Navegação Ciência e Arte - Capitulo 10

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    1/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 227

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    10.1 O FENMENO DA MAR E SUAIMPORTNCIA PARA A NAVEGAO

    A superfcie dos m ar es n o perm an ece esta cion ria. Devido, principalmen te, s a tr a-es da Lua e do Sol, a ma ssa lquida se m ovimen ta no sentido vertical, dando origem smars e, tam bm, horizont almen te, provocan do as correntes de mar . Adema is, o aqu e-

    ciment o desigual dos diferent es pontos da Terr a pelo Sol e os gra ndes sist ema s de ventoresulta nt es do origem s correntes ocenicas , que sero adiante estuda das, neste mesmoCaptulo.

    Quando o navio se encontra em locais profundos, o conhecimento preciso da alturada gua em relao ao fundo do mar no tem maior significado. Entretanto, em guasra sas, este conh eciment o que perm itir definir em qu e ocasies e qua is as rea s, port osou cana is onde u m n avio pode na vegar com segur an a.

    As corr entes de ma r ta mbm devero ser levada s em cont a na na vegao em gua srest rita s, quan do n o se pode permitir que o na vio se afaste da derr ota prevista. O conh e-

    cimen to ant ecipado da direo e velocidade dest a corr ent e facilita r o plan ejam ent o, n o sda derrota, como tambm da atracao/desatracao e dos horrios mais convenientes smanobras.

    10.2 CONCEITOS BSICOS DE MARS

    Mar a oscilao vertical da superfcie do mar ou outra grande massa dgua sobre aTerra , causa da pr imar iament e pelas diferenas na a tr ao gravitacional da Lu a e, em menorexten s o, do Sol sobre os diversos pont os da Terr a.

    A oscilao da ma r conseqn cia, basicam ente, da Lei da Gr avitao Universal deNewton, segundo a qual as matr ias se atraem n a r azo direta de sua ma ssas e na r azoinversa do quadrado da distncia que as separa. A Lu a , devido sua proximidade, o

    10

    MARS E CORREN-TES D E MAR;

    CORRENTESOCENICAS

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    2/48

    228 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    corp o celest e que ma is influen cia a ma r, seguin do-se o Sol , por fora de sua enorme ma ssa.A influncia dos demais plan etas e estr elas bem m enos significan te.

    Os m oviment os r elativos SolTerra Lua fazem com qu e as mars sejam movimentosharmnicos compostos que podem, conseqentemente, ser decompostos em vrios mo-vimentos harmnicos s imples , expressos por equa es ma tem t icas.

    A Terra e, especialment e, seus oceanos, so afetados pela at ra o gravitaciona l dosistema Terra Lua e pelas foras cent rfugas resulta nt es de sua revoluo em torno de umcent ro comu m (baricentro ou centr o de ma ssa do sistem a Ter ra Lua), const itudo por u mponto localizado no interior da Terra, aproximadamente 810 milhas (cerca de 1.500 km)aba ixo de su a s uper fcie. A fora gra vitaciona l (Fg) e a fora centr fuga (Fc) est o em equ il-brio e, como resultado, a Terra e a Lua nem colidem, nem se afastam uma da outra noespa o (Figura 10.1).

    Figura 10.1 - Foras g eradoras da ma r

    En tr etan to, embora o sistema Terra Lua como um t odo esteja em equilbrio, par t-culas individuais na Terr a n o esto. A fora centrfuga a m esma em qua lquer lugar , poistodos os pont os n a super fcie da Ter ra descrevem o mesm o moviment o em torno do cent rode massa comum . Estas foras so todas par alelas ent re si e para lelas a u ma linha unindoo centr o da Terra ao cent ro da Lua . Por out ro lado, a fora gra vita ciona l no a m esma emtodos os lugar es; as pa rt culas m ais pr xima s da Lua sofrem um a fora gra vita ciona l maiorque aquelas localizadas no lado mais afastado da Terra. Ademais, estas foras no sopar alelas, tendo cada um a a dir eo da linh a que un e a par tcula corr espondent e ao centr oda Lua.

    Assim, as resultantes dessas foras (Fr), mostr adas com nfase exagerada na Figura,levaro a gua da superfcie a fluir em direo aos pontos da superfcie da Terra maisprximo e mais a fast ado da Lua (pont o subluna r e sua an tpoda, respectivam ente). Estefluxo cau sa nveis de gua m ais a ltos que o norma l nesses pontos e nveis m ais baixos que

    Mar a oscilao vertical da superfcie do marou outra grande massa dgua sobre a Terra,causada primariamente pelas diferenas naatrao gravitacional da Lua e, em menor ex-tenso, do Sol sobre os diversos pontos da Terra.

    Como a Lua est muito mais prxima da Terraque o Sol, o efeito de sua fora gravitacional

    cerca de 2,25 vezes mais pronunciado, mesmotendo o Sol uma massa milhares de vezes maior.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    3/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 229

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    o norm al na s r eas de onde o fluxo provm. Em bora no pont o mais prximo e mais dista nt eda lua ha ja indicao de uma fora resu ltan te (Fr) para fora , esta mu ito fra ca, n o tendointensidade suficiente pa ra causa r u ma mar aprecivel. A mar r esulta, realmente, dasforas quase horizontais que causam o fluxo acima descrito, na direo dos pontos da su-perfcie da Terr a m ais pr ximo e mais a fast ado da Lua . Esta explicao, abreviada e sim-

    plificada , ajuda m uito a ent ender o fenmeno das ma rs.

    Como a Terr a gira cada dia em t orn o de seu eixo, de Oeste par a Lest e, completa ndouma rotao a cada 24 horas, o ponto da superfcie da Terra que fica na direo da Luamu da e, teoricam ente, cada ponto na Terra apr esentar ia duas pr eama res (PM) e duas baixamares (BM) no perodo de 24 horas. Entretanto, como a Lua gira em torno da Terra nomesmo sentido em que a Terra gira em torno de seu eixo, o tempo que a Terra leva paraefetua r u m r ota o completa com r elao Lua de apr oxima dam ente 24h 50m , perodoconh ecido como um dia lun ar . Adem ais, como resu lta do da inclina o do eixo da Ter ra , asPREAMARES e as BAIXA-MARES sucessivas no so normalmente de nveis iguais.

    10.3 MARS DE S IZGIA E MARS DEQUADRATURA

    As mar s de sizgia (ou de guas vivas) e as m ar s de quadra tur a (ou de guas m ort as)podem ser visualizadas n a F igur a 10.2.

    Figura 10.2 - Mars de Sizgia e Mars de Quadratura

    As foras de atrao da Lua e do Sol se somam duas vezes em cada lunao (in-ter valo de tempo ent re du as conjunes ou oposies da Lua , cujo valor, em dia s m dios, 29,530588 dias), por ocas io da Lua Nova e da Lu a Ch eia, produzind o ma rs de sizgia, comprea ma res (PM) mu ito alta s e baixam ar es (BM) mu ito baixas.

    As foras de atrao do Sol e da Lua se opem duas vezes em cada lunao, porocasio do quar to crescente e quart o mingua nt e da Lua, produzindo mar s de quadr at ur a,com pr eama res ma is baixas e baixama res ma is altas.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    4/48

    230 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    10.4 TIPOS DE MARSDevido ao fato de 1 dia lunar ter aproximadamente 24h 50m, em oposio ao dia

    solar de 24 horas , as ma rs n o ocorr em t odos os dias mesm a h ora nu m m esmo local.

    Conform e an ter iorm ente citado, o padr o norma l de ma rs a ocorr ncia de 2 P M e2 BM no perodo de 1 dia lun ar (24h 50m). Este t ipo de ma r cham ado de semidiurna . Amar semidiurn a, ento, apresenta duas P M e duas BM no perodo de 1 dia luna r, sen do ointervalo de tempo entre uma PM e a BM consecutiva de pouco mais de 6 horas. Normal-mente, h a penas variaes relativam ente pequenas n as altu ras de dua s P M ou de duasBM sucessivas. No Bra sil, as mars semidiurnas s o obser vada s de VITRIA, E.S., par ao Norte.

    Figura 10.3 - Tipos d e Mars

    O padro semidiurno, entretanto,vai variar em diversos locais da Terr a, em

    virtude dos efeitos de massas terrestres,latitude do lugar, guas restritas, frico(atrito), viscosidade do meio lquido e doefeito de Coriolis (uma fora aparente queatua sobre qualquer corpo em movimentona superfcie terrestre, causada pela ro-tao da Terra), produzindo mars d iur-nas e mars mistas .

    As mars d iurnas constituem umpadr o no qual ocorr em apen as um a P M

    e uma BM a cada dia lunar. Geralmenteos nveis de duas P M ou BM sucessivasno variam muito. reas de ocorrncia:costa norte do Golfo do Mxico, Mar deJ ava , Golfo de Tonk in.

    As mars mis tas const i tuem umtipo de mar no qual a s oscilaes diurn ase semidiurnas so ambas fatores impor-tantes, sendo a mar caracterizada porgrandes diferenas de altura entre duas

    P M ou duas B M consecu t ivas . H , no rma lmen te , 2 PM e 2 BM a cada d i a , masocasionalmente a mar pode tornar-se diurna.

    Figura 10.3 (a) - Mar de Des igualdad es Diu rnas

    Ademais, em outros locais a marapresenta sempre duas P M e duas BM dia-riamen te, ma s com desigualdades an logass da Figura 10.3 (a). Este tipo de ma r class ificado como mar semidiurna comdesigualdades d iurnas, ou mar de de -s igualdades d iurnas , ocorren do na Cos-

    ta Sul do Brasil.

    O s t i p o s d e m a r s p o d e m s e rvisua lizados nas Figura s 10.3 e 10.3 (a)

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    5/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 231

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    10.5 ELEMENTOS DAS MARS

    Se, em u m dado local, for observada a oscilao rtmica do nvel das gua s, dur an teum certo tem po, verifica-se que:

    a. O nvel sobe dura nt e algum t empo, perodo denominado de enchente;

    b. Atinge um nvel m ximo denominado prea ma r;

    c. Fica u m cert o tempo esta ciona do, perodo denomina do de estofo de enchente;

    d. Baixa dura nt e um cert o tem po, perodo da vazant e;

    e. Alcan a o nvel mnimo, cha ma do baixamar ;

    f. Fica estaciona do algum t empo, novam ente cham ado de estofo, s que agora denominadoest ofo de vazan te; e

    g) Recomea a s ubir , iniciando a repet io do moviment o de enchen te.Est e moviment o rtmico uma funo peridica do tem po e pode ser r epresent ado

    segundo dois eixos ortogonais, onde o eixo vertical indicar a altura da mar (h) e o eixohorizont al o inst an te em que ocorr e aquela altu ra (t), como mostra do na F igur a 10.4.

    Figura 10.4 -Eleme ntos d as Mars

    Observando a F igur a e a descrio do moviment o rtmico acima a present ada , pode-se definir:

    PREAMAR (PM): Maior altura que alcanam as guas em uma oscilao; igual a hPM

    eacont ece nos inst an tes t

    ce t

    i.

    BAIXA-MAR (BM): Menor altu ra que alcanam a s gua s em um a oscilao; igua l a h BM eocorr e no insta nt e te.

    AMP LITUDE DA MAR: Distn cia vertical entre u ma PM e u ma BM consecutivas, igua la h

    PM h

    BM.

    NVEL MDIO (NM): Valor m dio em t orn o do qual a ma r oscila. Pa ra um a det erm inadaoscilao h NM = (h PM + h BM)/2; par a u m per odo longo, equivale ao nvel em que perma neceriao mar se n o existissem as m ars.

    ENCHENTE: Intervalo de tempo dura nt e o qua l o nvel do mar se eleva; dur ao da enchente

    = t i t e.VAZANTE : Int ervalo de tempo dur an te o qual o nvel do ma r ba ixa; dura o da vazan te =t e t c.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    6/48

    232 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    ES TOFO DA MAR : Perodo dura nt e o qual o nvel do ma r fica pra ticam ente est aciona do;pode ser est ofo de enchent e (t d t c) ou de vaza nt e (t g t f).

    NVEL DE REDU O (NR): Nvel a qu e so referidas a s altu ra s das gua s e as sondagensrepresentadas nas Cartas Nuticas; o zero do eixo vertical da Figura 10.4. Como o NR

    (nvel de reduo) adotado pela DHN normalmente o nvel mdio das baixa-mares desizgia (MLWS), gera lment e se encont ra m m aiores profun didades que as sonda gens lanada sna car ta ; ent ret an to, por ocasio das BM de sizgia, podem ser encont ra das pr ofun didadesmenores que as consta ntes da car ta.

    CICLO DA MAR :Per odo de tem po ent re u ma PM e a BM que se lhe segue.

    ALTURA DA MAR : Distncia vert ical entre o nvel do mar em um determinado ins-tante e o nvel de reduo (plan o de refern cia que const itui a origem de cont agem dasprofundidades e das altur as da mar ).

    10.6 OUTROS CONCEITOSRELACIONADOS COM MARS

    IDADE DA LUA: Intervalo de tempo decorrido entre a ltima Lua Nova e a lua na dataconsidera da; , norma lment e, expressa em dias , indo de zero a 29 (dur ao de uma lunao)e, qua ndo necessr io, ap roximad a a dcimos. Assim, mars de guas v ivas (sizgias) ocor-rem qua ndo a Idade da Lua for zero (Lua Nova ), 14 (Lua Cheia ) e 28 ou 29 (Lua Nova ).Da mesma forma, mars de guas mortas (quadraturas) ocorrem quando a Idade daLu a for 7 e 21 , com a Lua em quarto crescente (idade: 7) ou em quarto minguante

    (idade: 21).

    Estabe lec im ento Vulgar do Porto ou Estabe lec im ento do Porto (HWF&C:HIGHWATER FULL AND CHANGE) mdia dos intervalos de tempo decorridos entre a passa-gem da Lu a Ch eia (ou N ova) pelo meridiano superior do lugar e a ocorr ncia da prea ma r emdias de sizgio. De fato, a rotao diria da Terra em torno de seu eixo tem um efeito defrico (at rito) sobre a s ma rs. Est e efeito, aliado inr cia da ma ssa lquida, faz com que a spreamares normalmente ocorram um determinado perodo de tempo aps a passagem daLua pelo mer idian o sup erior do local. O Estabelec imento Vulgar do P orto (H.W.F & C) um a car acterstica do local a que se r efere, sendo fun o de um a srie de fatores, tais comotopografia, lat itude e pr esena de corr ent es fluviais ou m ar timas inter ferindo com a ma r.

    10.7 P LANOS DE REFERNCIAS DE MARS

    Nvel de Reduo (NR): nvel a que so referidas as alturas das mars e as sondagens(profundidades representadas nas cartas nuticas). O Nvel de Reduo normalmentecorresponde ao nvel mdio das baixamares de sizgia (MLWS) nas cartas nuticasbras ileiras. um nvel abaixo do qual o ma r n o desce sen o ra ra men te.

    Nvel Mdio do Mar (NM): altura mdia da superfcie do mar em todos os estgios de

    oscilao da mar, observados em um longo perodo de tempo (maior que 18.6 anos) econsidera do como equivalent e ao nvel que existiria n a au sncia das foras gera dora s da sma rs. O Nvel Mdio norma lment e adotado como plano de referncia par a a medida da salti tudes.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    7/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 233

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Figura 10.5 - Plano s de Refern cias de Mars

    Nvel Mdio das Mars (MTL ou MEAN TIDE LEVEL): valor mdio de um cert o nm erode PM e BM. Norma lment e, no tem qua lquer significado para a n avegao.

    MHWS (MEAN HIGH WATER SPRINGS): mdia das PM de sizgia ou altura da PM

    mdia de s izgia. Altur a mdia, deduzida de u ma longa s rie de observaes, das a ltur asdas PM de sizgia.

    MHWN (MEAN HIGH WATER NEAPS) mdia das PM de quadr at ur a ou altur a da P Mmdia de quadr at ur a. Altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, das altur asdas PM de quadratu ra.

    MHW (MEAN HIGH WATER) Mdia das PM ou altura da PM mdia, isto , alturamdia, deduzida de uma longa sr ie de observaes, das altu ra s de todas as P M.

    Altura da mar Cota vertical NR nvel do ma r, em um determ inado inst an te.

    MLWN (MEAN LOW WATER NE APS) mdia da s BM de quadr at ur a ou altu ra da BMmdia de quadratura, isto , altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes,das al turas das BM de quadratu ra.

    MLW (MEAN LOW WATER) mdia da s baixama res ou altu ra da BM mdia, isto ,altu ra mdia, deduzida de um a longa sr ie de observaes, das altu ra s de todas as BM.

    MLWS (MEAN LOW WATER SPRINGS) mdia das BM de sizgia ou altura da BMmdia de sizgia, isto , altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, dasalturas das BM de sizgia. o nvel adotado pela DHN como Nvel de Reduo (NR) nas

    Carta s Nu ticas brasileiras.

    Sondagem ou profundidade cartografada distn cia vertical do NR ao fun do do ma r,em u m det erm inado local.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    8/48

    234 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Profundidade real em um determinado instante (ou profundidade do local no instanteconsidera do): soma da sondagem com a altu ra da m ar no inst an te considera do.

    Altitude Dist ncia vert ical ent re o pont o cons idera do e o Nvel Mdio do mar .

    Altura de um objeto: distn cia vertical entr e o seu tope e a su a ba se (ou o ter ren o que acircunda).

    Normalmente, a altura de qualquer PM estar entre a MHWS e a MHWN , sendoaproximadamente igual MHWS quan do a Ida de da Lua for zero ou 14 e igual MHWNquan do a Ida de da Lua for 7 ou 21 .

    Como o NR adotado pela DHN par a as Carta s Nu ticas bra sileiras norm almente oMLWS , em geral se encontr am ma iores profundidades que as representa das na car ta. En -tr eta nt o, event ua lment e, por ocasi o das BM de sizgia, poder-se-o encont ra r pr ofundidadesmenores que as consta ntes da cart a.

    10.8 P REVISO DAS MARS

    Conform e j comen ta do, par a o navegan te o conh eciment o da ma r e da s corr entesde mar importa nt e porque lhe perm itir decidir sobre:

    a. possibilidade de pa ssar em locais de pouco fundo;

    b. dat as, horr ios e velocidades convenientes par a n avegar nest es locais;

    c. rum os na superfcie para obter os rum os no fundo desejados;

    d. escolha do bordo de atr acao, tipo de am ar ra o e folgas a dequada s das espias; e

    e. necessidade de parar motores e mquinas r efrigerada s gua sa lgada, em determinadosperodos, para evitar que as tomadas dgua, por ficarem no fundo do casco, aspiremlama ou areia.

    Pa ra decidir quan to aos aspectos da possibilidade de pa ssar em certo local, data s ehorrios mais convenientes, preciso que se observe que (Figura 10.6):

    Figu ra 10.6 -

    A - CALADO DO NAVIO

    B - PROFUNDIDADE INDICADA PELOECOBATMETRO

    C - PROFUNDIDADE DO LOCAL NO INSTANTE

    D - SONDAGEM (PROFUNDIDADECARTOGRAFADA) DO LOCAL

    E - ALTURA DA MAR NO INSTANTE

    F - COTA NM-NR

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    9/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 235

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Em qualquer inst an te, a profun didade (C) igua l a sonda gem (D) ma is a altu ra damar (E):

    C = D + E

    Nos ecobatm etr os, norm almen te m edida a dist ncia vert ical (B) ent re a quilha do

    na vio e o fundo do ma r qu e, soma da a o calado (A) da r a pr ofun didade (C):C = B + A

    Pa ra decidir quan to velocidade, preciso ter em m ente qu e, na m aioria dos na viose dent ro dos seus at ua is limites de velocidade, quan do a velocidade au ment a a sua popaafunda e, conseqentemente, para no tocar no fundo haver necessidade de maiorprofun didade (maior lazeira de gua aba ixo da qu ilha ).

    N o se pode, tam bm, esquecer que o na vio cat ur ra e que a sua ar fagem pode exigiraumentos na profundidade mnima que o navio necessitaria para passar, sem bater nofundo, em determinado local. Especial ateno deve ser dada a este fator de segurana

    quando se tratar de navios de boca estreita e compridos, que enterram bastante suasproas se sujeitos a onda s, principalment e com m ar de tra vs para van te.

    A escolha de ru mos na sup erfcie, bem como o bord o de at ra cao e tipo de ama rr ao,est l igada s corr entes de ma r.

    A folga da s espias funo principalmente da am plitu de da m ar , mas a lgun s out rosasp ectos est o ta mbm envolvidos, como: int ensida de da corren te; direo e fora dos vent os;situao de carga (navio leve ou carregado), onde se incluem os recebimentos ou transfe-rn cias de gua e leo; existncia e ut ilizao de am ar ret a e tipo do cais (se flut ua nt e oufixo).

    Os element os n ecessr ios tomada desta s decises s o conseguidos em vrias font es.As principais so:

    a . Tbuas das Mars ;

    b. Quadros de Inform aes sobre a Mar representados nas Cart as N uticas;

    c. Cartas de correntes de mar;

    d. Inform aes sobre corr entes de mar consta ntes de determinada s Cart as N uticas;

    e . Roteiro; e

    f. Almanaque Nut ico.

    A seguir sero mostra das a s ma neira s de obter, a pa rt ir de tais font es, os element osde mar s e corr entes de ma r necessrios ao na vegan te.

    10.9 UTILIZAO DAS TBU AS DASMARS

    10.9.1 CONTEDO D AS TBUAS

    As Tbuas d as Mars const ituem u ma pu blicao editada a nu alment e pela DHN ,contendo (Edio de 1993) a previso para os 47 principais portos, terminais, barras,i lhas ocenicas e fundeadouros brasile iros, relaciona dos do Norte para o Sul, e oitoportos estrang eiros da Am rica Latina .

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    10/48

    236 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    H a inda , nas Tbuas das Mars, uma Tabela de Correes que permiteconh ecer a m ar em 2 port os secun dr ios, duas outr as Ta belas pa ra obteno da m ar emum instante qualquer, explicaes para utilizao dos mtodos expeditos de previso euma Tabela de Fases da Lua.

    A Figura 10.7 reproduz uma pgina da t bua, onde se observa:

    Figura 10.7 -Tbua das Mars

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    11/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 237

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Na primeira l inha : O nome do porto, ter min al, bar ra , ilha ocen ica ou fun dead our o,o respectivo Estado da Federao e o ano a qu e se referem a s pr evises.

    Na segunda l inha : As coordenadas geo grficas do loca l da estao m aregrficae o fuso horrio adotado .

    Na terceira l inha : A sigla da instituio responsvel pelas observaes, o nmerode componen tes ut ilizados na pr eviso, a cota do Nvel Mdio sobre o Nvel de Reduo e onmero da Carta Nutica do porto, terminal, barra ou fundeadouro.

    A seguir encont ra mse 4 coluna s, cada um a r eferent e a um ms, e, no seu int erior,os elementos da m ar dia-a-dia.

    Pa ra cada dia so inform adas as horas e a s alturas das preamares (PM) e baixamares (BM) previstas.

    As hora s, do fuso horrio P(+3 hora s), so repr esenta das com 4 algarism os, sendoque os dois primeiros indicam as horas e os dois seguin tes os minutos .

    As alturas das P M e BM so dadas em 2 algarismos, representando metros ed e c m e tr o s . As al turas indicadas so cotas vert icais acima do N v e l d e R e d u o .Event ua lment e, qua ndo o n mer o for negativo , a mar estar abaixo do Nvel de Reduo .

    10.9.2 EXEMP LO DE P REVISO DE MARS

    a. Obter a previso de mar para Salinpolis , no dia 08/ma ro/1993.

    Resposta (ver Figura 10.7):

    08/mar /93 BM 0143 0.1m

    2 feira P M 0732 5.6m

    (Lua Cheia ) BM 1358 0.0m

    P M 1949 5.6m

    b. Obter a previso de mar para Salinpolis no dia 15/ma ro/93.

    Resposta :

    15/mar /93 P M 0004 4.0m

    2 feira BM 0623 1.6m

    (quar to minguante) P M 1230 4.1m

    BM 1902 1.5m

    A anlise dos dois exemplos acima permite:

    a. identificar a mar de Salinpolis como semidiurna , car acterizada por uma cur va apr o-ximadamente senoidal, com duas PREAMARES (PM) e duas BAIXA-MARES (BM)por dia (cada event o de ma r separ ado por cerca de 6 hora s um do out ro) e apr esenta ndovariaes pequenas nas altur as da s duas PM e das duas BM sucessivas.

    b. verificar a diferen a ent re MAR DE SIZGIA e MAR DE QUADRATURA. De fat o, nodia 08/mar/93 (LUA CHEIA) observa-se uma MAR DE SIZGIA, com PREAMARES(PM) bas ta nt e alt as e BAIXA-MARES (BM) muit o baixas . A AMPLITUDE DA MAR n opr imeiro ciclo de 5,5 met ros e, no segund o, 5,6 met ros. Por out ro lado, no dia 15/ma r/93

    (QUARTO MINGUANTE) tem-se MAR DE QUADRATURA, com PM mais baixas eBM mais alta s. Nessa da ta , a AMPLITUDE DA MAR bem m enor, sendo, no primeirociclo, de 2,4 met ros e, no segun do, de 2,6 met ros.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    12/48

    238 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    10.9.3 DETERMINAO DA ALTURA DA MAR EM UMINSTANTE QUALQUER

    O clculo da a ltur a da ma r, par a qua lquer dos port os lista dos, em horr io diferent edo previsto par a a pr eam ar ou baixama r, ir exigir a u tilizao das Tabelas I e II altura

    da m ar em um instant e qualquer, reproduzidas na Figura 10.8.

    A Tabela I tem como elementos de ent ra da a du ra o da mar (enchente ou vazan te)e o intervalo de tempo entr e o insta nt e considerado e a pream ar ou baixama r m ais prxima.A sua sada, denominada cents imo, um dos elementos de entr ada pa ra a Tabela II,onde o segundo elemento de entrada ser a ampli tude da m ar em questo. A sada daTabela II a correo a ser aplicada a ltura da baixamar ou pream ar considera da, quepermitir conhecer a altura da m ar no insta nte desejado.

    Embora as Tbuas das Mars sejam anu ais, as Tabelas I e II so perman entes epodem ser ut ilizadas em qua lquer dia de qua lquer an o.

    As Tabelas I e II fora m confecciona das par a per mitir a inter polao em cur vas damar que sejam s inusoidais . Assim , sua ut ilizao exige cuida dos:

    Nos portos onde a curva da mar no sinusoidal obtm-se resultado apenas a proximado.Os navegantes, portanto, devero tomar certa precauo, dando margem de seguranaigua l a 10% da a mplitude.

    Na costa do Brasil , as Tabelas d devem ser u sadas n os portos de Vitria (ES) para oNorte, onde a mar predominan temente semidiurna.

    EXEMPLOS :

    a. Qua l altur a da m ar prevista no fun deadouro de Salinpolis, no dia 08/3/93, s 1000P?

    SOLUO:

    Mar previst a em Sa linpolis, dia 08/3/93 (Figur a 10.7):

    BM 0143 0.1m

    P M 0732 5.6m

    BM 1358 0.0m

    P M 1949 5.6m

    Figura 10-9 - Mar pre vista p ara Salin polis

    Acurva da mar em Salinpolisno dia 08/3/93 pode ser visualizada naFigur a 10.9, onde se compr ova que a cur va s inusoidal .

    s 10:00 horas, a mar em Sali-npol is estar vazando .

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    13/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 239

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Figura 10-8 - Altura da m ar em um in stante qualquer (Tabelas de Correo)

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    14/48

    240 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Para en t rar na Tabela I:

    Durao da vazante : 06 h 26 m @ 06 h 20 m

    Intervalo de tempo (entr e a P M de 0732 e 1000): 02 h 28 m @ 02 h 30 m

    Dado de sada da Tabela I: 34 (frao da am plitu de)Para en t rar na tabela II:

    Amplitude d a mar no ciclo consider ado: 5.6m @ 6m

    Frao da am pl i tude (dada pela Tabela I): 34

    Dado de sada da Tabela II: 2,0m (corr eo da a ltur a)

    Altu ra da m ar em Sa linpolis, dia 08/3/93, s 10:00 hora s: 5,6 2,0 = 3,6 metr os.

    b . Determinar qual a maior e a menor profundidade prevista, no fundeadouro de Sali-

    npolis, no dia 08/3/93, em u m ponto onde a profundidade cartografada (sonda gem) 8,5 metr os.

    Com a mar prevista par a Salinpolis, no dia 08/3/93 (mostr ada no problema an te-rior), pode-se afirm ar que a maior profundidade ocorr er n as pr eam ar es de 0732 e 1949e que a menor profundidade ocorr er na BAIXA-MAR de 1358.

    Lembrando que as profundidades lanadas nas Cartas Nuticas (sondagens)representam a distn cia vertical entre o Nvel de Reduo e o fun do do ma r n o local e qu eas alturas das mars representam cotas verticais cuja origem , tambm, o nvel dereduo , pode-se a firm ar :

    Maior pr ofundidade (0732 e 1949): 8,5 + 5,6 = 14,1 metr os.

    Menor pr ofundidade (1358): 8,5 + 0,0 = 8,5 metros (o nvel do ma r n este insta nt e coin-cide com o Nvel de Redu o).

    10.9.4 P REVISO DA MAR PARA P ORTOSSECUNDRIOS

    A publicao DG6 Tbuas das Mars apresenta, ainda, uma Tabela reproduzida

    na Figura 10.10, que perm ite obter a previso das mars em dois portos secundrios ,Camocim (Cear ) e Barr a do Rio So Fra ncisco (Alagoas), em funo da m ar prevista par ao porto de referncia (Recife).

    Figura 10.10 - Po rtos Secu ndrios

    Porto de Referncia: Recife

    Portos Secundrios Latitude Longitude N.M. Carta Correes(m) n Preamar Baixa-Mar

    Instante Altura Instante Alturah min m h min m

    Camocim (Cear) 02 53 S 040 50 W 1,82 601 +02 12 + 0,8 +02 17 +0,2Barra rio So 10 30,8 S 036 24,2 W 0,80 1 000 -00 43 -0,3 -00 50 0,0Francisco (Alagoas)

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    15/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 241

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    A tabela fornece as correes aditivas ou subtrativas que devem ser aplicadas shoras e s altu ra s da pr eam ar e da baixa-mar no port o de refern cia (Recife), para obtenodos elemen tos an logos dos port os secun dr ios de Cam ocim e Ba rr a do Rio S o Fr an cisco..

    EXEMPLOS :

    a . Obt er a previso das mars pa ra o port o de Camocim (CE), no dia 06/04/93, saben do-se que, para esta dat a, a seguinte a mar prevista par a Recife (porto de referncia ):

    06/04/93 0315 2.4m P M

    3 feira 0924 0.1m BM

    Lua Cheia 1541 2.5m P M

    2153 0.1m BM

    SOLUO:

    A Tabela da Figura 10.10 fornece as seguintes correes para o porto de Camocim:Correo PM (instan te): + 02 h 12 m

    Correo PM (a lt u ra ): + 0,8m

    Correo BM (instan t e): + 02 h 17 m

    Correo BM (a ltu ra): + 0,2m

    Combinando estas correes com a mar prevista para o porto de referncia(Recife) obt m-se a previso de mar para o porto secundrio (Camocim):

    Recife 1 PM: 0315 2,4m

    Correes PM: + 0212 + 0,8mCamocim 1 PM: 0527 3,2m

    Recife 1 BM: 0924 0,1m

    Correes BM: + 0217 + 0,2m

    Camocim 1 BM: 1141 0,1m

    Recife 2 PM: 1541 2,5m

    Correes PM: + 0212 + 0,8mCamocim 2 PM: 1753 3,3m

    Recife 2 BM: 2153 0,1m

    Correes BM: + 0217 + 0,2m

    Camocim 1 BM: 0010 0,1m (07/04/93)

    Desta form a, a previso de mars pa ra Cam ocim n o dia 06/04/93 :

    0527 3,2m P M

    1141 0,1m BM1753 3,3m P M

    0010 0,1m BM (07/04/93)

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    16/48

    242 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    b. Obt er a previso de mar par a a Bar ra do Rio S o Fr an cisco, no dia 13/12/93, sabend o-se que, para esta dat a, a seguinte a mar prevista par a Recife (porto de referncia ):

    13/12/93 0332 2,1m P M

    2 feira 0938 0,1m BM

    Lua Nova 1545 2,2m P M2204 0,0m BM

    SOLUO:

    A Tabela da Figura 10.10 fornece as seguintes correes para a Barra do Rio SoFrancisco:

    Cor reo PM (in st an te): 00 h 43 m

    Correo PM (a lt u ra ): 0,3m

    Correo BM (instan te): 00 h 50 m

    Correo BM (a ltu ra ): 0,0mCombin an do esta s corr ees com a mar prevista par a Recife (porto de referncia ) obtm -se a previso de mar par a a Bar ra do Rio So Fr an cisco (port o secun dr io):

    Recife 1 PM: 0332 2,1m

    Correes PM: 0043 0,3m

    Barra S. Fco. 1 PM: 0249 1,8m

    Recife 1 BM: 0938 0,1m

    Correes BM: 0050 0,0mBarra S. Fco. 1 BM: 0848 0,1m

    Recife 2 PM: 1545 2,2m

    Correes PM: 0043 0,3m

    Barra S. Fco. 2 PM: 1502 1,9m

    Recife 2 BM: 2204 0,0m

    Correes BM: 0050 0,0m

    Barra S. Fco. 1 BM: 2114 0,0m

    Desta form a, a previso da mar para a Barra do Rio So Francisco, no dia 13/12/93 :

    0249 1,8m P M

    0848 0,1m BM

    1502 1,9m P M

    2114 0,0m BM

    Os problema s de determinao da a l tura da mar num instante qualquer e depreviso da mar em portos secundrios podem ser resolvidos com facilidade pela

    utilizao do modelo mostrado na Figura 10.11.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    17/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 243

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Fig ura 10.11 -

    10.9.5 MTODO EXP EDITO DE PREVISO OUMTODO DO ESTABELECIMENTO DO P ORTO

    A publicao DG6 Tbua s da s Mar s ta mbm aborda o MTODO EXPEDITO DEPREVISO (ou MTODO DO ESTABELECIMENTO DO PORTO), a ser usado para oslocais onde no se tenham informaes tabuladas de horrios e alturas de PM e BM. OMTODO EXPEDITO DE PREVISO deve ser utilizado em conjunto com o quadro deINF ORMAES SOBRE A MAR r epresent ado na Car ta N ut ica do local de interesse.

    Figura 10.12 - Informaes sobre a Mar

    Este quadro (Figura 10 .12) fornece os seguin tes e lementos , para os loca iscorrespondentes:

    H.W.F. & C. Estabe lecime nto do Porto ou Est abelecim ent o Vulgar do Po rto (HIGHWATER F ULL AND CHANGE ): mdia dos int ervalos de tem po decorr idos en tr e a passa gemda Lua pelo mer idian o local e a ocorr ncia da pr eam ar (PM), em dias de sizgia.

    M.H.W.S. Pr eama r m dia de sizgia (MEAN HIGH WATER SP RINGS): represent a aaltur a, acima do Nvel de Reduo da Cart a N ut ica em questo, da mdia das preama resde sizgia, ou seja, a mdia das mais altas preamares.

    LUGAR LATITUDE LONGITUDE HWF&C ALTURA SOBRE O NR (cm)

    MHWS MHWN MLWN MLWS MSL

    Porto de SUAPE 08 21,5S 034 57,1W 4h 08min 226 170 79 23 124

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    18/48

    244 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    M.H.W.N. Pr eamar mdia quadra tur a (MEAN H IGH WATER NE APS): representa aaltura , acima do Nvel de Reduo da Cart a N ut ica em questo, da mdia das preama resde quadrat ura , ou seja, a mdia das mais baixas pream ares.

    M.L.W.N. Baixamar mdia de qua dra tu ra (MEAN LOW WATER NE APS): repr esenta

    a altura, acima do Nvel de Reduo da Carta Nutica em questo, da mdia das baixamar es de quadra tur a, ou seja, a mdia das ma is altas baixamar es.

    M.L.W.S. Baixamar mdia de sizgia (MEAN LOW WATER SPRINGS): representa aaltura, acima do Nvel de Reduo da Carta Nutica em questo, da mdia das baixama res de sizgia, ou seja, a mdia das m ais baixas baixamar es.

    NM ou MSL Altu ra do nvel mdio (MEAN S EA LEVEL) a cima do Nvel de Reduo dacart a em quest o.

    Na previso da ma r pelo MTODO DO ESTABELECIMENTO DO P ORTO neces-sr io determ inar a h ora da pa ssagem m eridiana da Lua , com da dos obtidos no Alman aque

    N ut ico (DN5), publicao que ser est uda da n o Volume II deste Man ua l (na par te r eferent e Navegao Astronmica).

    O MTODO EXPEDITO DE PREVISO adota os seguintes conceitos e suposiesbsicas:

    a. a hora da pream ar de sizgia o resultado da soma en tre a hora da passagem da Luapelo meridiano superior do local e o Estabelec imento do P orto na quele local.

    b. o dia lunar dura 24 horas e 50 minutos ; sendo assim, o intervalo entr e duas pream ar esser 12 horas e 25 minutos e entre uma PM e a BM consecutiva o intervalo ser de 6

    horas e 13 minutos (assim tambm como entre uma BM e a PM seguinte), conformemostrado na Figura 10.13.

    Figu ra 10.13 -

    c. considerando-se a dura o de uma lunao (intervalo de tempo entre duas conjunes

    ou oposies da Lua), pode-se admitir que o intervalo de tempo entre duas mars desizgia sucessivas de 14 dias e o int ervalo ent re u ma mar de s iz g ia e a mar dequadratura seguinte de 7 dias.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    19/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 245

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    d. a s preamares (PM) e baixamares (BM) so simtricas em relao ao Nvel mdio,conform e mostr ado na Figura 10.14.

    Fig ura 10.14 -

    De fato, no MTODO EXPEDITO DE PREVISO supe-se que (ver Figura 10.14):

    E m S IZGIAS :

    MHWS NM = a (cota da PM de sizgia acima do NM)

    NM a = h1

    (altur a da BM de sizgia)

    E m QUADRATURAS :

    MHWN NM = b (cota da P M de quadra tu ra acima do NM)

    NM b = h 2 (al tura da BM de quadratu ra)

    O exemplo abaixo ilustra o emprego do MTODO EXPEDITO DE PREVISO:

    Obter, pelo MTODO EXPEDITO DE PRE VISO (ou M TODO DE E STABELECI-MENTO DO PORTO), a mar prevista no porto de Sua pe (PE), no dia 30 de julho de 1993.

    Soluo :

    1. Clculo da hora da passa gem da Lua pelo mer idian o do local e dos horr ios das P M:

    O Almana que Nut ico par a 1993 forn ece, na p gina 155, as inform aes sobre a passa gemmer idian a da Lua em Gr eenwich n os dias 30 e 31 de julho.

    HORA MDIA LOCAL DA P ASSAGEM MERIDIAN A DA LUA EM GREE NWICHDIA SUP ERIOR INF ERIOR

    30/07/93 21h 57min 09h 30min

    31/07/93 22h 49min 10h 23min

    DIFERENA 52min 53min

    Das pginas a marelas do referido Almanaque obtm-se:

    Da Tbua II Interpolao das H oras da P assagem Meridiana da Lua para a Longi-

    tude (pgina xxxii) a correo a ser aplicada. Entra-se com a Longitude de Suapear redondada a o grau (l = 035 W) e com o valor m dio das diferen as ent re a s pa ssa gensmeridianas superior e inferior consecutivas (D =52 min). O valor encontrado para acorr eo de 5 min ut os.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    20/48

    246 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Da p gina i Conver s o de Arco em Tem po ret ira -se o valor da Longitu de em t empopar a o port o de Suape:

    Longitude =034 57', 1W = 02h 19min 48s, valor que arredondado para 02 h 20 min.

    Fuso horrio (F) de Suape = + 3h

    No quadr o de informa es sobre a m ar de Suape (Figura 10.12) encontr a-se o valor doESTABELECIMEN TO DO PORTO (HWF & C) = 04h 08min

    Com es t e s va lore s podem se r ca l cu l ados os i n s t an t e s das p ream ares pa r a o di aconsiderado:

    Passagem super ior Passagem infer ior

    HML (Lua) em Greenwich 21h 57min 09h 30min

    Cor reo + 5min + 5min

    HML Pmd (Lua) no Local 22h 02min 09h 35minLongitude do Loca l + 02h 20min + 02h 20min

    HMG Pmd (Lua) no Local 00h 22min 11h 55min

    - F - 3 - 3

    Hleg Pmd (Lua) no Loca l 21h 22min 08h 55min

    HWF & C + 04h 08min + 04h 08min

    Horr io da Preamar 01h 30min 13h 03min

    Da ta 31/07/93 30/07/93

    2. Clculo das al turas das PM

    A Tabela de Fases da Lua existente no final da publicao DG6 Tbuas das Mar sfornece os seguintes dados (ver Figura 10.15):

    Figura 10.15 - Fase s da Lua

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    21/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 247

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    LUA EM QUARTO CRESCE NTE: 26/J UL/93

    LUA CHEIA: 02/AGO/93

    Assim, a dat a de int eres se (30/jul/93) est en tr e um a QUADRATURA (26/jul) e um aSIZGIA (02/ago).

    O quadro de INFORMAES SOBRE A MAR para Suape apresenta os seguintes dados:

    Em sizgia:

    MHWS = 2,26m (ar redonda-se par a 2,3m)

    Em quadra tura :

    MHWN = 1,70m

    Fa z-se, ent o:

    MHWS MH WN = 2,3 1,7 = 0,6m

    Pode-se, ento, por simples interpolao l inear, obter a a ltura aproximada das P M nodia 30/jul:

    7 dias (QUADRATURA SIZGIA) + 0,6m

    4 dias x

    x = 0,6 x 4 / 7 = 0,34m (ar red ondado par a 0,3m)

    Assim: hPM

    (30/jul) = 1,7 + 0,3 = 2,0m

    3. Clculo das horas das BM:

    Conform e visto, o MTODO EXPEDITO DE PREVISO considera que o intervalo detempo entre uma PM e a BM consecutiva (ou anterior) de 06h 13min (1/4 de 1 dialuna r) e o inter valo entr e duas BM de 12 h 25min.

    Assim: PM: 13h 03min

    in terva lo: 06h 13min

    1 BM: 06h 50min

    2 BM: 19h 15min

    4. Clculo das al turas das BM

    O MTODO EXPEDITO DE PREVISO supe que as PM e as BM so simtricas emrela o ao Nvel Mdio (NM). O quadr o de INFORMAES SOBRE A MAR pa ra Sua peperm ite obter a cota do NM (MSL) sobre o Nvel de Reduo: 1,24m (que ar redonda dapara 1,2m).

    As sim , t em -s e:

    hPM

    = 2,0m

    NM = 1,2m

    cota PM NM = 0,8m

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    22/48

    248 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Ento, pode-se ca lcu lar :

    NM = 1,2m

    cota PM NM = 0,8m

    hBM

    = 0,4m (ALTURAS DAS BAIXA-MARES)

    4. Desta forma, a mar prevista par a Su ape, obtida pelo MTODO EXPE DITO DE PRE -VISO (ou M TODO DO ESTABELE CIMEN TO DO PORTO), par a o dia 30/07/93, ser:

    P M 0037 2,0m

    BM 0650 0,4m

    P M 1303 2,0m

    BM 1915 0,4m

    P M 0130 2,0m (31/07/93)

    Como form a de avaliar a pr eciso, a confian a e as limita es do MTODO E XPE DITODE PRE VISO, apr esenta -se a previso de mars par a Su ape, par a 30/07/93, obtida daan lise harm nica da m ar:

    P M 0132 2,0m

    BM 0800 0,5m

    P M 1413 1,9m

    BM 2015 0,5m

    P M 0223 2,1m (31/7/93)

    Pode-se const at ar que os resu ltados encont ra dos pelo MTODO E XPE DITO (ou M -TODO DO ESTABELECIMENTO DO PORTO) so razoavelmente precisos, para fins dena vegao, qua ndo n o se dispem dos dados de previso forn ecidos n as Tbu as das Mar s.

    So pertinen tes a s seguintes observaes fina is sobre este a ssun to:

    a. em virtu de dos conceitos e suposies bsicas adotada s, o MTODO DO E STABELECI-MEN TO DO PORTO s deve ser em pr egado nos locais onde a m ar for semidiurna , nose aplicando s mars de desigualdades diurnas, mistas e diurnas. Na costa do Brasilbons resu ltados so encont ra dos n os portos de Vitria (ES) par a o Nort e.

    b. alm de servirem pa ra empr ego com o MTODO EXPE DITO DE PRE VISO, os dados

    dos quadros de INFORMAES SOBRE A MAR representados nas Cartas Nuticasproporcionam uma boa idia das caractersticas da mar nos locais a que se referem,dando noo da amplitude da mar em sizgia e em quadratura e fornecendo a cota doNvel Mdio acima do Nvel de Reduo.

    10.9.6 NOTAS FINAIS SOBRE PREVISO DE MARS EUTILIZAO DAS TBU AS DAS MARS

    a. Fa tores m eteorolgicos, principalmente o vento, podem causa r a elevao ou o aba ixa-

    mento do nvel do mar e o atraso ou o adiantamento dos instantes de ocorrncia daspreamares ou baixa mares. Nestas condies, as preamares e as baixamares poderoser m ais altas ou m ais baixas do que as a ltura s previstas nas tbua s. Tais fenmenos

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    23/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 249

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    so freqentes nos portos ao sul de Cabo Frio (RJ), sendo aconse-lhvel a consulta, porpar te dos na vegan tes, s inform aes cont idas n o Roteiro Costa Leste e Costa Sul.

    b. Em caso de ocorr ncia de discrepn cias significat ivas en tr e a previso e a observao, ona vegan te deve comu nicar Diretoria de H idrografia e N avegao, inform an do, se pos-svel, os valores da s diferenas, em h ora e altu ra da m ar (ou a mplitude), acompa nh adosde um rela to sobre a s cond ies meteorolgicas r eina nt es, em especial o vento (direoe velocidade ). Tais informaes so importantes para correo e aprimoramento dasTbuas das Mars.

    c. importa nte r essaltar que as h ora s das pream ares (PM) e baixa-mar es (BM) inform adasnas Tbuas das Mars so horas legais do fuso horrio padro dos port os ou loca is aque se referem as previses. Se estiver em vigor horrio de vero , deve ser somadauma hora a os valores de tem po consta ntes da s Tbuas, par a t ran sform -las de horalegal padro em hora de vero .

    10.10CORRENTES DE MAR

    10.10.1 GNES E DAS CORRENTES DE MAR

    Ao estu dar -se a ao dos component es das foras gera dora s da ma r, verifica-se queaquelas foras acarretam preliminarmente o movimento horizontal da massa lquida(corrente de mar ), do qual resulta o movimento vertical do nvel do mar, ou seja, amar . Assim, necessrio compreender a coexistncia das mars e das correntes demar , como efeitos de um a m esma cau sa.

    important e para o navegant e ser capaz de prever a direo e a velocidade dacorrente de mar em qua lquer inst an te e levar em cont a o seu efeito sobre o moviment odo navio.

    Normalment e, nas ent ra das dos port os n os quais a ao direta das foras ast ronmicas despr ezvel, a corrente de mar o resultado da diferena de nvel entre o oceano e ointerior do porto. Assim, o fluxo e o refluxo so caracterizados por uma corrente axia lalternativa , segun do o eixo do can al. Se o porto fica situ ado no int erior de u m longo can al,como no cas o de San ta na (AP), no bra o Nort e do Rio Ama zona s, a corrente de mar sertambm axial alternativa , com velocidade mxima para den tro na PRE AMAR, mxi-

    ma para fora na BAIXA-MAR e nula quando a mar atinge o nvel mdio. No exemplo,ha ver u ma fort e corr ente per ma nent e par a fora , devido form idvel descar ga do Rio Ama-zonas.

    No oceano aberto, as correntes de mar tm u m car ter r otat rio, em virt ude dainter ao ent re a s foras a str onmicas e a influncia da r ota o terr estr e. De fat o, o efeitode Coriolis , devido rotao da Terra, tende a desviar as correntes de mar para adireita no Hemisfrio Norte e para a esquerda no Hemisfrio Sul, concorren do, junt a-mente com as prprias foras astronmicas, para a gnese de correntes rotatrias . Oefeito de Coriolis (ou efe i to g iroscpico ) poder reforar ou redu zir o efeito das forasastronmicas .

    Dada a afinidade entre a mar e a corrente de mar , para u m determ inado porto possvel rela ciona r a velocidade e a direo da corrente de mar s h ora s da PRE AMARe BAIXA-MAR no port o.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    24/48

    250 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Conforme j mencionado, o conhecimento antecipado das correntes de mar degrande valia, no s para o planejament o da derrota em guas restr itas, mas t ambm par aseleo dos horrios mais favorveis s manobras, escolha do bordo de atracao e veloci-dad es com qu e o navio deve evoluir .

    In form aes sobre a s correntes de mar podem ser obtidas em Ca rt as de Corr entesde Mar, preparadas para cada um dos principais portos, e tambm em tabelas ou notasinseridas em alguma s Carta s Nut icas.

    10.10.2 CARTAS D E CORRENTES DE MAR

    Apesar da denominao, as Car ta s de Corr ent es de Mar so, na rea lidade, publica-es, preparadas especificamente para determinados portos. Suas caractersticas so se-melhan tes. Normalmen te, so iniciadas por um a p gina com a s instr ues par a u so, seguidade um exemplo e de uma coletnea de pequenas cartas do porto, onde aparecem setas

    indicadoras das direes e nmeros que representam as velocidades das correntes demar , referidas h ora da pr eamar (PM).

    Atualmen te, existem Cartas de Correntes de Mar publicadas para os seguinteslocais:

    Rio Ama zonas da Bar ra Norte ao Porto de Sant ana ;

    Rio Pa r de Sa linpolis a Belm;

    Pr oximidades da Baa de S o Mar cos e P ort os de S o Lus e It aqui;

    Porto de Lus Correia;Porto de Natal;

    Porto de Salvador;

    Itapessoca;

    Porto de Madre de Deus

    Porto de Vitria;

    Baa de Guan aba ra e Porto do Rio de J an eiro;

    Porto de San tos; e

    Porto de Par ana gu.

    10.10.3 UTILIZAO DAS CARTAS DE CORREN TES DEMAR

    A utilizao das Cartas de Correntes de Mar ser explicada atravs do exemploabaixo:

    Determinar o RUMO e a VELOCIDADE da Corr ente de Mar n a bar ra da Baa deGua na bar a (na a ltur a da Ilha de Cotun duba), no dia 03/jul/93, s 1200P, sabendo-se que amar prevista para a dat a em questo a seguinte:

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    25/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 251

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Porto do Rio de J an eiro

    03/ju l/93 0208 1,2m P M

    sbado 0849 0,1m BM

    (Lua Cheia) 1458 1,2m P M

    2111 0,3 BM

    Soluo :

    Conform e mencionado, a seleo da carta a ser util izada feita tendo-se em conta adiferena em hora s entr e o insta nt e considera do e o da pr eam ar prevista m ais prxima.Neste caso:

    INSTANTE CONSIDERADO: 1200

    PREAMAR PREVISTA: 1458DIFE RENA: 0258 (valor que ar rendonda do par a 3 horas)

    Portan to, ser selecionada a carta corr espondente a 3 H ORAS ANTES DA PREAMAR,que est reproduzida na Figura 10.16.

    Fig ura 10.16 -

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    26/48

    252 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Nessa car ta ob tm-se, para a barra da Baa de Guanabara :

    RUMO DA CORRENTE DE MAR: 345 (NNW) enchendo

    VELOCIDADE DA CORRENTE DE MAR: 1,0 n

    Conforme explicado em nota na Carta de Corrente s de Mar (ver Figura 10.16), asvelocidades representadas correspondem poca de sizgia, como o caso do presenteexemplo (03/jul/93 LUA CHE IA). Em out ra s situ aes (porqu an to as car ta s espelhamapenas as condies mdias de sizgia), se for desejvel maior preciso as velocidadesrepr esenta das n as cart as devem ser mu ltiplicada s por um fat or de corr eo retira do deum ba co existent e no incio das Car ta s de Corren tes de Mar , tendo-se como elementosde entra da o intervalo de tempo e ntre a preamar e a baixamar (ou vicevers a ) e aampli tude da mar prevista . No h qualquer correo a ser aplicada s direesrepresentadas na s Cartas de Corrente s de Mar .

    10.10.4 INFORMAES SOBRE CORRENTES DE MARAPRESENTADAS NAS CARTAS NUTICAS

    Figu ra 10.17 -

    Alm das Cartas de Correntes deMar, algumas Cartas Nuticas apresen-t a m , t a m b m , i n f o r m a e s s o b r e

    correntes de mar (Figur a 10.17).

    Estas informaes, usadas para oplanejamen to, devem s er s empr e verifica-das e, se necessrio, corrigidas durante anavegao, pela comparao das posiesobservada s e estima das , pelo deslocam ent ode objetos que biam , pela posio de em -barcaes fundeadas, pela observao debias, etc.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    27/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 253

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    10.10.5 NOTAS FINAIS SOBRE CORRENTES DE MAR

    a. Tal como no caso da previso de mars , conveniente frisar que condies meteoro-lgicas anormais , especialm ent e ventos fortes e persistentes , podem modificar subs-ta ncialmente a s inform aes indicada s na s Cartas de Correntes de Mar ;

    b. Adema is, conform e cha ma a at eno nota inser ida na pu blicao DG6 Tbua s dasMar s, as horas das pr eam ar es (PM) e baixa mar es (BM) ta bulada s nem sem pre coin-cidem com os insta nt es em que a corrente de mar inverte su a direo.

    c. Alguns pa ses, como os Est ados Unidos, publicam Tbuas de Correntes de Mar , deapar ncia semelhante s Tbuas das Mar s. As Tbuas de Corr entes de Mar contmprevises dirias das horas de corrente nula (slack water) e das horas e valores develocidades corr espondent es s corr entes m ximas de enchent e e de vazan te, par a vr iasestaes de referncia . Alm disso, possuem ta belas de corr ees que per mit em obtera pr eviso da corrente de mar em mu itos out ros portos ou locais secundrios . As

    Tbuas de Correntes d e Mar apresenta m, ainda, uma tabela que permite calcular avelocidade da corrente de mar em um instan te qualquer, tant o nas estaes de re-ferncia , como nos portos secundrios .

    10.11EXERCCIOS SOBRE MARS ECORRENTES DE MAR

    1. A previso de mars pa ra o port o de Recife, no dia 08/03/93 :

    08/03/93 0343 2,4m P M

    2 feira 0949 0,1m BM

    (Lua Cheia ) 1602 2,6m P M

    2217 0,2m BM

    Determinar a altura da mar prevista, par a o local e dat a a cima, s 1800P.

    Soluo :

    Local: Recife (PE) Hora: 1800P Data: 08/3/93

    Dur ao da vazant e: 06h 15 min

    Int ervalo de tempo desde a ma r m ais prxima : 01h 58 min

    Tabela I (centsimos de amplitude): 23

    Amplitude da ma r: 2,8m

    Tabela II (correo da altura): 0,7m

    Altur a da m ar mais prxima : 2,6m (PM)

    Altur a da m ar s 1800P : 1,9m

    Resposta:

    Altur a pr evista par a a ma r em Recife, no dia 08/03/93, s 1800P: 1,9 metr os.

    2. Conh ecendo-se a FASE DA LUA na dat a considera da no exerccio an ter ior (08/3/93 LUA CHE IA), inform ar qu al a ma r produzida quan do a Lua est nest a fase e quais sosuas principais caractersticas.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    28/48

    254 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Resposta :

    Mar de sizgia ou de guas vivas, car acterizada por pr eama res (PM) muito altas e baixamares (BM) muito baixas (no caso em questo, com alturas negativas da mar nas BMpr evistas , isto , com o nvel do ma r aba ixo do Nvel de Redu o).

    3. Qu al o t ipo de mar que ocorr e em Recife e qua is so sua s pr incipais cara cterst icas?

    Resposta :

    Mar semidiurna , caracterizada por apresentar uma curva aproximadamente sinusoi-dal, com du as PM e du as BM por dia, separa das por u m perodo de pouco ma is de 6 horas ecom u ma variao pequena de altur a ent re dua s PM (ou BM) sucessivas.

    4. Supondo que, para alcanar a bar ra do port o de Recife, o seu n avio, cujo calado de 6met ros, deve passa r sobre um baixo cuja m enor profundidade cartografada (sondagem) de 6,4 met ros, calcular ent re qu e hor rios o na vio pode passa r sobre o baixo, no dia 08/

    03/93, aps a BM de 0949, com u ma lazeira mnima de 2m de gua a baixo da qu ilha .Soluo :

    O calado do seu navio de 6 metros e a lazeira m nima admitida de gua abaixo daquilha de 2 metros. Portanto, a menor profundidade onde o navio poder passarser de:

    CALADO = 6,0m

    LAZEIRA = 2,0m

    PROFUNDIDADE MNIMA = 8,0m

    A men or profundidade cartografada (sonda gem) no ban co sobre o qual o na vio deverpassa r de 6,4 metr os. Port an to, a altura da mar na hora da passa gem sobre o baixodever ser de :

    PROF UNDIDADE MNI MA DE NAVEGAO = 8,0m

    SONDAGEM = 6,4m

    ALTURA DA MAR NA HORA DA PASS AGEM = 1,6m

    A mar prevista pa ra Recife no dia 08/03/93, apres ent ada no EXERCCIO (1), mostr a,aps a BM de 0949P, uma PM s 1602P, com 2,6 metros de altura de mar. Portanto,deve-se determ inar as h ora s an tes e depois da PM de 1602P em que a altura da mar

    prevista ser de 1,6 metros. O intervalo de tempo ent re ela s ser o perodo favor vel pas sa gem do na vio sobre o baixo.

    P a r a det er m in a o d as horas em que a altura da mar , ant es e depois da P M de 1602P,ser 1,6 metros, faz-se:

    ANTES DA P M:

    a. ALTURA DA MAR = 1,6m

    ALTURA DA MAR MAIS PRXIMA = 2,6m

    CORREO DA ALTURA = 1,0m

    AMPLITUDE DA MAR = 2,7mb. En tr an do na Tabela II com o valor da corr eo da altu ra (1,0m) e o valor da a mplitude da

    ma r (2,7m), obtm -se o valor de c (centsim o de amp litude) = 34

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    29/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 255

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    c. En tr an do na Tabela I com c = 34 e dur ao da enchent e = 06h 13 min, obtm-se o valordo inter valo de tempo desde a ma r m ais prxima = 02h 30 min

    d. HORA DA MAR MAIS PRXIMA = 1602 (PM)

    INTERVALO DE TEMPO = 0230

    HORA EM QUE A ALTURA DA MAR S ER 1,6m = 1332Depois da PM:

    a . ALTURA DA MAR = 1,6m

    ALTURA DA MAR MAIS PRXIMA = 2,6m

    CORREO DA ALTURA = 1,0m

    AMPLITUDE DA MAR = 2,8m

    b. TABELA II: c = 34

    c. DURAO DA VAZANTE = 06h 15 min

    c = 34

    TABELA I = 02h 30 min

    d. HORA DA MAR MAIS PRXIMA = 1602 (PM)

    INTE RVALO DE TE MPO = 0230

    HORA EM QUE A ALTURA DA MAR S ER 1,6m = 1832

    Resposta :

    O na vio dever passa r sobre o baixo ent re 1332P e 1832P, para gara nt ir um a lazeira

    mnima de 2 metr os de gua a baixo da quilha.5. Usan do Recife como porto de referncia , preparar uma Tbua de Mars completa

    para o porto secundrio de Cam ocim, par a o dia 08/03/93, utilizan do as correes daTabela reproduzida na F igur a 10.10.

    Soluo :

    PREAMARES :

    Hora Altu ra Hora Altu ra

    Recife, 03 43 2,4m 16 02 2,6m

    Correes PM +02 12 +0,8m +02 12 +0,8m

    Camocim 05 55 3,2m 18 14 3,4m

    BAIXA-MARES:

    Hora Altu ra Hora Altu ra

    Recife 09 49 - 0,1m 22 17 -0,2m

    Cor rees BM +02 17 +0,2m +02 17 +0,2mCam ocim 12 06 +0,1m 00 34 0,0m

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    30/48

    256 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Resposta :

    MAR PRE VISTA PARA CAMOCIM E M 08/03/93:

    0555 3,2m P M

    1206 0,1m BM

    1814 3,4m P M

    0034 0,0m BM (09/03/93)

    6. Determina r a direo e a velocidade da corrente de mar na bar ra do Rio Potengi(Nat al), no dia 15/10/93, s 0700P, sa bendo- se que a mar prevista para esta data noport o de Nat al :

    15/10/93 0456 2,1m P M

    6 feira 1051 0,2m BM

    (Lua Nova) 1715 2,1m P M

    2309 0,2m BM

    Soluo :

    A Carta de Corrente de Mar a s er seleciona da a corr espondent e a 2 h ora s depois daPM em N ata l, pois a PM est prevista para 0456P e a hora de interesse 0700P.

    Entr ando na referida carta (reproduzida n a F igura 10.18), obtmse, para a barr a doRio Potengi:

    CORRENTE DE MAR

    Rcor

    = 045 (NE) vaza nt e

    velcor

    = 1,9 ns

    Como a da ta considerada uma sizgia (Lua Nova), no h qualquer corr eo a aplicar velocidade da corrente de mar .

    10.12 CORRENTES OCENICAS

    10.12.1 A CIRCULAO GERAL DOS OCEANOS

    Conforme est uda do em Ca ptu los an ter iores , o conh ecimen to dos elemen tos da cor-rente (R

    core vel

    cor) important e para o navegante, tan to na fase de planejamento, como

    na fase de execuo da derrota.

    As correntes ocenicas so cau sad as pelo aqu ecimen to desigua l de diferen tes pont osda Terra pela radiao solar e pelos grandes s i s temas de vento da resultantes. Dito deoutr a m an eira , a circulao gera l das gu as dos ocean os responde aos efeitos dos processos quealteram a distr ibuio de m assa no mar e ao dos ventos sobre a superfcie das gua s.

    Os processos que a ltera m a distribuio de massa no mar e que, em conjunt o, se de-nominam processos termoal inos , pois afetam a dens idade atu ando sobre a temperatu-

    ra e a sa l inidade , so o aquecimen to, o resfriamen to, a concentr ao e a diluio das gua s.

    Assim sendo, para efeitos de estudo, a circulao geral dos oceanos pode serdividida em circulao termoalina e circulao gerada pe lo vento .

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    31/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 257

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Fig ura 10.18 -

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    32/48

    258 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    10.12.2 CIRCULAO TERMOALINA

    Circulao termoalina o deslocam ento da s m assa s ocenicas causa do pelas variaesda densidade da gua do mar .

    Esta circulao, como seu prprio nome indica, gerada pelas variaes de tempe-ratura e sal in idade, de um ponto par a out ro dos ocean os. Send o a densidade funo datemperatura e da sal in idade da gua do mar , ela, na verdade, que determ ina o surgi-men to e perm an ncia deste t ipo de circulao.

    Par a m elhor compreender a circulao termoal ina , pode-se fazer uma analogiacom u m ta nque qu e estivesse cheio de gua relat ivam ente fria. Ao se aqu ecer a super fciede um dos extr emos desse tan que, a gua se expan diria e seu nvel na extremidade aqu ecidaficaria ligeira men te m ais elevado que o extr emo oposto. A gu a su per ficial a quecida escor-rer ia par a a outr a extrem idade do ta nque, por cima da gua que no havia sido aquecida eque, port an to, esta ria ma is fria e com n vel mais baixo.

    No entan to, a experincia a cima indicada ainda n o const itui, exat am ente, o exemplode uma circulao termoalina . Er a esta , na verdade, a concepo adotada pelos pr imeirostericos que desejaram explicar a circulao termoal ina : os oceanos seriam aquecidosna s proximidades do Equador e a gua escorr eria pa ra o Norte e par a o Sul na direo doPlos. Hoje, sabe-se que, embora a diferena de aquecimento entre o Equador e os Plospossa ter um efeito semelha nt e, ele n o tem gran de significao, sendo de menor import nciana circula o ocenica.

    A circulao acima descrita seria puramente uma circulao trmica e operariana Terra da seguinte ma neira: se a super fcie do ma r fosse aquecida em u ma part e e resfriadaem outra, seria estabelecida uma circulao de origem trmica desde a regio que havia

    sido aquecida para a de guas de menor t emperatu ra, em u m m ovimento horizontal . Ade-mais, a gua que sairia da zona de maior temperatura seria substituda por gua queascenderia desde uma certa profundidade, com o que seria estabelecida uma circulaovertical, que se fecharia, no fundo, com um fluxo da gua que havia sido resfriada, nadireo da qu e foi aqu ecida .

    Assim sendo, na Terra, o superaquecimento na regio equatorial apenas um dosaspectos do balan o trm ico, sendo ta mbm car acterstica do balano tr mico a per da deenergia dos oceanos, nas alta s lat itudes, onde, com a s perda s de calor qu e ali se processam ,h um r esfriam ento da cam ada s uper ficial e, conseqen tem ente, a diminuio de sua t em-pera tu ra . A diminuio de temper at ur a, por su a vez, provoca u m efetivo au men to da den-

    sidade da gua, o que resulta em um afundament o da m assa de densidade elevada, par amaiores profundidades.

    A circulao termoal ina tem como origem, port an to, o au men to da densida de dagua superficial, aumento esse que pode verificar-se de duas maneiras: termicamente ,por resfriam ento da cam ada super ficial, ou indiretamente , quan do se d a congelao : asal inidade da gua residual cresce, aumenta ndo tambm sua densidade .

    O prim eiro precesso (resfr iamento no inverno) o prin cipal r esponsvel pela imer -so da gua superfic ia l no Atlntico Norte. J no Oceano Austral, o segundo processo(congelao ) o ma is import an te (observa-se que o gelo do mar n o tota lment e pur o,pois consegue ret er a lgun s sais; no ent an to, bem m enos salgado que a gua residua l).

    Poder-se-ia esper ar que o efeito da evaporao, ao provocar um au men to de sal ini-dade , provocasse t am bm, na s regies tropicais , um aumento de densidade . Tal noacont ece, pois a m esm a radiao solar que originou a evaporao, origina t am bm fort e

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    33/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 259

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    aquecimento superfic ia l, fazendo a densidade diminu ir, sobrepu jand o o efeito de cres -ciment o pelo aum ento da sal in idade .

    Um a das cara ctersticas mais import an tes da circulao termoalina a que se refereao padro tpico de seus deslocamentos. A circulao termoalina surge como um fluxovertical , quan do a gua mais densa afunda at profundidades mdias, ou mesmo at ofundo. Em segu ida, ela pr ossegue como um fluxo horizontal, percorr endo gra ndes dist n-cias . Est e aspecto a diferencia da circulao pelo e fe i to do vento , que, como verem os n oitem seguinte, um a circulao eminent ement e horizont al.

    10.12.3 CIRCULAO P ELO EFEITO DO VENTO

    Em ltima instn cia, a circulao termoal ina pr ovocada pela radiao solar ,que, gera ndo um aqu ecimen to desigual dos ocean os, segun do a regio geogr fica, esta belecevariaes n a densidade , ocasionando o mer gulho das guas m ais densa s.

    Da mesma forma, a circulao pelo e fe i to do vento , em ltima anlise, ori-gina da pela radiao solar. Neste tipo de circulao, entr etan to, a radiao so lar a tuaindireta ment e, ao provocar o aquecimento de sigual da atmosfera.

    O aqu eciment o desigual da a tm osfera origina os grandes s i stemas de ventos , quefluem de reas ma is densas pa ra outr as menos densas.

    Os ventos efetua m o acoplam ent o da atmosfera com os oceanos. Sopr an do sobreos mares, vo provocar, por meio do atrito , o arrastamento das guas superfic ia is ,dan do origem a o surgiment o de uma circulao tpica.

    Ao cont r rio da circulao termoal ina , a circulao produzida pelos ventos eminentemente horizontal e est l imitada apenas s primeiras centenas de metros deprofun didade. Os movimentos termoal inos so dominan tes na s guas profundas e osmovimentos gerados pelos ventos dominam a circulao na camada s uperfic ia l,que a de maior interesse par a a n avegao.

    Figura 10.19 - Circulao bs ica da atmosfera e os grandes s is temas de vento

    A energia do Sol, absorvida pelaTerr a, aqu ece o ar cont guo, esta belecendoa g r a n d e c i r c u l a o a t m o s f r i c a ,a s c e n d e n t e p e l a p a r t e a q u e c i d a edescendente pelos lados mais frios. Osg r a n d e s s i s t e m a s d e v e n t o s d a resulta ntes s o mostrados na F igur a 10.19.

    O a r f o r t e m e n t e a q u e c i d o n a sregies equatoria is torna -se ma is leve ea s c e n d e , c r i a n d o n a z o n a t r r i d a u mcinturo de baixas presses atmosfricas,denominado Zona de Convergncia Int er-tropical, ou ITCZ (INTER TROPICAL

    CONVERGENCE ZONE ), para onde fluina superfcie o ar, tanto do HemisfrioNort e, como do Hem isfrio Su l.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    34/48

    260 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Es te fluxos, afeta dos pelo Efeito de Coriolis, que cau sa um desvio para a d ire i ta,no Hemisfrio Norte, e par a a esquerda no Hem isfrio Sul, const ituem os gra ndes ventosalsios (ALSIOS DE NE , no Hemisfrio Norte e ALSIOS DE SUDE STE, n o HemisfrioSul), mostra dos na Figura 10.19.

    O ar a quecido na zona t rrida desloca-se em altitu de par a r egies ma is afasta das do Equa-dor e passa a r esfriar -se, com au ment o da densida de. Na altu ra das lat itudes de 30 N e 30 S, oaum ento da densidade t al que o ar mergulha, originando, nessas regies, zonas perman entes dealta s pr esses at mosfricas, denominada s CINTURES DE ALTA SUBTROPICAL.

    Dessas zona s de alta press o, o ar flui tan to para a zona equat orial (VEN TOS AL-SIOS), como para zona s de baixa pr esso situ ada s em latitu des ma is altas. Novam ente emvirtude do Efeito de Coriolis, que causa um desvio para a direita no Hemisfrio Norte epar a a esquerda no Hemisfrio Sul, os ventos resulta nt es em a mbos os hem isfrios sopramda direo geral Oeste (W), sendo as rea s em que at ua m, ent o, denominada s de Cint ur ode Vento Oeste, ou Oestes P revalecentes (ver Figura 10.19).

    Os P los constit uem regies de a l tas presses atmosfricas (ALTAS POLARE S),de onde flui o ar para regies menos frias. Ainda por causa do Efeito de Coriolis (desviopara a direita no Hemisfrio Norte e para a Esquerda no Hemisfrio Sul), os ventos quesopra m dos Plos par a um a r egio de baixas presses na altu ra da lat itude de 60 N e 60S fluem da direo geral Leste, sen do, ent o, denominados Est es P olares (ver F igur a 10.19).A zona de baixa pr esso acima citada conh ecida como Fr ente Polar .

    A ao desses grandes s i stemas de vento sobre os oceanos cau sa um a circulaopredominantemente superficial e eminentemente horizontal. O vento, soprando sobre asup erfcie do ma r, pe a gua em m ovimen to, em cons eqn cia d o efeito de frico no meiofluido (arr ast am ento sobre as cam ada s su perficiais do ma r). A direo do moviment o dagu a n o oceano n o aqu ela do vent o. A rotao da Terr a origina a fora de Coriol is , emconseqncia da qual a s corr entes geradas pelo vento na cam ada superficial, por ele afetada ,movem-se para a esquerda do vento , no Hemisfrio Sul, e par a a direita , no Hem isfrioNort e (Figura 10.20). Est e desvio de gu as sup erficiais e de blocos de gelo, que per corr emvasta s distncias, repr esenta m um pa pel import an te na form ao das corr entes ocenicas.A intensidade do desvio depende da velocidade da partcula e de sua lat i tude,sendo nula no Equador e mxima nos P los . Uma pa rt cula em r epouso no afetadae tam pouco um a pa rt cula que se move exata ment e na direo Leste- Oeste no Equador.

    Figura 10.20 - Efeito de Coriolis

    A ao do vento significa, t am bm, um tr an sport e da gua da superfc ie , 90 par aa direita , no Hemisfrio Norte, e 90 para a esquerda , no Hemisfrio Sul, em relao direo par a a qual s opra o vent o (Figura 10.21).

    O caminho seguido pelos objetos em movimento na superfcie daTerra desviado pelo efeito de CORIOLIS. No equador no hdesvio e este aumenta medida que as Latitudes crescem.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    35/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 261

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Fig ura 10.21 -

    10.12.4 EFEITO COMBINADO DA CIRCULAOTERMOALINA E DA CIRCULAO GERADAP ELO VENTO: CORREN TES OCENICAS

    As correntes ocenicas cons tit uem , port an to, o res ult ado do efeito combina do dos

    ventos e das variaes de densidade . Nos dois casos, os deslocamentos prosseguemmu ito alm da regio de origem. Isto obriga, mesmo quando se deseja est uda r a penas u mar ea limitada , a estender o estudo por r egies ma is dista nt es e ampliar o cam po das obser-vaes.

    Os fluxos gera dos por es tes fenmen os (ventos e variaes de densidade da guado mar ) so, ain da , modificados pela rotao da Terra (que os desvia), pela frico inte rnado l quido (que os am ortece) e pelos acidentes geogrficos e topografia do fundo (querest ringem seu desenvolviment o).

    As circulaes das gra ndes rea s ocenicas mostr am semelhan as n ot veis. Na ca-

    mada superior, existe circulao no sentido dos ponteiros do relgio, tanto no AtlnticoNorte, como no Pacfico Norte; e no sentido oposto (sinistrgiro) no Atlntico Sul, PacficoSu l e ndico Sul (Figur a 10.22).

    Figura 10.22 - Princip ais Correntes Oce nicas

    Movimento real da gua produzido por umsistema de ventos quase fechado, noHemisfrio Norte (desvio 90 para a direita)

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    36/48

    262 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    O padr o bsico das correntes ocenicas um sistema qua se fecha do cha ma do Gi-ro. Cada oceano apresenta um grande Giro de Correntes centrado aproximadamentena s r egies su btr opicais (cerca d e 30 N e 30 S) de a mbos os Hem isfrios. No Atl nt ico Nort ee no Pacfico Nort e h , tam bm, um Giro de Corren te de sentido oposto no oceano Sub-polar rtico (centrado aproximadamente nos 50 N / 60 N) conforme mostrado na Figura

    10.22(a). No Hem isfrio Sul, a gra nde Corrente de Deriva Ocidenta l (ou Deriva do Ven-to Oeste ), que circunda a Ant rt ida, pe em comu nicao os sistema s de corr ent es de cadaum dos tr s ocean os. No h dvidas que a cont inuidade e a simplicidade apa rent es da Derivado Vento Oeste se devem quase ausncia de barreiras terrestres nessas Latitudes.

    Figura 10.22 (a) - Circula o das co rrentes oc en icas

    No Atln tico Norte e Pa cfico Nort e, um tr ao mu ito not vel a pr esena de corr entesmais es t re i tas e rp idas no lado Oeste do que no lado Leste , o que denominadointensi f icao das correntes a oeste . o caso das Corr ent es de Ku roshio e do Golfo(Gulf S tream ), onde as guas a vanam de 25 a 60 milhas por dia.

    O mesmo fenmen o ocorr e no Atl nt ico Su l, no Pa cfico Su l e no ndico Su l. Ent reta nt o,a Corren te do Brasil e a Corren te do Leste da Austr lia n o so t o not veis como as doHem isfrio Nort e. Adem ais, no Pa cfico Sul, a Oest e a circula o se ap res ent a comp lexa e aintensidade pouco definida.

    As correntes limtrofes orientais, como a da Califrnia no Pacfico Norte e a dasCan rias no Atln tico Nort e, so sensivelment e ma is fra cas que a s ocidentais, com cercade 2 a 4 milhas por dia.

    Na regio equatorial dos trs oceanos existe um sistema de correntes semelhante:um a Corren te Su lEquat orial fluindo para Oeste sobre o Equa dor, ou um pouco ao sul, euma Corrente NorteEquatorial, na mesma direo, mais ao norte. No Pacfico, as duascorr entes (Nort eEquatorial e SulEquatorial) so separada s por uma Cont ra corr ente E qua-toria l, fluin do pa ra Lest e, de um lado a out ro do oceano. No Atl nt ico, essa Cont ra corr ent es importan te n a pa rt e Leste (Corr ente da Guin). No ndico as tr s corr entes clssicas sapa recem dur an te certa poca do an o, conform e ser adian te explicado.

    Os Sistemas de Correntes Equatoriais, tambm chamados esp inha dorsa l dacirculao , levam os estudiosos a acreditar que os grandes Giros ao norte e ao sul sopropulsados principalmente pelos Ventos Alsios.

    NE - CORRENTE NORTE EQUATORIAL

    EC - CONTRA-CORRENTE EQUATORIAL

    SE - CORRENTE SUL EQUATORIAL

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    37/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 263

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    10.12.5 P RINCIPAIS CORRENTES OCENICAS

    a. CIRCULAO SUP ERFICIAL NO OCEANO ATLNTICO

    Na r epresen ta o esquem t ica da s corr ent es super ficiais no Ocean o Atlnt ico (Figur a

    10.23) pode-se obser var a existncia de dua s gra ndes circulaes: um a n o Atln tico Nort e eout ra no Atln tico Sul.

    Figura 10.23 - Princ ipais Correntes do Atlntico

    A circulao no Hemisfrio Norteapr esenta sent ido dos pont eiros de um r e-lgio e no Hemisfrio Sul acontece exata-men te o oposto.

    A circulao no Atlntico Norte es-t dominada pela Corrente Norte Equa to-ria l e o sistem a da Corr ent e do Golfo.

    A Corrente Norte Equatorial f luipara Oeste, na regio dos Ventos Alsiosde NE, alimentada pela corrente que, aolar go da costa frica, flui com direoSSW (Corrente das Canrias). Unindo-sedo lado ocidental a um ramo da CorrenteSul Equatorial que cruza o Equador e di-rige-se ao Caribe, com o nome de Corr ent e

    das Guiana s, torna -se a Corrente das An-tilhas.

    O sistema da Corrente do Golfo co-mea com a juno da corrente que atra-vessa o Est reito de Yucata n e da Corrent e

    das Antilha s e compr eende o tr an sporte de gua par a o Nort e e Leste, desde o Est reito daFlrida, com os diversos ramos e giros do Atlntico NorteOriental, estando formado pelaCorrente da Flrida, a Corrente do Golfo (Gulf Stream) e a Corrente do Atlntico Norte.

    A Corr ente da Flrida se est ende par a o Nort e desde o Est reito da Flrida at o CaboHa tt era s, reforada pela Corrent e das Antilhas, sendo sua velocidade no Estr eito da F lridamaior que 1,6 m/s (3 ns) na superfcie, como resultado da diferena de nvel que existeentre as guas do Golfo do Mxico e as da costa atlntica dos Estado Unidos, devidopr ovavelmen te a os efeitos dos vent os a lsios.

    A Corr ente do Golfo propriament e dita (Gulf Strea m) const itui a par te centr al doSistema e vai desde o Cabo Ha tt era s, de onde se afast a da costa no rum o apr oxima do NE ,at cerca de La tit ude 45 N, Longitu de 045 W, onde comea a ra mificar -se. A Gulf Str eam mu ito bem definida e relat ivam ente est reita (por isso, j foi cha ma da de um rio dentr o domar), apresentando uma velocidade na superfcie de 1,2 a 1,4 m/s (2,3 a 2,7 ns).

    A Corr ente do Atln tico Nort e inflete pa ra Leste como cont inua o da Corr ente do

    Golfo , na altura da Latitude 45 N, fechando o giro da corrente do Atlntico Norte. Umramo da Corren te do At ln t ico Norte f lu i na d i reo gera l Nordes te , d iv id indo-seposteriormente em Corrente da Noruega (ou Deriva do Atlntico Norte) e Corrente deIrminger.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    38/48

    264 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    A Corrente da Noruega dirige-se para o Mar da Noruega e depois para o rtico,bifur can do-se, por sua vez, em dois r am os, um que ban ha as costa s N e W do Spitzbergen eoutr o que entr a n o Mar de Barents. A Corr ente da N oruega tem uma import ncia funda-mental, tornando o clima no Norte da Europa e na Escandinvia muito menos frio que oclima das regies de mesma Latitude do outro lado do Oceano (Groenlndia e Norte do

    Canad),banhadas por correntes frias.

    A Corr ente de Ir minger flui para Oeste, pelo Sul da Is lndia.

    Pr ovenien te do rt ico, flui n a d ireo Sul, do largo da cost a E groenlandesa, a Corr enteOriental da Groenlndia, de guas frias. A W da Groenlndia, a Corrente Ocidental daGroenlndia, de guas r elativamente m ais quentes, corr e par a o N , entr ando na Baa deBaffin, quan do suas guas se resfriam e retornam para o S , em conjunt o com outr as gua sr ticas, como a Corren te do Labra dor, de guas frias, que circula pa ra o Sul, ao lar go dacosta americana.

    Os giros de corren te do Atl nt ico Nort e e do Atl nt ico Sul so sepa ra dos por u maContr acorr ente Equa torial, que corr e para Leste e se une a uma corr ente que banh a a costada frica, desde o Cabo Verd e par a o Sul e Lest e, penet ra ndo no Golfo da Gu in (sendo, porisso, denomina da Corren te da Guin).

    Esta Contracorrente Equatorial mantida em circulao na regio das calmasequat oriais devido ao ma ior nvel da su perfcie do Atln tico Equa torial na par te ocidenta ldo Oceano, em virtude do empilhamento de gua originado pelos ventos alsios.

    A circulao super ficial no Atlntico Sul est compr eendida en tr e a Zona Equa toriale a Convergncia Su btr opical. Recebe varia da s denomin aes, segun do a r egio geogr ficapor ela percorrida (Figuras 10.24 e 10.25).

    Figura 10.24 - As correntes s upe rficiais do Atlntico Su l

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    39/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 265

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    A ao dos vent os Alsios de Su est e a principal responsvel pelo giro SulAtlntico. Por atrito, os ventos impulsio-nam as guas par a Oeste, form ando a Cor-rente Sul-Equat orial. Embora uma peque-na parcela desta corr ente passe par a o He-misfrio Norte, com o nome de Corr ent e dasGuian as, o grosso inflete pa ra o sul e segueem uma direo aproximadamente longi-tudinal (NS), at uma latitude de cercade 40 S. Quando ela comea a seguir emseu rumo longitudinal, toma o nome deCorr ente do Bra sil.

    Ao Su l do cont inen te su l-am erican o,a Corrente do Brasil inflete para Leste,como par te da Corr ente S ul-Atlntica e daDer iva do Ven to Oes t e , e suas guasat ra vessam o Atln tico at frica. J un to costa african a, voltase pa ra o Norte, indoconst ituir a Corr ente de Benguela.

    Figura 10.25 - Esquem a das principa is corrente s do Atlntico Su l

    Uma das caractersticas da Corr ente do Bra sil ser u ma corr ente quente e salina,pois provm das regies equatorial e tropical. J a Corrente de Benguela fria e menossalina, devido cont ribuio das gua s da r egio suban t rt ica.

    A Corrente das Malvinas (Falkland) tambm tem grande importncia no Sudoestedo Atlntico Sul. A Corrente das Malvinas segue prximo ao continente, procedente daregio suba nt r tica, afasta ndo para o largo a Corrent e do Bra sil, at uma latitu de de 30 Sou 25 S.

    Por vezes, embora no const ituam propriament e corr entes, podemos encont ra r algunssetores ma is frios e men os salinos, em lat itudes r elativamen te ma is baixas, na s proximidadesdo litora l bra sileiro. Tais set ores corr espondem a aflora men tos de gua subsu perficial pro-veniente da Ant r tica, e s o bem car acterizados n o ver o, na regio prxima ao Cabo Frio.

    Na Figur a 10.25 esto represen ta dos os domnios das pr incipais corr ent es no Atln tico

    Sul, do Equa dor a 60 de latitu de Sul. As r eas t ra cejada s so aquelas onde os fluxos somenos definidos, mais variveis ou caracterizados pela insuficincia de dados.

    b. CIRCULAO GERAL NA ANTRTICA

    Ao redor de todo o continente antrtico circula a Deriva do Vento Oeste (ou Cor-rente Circum polar Antrtica ), na direo gera l Leste (Figur a 10.26), apresent an do desviosassociados s caractersticas geogrficas e topografia do fundo.

    Junto costa da Antrtica a corrente flui na direo oposta, isto , para Oeste,conform e mostr ado na Figura 10.26, em consonn cia com os ventos pr edomina nt es de Leste

    (Estes P olares). Nos ma res de Weddell e de Ross, duas gran des reent r ncias do cont inenteantrtico, a circulao das guas no sentido ponteiros do relgio.

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    40/48

    266 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    Figura 10.26 - Oceano Austral: circulao ge ral e posi o m dia da Convergncia Antrticae da Convergncia Subtropical

    Um dos fenmenos mais car actersticos existen tes nos ma res a ust ra is o das con-vergncias zonas para onde correm as guas que circundam a massa continental daAnt r tica, mer gulhan do a gra ndes pr ofundidades, ao nvel das quais pr osseguiro em seulento cam inha r pa ra o Norte. de gran de import n cia conh ecer as car actersticas bsicasda circulao an t rt ica, pois as mesm as m assa s de gua existentes n essa r egio prolongam -se, em profundidade, penetrando no Oceano Atlntico, conduzindo os mesmos valores (ouquase os m esmos, conform e a distn cia) de propriedades adquir idas super fcie, na r egioantrt ica.

    A temperatu ra das guas situa das em torno do continente ant r tico muito baixa:cerca de 0 C, e mesmo inferior a este valor (em certa s r egies a temper at ur a a tinge o valorde congelao da gua s alinida de de 34,5: 1,9 C). medida qu e nos afas ta mos daAnt r tica, a tempera tu ra dessa s guas, const an tem ente sujeitas aos ventos que ocasiona m

    a Deriva do Vent o Oeste, vai au ment an do pau latina men te, at a tingir um valor pr ximo de2 C. De repente, a tempera tur a au menta bruscamente para 3 C.

    Na regio, ou faixa, a o redor de todo o cont inent e an t rt ico, em qu e a gua sofre essebrus co au ment o de tempera tu ra , est localizada a Convergn cia Antrtica . A, as gua s,que ao Sul da Convergncia moviam-se para o Norte, mergulham e prosseguem em seucam inho na m esma direo. A Convergncia Antrtica localiza- se, principalmente, en-tre 60 e 50 de Latitude Sul, no Oceano Atlntico.

    A par tir dessa regio, para o Norte, a t emperatu ra da gua volta a subir lenta mente.Da mesma form a, as guas da Deriva do Vento Oeste cont inua m a circular e, a cerca de40 de Latitu de Sul, observa-se um n ovo au men to brusco de temper at ur a, ma is ntido queo correspondente Convergncia Antrtica , com variao da ordem de 4 C. Esta aregio corr espondent e Convergncia Subtropical . Como na Convergncia Antrtica ,as guas convergem, afunda m e cont inua m em dir eo ao Norte. nos mar esaustrais qu e

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    41/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 267

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    se forma grande parte das massas de gua que vo compor a estratificao do OceanoAtlntico (no rt ico tam bm s o produzidas ma ssas de gua que cont ribuem par a essaes t ra t i f i cao ) . a t ravs dos mecan i smos co locados em func ionamen to pe l a sConvergncias Antrtica e Subtropical que aquela contribuio se verifica. As duasConvergncias separ am as guas su perficiais em duas zonas que guar dam valores distint os

    de propriedades da gua do mar . A zona que vai do cont inente a nt r tico ConvergnciaAntrtica denominada Zona Antrtica . A Zona Subantrtica estende-se entre asduas Convergncias.

    Na Zona Ant r tica a tem pera tu ra do ma r super fcie var ia entr e 1,9 C e 1 C noinverno, e de 1 C a 4 C no vero. Na Zona Subantrtica varia entre 4 C e 10 C noinvern o, podendo alcan ar 14 C no vero.

    c . CORRENTES DO MEDITERRNEO E DO MAR NEGRO

    Pelo Est reito de Gibralta r penet ra no Mediterr n eo um a corr ente de super fcie, que

    costeia o nort e da frica e que , a o chegar na altu ra da Siclia, bifur ca-se. Um r am o desloca-se para a esquerda, banha a costa norte dessa ilha, a costa oeste da Itlia e as costas daFrana e Espanha, terminando em um grande giro a Oeste da Sardenha e de Crsega,rodeando as Ilhas Baleares.

    O outr o ram o desta corr ente segue pelas costa s do Egito e da sia Menor, pela costaoriental da Grcia, passa junto ao Peloponeso e novamente se bifurca, com um ramo nadireo do Adritico e outro que gira para o Sul e Sudeste, para unir-se corrente geralacima descrita.

    Do Mar Negro sai um a corr ente de s uper fcie para o Mediterr n eo, pelos estr eitos de

    Bsforo e Da rd an elos.

    d . COR RENTES DO OCEAN O N D ICO

    A circulao no Oceano n dico tem como cara cterst ica a variao sazonal causadapelas mones .

    Figura 10.27 - Carta das mon es de inv erno (nove mbro a maro)

    De novembro a maro, inverno noHemisfrio Norte, as mones sopram deter ra (Figur a 10.27), provenient es da ma s-

    sa cont inenta l asit ica, com vent os NEfrios e secos, em virtude dos rigorosos in-vernos da sia Central. Nesse perodo, acirculao no Oceano ndico a mostradana Figura 10.28, com a presena das trscorr entes equat oriais clssicas (CorrenteNorte Equato rial , Corrente Sul Equa-torial e Contracorrente Equatorial en -tre as duas, f luindo para Leste, aproxi-ma dam ente na Latitu de de 7 S). O giro

    de corr ent e no sent ido an ti-horr io ficabem definido no ndico Sul. Ao Norte daLat itude de 20 S, a Corrente Sul Equa-toria l flui para Oeste, infletindo depois

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    42/48

    268 N avega o costeira, est im ada e em guas rest ri tas

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    par a o Sul, aliment an do a Corrente das Agulhas , que corr e ent re o cont inente a fricanoe a grande Ilha de Madagascar. Esta corrente curva-se para Leste depois de percorrer acosta oriental da frica, fluindo entre a frica do Sul e a Austrlia, conforme mostrado naFigura 10.28.

    Figura 10.28 - Circula o no Ocea no ndico (nov embro a m aro)

    Aps cruzar o ndico Sul, a corr ente inflete novam ente pa ra esquerda , fluindo para o

    Norte como Corrente Oeste da Austrlia (mais fra ca que a Corrente das Agulhas , dooutro lado do Oceano).

    Na costa african a, entr e Aden e a Lat itude de 5 S, as gua s fluem par a o Sul.

    Quando sopram as mones de vero , de maio a setem bro, com ventos de Sudoeste,quentes e midos (ver Figura 10.29), a Corrente Norte Equatorial desaparece, sendosubstituda pela Corrente Monnica , de direo Leste, tampouco estando presente aContracorrente Equatorial. A circulao no Oceano ndico no perodo das mones devero (maio a setembro) est mostrada na Figura 10.30.

    Figura 10.29 - Carta das mon e s de ve ro

    (maio a setembro)

    Figura 10.30 - Circula o no Oceano ndico

    (maio a setembro)

  • 7/30/2019 Navegao Cincia e Arte - Capitulo 10

    43/48

    N avegao cos teira, est im ada e em gu as restri tas 269

    Mars e correntes de mars; correntes ocenicas

    e . COR RENTES DO OCEAN O P ACF ICO

    No Pacfico Norte, a Corrente Norte Equatoria l flui para Oeste e, na regioocidental do oceano, se bifurca, com um ramo dirigindo- se para o Oceano ndico, pelosestreitos da Malsia e Indonsia, e outro infletindo para o Norte, para formar parte doSistema Kuroshivo , a Corrente d o Pacfico Norte e a Corrente de Tsushima .

    A Corrent e de Kuroshivo corr e na direo geral Norte, prxima ao J ap o (Figura10.31), desde a ilha de Formosa a t os 35 de Lat itude N ort e e mostra cert a a na logia com aCorrente da Flrida, existente na parte ocidental do Atlntico Norte. Apresenta umavelocida de de cerca de 0,85m/s (1,6 ns). Na Lat itu de de 35 N, a corr ent e afast a-se da cost ado Japo, inflete para Leste (recebendo a denominao de extenso da Corrente deKuroshivo ) e circula nessa direo at a proximada ment e a Longitu de de 160 E, onde sealar ga pa ra logo ra mificar -se em dua s, mesclan do-se o ra mo do Nort e com a Corrente d eOyashio , enqua nt o qu