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    T í t u l o s

    ÍNDICE

    Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    PRIMEIRA PARTE: APRESENTO-LHE O SEU METABOLISMOIntrodução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Capítulo 1 – Como chegámos até aqui? . . . . . . . . . . . Capítulo 2 – Os cinco principais intervenientes e por que razão são fundamentais para a reparação do metabolismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    SEGUNDA PARTE: COMO FUNCIONA O PROGRAMA Capítulo 3 – Aliviar-se (fase 1), livrar-se (fase 2) e libertar-se (fase 3): três fases diferentes, uma se-mana poderosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo 4 – Regras do metabolismo rápido: o que pode e o que não pode fazer . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Capítulo 5 – Olhando para a sua vida: tudo para que resulte consigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    TERCEIRA PARTE: QUATRO SEMANAS PARA FICAR INCRÍVELCapítulo 6 – Primeira semana: queda livre . . . . . . . .Capítulo 7 – Segunda semana: OMD! . . . . . . . . . . . . .Capítulo 8 – Terceira semana: «Se achas que estou com bom aspeto…» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Capítulo 9 – Quarta semana: a todo o gás . . . . . . . . .

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    A D i e t a d o M e t a b o l i s m o R á p i d o

    QUARTA PARTE: O METABOLISMO RÁPIDO EM AÇÃOCapítulo 10 – Viver com o metabolismo rápido . . . .Capítulo 11 – Receitas para quatro semanas . . . . . . .

    Lista geral de alimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    A p r e s e n t o - l h e o S e u M e t a b o l i s m o

    primeira parTe:

    APRESENTO-LHE O SEU METABOLISMO

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    A p r e s e n t o - l h e o S e u M e t a b o l i s m o

    INTRODuçãO

    Sou a maga do metabolismo. Sei por que razão não con-segue perder peso — porque é que o seu corpo já não responde às dietas infindáveis, ao exercício sem fim, aos regimes com baixo teor de hidratos de carbono, baixo teor de gordura ou elevado teor de proteínas. Sei porque é que isso acontece… e sei como resolvê-lo.

    Sou uma mecânica do corpo, uma treinadora pessoal do me-tabolismo. Sou uma inovadora, não uma imitadora. Até já fui acusada de fazer magia negra no meu plano de dieta, pois este funciona de um modo que parece ridiculamente fácil e os seus resultados desafiam as anteriores experiências com outras die-tas. Posso garantir-lhe que não há aqui magia negra.

    Estou determinada a revolucionar aquilo que as pessoas sentem pela comida e a forma como a usam. Pode perder nove quilos em quatro semanas ingerindo comida a sério, sem contar calorias e criando um metabolismo saudável e acelerado. Não há magia nenhuma. Não é um logro. Em encontros sobre o tema, os médicos pedem a minha opinião e escutam-na. As pessoas copiam os meus programas e produtos, enquanto os meus pa-cientes deixam as minhas clínicas, como diz por vezes a minha irmã, tão cheia de tato, «prontos para se atirarem de cabeça».

    No entanto, estarão a atirar-se de cabeça para algo que os vai deixar realmente magros, saudáveis, fabulosos… e, final-mente, livres do excesso de peso. Os meus pacientes não são pessoas que fiquem satisfeitas com uma dieta que não funcio-na, que seja demasiado difícil de seguir, que lhes tire energia ou que os prive do prazer de comer. Esses pacientes incluem

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    atletas da NFL e as respetivas mulheres, bem como estrelas da televisão e do cinema. Até o sultão do Dubai veio de propósi-to aos Estados Unidos da América para ter uma consulta co-migo, seguindo o conselho do seu médico privado do hospital Johns Hopkins Dubai.

    Também aconselhei muitas pessoas que não eram particu-larmente famosas, mas que precisavam de perder peso e de o perder já, segundo ordens do médico. Além disso, passei anos concentrada no atendimento pessoal dos meus pacientes, um a um. Aconselho-me com centros de perda de peso intensiva e médicos especialistas em perda de peso e trabalho nos bas-tidores de séries importantes de televisão, desenvolvendo pro-gramas de perda de peso. Agências de publicidade e empresas de relações públicas contrataram-me para rever os seus produ-tos de bebidas para crianças desportistas a programas de refei-ções saudáveis. Fui consultora da Safeway*, aconselhei a Warner Brothers no âmbito da sua campanha do regresso às aulas dos Looney Tunes e participei na campanha de ação social do do-cumentário Comida, Lda.

    Tenho vindo a promover a saúde e a tornar possível a perda de peso. É isso que eu faço. É isso que sou. E é por isso que o posso ajudar.

    Estou a contar-lhe tudo isto para que possa compreender que a Dieta do Metabolismo Rápido não é uma teoria não testada, nem um produto da minha imaginação. Já prescrevi esta dieta a centenas de pacientes e vi centenas deles a perderem centenas de quilos de peso. Por isso, sei que funciona. Tem de funcionar, caso contrário já teria fechado portas. Em vez disso, todas as minhas clínicas têm listas de espera e as pessoas levam-me até às suas casas em jatos privados só para que lhes mostre como é que isto funciona. Agora sou a sua nutricionista. Com este livro, levo o meu programa até si. Quero que toda a gente que deseja perder peso e ficar mais saudável e mais leve seja capaz de o fazer… de forma rápida, eficaz e permanente.

    * A Safeway é uma cadeia de supermercados norte-americana. [N. da T.]

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    Anos de estudos e de investigação clínica ensinaram-me como conseguir que o metabolismo se ponha em sentido. Preste atenção ao modo como pode levá-lo a começar a trabalhar e a queimar a gordura que o envenenou durante anos. Neste livro, mostro-lhe exatamente o que fazer para que isso aconteça consigo.

    Não se trata de um livro para pessoas que fazem dieta pela primeira vez. Trata-se de um livro para pessoas que fazem die-ta pela última vez.

    Trata-se de um livro para pessoas para as quais os velhos tru-ques já não funcionam. Para pessoas que adoram comer, mas que estão fartas de lutar contra os seus apetites, contra o can-saço e contra os estômagos salientes, gente que segue dietas de forma crónica e que já não acredita ser capaz de embarcar numa nova dieta. Se está prestes a desistir de atingir o seu peso ide-al, se pensa que está destinado a ser mais pesado do que quer ser, então este livro é para si. A sua batalha acabou. É tempo de amar a comida e saber como a poderá utilizar para provocar uma perda de peso real e duradoura.

    As dietas constantes esgotam o seu metabolismo, mas a Dieta do Metabolismo Rápido reacende-o. Funciona através de uma simples premissa: confunda-o para o perder. Tal como pode fazer treino aeróbico para melhorar o desempenho atlético do seu corpo físico, treinar aerobicamente o seu metabolismo es-timula diferentes mecanismos para queimar gordura, constru-ção e restabelecimento, de forma a maximizar os seus esforços.

    Através da minha rotação sistemática de alimentos-alvo em dias específicos e em alturas estratégicas, o corpo transforma-se a si próprio, realizando ciclos entre o descanso e a recuperação ativa do metabolismo.

    O seu corpo mantém-se surpreendido, nutrido e revitali-zado, até se transformar num incêndio devorador de gordura e o seu peso começar a descer, por fim, como sempre sonhou. A Dieta do Metabolismo Rápido foi concebida para o tornar mais saudável e mais leve.

    Irá comer de três formas diferentes em cada semana: de acordo com a Fase 1, Fase 2 e Fase 3. Esta rotação de fases

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    continuará ao longo de quatro semanas, para poder cobrir to-dos os cenários bioquímicos possíveis no ciclo mensal do seu corpo (isto é válido tanto para mulheres como para homens). Irá retirar mais dos seus alimentos e do seu corpo do que jul-gava possível. Irá começar a queimar através dos alimentos e a usar a gordura corporal como nunca fez antes. Quer resultados rápidos que perdurem? Esta é a sua dieta.

    Quando chegar ao fim deste livro, terá compreendido como funciona o corpo e porque responde de determinada forma às suas ações. Nunca entrará em jejum. Nunca passará fome. Mas perderá peso.

    Esta não é uma promessa vã. Pode fazer isto. Já o vi acon-tecer vezes sem conta: em mulheres, em homens, em pessoas dos 20 aos 70 anos. Criei planos de refeições claros e precisos, que podem ser adaptados ao quotidiano, de todos os tipos de alimentação. Para os que são sensíveis ao glúten, para os vege-tarianos ou vegan e ainda para os amantes de carne. O plano é fácil de seguir, mas é também difícil de lhe resistir.

    Muitos dos meus pacientes dizem-me na brincadeira que sou convencida ou que tenho excesso de confiança quando partilham comigo as histórias de terror que foram as suas die-tas. Digo-lhes que podem curar os seus metabolismos. Depois, iniciam o meu programa e dizem que é como se acendêssemos um fósforo dentro deles. Gosto de dizer aos meus pacientes, quando saem da consulta, que desejo vê-los cada vez menos. E digo-lhes que, se seguirem a dieta, só têm de se preocupar em encontrar um bom alfaiate. Porque o seu metabolismo vai estar em brasa e o excesso de gordura é o seu combustível… e então é que vai ser queimar.

    Prepare-se para mudar a sua vida, porque é tudo uma ques-tão de comida.

    A comida é a única coisa que temos para construir os nossos corpos, para criar um coração saudável, ossos e músculos robus-tos, bem como uma boa pele, cabelo e unhas. É o que utiliza-mos como combustível para produzir as hormonas que regulam tudo dentro do corpo. Não é apenas energia. É vida. É altura de

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    deixarmos de ter medo de comer e de aprendermos a fazê-lo de forma correta. Tudo começa com o ato de queimar…

    ACENDA O LUME! É TUDO UMA QUESTÃO DE QUEIMAR CALORIASPerder peso parece ser um mistério para alguns, uma impos-

    sibilidade para outros, mas não é assim tão complicado. Não tem que ver com calorias, gramas de gordura ou hidratos de carbono. As pessoas gostam de dizer que, para perder peso, basta ingerir menos calorias do que aquelas que se queimam. Calorias para dentro, calorias para fora. Nunca acreditei nisso e testemunhei o quão incorreto isso era para algumas pessoas. Não é uma ques-tão de ingerir menos calorias. Mas é uma questão de as queimar.

    Tem que ver com o seu metabolismo. Acenda-o e queima-rá tudo o que ingerir como uma grande fogueira, mesmo que coma muito. Sabe aquelas pessoas magras que estão sempre a comer? Têm metabolismos rápidos. Depois há aquelas pessoas que quase não comem e continuam presas ao excesso de peso. São as que têm metabolismos lentos, que arrefeceram e já não ardem como deviam arder. Se ensopar o seu metabolismo até que este se pareça com um monte de troncos encharcados, ele nada fará por si. Quando atira lixo para um amontoado de ma-deira húmida, este vai-se transformar numa pilha de porcaria molhada. Não se consegue acender um fogo desta maneira. Tudo o que se consegue são troncos molhados e lixo bolorento. Tudo o que consegue é gordura. É isso que acontece quando se atira comida de plástico, açúcar processado e todos aqueles tipos de alimentos que, como provavelmente saberá, não deveria comer, tendo um corpo com um metabolismo lento. Acumula gordura e mais gordura, mas nada parece desaparecer.

    Contudo, o leitor não quer gordura em excesso. Quer mús-culos magros. Quer energia, hormonas saudáveis, colesterol equilibrado, níveis de açúcar no sangue excelentes e cabelo, pele e unhas espetaculares. Quer irradiar saúde e tirar partido do processo de lá chegar. Quer parecer e sentir-se espetacular, mas está farto de se privar.

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    Não há problema! Trate apenas da pilha de troncos mo-lhados. Seque-os, junte o rastilho adequado, borrife com um pouco de líquido inflamável para isqueiro e acenda um fós-foro. Reacenda-o, deixe-o crescer até se tornar numa coluna de fogo e será capaz de ingerir alimentos como uma pessoa «normal». Será capaz de comer tal como vê as outras pes-soas comerem, tal como pensou que nunca mais seria capaz de comer.

    O problema de muitos dos meus pacientes, e possivelmen-te o seu, é que, se tiver excesso de peso e se tiver passado toda a vida a fazer dietas para o controlar (provavelmente sem êxito a longo prazo), aquilo que pensou que o ia ajudar tem estado a prejudicá-lo. Fazer dieta de forma crónica, a longo prazo, en-charca o seu metabolismo, o seu fogo interior, transformando-o lentamente, ano após ano, naquela pilha de troncos molhados. Quanto menos comer mais o seu metabolismo arrefece e me-nos será capaz de comer amanhã.

    É exatamente por essa razão que algumas pessoas não con-seguem perder peso, apesar de não comerem muito. A sua cha-ma metabólica morreu e não a conseguem reacender: os troncos estão molhados, o lixo acumulou-se e todo o processo se tor-nou disfuncional.

    Precisam de um empurrão. Precisam de se reacender.Precisam daquilo que tem neste momento nas suas mãos: a

    Dieta do Metabolismo Rápido.

    COMO NASCEU A DIETA DO METABOLISMO RÁPIDOTudo começou com umas ovelhas. Não estou a brincar! Sabe,

    tenho formação em ciências agrícolas. Estive muito envolvida com a Future Farmers of America. Sou uma fanática da ciência e a minha licenciatura não é, como seria de esperar, em ciência alimentar. É em ciência animal. Foi aí que comecei a compre-ender que os alimentos podem ser usados, de forma sistemática e propositada, para dar forma ao corpo, tal como um escultor dá forma a um pedaço de gesso.

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    Sempre me senti fascinada pela forma como as coisas fun-cionam e, em especial, pela forma como o corpo funciona. No entanto, também era obcecada pelos animais e pensei que tal-vez conseguisse lidar com os puzzles complicados que a ciência veterinária me apresentaria. Assim, desde tenra idade, decidi ser veterinária.

    Na universidade, as minhas cadeiras inclinavam-se bastan-te para as ciências animais. De facto, Temple Grandin (auto-ra best-seller, professora de ciências animais e consultora de renome na indústria da criação de gado) foi uma das minhas conselheiras e uma mentora pessoal. Tive aulas de produção de ovelhas, produção de carne de vaca, alimentação de gado e nutrição animal. Trabalhei como técnica de cirurgia veteriná-ria e, depois da faculdade, como preparação para a especializa-ção em medicina veterinária, fiz um internato de nutrição na Universidade do Estado do Colorado. Tudo isto se combinou para me dar uma perspetiva espantosa sobre nutrição. Quanto mais aprendia sobre nutrição animal, mais pensava que alguns daqueles conceitos podiam ser aplicados às pessoas — que a dieta também poderia ser cuidadosamente controlada para ace-lerar o metabolismo e aumentar a taxa de para queimar gor-dura em humanos.

    SEJA UM CAVALO DE CORRIDA

    Adoro cavalos. Monto a cavalo, estudo estes animais e admiro-os. Também penso que nos podem ensinar coisas importantes acerca do metabolismo.

    Alguns cavalos são aquilo a que chamamos «animais de baixa manutenção». Vivem bem, chegam até a engordar com pequenas quantidades de comida. Mas há outros aos quais chamamos «comi-lões». Podemos dar-lhes comida e mais comida, que mesmo assim têm dificuldade em manter o peso.

    Qual é a diferença? O metabolismo do cavalo. Nas ciências ani-mais, existe um conceito chamado índice de conversão alimentar. Como se alimenta um bezerro para obter uma melhor distribuição

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    de gordura, uma melhor qualidade e um melhor preço da carne? Como se alimenta um cavalo para otimizar as fibras musculares de contração lenta e de contração rápida, tornando-os mais velozes a sair das baias ou dando-lhes mais resistência a longo prazo? Aplicar estes princípios aos animais, em ambas as indústrias, gado e cavalos de corrida, é um negócio de milhares de milhões de dólares. Então porque é que ninguém usou esta ciência dura, cujos dados foram recolhidos a partir destes animais, e a aplicou à perda e ao ganho de peso dos humanos? Seria revolucionário. É precisamente isso que estou a fazer por vocês neste momento.

    Então, que tipo de cavalo quer ser? O gorducho que vive com pou-ca comida ou o magro comilão? Está a caminho de uma corrida ou prefere ir pastar?

    Decidi concentrar-me no bem-estar em vez de me concen-trar na doença. E se eu conseguisse ajudar as pessoas a man-terem-se saudáveis através do meu conhecimento das ciências animais? E se eu conseguisse fazê-lo integrando na mistura o meu passatempo preferido, os alimentos? Tudo isto me levou a mudar de rumo profissional.

    Em 1995, a consultoria de bem-estar estava a ganhar segui-dores. Para se ser um consultor de bem-estar certificado, era necessário concluir um determinado número de disciplinas da área das ciências, incluindo anatomia e fisiologia, exercício, nu-trição e gestão de stress, para além de se ter um curso de pri-meiros socorros e reanimação. Parecia ideal para mim, por isso mergulhei no estudo. Queria poder avaliar o perfil de saúde de um indivíduo e ser capaz de fazer recomendações verdadeira-mente úteis, com sentido, acerca de nutrição, exercício e ges-tão de stress.

    Tornei-me uma Registered Wellness Consultant especiali-zada em saúde holística, nutrição, exercício e gestão de stress, mas depois não consegui parar de aprender! Acumulei quase uma dúzia de certificados avançados adicionais. Adorava fazer aquilo. Tinha encontrado a minha vocação. Comecei a trabalhar como nutricionista e consultora de bem-estar; e, quando dei por

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    mim, possuía várias clínicas de bem-estar, lindas e movimenta-das. A primeira, de cuidados de saúde integrados, situava-se em Fort Collins, no Colorado; tive uma clínica calma, de inspiração zen, em Beverly Hills; uma clínica cheia de vida em Burbank, localizada mesmo ao lado dos estúdios da Warner Brothers e da Disney e do Centro Equestre de Los Angeles; e tenho ago-ra a minha clínica mais recente, em Irvine, na Califórnia, onde me concentro a utilizar os meus produtos nutricionalmente formulados para ajudar as pessoas a perderem peso de forma rápida e permanente. (Estes produtos não são necessários para seguir a Dieta do Metabolismo Rápido, mas são apropriados, se precisar deles.)

    Nunca publicitei os meus serviços, mas, graças à passagem da palavra, o negócio floresceu quase desde o início. Porquê? Por causa da maneira única como uso os alimentos para dar forma ao corpo. Quando se obtêm resultados, as notícias voam.

    Muitos dos meus pacientes são-me enviados por uma rede de médicos bem referenciada, que conhece e confia naquilo que faço. Muitos desses pacientes têm problemas crónicos de saú-de, como diabetes, doença celíaca, desarranjos da tiroide, artri-te, doenças cardíacas ou problemas hormonais. Grande parte debate-se com problemas de fertilidade. Todos eles precisam de ficar mais saudáveis para que se possam tratar de modo mais eficiente. Pessoas mais saudáveis, com peso saudável, tratam--se mais depressa. Os meus pacientes não se podem limitar a dizer que se sentem melhor. O colesterol tem de melhorar, os níveis de açúcar no sangue têm de melhorar, a tensão arterial tem de melhorar, bem como os números indicados na balança.

    E mudam para melhor. Por isso os pacientes não param de chegar. À medida que a minha carreira avançava, o negócio cres-cia, mas, quanto mais a palavra se espalhava, mais indivíduos queriam que eu os visse pessoalmente. Sempre optei por exercer de forma personalizada. Os pacientes vinham às minhas con-sultas todas as semanas, ou semana sim e semana não, e, à me-dida que progrediam, eu continuava a ajustar os programas às suas necessidades. No entanto, com a quantidade de pacientes

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    que tinha, este tipo de serviço personalizado estava a tornar-se cada vez mais difícil.

    Comecei a ter pacientes que vinham às minhas consultas de avião, percorrendo centenas, por vezes milhares, de quilómetros, ou que me levavam até às suas casas para que eu os ajudasse. Acompanhei-os frequentemente a consultas médicas e até che-guei a cozinhar com eles nas suas cozinhas (de facto, ainda o faço, para espanto de algumas pessoas). Adoro esse contacto pessoal, mas comecei a lamentar o facto de não existirem mais Haylies.

    Não conseguia estar em todo o lado ao mesmo tempo e as pessoas que queriam colaborar comigo nem sempre me conse-guiam contactar. Compreendi que precisava de encontrar uma forma de as poder ajudar, mesmo quando não conseguia es-tar fisicamente presente. Precisava de conceber um sistema de perda de peso rápido, eficaz, que fizesse sentido e fosse perma-nente. Por isso, peguei nos conceitos e técnicas que utilizava com os meus pacientes individuais e desenvolvi-os neste livro. Fi-lo para que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, pudesse seguir a minha dieta e esta funcionasse. Rapidamente. Drasticamente.

    Contudo, há um senão em toda esta «perda de peso que o vai deixar de boca aberta»: vai ter de fazer aquilo que eu digo. Está por minha conta, agora e durante as próximas quatro se-manas, e tem de estar disposto a aceitá-lo. Se quiser realmente perder peso, tem de me passar as rédeas. Tem de se empenhar.

    Os alimentos podem fazer muito por si. Mas, durante as próximas quatro semanas, terão de ocupar um lugar diferente daquele que tiveram até agora na sua vida. Os alimentos vão assumir uma aparência nova. São a sua ferramenta, não a sua fonte de entretenimento. Não são, de forma alguma, seus ini-migos. São o seu empregado e o leitor é quem manda. Vai pô--los a trabalhar por si e a fazê-los trabalhar no duro. Dentro de 28 dias, vai sentir uma diferença profunda.

    Já me disseram que consigo ser muito intensa. Até mandona. Contudo, não estou a ser firme consigo para me divertir. Não serei uma dessas pessoas que o encorajam a mudar a sua vida

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    com umas vagas linhas de orientação inspiradoras. Vou mos-trar-lhe exatamente como fazê-lo. Este é um livro de ação, não de teoria. Felizmente, não é difícil. O plano alimenta-o tanto física como emocionalmente. Dá-lhe energia, granjeia-lhe mui-tos elogios e, mais importante ainda, pode mudar a sua saúde.

    Posso ser dura no que diz respeito ao plano, mas é para o seu bem. Preocupo-me consigo. Preocupo-me com a sua vida e preocupo-me com a sua saúde. Estou aqui para o a ajudar. Empenhar-se em seguir a Dieta do Metabolismo Rápido não requer contagens de calorias, gramas de gordura, nem nada que se pareça. Quer perder peso e não fazer contas, certo? Tudo o que tem de fazer é ingerir alimentos — bons alimentos, deli-ciosos e verdadeiros — na ordem específica e da forma que lhe disser para os ingerir. Dê-me quatro semanas e eu oferecer-lhe--ei um metabolismo rápido.

    JÁ PASSEI POR ISSO E SEI COMO ÉSó para o caso de ainda estar a pensar se deve correr o risco

    de depositar toda a sua confiança no meu sistema, deixe que lhe garanta uma coisa: eu compreendo-o. Sei o que é ter excesso de peso e estar cansado, sentir-se frustrado e cínico, pronto para desistir. Já passei por isso pessoalmente. Também sei o que é lutar com as próprias emoções e tentar domá-las com comida. Sei o que é passar por um divórcio, ser mãe solteira. Sei o que é tentar perder peso debaixo de um stress intenso; estar doen-te, estar confusa, sentir-se perdida.

    Mas também sei o que é melhorar, perder peso, tratar-me, sentir esperança e encontrar o meu caminho. Também já passei por isso. E aprendi com as situações por que passei. Sou obce-cada com informação e quando os meus pacientes querem saber porquê, eu também quero saber porquê. Passei anos a ler livros de endocrinologia, a marcar presença em seminários de medi-cina avançada, a aprender tudo sobre hormonas e imunologia, alergias alimentares e ervas medicinais. Se um paciente quiser saber que água deve beber, marcarei presença num seminário sobre água para lhe poder oferecer a resposta adequada. Concebi

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    uma rede de especialistas para darem suporte à minha práti-ca, pessoas do Brigham and Women’s Hospital, da Cleveland Clinic, da Holtdorf Clinic, do Children’s Hospital, da Mayo Clinic e até de clínicas na Alemanha e no México. Não lhe es-tou só a dizer o que faço. Estou a dizer-lhe o que a ciência diz que é verdade, para que o possa ajudar.

    Certo dia, um amigo próximo perguntou-me porque me empenho tanto com coisas que não fazem parte da minha es-pecialidade. Brinquei, dizendo que tinha finalmente encontra-do uma vocação que me permitia satisfazer a minha obsessão neurótica em descobrir o «porquê». Na realidade, faço-o por si. Preocupo-me com os resultados. Essa é a verdade. Preocupo-me bastante. Preocupo-me apaixonadamente com todos os meus pacientes e asseguro-me de que a mudança ocorre. Quero que todos os meus pacientes, incluindo os leitores, sejam felizes, saudáveis e se sintam completos.

    Por isso, como vê, escrevi este livro para si. Os meus leito-res também são meus pacientes, e o que quero, acima de tudo, ajudá-los e realizar mudanças reais e com sentido na sua vida. Com este livro, quero que se transforme num espantoso estu-dante do seu próprio metabolismo. Quero que compreenda as implicações para a saúde daquilo que está a fazer, à medida que traz de volta o equilíbrio à química do seu corpo e aumenta a sua taxa que permite queimar gordura internamente. Os alimen-tos fazem coisas diferentes ao corpo. Determinados alimentos são utilizados na constituição dos músculos; outros contribuem para o armazenamento de gordura ou para aumentar o nível de açúcar no sangue. Alguns fornecem energia rápida. A Dieta do Metabolismo Rápido manipula e melhora o seu metabolismo com alimentos funcionais específicos em diferentes fases para provocar alterações fisiológicas precisas no seu corpo.

    Durante cada fase da Dieta do Metabolismo Rápido, vai aperceber-se de que é capaz de sentir essas mudanças no seu corpo. Perto do fim, vai compreender, de uma forma muito real e palpável, como o seu corpo reage aos alimentos e como o seu metabolismo pode ser nutrido em vez de empanturrado.

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    Esta é uma dieta cheia de prazer, não de negação. Vou enviá--lo numa direção diferente para revitalizar o seu metabolismo esgotado, voltar a apreciar os alimentos em vez de os temer, de os rejeitar ou de os racionar em pratos minúsculos. Com a Dieta do Metabolismo Rápido, os efeitos secundários desagradáveis das dietas são simplesmente desnecessários. Não é permiti-do passar fome! Vai agitar o seu metabolismo da forma mais adequada para diminuir a sua percentagem de massa gorda, ao mesmo tempo que irá gozar de melhor saúde, mais energia e estabelece uma relação amorosa com os alimentos.

    Isto é a Dieta do Metabolismo Rápido.Por isso, acompanhe-me e divirta-se, aproveite os alimen-

    tos e o seu novo corpo. Vai ser uma viagem entusiasmante para ambos. Siga as regras e sinta as chamas do seu metabolismo a elevarem-se. Não será o primeiro. As celebridades confiam na dieta. Os atletas confiam na dieta. As estrelas de rock confiam na dieta. As pessoas com doenças crónicas confiam na dieta. Talvez o mais importante: os médicos confiam na dieta. Também o leitor espantoso pode confiar na dieta.

    Então, seja bem-vindo ao meu consultório. Sente-se. A par-tir de agora, serei a sua nutricionista e dentro de quatro curtas semanas começarei a vê-lo muito menos vezes.

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    capíTulo 1

    COMO CHEGÁMOS ATÉ AQUI?

    Estamos a pedir mais aos nossos corpos do que em qual-quer outro período da história da civilização. Pedimos--lhes que vivam com alimentos cuja qualidade é mais baixa do que nunca, graças aos aditivos químicos, aos conser-vantes e às formas de processamento. Enchemo-nos de açúcar e de adoçantes artificiais, de laticínios repletos de hormonas e de alimentos como o trigo, o milho e a soja, que foram geneti-camente alterados de tal forma que é de admirar que os consi-gamos digerir. Vivemos num mundo de solos pobres, ar poluído e água repleta de químicos ambientais. Comemos e bebemos de recipientes de plástico que vertem cada vez mais químicos para os nossos alimentos e para as nossas bebidas. E além dis-so, convivemos com elevados índices de stress, frequentemente esmagadores e opressivos.

    Com tudo isto, não é de admirar que não se sinta bem. Está sempre cansado, adoece demasiadas vezes ou ganha alguns qui-los suplementares (ou algumas dezenas de quilos suplementa-res). Todos os dias vejo pessoas que precisam de mudar as suas vidas. Algumas estão doentes; outras ainda não estão doentes, mas para lá caminham. Todas precisam de perder algum peso para que os seus corpos funcionem melhor. E precisam de mu-dar agora. É urgente. Sentem que estão a desperdiçar tempo precioso: dias, horas, minutos preciosos quando elas… quando você… se podia sentir vibrante, saudável, enérgico, forte.

    Quer deixar de se preocupar com a comida, com a gordura e com o que a balança lhe diz de manhã. Talvez tenha perdi-do muito peso no passado — 18 quilos, 22 quilos, 45 quilos ou

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    mais — mas o peso está a voltar e começa a entrar em pânico. Talvez esteja tão cansado de fazer dieta que espera desespera-damente que haja uma forma melhor — uma forma que lhe permita voltar a comer.

    Lamento que nunca ninguém lhe tenha explicado conve-nientemente como funciona, na realidade, o seu corpo no que diz respeito à comida e como a culpada é funciona a química do seu corpo, não o leitor. Lamento que o stress o tenha atira-do para um ciclo do qual se sente incapaz de fugir e que esteja furioso, deprimido ou mesmo assustado com a sua saúde e com a forma do seu corpo. Vou indicar-lhe outro caminho. Os ali-mentos que ingere e o estilo de vida que escolhe deviam gerar energia e força, não cansaço, obesidade, doença, desespero ou aversão por si próprio. Contudo, uma vez abrandado o meta-bolismo, estudo após estudo tem sido demonstrado que a taxa de metabolismo basal não regressa facilmente à normalidade, mesmo depois de retomada uma dieta normal. Quando é obri-gado a passar fome, o seu corpo adapta-se para poder subsistir com um número inferior de calorias, abrandando o seu meta-bolismo. Isso significa que, sempre que rompe a dieta, é prová-vel que ganhe peso violentamente. O seu corpo está apenas a tentar salvá-lo de uma fome futura.

    Quando se encontra sob um grande stress, o seu corpo liber-ta hormonas de crise dizendo ao mesmo tempo que armazene gordura e que queime músculo. Quando se encontra sobrecar-regado de químicos, pesticidas e poluentes, o corpo cria novas células gordas para abrigar estas toxinas, evitando que seja en-venenado e adoeça. E quando ingere alimentos que se encon-tram desprovidos de nutrientes ou que contêm corantes, aromas e adoçantes artificiais, o corpo faz o melhor que pode para so-breviver a estas substâncias externas abrandando o metabolis-mo e minimizando o dano ao sistema do corpo como um todo. O mundo em que vivemos coloca-nos a todos em risco de ter-mos um metabolismo lento.

    Estamos prestes a mudar tudo isso. Já é altura de ultrapassar a culpa, o arrependimento e a aversão por si próprio e dirigir-se

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    para o futuro. Esta é a mudança de paradigma de que o seu cor-po necessita e que criará uma versão de si nova e mais saudável. O seu novo eu olha para os alimentos como uma ferramenta para reparar danos e para restituir saúde. O seu novo eu adora frutos, sementes, proteínas e gorduras saudáveis. O seu novo eu sabe como o corpo reage a determinados alimentos e a uma alimentação estratégica e o seu novo eu tem todos os recursos para perder peso e mantê-lo longe de vez.

    Vamos encontrar o seu novo eu e vamos fazê-lo agora. Vai ser preciso algum trabalho, mas não é nada que não consiga. Nunca mais lhe vou pedir para passar fome. Provavelmente foi isso que o meteu nesta trapalhada. Como tal, vamos traçar uma fronteira. Acabaram-se as rotinas. Se a comida foi sua inimiga no passado, isso acabou. Agora, vamos entrar no futuro, onde os alimentos são os seus medicamentos. Mesmo que tenha en-tre 5 e 10 quilos de excesso de peso, continua a precisar destes medicamentos. Tem de aprender como Aliviar o stress, Livrar--se da gordura e Libertar o seu metabolismo.

    Ninguém tentaria reparar uma televisão ou um carro sem com-preender como cada um deles foi concebido, ou como funciona, e o mesmo deve ser aplicado à maravilhosa obra de arte bioló-gica que é o seu corpo. Assim sendo, vamos, em primeiro lugar, abordar o que é e o que faz o metabolismo. Depois, vamos olhar para algumas ideias erradas mais comuns acerca dos alimentos e da perda de peso que o podem ter prejudicado no passado.

    O QUE É O METABOLISMO?Este livro centra-se na reparação do metabolismo — mas o

    que é ao certo o metabolismo? O metabolismo é um processo, não um objeto. Para ser mais específica, um processo metabó-lico que consiste em reações químicas que ocorrem nas células de todos os seres vivos e que mantêm a vida. Consiste na alte-ração ou na transformação dos alimentos em calor e combus-tível, ou em substância (músculo, gordura, sangue, osso). Em qualquer momento, o seu metabolismo está a queimar, a arma-zenar ou a construir.

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    Tem um metabolismo porque está vivo e a vida requer ener-gia. Todos nós precisamos de energia para sobreviver — para respirar, andar, pensar e reagir — e a única forma de adquirir-mos essa energia é através do consumo e da metabolização, ou transformação dos alimentos. Profundo! Precisamos de com-bustível e precisamos de substância. Um metabolismo saudá-vel e um metabolismo funcional permitem-nos ter disponível a quantidade perfeita de energia, armazenar uma quantidade adequada de energia de reserva, pronta a ser usada, ter uma es-trutura forte e estável (o corpo).

    A SUA CHAMA INTERIORAntes de nos lançarmos para o essencial da Dieta do

    Metabolismo Rápido, analisemos a razão pela qual o seu metabo-lismo abrandou e por que motivo a perda de peso não é fácil para si.

    Lembre-se: o metabolismo é o sistema que o seu corpo uti-liza para lidar com a energia que absorve através dos alimentos. O metabolismo canaliza essa energia em diferentes direções de acordo com aquilo que come e com aquilo que faz. A beleza do seu metabolismo é que este pode ser manipulado, porque a for-ma como come, como se mexe e como vive afeta a quantidade de alimentos armazenada sob a forma de gordura, a quantidade de alimentos usada como energia e a quantidade de alimentos dedicada à constituição da estrutura que é o seu corpo.

    Foi esta manipulação que aprendi quando estudei ciências animais. A indústria da ciência animal utiliza esse conheci-mento da energia, do armazenamento e da estrutura para criar gado cujas proporções sejam ideais para a sua utilização como alimento, gerando milhares de milhões de dólares de lucro.

    O metabolismo também o pode meter em sarilhos, já que é possível que o manipule inadvertidamente de forma a criar o corpo que não quer. Fazer dieta, ingerir alimentos desprovidos de nutrientes e viver com demasiado stress são fatores que abran-dam o seu metabolismo quando ele deveria acelerar. Ganhar peso, sentir-se em baixo ou ser vítima de uma doença crónica são mecanismos de defesa que o seu corpo cria como resposta

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    às suas ações ou ao meio envolvente, como as rãs de três pernas dos pântanos poluídos. As suas nádegas e a sua barriga podem estar salientes devido ao meio envolvente, ao estado emocional e ao ecossistema bioquímico em que se residem.

    fACTO SOBRE O METABOLISMO RáPIDOO metabolismo reflete aquilo que faz para criar um corpo que possa sobreviver às condições a que está sujeito.

    OS SEGREDOS DO T3 E DO RT3Uma das razões pelas quais as dietas crónicas abrandam o

    seu metabolismo é o facto de as dietas extremas fazerem o cor-po sentir que está a passar fome. Passar fome exerce pressão so-bre a glândula suprarrenal, o que, por sua vez, dá início a uma série de reações químicas no corpo que eliminam a produção normal das hormonas da tiroide que promovem a possibilidade de queimar gordura (T3), em favor de uma maior produção de uma outra hormona da tiroide que encoraja o armazenamento de gordura (T3 reverso ou RT3). Isto é uma simplificação ex-cessiva mas, na sua essência, esta hormona de armazenamento de gordura, a RT3, bloqueia os pontos recetores da hormona espalhados pelo corpo, em especial na barriga, coxas e nádegas, como se se tratasse de um guarda-redes a defender a sua baliza. A hormona que promove a queima de gordura (T3) não con-segue entrar e queimar aquela gordura ou combustível.

    A RT3 é uma hormona necessária. Sem ela teríamos de co-mer a cada duas horas ou então morreríamos. Esta hormona é segregada para dizer ao nosso corpo para não queimar aquelas 500 calorias do pequeno-almoço ou do jantar demasiado de-pressa. Diz ao seu corpo: «Cuidado, isso pode ser tudo o que vais receber» ou «Não queimes o jantar todo, podes não receber mais nada para te sustentar até às duas da tarde de amanhã!» É como se alguém lhe dissesse que só tem quatro tigelas de ar-roz e duas tigelas de feijão para viver durante o próximo mês. De certeza que iria racionar essa comida para poder sobreviver.

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    Não ia comer tudo logo no primeiro dia. É isso que a RT3 «vê» quando o leitor fica demasiado stressado e não come o suficien-te: quatro tigelas de arroz e duas tigelas de feijão.

    Quando o seu corpo produz demasiada RT3, começa a arma-zenar gordura em vez de a queimar, mesmo que já tenha gordura mais do que suficiente armazenada. Tal como referi acima, a RT3 age como um guarda-redes, colocando-se à frente dos recetores de T3 e bloqueando a bola (T3). Contudo, o seu cérebro deteta a presença de bastantes hormonas da tiroide, independentemente das que se encontrem em circulação, pelo que reduz a produção de todas as hormonas da tiroide. O seu metabolismo abranda em resposta e então o leitor começa a armazenar tudo o que come como gordura, mesmo os alimentos saudáveis.

    A única forma de inverter este processo é dando um novo empurrão ao seu metabolismo e a melhor forma de o fazer é esquecer as crenças antigas e erróneas acerca dos alimentos que lhe estão literalmente a pesar.

    Primeiro, vamos derrubar alguns mitos metabólicos que se encontram no seu caminho. No próximo capítulo, abordaremos os cinco principais intervenientes na perda de peso que vamos afinar com a Dieta do Metabolismo Rápido antes de chegar-mos à parte deliciosa… a comida!

    MITO METABóLICO N.º 1: SE EU CONSEGUISSE COMER MENOS, PERDERIA FINALMENTE PESOUm dos maiores equívocos que ouço da boca dos meus pa-

    cientes é que, se conseguissem comer menos, perderiam peso. Na realidade, passa-se exatamente o oposto. Não lhe consigo dizer quantos dos meus pacientes com excesso de peso me di-zem que não consomem mais de 1200 a 1400 calorias por dia. Muitas vezes, também fazem exercício entre cinco e sete dias por semana. No entanto, continuam sem perder peso. Dizem coisas como: «Juro que só como isto!» e «Juro que não estou a fazer batota!» Como se eu os fosse enviar ao gabinete do dire-tor por falsificarem o diário alimentar.

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    Acredito neles. Porquê? Porque, na realidade, comer menos piora a situação! Quando o seu metabolismo se encontra de-masiado lento, irá armazenar a alface como gordura e, decerto, não irá queimar gordura nenhuma. Ainda no outro dia expli-quei a uma paciente que, devido à forma como o seu sistema hormonal estava a responder, até os hidratos de carbono que se encontravam na salada de verduras biológicas que ela con-sumia estavam a ser utilizados como um veículo para armaze-nar gordura. Chocante e injusto, não é? Até os alimentos mais saudáveis podem fazer isto, se o seu sistema metabólico preci-sar de ser reparado.

    Esta paciente acreditava estar a agir de forma acertada ao in-gerir tanta alface, mas tinha-se tornado de tal forma resistente aos hidratos de carbono, por causa das dietas constantes (dos produtos dietéticos, do stress extremo, da alimentação irregu-lar e do que considerei um programa de exercícios excessivo), que todos os hidratos de carbono que entravam no seu siste-ma, incluindo os presentes na alface, estavam a ser convertidos em açúcares e armazenados sob a forma de gordura, em vez de estarem a ser metabolizados. Caramba!

    Também tenho pacientes que saltam o pequeno-almoço, não comem até às duas da tarde, depois consomem 4500 calorias entre as duas da tarde e a hora de irem para a cama. Quando finalmente vão comer, os seus corpos já entraram em modo de fome. Comem muito porque os seus corpos estão a entrar em pânico e não se conseguem controlar. Os seus corpos estão zan-gados com eles por serem privados de alimento durante tanto tempo; têm muita sorte por 4500 calorias serem suficientes para os acalmar de novo. Porque estarão os seus corpos a reagir de forma tão violenta, desencadeando uma vontade de comer tão agressiva? Quando não come até ao início da tarde, está a pedir ao seu corpo que acorde, saia da cama, tome um duche, vista-se, pense, conduza, trabalhe todo o dia e, por vezes, faça exercício — tudo isto sem nenhum combustível. Isso é que é ser cruel!

    Já tentou adivinhar o que mais pode acontecer quando não fornece combustível ao seu corpo através dos alimentos? Existe

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    uma razão pela qual não cai simplesmente para o lado quando não come. O seu corpo encontra alimento mesmo que não lho dê: encontra-o no tecido dos músculos. Já foi provado que um corpo em modo de fome recorre, em primeiro lugar, ao tecido muscular para obter combustível e não à gordura. Por isso, se não alimentar o seu corpo, este irá «comer» os músculos para obter o combustível essencial para continuar a viver. Esta é uma forma algo nojenta e bastante desconcertante de ficar a saber quão importantes são os músculos magros para queimar gordura, bem como para o espanto de se manterem estrutural-mente em forma e serem capazes de se mexer à vontade e de ter energia todos os dias.

    fACTO SOBRE O METABOLISMO RáPIDOPassar fome faz coisas horríveis aos seus músculos. Sabe aque-la sensação que tem quando tem fome mas não come? A certa altura, deixa de ter fome, certo? Claro que sim, mas não é por-que não comeu. Comeu realmente. O seu corpo transformou o seu próprio tecido em combustível.Isso seria ótimo se o corpo canalizasse o excesso de gordura armazenado em todos aqueles locais onde não quer ter essa gordura. Infelizmente, não é assim que as coisas funcionam. Em vez disso, o corpo recorre ao músculo, em primeiro lugar. Porque a gordura é armazenada para emergências, o seu corpo considera petiscar o seu próprio tecido muscular como uma opção preferencial. Hum! uma sandes de bíceps!Sim, o músculo é considerado mais dispensável. O seu corpo está a fazer aquilo que considera ser o melhor para o manter vivo e, no entanto, o resultado pode ser devastador para alguém que está a tentar perder gordura e constituir músculo. Não seria melhor petiscar qualquer coisa a sério?

    Valerá mesmo a pena saltar uma refeição? E quer realmen-te ter medo de comer alface, ou pior, viver apenas com alface, o resto da sua vida?

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    MITO METABóLICO N.º 2: SE EU GOSTAR DEMASIADO DE UMA COISA, ESSA COISA NÃO ME PODE FAzER BEM A MIM… OU à MINHA CINTURAHistoricamente, fazer dieta consiste na abstenção, limitação

    de porções, proibição de tipos de alimento específicos e redução ou alteração das horas das refeições. A maior parte dos meus pacientes obesos, vítima das dietas extremas, nunca chega a desfrutar da sua comida. Estas pessoas Ingerem alimentos sem sabor e repetem muitas das mesmas refeições sem graça; são com frequência (no caso dos chamados alimentos dietéticos) desprovidas dos nutrientes que desencadeiam a libertação das hormonas de bem-estar no seu corpo, que o mantêm satisfeito e revitalizado. Não só acabam por ficar com fome, como tam-bém se aborrecem e entram em depressão. Fazer dieta pode ser uma experiência muito solitária.

    A vida não tem tanta graça sem alimentos deliciosos. Comer desta forma é limitativo, é monótono e não é, de todo, eficaz, porque o seu sistema natural de avaliação dos alimentos fica completamente descontrolado. Assim sendo, outra coisa que a Dieta do Metabolismo Rápido vai fazer é encorajá-lo a usar to-dos os seus sentidos de forma positiva para o ajudar a estimular o seu metabolismo uma vez mais, a ser social e a criar uma co-munidade à volta da sua nova forma de comer. O prazer é po-deroso e estimula a secreção de endorfinas, reduz as hormonas de stress, acelera o metabolismo — e ajudar a queimar gordura!

    PRAzER: O PROPULSOR NATURAL DO METABOLISMO

    O stress origina um abrandamento do metabolismo e o sistema pressente uma emergência e entra em modo de armazenamento de gordura. O stress também pode aumentar o cortisol e minimizar o efeito da hormona da tiroide sobre o metabolismo. O prazer tem o efeito oposto. Quando retira prazer dos alimentos ingeridos, traba-lha lado a lado com a natureza para acelerar as coisas. E com um bónus: não tem de comer em demasia.

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    O prazer estimula o metabolismo, levando as glândulas suprarre-nais a produzir endorfinas. Essas endorfinas — aquilo que conhece-mos como os mensageiros do cérebro para o bem-estar — levam o cérebro a produzir serotonina, uma hormona cerebral que promove o bom humor e que, por sua vez, leva a tiroide a produzir hormonas que queimam gordura. Isto é que é uma reação em cadeia.

    O prazer provoca uma cadeia de eventos fantástica que baixa os níveis de leptina, uma hormona que lhe dá fome. Depois do sexo, os seus níveis de leptina são baixos. Ter prazer em comer pode ter o mesmo efeito. Quando se tem prazer naquilo que se come, obtém--se um duplo benefício: ficamos satisfeitos e cheios.

    Ocorre algo mais poderoso quando se recusa a sentir aversão por si próprio e culpa por comer e passa a sentir prazer em relação aos alimentos que está a ingerir: começa a cuidar melhor de si. O prazer, a alegria e o entusiasmo relativamente aos seus alimentos traduzem--se em prazer, alegria e entusiasmo nas escolhas que faz relativa-mente aos seus alimentos e na forma como vive a sua vida em geral.

    Recentemente, um paciente enviou-me este texto: «Tive tanto prazer e entusiasmo esta noite! Que isto leve a minha tiroide a queimar aque-le tiramisu que tanto adorei! LOL, envio-lhe o meu peso de manhã.»

    Para mim, a ideia de viver apenas com peitos de frango co-zidos e vegetais ao vapor e ainda assim continuar a engordar parece-me tortura. Se é para morrer com excesso de peso, an-tes seja com um cheesecake numa mão e um gelado na outra! E pode comer cheesecake e gelado — se acelerar o seu metabolis-mo, levando-o a queimar depressa e bem.

    Quando não come o suficiente, o seu corpo torna a conser-vação das suas provisões de gordura uma prioridade e cria ainda mais gordura a partir de tudo o que ingerir, segregando aque-las hormonas da fome especiais, segregadas apenas em casos de emergência, que bloqueiam a possibilidade de queimar gordura (as malvadas RT3). Quando ingere bastantes alimentos ricos em nutrientes de forma adequada, o seu corpo relaxa, reconhe-ce que a emergência já passou e volta a queimar gordura como combustível — mesmo a do cheesecake.

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    Como tal, tem uma de duas escolhas. Primeira, pode nunca deixar de fazer dieta. Ingerir umas míseras 1200 calorias por dia e cancelar os planos de fazer um churrasco para o resto da vida! Porque se algum dia deixar de fazer dieta, será o caos. E voilà, estará novamente obeso. De um dia para o outro. Já o vi acontecer vezes sem conta. A maior parte dos meus pacientes obesos perdeu grandes quantidades de peso no passado, muitos deles por várias vezes. Segunda, pode arranjar o seu metabolis-mo e viver o estilo de vida do Metabolismo Rápido.

    PERFIL DE UM CONSUMIDOR DE DIETAS EM SÉRIE

    Emery é uma das minhas pacientes e considero-a uma típica con-sumidora crónica de dietas. Professora do ensino primário, tinha cerca de 13,5 quilos a mais quando veio à primeira consulta.

    Emery tinha seguido todo o tipo de dietas — Weight Watchers, Jenny Craig, a Dieta Lindora e muitas mais. Sabia exatamente como fazer dieta. Conhecia todas as dicas e todos os truques. Contudo, ao longo dos anos, todos os truques que usou para perder peso dei-xaram de ter efeito. Estava a seguir uma dieta de baixo consumo de calorias, mas tinha reduzido de tal forma o número de calorias inge-ridas que já não retirava qualquer prazer dos alimentos e, pior ainda, tinha suprimido o seu metabolismo ao ponto de já não conseguir perder peso nenhum. Estava a comer peitos de frango cozidos sem pele e brócolos. Ingeria cerca de 1200 calorias por dia. Nunca petis-cava. E, no entanto, estava com um excesso de peso significativo e o número na balança nem mexia.

    Sentei-me com ela e disse-lhe que ela precisava de cumprir o meu programa de quatro semanas. faria cinco refeições por dia e ingeri-ria os alimentos em horários e na ordem especificada.

    Quando a Emery olhou para o plano de refeições que tinha con-cebido para ela, os seus olhos esbugalharam-se e fitou-me horro-rizada. «Se eu comer isto tudo, vou ganhar nove quilos em quatro semanas!», disse. «Nem pense que vou comer esta comida toda!»

    Disse-lhe que, se ganhasse nove quilos, iria pessoalmente a casa dela cozinhar, preparar-lhe os almoços para levar para o trabalho e

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    encher-lhe o frigorífico todos os dias. Ela concordou. De qualquer das formas, sairia a ganhar. Até à data, Emery já perdeu quase 12 quilos e ainda não consegue acreditar. Da última vez que a vi, disse--me: «É de loucos. Não sei o que me aconteceu.»

    Eu sei. Deixou que a comida trabalhasse por ela e não contra ela.

    Por outras palavras, passar fome (fazer dieta) é mau e comer é bom. Lembra-se de comer, certo? Ingerir alimentos saudáveis sem sentir culpa? Traz-lhe algumas recordações? Esta é a coisa mais importante que quero que se lembre. Agora, diga comi-go: Comer é bom.

    Comer. É. Bom.

    MITO METABóLICO N.º 3: PERDER PESO NÃO É MAIS DO QUE INGERIR CALORIAS E QUEIMÁ-LASSe o leitor for uma dessas pessoas que fazem dieta e andam

    a passar fome há anos, talvez ainda se sinta reticente relativa-mente à noção de que comer é bom… Mas tenho outra sur-presa para lhe revelar.

    As calorias são uma mentira.Eis o comentário que costumo receber a esta afirmação:

    «Como pode ser nutricionista e não acreditar em calorias?»Na realidade, tenho mantido a minha atividade profissional

    ao longo deste tempo todo precisamente porque não acredi-to nesta velha fórmula de perda de peso. Quando os meus pa-cientes me ouvem dizer que não acredito em calorias, primeiro reagem com descrença, mas em pouco tempo começam a dar--me razão. Quando se apercebem de que as calorias não têm culpa dos seus problemas, que já não têm de as contar (uma vez que não são reais), é como se tivessem sido libertados da pri-são. Que consumidor de dietas em série não gostaria de viver num mundo onde as calorias não existissem? O leitor vive, de facto, nesse mundo. Pode pensar que sou louca e pode até ficar aborrecido comigo por eu o dizer (não seria o primeiro), mas é

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    a mais pura das verdades. Mais depressa acreditarei que o Pai Natal e o Coelhinho da Páscoa vão correr juntos fora da época festiva do que acreditarei que um peito de frango, um brownie ou uma salada de atum têm cerca de 200 calorias. Isso é o mes-mo que dizer que um culturista e a minha avó de 92 anos vão despender a mesma energia ao levantar um haltere de 18 quilos.

    Claro que não. Isso é um absurdo. E também o é a ideia de que um balde de pipocas tem 55 calorias ou duas fatias de pi-zza de pepperoni têm 420 calorias.

    Acredito que um dos maiores equívocos e também um dos mais universais é a falsa noção de que perder peso não é mais do que ingerir calorias e queimá-las. Parece lógico, mas não é verdade. A teoria das calorias é uma simplificação grosseira, excessiva e enganadora da forma como o corpo usa a energia. Além disso, na minha opinião, é também uma ferramenta de marketing maliciosa, que tem sido usada para defender alimen-tos que não são saudáveis e provocam danos.

    Uma caloria, tal como é utilizada pelas indústrias alimen-tares e de produtos dietéticos, é, na realidade, uma quilocaloria (kcal) ou 1000 calorias, como se utiliza em química. (Vamos chamar-lhe uma caloria porque é essa a convenção.) Uma ca-loria é apenas a quantidade de energia requerida para elevar a temperatura de um quilo de água em cerca de um grau Celsius, quando os alimentos são selados e reduzidos a cinzas num re-cipiente rodeado de água.

    Na escola e no consultório médico nunca consegui aceitar a ideia de contar calorias como se estas fossem pequenas bolas redondas ou moléculas que constituíssem os alimentos. Não são. Uma caloria não é um objeto. O que é que alimentos dentro de um recipiente rodeado por água e reduzidos a cinzas têm que ver consigo e com o seu corpo? Nada.

    Uma caloria é apenas energia. Em alimentos que ainda não foram queimados (ou ingeridos), é energia potencial. Fora do la-boratório, esta energia potencial, ou «caloria», tem muito pouco que ver com a experiência de queimar comida. No mundo real, as «calorias» estão sujeitas a milhões de variáveis — uma vez que

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    cada pessoa tem uma constituição física e uma bioquímica únicas —, por isso uma caloria não vai ser a mesma coisa para si e para todas as outras pessoas. O que realmente importa, muito mais do que um número teórico de «calorias» que consome ou não, é o modo como queima os alimentos ou, por outras palavras, como distribui a energia depois de esta chegar ao seu interior.

    No mundo real, num corpo humano real, a chamada caloria é apenas energia potencial e um indivíduo pode engordar com apenas 1400 calorias por dia, tal como pode engordar com 2400 calorias por dia. Da mesma forma, pode ficar magro ingerin-do 1400 ou 2400 calorias por dia. Tudo depende daquilo que o corpo vai fazer com a energia potencial ingerida. Se queimar essas calorias para obter combustível, então pronto! Essas ca-lorias serão utilizadas e depois desaparecem. Se as armazenar como gordura, ficam por ali, nas ancas, nas nádegas ou na bar-riga, à espera de serem usadas. A ideia de que 200 calorias para si e 200 calorias para mim são a mesma coisa é ridícula. Neste caso, para quê preocuparmo-nos a pensar nisso? É enganador e deprimente, e isso irrita-me.

    O corpo humano é uma fusão complexa de milhões de pro-cessos químicos inter-relacionados e todos eles podem afetar o que acontece aos alimentos que ingere e à energia que despen-de, bem como a forma como se relaciona com as fibras muscu-lares que ganha ou perde e as células que acumula ou destrói.

    Pense nisto da seguinte forma. Digamos que precisa de mover um carro. O carro é realmente pesado, por isso é difícil. Mas se eu lhe der a chave do carro ou se lhe disser onde pode arranjar um reboque, torna-se fácil. Se não tiver a chave, nem um reboque e se o carro estiver travado com o travão de mão, então é pro-vável que esteja tramado. Aquele carro não vai a lado nenhum.

    Queimar «calorias» é a mesma coisa. Digamos que tem de queimar aquelas 100 calorias teóricas. Se o seu metabolismo estiver num estado disfuncional, será como não ter nem a cha-ve do carro nem o reboque. Essas 100 calorias vão ser extrema-mente difíceis de queimar. Será como tentar empurrar um carro rua acima, com o travão de mão acionado. Boa sorte com isso.

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    No entanto, se tiver a chave, que é um metabolismo rápido abastecido por alimentos cheios de nutrientes, então queimar 100 calorias faz-se praticamente sem esforço. Basta dar à chave e arrancar. Isto não equivale a dizer que uma pessoa com um metabolismo elevado possa ingerir regularmente 8000 calorias por dia (a menos que seja um campeão olímpico), mas signi-fica que, quando se deparar com um dia de elevada ingestão de calorias, o seu corpo estará preparado. É importante atiçar constantemente a sua chama metabólica, para os dias em que um gelado com cobertura de chocolate quente se atravessa no seu caminho.

    O SEU METABOLISMOO que é realmente indicativo do que irá acontecer ao seu

    corpo quando ingere alimentos não são as calorias, mas sim o ritmo ao qual as queima ou o seu metabolismo. Tal como disse anteriormente, o metabolismo determina o que acontece aos alimentos que ingere — se são queimados, se são usados para constituir a estrutura do seu corpo, se são armazenados no seu fígado como glicogénio para ter um combustível de acesso rá-pido ou se são armazenados em bolsas por todo o corpo sob a forma de gordura (sabe aquilo a que me refiro: o que se acu-mula nas nádegas, ancas e/ou barriga).

    Há muitas coisas que influenciam a taxa para queimar gor-dura e nenhuma delas tem nada que ver com o número de calo-rias presente nos alimentos que ingere. Tem uma perna partida e o seu corpo necessita de energia para a tratar? Dormiu bem a noite passada? Passou quatro dias sem um fluxo intestinal regular? Está desidratado? Levantou-se dessa cadeira nas úl-timas sete horas? Todas estas situações influenciam a forma como dispõe das calorias. Igualmente relevante é a densidade dos nutrientes e o tipo de alimentos, bem como quando come e como come, já para não falar dos seus níveis de stress, dos seus níveis de atividade e da sua composição corporal atual, ou seja, a sua percentagem de massa gorda. Não há forma de resumir isto tudo um único número.

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    fACTO SOBRE O METABOLISMO RáPIDOCalorias vazias dão origem a promessas vazias. Nada fazem pelo seu metabolismo. Mas calorias com nutrientes densos revitali-zam-no novamente. Não se preocupe com as calorias — em vez disso, tenha atenção ao conteúdo das suas escolhas alimentares.

    MITO METABóLICO N.º 4: AS SOBREMESAS ENGORDAMNão culpe o pobre mas delicioso chocolate, o gelado, o bolo

    de aniversário ou as bolachas com pedaços de chocolate pelo seu metabolismo lento. As sobremesas são para serem celebra-das! Quando as comemos ocasionalmente e temos um meta-bolismo rápido, podemos fazê-lo sem nos sentirmos culpados. Quando as comemos com um metabolismo lento, agarram-se a nós, tal como tudo aquilo que ingerimos. Acrescente a culpa e aumentou as respostas do stress, elevando assim a segregação de hormonas que promovem o armazenamento e tornando a situação ainda pior. Gosto de dizer aos meus pacientes que a culpa engorda tanto como um prato de torresmos. Se quiser re-almente uma sobremesa, coma-a com determinação, orgulho e muita alegria e, o mais importante, sem stress. Se não conseguir fazer isso, então passe. Não vale a pena.

    VERDADE METABóLICA N.º 1: PARA PERDER PESO TEM DE FAzER AS PAzES COM A COMIDAOutra coisa importante na qual quero que comece a pensar,

    mesmo antes de dar início ao plano, é que se quiser reparar o seu metabolismo e inverter o efeito em cascata dos eventos bioquí-micos que abrandam o seu metabolismo provocados pelo stress e pelas dietas consecutivas, vai ter de começar por uma alteração fundamental: será preciso recomeçar a confecionar boa comida. O seu metabolismo quer e precisa disto. Foi assim que o seu corpo foi concebido para funcionar. Por isso, preciso de que se recor-de do modo como o seu corpo deveria responder aos alimentos.

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    De cada vez que ingere alimentos, ocorre uma série de rea-ções bioquímicas. O seu corpo aprende o que são essas reações bioquímicas, de tal forma que quando cheira, toca ou simples-mente vê comida responde de acordo com a forma específica que lhe foi ensinada e dá início ao processo, mesmo antes de começar a comer. Contudo, as pessoas que fazem dietas conse-cutivas tentam separar-se da comida. Desenvolvem uma rela-ção tão negativa com os alimentos que perdem toda a noção de qual poderá ser a aparência de uma relação saudável. Eu gosto de dizer que é como uma relação amorosa. A relação pode ser ardente e suada, picante e cremosa, pegajosa de suor e intumes-cida pela variedade. Também traduz o verdadeiro significado de «até que a morte nos separe», porque sem comida é impos-sível viver. E sem comida saudável é quase impossível ter uma vida saudável.

    Muitas pessoas que fazem dietas consecutivas veem ou cheiram algo delicioso e o seu primeiro pensamento é: Não! ou Culpa! Não é assim que se pressupõe que o corpo reaja aos alimentos.

    Digamos que vai jantar fora; trata-se de uma data festiva em torno de comida como, por exemplo, a Consoada, ou vai ao seu restaurante favorito. O que fazer? Se for uma dessas pesso-as que fazem dietas sem parar, é provável que se sinta ansioso. Oh, meu Deus, como é que vou lidar com isto? Não como entradas, mesmo que todos as estejam a comer? Posso beber um copo, mas não como sobremesa ou dou três garfadas na sobremesa, mas não bebo álcool. Tenho de ver como é que vou passar a noite sem ingerir ne-nhum hidrato de carbono. E o pior de tudo: É melhor não comer nada até logo à noite para poder comer de tudo.

    Como é que se pode divertir nestes eventos se eles o deixam tão tenso? Não só não será capaz de se divertir nos momentos da sua vida em que se pressupõe que se divirta como terá nes-se stress um armazenamento de gordura. Vai meter o seu cor-po em modo de fome e, depois, chega ao evento ou ao jantar e come em excesso, pelo que o seu corpo se vai agarrar freneti-camente a todas aquelas calorias e transformá-las diretamente

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    em gordura. Tinha intenções de se «portar bem». Fazer o que se pressupõe que as pessoas que seguem dietas façam. Mas esse é o caminho mais errado, a menos que queira armazenar ainda mais gordura. E aposto que não é o caso!

    Vamos dar a volta a esta resposta. Quando se aproxima um evento divertido, é muito mais saudável para o seu metabolis-mo que pense da seguinte forma: Uau, fui convidado para esta festa fantástica! Adoro o jantar de Consoada. Mal posso esperar para ir ao meu restaurante favorito! Depois, tem de comer antes do evento, ao longo do dia, para pôr o seu metabolismo em mo-vimento. (Mais à frente dir-lhe-ei exatamente como fazê-lo.)

    Comer de forma acertada antes do grande evento e sentir--se bem com isso vai deixar as hormonas do stress em casa. Em vez de dizer «alerta vermelho, armazenar todas as moléculas de gordura!», o seu corpo dirá «meus senhores, vamos lá preparar-mo-nos para isto! Toca a mexer!» O seu metabolismo começará a rugir e o leitor encontrar-se-á numa boa posição para quei-mar todos os excessos que decidir cometer durante esse even-to especial. Nada insignificante é o facto de também ser muito mais provável que se divirta, mas não necessariamente por se empanturrar de comida. Estará mais relaxado, mais feliz e os alimentos que ingerir serão ingeridos com controlo e prazer. É uma situação da qual sairá sempre a ganhar. (Abordarei com mais pormenor as estratégias para lidar com eventos especiais na sua vida quotidiana, no Capítulo 10, «Viver com o metabo-lismo rápido»).

    Esta é uma forma de pensar completamente nova e uma forma de viver completamente nova. E você vai adorar. Corrija o seu metabolismo e, melhor ainda, faça-o ao comer alimentos excelentes e nunca mais vai ter de se preocupar com as calorias, com a culpa ou com os eventos especiais, nem com nada que esteja relacionado com a comida. Por isso, ao longo das pró-ximas quatro semanas, baixe a cabeça e invista, deixe que este programa volte a colocar o seu corpo no caminho certo.

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    PERFIL DE UM SEGUIDOR DE DIETAS DESESPERADO

    Tive um paciente a quem vou chamar Jack. Era um homem muito alto, que tinha cerca de 45 quilos a mais. Queria começar o progra-ma e aplicá-lo duas vezes em dois meses. Estava desesperado para perder peso porque a sua companhia de seguros não aprovaria uma cirurgia ao joelho enquanto não perdesse 18 quilos. Tudo isto numa altura em que se encontrava muitíssimo ocupado com trabalho e debaixo de uma enorme pressão. Disse-lhe: «Jack, aproveite esta oportunidade e coma exatamente aquilo que lhe dissermos. O pla-no é fácil. Baixe a cabeça, não olhe para cima e avance. Não desista do seu trabalho e veja o que acontece quando chegar ao outro lado».

    Dois meses mais tarde, Jack ergueu os olhos: tinha perdido 25 quilos e estava aborrecido comigo. «Isto era para ser penoso. Tinha de ter passado fome. Porque é que não fiz isto antes? O que me aconteceu?»

    Graças ao seu horário extremamente preenchido e à sua necessi-dade desesperada de fazer a cirurgia, nem sequer teve tempo para duvidar do programa. Estava aborrecido porque nunca antes lhe tinha sido proposto algo que permitisse que o seu metabolismo se curasse a si próprio e começasse a queimar gordura a partir de dentro. Estava aborrecido por ter tido, ao longo de tantos anos, uma relação negativa com os alimentos. Antes de entrar no meu consultório, Jack passa-ra anos a fazer dietas dolorosas que o deixavam com fome, sem que conseguisse deixar de se debater com o flagelo do excesso de peso. Agora atingiu o seu objetivo em termos de peso, tratou do joelho e faz corridas na lama e outros desafios loucos de fitness. Ainda me ex-prime uma pontinha de frustração com o facto de o seu metabolismo ter sido lento ao longo de tantos anos, sendo o metabolismo rápido uma opção real que só estava à espera de ser encontrada.

    É algo que ouço muitas vezes e que me deixa, ao mesmo tempo, triste e feliz por poder fazer aquilo que faço todos os dias.

    Apaixone-se pelos alimentos outra vez e deixe que essa pai-xão o proteja, alimente e transporte até ao limiar de um novo paradigma de comer.

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    VERDADE METABóLICA N.º 2: OS ALIMENTOS SÃO ALGO QUE JÁ ESTEVE VIVO E QUE VEIO DA TERRA, DO AR OU DO MARAs coisas têm de ser reais para serem designadas por alimen-

    to. Por exemplo, maçãs, laranjas, abacates, frango, batata-doce, porco, camarão, amêndoas, mangas. Químicos, adoçantes arti-ficiais, cores, corantes, bloqueadores de gordura, conservantes, pesticidas, plásticos, diluentes, limpadores de fornos, herbicidas e inseticidas não contam como alimentos.

    Alguma vez verificou a aplicabilidade de alguns dos quími-cos que encontramos regularmente nos nossos «alimentos»? E o que são na realidade o amarelo n.º 5 ou o azul n.º 6? De que servem o alumínio, o sódio, a quinoleína, a carmoisina, a tar-tarazina 19140 no corpo? Um dia destes, estava a ler uma em-balagem e o segundo ingrediente mais abundante era Sunset Yellow FCF15985 (E110). Não tinha a certeza de poder assar, grelhar ou saltear o «amarelo», por isso decidi deixar esse in-grediente fora do meu jantar.

    Muitos destes químicos foram concebidos para acrescentar cor à tinta das paredes ou para remover nódoas dos tapetes, para construir navios para a marinha e coletes à prova de bala. Não são comida! Por isso, não devem ser consumidos.

    Use-os para decorar a sua casa e para construir abrigos con-tra bombardeamentos, mas não os ponha na boca. A American Medical Society cunhou um termo para estes químicos indus-triais que podem ser encontrados dentro dos nossos alimentos ou sobre eles: obesógenos. Estes obesógenos afetam o equilí-brio hormonal normal e inibem o metabolismo lipídico (da gordura). Os obesógenos podem literalmente torná-lo gordo! Infelizmente, e esta é a ironia, a maior parte dos alimentos em embalagens light está carregada de obesógenos.

    Não os coma. Se ainda sentir necessidade de perguntar por-quê e não está preocupado com o facto de a acumulação destas toxinas um dia o poder matar, então deixe-me apresentar-lhe outro pequeno facto que o deixará a pensar.

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    fACTO SOBRE O METABOLISMO RáPIDOO fígado desempenha a dupla função de decompor os químicos e de metabolizar a gordura dos alimentos, das suas nádegas e do colesterol. O leitor decide como quer que o fígado passe o seu dia: a decompor os químicos que consome sob o pretexto de que são comida ou a queimar a gordura das suas nádegas, barriga, queixo e ancas?

    RETRATO DE UMA PESSOA QUE FAz DIETA SEM INGERIR COMIDA

    Conheci Debi porque o canal de televisão Extra TV estava a fazer uma reportagem no âmbito da qual queriam que eu mudasse o cor-po de alguém. Debi não podia ser mais americana — trabalha como auxiliar de educação especial no ensino público e o marido é sargen-to no departamento de polícia local. Têm um filho com necessidades especiais e muito stress nas suas vidas. Para além disto tudo, Debi anda, há anos, a tentar perder peso. Já gastara milhares de dólares em programas de dieta mas, como o seu metabolismo estava quase parado, passava fome, perdia apenas um quilo e meio e ainda pen-sava que isso era um milagre.

    Não consegui evitar um enorme sentimento de compaixão por Debi. Era uma pessoa bela e calorosa, que simplesmente não perce-bia porque é que não conseguia ser saudável. Estava exausta, esgo-tada. E, para piorar ainda mais o cenário, tinha o nível de colesterol elevado e uma história familiar de doenças cardíacas. Quando me encontrei com ela, Debi não fazia ideia do que cozinhar ou comer, nem mesmo que tipo de alimentos lhe faria bem. Sobrevivia com ali-mentos sem açúcar e sem gordura e 100 calorias de petiscos cheios de conservantes! Quando lhe mostrei as minhas receitas, pergun-tou-me: «Mas o feijão não engorda? Já não como uma manga há anos. A manteiga de amendoim não tem 200 calorias por colher?»

    O seu corpo pagara um preço elevado por passar anos a fazer die-ta ingerindo apenas produtos magros cheios de químicos mascara-dos de comida. Tomava medicamentos para o colesterol (o fígado, que decompõe o colesterol, estava demasiado ocupado a lidar com

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    os químicos para poder desempenhar essa função) e receava que pudesse sofrer um enfarte e deixar os filhos sem mãe. Que mãe não partilha secretamente desse receio?

    Pus Debi a seguir a Dieta do Metabolismo Rápido e, em 14 dias, comia imensos alimentos e perdera 14 quilos. Também parecia dez anos mais nova e o médico retirou-lhe a medicação para o coleste-rol — em apenas duas semanas!

    Quando se ingerem alimentos a sério, eles estão cheios de nutrientes e de fibras. Tudo neles pode ser utilizado pelo cor-po de uma forma boa. Os químicos não têm de ser filtrados, os conservantes não bloqueiam a absorção de nutrientes e os aditivos não criam uma experiência científica bizarra dentro do seu corpo.

    Sou nutricionista. Recebo, durante todo o dia, perguntas, te-lefonemas, mensagens escritas e e-mails a perguntar-me se se pode comer isto ou aquilo. Sinceramente, digo que sim a quase tudo o que é comida a sério. Mas como sua nutricionista nunca o irei encorajar a comer obesógenos.

    Vamos cingir-nos a alimentos reais e tratar do seu metabolismo.

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