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Índice 2 programação...Índice 2 O Ano do Pensamento Mágico pode ser o título votivo para 2010. É esse o nome do primeiro espectáculo que permutamos com o Teatro Nacional D

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Índice 2 O Ano do Pensamento Mágico pode ser o título votivo para 2010. É esse o nome do primeiro espectáculo que permutamos com o Teatro Nacional D. Maria II e que antecede um ciclo de monólogos que nomeámos Solos (a solo/singular transmissível/um por todos, todos por um), que acolhe intérpretes muito diversos entre si em diálogo com encenadores, guias de partilhas: Eunice Muñoz – Diogo Infante; Ivo Alexandre – Carlos Pimenta; João Reis/Flávia Gusmão – Marcos Barbosa; Ana Bustorff – Rui Madeira; Olga Roriz – Paulo Reis, a primeira narrativa coreográfica da Temporada em co ‑produção com o TNSJ. Estes fazedores arrastam consigo textos de Joan Didion, José Maria Vieira Mendes, Wallace Shawn, André Sant’Anna e Franz Xaver Kroetz.

Prosseguimos com visitações de Companhias do Sul: Teatro da Rainha (em co ‑produção), Teatro Municipal de Almada, Teatro dos Aloés (× 2) e Teatro Aberto: Johannes von Saaz/João Vieira, Bertolt Brecht, David Harrower (× 2), Athol Fugard, Yasmina Reza.

A segunda troca com o TNDM II, Blackbird, encenado por Tiago Guedes, o mesmo encenador de The Pillowman (2006) e realizador da invulgar gravação de O Mercador de Veneza, encenado por Ricardo Pais em 2008, agora editada em DVD pelo TNSJ.

Veremos de mais perto o que se faz do teatro dentro de portas, os múltiplos questionamentos da contemporaneidade sobre o íntimo político e o politicamente abrangente num mapa de interrogações afirmativas.

Na Casa, a produção de Antígona, o texto mais antigo da Temporada. O pensamento em acção na ágil dialéctica de Sófocles. Antígona, a que interpõe a Paixão entre a Lei e a Morte contra irrevogáveis vontades.

E ainda as palavras cantadas por Aldina Duarte, noite - -adentro -de -fado, no Dia Mundial do Teatro, e a exposição de fotografias de João Pina no Salão Nobre a completar os nossos desdobramentos dos sentidos.

Enfim, e em continuação, assim convocamos quem faz por necessidade e quem assiste por devoção.

Saudações.

Nuno CarinhasDirector Artístico

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Jan-Mar 2010

O Ano do Pensamento MágicoDE JOAN D ID ION

INTERPRETAÇÃO EUNICE M UÑOZ

ENCENAÇÃO D IOGO INFANTE

TNSJ ·· 7-31 Janprodução TNDM II

Solos

Dois HomensDE JOsé MARIA V IE IRA M ENDEs

INTERPRETAÇÃO IVO AlExANDR E

ENCENAÇÃO CARlOs P IM ENTA

TeCA ·· 8-10 Janprodução Teatro Municipal de Almada

A FebreDE WAllACE shAWN

INTERPRETAÇÃO JOÃO R E I s

ENCENAÇÃO MARCOs BA R BOsA

TeCA ·· 14-17 Janprodução Teatro Oficina

AmorDE ANDRé sANT ’ANNA

INTERPRETAÇÃO FláVIA G Us M ÃO

ENCENAÇÃO MARCOs BA R BOsA

TeCA ·· 21-24 Janprodução Teatro Oficina

Concerto à la CarteDE FRANZ xAVER KROETZ

INTERPRETAÇÃO ANA BUsTOR FF

ENCENAÇÃO RUI MADEIRA

TeCA ·· 28-31 Janprodução Companhia de Teatro de Braga

ElectraCOR EOGRAFIA E IN TE RPRE TAÇÃO OlGA RORIZ

TNSJ ·· 4-7 Fevco ‑produção Companhia Olga Roriz, OPART, TNSJ

Letra MDE JO hAN N E s VON sAAZ (O LavradOr

da BOémia ) / J OÃO V IE IRA

ENC EN AÇÃO FE RN AN D O MORA RAMOs

MSBV ·· 5-13 Fevco ‑produção Teatro da Rainha, TNSJ

A MãeDE BE RTOlT BRE ChT

ENC EN AÇÃO J OAqUIM BE N ITE

TNSJ ·· 12-21 Fevprodução Teatro Municipal de Almada

Teatro dos Aloés x 2

Facas nas GalinhasDE DAVID hARROWE R

ENC EN AÇÃO J Osé PE IxOTO

TeCA ·· 18-21 Fevprodução Teatro dos Aloés

Canção do ValeDE AThOl FUGARD

ENC EN AÇÃO J ORGE s IlVA

TeCA ·· 25-28 Fevprodução Teatro dos Aloés

BlackbirdDE DAVID hARROWE R

ENC EN AÇÃO T IAGO GUE D E s

TeCA ·· 5-14 Marprodução TNDM II

em colaboração com Take It Easy

O Deus da MatançaDE YAsMIN A RE ZA

ENC EN AÇÃO J OÃO lOURE N ÇO

TeCA ·· 19-28 Marprodução Novo Grupo de Teatro/Teatro Aberto

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AntígonaDE sóFOClEs

ENCENAÇÃO NUNO CARINh As

EsTRE IA

TNSJ ·· 26-28 Mar+9-24 Abrprodução TNSJ

Estados de GuerraFOTOGRAFIAs DE JOÃO P I NA

TNSJ Salão Nobre ·· 26 Mar-24 Abrprodução TNSJ

Mulheres ao EspelhoDIA MUNDIAl DO TEATRO

CONCERTO DE AlDINA DUARTE

TNSJ ·· 27 Marprodução TNSJ

Fora de portas

Breve Sumário da História de DeusDE G Il V ICENTE

ENCENAÇÃO NUNO CARINh As

Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa) ·· 8-31 Janprodução TNSJ

ElectraCOREOGRAFIA E INTERPR ETAÇ ÃO OlG A R OR I Z

Teatro Camões (Lisboa) ·· 28-31 Janco ‑produção Companhia Olga Roriz, OPART, TNSJ

So SoloDIRECÇÃO E INTERPRETAÇÃO

ClARA ANDERMATT

Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 30 Janco ‑produção Companhia Clara Andermatt, Culturgest, TNSJ

Story Case COREOGRAFIA Né BARROs

Teatro Faialense (Ilha do Faial) ·· Jan/Fevco ‑produção Balleteatro, TNSJ

Quarto InteriorDIRECÇÃO ART ísT ICA ANDR é B RAGA,

C láUD IA F IGUE IRE D O

Puppet Animation Scotland (Edimburgo) ·· 2 Fevco ‑produção Circolando, TNSJ

Talk ShowCOREOGRAFIA RU I hORTA

Teatro de la Laboral (Gijón) ·· 19+20 Fevco ‑produção Centro Cultural de Belém, O Espaço do Tempo,

Centro Cultural Vila Flor, TEMPO – Teatro Municipal de

Portimão, Teatro de la Laboral, TNSJ

MaiorcaCOR EOGRAFIA PAUlO R IBE IRO

São Luiz Teatro Municipal (Lisboa) ·· 26-28 Fevco ‑produção Companhia Paulo Ribeiro, Centro Cultural Olga

Cadaval, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Viriato, TNSJ

As Lágrimas de SaladinoCOR EOGRAFIA RU I hORTA

Centro Cultural de Belém (Lisboa) ·· 5+6 MarCine -Teatro Curvo Semedo (Montemor -o -Novo) ·· 8 MarCentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 13 MarTeatro Virgínia (Torres Novas) ·· 20 Marco ‑produção Centro Cultural de Belém, O Espaço do Tempo,

Centro Cultural Vila Flor, Câmara Municipal de Montemor ‑o‑

‑Novo, TNSJ

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A morte de John Gregory Dunne foi para Joan Didion, sua mulher, um acontecimento transformador: a perda revelou ‑se ‑lhe de forma avassaladora, fazendo ‑a questionar até a mais funda das suas certezas. Ambos escritores, norte ‑americanos, casados há 40 anos, a relação era para Joan indissociável da sua identidade. A forma como reagiu à tragédia (ao falecimento do marido seguiu ‑se o da filha) deu origem a O Ano do Pensamento Mágico, narrativa escrita para exorcizar a dor e a autocomiseração, para fazer o luto, recuperar os mortos e, finalmente, deixá‑‑los partir. Premiado com o National Book Award e adaptado ao teatro pela própria autora, o monólogo é agora plenamente assumido pela diva maior do teatro português – Eunice Muñoz –, que, num exercício de contenção, sobriedade e lucidez, dá corpo a uma dor violenta e íntima. Apresentado no âmbito do programa de intercâmbio dos dois teatros nacionais, enquanto Breve Sumário da História de Deus ocupa o palco do TNDM II, O Ano do Pensamento Mágico é a primeira encenação de Diogo Infante enquanto Director Artístico do Nacional de Lisboa. •

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TeatroNacionalSão João

7-31Jan2010

uma peça de

Joan Didion

baseada nas

suas memórias

tradução

Pedro Gorman

cenografia e figurino

Catarina Amaro

desenho de luz

Miguel Seabra

música original

João Gil

interpretada

ao piano por

Ruben Alves

vídeo

Pedro Macedo

produção

TNDM II

estreia [12Nov2009] Teatro

Nacional D. Maria II (Lisboa)

qua-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[1:10]

classif. etária

M/12 anos

O Ano do Pensamento MágicoDE J OA N D ID IONINTE RP RE TAç ãO EuNICE MuñOzE NC E NAç ãO DIOGO INFANT E

Na versão cénica de O Ano do Pensamento Mágico, Joan Didion reduz ao essencial a teatralização de acontecimentos verídicos da sua vida. O narrador, mensageiro, conta ‑nos com urgência uma série de factos que visam alertar ‑nos para a inevita‑bilidade daquilo que nos espera e para os perigos da auto ‑piedade. Didion esco‑lheu escrever para perceber, para dar sentido, para resolver o que lhe acontecera, aquilo por que passara. Pela minha parte, sinto que também me resolvo no texto, no confronto com as minhas perdas, as minhas dores e as minhas memórias. Diogo InfanteIn O Ano do Pensamento Mágico: [Programa]. Lisboa: Teatro Nacional D. Maria II, 2009. p. 7.

Os fantasmas não sujam nem desarrumam nem deixam marcas. Da porta ao fundo da sala de estar, talvez 100 metros quadrados, tudo está impecável. No hall de entrada estão perfeitamente arrumadas as fotografias e as flores; o telefone, uma caneta e o bloco de post -its com o nome do casal Didion/Dunne estão alinhados sobre uma pequena mesa. A história está à vista e o que se vê é o que é, a história já não vai mudar. É a casa de toda ‑uma ‑vida ainda que ela não tenha vivido aqui toda a vida. Mas as memórias de toda ‑uma ‑vida estão nas paredes – nas fotogra‑fias ampliadas e assinadas ou nas fotografias mais modestas do marido e da filha e dos três juntos –, estão nas mobílias e estão em todos os gestos que não chegam para encher uma casa vazia.

Viver em Manhattan é um sonho. Viver no Upper East Side é um sonho dentro do sonho. A casa é de sonho e de uma elegância que tem pouco a ver com a vulga‑ridade das lojas de estilistas nos passeios lá em baixo (Yves Saint Laurent e Tom Ford as mais próximas). O sonho é aquilo que fica, mesmo se já não estão as pes‑soas que o sonham. Susana Moreira MarquesExcerto de “Quem é Joan Didion”. In O Ano do Pensamento Mágico: [Programa]. Lisboa: Teatro Nacional

D. Maria II, 2009. p. 11.

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Já completou dez anos, a primeira peça do dramaturgo que em Junho de 2007 aqui estreou o seu O Avarento ou A Última Festa (Teatro Praga/TNSJ). Colagem de excertos de contos, diários, cartas e romances inacabados de Kafka – o essencial descritor do indivíduo encerrado num mundo de burocracia e alienação –, Dois Homens lança ‑nos num vórtice de memórias autobiográficas e obsessões, como a culpa e o pesadelo da perseguição. Nova produção do monólogo nervoso que valeu a José Maria Vieira Mendes os Prémios Acarte (Fundação Calouste Gulbenkian) e Ribeiro da Fonte (Ministério da Cultura), esta criação encenada por Carlos Pimenta conta com a interpretação de um valoroso actor, Ivo Alexandre, que no TNSJ protagonizou O Café, de Goldoni, encenado por Giorgio Barberio Corsetti (2007), e integrou o elenco de vários espectáculos de Ricardo Pais e Nuno Carinhas. •

a partir de

Franz Kafka

encenação

Carlos Pimenta

cenografia

João Ribeiro

desenho de luz

José Carlos

Nascimento

produção

Teatro Municipal

de Almada

estreia [14Mar2008]

Teatro Municipal

de Almada

sex+sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[50’]

classif. etária

M/12 anos

Teatro Carlos Alberto

8-10Jan2010

Dois HomensDE J OS é MA RIA V IE IRA MEND ESINTE RP RE TAç ãO IVO AL ExAND RE

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Um dos actores mais conhecidos do público do TNSJ (aqui protagonizou espectáculos marcantes de Ricardo Pais e Nuno Carinhas), João Reis regressa à Casa com A Febre. Neste monólogo escrito em 1990, Wallace Shawn – actor que reconhecemos de filmes de comédia norte ‑americanos, tam‑bém autor de peças politicamente engajadas e controversas como Tia Dan e Limão – explora sem piedade a ambiguidade moral da América liberal na relação com os países do “ter‑ceiro mundo”. Num cenário de guerra, um homem adoe ce num miserável quarto de hotel. Olhar pela janela implica testemunhar execuções e outras atrocidades. Mergulho em profundidade na consciência – e na conivência – da culpa, A Febre tem em João Reis um intérprete inteiro. •

tradução

Jacinto Lucas Pires

encenação

Marcos Barbosa

cenografia

F. Ribeiro

figurinos

Susana Abreu

desenho de luz

Pedro Carvalho

assistência de

encenação

Emílio Gomes

produção

Teatro Oficina

estreia [29Abr2009]

Centro Cultural Vila Flor

(Guimarães)

qui-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[1:30]

classif. etária

M/12 anos

Teatro Carlos Alberto

14-17Jan2010

A FebreDE WA LLAC E S HAWNINTE RPRE TAç ãO JOãO RE IS

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Demencial, incontrolável, controverso, grosseiro, electrizante: todos os adjectivos se têm aplicado a Amor, livro de André Sant’Anna, escritor brasileiro que tem também feito carreira na publicidade, cinema e televisão. Escrito pela voz de um homem, é narrado no masculino, mas ao encenador Marcos Barbosa interessou também aí subverter. E chamou Flávia Gusmão para o papel. Com a sua guitarra, a actriz debita, em sotaque abrasileirado, um texto que aqui se tornou teatral. O próprio autor notou: “Uma coisa é certa: Amor é bem melhor quando falado, quando lido em voz alta”. Não escapam à sua crítica aguda a academia, as igrejas, os media, a sociedade, os cientistas – todos hipócritas, todos culpados, todos sujos de sangue. •

encenação

Marcos Barbosa

desenho de luz

Pedro Carvalho

assistência de

encenação

Diana Sá

produção

Teatro Oficina

estreia [17Dez2008]

Espaço Oficina

(Guimarães)

qui-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[50’]

classif. etária

M/12 anos

Teatro Carlos Alberto

21-24Jan2010

AmorDE A NDRé SA NT ’ANNAINTE RP RE TAç ãO FL áVIA GuSMãO

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A história dos dias da senhora Rasch, quando chega a casa, é assim. Um após o outro, todos iguais, frios, abandonados. A vidinha, como sói dizer ‑se, na mais crua das rotinas. E no mais pesado dos silêncios. Um desafio particular à expres‑sividade de qualquer actriz: a senhora Rasch não dirá uma única palavra. O alemão Franz xaver Kroetz retratou, em 1971, a solidão de uma mulher entregue à depressão e à obsessão pelas coisas arrumadas. No regresso à Companhia de Teatro de Braga, que assinala com esta peça a sua cen‑tésima produção, Ana Bustorff é a exímia solista deste con‑certo de sentimentos mudos. •

tradução

Maria Adélia

Silva Melo

encenação

Rui Madeira

cenografia

Carlos Sampaio

figurinos

Sílvia Alves

desenho de som

Pedro Pinto

desenho de luz

Fred Rompante

assistência de

encenação

Frederico Bustorff

Madeira, Solange Sá

produção

Companhia de

Teatro de Braga

estreia [31Mar2008]

Theatro Circo (Braga)

qui-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[1:30]

classif. etária

M/12 anos

Teatro Carlos Alberto

28-31Jan2010

Concerto à la CarteDE FRA Nz xAV E R KROETzINTE RP RE TAç ãO ANA B uSTORFF

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Não será tão importante o entrecho da acção quanto os contornos emocionais da personagem – que a psicanálise se encarregou de examinar. Para Olga Roriz, que com Electra retorna aos solos e aos grandes mitos e personagens femini‑nos, esta é uma “paixão justa carregada de excesso”. Longa se torna a espera para Electra, que exige justiça e repara‑ção. Na coreografia que encerra este ciclo de solos teatrais, ouvem ‑se lamentos e o assobio do vento, mas acima de tudo a respiração de um corpo contraído, inquieto, que sangra incontidamente. Como na tradição trágica, Electra começa e acaba sozinha. •

dramaturgia, selecção

musical, figurino

Olga Roriz

Paulo Reis

cenografia

Paulo Reis

desenho de luz

Clemente Cuba

desenho de som

Sérgio Milhano

co ‑produção

Companhia Olga

Roriz, OPART,

TNSJ

estreia [28Jan2010]

Teatro Camões (Lisboa)

qui-sáb 21:30

dom 16:00

classif. etária

M/16 anos

TeatroNacionalSão João

4-7Fev2010

ElectraCORE OG RA FIA E INTERPRETAçãO OLG A RORIz

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Letra M

tradução

Isabel Lopes

dispositivo cénico,

pinturas e figurinos

João Vieira

música e desenho

de som

Carlos Alberto

Augusto

canção (“Rap

da Humanidade

Abjecta”)

António Durães

vídeo

João Pinto

desenho de luz

José Miguel Lontro

assistência de

encenação

Octávio Teixeira

interpretação

António Durães,

Paulo Calatré

(com Isabel Lopes

e Cristina do Aido)

co ‑produção

Teatro da Rainha

TNSJ

estreia [7Out2009] Antiga

Lavandaria do Hospital

Termal (Caldas da Rainha)

qua-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[1:40] sem intervalo

classif. etária

M/16 anos

DE J OHA NNE S VON SAAz ( O L AvrADOr DA B O éMiA ) / J OãO V IE IRAE NC E NAç ãO FE RNAND O MORA RAMOS

Da antiga lavandaria do Hospital Termal das Caldas da Rainha para o claustro do Mosteiro de São Bento da Vitória, Letra M faz o seu caminho por espaços ditos “não convencionais”, os únicos capazes de conterem e funcionalizarem o disposi‑tivo cénico e as pinturas de João Vieira, naquele que viria a ser o derradeiro acto performativo de um dos mais notáveis criadores portugueses das últimas décadas. Cultor de paradoxos, o encenador Fernando Mora Ramos fala ‑nos de um espectá‑culo “sem vocação para a morte”, isto porque nele quis centralmente reflectir sobre a “vida como desejo vital”. No interior do cenário concebido por João Vieira, lugar de arremesso de palavras e gestos, António Durães e Paulo Calatré trazem à pre‑sença dos espectadores O Lavrador da Boémia, de Johannes von Saaz, escrito em 1401 na sequência da morte da esposa amada. Texto iluminado em noite de trevas, este duro combate dialogado entre duas personagens – a Morte e o Lavrador – celebra a beleza da amada desaparecida na juventude da vida, contrariando assim, através da criação poética, o gesto destruidor da morte. Não será esse o papel da arte: tentar os impossíveis, rebelar ‑se contra a Grande Regra? •

Mosteiro São Bento da Vitória

5-13Fev2010

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quem entra no Espaço, quisemos que estivesse numa situação equilibrada, perto mas também em posição de clarividência na escuta, essa dupla missão de ver e ouvir. O que nesta representação se faz do lado de lá, no Palácio fabril da Morte. Somos seus convidados.

Este foi o último cenário do cenógrafo. Foi uma aventura longa e precisa, durou dois anos. Feita de pausas e arranques. E como o João diz, chegando ao fim, chegámos, pelo menos, a uma nova pausa. Creio que é isso: uma pausa activa, em que dentro de nós laboram imagens e sensações que voltam sempre, mesmo que estejam algures num ponto impreciso da subjectividade retrospectiva e das emoções, memória presente, inevitável passado a espalhar a sua luz e os seus enigmas, as suas arestas e dores. Um magnífico cenário, a meu ver. Feito com muito pouco e feito também por um grande construtor, um príncipe do palco. Fernando Mora R amosExcerto de “O Cenário”. In Letra M: [Programa]. Porto: Teatro Nacional

São João, 2009. p. 15.

Eu e o João Vieira fizemos o que quisemos: um espaço que fundisse uma “impossibilidade”, circo romano e parlamento, arena e tribunal democrático, “espectáculo” da precariedade humana e lei da vida num confronto desigual, mas sempre tentativa de equilibrar os enfrentares por vir, de os deixar abertos ao entendimento das motivações e causas. Para

A Morte: “Perguntas ‑nos quem somos.

Nada somos e no entanto somos alguma coisa.

Não somos nada porque não possuímos nem

vida, nem ser, nem forma; não somos um

espírito, não somos nem visível, nem palpável

e somos alguma coisa porque somos o f im da

vida, o f im da existência, o f im do ser, e a

origem do mundo.”

JOHANNES VON SAAz

O Lavrador da Boémia

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Joaquim Benite e a sua Companhia de Teatro de Almada abrem ‑nos outra janela de oportunidade para continuarmos a reler dentro de portas o legado de Bertolt Brecht, alguns meses depois da encenação de Tambores na Noite assinada por Nuno Carinhas e da leitura encenada de Baal proposta por Nuno M Cardoso. “Recriação” do romance homónimo de Gorki, A Mãe sofreu sucessivas revisões após a sua estreia em 1932, resultando num dos mais conseguidos e cinzelados processos de formação da consciência no primeiro teatro do dramaturgo alemão. Ultrapassando definitivamente o mero didactismo, Brecht deixa que Pelagea Vlassova – a “mãe” que protagoniza a peça, aqui interpretada por Teresa Gafeira – aprenda a inter‑pretar a luta do seu filho contra a iniquidade czarista. De dona de casa apazigua‑dora transformar ‑se ‑á em revolucionária activa, porta ‑estandarte de uma utopia nova, projecção fantasmática da figura de Rosa Luxemburgo. Como em tantas outras obras de Brecht, as canções assumem um papel central, interrompem a acção, sintetizam ideias, acrescentam vibração ao texto. Canções de combate? Contemporâneo do autor, Walter Benjamin olhou ‑as com outra candura: “Canções de embalar o comunismo, que é pequeno e débil, mas cresce irresistivelmente”. •

tradução da peça

e das letras das

canções

Yvette K. Centeno

Teresa Balté

direcção musical

Fernando Fontes

cenografia

Jean -Guy Lecat

figurinos

Sónia Benite

Ana Rita Fernandes

desenho de luz

José Carlos

Nascimento

voz e elocução

Luís Madureira

assistência de

encenação

Rodrigo Francisco

interpretação

Alberto Quaresma

André Albuquerque

Carlos Gonçalves

Carlos Santos

Celestino Silva

Daniel Fialho

Laura Barbeiro

Luzia Paramés

Manuel Mendonça

Marco Trindade

Marques d’Arede

Miguel Martins

Paulo Guerreiro

Paulo Matos

Pedro Walter

Sofia Correia

Teresa Gafeira

Teresa Mónica

produção

Teatro Municipal

de Almada

estreia [6Jan2010] Teatro

Municipal de Almada

qua-sáb 21:30

dom 16:00

classif. etária

M/12 anos

A MãeDE BE RTOLT BRE CH TE NC E NAç ãO J OAQuIM B ENITE

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Nas suas criações mais recentes – basta lembrar Timão de Atenas, espectáculo baseado na peça homónima de Shakespeare, que se estreou no Festival de Teatro Clássico, de Mérida, O Presidente, de Thomas Bernhard, ou O Doido e a Morte, a peça de Raul Brandão e a ópera de Alexandre Delgado –, Joaquim Benite tem ‑se interessado particularmente por evidenciar a ténue fronteira que separa a tíbia e domesticada resignação pequeno ‑burguesa do esforço – mesmo que excessivo – de tudo pôr em causa através da Razão. Este persistente elogio da inteligência não manifesta apenas a crença do encenador na capacidade iluminadora da Razão, mas, talvez mais exactamente, a sua decidida afirmação de que, para que a utopia se torne

possível, é imperioso pensá ‑la “emocionalmente”. É com este horizonte que volta, então, a ler atentamente um texto de Brecht de que já encenara três cenas em 1980, redescobrindo o subtil apelo de mudança que nele se inscreve, os retratos de gente comum que inopinadamente se transcende, e a apelativa alegria enérgica da sua estrutura musical. Miguel ‑Pedro QuadrioIn TMA: Teatro Municipal de Almada: Temporada Set. 2009 -Jun. 2010.

Almada: TMA, 2009. p. 20.

TeatroNacionalSão João

12-21Fev2010

Pelagea Vlassova: “Entrega ‑me a bandeira,

Smilgin, disse eu. Entrega ‑

‑me a bandeira! Sossega que

vou eu levá ‑la. As coisas

ainda hão ‑de mudar!”BERTOLT BRECHT A Mãe

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Sonham com “um teatro capaz de representar o mundo e de o pensar”, e sonham ‑no agora no Porto, dez anos passados sobre a sua fundação enquanto projecto artís‑tico. O Teatro dos Aloés traz na bagagem dois textos de autores contemporâneos, outra das marcas distinti‑vas do seu trabalho, para prosseguir o seu percurso de contadores de ficções dramáticas exigentes, mas parti‑lháveis. Transportam no nome uma metáfora de resis‑tência e regeneração, inspirada na peça A Lição dos Aloés, do dramaturgo sul ‑africano Athol Fugard. Agora, o regresso ao autor que os baptizou faz ‑se por via de Canção do vale (1996), um poema dramático para dois actores e três vozes: Abraam, o patriarca intranquilo, a neta Veronica, que tem uma ambição que não cabe nos estreitos limites de uma aldeia, e o Autor, que se con‑fronta com as suas próprias apreensões. As apreensões de Fugard, certamente, sobre aquilo que ficou depois da luta pelo fim do Apartheid. Um texto obliquamente político sobre a reconstrução da identidade de um país, como político é o radical trabalho sobre a linguagem operado por David Harrower em Facas nas Galinhas (1995). O dramaturgo escocês põe as suas três perso‑nagens a falar como se tivessem acabado de aprender… a falar, enquanto olham “demoradamente para o mundo em busca de todos os nomes que ele contém”. Mais do que colocar em movimento um bizarro triângulo de amor e crime, o verdadeiro prodígio de Harrower (autor que reincidirá na nossa programação com Blackbird) foi o de levantar um universo – e aqui socorremo ‑nos de um verso de Seamus Heaney – “em linguagem que ainda

sabe esmurrar a linguagem”. •

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Talvez que uma das principais razões que justificam o fascínio que esta peça de Harrower continua a gerar resida no carácter enigmático e mesmo hipnótico do modo como o dramaturgo entretece a sua ficção, combinando a construção de uma história poderosa de desejo, traição e morte, mas também de solidão, sexualidade e despertar, com um registo poético, subtilmente simbólico, quase ritual, assaz inusual nos palcos contemporâneos. Harrower instala a sua ficção num mundo rural antigo que parece situar ‑se algures nos limites da civilização, convocando temas aparentemente não menos anacrónicos como as relações entre a fé e a razão e o papel das palavras no meio dessa relação do humano com o divino, sem, contudo, fazer da sua peça um qualquer tratado filosófico. Bem pelo contrário, Facas nas Galinhas funciona numa zona de percepção intensamente sensorial – ou não funcionará de todo. Paulo Eduardo CarvalhoExcerto de “Intervalos de Silêncio”. Teatro dos Aloés: Jornal. N.º 6

(Nov. 2009). p. [1].

Facas nas GalinhasDE DAV ID HA RROWERE NC E NAç ãO J OS é PE IxOTO

Teatro Carlos Alberto

18-21Fev2010

tradução

Paulo Eduardo

Carvalho

cenografia

e figurinos

Ana Paula Rocha

desenho de luz

Carlos Gonçalves

interpretação

Carla Galvão

Jorge Silva

Luís Barros

produção

Teatro dos Aloés

estreia [11Nov2009]

Recreios da Amadora

qui-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[1:40] sem intervalo

classif. etária

M/16 anos

Jovem Mulher: “O seu mundo está ali,

em frente aos meus olhos. Tudo o que tenho

de fazer é enf iar os nomes no que ali existe

do mesmo modo que enf io a minha faca no

ventre de uma galinha. É assim que eu sei

que Deus está por aí.”

DAVID HARROWER Facas nas Galinhas

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Canção do ValeDE ATHOL FuG A RDENCENAçãO J ORG E S ILVA

tradução

Paulo Eduardo

Carvalho

cenografia

e figurinos

Ana Paula Rocha

música

Filipe Melo

desenho de luz

Carlos Gonçalves

interpretação

Carla Galvão

José Peixoto

produção

Teatro dos Aloés

estreia [6Nov2008]

Teatro Nacional

D. Maria II (Lisboa)

qui-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[1:30] sem intervalo

classif. etária

M/12 anos

Canção do Vale interroga as alterações ocorridas na África do Sul após o Apartheid, dramatizando a relação progressivamente complicada entre um velho viúvo agricultor, devotado à sua terra, e a sua jovial neta, que só deseja abandonar o desolado Karoo e perseguir o sonho de ser cantora em Joanesburgo. Jorge Silva descobre no texto a universalidade do tema e é difícil não nos situarmos afectivamente na desertificação do interior, nos latifúndios alentejanos e nas promessas falhadas da Reforma Agrária. Interpretado magistralmente por dois belos actores, é um espectáculo de um profundo poder comunicativo. José Peixoto narra e interpreta, evocando paisagens maiores e histórias mais antigas, contaminando tudo com uma enorme densidade de contador de histórias. Carla Galvão, cantando e interpretando, em mais um trabalho extraordinário, contrabalança com jovialidade e ritmo, compondo uma figura de grande densidade emocional. Rui Pina CoelhoExcerto de “Canção do Vale”. Público. (21 Nov. 2008). p. 53.

Autor: “O futuro agora pertence ‑te.

Houve um tempo em que foi meu, quando

eu o sonhei como tu o fazes agora, mas

já não. Acho que esgotei todo o ‘Futuro

Glorioso’ de que outrora desfrutei.”

ATHOL FuG ARD Canção do Vale

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Teatro Carlos Alberto

25-28Fev2010

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tradução

Tiago Guedes

cenografia e figurinos

Joana Rosa

música original

Jorge Coelho

desenho de luz

Nuno Meira

interpretação

Miguel Guilherme

Isabel Abreu

(com Constança

Rosado, Filipa Rebelo

e Margarida Lopes,

em alternância)

produção

TNDM II

em colaboração

com Take It Easy

estreia [14Jan2010]

Teatro Nacional

D. Maria II (Lisboa)

qua-sáb 21:30

dom 16:00

classif. etária

M/16 anos

Teatro Carlos Alberto

5-14Mar2010

DE DAVID HA RROWERE NC E NAç ãO T IAGO GuED ES

Blackbird

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É o regresso do realizador Tiago Guedes ao teatro, depois da sua fulgurante estreia como encenador, em 2006, com The Pillowman. Se o texto de Martin McDonagh tratava já temas difíceis (o infanticídio encimava o catálogo de malfeito‑rias), Blackbird explora uma outra matéria delicada – o abuso sexual de menores –, evocada já por um clássico da literatura como Lolita. Talvez a menção do romance de Nabokov não seja inteiramente despropositada: é que, nesta peça que o Festival de Edimburgo encomendou a David Harrower para ser estreada, em 2005, por Peter Stein, o dramaturgo esco‑cês faz mais do que um tratado moral ou uma tese socio‑lógica, desdobrando questões em vez de lições e doutos esclarecimentos. Uma jovem mulher reencontra o homem de meia ‑idade com quem – década e meia antes, quando ape‑nas tinha 12 anos – mantivera uma relação apaixonada (leia‑‑se, sexualmente explícita). Destas criaturas poder ‑se ‑á dizer que entram depressa numa noite escura, como que seguindo o apelo da canção, de uma traiçoeira candura, dos Beatles: “Blackbird fly into the light of the dark black night”. •

Quando Brian McMaster, director do Festival de Edimburgo, perguntou a David Harrower se estava disponível para escrever uma peça a ser encenada por um dos maiores criadores contemporâneos (Peter Stein), o dramaturgo não aceitou de imediato a proposta. “Pensei logo que isso representaria a possibilidade de escrever uma peça monumental. Ele fez Júlio César com 200 figurantes.” Harrower perguntou ‑se se “seria capaz” e disse que sim antes de embarcar num trabalho para doze actores. No entanto, um mês antes da data limite, “dez personagens foram chacinadas” e escreveu uma nova peça com apenas duas das personagens do texto original. A premissa de Blackbird é o encontro entre um homem de meia ‑idade e uma jovem mulher que, quinze anos antes, haviam tido uma espécie de “aventura”, quando a rapariga não era sequer uma adolescente e o homem tinha já 40 anos. “A peça é sobre o que acontece quando ela o encontra depois de uma intensa procura.”

[…] A obra de Harrower divide ‑se em peças que são conscientemente escocesas no seu tema e na sua forma e em peças cujo tópico é mais amplo. “Não o faço deliberadamente. Blackbird seria mais escocês com actores escoceses. Há um determinado ritmo na forma como falam os escoceses sobre os quais escrevo, mas Peter Stein escolheu actores ingleses, o que trouxe uma sensibilidade distinta à peça. Suponho que Facas nas Galinhas e Dark Earth fossem sobre a Escócia.” Por contraste, na versão final de Blackbird, “o facto de vivermos presentemente na Escócia parece não ter qualquer relevância. É uma história de amor sobre duas pessoas que passaram juntas por uma experiência de vida que as mudou”.Philip FisherExcerto de “David Harrower: one of Scotland’s most successful young

playwrights”. www.britishtheatreguide.info (2005).

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O Deus da MatançaDE YASMINA REzAENCENAçãO JOãO LOuRENçO

versão

João Lourenço

Vera San Payo de

Lemos

dramaturgia

Vera San Payo

de Lemos

cenografia

António Casimiro

João Lourenço

figurinos

Maria Gonzaga

desenho de luz

Melim Teixeira

interpretação

Joana Seixas

Paulo Pires

Sérgio Praia

Sofia de Portugal

produção

Novo Grupo de

Teatro/Teatro Aberto

estreia [17Jun2009]

Teatro Aberto (Lisboa)

qua-sáb 21:30

dom 16:00

dur. aprox.

[1:20]

classif. etária

M/16 anos

Já conhecíamos Yasmina Reza de Arte, espectáculo de um êxito histórico que o TNSJ co ‑produziu e estreou em 1998. Agora é o Novo Grupo de Teatro quem nos traz de volta o “teatro de nervos” cultivado pela dramaturga francesa, célebre também pelo seu Madrugada, Tarde ou Noite, relato de um ano passado na com‑panhia íntima do presidente francês, Nicolas Sarkozy. Escrito um ano antes, em 2006, O Deus da Matança parte do encontro de dois casais para analisar a briga dos filhos, uma reunião de gente civilizada que resvala para um violento pugi‑lato verbal (e não só) travado por quatro adultos. Ao encenador, João Lourenço, interessou instalar ‑se nas discrepâncias entre o ser e o parecer, tirando todo o proveito de um texto que combina leveza e seriedade crítica, humor e crueldade. Dizem os críticos que uma das razões do sucesso de Yasmina Reza radica no facto de se ter virado para a escrita após uma tentativa falhada como actriz, de escrever sobretudo para os actores. Neste espectáculo, a prestação de Joana Seixas, Paulo Pires, Sérgio Praia e Sofia de Portugal confere ‑lhes razão. •

Teatro Carlos Alberto

19-28Mar2010

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Não acho que o ser humano seja pacífico. Penso que não se evoluiu desde a idade da pedra e que o verniz social que nos protege da selvajaria é inquietantemente ténue, está sempre prestes a estalar. Ponha quatro pessoas dentro de um elevador que se avaria de repente e elas ficam doidas. Basta haver pânico e toda a gente se espezinha. Observe crianças a brincar na areia: não têm alternativa, batem umas nas outras para ficarem com um objecto na mão. Eu escrevo um teatro de nervos, porque são os nervos que nos comandam. As personagens que componho desde sempre são pessoas bem ‑educadas que pretendem manter a compostura. Mas como também são muito impulsivas, não conseguem manter as regras que impuseram a si próprias. Vão derrapar, mas sempre contra a sua vontade, mesmo quando estão em plena derrapagem. É precisamente esta luta da pessoa contra si própria que me interessa. Yasmina RezaExcerto de “Escrevo um teatro de nervos”, entrevista conduzida por

Jérôme Garcin. In O Deus da Matança: [Programa]. Lisboa: Teatro

Aberto, 2009. p. 20.

Em ritmo e intensidade crescentes, quatro actores muito distintos encontram ‑se na perfeição sob o fogo cruzado verbal. A semicontenção do núcleo Paulo Pires/Sofia de Portugal e o menor polimento social do par Sérgio Praia/Joana Seixas levantam fervura até explodirem numa natureza grosseira, o que o conjunto desempenha com desenvoltura, humor e sem se deixar tentar pelo nível mais superficial do texto. A direcção de João Lourenço aproveita justamente toda a energia dos actores e dá espaço às capacidades interpretativas de cada um.Rosário AnselmoVisão. (2 Jul. 2009).

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tradução

Marta Várzeas

cenografia

Nuno Carinhas

figurinos

Bernardo Monteiro

desenho de luz

Nuno Meira

desenho de som

Francisco Leal

voz e elocução

João Henriques

interpretação

Alexandra Gabriel

António Durães

Emília Silvestre

João Castro

Jorge Mota

José Eduardo Silva

Lígia Roque

Maria do Céu Ribeiro

Paulo Freixinho

Pedro Almendra

produção

TNSJ

qua-sáb 21:30

dom 16:00

classif. etária

M/12 anos

Estreia

AntígonaDE S óFOC LE SE NC E NAç ãO Nu NO CARINH AS

TeatroNacionalSão João

26-28Mar2010

9-24Abr2010

Entremos na noite de Antígona guiados pela mão de Roberto Calasso: “Do sacri‑fício, juntamente com o sangue, escorrem as histórias. Assim afloram as perso‑nagens da tragédia”. Assim aflora Antígona, a “filha de Deus antes de Deus ser conhecido”, que vem expor na praça pública o martírio do seu coração. Dizem ‑nos que a tragédia grega nasceu quando o homem começou a ver os mitos com os olhos do cidadão, quando o homem começou a cismar sobre o divino. A Antígona de Sófocles convoca ‑nos para o centro deste tremendo debate político e filosó‑fico, dramatizando os encontros e desencontros entre as leis escritas dos homens e as leis não escritas dos deuses. E este conflito não tem fim, nem vencedores. Século após século, Antígona sai do escuro e continua a falar ‑nos dos prodígios e das insuficiências do humano. Depois de Breve Sumário da História de Deus, Nuno Carinhas volta a interrogar as “coisas primeiras”, oferecendo à cidade a sua (e a nossa) primeira tragédia grega. À semelhança de Édipo, também Gil Vicente e Sófocles sabiam a resposta ao enigma da Esfinge: “É o homem”. •

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Antígona: “Que lei divina transgredi? Como posso eu ainda olhar para os deuses? Qual deles invocar como aliado, quando ímpia se tornou a minha piedade?”

SóFOCLES Antígona

Antígona, destinada a reviver em dezenas, em centenas de obras ao longo de sucessivos séculos – numa proliferação que desde logo não terminou e que todavia continua hoje –, é mais antiga que a homónima tragédia de Sófocles, obra ‑prima absoluta da literatura universal com a qual a fantasia e a consciência da humanidade não cessaram e não cessam de medir ‑se. Tal como outras grandes obras poéticas, Antígona não pertence apenas à literatura; é uma obra que afronta nas suas raízes as paixões, as contradições e dilacerações da existência, sendo também, consequentemente, uma obra filosófica e religiosa. Antígona é um texto dessa filosofia e dessa religião que, para entender concretamente a vida, não podem limitar ‑se à formulação teorética da verdade, mas mergulham a verdade e a sua busca na ardente realidade da própria vida, lá onde os problemas e os pontos de interrogação se entrelaçam com os desejos, as esperanças ou os medos e se convertem em destino, história concreta e viva de um homem, do seu amor, sofrimento e morte.Claudio MagrisExcerto de “¿Quién escribe las no escritas leyes de los dioses?”.

In Utopía y Desencanto: Historias, Esperanzas e Ilusiones de la

Modernidad. Barcelona: Anagrama, cop. 2001. p. 267 ‑268.

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Estados de GuerraFOTOG RA FIAS DE JOãO P INAE xPOS Iç ãO

instalação João Mendes RibeiroCatarina Fortunaprodução TNSJ

Salão Nobre

ter-sáb 14:00 -20:00 dom 14:00 -15:00 (e durante o período dos espectáculos, exclusivamente para os espectadores de Antígona)

TeatroNacionalSão João

26 Mar24 Abr2010

Antígona e Ismena emergem em cena após a retirada do exército inimigo, e no solo da “belicosa Tebas” jaz o cadáver insepulto de Polinices. Antígona começa sob o signo da guerra, mas começa também com uma promessa de superação dos seus traumas, anunciada pelo Coro: “As guerras de há pouco esqueçamos”. O olhar que João Pina nos devolve nas suas fotografias de guerra, publicadas em jornais e revistas dos dois lados do Atlântico (da Visão à The New Yorker, do El País à Newsweek), participa deste mesmo movimento: catástrofe e reconstrução, discórdia

e reconciliação. Nelas, a guerra não é uma abstracção, mas um lugar terno e feroz de onde emerge o melhor e o pior de homens em tempos de cólera. É esse olhar que agora convocamos em Estados de Guerra, exposição que reúne imagens que procuram estabelecer um diálogo “olhos nos olhos” com o texto de Sófocles. Isto porque, das ruas de Tebas às montanhas do Afeganistão, avistamos a mesma paisagem humana rasgada pelo clamor das armas. E Antígona, lá como cá, continua a exigir o enterro dos seus mortos de guerra. •

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Diz quem a conhece que “deixou ‑se ser gente muito antes de se permitir ser fadista”, e este lastro biográfico ajudará a explicar a comoção com que foi recebido Apenas o Amor (2004), o seu disco de estreia. Começou aqui a mexer com as nossas vidas. Crua (2006) e Mulheres ao Espelho (2008) confirmaram o espanto inicial e acrescentaram território e urgência à tradição, devolvendo o fado à condição de celebração vitalista da tristeza. É autora e intérprete maior de palavras que projecta num horizonte eminentemente poético, e isto por si só justificaria o facto de comemorarmos o Dia Mundial do Teatro na companhia de Aldina Duarte. E que um concerto sugestivamente intitulado Mulheres ao Espelho aconteça depois de uma récita de Antígona é tudo menos uma coincidência, ou um mero capricho dos deuses. Quando confessa que “vale a pena tentarmos negociar as nossas revoltas com os nossos amores”, Aldina reflecte Antígona no seu espelho. Na mesma noite e no mesmo palco, duas “princesas prometidas” fascinadas pelo combate político entregam ‑se inteiras a esta estranha forma de vida a que chamamos destino. •

Mulheres ao EspelhoCONCERTO

TeatroNacionalSão João

27 Mar2010

voz

Aldina Duarte

guitarra

portuguesa

Paulo Parreira

viola

Carlos Manuel

Proença

som

Francisco Leal

luz

Paulo Mendes

produção

TNSJ

Dia Mundial

do Teatro

sáb 23:30

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Em Abril…

Um ciclo de conferências e a leitura encenada de “outra” Antígona completam o puzzle de actividades suscitadas pela apresentação da obra ‑prima de Sófocles. Em Análises ao Fado e ao Sangue, convocamos profissionais e amadores da coisa amada para nos ajudarem a ler alguns dos tópicos desta tão persistente tragédia: a guerra, a ordem e a anarquia, a piedade contra a lei, os complexos de Édipo & Antígona. O programa, em construção, contempla ainda uma sessão exclusivamente dedicada à tradução da peça e uma mesa ‑redonda com encenadores que se confrontaram em anos recentes com a herança dos clássicos gregos. De regresso ao palco, Nuno M Cardoso dirige – numa acção de “formação em acto”, que congregará actores da Casa e alunos do Balleteatro Escola Profissional e da ESMAE – uma leitura encenada da Antígona de António Pedro, devolvendo ‑a ao exacto lugar da sua estreia em 1954, no então denominado São João Cine. Sobre esta sua muito “brechtiana” (ou será “pirandelliana”?) revisão da matéria dada, adverte‑‑nos o autor: “Nesta glosa, a Grécia é apenas um pretexto cénico. A acção passa ‑se, realmente, no palco em que for representada, isto é: na imaginação de cada um”. •

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Breve Sumário da História de DeusDE G Il V ICE N TE

ENC EN AÇÃO N UN O CARIN hAs

cenografia Nuno Carinhas

figurinos Bernardo Monteiro

desenho de luz Nuno Meira

desenho de som Francisco Leal

voz e elocução João Henriques

apoio dramatúrgico Pedro Sobrado

apoio linguístico João Veloso

assistência de encenação João Castro

interpretação Alberto Magassela, Alexandra Gabriel,

António Durães, Daniel Pinto, Joana Carvalho, João Cardoso,

João Castro, João Pedro Vaz, Jorge Mota, José Eduardo Silva,

Lígia Roque, Mário Santos, Miguel Loureiro, Paulo Calatré,

Paulo Freixinho, Pedro Almendra, Pedro Frias

produção TNSJ (Porto)

estreia [20Nov2009] Teatro Nacional São João (Porto)

dur. aprox. [1:20]

classif. etária M/12 anos

O último espectáculo produzido pelo TNSJ em 2009 abre o novo ano no homólogo da capital. Tomando um auto de pendor fortemente teológico – um corpo quase estranho no Livro das Obras do Mestre Gil, mas que revela em profundidade a mundividência vicentina –, Nuno Carinhas sumaria a condição humana a partir de um texto que faz desfilar figuras da saga judaico ‑cristã (de Adão e Eva a João Baptista, passando por Job, Abraão ou Moisés) no terreno da portugalidade. Seres carregados de dores e dúvidas, esperanças e temores, as personagens bíblicas atravessam a vida na expectativa de uma

Fora deportas

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redenção dessa fortificação inexpugnável a que chamamos Morte. Talvez por isso o encenador inscreva Breve Sumário da História de Deus num espaço remoto, que evoca poderosamente Auschwitz, mas que se lê também como albergue nocturno onde um grupo de sem ‑abrigo representa um texto que já conhece, distribuindo os papéis entre si, entretendo a passagem do tempo, ou o medo da morte. Com este auto mostra ‑se um Gil Vicente que não se acomoda aos estereótipos da galhofa ou da brejeirice em que foi encerrado, mas que – mantendo intactos o lirismo e a transgressão crítica – nos propicia uma surpreendente teatralidade. Deste Breve Sumário escreveu D. Manuel Clemente: “Espantosa ocasião de nos espantarmos de nós”.

Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa) ·· 8-31 Jan

ElectraCOREOGRAFIA E INTERPR ETAÇ ÃO OlG A R OR I Z

co ‑produção Companhia Olga Roriz (Lisboa), OPART (Lisboa),

TNSJ (Porto)

Estreia absoluta de Electra, nova peça de um vasto e multiforme puzzle de solos que a coreógrafa começou a montar em 1988. Fruto de uma urgência, de uma ideia que começa por interpelar para depois obsidiar, a experiência do solo faz Olga Roriz confrontar ‑se uma vez mais consigo própria – corpo, alma, imaginação, memória, nervos. A coreógrafa instala ‑se no território de Electra, não tanto para reconstituir uma narração mítica, mas para nos devolver, de um outro modo, as feições de uma personagem de inesgotável complexidade.

EsTRE IA ABsOlUTA

Teatro Camões (Lisboa) ·· 28-31 Jan

So SoloDIRECÇÃO E INTERPRETAÇÃO Cl ARA

ANDERMATT

co ‑produção Companhia Clara Andermatt (Lisboa), Culturgest

(Lisboa), TNSJ (Porto)

Remonta a 1999 a última co ‑produção do TNSJ com a Companhia Clara Andermatt, materializada no celebratório Dan Dau, que apresentámos no festival PoNTI. Na hora de se estrear a solo como

autora e intérprete, Clara Andermatt colabora com o actor e encenador nova ‑iorquino Robert Castle, num projecto apostado em expandir o conceito de personagem para novos territórios performativos. Em So Solo, que se apresentará no palco do São João por alturas da comemoração do Dia Mundial da Dança (29 e 30 de Abril), cabem muitas coisas. A coreógrafa enumera algumas: “Buster Keaton, Joana d’Arc, um gato fodido, e um montão de bolas, no meio de um tornado paranóico, cobertos de pastilha elástica”.

Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 30 Jan

Story Case COR EOGRAFIA N é BARROs

co ‑produção Balleteatro (Porto), TNSJ (Porto)

O que vemos a ser construído em Story Case não é uma narrativa, mas o seu lugar e os corpos que a habitam: Pedro Rosa e Joana Castro, dois indivíduos sem história, vão sendo progressivamente descobertos, através de diálogos contrastantes entre a dança e a fotografia, até se tornarem personagens e até mesmo protagonistas. Para conferir unidade a esta travessia pela conquista da identidade, Né Barros encontrou no deserto o seu motivo inspirador, “metáfora do avistamento de um corpo que, à medida que se move, vai traçando um perfil identitário”. Neste jogo de ambivalências entre o documental e o ficcional, Story Case, que vimos em estreia absoluta no festival Dancem!09, descola do real para produzir outra realidade poética.

Teatro Faialense (Ilha do Faial) ·· Jan/Fev

Quarto InteriorC R I AÇÃO COl E CT IVA

DIRECÇÃO ART ísT ICA ANDR é B RAGA,

C láUD IA F IGUE IRE D O

co ‑produção Circolando (Porto), TNSJ (Porto)

Casas da infância, sótãos e quartos são moradas do espaço íntimo cuja intensidade onírica o colectivo artístico Circolando captou no ciclo intitulado Poética da Casa. Primeiro andamento desta trilogia, Quarto Interior trabalha o sonho, a memória e a solidão de um quarto quase vazio,

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músico passou, doente e desamparado, em 1838, em Maiorca, com George Sand. Maiorca surge assim como título, ou como ilha para onde convergem fragmentos de leituras, imagens, filmes, ideias, criações dos intérpretes que acabaram por ecoar como múltiplas vozes que habitam esta coreografia, que vimos no TNSJ, integrada no ciclo Dancem!09.

São Luiz Teatro Municipal (Lisboa) ·· 26-28 Fev

As Lágrimas de SaladinoCOREOGRAFIA , E sPAÇO Cé NICO, DE sEN hO

DE lUZ RU I hORTA

co ‑produção Centro Cultural de Belém (Lisboa), O Espaço

do Tempo (Montemor ‑o ‑Novo), Centro Cultural Vila Flor

(Guimarães), Câmara Municipal de Montemor -o -Novo, TNSJ

(Porto)

Rui Horta roubou o título desta sua nova criação ao 10.º capítulo de As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf. Quando entrou em Jerusalém no ano de 1187, após 91 anos de sangrenta ocupação pelos combatentes cristãos do Ocidente, Saladino deu ordens aos seus soldados para evitar a pilhagem e o massacre. Quando a religião volta a ser o ponto de todas as discórdias, o coreógrafo parte deste “acto de compaixão” para nos propor uma reflexão sobre o outro, a diferença, a intolerância. “De algum modo”, antecipa Rui Horta, “As Lágrimas de Saladino será também um trabalho sobre a construção da incógnita. Um lugar de permanente tensão, mas de incomensurável poesia”.

EsTR E IA ABsOlUTA

Centro Cultural de Belém (Lisboa) ·· 5+6 Mar Cine -Teatro Curvo Semedo (Montemor -o--Novo) ·· 8 MarCentro Cultural Vila Flor (Guimarães) ·· 13 MarTeatro Virgínia (Torres Novas) ·· 20 Mar

explorando a um tempo as suas dimensões física e mental. Espectáculo transdisciplinar, que associa teatro físico, dança e teatro de objectos, Quarto Interior é uma criação emblemática de uma jovem companhia empenhada na profunda reinvenção de experiências e lugares mais ou menos secretos do nosso imaginário. Co ‑produzido pelo TNSJ, este espectáculo prossegue a sua justa circolação, quatro anos depois da sua estreia no Porto.

Puppet Animation Scotland (Edimburgo) ·· 2 Fev

Talk ShowCOREOGRAFIA , EsPAÇO C éNICO, DEs ENh O

DE lUZ E MUlT IMéDIA RU I h ORTA

co ‑produção Centro Cultural de Belém (Lisboa), O Espaço

do Tempo (Montemor ‑o ‑Novo), Centro Cultural Vila Flor

(Guimarães), TEMPO – Teatro Municipal de Portimão,

Teatro de la Laboral (Gijón), TNSJ (Porto)

Talk Show é uma obra para quatro intérpretes e duas colunas de som. Um questionamento sobre o corpo enquanto sistema comunicante e sobre o seu desaparecimento ao longo da vida no território maior da sua evidência, o amor. Um homem e uma mulher falam um com o outro à frente de uma plateia. As suas linguagens são simultaneamente a voz e o corpo. O corpo é a nossa única propriedade. Tudo o que realizamos tem a sua medida, tanto no espaço como no tempo. Talk Show é um road movie do corpo. Um exercício de curiosidade e inquietude perante o desconhecido. Quando o corpo se apaga, o que resta?

Teatro de la Laboral (Gijón) ·· 19+20 Fev

MaiorcaDIRECÇÃO E COREOGRAFI A PAUlO R I BE I R O

co ‑produção Companhia Paulo Ribeiro (Viseu), Centro Cultural

Olga Cadaval (Festival de Sintra), São Luiz Teatro Municipal

(Lisboa), Teatro Viriato (Viseu), TNSJ (Porto)

Maiorca foi a peça que se seguiu ao díptico Masculine (2007) / Feminine (2008), viagens sexuadas à volta da geografia mental do turista infinito Fernando Pessoa. Desta vez, Paulo Ribeiro partiu ao som dos 24 Prelúdios de Chopin e desse Inverno tenebroso que o

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Apesar dos atrasos e de algumas outras chatices com as obras no edifício ‑mãe, arriscar ‑me ‑ia a dizer que o TNSJ teve um Outono de bastante contentamento. Testemunhei o entusiasmo da inauguração do Centro de Documentação e do lançamento de novas parcerias com a Universidade do Porto no Mosteiro de São Bento da Vitória, revi O Mercador de Veneza de que tinha gostado muito, mas mesmo muito, através dos olhos e da câmara do Tiago Guedes, e reli o excepcional Manual de Leitura que o Ricardo Pais editara em Novembro de 2008 a propósito da estreia dessa obra maior de Shakespeare. As coisas continuaram a correr muito bem – e gostaria de realçar a escolha do verbo continuar tanto em relação a este Outono de 2009, como à década que o precedeu – com Gil Vicente, Nuno Carinhas e o Breve Sumário da História de Deus. Em suma, uma aproximação sólida, interdisciplinar, inteligente e desafiante ao Solstício de Inverno e às actividades programadas para o primeiro trimestre de 2010, que estas páginas desvendam. •

EMBAIxADORES

TNSJ 2009‑2010

Sobrinho Simões cientista

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EMBAIxADORES

TNSJ 2009‑2010

Manuela Azevedo cantora

Chego à estação de metro do Bolhão e saio, apressada, para Santa Catarina. São quase nove horas, tenho fome e o espectáculo começa às nove e meia.Desço a rua, já com pouca gente, e procuro um café.“Uma tosta mista e um chá preto, por favor. Se não se importa, pago já. Estou com alguma pressa…”Entre dentadas e goles de chá, distraio ‑me a olhar os outros clientes no café. Comove ‑me o jovem casal que se namora na mesa ao lado, reparo na composição gráfica dos últimos bolos na vitrina e invento histórias para os clientes com caras mais enigmáticas. É estranho, mas estes dias de vir ao Teatro deixam ‑me particularmente curiosa e interessada pelos estranhos com quem me cruzo. E empática, também.“Obrigada e boa noite!” Saio quase em passo de corrida. Está na hora. Entro no São João, bilhete na mão. Segundos depois, os meus sapatos são abafados pelo fofo tapete que me acompanha até ao meu lugar.Sentada, respiro fundo, agora mais tranquila. As luzes apagam ‑se e a voz no escuro avisa que o espectáculo vai começar.No final (quanto tempo passou?) saio para a rua. A cabeça cheia de imagens, palavras, num turbilhão de ideias, interrogações, de emoções difíceis de nomear. Sigo devagar.Nem sempre chego de metro para ir ao São João. Nem sempre chego quase atrasada, sem tempo para jantar.Mas, invariavelmente, saio de lá assim – devagar, redimida, inspirada. •

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Centro de Documentação

Uma biblioteca e um arquivo são como provas de vida, animadas por uma ficção: nenhum documento é o primeiro, e nenhum documento é o último. Uma biblioteca e um arquivo de artes performativas (teatro, dança, música…) são provas de vida com um paradoxo dentro: conter aquilo que é, na sua essência, um acto irrepetível. No TNSJ, a criação destes contentores de memória também tem sido uma prova de resistência à fatalidade: o incêndio do Real Theatro de São João (1908) e as obras de requalificação do já então Teatro Nacional São João (1993 ‑95) destruíram ou dispersaram 200 anos de história.

Em 2000, o Centro de Documentação surgiu para contrariar a efemeridade do gesto criativo e desdramatizar os efeitos de várias maldições documentais. Iniciou um sempre inacabado processo de recolha e tratamento de todo o material de carácter documental criado pelo TNSJ,

disponibilizando ‑o dentro e fora de portas. Gere, desde 2001, uma base de dados, o Cinfo – Centro de Informação (alojado em www.tnsj.pt), que referencia os documentos fisicamente existentes no Centro de Documentação, funcionando igualmente como biblioteca online, já que grande parte desses documentos está também disponível no seu formato digital. E desenvolve, desde a primeira hora, uma biblioteca especializada em artes performativas, espólio que agora partilhamos com outros profissionais e com o público em geral. Instalado numa sala do Mosteiro de São Bento da Vitória, para a qual o arquitecto Nuno Lacerda Lopes desenhou uma cenografia funcional, o Centro de Documentação do TNSJ abre ‑se a uma comunidade de utilizadores desejavelmente capaz de colocar em movimento uma utopia do possível: que nenhum leitor seja o primeiro, e que nenhum leitor seja o último. •

Colecções em regime de livre acesso

• Livros• Publicações periódicas• Vídeos• CDs

Colecções em regime de acesso condicionado

• Dossiers fotográficos• Programas e materiais

promocionais• Registos vídeo de espectáculos • Textos cénicos• Comunicados de imprensa • Dossiers de recortes de

imprensa

Serviços• Consulta presencial• Visionamento de vídeos• Apoio e orientação dos

utilizadores• Acesso à base de dados Cinfo• Acesso à base de dados de

recortes de imprensa Cision (teatro, dança, política cultural)

• Reprodução de documentos• Acesso à Internet

Horário seg‑sex 14:30 ‑18:00

Centro de Documentação do TNSJMosteiro de São Bento da VitóriaRua de São Bento da Vitória4050‑543 PortoT 22 339 50 56 · F 22 339 50 69 [email protected]

O Centro de Documentação do TNSJ é

membro da SIBMAS – Société Internationale

des Bibliothèques et des Musées des Arts du

Spectacle.

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Oficinas Criativas

Na presente temporada, o TNSJ retoma as Oficinas Criativas. Pais e/ou familiares que pretendam assis‑tir aos espectáculos apresentados no TNSJ e TeCA poderão trazer as suas crianças (idades compreen‑didas entre os 4 e os 10 anos), entregando ‑as ao cui‑dado da nossa equipa. Nas salas de ensaio dos dois teatros, realizar ‑se ‑ão um conjunto de actividades lúdicas e pedagógicas inspiradas no espectáculo em cartaz. •

Até Março de 2010, as Oficinas Criativas estão disponíveis entre sexta ‑feira e domingo, nos espectáculos O Ano do Pensamento Mágico, Letra M, A Mãe, Blackbird, O Deus da Matança e Antígona. O serviço funciona mediante marcação efectuada com 48 horas de antecedência, junto do departamento de Relações Públicas (T 22 340 19 56; e ‑mail [email protected]), destinando ‑se a um número limitado de crianças.

Preço: € 5,00 por criança e € 2,50 por irmão.

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Visitas GuiadasTeatro, Arquitectura e História: a visita ao edifício projectado pelo arqui‑tecto Marques da Silva faz ‑se na confluência destas áreas do saber. Conduzidas por especialistas em teatro e arquitectura, com amplo conhecimento da história deste monumento nacional, as visitas dão a conhecer a sala de espectáculos, a sala de ensaios, os camarins e as zonas técnicas, bem como o atelier onde se criam os figurinos e ade‑reços das produções teatrais da Casa. As visitas guiadas decorrem de segunda ‑feira a sábado, mediante marcação prévia, estando sujeitas à disponibilidade técnica dos espaços. •

Público em geralTodos os sábados, às 12:00, mediante reserva prévia até às 18:00 de sexta ‑feira, para um número não superior a 20 pessoas. Preço: € 3,00 por pessoa.Entrada gratuita para crianças até aos 10 anos, desde que acompanhadas por adultos.

Grupos escolaresDe segunda a sexta ‑feira, mediante reserva prévia, para grupos não superiores a 20 pessoas. Entrada gratuita.

O TNSJ reserva ‑se o direito de não realizar a visita, caso não haja inscrições prévias ou compatibilidade

com outras actividades do teatro. Para efectuar a sua reserva, contacte o departamento de Relações Públicas

(T 22 340 19 56; e ‑mail [email protected]) ou ligue para o número 800 ‑10 ‑8675.

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Loja do TeatroVisite a Loja do Teatro (disponível também em versão online, no sítio www.tnsj.pt) e poderá encontrar um vasto leque de artigos, desde as edições em livro (as colecções lançadas em parceria com a Cotovia, a Campo das Letras e a Húmus) aos DVDs com os registos integrais de produções da Casa, passando pelos CDs da colecção de teatro radiofónico Os sons, menina!… e pelos acessórios e peças de mer-chandising produzidos a partir de telas promocionais dos espectáculos. Destaque para o recente lançamento do livro O Concerto de Gigli, de Tom Murphy, tradução de Paulo Eduardo Carvalho, e para o DVD de O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, com encenação de Ricardo Pais e realização de Tiago Guedes. Esta temporada disponibilizamos Cheques Prenda na Loja do Teatro, nos valores de € 15,00 e € 30,00, que poderá trocar por produtos de merchandising ou por bilhetes para espectáculos. •

Se é portador do Cartão Amigo TNSJ, usufrui de um desconto de 5% na aquisição de produtos com assinatura TNSJ.

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Espectáculos Data Local

O Ano do Pensamento Mágico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Dois Homens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

A Febre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Amor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Concerto à la Carte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Electra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Letra M. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

A Mãe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Facas nas Galinhas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Canção do Vale. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Blackbird. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O Deus da Matança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Antígona. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Quantidade Total a pagar

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Boletim de AssinaturasJANEIRO-MARçO 2 01 0MODELO A · · 4 E S PE C TÁC ULOS · D ESCONTO 30%MODELO B · · 7 E S P E C TÁC ULOS · D ESCONTO 4 0%

INFORMAçÕE S 8 0 0 -1 0 -8 675NúMERO GRÁT IS A PART IR DE q UALqU ER RED E

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ASSINATuRAS

www.tnsj.pt

As assinaturas para o primeiro trimestre de 2010 podem ser adquiridas directamente nos balcões de atendimento do TNSJ e do TeCA, ou por correspondência (carta ou e ‑mail), através do envio do Boletim de Assinaturas, devidamente preenchido, com a escolha dos respectivos espectáculos, datas e lugar pretendido. No caso de o lugar pretendido não estar disponível, o TNSJ reserva ‑se o direito de escolha de lugares alternativos, salvaguardando o lugar mais próximo possível do pretendido.

Os bilhetes adquiridos via correio, pagos através de cheque ou vale postal, poderão ser enviados para o domicílio (acrescidos do valor dos portes de correio) até uma semana antes da data do espectáculo, ou levantados antes do seu início nas bilheteiras do TNSJ ou TeCA, de acordo com a sala onde decorrer o primeiro espectáculo contemplado na assinatura.

Para um melhor funcionamento dos nossos serviços de Bilheteira, o TNSJ reserva ‑se o direito de não efectuar assinaturas a partir das 20:00.

Dados Pessoais

Nome

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Morada

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Código postal

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Telefone Fax

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E‑mail

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Teatro Nacional São JoãoPraça da Batalha4000 ‑102 Porto

[email protected]

GeralT +351 22 340 19 00 · F +351 22 208 83 03

Relações InternacionaisT +351 22 339 30 38 · F +351 22 339 30 [email protected] Gabinete de ImprensaT +351 22 339 30 34 · F +351 22 339 30 39 [email protected] Relações PúblicasT +351 22 340 19 56 · F +351 22 208 83 [email protected]

Teatro Carlos AlbertoRua das Oliveiras, 434050 ‑449 PortoT +351 22 340 19 00 · F +351 22 339 50 69

Mosteiro de São Bento da VitóriaRua de São Bento da Vitória4050 ‑543 PortoT +351 22 340 19 00 · F +351 22 339 30 39

Atendimento e BilheteiraInformações 800 ‑10 ‑8675 (Número grátis a partir de qualquer rede)T +351 22 340 19 10 · F +351 22 208 83 03 [email protected]

Terça ‑feira a sábado14:00‑19:00 (ou até às 22:00, nos dias em que há espectáculos em exibição)Domingo14:00‑17:00

Bilheteira OnlineO público pode agora, de forma simples e rápida, adquirir bilhetes para a totalidade dos espectáculos apresentados no TNSJ, TeCA e Mosteiro de São Bento da Vitória, sem necessitar de recorrer aos serviços de bilheteira. Para tal, basta efectuar a aquisição em www.tnsj.pt e imprimir a versão electrónica dos bilhetes.

Preço dos bilhetes

TNSJPlateia e Tribuna € 16,001.º Balcão e Frisas € 12,002.º Balcão e Camarotes 1.ª Ordem € 10,00*3.º Balcão e Camarotes 2.ª Ordem € 7,50*

TeCAPlateia € 15,00Balcão € 10,00

* Frisas e Camarotes só são vendidos a grupos de duas pessoas

Condições especiaisGrupos (entre 10 e 20 pessoas) desconto 30%Grupos (+20 pessoas) desconto 40% Escolas e Grupos de Teatro Amador € 6,00Desconto 50%:• Cartão Jovem• Quinta ‑feira (excepto dia de estreia)Desconto 30%:• Cartão Estudante• Mais de 65 anos • Profissionais de Teatro • Quarta ‑feira (excepto dia de estreia)

INFORMAçÕE S ú TE IS

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ReservasOs bilhetes reservados deverão ser obrigatoriamente levantados num período máximo de cinco dias, após o qual serão automaticamente cancelados. Quaisquer reservas deverão ser efectuadas e levantadas até dois dias antes da data do espectáculo. Os bilhetes comprados pelo telefone, pagos através de cheque, podem ser levantados até à hora do espectáculo no posto de atendimento ou enviados para o domicílio (acrescidos do valor dos portes de correio) até uma semana antes da data do espectáculo.

DevoluçõesSe por motivo de força maior a data do espectáculo for alterada ou o espectáculo for cancelado, os bilhetes adquiridos serão válidos para a data a combinar com as bilheteiras do TNSJ e TeCA.A importância dos bilhetes será restituída aos espectadores que o exigirem – no prazo de 60 dias a contar da data prevista do espectáculo – apenas nas seguintes situações:a) Se o espectáculo não puder efectuar ‑se no local, data e hora marcados;b) Se houver substituição de artistas principais ou se o espectáculo for interrompido (se a substituição ou a interrupção forem determinadas por motivos de força maior, verificados após o início do espectáculo, não haverá lugar à restituição do valor dos ingressos).

Assinaturas TNSJ + TeCA + MSBVInformações 800 ‑10 ‑8675Número grátis a partir de qualquer rede

Cartão Amigo TNSJO Cartão Amigo TNSJ permite aos espectadores do TNSJ, TeCA e Mosteiro de São Bento da Vitória uma série de vantagens, nomeadamente benefícios na aquisição de bilhetes para as diversas actividades, informação privilegiada sobre os espectáculos e convites para ensaios abertos e outras actividades paralelas. A ficha de inscrição pode ser requisitada directamente nas bilheteiras (TNSJ e TeCA) ou junto do departamento de Relações Públicas, através do telefone 22 340 19 56 ou do endereço electrónico [email protected].

ProtocolosAo abrigo de protocolos celebrados entre o TNSJ e um amplo conjunto de entidades, os seus associados, utentes, colaboradores e funcionários beneficiam de condições especiais de acesso aos espectáculos apresentados no TNSJ, TeCA e Mosteiro de São Bento da Vitória. A listagem completa das entidades subscritoras poderá ser consultada em www.tnsj.pt.

Como chegar aos teatrosSTCPTeatro Nacional São João Eléctrico 22 · Autocarros 207, 303, 400, 904, 905Teatro Carlos Alberto Eléctricos 18, 22 · Autocarros 200, 201, 207, 300, 302, 304, 305, 501, 601, 602, 703, 904Mosteiro de São Bento da VitóriaEléctricos 18, 22 · Autocarros 200, 207, 300, 301, 305, 501, 507, ZH

Metro do PortoEstações Aliados, Bolhão, Trindade, São Bento

Estacionamento

TNSJEstacionamento gratuitoViaCatarina Shopping(acesso pela Rua Formosa ou Rua Fernandes Tomás)De segunda ‑feira a sábado [20:00 •• 01:00] Domingos e feriados [08:00 •• 01:00]Parque Duque de Loulé*De terça ‑feira a sábado [20:00 •• 24:00]Domingo [15:30 •• 20:00]* Gratuito contra a apresentação do bilhete

do espectáculo do dia

TeCA + Mosteiro de São Bento da Vitória5 horas de estacionamento – € 1,50Parque Praça de Lisboa, Praça dos Leões e Praça Carlos Alberto(senha adquirida nas Bilheteiras)De terça‑feira a sábado (feriados inclusive) [20:00 •• 5:00]

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TEATRO NACIONAL SãO JOãO, E .P.E .

apoios

parceiro media

apoios à divulgação

agradecimentos

Câmara Municipal do Porto

Polícia de Segurança Pública

Este Caderno de Programação

foi impresso com o apoio da

LiderGraf, Artes Gráficas, SA.

Conselho de Administração Francisca Carneiro Fernandes (Presidente), Salvador Santos,

José Matos Silva Assessora da Administração Sandra Martins Secretariado da Administração

Paula Almeida Motoristas António Ferreira, Carlos Sousa Economato Ana Dias

Direcção Artística Nuno Carinhas Assessor Nuno M Cardoso

Pelouro da Produção Salvador Santos

Coordenação de Produção Maria João Teixeira Assistentes Eunice Basto, Maria do Céu

Soares, Mónica Rocha

Direcção Técnica Carlos Miguel Chaves Assistente Liliana Oliveira Departamento de

Cenografia Teresa Grácio Departamento de Guarda -roupa e Adereços Elisabete Leão

Assistente Teresa Batista Guarda -roupa Celeste Marinho (Mestra -costureira), Isabel Pereira,

Nazaré Fernandes, Virgínia Pereira Adereços Guilherme Monteiro, Dora Pereira, Nuno

Ferreira Manutenção Joaquim Ribeiro, Júlio Cunha, Abílio Barbosa, Carlos Coelho, José

Pêra, Manuel Vieira, Paulo Rodrigues Técnicas de Limpeza Beliza Batista, Bernardina

Costa, Delfina Cerqueira

Direcção de Palco Rui Simão Adjunto do Director de Palco Emanuel Pina Assistente Diná

Gonçalves Departamento de Cena Pedro Guimarães, Cátia Esteves, Ricardo Silva, Pedro

Manana Departamento de Som Francisco Leal, Miguel Ângelo Silva, António Bica, Joel

Azevedo Departamento de Luz Filipe Pinheiro, João Coelho de Almeida, Abílio Vinhas, José

Rodrigues, António Pedra, José Carlos Cunha, Nuno Gonçalves Departamento de Maquinaria

Filipe Silva, António Quaresma, Adélio Pêra, Carlos Barbosa, Joaquim Marques, Joel Santos,

Jorge Silva, Lídio Pontes, Paulo Ferreira Departamento de Vídeo Fernando Costa

Pelouro da Comunicação e Relações Externas José Matos Silva

Assistente Carla Simão Relações Internacionais José Luís Ferreira Assistente Joana Guimarães

Edições João Luís Pereira, Pedro Sobrado, Cristina Carvalho Imprensa Ana Almeida

Promoção Patrícia Carneiro Oliveira Centro de Documentação Paula Braga Design Gráfico João

Faria, João Guedes Fotografia e Realização Vídeo João Tuna Relações Públicas Luísa Portal

Assistente Rosalina Babo Frente de Casa Fernando Camecelha Coordenação de Assistência

de Sala Jorge Rebelo (TNSJ), Patrícia Oliveira (TeCA) Coordenação de Bilheteira Sónia Silva

(TNSJ), Patrícia Oliveira (TeCA) Bilheteiras Fátima Tavares, Manuela Albuquerque, Sérgio Silva

Merchandising Luísa Archer Fiscal de Sala José Pêra Bar Júlia Batista

Pelouro do Planeamento e Controlo de Gestão Francisca Carneiro Fernandes

Coordenação de Sistemas de Informação Sílvio Pinhal Assistente Susana de Brito

Informática Paulo Veiga

Direcção de Contabilidade e Controlo de Gestão Domingos Costa, Ana Roxo, Carlos

Magalhães, Fernando Neves, Goretti Sampaio, Helena Carvalho

Edição Departamento de Edições do TNSJ · Coordenação João Luís Pereira

Documentação Paula Braga · Design gráfico João Faria, João Guedes

Fotografia João Tuna, Margarida Dias (O Ano do Pensamento Mágico, Facas nas Galinhas,

Canção do Vale), Pedro Vieira de Carvalho (Amor), Margarida Araújo/Paulo Nuno (Letra M),

Susana Fernando/João Lança Morais (Blackbird), Teatro Aberto (O Deus da Matança),

João Pina (Estados de Guerra)

Impressão LiderGraf, AG

Não é permitido filmar, gravar ou fotografar durante os espectáculos.

O uso de telemóveis, pagers ou relógios com sinal sonoro é incómodo, tanto

para os intérpretes como para os espectadores.

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GOSTAMOS DE TODO O GÉNERO DE OBRAS.

A REN apoia o Teatro Nacional São João.

A REN mantém a sua política de apoio a acções no domínio cultural.De norte a sul do país apadrinhamos centenas de iniciativa culturais. Do cinema à fotografia, do documentário à animação, da música ao teatro. Cultura em grandes palcos ou cultura ao virar da esquina. Mais de 50 entidades promotoras têm contado com a REN. E a REN conta com elas.A cultura passa por nós.

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