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Construção de Excelência Fernando Saldanha, Administrador do Grupo IMC, acabou de finalizar o empreendimento Rio Tinto Residence, e quer construir novos empreendimentos para «construir cidade» e mais valor para os clientes e parceiros. A aposta no Brasil será para continuar e crescer no futuro. Nº 155 Mensal Agosto 2015 2.20# (IVA incluído) Francisco Manuel Santos Administrador do Grupo Santos Manuel Joaquim Caldeira Presidente da Manuel Joaquim Caldeira, Lda. Manuel Mateus Presidente do Grupo Mateus DOURO INTERIOR QUER DESENVOLVIMENTO E MELHOR QUALIDADE DE VIDA

Nº 155 Mensal Agosto 2015 (IVA incluído) · Fernando Saldanha, Administrador do Grupo IMC, acabou de finalizar o empreendimento Rio Tinto Residence, e quer construir novos empreendimentos

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1

Construção de ExcelênciaFernando Saldanha, Administrador do Grupo IMC, acabou de finalizar o empreendimento Rio Tinto Residence, e quer construir novos empreendimentos para «construir cidade» e mais valor para os clientes e parceiros. A aposta no Brasil será para continuar e crescer no futuro.

Nº 155 › Mensal › Agosto 2015 › 2.20# (IVA incluído)

Francisco Manuel SantosAdministrador do Grupo Santos

Manuel Joaquim CaldeiraPresidente da Manuel Joaquim Caldeira, Lda.

Manuel MateusPresidente do Grupo Mateus

DOURO INTERIOR QUER DESENVOLVIMENTO E MELHOR QUALIDADE DE VIDA

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2 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015 Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3

Editorial

Nesta edição da PAÍS €CONÓMICO visitámos o interior do Douro, pas-

sando por concelhos como Tarouca, Lamego, Armamar, Alijó, São João da

Pesqueira, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada

a Cinta. Ao contrário do que seria de esperar, não encontrámos desâni-

mo, pois apesar do reconhecimento pela continuada perda populacional,

assiste-se a um forte entusiasmo pelo crescimento sustentado da produção

agrícola e da produção de vinho, bem como na subida das exportações da

pedra natural produzida na região, além do grande impulso que se assiste

no turismo, com particular incidência ao longo do rio Douro.

Esta viagem leva-nos para uma reflexão mais alargada para a situação no

interior do nosso país. Que continua a sangrar do ponto de vista humano,

com muitas pessoas a sair em direção ao litoral, assim como outras a par-

tirem para várias partes do mundo. O reforço das infraestruturas de trans-

portes no interior é importante, obviamente facilitando a mobilidade para

pessoas e bens, tanto para saírem como para entrarem nessas zonas inte-

riores, mas não chega ter boas acessibilidades, infraestruturas escolares e

de saúde, assim como segurança e justiça. É sobretudo preciso que haja

no interior oportunidades para os cidadãos singrarem na vida, poderem

escolher possibilidades de terem presente e futuro, não apenas no plano

pessoal, mas igualmente nos planos profissional e empresarial.

Desde há muitos anos que se fala da aplicação de medidas fiscais, de apoio

à consolidação familiar e à facilidade e apoio à dinamização empresarial

do interior. É óbvio que os poderes centrais e locais podem e devem fazer

mais para aprofundar os diversos mecanismos que incentivem e facilitem

as pessoas a continuarem no interior do país, ou igualmente a estimular

pessoas a irem viver, trabalhar e investirem no interior de Portugal.

Mas, o que entendo ser mais importante é que sejam as próprias pessoas

do interior do país a se mobilizarem e colocarem em prática ações cívi-

cas e económicas que lhe possibilitem agarrar as imensas oportunidades

que existem no interior. O que vimos no Alto Douro e em Trás-os-Montes,

são indicadores que existem movimentos importantes para agarrar essas

oportunidades, tanto dos locais como de pessoas que lá encontrámos e

que vieram de outros sítios do país – e do estrangeiro – para lá agarrarem

oportunidades de vida e de investimento.

JORGE GONÇALVES ALEGRIA

Há presente e futuro no Interior

Ficha TécnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.

Sócios com mais de 10% do capital social› Jorge Manuel Alegria

Contribuinte506 047 415

Director› Jorge Gonçalves Alegria

Conselho Editorial:› Bracinha Vieira › Frederico Nascimento› Joanaz de Melo › João Bárbara › João Fermisson› Lemos Ferreira › Mónica Martins› Olímpio Lourenço › Rui Pestana › Vitória Soares

Redacção› Manuel Gonçalves › Valdemar Bonacho› Jorge Alegria

Fotografia› Rui Rocha Reis

Grafismo & Paginação› António Afonso

Departamento Comercial› Valdemar Bonacho (Director)

Direccção Administrativa e Financeira› Ana Leal Alegria (Directora)

Serviços Externos› António Emanuel

MoradaAvenida 5 de Outubro, nº11 – 1º Dto.

2900-311 Setúbal

Telefone26 554 65 53

Fax26 554 65 58

Sitewww.paiseconomico.eu

[email protected]

Delegação no BrasilJean ValérioAv. Romualdo Galvão, 773 - Tirol - Ed. Sfax - Sala 806CEP: 59020-400Natal - RGN - BrasilTel: 005584 3201.6613

[email protected]

Pré-impressão e ImpressãoLisgráficaRua Consiglieri Pedroso, 90Queluz de Baixo2730-053 Barcarena

Tiragem30.000 exemplares

Depósito legal223820/06

DistribuiçãoURBANOS PRESSRua 1º de MaioCentro Empresarial da Granja – Junqueira2625 – 717 VialongaInscrição no I.C.S. nº 124043

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 54 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

Grande Entrevista

ÍndiceFernando Saldanha é um empresário do sector da construção de créditos firmados. Ad-

ministrador da IMC, acaba de finalizar um importante investimento em Rio Tinto, con-

celho de Gondomar, onde a qualidade construtiva a preços competitivos permitiram que

todo o empreendimento – Rio Tinto Residence – esteja todo vendido na cerimónia da

sua apresentação público. Em entrevista à PAÍS €CONÓMICO, o empresário realça a

sua aposta na requalificação urbana, acreditando que esta poderá ser uma das soluções

para o sector imobiliário do país, embora deseje que algumas alterações na lei permitam

processos mais ágeis e rápidos na aprovação dos processos. Entretanto, assegura, novos

projetos estão na calha, particularmente na região norte do país.

pág. 06 a 10

Dossier Região do DouroNuma viagem de sobe e desce por vários locais da Re-

gião do Douro, a PAÍS €CONÓMICO visitou adegas,

conversou com empresários da extração e transforma-

ção do xisto, além do sector dos transportes. Realmen-

te, se confirmou a pujança e o forte desenvolvimento

do sector vitivinícola duriense, presentemente a maior

mola impulsionadora da economia regional e um forte

contributo para o desenvolvimento económico de Por-

tugal. O turismo ganha cada vez mais credenciais no

rio e nas suas margens, mas ainda é preciso trilhar um

caminho longo e inclusivo para aproveitar cabalmente

as grandes potencialidades da região. E estender esse

aproveitamento para lá das margens estritas do rio, em-

bora com ele conectado e articulado. A Região do Douro

é uma zona que é solução para a economia e sociedade

portuguesas. A conclusão do Túnel do Marão e o inves-

timento na navegabilidade do Douro, serão, certamente,

elementos decisivos para potenciar o desenvolvimento

e a coesão regionais do Alto Douro e Trás-os-Montes.

Prometemos voltar.

pág. 19 a 57

Ainda nesta edição…

12 APS investiu nos portos do Algarve

12 Investimoz apoia primeiro investimento em Moçambique

13 Mota-Engil ganha obra no Brasil

13 Vila Galé constrói novo hotel no Brasil

14 IPDAL organizou Fórum sobre a América Latina

17 Calçado português investe na Colômbia

17 PHC investe no Peru

18 Global Find premiado

18 Lisnave mantém resultados

58 Efapel investe em Espanha

58 Moscatel da Xavier Santana ganha prémio internacional

58 Fidelidade com forte aumento de resultados

Grande Plano

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 76 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› GRANDE PLANO

Fernando Saldanha, Administrador do Grupo IMC – Irmãos Martins da Costa, Construção e Engenharia

Construímos e criamos valor para as cidades portuguesas

Depois de uma vida pública ligada à autarquia de Vila Nova de Gaia, Fernando Saldanha

decidiu enveredar pela atividade empresarial, com incidência no setor da construção. Acaba

de concluir o projeto Rio Tinto Residence, no concelho de Gondomar, um empreendimento

colocado inteiramente no mercado residencial a preços competitivos, «em benefício dos

clientes, ou seja, de todos os que aqui adquiriram apartamentos», sublinhou Fernando

Saldanha, administrador do Grupo IMC – Irmãos Martins da Costa, Construção e Engenharia,

grupo com sede em Vila do Conde. Construir com qualidade constitui o lema da empresa, e

para Fernando Saldanha o grupo que lidera pretende continuar muito focado na reabilitação

urbana e em poder transformar edifícios com problemas em espaços habitáveis, com valor

acrescentado para as empresas e para os parceiros com os quais se relaciona, como foi o

caso da Caixa Geral de Depósitos, no caso do Rio Tinto Residence. Novos projetos já estarão

na calha, acreditando o empresário no potencial do país para desenvolver projetos de

valor como o que acabou de apresentou e que está pronto a ser habitado. No fundo, como

sublinha, «ajudamos a fazer cidade e a gerar mais-valias para toda a comunidade com

quem nos relacionamos», refere o empresário que nesta entrevista à PAÍS €CONÓMICO

também nos fala do seu investimento «ainda pequeno» que realizou no estado de São

Paulo, no Brasil, país onde refere estar em fase de conhecimento para mais tarde se

abalançar a um crescimento superior.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Como tantos outros prédios ina-

cabados que pululam neste país,

existia um edifício nessas condi-

ções na freguesia de Rio Tinto, concelho

de Gondomar. Detido pela Caixa Geral de

Depósitos, estava num estado de degra-

dação há cerca de 10 anos. Degradação

infraestrutural e espaço que albergava al-

guma marginalidade da zona. No fundo,

tinha-se tornado numa espécie de antro

social, além de um ativo que tinha ido

parar às imparidades do banco público

português.

Todavia, houve alguém que acreditou que

poderia mudar a história daquele edifí-

cio. Esse alguém foi Fernando Saldanha,

administrador do Grupo IMC, que depois

de um processo de diálogo com a Caixa

Geral de Depósitos e com o município de

Gondomar, considerou estarem reunidas

as condições para avançar na recuperação

do imóvel, dar-lhe condições de habitabi-

lidade e, consequentemente, colocá-lo no

mercado de habitação. Esse se assim o

pensou, melhor o concretizou.

A PAÍS €CONÓMICO esteve no evento

de apresentação do Rio Tinto Residen-

ce. Num um evento como normalmente

acontece nestes casos, isto é, o promotor

depois de receber o projeto aprovado da

parte do município, chama a comunica-

ção social para informar de que vai edi-

ficar aquele projeto naquele local e que

espera, alguns meses depois, conseguir

colocá-lo no mercado. Desta vez, não foi

isso que aconteceu. A IMC apresentou o

edifício já recuperado e finalizado, pron-

to a ser habitado. E fê-lo para agradecer

ao seu parceiro Caixa Geral de Depósitos

a confiança e a parceira estabelecida com

a sua empresa para viabilizar este investi-

mento, bem como ao município de Gon-

domar, pela compreensão e espírito de co-

laboração que mostrou em todas as fases

do processo.

Antes da cerimónia, em entrevista exclusi-

va à PAÍS €CONÓMICO, Fernando Sal-

danha sublinhou que tinha tido conheci-

mento deste ativo «muito desvalorizado»

que a CGD detinha, mas depois de visitar

o imóvel em estado de forte degradação,

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 98 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› GRANDE PLANO

localizado na Rua Capitão Salgueiro Maia,

em Rio Tinto, considerou que tinha po-

tencial suficiente para merecer a atenção

e, caso as situações convergissem, a inter-

venção do Grupo IMC.

E se bem o pensou, melhor o fez!Depois de um período de conversações

com a Câmara de Gondomar, ficaram esta-

belecidas as condições para a intervenção

da IMC no empreendimento. «Neste imó-

vel, considero que desinvestimos criando

simultaneamente valor. Desinvestimos

porque era um imóvel que estava prati-

camente inativo e constituía mesmo um

espaço que se tinha transformado numa

chaga social em Rio Tinto. Dessa forma, ao

recuperá-lo criámos valor, em primeiro lu-

gar para as famílias que já adquiriram os

40 apartamentos que reconstruímos, criá-

mos valor para o nosso parceiro Caixa Ge-

ral de Depósitos, porque deixou de ter um

ativo que praticamente nada valia, e con-

seguiu não só deixar de ter essa espécie de

passivo, como inclusivamente pode reali-

zar negócio de venda dessas casas às famí-

lias, o que resultou obviamente na pros-

secução do próprio negócio da instituição

financeira, de igual forma, criámos valor

para o município de Gondomar, porque o

máximo que recebia era cerca de 20% de

valor do IMI respeitante ao terreno, pelo

que agora receberá muito mais, fruto da

sua ocupação por 40 famílias, que elas

próprias pagarão os respetivos impostos

municipais. E obviamente que também

criámos valor para o Grupo IMC, que aqui

realizou uma obra de grande qualidade»,

sublinhou Fernando Saldanha.

«Ajudámos a criar cidade»O edifício Rio Tinto Residence consoli-

da a malha urbana de Rio Tinto, e como

afirmou Fernando Saldanha, «ajudou a

criar cidade», ou seja contribuiu para den-

sificar a malha urbana da localidade que

fica muito próxima da cidade do Porto. O

empresário admite que a reabilitação ou

reconversão urbana está dentro dos ob-

jetivos estratégicos da atuação do Grupo

IMC, um grupo já com tradição na cons-

trução em Portugal, pois construiu edifí-

cios em várias localidades portuguesas,

embora com predominância no norte do

país.

«Construir com qualidade, a preços

competitivos, constitui um dos objetivos

da nossa intervenção no setor da

construção. O Grupo IMC não é uma

mera construtora, antes se afigura como

um grupo prestador de um conjunto de

serviços, e queremo-nos dessa forma

distinguir pela diferença, pela qualidade,

pela experiência, e pelo reconhecimento

de que as parcerias que firmamos primam

pela confiança e pelo sucesso em tudo o

que participamos», adianta Fernando

Saldanha.

Novas construções estarão já certamen-

te na calha para um grupo empresarial

que «não pretende crescer a todo o custo,

antes, desejamos firmar um crescimento

sólido, sustentado, e por isso também não

pode ser muito rápido», refere o empre-

sário, admitindo que a área da reabilita-

ção poderá constituir o core business da

empresa. «Depois da crise brutal que se

assistiu em Portugal, de que o setor da

construção recebeu um impacto formidá-

vel, assiste-se agora a um processo de rea-

justamento. Não posso dizer que existem

fortes sinais de otimismo, mas de reajus-

tamento. O que é certo, é que muitos não

conseguem vender os empreendimentos

que constroem, ao contrário, nós, como

aqui comprovámos efetivamente, cons-

truímos e vendemos com rapidez. Signi-

fica que conseguimos colocar produtos no

mercado com qualidade e a preços muito

competitivos. É nisto que nos queremos

focar e desenvolver no futuro», sublinhou

Fernando Saldanha, não querendo deta-

lhar novos projetos futuros, mas deixando

entender que vários poderão estar na ca-

lha para os próximos anos.

No Brasil para aprender e crescerSe Portugal continuará a constituir o

espaço geográfico por excelência da in-

tervenção do Grupo IMC, é de realçar a

presença no Brasil, onde a 60 quilómetros

da cidade de São Paulo, em parceria com

um outro empresário português, montou

uma pequena empresa dedicada à presta-

ção de serviços de interiores para centros

comerciais. «Estamos no Brasil essencial-

mente para conhecer o mercado, saber

como fazer negócios no país, conhecer a

sua cultura empresarial, pois normalmen-

te existe a ideia em Portugal que pelo fato

de falarmos a mesma língua, tudo é igual

por lá à forma como fazemos negócios no

nosso país.

Nada de mais errado. No Brasil há uma

outra cultura empresarial, uma forma

bastante diferente de fazer negócios, in-

cluindo uma legislação diferente, um sis-

tema fiscal complicado e que é necessário

conhecer em profundidade. Estamos na-

turalmente a trabalhar na atividade a que

nos propusemos desenvolver nesta fase

no Brasil, mas estamos lá sobretudo para

conhecer melhor o modo de funciona-

mento do país. Quando estivermos mais

«Criámos Cidade»Na cerimónia de apresentação do Rio Tinto Residence, onde

reuniu colaboradores e parceiros, como foram a Caixa Geral

de Depósitos, a Câmara Municipal de Gondomar e a Junta de

Freguesia de Rio Tinto, Fernando Saldanha sublinhou o fato

de «aqui não estar nenhuma empresa imobiliária, como é cos-

tume nestas ocasiões, e não está aqui nenhuma simplesmente

por este edifício com 40 apartamentos já está todo vendido».

Como «costumo dizer, desinvestimos criando simultaneamen-

te valor, valor para os clientes que habitarão este edifício, valor

para a CGD que recuperou um ativo completamente desva-

lorizado e consequentemente criou valor ao seu negócio que

consiste em apoiar financeiramente famílias que pretendem

adquirir uma habitação, criámos valor para o município, que

passará a receber um valor bem superior de IMI, além de ter

acabado com o autêntico antro social em que esta construção

se tinha transformado. Estamos muito felizes pelo resultado

final, pois ajudámos a fazer cidade e a dinamizar a economia

de Rio Tinto e do próprio concelho», finalizou Fernando Sal-

danha.

Manuela Ferreira e Pedro Tavares, em representação da Caixa

Geral de Depósitos, referiram a grande satisfação por verem

resolvido um problema que a instituição tinha há vários anos,

mas com a concretização de uma «parceria certeira com o Gru-

po IMC na pessoa do Doutor Fernando Saldanha, permitiu

não só resolver esta situação, como o de criar aqui uma mais-

-valia para os nossos clientes que puderam adquirir excelentes

apartamentos por valores muito competitivos e com uma qua-

lidade muito assinalável».

Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, relem-

brou que conhece Fernando Saldanha há 22 anos e depois

de alguns anos em que não se encontraram, mostrou a sua

satisfação pelo reencontro que aconteceu quando o empre-

sário discutiu com o município a que preside a possibilidade

da reabilitação e reconstrução do projeto agora apresentado,

o Rio Tinto Residence. O edil gondomarense adiantou que o

município não fez mais do que a sua obrigação «dentro do

quadro legal existente, foi possível encontrar as soluções que

permitiram a concretização desta obra de recuperação de um

edifício, que eu próprio vi há mais de dez anos como uma pos-

sibilidade para morar. Infelizmente, o edifício nunca chegou a

ser acabado e eu acabei por tomar outra opção para residir. É

agora com muita satisfação e dou aqui os meus parabéns ao

empresário Fernando Saldanha pela excelente obra aqui rea-

lizada e que contribuiu sem dúvida para a revitalização social

deste espaço de Rio Tinto», finalizou o presidente do municí-

pio de Gondomar. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1110 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› GRANDE PLANO

consolidados e com melhor conhecimen-

to do país, obviamente que pretendemos

crescer e afirmar-nos num mercado de

grandes potencialidades», refere o empre-

sário.

Questionado se os problemas sentidos

ultimamente no Brasil por várias cons-

trutoras brasileiras, incluindo as maiores

construtoras do país, Fernando Saldanha,

com as cautelas quês e impõem ao falar

de um país estrangeiro, sublinhou «que

o atual estado que se vive no Brasil po-

derá constituir uma agitação positiva no

país, tornando o mercado da construção

um mercado mais aberto e transparen-

te, menos protegido como aconteceu até

aqui. Penso que será benéfico no futuro

que possa existir maior concorrência no

mercado da construção no Brasil, pois isso

constituirá um benefício, não apenas para

o setor da construção, mas fundamental-

mente para o próprio país», enfatizou o

empresário português. ‹

Da esquerda para a direita: Pedro Tavares (CGD), Fernando Saldanha (Grupo IMC), Marco Matias (Presidente da C.M. Gondomar), Manuela Ferreira (CGD), Nuno da Fonseca (Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto) e Hélder Ferreira (CGD).

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1312 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› LUSOFONIA

CGD adquiriu a maioria do Totta AngolaA Caixa Geral de Depósitos adquiriu a posição indi-

recta que o Santander Totta tinha no Banco Caixa

Geral Totta de Angola, ficando agora o banco pú-

blico português com 51% que os dois bancos parti-

lhavam no banco angolano, pois o restante capital é

detido por investidores locais. O acordo agora con-

cretizado já tinha ficado assinado em 2009, quando

ambos os bancos estabeleceram uma parceria para

desenvolverem a actividade bancária em Angola sob

o âmbito do Banco Caixa Geral Totta de Angola. ‹

Mota-Engil ganha obra no Brasil

O grupo português Mota-Engil ganhou um contrato de 57

milhões de euros para realizar as obras e ampliação de

um terminal portuário gerido pela Vale do Rio Doce no

litoral do estado brasileiro de São Paulo.

Segundo a construtora portuguesa, “estas obras no Terminal Inte-

grador Portuário Luiz Antônio Mesquita (TIPLAM), simbolizam

o retomar da ligação comercial com a Vale, depois de no Malawi

ter sido concretizada a ligação de troços ferroviários por parte da

Mota-Engil no Corredor de Nacala, a maior obra da história da

Mota-Engil, e que contou com a Vale como promotora do projeto”.

O TIPLAM é um terminal especializado no transbordo de fertili-

zantes, mas no futuro com as novas obras, as suas infraestruturas

irão permitir o escoamento de grãos, farelo e açúcar, oferecendo

desse modo uma alternativa para o transporte de mercadorias na

região do Porto de Santos.

Segundo os responsáveis da construtora portuguesa, a obtenção

deste novo contrato em terras brasileiras, “abrirá novas portas”

para o grupo no país. Segundo Gilberto Rodrigues, CEO da Mota-

-Engil África, «claramente pretendemos ter com a Vale uma rela-

ção de cliente e prestador de serviços globais e por conseguintes

em África e no resto do Mundo estaremos sempre disponíveis

para sermos um parceiro de eleição em qualquer desafio que nos

seja lançado». ‹

Presidente do Porto de Luanda visitou Porto de Sines

Estreitar relações portuárias luso-angolanasUma delegação do Porto de Luanda, liderada pelo seu presidente,

Alberto Bengue, visitou o Porto de Sines em meados de Julho,

com o objectivo de conhecer o funcionamento da principal in-

fraestrutura portuária portuguesa.

Entre os diversos pontos visitados merece realce a deslocação ao

centro de Controlo de Tráfego do Porto de Sines, onde foi pos-

sível constatar a integração dos diversos sistemas operacionais

que permitem o rápido despacho dos navios e das mercadorias.

Por outro lado, é de registar que no primeiro semestre deste ano,

o Porto de Sines movimentou 21,8 milhões de toneladas, o que

correspondeu a um crescimento homólogo superior a 25%. Entre-

tanto, em comunicado, a Administração dos Portos de Sines e do

Algarve (APS) informou que decorreram obras de melhoramento

dos portos de Faro e de Portimão, finalizadas no final de Julho.

O investimento concretizado ascendeu a 1,6 milhões de euros no

Porto de Portimão, e a 1,2 milhões de euros no Porto de Faro, tan-

do tido uma comparticipação comunitária de 700 mil euros e de

480 mil euros, respectivamente. ‹

SOFID assinou primeiro contrato do InvestimoZO Fundo Português de Apoio ao Investimento em Moçambique – Investi-

moZ, gerido pela SOFID, assinou em Julho o seu primeiro contrato com o

Grupo Mecwide, com sede em Barcelos. Esta é a primeira operação contratada

pelo fundo que foi criado em 2010 por Portugal e Moçambique, tendo a assi-

natura ocorrido na semana da visita a Portugal do presidente moçambicano,

Filipe Nyusi.

O projeto terá um valor global de 5.050 milhões de euros, cabendo ao In-

vestimoZ o financiamento da empresa Mecwide no valor de 800 mil euros,

tendo em vista a aquisição de uma participação de 90% no capital da empresa

moçambicana MIM. Com esta aquisição o grupo português pretende desen-

volver de seguida a construção de uma unidade industrial metalomecânica,

criando então cerca de 100 postos de trabalho. ‹

Altair Maia escreve livro sobre Logística InternacionalAltair de Sousa Maia, reputado economista brasileiro, escreveu recentemente um

livro que está repercutindo fortemente nas discussões de como melhorar a logís-

tica de transporte entre o Brasil e a África Ocidental.

Especializado em Comércio Exterior, Altair Maia não compreende como ainda é

possível que as mercadorias que saem do Brasil com destino aos países da costa

ocidental africana tenham primeiro de ir a um porto europeu, e daí transborda-

rem para outro navio que as levará ao seu destino em África.

Então, o economista brasileiro escreveu um livro muito interessante e completo,

onde além de sublinhar que “o custo do transporte Brasil-África é o dobro do

que custa da Europa, dos Estados Unidos, da China ou do Japão para a África”,

enfatiza que com “um sistema de transporte marítimo bom, rápido e barato po-

derá colocar o Brasil em igualdade de condições com os Estados Unidos, Europa,

Índia, China e Japão, na disputa pelos mercados da Costa Oeste de África”. A ler

com atenção. ‹

Vila Galé chega ao Rio Grande do NorteO grupo Vila Galé vai construir a sua oitava unidade hoteleira no Brasil, com um novo resort em Touros, cidade a cerca de 80 quilómetros

de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. O grupo liderado por Jorge Rebelo de Almeida vai concretizar um investimento de

28 milhões de euros e que deverá ter abertura em Setembro de 2017.

A futura unidade de Touros, localizar-se-á em frente à praia, terá 500 quartos, três restaurantes, um SPA Satsanga, um Clube Nep para as

crianças, um Centro de Convenções com cerca de 1.700 metros quadrados, um centro naútico, um campo de futebol, um campo multiu-

sos, um campo de ténis e três piscinas exteriores. Ainda segundo o grupo português, a nova unidade “é importante para preencher uma

lacuna de Natal que, apesar de bem servida de hotéis, não tem resorts com esta dimensão”. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1514 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› LUSOFONIA › Brasil

Fórum Empresarial “Internacionalizar para a América Latina”

As empresas portuguesas podem ter um papel importante na América Latina

Paulatinamente, a América Latina possui uma importância crescente na evolução da

economia portuguesa. E já não é só com o Brasil com o qual a nossa economia possui

uma relação forte, e que representa ainda praticamente 50% do total do comércio com

o grande espaço latino-americano do continente americano. Segundo dados apontados

por Paulo Neves, presidente do IPDAL – Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da

América Latina, no presente, entre 4 a 5% do total das exportações portuguesas para o

mundo tem como destino a América Latina, espaço geográfico de onde vêm cerca de 3%

das nossas importações. Apresentar e debater as potencialidades de crescimento desse

relacionamento, constituiu o mote para o Fórum Empresarial “Internacionalizar para a

América Latina”, que uma vez mais, o IPDAL levou a efeito em parceria com a Caixa Geral

de Depósitos, e onde marcaram presença as representações diplomáticas dos doze países

latino-americanos acreditados na capital portuguesa.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

O espaço da América Latina, que

vai desde o México na parte mais

a norte do continente america-

no, até ao Chile e Argentina na sua pon-

ta mais ao sul, constitui um espaço com

vinte economias. «Todas com bastante in-

teresse para Portugal, embora umas com

maior potencial e com as quais o nosso

país possui um relacionamento mais for-

te. Mas, de uma maneira geral, eu diria

que a globalidade das economias latino-

-americanas constituem um espaço deve-

ras interessante para o relacionamento

económico e empresarial do nosso país»,

sublinhou Paulo Neves, presidente do

IPDAL.

Por outro lado, Paulo Neves lembrou tam-

bém as previsões que apontam para um

crescimento médio no próximo ano na

ordem dos 3% no continente latino-ame-

ricano, o que configura «amplas possibili-

dades de aposta estratégica das empresas

portuguesas neste amplo espaço geográ-

fico internacional. Além de que é preciso

também sublinhar que o nosso país possui

uma excelente imagem na América Lati-

na, imagem que se estenda obviamente às

empresas portuguesas, vistas normalmen-

te como mais-valias para estabelecer par-

cerias empresariais com empresas locais

bem como no apport de conhecimento e

de know how que contribui para fortalecer

as economias locais», enfatizou o líder do

IPDAL, para ainda referir a existência de

instituições financeiras à escala da Améri-

ca Latina, como são os casos do BID e da

CAF, que possuem mecanismos de apoio

ao investimento e ao estabelecimento de

negócios na região latina-americana do

continente americano.

Um conhecimento cada vez mais amplo

entre a economia portuguesa e o conjunto

das economias latino-americanas consti-

tui um desafio que as diversas autoridades

portuguesas, a começar pelo Ministério

da Economia, pela Aicep Portugal Global

e pelo próprio IPDAL tem prosseguido

sobretudo através da realização de mis-

sões empresariais portuguesas a diversos

países da América Latina, assim como no

apoio na receção de visitas de empresas

latino-americanas a Portugal.

Pedro Ortigão Correia, administrador exe-

cutivo da Aicep Portugal Global, destacou

o facto da América Latina comportar cer-

ca de 560 milhões de habitantes, o que a

tornam um importante mercado à escala

global. O representante do organismo

português encarregue da promoção ex-

terna do país recordou ainda algumas das

maiores empresas portuguesas na Amé-

rica Latina, como sejam a TAP, os grupos

hoteleiros Pestana, Vila Galé, as construto-

ras Mota-Engil, Martifer e Teixeira Duarte,

bem como a EDP e a Sonae Sierra, entre

muitas outras de grandes, médias e peque-

nas dimensões.

É desejável crescer na América LatinaO ministro português da Economia, An-

tónio Pires de Lima, esteve também nes-

te fórum empresarial da iniciativa do

IPDAL, onde sublinhou que «existe uma

vontade genuína de aprofundar o diálogo

com os países da América Latina, onde a

aproximação linguística constitui um fa-

tor importante na aproximação entre os

Jaime Durán, República Dominicana e Jorge Arguello, Argentina

Paulo Lemos, Presidente do Ipdal e Maria João Carioca, Administradora da Caixa Geral de Depósitos

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1716 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› LUSOFONIA › Brasil

povos». Adiantando a convicção de que o

“copo está meio cheio” no relacionamento

de Portugal com a área latino-americana,

António Pires de Lima lembrou a impor-

tância do aumento da importância das

exportações no PIB português, que repre-

sentavam apenas 28% em 2009, e que já

ultrapassaram os 41% no ano passado. O

ministro da Economia quer os empresá-

rios portugueses a exportarem mais para

a América Latina, mas também pretende

que as nossas empresas aumentem os

investimentos naquela região do mundo,

e lá façam o maior número de negócios

possível.

Da mesma forma, Pires de Lima salientou

que investimentos de empresas de países

latino-americanos em Portugal «são muito

bem-vindos».

Foram vários os embaixadores e conse-

lheiros dos países da América Latina re-

presentados na capital portuguesa que

tiveram a oportunidade de discursarem

para uma plateia de quase três centenas

de empresários portugueses que ocupa-

ram parte importante do Grande Auditó-

rio da Culturgest, a sala de eventos da sede

da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.

A existência de grandes oportunidades

de investimento e de negócios na grande

maioria dos países latino-americanos, e de

cada um em particular, dominou a tónica

das intervenções de todos os diplomatas

acreditados em Lisboa.

A evolução das relações económicas e

empresariais entre Portugal e cada uma

das economias latino-americanas dos paí-

ses com acreditação no nosso país ficou

vincada nos diversos discursos, com um

acento tónico sobretudo no potencial de

desenvolvimento futuro, pois todos afir-

maram acreditar que as empresas portu-

guesas têm espaço nas suas economias,

tanto em temos de atuação individual,

como essencialmente no desenvolvimen-

to de investimentos e de negócios em par-

ceria com empresas locais de cada um dos

países da região.

Por outro lado, vários embaixadores subli-

nharam a evolução dos quadros normati-

vos e do respetivo ambiente de negócios

que permite em muitos desses países o

estabelecimento regular de empresas es-

trangeiras, entre as quais as portuguesas,

naturalmente, assim como a repatriação

dos respetivos lucros obtidos no desenvol-

vimento da atividade empresarial nesses

países. Não constituindo ainda um pro-

cedimento completamente generalizado

nos países da América Latina, foram vá-

rios os que enfatizaram essa evolução nos

respetivos países. No Fórum Empresarial

“Internacionalizar para a América Latina”

estiveram presentes as seguintes perso-

nalidades dos países latino-americanos:

Germán Santamaria, embaixador da Co-

lômbia, José Ignácio Korzeniak, embaixa-

dor do Uruguai, Jaime Durán, embaixador

da República Dominicana, Jorge Arguello,

embaixador da Argentina, Enrique Ro-

mán-Morey, embaixador do Peru, Enrique

Mineur de Vitte, embaixador do Paraguai,

Alfredo Pérez-Bravo, embaixador do Mé-

xico, Melne Martínez, encarregada de

Negócios da embaixada de Cuba, Ximena

Alves, conselheira da embaixada do Chile,

e Daniella Xavier, conselheira da embaixa-

da do Brasil. ‹

Alfredo Perez-Bravo, México

Paulo Lemos, Presidente do Ipdal

Pedro Ortigão Correia_ Aicep Portugal Global

German Santa Maria, Colômbia & José Ignácio Korzeniak, Uruguay

Grupo Alfa em SinesUma delegação da empresa mexicana GTP, pertencente ao Grupo

Alfa, visitou o Porto de Sines, onde estiveram acompanhados por

representantes da petrolífera portuguesa Galp Energia, tendo por

objetivo conhecer as potencialidades desta infraestrutura portuá-

ria.

Na reunião, o presidente da APS, João Franco, referiu a capacidade

do Porto de Sines em movimentar qualquer tipo de mercadorias

nos seus diversos terminais portuários, assim como a existência

de áreas disponíveis para a instalação de empresas dentro da área

portuária e na zona industrial e logística adjacente ao porto.

O Grupo Alfa é um importante grupo económico mexicano com

interesses nas áreas petroquímica, componentes para a indústria

automóvel, alimentícia e das tecnologias de informação, operan-

do igualmente na indústria de produtos energéticos. ‹

PHC investe no PeruA PHC, fabricante de soluções de gestão empresarial, decidiu investir cerca de um milhão de euros no Peru, para ali montar a sua base

de operações na América Latina, pois a empresa portuguesa já estuda outros países no continente. A tecnológica portuguesa prevê um

crescimento superior a 5% ao ano, contando já com três parceiros locais, apontando nos primeiros dois anos para o objetivo de atingir

15 parceiros e 200 clientes finais. ‹

Calçado para a ColômbiaNa última semana de Julho, 15 empresas portuguesas da área do

calçado, segundo a APICCAPS, participaram em dois eventos de

moda em Bogotá e Medellin, as duas principais cidades da Colôm-

bia, país que regista um dos maiores crescimentos nas exporta-

ções portuguesas de calçado.

Ainda segundo a associação do sector, esta é a “segunda investida

do calçado português no mercado colombiano”, mercado onde as

“exportações passaram de valores meramente residuais em 2013

para 1,7 milhões de euros em 2014 e estão a aumentar mais de

140% desde o início do ano”, com a expectativa das exportações

de calçado português para a Colômbia atingirem este ano cerca de

quatro milhões de euros. Para além da participação nestas duas

feiras na Colômbia, a APICCAPS promoveu igualmente uma

campanha de comunicação e imagem na América Latina, onde se

incluiu um desfile de calçado na Semana da Moda da Colômbia.

É ainda de realçar que apesar da aposta no mercado colombiano

ser ainda recente, também na última semana de Julho, uma

empresa portuguesa, a Nobrand, inaugurou a sua primeira loja

em Medellin, além de que duas outras empresas deverão fazer

investimentos similares ainda no corrente ano. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1918 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› NOTICIÁRIO

DossierDouro

Aicep Parques ganha prémio internacionalO projeto Global Find, desenvolvido pela Aicep Global Parques,

foi distinguido pelo European Institute of Public Administra-

tion (EIPA), no âmbito dos prémios EPSA 2015. O tema do pre-

sente ano é “O setor público como parceiro para uma sociedade

melhor”, e pretendia premiar a excelência no setor público, iden-

tificando para o efeito projetos particularmente relevantes.

De entre os 266 projetos provenientes de 36 países europeus que

se candidataram, o Global Find está incluído numa short list de

64 projetos a quem serão atribuídos “Certificados de Melhores

Práticas”. A entrega dos prémios decorrerá a 17 e 18 de Novem-

bro, na cidade holandesa de Maastricht.

Entretanto, Francisco Mendes Palma, presidente da Aicep Glo-

bal Parques, em entrevista recente ao Diário Económico, infor-

mou que a empresa que lidera encontra-se em negociações com

cinco investidores chineses para a área logística de Sines, além

de que a Aicep Global Parques também recebeu uma delegação

de consultores norte-americanos que pretendem difundir as po-

tencialidades da zona logística de Sines.

O presidente da empresa pública que gere parques empresariais

em Sines, Setúbal e Albarraque (Sintra), adiantou também do

potencial interesse por parte de grupos europeus, mas, neste

caso, sobretudo para investimentos de novas unidades indus-

triais em Sines. ‹

Guimarães receberá congresso de empreendedoresA cidade de Guimarães vai receber em 2016 a 25ª edição do congresso anual

da rede mundial dos EU-BIC (European Union Business and Innovation Cen-

tres), que reunirá mais de 500 especialistas em Empreendorismo e Inovação

de todo o mundo, entre responsáveis de várias estruturas da União Europeia,

incluindo Comissão Europeia e Direções Gerais. O anúncio da atribuição a

Guimarães da responsabilidade da realização deste evento internacional ocor-

reu em Milão pela EBN – European BIC Network. De referir que Guimarães

concorreu com Paris para receber este evento de nível europeu.

O lema do congresso vai ser “Revisitar o passado, viver o presente, criar o

futuro”. Segundo Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães,

«Guimarães reúne condições únicas para se afirmar como o principal polo di-

namizador do desenvolvimento económico e competitividade». Já para Nuno

Gomes, administrador executivo do BICMINHO, a realização do congresso na

cidade-berço «é o reconhecimento de 15 anos de trabalho do BICMINHO ao

serviço do interesse público da região e do país. Vamos focar a discussão na

indústria e nos serviços de apoio à indústria. E utilizar os setores emergentes

de conhecimento intensivo, a tecnologia e a criatividade como instrumentos

de regeneração e revitalização das indústrias tradicionais». ‹

Lisnave com desempenho positivo no primeiro semestreA Lisnave obteve um desempenho positivo nos pri-

meiros seis meses de presente ano, tendo concretiza-

do reparações em 53 navios pertencentes a 39 dife-

rentes clientes, oriundos de 19 países. Destaque para

a Grécia que neste semestre inicial do ano reparou

16 navios provenientes de 9 clientes, seguida de Sin-

gapura, com 10 navios de 7 clientes, da Alemanha

com 5 navios de 4 clientes e do Reino Unido com 5

navios e 4 clientes. Nas próximas semanas deverão

chegar aos estaleiros da Mitrena, em Setúbal, vários

navios, distinguindo-se os que pertencem ao Grupo

Grimaldi (3), Pheonix Energy (2), Enterprises Ship-

ping & Trading (2), Tsakos Columbia (2), Euronavy

e Teekay Marine. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 21

› HEAD

20 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

IntroduçãoO rio Douro vai receber investimentos de 75 mi-lhões de euros para melhorar as suas condições de navegabilidade e a usufruição turística, além de estrada para o escoamento dos produtos que a região duriense produz, sobretudo vinhos, pro-dutos agrícolas e pedra natural, como é o xisto.Percorremos durante uma semana as duas mar-gens do Douro, embora com maior saliência na margem sul da grande estrada aquática do Norte de Portugal. Subir e descer as encostas e socalcos pejados de vinhas que produzem dos melhores néctares do Mundo, é beber o melhor da alma do Douro e das gentes durienses. Pessoas arreigadas pela sua terra e a sua região, e que a consideram o que de melhor a natureza criou. E tem toda a razão nesse sentimento.Se é verdade que o Douro já é uma das mais im-portantes regiões turísticas do país, ainda assim,

ainda possui muito espaço para crescer. A come-çar pelos próprios portugueses, que em grande medida, ainda não conhecem suficientemente o Douro, e que o deveriam conhecer, tanto para ab-sorver as suas belezas naturais, mas igualmente para perceberem o quanto o país precisa de conti-nuar a investir na região para aprimorar e ajudar a desenvolver as suas potencialidades endógenas. Que são muitas. A região duriense não é um far-do económico-financeiro para o país, muito pelo contrário, é uma solução no desenvolvimento económico de Portugal. A resolução do Túnel do Marão é muito importante, a navegabilidade do Douro é fundamental, mas é preciso expandir as estruturas turísticas e acelerar o desenvolvimen-to industrial resultante da transformação na re-gião de muitos produtos e matérias-primas que brotam daquelas terras de excelência. ‹

Tel.: 279 658 050 • Fax: 279 653 075

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2322 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Comissão Europeia aprovou financiamento do projeto

“Douro’s Inland Waterway 2020”

No dia em que inaugurava o Terminal de Cruzeiros no

Porto de Leixões, a Administração dos Portos do Douro,

Leixões e Viana do Castelo (APDL) anunciou também

um novo projeto de investimento a aplicar para tornar navegáveis

os 220 quilómetros do rio Douro da foz até Barca d’Alva. Esse

projeto está avaliado em 75 milhões de euros e será denominado

“Douro’s Inland Waterway 2020”.

Segundo Brogueira Dias, presidente da APDL, a primeira fase do

projeto, no valor de 4,7 milhões de euros, está prestes a arrancar

depois de ter sido confirmada no passado dia 10 de Julho a com-

participação da União Europeia em 51% ao abrigo do programa

“Aproximar Europa”.

Até ao final do próximo ano deverá estar concluída essa primeira

fase. Já a segunda fase, que consumirá o investimento de 70 mi-

lhões de euros será dedicada à operacionalização de um sistema

que envolve o controlo de tráfego,

o controlo meteorológico, a gestão

intermodal e a gestão portuária,

envolvendo alterações ao canal de

navegação e a modernização das

comunicações. É que dois troços da

foz do rio Tua e do rio Corgo neces-

sitam de ser corrigidos para melho-

rar as suas condições de segurança.

Presente na apresentação do proje-

to esteve o secretário de Estado do

Turismo, Adolfo Mesquita Nunes,

que referiu que «o Douro é um

dos ativos turísticos do país, tem

procura, pelo que o governo tinha

a obrigação de criar condições para

melhorar a experiência turística e

aumentar a segurança». O projeto

“Douro’s Inland Waterway 2020”

será para concretizar até ao final da

presente década, e além de abranger o desenvolvimento da com-

ponente turística, pretende igualmente reforçar o rio Douro como

meio de transporte de mercadorias, não apenas dos tradicionais

vinhos do Porto e do Douro, mas também do granito produzido

na região duriense. ‹

Túnel do Marão com tecnologia inteligenteA Teixeira Duarte adjudicou à Indra um contrato de conceção, instalação e ar-

ranque dos sistemas inteligentes de tráfego (ITS), controlo e comunicações do

túnel do Marão, atualmente em construção e que com cerca de seis quilómetros

será o mais comprido de Portugal e da Península Ibérica.

Com efeito, segundo o contrato estabelecido, a Indra vai equipar o centro de

controlo do túnel do Marão com a solução para gestão de tráfego e túneis Horus,

de desenvolvimento próprio, que integra e permite controlar de forma centra-

lizada os diferentes sistemas inteligentes de tráfego (ITS) localizados no túnel.

Com a tecnologia introduzida no Túnel do Marão, os responsáveis poderão, em

todo o momento, controlar o estado da via e dispor de informação em tempo

real para a tomada de decisões. O elevado nível de automatização das operações

facilitará a gestão rápida e precisa de tudo o que ocorrer no túnel, tanto no que

se refere à gestão quotidiana como a situações de emergência. ‹

Sogrape Vinhos distinguida internacionalmente

Sogrape é a melhor produtoravitivinícola mundialA Sogrape Vinhos foi considerada a melhor produtora vi-

tivinícola mundial de 2015 pela World Association of

Writers and Journalists of Wines and Spirits. O ranking

das 100 principais produtoras a nível mundial elaborada por

aquela associação é elaborado a partir de um vasto conjunto de

critérios. A Sogrape Vinhos participou em 10 dos 75 concursos

avaliados no que resultou na obtenção de 131 prémios, num total

de mais de 3.000 pontos calculados de acordo com a importância

das medalhas em causa e conferindo-lhe um destacado primeiro

lugar nesta importante lista. Depois da quarta posição alcançada

em 2014, a Sogrape Vinhos lidera este ano um ranking que é se-

guida em segundo lugar pela conhecida norte-americana Ernest

and Julio Gallo Family.

Segundo Fernando da Cunha Guedes, CEO da Sogrape, «é com

grande satisfação e orgulho que recebemos esta distinção, que

mostra o reconhecimento internacional pelo caminho que temos

prosseguido nos últimos anos para ser uma referência ibérica de

vinhos de qualidade».

A Sogrape Vinhos produz as conhecidas marcas Sandeman, Ma-

teus Rosé, Gazela e Casa Ferreirinha, estando presente em várias

regiões vitivinícolas portuguesas, e colocando os seus vinhos em

mais de 120 mercados internacionais.

Fundada em 1942 por Fernando van Zeller Guedes, a Sogrape

possui no presente 830 hectares de vinha em Portugal, além de

possuir investimentos em países como a Argentina, Chile e Nova

Zelândia. ‹

Vasques de Carvalho lançou Porto Vintage 2013A Vasques de Carvalho lançou recentemente o seu primeiro Porto Vintage 2013, com um lote

exclusivo de 6.300 garrafas numeradas, o que permite reforçar a estratégia da empresa na

produção de vinhos do Porto premium.

Detentora de cinco hectares de vinhas velhas, implantadas nos socalcos do Vale do Rodo (Dou-

ro), e de um stock de vinhos do Porto, a Vasques de Carvalho apresentou-se no início deste

ano ao mercado enquanto produtor de vinhos do Porto e Douro. De referir que o Vasques de

Carvalho Porto Vintage 2013 está disponível nos mercados no final do corrente ano.

A empresa Vasques de Carvalho é a mais recente marca de vinhos do Porto e Douro e surge

no âmbito de um projeto de investimento de 4,8 milhões de euros. A empresa está desde 2012

a produzir vinhos, mas apenas este ano se apresentou ao mercado. Para esta empresa com

vinhas no Vale do Rodo, a produção de vinho do Porto representa 80% da sua produção, sendo

que além de Portugal, pretende coloca-lo para mercados da Alemanha, Reino Unido, EUA,

Brasil, Canadá e China. Os mercados externos deverão ter um peso de 70% nas vendas da Vas-

ques de Carvalho. A empresa também está a desenvolver o enoturismo, tendo adquirido em

2013 dois armazéns no Pinhão, que já pertenceram à Casa do Douro, onde será desenvolvido o

centro de enoturismo da marca, com posto de venda, visitas guiadas e provas. A sua abertura

está prevista em 2017, quando se concluir um investimento de três milhões de euros, para

recuperação de todas as infraestruturas. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2524 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Manuel Joaquim Caldeira, Administrador de Manuel Joaquim Caldeira, Lda.

«Somos uma das grandes referências na nossa região»

Manuel Joaquim Caldeira tinha apenas 23 anos de idade quando em 1976 decidiu criar a

empresa Manuel Joaquim Caldeira, Lda. com sede em Freixo de Espada à Cinta. Homem

inteligente, muito dinâmico e com uma grande vontade de vencer veria, anos mais

tarde, a sua empresa guindar-se a um patamar de referência na área da construção

nas suas mais variadas vertentes. Começou por pequenas obras na região onde está

inserido e chegou a ser um dos grandes construtores infra-estruturais da Portugal

Telecom. Entrevistado pela PAÍS €CONÓMICO, Manuel Joaquim Caldeira que também

é proprietário da Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira, Lda. diz que o sucesso que tem

tido ao longo da vida não é fruto do acaso. «Tudo foi construído com muito trabalho e

alguma sorte», reconhece.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

A Manuel Joaquim Caldeira, Lda. é

um exemplo vivo da vitalidade

das empresas de raiz familiar,

embora reconheçamos que por vezes

neste tipo de empresas também hajam

alguns registos de insucesso. Que não o

caso da Manuel Joaquim Caldeira, que há

muito se perfila como uma organização

de referência na região de Freixo de Espa-

da à Cinta, dentro da área da construção

nas suas mais variadas vertentes.

«Começámos a atividade em nome in-

dividual, mas a determinada altura do

nosso percurso tivemos que converter

a empresa numa sociedade por quotas

porque passámos a trabalhar muito para

a Portugal Telecom (PT). São imensos os

nossos registos de intervenções para a PT

e, nessa altura, impunha-se transformar

a Manuel Joaquim Caldeira numa socie-

dade por quotas», recorda Manuel Joa-

quim Caldeira, que nesta entrevista se fez

acompanhar de sua filha Sandra Caldeira,

Engenheira Mecânica e que na empresa

exerce o cargo de Diretora Financeira. «É

o meu braço direito», reconheceu o nosso

entrevistado.

Foi parceiro importante da Portugal TelecomManuel Joaquim Caldeira referiu que a

sua empresa desenvolveu um trabalho

muito profícuo com a Portugal Telecom

(PT) e dá alguns exemplos. «Trabalhámos

muito para a Portugal Telecom, desde as

infra-estruturas. Fomos nós que começá-

mos com as fibras óticas na EDP e outras

grandes empresas. Direi que andámos por

todo o lado a implementar este género

de trabalho e outros. Até na construção

da Via de Cintura Interna nós estivemos.

Felizmente que temos a nossa marca em

imensos locais de referência, e isso orgu-

lha-nos imenso», sublinha o empresário

de Freixo de Espada à Cinta, lembrando

que o seu gosto pelo setor agrícola só veio

uns anos depois de ter iniciado a Manuel

Joaquim Caldeira.

«Fui um dos grandes construtores infra-

-estruturais da PT e para esta empresa

trabalhamos um pouco por todo o lado.

Hoje deixámos de fazer esse trabalho para

a Portugal Telecom, até porque se quisés-

semos continuar nesta atividade teríamos

de o fazer integrados num grupo», revela

Manuel Joaquim Caldeira, afirmando sem

rodeios que o sucesso da sua empresa fica

a dever-se a alguns fatores importantes.

«O sucesso dá muito trabalho e também

é preciso alguma dose de sorte. No nosso

caso o sucesso traduz trabalho, preocupa-

ção pela qualidade, muita seriedade, boa

organização, cumprir os prazos na íntegra

com os nossos clientes e sermos os últi-

mos a sair », deixa claro Manuel Joaquim

Caldeira.

Sucesso constrói-se com trabalhoO nosso entrevistado não esconde que

uma boa parte do sucesso que a sua em-

presa tem tido fica a dever-se «ao bom

pessoal que sempre temos tido». «E tam-

bém tive uma grande sorte com os dois

filhos que tenho: Sandra e Paulo Caldeira

(que dirige os negócios da empresa em

Leiria). São pessoas que me têm ajudado

bastante, em quem confio cegamente e a

quem vislumbro um grande futuro. Eles

serão um dia os meus continuadores e

tenho a certeza de que as nossas duas em-

presas estarão bem entregues e que com

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2726 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

eles continuarão a singrar», revelou com

orgulho o fundador da empresa Manuel

Joaquim Caldeira, Lda.

Desejando expandir-se pelo país fora, a

empresa Manuel Joaquim Caldeira, Lda.

tem uma filial em Leiria que é gerida por

Paulo Caldeira.

A partir desta mesma filial a empresa tem

estendido os seus negócios a Coimbra,

Entroncamento, Fornalhas, Beja, Évora e

até numa localidade a poucos quilómetros

de Portimão. «Esta foi uma ideia do meu

filho Paulo que encontrou nela a forma

mais fácil de conquistarmos mercado fora

de Freixo de Espada à Cinta, e os resulta-

dos têm sido francamente muito anima-

dores», afirma sem hesitação Manuel Joa-

quim Caldeira.

Esta empresa de Freixo de Espada à Cinta

dedica-se à construção nas suas mais va-

riadas vertentes. «Trabalhamos em todas

as áreas da construção, principalmente

para as Águas de Portugal. Concorremos a

qualquer obra e estamos habilitados técni-

co e profissionalmente para o fazer dentro

dos máximos parâmetros de qualidade. As

Etar’s, o saneamento e as águas são áreas

onde somos especialistas», exemplificou

Manuel Joaquim Caldeira, administra-

dor desta empresa de Freixo de Espada à

Cinta que em 2014 faturou 10 milhões de

euros e que este ano prevê atingir no mí-

nimo o mesmo volume de negócios», refe-

riu, para dizer também que a sua empresa

possui 150 colaboradores diretos. «Gente

bem qualificada à altura de qualquer desa-

fio», enfatizou Manuel Joaquim Caldeira,

um homem que dá prioridade à formação

de quem para si trabalha. «É uma forma

de garantir o futuro da empresa», diz.

Adega “Quinta dos Castelares”A Adega “Quinta dos Castelares” foi toda

ela concebida por Manuel Joaquim Cal-

deira e é um projeto vocacionado e todo

ele orientado para «um futuro em cresci-

mento».

Foi construída em 2014 e traduziu-se num

investimento de 4 milhões de euros. Ape-

trechada com a mais elevada tecnologia, a

Adega “Quinta dos Castelares” está dota-

da de uma capacidade para 1 milhão de

litros.

«O projeto foi todo ele criado por mim e

traduz um sonho meu. É uma adega vira-

da para o futuro e a sua construção é em

“L”. O vinho que vai ser vinificado nesta

adega é todo ele proveniente de uvas pro-

duzidas por mim. Nesta altura tenho 105

hectares de vinha, mas em 2016 essa área

subirá para 120 hectares, o que permitirá

produzirmos mais de 1 milhão de litros de

vinho.

Estamos já a produzir 30 mil garrafas de

vinho (branco e tinto) Castelares, e uma

parte dele já tem colocação no mercado

externo, nomeadamente na Europa Co-

munitária e ultimamente para Timor»,

revela Manuel Joaquim Caldeira, para di-

zer ainda que preferencialmente utilizará

sempre na sua adega uvas próprias que

lhe garantirão uma produção de grande

qualidade.

No decorrer desta entrevista Sandra

Caldeira, Diretora Financeira da empre-

sa Manuel Joaquim Caldeira, disse-nos

que este é um projeto que tem merecido

da sua parte um empenhamento muito

especial. «Tanto eu como o meu irmão

Paulo queremos beber os ensinamentos

transmitidos nos dia-a-dia pelo nosso pai,

aprender com ele de modo a podermos

um dia seguir os seus passos e podermos

dar continuidade a esta obra magnífica

que ele começou, sempre acompanhados

pelo nosso staff de qualidade», sublinhou

a jovem gestora. ‹

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2928 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Manuel Mateus, Presidente do Grupo Mateus, um dos mais importantes do Douro

Apostamos cada vez mais nas nossas marcas

É considerado um dos maiores empresários de toda a região do Douro, liderando um

grupo de cinco empresas, onde se destaca naturalmente a Mateus & Sequeira – Vinhos,

SA, a maior fornecedora de vinho do Porto para a Gran Cruz, a principal engarrafadora

e exportadora do néctar produzido na mais antiga região vinícola demarcada do Mundo.

Manuel Mateus, presidente do Grupo Mateus, com sede em São João da Pesqueira,

em pleno centro da região do Douro, fundou o grupo em 1998, e ascendeu fruto de

uma visão avançada e de um trabalho e organização persistentes, ao patamar cimeiro

dos produtos durienses. Mas, se o vinho é a sua paixão e a mola impulsionadora do

crescimento atual do grupo, onde também possuem uma importância significativa as

empresas ligadas ao negócio da construção e comercialização imobiliária e de padaria,

Manuel Mateus, uma vez mais dando um passo à frente entre os seus pares, refere nesta

entrevista à PAÍS €CONÓMICO que adquiriu dois lotes na zona industrial de São João

da Pesqueira, onde admite poder vir a instalar unidades industriais de transformação de

azeitona e de amêndoa. Mais, adianta que no que respeita à amêndoa a futura unidade

de transformação «de uma matéria-prima abundante na região do Douro» deverá

ascender a cerca de um milhão de euros. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Apesar da importância económica

e do peso financeiro das empre-

sas ligadas à construção civil e

de padaria, é o vinho, o azeite e a amên-

doa, tudo produções agrícolas que brotam

das terras do Douro, o que mais apaixona

e conduz a vida empresarial de Manuel

Mateus, o empresário que em 1998 deci-

diu avançar na constituição do que hoje

é um conglomerado empresarial de cinco

empresas e que no seu conjunto consti-

tuem o Grupo Mateus & Sequeira.

Realmente, apesar dos investimentos im-

portantes na área imobiliária, particular-

mente centrados no norte do país, como

«o prédio que estamos a construir na Cos-

ta Cabral, na cidade do Porto», refere Ma-

nuel Mateus, ou ainda através da Padouro,

empresa que detém 19 confeitarias em vá-

rias zonas da cidade do Porto, como são a

título de exemplo, na Boavista, na Foz, no

Bulhão, como noutras partes da Invicta, é

no setor agrícola e agroindustrial que se

centram as mais fortes atenções, afetação

de recursos e investimentos presentes do

Grupo Mateus.

O Grupo Mateus assentou a sua estratégia

de produção de vinhos em dois pilares es-

senciais: a existência de vinhas próprias e

a compra de uvas a cerca de dois mil viti-

cultores da região do Douro. Na produção

própria de uvas está a Mateus & Sequeira

– Douro, Lda., já quanto à transformação

e venda do vinho predomina a Mateus &

Sequeira – Vinhos, SA.

O grupo possui várias quintas espalhadas

por vários concelhos da região duriense.

São as quintas Vilarinho (em São João

da Pesqueira), Lousa (em Nagoselo do

Douro), Casal de Varzeas, Espinhosa, Tre-

vões, Pitarrela (em Vilarinho dos Freires),

Vilela (em Valongo dos Azeites) e a famo-

sa Tranqueira (em Vilarouco). Daqui saem

das melhores uvas produzidas em todo o

Douro, que são depois vinificadas nas ade-

gas da Quinta do Cadão, em São João da

Pesqueira, e na unidade de vinificação ad-

quirida em 2013 em Vila Nova de Foz Côa,

numa estratégia de maior aproximação da

transformação mais próxima dos lugares

de produção de uva.

Como referimos, além da produção pró-

pria de uvas originárias das suas quintas,

Manuel Mateus também adquire uvas a

cerca de dois mil viticultores da região du-

riense. Com essa quantidade de produção

de vinho, abastece a empresa Gran Cruz,

o maior potentado na exportação de vi-

nho do Porto, «onde somos com certeza o

maior produtor da região a abastecer este

tipo de empresas, que hoje praticamente

estão reduzidas a cinco, quando há cerca

de duas décadas eram mais de 30 empre-

sas que exportavam vinho do Porto», sa-

lienta Manuel Mateus.

Cadão é a marca principal da empresaEntretanto, se fornecer a matéria-prima

(vinho do Porto) para a empresa que co-

mercializa e exporta fundamentalmente

a marca Porto Cruz, o empresário de São

João da Pesqueira decidiu dar um passo

em frente e passar ele próprio a ser tam-

bém um produtor de vinho do Porto com

marca própria. Deste modo, adianta em

primeira mão à PAÍS €CONÓMICO

que decidiu inscrever a empresa no IVDP

e passará brevemente a comercializar a

marca Cadão no segmento do vinho do

Porto.

Cadão é já hoje uma das mais fortes ban-

deiras do conjunto de vinhos de mesa do

Douro que a Mateus & Sequeira – Vinhos,

SA, coloca nos mercados nacional e inter-

nacional. Cadão Douro Tinto e Branco são

vinhos dirigidos aos segmentos da gama

média alta, sendo que a empresa produz

igualmente vinhos para o segmento mais

elevado do mercado através da marca

CLAMA, além de possuir igualmente a

marca Cabeço do Pote, enquanto vinho

regional corrente.

Com uma importância crescente no por-

tfólio de vinhos da empresa, os prémios

internacionais obtidos têm reforçado a

notoriedade das marcas e da própria em-

presa enquanto produtora de vinhos de

grande qualidade.

Aliás, Manuel Mateus reconhece que «é

uma bênção estarmos inseridos numa re-

gião capaz de produzir vinhos de tão gran-

de qualidade. É evidente que isso se deve

sobretudo ao mérito e à capacidade dos

viticultores do Douro em terem transfor-

mado as suas vinhas, em terem introdu-

zido métodos mais qualificados e eficazes

de produção, mas tudo isso, sublinho, ser-

viu para que o Douro reforçasse de forma

muito significativa a qualidade dos seus

vinhos, o que levou a um natural reconhe-

cimento mundial ainda em maior grau da

qualidade e da excelência dos vinhos do

Porto e do Douro que se produzem nesta

região».

Com efeito, e sem pretender ser exausti-

vo, adiantamos aqui alguns dos principais

prémios nacionais e internacionais rece-

bidos pelas marcas de vinhos da Mateus

& Sequeira: Clama Reserva Tinto 2011,

premiado com a medalha de prata nos

Concours Mondial Bruxelles 2015 e Wine

Masters Challenge 2015; Cadão Reserva

Tinto, premiado com a medalha de prata

nos Concours Mondial Bruxelles 2015,

Wine Masters Challenge 2015 e Concurso

Vinhos de Portugal 2015; Cadão Doc Tinto

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3130 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

2010, premiado com a medalha de ouro

no Concours Mondial Bruxelles 2015 e

com a medalha de prata no Wine Masters

Challenge 2015 e no Concurso de Vinhos

de Portugal 2015.

Por isso, constituindo ainda o mercado na-

cional um dos componentes mais impor-

tantes para o escoamento dos seus vinhos,

a Mateus & Sequeira – Vinhos, aposta

cada vez mais nos mercados internacio-

nais, com realce para mercados como o

Brasil, Angola, Moçambique, França, Bél-

gica, Alemanha e Canadá.

Futuro investimento de uma fábrica para a amêndoaSe os vinhos produzidos no Douro são o

ex-libris da produção agrícola e agroin-

dustrial do Grupo Mateus, no presente,

e provavelmente ainda mais no futuro, a

produção de azeite e de amêndoa, tam-

bém terá uma tendência crescente na di-

mensão dos negócios do grupo. Possuidor

de 40 hectares de olival, dos quais cerca

de 10 hectares plantados recentemente,

Manuel Mateus já produz o azeite com

a marca Vilarinho, cujos 40 mil litros de

azeite são todos vendidos na designada

grande distribuição. O azeite é produzido

num lagar da região com quem o empre-

sário possui um acordo, e embora já tenha

há 15 anos detido vários lagares na re-

gião, «todos foram encerrados porque era

preciso muito azeitona para rentabilizar

essas instalações, e decidimos não prosse-

guir», salienta Manuel Mateus, sem deixar

de referir para a possibilidade de no fu-

turo poder acontecer alguma coisa nesta

área, «até porque adquirimos dois lotes na

zona industrial de São João da Pesqueira,

e se é verdade que pensamos num deles

montar uma unidade industrial ligada à

transformação da amêndoa, o outro po-

derá eventualmente receber uma unidade

de produção de azeite. Mas, ainda nada

está decidido a esse respeito», enfatizou o

empresário.

O que parece estar decidido, nas suas pró-

prias palavras, é a construção da unidade

de transformação da amêndoa, «uma ma-

téria-prima muito abundante na região e

que precisa da existência de uma fábrica

no Douro que aproveite com mais-valias

esse potencial. Projetamos construir essa

unidade na zona industrial de São João da

Pesqueira, e poderemos aí investir cerca

de um milhão de euros», salienta Manuel

Mateus.

Tendo atingido um volume de negócios

em 2013 de 12,6 milhões de euros, o Gru-

po Mateus poderá chegar ao final deste

ano com vendas a atingirem praticamente

os 15 milhões de euros, atingindo então

um patamar de grandeza que não existe

muito na região duriense.

Manuel Mateus é um empresário arguto,

com uma visão apurada dos negócios e

das oportunidades de investimento e de-

senvolvimento. Vê o Douro como o seu

habitat natural e é aqui que espreita novas

oportunidades de crescimento e desenvol-

vimento.

Com o apoio da sua filha Ana Cláudia Ma-

teus, que se ocupa da área financeira do

grupo, e do seu filho Pedro Mateus, mais

ligado à componente de construção e imo-

biliário, Manuel Mateus quer continuar a

evoluir e a colocar o Grupo Mateus como

um dos mais relevantes, não apenas de

São João da Pesqueira, mas de toda a re-

gião do Douro. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3332 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

José Quevedo, Administrador da Vinoquel

A exportação marca o ritmo do nosso crescimento

Vinte anos de história como produtor de vinho do Porto é ainda uma história curta

entre os seus congéneres produtores dos néctares que nascem na mais antiga região

demarcada de produção de vinhos do mundo. Mas, como sublinha José Quevedo,

administrador da Vinoquel, empresa com sede no concelho de São João da Pesqueira,

«apesar de termos apenas 22 anos de existência como empresa produtora de vinhos do

Porto e do Douro, somos provavelmente a empresa que mais tem crescido na região e,

sublinho, já exportamos cerca de 94% da nossa produção, com tendência para subir».

Adianta ainda que a Vinoquel está a ponderar «muito seriamente» realizar dentro

de dois anos um projeto de construção de uma nova adega «de forma a podermos

responder ao forte crescimento registado pelos nossos vinhos».TEXTO › MANUEL GONÇALVES | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

Localizada no concelho de São João

da Pesqueira, no Alto Douro Vinha-

teiro, a Vinoquel produz vinhos do

Porto e do Douro, provenientes das uvas

recolhidas nos cerca de 100 hectares de

vinhas que a empresa possui nos con-

celhos de São João da Pesqueira (na sua

grande maioria), Carrazeda de Ansiães e

Vila Nova de Foz Côa, além de «que ad-

quirimos também algumas uvas de pro-

priedades vizinhas e de alguns nossos

familiares». Tudo para produzir vinhos

de elevada qualidade e que cada vez mais

ganham notoriedade e desejo de serem

consumidos em 29 países no mundo.

O crescimento da empresa enquanto pro-

dutora de vinho é assumida claramente

por José Azevedo, que além de adminis-

trador da empresa é também responsável

pela promoção e pela exportação os vi-

nhos produzidos pela Vinoquel. Sublinha

que «somos os produtores de vinho do

Porto que mais tem crescido nos últimos

dez anos, e deveremos estar entre os três

maiores engarrafadores de vinho da Re-

gião Demarcada do Douro, se excluirmos

as adegas cooperativas e os engarrafado-

res localizados em Vila Nova de Gaia», en-

fatiza José Quevedo.

No início da vida da empresa, o vinho

era sobretudo enviado para os engarra-

fadores tradicionais localizados junto

em Douro em Gaia. Mas, pouco depois, a

estratégia da empresa evoluiu para o en-

garrafamento segundo marcas próprias.

A marca Quevedo é a “porta-estandarte”

da Vinoquel, e aquela que é já no presente

uma referência em várias prateleiras das

garrafeiras nos países onde se encontra à

venda.

Realmente, como sublinha José Quevedo,

«iniciámos o processo de exportação há

cerca de 7 ou 8 anos. Presentemente ex-

portamos já 94% da nossa produção total,

para um conjunto de 29 países, dos quais

os cinco principais são os Estados Unidos

da América, Inglaterra, Holanda, Bélgica

e Dinamarca. Naturalmente que preten-

demos exportar ainda mais, até porque a

evolução mostra-nos que o crescimento

das nossas vendas de vinhos resulta so-

bretudo da maior procura dos mercados

internacionais. Provavelmente, no final

deste ano, os mercados externos repre-

sentarão já entre 95 a 96% do total de

vinho produzido pela Vinoquel», salienta

o jovem empresário de apenas 31 anos, e

que nesta árdua tarefa é coadjuvado pela

sua irmã Cláudia Quevedo, como enóloga,

e pelo seu pai, Óscar Quevedo, que ainda

dirige os trabalhos nas vinhas e olha pela

evolução a adega.

A evolução das vendas de vinhos e do

azeite biológico que a empresa produz em

20 hectares que detém, geraram um volu-

me de negócios de 1,920 milhões de euros

em 2013, mas José Quevedo assegura que

se se mantiver a evolução neste ano das

vendas, então o volume de negócios da

Vinoquel em 2015 deverá quase atingir os

três milhões de euros.

O crescimento é sustentado, assegura o

empresário, e olhando já para o futuro, é

com um sorriso de orgulho que refere que

«se há um ano me perguntasse se tínha-

mos ideias de avançar futuramente com

algum projeto de expansão, eu diria ca-

tegoricamente que não, pois considerava

que possuíamos capacidades completas

para vinificar as uvas que recebemos das

vinhas próprias e dos vizinhos e familia-

res que referi anteriormente. Contudo,

face ao forte crescimento registado, no

presente, já não pensamos dessa forma.

Mais, estamos já a estudar a possibilidade

de efetuar um investimento numa nova

adega, a muito pouca distância da atual,

embora continuamos a rentabilizar obvia-

mente as capacidades já existentes. Mas,

para assegurar o potencial de crescimen-

to, sobretudo vindo do exterior, que esta

empresa e os nossos vinhos registam, é

praticamente inevitável que tenhamos de

avançar nessa expansão. No entanto, ain-

da não sabemos exatamente a dimensão

e os moldes em que poderá ocorrer esse

novo projeto de investimento, mas que

poderá ser iniciado provavelmente dentro

de dois anos», finaliza com visão o empre-

sário de São João da Pesqueira. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3534 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Rui Marques, Diretor Financeiro da Adega Cooperativa de Favaios

«Somos uma marca respeitada em todo o Mundo»

Situada em plena “Aldeia Vinhateira”, na Região Demarcada do Douro, a Adega

Cooperativa de Favaios produz o moscatel de Favaios, que é um sabor genuíno do Douro

que há muito conquistou os portugueses e se afirmou no mundo fora. Entrevistado pela

PAÍS €CONÓMICO, Rui Marques, diretor financeiro da Adega Cooperativa de Favaios

diz que esta entidade continua a apostar fortemente na qualidade e na inovação para

poder continuar a merecer o respeito e a preferência do mercado nacional e mercado

externo.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Numa breve introdução à história da Adega Cooperativa

de Favaios, Rui Marques lembrou desde logo que «a his-

tória da adega de Favaios nasceu um pouco antes da sua

fundação, na década de 30».

Rui Marques lembrou que os vinhos produzidos em Favaios eram

praticamente todos encaminhados para vinhos do Porto. Mas, re-

fere, «Na década de 30 houve uma alteração

legislativa determinando que as uvas que esti-

vessem plantadas a uma altura superior a 600

metros não podiam ser encaminhadas para

vinho do Porto, Favaios está situado num pla-

nalto acima dos 600 metros e grande parte da

vinha de Favaios deixou de poder ser vendido

para esse efeito.

Foi uma situação que criou uma crise na Re-

gião, isto na década de 31», refere o diretor

financeiro da Adega Cooperativa de Favaios,

que tem neste momento cerca de 450 asso-

ciados dos concelhos de Favaios, Sanfins do

Douro e Alijó.

Entretanto, diz Rui Marques, «através de um

movimento cooperativista que existia na altu-

ra, cinco paladinos aqui de Favaios tiveram o

arrojo de criar em 1952, realizando-se a pri-

meira vindima de que há história em 1954.

A partir daí tem sido praticamente sempre a

crescer».

Um marco importante para a Adega Cooperativa de Favaios foi o

lançamento, na década de 80, do “Favaito” que Rui Marques clas-

sificou como o «nosso mais famoso produto a nível nacional»,

produto que face ao seu elevado volume de vendas levou a que

a empresa tivesse levado por diante um grande investimento ao

nível das suas estruturas. «Na altura este foi um investimento

da ordem dos 7 milhões de euros, que nos permitiu duplicar a

produção», referiu Rui Marques, acrescentando que com a ajuda

deste investimento já «chegámos a fazer entre 10 e 12 mil pipas,

quando antes disse fazíamos à volta das 3000 pipas.

Uma imagem que dá confiançaMas a Adega Cooperativa de Favaios tem sempre o seu olhar fi-

xado no futuro. «Estamo-nos a preparar para o futuro e a pensar

em crescer. Mas ainda não sabemos bem como se processará esse

mesmo crescimento», recordou Rui Marques, sublinhando que

muito embora já seja permitido em Favaios produzir vinho do

Porto, 70% da produção da Adega Cooperativa de Favaios refere-

-se ao moscatel de Favaios que não só já conquistou o gosto dos

portugueses como também é muito pretendido mos mercados

externos. «A Adega de Favaios goza de grande solidez no merca-

do, ganhou nome e respeito junto dos seus fornecedores porque

cumpre rigorosamente com os seus compromissos. Ao longo dos

anos construímos uma imagem que dá confiança», sublinhou Rui

Marques.

A Adega Cooperativa de Favaios tem tido ao longo dos anos uma

relação de grande proximidade com os seis associados, apoiando-

-os durante o ano na manutenção e tratamento das suas vinhas,

de modo a garantir uvas de excelente qualidade. «Nós gostamos

de dizer que um bom vinho na garrafa nasce de uma boa prática

agrícola, nasce na vinha», referiu Rui Marques.

O nosso entrevistado fez questão de recordar a figura de Manuel

Serafim de Carvalho, agricultor que desempenhou o cargo de pre-

sidente da Adega Cooperativa de Favaios no anterior mandato e

«que criou um departamento agrícola dentro da nossa estrutura,

permitindo que um nosso técnico esteja ao dispor dos agriculto-

res, aconselhando-os na aplicação de produtos nas suas vinhas,

permitindo assim que as colheitas decorram de uma forma mais

sustentada e sem preocupações», salientou Rui Monteiro, con-

gratulando-se com o facto de existir hoje «uma grande interação

entre os associados da Adega de Favaios e as direções que por ela

têm passado».

4 presidentes em 63 anos de históriaRui Marques refere que em toda a sua história a Adega de Favaios

só teve quatro presidentes (o atual é o agricultor Mário Monteiro).

«Ao longo de 63 anos de história ter tido somente 4 presidentes é

sinal de uma grande estabilidade que também nos transmite um

grande ânimo e uma força enorme para desempenharmos com

entusiasmo a nossa tarefa», reconheceu o nosso entrevistado.

Rui Marques disse ainda que nos últimos anos a Adega de Fa-

vaios criou uma estrutura de gestão profissional «garantindo des-

te modo que se pudessem procurar mercados clientes, ter mais-

-valias na sua relação comercial, permitindo deste modo que estas

famílias que dependem direta ou indiretamente da Adega de Fa-

vaios possam ter as suas uvas mais valorizadas. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3736 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Jaime Damião, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tarouca e Diretor do Museu do Espumante

«Museu do Espumante é local de visita imperdível»

Enquadrada numa malha rural, a Casa do Paço de Dálvares que em tempo remoto foi

pertença de D. Egas Moniz (o famoso aio de D. Afonso Henriques) foi entre 2004 e 2006

recuperado pela Câmara Municipal de Tarouca, acolhendo hoje o Museu do Espumante

onde estão recriados todos os processos de produção e engarrafamento do espumante,

albergando também a Rota das Vinhas de Cister e a Comissão Vitivinícola Regional do

Távora – Varosa. Em entrevista concedida à PAÍS €CONÓMICO, Jaime Damião, diretor

do Museu do Espumante e simultaneamente vice-presidente da Câmara Municipal de

Tarouca chama a atenção para a importância de uma visita a este local. «É um local de

visita imperdível».TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Na aprazível e sossegada freguesia de Dálvares, concelho

de Tarouca, está situada a Casa do Paço Dálvares, um

amplo edifício quadrangular que outrora foi pertença

de D. Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Por-

tugal, que a terá passado aos seus antecessores. Até há uns anos

atrás este edifício apresentava-se num estado de avançada degra-

dação até a Câmara Municipal de Tarouca decidir-se pela sua aqui-

sição e recuperação. «É um edifício de grande valor arquitetónico

e com uma história riquíssima», chamou-nos desde logo à atenção

Jaime Damião, vice-presidente da Câmara Municipal de Tarouca e

simultaneamente diretor do Museu do Espumante.

«O Município de Tarouca adquiriu este edifício e recuperou-o en-

tre 2004 e 2006. Logo de seguida fez o convite

para ficar aqui sedeado o Museu do Espuman-

te porque se achou (e esta também é a minha

visão) que Tarouca tem de se afirmar de uma

vez por todas como uma zona de espumante

e uma zona representativa do espumante em

Portugal», salientou Jaime Damião.

Este Museu do Espumante nasce aqui porque

Tarouca é o concelho do País mais representa-

tivo da produção de espumante em Portugal?

Jaime Damião concorda, mas aprofunda a

questão. «Direi antes que a Murganheira terá

já arrecadado um conjunto de prémios ao

nível do espumante em termos mundiais. A

Murganheira está sedeada em Tarouca, toda a

produção é de Tarouca e toda a transformação

é feita aqui no concelho de Tarouca».

«Vou dizer que se fala há muitos anos num

chavão que é o empreendedorismo social, e

a Murganheira (acho eu) tem vindo a fazer

empreendedorismo social há muito, muito

tempo. Porque desde o aconselhamento ao

produtor, qual é a casta que deve plantar ou cultivar, desde o acon-

selhamento da forma de tratamento da vinha e depois na garantia

do escoamento, a Murganheira tem feito tudo isto com vários pro-

dutores locais do concelho da Murganheira. É evidente que esse

sucesso é depois partilhado daquilo que são hoje os vinhos que a

Murganheira produz», enfatizou Jaime Damião.

Ir a bom porto com a Casa do PaçoEm termos turísticos como é que o Museu do Espumante é visto

lá fora? A resposta foi pronta. «Vejo este museu como um pólo de

atracão turística. A autarquia de Tarouca teve um período que foi

um período de investimento. Este é um período diferente, pois há

que saber rentabilizar esse mesmo investimento. É esse o período

e devo dizer que desde um conjunto de investidores que convida-

mos para visitar este espaço a um conjunto de outros interessados

na área do turismo tudo tem sido feito.

Temos tido resultados ótimos e posso-lhe dizer inclusivamente

que esta sala onde estamos (auditório) tem sido muito procura-

da para encontros pelas mais diversas entidades. Estamos a falar

desde turistas a encontros temáticos entre empresários e institui-

ções que decidem fazer aqui as suas reuniões e têm tido algum

sucesso. Fora isso, recebemos aqui um conjunto de visitantes já

considerável e eu costumo dizer que estamos a ir a bom porto

com a Casa do Paço, uma vez que no último ano triplicámos o nú-

mero de visitantes na Casa do Paço. Queremos fazer deste espaço

a primeira sala de visitas para o turismo em Tarouca, até porque

somos um concelho com um património enorme», sublinhou Jai-

me Damião.

O diretor da Casa do Paço de Dálvares (Museu do Espumante)

aproveitou o ensejo para destacar o interesse dos turistas estran-

geiros de visita ao Douro em quererem visitar o edifício onde está

instalado o Museu do Espumante e o próprio museu. «Hoje já

começamos a perceber que o Douro é sem dúvida alguma uma

marca âncora para a nossa região. Temos de recorrer muitas vezes

ao Douro para conseguir rentabilizar aquilo que são os nossos

investimentos nas margens do Douro ou nos socalcos do Dou-

ro. Estamos aqui um pouco acima do Douro, mas existimos. Há,

portanto, que saber chamar os turistas, fazer com que os turistas

conheçam as origens do próprio Douro. É preciso criar experiên-

cias, não basta apenas mostrar. Hoje desde jantares monásticos

onde são vividas experiências do passado a ceias de Cister, tudo

isto tem vindo a ser promovido por nós e é também deste modo

que queremos rentabilizar um espaço que nos é muito querido»,

concluiu o diretor do Museu do Espumante. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3938 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Luís Filipe Correia, Administrador da Xisto Azul

«Temos presença significativa na Região do Douro»

Com sede em Pinhão e armazém e

loja na ZI de Alijó, distrito de Vila

Real, a Xisto Azul foi constituída em

Dezembro de 1998 e é um parceiro

forte nas áreas da Agricultura e

Enologia. Em entrevista à PAÍS

€CONÓMICO, Luís Filipe Correia,

administrador desta empresa disse

que a Xisto Azul tem uma quota de

mercado significativa na Região do

Douro, «e é aqui que por agora nos

queremos consolidar», deixou claro.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Não obstante a Agricultura e a Enologia serem até agora as

áreas mais importantes da atividade da Xisto Azul, no dia

em que realizámos esta entrevista (finais de Julho), Luís

Filipe Correia trouxe-nos uma novidade: «Acabámos de formalizar

um investimento em Vale de Cambra ligado às soluções industriais,

traduzidas em equipamentos para a indústria alimentar e cosméti-

cos, no valor de cerca de 1 milhão de euros e que proporcionará um

crescimento ainda maior à Xisto Azul».

Luís Filipe Correia reconheceu que o percurso de 17 anos da sua em-

presa tem sido acompanhado de algumas dificuldades, mas mesmo

assim considera que tem sido um percurso sustentável que tem tido

a sua incidência na Região do Douro.

«É curioso que os anos da crise até foram os nossos melhores anos.

Somos uma empresa familiar formada por mim e pelo meu irmão

que tem lutado por se afirmar como um parceiro dinâmico e esses

objetivos têm sido concretizados. Somos pessoas muito empenha-

das no trabalho direto ao cliente e apraz-nos registar que temos tido

resultados muito positivos com essas parcerias», referiu o adminis-

trador da Xisto Azul.

Mercado Externo sim, mas com cautela….Nesta empresa de Pinhão trabalham 17 pessoas e o seu volu-

me de negócios em velocidade de cruzeiro poderá chegar aos

10 milhões de euros.

«A nossa ideia é a de irmos também para o mercado externo.

A vida tem-me dito que os negócios em Portugal são menos

rentáveis, mas eu continuo a pensar que enquanto tiver resul-

tados na região onde estou dificilmente me lançarei na inter-

nacionalização a qualquer custo. A expansão de uma empresa

para o exterior é coisa séria que envolve gastos muito elevado,

daí termos de medir as consequências (boas e más) de uma

iniciativa dessa natureza já que a Xisto Azul neste momento

não está tecnicamente preparada para dar esse passo. Temos

essencialmente de fazer mais investimento em pessoas, dar-

-lhes mais formação e prepará-la para os desafios futuros»,

esclareceu Luís Filipe Correia.

Para o caso do projeto de Vale de Cambra que também dá

trabalho a 17 pessoas há uma perspetiva diferente em relação

ao mercado externo. «Para o projeto de Vale de Cambra, caso

se siga o caminho da exportação, os mercados prioritários são

a França (onde temos grandes interesses), a Argélia (que é um

mercado muito ligado aos azeites), e o mercado espanhol, que

está aqui perto e que poderá também ser uma hipótese. Estes

poderão ser os primeiros mercados onde iremos avançar, mas

nada de concreto existe ainda neste contexto», sublinhou Luís

Filipe Correia.

O administrador da Xisto Azul não esconde que há hoje em

dia uma dificuldade muito grande em arranjar nesta região

do interior recursos humanos qualificados. «Neste momento

isso é um calvário para nós, já que temos de pagar às pessoas e

temos de as ensinar. Seria muito mais fácil para nós termos à

nossa disposição pessoas bem preparadas que nos ajudassem

com facilidade a desenvolver a nossa empresa. Mas este é o

verdadeiro custo da interioridade…»., concluiu. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4140 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Ricardo Pereira da Fonseca, Administrador da AsfertGlobal

«Promovemos o desenvolvimento agrícola respeitando o meio ambiente»

Foi constituída em Abrir de 2012, e embora com instalações em Armamar, a AsfertGlobal

tem a sua sede logística na Zona Industrial de Santarém, sendo uma empresa de cariz

biotecnológico comprometida com a melhoria da produtividade agrícola e determinada

a reduzir o impacto ecológico na agricultura moderna. Entrevistado pela PAÍS

€CONÓMICO, Ricardo Pereira da Fonseca, administrador da AsfertGlobal, congratulou-

se com o crescimento até agora alcançado por esta empresa e muito otimista em relação

ao futuro da mesma.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Ricardo Pereira da Fonseca referiu

que a abertura da sede da Asfer-

tGlobal em Santarém teve a ver

sobretudo com questões de logística «já

que as acessibilidades em Trás-os-Montes

são bastante complicadas e como vende-

mos para todo o País ter a sede em Santa-

rém facilita-nos em termos de acesso aos

nossos clientes e às culturas a nível nacio-

nal. Por outro lado fazia todo o sentido

que uma empresa como a nossa estivesse

próxima daquilo que são as Plataformas

Logísticas».

Há três anos atrás nasceu a AsfertGlobal

mas, na opinião de Ricardo Pereira da

Fonseca, «há já por detrás deste projeto

uma larga experiência que tem a ver com

a ligação que tivemos com a Fertipre-

mium, empresa de Armamar que ainda

existe e que foi a nossa antecessora. Es-

tamos muito satisfeitos com o percurso

da AsfertGlobal e dispostos a trabalhar

afincadamente para a melhoria e competi-

tividade da nossa agricultura», sublinhou

o nosso entrevistado.

A AsfertGlobal deixou há algum tempo de

ser só representante em Portugal de em-

presas estrangeiras e dedica-se também à

reformulação e investigação de soluções

para nutrição de plantas. «Estamos não

só na parte da distribuição pura e simples

(que é o que acontecia até agora), mas sim

naquilo que é a reformulação e investiga-

ção de soluções de nutrição de plantas,

o que significou um avanço considerá-

vel», chama a atenção Ricardo Pereira da

Fonseca, para reforçar a sua ideia. «Hoje

quem traça o nosso destino somos nós».

A localização da sede da AsfertGlobal em

Santarém implicou um investimento de

800 mil euros em maquinaria de alto ren-

dimento, tecnologia de ponta, estufas para

testar as condições controladas nas suas

novas funções e em laboratórios que es-

tão neste momento certificados. «Somos

uma empresa certificada pela APCER com

a ISO 9001:2000 e o que nos cativa e entu-

siasma é o trabalho que podemos desen-

volver na melhoria da qualidade da nossa

Agricultura e deste modo contribuirmos

para que Portugal saia da crise», revelou

Ricardo Pereira da Fonseca que a propósi-

to da Agricultura portuguesa teceria algu-

mas considerações muito oportunas.

Comentário pertinente«Ao contrário do que muita gente pensa a

Agricultura não é para pessoas como nós.

Antes pelo contrário. É talvez das mais di-

fíceis atividades.

A Agricultura já era uma solução para o

país quando entrámos na CEE em 1995,

e, infelizmente, face àquilo que foram as

políticas vigentes que deram subsídios a

torto e a direito sem saber se estávamos

a melhorar ou não o aparelho produtivo,

deu origem a que tivéssemos andado cer-

ca de 20 anos a desperdiçar subsídios.

Neste momento as coisas estão totalmen-

te ao contrário.

As normas são tão ridículas de apertadas

que são que às vezes chega a ser muito

complicado para quem quer trabalhar e

desenvolver um projeto agrícola neste

país», sublinhou o administrador da As-

fertGlobal.

A AsfertGlobal é uma empresa de cariz

biotecnológico focada essencialmente na

formulação de novos compostos com base

em novas moléculas orgânicas de origem

natural extraídas de materiais proceden-

tes de extratos vegetais.

«Possuímos um departamento técnico

que reúne químicos, biólogos e agróno-

mos e que se dedica exclusivamente a

detetar novas problemáticas existentes na

agricultura, e no nosso laboratório pode-

remos encontrar com extrema facilidade

soluções adequadas para cada cultura»,

enfatizou Ricardo Pereira da Fonseca.

Disposta a dilatar cada vez mais os seus

negócios em Portugal, a AsfertGlobal já

tem uma presença muito robusta no mer-

cado externo, nomeadamente em França,

Itália, Espanha. Turquia, PALOP’s Brasil e

Marrocos. Em Espanha e Brasil tem em-

presas próprias.

Ricardo Pereira da Fonseca fixaria as suas

atenções no conceito verdadeiramente

agrícola com uma resposta também mui-

to interessante.

«Se falarmos neste momento naquilo que

são os grandes projetos agrícolas sustenta-

dos e sustentáveis a longo prazo, eu tenho

que dizer que, se calhar, projetos ou apos-

tas em alguns setores (como os pequenos

frutos) vão ser um fracasso porque a mon-

tante não se criaram as estruturas capazes

de sustentar este tipo de projetos. Esta é

a minha opinião há alguns anos e hoje

ainda não mudei de opinião», enfatizou o

administrador da AsfertGlobal, que em re-

lação à fruticultura, à viticultura tem pers-

petivas bem diferentes, já que estamos a

falar de mercados mais maduros. «E aqui

a AsfertGlobal é sempre um parceiro a

levar em consideração», referiu Ricardo

Pereira da Fonseca. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4342 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Manuel Joaquim Porfírio, Administrador de Fumeiros Porfírio

«Somos uma referência na área do Presunto e Fumeiro»

A Fumeiros Porfírio é uma empresa de cariz familiar que foi fundada oficialmente

em Fevereiro de 1993. Tem a sua sede em Lalim, Lamego e a sua atividade assenta

principalmente na transformação e comercialização de carnes verdes, sendo igualmente

conhecida pela qualidade do presunto e fumeiro que fabrica. Em entrevista que concedeu

à PAÍS €CONÓMICO, Manuel Joaquim Porfírio, administrador e fundador da Fumeiros

Porfírio congratulou-se com o percurso da sua empresa e referiu que dentro da área

do fabrico de presunto e fumeiro «somos uma referência de excelência». Edificar nos

próximos anos um novo projeto industrial em área próximas das atuais instalações,

constitui o grande desafio até ao final da presente década.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Embora tenha sido oficialmente constituída em Fevereiro

de 1993, Manuel Joaquim Porfírio fez questão de referir

que este negócio já vem de uns anos atrás. «Chegámos a

fornecer algum fumeiro para o antigo “Pão de Açúcar”, em Alcân-

tara, isto em 1984, realizámos alguns negócios nesta área até me

ter decidido, com a minha mulher, pela constituição da Fumeiros

Porfírio em 1993», lembra Manuel Joaquim Porfírio.

«Isto é um negócio de família uma vez que já o meu avô e o meu

bisavô trabalhavam com carne. É um negócio com fortes tradi-

ções na família e eu e a minha mulher Maria de Lourdes seguimos

o mesmo caminho, hoje com a ajuda do nosso filho Daniel que

trabalha aqui comigo e é o meu braço direito dentro da empresa»,

esclareceu.

Manuel Joaquim Porfírio diz que um princípio que foi desde

sempre enraizado no seio desta família, foi o

do conceito da qualidade, e que esse hábito tem

estado desde sempre bem patente na Fumeiros

Porfírio. «Sabíamos que a qualidade é a base

do sucesso de uma empresa e que, para termos

esse sucesso, não poderíamos ignorar esta gran-

de verdade. Por isso a qualidade anda todos os

dias no topo das nossas prioridades e preocu-

pações, e esse esforço tem valido a pena», re-

conhece David Porfírio que também participou

nesta entrevista.

O filho do fundador da empresa revela que as

pessoas admiram-se com o sucesso da empresa,

«já que não somos dados a publicidade, não te-

mos comerciais e não temos sítio na Internet.

Apesar de tudo isso, a verdade é que as nossas

vendas têm vindo a aumentar todos os anos »,

frisa David Porfírio.

O projeto Fumeiros Porfírio é uma empresa

familiar que cresceu por fases. O “Pingo Doce”,

a “Makro” e outras grandes superfícies comer-

ciais começavam a apreciar os nossos produtos,

a estrutura começou a tomar

forma. O “Pingo Doce” que

representava 90% da nossa

faturação começou a exigiu

mais alguma coisa. Foi aí que

em 1991/1992 começámos a

construir estas instalações, e

foi nessa altura que criámos

a empresa passando-a de

nome individual para uma

sociedade por quotas de res-

ponsabilidade limitada», re-

lembra David Porfírio para

dizer que todos os produtos

que fabricam são à base do

porco.

80% para o mercado tradicional«Em 2014 trabalhámos à

volta de 5 toneladas de carne

por dia, que já é uma quanti-

dade enorme, produtos que

têm uma grande aceitação

da parte de superfícies co-

merciais como o Pingo Doce,

a Makro e Sonae, significan-

do os negócios com estas

três empresas cerca de 17 a

18 por cento do total da nos-

sa faturação, a restante per-

centagem destina-se ao mer-

cado tradicional localizado

preferencialmente na região

Norte», revela o nosso entre-

vistado, para vincar melhor

a sua opinião. «Acredito que

desses 80 por cento que re-

presentam o mercado tradicional, metade seja na região do Porto,

Matosinhos, Penafiel e Amarante, ou seja, toda esta área que vai

de Vila Real ao Porto».

Mas os Fumeiros Porfírio querem encontrar novas geografias

para colocarem os seus produtos e, pelo que nos contou David

Porfírio já existem ideias muito claras a respeito dessa expansão

da empresa.

«Estamos primeiramente a criar estabilidade na empresa e de-

pois partiremos em demanda de outros mercados nacionais. Esta

será a única forma de podermos chegar a todos os clientes com a

mesma qualidade. Até agora tem sido o cliente à procura do nosso

produto, porque reconhece tratar-se de um produto de altíssima

qualidade. Mas nós queremos mudar de procedimento, ir ao en-

contro de novos clientes, mas nunca descurando a nossa qualida-

de. A qualidade é a nossa grande marca», sublinharam Manuel e

David Porfírio.

Manuel Joaquim Porfírio reconheceu que o fumeiro tem futuro

em Portugal, mas deixa um aviso. «Acho que o fumeiro tem futu-

ro em Portugal, mas temos de voltar ao tempo antigo, ao fabrico

tradicional. Trabalhar o fumeiro tradicional com o apoio das no-

vas tecnologias mexe muito com a segurança alimentar. E essa é

uma questão muito interessante que tem sido também a nossa

aposta. A segurança alimentar é hoje uma das nossas balizas, que

respeitamos escrupulosamente. A ISO 22000 – Sistema de Gestão

da Segurança Alimentar que implementámos na empresa, prova

que estamos empenhados em seguir esta norma com todo o rigor,

sempre a pensámos na Excelência do nosso produto», concluiu o

fundador da Fumeiros Porfírio. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4544 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Vítor Sobral, Vice-Presidente do Centro Social e Paroquial de Freixo de Numão

Contribuímos para a coesão social e territorial desta região

O Centro Social e Paroquial de Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa,

espera pela marcação da data da parte do Ministério da Saúde para a celebração formal

do contrato de apoio financeiro para poder colocar em funcionamento a nova Unidade

de Cuidados Continuados (UCC) que a instituição construiu em Freixo de Numão, num

investimento global de 1,4 milhões de euros e que está preparado para servir 30 idosos.

Vítor Sobral, vice-presidente do Centro Social e Paroquial de Freixo de Numão, recebeu

os jornalistas da PAÍS €CONÓMICO, e sublinhou a importância deste investimento, que

se interliga com a construção do Centro de Dia, um outro investimento de 1.050 milhão

de euros, para poder desempenhar um papel de coesão social e territorial num território

que cada vez tem menos gente e mais envelhecida. «Queremos contribuir para a

melhoria e dignificação da saúde e da vida das pessoas a quem prestamos esse serviço,

além de contribuirmos igualmente para trazer de volta alguns profissionais qualificados,

como são os casos de enfermeiros e enfermeiras desta região que emigraram, mas que

estão dispostos a voltarem para abraçarem este novo desafio profissional». Para breve,

salienta o vice-presidente da instituição poderá estar o investimento numa padaria, não

apenas para servir os utentes do Centro, mas para abastecer toda a região. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

O Centro Social e Paroquial de Freixo de Numão, no conce-

lho de Vila Nova de Foz Côa, está apenas à espera que o

Ministério da Saúde marque a data da assinatura do con-

trato de apoio financeiro para que a instituição coloque em fun-

cionamento a Unidade de Cuidados Continua-

dos (UCC), onde investiu cerca de 1,4 milhões

de euros – tendo um apoio de 750 mil euros ao

abrigo do Programa Modelar – com capacidade

para albergar 30 pessoas, 15 para estadias de

média duração, e as outras 15 para estadias de

longa duração.

Este projeto foi elaborado nos finais da década

passada, mas Vítor Sobral salienta que só depois

houve condições para que o projeto pudesse ter

viabilidade e fosse concretizado. Com a obra rea-

lizada pela empresa Manuel Caldeira Constru-

ções, a UCC está agora pronta a entrar em fun-

cionamento, esperando apenas pela assinatura

do contrato já referido anteriormente.

Freixo de Numão, as freguesias vizinhas, o pró-

prio concelho de Vila Nova de Foz Côa, consti-

tuem um território que poderá ser servido pela nova estrutura

social do centro Social e Paroquial. Vítor Sobral adianta que existe

muita procura na região pelo UCC e espera que venha a cum-

prir uma importante missão de qualificação social e territorial na

região, «pois ajudaremos certamente para a melhoria da saúde

e da qualidade de vida de muitos dos nossos concidadãos, além

de contribuirmos igualmente para dar oportunidades de trabalho

qualificado a muitas pessoas desta região. Repare que poderemos

vir a ter um quadro no máximo com 24 pessoas, pois uma unida-

de como a nossa tem de funcionar 24 horas por dia, e precisamos

de pessoas a trabalhar em três turnos. Teremos um quadro de pes-

soal com um médico, entre 8 a 12 enfermeiros, e auxiliares técni-

cos. Destaco o fato, porque é muitas vezes referido publicamente

a saída do país de enfermeiros para países estrangeiros, que esta-

mos a desafiar vários enfermeiras e enfermeiros originários desta

região, e que estando neste momento fora do país, estão disponí-

veis para abraçar este desafio profissional, ao mesmo tempo que

sentem estar também a contribuir para o desenvolvimento social

e económico das suas terras, com particular enfoque, em Freixo

de Numão», enfatiza o vice-presidente da instituição.

UCC e Lar de IdososA par da UCC, o Centro de Freixo de Numão avançou também

ao abrigo do POPH, com a construção de um Lar de Idosos, num

investimento de 1.050 milhão de euros, com um financiamento

contratualizado com a Segurança Social de 325 mil euros. Este in-

vestimento só foi possível avançar depois de um terreno contíguo

ter sido doado à instituição pela autarquia de Vila Nova de Foz

Côa, e permitirá cuidar de 30 idosos.

O Centro Social e Paroquial de Freixo de Numão é sem dúvida

uma instituição de excelência, fruto da visão e do empenho da sua

direção, acreditando que o projeto deve ser uma referência local

e regional, mas mais importante do que isso, que possa ser um

elemento fundamental de serviço de populações que precisam de

um serviço qualificado, humano e em condições que lhe possam

permitir usufruir de uma vida digna e ativa quanto possível.

Por isso, a instituição desenvolve igualmente um serviço de apoio

domiciliar, não apenas na própria freguesia e nas freguesias cir-

cunvizinhas, mas igualmente em concelhos mais distantes, como

acontece presentemente em Pinhel, e já aconteceu anteriormente

no Sabugal.

No futuro a breve prazo, salienta Vítor Sobral, a instituição já an-

tevê a possibilidade ed construir uma padaria, «não propriamen-

te uma padaria industrial, mas uma padaria que seja capaz de

abastecer as necessidades crescentes

da nossa instituição, bem como para

abastecer lojas e mercados do nosso

concelho e até de concelhos vizinhos.

Como deve calcular, os gastos mensais

em pão no Centro Social é bastante

elevado, e agora com a entrada em fun-

cionamento da UCC e do Lar de Ido-

sos, fruto do aumento de utentes, mais

elevado será.

Então, começámos a refletir sobre as

vantagens de construirmos essa pada-

ria, e esperamos levar esse projeto por

diante dentro em breve, num inves-

timento que estimamos em cerca de

cem mil euros», finaliza o vice-presi-

dente da instituição. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4746 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Pedro Duarte, Administrador da Solicel e da Decorxisto, principal grupo económico de Vila Nova de Foz Côa

Exportamos 95% da produção

Fundada pelos seus avós, Pedro Duarte é hoje aos 29 anos o homem do leme da

Solicel, uma das mais importantes empresas com sede em Vila Nova de Foz Côa. Tendo

recebido o testemunho do seu pai, que entretanto saiu da liderança executiva do grupo

para presidente à câmara municipal local, o jovem executivo assumiu sem pestanejar

a condução dos negócios da empresa fundada em 1966 e que se dedica à extração e

comercialização de pedra (xisto). Em conjunto com a Decorxisto, já fundada na década de

90 do século passado, o Grupo Solicel exporta cerca de 95% da sua produção, situação

que deverá manter-se nos próximos anos, procurando o grupo alcançar novos mercados.TEXTO › MANUEL GONÇALVES | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

O Grupo Solicel (Solicel e Decorxisto) possui cerca de 60

trabalhadores, constituindo uma das principais empre-

gadoras do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Especiali-

zada na extração de xisto negro e oxidado, a empresa liderada por

Pedro Duarte exporta praticamente 95% da sua produção, onde os

mercados francês e alemão possuem uma forte preponderância.

Assumindo que a pedra natural extraída dos solos de Foz Côa pos-

suem grande qualidade e são capazes de emprestarem uma forte

solidez e beleza natural aos empreendimentos onde são empre-

gues, Pedro Duarte não tem dúvidas que será no mercado interna-

cional que as empresas do grupo continuarão a trilhar o caminho

da sua sustentação e desenvolvimento. Como referimos, a França

e a Alemanha constituem no presente os principais mercados de

exportação da Solicel e da Decorxisto, mas o empresário assume

que outros países e geografias assumem também uma cada vez

maior importância enquanto destinos da pedra saída das entra-

nhas das elevações em torno de Vila Nova de Foz Côa.

Assim, ainda segundo Pedro Duarte, a Rússia, Itália, Polónia, No-

ruega, EUA e Emirados Árabes Unidos, constituem igualmente

mercados para onde a empresa já exporta e nos quais pretende

crescer no futuro.

Crescer sobretudo através de novos produtos, como aqueles que

são produzidos pela Decorxisto, fundada em 2009, e que se dedica

essencialmente à produção de uma panóplia de produtos, nomea-

damente de artigos ornamentais de ardósia (louça) e decoração,

efetuando precisamente o aproveitamento da matéria-prima que

a Solicel extrai, podendo dessa forma conferir-lhe valor acrescen-

tado e maior potencial, quer também no aumento dos mercados

a explorar.

No futuro imediato, a Decorxisto apostará num projeto para a pro-

dução de bancas de cozinha, «pois acredito que o nosso produto,

com a qualidade intrínseca que possui, e a capacidade técnica e

ornamental que conseguiremos emprestar-lhe, possui um forte

potencial para vingar nos diversos mercados para onde queremos

colocar esse novo produto que nos propomos produzir no futuro»,

sublinha Pedro Duarte, adiantando que para concretizar o projeto

a empresa investirá entre 800 a 850 mil euros, tendo candidatado

a receber apoios comunitários. «Até ao final do presente ano, de-

veremos ter o projeto implementado e em pleno funcionamento.

Acreditamos muito nele e estamos plenamente convencidos de

que seremos capazes de acrescentar valor ao material extraído e

ganhar novos mercados com um produto inovador e de grande

qualidade», acentua o jovem empresário.

O Grupo Solicel (Solicel e Decorxisto) faturaram cerca de 2,8

milhões de euros no ano passado, e segundo Pedro Duarte, no

presente ano, no primeiro semestre o grupo atingiu um volume

de negócios superior em dois por cento relativamente ao período

homólogo. A expectativa para o final do ano apontam para um

volume de negócios praticamente semelhante ao do ano transato.

Para o futuro, o grupo acredita que coma implementação do novo

projeto de produção de bancas de cozinha, «e continuando com

a qualidade inigualável dos nossos produtos, o Grupo Solicel se

consolidará cada vez mais, sempre assente numa forte dinâmica

exportadora, e constituindo uma força do desenvolvimento eco-

nómico e social de Vila Nova de Foz Côa, da nossa região e do

nosso país», finalizou o administrador do grupo. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4948 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Belarmino Fonseca, Administrador de Granitos Lamecense

«Têm sido 15 anos de crescimento sustentável»

Com sede no concelho de Lamego, a Granitos Lamacense entrou em laboração de Junho

de 2000. Dedica-se à transformação de granitos e o seu volume de negócios em 2015

deverá estimar-se em cerca de 2 milhões de euros. «Ao longo deste 15 anos de atividade

temos tido um crescimento que consideramos sustentável e em Setembro deste ano

vamos inaugurar uma nova fábrica que traduziu um investimento de cerca de 1 milhão

de euros», referiu Belarmino Fonseca em entrevista à PAÍS €CONÓMICO.

Em 1988 e apenas com 17 anos de idade, Belarmino da

Fonseca emigrou para a Suíça onde trabalhou nas áreas

da construção e dos granitos, sempre na condição de em-

pregado.

Apaixonado por tudo o que se prenda com a atividade da pedra

e sabendo que nascera numa região muito forte em granitos de

excelente qualidade, uns anos depois resolveu regressar à terra

(concelho de Lamego) para construir o seu próprio negócio.

«Com os mais de 20 mil contos que amealhei nos anos que traba-

lhei na Suíça, adquiri o terreno onde hoje está situada a sede dos

Granitos Lamecense, que tem uma área coberta de 4000 metros

quadrados e que antes era uma antiga lixeira. Passados 15 anos

não me arrependo de ter dado este passo que, afinal de contas,

acabou por decidir o meu futuro como empresário», recorda Be-

larmino Fonseca.

Em Setembro próximo a Granitos Lamecense vai inaugurar uma

nova fábrica situada muito perto das instalações desta empresa,

que se chamará GRANI TSAJ. «É um investimento muito próxi-

mo de 1 milhão de euros, co-participado em 65% pelo QREN e

cuja atividade será a venda de chapas de granito. Estamos na fase

terminal da instalação de uma máquina que é fundamental neste

projeto e em Setembro esta nova unidade entrará em funções»,

referiu Belarmino Fonseca.

Este empresário reconhece a importância do mercado externo, a

sua empresa já exporta para países como a Inglaterra, Suíça, Ale-

manha, Dinamarca, Bélgica e Dubai, e não põe de parte quaisquer

outras oportunidades que lhe surjam no estrangeiro. Mas deixa

claro que nunca porá de lado o mercado nacional.

«Queremos crescer no mercado externo, tudo temos feito para

captarmos este mercado, mas Portugal para mil é uma questão

de honra. Nunca voltarei as costas ao mercado nacional para pri-

vilegiar o mercado externo», garantiu Belarmino Fonseca que fez

questão de referir que a Granitos Lamecense já está certificada

com o ISO 9001:2000, «uma ferramenta muito importante para

nós», observou este empresário de Lamego.

Trabalham na Granitos Lamecense 32 pessoas, gente muito ren-

dida ao projeto e muito conhecedora da atividade da pedra. «Pro-

curamos ter sempre nos nossos quadros gente habilitada e qua-

lificada, que beneficia muito de formação. Uma empresa como a

nossa que vive muito à custa de tecnologia especializada, e são

as próprias empresas que nos vendem esses equipamentos que

ministram uma formação adequada aos nossos trabalhadores»,

sublinhou o administrador da Granitos Lamecense. ‹

Hotel Vale do Côa, em Vila Nova de Foz Côa

Uma região de encantamentosDesfrutar das belezas da região que tem por epicentro Vila Nova de Foz Côa, em cujo

concelho moram as célebres gravuras rupestres, e que se transformaram na grande

atração turística desta zona do país, é um desafio que deve ter por ponto de partida o

Hotel Vale do Côa, localizado na principal avenida de Vila Nova de Foz Côa. Construído

há década e meia, representou então um investimento de cerca de 850 mil euros, e José

Filipe, o seu proprietário, acredita que o desenvolvimento turístico do Côa e do Douro

tem na unidade hoteleira que dirige um forte contributo para o desenvolvimento da

região.

Depois de muitos anos passados como emigrante em Fran-

ça, José Filipe regressou a Portugal e à sua terra de Vila

Nova de Foz Côa, onde adquiriu um edifício inacabado

e o transformou numa unidade hoteleira. «Pensei que seria so-

bretudo um projeto a longo prazo para o meu filho gerir, mas ele

interessou-se mais pelo desenvolvimento de um projeto vitiviní-

cola aqui próximo de Foz Côa, e então tive de continuar a dirigir

o hotel em conjunto com a minha esposa», salienta o empresário.

O Hotel Vale do Côa possui 31 quartos e uma suite, todos bem

equipados, com conforto e onde o hóspede pode usufruir de uma

excelente estadia.

A partir da unidade hoteleira localizada na principal avenida da

cidade de Vila Nova de Foz Côa, o visitante pode partir à descober-

ta das belezas do Vale do Côa e do próprio rio Douro, onde se situa

na localidade do Pocinho (pertencente ao concelho de Foz Côa), o

Centro de Alto Rendimento, um projeto que tem captado muitos

desportistas de alta competição, sendo que vários deles têm ficado

alojados no Hotel Vale do Côa.

Depois, poderá encontrar as célebres figuras rupestres, uma das

maiores atrações turísticas da região e do próprio país. De seguida

poderá fazer uma incursão pelo Douro, ou em direção à fronteira

espanhola, ou em direção à foz do rio. Ou poderá ainda visitar as

inúmeras e espetaculares vinhas e adegas existentes em toda a

região duriense.

Realmente, o que não faltam são elementos para passar uma tem-

porada no Douro e por aqui realizar um circuito turístico.

Tudo tendo como ponto obrigatório de alojamento o Hotel Vale

do Côa. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 5150 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Francisco Manuel Santos, Administrador do Grupo Santos – Viagens e Turismo

«Meio século de fidelidade com o Alto Douro e Nordeste Transmontano»

António Augusto Santos, que este mês de Agosto assinala 87 anos de vida, é o

grande mentor deste projeto que hoje honra toda a Região do Alto Douro e Nordeste

Transmontano. Este empresário iniciou-se no transporte de mercadorias há algumas

décadas atrás e hoje conjuntamente com os seus dois filhos: Francisco Manuel Santos e

José Caldeira Santos detêm o prestigiado Grupo Santos – Viagens e Turismo, com sede

em Freixo de Espada à Cinta, que este ano assinalou cinquenta anos de presença na área

dos transportes de passageiros e onde se destacam pela sua relevância as empresas

António Augusto Santos, Lda. e a Rodonorte, SA. Em entrevista que concedeu à PAÍS

€CONÓMICO, Francisco Manuel Santos, administrador do Grupo Santos – Viagens e

Turismo garantiu que «queremos continuar a prestar um serviço de grande qualidade

às populações que servimos, dentro de elevados padrões de qualidade, comodidade e

segurança.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Para se estar à frente de uma em-

presa de transportes de passagei-

ros numa região do interior do

País é preciso não só ter uma grande visão,

como ter também uma grande determina-

ção e uma grande perseverança.

Francisco Manuel Santos comunga da

nossa opinião e lembra-nos a sua expe-

riência dentro do Grupo Santos.

«Eu sempre vivi esta experiência a tempo

inteiro, até porque nunca tive outra ativi-

dade a não ser esta. E digo-vos que este

tem sido um projeto que tem crescido sus-

tentadamente, fruto de muito trabalho, de

muita dedicação e de muita paixão. Tenho

61 anos de idade e não me lembro de ter

tido muitos anos de férias. Só através des-

ta entrega tem sido possível às empresas

do Grupo Santos aumentarem o seu volu-

me de negócios», refere Francisco Manuel

Santos, que prosseguiu o seu discurso,

afirmando que só através desta determi-

nação «foi possível conquistarmos esta

projeção nacional e internacional».

São cinco as empresas que fazem parte do

Grupo Santos – Viagens e Turismo: An-

tónio Augusto Santos, Lda., Ideal Moga-

dourense, Lda., Empresa Alfandeguense,

Sociedade de Transportes de Carrazeda e

Vila Flor e a Rodonorte, SA. «E tivemos

um outro negócio intermédio que se re-

lacionou com concessões da Empresa de

Camionagem de Cabanelas, que foram ad-

quiridas pela Empresa Alfandeguense»,

recorda o nosso entrevistado, garantindo

que «fomos nós que acrescentámos mais-

-valia à Rodonorte».

«É verdade que a Rodonorte tinha uma

dimensão de serviço superior à nossa,

mas em termos de equipamento, o nosso

era igual ou até superior ao da Rodonorte,

embora esta seja uma empresa certificada

com a ISO 9001:2000. E tínhamos uma

outra vantagem em relação à Rodonorte:

Muito mais disponibilidade, já que o nos-

so equipamento não estava a ser aprovei-

tado na totalidade: fazíamos os períodos

escolares e alguns Expressos para o Porto

e Lisboa e a nossa quota no serviço in-

ternacional tinha uma dimensão menor

que a da Rodonorte, mas como tínhamos

maior disponibilidade de viaturas come-

çámos a fazer mais serviço», sublinhou

Francisco Manuel Santos.

Grupo Santos emprega 300 pessoasO Grupo Santos – Viagens e Turismo dis-

põe de um conjunto de 250 autocarros e

em termos de postos de trabalho empre-

ga mais de 300 pessoas, 185 das quais

estão ligadas à Rodonorte. «Como disse,

a Rodonorte é a única empresa do grupo

certificada com a ISO 9001:2000, e em

breve iremos avançar com a certificação

das nossas empresas situadas no interior

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 5352 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

de Bragança. É uma ferramenta que cada

vez tem mais importância para empresas

do nosso tipo», salienta Francisco Manuel

Santos, acrescentando, no entanto que a

certificação não tem uma importância por

aí além quando estamos a falar de trans-

portes internacionais.

«Somos sócios da Internorte, que é a em-

presa que detém o serviço internacional

com França e com Espanha num acordo

tripartido e nós prestamos-lhe serviços. O

serviço é dividido pelas várias empresas

e é a Internorte que nos contacta para fa-

zermos os serviços de escala e os desdo-

bramentos. Nos meses de Julho e Agosto

há sempre um acréscimo de serviços e nós

fazemos questão de estarmos disponíveis

e fazermos a nossa quota-parte», subli-

nhou o administrador do Grupo Santos

– Viagens e Turismo.

Francisco Manuel Santos reconhece que o

setor dos transportes públicos está a viver

tempos difíceis. «e vai continuar a ter de

enfrentar dificuldades», avisa, para justi-

ficar melhor esta sua preocupação. «Nós

aqui no interior temos pouca gente para

transportar e, vivendo muito do transpor-

te público, não auguramos uma mudança

positiva nos tempos mais próximos. E

depois na componente escolar também

tem havido um decréscimo na utilização

do transporte público, situação que tam-

bém nos preocupa imenso. Cada vez há

menos alunos para transportar para as

várias escolas. E com as alterações que

estão previstas acontecer em 2018, vamos

ver como ficarão as coisas para o setor dos

transportes públicos, já que se prevêem

alterações ao nível da contratualização a

nível da União Europeia, o que a nosso

ver vai ser muito agressivo », enfatizou o

administrador do Grupo Santos – Viagens

e Turismo.

O que é que as empresas de transportes

ligadas ao Grupo Santos – Viagens e Tu-

rismo estão a fazer para enfrentar essa

boca situação? «Em termos financeiros,

somos sólidos e estamos preparados para

eventuais situações, mas não estamos ca-

pacitados para termos uma presença em

todo o território. E, sendo assim, vamos

preferencialmente procurar segurar aqui-

lo que estamos atualmente a fazer, mas

poderemos eventualmente pisar outros

terrenos », garantiu o nosso entrevistado.

Muito do sucesso desta empresa de raiz

familiar fica a dever-se à Família Santos,

e Francisco Manuel Santos não se esquiva

à pergunta da P€ quando lhe perguntam

sobre os pilares que têm sustentado este

projeto. «Direi que as razões mais fortes

para o sucesso deste projeto assentam es-

sencialmente no trabalho, na dedicação e

a nossa honestidade. Nunca nos pautamos

por outras regras, referiu, para lembrar

uma vez mais que quando adquiriram a

Rodonorte «fizemos uma aposta muito sé-

ria na modernização desta empresa, razão

pela qual eu afirmo que fomos nós que

acrescentámos mais-valias à Rodonorte e

não esta a nós.», esclareceu.

Forte contributo socialFrancisco Manuel Santos é nos dias que

decorrem o principal coordenador do

Grupo Santos, sendo reconhecido pela

enorme capacidade de gestão, dinâmica

e empreendedorismo, sendo um empre-

sário que goza de grande influência no

mercado e na Região.

Hoje conta com o valioso contributo

do seu irmão José Caldeira Santos, que

durante oito anos esteve desligado das

suas funções no Grupo Santos, dado que

decidiu seguir a carreira política, tendo

desempenhado funções como Presidente

da Câmara Municipal de Freixo de Espa-

da à Cinta. «Somos pessoas com bastante

know-how no setor e isso facilita muito as

coisas», diz Francisco Manuel Santos, sem

esquecer que tudo o que ele e o irmão são

hoje deve muito a seu pai António Augus-

to Santos.

Em termos de transporte de mercadorias

as empresas do Grupo Santos – Viagens e

Turismo só abrangem o transporte de pe-

quenos volumes. «O transporte de merca-

dorias iniciado por meu pai na década de

50 foi por nós mantido até 1980», referiu

Francisco Manuel Santos, administrador

de um grupo empresarial que em 2014

teve um volume de negócios a rondar os

16 milhões de euros e que tem uma gran-

de responsabilidade social, principalmen-

te nas regiões de Bragança e Vila Real.

«Temos um grande orgulho no passado e

no presente e queremos continuar a tra-

balhar para que o nosso grupo consolide

a sua posição no mercado e seja cada vez

mais competitivo.

Este será um modo de contribuirmos para

o desenvolvimento e progresso da nossa

Região», sublinhou Francisco Manuel

Santos, garantindo que a aquisição há

uma década atrás da Rodonorte foi estra-

tégica e permitiu ganhar de uma forma

mais rápida uma quota de mercado mais

acentuada e de maior relevo, abrindo des-

de modo as portas para os transportes in-

ternacionais. ‹

José Alves, Fundador e Administrador da Geodouro

Há muito trabalho para fazer no Douro

Licenciado em engenharia agrónoma pela UTAD, em Vila Real, José Alves estava longe

de imaginar que vários anos depois víria a fundar a primeira empresa de engenharia

especializada em sistemas de informação geográfica. No entanto foi isso que aconteceu

em 2000, na cidade de Lamego, onde a empresa tem a sede. Intervindo em várias

áreas na região duriense, a Geodouro tem pautado a sua presença pelas intervenções

qualificadas em áreas como o cadastro predial e serviços fundiários, barragens, estradas,

além de projetos de desenvolvimento rural.TEXTO › MANUEL GONÇALVES | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

A Geodouro constituiu-se no ano de 2000, constituindo-se

como empresa prestadora de serviços de consultoria,

engenharia e técnicas afins, com forte participação em

várias ações decorrentes na

região do Douro. Acredita-

da pelo Instituto Geográ-

fico Português, a empresa

liderada por José Alves tem

desenvolvido ao longo desta

década e meia de existência

um vasto conjunto de inicia-

tivas no âmbito de ativida-

des cartográficas e cadastro

predial.

Para estar no mercado de

forma rigorosa e em bene-

fício do cliente, a empresa

obteve em 2009 a certifica-

ção do seu Sistema de Ges-

tão de Qualidade, segundo

a Norma ISO 9001:2000, e

depois no ano seguinte, a

certificação do Sistema de

Gestão de Ambiente, segun-

do a Norma ISO 14001. Por

outro lado, segundo José Al-

ves, uma questão essencial

para reforçar a empresa no

Douro, nomeadamente para

atuar com a sua especialização no setor da barragens, e existem

várias em toda a região duriense, foi a qualificação no âmbito do

“Sistema de Qualificação de Fornecedores de Serviços Fundiários

da EDP”.

A Geodouro tem fornecido serviços para a EDP na região, assim

como para outros clientes como as Águas do Noroeste, Águas de

Trás-os-Montes e Alto Douro, municípios de São João da Pesquei-

ra e Vila Nova de Foz Côa, assim como para a REN.

Por outro lado, a evolução da viticultura no Douro, também le-

vou à necessidade de novos

cadastramentos prediais,

assim como ao desenvolvi-

mento e implementação de

novos projetos fundiários.

Segundo José Alves, alguns

dos principais clientes da

Geodouro na região foram

empresas como a Sogrape,

Adriano Ramos Pinto, So-

gevinus, Esporão, Quinta

do Vallado, Quinta do Vale

Meão, Vinhos Borges, entre

muitos outros, assegurou o

empresário.

Com um volume de negó-

cios de 654 mil euros em

2014, a Geodouro deverá

elevar este ano as vendas

para quase 800 mil euros.

Para José Alves, tal situação

é fruto de uma melhoria do

ambiente de negócios na

região, esperando, contudo,

que nos próximos anos o

volume de trabalho esteja

estável em torno dos valores alcançados em 2015.

Quanto ao futuro, o responsável da Geodouro pretende continuar

a ligação com a universidade, ciente que é de lá que poderão vir

bons recursos humanos e técnicos para a empresa, admitindo vir

a criar uma extensão da Geodouro em Viseu, cidade onde já tem

um programador sénior. «É uma possibilidade», remata. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 5554 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Tiago Bessa, Administrador do Aquafixe, o primeiro parque aquático no nordeste português

Vamos construir um hotel junto ao Aquafixe

Próximo do Vale da Vilariça, no concelho de Torre de Moncorvo, praticamente junto ao

ponto onde o rio Sabor toca com o Douro, nasceu há poucos meses o Aquifixe, o primeiro

parque aquático localizado no nordeste português. Tiago Bessa é o administrador do

Aquafixe, e mostrou nesta reportagem da PAÍS €CONÓMICO no local qual foi a visão

da família Bessa para se arriscar a realizar um investimento que já atingiu os cinco

milhões de euros nesta zona do interior do país. E promete investir ainda mais no local,

pois com o encerramento das atividades aquáticas do Aquafixe no final de Setembro,

começarão imediatamente a construção da futura unidade hoteleira de quatro estrelas

que deverá estar pronta no final do próximo ano, com um investimento de cerca de oito

milhões de eurosTEXTO › MANUEL GONÇALVES | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

Tiago Bessa é o único transmontano da família, e foi com

naturalidade que assumiu a liderança do projeto turístico

que aquela família decidiu implementar no lugar do Vale

da Vilariça, no concelho de Torre de Moncorvo, muito próximo do

lugar onde o rio Sabor se encontra com o rio Douro. Há poucos

meses nasceu o Aquafixe, o primeiro parque aquático do nordeste

português, e já a partir do início de Outubro arrancará a constru-

ção da nova unidade hoteleira de quatro estrelas, que completará

as grandes infraestruturas de um investimento global de cerca de

13,5 milhões de euros, um dos maiores investimentos realizados

em toda a região.

Iniciado no início do ano passado, a abertura do Aquafixe acon-

teceu há poucos meses. Com uma ocupação

que se acentua nos dias de fim-de-semana,

o parque aquático faz o delírio de miúdos e

graúdos, não apenas da localidade ou até de

Torre de Moncorvo, mas da própria região,

bem como das vizinhas regiões espanholas

de Zamora e de Salamanca.

Possuidor de 500 metros de pistas e de

várias estruturas que estimulam o diverti-

mento e o lazer dos frequentadores – Speed

Mountain, Black Shark, Speed River, Twis-

ted Tracks e Children Wet Paradise – o

Aquafixe possui um conjunto de monitores

e profissionais zeladores da segurança de

todos os que desafiam a água e as suas es-

truturas rápidas de divertimento. «A ques-

tão da segurança é muito importante para

nós, assim como a higiene de todo o recinto

e de cada um dos seus lugares. Isso acon-

tece no parque aquático propriamente dito,

bem como no restaurante e restantes zonas de apoio», sublinha

Tiago Bessa.

O objetivo para este ano será o de atingir os oitenta mil visitantes,

no caso, até ao final do mês de Setembro, quando encerrará o

parque aquático.

No entanto, como adianta Tiago Bessa, «a estrutura do parque

continuará a funcionar, nomeadamente o restaurante e as di-

versas zonas de apoio, sobretudo os espaços para a exposição e

comercialização de produtos regionais, sendo nossa intenção di-

namizar ao longo de todo o ano a vida e a frequência no Aquafixe,

que além de querer receber toda a população da região onde se

insere, pretende igualmente atrair pessoas vindas de Espanha e

do litoral português, «obviamente por causa das nossas estupen-

das estruturas aquáticas, mas também para disfrutarem mas ma-

ravilhosas condições naturais e paisagísticas da bela região onde

nos inserimos».

Dorius Resort HotelTerminada a época aquática, será tempo de iniciar a construção

da futura unidade hoteleira de quatro estrelas superior, que se

integrará neste complexo turístico do Vale de Vilariça. Segundo

Tiago Bessa, a futura unidade será denominada Dorius Resort

Hotel, e comportará 61 quartos. O investimento ascenderá a 8,5

milhões de euros e terá o apoio comunitário, aliás como a própria

construção do Aquafixe também obteve.

Para o jovem empresário que lidera este empreendimento por

parte da família Bessa, a conclusão do hotel está prevista para o

final do próximo ano e empregará 24 colaboradores, na sua gran-

de maioria provenientes da própria região, «pois hoje já é possível

encontrar pessoas qualificadas na região para estar numa unida-

de hoteleira com a categoria como aquela que vamos construir

neste local», sublinhou Tiago Bessa.

O complexo turístico hoteleiro encimado pelo Aquafixe «é um

projeto da região e para a região, sem prejuízo de olhar e de

convidarmos todo o país, bem como as regiões mais próximas

da vizinha Espanha, para conhecerem e usufruírem, durante este

Verão, do Aquafixe, e mais tarde, do Dorius Resort Hotel. Quando

tomámos a decisão de investir quase catorze milhões de euros

neste local e nesta região, foi porque acreditámos completamente

na sua viabilidade e rentabilidade, numa perspetiva de médio e

longo prazos, além de acrescentarmos valor ao turismo e à coesão

social deste território e do nosso país. E estamos certos, pela quali-

dade, variedade e competência de todos os nossos colaboradores,

de que vamos ter sucesso e com forte impacto no turismo e na

economia de Torre de Moncorvo e da própria região», finalizou

Tiago Bessa. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 5756 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› DOSSIER REGIÃO DO DOURO

Hotel Vila Galé Douro

A nova referência hoteleira no Douro

No passado dia 30 de Maio foi inaugurado o Hotel Vila Galé Douro, o mais recente

investimento em Portugal do segundo maior grupo hoteleiro nacional. Pouco mais de

um mês depois da abertura da unidade de Évora, a insígnia liderada por Jorge Rebelo de

Almeida chegava às margens do rio Douro, desfrutando da paisagem única e inigualável

das vinhas que sobem os socalcos íngremes dos montes que ladeiam

o Douro serpenteante.

A chegada do grupo ao Vila constituía uma aspiração

antiga de Jorge Rebelo de Almeida, e quando surgiu a

oportunidade de adquirir o antigo Douro River Hotel

& SPA, na margem sul do Douro e defronte da cidade de Peso

da Régua, o empresário não perdeu um segundo em agarrar essa

possibilidade.

Foi o próprio presidente do Grupo Vila Galé a adiantar que «há

muito tempo havia o desejo de vir para o Douro, de expandir para

esta região, e a Vila Galé recebeu toda a força das autarquias para

avançar com este projecto em dois meses e meio».

Depois, foi correr um processo em tempo recorde de remodelação

e aquisição de novos equipamentos e mobiliário, reflectindo um

investimento total de 3 milhões de euros. Por outro lado, o líder

do grupo assegurou que o staff do hotel duriense «é todo compos-

to por pessoas da região».

Charme no DouroO Hotel Vila Galé Douro é a mais pequena unidade do Grupo, con-

tando com 38 quartos, restaurante, bar, SPA com piscina interior,

jacuzzi exterior e salão de eventos.

Os 38 quartos dividem-se em 30 quartos standard vista rio e 8

quartos familiares vista rio.

No que respeita ao restaurante do hotel recebe a marca “Inevitá-

vel”” do Grupo Vila Galé, com um marcado conceito baseado na

gastronomia portuguesa e com influências na gastronomia regio-

nal apresenta uma cozinha contemporânea de autoria do Chef

Francisco Ferreira.

Por outro lado, a unidade dispõe também de dois espaços poliva-

lentes para reuniões e eventos. A sala de reunião Ópera, localizada

no piso 1, com uma área total de 270m2, luz natural, terraço e

capacidade máxima para 120 pessoas, apresenta o mais moderno

equipamento permitindo a realização de diversos tipos de even-

tos. No piso 2, a sala de banquetes Palácio dos Arcos com uma

área total de 150m2 é o outro espaço disponível para a realização

de eventos.

Outra das marcas de referência existentes nos hotéis Vila Galé, e

que no Douro também está presente, refere-se ao SPA Satsanga,

onde exista a sala “Romeu e Julieta” (massagens para duas pes-

soas), sala de massagem (uma pessoa), sala de estética, duche Vi-

chy, ginásio, piscina interior, banho turco e um jacuzzi exterior

com vista privilegiada para o rio Douro.

É ainda de referir que a localização do Vila Galé Douro é assaz

privilegiada, pelo que existem diversas actividades disponíveis na

área para uma esplêndida estadia, como seja visitas guiadas às

quintas de vinho do Douro e do Porto, passeios no rio Douro com

passagens pelas diferentes barragens, museus e locais e interesse

histórico e cultural ou mesmo passeios de comboio para apreciar

as paisagens. ‹

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Agosto 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 5958 › PAÍS €CONÓMICO | Agosto 2015

› A FECHAR

Efapel investe em EspanhaA Efapel abriu uma subsidiária na cidade

espanhola de Salamanca de modo a “apro-

veitar o ambiente económico favorável”,

onde a empresa com sede no concelho de

Coimbra, sublinha em comunicado “ter

uma considerável vantagem competitiva

relativamente aos demais concorrentes

não espanhóis, com menores custos de ex-

pedição e melhor serviço de proximidade”.

A Espanha responde por 33% das expor-

tações da Efapel, e segundo declarações ao

Jornal de Negócios, Américo Duarte, presi-

dente da Efapel, o objetivo foi o de criar

uma estrutura empresarial em Salamanca,

de modo a faturar e cobrar a operação em

Espanha. A empresa iniciou a atividade

com um diretor e oito delegados comer-

ciais no país vizinho, continuando a ven-

der a produção de material elétrico feito

nas fábricas de Serpins e do Padrão. Ainda

quanto à internacionalização da empresa,

o presidente da Efapel reconheceu tam-

bém que o investimento projetado para a

Colômbia, estimado em sete milhões de

euros, «ainda aguarda a reunião de novos

requisitos para ir para lá», sublinhou. ‹

Fidelidade duplica resultados no primeiro semestreO grupo Fidelidade mais do que duplicou os resultados no primeiro semestre do corrente

ano, tendo atingido os 210 milhões de euros, o que refletiu o crescimento da atividade e a

melhoria da carteira de investimentos. As companhias do grupo chinês Fosun reforçaram

a liderança em Portugal, para uma quota de 30,2%.

O aumento de 113,7% nos lucros da firma de capital chinês resultou “tanto da melho-

ria do desempenho técnico, especificamente nalgumas linhas do negócio não vida, e da

maior contribuição dos resultados financeiros”. Este crescimento da atividade da segu-

radora refletiu também o contributo das operações internacionais, cujo negócio subiu

28%. ‹

Empresas portuguesas inundaram a FildaAs 95 empresas e expositores portugueses que estiveram na Filda – Feira Interna-

cional de Luanda, constituíram o principal contingente internacional presente na

capital angolana, sendo que 25 dessas empresas estiveram na Filda pela primeira

vez.

Segundo Miguel Frasquilho, presidente da Aicep Portugal Global, presente em

Luanda, referiu que «o dinamismo mantém-se e os empresários, numa altura em

que se poderia de alguma forma questionar as relações entre os dois países, dizem

presente, apesar das dificuldades que são conhecidas, de parte a parte».

O líder da Aicep recordou que mais de 9.400 empresas portuguesas exportam para

Angola, sendo que metade tem no mercado angolano o único destino internacio-

nal dos seus produtos. Miguel Frasquilho defendeu que «as relações económicas

continuam fortes», além de que «Portugal e Angola continuam a estar juntas».

Por isso, neste momento, apesar das dificuldades, o interesse dos empresários por-

tugueses continuam a demonstrar no mercado angolano, o presidente da Aicep

prevê «uma inversão destas quebras nas vendas para Angola a breve trecho». ‹

Moscatel de Setúbal Xavier Santana premiadoO Moscatel de Setúbal Xavier Santana 2012 foi o único mos-

catel português a figurar no Top 10 de 2015 dos Melhores

Moscatéis do Mundo. A distinção chegou de França e foi atri-

buída pelo Concurso Internacional Muscat du Monde, con-

siderado um dos melhores eventos internacionais de vinhos

moscatel.

Nesta 15ª edição do concurso foram ainda distinguidos o

Moscatel de Setúbal Superior 2005 – Casa Ermelinda Freitas,

com medalha de ouro, e o Moscatel de Setúbal 2013 – Adega

de Palmela, com medalha de prata, levando para a região da

Península de Setúbal três das quatro medalhas portuguesas

alcançadas. ‹

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