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O agregador da advocacia 28 Novembro de 2012 www.advocatus.pt Edição Jurídica Inovadora. É assim que a Wolters Kluwer se apresenta no mercado português, um mercado de pequena dimensão mas com a grande vantagem da abertura ao digital. O ideal para esta editora especializada no livro técnico-jurídico mas com grande vocação para os formatos não tradicionais. Alberto Larrondo é o diretor-geral para Portugal da editora que tem como mote “a primeira escolha do profissional” “O mercado português tem provado que há lugar para uma editora inovadora, tecnológica e vocacionada para o cliente como a Wolters Kluwer, que, ainda assim, não descura o tradicional livro” Na senda da inovação É sabido que o mercado editorial, independentemente do país, se ca- racteriza por ciclos irregulares, renta- bilidade de curta duração e grande variedade de títulos. E que em paí - ses como Portugal os custos fixos de produção continuam elevados, tal como elevados são os da dis- tribuição. Para os custos contribui ainda a remuneração dos autores. Daí que a flexibilidade do preço seja muito escassa. Neste cenário prever um sucesso comercial é difícil, mas a verdade é que, como em qualquer negócio, uma editora visa o lucro. É neste mercado global que emerge um mercado mais específico, de en- tre muitos outros: o do livro técnico- -jurídico. Edições e produtos elabo- rados por profissionais, com elevado conhecimento técnico. Um mercado que em Portugal é partilhado por várias editoras, concorrencial como qualquer outro. A maioria dessas editoras, no en- tanto, dedica-se maioritariamente à edição em papel, alinhando, aliás, pelos restantes atores do panorama editorial nacional, que continuam a privilegiar os canais tradicionais para a produção e edição, para a distri- buição e vendas. Uma tendência que a Wolters Kluwer veio quebrar, apresentando-se ao mercado como inovadora e tecnoló- gica. E “com algum sucesso”, como resume o diretor-geral para Portu- gal, Alberto Larrondo, que também assume a direção-geral da unidade

Na senda da inovação

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Na senda da inovação

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Page 1: Na senda da inovação

O agregador da advocacia28 Novembro de 2012

www.advocatus.ptEdição Jurídica

Inovadora. É assim que a Wolters Kluwer se apresenta no mercado português, um mercado de pequena dimensão mas com a grande vantagem da abertura ao digital. O ideal para esta editora especializada no livro técnico-jurídico mas com grande vocação para os formatos não tradicionais. Alberto Larrondo é o diretor-geral para Portugal da editora que tem como mote “a primeira escolha do profissional”

“o mercado português tem provado que há

lugar para uma editora inovadora, tecnológica e vocacionada para o

cliente como a Wolters Kluwer, que, ainda assim, não descura o tradicional

livro”

Na senda da inovação

É sabido que o mercado editorial, independentemente do país, se ca-racteriza por ciclos irregulares, renta-bilidade de curta duração e grande variedade de títulos. E que em paí-ses como Portugal os custos fixos de produção continuam elevados, tal como elevados são os da dis-tribuição. Para os custos contribui ainda a remuneração dos autores. Daí que a flexibilidade do preço seja muito escassa. Neste cenário prever um sucesso comercial é difícil, mas

a verdade é que, como em qualquer negócio, uma editora visa o lucro. É neste mercado global que emerge um mercado mais específico, de en-tre muitos outros: o do livro técnico--jurídico. Edições e produtos elabo-rados por profissionais, com elevado conhecimento técnico. Um mercado que em Portugal é partilhado por várias editoras, concorrencial como qualquer outro. A maioria dessas editoras, no en-tanto, dedica-se maioritariamente à

edição em papel, alinhando, aliás, pelos restantes atores do panorama editorial nacional, que continuam a privilegiar os canais tradicionais para a produção e edição, para a distri-buição e vendas. Uma tendência que a Wolters Kluwer veio quebrar, apresentando-se ao mercado como inovadora e tecnoló-gica. E “com algum sucesso”, como resume o diretor-geral para Portu-gal, Alberto Larrondo, que também assume a direção-geral da unidade

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Novembro de 2012 29O agregador da advocacia

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A Wolters Kluwer não teve de se adaptar

ao digital, antes pelo contrário – entrou

em Portugal já para comercializar

informação, serviços e soluções inteligentes para os profissionais jurídicos, através das

suas aplicações e softwares

Alberto Larrondo

Diretor-geral da Wolters Kluwer para Portugal e da unidade de negócio editorial

em Espanha

de negócio editorial em Espanha. “O mercado português tem prova-do que há lugar para uma editora inovadora, tecnológica e vocacio-nada para o cliente como a Wolters Kluwer, que, ainda assim, não des-cura o tradicional livro, publicando sobre os temas de maior relevo e atualidade, sempre numa vertente prática”, justifica.A Wolters Kluwer orgulha-se de li-derar o processo de aplicação das novas tecnologias, “abrindo continu-amente novas fronteiras ao conheci-mento”: “Sempre com esta aspira-ção, fomos pioneiros no lançamento de alguns produtos e serviços. Apre-sentámos a primeira revista jurídica online, JusJornal, e a primeira base de dados jurídica online de legisla-ção e jurisprudência, JusNet, com pesquisa universal e absolutamente inter-relacionada entre si”, concretiza o diretor-geral.O que isto significa é que a Wolters Kluwer não teve de se adaptar ao digital, antes pelo contrário – entrou em Portugal já para comercializar informação, serviços e soluções in-teligentes para os profissionais jurí-dicos, através das suas aplicações e softwares. Tornou-se “um tremendo êxito, a avaliar pelos seus 12.000 utilizadores diários e convertendo--se no líder de informação jurídica online”.Esta vocação para o digital não im-plica que o papel seja menospreza-do: aliás, o diálogo e a proximidade com os clientes conduziram à pro-dução de algumas edições em pa-pel, de que são exemplo a coleção de JusFormulários, JusPráticos e outras obras. Atualmente, a editora serve os seus clientes em todos os suportes: papel, CD-Rom e online.E quem são esses clientes? São maioritariamente profissionais rela-cionados com a justiça, mas tam-bém algumas das maiores empresas e instituições nacionais. Ou, nas pa-lavras de Alberto Larrondo, “alguns milhares que confiam diariamente na Wolters Kluwer Portugal para de-senvolver e melhorar a sua atividade profissional”. É que, ao contrário de outras, esta editora não se dirige apenas à academia, mas aos profis-sionais jurídicos. Mantém, aliás, com esses profis-

tratamento da informação e pode disponibilizá-la de forma rápida e efi-ciente”. Assim, as leis alteradas são “rapidamente” apresentadas com a nova versão, vigente e consolidada, guardando-se as versões históricas, o que – frisa – constitui “uma van-tagem competitiva” não só para a editora, mas também para o cliente, que evita perder tempo, o que pode ser fulcral num processo de decisão.E, tendo em conta que se dirige a profissionais jurídicos, a preocupa-ção de disponibilizar informação atualizada é uma constante. Afinal, a legislação é a coluna vertebral de qualquer sistema jurídico. Contudo, Alberto Larrondo ressalva que a lei não é a única fonte do Direito e que, por isso, é necessária informação sobre a aplicação das leis pelos tri-bunais e qual o sentido e interpreta-ção que se deve dar à lei.Nesse sentido, sublinha que os au-tores da Wolters Kluwer têm dado “um contributo muito importante para que a editora não descure os temas vinculantes do sistema legal português, mas também para que mantenha a atualidade necessária na área jurídica”.Assim, a editora disponibiliza juris-prudência, doutrina administrativa e artigos jurídicos para a melhor com-preensão da lei e da sua aplicação de forma absolutamente interligada, para que o jurista possa, a partir de um único repositório, lançar uma consulta sobre um determinado tema e de uma só vez conseguir obter informação para a resolução de um caso concreto. Disponibili-za igualmente a legislação a aplicar atualizada ao dia, como é que os tribunais decidiram em casos seme-lhantes e qual a posição dos mais prestigiados autores sobre o assun-to, em diversos formatos.É assim em Portugal e em Espanha, mas se há semelhanças entre os dois mercados também há diferen-ças. São semelhantes porque – ex-plica Alberto Larrondo, a partir da sua experiência ibérica – são merca-dos maduros, onde há um processo contínuo de concentração de edi-tores. São diferentes na dimensão, com o espanhol quatro vezes maior do que o português, com os pontos de venda em Portugal concentrados

num pequeno número de livrarias, enquanto em Espanha estão mais dispersos, com os editores jurídicos portugueses ainda empresas peque-nas e os espanhóis integrados em grandes grupos de comunicação.Todavia, pode considerar-se que Portugal está mais avançado do que alguns países europeus, na medida em que foi pioneiro na obrigatorie-dade de utilização do digital/online nas relações com a administração pública e tribunais. Ora esta abertura favorece e impulsiona a implementa-ção de produtos como os da Wolters Kluwer, que passam não só pelo tra-dicional livro, mas também por plata-formas jurídicas online.

sionais e as suas instituições uma relação de diálogo, privilegiando acordos com as entidades que regu-lam e pugnam pelo desenvolvimento das atividades profissionais ligadas à justiça. Desde a chegada a Portugal que a editora tem vindo a colaborar com as diversas ordens e câmaras profissionais, com as universidades, públicas e privadas, com os tribunais e associações sindicais. “O diálogo constante com estas instituições superou e excedeu to-das as nossas expectativas. Pre-tendemos progredir neste caminho, aferindo quais as exigências para a otimização do desempenho dos profissionais que cada instituição ou entidade representa, para que pos-samos propor as melhores soluções, quer a nível de informação e conte-údos em papel e online”, sublinha o responsável máximo pela editora em Portugal.Sendo Portugal um país de reconhe-cida profusão legislativa, e sabendo--se que essa profusão é benéfica para o sector editorial, como se comporta a Wolters Kluwer? Diz o seu diretor-geral que a editora, por-que “focada na criação de valor e acompanhamento diário” do cliente, tem “uma vantagem tecnológica no