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1 FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU COORDENADORIA DE PSICOLOGIA CURSO DE PSICOLOGIA NEUROSES Vitória Cristina Lopes de Araújo Farias Annaliny Moura Soares Dália Maria Nunes de Melo Lidiane de Lima Silva Marília Gabriela de Melo Alencar Cinthya Barbosa Maranhão Lima Tayson Nunes dos Santos Pedro Dionizio dos Santos Neto Hadson Rodrigues Lima Daiseane Melo Santana Lucas de Almeida Rafael Danúbia Maria da Silva Gomes de Souza

Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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Abordagem de várias neuroses

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Page 1: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU

COORDENADORIA DE PSICOLOGIA

CURSO DE PSICOLOGIA

NEUROSES

Vitória Cristina Lopes de Araújo Farias

Annaliny Moura Soares

Dália Maria Nunes de Melo

Lidiane de Lima Silva

Marília Gabriela de Melo Alencar

Cinthya Barbosa Maranhão Lima

Tayson Nunes dos Santos

Pedro Dionizio dos Santos Neto

Hadson Rodrigues Lima

Daiseane Melo Santana

Lucas de Almeida Rafael

Danúbia Maria da Silva Gomes de Souza

João Pessoa

2015

Page 2: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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Vitória Cristina Lopes de Araújo Farias

Annaliny Moura Soares

Dália Maria Nunes de Melo

Lidiane de Lima Silva

Marília Gabriela de Melo Alencar

Cinthya Barbosa Maranhão Lima

Tayson Nunes dos Santos

Pedro Dionizio dos Santos Neto

Hadson Rodrigues Lima

Daiseane Melo Santana

Lucas de Almeida Rafael

Danúbia Maria da Silva Gomes de Souza

NEUROSES

Trabalho apresentado como requisito as exigências para obtenção de nota no Curso de Psicologia, pela Disciplina Neuroanatomia, na Faculdade Maurício de Nassau, ministrado pelo Prof. Rodrigo Márcio.

João Pessoa

2015

Page 3: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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“O paradoxo curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo.”

- Carl Rogers

Page 4: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................7

1 DEPRESSÃO...............................................................................................................................8

1.1 DEPRESSÃO – CAUSAS...................................................................................................8

1.2 DEPRESSÃO – SINTOMAS....................................................................................................9

1.3 O QUE A DEPRESSÃO NÃO É............................................................................................10

1.4 DEPRESSÃO – EPIDEMIOLOGIA.......................................................................................10

1.5 DEPRESSÃO – NEUROTRANSMISSORES......................................................................10

1.6 DEPRESSÃO – TRATAMENTO...........................................................................................11

2 DISTIMIA....................................................................................................................................12

2.1 CAUSAS DA DISTIMIA..........................................................................................................12

2.2 FATORES DE RISCO............................................................................................................12

2.3 SINTOMAS DE DISTIMIA......................................................................................................13

2.4 BUSCANDO AJUDA MÉDICA..............................................................................................14

2.5 NA CONSULTA MÉDICA.......................................................................................................14

2.6 DIAGNÓSTICO DE DISTIMIA...............................................................................................15

2.7 TRATAMENTO DE DISTIMIA...............................................................................................16

2.8 MEDICAMENTOS PARA DISTIMIA.....................................................................................16

2.9 PSICOTERAPIA PARA DISTIMIA........................................................................................16

2.10 CONVIVENDO/ PROGNÓSTICO.......................................................................................17

2.11 COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS...........................................................................................17

2.12 PREVENÇÃO........................................................................................................................17

3 NEURASTENIA.............................................................................................................................18

3.1 SINTOMAS..............................................................................................................................18

3.2 TRATAMENTO........................................................................................................................18

3.3 RELAÇÃO COM A NEUROANATOMIA..............................................................................18

3.4 RELAÇÃO COM A PSICOLOGIA.........................................................................................19

4. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR....................................................................................19

4.1 DEFINIÇÃO.............................................................................................................................19

4.2 SINTOMAS E CLASSIFICAÇÃO..........................................................................................20

4.3 CAUSA.....................................................................................................................................20

Page 5: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

5

4.4 DIAGNOSTICO.......................................................................................................................20

4.5 EPIDEMIOLOGIA....................................................................................................................21

4.6 TRATAMENTO........................................................................................................................21

4.7 NEUROANATOMIA................................................................................................................22

4.8 NEUROIMAGEM ESTRUTURAL.........................................................................................22

5. TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO...........................................................24

5.2 CAUSAS...................................................................................................................................26

5.3 TRATAMENTO........................................................................................................................26

5.4 RELAÇÃO COM A PSICOLOGIA.........................................................................................27

6. FOBIA.............................................................................................................................................28

6.1 TIPOS DE FOBIA....................................................................................................................28

6.2 CAUSAS...................................................................................................................................28

6.3 FATORES DE RISCOS..........................................................................................................29

6.4 SINTOMAS DE FOBIA...........................................................................................................29

6.5 BUSCANDO AJUDA MÉDICA..............................................................................................30

6.6 DIAGNÓSTICO DE FOBIA....................................................................................................30

6.7 TRATAMENTO DE FOBIA....................................................................................................31

6.8 COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS.............................................................................................31

6.9 PREVENÇÃO..........................................................................................................................31

7 FOBIA SOCIAL..............................................................................................................................32

7.1 SINTOMAS..............................................................................................................................32

7.2 DIFERENÇAS ENTRE TIMIDEZ E FOBIA SOCIAL..........................................................33

7.3 CAUSAS...................................................................................................................................33

7.3 HEREDITARIEDADE..............................................................................................................33

7.4 ESTRUTURA CEREBRAL.....................................................................................................34

7.5 MEIO AMBIENTE....................................................................................................................34

7.6 TRAUMAS E EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS......................................................................34

7.7 TEMPERAMENTO..................................................................................................................34

7.8 NOVAS DEMANDAS SOCIAIS OU DE TRABALHO.........................................................34

7.9 DIAGNÓSTICO DE FOBIA SOCIAL....................................................................................35

7.10 TRATAMENTO......................................................................................................................35

7.11 PSICOTERAPIA....................................................................................................................35

7.12 MEDICAMENTOS.................................................................................................................36

8. TRANSTORNO ANSIEDADE GENERALIZADA.....................................................................36

Page 6: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

6

8.1 SINTOMAS..............................................................................................................................37

8.2 CAUSAS...................................................................................................................................38

8.3 TRATAMENTOS.....................................................................................................................39

8.4 ÁREAS CEREBRAIS AFETADAS PELA ANSIEDADE.....................................................40

9 TRANSTORNO DE PÂNICO E AGORAFOBIA........................................................................41

10 TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS..........................................................................................42

10.1 CAUSAS.............................................................................................................................43

10.2 SINTOMAS............................................................................................................................43

10.3 AMNÉSIA DISSOCIATIVA..................................................................................................44

10.4 ANESTESIA DISSOCIATIVA..............................................................................................44

10.5 TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE/ PERSONALIDADE MÚLTIPLAS.........................................................................................................................................................44

10.6 TRANSTORNO DISSOCIATIVO MOTOR E SENSITIVO...............................................45

10.7 TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO E/OU DESREALIZAÇÃO.....................45

10.8 TRATAMENTO......................................................................................................................46

11 TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO..................................................................46

11.1 SINTOMAS............................................................................................................................46

11.2 EPIDEMIOLOGIA.................................................................................................................47

11.3 TRATAMENTO......................................................................................................................47

11.4 NA PSICOLOGIA..................................................................................................................47

11.5 NA NEUROANATOMIA.......................................................................................................47

CONCLUSÃO....................................................................................................................................48

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................49

Page 7: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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INTRODUÇÃO

Quantas vezes dizemos que alguém é neurótico? Quantas vezes nós mesmos

nos consideramos neuróticos? Quantas pessoas conhecemos que são neuróticas?

Afinal de contas, o que são neuroses?

Neurose vem do grego NEURON (nervo) e OSIS (condição doente ou

anormal). O termo foi criado pelo médico escocês Willian Cullen, em 1787. Indica

“desordens de sentido e movimento” causadas por “defeitos gerais do sistema

nervoso”.

Para a psicologia moderna é sinônimo de “distúrbio neurótico” e se refere a

qualquer transtorno mental que embora cause tensão, não interfere no pensamento

racional, nem na capacidade racional da pessoa.

É importante que entendamos esse processo e saibamos fazer a diferença

entre neurose e psicose. Pois psicoses são desordens mais severas, onde há uma

perda de contato com a realidade.

Na época de Cullen, a classificação de doenças seguia um padrão

semelhante ao adotado para a classificação das plantas, ou seja, havia diversas

classificações. Porém, Cullen simplificou o sistema em apenas 4 classes:

Pyrexiae, as desordens febris

Neuroses, as desordens dos nervos

Cachexiae, desordens de modo geral

Locales, doenças locais

De acordo com a CID-9, os tipos de transtornos aos quais nos referimos neste

trabalho, eram classificados como neuroses. Já a CID-10, mais recente, chama

esses transtornos não mais de neuroses, mas de Transtornos Neuróticos.

Os principais transtornos neuróticos são:

Depressão

Transtorno Bipolar

Síndrome do Pânico e Agarofobia

Distimia

Transtorno Dissociativo

Page 8: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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Fobias específicas

Fobia Social

Transtorno da Ansiedade Generalizada

Transtorno do Estresse Pós-Traumático

Transtorno Obsessivo Compulsivo

1 DEPRESSÃO

Todo ser humano está sujeito a passar por períodos de tristeza e desânimo, mas

quando essa tristeza não tem motivo aparente, demora a ir embora e está ligada a

outros sintomas como insônia e falta de prazer com as atividades que antes eram

consideradas prazerosas, pode-se estar diante de um dos mais comuns e mais

graves transtornos de humor: a depressão.

A depressão é considerada o “mal do século” pelo número de pessoas

acometidas pela doença hoje em dia. Ela pode levar à morte por suicídio e pode

deixar as pessoas acometidas sem condições de estudar ou trabalhar, sendo,

portanto, causa de invalidez.

A boa notícia é que a depressão tem tratamento. Tanto psiquiátrico, quanto

psicológico. São grandes as chances de melhora e de se voltar a viver uma vida

normal, tomando-se apenas cuidado com a possível reincidência.

1.1 DEPRESSÃO – CAUSAS

A depressão é uma doença multifatorial, tendo, portanto, diversas causas,

algumas ainda estão em estudo. Elencamos as seguintes:

Situações de estresse ou traumas – pode-se não se recuperar dessas

situações e elas abrem caminho para que a doença se instale;

Suscetibilidade genética – estudos apontam para uma influência da

hereditariedade na depressão;

Variação hormonal – a queda nos níveis de estrogênio pode estar ligada ao

fato de a depressão ter maior incidência nas mulheres. Pode-se, a partir disto

(levando em conta também outros fatores), explicar a depressão pós-parto e

na fase da menopausa.

Page 9: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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Existência de outras doenças como Parkinson, Aids, câncer, hipotireoidismo,

Alzheimer, etc.

Modificação nos níveis de alguns neurotransmissores (como a serotonina,

noradrenalina e dopamina)

Uso de álcool ou outras drogas – o álcool, assim como as outras drogas, tem

efeito depressor no organismo;

Uso de alguns medicamentos (Ex.: anfetaminas,

betabloqueadores, benzodiazepínicos, corticosteróides, anti-histamínicos, ana

lgésicos e antiparkinsonianos)

1.2 DEPRESSÃO – SINTOMAS

São vários os sintomas da depressão. Os médicos diagnosticam a doença

quando o paciente apresenta cinco ou mais sintomas, tendo dentre eles a falta de

prazer nas atividades antes consideradas prazerosas e a tristeza profunda por mais

de duas semanas. São sintomas da depressão:

Humor depressivo ou irritabilidade

Ansiedade e angústia

Perda de prazer nas atividades diárias 

Apatia

Interpretação distorcida e negativa da realidade

Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas

Falta de vontade e indecisão

Lentidão, fadiga e sensação de fraqueza

Alterações do sono

Alterações do apetite

Redução do interesse sexual

Retraimento social

Ideação suicida - o mais perigoso sintoma

Prejuízo funcional significativo – faltar muito ao trabalho ou escola

1.3 O QUE A DEPRESSÃO NÃO É

Conforme já foi falado, é fácil confundir a depressão com uma tristeza

passageira, principalmente no início. Além disto a pessoa pode não aceitar que está

Page 10: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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com esse transtorno ou sofrer o preconceito que envolve todos os transtornos

mentais, não sendo diferente com a depressão. É necessário que tanto o paciente

quanto a rede de apoio em torno deste informem-se bem sobre a doença para

superar o preconceito e aceitar o que está acontecendo, esse é o primeiro passo

para a recuperação. Por preconceito pode-se achar que o doente com depressão

esteja com preguiça, pois tem dificuldade de levantar de manhã ou fazer as

atividades normais do dia-dia. Pode-se também dizer absurdos como considerar a

tristeza “mera frescura” e a apatia como “falta de força de vontade”. Esses

pensamentos errôneos vindos das pessoas que convivem com o doente só fazem

com que ele aumente o sentimento de culpa e dificultam a busca por tratamento

correto.

1.4 DEPRESSÃO – EPIDEMIOLOGIA

Cerca de 15% da população mundial terá depressão pelo menos uma vez na

vida. A incidência de um episódio depressivo aumenta as chances de reincidência e

da doença se tornar crônica, portanto o médico e demais profissionais envolvidos

devem ser cuidadosos, evitando as recaídas.

As mulheres têm duas vezes mais chance de ter depressão que os homens e

o transtorno é mais comum em pessoas de 24 a 44 anos. Aproximadamente 85%

dos pacientes apresentam ansiedade e 90% dos pacientes com ansiedade

desenvolvem depressão em algum momento.

1.5 DEPRESSÃO – NEUROTRANSMISSORES

Uma das causas mais conhecidas da depressão é o desequilíbrio nos níveis

de alguns neurotransmissores no cérebro, principalmente da serotonina,

noradrenalina e dopamina. Os neurotransmissores são as substâncias que

contribuem para a comunicação entre os neurônios e a diminuição destes dificulta

essa comunicação.

A serotonina atua regulando o humor, o sono, o apetite, o ritmo cardíaco, a

temperatura corporal, a sensibilidade a dor, os movimentos e as funções

intelectuais. A deficiência de serotonina dificulta esses processos.

Page 11: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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A noradrenalina também regula o humor, a ansiedade, o sono e a

alimentação juntamente com a serotonina e a dopamina.

1.6 DEPRESSÃO – TRATAMENTO

Há dois tipos de tratamentos principais para a depressão:

Tratamento psiquiátrico

Tratamento psicoterápico

O tratamento psiquiátrico é feito à base de remédios, principalmente dos

antidepressivos. Os mais usados atualmente são os inibidores da recaptação de

serotonina, como os seguintes:

fluoxetina

citalopram

paroxetina

Os antidepressivos demoram de 10 a 15 dias para começar a surtir efeito. No

tratamento também são usados ansiolíticos, substancias que controlam a ansiedade,

o estado de alerta e relaxam os músculos. São exemplos de ansiolíticos:

Diazepam

Alprazolam

Clonazepam

Caso seja necessário o médico pode prescrever também algum antipsicótico. Em

casos mais graves de depressão a Eletroconvulsoterapia também pode ser usada.

Hoje em dia, o chamado “tratamento de choque” é feito com muito rigor e cuidado,

com o paciente anestesiado, sem dor, no hospital.

O tratamento com um psicólogo vai ajudar ao paciente com depressão a

entender e aceitar a doença, primeiro passo para um tratamento eficaz. Vai oferecer

um lugar seguro e uma escuta sem julgamentos, permitindo olhar para as

dificuldades com a profundidade necessária para que as mudanças ocorram.

Page 12: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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2 DISTIMIA

Distimia é uma forma crônica de depressão, porém menos grave do que a forma

mais conhecida da doença. Com a distimia, os sintomas de depressão podem durar

um longo período de tempo, muitas vezes, dois anos ou mais.

O paciente com distimia pode perder o interesse nas atividades diárias normais,

se sentir sem esperança, ter baixa produtividade, baixa autoestima e um sentimento

geral de inadequação. As pessoas com distimia são consideradas excessivamente

críticas, que estão constantemente reclamando e são incapazes de se divertir.

Só no Brasil existem de 5 a 11 milhões de pessoas que sofrem desse mal, de

acordo com a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de

Transtornos Afetivos (ABRATA).

2.1 CAUSAS DA DISTIMIA

A causa exata da distimia não é conhecida. A distimia pode ter causas

semelhantes à depressão tradicional, incluindo:

Fatores bioquímicos: pessoas com distimia podem ter mudanças físicas em

seus cérebros. O significado destas mudanças ainda é incerto, mas pode ser

um caminho para buscar a causa.

Fatores genéticos: a distimia parece ser mais comum em pessoas com grau

sanguíneo de parentesco.

Fatores ambientais: tal como acontece com a depressão, o ambiente pode

contribuir para a distimia. As causas ambientais são situações da vida que

são difíceis de lidar, como a perda de um ente querido, problemas financeiros

ou um alto nível de estresse.

2.2 FATORES DE RISCO

Certos fatores aumentam o risco de uma pessoa ter distimia. Veja:

Ter um parente de primeiro grau com distimia ou depressão

Eventos estressantes, como a perda de um ente querido ou problemas

financeiros

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Ser excessivamente dependente de aprovação e atenção das pessoas

próximas.

Entre os pacientes que possuem algum transtorno mental, aproximadamente

36% apresentam sintomas depressivos leves e de longa duração – indicando um

quadro de distimia. Dessa forma, é comum uma pessoa que tem um transtorno

mental, como pânico ou fobia, desenvolver sintomas depressivos. É o que os

psiquiatras chamam de "comorbidade", quando dois ou mais quadros psiquiátricos

se associam num mesmo indivíduo.

2.3 SINTOMAS DE DISTIMIA

Os sintomas da distimia são os mesmos da depressão maior, mas em menor

número e menos intensos. Os sinais podem incluir:

Tristeza ou humor deprimido na maior parte do dia, ou quase todos os dias

Perda de prazer nas atividades que antes eram agradáveis

Grande mudança em peso (ganho ou perda de mais de 5% do peso dentro de

um mês)

Perda ou aumento do apetite

Insônia ou sono excessivo quase todos os dias

Inquietação

Fadiga ou perda de energia quase todos os dias

Sentimentos de desesperança, inutilidade ou culpa excessiva quase todos os

dias

Problemas de concentração, que ocorrem quase todos os dias

Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, plano de suicídio ou tentativa

de suicídio.

As pessoas com distimia também apresentam altas taxas de faltas no trabalho,

comparáveis as taxas de abstenção por cardiopatias – uma das causas mais

comuns no mundo inteiro.

Em crianças, a distimia pode ocorrer juntamente com o TDAH, distúrbios de

comportamento ou de aprendizagem, transtornos de ansiedade ou deficiências de

desenvolvimento. Exemplos de sintomas distimia em crianças incluem:

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Irritabilidade

Problemas de comportamento

Mau desempenho escolar

Atitude pessimista

Habilidades sociais pobres

Baixa autoestima.

Os sintomas da distimia geralmente vêm e vão ao longo de um período de anos,

e sua intensidade pode mudar ao longo do tempo. Quando a distimia começa antes

dos 21 de idade, ela é chamada de distimia de início precoce. Quando começa

depois disso, ela é chamada de distimia de início tardio.

2.4 BUSCANDO AJUDA MÉDICA

É perfeitamente normal sentir-se triste, chateado ou infeliz com situações

estressantes da vida. Contudo, pessoas com distimia experimentam essas

sensações constantemente durante anos. Isso pode interferir nos relacionamentos,

trabalho e atividades diárias.

Se você apresenta os sintomas de distimia e acredita que isso esteja

atrapalhando duas atividades e modo de vida, busque ajuda. Se não tratada

efetivamente, a distimia geralmente progride para depressão. Você pode buscar

ajuda com profissionais de saúde mental (psicólogos, psiquiatras) ou procurar

alguém próximo que pode ser capaz de ajudar, como um amigo, parente, professor,

líder religioso ou alguém que você confia.

2.5 NA CONSULTA MÉDICA

Especialistas que podem diagnosticar distimia são:

Psicólogo

Psiquiatra

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo.

Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações: uma lista

com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram. Histórico médico,

incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos

que ele tome com regularidade.

Page 15: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

Quando os sintomas começaram?

Sua vida é afetada por seus sintomas?

O que você tentou para se sentir melhor?

Que coisas fazem você se sentir pior?

Você tem algum parente que tinha distimia, depressão ou outra doença

mental?

O que você espera ganhar com o tratamento?

Também é importante que o paciente leve suas dúvidas para a consulta por

escrito, começando pela mais importante. Isso garante que consiga respostas para

todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para distimia, algumas

perguntas básicas incluem:

É possível tratar a distimia por conta própria?

Como a distimia é tratada?

Psicoterapia pode ajudar?

Existem medicamentos que podem ajudar?

Por quanto tempo seria necessário tomar a medicação

O que eu posso fazer para me ajudar?

2.6 DIAGNÓSTICO DE DISTIMIA

O diagnóstico é baseado nos sintomas da pessoa. No caso de distimia, esses

sintomas devem estar presentes por um longo período de tempo e ser menos graves

do que nos pacientes com depressão.

O médico vai querer ter certeza de que os sintomas não são o resultado de

uma condição física, como hipotireoidismo. Dessa forma, podem ser pedidos alguns

exames de sangue e imagem para descartar outras possibilidades.

Será feita então uma análise psicológica completa, incluindo uma discussão

com profissional da área de psicologia ou psiquiatria sobre os problemas,

sentimentos e comportamento geral. Pode ser que o paciente precise responder um

questionário que ajuda no diagnóstico.

Page 16: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

16

2.7 TRATAMENTO DE DISTIMIA

Os dois principais tratamentos para a distimia são medicamentos e

psicoterapia. Os medicamentos parecem ser mais eficazes no tratamento de distimia

quando combinados com a psicoterapia.

Qual o tratamento se aproxima do seu quadro irá depender de fatores como:

Gravidade dos sintomas

O desejo do paciente de resolver questões emocionais ou situacionais que

afetam sua vida

Preferências pessoais do paciente

Métodos de tratamento anteriores

Capacidade de tolerar medicamentos

Outros problemas emocionais que podem ocorrer junto com a distimia

2.8 MEDICAMENTOS PARA DISTIMIA

Tipos de antidepressivos mais comumente usados para tratar a distimia incluem:

Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRIs)

Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN

ou SNRI)

Antidepressivos tricíclicos

Quando se tem distimia, é necessário fazer acompanhamento médico e, se

necessário, tomar antidepressivos para manter os sintomas sob controle.

2.9 PSICOTERAPIA PARA DISTIMIA

A psicoterapia pode ajudá-lo a aprender sobre a sua condição e seu humor,

sentimentos, pensamentos e comportamentos. Usando as ideias e conhecimentos

que você adquire na psicoterapia, é possível aprender habilidades de enfrentamento

saudáveis e gestão de estresse. A psicoterapia também pode ajudá-lo a:

Aprender a tomar decisões

Reduzir padrões de comportamento autodestrutivo, como a negatividade, a

desesperança e a falta de assertividade

Page 17: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

17

Melhorar a sua capacidade de funcionar em situações sociais e interpessoais

de trabalho.

Você e seu terapeuta podem discutir que tipo de terapia é ideal, os objetivos

do tratamento e outras questões, como a duração do tratamento.

2.10 CONVIVENDO/ PROGNÓSTICO

A distimia não é uma doença que você pode tratar por conta própria. Mas,

além de tratamento profissional, você pode tomar estes passos:

Siga o tratamento à risca. Mesmo que você sinta desmotivação, não deixe de

tomar os medicamentos e frequentar a terapia

Aprenda mais sobre sua condição. Busque sites com informações sobre

distimia e encontre pessoas que também convivem com a doença. Isso pode

te ajudar a entender o que é normal do tratamento e como passar pelas

dificuldades

Preste atenção aos sinais de alerta. Entenda o que desencadeia os sintomas

de distimia e quanto é preciso ficar alerta para recaídas

Mantenha-se ativo. Pratique exercícios ou outras atividades que te façam

bem, como jardinagem e leitura

Evite drogas e álcool

2.11 COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS

Não é incomum para uma pessoa com distimia também experimentar um

episódio de depressão ao mesmo tempo. Isso é chamado de depressão dupla. É por

isso que é tão importante procurar um diagnóstico médico precoce e preciso. O

médico ou médica pode então recomendar o tratamento mais eficaz.

2.12 PREVENÇÃO

Não há nenhuma maneira de evitar a distimia. Entretanto, estratégias podem ajudar

a afastar os sintomas de distimia precocemente:

Controle o estresse

Peça ajuda de sua família e amigos, principalmente nos momentos de crise

Obtenha tratamento ao primeiro sinal de problema

Page 18: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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3 NEURASTENIA

Neurastenia pode ser definido como um quadro de exaustão física e

psicológica, fraqueza, nervosismo e sensibilidade aumentada (principalmente

irritabilidade e humor depressivo), podendo ocorrer em todas as idades, tanto em

homens quanto em mulheres.

3.1 SINTOMAS

Cefaleia (dor de cabeça)

Raquialgia (dor na coluna)

Astenia neuromuscular (fraqueza)

Dispepsia (dificuldade para comer)

Insônia’

Depressão nervosa

Medos mórbidos

Transtorno de sono

3.2 TRATAMENTO

O melhor tratamento deve incluir uma melhora na

alimentação, exercícios físicos, cortar cigarro e todas as drogas ilícitas, como

também tirar um período para repouso.

A psicoterapia também é uma importante ferramenta para auxiliar o indivíduo

a desenvolver maneiras mais saudáveis de lidar com seus estressores,

compreender melhor a si mesmo, compartilhar suas dificuldades num ambiente

seguro e íntimo e ajudar o paciente a recuperar sua motivação e determinação. A

psicoterapia mais adequada: psicanálise, terapia cognitivo-comportamental, terapia

analítico-comportamental, varia de acordo com a demanda do paciente.

3.3 RELAÇÃO COM A NEUROANATOMIA

Diversas evidências sugerem que o locus coeruleus está envolvido em

funções complexas como aprendizado, memória, estresse e extinção de

comportamentos e segundo BALLENGER (1989) principalmente pelo seu papel no

processamento de múltiplas aferências sensoriais, em especial no que diz respeito

ao significado do estímulo. MASON e FIBIGER (1979) ressaltam a hipótese do

Page 19: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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envolvimento dessa estrutura nas manifestações de medo e ansiedade advinda dos

experimentos com lesões e estimulações elétricas de REDMOND e col. (1976).

O locus coeruleus possui cerca de 50% dos neurônios noradrenérgicos do

SNC, e é responsável pela produção de até 70% de toda a noradrenalina cerebral. É

ele também que provê a principal inervação noradrenérgica para os córtices cerebral

e cerebelar, para o sistema límbico, tronco cerebral e várias regiões da medula.

Também recebe aferências de quase todas as áreas do sistema nervoso central.

3.4 RELAÇÃO COM A PSICOLOGIA

As más condições laborais e a forma de organização do trabalho dentro do

sistema capitalista frequentemente têm se mostrado nocivas para o trabalhador.

Além disso, a chamada síndrome da fadiga crônica é um dos males que acomete a

classe trabalhadora. Por meio de revisão teórica buscou-se caracterizar a síndrome,

suas possíveis causas e consequências e o papel do psicólogo nas organizações. A

fadiga pode ser compreendida como um esgotamento físico e mental, culminando

em consequências para a saúde do trabalhador.

Excesso de trabalho, pressão por produção, turnos alternados, riscos físicos e

falta de autonomia são alguns fatores apontados como prováveis desencadeadores

da síndrome, e as consequências encontradas vão desde baixo rendimento e maior

risco de acidentes de trabalho até dificuldade para relaxar em momentos de lazer. É

papel do psicólogo do trabalho e organizacional realizar ações remediadoras e

preventivas que impeçam ou dificultem o aparecimento da fadiga no trabalho.

4. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR

4.1 DEFINIÇÃO

A bipolaridade, antes conhecido como transtorno maníaco-depressivo, é um

transtorno mental caracterizado por alterações de humor que se manifestam como

períodos de euforia e de depressão. A elevação do humor recebe o nome de mania,

já a diminuição hipomania. Estima se que cerca de 2 a 16 milhões de brasileiros

sejam portadores do transtorno bipolar, nas suas diferentes formas de manifestação.

Page 20: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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4.2 SINTOMAS E CLASSIFICAÇÃO

A mania (elevação do humor), é caracterizado por um comportamento

totalmente eufórico ou irritável, e por falta de autocontrole e bom senso. Sua

duração mínima é de uma semana. Já a hipomania (diminuição do humor) é

caracterizada por períodos de depressão que duram ao menos duas semanas,

podendo chegar a meses, e são caracterizados por sintomas como sentimentos

persistentes de tristeza, culpa, falta de esperança ou isolamento.

Existem algumas variações do transtorno bipolar, como a do tipo um

caracterizado pela euforia(fase maníaca) e depressão leve (distimia), do Tipo dois a

hipomania (fase depressiva), e a mista quando as fases eufórica e depressiva se

manifestam simultaneamente. Já os ciclos se classificação por ciclos rápidos,

quando os episódios de variações de humor duram menos de uma semana. E o

ciclotimia, quando os sintomas persistem por pelo menos dois anos, e o quadro de

hipomania não é considerado como depressão profunda.

4.3 CAUSA

As causas podem ser tanto ambientais, psicossocias ou genéticas. No

entanto, são as genéticas que são responsáveis por quase 80% do risco de

desenvolver a doença. Estudos reforçam a ideia de que não existem um único gene

responsável por causar o transtorno, e sim a mutação que ocorrem neles, ou seja a

heterogeneidade, com diferentes genes implicados em famílias diferentes. Este

mesmo estudo afirma que a idade paterna avançada pode ser uma pequena

geradora de transtorno bipolar, pois consiste com a hipótese de aumento de novas

mutações genéticas.

4.4 DIAGNOSTICO

Segundo o Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais, o que caracteriza o

transtorno bipolar de humor, são episódios maníacos com duração de pelo menos

uma semana, com sintomas como: auto- estima elevada, necessidades de sono

diminuída, verborragia, fuga de ideias, distração, inquietude, impulsividade,

impaciência, ansiedade e irritabilidade. Além da depressão que se caracteriza por

mais de cinco sintomas e tem a duração de pelo menos duas semanas. Os sintomas

são: estado depremido, anedonia, sensação de inutilidade, culpa excessiva,

Page 21: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

21

dificuldade de concentração, fadiga, distúrbios do sono, distúrbio psicomotor,

distúrbio alimentar e ideação suicida.

Os sintomas se iniciam na infância ou adolescência, porem torna se difícil de

se dar o diagnóstico preciso devido as peculiaridades na apresentação clínica. Isso

tem consequências devastadoras, pois o comportamento suicida pode ocorrer em

25% dos adolescentes portadores do transtorno.

4.5 EPIDEMIOLOGIA

O transtorno bipolar de humor acarreta incapacitação e grave sofrimento para

os portadores e suas famílias. Dados da Organização Mundial de Saúde, ainda na

década de 1990, evidenciaram que o transtorno foi a sexta maior causa de

incapacitação no mundo. Estimativas indicam que um portador que desenvolve os

sintomas da doença aos 20 anos de idade, por exemplo, pode perder 9 anos de vida

e 14 anos de produtividade profissional,se não tratado adequadamente.

A mortalidade dos portadores de TBH é elevada, e o suicídio é a causa mais

frequente de morte, principalmente entre os jovens. Estima-se que até 50% dos

portadores tentem o suicídio ao menos uma vez em suas vidas e 15% efetivamente

o cometem. Também doenças clínicas como obesidade, diabetes, e problemas

cardiovasculares são mais frequentes entre portadores de Transtorno Bipolar do que

na população geral. A associação com dependência de álcool e drogas não apenas

é comum (41% de dependência de álcool e 12% de dependência de alguma droga

ilícita), como agrava o curso prognóstico do TAB, piora a adesão ao tratamento e

aumenta em duas vezes o risco de suicídio.É importante ressaltar que nem todos os

portadores do Transtorno Bipolar são dependentes de álcool ou drogas ilícitas.

4.6 TRATAMENTO

O tratamento adequado para o TBH pode ser feito com mais de um

estabilizante de humor como carbonato de lítio (medicação com a melhor evidencia),

acido valproico/valproato de sódio/divalproato, lamotrigina, carbamazepina ou

oxcarbazepina. A associação de antidepressivos (de diferentes classes) e de

antipsicoticos (em especial os de segunda geração como respiridona, olanzapina,

Page 22: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

22

quietapina, ziprasidona, aripiprazol) pode ser necessário para o controle de

episódios de depressão e de mania. É preciso enfatizar que, antidepressivos podem

ser ineficazes se não acompanhados de psicoterapia, especialmente em casos que

envolvam alcoolismo, tabagismo ou uso de substancias ilícitas.

O tratamento psicoterápico é outra maneira eficaz para tratar o transtorno

bipolar, pois ajuda na redução dos sintomas residuais, na prevenção das recaídas

recorrentes, previne o suicídio, melhora a qualidade de vida do paciente de dos

familiares, melhora as habilidades sócias e o desempenho, e melhora a capacidade

de lidar com situações estressantes.

4.7 NEUROANATOMIA

O THB está relacionado com o surgimento de diversas alterações bioquímicas

e moleculares em sistemas de neurotransmissão e vias de segundos-mensageiros

geradores de sinais intracelulares. Essas modificações em neurônios e glia parecem

esta associadas com o surgimento de sintomas maníacos depressivos. A doença

parece estar relacionada diretamente com disfunções em diferentes mecanismos

adaptativos a estresse em células neurais, gerando perda na capacidade da célula

de induzir neuroplasticidade e neurotrofismo, facilitando assim o surgimento da

doença. Nos aspectos neurobiológicos se tem pouco achados. No entanto,

pacientes que apresentam quadros depressivos e de mania, apresentam inúmeras

alterações na função cerebral. Os fatores neurobiológicos intracelulares e

intercelulares envolvidos na fisiopatologia do THB incluem alteração em sistemas de

neurotransmissão ,segundos mensageiros, vias de transcrição de sinal e regulação

na expressão genica.

4.8 NEUROIMAGEM ESTRUTURAL

Alterações na estrutura cerebral também têm sido descritas no THB, por meio

de estudos de neuroimagem.(Soares e Mann, 1997). A maioria dos estudos que

avaliaram o volume cerebral total e o grau de atrofia cortical não demonstrou

diferenças significativas entre indivíduos bipolares e controles, enquanto um estudo

encontrou a relação inversa entre a idade e o volume da substância cinzenta

cerebral em indivíduos com THB, sugerindo uma possível perda neuronal induzida

pelo transtorno. Além disso, o mesmo grupo encontrou aumento significativo da

substância cinzenta cerebral em bipolares em uso de lítio, em comparação com

Page 23: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

23

controles normais e bipolares sem uso do fármaco. Estudos que avaliaram regiões

cerebrais específicas de pacientes com THB demonstraram diminuição do volume

temporal em bipolares masculinos, redução significativa apenas no córtex temporal

esquerdo e aumento significativo do giro temporal superior anterior, em relação a

esquizofrênicos e controles. No entanto, outros cinco estudos não observaram

alterações volumétricas no córtex temporal entre bipolares e controles. Em relação à

amígdala, mais especificamente, um estudo observou diminuição significativa à

esquerda, dois estudos encontraram aumento da amígdala, enquanto um estudo

não encontrou diferenças entre bipolares e controles. Na região do hipocampo, um

estudo demonstrou aumento significativo do hipocampo direito em pacientes

bipolares, e outros quatro estudos não descreveram diferenças nesta região. No

córtex pré-frontal (CPF), dois estudos demonstraram diminuição significativa

especificamente da região subgenual de indivíduos bipolares com história familiar

positiva para transtornos de humor, e outros cinco estudos não encontraram

diferenças significativas no volume total ou em outras sub-regiões do CPF. Dessa

forma, os achados neuroanatômicos das diversas regiões corticais cerebrais

sugerem, principalmente, alterações da amígdala e diminuição do CPF subgenual,

estruturas que são intimamente conectadas a regiões subcorticais e estão

relacionadas com o controle da resposta emocional. Estudos que avaliaram os

gânglios basais demonstraram aumento significativo do estriado, globo pálido e

núcleo caudado em pacientes com THB. Um estudo demonstrou relação inversa

entre a idade e o volume do putâmen, sobretudo em bipolares do tipo I, sugerindo

alterações neurodegenerativas relacionadas com a idade nesta região. No entanto,

seis estudos não encontraram alterações volumétricas significativas nos gânglios

basais entre bipolares e controles. Os resultados observados nas regiões

subcorticais e fossa posterior sugerem comprometimento dos gânglios da base e do

cerebelo, estruturas associadas à modulação do afeto e da atenção,

respectivamente.Em resumo, diminuição no córtex pré-frontal parece ser o achado

mais consistente no estudo topográfico cerebral de pacientes bipolares. Também

tem sido relatado alargamento de ventrículos, porém de forma menos consistente

que na esquizofrenia. Ainda, alterações no volume de hipocampo e amígdala têm

sido descritas na doença, porém sem homogeneidade destes achados específicos.

Estudos realizados nos anos de 1990 descrevem de forma consistente a presença

de hiperintensidades em substância branca subcortical em bipolares, usualmente

Page 24: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

24

associadas a alterações vasculares, as quais são denominadas de “objetos

brilhantes não-identificados”. Estima-se que indivíduos com THB possuem um risco

três vezes maior de apresentar lesões hiperintensas em substância branca, que é a

constatação mais prevalente nos estudos em neuroimagem. Cabe lembrar que tais

achados não foram considerados como específicos ao THB, já que

foi observada associação entre este achado com idade avançada e alteração

vascular em significativa proporção dos pacientes bipolares que apresentavam esta

alteração.

Com o uso de ressonância magnética funcional têm se examinado as áreas

cerebrais que ficam ativas em voluntários sadios versus pacientes com THB em

vários estágios do transtorno (depressão, hipomania, eutimia) por meio de

paradigmas de ativação emocional utilizando estímulos com valência afetiva ou

neutra. Pacientes com transtorno bipolar utilizam áreas cerebrais diferentes (por

exemplo, tálamo e hipotálamo) dos controles saudáveis (regiões do

córtex frontal).

THB apresentam padrões de ativação subcortical, que são tanto relacionados

ao traço (THB) como ao estado (fase do humor). A técnica de espectroscopia por

ressonância magnética (MRS) tem possibilitado o estudo do metabolismo de regiões

específicas do cérebro humano in vivo (Stanley et al., 2002).

5. TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO 

Classifica-se o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) como

um transtorno de ansiedade que se origina partir da exposição a algum evento

traumático, ou seja, uma situação de violência física, acidentes automobilísticos,

catástrofes naturais, estupro, sequestros, morte de entes queridos, assaltos,

agressões físicas, etc.

Subjetivamente, os estressores provocam um sentimento de medo intenso, de

impotência e desamparo. Objetivamente, produz grande variedade de sintomas,

como dores de cabeça e crônica, síndrome do cólon irritável, fadiga e alterações

autonômicas intensas associadas à ansiedade. Também podem apresentar estados

dissociativos, que levam a pessoa a reviver as situações traumáticas sob a forma

de flashbacks e pesadelos. Uma pequena proporção dos pacientes pode apresentar

Page 25: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

25

uma cronificação dos sintomas, que culmina na alteração permanente da

personalidade.

5.1 SINTOMAS

De acordo com o DSM-IV (Manual de Diagnóstico dos Distúrbios Mentais) a

pessoa que pessoa que foi exposta a um evento traumático pode desenvolver as

seguintes características e sintomas: dificuldade para cair no sono ou permanecer

dormindo, irritabilidade ou acessos de raiva, dificuldade de concentração,

hipervigilância, resposta de susto exagerada, angústia ao se expor a estímulos

semelhantes.

Esses sintomas não eram comuns antes do trauma e se apresentam em virtude

do evento, surgem de modo persistente, com excitação aumentada, angústia,

disfunção clínica significativa na área social, ocupacional e em outras áreas

importantes da vida.

Conforme CAMARA FILHO (2001) tradicionalmente a sintomatologia do TEPT é

organizada em três grandes grupos: o relacionado à reexperiência traumática, à

esquiva e distanciamento emocional e à hiperexcitabilidade psíquica.

Na reexperiência traumática o indivíduo já está afastado da situação estressora,

porém, vivencia a experiência de forma contemporânea, algumas lembranças

recorrentes que ressurgem de modo intrusivo, provocam um sentimento de angústia

e mal-estar no paciente. Na esquiva e distanciamento emocional se desvelam um

comportamento de afastamento da ansiedade gerada pelo fenômeno traumático, ou

ainda, um comportamento de evitar falar sobre o trauma, não falar sobre situações,

sentimentos ou pensamentos que relembrem o fenômeno. Pode-se observar ainda a

que diz hiperexcitabilidade psíquica que se caracteriza por uma sintomatologia de

cunho fisiológico especialmente quando o sujeito está em contato com estímulos-

traumáticos.

O TEPT é subdividido em agudo e crônico. O TEPT agudo pode ser

diagnosticado um mês após o acontecimento. Quando o TEPT continua por mais de

três meses, é considerado crônico. Em seu estado crônico geralmente está

associado com comportamentos esquivos mais proeminentes.

Page 26: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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Deve-se considerar que alguns indivíduos não manifestam sintomas de modo

instantâneo, demonstram pouca ou nenhuma característica do trauma, podendo

evidenciar um TEPT com surgimento atrasado, esse fato ainda não possui

explicações plausíveis e claras na ciência.

5.2 CAUSAS

O TEPT é um transtorno cuja origem temos certeza: uma pessoa experimenta

pessoalmente um trauma e desenvolve um transtorno. Entretanto, se alguém

desenvolve TEPT ou não, é uma questão mais complexa, que envolve fatores

biológicos, psicológicos e sociais. (BARLOW, 2011).

A intensidade da exposição contribui para o desenvolvimento do TEPT, mas não

é fator determinante para surgimento do problema. Algumas pesquisas apontam

que, quanto maior a vulnerabilidade biológica e psicológica, mais propenso o sujeito

está de desenvolver o TEPT. Um histórico familiar de ansiedade aumenta a

vulnerabilidade biológica para o desenvolvimento do transtorno, assim como, as

experiências anteriores e acontecimentos imprevisíveis na vida do paciente.

Alguns autores examinaram os fatores que contribuíram para quem desenvolveu

e quem não desenvolveu os sintomas do TEPT, o apoio social dos pais, de amigos,

de colegas de escola e de professores foi um fator protetor muito importante [...]

quanto mais ampla e profunda a rede social, menor a chance de desenvolver o

TEPT.

De fato, os aspectos culturais e sociais são fatores importantes no

desenvolvimento do transtorno. Entretanto, as causas para a manifestação do TEPT

não decorrem somente da severidade do trauma, mas tem associações com a

simbolização que o indivíduo faz da situação vivenciada a partir de representações

mentais articuladas com a cultura que o sujeito compartilha.

5.3 TRATAMENTO

Na abordagem do TEPT, as intervenções psicoterápicas e psicossociais,

indicadas tanto para prevenção como tratamento do transtorno, têm tido enfoque

especial. A atenção voltada às abordagens em questão baseia-se no fato de que

nem todos os indivíduos submetidos a traumas importantes desenvolvem o

Page 27: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

27

transtorno, o que pode estar relacionado a uma resposta individual ao estressor ou a

uma predisposição única daquele indivíduo.

A maioria dos clínicos acredita que as vítimas de TEPT deveriam encarar o

trauma para desenvolver estratégias eficazes de enfrentamento. A técnica de

exposição imaginaria tem sido usada sistematicamente por muito tempo, a fim de

reduzir o conteúdo do evento traumático e as emoções negativas associadas a este.

O tratamento do TEPT inclui terapia medicamentosa, terapias cognitivo-

comportamental e abordagem psicodinâmica. Há estudos demonstrando que alguns

tipos de TEPT respondem pobremente a terapias cognitivo-comportamentais e ao

tratamento psicofarmacológico. Pacientes que desenvolvem o TEPT complexo,

como mencionado, beneficiam-se de terapias psicanalíticas. Ocorre grande

semelhança entre a psicoterapia do 'complexo TEPT' e o tratamento analítico de

transtornos de personalidade – pode-se perceber uma ligação, pois o trauma

precoce é um fator de risco para ambas as patologias.

As técnicas cognitivo-comportamentais trouxeram benefícios significativos no

tratamento e redução de pessoas com TEPT, o tratamento farmacológico também é

relevante no transtorno de estresse pós-traumático, porém, não existe um

tratamento universal para todos os tipos de TEPT, para tanto, é necessário que o

profissional faça uma boa avaliação psicológica de modo que atenda a necessidade

e angústia do paciente e solicite o melhor e mais adequado tratamento,

considerando a singularidade de cada ser humano, sua história de vida,

O tratamento farmacológico desempenha papel importante e efetivo na redução

dos sintomas do TEPT. Algumas pesquisas indicam que dentre os medicamentos

utilizados, os antidepressivos são os mais eficazes e atuam como bons instrumentos

no cuidado da vítima. Nesse caso, destacam-se a imipramina e sertralina como os

fármacos que obtiveram os resultados mais positivos.

5.4 RELAÇÃO COM A PSICOLOGIA

O trabalho da psicologia deve acima de tudo prestar acolhimento e ajuda a

esse homem fragilizado, que muitas vezes perdeu perspectivas de vida, de futuro. E

que deve ser entendido em seu contexto integral. O manejo desse profissional e de

sua equipe multidisciplinar deve pautar a sua atuação com o foco em aplicar

Page 28: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

28

estratégias terapêuticas não só para reduzir os sintomas mais urgentes, mas

também possibilitar a reinserção desse sujeito na sociedade, e consequentemente,

promover uma melhor qualidade de vida.

6. FOBIA

A fobia é um medo persistente e irracional de um determinado objeto, animal,

atividade ou situação que represente pouco ou nenhum perigo real, mas que,

mesmo assim, provoca ansiedade extrema.

Fobia nem sempre é uma doença em si. Pode ser um sintoma de outra causa

subjacente – geralmente um transtorno mental. De qualquer forma, o medo sentido

por pessoas que têm fobia é completamente diferente da ansiedade que é natural

dos seres humanos. O medo, por si só, é uma reação psicológica e fisiológica

perfeitamente que surge em resposta a uma possível ameaça ou situação de perigo.

Já a fobia não segue uma lógica propriamente dita, e a ansiedade nesses casos é

incoerente com o perigo real que aquilo representa.

A fobia costuma ser de longa duração, provoca intensas reações físicas e

psicológicas e pode comprometer seriamente a qualidade de vida de quem a tem.

6.1 TIPOS DE FOBIA

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, a fobia

simples pode ser dividida em, pelo menos, cinco categorias:

Animais (aranhas, cobras, sapos, etc.)

Aspectos do ambiente natural (trovoadas, terremotos, etc.)

Sangue, injeções ou feridas

Situações (alturas, andar de avião, elevador ou metrô, etc.)

Outros tipos (medo de vomitar, contrair uma doença, etc.).

6.2 CAUSAS

A causa de muitas fobias ainda é desconhecida pelos médicos. Apesar disso,

há fortes indícios de que a fobia de muitas pessoas possa estar relacionada ao

histórico familiar, levando a crer que fatores genéticos possam representar um papel

importante na origem do medo persistente e irracional.

Page 29: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

29

No entanto, sabe-se também que as fobias podem ter uma ligação bastante

direta com traumas e situações passadas. Isso acontece porque a maioria dos

problemas emocionais e comportamentais é desencadeada por dificuldades que

uma pessoa enfrentou ao longo da vida. Todas as pessoas passam por momentos

difíceis, mas algumas delas podem desenvolver, com o tempo, sentimentos de

angústia que podem evoluir para um quadro de fobia.

6.3 FATORES DE RISCOS

Apesar de as causas de uma fobia não estarem totalmente esclarecidas, os

médicos e psiquiatras acreditam que uma série de fatores possa estar envolvida.

Veja:

Idade - Alguns tipos de fobia se desenvolvem cedo, geralmente na infância.

Outras podem ocorrer durante a adolescência e há aquelas que também

podem surgir no início da vida adulta, até por volta dos 35 anos de idade.

Histórico familiar - Se alguém de sua família tiver algum tipo fobia, você tem

mais chances de desenvolvê-la também. Esta poderia ser uma tendência

hereditária, mas especialistas suspeitam que crianças sejam capazes de

aprender e adquirir fobia somente observando as reações de uma pessoa

próxima, da mesma família, a alguma situação de pouco ou nenhum perigo.

Temperamento - O risco de se desenvolver uma fobia específica pode

aumentar se você tiver temperamento difícil, for sensível e tiver um

comportamento mais inibido e retraído do que o normal.

Evento traumático - Passar por uma situação traumática ou por uma série de

eventos traumáticos ao longo da vida podem levar ao desenvolvimento de

uma fobia.

6.4 SINTOMAS DE FOBIA

Os sinais e sintomas dependem muito do tipo de fobia que você tem. No

entanto, independentemente do tipo, algumas características são notadas em todos

os indivíduos que apresentam fobias:

Sentimento de pânico incontrolável, terror ou temor em relação a uma

situação de pouco ou nenhum perigo real

Page 30: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

30

Sensação de que você deve fazer todo o possível para evitar uma situação,

algo ou alguém que você teme

Incapacidade de levar sua vida normalmente por causa de um medo ilógico

Presença e aparecimento de algumas reações físicas e psicológicas, como

sudorese, taquicardia, dificuldade para respirar, sensação de pânico e

ansiedade intensos, etc.

Saber que o medo que sente é irracional e exagerado, mas mesmo assim não

ter capacidade para controlá-lo.

6.5 BUSCANDO AJUDA MÉDICA

Caso você ou alguém que você conheça está apresentando algum tipo de

medo irracional, ilógico ou desproporcional a alguma situação, procure ajuda

psiquiátrica para tratar deste medo. Principalmente se o medo sentido estiver

comprometendo gravemente a qualidade de vida e estiver prejudicando o

desempenho no trabalho, nos estudos e nos relacionamentos.

Qualquer médico pode diagnosticar uma fobia, mas os médicos que estão mais

familiarizados com o problema são:

Psiquiatra (primeiro lugar, é o especialista no transtorno, o único listado que

tem formação específica para o problema)

Psiquiatra Infantil

Neurologista (não é especialista mas na prática clínica acaba atendendo

muita gente com o problema

Clínico Geral (não é especialista mas na prática clínica acaba atendendo

muita gente com o problema

Pediatra.

Um profissional não médico que também faz o diagnóstico é o psicólogo.

6.6 DIAGNÓSTICO DE FOBIA

Não existem exames laboratoriais capazes de diagnosticar uma fobia. O

diagnóstico, em vez disso, é baseado em uma entrevista clínica minuciosa. A

avaliação final do especialista seguirá algumas diretrizes diagnósticas.

Para ser diagnosticada com uma fobia, uma pessoa deve se enquadrar em

Page 31: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

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determinados critérios presentes no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

Mentais, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria. Este manual é usado

por diversos especialistas de saúde mental para diagnosticar condições psiquiátricas

e psicológicas.

Os critérios de diagnóstico variam muito de acordo com o tipo de fobia.

6.7 TRATAMENTO DE FOBIA

O tratamento para a fobia tem como objetivo reduzir a ansiedade e o medo

provocados por motivo ilógico, irracional e exagerado, ajudando no gerenciamento

das reações físicas e psicológicas decorrentes deste medo.

Há três diferentes tipos de abordagem que podem ser seguidos pelos

especialistas e pacientes: a psicoterapia, o uso de medicamentos específicos ou,

ainda, a união de ambos.

Betabloqueadores, antidepressivos e sedativos costumam ser as medicações

mais recomendadas pelos médicos e, quando unidas a terapias comportamentais, o

resultado costuma ser bastante eficiente.

6.8 COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS

Se não forem devidamente tratadas, as fobias podem comprometer gravemente

a vida das pessoas e levá-las a situações extremas.

Isolamento social: evitar lugares, coisas e pessoas que você teme pode

causar problemas profissionais, familiares e de relacionamento

Depressão: muitas pessoas com fobias estão mais sujeitas a desenvolver

depressão e outros transtornos de ansiedade

Abuso de substâncias: o estresse de viver e conviver com uma fobia pode

levar ao abuso de substâncias e à dependência química e psíquica, como o

tabagismo, o alcoolismo e o vício em determinados tipos de drogas

Suicídio: alguns indivíduos com fobias específicas são mais propensos a

cometer suicídio.

6.9 PREVENÇÃO

Como as causas de fobias são desconhecidas pelos médicos e especialistas,

Page 32: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

32

infelizmente não há formas conhecidas de prevenção. Buscar ajuda médica é

sempre o melhor caminho para pessoas que já apresentem os sintomas.

7 FOBIA SOCIAL

A Fobia Social é um transtorno de ansiedade, e se caracteriza pela extrema

ansiedade diante de situações em que a pessoa se sinta avaliada por outros, ou

seja, acontece sempre que a pessoa é submetida à observação externa enquanto

executa uma atividade; o problema é que para o fóbico social essa avaliação é

sempre ruim, a pessoa se sente como se diante dos outros estivesse sempre na

eminência de ser humilhado publicamente ou colocado em situações embaraçosas,

por isso essas situações são tão temidas e frequentemente evitadas.

7.1 SINTOMAS

Não há um sintoma próprio da Fobia Social, são os mesmos sintomas que

acometem qualquer outra situação de ansiedade. O que o caracteriza é que isso

acontece sempre em situações de algum contato social onde a pessoa se sinta

observada.

Pacientes relatam dificuldade em:

• dizer não a um vendedor insistente,

• mesmo que uma mulher ou homem lhe interessem e demonstrem interesse não

conseguem se aproximar,

• podem estar perdidos em algum lugar não pedem informação,

• num grupo não conseguem expressar opiniões contrárias ao que está sendo

exposto,

• tem dificuldades em iniciar e/ou manter uma conversa,

• entrar em algum lugar ( festa, restaurante etc.) quando já tem muita gente,

• falar com autoridades ou pessoas do sexo oposto,

• comer em público,

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33

• falar em público,

• recusam promoções no trabalho, mesmo sabendo que teriam capacidade para tal,

• mesmo com condições financeiras, não conseguem entrar numa loja e comprar

algo

Não aparecem todos os sintomas na mesma pessoa, normalmente existe a

ocorrência de alguns e muitas vezes com predominância de um.

7.2 DIFERENÇAS ENTRE TIMIDEZ E FOBIA SOCIAL

A timidez não é um transtorno mental, ela é controlável e não é incapacitante,

apenas um mal estar. Por exemplo, a pessoa não gosta de se apresentar um

público, mas se é preciso ela vai e faz, enfrenta certo desconforto nos primeiros dez

minutos, mas depois vai relaxando e tudo fica bem. Com o fóbico social não é assim,

os sintomas permanecem por todo o tempo e só aumentam durante a fala, sua

atenção está mais concentrada nos seus sintomas e no pensamento se as pessoas

estão percebendo e o achando idiota, do que no conteúdo da exposição, resultado

óbvio: fracasso.

A timidez não causa danos efetivos na realização pessoal, mas atrapalha. Por

exemplo: a pessoa fica mais quieta nos grupos é menos lembrada nas atividades. O

fóbico social tem sua vida social seriamente comprometida. Por exemplo: a pessoa

simplesmente não aceita convites do grupo, se esquiva e fica em casa, resultado:

isolamento.

O tímido não precisa fazer uso de medicamentos, mas se preferir pode se

beneficiar de um tratamento psicológico se a timidez o incomodar pessoalmente.

7.3 CAUSAS

Como muitos outros problemas relacionados à saúde mental, a fobia social é

resultado, provavelmente, de uma complexa interação entre o meio ambiente e

genes. As possíveis causas incluem:

Page 34: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

34

7.3 HEREDITARIEDADE

Os transtornos de ansiedade, entre eles a fobia social, são comuns em

pessoas de uma mesma família, mas ainda não está claro se há mesmo uma

relação direta entre a genética e esses distúrbios.

7.4 ESTRUTURA CEREBRAL

A amídala cerebelosa é uma importante estrutura do cérebro na formação e

controle das emoções humanas, entre elas o medo.

Um novo estudo realizado na Universidade de Uppsala, na Suécia, mostrou

que indivíduos com transtorno de ansiedade social/fobia social têm níveis muito altos

do neurotransmissor serotonina - e não muito baixos, como sugeriam estudos

anteriores. E quanto mais serotonina essas pessoas produzem, mais ansiosos são

em situações sociais.

7.5 MEIO AMBIENTE

Ao contrário de outras condições de saúde, acredita-se que a fobia social

esteja mais relacionada a causas externas do que a causas genéticas. Por isso, é

possível afirmar que o transtorno de ansiedade social pode ser um comportamento

aprendido ao longo da vida. Além disso, parece haver uma associação entre o

distúrbio e a forma como o filho recebeu educação dos pais.

7.6 TRAUMAS E EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS

Crianças que sofrem provocações, como bullying, rejeição, ridicularização ou

humilhação tendem a ser mais propensas a distúrbios de ansiedade social. Além

disso, acontecimentos negativos e/ou traumáticos na vida da criança, como conflitos

familiares ou abuso sexual, podem ser associados ao transtorno também.

7.7 TEMPERAMENTO

As crianças mais tímidas e contidas são mais propensas a esse transtorno

também, principalmente se elas encontram dificuldade para enfrentar novas

situações ou novas pessoas.

Page 35: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

35

7.8 NOVAS DEMANDAS SOCIAIS OU DE TRABALHO

Conhecer novas pessoas, fazer um discurso em público ou fazer uma

importante apresentação de trabalho são alguns exemplos de situações capazes de

desencadear sintomas de transtorno de ansiedade social. No entanto, estes

sintomas geralmente têm suas raízes na adolescência.

Desfiguração facial ou em outras partes do corpo, gagueira e outras doenças que

costumam ser visíveis e notáveis pode aumentar os riscos de uma pessoa vir a

desenvolver fobia social.

7.9 DIAGNÓSTICO DE FOBIA SOCIAL

Uma avaliação prévia com um profissional de saúde mental vai indicar se os

seus sintomas são causados por fobia social ou por alguma outra condição de

saúde.

Na consulta, o médico começará o diagnóstico com um exame físico para

verificar se alguma causa física está por trás dos sinais e sintomas manifestados

pelo paciente. Em seguida, ele poderá lhe fazer uma série de questionamentos

sobre esses sinais, a fim de entender melhor a frequência e intensidade dos

sintomas e saber em que tipo de situações eles costumam ser mais recorrentes.

7.10 TRATAMENTO

Os dois tipos mais comuns de tratamento para fobia social são por meio de

medicamentos e psicoterapia. Essas duas abordagens podem ser utilizadas juntas,

caso o médico psiquiatra acredite que uma combinação de ambas possa ser mais

eficaz para o paciente.

7.11 PSICOTERAPIA

Existem diversas formas de psicoterapia, sendo a mais estudada e com

melhores resultados para a fobia social a Psicoterapia Cognitiva Comportamental. É

um tipo de tratamento que costuma surtir muito efeito na qualidade de vida das

pessoas com fobia social, diminuindo seus sintomas. Na terapia cognitiva, o

paciente aprende a reconhecer os pensamentos negativos que carrega consigo e,

em seguida, mudá-los, desenvolvendo habilidades que o ajudem a ganhar confiança

(principalmente em situações sociais ).

Page 36: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

36

Entre as opções existentes dentro da psicoterapia, a terapia cognitivo-

comportamental é o tipo mais comum de aconselhamento para a ansiedade

característica da fobia social. Na terapia cognitivo-comportamental, o paciente é

constantemente exposto a situações sociais que lhe causam apreensão e medo.

Enfrentar situações temidas é essencial para desenvolver habilidades e adquirir

confiança para lidar com essas situações

7.12 MEDICAMENTOS

Vários tipos de medicamentos são usados para tratar o transtorno de

ansiedade social. No entanto, os inibidores da recaptação da serotonina (ISRS, na

sigla em inglês) são, muitas vezes, o primeiro e principal tipo de medicação usado

para tratas os sintomas da fobia social. Inibidores de recaptação da serotonina e

norepinefrina (IRSN) também podem ser uma opção para o transtorno.

Os medicamentos mais usados para o tratamento de fobia social são:

Clonazepam

Sertralina

Escitalopram

Rivotril.

O tratamento medicamentoso traz alívio dos sintomas logo nos primeiros dias de

seu uso, mas eles voltam com a suspensão dos mesmos. O tratamento

psicoterápico demora mais para ter resultado, entretanto os sintomas não voltam

com a suspensão do mesmo.

O paciente não irá tomar medicação por muito tempo, só o suficiente para

controle dos sintomas físicos de ansiedade, e o tratamento psicoterápico no primeiro

mês já começa a aparecerem os efeitos da melhora e no final do quarto mês, já é

possível verificar resultados bastante satisfatórios

8. TRANSTORNO ANSIEDADE GENERALIZADA

A ansiedade é uma reação normal do ser humano diante de situações que

podem provocar medo, dúvida ou expectativa. No entanto, quando esse sentimento

persiste por longos períodos de tempo, meses ou anos passando a interferir nas

Page 37: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

37

atividades do dia a dia, a ansiedade deixa de ser natural e passa a ser motivo de

preocupação.

A principal característica do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é a

preocupação excessiva. Pessoas com TAG são preocupados crônicos que se

sentem ansiosos quase todo o tempo, mesmo sem saber o porquê. Todo mundo se

preocupa em algum grau, em algum momento sobre algo em suas vidas. No

entanto, a preocupação vivida por indivíduos com TAG é claramente fora de

proporção com a probabilidade ou impacto do acontecimento real.

Um diagnóstico de TAG exige que haja preocupação em relação a quatro ou

mais circunstâncias de vida que ocorram pelo menos durante seis meses. Embora

não seja tão intensa como um ataque de pânico, dura muito mais tempo e quase

não dá paz ao paciente. Quem sofre de TAG descreve o transtorno como uma

sensação de estar "ligado" o tempo todo.

8.1 SINTOMAS

Os sintoma físicos associados com o transtorno da ansiedade generalizada

se diferenciam daqueles associados com ataques de pânico, ele está associado com

o alerta autônomo, presumivelmente como resultado de um impulso repentino do

sistema nervoso simpático (por exemplo,aumento dos batimentos cardíacos e

palpitações,transpiração,tremores), o TAG é caracterizado por tensão

muscular,agitação mental,suscetibilidade a fadiga (resultado de tensão muscular

crônica excessiva), alguma irritabilidade e dificuldade para dormir. Concentrar a

atenção é difícil à medida que a mente se altera rapidamente de crise a crise.

À pergunta você se preocupa excessivamente com coisas pequenas?

100%dos indivíduos com TAG responderam sim, comparados com

aproximadamente 50% dos indivíduos com outras categorias de transtorno de

ansiedade.

Apesar de alguns dos sintomas poderem ser semelhantes aos de uma fobia, o

TAG não está associado a uma situação ou coisa específica. Há um mal-estar que

lança uma sombra sobre todas as atividades da vida do paciente.

Page 38: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

38

Psicológicos Físicos

Medo Palpitações

Insônia Vertigens

Inquietação Falta de ar

Preocupação Boca seca

Sensação de estar no limite Aperto no peito

Aumento ou falta de apetite Transpiração excessiva

Suscetibilidade à fadiga Tensão nos músculos do pescoço e

das costas

8.2 CAUSAS

Em relação á maioria dos transtornos de ansiedade, parece haver uma

vulnerabilidade biológica generalizada, como consta nos estudos que examinam a

contribuição genética ao TAG. Essa conclusão está baseada em pesquisas que

mostram que o TAG tende a acontecer na família. Estudos de gêmeos fortalecem

essa sugestão, em 1992 descobriram que o risco de TAG era de alguma forma

maior para ambos os membros em pares monozigóticos (idênticos) mulheres

gêmeas quando uma delas já tivesse TAG do que em gêmeas dizigóticas. No

entanto, em um estudo posterior e mais enfocado, confirmaram que o que parece

ser hereditário é uma tendência de se tornar ansiosos mais que o próprio TAG .

Page 39: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

39

Como acontece com todos os problemas de saúde mental, constitui tipicamente

uma combinação de fatores biológicos e ambientais. Um desequilíbrio de

substâncias químicas cerebrais que ocorrem naturalmente, tais como a serotonina,

dopamina e norepinefrina, são frequentemente vistas em pessoas com TAG e

podem ser um indicador de uma propensão a desenvolver a doença.

Um desequilíbrio destas substâncias químicas, chamadas neurotransmissores,

pode afetar a estabilidade emocional e o bem-estar mental. Viver um trauma,

especialmente durante a infância, pode ter uma associação ao TAG.

Aqueles que sofreram abuso ou trauma, incluindo assistir a um evento

traumático, enquanto criança, estão em maior risco de desenvolver transtorno de

ansiedade generalizada mais tarde na sua vida.

8.3 TRATAMENTOS

Os tratamentos disponíveis, tanto por meio de drogas quanto psicológicos, são

razoavelmente eficientes. Os benzodiazepínicos (tranquilizantes mais fracos) são

prescritas com mais frequência para ansiedade geral, e evidências indicam que

proporcionam algum alívio, pelo menos em curto prazo. Bem poucos estudos têm

considerado os efeitos dessas drogas por um período maior que oito semanas.

Aqueles que sugeriram benefícios parecem continuar por cerca de seis meses. No

entanto o efeito terapêutico é modesto. Além disso, as benzodiazepinas oferecem

risco. Parecem prejudicar tanto o funcionamento cognitivo quanto o motor.

Especificamente as pessoas não parecem ficar tão alertas no trabalho ou na escola

quando estão ingerindo benzodiazepinas.

O uso das benzodiazepinas serve para o alívio em curto prazo da ansiedade

associada com crises temporárias ou acontecimentos estressantes, como problemas

familiares.

Em curto prazo, os tratamentos psicológicos parecem conceder o mesmo

benefício que as drogas no tratamento, mas eles são provavelmente melhores em

longo prazo.

No início da década de 1990, foi desenvolvido um tratamento cognitivo

comportamental (tcc) para o TAG, no qual os pacientes evocam processo de

Page 40: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

40

preocupação durante as sessões de terapia e confrontam as imagens que provocam

ansiedade e os pensamentos de enfrentamento. O paciente aprende a usar a terapia

cognitiva e outras técnicas de enfrentamento para contra-agir e controlar o processo

de preocupação.

8.4 ÁREAS CEREBRAIS AFETADAS PELA ANSIEDADE

Várias partes do cérebro estão relacionadas a circuitos do medo e da

ansiedade, como a amígdala e o hipocampo. Estas estão disfuncionais em vários

nos transtornos de ansiedade, como mostraram estudos usando técnicas de imagem

(como ressonância magnética estrutural e funcional). A amígdala é uma estrutura do

formato de uma amêndoa (uma em cada lado do cérebro), que faz comunicação

entre áreas cerebrais que processam os estímulos ambientais (visão, olfato,

audição, tato, paladar) e as que as traduzem para o corpo. É a estrutura que será

ativada em caso de perigo e por sua vez ativará outras estruturas que são

responsáveis pela reação a este perigo. Ela inicia a resposta de ansiedade ou medo.

As emoções relacionadas a situações (memória emocional), ficam armazenadas na

parte central da amígdala e tem um papel na distinção dos medos.

O hipocampo é outra parte do cérebro, que tem um formato que lembra o

cavalo marinho (daí vem seu nome), uma de suas funções é a codificação de

eventos ameaçadores em nossa memória. Esta estrutura está diminuída em várias

situações psiquiátricas, assim como em vítimas de abuso infantil ou pessoas com

experiências traumáticas. Aparentemente esta redução de tamanho pode estar

relacionado a reações de autoagressão do organismo estressado e um desequilíbrio

na formação/destruição de novas conexões e células cerebrais.

As pessoas com TAG são sempre tensas. Para entender esse fenômeno é

preciso saber o que se passa na cabeça das pessoas com TAG. Com novos

métodos das ciência cognitiva, está sendo descoberto que, as vezes,processos

mentais inconscientes progridem no TAG.

Evidências indicam que os indivíduos com TAG são sensíveis a ameaça

particulamente áquelas que tem relevância pessoal ,ou seja ,eles elocam a atenção

com muito mais rapidez para as fontes de ameaça do que as pessoas que não são

ansiosas.

Page 41: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

41

Pesquisadores observaram que indivíduos com TAG são restritores

autônomos,e que embora o alarme periférico autônomo dos indivíduos fossem

restritos, esses mostravam aumentos notáveis na atividade beta do EEG, refletindo

um processo cognitivo intenso nos lobos frontais, particularmente no hemisfério

esquerdo. Essa descoberta sugeriu, que as pessoas com TAG se envolviam com

processos de pensamentos ou preocupações intesas e frenéticas, sem imagens de

acompanhamento (o que seria refletido pela atividade no hemisfério direito do

cérebro), ou seja eles estão tão concentrados em problemas futuros que não têm

capacidade de atenção esquerda para processos importantes da criação de imagens

da ameaça potencial,imagens que eliciam mais afeto negativo associado com

ansiedade substancial e atividade autônoma.

Em resumo algumas pessoas herdam a tendência de serem tensas e

desenvolvem um sentido prococe de que acontecimentos importantes podem ser

incontroláveis e potencialmente perigosos. Estresse significante as torna

apreensivas e vigilantes. Essa intensa preocupação, que resulta em mudanças

fisiológicas, leva a um transtorno de ansiedade generalizada. Esse modelo é muito

atual, à medida que combina descobertas da ciência cognitiva com dados biológicos

dos sistemas nervoso periférico e central. Tempo dirá se o modelo está correto,

embora o suporte aos dados continue. Em qualquer caso, ele é consciente com

nossa visão de ansiedade como um estado de humor orientado para o futuro,

enfocado no perigo ou ameaça potencial, em oposição a uma reação de alarme ou

emergência ao perigo presente real.

9 TRANSTORNO DE PÂNICO E AGORAFOBIA

É um dos transtornos de ansiedade que pode ter causas biológicas ou pré-

disposição genética, psicológicas, vulnerabilidade a fatores estressores e/ou sociais,

morte, divorcio, casamento, conclusão de curso, entre outros. Acomete 3% da

população em sua maioria jovens adultos do sexo feminino, entre os 20 e 30 anos.

Porem a literatura aponta que 3,5 da população já teve um ataque de pânico em

algum momento da vida isolado.

Esse transtorno pode ser desencadeado por stress ou alteração bioquímica,

de forma que os neurotransmissores responsáveis pela descarga de ansiedade e

Page 42: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

42

medo moderados, sejam liberados em exagero, fazendo com que o mecanismo de

alerta do organismo se ative mesmo sem ameaça aparente, gerando medo de morte

iminente, de enlouquecer ou de perder o controle. A partir daí segue-se os sintomas

físicos, que são palpitação ou taquicardia, sudorese, tensão muscular.

Se caracteriza segundo a DSM III de 1980, por ataques de pânico

inesperados e recorrentes com duração entre 10 a 30 minutos, seguido de

preocupação sobre ter mais ataques, ou com a implicação ou consequência do

ataque.

O diagnóstico é feito geralmente na emergência de hospitais, pois o ataque

de pânico muitas vezes é confundido com um ataque cardíaco, e sem o

conhecimento prévio do real problema o paciente se encaminha a este local, onde e

necessário buscar o histórico e verificar as características de acordo como DSM.

O transtorno do pânico pode ou não estar acompanhado de agorafobia. Nos

casos em que está, o paciente começa a evitar lugares abertos ou com muitas

pessoas que favoreçam o início de um ataque, lugares que seja de difícil

escapatória, como cinema, evita esportes, pois acelera a respiração e os batimentos

cardíacos o que também pode desencadear um ataque. Esse quadro é chamado de

esquiva agorafóbica, onde o indivíduo evita sensações físicas internas e relações

sociais.

O tratamento pode ser a base de ansiolíticos e antidepressivos e/ou

psicoterapia, no momento a que demonstra mais resultado é a terapia cognitivo-

comportamental, onde expõe o paciente a situações de ansiedade para que este

possa encarar emocionalmente, e ver que não há nada a temer, treina-se também a

respiração, para que se possa se manter calmo durante os ataques. A melhora

normalmente se apresenta em 70% dos casos com tratamentos de 2 anos, reduz a

ansiedade, porém tem-se pouquíssima probabilidade de cura.

10 TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS

Transtornos dissociativos, também conhecido como distúrbio de conversão, é

um transtorno psicológico que faz com que o paciente deixe de perceber a realidade,

confundindo-a com pensamentos, memorias e identidades de outras pessoas. Isto é,

Page 43: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

43

o paciente deixa de conseguir distinguir a realidade dos seus pensamentos,

podendo apresentar várias mudanças de personalidade. Este transtorno atinge de

alguma forma grande parte da população mundial. Mas só quando os sintomas se

agravam é que há a recorrência a ajuda psicológica ou psiquiátrica.

10.1 CAUSAS

O transtorno pode causar perda de:

Habilidades táteis

Psíquicas

Neurais (Como a memória)

Capacidades motoras

Personalidade

As causas são parecidas com ás do transtorno de estresse pós-traumático, por

exemplo, quando os transtornos são provados que as causas não são por traumas

físicos, muitas vezes os pacientes recusam em falar o motivo ou o trauma que levou-

os a sua condição, o que dificulta o diagnóstico pelos psiquiatras. Geralmente, o

transtorno dissociativo se inicia ou é agravado durante situações de grande

estresse, como excesso de trabalho, doenças graves ou falecimento de um familiar

próximo. Este transtorno acontece de vez em quanto ou frequentemente, sendo

mais comum em mulheres do que em homens.

10.2 SINTOMAS

Os sintomas do transtorno dissociativo podem incluir:

Perda de memória para certos períodos de tempo, acontecimentos ou

pessoas;

Doenças mentais, como depressão, ansiedade ou pensamentos suicidas;

Ver as pessoas de uma forma diferente do que são realmente;

Mudanças constantes de personalidade.

Fuga psicogênica

Page 44: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

44

O paciente sofre uma perda passageira de suas antigas memorias, e em um

surto nervoso, muitas vezes sai da cidade ou abandona seu círculo social, em

alguns casos até mudam de nome e assumem outra personalidade. Quando acaba,

toda a memória exceto pelo período no qual deu-se a fuga, é recobrada, e então o

paciente retorna a sua vida normal. Ocorre num período de dias ou horas, raramente

dura meses.

10.3 AMNÉSIA DISSOCIATIVA

Entre as causas, pode-se destacar um dano físico ao cérebro. As perdas de

memória dissociativas acontecem devido a alto estresse ou um trauma psicológico,

quando por exemplo, em uma boate ocorreu um incêndio o paciente não se recorda

dos comentários de outras pessoas a respeito do cheiro de fumaça instantes antes

do pânico generalizado começar; também não se lembra de alguém que tentava

orientar a multidão e outra pessoa que tentou ajuda-la, somente dos doces, das

bebidas, das músicas e com quem conversou. Tendo o estresse gerado um

esquecimento dos fatos. As memorias ficam, ás vexes, salvas no inconsciente,

podendo ser trazidas à tona por meio de terapia ou hipnose.

10.4 ANESTESIA DISSOCIATIVA

Os limites das áreas cutâneas anestesiadas correspondem frequentemente

ás concepções pessoais do paciente, mais do que ás descrições cientificas. Pode

haver igualmente uma perda de um tipo de sensibilidade dado, com conservação de

outras sensibilidades, não correspondendo a nenhuma lesão neurológica conhecida.

A perda de sensibilidade pode se acompanhar de parestesias. As perdas da visão e

da audição raramente são totais.

10.5 TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE/ PERSONALIDADE

MÚLTIPLAS

O aspecto principal deste transtorno é a existência de duas ou mais

personalidades distintas dentro de um indivíduo, com apenas uma delas

evidenciando-se a cada momento. Em alguns casos há completo bloqueio de

memória entre personalidades, em outros casos há conhecimento podendo gerar

rivalidades ou fraternidades. As personalidades são bastante independentes uma

das outras sendo possível inclusive terem comportamentos opostos, como por

Page 45: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

45

exemplo, uma sendo sexualmente promiscua e outra recatada. As personalidades

podem ser do sexo oposto, ter idades diferentes e até de outras raças. O primeiro

episódio de mudança de personalidade pode ser precedido de um evento forte como

uma tragédia. Com o passar do tempo este paciente pode continuar tendo as

variações de personalidade sem fatores precipitantes. A mudança de uma

personalidade para outra pode ser súbita ou no decorrer de um tempo confusional

transitório. Nãos se sabe a respeito das causas desse transtorno, mas admite-se

que é mais frequente do que se suspeitava antigamente. Não existe uma medicação

eficaz e atualmente as psicoterapias são as únicas formas de abordagem dos casos.

10.6 TRANSTORNO DISSOCIATIVO MOTOR E SENSITIVO

Os transtornos motores são mais comuns do grupo das dissociações. São

aquelas queixas que os pacientes sempre costumam apresentar como sentir

fraqueza ao fazer algum movimento, andar inseguro ou instável, tremores,

contrações involuntárias, etc. os sintomas costumam se agravar quando o paciente

é observado. Estes pacientes dificilmente se ferem, este distúrbio é

aproximadamente cinco vezes mais comum em mulheres. Um aspecto que chama

atenção é que os pacientes terminam se acomodando com a situação e dificilmente

necessitam de uma cadeira de rodas, por que eles reagem com tranquilidade e

indiferença de sua capacidade física. Os transtornos sensitivos são iguais ao motor

só que a função afetada é a neurológica, mas frequentemente a sensorial, o tato, a

audição e a visão. Podem ocorrer perda parcial ou completa das sensações táteis de

alguma área do corpo, mas comumente nas mãos e nos pés, são as famosas

queixas de anestesia nu lado inteiro do corpo. Outras causas também podem ser a

surdez, visão turva, cegueira, visão em túnel. Tanto as motoras como as sensoriais

costumam ser limitadas a um período de tempo com completa recuperação

posterior, mas o mesmo quadro ou semelhante pode surgir após a recuperação.

10.7 TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO E/OU DESREALIZAÇÃO

A desrealização é a alteração da sensação de si próprio, enquanto a

despersonalização é a alteração da sensação de realidade do mundo exterior sendo

preservada a sensação a respeito de si mesmo, a mudança na percepção dos

estímulos exteriores varia de flutuações no humor a distorções no tamanho dos

objetos (macro ou micropsia). O aspecto central da despersonalização é a sensação

Page 46: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

46

de estar desligado do mundo como se, na verdade, estivesse sonhando. O paciente

que experimenta a despersonalização tem a impressão de estra num mundo fictício,

irreal, mas a convicção da realidade não se altera. A desrealização é uma sensação

e não uma alteração do pensamento como acontece nas psicoses onde o indivíduo

tem preservado o senso de realidade apesar de ter uma sensação de que o que está

vendo não é real. A ocorrência eventual das sensações de despersonalização ou

desrealização é comum, algumas estatísticas falam que aproximadamente 70% da

população em geral já experimentou alguma vez esses sintomas, não podendo se

constituir num transtorno enquanto ocorrência esporádica. A severidade pode

chegar a um nível de intensidade tal que o paciente deseja morrer a continuar

vivendo. O diagnóstico desse transtorno dissociativo só pode ser feito se outros

transtornos foram descartados como as síndromes psicóticas, estados de depressão

ou ansiedade, especialmente o pânico. Não há tratamento eficaz conhecido para

esses sintomas isoladamente.

10.8 TRATAMENTO

O tratamento para o paciente com transtorno dissociativo deve ser por um

psicólogo e, normalmente, é iniciado com sessões de psicoterapia para ajudar o

paciente a desenvolver estratégias para lidar com o estresse. As sessões são

mantidas até que o psicólogo ache que o paciente é capaz de gerir as suas

emoções e relações de forma segura. Mas quando os casos são mais graves, a

psicoterapia não é o suficiente e, por isso, o psicólogo pode recomendar um

psiquiatra para prescrever alguns medicamentos antidepressivos, antipsicóticos e

ansiolíticos como:

• Sertralina

• Tiaprida

• Diazepam

11 TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

Transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno mental caracterizado pela

presença de obsessões, compulsões ou ambas, as obsessões são pensamentos

impulsos ou imagens indesejáveis que invadem a consciência causando desconforto

Page 47: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

47

obrigando a pessoa a executar rituais ou compulsões que são atos físicos ou

mentais.

11.1 SINTOMAS

São medos exagerados de se contaminar, lavar as mãos várias vezes,

verificar diversas vezes a porta, o fogão, o gás e etc. Não usar sapatos vermelhos

ou pretos. Tudo isso são exemplos de sintomas do TOC.

11.2 EPIDEMIOLOGIA

Considerado raro até pouco tempo, o TOC é um transtorno mental bastante

comum, acontecendo aproximadamente um em cada 40 ou 60 individuo ou ao redor

de 2,5% das pessoas ao longo da vida. No Brasil é provável que exista 2 milhões

com transtorno, seu início geral é na adolescência e rara na infância.

11.3 TRATAMENTO

O tratamento mais efetivo que se tem para o TOC são medicamentos

inicialmente utilizados no tratamento da depressão que se descobre sendo efetivos

também no TOC. Os medicamentos são utilizados quando os sintomas são muito

graves ou incapacitantes. Alguns medicamentos usados são:

• Fluoxetina

• Fluoxanina

11.4 NA PSICOLOGIA

É feito tratamento psicoterápico com o indivíduo, acompanhamento com a

família e em casos em que o estado do indivíduo se encontra mais grave e que com

a terapia não se resolve é indicado o uso dos medicamentos. A ajuda dos amigos e

familiares é muito importante para a recuperação do indivíduo durante o tratamento.

O acompanhamento cognitivo-comportamental seja a linha para seguir.

11.5 NA NEUROANATOMIA

Está localizado na via serotonérgicas mesoatriestal que é responsável pela

desinibição do caldo – tálamo cortical gerador dos sintomas compulsivos do TOC.

Page 48: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

48

CONCLUSÃO

Embora os transtornos mentais, antes chamados de neuroses, não

comprometam a percepção de realidade do ser humano, podemos notar pelas

descrições dos vários transtornos, que suas consequências são bastante graves

para a vida do indivíduo, causando, algumas vezes, perda de emprego, piora nos

estudos e comprometimento funcional grave, chegando a incapacitação. Alguns

transtornos podem até culminar com a morte do paciente. Sendo assim, chamamos

a atenção para o cuidado dos profissionais envolvidos com as chamadas neuroses e

o comprometimento no tratamento, envolvendo também a família nesse processo.

Esses transtornos mentais têm cura se tratados precocemente e de maneira eficaz.

Page 49: Neuroses - Trabalho Escrito - Seminário

49

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