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maria-fernandes
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Natal 2012
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6
A escrita é a voz que me dita a palavra.
Raízes de hera
são braços do tempo ao vento,
são esparsos filamentos do pensamento!
11
Um destino, uma procura,
a fuga na busca do sentido,
a Tosca no fim da linha.
o sol, a neve, a chuva, o vento,
o diálogo em desalinho.
Sempre a Catedral, sempre a Catedral…
Em atos falhados
a sinfonia dos elétricos e do Metro.
A distância e o silêncio
no lar da melodia.
E o Danúbio e o Danúbio…
17
Corre a par com a brisa um odor
que se entranha na pele, metade com cheiro a maresia
outro tanto com cheiro a resteva. Por uma narina chega o iodo
salpicado pelas ondas, pela outra o pó dos campos da aldeia.
Ao longe, escorando as margens,
o rio desagua na permanência do devir.
No céu espraiam-se nuvens lavradas à charrua,
como se Deus tivesse andado a arar o céu.
26
Do Poeta são…
o mar, as nuvens, o céu,
as flores, as árvores, os animais, o ocaso…
… toda a Natureza e o infinito…
… e o infinito…
Do Poeta é a palavra da Vida…
porque o Poeta não tem!
32
É Natal …
na marginal, o bramido das ondas,
na sala, a letargia desliza como sombra, integrando a sinfonia do vento e escrevendo
pensamentos em sonho…
… para que o tempo nasça
nas Catedrais da memória!