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Director: Jorge Seguro Sanches Director-adjunto: Silvino Gomes da Silva Internet: www.ps.pt/accao E-mail: [email protected] Nº 1248 - 13 Julho 2005 Susana Amador: Evolução e confiança ENTREVISTA Eleições autárquicas a 9 de Outubro GOVERNO DECIDE 9 Carrilho quer apoiar idosos e crianças EM LISBOA 9 Francisco Assis vai criar pelouro da Ciência NO PORTO 9 O DESAFIO DO CRESCIMENTO 13 No debate do estado da Nação, o Governo lembrou os compromissos já cumpridos e apresentou um discurso virado para o futuro No debate do estado da Nação, o Governo lembrou os compromissos já cumpridos e apresentou um discurso virado para o futuro

Nº 1248 - 13 Julho 2005 · Outros chamam a atenção para a necessidade de reforçar os meios policiais e para a limitação das garantias civis, o que é errado. Há quem diga ainda

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Director: Jorge Seguro Sanches Director-adjunto: Silvino Gomes da SilvaInternet: www.ps.pt/accao E-mail: [email protected]

Nº 1248 - 13 Julho 2005

SusanaAmador:Evoluçãoe confiança

ENTREVISTA

Eleiçõesautárquicasa 9 de Outubro

GOVERNO DECIDE

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Carrilhoquer apoiaridosose crianças

EM LISBOA

9

FranciscoAssis vaicriar pelouroda Ciência

NO PORTO

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O DESAFIO DO CRESCIMENTO

13

No debate do estado da Nação, o Governo lembrouos compromissos já cumpridos e apresentouum discurso virado para o futuro

No debate do estado da Nação, o Governo lembrouos compromissos já cumpridos e apresentouum discurso virado para o futuro

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2 13 JULHO 2005ABERTURA

GUILHERME D'OLIVEIRA [email protected]

http://blogs.parlamento.pt/casadoscomuns

UM SÉRIO AVISO AOS CÍNICOS…

SE O RIDÍCULOMATASSEDia 4 de Julho de 2005, pelas11h00. As imagens falam por si. À faltade obra, a Câmara Municipal de Lisboa Inaugura placas toponímicasna cidade. Os preparativos, a montagem do palco, do toldo e a colocaçãoda Polícia Municipal começaram três dias antes do “evento”.No “dia do acontecimento” o trânsito é cortado uma hora antes dachegada do sr. presidente Santana Lopes, que chega atrasado cerca de20 minutos, pelas 11h20. O carro pára, mas logo arranca de novo. Osr. presidente ultima um telefonema.Chega o grande momento... na falta dos prometidos Túnel das Amoreiras,Casino de Lisboa, Catedral de Lisboa ou Parque Mayer, Santana Lopesapenas inaugura um bloco de cimento no centro de uma rotunda cheiade erva seca e na qual foram colocados dois vasos de verdura para o“acontecimento”!Parabéns aos munícipes de Lisboa: temos mais uma placa. A rotunda,essa, já lá estava há mais de 10 anos.

I. Londres, 7 de Julho. O terror voltou a ditar a sua lei. A memória de 11 deSetembro de 2001 em Nova Iorque regressou, do mesmo modo que a de 11 deMarço de 2004 em Madrid. Poderá alguma vez a violência contra inocentesredimir os erros da humanidade, quaisquer que sejam? Naturalmente que não.Mas impõe-se que possamos interrogar-nos sobre as raízes do mal-estar esobre os fundamentos da violência. Não importa saber, neste momento, quaisos resultados exactos das investigações policiais, o que interessa é reflectirsobre a razão de ser do fenómeno. Nenhuma explicação é satisfatória. SamuelHuntington falou do “choque das civilizações”, mas o certo é que estava apensar em conflitos entre potências e na dialéctica tradicional amigo/inimigo.Os movimentos anti-globalização insistem nas injustiças e nas desigualdades,mas os artífices do terror têm muito pouco a ver com uma revolta social.Outros chamam a atenção para a necessidade de reforçar os meios policiais epara a limitação das garantias civis, o que é errado. Há quem diga ainda queé preciso conhecer melhor as outras civilizações e outras culturas e religiões,mas do que parece tratar-se é de incompreensão e não de desconhecimento.A verdade é que quando ouvimos os inspiradores do terrorismo, como OssamaBen Laden, o que encontramos é um velho ódio, enroupado de messianismocego e irracional. As explicações são todas insatisfatórias. Falta entender araiz do fenómeno. E, no entanto, ouvimos apelos à violência como se elapudesse ser purificadora. E não se diga que se trata do fenómeno religioso edos seus efeitos perversos. Pelo contrário, estamos perante um perigoso vaziono diálogo entre fé e racionalidade. E lembramo-nos bem do que o Papa JoãoPaulo II fez para contrariar a tendência doentia de incompreensão e indiferença.O “espírito de Assis” procurou lançar as bases de um diálogo inter-religiosoque pudesse preencher o vazio, ocupado nas sociedades contemporâneaspelo egoísmo, pelo consumismo e pelo imediatismo. E é a democracia quese ressente desse vazio de valores e princípios, que subalterniza a dignidadeda pessoa humana e que torna a liberdade puramente processual. J.Habermasno diálogo com o Cardeal Ratzinger (agora publicado pela revista “Estudos”de Coimbra) põe o dedo na ferida. A liberdade religiosa tem de abrir campo aum pluralismo dialógico e vivo, que não se feche numa redoma laicista, quedestrói o fundamental de uma laicidade saudável e positiva. Nenhum Deuspode fundamentar ou justificar a violência. Temos de regressar à lição deGandhi, para quem a não-violência teria de ser posta em prática a partir de umuso adequado da vontade e da força. Eis porque o mal com que nos debatemosé mais fundo do que possa parecer. Não se resolve no Iraque. Não se resolvecom mais polícia. Exige atenção e vontade.

II. Timothy Garton Ash, perante os acontecimentos de Londres relembra: “énecessária uma política inteligente. Foi uma medida correcta tirar pela força aAl-Qaeda do Afeganistão. Pelo contrário, torna-se cada vez mais claro que ainvasão do Iraque foi um erro, sendo quase certo que isto criou mais terroristasdo que aqueles que eliminou. Mas agora é preciso tentar reparar as coisas damelhor forma possível. A última atitude a tomar como resposta a este ataqueseria abandonar o Iraque. Pelo contrário, esta é a altura certa para todos ospaíses se unirem na construção de um Iraque pacífico e semi-livre, em vez deinsistirem numa política de mais mudanças e ocupação por parte de unsEstados Unidos desapaixonados, e já não inspirados pelo vigor neo-conservadorde há três anos atrás” (Público, 10.7.05). Precisamos de inteligência e de umsentido prático que tenha bem presentes os valores democráticos. Teremos decontinuar a prevenir um “choque de civilizações”, do mesmo modo queteremos de contrariar todas as formas de proteccionismo e as políticas queagravam as desigualdades e as injustiças. Trata-se de um jogo em váriostabuleiros. O diálogo inter-religioso é fundamental. A reorganização do sistemadas Nações Unidas, também. A paz exige mais desenvolvimento. A segurançaobriga ao reforço dos Estados de direito, do primado da lei e da legitimidadedemocrática. E não se esqueça que o combate ao terrorismo passa tambémpela luta contra o crime financeiro, contra a opacidade e a mentira de certaspráticas económicas, contra a fraude e a evasão fiscais, contra os “off-shores”…

III. Perante a actual crise europeia, todos somos chamados a encontrar umcaminho que deve assentar em três vertentes: (a) a União Europeia tem de setornar um protagonista activo e interveniente na cena internacional, o queexige mais Europa política; (b) é fundamental haver uma parceria euro-atlânticacapaz de lançar as bases de uma reforma das Nações Unidas, no sentido doequilíbrio, do desenvolvimento, da justiça e da legitimidade democrática,com atenção especial às desigualdades, ao atraso e à exclusão, bem evidentesnas relações Norte-Sul, bem como de uma regulação económica internacionalperante a emergência dos grandes mercados asiáticos; (c) terá de ser encontradauma nova síntese política que preserve o essencial da justiça distributiva doEstado social europeu, a competitividade e a flexibilidade dos mercadosabertos à inovação, numa palavra a convergência social e a força inovadorados mercados. Não tenhamos dúvidas: só a fragilidade económica e social daUnião Europeia e a sua fragmentação darão campo à insegurança e àglobalização do terror… Eis um sério aviso aos cínicos.

EXCLUSIVO «ACÇÃO SOCIALISTA»

Praça S. FranciscoXavier

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313 JULHO 2005 ACTUALIDADE

O primeiro-ministro, José Sócrates,surgiu no Parlamento em grande forma.O chefe do Governo, iniciou a suaintervenção lembrando que o país precisaneste momento, não de discutir opassado, “porque o julgamento dosportugueses sobre esse período está feitoe bem feito”, mas de olhar para o futurode forma a que, identificados osproblemas e estrangulamentos com quenos debatemos, “os saibamos resolverapontando as justas soluções”.Elegendo o crescimento económico coma prioridade maior para Portugal, Sócrateslembrou que é preciso retomar umatrajectória de crescimento sustentado ede convergência com a Europa.Só percorrendo este caminho, disse aindao primeiro-ministro, é possível reduzir odesemprego, melhorar as condições devida das pessoas e combater a pobreza eas desigualdades.Para José Sócrates, Portugal não pode nemdeve ficar preso à conjuntura económicainternacional, ficando de braços cruzadosà espera que o petróleo desça ou que oprojecto de construção europeia saia dasincertezas com que de momento sedebate. Há, como referiu, uma assinalávelmargem de progressão que está ao nossoalcance percorrer, “de modo a quepossamos superar o actual panorama deestagnação económica em que nosencontramos”.Mas para que este cenário tenha pernaspara andar, defendeu ainda o chefe doExecutivo socialista, exige-se do Governo“e de todos nós”, uma estratégia deintervenção em várias frentes: umcompromisso claro com a consolidaçãodas contas públicas; um contrato deconfiança para o investimento e um PlanoTecnológico capaz de impulsionar aeconomia nacional.A nova lei sobre a nacionalidade foicontudo a novidade que o Governoreservou para este debate sobre o estadoda Nação. Aprovada no dia seguinte emConselho de Ministros, a lei (ver notícianesta edição) visa favorecer o plenoacesso à cidadania e à integração nasociedade portuguesa das pessoas quenasceram em território português e quemantêm uma forte ligação à comunidadenacional. Também aqui, como referiu o

primeiro-ministro, “trata-se de reforçar acoesão nacional”. Prometendo que asmexidas que o Governo vai introduzir nalei serão feitas “com conta peso emedida”, José Sócrates fundamentou asalterações em três pontos que classificoude fundamentais. Passará, em primeirolugar, como referiu, a ser possível aaquisição originária da nacionalidade àspessoas nascidas em Portugal que sejamfilhos de progenitores que também játenham nascido no país e que tenhamaqui permanecido. A segundo alteraçãoque a lei defende visa a possibilidade deaquisição da nacionalidade às pessoasnascidas em Portugal, filhas deprogenitores imigrantes que no momentodo nascimento se encontrem legalmenteem Portugal há pelo menos seis anos.Finalmente a nova lei da nacionalidadepropõe um terceiro e último ponto quepassará a permitir a aquisição derivada danacionalidade, por naturalização, aosfilhos de imigrantes que tenham nascidoem Portugal e que aqui permaneçam atéatingirem a maioridade ou cujosprogenitores venham a legalizar, de formaduradoura, a sua situação.A propósito desta alteração à lei danacionalidade, o deputado AntónioVitorino manifestou o seu orgulho em verque Portugal se encontra finalmentepreparado para aprovar uma norma legalque vem recolocar o assunto dalegalização dos imigrantes na estradacomum da legislação dos restantesparceiros comunitários. Para Vitorino, estalei, além de justa, aduz ainda, como referiu,“uma importante e decisiva diferenciação,entre o que é imigração e o que éterrorismo”, assunto que o deputadosocialista e antigo comissário europeu

lembrou não deixa de ser assunto deespecial actualidade.O debate sobre o estado da Nação,recorde-se, aconteceu um dia após oGoverno ter visto aprovado no Parlamentoo Orçamento Rectificativo e dois diasdepois de ter apresentado ao país o Planode Investimentos em Infra-estruturasPrioritárias, (PIIP) no valor de 25 milmilhões de euros para o período de 2005-2009.

A realidade económicaé o que é

Na sua intervenção, o primeiro-ministrosublinhou que o país tem hoje maiorconsciência da realidade em que seencontram as contas públicas. Umverdadeiro cenário de emergência, comoreferiu, obrigando o Governo a umaatenção acrescida em relação aosproblemas que respeitam à urgenteconsolidação das contas do Estado. Orelatório da Comissão presidida pelogovernador do Banco de Portugal, lembrouJosé Sócrates, veio dizer-nos qual é averdadeira realidade com que o país sedefrontava ao nível das suas contaspúblicas. Foi com base nesse relatórioque o Governo trabalhou para apresentarao país o Programa de Estabilidade eCrescimento, que nas palavras doprimeiro-ministro, “inclui o maisambicioso conjunto de medidasestruturais alguma vez lançado emPortugal”, medidas esses que, recorde-se, apontam para uma efectiva everdadeira redução do défice orçamental.A este instrumento, outro se seguiu, oOrçamento Rectificativo, que assume a

>>>

DEBATE SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO

GOVERNO APRESENTANOVA LEI DA NACIONALIDADEO Governo surgiu nodebate sobre o estadoda Nação conscientedo muito trabalho quetem pela frente. Comfirmeza, não deixou dereferir as medidas quejá tomou em apenascem dias, mas nãodeixou escapar asmetas que propõe parao futuro.

O debate sobre o Estado da Nação deixou claro aquilo que já eraevidente para todos. Se há marca que a nova maioria socialistaestá a imprimir é a marca da coragem reformista. Coragem pararesolver os problemas há muito diagnosticados. Coragem paraintroduzir as mudanças há muito exigidas, um intenso carácterde futuridade.Não compramos guerras fúteis nem fazemos reformas para afotografia. Agimos de acordo com um programa sufragadopelos portugueses e em nome de Portugal. Não estamos aquipara gerir fatalidades ou meramente para administrar a coisapública. O nosso compromisso é com o bem comum e com aqualidade de vida dos cidadãos.Nos primeiros dias de governo, alguns astrólogos da vida políticapreviram que, até às eleições autárquicas, o governo não iagovernar. Que, nesta fase, a maioria e o executivo não passariam

de medidas simbólicas, numa lógica de comissão eleitoral. Estavam enganados. Aolongo de pouco mais de cem dias, já provámos que as notícias acerca do adiamentodas reformas foram manifestamente exageradas.Esta coragem reformista não representa nenhum capricho ou qualquer espécie deobsessão. É a situação do país que a exige. Não podemos garantir a sustentabilidade donosso modelo social e a qualidade dos nossos serviços públicos sem introduzir nelesas mudanças necessárias.Antes das eleições, já sabíamos que a situação não seria fácil. Fizemos uma campanhaeleitoral reconhecidamente responsável. Mas não podíamos prever a real dimensão doproblema orçamental. Santana Lopes e Bagão Félix, mas também Durão Barroso eManuela Ferreira Leite, autoproclamados campeões do rigor, afinal deixaram o paíscom um défice de quase 7 por cento!Não havia, pois, tempo a perder. Mas havia que evitar a repetição de receitas dopassado. Repetir velhas receitas significaria adiar a resolução dos problemas.A estratégia da direita passou e passa pelo ataque ao Estado Social, pelo desgaste daimagem dos serviços públicos. Para mais tarde os privatizar. Não é esse o nossocaminho. Nós queremos preservar os serviços públicos. Mas para isso não basta mudaralguma coisa para que tudo fique na mesma, como ainda acredita alguma esquerda. Épreciso mudar a sério.É nesse sentido que vai o nosso programa de reformas na segurança social, na saúde,na educação, na administração pública e no sistema fiscal. Isto é, a reforma do EstadoSocial.E aí estão medidas disciplinadoras nos sectores da saúde e da educação, que conciliamrigor e qualidade nos serviços prestados.Aí está a urgente convergência dos regimes de segurança social, num ritmo equilibradoe numa base de concertação social.Aí estão também os incentivos à mobilidade e produtividade na administração pública.(Desta vez, não serão repetidos os cortes cegos do passado. Não vamos congelarsalários nem promoções. Mas não podemos continuar a alimentar o monstro deprivilégios corporativos criados pelo professor Cavaco Silva. Apostamos na avaliação eno mérito).E aí estão finalmente importantes inovações no combate à fraude e evasões fiscais,nomeadamente com o anunciado levantamento do sigilo fiscal.Como foi sublinhado, no debate sobre Estado da Nação, estas medidas não implicamuma redução do investimento público ou privado. Pelo contrário, a política deconsolidação das contas públicas visa precisamente dar confiança aos agenteseconómicos e criar as condições favoráveis ao investimento. Agora, ao contrário doque sucedeu no passado, afirmamos a necessidade de assegurar níveis estáveis deinvestimento público.Reafirmamos e concretizamos.No início de Julho, o Governo apresentou um plano de investimentos. As obras donovo aeroporto internacional de Lisboa e do comboio de alta velocidade vão finalmentearrancar. E os investimentos não se ficam por aqui. Áreas fundamentais, até aquidesvalorizadas, estão agora no centro da estratégia nacional, em parcerias público-privadas de investimento: infra-estruturas no domínio do ambiente e dos transportes;requalificação do património cultural, do apoio social e da oferta turística; formação esistemas de informação. Só assim nos poderemos tornar mais competitivos e maiscoesos. Só assim podemos pôr o emprego a crescer.É, portanto, um plano que concilia competitividade e coesão social. Para nós, não háqualquer contradição entre competitividade e coesão social. As nossas empresas só setornam competitivas se existirem consumidores com capacidade para aceder aos seusprodutos. A coesão social não é mais um fardo para a competitividade; não é apenasuma questão de solidariedade; é, ela própria, um factor de competitividade.No debate do Estado da Nação, avaliou-se a situação do país e discutiram-se assoluções do governo. Mas este foi também o momento para olharmos para o estadoda oposição. A oposição tem um estatuto e um papel insubstituíveis no sistemapolítico democrático. E, à nossa direita, o que é que vemos? A mais completadesorientação estratégica. Num momento de especial gravidade para o país, em quegoverno, maioria e sociedade civil discutem com seriedade políticas e soluções, aoposição de direita entretém-se com lutas internas e jogadas eleitoralistas, sempre aolhar para o passado. Com receio e medo do futuro.O Dr. Marques Mendes, que no passado defendia a limitação de mandatos, agora, porcausa do eterno Dr. Alberto João Jardim, é contra. E o Dr. Marques Mendes, enquantoMinistro dos Assuntos Parlamentares, era um defensor da política de rigor orçamental.Agora, hesita. Nuns dias diz que é a favor da diminuição da despesa, noutros dias criticao governo pelo congelamento de salários e carreiras na função pública. Em que é queficamos?O Dr. Marques Mendes manifesta-se interessado em promover um debate sobre «opapel do Estado». Era importante perceber o que é que tem em mente quando fala em«repensar o papel e a dimensão do Estado». Quer despedir funcionários? Quer reduziros serviços públicos essenciais e as políticas sociais? Quer privatizar os serviçospúblicos?E à esquerda? À esquerda, nada de novo. PCP e Bloco de Esquerda condenam oaumento da carga fiscal e só apresentam propostas que implicam aumento da despesa.Ainda não perceberam a dimensão da crise orçamental do país. No essencial, continuama ser uma caixa de ressonância de reivindicações corporativas e defensores de situaçõesde privilégio que coexistem com inaceitáveis desigualdades. Relativamente ao projectoeuropeu, é a hipocrisia total. Fazem apelo a uma mítica Europa social, mas quandoconfrontados com as mudanças institucionais que a podem sustentar, recusam-nas.No fundo, exultam com a crise europeia e continuam a não querer a integração.Termino, pois, com uma triste constatação. O país esperava mais da oposição. E,certamente, tem esperança naquilo que o Governo socialista lhes pode trazer: reformasestruturais e um sentido de equidade e justiça que defendam o Estado Social. Epromovam, num desenvolvimento sustentável, a competitividade e a coesão social.

OPINIÃO CORAGEM REFORMISTA

ALBERTO [email protected]

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4 13 JULHO 2005ACTUALIDADE

EM ENTREVISTA À SIC

SÓCRATES DETERMINADO E CONFIANTE NO FUTUROOs funcionários públicos serão aumentadostodos os anos até ao final da legislatura, emborade “forma parcimoniosa”. A garantia foi dada porJosé Sócrates no dia 5 em entrevista à SIC, ondeconfessou que a decisão de aumentar o IVA emdois pontos percentuais, fê-lo “passar por umdilema moral”.

explicando que “não aumentar o IVAlevaria ao aumento das taxas de juro”.Sobre o plano de investimentos apresen-tado numa cerimónia no Centro Culturalde Belém, Sócrates sublinhou que esteplano demonstra que “o Governo nãoabdica da sua economia e de lutar pelocrescimento económico e o emprego”,tendo defendido mais uma vez a “impor-tância estratégica” da construção do novoaeroporto da Ota e do TGV, considerando-os “absolutamente fundamentais” para odesenvolvimento do país”.

Por outro lado, o chefe do Governo afastouliminarmente a possibilidade de optar pelonuclear para diminuir a dependênciaenergética do país, referindo que “ascentrais nucleares continuam a apresentar

instrumento ao serviço do desenvolvi-mento regional”, no quadro de umaaposta na coesão social e territorial.José Sócrates teve ainda a oportunidadede traçar uma clara linha de demarcaçãocom as posições da direita e dos seus“opinion makers” sobre a reforma doEstado, reafirmando a sua defesa de umEstado Social e não de um Estadomínimo.E explicou que é “em nome de uma ideiade esquerda que é preciso reformar oEstado Social”, garantindo, nomeada-mente, a sustentabilidade do sistema deSegurança Social.Na entrevista, o primeiro-ministro disseainda que vão ser alterados os regimes depensões como o do Banco de Portugal eempresas públicas, que vão ser tomadasmedidas para reduzir o tempo das listasde espera para intervenções cirúrgicas,que está preparado para fazer um discursode vitória nas autárquicas de Outubro eque o PS não desistirá de querer um novoreferendo sobre a despenalização doaborto. J.C.C.B.

os mesmos riscos de perigosidade de háuns anos”. Por isso, defendeu, “a apostadeve ser nas energias renováveis”.Quanto às SCUT, reafirmou a intenção demantê-las, explicando que “são um

“Entre aquilo que disse na campanhaeleitoral, não aumentar impostos, afidelidade a essa palavra e o interessenacional, optei pelo interesse nacional”,disse, sublinhando que “quem está hojede boa-fé e de espírito aberto, percebeque houve uma alteração das circuns-tâncias”. E justificou esta decisão com ofacto de se ter deparado com um déficede 6,83 por cento, que considerou um“número verdadeiramente chocante”.Face a este quadro, o primeiro-ministroreferiu que “não havia alternativa”,

verdade nas contas, corrige o “logro doOrçamento para 2005, permite pagarsalários, pensões e outras despesasdeliberadamente não orçamentadas ereforça os instrumentos de combate àfraude e à evasão fiscais”.Mas ter que pôr as contas públicas nobom caminho não significa nem podequerer dizer estagnar a vida económicado país. Daí a aprovação do Programa deEstabilidade e Crescimento que pretendeque o investimento público seja reforçadoao longo desta legislatura, e que emconjunto com o PIIP, prepare o país para ofuturo.“Não sacrificaremos o investimentopúblico de origem nacional”, afirmouJosé Sócrates na discussão do estado daNação.O recurso aos expedientes das receitasextraordinárias é um desembaraço que jápertence ao passado. Foi o mau caminhoque o Governo anterior quis seguir. Osresultados desta má solução, lembrouJosé Sócrates, estão a prejudicar oexercício orçamental presente e acontinuar-se nessa senda, era o própriofuturo de Portugal que estavairremediavelmente comprometido.Já este ano, prometeu José Sócrates, osresultados das opções do Governo no querespeita à redução efectiva do défice, vãotrazer resultados positivos, para aeconomia, para as famílias e para asempresas. Pela primeira vez, defendeu, asmedidas respondem, sobretudo,” aodesafio da sustentabilidade e visamproduzir resultados para lá do cicloeleitoral”.Mas a justiça e equidade são igualmenteideias que estão inscritas no Programa deEstabilidade e Crescimento que o Governolevou à aprovação do Parlamento. Desteprograma, defendeu, “pode dizer-se tudomenos que são apenas os do costume asuportar todo o esforço que é necessário”.Lembrou, a este propósito, o novo escalãode 42 por cento no IRS para os

rendimentos mais elevados, ocongelamento da actualização dosvencimentos ou o fim da atribuição deprémios aos gestores públicos. Mastambém se acabou com a limitação dosbenefícios fiscais às empresas e dos quaisnão resultavam, como referiu, quaisquerefeitos úteis para a economia. Outrasmedidas foram ainda tomadas nesteâmbito, como seja a eliminação dapossibilidade das instituições financeirasreduzirem excepcionalmente o lucrotributável através do off shore da Madeiraou ainda o fim do regime especial paraos titulares de cargos políticos.No capítulo da segurança social, oGoverno também resolveu mexerprofundamente no statu quo existente.De facto, a tão discutida convergênciaentre os regimes de protecção social dosector público e privado, quanto à idadelegal de reforma e ao método de cálculodas pensões, na opinião de José

Sócrates, “corresponde de facto, a umaelementar exigência de justiça”, aliás hámuito prevista na Lei de Bases daSegurança Social, “que expressamente

apresentamos nos compromissoseleitorais que assumimos”.

A oposição está baralhada

A propósito da apresentação do Programade Investimentos em Infra-estruturasPrioritárias (PIIP), o primeiro-ministroafirmou que a oposição anda transtornada.Para José Sócrates, dizer que esteprograma é apenas investimento em maisbetão, é demonstrar que não se sabe doque se anda a falar.De facto, os tão discutidos projectos daOta e da alta velocidade, como referiu,“não chegam a mobilizar 10 por centodo investimento total deste programa, jáque o essencial dirige-se parainvestimentos em ambiente, energia,qualificação urbana, património naturale para as tecnologias de informação ecomunicação.Mas o que se passa em relação à Ota e ao

>>> TGV? Para o primeiro-ministro, esta é umadiscussão sem qualquer lógica. Tratam-se de duas infra-estruturas que na suaopinião são fundamentais para odesenvolvimento do país. Quem perguntase Portugal precisa hoje destas infra-estruturas, coloca, na perspectiva do chefedo Governo socialista, mal a questão.Onde se deve situar a dúvida, diz JoséSócrates, é se “daqui a dez anosprecisamos ou não do novo aeroporto edo TGV”. Para o primeiro-ministro aresposta só poderá ser uma: precisamos,e muito, destes equipamentos, sob penade vermos fugir, como sublinhou, acompetitividade do país face aos restantesparceiros da Comunidade.Quanto à Ota, o primeiro-ministro pediuque o assunto fosse discutido comseriedade, até porque, como adiantou,“começa a ser um tema eminentementetécnico”. A este propósito, lembrou quetodos os estudos indicam, semambiguidades, que o “aeroporto da Portelaverá a sua capacidade esgotadas em 2015”,altura que atingirá a sua capacidademáxima ao receber 18 milhões depassageiros por ano, realidade que prova,mesmo com todos os investimentos quenele ainda se possam fazer, que ficará extintaa sua capacidade. Para já não referir osrisco ambientais que este equipamentocomporta, já hoje, para a cidade e para osseus habitantes e para as limitaçõesoperacionais que igualmente todos osestudos referem.O primeiro-ministro lamentou que ospartidos da direita, “que até há poucosmeses estiveram à frente do Governo, eque nunca disseram que estavam contrao aeroporto da Ota”, limitando-se na alturaa afirmar que em 2007 o adjudicariampara que as obras estivessem concluídasem 2010, “venham agora dar o dito pornão dito, e apresentem o projecto comouma aventura, uma irresponsabilidade euma ideia disparatada ou mesmo comoum elefante branco”.

RUI SOLANO DE ALMEIDA

“AS DEMOCRACIAS NÃO TEMEM O TERRORISMO”No debate do estado da Nação, o primeiro-ministro, JoséSócrates, condenou o “atentado terrorista” em Londres,afirmando que não visou apenas o povo inglês, sendo tambémum “acto criminoso contra os povos livres do mundo”. Areacção de José Sócrates foi transmitida no seu discursoinicial no debate do estado da Nação, na Assembleia daRepública. “As democracias não temem o terrorismo. O actocriminoso que esta manhã teve lugar em Londres merece omais vivo repúdio e a mais firme condenação”, declarou oprimeiro-ministro. “Em nome do Governo português queromanifestar ao povo inglês o nosso mais profundo pesar e anossa mais fraterna solidariedade”, afirmou José Sócrates,dizendo que Portugal “está disponível para qualquer formade cooperação que lhe seja solicitada”. Depois de endereçarcondolências às famílias das vítimas, o primeiro-ministroconsiderou que a ameaça terrorista “é global e deve ter umaresposta global”. “Se alguma dúvidas ainda existisse sobreas prioridades da Europa, este dramático atentado obriga amais do que nunca os 25 países se manifestem unidos,coesos e fortes na construção da política comum de

segurança e de combate ao terrorismo à escala europeia einternacional”. “Como antes em Nova Iorque e mais tardeem Madrid, todos nos sentimos atingidos por este actoterrorista. Este não foi apenas um atentado contra o povoinglês, foi um atentado contra os povos livres do mundo eum atentado contra a liberdade”, sustentou o chefe doGoverno. “A maior ameaça à liberdade é o medo, pois é issomesmo que os terroristas não conseguirão de nós. Mais umavez as democracias não temem em não cedem ao terrorismo”,acrescentou. O ministro da Administração Interna, AntónioCosta, disse hoje que foram tomadas as medidas desegurança necessárias, na sequência dos atentadosocorridos esta manhã em Londres, e garantiu não existiremrazões para alarme em Portugal. “As medidas que deviam seradoptadas foram adoptadas. As forças de segurança estão aagir em conformidade”, declarou as jornalistas António Costa,acrescentando que “não há motivos de especialpreocupação”. O ministro de Estado e da AdministraçãoInterna fez estas declarações na Assembleia da República,antes do início do debate do estado da Nação.

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513 JULHO 2005 AUTÁRQUICAS 2005

PORTO

FRANCISCO ASSIS VAICRIAR PELOURO DA CIÊNCIAO candidato do PS à presidência daCâmara do Porto, Francisco Assis,prometeu criar um pelouro de Ciência,Investigação e Inovação caso seja eleitoem Outubro.Em comunicado, a Comissão deCandidatura de Francisco Assis refereque o compromisso foi assumido numdebate sobre ciência, em que o candidatosocialista defendeu o estabelecimentode parcerias entre a autarquia e os centrosde investigação da cidade.“A autarquia deve prestar o máximo deinformação possível aos cidadãos e nãose limitar a utilizar a tecnologia paradifundir propaganda política de máqualidade como, por exemplo, acontecehoje em dia com o ‘site’ da Câmara doPorto”, sublinhou o candidato.

Francisco Assis garantiu que a ciênciaserá “um dos vectores fundamentais” doseu programa eleitoral, pretendendodotar o novo pelouro “de todos os meiosnecessários para que possa desem-penhar as suas funções”.

Rio “incomodado”com a cidade

Entretanto, no dia 2, na inauguração dasua sede de candidatura, situada próximoda Casa da Música, Francisco Assisclassificou o estilo e a linguagem deRui Rio como de alguém que se “senteincomodado com a cidade” e “imprópriopara um presidente da Câmara do Porto”.Francisco Assis lamentou que Rui Rionão tenha revelado qualquer projecto ou

INAUGURAÇÃO DA SEDE DE CANDIDATURA

CARRILHO PROMETE USAR VERBAS DE PUBLICIDADEPARA APOIO A IDOSOS E CRIANÇASA Câmara de Lisboa está a gastar milhõesde euros num “despesismo ilegítimo”em autopropaganda a “embustes” comoa reabilitação em edifícios que “estãoem estado de ruína”, acusou no dia 4 ocandidato do PS à presidência daCâmara de Lisboa, Manuel Maria Carrilho.Falando na inauguração da sua sede decampanha, na Av. da República – quepretende que seja uma “fábrica de ideias”–, Manuel Maria Carrilho considerou que“quem precisa de tanta propaganda” éporque “revela culpas no cartório faceao que fez nos últimos quatro anos emuita consciência pesada” e exigiu“com urgência a reposição de condiçõesde igualdade entre todas as candidaturas”à Câmara Municipal de LisboaEm contraponto, o candidato socialistaprometeu que, se ganhar as eleições deOutubro, a autarquia “não gastará umcêntimo das verbas que tem previstasem publicidade até ao final do ano”,canalizando-as em 2006 para iniciativasdestinadas aos idosos e às crianças.Perante várias centenas de pessoas,Manuel Maria Carrilho reafirmou que osúltimos quatro anos em Lisboa forammarcados por “trapalhadas, incompetên-cias e, sobretudo, de vazio”.Referindo que “em vez da Lisboa paratodos dos cartazes, temos a Lisboa paraninguém”, o candidato do PS sublinhouque “a sua Lisboa com projecto, visandomelhorar a qualidade de vida daspessoas, nomeadamente dos jovens eidosos, e valorizando o espaço público,é o oposto da Lisboa abandonada de háquatro anos”.Na sua intervenção, Manuel MariaCarrilho fez ainda um agardecimentoespecial aos mandatários da suacandidatura, nomeadamente a DanielSampaio, que fez o discurso inauguralda sessão, bem como às presenças de

José Sócrates e de Maria de Belém, queaceitou liderar a lista à assembleiamunicipal.O secretário-geral do PS, José Sócrates,no seu discurso, voltou a manifestar asua “confiança” numa vitória eleitoraldo candidato socialista à Câmara deLisboa, salientando que o que está emcausa nas eleições de Outubro é a“continuidade” ou a “mudança”.Ou seja, explicou, “quem acha queLisboa evoluiu nestes últimos quatroanos, deve votar no candidato do PSD,Carmona Rodrigues, mas quem acha queLisboa precisa de uma mudança, de maisambição e de um projecto, então deveapostar no PS e em Manuel MariaCarrilho”.Num apelo ao voto útil para derrotar adireita que desgoverna a cidade, JoséSócrates frisou depois que “só há doiscandidatos que podem vencer as eleiçõespara a Câmara de Lisboa: CarmonaRodrigues ou Manuel Maria Carrilho”.O PS, sublinhou ainda o secretário-geral,além de ter “o melhor candidato, quemelhores garantias oferece de ar um novoimpulso à cidade de Lisboa”, temtambém o “melhor programa, paramelhorar a qualidade de vida em Lisboa,com mais natureza, mais espaçosverdes, e uma nova política deurbanismo, para fazer uma cidade para ocidadão e não para o automóvel”.

Reduzir para metade entradade carros

Entretanto, para melhorar a mobilidade ea qualidade de vida dos lisboetas,Manuel Maria Carrilho reafirmou no dia6 o seu compromisso de reduzir parametade a entrada de carros na cidade aolongo do próximo mandato, caso ganheas eleições autárquicas de Outubro.

“Mantemos o compromisso de que épossível em quatro anos reduzir parametade a entrada de carros em Lisboa”,declarou Manuel Maria Carrilho no finalde um almoço de trabalho com represen-tantes das operadoras de transportespúblicos e sindicalistas.O candidato socialista à presidência daCâmara de Lisboa lembrou que, actual-mente, entram todos os dias mais de400 mil automóveis na cidade e defen-deu que reduzir esse número para metadeem quatro anos é “razoável e possível”.Manuel Maria Carrilho manifestou-seconvicto de que, com a conclusão das

obras da CRIL, da responsabilidade doGoverno, será possível desviar de Lisboacerca de 180 mil dos carros que todosos dias atravessam a cidade em direcçãoa outros destinos.O candidato disse ainda que as medidasconcretas para resolver os problemas damobilidade em Lisboa serão apresentadasem Setembro, e que, em fase de pré-campanha, pretende ouvir sectoresespecíficos sobre os diferentes problemasda cidade.“É central resolver a questão da mobili-dade. Não se resolve as questões darevitalização urbana sem resolver a ques-

ideia novos na recente apresentação dasua candidatura, acusando ainda ocandidato da coligação PSD/CDS/PP deestar a recorrer a um discurso de “vítimaconstante de conspirações” como“encenação ao serviço do cálculopolítico”.Segundo o candidato do PS, “quandoRui Rio se diz perseguido pelaComunicação Social, está na verdade afazer sobre ela uma pressão directa, umaintimidação encapotada, para retirardividendos futuros”.Por outro lado, Francisco Assiscomprometeu-se, caso seja eleito, aintroduzir alterações no Plano DirectorMunicipal (PDM) do Porto, de forma atransformá-lo num “documento comambição”.

tão da mobilidade. Todos os problemasestão interligados”, sustentou.Para Manuel Maria Carrilho, tem que haver“uma convergência das várias empresastransportadoras para a solução dos váriosproblemas”, sublinhando que a questãoda mobilidade “tem uma dimensãometropolitana” e não apenas concelhia.Por isso, defendeu, “a Câmara de Lisboatem que garantir o papel de liderança naAutoridade Metropolitana de Transportes.Isso implica a alteração do diploma. Éuma reivindicação minha enquantocandidato, mas o PS é que tem que ofazer”, defendeu.

J. C. CASTELO BRANCO

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6 13 JULHO 2005

INOV-JOVEMO Programa Inov-Jovem – JovensQuadros para a Inovação nas PME –, foiaprovado pelo Conselho de Ministros de24 de Março de 2005. Institui medidasde apoio à inserção de jovensdiplomados nas áreas de gestão,engenharia, ciência e tecnologia e outrasáreas críticas para a inovação e odesenvolvimento empresarial.O INOV-JOVEM – Jovens Quadros para aInovação nas PME é um programadesenvolvido no âmbito do PlanoTecnológico, que apoia a inserção, empequenas e médias empresas, de jovenscom idade até aos 35 anos, comqualificações de nível superior em áreascríticas para a inovação e o desenvol-vimento empresarial.Consubstancia dois tipos de apoios:· A promoção de estágios profissionais,

complementados ou não porformação, em que é comparticipada abolsa de estágio e incentivada aposterior contratação;

· O apoio específico à celebração imediatade contratos individuais de trabalho.

Dirige-se a PME empenhadas em pro-cessos de inovação e desenvolvimentoempresarial, em particular aquelas quevisam ganhar e reforçar posições naprodução de bens e serviços transac-cionáveis.Na sua primeira edição prevê a inserçãode 1.000 jovens.O Inov-Jovem tem como objectivos:· Estimular o processo de inovação e

desenvolvimento nas PME;· Facilitar a inserção de jovens quadros

em áreas potenciadoras de processosde mudança e desenvolvimentoorganizacional nas PME;

· Aumentar a intensidade tecnológicados processos produtivos das PME;

· Possibilitar, aos jovens com qualifi-cação de nível superior, o acesso aestágios profissionais em contexto realde trabalho, que facilitem e promovamas suas competências sociopro-fissionais e a sua inserção na vidaactiva;

· Possibilitar uma maior articulação entreo sistema económico e o sistemaeducação-formação, dinamizando oreconhecimento por parte das PME denovas formações e novas compe-

tências profissionais e potenciandonovas áreas de criação de emprego.

O Programa estrutura-se em torno dequatro Medidas:

Medida 1 – Estágios ProfissionaisApoio técnico e financeiro à realizaçãode estágios em PME.

Medida 2 – Formação e Estágiosem PMEApoio técnico e financeiro a projectosde formação de carácter prático, queenvolvam estágio profissional, tutoriaespecializada e formação em sala.

Medida 3 – Apoio à IntegraçãoApoio financeiro à contratação semtermo de jovens diplomados por PMEcom menos de 50 trabalhadores.

Medida 4 – Apoios a Projectos deContrataçãoApoio financeiro à contratação eintegração de jovens diplomados porPME com menos de 250 trabalhadores.

O Inov-Jovem abrange jovens com idadeaté 35 anos, habilitados comqualificação de nível superior em áreasde formação específicas e que reúnamas seguintes condições:· Jovens à procura do primeiro

emprego;· Jovens à procura de novo emprego.

Às pessoas com deficiência, não seaplica o limite de idade.São consideradas, para efeitos destePrograma, áreas de educação e formaçãoespecíficas, enquadradas nos seguintesgrandes grupos:· Artes e Humanidades;· Ciências Sociais, Comércio e Direito;· Ciências, Matemática e Informática;· Engenharia, Indústrias Transfor-

madoras e Construção;· Saúde e Protecção Social;· Serviços;· Outras áreas de formação: mediante

proposta das entidades gestoras doPrograma e através de despachoconjunto do Ministro da Economia eda Inovação e do Ministro do Trabalhoe da Solidariedade Social.

Têm acesso ao Inov-Jovem as Pequenase Médias Empresas (definidas de acordocom a Recomendação n.º 2003/361/CEda Comissão Europeia de 6 de Maio)inseridas nas seguintes CAE (Rev. 2.1 -Decreto-Lei n.º 197/2003, de 27 deAgosto):· Indústria: divisões 10 a 37 da CAE; · Construção: divisão 45 da CAE; · Comércio: divisões 50 a 52 da CAE;· Serviços: divisões 72, 73, 74 e 90 da

CAE, bem como os projectos que seinsiram na subclasse 01410 da divisão01 e nas subclasses 02012 e 02020 dadivisão 02 da CAE;

· Turismo: actividades incluídas nosgrupos 551, 552, 553, 554, 633, 711 eas actividades declaradas de interessepara o turismo, pela Direcção Geral doTurismo e que se insiram nas classes9232, 9233, 9234, 9261 e nassubclasses 93041 e 934042 da CAE;

· Outros Sectores de Actividade:mediante proposta das entidadesgestoras do Programa e através dedespacho conjunto do Ministro daEconomia e da Inovação e do Ministrodo Trabalho e da Solidariedade Social.

O Inov-Jovem tem a duração de quatroanos. O financiamento é assegurado pelosMinistério da Economia e da Inovação eMinistério do Trabalho e da SolidariedadeSocial, designadamente pelos programasoperacionais geridos por estes, dentro dosrespectivos limites orçamentais. Asempresas com apoio do Inov-Jovem têmprioridade no acesso a outras medidaspúblicas de incentivo à inovação, aodesenvolvimento empresarial, ao empregoe ao investimento na formação contínuados seus trabalhadores, nomeadamenteas inseridas no PRIME – Programa deIncentivos à Modernização da Economia.

Mais informações em http://www.inovjovem.gov.pt/Ou IAPMEI – Instituto de Apoio àsPequenas e Médias Empresas e aoInvestimentoRua Rodrigo da Fonseca, 731296 - 158 LISBOATel: 213 836 000E-mail: [email protected]: http://www.iapmei.ptLinha Azul Empresas - 808 201 201

13 de Julho – LeiriaApresentação da candidatura de Raul Castro;13 de Julho – 20h00 – LisboaCentro de Congressos de Lisboa (antiga FIL), àJunqueira – Jantar de apresentação doscandidatos às Freguesias, Assembleia Municipale Câmara de Lisboa, com a presença de ManuelMaria Carrilho, Maria de Belém e Jorge Coelho.15 de Julho – Marinha GrandeApresentação da candidatura de João PauloPedroso com a presença de Augusto Santos Silva15 de Julho – CaminhaApresentação de candidatura de Amilcar GuedesLosa16 de Julho – 18H30 – AlbufeiraConvenção autárquica com a apresentação decandidatos com a presença de Correia de Campos16 de Julho – 17H00 – AlcanenaApresentação pública dos candidatos à CâmaraMunicipal (Fernanda Asseiceira), AssembleiaMunicipal e Assembleias de Freguesia doConcelho de Alcanena no Hotel Eurosol emAlcanena. Presenças de Vieira da Silva e deJorge Coelho.16 de Julho – 20H00 – Vila Nova de PoiaresApresentação da candidatuira de António Miguelcom a presença de Rui GonçalvesAAAA A

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2005

17 de Julho –Vale de CambraApresentação de candidatos17 de Julho – 17h00 –ViseuApresentação dos Candidatos às Juntas deFreguesia do concelho de Viseu, com a presençade António José Seguro18 de Julho – 20h00 - Torres Vedras Apresentação da candidatura de Carlos Miguel.20 de Julho – 20h30 – Leiria

Apresentação da candidatura de Raul Castro.24 de Julho – Fornos de AlgodresApresentação da candidatura de António Elvas daRocha31 de Julho – Cabeceiras de BastoApresentação dos candidatos do PS com aspresenças de Vieira da Silva e António José Seguro.6 de Setembro – LouresApresentação da candidatura de Carlos Teixeira16 de Setembro –AzambujaApresentação dos candidatos do concelho17 de Setembro – 15h00 – PortoPavilhão Rosa Mota – Convenção NacionalAutárquica, com a participação do secretário-geral,José Sócrates18 de Setembro – 13h00 – Caldas da RainhaAlmoço de apresentação da candidatura de AntónioGalamba, com a presença de Jorge Coelho

ACTUALIDADE

O ORÇAMENTORECTIFICATIVOE AS AUTARQUIAS

OPINIÃO

LUÍS PITA [email protected]

O Governo do PS e a maioria parlamentar socialista,como se sabe, tiveram que rectificar o Orçamento doEstado para o presente ano de 2005 que a antiga maioria,PSD-CDS, tinha deixado em vigor no nosso país.Porquê? Desde logo porque o Orçamento não continhaas verbas necessárias para pagar as despesas do Estado!Na verdade, a Comissão Constâncio assinalou que oGoverno anterior deixou um “buraco” de cerca de 5.500milhões de euros.Para apresentar um Orçamento equilibrado, isto é, tendoum valor de receita global igual ao valor de despesaglobal, entre outros artifícios contabilísticos, não foraminscritas todas as despesas.Por exemplo, para pagar o Serviço Nacional de Saúde faltavam 1500 milhõesde euros, para suportar o pagamento dos funcionários públicos faltavam 360milhões de euros, para o pagamento das pensões faltavam 228 milhões deEuros, para o Instituto de Estradas, faltavam 458 milhões de euros, etc., etc.Tudo isto para fingir o cumprimento do limite, de 3 por cento do PIB, parao défice do Orçamento. Nas contas forjadas do anterior Governo aparentavamesmo um défice de 2,9 por cento. Mas o governador do Banco de Portugalveio provar que o défice verdadeiro, para o ano 2005, é de 6,83 por cento.Sabem-se as consequências da situação.Entre todas as medidas tomadas para enfrentar esta dramática situação dediferença entre despesas maiores do que as receitas, avulta o aumento doIVA, para 21 por cento, na sua taxa normal, destinado à Segurança Social,ou, também, a criação de um novo escalão no IRS, de 42 por cento, paraaplicar a quem aufira rendimentos mais altos.Ora, aqui vamos encontrar a primeira consequência para as autarquias desteOrçamento Rectificativo.É que o montante dos fundos, a transferir para o poder local, é calculadocom base na cobrança de impostos, dois anos antes. Quer dizer, portanto,que o aumento de impostos agora decidido se irá reflectir nas receitas dosmunicípios e das freguesias, em 2007.Só por via do IVA, as receitas municipais subirão em 2007 mais 44 milhõesde euros, em 2008 mais 99 milhões de euros, tal como no ano seguinte, oque, até 2009, dará, aos municípios, um acréscimo de 242 milhões deeuros, até agora não previstos nas transferências.O Orçamento Rectificativo também inclui outras novidades para asautarquias.Pela primeira vez, vem obrigar à publicitação dos contratos-programa eoutros acordos e protocolos, entre o Estado e as autarquias, reforçando atransparência e, certamente, com consequências na equidade e equilíbrioda repartição dos recursos públicos.Exclui das limitações ao endividamento municipal, os empréstimoscontraídos para financiar projectos aprovados no âmbito da IniciativaComunitária INTERREG III.No Imposto Municipal sobre Veículos, nos casos de aluguer de longaduração e de locação financeira (leasing), a receita deverá passar a reverterpara o município do domicílio do utilizador.É expressamente previsto o processo de transferência de novas competênciaspara os municípios, mediante as verbas necessárias e correspondentes.É prevista a transferência de verbas para as grandes áreas metropolitanas,comunidades urbanas e para as comunidades intermunicipais.São previstas novas fontes de receita autárquica, como as decorrentes dasobrigações municipais e de novas taxas.

Entre todas as medidas tomadas paraenfrentar esta dramática situação dediferença entre despesas maiores do que asreceitas, avulta o aumento do IVA, para 21por cento, na sua taxa normal, destinado àSegurança Social, ou, também, a criação deum novo escalão no IRS, de 42 por cento,para aplicar a quem aufira rendimentos maisaltos.

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713 JULHO 2005 AUTÁRQUICAS 2005

AÇORES

LISTAS DO PS COM OS MELHORES CANDIDATOSAs listas do PS/Açores às eleiçõesautárquicas de Outubro integram “gentedo PSD” atraída pelos “melhores” candi-datos socialistas às câmaras municipaisdo arquipélago, revelou Carlos César.“São tão maus os do PSD que até osque não são do PS estão ao lado dossocialistas”, sublinhou no dia 29 opresidente do PS/Açores, na sessão deapresentação da candidatura de CarlosÁvila à Câmara Municipal da Povoação,ilha de São Miguel.Segundo Carlos César, as listas do PSàs autárquicas incluem “gente que é doPSD mas que, em primeiro lugar, ama asua terra” e que, por essa razão, “escolhe

os melhores”.Perante uma auditório municipal comple-tamente cheio, Carlos César acusou,ainda, o actual presidente da CâmaraMunicipal da Povoação, FranciscoÁlvares, do PSD, de ser responsável porquatro anos de “tempo perdido”.“Nunca encontro nada que se veja quetenha sido esta Câmara do PSD a fazer”,afirmou o líder dos socialistas açorianos,para quem “um Carlos Ávila com defeitosé dez vezes melhor do que um FranciscoÁlvares”.No seu discurso, Carlos Ávila acusou oactual Executivo autárquico de “gastartempo a tentar atingir” a sua honra e de

criar empresas municipais, com proto-colos “escandalosos” que envolvemvinte milhões de contos “que a câmaranão tem”.O candidato comprometeu-se arecuperar escolas do ensino básico daPovoação, a construir a orla marítima doFaial da Terra e piscinas cobertas na Vila,assim como um centro cultural ebiblioteca municipal.Ao nível da habitação, Carlos Ávilapretende avançar com loteamentos paracem novas casas para casais jovens efamílias de fracos recursos, mas rejeitoua “construção de guetos” que provocama “estigmatização familiar”.

SOCIALISTAS DENUNCIAM VANDALIZAÇÃODE PROPAGANDA EM GAIA E CARCAVELOSAs estruturas de Gaia e de Carcavelos doPS enunciaram a destruição de cartazes depropaganda eleitoral para as autárquicasde Outubro.Em comunicado, a candidatura de BarbosaRibeiro à Câmara de Gaia especifica oslocais de sete “outdoors” do PS roubados,vandalizados ou derrubados, tendo numdos casos sido apresentada queixa na PSP

contra os suspeitos autores.A candidatura do PS/Gaia acrescenta quevai participar os factos à Comissão Nacionalde Eleições e pedir à Polícia Judiciária quea “ajude a identificar os vândalos”.“Desta forma, é impossível fazer-secampanha em Gaia. Nunca julgamos quetal fosse possível”, referem os socialistas,afirmando que a sua actividade “está a

causar muitos nervos ao adversário maisdirecto”, numa alusão ao PSD, que lidera acâmara há oito anos.Também em comunicado, o PS/Carcavelos denunciou a destruição do seumaterial de campanha política, junto àestação da CP, anunciando que vaiapresentar uma queixa formal junto daComissão Nacional de Eleições e da PSP.

CASCAIS

ARROBAS DA SILVA PROTAGONIZANOVA ESPERANÇAPessoas que arregaçam as mangas, quesaem do gabinete para ir para o terreno,e que estejam sempre próximo dosmunícipes. É com base nestesprincípios que Arrobas da Silva secomprometeu a constituir a lista do PSpara a Câmara de Cascais.Arrobas da Silva, candidato socialistaà presidência do município cascaense,falava na sede do PS/Cascais, no finalde um périplo que o levou a seisestruturas do nosso partido noconcelho, para dar a conhecer aconhecer a “mensagem de esperança,empenho e motivação neste combateautárquico que apresenta algumas

dificuldades”.Referindo-se à actual gestão municipal,liderada por António Capucho, o

candidato do PS fez um balanço muitonegativo destes últimos quatro anos,marcados pela “estagnação e por umafalta de energia e de dinamismo”. Atítulo de exemplo, apontou a questãodo novo Hospital de Cascais,considerando que “mais do que umanseio com 28 anos, o dossiê destehospital é um escândalo, já que AntónioCapucho não foi capaz de articular emconjunto com a Administração Centralpolíticas de forma a cumprir a promessafeita durante a campanha eleitoral de2001 que previa a entrada emfuncionamento do novo hospitaldurante o ano de 2004”.

SANTO TIRSO

CASTRO FERNANDES QUER PÓLOTECNOLÓGICO NO VALE DO AVE

A fixação no município de SantoTirso de um pólo de ensinotecnológico para a sub-região doVale do Ave, é uma das prioridadesda recandidatura de CastroFernandes à presidência daCâmara.Segundo o candidato socialista,o pólo tecnológico deve“estabelecer a ponte com omercado de trabalho”, numaregião de grande desemprego,“interpretando assim asnecessidades locais e regionais”.Castro Fernandes, que falava no passado dia 1, no jantar de apresentaçãopública da sua recandidatura, frisou que o Vale do Ave é a zona “que mais temsofrido com esta situação de crise geral”, por depender sobretudo do têxtil e dovestuário, sectores fortemente afectados pela concorrência asiática.Presente na sessão, o secretário nacional do PS e ministro da Presidência, PedroSilva Pereira, realçou a “coragem” evidenciada pelo actual Governo, ao enfrentaros problemas do país e recusar actuar com calculismo.“Pensavam que iríamos governar com calculismo, mas enganaram-se”, disse oministro da Presidência.“Não fingimos que resolvemos os problemas. Temos a coragem de os enfrentarpara que, de uma vez por todas, Portugal possa recolocar-se no caminho doprogresso”, acrescentou.Perante cerca de 2000 pessoas, o dirigente socialista afirmou que “é bom verum PS mobilizado e forte quando se aproximam as eleições autárquicas, capazde lutar pela vitória”.

PÓVOA DE VARZIM

SILVA GARCIA É O ROSTODA MUDANÇA

Visando “a participação daspessoas no processo dedecisão”, o candidato socialistaà Câmara da Póvoa de Varzim,Silva Garcia, propõe-se aplicaro “conceito moderno e inovador”do Orçamento Participativo,mobilizando os poveiros e osseus grupos de referência.Para tal, criará o pelouro daCidadania que terá comoobjectivo “contribuir para adaptara estrutura, os métodos e a culturada autarquia a este modo de vidaem comunidade”, referiu.Falando no dia 13, na sessão pública de apresentação da sua candidatura àpresidência do município da Póvoa de Varzim, um concelho onde o PS nuncafoi poder e que é governado por “uma maioria PSD arrogante e autista”, sublinhouque “só é possível melhorar a Póvoa mudando e modernizando a Câmara”.Afirmando ser “certo e seguro que uma gestão do PSD continuará a cultura depoder, a autocracia, a arrogância, o bloqueio às iniciativas da oposição emuitas das práticas que urge eliminar”, garantiu que, pelo contrário, o PSpautará a sua gestão pelas “práticas democráticas, com sentido deresponsabilidade e transparência, no respeito pelos direitos da oposição enuma lógica de cultura dos limites do poder.”Arquitecto de profissão, Silva Garcia toma para si e para a sua equipa odesafio de transformar a Câmara, um instrumento que considera estar“empenado, enferrujado e desactualizado, num verdadeiro utensílio, capaz deresponder aos problemas e às exigências do nosso tempo, e capaz detransformar a realidade para cumprir o sonho de uma terra onde haja bem-estar e justiça social”.A criação de um Livro Branco, que anualmente faça o ponto de situação da vidaautárquica, a implementação do Microcrédito dirigido à criação de auto-emprego,a criação de uma Agência Municipal de Energia vocacionada para a promoçãodas energias renováveis e o eco-urbanismo, e, ainda, a implementação dasorientações da União Europeia contidas no Programa Smile, sobre mobilidadeurbana, requalificando a rede viária e dando prioridade aos transportes públicosatravés de veículos amigos do ambiente, são outras das iniciativas de um vastoleque que o candidato socialista pretende desenvolver.

TORRE DE MONCORVO

AIRES FERREIRA APOSTANA QUALIFICAÇÃO DAS PESSOASA qualificação das pessoas da valorizaçãodos recursos naturais são as principaisprioridades do socialista Aires Ferreira, quese recandidata à presidência da CâmaraMunicipal de Torre de Moncorvo.Falando na sessão de apresentação da suacandidatura, que contou com a presençado coordenador autárquico do PS, JorgeCoelho, Aires Ferreira referiu que vai apostarno próximo mandato, caso seja reeleito,na universalidade do ensino pré-primário,

participar no alargamento do horário dasescolas do 1º ciclo, reivindicar junto doMinistério da Educação uma política decombate ao analfabetismo no concelho econstruir junto ao rio Sabor uma parque danatureza, entre outras iniciativas.Por sua vez, Jorge Coelho disse que oGoverno pretende contrariar “ostecnocratas” que têm impedido oinvestimento no interior do país por esteter falta de gente.

Jorge Coelho apontou como referênciao plano de infra-estruturas anunciadopelo primeiro-ministro, José Sócrates,que contempla investimentos nosprincipais acessos rodoviários recla-mados para a região do Nordeste Trans-montano, nomeadamente a construçãoda auto-estrada Amarante/Quintanilha,o IP2 e o IC5.

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8 13 JULHO 2005

EUROPA, EUROPA: PARA ONDE VAIS?

ÁLVARO CUNHAL E EMÍDIO GUERREIRO:O SENTIDO DA PALAVRA LIBERDADE

A GESTÃO DA INFORMAÇÃOLOCAL E O CHOQUETECNOLÓGICO NOS PROGRAMASELEITORAIS AUTÁRQUICOS1. A definição de uma política de conteúdos e gestão

da informação a nível autárquico é um elementofundamental de uma política municipal para asociedade de informação ( 1 ) que poderá melhorarsubstancialmente a produtividade e a relação comos cidadãos.

2. Sem pretender ser exaustivo, apontaria para três áreasonde uma proposta política deve assentar, a saber:a informatização dos serviços, a disponibilizaçãode informação e serviços electrónicos ao cidadãoe a promoção da participação através de meioselectrónicos.

A. O Sistema de Informação dos Serviços da Autarquia

3. A aposta na informatização séria dos serviços autárquicos é o elementoestruturante de uma estatégia de modernização que conjugada comuma política de acesso às tecnologias de informação e comunicação( 2 ) poderá significar um choque na percepção que os munícipes têmda autarquia, contribuindo para operar uma mudança na realidade localfazendo chegar aos cidadãos os benefícios da sociedade da informaçãotal como apontado na Declaração de Princípios e Plano de Acção dasNações Unidas para a Sociedade da Informação.

4. Os programas eleitorais autárquicos do Partiddo Socialista devemcredibilizar a proposta de gestão autárquica e incluir a referência amétodos de gestão modernos apoiados por tecnologias actuais podendo,assim, afirmar-se como o elemento diferenciador de uma gestão socialistade rigor e transparência. A informatização dos serviços nos aspectosadministrativos, como é o caso da gestão dos processos e na relaçãocom o munícipe, por exemplo, no pagamento de taxas e serviços, seráum contributo consistente para o desenvolvimento e para alterar apercepção que os cidadãos têm da sua administração pública e dofuncionamento do Estado.

B. Os Conteúdos e Serviços Electrónicos

5. Uma das consequências que maiores benefícios pode aportar ainformatização dos serviços, é a criação de condições para ofereceraos cidadãos informação e serviços electrónicos seja por via de umcomputador ou mais recentemente por via do telemóvel.

6. Os serviços e informação electrónicos facilitarão de modo vísivel avida dos cidadãos e das empresas contribuindo para melhorar a qualidadede vida e impulsionando o desenvolvimento económico – são oscidadãos que o sentem quando contactam com a autarquia e asempresas que poderão obter ganhos significativos quando vêmfacilitadas as suas relações com a administração, sendo este factor deatracção e competitividade.

7. A autarquia poderá assim, também, contribuir de modo significativopara o desenvolvimento da sociedade da informação no municípiocriando condições para o aparecimento ou consolidação de novasactividades económicas em particular nas áreas do equipamentoinformático e do desenvolvimento de programas de computadoradaptados às necessidades locais.

C. A Democracia Electrónica

8. Um importante elemento para consolidar politicamente o ChoqueTecnológico é a utilização das ferramentas tecnológicas para reforçar aparticipação cívica. Utilizar estes instrumentos para colocar ainformação ao alcance dos cidadãos e, através de soluções interactivas,obter as opiniões dos cidadãos individualmente ou de modo organizadoserá certamente uma forma de alargar as possibilidades de participação.

9. Os meios electrónicos, em particular a Internet, poderão contribuirlargamente para ultrapassar obstáculos de comunicação com osmunícipes e conciliar o desejo de participação de muitos cidadãoscom as dificuldades inerentes à vida actual que os impedem defisicamente estar presentes.

10. O Partido Socialista pode, assim, apresentar propostas consistentes ecoerentes melhorando o funcionamento dos serviços, a relação comos munícipes e aprofundando a qualidade da democracia dando aoChoque Tecnológico um significado prático e quotidiano no quadro davida local promovendo simultâneamente o desenvolvimento económicoe social.

1 As Autarquias Locais e a Sociedade de Informação, O Choque Tecnológico nosProgramas Eleitorais Autárquicos, Acção Socialista, 20 de Abril de 2005.2 Democratizar o Acesso à Sociedade de Informação e o Choque Tecnológico nosProgramas Eleitorais Autárquicos, Acção Socialista, 18 de Maio de 2005.

OPINIÃO

MÁRIO FRANCO

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Quase de uma assentada, a sociedade portuguesa viu-se confrontadacom o desaparecimento de quatro figuras que, à sua maneira, esteja-se ou não de acordo com a sua filosofia e postura na vida, marcaramo séc. XX. Primeiro Vasco Gonçalves, depois Álvaro Cunhal e Eugéniode Andrade, finalmente Emídio Guerreiro.De Eugénio de Andrade, teremos, sem sombra de dúvida, de ficarcom o perfume da sua poesia, com a auréola dos seus versos, coma luminosidade dos seus livros – escritos ao sabor de uma purezainconfundível, única, esbelta, uma forma de liberdade muito própria,que abria as portas aos confins da evolução enriquecedora da alma.De Vasco Gonçalves, rendendo embora vénia à sua memória,deixemos, no entanto, a sua figura acolhida ao lugar que merece nahistória deste país – principalmente essa parte dramática, quasetrágica, do pós-25 de Abril que foi o “Verão Quente de 75”. PorqueVasco Gonçalves encarnou um sonho totalitário que só falhou porque,na hora H, os verdadeiros defensores da liberdade se impuseram,com risco da própria vida, travando assim uma nova ditadura emPortugal. Vasco Gonçalves foi, afinal, o elo mais forte de uma teiaque esteve prestes a amarfanhar a sociedade portuguesa.Uma teia que, de forma inteligente, tacticamente sagaz, foi sendomontada por Álvaro Cunhal. Relembrar, hoje, o que se passou logoapós o 25 de Abril é cantar um novo hino à liberdade. Porque logonesses dias Álvaro Cunhal começou a montar a teia. Quem não selembra da significativa cena, no final do comício com Mário Soares,em Lisboa, quando o líder comunista se fez acompanhar, no últimomomento, por um soldado e um marinheiro?Dos abraços do reencontro, dos primeiros dias, depressa se verificouque Cunhal e Soares divergiam quanto ao modelo de “nova”sociedade em Portugal. E logo aí se começou a ver que o “inimigopúblico n.º1” de Cunhal era Mário Soares (como tão bem referiaMaria João Avilez numa das últimas edições do “Expresso”).A instrumentalização das Forças Armadas, com o MFA, a progressivatomada de poder a partir de baixo, o controlo cada vez mais radical daeconomia e da comunicação social – tudo indicava que a sociedadede liberdade preconizada por Álvaro Cunhal seria apenas a de alguns,contra todos os outros. Uma sociedade onde, afinal, quem não é pormim é contra mim, e se não é por mim tem pura e simplesmente deser eliminado. Seja de que maneira for.A liberdade de Cunhal era, afinal, a instauração de um novo regimetotalitário em Portugal. E no entanto a sua morte provocou as ondasde choque que todos conhecem – a começar na comunicação social,passando pelos partidos políticos.Em sentido completamente diferente, estava a liberdade preconizadapor Emídio Guerreiro. Esse “eterno jovem” que faleceu há poucosdias com 105 anos. Que lutou sempre – mesmo com armas na mão,na Guerra Civil de Espanha, contra Franco, por exemplo e na II guerra

mundial contra Hitler, tendo sidocapitão da resistência francesa. Tendosempre lamentado a forma desorde-nada como as forças armadasfrancesas fugiram à frente das tropashitlerianas. – sempre pelos ideais emque acreditava – ideias de liberdadedemocrática, pura, sem totalita-rismos. E não se coibiu de, para essaluta, usar as “armas” que tinha. Nãosó as espingardas ou as pistolas,como contra Franco ou Hitler. Masas tácticas e as estratégias que emcada momento considerava maisaconselháveis. Foi por isso que o vimos a liderar o então PPD, foi porisso que o vimos mais tarde a apoiar o PS – mas foi também por issoque nunca o vimos a apoiar regimes ou partidos totalitários, como asociedade sonhada por Álvaro Cunhal.De Emídio Guerreiro ficará a serenidade, a persistência, a certeza docombate pela verdadeira liberdade e pela democracia legítima. Ficarátambém o reconhecimento que a sociedade portuguesa – a começarpelos partidos políticos – não teve a coragem de lhe prestar nadevida proporção da sua luta de um século...A liberdade de Emídio Guerreiro era, afinal, a liberdade de todos nós,verdadeiros democratas, onde não cabe o espírito totalitário, ditatorial.E no entanto, a sua morte não encheu tantas páginas de jornais, nãomereceu noticiários inteiros em “prime-time” das televisões, nemsequer dos partidos políticos colheu tanta (a devida, necessária,justa) atenção.De Álvaro Cunhal ficará a imagem de um homem de ferro, que quispara Portugal uma sociedade de ferro, totalitária, ditatorial. O seu acervo de ideias serve como guia da linha ortodoxa do P.C.P.,e o PS ao entrar nos elogios ao Cunhal reforçou a linha que hoje liderao combate ao governo do PS melhor seria que o PS aproveitasse após morte de Cunhal para reavivar o debate ideológico com o PCPcomo noutros tempos, demonstrando que eles são os grandesderrotados da história, porque a liberdade, a economia de mercado ea solidariedade democrática, triunfaram em toda a linha. E hoje oPCP não é alternativa, limitasse a contestar, e a tentar destruir osprojectos que nós vamos construindo. Por tudo isto é que eu meabstive na votação do voto de pesar pela morte de Álvaro Cunhal, naAssembleia da República que ele não respeitava chamando-lhe “ocirco da burguesia”, sendo várias vezes eleito deputado nunca assumiuo lugar. Lamento é que tenha sido o único Deputado do PS a abster-me, quando todos os outros votaram a favor. Afinal a nossa luta dopassado e do futuro merecia outra votação.

Os resultados negativos do referendo sobre a Constituição da UniãoEuropeia em França e na Holanda têm alimentado um rol de queixase lamúrias sobre o futuro da Europa que nada tem contribuído paraesclarecer a opinião pública sobre o que verdadeiramente está emjogo. Para alguns, o grande bode expiatório da grave crise que aEuropa dos 25 atravessa é a França, acusada de constituir o últimobastião de resistência ao processo de acelerada destruição de ummodelo social europeu que se considera ultrapassado e um obstáculoà competitividade imposta por uma globalização que não deixaalternativas. São os mesmos de sempre que citam estatísticas malalinhavadas em louvor do elevado PIB per capita dos Estados Unidos,das suas elevadas taxas de produtividade e de criação de empregoperante a “rigidez” do mercado de trabalho da velha Europa. Estesclamam ainda contra o vírus da preguiça que contamina, segundoeles, os defensores de uma Europa promotora da coesão económicae social.Perante tanta asneira é necessário fazer um ponto da situação e pararpara reflectir. Antes de tudo, apesar do PIB per capita norte-americanoser mais elevado do que o do conjunto dos países da “velha” UniãoEuropeia, é necessário que se diga, em abono da verdade, que esteindicador encobre muitas desigualdades, não sendo por si sósuficiente para medir o grau de desenvolvimento de um país. Provadisso é que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD), construiu, a partir de 1998, um índice compósito de pobrezahumana para os países desenvolvidos (IPH-2) em que os EstadosUnidos, logo seguidos da Inglaterra e da Irlanda, ocupavam a últimaposição num conjunto de dezassete países industrializados. Esteíndice mede a privação em quatro dimensões da vida humana:longevidade, conhecimento, um padrão de vida adequado e exclusãosocial. A primeira abrange a percentagem de pessoas cuja esperançade vida não ultrapassa os 60 anos. A segundo a percentagem dosanalfabetos funcionais. A terceira o conjunto dos que possuem menosde 50 por cento do rendimento disponível médio. E a quarta a taxa dedesemprego de longa duração. Nos Estados Unidos, este índice, que

resulta da média destes quatroindicadores, atingia, em 1997, 16,5por cento contra apenas 6,8 por centoda Suécia que registava o valor maisbaixo dos 17 países miasindustrializados. Desde então aposição norte-americana não temmelhorado.A velha conversa sobre os elevadosíndices de produtividade e a elevadataxa de criação de emprego dosEstados Unidos não é tambémconvincente. De facto, uma partesignificativa da produtividade norte-americana deve-se a horários de trabalho mais longos ou maisintensos do que na Europa. Por sua vez, a elevada taxa de criação deemprego relaciona-se com a expansão de empregos precários quenão proporcionam aos trabalhadores sequer a satisfação dasnecessidades socialmente indispensáveis, mesmo quando estessão obrigados a exercerem mais do que uma actividade. Será istoque se propõe para a Europa? Vamos todos americanizarmo-noscom o beneplácito do cavalo de Tróia britânico, imediatamente aseguir aos Estados Unidos no IPH-2 para os países desenvolvidos?Certamente que a “velha Europa” deve melhorar os seus índices decrescimento económico e de criação de emprego. Mas tal poderáapenas ter efeitos positivos a longo prazo se não puser em causa acoesão social e a construção de uma Europa politicamente integrada.A União Europeia não poderá transformar-se num grandesupermercado global. Precisamente por isso é necessário pararpara reflectir. Qualquer tentativa impensada de alargamentoapressado da já problemática Europa dos 25 constituirá o dobre definados do já muito debilitado modelo social Europeu e o fim definitivoda União Política e mesmo do simulacro actualmente existente daUnião Económica. Será isto que queremos?

JOAQUIM JORGEVEIGUINHA

RICARDOGONÇALVES

OPINIÃO

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913 JULHO 2005

MONTIJO FALA POR SI

PS CONFIA EM NOVAMAIORIA ABSOLUTAMaria Amélia Antunes diz que o Montijofala por si e mostra a obra feita durante agestão socialista do concelho, sem hesitarao afirmar que nas eleições autárquicasde Outubro os montijenses vão dar fédisso mesmo, “confiando de novo umamaioria absoluta ao PS”.“O nosso concelho não se pode revernos velhos do Restelo, nos que queremevoluir na continuidade, sem dinamismo,sem criatividade, sem empreendedorismoe sem chama reformadora”, declarou aactual presidente da Câmara, no passadodia 8 de Julho, durante a apresentaçãopública da sua recandidatura à liderançado Executivo municipal.Perante largas dezenas de pessoas que seconcentraram no Pátio de Água, acandidata socialista considerou que “oMontijo só faz sentido voltado para ofuturo”, acrescentando depois que nãopactuará com visões distorcidas esaudosistas do passado, “das velhasfábricas de cortiça, das suiniculturaspoluidoras e dos baixos salários”.“Queremos um concelho virado para asnovas tecnologias, capaz de ser umareferência pela inovação e de daresperança aos jovens num empregoqualificado e de futuro”, defendeu,convicta, recebendo uma forte salva depalmas da assistência.Manifestando um insubmisso espírito demudança, Maria Amélia Antunes com-prometeu-se a “continuar a sonhar e arealizar”, apostando determinadamente naspessoas e, com elas, na “transformaçãodeste tempo de crise e incerteza emoportunidades de mudança”.Numa breve referência ao discurso queproferiu aquando da sua tomada deposse, a 7 de Janeiro de 2002, a edilmontijense recordou os compromissosassumidos com a satisfação de os terhonrado, afirmando, confiante, que “oconcelho está melhor” e que o Executivocamarário soube aplicar os dinheirospúblicos com critério” em áreasverdadeiramente estruturantes para odesenvolvimento sustentável e para amelhoria da qualidade de vida daspopulações locais.A rota do futuro – segundo vincou –passa agora pela formação para a cidada-nia, pelo domínio do conhecimento epela inovação, procurando criar umaestreita ligação entre autarquia euniversidade que propicie a diversificaçãodas aptidões produtivas dos recursoshumanos locais.“Nesta hora em que assumo a vontadepolítica de me recandidatar à presidênciada Câmara do Montijo, apresento-me coma mesma energia de há oito anos atrás emovida por dois grandes desígnios: darcontinuidade às expectativas do povo doconcelho em nós depositadas e cumpriro meu compromisso político e militantecom o Partido Socialista, que se deve deorgulhar com a obra feita na nossa terra”,avançou.Numa alusão crítica aos seus adversáriospolíticos na batalha autárquica, a

presidente da Federação de Setúbal doPS acusou-os de tentarem “confundir edesorientar os eleitores” mediante“campanhas de difamação”.“Essas forças, por mais maquiavélicasque sejam, contarão com um poderosoobstáculo que se chama consciênciatranquila e com a certeza de que sempre eem todos os momentos servi o interessepúblico e nunca me servi ou servirei dele”,

afiançou, determinada em “colocar oconcelho na senda da modernidade, dasociedade do conhecimento e dainformação”.Para isso – anunciou – “as pessoasestarão em primeiro lugar, as políticassociais continuarão a merecer as maioresatenções, com especial incidência nasmedidas de promoção de emprego e decombate à pobreza e à exclusão”.

CONFIANÇA NA OBRA FEITAO presidente da Comissão Política Concelhia do PS/Montijo,José Bastos, interveio na sessão pública de apresentação derecandidatura de Maria Amélia Antunes à presidência daautarquia local para evidenciar os progressos que a gestãosocialista fez no concelho desde a eleição de 1998:

- Recuperação do património edificado- Realização do programa PER, na habitação social- Execução de uma política de integração social- Estacionamento a toda a hora, para todos, no centro da

cidade- Construção de 5,5 quilómetros de ciclovia- Alargamento das áreas verdes de 5 para 20 hectares

“Pensar global e agir localmente éessencial”, advogou de seguida,sublinhando a importância da definiçãoe execução de políticas de integração,em particular no que respeita àsproblemáticas da toxicodependência, dasaúde pública e da imigração.A humanização da cidade, a defesa dopatrimónio, a recuperação dos centroshistóricos, o diálogo aberto com os

- Construção de novos estabelecimentos de ensino- Instalação de computadores em todas as escolas- Iluminação pública de excelência com poupança- Desenvolvimento de aquíferos de qualidade- Conclusão da primeira fase da circular externa- Protecção dos sobreirais- Construção da Casa do Ambiente- Apoio à criação de espaços de acesso público à Internet- Promoção de hortas pedagógicas- Protecção do abastecimento de água por vídeo-vigilância- Implementação de uma política de segurança no concelho- Localização de uma Casa Abrigo para vítimas de violência

doméstica. M.R.

munícipes, a optimização da gestão dosespaços agrícolas, silvo-pastorais eflorestais do concelho, a promoção doturismo regional, a revisão do PDM, acriação de mais e melhores escolas, bemcomo a captação de investimentos, e aopção por energias alternativas(hidráulica, eólica, solar e geotérmica)são também “desafios assumidos comvigor” por Maria Amélia Antunes nopróximo mandato autárquico e que serãocorporizados num programa a apresentarem Setembro.Apoiada na tríade “prometer, cumprir eprestar contas”, a candidata socialista estáconfiante na vitória absoluta a 9 deOutubro.

Máquina de trabalhocom marca socialista

Também Jorge Coelho frisou a sua certezana reeleição de Maria Amélia Antunes,que descreveu como “uma máquina detrabalho” e “um modelo do que é ser-seautarca socialista”.“O PS revê-se no seu trabalho”, declarouo coordenador nacional autárquico dopartido, recordando as vezes que, emfunções ministeriais, visitou o Montijo“pelas melhores razões e pela obradesenvolvida”.Após exemplificar com alguns empreendi-mentos na área das acessibilidade de dahabitação social, Coelho considerou que“prosseguir na rota do serviço público, dainovação e da educação é o rumo certo”,pelo que aconselhou a candidata socialistaa continuar com o bom trabalho.“Aqui vive-se paz e sente-se o reconhe-cimento”, vincou, fazendo de seguidauma referência à situação política nacio-nal ao reafirmar a necessidade dasmedidas de austeridade implementadaspelo Governo de José Sócrates e criticarfortemente o líder da oposição por recusarconstantemente responsabilidades naactual crise económica e financeira queo país vive, fruto das políticas doExecutivo de coligação que integrou.“O Partido Socialista tem orgulho notrabalho que os seus dirigentes estão afazer ao nível do poder local e daadministração central”, rematou.Maria Amélia Antunes recebeu ainda oapoio incondicional de outros dirigentesdo PS presentes na ocasião, entre os quaisEduardo Cabrita, Edite Estrela, Maria daLuz Rosinha, Joaquim Raposo e CatarinoCosta.Por sua vez, a desportista Elisabete Jacintotestemunhou que “o Montijo floresceu”nos últimos oito anos, enquantoAmândio Carvalho, mandatário dacandidatura pela terceira vez, apelou àreeleição da autarca com uma maioriaabsoluta “ainda mais expressiva”, aomesmo tempo que desafiou a edil adesenvolver esforços no sentido derequalificar as infra-estruturas desportivaslocais com vista a albergar importanteseventos internacionais.

MARY RODRIGUES

AUTÁRQUICAS 2005

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10 13 JULHO 2005

NOVAS POLÍTICAS PARA OEIRAS

MUDANÇA TRANQUILA

OEIRAS DIGITAL É AMBIÇÃO PARA EMANUEL MARTINSEmanuel Martins propõe-se “fazer de Oeiras aprimeira cidade digital de Portugal”, ondequalquer cidadão, em qualquer ponto doconcelho, tenha acesso à Internet e a todos osserviços municipais com apenas um “clique”.Ambição em que é acompanhado por Mário Lino,candidato à presidência da Assembleia Municipalde Oeiras.

Ao intervir no pavilhão da EscolaSecundária de Miraflores, em Algés, ocandidato à Câmara Municipal de Oeiras,Emanuel Martins, manifestou a sua totalconfiança na conquista deste bastiãolaranja.“Somos os últimos na grelha de partida,mas seremos os primeiros na meta dechegada”, antecipou, exclamando deseguida: “Estamos destinados a ganhar”.Num discurso claramente ganhador,afirmou que “neste momento está tudoem aberto”, uma vez que “as últimassondagens demonstram que o PS – semoutdoors na rua nem qualquerpropaganda – aproxima-se já dos seusadversários”, Emanuel Martins criticou ocandidato independente Isaltino Moraise a candidata do PSD Teresa Zambujo porvisarem a todo o custo “congregaraudiências”, mesmo “por motivosnefastos”.“Nós, socialistas, estamos nesteconcelho de corpo e alma”, assegurou,lembrando que os autarcas do PS jáviabilizaram projectos de desenvolvimentopara Oeiras, “mesmo quando não haviamaiorias absolutas do PSD”.Citando como exemplos a recuperaçãoda Fábrica da Pólvora, as bolsas de terrenospara habitação social, o primeiro PrémioInternacional do Ambiente e projectos deformação profissional e de optimizaçãoda gestão de empresas municipais, oainda vereador socialista vincou que tempautado a sua acção pelo interessepúblico em detrimento de rivalidadespolíticas, “porque a ética deve sempreprevalecer sobre a ambição”.Sublinhando que “gostar de Oeiras é umaatitude”, Emanuel Martins frisou que oPS nunca pediu pelouros autárquicos,tendo-os aceite apenas para servir oconcelho, mas sem “nenhuma obrigaçãode aprovar o que quer que fosse que aconsciência socialista rejeitasse”.Após recordar a oposição dos vereadoressocialistas na discussão do SATUO e àdelapidação da Quinta dos Sete Castelos,Emanuel Martins acusou o PSD de ter“ferido de morte” todo o esforço deconsenso que os socialistas fizeram emáreas essenciais para o desenvolvimentodo concelho, refém que está de“interesses, ambições e vaidades que sechocam, relegando Oeiras e os oeirensespara segundo plano”.“Oeiras, com estes senhores, será opretexto e apenas isso”, advertiu,apontando para a sua candidatura àliderança do Executivo camarário como“o único recurso que os munícipes têmpara verem o concelho na via do

desenvolvimento sustentado, comdinamismo e regulação, numa mudançatranquila”.A terminar a sua intervenção, EmanuelMartins disse que os socialistas se sentem“obrigados” a “pôr em ordem a casa,passando por cima de guerras fratricidas”.“Durante muitos anos temos dado omelhor por Oeiras, mesmo quando outroso exibiram. Queremos continuar a trabalharpelo concelho, procurando merecer agoraa confiança absoluta dos oeirenses nosnossos propósitos, que, concluiu, visauma mudança que se impõe percorrer ocaminho do bem-estar”.

Determinação, empenhoe combatividade

Presente no jantar de Algés, o coordenadorautárquico do PS, Jorge Coelho, defendeuque, apesar da vitória em Oeiras não seapresentar fácil, será certa porque “o PSconta com um candidato que é uma figurade primeira linha”.“A luta política faz-se com quem estámotivado, com quem está empenhado,com quem está determinado”, declarouCoelho, saudando de seguida “adeterminação, o empenho e acombatividade que o Emanuel Martinstem demonstrado”.Na sua intervenção, o dirigente socialistadisse que o partido “tem a obrigação deconcorrer para ganhar em qualquer sítio”e, afirmou: “vai haver surpresas muitopositivas” nas próximas autárquicas,“entre elas a conquista de Oeiras ao PSD”,que gere o concelho há 20 anos.“Emanuel Martins está já a marcar pontoscom a sua escolha para presidente daAssembleia Municipal”, vincou Coelho,

avançando de seguida com o nome doactual ministro das Obras Públicas, MárioLino, para a presidência da AssembleiaMunicipal.Trata-se – disse – de “um grandesocialista e um grande político” que temsabido ser “um ministro essencial para odesenvolvimento do país”.Após recordar a campanha que, há 12anos, deu o melhor resultado autárquicode sempre ao projecto encabeçado pelocamarada Joaquim Silva Pinto – presenteno pavilhão –, o coordenador daComissão Permanente do partidoevidenciou o slogan do PS a Oeiras,“Mudança tranquila”, frisando que oobjectivo dos socialistas oeirenses é“governar melhor, sem rupturas”.No seu discurso, Jorge Coelho referiu-se

igualmente às “difíceis medidas deconsolidação das finanças públicas” queo Executivo precisou de implementar parafazer frente à actual crise nacional,considerando que tal verticalidadegovernativa, na proximidade das eleiçõesautárquicas, “valoriza a democraciaportuguesa”.Todavia, e se “o Executivo nacional estáa fazer o que tem de fazer”, o dirigentesocialista lembrou que com o Programade Investimentos anunciado porSócrates criará 120 mil novos postos detrabalho.Quanto à decisão governamental deavançar com a construção de estruturascomo o novo aeroporto da Ota e o TGV,Coelho contestou as críticas daoposição denunciando que “estiveram

no Governo quatro anos não executaramnenhuma obra”.De volta ao panorama local, Jorge Coelhoassegurou que o PS tem o melhorcandidato e o melhor programa de acçãopara Oeiras, para os quais pediu aoportunidade de fazer melhor.“O PSD, pelo contrário, tem doiscandidatos que são as duas faces damesma moeda” acusou, chamando porúltimo à mobilização de todos osmilitantes socialistas para vencer emOeiras.

Portugueses compreendemo Governo

Por sua vez, o presidente do PS, AntónioAlmeida Santos, defendeu que as eleiçõesautárquicas de Outubro vão servir paraavaliar o grau de aceitação pelosportugueses das medidas de austeridadetomadas pelo Governo do PS, frisandoque, em Outubro, “estarão em causaquestões nacionais”.Depois de elogiar o Executivo de JoséSócrates por tomar, em vésperas deeleições, decisões difíceis, que “tantoafectam os de cima como os de baixo” ede criticar o anterior executivo, AlmeidaSantos sustentou também que asautárquicas servirão para o PS “acabar deacertar contas” com o PSD e CDS-PP.“O PS é sempre chamado ao poder emmomentos em que é preciso corrigir oserros dos outros e sempre tivemos detomar medidas de austeridade. Ninguémgosta de as tomar, mas são absolutamentenecessárias”, declarou.O presidente da Comissão de Honra dacandidato socialista à Câmara de Oeirasdisse ainda esperar que os portugueses“compreendam que a atitude do Governomerece aplausos” e “acabem por fazerjustiça ao PS nas próximas eleições,como fizeram nas últimas legislativas”.Ainda presentes no jantar de Algésestiveram o ministro Mário Lino – queaceitou encabeçar a lista do PS àAssembleia Municipal de Oeiras –,Joaquim Raposo, presidente daFederação socialista da Área Urbana deLisboa, e as deputadas do PS SusanaAmador e Leonor Coutinho.

MARY RODRIGUES

Recusando o epíteto de “autarca modelo”, caso consiga passara dirigir os destinos do município oeirense, Emanuel Martinsbater-se-á para dotar o concelho de estruturas que viabilizarãoo seu desenvolvimento no futuro e para implementar medidasque assegurem um crescimento sustentado capaz de melhorara qualidade de vida das populações locais. Assim, avançoualgumas das suas ambições para Oeiras:

· Apresentar uma taxa de derrama bonificada às empresasinstaladas no concelho de Oeiras e que criem cresces einfantários para os filhos dos seus trabalhadores

· Alargar os horários de atendimento ao munícipe pelosserviços camarários

· Criar um provedor do Munícipe· Realizar, semestralmente, o Grande Fórum Permanente para

a Cidadania para avaliar em conjunto as grandes questões

alvitradas nas instâncias de poder local· Instalar nas zonas próximas ao Estádio do Jamor as sedes

das diferentes federações de desporto amador· Realizar protocolos de formação e prática desportiva para

jovens em idade escolar com a direcção do EstádioNacional

· Criar com outros parceiros um parque temático de diversõese lazer

· Concluir a Via Longitudinal Norte· Agilizar as obras do eléctrico rápido de ligação de Algés à

Amadora· Efectivar os acessos à A5 em Oeiras e as saídas de Queijas· Criar um corredor Bus entre os nós de Oeiras e Linda-a-

Velha· Criar uma via paralela à A5 a Norte e uma via pendular que

ligue Oeiras ao Cacém M.R.

AUTÁRQUICAS 2005

Jorge Coelho e Marcos Sá com o candidato

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1113 JULHO 2005

ANTÓNIO VITORINO É O CANDIDATO DO PSÀ PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPALDE SETÚBALO deputado do PS António Vitorino anunciou, no dia 1 deJulho, a sua candidatura à presidência da AssembleiaMunicipal de Setúbal, afirmando estar a corresponder a umapelo do secretário-geral, José Sócrates, no sentido de todosos principais dirigentes socialistas estarem empenhados naspróximas eleições autárquicas.“Aceito o desafio da candidatura com a plena consciência deque as próximas eleições autárquicas são difíceis e que opartido tem de estar mobilizado”, disse em conferência deImprensa no Largo do Rato, acrescentando “ser necessárioexplicar aos portugueses que o Governo do PS está a tomarmedidas difíceis e impopulares, mas que são essenciais paraa superação das dificuldades do país”.Tendo ao seu lado o candidato do PS à presidência da Câmarade Setúbal, Catarino Costa, o ex-comissário europeu referiuque a cidade de Setúbal, perante a gestão autárquica da CDUnos últimos quatro anos, caracterizada pelo “imobilismo eapatia, corre o risco de ficar à margem do surto de

desenvolvimento nacional”.Por sua vez, Catarino Costa, depois de considerar António Vitorino“de outra galáxia” do ponto de vista intelectual, acusou a CDU deter trazido para Setúbal “uma equipa autárquica desconhecedorada realidade” da cidade e “impreparada para a complicada gestãode um município com esta dimensão”. J. C. C. B.

CATARINO COSTA

VENTOS DE MUDANÇA EM SETÚBALDevolver a Setúbal o protagonismo quemerece e dar-lhe dimensão e força nomapa autárquico português é a metatraçada por Luís Catarino Costa com asua candidatura pelo PS à presidência domunicípio sadino.Esta ambição passa por transformarSetúbal num concelho moderno, numa“cidade animada todos os dias”, combeleza e espaços lúdicos, com referênciasculturais e com oportunidades paraempreendedores e jovens.Perante as largas centenas de militantes eapoiantes que encheram por completo opavilhão do Clube Naval local, no passadodia 7, Catarino Costa deu garantias daqualidade da alternativa socialista nagestão municipal, apontando comoimportante mais-valia a candidatura deAntónio Vitorino à presidência daAssembleia Municipal.Depois de explicar que Vitorino esteveimpossibilitado de comparecer ao jantarde apresentação de candidatura por seencontrar a participar num debatetelevisivo extraordinário sobre os trágicosatentados terroristas de Londres, opresidente da Comissão PolíticaConcelhia do PS de Setúbal elogiou o“magnífico desempenho” deste camaradanos cargos públicos que tem exercidofora e dentro do país, “elevando o seunome e o de Portugal”.Ao agradecer todo o apoio que temrecebido da parte das estruturas partidáriasnacionais, o candidato do PScongratulou-se especialmente com apresença do coordenador autárquiconacional, Jorge Coelho, a quemdescreveu como “um exemplo decapacidade, de combatividade e desolidariedade”, vincando de seguida a suaesperança quer no futuro do concelho,quer na vitória eleitoral de Outubro.Para Luís Catarino Costa, Setúbal –município que inclui a cidade sadina, asfreguesias mais orientais de Sado e deGambia-Pontes-Alto da Guerra e ainda asvilas e aldeias de Azeitão – é um concelho“dotado de enormes potencialidades” aonível da sua localização geográficaprivilegiada, das suas paisagensdeslumbrantes, das reservas naturais, mastambém pelo porto comercial e de pescaque possui, pelas empresas que alberga,pelo movimento associativo que congreganas áreas do desporto, cultura e das artese também pelo dinamismo empresarial ea qualificação dos seus recursoshumanos, maioritariamente jovens.Num curto e muito negativo balanço dagestão do actual executivo camarário,Catarino Costa afirmou que taispotencialidades não têm sidoaproveitadas.“Com o seu discurso miserabilista, osautarcas do PCP não foram capazes deatrair investimento para Setúbal e minarama confiança dos empreendedores locaise nacionais”, acusou, lembrando que semantém atrasadas as execuções deprojectos estruturantes e já contra-tualizados.Responsabilizando igualmente a actualgestão comunista pela estagnação doconcelho, pelo atulhamento na Câmarade “assessores partidários vindos deoutros concelhos” e pelos gastos

excessivos em “luxuosa propaganda depromoção de imagem”, bem como em“viagens para geminações que nadaproduziram”, o candidato socialistalembrou que só agora o programa Polisarrancou finalmente, “quando devia estara ser concluído”.“Quanto ao endividamento público,aumentou e muito”, declarou, mani-festando a sua preocupação e lançandoo alerta: “Quem se iludir com algumacosmética de fim de mandato e acreditarnuma nova remessa de promessaseleitorais, arrisca-se a ter em Setúbal maisquatro anos de paralisia”.Dando total garantia de que a sua “visãode gestor é diferente”, Luís Catarino Costadefendeu que, mesmo num contexto dedificuldades financeiras, é preciso eurgente “mobilizar a confiança dosempreendedores” e criar-lhes condiçõesde um investimento que se traduza emprogresso para o concelho.Após afirmar que com a sua candidatura“sopram ventos de mudança em Setúbal”,o dirigente socialista remeteu para breve aapresentação do seu programa de gestão

local, deixando porém, bem marcada, umamensagem de ambição e de esperança.“Setúbal pode e deve ser uma cidademoderna, requalificada, desenvolvida,com maior centralidade, com maiornotoriedade nacional e mais competitiva”,considerou, exprimindo de imediato a suaconvicção em que a candidaturasocialista “é a única alternativa credível àgestão municipal da CDU”.

Por sua vez, o coordenador autárquico doPS, Jorge Coelho, voltou a vincar que oPS está na corrida autárquica para ganharem todos os concelhos e freguesias.“Também em Setúbal”, afiançou,dirigindo a Catarino Costa palavras deapreço e de apoio incondicional “por tudoo que tem feito pelo concelho”.

Acabou a “tanga”

Embora reconhecendo que o próximocombate eleitoral se fará num contexto“particularmente difícil” da vida nacional,dadas as medidas de austeridade que oExecutivo de José Sócrates teve de tomar“para recolocar Portugal no rumo docrescimento e da modernidade”, Coelhoanunciou o “fim do discurso da tanga” edisse que o país vai entrar num novo ciclode desenvolvimento económico com osinvestimentos de 25 mil milhões de eurosprogramados pelo Governo.“Vem aí o desenvolvimento económico,vem aí mais emprego acabou o discursoda tanga”, disse, categórico, depois deelogiar o primeiro-ministro José Sócratespelo trabalho realizado nos primeiros 100dias de governação socialista.Jorge Coelho falou ainda nos 120 milnovos postos de trabalho que serão geradosa partir do Programa de Investimentos emInfra-estruturas Prioritárias (PIIP), aomesmo tempo que chama os eleitores afazerem uma avaliação rigorosa dosdiferentes candidatos às próximas eleiçõesautárquicas.De volta ao panorama autárquico, odirigente socialista descreveu o actualpresidente da Câmara de Setúbal, Carlosde Sousa, como “o rei do showmediático”, por tentar “demonstrar quefaz aquilo que não faz”.“O país precisa de outro tipo de autarcas”,considerou, apelando ao voto em CatarinoCosta e na sua equipa nas eleiçõesprevistas para 9 de Outubro.

Mensagens de apoio

Dois ausentes involuntários, Maria AméliaAntunes e Joel Hasse Ferreira, quiseramtambém deixar patente o seu apoio a LuísCatarino Costa fazendo-lhe chegarmensagens de confiança e de coragem.A presidente da Federação do PS deSetúbal, em missiva lida por Ventura Leite,criticou a gestão autárquica da CDU aoafirmar que esta “ameaça deixar Setúbal àmargem do crescimento e do desen-volvimento sustentado”, manifestando deseguida a sua total confiança noscandidatos socialistas à presidência daCâmara Municipal e da AssembleiaMunicipal para “encetarem uma novagestão autárquica, moderna ehumanizada”.Já o eurodeputado socialista centrou asua mensagem de apoio na reconhecidaexperiência de Luís Catarino Costa,salientando também a “qualidade e acompetência” da sua candidatura, queconta, segundo vincou, com umainvejável “garantia de qualidade” que éter “um extraordinário candidato àpresidência da Assembleia Municipalcomo António Vitorino”.

MARY RODRIGUES

Ao concluir a sua intervenção no jantaronde participaram, entre outras destacadasfiguras da família socialista, VítorRamalho, Alberto Antunes e MotaCáceres, Luís Catarino Costa compro-meteu-se a apresentar uma equipa deexcelência e a “governar o município com“competência, seriedade, dedicação,rigor, sentido de responsabilidade econsciência social”.

AUTÁRQUICAS 2005

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12 13 JULHO 2005

VILA FRANCA DE XIRA

ROSINHA ASSINA CONTRATODE AMBIÇÃO PARA O CONCELHOUm contrato social com base num “projectoambicioso que dê mais qualidade de vida aoconcelho” foi assinado no dia 8 por Maria da LuzRosinha, na presença de cerca de dois milapoiantes, no jantar de apresentação da suarecandidatura à presidência da Câmara de VilaFranca de Xira, que contou com a presença docoordenador autárquico do PS, Jorge Coelho.Este contrato, acrescentou, “tem doisoutorgantes, um deles só assinará no dia 9 deOutubro, que é o eleitorado do concelho que ofirmará com o seu voto”.

No discurso que proferiu no pavilhão doCevadeiro completamente cheio, Mariada Luz Rosinha referiu que o projectoque pretende aprofundar nos próximosquatro anos, caso vença as eleições deOutubro, visa “alcançar uma populaçãoque acredita e aposta num elevadodinamismo económico, mas que sejasocialmente justo”.Afirmando ter “uma visão de futuro” parao concelho, a candidata socialistaafirmou que quer um “concelho comidentidade, mas também inteligente,capaz de atrair novas e mais qualificadasactividades económicas, um concelhocompetitivo, que desenvolva um tecidoprodutivo forte e sustentável, umconcelho solidário, que aposte numaverdadeira rede social pró-activa, e umconcelho de qualidade, intervindo emelhorando os espaços públicos ecriando melhores infra-estruturas,equipamentos e serviços”.Depois de referir que “novos eessenciais” desafios se colocam aoconcelho, Maria da Luz Rosinhaconsiderou que “para não errar o rumotraçado”, exige-se “determinação,competência e conhecimento, mastambém uma liderança forte, com provasdadas quanto à capacidade de fazer maise melhor pelo concelho, congregandopessoas com talentos vários e que sedisponham a colocar-se ao serviço dacomunidade”.

Nesse sentido, acrescentou que asmulheres e homens que aceitarampertencer às listas do PS para aAssembleia Municipal e para asAssembleias de Freguesia “têm essasqualidades e o seu compromisso com oconcelho foi um compromisso de maistrabalho, maior empenho e melhordiálogo”.Na sua intervenção, frequentementeinterrompida pelos aplausos da plateia,a candidata socialista reafirmou a “suadisponibilidade permanente de entregatotal ao projecto de recriar, afirmar eprojectar o concelho de Vila Franca sobo desígnio da ambição”, num quadrode aprofundamento “do legado do muitoque foi bem feito nos mandatos do PS àfrente da Câmara Municipal”.Por isso, adiantou, “apostamos naconstrução dos centros de saúde de VilaFranca e Alhandra, na construção donovo aeroporto, na ampliação da redeescolar, no apoio ao movimentoassociativo, na intervenção social juntode grupos de risco e minorias sociais,na requalificação dos núcleos urbanos,no desenvolvimento de amplasintervenções na frente ribeirinha e noestabelecimento de um novo quadro derelação com as empresas”.Depois de sublinhar que se recandidata,para contribuir com a sua acção paraque o concelho se apresente em 2009“mais forte, aberto e solidário”,

Não prometendo mais do que a sua“dedicação, empenho e determinação”,a autarca socialista considerou que “oseleitores dirão, no momento do voto, sequerem ser companheiros de luta porum concelho com identidade, que sejainteligente, competitivo e solidário”.

Um concelho viradopara o futuro

O coordenador autárquico do PS, JorgeCoelho, na sua intervenção, começoupor tecer um rasgado elogio a Maria daLuz Rosinha, que considerou ser “umadas maiores autarcas de Portugal”,afirmando o seu “seu grande respeito”pela “seriedade e dinamismo” dapresidente de câmara.E analteceu a obra feita ao longo dosúltimos oito anos no concelho. “VilaFranca de Xira estava parada no tempo.Mas a Maria da Luz Rosinha conseguiucom o seu trabalho dar uma volta a esteconcelho. Vila Franca é agora umconcelho mais solidário, mais moderno,virado para o futuro”, disse.Por isso, afirmou estar convicto de que“Vila Franca de Xira vai continuar no rumocerto, com uma grande vitória emOutubro do PS”.Na sua intervenção, Jorge Coelho

reafirmou, por outro lado, ser um “grandeadepto” do poder local democrático, umdos principais responsáveis pela“melhoria das condições de vida daspopulações” nos últimos 30 anos.“Sou adepto do poder local democráticoque faz obra, que não tem receio de optar,que assume as suas responsabilidades,tendo o bem comum como objectivocentral da sua acção”, afirmou.Ao contrário, adiantou, “não sou adeptodo poder local baseado no ‘show-off’para deitar areia nos olhos daspopulações, que não prestigia a políticae o serviço público, e que por isso deveser penalizado”.Por sua vez, o presidente da FAUL,Joaquim Raposo, sublinhou que “o PSmudou o concelho para melhor ao longodestes últimos oito anos, acabando como mito da CDU”.Pelo trabalho feito por Maria da LuzRosinha, nomeadamente no que respeitaao desenvolvimento económico doconcelho, gerando emprego, e pelaaposta no apoio aos idosos e crianças,Joaquim Raposo afirmou estar certo de“uma vitória maior do PS em 9 deOutubro”.Outro dos oradores, o presidente daConcelhia socialista de Vila Franca deXira, Alberto Mesquita, colocou como

objectivos do PS para as eleições de 9de Outubro a consolidação da maioriana Assembleia Municipal, a conquistada presidência das 11 juntas de freguesiae o reforço da maioria na CâmaraMunicipal, “com uma votação expressivae histórica na nossa camarada Maria daLuz”.Já o líder da JS local, Vítor Reis,considerou que “foi feito mais pelosjovens vilafranquenses nestes últimosoito anos do que alguma vez havia sidorealizado”, acrescentando que VilaFranca deixou de ser também “um dosparentes pobres da Área Metropolitanade Lisboa e se assumiu como umconcelho com carácter, com valor ecapacidade para incentivar o desenvol-vimento económico, cultural e social”.No final subiu ao palco o medalhado atletaparalímpico Carlos Manuel Lopes,mandatário da candidatura de Maria daLuz Rosinha, que enalteceu a políticaseguida pela autarca socialista, que disseser “uma mulher competente, determi-nada, solidária e empreendedora”, napromoção da igualdade de oportunidades.Por isso, concluiu, “o PS é a melhorsolução para o concelho, já que vai con-tinuar um projecto de desenvolvimentocentrado nas pessoas”.

J. C. CASTELO BRANCO

AUTÁRQUICAS 2005

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1313 JULHO 2005

SUSANA AMADOR EM ENTREVISTA

EVOLUÇÃO E CONFIANÇA

Quais as prioridades programá-ticas da sua candidatura ao muni-cípio de Odivelas?Esta candidatura assenta numa claraprioridade à educação e cultura queencaro como fonte de progresso socialde uma comunidade, alicerçada por umapolítica de acção social integradora viradapara uma cidadania solidária. Comoprioridades programáticas apostamosainda na dinamização e modernização daeconomia local por forma a captarinvestimento para o território tornando-omais competitivo e gerador de emprego.Nessa perspectiva, poderemos fixar aspessoas e diminuir os movimentospendulares, dado que actualmente maisde metade da população do concelhodesloca-se quotidianamente para Lisboa.A redução desses movimentos permitiráoutras ocupações do tempo e aumentaráa qualidade de vida.Essa qualidade de vida passa ainda pelacriação de espaços de descompressãoda malha urbana, ou seja, aumentando aszonas de lazer e a estrutura verde emparticular. Faz parte dos nossos eixosprogramáticos manter um crescimentourbano sustentável, sendo para talfundamental a revisão do Plano DirectorMunicipal em curso.O eixo programático das acessibilidadese circulação interna será igualmente vitalpara assegurar uma melhor mobilidade,conferindo-se aqui grande relevância àsensibilização para o uso do transportecolectivo e para a reorientação da políticade estacionamento.No centro de todas estas linhas programá-ticas estará sempre a recuperação e sane-amento financeiro da Câmara Municipal.A prioridade máxima desta candidaturareside afinal de contas naquilo que demais precioso existe em Odivelas e emPortugal: o capital humano, ou seja, aspessoas, os munícipes e a satisfaçãodas suas necessidades colectivas rumoao desenvolvimento sustentável.

Que ambições vai propor à popu-lação de Odivelas no âmbito dasua candidatura à presidência

da Câmara?Proponho que a população meacompanhe e se envolva numa estratégiade evolução e confiança que ambicionacontinuar a cumprir o concelho deOdivelas defendendo para o efeito umaaposta na sua projecção e capacidadecompetitiva a nível metropolitano,regional e nacional.Urge quebrar o estigma de um concelhodormitório, com fraca identidade eimagem externa desqualificada, ao invés,a população tem que participar na defesade um concelho com identidade equalidade de vida. Para atingirmos essesobjectivos há que valorizar o vastopatrimónio histórico e cultural existente,apostar na sustentabilidade e na visãosistémica dos problemas, corrigindo errosde crescimento e privilegiando políticasde médio-longo prazo e de investimentona qualidade urbanística, cultivando osprincípios do planeamento estratégico.Essa nova ambição em que desemboca anova geração de políticas locais contanecessariamente com a aposta nas novastecnologias ao serviço da educação, dacultura, da cidadania, criando um territórioque proporcione igualdade deoportunidades, combata fenómeno deexclusão social, onde a democraciaparticipativa se consolide.Os principais desafios/ambições podemreconduzir-se a seis ideias-força: o direitoà cidade; melhoria da qualidade de vida,afirmação da identidade, qualificação doterritório, participação de actores sociaislocais e implementação de boas práticasassentes em princípios de democraciaparticipativa.

Em termos concretos, quais são osseus principais projectos?Os meus projectos constam do“Compromisso 2005-2009 - Novo poderlocal, nova geração de políticas locais”que está actualmente a ser redigido porum vasto leque de pessoas oriundas devárias áreas do saber, e que conta tambémcom a auscultação necessária doscandidatos às juntas de freguesia do PS ecom os contributos da sociedade civil

espelhada na minha Comissão de Honra.O “site” da candidatura irá receberigualmente os contributos que os eleitoresme entenderem fazer chegar. É umacandidatura aberta que privilegia aparticipação de todos, independente-mente da sua filiação partidária, porqueesta candidatura estriba-se também nummovimento cívico que desemboca numavia de confiança com e para a sociedadecivil.Os principais projectos para o mandatoincidem sobre a qualificação do territóriona componente ambiental e patrimonial,prosseguindo com a implementação doPrograma Poqual e a regeneração de áreasdegradadas e dos núcleos históricos.Ainda a nível ambiental perspectiva-se acriação de um Plano Verde para oconcelho e de sistemas naturaiscontínuos. O incremento do lazer e oaumento da estrutura verde passamnecessariamente pelo surgimento de umParque da Cidade e jardins/parques nasrestantes freguesias.Perspectivo ainda a necessidade demodernizar e dinamizar a economia local,potenciando a criação de clusters locais,apostando em produtos de marca territorialfontes de diferenciação competitiva,trazer novos equipamentos turísticos parao concelho e instalar novas funções eactividades inovadoras (ciência,tecnologia, etc.);Destaco ainda como projectos relevantesa promoção do turismo cultural atravésda recuperação do vasto patrimónioexistente.Ao nível dos transportes e acessibilidadesurge potenciar a chegada do Metro,reforçando a mobilidade com especialincidência para a ligação entre as diferentesfreguesias do concelho com osconcelhos limítrofes, bem comoreorientar a política de estacionamento.O projecto educativo municipal passapelo alargamento da oferta educativa,desportiva, de apoio à infância e aosidosos, prosseguindo os apoios sociaisà população (estão já perspectivadas trêsnovas escolas básicas com jardim-de-infância na Ramada, Odivelas e Famões,

num total de 7.100.000 euros).Ao nível do aprofundamento com oGoverno e Administração Central iremosapostar no desenvolvimento da rede deJulgados de Paz trazendo esse mecanismopara OdivelasDefenderemos ainda junto do Governo aconstrução dos Centros de Saúde deOdivelas e da Póvoa S. Adrião/OlivalBasto, cujos contratos-programa seencontram homologados desde 2001,bem como a melhoria dos níveis desegurança e Protecção Civil do Concelho.Todo o Compromisso “2005-2009”assenta na promoção de uma política deaprofundamento institucional com ospresidentes de junta e de proximidade comos munícipes, visando maior eficácia eceleridade nos circuitos de informação,política essa assente num esforço desimplificação, desburocratizaçao emodernização administrativa.

Quais os compromissos que assu-me se ganhar as eleições?Assumo o compromisso de ser apresidente das sete freguesias, olhandopara todas elas de forma rigorosa e pró-activa independentemente de seremgeridas pelo PS ou por outros partidos,serei isenta como aliás sempre fui ao longodeste primeiro mandato enquantopresidente da primeira AssembleiaMunicipal de Odivelas.Irei privilegiar e prosseguir o diálogoinstitucional com a AssembleiaMunicipal, assegurando aos deputadosdeste órgão melhores condiçõeslogísticas e apostarei no envio do suportedocumental via cd-rom diminuindo ocircuito do papel e as despesas e impactosambientais inerentes à distribuição domesmo.Para prosseguir todas as prioridades elinhas programáticas que referianteriormente assumirei o compromissode trabalhar em conjunto com asFreguesias, a Assembleia Municipal eEmpresas Municipais na definição dasprioridades e prestação de serviços àspopulações.Esse trabalho conjunto será igualmente

efectuado com o tecido educativo, asinstituições desportivas, recreativas,sociais e culturais na defesa de umaescola de cidadãos e na promoçãoconjunta e participada de iniciativas.Serei determinada com a AdministraçãoCentral, promotores, urbanizadores eagentes económicos na construção deequipamentos e infra-estruturas sociaisde que este jovem município carece, porforma a lançar os alicerces dodesenvolvimento futuro.Assumirei o compromisso de investirfortemente na educação e no apoio àjuventude, nomeadamente na melhoria eaumento da rede escolar, na ocupaçãodos tempos livres e apoio a projectosescolares, nos incentivos aoassociativismo juvenil e apostarei noConselho Municipal da Juventude, comoórgão determinante na prossecução deuma eficaz política de juventude a nívelmunicipal.Encaro a presidência de uma CâmaraMunicipal de forma participada pelo queos Paços do Concelho estarão abertosnos últimos sábados de cada mês para apopulação conhecer as instalações,beneficiando de uma breve visita guiadaonde obterá informação sobre os serviçosque a Câmara tem ao seu dispor.

Que medidas prevê para o cresci-mento económico e desenvolvimentocultural do concelho?O concelho de Odivelas tem hoje umposição estratégica no interior da ÁreaMetropolitana de Lisboa e apresenta umasignificativa vitalidade demográfica (100jovens para cada 80 idosos), se aliarmosa estes dados o facto de ter tido nos últimosdois anos uma forte incremento das viasde comunicação e dos transportespúblicos de que o metro foi a grandeconquista, temos que convir que é hojeum território com fortes potencialidadede desenvolvimento económico eempresarialTemos um mercado local de 134.000habitantes e um mercado potencial de2,5 milhões de habitantes e um conjuntode sinergias interessantes, tais como oInstituto Superior de Ciências Educativas,o Instituto de Odivelas, a EscolaProfissional e Agrícola D. Dinis, o CentroCultural da Malaposta, 63 colectividadesde carácter desportivo e/ou cultural, oRegimento de Engenharia nº1, cincoescolas secundárias, oito escolas EB 2,3,30 escolas do 1º ciclo e 16 jardins-de-infância. Acresce que temos umpatrimónio histórico de relevo de quedestaco o Mosteiro de S. Dinis, oMemorial do Cruzeiro, as fontes deCaneças, o Padrão do Senhor Roubado,os Dolmens das Pedras Grandes e o sítiodas Batalhas, os Aquedutos, entre outros.Em suma, contamos hoje com um totalde 15 imóveis classificados, sendo seisde interesse nacional.Assim, equacionamos como medidaspara dinamizar a economia local aconstrução de um hotel e de umaestalagem (equipamentos hojeinexistentes) que além de gerarememprego, qualificam a imagem externado município; a criação de uma Escolade Profissões onde se privilegie aformação profissional; a criação de umpólo tecnológico/universitário quepermita aos nossos jovens terem ensino

Continuar a “obra positiva” que o PS tem vindoa desenvolver no município de Odivelase implementar uma nova geração de políticaslocais que permitam transformar o concelho éa “vontade inabalável” que animaa candidatura de Susana Amador à presidênciada Câmara. Em entrevista ao “AcçãoSocialista”, a actual deputada do PS assumeo compromisso, caso ganhe as eleições, deser a presidente das sete freguesias, “olhandopara todas elas de forma rigorosa e pró-activa”, de dar uma clara prioridade àeducação e cultura, que encara como “fontede progresso social de uma comunidade”,e dinamizar a economia local, por forma acaptar investimento e gerar emprego.

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superior no seu território. Apostaremostambém na divulgação da nossa marca“Odivelas”, dado que temos umconjunto de produtos que são a nossafonte de diferenciação competitiva, naqualificação da nossa gastronomia erestauração. Urge diminuir a burocracia,facilitar acessibilidades logísticas paracaptar mais investimento empresarial,por forma a desenvolver uma políticaintegrada que combine um sistema localde incentivos à criação de clusters locaisAo nível cultural, apostaremos emprojectos inovadores como ancorajemestratégica, recorreremos a novastecnologias e apostaremos em programasculturais associados ao património. Acriação de um parque temático histórico,a iluminação adequada aos nossosmonumentos, o condicionamento dotrânsito junto ao Memorial do Cruzeiro eno Largo D. Dinis são alguns dosprojectos a implementar, por forma adevolver o centro histórico ao cidadão,permitindo o livre desfrute e diminuindofocos de poluição ambiental provocadospelo trânsito intenso.O que está em causa, num período emque os espaços locais correm riscos tantode exclusão e fragmentação como deperda de competitividade, é transformá-los em fonte de oportunidades, deidentidades, de cultura cívica e deinovação política. É isso que pretendemosfazer.

Quais os principais estrangula-mentos e dificuldades que identi-fica na autarquia?A situação económica actual e asmedidas de rigor e austeridade paradiminuir o défice terão obviamenterepercussões a nível autárquico pelasituação de asfixia financeira que irápermanecer ao longo dos próximos anos,mantendo-se obviamente o limite aoendividamento.A situação financeira da CâmaraMunicipal de Odivelas e a continuaçãodo saneamento financeiro terá queprosseguir, visando a consolidaçãoorçamental e a contenção de despesasnuma óptica de continuar a reduzir oendividamento a terceiros que conheceunos últimos 12 meses uma reduçãonotável (menos 4 milhões de euros).A par das dificuldades financeirasexistentes persistem outros estrangula-mentos, designadamente a dispersão dosserviços camarários, o pouco espaçodisponível e não edificado num territóriode 27 km2, a carência de equipamentosde uso público e de serviços nas áreas dolazer, desporto, cultura, saúde e apoiosocial, fluxo intenso nas deslocaçõesquotidianas, circulação rodoviária difícile deficiente sinalética de trânsito, áreasurbanas com excessiva densidade e umtecido empresarial débil.

Qual o balanço que faz da nossagestão à frente do município deOdivelas?O balanço é extremamente positivo. EstaCâmara Municipal deixa uma marcaprofunda ao nível da componenteeducativa, social, desportiva e darequalificação do território em geral emque o Programa Proqual está a serdeterminante para a mudança no “rosto”da cidade de Odivelas.No âmbito do Proqual permito-medestacar o Parque Urbano do Silvado,um espaço polivalente com palcomultiusos, circuito de manutenção,restaurante que se desenvolve ao longoda ribeira agora requalificada, e que apopulação recebeu muito bem no

passado dia 1 de Julho, numinvestimento de 3.800.000 euros.Sublinhe-se que foi feito um grandeinvestimento na recuperação do parqueescolar que estava num preocupanteestado de degradação. Foram constru-ídos refeitórios escolares em 70 porcento das nossas escolas do ensinobásico e em 90 por cento da rede públicade apoio à infância. Ao nível social ficatambém uma marca muito positiva quese traduziu no apoio e no envolvimentodiário com que são tratados os maisvulneráveis: idosos, deficientes, jovense mulheres vítimas de maus tratos. Esseenvolvimento não se limita à meracaridade mas a uma verdadeira chamadapara a vida pública e cívica, veja-se oexemplo dos patrulheiros, a oficinadomiciliária, o espaço cidadania e ocentro local de apoio ao imigrante. Osbairros de génese ilegal que eram umachaga no nosso território foramlegalizados a um ritmo muito satisfatório,estando actualmente 41 bairroslegalizados num total de 94.

Que tipo de campanha tencionalevar a cabo?Pretendo promover juntamente com aminha equipa, com a Concelhia e asSecções de residência uma campanhadinâmica, aberta, envolvente, que marquea diferença pelas acções desenvolvidas,que vão apelar muito à participação dosjovens e da chamada terceira idade.Essa modernidade e diferença está, aliás,espelhada no primeiro “outdoor” cujalinearidade aposta numa imagem “clean”de simplicidade e transparência.O jantar de candidatura com cerca de 700pessoas revelou uma mobilizaçãoinequívoca dos militantes e da sociedadecivil rumo a uma vitória expressiva do PS.Esta campanha dinâmica reflecte, afinal,a minha vontade inabalável de continuara obra positiva que o PS está adesenvolver e implementar uma novageração de políticas locais que permitamtransformar este território, que sempreencarei como uma terra de oportunida-des. Foi um porto de abrigo para osmeus pais nos anos 70, foi um porto departida e eterno regresso para mim e seráseguramente um porto de chegada paraas minhas filhas que estão a crescer e acriar laços afectivos todos os dias comeste município promissor, que há algunsanos atrás os homens e as mulheres doMovimento de Odivelas a Concelho(MOC) ousaram sonhar.É para cumprir esses sonhos e expectati-vas que o PS tem estado a trabalharintensamente há sete anos, com opresidente Manuel Varges e os seusvereadores socialistas e a partir de 9 deOutubro de 2005 comigo. É por essacausa nobre de serviço público que é opoder local que me candidato. Mere-cemos Vencer de Novo em Odivelas!

GAIA

CANDIDATO SOCIALISTA QUER INSPECÇÃOÀ EMPREITADA DA VIA LONGITUDINAL 9

FUNDÃO

CONCEIÇÃO MARTINS PROMETE COMBATEAO DESEMPREGO E INVESTIMENTO NO TURISMO

CHAMUSCA

PS APOSTA EM FERNANDO PRATASPARA CONQUISTAR CÂMARA À CDU

“Assumimos com o compromisso detrabalhar no sentido de construir umFundão melhor, mais próspero e solidário,onde cada um conta”, afirmou no passadodia 2 Conceição Martins, no jantar deapresentação da sua candidatura àpresidência da câmara local, que contoucom a presença de Almeida Santos eFernando Serrasqueiro, entre outrosdestacados militantes socialistas.Na sua intervenção, Conceição Martinsreferiu que “as pessoas são o capital maisimportante”, salientando que, por isso,“estaremos atentos a todos os nossosconcidadãos, de modo a participar naresolução de eventuais problemas quesurjam de forma inesperada”.Neste contexto, anunciou algumasmedidas destinadas aos idosos e jovens, eassumiu o compromisso de lançarpolíticas no sentido de combater o

desemprego, que disse ser “uma chagasocial que infelizmente também já nos bateà porta”.A criação de condições para que novasempresas se fixem no concelho, acooperação com as empresas já instaladaspromovendo os seus produtos, o incentivo

à promoção do auto-emprego e incentivosà criação de microempresas, foramalgumas das ideias avançadas pelacandidata do PS para “acabar ou nomínimo minimizar o drama dodesemprego”.Mas, adiantou, “sendo nossa preocupaçãoa criação de emprego, temos no turismouma área que importa potenciar,associando-a ao ambiente”.Neste sentido, Conceição Martins propõe“a construção de uma ecopista entre oFundão e algumas freguesias, um centrode asa delta na Gardunha e desenvolverprojectos que sedimentem o que hoje existeno concelho, em colaboração com asassociações do sector”.Conceição Martins é dirigente do Sindicatodos Enfermeiros Portugueses (SEF) eintegra a Comissão Política Concelhia doFundão do PS.

Fernando Pratas é de novo o nomeescolhido pelo PS para candidato àpresidência da Câmara Municipal daChamusca. O vereador socialista acreditaque conseguirá conquistar o municípioà CDU nas autárquicas de Outubro.“A minha candidatura surge antes demais como um dever de cidadania, jáque é imperioso que se faça algumacoisa para que haja finalmente umamudança na Chamusca, onde a CDUinstalou desde há 25 anos uma rede deinteresses e lançou o concelho noimobilismo”, afirmou ao “AcçãoSocialista”.Sublinhando que o PS vem registandona Chamusca um crescimento eleitoralcontínuo desde 1997, ficando nasúltimas autárquicas a apenas 400 votosde alcançar a presidência, FernandoPratas concluiu que não faria sentido“morrer na praia, à beira da vitória”.Actual vereador da Câmara com opelouro das Actividades Económicas,

Fernando Pratas apontou a dinamizaçãoda economia local, a habitação e aformação profissional como asprioridades do seu programa, queconsiderou “vectores nucleares para odesenvolvimento sustentado” doconcelho.Para dinamizar a economia local,apontou como objectivo a criação deum Centro Integrado de Revalorização

de Resíduos Perigosos e o aproveita-mento de energias renováveis, nomeada-mente a biomassa, no Parque Eco.No domínio da habitação, o candidatopropõe-se apostar em “quatro patamares:“habitação social, para os maisdesfavorecidos, habitação a custoscontrolados, em parceria com o sectorcooperativo, vivendas a custosreduzidos, que sejam mais baratas queum andar nas cidades vizinhas esegundas habitações de topo de gama”.Por outro lado, o candidato socialistaquer criar uma Escola de Profissões, que“será um local onde se aposte a sérionas profissões técnicas, como, porexemplo, electricistas, mecânicos, deforma a que o nosso concelho fixe apopulação juvenil e seja exportador demão-de-obra qualificada”. E adiantouque “esta é uma medida de umaimportância fundamental num concelhoonde 65 por cento dos jovens nãoconcluem o 12º ano de escolaridade”.

O candidato do PS à presidência daCâmara de Gaia, Barbosa Ribeiro,anunciou que vai pedir às inspecçõesgerais de Finanças e da Administraçãodo Território que procedam a vistorias àempreitada da Via Longitudinal 9 (VL9).Em comunicado, Barbosa Ribeirosalienta que a VL9, que vai ligar a Pontedo Infante à Estrada Nacional 222, “jáleva um ano e sete meses de atraso, maisdo dobro do prazo previsto para aexecução da empreitada”.O candidato socialista pretende saber porque motivo a empreitada foi adjudicadapor 40,8 milhões de euros, 0,6 por centomais elevado, o que corresponde a 250mil euros, do que o apresentado pelo

consórcio classificado em segundolugar.Barbosa Ribeiro quer saber também a

que se referem os “quase 2,5 milhões deeuros” inscritos como “despesas comacessos provisórios” e se a Câmara deGaia “vai mesmo ter de suportar” opagamento da “indemnização de 850mil euros, por custo de oportunidade”,pedida pelo empreiteiro.Segundo explicou o candidato socia-lista, o protocolo de financiamento daconstrução da VL9 assinado em Janeirode 2002 estabelecia que o Governoassumia o pagamento de 35,5 milhõesde euros e a empresa do Metro do Portopagaria 1,9 milhões de euros, ficandoa Câmara de Gaia com a respon-sabilidade pelo lançamento ecoordenação da obra.

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AUTÁRQUICAS 2005

O mandatário para a juventude

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1513 JULHO 2005

EMPRESAS NA HORA E A BAIXO CUSTOGarantir que a burocracia não constituium entrave ao dinamismo dos agenteseconómicos é o objectivo central de umdecreto-lei que possibilita a criação deempresas “na hora” (num só dia).O diploma, aprovado no Conselho deMinistros de São Julião da Barra nopassado dia 30 de Junho, introduz altera-ções ao regime jurídico de constituiçãodas sociedades comerciais e civis sob aforma comercial.Esta medida, tendente a transformar ocrescimento económico numa priori-dade nacional, permite também aredução dos custos associados à cria-ção de empresas, de forma a torná-losos mais baixos da Europa comunitária.Assim, a partir de agora, no nosso paísserá possível criar uma sociedade porquotas ou anónima pagando 360 euros,mais imposto de selo e publicaçõesobrigatórias.Caso se trate de uma empresa de novastecnologias ou de investigação edesenvolvimento, este preço baixa paraos 300 euros.Qualquer cidadão, de qualquer ponto dopaís pode constituir uma “Empresa naHora”, nas conservatórias do registocomercial ou nos postos de atendi-mento do Registo Comercial nos Centros

de Formalidades das Empresas,designados para a fase experimental doprojecto.Com o programa “Empresa na Hora”, osinteressados devem optar por um pactosocial pré-aprovado e uma firma aescolher de entre um conjunto pré-reservado a favor do Estado.Apresentado pelo ministro da Justiça, odecreto-lei em questão foi descrito como“um importante instrumento de combateà burocracia”.Segundo Alberto Costa, arrancarão já emJulho quatro “experiências-piloto emAveiro, Coimbra, Barreiro e Seixal, mas,“em breve serão alargadas a muitosoutros pontos do território nacional”.“Esta é uma redução drástica do temponecessário para a constituição deempresas, já que, pelo regime anterior, otempo médio do processo nunca erainferior a 20 dias”, assinalou ogovernante, frisando de seguida que osrequisitos para a constituição de firmas“são simplificados”, uma vez que “deixade ser obrigatória a identificação doobjecto social e, simultaneamente, éeliminado o controlo pelo RegistoNacional de Pessoas Colectivas”.Com a aprovação deste diploma,“dispensa-se ainda a certificação da

admissibilidade de firma nos casos emque tal não se justificava, como, porexemplo, na mera alteração do aditamentolegal identificativo do tipo societário ou

na instituição de sucursal de pessoacolectiva”, exemplificou o ministro.O Partido Socialista mostra assim, maisuma vez, a sua grande sensibilidade para

resolver os problemas associados àburocracia portuguesa. Afinal, não foi oPS que criou as lojas do cidadão e oscentros de formalização de empresas?

MEDICAMENTOS

VENDA FORA DAS FARMÁCIASMAS SEM PUBLICIDADE

APROVADO NOVO REGIMEDE APOSENTAÇÃO DOS

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOSO aumento da idade da reforma dos 60 para os 65 anos e de 35 anos deserviço para 40 será feito progressivamente, seis meses por ano,iniciando-se assim um período de transição de 10 anos, pelo que asnovas condições de aposentação dos funcionários públicos só severificará em pleno em 2015.Com este período de transição, o Executivo liderado por José Sócrates visaimprimir a esta decisão difícil o cunho da solidariedade e justiça social quetem sido a marca das governações socialistas.Na conferência de Imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministrosdo passado dia 30 de Junho, em que foi aprovada na generalidade a propostaque fixa o novo regime de aposentação dos funcionários públicos, o ministroda Presidência, Pedro Silva Pereira, esclareceu que o diploma será sujeito aum “processo de negociação” com os parceiros sociais.Esta medida de austeridade tomada pelo Governo para fazer face à criseeconómica do país estabelece também que, a partir de 1 de Janeiro de2006, os novos trabalhadores da Administração Pública passem a serinscritos na Segurança Social.O Conselho de Ministros aprovou, ainda nesta área, um decreto que impediráos cidadãos aposentados no exercício de funções públicas de acumularemna íntegra a sua reforma com o vencimento.Nestas situações, o cidadão terá de optar entre receber um terço da suareforma mais o vencimento, ou um terço do vencimento mais a sua reforma.

Os diplomas que autorizam a venda demedicamentos não sujeitos a receitamédica fora das farmácias – proibindoa sua publicidade –, e alteram o regimede comparticipação do Estado no preçodos medicamentos foram aprovados nareunião de Conselho de Ministros queassinalou os 100 dias desde aaprovação parlamentar do Programa deGoverno.O primeiro destes decretos salienta queos medicamentos em causa estarãoabrangidos pelo “mesmo regime degarantia e fiscalização de qualidade esegurança dos medicamentos que sãofornecidos em farmácias”.“É também estabelecido que os me-dicamentos vendidos fora das farmáciasdevem respeitar o cumprimento dasobrigações relativas ao SistemaNacional da Farmacovigilância e aoprincípio do uso racional do me-dicamento, sendo proibidas todas aspráticas promocionais, publicitárias oucomerciais”, lê-se no comunicado doExecutivo.O decreto-lei, que será regulamentadoatravés de uma portaria dos ministériosda Economia e da Saúde, refere aindaque os medicamentos de venda livrefora das farmácias “passam a ter umregime de preços livre, salvaguardadasas regras da concorrência”.Por outro lado, o diploma estabeleceque a dispensa deste tipo demedicamento fora das farmácias “sópode ser feita por um farmacêutico oupor um técnico de farmácia”.

Falando no final do Conselho deMinistros de São Julião da Barra, otitular da pasta da Presidência, PedroSilva Pereira, sublinhou a intenção doGoverno de “induzir a redução dospreços” dos medicamentos não sujeitosa receita médica, “liberalizando a suafixação e promovendo a concorrênciaentre os vários canais de distribuição ecomercialização”.Com a aprovação do diploma, oExecutivo visa tornar o regime “maisracional e adequado à necessidade deassegurar a sustentabilidade do ServiçoNacional de Saúde e garantir a efectivaacessibilidade aos medicamentos peloscidadãos com menos rendimentos”.

Como principal consequência destarevisão do regime, os medicamentospassam a custar cerca de “menos seispor cento”, sendo os custos repartidospelos sectores da indústria e dadistribuição.“Procede-se também à redução emcinco por cento no escalão máximo decomparticipação do Estado no preçodos medicamentos” e “elimina-se acomparticipação em dez por cento doEstado no preço dos medicamentosgenéricos por se considerar que osgenéricos já dispõem neste momentode condições para uma adequadaimplantação no mercado”, conclui ocomunicado do Governo.

ACTUALIDADE

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16 13 JULHO 2005

O GOVERNO DECIDE NO CONSELHO DE MINISTROS DE 8 DE JULHO

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS A 9 DE OUTUBRO

ACTUALIDADE

Em Conselho de Ministros, foi aprovadoo decreto que marca para 9 de Outubro adata da realização das próximas eleiçõesautárquicas. Recorde-se que as eleiçõesautárquicas são as únicas cuja marcaçãocompete ao Governo.Em função da data de marcação daseleições, o prazo para entrega dascandidaturas nos tribunais de círculoterminará a 16 de Agosto e a campanhaeleitoral para aquelas eleições irá decorrerentre os dias 27 de Setembro e 7 deOutubro, de acordo com os prazos legais.A tomada de posse dos novos executivoscamarários deverá ocorrer no final do mêsde Outubro.A data da marcação das eleições ocorredepois de audiências do ministro dosAssuntos Parlamentares, Augusto SantosSilva, com os partidos com represen-tação na Assembleia da República (PS,PSD, PCP, CDS-PP, Bloco de Esquerda e"Os Verdes") que se manifestaram todosa favor da data de 9 de Outubro para arealização das eleições autárquicas. Ospartidos defenderam aquela data porpermitir que o período de campanhaeleitoral não decorra numa altura em quemuitos portugueses se encontram deférias. O dia 9 de Outubro foi também opreferido pela Associação Nacional dosMunicípios Portugueses e pelaAssociação Nacional de Freguesias.

Lei da Nacionalidade

O Governo aprovou ainda uma propostade Lei que visa alterar, depois de aprovadapelo Parlamento, a Lei da Nacionalidade(Lei n.º 37/81, de 3 de Outubro). Estaproposta resulta de um compromissoexpresso do Programa do Governo e visaalterar, com prudência e com realismo,o regime de atribuição e aquisição danacionalidade, retomando a tradiçãoportuguesa de valorização do critério doius soli. O objectivo é garantir o plenoacesso à cidadania e favorecer aintegração social das pessoas quenasceram em território português e quemantém uma forte ligação à comunidadenacional.Essa valorização passa, desde logo, pelaatribuição da nacionalidade origináriaaos indivíduos nascidos em territórioportuguês, filhos de estrangeiros, quandopelo menos um dos progenitores tambémaqui nasceu e aqui reside.Por outro lado, a aquisição danacionalidade é reconhecida também àspessoas nascidas em território portuguêsdesde que no momento do nascimentoum dos progenitores aqui residalegalmente há pelo menos seis anos.No tocante à naturalização, propõe-se aconcessão da nacionalidade portuguesatambém aos menores nascidos emterritório português quando os proge-nitores façam prova de que aqui residemlegalmente por forma duradoura. Anaturalização será ainda permitida àspessoas nascidas em Portugal e que aquiatinjam a maioridade, tendo perma-necido em território português pelomenos nos 10 anos anteriores ao pedido.No plano institucional, transferem-separa a esfera de competências doMinistério da Justiça as decisõesreferentes a pedidos de naturalização,

actualmente a cargo do Ministério daAdministração Interna, por se tratar dematéria de reconhecimento de direitos.

Reestruturaçãoda Administração Centraldo Estado

O Governo aprovou ainda uma resoluçãoque permite o início imediato dasauditorias aos serviços do Estado e queantecipa a conclusão deste processo atéao final do ano de 2006. Recorde-seque quando as auditorias a todos osserviços tutelados por ministérios foramanunciadas pelo Governo, no âmbito doplano de consolidação orçamental,previa-se que o processo se desenrolasseao longo da legislatura, podendoprolongar-se até 2008. A resolução sobreo programa de reestruturação daadministração central estabelece que oprocesso tenha a orientação geral doprimeiro-ministro, José Sócrates, e asupervisão directa dos ministros deEstado e da Administração Interna,António Costa, e de Estado e dasFinanças, Luís Campos e Cunha.Segundo o Executivo, o processo temcomo objectivos "a avaliação dasfunções do estado com vista àdeterminação das que se devem manter,extinguir ou ser assumidas por outrasentidades públicas ou privadas". OGoverno pretende também "descon-centrar funções, visando a aproximaçãodas administração central aos cidadãose empresas, e descentralizar para aadministração local algumas compe-tências, sobretudo, ao nível da admi-nistração de prestação de serviços".Entre outras metas, o executivo assumea pretensão de "diminuir estruturasadministrativas da administração central,simplificar e racionalizar procedimentosadministrativos" e "diminuir o númerode efectivos em exercício de funções naadministração central".

O Governo aprovou aindaneste Conselho de Ministros:

- Um decreto regulamentar que aprovao Regulamento do Sistema de Ava-liação e Acompanhamento dos Pro-jectos de Potencial Interesse Nacional.Este plano do Governo tem comoobjectivo "a dinamização do investi-mento empresarial associado aactividades que diversifiquem a baseeconómica existente, criem empregoqualificado e apresentem caracterís-ticas que lhe permitam gerar maiorvalor acrescentado". De acordo como Governo, o decreto regulamentar,agora aprovado, visa "favorecer a céleretramitação dos projectos PIN, medi-ante o estabelecimento de novas for-mas de relacionamento e articulaçãoentre as múltiplas entidadesintervenientes nos processos deautorização e licenciamento".

- Uma resolução do Conselho de Mi-nistros que aprova a minuta docontrato de investimento erespectivos anexos a celebrar entre oEstado Português, a Renault, S. A.S., a Renault Nissan Portugal, S. A.,e a Companhia Aveirense de Compo-

nentes para a Indústria Automóvel,SA. O projecto de investimentoconsiste na "expansão e moder-nização da unidade industrial daCompanhia Aveirense de Compo-nentes para a Indústria Automóvel,em Aveiro. O executivo estima que,dos 87,3 milhões de euros, cerca de437 mil euros sejam destinados àformação profissional, e prevê que ovolume de vendas ascenda a 270,6milhões de euros no ano cruzeiro.Ainda de acordo com o comunicadodo Conselho de Ministros, esteinvestimento deverá criar 251 novospostos de trabalho, "apara além da

manutenção dos 736 já existentes".- Um decreto-lei que altera o decreto-

lei n.º 492/88, de 30 de Dezembro e odecreto-lei n.º 229/95, de 11 deSetembro, que regulamentam acobrança e as formas de reembolso,respectivamente, do imposto sobre orendimento das pessoas singulares edas pessoas colectivas e do Impostosobre o Valor Acrescentado;

- Um decreto-lei que cria um regimeexcepcional para a contratação deempreitadas de obras públicas,fornecimento de bens e aquisição deserviços que tenham em vista prevenirou acorrer a situações extraordinárias

PS/CALDAS SAÚDA CONSTRUÇÃODO AEROPORTO DA OTAA decisão do Governo de avançardefinitivamente para a construção donovo aeroporto de Lisboa na Ota, depoisde três anos de “impasses e indecisões”dos executivos PSD/PP, foi saudada peloPS/Caldas.Num comunicado assinado pelopresidente da Comissão PolíticaConcelhia, António Galamba, o PS/Caldas sublinha a importância para asCaldas da Rainha e para o Oeste de umprojecto “que dinamizará a economia,aumentará a competitividade do nossoterritório e será mais um factor queconcorre para a afirmação turísticainternacional do Oeste”.Para o PS/Caldas, “a determinação doGoverno PS é tanto mais relevantequando ocorre num clima económicodesfavorável, com a oposição frontal dolíder do PSD, Marques Mendes, e do líderdo CDS-PP, Ribeiro e Castro, que classi-

ficaram a obra de ‘elefante branco’ e de‘erro monumental’, respectivamente”.Por outro lado, o PS/Caldas “mantém asua determinação em contribuir para aresolução” dos impasses da lagoa deÓbidos, do relançamento do termalismoe da Linha do Oeste e de encontrarsoluções para a relação do municípiocom a EDP e com as águas de Portugal”,“dois impasses em que os caldensestêm pago a factura da relação conflituosada actual maioria camarária com essasentidades”.Por isso, refere o comunicado, “pormuito que custe aos nossosadversários”, o PS/Caldas “é hoje umaalternativa com soluções para o nossomunicípio, com um novo olhar sobre arealidade municipal e das freguesias,constituindo-se como um capital deesperança para uma mudança políticano próximo dia 9 de Outubro”.

decorrentes da seca em 2005;- Um decreto-lei que aprova o regime

de licenciamento da actividade dasentidades que operam no sector dapesquisa, captação e montagem deequipamentos de extracção de águasubterrânea.

- Uma resolução do Conselho deMinistros que autoriza o InstitutoNacional de Intervenção e GarantiaAgrícola (INGA) a realizar a operaçãode transferência de cereais deintervenção da Hungria a que se refereo Regulamento (CE) n.º 923/2005 daComissão, de 15 de Junho de 2005.

- Um decreto-lei que derroga transito-riamente o regime jurídico vigente emtermos de períodos máximos depermanência dos elementos doquadro de pessoal especializado doMinistério dos Negócios Estrangeirosna Representação Permanente dePortugal junto da União Europeia(Reper), em Bruxelas, para preparaçãoe acompanhamento da presidênciaportuguesa do Conselho da UniãoEuropeia, em 2007.

- Um decreto-lei que regula a aplicaçãona ordem jurídica interna do artigo 16.ºe do n.º 1 do artigo 17.º do regula-mento (CE) n.º 2037/2000, doParlamento Europeu e do Conselho,de 29 de Junho, relativo às substânciasque empobrecem a camada de ozono.

- Um decreto-lei que transpõe para aordem jurídica interna as directivas n.º2004/20/CE, de 2 de Março de 2004,2004/58/CE, de 23 de Abril de 2004,2004/99/CE, de 1 de Outubro de2004, 2005/2/CE, de 19 de Janeirode 2005 e 2005/3/CE, de 19 deJaneiro de 2005, da Comissão,incluindo novas substâncias activasde produtos fitofarmacêuticos noanexo I do decreto-lei n.º 94/98, de15 de Abril.

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1713 JULHO 2005 ACTUALIDADE

TRÊS GRANDESÁREAS PARAINVESTIMENTO

Infra-estruturas básicas16,8 mil milhões de eurosNos domínios do ambiente, da energia, dostransportes, da cultura e do apoio social

Valorização do território3,8 mil milhões de eurosNos domínios da política de cidades,património natural e turismo

Conhecimento e sistemasde informação e formação4,5 mil milhões de euros

ÍNDICES ECONÓMICOS MELHORAM

ANUNCIADO PROGRAMADE INVESTIMENTOS PRIORITÁRIOSA promessa foi cumprida. Apenas cem dias apóster tomado posse o Governo anunciouo programa de revitalização da economiaportuguesa. Este documento visa recolocaro país no caminho do crescimento e do bem--estar social, factores de que têm estadoarredados da política portuguesa.

O Governo de José Sócrates apresentouem Lisboa, no Centro Cultural de Belém(CCB), o Programa de Investimentos emInfra-estruturas Prioritárias (PIIP) para ospróximos quatro anos.Estão previstos investimentos que rondarãoos 25,1 mil milhões de euros, verba queserá, segundo o Governo, aplicada eminfra-estruturas básicas, nomeadamente nosector do ambiente, da energia, dostransportes, da cultura e do apoio social,para onde serão canalizados 16,8 milmilhões de euros. O território serácontemplado com uma verba de 3,8 milmilhões, que serão afectos prioritariamenteà valorização do território no domínio dapolítica das cidades e turismo, e onde secontempla, nomeadamente, o desenvol-vimento do programa polis, entretantoabandonado pelo anterior governo.Finamente cerca de 4,5 mil milhões deeuros serão dirigidos para a política desistemas de informação e de formação.Por outro lado, o TGV e o início das obrasda construção do novo aeroporto da Otavão mesmo em frente ainda na presentelegislatura.Quem o garantiu foi o próprio o primeiro-ministro, José Sócrates, que afirmou naapresentação do Programa de Investimentoem Infra-estruturas Prioritárias, que o paísnão poderia ficar de fora da rede de altavelocidade europeia, facto que, a suceder,como referiu, “nos colocaria num processode maior distanciamento em relação aosnossos parceiros da Comunidade”.A propósito do novo aeroporto, o primeiro-ministro chegou mesmo a deixar umapergunta no ar: “ Qual seria o custo dePortugal não ter um aeroporto competitivo

finalmente o sector do turismo, áreaeconómica onde o país apresenta já umconjunto de condições e de estruturascomparáveis ao que de melhor se podeencontrar noutros países, mas que naopinião do Executivo importa potenciar emelhorar em diversos campos.Nas palavras de José Sócrates, o objectivodo Governo ao apresentar publicamenteeste programa, passa por potenciar ocrescimento da economia portuguesa, apar, como sublinhou, do aumento dacoesão social e da qualidade de vida dapopulação. O chefe do Executivo adiantouainda que um dos principais objectivos éigualmente melhorar o ordenamento doterritório apostando ainda na promoção daconhecimento e da investigação científica.

Criar 120 mil novos postosde trabalho

O Partido Socialista asseverou, durante acampanha eleitoral, que, caso viesse aassumir responsabilidades governativas,tudo faria para atacar o problema dodesemprego de frente. Com a apresentaçãodo Programa de Investimento em Infra-estruturas (PIIP), o Governo de JoséSócrates garante que o preocupante

do Programa de Investimento em Infra-estruturas Prioritárias PIIP), ou seja, oitomil milhões de euros sairão directamentedo Orçamento do Estado, ficando osrestantes 70 por cento a cargo dasparcerias entre os sectores público eprivado. Estes números são fortementeelucidativos do interesse do actualExecutivo no crescimento da economiaportuguesa, facto que ajudará aosurgimento de novos postos de trabalho.Ainda segundo Manuel Pinho, cerca de11,652 milhões de euros, do total doinvestimento, que será como se referiu de25,1 mil milhões de euros,correspondente a 46,6 por cento, serãoassegurados pelo investimento público e13,348 milhões de euros pelo sectorprivado, o que corresponde a 5895milhões de euros de parcerias público-privadas. O programa de investimentospara os próximos quatro anos, referiuainda o responsável pela pasta daEconomia, prevê a criação de 120 milnovos empregos que se traduzirá numcontributo entre 1,3 a 1,7 por cento parao crescimento económico projectadopara este período.Por prioridades, como foi anunciado peloGoverno no CCB, a principal área deinvestimento será nos transportes, com8311 milhões de euros, ou seja, 33 porcento do total, seguida da área da energia,para onde serão destinados cerca de 5573milhões de euros, numa percentagem de22 por cento do total do PIIP.A área do conhecimento e das novastecnologias de informação e comunica-ção receberá uma verba de perto de 18 porcento do total do investimento, cerca de4427 milhões de euros, enquanto opatrimónio natural, turismo e reabilitaçãourbana serão contemplados com 3773milhões de euros, correspondentes a 15por cento do programa.Ambiente com 2131 milhões de euros,áreas sociais com 795 milhões de euros ea expansão da rede de banda larga, com1008 milhões de euros, perfazem osrestantes investimentos nas áreasprioritárias de investimento deste programaapresentado pelo Governo.

RUI SOLANO DE ALMEIDA

dentro de dez anos?”.Nesta primeira fase, lembrou o primeiro-ministro, serão investidos cerca de 1,5 milmilhões de euros para que se possamefectuar estudos mais aprofundados sobreo TGV, uma obra que, recorde-se, estácalculada em perto de 14 mil milhões deeuros. Cerca de 650 milhões serãocanalizados para os novos estudos sobre aOta, cujos custos globais estão avaliadosem perto de três mil milhões de euros.Mário Lino, ministro das Obras Públicas,teve a este propósito ocasião para garantirque o Governo português já assumiu queas linhas ferroviárias de alta velocidade entreLisboa e Madrid e entre o Porto e Vigo,estarão concluídas imediatamente após ofinal da presente legislatura, ou seja pertode 2009.Em relação à linha entre as duas capitaisibéricas, o responsável pela pasta dosTransportes foi ainda mais específico,garantindo que, em 2010, portugueses eespanhóis ficarão ligados por altavelocidade, e um ano depois estaráconcluída a ligação Lisboa-Vigo.Para José Sócrates, o programa deinvestimentos para a legislatura consubs-tancia as prioridades de investimentopúblico, convidando a iniciativa privada aassociar-se e a apresentar projectos capazesde ajudar o país a modernizar-se num prazorelativamente curto.Entre as áreas consideradas fundamentais,no que respeita ao investimento para ospróximos quatro anos, o Governo destacao desenvolvimento da rede de Internet dealta velocidade, conhecida por banda larga,o ambiente, onde a aposta será sobretudodirigida para as energias renováveis, e

cenário deixado pelo anterior governo, queatirou o país para níveis de desemprego hámuito desconhecidos entre nós, vaicomeçar a ser invertido.Neste sentido, como referiu o ministro daEconomia e Inovação, Manuel Pinho, maisde 30 por cento do crescimento previstopara este período será da responsabilidade

Os dados são do ISEG – InstitutoSuperior de Economia e Gestão: aconfiança na actividade económica emPortugal melhorou em Junho, face aosdados conhecidos do mês anterior.Segundo aquele organismo, o indicadormensal de expectativas sobre a evoluçãode curto prazo da economia portuguesaestabilizou nos 44,1 percentuais, cenárioque, para o referido estudo, traduz umaligeira subida em relação a Maio, cujapercentagem se fixou nos 43,8 por cento.Os estudos sobre a confiança daeconomia portuguesa foram trabalhadospela primeira vez pelo ISEG em Outubrode 2004, data a partir da qual aquelainstituição passou a publicar

periodicamente a sua análise na últimaquarta-feira de cada mês.O painel que analisa os dadosdisponíveis sobre a problemática daeconomia portuguesa é constituídopor 16 professores daquela instituiçãodo ensino superior, sustentandoaqueles responsáveis a sua análisenum critério que varia entre o zero e os100 pontos, a que juntam informaçõesprovenientes do Instituto Nacional deEstatística, em relatórios de diversasinstituições especializadas da áreaeconómica e em inquéritos realizadosjunto de todos os docentes dainstituição, privilegiando a análise aforma como os professores vêem a

evolução da economia portuguesa acurto prazo.

O futuro passa pela apostaem I&D

A certeza partiu de Murteira Nabo, basto-nário da Ordem dos Economistas. Paraque a economia portuguesa alcancepadrões sustentáveis de desenvolvi-mento num período relativamente curto,“a aposta terá que ser dirigidapreferencialmente para o investimento naárea da inovação, aumentando a taxaactualmente aplicada no sector deInvestigação e Desenvolvimento (I&D)”.Para este economista, Portugal não terá

alternativa, no curto prazo, a não ser apostarno reforço do investimento na área dainovação, sobretudo aquele ligado àsempresas e ao mercado, aspecto que paraMurteira Nabo, “é a essência que Portugalainda não soube resolver”.O nosso país, lembrou ainda, debate-secom um atraso significativo em termosde inovação, com taxas de investimentoem I&D bastante mais rudimentares doque as verificadas nos restantes paísesda Comunidade, apesar de se notar nosúltimos anos, como referiu, um “esforçoassinalável” de crescimento e interessepúblico por esta área.O problema, como não deixou de subli-nhar Murteira Nabo, “é que não estamos

a criar muita riqueza”, uma vez que“continuamos concentrados nainvestigação básica e científica e nãona investigação para a aplicação emmercado”.A crise que o nosso país atravessa é naopinião deste especialista resultado do“modelo usado de mão-de-obra baratae da quase inexistência de tecnologias”,cenário que só poderá conhecer umareviravolta, se Portugal apostar emnegócios e produtos de futuro, “onde acomponente valor acrescentado passe aconstituir um factor de maior incor-poração”, o que só se conseguirá, comodefendeu, “através de uma aposta sériaem novas tecnologias e em inovação”.

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18 13 JULHO 2005

DIRECTOR Jorge Seguro Sanches [email protected] | DIRECTOR-ADJUNTO Silvino Gomes da Silva [email protected]ÇÃO J.C. Castelo Branco [email protected]; Mary Rodrigues [email protected]; Rui Solano de Almeida [email protected] | SECRETARIADOVirginia Damas [email protected] | PAGINAÇÃO ELECTRÓNICA Francisco Sandoval [email protected] EDIÇÃO INTERNET José Raimundo;Francisco Sandoval | REDACÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E EXPEDIÇÃO Partido Socialista; Largo do Rato 2, 1269-143 Lisboa; Telefone 21 38220 00, Fax 21 382 20 33 | DEPÓSITO LEGAL Nº 21339/88 | ISSN: 0871-102X | IMPRESSÃO Mirandela, Artes Gráficas SA; Rua Rodrigues Faria103, 1300-501 Lisboa

ÓRGÃO OFICIAL DO PARTIDO SOCIALISTAPropriedade do Partido Socialista

w w w . p s . p t / a c c a oToda a colaboração deverá ser enviada para o endereço do jornalou para [email protected]

ORÇAMENTO RECTIFICATIVO

REPOR A VERDADE NAS FINANÇAS PÚBLICASCampos e Cunha foi aoParlamento apresentar oOrçamento Rectificativo.Explicou que o déficeestimado nas contaspúblicas resulta da exclusivaresponsabilidade do anteriorGoverno, que de formadeliberada elaborou umincompetente e irresponsávelOrçamento de Estado para2005.

mais de 800 milhões de euros deinvestimento e mesmo sem contarainda com outras transferências paraas autarquias, veio-se a verificar, comoficou claro na análise efectuada pelaComissão Constâncio às contaspúblicas, que o erro estimado doOrçamento de Estado para 2005 daresponsabilidade do anterior Governo,situava-se em qualquer coisa como5500 milhões de euros.

Os esquecimentospagam-se caro

Com os números a demonstrar que ascontas do Estado caminhavam para umbeco sem saída se nada fosse feito, oministro Campos e Cunha lembrou, aeste propósito, que quando se esqueceos aumentos dos salários e daspensões, quando se esquece ou seignora o défice crónico do ServiçoNacional de Saúde e os problemas daSegurança Social ou quando se retirado défice empresas que não podem delá sair, “é fácil dizer que se reduz adespesa”.Não é inventando receitas “que nãoexistem”, e expedientes contabilís-ticos “que só agravam os déficesfuturos”, também, neste caso é fácilafirmar, lembrou o ministro dasFinanças, “que não se vão aumentarimpostos”.Com tantos erros somados não épreciso ser-se muito complacente parase entender que o OrçamentoRectificativo vai, antes de mais, servirpara “pagar as despesas que outrosprometeram fazer”. Tratou-se pois,como recordou o titular da pasta dasFinanças, de apresentar um Orçamentode recurso, um documento que preparao país para contas públicasverdadeiras, “sem a máscara dasreceitas extraordinárias”.

As contas preto no branco

Como a suborçamentação das contaspúblicas da responsabilidade doanterior Governo constituiu umarealidade em muitos sectores, e porquehá vontade política do actual Executivoem inverter esta panorama, oOrçamento Rectificativo de 2005compreende um reforço na despesa,

mesmo modo, se não se tivesseefectuado a transferência do Fundo dePensões da Caixa Geral de Depósitos,“que salvou o défice em 2004”, nãoestaríamos agora perante o facto de oEstado ter que pagar este ano 470milhões de euros.Ou seja, como lembrou o ministro dasFinanças, “se nada disto tivesseocorrido, então o aumento do IVA nãoteria sido necessário”.

Regimes simplificadosde tributação

O Orçamento Rectificativo que oGoverno viu aprovado no Parlamento,é um instrumento direccionado aocrescimento económico, estabilidadee simplicidade legislativas do quadrofiscal.É proposto neste OrçamentoRectificativo, e no que respeita aindaao combate à fraude, um RegimeExcepcional de Regularização Tributáriade capitais colocados no exterior,medida que se destina, na perspectivado ministro das Finanças, a incentivarregularizações voluntárias e a favorecera aplicação de capitais em Portugal, aqual, como reforçou, “embora nãoisenta de criticas, deu provas de grandeeficácia noutros países”. Mas outras medidas foram aindaanunciadas no capitulo da área fiscal.Estão neste caso a introdução, já em2007, dos regimes simplificados detributação para certos sectores deactividade, ou, em 2005, com base norelatório dos Benefícios Fiscais, aapresentar no próximo mês deSetembro, que serão revistoseliminando perdas de receitas, “emboramantendo os incentivos aoinvestimento em I&D e favorecendo arequalificação ambiental”. Ou seja,Campos e Cunha o Governo ao mesmotempo que pretendem eliminar osbenefícios fiscais que criam distorçõese injustiças, dirigem a atenção doGoverno no sentido de apoiar osinvestimentos que apontam para odesenvolvimento e para a requalificaçãodo ambiente.O Estado e a Administração Públicatambém serão objecto de reformas defundo com a aprovação destedocumento, fazendo a consolidaçãopelo lado da despesa. Neste sentido,diz Campos e Cunha, vão ser feitasauditorias organizacionais aosministérios, “avaliando-se deste modo,processos e serviços” Aos cortescegos e insustentáveis “contrapomosa racionalidade nas poupanças”.Para o titular da pasta das Finanças,este Orçamento, “apesar de ser apenaspara rectificar o anteriormente aprovado,é também um primeiro passo para asreformas necessárias do Estado, daAdministração Pública, da SegurançaSocial e da política fiscal que o paísexige”.

RUI SOLANO DE ALMEIDA

Foi aprovada, por maioria absoluta noParlamento, a proposta de lei doGoverno de Orçamento Rectificativopara 2005.Para o ministro das Finanças, LuísCampos e Cunha, justificava-se aapresentação para discussão eaprovação plenária deste documento,em virtude do Orçamento de Estado para2005, da responsabilidade do anteriorGoverno, apesar da aritmética correcta,estar carregado de problemas.De facto, como também assinalou, odocumento tinha uma aritméticacorrecta, “mas o Orçamento estavaerrado”.Para o responsável da pasta dasFinanças, a aparente certeza dascontas do anterior Executivo, escondia,afinal, “um premeditado engano”,como mais tarde se veio a revelar nasconclusões da Comissão Constâncio.De facto, lembrou Campos e Cunha,foram diversos os erros detectados noOrçamento para 2005 apresentado eaprovado pelo anterior Governo.Do lado da receita para o corrente ano,admitia-se erradamente a recolha peloEstado de receitas extraordinárias quese vieram a mostrar impossíveis deutilizar, e isto, como lembrou oministro, “por terem sido recusadaspelo Eurostat, ou antecipadas paradisfarçar o défice de 2004, ou aindaporque nem sequer existiam”.A este cenário, acresce ainda o factode se somarem dividendos que asempresas públicas não tinham para darao Estado. Apresentaram-se receitasde mais de 2500 milhões de euros dereceitas que desapareceram.Igualmente do lado da despesa foramdetectados erros que urgia rectificar. Éo caso, por exemplo, do ServiçoNacional de Saúde que estavasuborçamentado. Os aumentos dossalários e pensões dos funcionáriospúblicos foram esquecidos, o que querdizer que estes trabalhadores nãotinham verbas inscritas no Orçamentopara este ano para os aumentos dosseus vencimentos. As pensões esubsídios de desemprego daSegurança Social, que o anteriorGoverno “sabia que tinha que pagar”,não foram contemplados e finalmenteo Instituto de Estradas, “que se sabianão poder desorçamentar”, foi pura esimplesmente omitido.Contas feitas, e já depois de cortar

SEIS MEDIDAS DE COMBATE À EVASÃO

- Criação de mecanismos que obstem às práticas evasivas, vulgarmentedenominadas de «lavagem do dividendo»;

- Limitações à dedução de prejuízos de modo a evitar indevidasmanipulações com os prejuízos fiscais das empresas;

- Ajustamentos em matéria de cálculo da dedução de imposto pago noestrangeiro, pondo fim a vantagens injustificadas do sistema actual;

- Mecanismos que tornem a factura, de facto, obrigatória;- Autorizações legislativas no âmbito do IVA que obstem à fraude em áreas

de particular risco, como sejam, as transacções imobiliárias.

Um, José Miguel Júdice,militante do PSD que aceitouser o mandatário da candida-tura PP de Maria José NogueiraPinto em Lisboa, não compre-ende a indignação de algunsmilitantes do PSD por ter aceitetal função na lista: “Não queroacreditar que só se pode terliberdade fora dos partidos”,terá dito.

Dois, Alberto João Jardim,numa das suas quase normaisintervenções políticas, foi mais uma vez capazdaquilo a que nos habituou durante décadas depoder: um caciquismo irresponsável com toquesde populismo:

«Portugal já está sujeito à concorrência de paísesfora da Europa, os chineses estão a entrar por aídentro, os indianos a entrar por aí dentro e ospaíses de Leste a fazer concorrência a Portugal»(…)«Está-me a fazer um sinal porquê? Estão aí unschineses? É mesmo bom para eles ouvirem porqueeu não os quero aqui»Alberto João Jardim (no encerramento da festa‘48 Horas a Bailar’), Lusa, 4/7/05

Depois foi o habitual.A generalidade da classe política portuguesacriticou Jardim (e diga-se na verdade sem grandesconsequências) e o PSD em especial utilizou avelha táctica do futebol – de que a melhor defesaé o ataque – Marques Mendes depois de considerarpouco felizes as declarações de Jardim passou acriticar o Governo por, segundo ele este não teractuado perante as “infelizes” declarações deJardim.A contra-reacção de Jardim não se fez esperar edepois do Conselho Regional do PSD/ Madeirater censurado as atitudes do presidente nacionaldo partido, Marques Mendes, e sustentado ser“inconveniente” a sua presença na festa regionalsocial-democrata madeirense marcada para o dia24, no Chão da Lagoa, Alberto João acusou,domingo, a liderança de Marques Mendes de estara «rebentar com o PSD» e a fazer «uma caricaturade oposição» ao PS.

Três e conclusão, ao contrário do que pensaJosé Miguel Júdice, há mesmo muita liberdadedentro dos partidos e em especial no PSD. Comose constata, e de uma assentada, Jardim pôdefazer declarações xenófobas, considerar o seu líderpersona non grata e demonstrar toda a fraquezado maior partido da oposição.

NOTA FINALAlberto João Jardim e JoséMiguel Júdice deram nosúltimos dias uma ideia sobreo principal partido daoposição.

medida inevitável para se repor averdade e corrigir os erros.Assim, vão ser cativados ao ServiçoNacional de Saúde cerca de 1800milhões de euros, para a SegurançaSocial 399 milhões de euros, para aCaixa Geral de Depósitos 275 milhõese 315 milhões de euros serão afectosàs Estradas de Portugal.Com este reforço de verbas, comodisse Campos e Cunha, vai serpossível pagar a saúde dosportugueses, as pensões dosreformados e os investimentos maisurgentes em infra-estruturas. Mas vaiainda pagar os aumentos salariais dosprofessores, a ADSE dos funcionáriospúblicos e os subsistemas de saúdedas Forças de Segurança e das ForçasArmadas.Mas se do lado das despesa a justiçaem alguns casos é reposta com aintrodução destas medidas, do lado dareceita foram igualmente anunciadasalguns pontos que importa reter. Comoafirmou o ministro das Finanças, emtermos de receitas fiscais, “esteOrçamento prevê um aumento de 6,7por cento face ao ano anterior”, umainevitabilidade, que certamenteajudará, por outro lado, a que o ritmode crescimento da colecta de impostospossa atingir, senão o dobro, pelomenos se aproxime muito do PIBnominal. É verdade, e o ministro dasFinanças não deixou de o reconhecer,que o aumento do IVA, de 19 para 21por cento, ajudará certamente aconsolidar esta projecção, mas nãodeixa de ser evidente, mesmo para ospartidos da oposição, o esforço que oGoverno liderado por José Sócratesestá a desenvolver, comresponsabilidade directa do Ministériodas Finanças, no sentido de umaverdadeira luta contra a fraude e aevasão fiscais.Mas tudo poderia e deveria serdiferente, como defendeu Campos eCunha, se o anterior Governo tivesseapostado em contas públicas sérias esem ter recorrido a subterfúgioscontabilísticos.Com efeito, se a titularização doscréditos fiscais, “que salvou o déficeem 2003” não tivesse sido o que foi,“o Estado não teria que pagar este anomais de 400 milhões de euros”. Do

JORGE SEGUROSANCHES

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ACTUALIDADE

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1913 JULHO 2005 PARLAMENTO

MULHERES SOCIALISTAS

CRIAR CONDIÇÕES PARA MELHORAR PARTICIPAÇÃO FEMININAEstabelecer uma rede interactiva decomunicação entre as mulheresdisponíveis para participar na vida políticaportuguesa e criar um núcleo duro deespecialistas na formação de quadrostécnicos femininos para o exercício deactividades públicas, em especial a níveldo poder local, foram os objectivos centraisdo seminário “WCD – Women Can Do it”(as mulheres conseguem), que decorreunos dia 8 e 9, na Assembleia da República.Esta iniciativa, promovida em conjuntopelo Departamento Nacional de MulheresSocialistas (DNMS) e pela bancada doPS, contou com o incentivo e o apoio dedeputadas do PS norueguês e daEmbaixada da Noruega, país onde estecurso foi ministrado pela primeira vez, em1995.Segundo a presidente do DNMS, SóniaFertuzinhos, para a acção de formaçãoforam escolhidas 35 mulheres comactividade política, as quais ficaramhabilitadas a transmitir os conhecimentosadquiridos em áreas diversas,nomeadamente ao nível da comunicação.“Estas 35 formadoras poderão dinamizar,nos diferentes distritos do país, outrosseminários WCD com vista a criarcondições para uma maior integraçãofeminina no universo político-partidário

português”, considerou.Na qualidade de moderadora da sessãode lançamento do curso, SóniaFertuzinhos sublinhou o papel que o PStem desempenhado no agendamento dasquestões da igualdade, postura que temcontribuído de forma determinante parauma maior visibilidade destaproblemática.“O Partido Socialista assume-se comoreferência na luta pela igualdade, e nós asmulheres do partido temos agora umambicioso objectivo pela frente que passapor cumprir a quota dos 33 por cento departicipação feminina nas listas para aseleições autárquicas de Outubro”,adiantou a deputada, para quem o WCDconstitui “um sinal de esperança e umestímulo”.“Esta acção de formação é um ponto de

partida para o estabelecimento de uma redeque deverá estender-se a todo o país, comvista a operar uma viragem no panoramada luta pela igualdade de oportunidades”,adiantou Sónia Fertuzinhos.Por sua vez, a parlamentar socialista LeonorCoutinho sublinhou a importância de umapedagogia de proximidade, que permitatreinar mulheres em matéria de atitudes etécnicas políticas, vincando ainda e deforma incisiva a crucialidade estratégicada criação de redes de interacção quepermitam combater eficazmente asensação de isolamento que muitasmulheres experimentam quando tentamentrar na luta política.Também a deputada Maria de BelémRoseira saudou a iniciativa, descrevendo-a como “fonte de confiança e de reforçoda auto-estima” feminina, minada desde

REQUERIMENTOS

O PS PERGUNTA

Assunto: Requerimento ao ministrodas Finanças relativo ao apoio da CaixaGeral de Depósitos a candidaturasautárquicasApresentado por: Alberto AntunesAssunto: 1º ciclo do Ensino Básico –Equipas Multidisciplinares, uma apostanecessáriaApresentado por: Jovita LadeiraAssunto: Capacidade de endivida-mento e empregabilidade da CâmaraMunicipal de Vila Pouca de AguiarApresentado por: Maria HelenaRodriguesAssunto: Ilha de Tavira com projectourbanísticoApresentado por: Jovita LedeiraAssunto: Aeroporto da OtaApresentado por: Osvaldo de Castroe Odete JoãoAssunto: Lear CorporationApresentado por: Miguel Laranjeiro,António José Seguro, Isabel Jorge eRicardo GonçalvesAssunto: Julgados de PazApresentado por: Odete João eOsvaldo de CastroAssunto: Questões de relevância parao concelho de SabrosaApresentado por: Jorge AlmeidaAssunto: Questões de relevância parao concelho de Mesão FrioApresentado por: Jorge AlmeidaAssunto: Da existência de autos decontra-ordenação levantados pelaInspecção-Geral do Ambiente e deprocessos do Pólo do Ambiente àCâmara Municipal das Caldas da Rainhapor descargas ilegais para a lagoa deÓbidosApresentado por: António GalambaAssunto: Ministério da Defesa – OGMAApresentado por: Leonor CoutinhoAssunto: Alternativa à EN 229 entreSótão e ViseuApresentado por: Miguel Ginestal eJosé JunqueiroAssunto: Recolha e transporte deresíduos industriais banais no distritode ÉvoraApresentado por: Carlos Zorrinho ePaula Nobre de DeusAssunto: Planeamento familiarApresentado por: Teresa Venda, Mariado Rosário Carneiro, Isabel Jorge, AnaCouto, Luís Braga da Cruz e Teresa PortugalAssunto: Execução da Lei daInterrupção Voluntária da GravidezApresentado por: Teresa Vendas,Maria do Rosário Carneiro, Isabel Jorge,Ana Couto, Teresa Portugal, Odete João,José Vera Jardim e Luís Braga da Cruz

INICIATIVAS

O PS PROPÕE

127/X/1 Elevação da povoação deAncede, no concelho de Baião, àcategoria de vila (2005-07-06)122/X/1 Altera a Lei Orgânica nº 15-A/98, de 3 de Abril, flexibilizando osmecanismos de realização de referendos,bem como Lei nº 13/99, de 22 de Marçoe o decreto-lei nº 319-A/76, de 3 deMaio (2005-06-28)422/IX Promoção e valorização dos bor-dados de Castelo Branco (2005-6-8)

os tempos do Estado Novo.“As mulheres demonstram uma certainibição para falar em público e paraexercerem actividades públicas”, pelo que“seminários como o WCD são iniciativasde uma importância extraordinária noesforço colectivo pela criação decondições para a participação femininade forma justa e equitativa”, frisou a ex-ministra da Saúde e para a Igualdade.A participante Isabel Robalinho não podeestar mais de acordo com estas opiniõesao fazer um balanço muito positivo dainiciativa, que descreveu como “uma ideiagenial”.“Este seminário deu-nos confiança e foiuma excelente oportunidade de partilhade experiências, porque nos fez sentir quenão estamos sozinhas”, disse.

MARY RODRIGUES

LEI DO REFERENDO E LEI-QUADRO DA ÁGUAEm vésperas do Parlamento entrar de férias(dia 28 de Julho a Assembleia daRepública discutirá a proposta de lei doExecutivo sobre as Grandes Opções doPlano para 2006), foram diversas asintervenções de deputados do PartidoSocialista que importa referir.Coube a Vitalino Canas conduzir aapresentação do projecto de alteração álegislação sobre referendos. Esta iniciativado PS, como referiu o deputado socialista,pretende melhorar as condições para umacidadania activa, ajudando a dar mais umpasso no aprofundamento dosmecanismos democráticos departicipação directa dos cidadãos na vidapolítica.Justificando a apresentação do projecto-lei sobre o referendo, Vitalino Canassublinhou a sua importância, numa alturaem que “tanto se fala de déficedemocrático, de desprestígio dasinstituições políticas e de enfraqueci-mento dos governos nacionais”.Para o PS, referiu, o referendo tal comooutros instrumentos de democraciasemidirecta, constituem “utensíliosincontornáveis”.No caso do referendo nacional, reconhece,também pesa o facto de o processo estaronerado e condicionado por uma sériede limites materiais, formais ecircunstanciais que torna muitas vezesimpossível a sua oportuna convocação.É sintomático, refere, que já tenham sidoinviabilizados, “por razões de ordemessencialmente formal”, tantos referendoscomo aqueles que se realizaramefectivamente.Esta realidade acentua-se, na sua opinião,porque “temos que percorrer diversostrâmites formais”, que normalmente

englobam, três órgãos de soberania, factoque “poderá prolongar o processo até seismeses”.É com os olhos nestas e noutrasdificuldades, e como objectivo de asultrapassar, que o Partido Socialistaapresentou no Parlamento o projecto delei 122/X.Reconhecendo que não é possível semrevisão constitucional suprimir algunsconstrangimentos, o diploma apresentadopelo PS vai permitir e facilitar, naperspectiva de Vitalino Canas, “aconvocação de referendos, flexibilizandoou suavizando algumas das regras a queactualmente o instituto do referendo estásujeito”.De entre as alterações defendidas por este

projecto lei, o PS propõe oalargamento do intervalotemporal dentro do qual oPresidente da República podemarcar a data de um referendo,obviando o que actualmentesucede, que espartilha o Chefede Estado a marcar o refe-rendo para uma data entre o60º e o 90º dia a contar dapublicação do decreto deconvocação. Na proposta doPS, ao invés, o intervalo detempo passa para um mínimode 40 dias para um máximopara 180 dias.Na opinião de Vitalino Canas,o PR fica, com esta proposta,com margem de manobraacrescida, que lhe permitirámaior liberdade na avaliaçãodas condições políticas, daurgência da questão, danecessidade de esclareci-

mento público e do calendário eleitoral.

Lei-quadro da Água

A lei-quadro da água e a titularidade dosrecursos hídricos foi outro dos temaslevados pelo Governo ao Parlamento.O deputado Renato Sampaio lembrou aeste propósito que a União Europeiaaprovou em 2000, durante a presidênciaportuguesa, a directiva Quadro da Água.Já lá vão, portanto, cinco anos. O actualprimeiro-ministro, José Sócrates,enquanto ministro do Ambiente noanterior Executivo liderado por AntónioGuterres, desempenhou, segundo RenatoSampaio, “um papel determinante noaprofundamento e na condução de todo

o processo negocial”, mas agora,volvidos cinco anos, “deparamo-noscom o facto de essa directivacomunitária não ter sido ainda transpostapara o direito interno, colocando Portugalem incumprimento desde 22 deDezembro de 2003”.No sentido de se ultrapassar este atraso,Renato Sampaio defende a aprovaçãodas iniciativas do Governo, em relação àlei-quadro da Água e da titularidade dosrecursos hídricos, de forma que emDezembro de 2006, “fiquem operacionaisos programas de monitorização para agestão da água, e em fins de 2008concluídos todos os planos de gestãodas bacias hidrográficas bem como asua publicação em 2009. Tudo isto,como referiu, para que em 2015 “estejagarantida a qualidade de todas as nossaságuas, especialmente as de consumo”.Também o deputado Marcos Sá abordouesta temática, referindo que o novoenquadramento institucional apresentadopelo Governo, “harmoniza-se com oprincípio da região hidrográfica comounidade principal de planeamento egestão”, tal como está estabelecido peladirectiva 2000/60/CE, do ParlamentoEuropeu e do Conselho, de 23 de Outubro.A partir de agora, como recordou, esegundo o novo enquadramento, sãocriadas cinco Administrações de RegiãoHidrográfica (ARH), cujas sedescoincidem com as das actuais CCDR.Segundo a proposta do Governo, passampara as ARH as actuais competências dasCCDR em matéria de licenciamento efiscalização de recursos hídricos, bemcomo os meios materiais e humanos.

R.S.A.

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