conhecida e também a mais importante. Realizou

ainda gravuras de grande formato para conjuntos

como "Les Impostures Innocentes" e para o "Templo

das Musas".

LEGENDA

Retrato de Nuno Álvares Pereira

Bernard Picart

Holanda

1722

Tinta e papel

Museu de Lamego, inv. 920

22 | APONTAMENTOS

um

ano.u

m tem

a

Nesta gravura é possível identificar os processos típicos de Gerard

Dou, caraterizados por trabalhos de escala reduzida, onde figuram

cenas de interior, habitualmente com poucas figuras, emolduradas

por uma janela ou pelo drapeado de uma cortina, rodeadas por livros,

instrumentos musicais ou por parafernália doméstica, representados

com grande detalhe. O estilo meticuloso e a atenção dada aos

pormenores, associados ao naturalismo e ambiente intimista dos seus

trabalhos, exerceram grande influência em sucessivas gerações de

pintores, até ao aparecimento do Impressionismo, no século XIX.

Simultaneamente, o interesse que os seus trabalhos continuaram a

despertar junto da clientela explicam que cerca de cem anos depois,

um dos mais importantes gravadores do século XVIII, Jean Georges

Wille, tivesse executado a gravura que integra em julho a rubrica “Um

Ano. Um tema” a partir, exatamente, de um original de Gerard Dou.

Jean Georges Wille nasceu em 1715, em Giessen, na Alemanha, tendo-

se mudado para Paris em 1736, onde adquiriu grande reputação,

devido ao seu enorme talento. Entre outras honras obtidas ao longo da

sua carreira, contam-se os títulos de gravador do rei de França, do

Imperador da Alemanha e gravador do rei da Dinamarca. Tornou-se

célebre pelos retratos e, numa fase mais madura, por gravuras com

assuntos históricos e cenas de género, sobretudo, a partir dos

desenhos de pintores holandeses e alemães seus contemporâneos.

São conhecidos exemplares semelhantes a "La Liseuse" nas coleções

do British Museum (Londres) e do Hunterian Museum (Glasgow,

Escócia).

A gravura intitulada "La Liseuse" surge muitas vezes acompanhada de "La Dévideuse", ambas

gravadas por Jean Georges Wille, a partir de pinturas do holandês Gerrit (ou Gerard) Dou, nascido

em Lieden, Holanda, em 1613, sendo o primeiro aluno do jovem Rembrandt, de quem adquire o

colorido e a subtileza dos efeitos claro-escuro.

UM ANO. UM TEMA | julho

LEGENDA

La Liseuse

Gerard Dou, Jean Georges Wille

Paris

1761 - 1762

Tinta e papel

Museu de Lamego, inv. 7819

Legado Ana Maria Pereira da Gama

24 | APONTAMENTOS

em

exp

osi

ção

O Gentilíssimo e Talentoso João Amaral Uma exposição que marca o arranque das

comemorações do centenário da fundação do Museu

de Lamego (1917-2017) e que revela as facetas

menos conhecidas do seu primeiro diretor. Foi este,

aliás, o grande desafio assumido pela comissária

científica da exposição que ao longo dos vários

núcleos expositivos vai revelando o percurso menos

conhecido do art ista, do museólogo, do

investigador, do bibliófilo, do “gentilíssimo e

talentoso João Amaral”.

PATENTE ATÉ 30 DE SETEMBRO.

Contactos | ContactsMuseu de LamegoLargo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGALTel + 351 254 600 230 | [email protected] | www.museudelamego.pt | /museu.de.lamego

Horário | Opening timesterça-domingoTuesday-Sunday10h00-18h00

www.museudelamego.pt

Apoio institucional | Institutional support

Lam

ego nologia e Gesec tão T

der oriepu

Slaocs

E -V

PS I

Apoio empresarial | Business support

Liga dos Amigos do Museu de Lamego

100 ANOS[1917-2017]

26 | APONTAMENTOS

ediç

ões

A sessão de apresentação pública decorreu no

passado sábado, 20 de junho, e contou ainda com a

presença da Diretora da Biblioteca da Santa Casa da

Misericórdia de Lisboa, Laurinda Carona, e do autor,

Luís Sebastian, que assumiu a obra como um ponto de

partida para novas conclusões e interpretações.

Aliás, foi este o tom que dominou a apresentação da

obra que já tinha passado pelo Porto (23 de maio) e

Coimbra (13 de junho). O arqueólogo revelou ainda

que é sua ambição que esta publicação possa vir a ser

um manual para todos os estudantes que se envolvam

no estudo da cerâmica moderna portuguesa.

Durante a apresentação em Coimbra, no Edifício

Chiado, Helena Catarino, docente e investigadora da

Universidade de Coimbra, referiu-se mesmo à obra

como “um catálogo muito completo, de indiscutível

valor científico, mas também de indiscutível valor

pedagógico”, de “consulta obrigatória” ou, como já

tinha assinalado Luís Fontes (Universidade do Minho)

no Porto, a obra constitui-se como um manual de

referência para o estudo da cerâmica moderna e

contemporânea e um “belíssimo guia metodológico

para estudos similares”.

Mas para chegar a este manual, pelo caminho ficam

Um livro de Arqueologia, um livro de História ou um livro de História da Arte? É um pouco das três

disciplinas e, acima de tudo, é um estudo inovador, profundamente transdisciplinar e que vem

enriquecer o campo dos estudos do património. A convicção é do investigador Fernando Baptista

Pereira que, em Lisboa, na Biblioteca da Santa Casa da Misericórdia, foi ainda mais longe ao afirmar

“A Faiança Portuguesa de Olaria na Intervenção Arqueológica no Mosteiro de São João de Tarouca”

como um ponto de viragem no estudo da faiança portuguesa.

Arqueologia, História e História da Arte num só livro sobre faiança

portuguesa

27 | APONTAMENTOS

ediç

ões

28 | APONTAMENTOS

mais de 3.500 metros quadrados escavados entre

1998 e 2007, no Mosteiro de São João de Tarouca, o

que faz desta escavação uma das maiores em

território português. Ao mesmo tempo surgia um

espólio inusitado e inimaginável, onde a cerâmica

assumia um papel de destaque, atingindo cerca de

117 mil fragmentos exumados.

Pelo caminho também, o contributo de dezenas de

profissionais que ao longo dos anos contribuíram para

tornar possível a edição deste livro que apresenta o

estudo tipológico de 2.782 peças de faiança

portuguesa de olaria que foi possível identificar, num

total de 88 mil fragmentos, o que confirmou ainda o

conjunto como um dos maiores de cerâmica Moderna

a ser exumado em Portugal, num dos maiores

trabalhos de registo gráfico alguma vez realizado em

Portugal.

A apresentação da obra no Porto, Coimbra e Lisboa

cumpriu assim o objetivo de divulgar o resultado de

um trabalho com quase duas décadas de vida, numa

iniciativa da Direção Regional de Cultura do Norte, do

Museu de Lamego e do projeto Vale do Varosa~.

ediç

ões

ÃUTOR

Luís Sebastian

TÍTULO

A Faiança Portuguesa de Olaria na Intervenção

Arqueológica no Mosteiro de São João de Tarouca

EDITOR

Direcção Regional de Cultura do Norte / Vale do Varosa

LOCAL

Lamego

ANO

2015

DESIGN

Companhia das Cores, Design e comunicação Empresarial

IMPRESSÃO

Lusoimpress

TIRAGEM

500 Exemplares

ISBN

978-989-98708-7-1

DISPONÍVEL NA LOJA DO MUSEU DE LAMEGO

29 | APONTAMENTOS

pré

mio

s

30 | APONTAMENTOS

Atribuídos anualmente, os Prémios APOM pretendem incentivar e premiar

a imaginação e a criatividade dos museólogos portugueses e o seu

contributo efetivo na melhoria da qualidade dos museus em Portugal.

Em 2015, o Museu de Lamego vê a sua comunicação online distinguida,

prémio que vem reconhecer os seus esforços de chegar ao maior número

de pessoas possível, através de uma política de divulgação online que

coloca em definitivo o Museu «em linha» com os seus públicos, ao procurar

que todos os seus meios de divulgação se constituam como uma plataforma

de encontro.

Ao mesmo tempo, a conservação e restauro da Capela de São João

Evangelista recebeu o reconhecimento da APOM. Durante a entrega do

Prémio, o Diretor do Museu de Lamego, Luís Sebastian, realçou que esta é

uma distinção partilhada com a empresa responsável pelo restauro, a

Detalhe Lda., que desde o início do processo teve toda a abertura para

fazer deste restauro uma nova experiência de visita.

Ao todo foram restaurados cerca de vinte e oito metros quadrados de

retábulo, a que se juntaram 19 esculturas que preenchem a quase

totalidade dos nichos da Capela. Nas salas do Museu de Lamego, a equipa

trabalhou ao vivo, promovendo a sensibilização do público para a

importância da preservação do património. Desta forma, além da

execução de uma importante e urgente intervenção numa das suas peças

mais relevantes, o Museu de Lamego abria integralmente o restauro ao

olhar do público.

A atribuição destes prémios pela APOM constitui um importante

reconhecimento de todo o esforço e trabalho que têm vindo a ser

desenvolvidos pela equipa do Museu de Lamego.

Nos 50 anos da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), o Museu de Lamego foi distinguido

com dois prémios. A sessão decorreu esta sexta-feira na Assembleia da República e premiou as

áreas da comunicação (Prémio Comunicação em Linha) e do restauro (Prémio Conservação e

Restauro).

APOM distinguiu Museu nas áreas da Comunicação e Restauro

co

mu

nic

açã

o

Estamos no INSTAGRAM. Siga-nos também aqui!

http://instagram.com/museudelamego/

32 | APONTAMENTOS

co

mu

nic

açã

o

Também estamos no TRIPADVISOR!

Visite-nos e partilhe a sua experiência de visita. Diga-nos do

que mais gostou e no que podemos melhorar.

Até breve!

33 | APONTAMENTOS

www.facebook.com/museu.de.lamego

co

mu

nic

açã

o

Ainda não nos segue no FACEBOOK?

Até breve!

34 | APONTAMENTOS

loja

do

mu

se

u SUGESTÕES

De terça a domingo, das 9h30 às 18h00.

35 | APONTAMENTOS

va

le d

o v

aro

sa

37 | APONTAMENTOS

va

le d

o v

aro

sa

Reabriu ao público a área arqueológica do Mosteiro de São João de

Tarouca!

Visitável às terças das 14h00 às 18h00 e de quarta a domingo, das 9h30

às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

Visitas guiadas de quinta a domingo, mediante marcação prévia, através

de endereço de e-mail [email protected]

O VALE DO VAROSA ESPERA POR SI!

MOSTEIRO DE SÃO JOÃO DE TAROUCA

39 | APONTAMENTOS

va

le d

o v

aro

sa

O dia 27 de junho foi dia de Jantar Monástico no Mosteiro de Santa Maria

de Salzedas.

Sob o mote «De fumo a fumeiro», os cerca de 200 monges foram

brindados com uma refeição rica em sabores ancestrais. O palco, esse

voltou a ser o extraordinário Claustro do Capítulo, com traço do

arquiteto maltês Carlos Gimach.

Em dia de intenso calor, os "monges" cumpriram o programa e

participaram nas visitas à Torre Fortificada de Ucanha, os Mosteiros de

São João de Tarouca e, incontornavelmente, ao Mosteiro de Santa Maria

de Salzedas.

Por um dia foram monges... por um dia vivenciaram um património

ímpar... num evento que é já de referência na região.

Partilhamos aqui alguns momentos do Jantar Monástico 2015.

MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE SALZEDAS

41 | APONTAMENTOS

Museu de Lamego

Largo de Camões

5100-147 Lamego

Tel: (+351) 254600230

E-mail: [email protected]

Site: www.museudelamego.pt

Facebook: www.facebok.com/museu.de.lamego

Horário

De terça-feira a domingo, das 9h30 às 18h00.

Encerra às segundas-feiras.

Gratuito no primeiro domingo do mês.

Serviço Educativo

Visitas orientadas/comentadas à exposição permanente e

exposições temporárias, mediante marcação prévia.

Biblioteca

De terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às

18h00, mediante contacto prévio.

Auditório

100 lugares

Loja

APONTAMENTOS junho/julho 2015

54 | APONTAMENTOS

PÁTIO DO MUSEU 2015Faça-nos uma visita.