24
>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 1 Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO Director Director Director Director Director | Manuel Santa Cruz Domingues Basto Oliveira >>> DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRATUIT TUIT TUIT TUIT TUITA Histórias do passado da ARRIV ARRIV ARRIV ARRIV ARRIVA >>> P | 16 e 17 >>> P | 16 e 17 >>> P | 16 e 17 >>> P | 16 e 17 >>> P | 16 e 17 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 >>> P | 08 e 09 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 ARRIV ARRIV ARRIV ARRIV ARRIVA A A A A apoia iniciativas iniciativas iniciativas iniciativas iniciativas dos jovens Douro Douro Douro Douro Douro , da Ponte do Freixo à Foz ARRIV ARRIV ARRIV ARRIV ARRIV A A A A A na Eur na Eur na Eur na Eur na Europa opa opa opa opa PUB PUB >>> P | 04 a 07 >>> P | 04 a 07 >>> P | 04 a 07 >>> P | 04 a 07 >>> P | 04 a 07

New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 1Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO Director Director Director Director Director | Manuel Santa Cruz Domingues Basto Oliveira >>> DISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRATUITTUITTUITTUITTUITAAAAA

Histórias dopassado daARRIVARRIVARRIVARRIVARRIVAAAAA

>>> P | 16 e 17>>> P | 16 e 17>>> P | 16 e 17>>> P | 16 e 17>>> P | 16 e 17>>> P | 08 e 09>>> P | 08 e 09>>> P | 08 e 09>>> P | 08 e 09>>> P | 08 e 09 >>> P | 10 e 11>>> P | 10 e 11>>> P | 10 e 11>>> P | 10 e 11>>> P | 10 e 11

ARRIVARRIVARRIVARRIVARRIVA A A A A apoiainiciativasiniciativasiniciativasiniciativasiniciativasdos jovens

DouroDouroDouroDouroDouro,

da Ponte do Freixoà Foz

ARRIVARRIVARRIVARRIVARRIVA A A A A na Eurna Eurna Eurna Eurna Europaopaopaopaopa

PUB

PUB

>>> P | 04 a 07>>> P | 04 a 07>>> P | 04 a 07>>> P | 04 a 07>>> P | 04 a 07

Page 2: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 2 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

A ARRIVA Londres ganhou o prémio de me-lhor operador durante o segundo ano con-secutivo.A garagem «Beddington Farm Garage», nosul de Londres, foi nomeada «London BusGarage of the Year» (melhor garagem deautocarros de Londres 2008) nos «UK BusAwards», uma entidade independente quetem como objectivo reconhecer e premiar aexcelência e as boas práticas, num vastoramo de categorias associadas ao funcio-namento, design e serviços de autocarros.Este foi o segundo ano consecutivo que umagaragem ligada à ARRIVA consegue estetítulo, tendo sido a «Brixton garage» a ven-cedora do ano anterior.A atribuição do prémio foi feita através deuma “nomeação independente” da

A ARRIVA está a proporcionar aos seus con-dutores uma formação especial de “Técni-cos Avançados de Condução de VeículosPesados para Formadores Internos dasEmpresas”, através da empresavilacondense, P.R&M - Centro de Forma-ção de Condução Avançada de Conduto-res Rodoviários.Esta empresa creditada pelo IMTT (Institu-to da Mobilidade e dos Transportes Terres-tres) realiza acções de formação profissio-nal direccionadas para condutores de ve-ículos de carga geral, transporte de passa-geiros, matérias perigosas, viaturasprioritárias, por exemplo.A formação dos condutores da ARRIVA iráabranger vários módulos tais como – con-dução segura, inspecção do veículo, iní-

ARRIVA Londresganha prémio de excelência

cio de marcha e condução económica, ob-servação e informação, causas dos aci-dentes e como evitá-los, entre outros te-mas. Para além da componente teórica, aformação irá abranger também uma com-ponente prática na ordem dos 65%, emcontexto de situação real com demonstra-ções ao nível de simulador decapotamento, travagens de emergênciacom e sem ABS em situações adversas,modo de actuação em caso de incêndio,entre outros.A ARRIVA tem como objectivo melhorarcada vez mais a responsabilidade, aptidãoe desempenho dos seus condutores, aju-dando-os a compreenderem positivamen-te o ambiente rodoviário e a obterem umacondução ainda mais segura.

«Transport for London» que reconhece oexcelente trabalho desempenhado pelaARRIVA em «Beddington Farm». Mark Yexley,director executivo da ARRIVA Londres afir-mou que “este prémio é uma homenagemaos esforços das muitas pessoas na nossa«Beddington Farm Garage»; a garagem temcrescido consideravelmente nos últimos 10anos, durante os quais temos mantido o com-promisso de realizar o melhor serviço possí-vel aos nossos clientes e de fazer da gara-gem um óptimo lugar para trabalhar.”«Beddington Farm» é uma importante gara-gem para o funcionamento da ARRIVA SouthLondon, uma vez que esta executa a maiorparte da reparação e remodelação dos seusautocarros, bem como a formação dos seus280 trabalhadores.

Condutores Arrivarecebem formação

especial

Recentemente a ARRIVA recebeu, no Reino Unido, o «GoldAward» em simultâneo para duas categorias, «Managementof Health & Safety», pela conduta da empresa na área da saú-de e segurança no trabalho e «Management of Road Risk»,pelo esforço da empresa em aumentar a segurança rodoviá-ria.Os prémios em questão foram atribuídos pela «Royal Societyfor the Prevention of Accidents» (RoSPA), uma associação in-glesa que existe há mais de 90 anos e que trabalha activamen-te para a prevenção de acidentes em vários âmbitos – no tra-balho, em casa, nas estradas, escolas, etc.Aquando da atribuição do prémio, o gestor de riscos da ARRIVAWalter Herring afirmou que “a segurança é o cerne de tudo oque fazemos na ARRIVA e este prémio reconhece o nossocontínuo empenho em melhorá-la; os nossos recentes inqué-ritos a clientes e funcionários têm revelado uma notávelmelhoria nas respostas relativas à segurança, quer por partedos passageiros, como dos nossos colaboradores, e é muitogratificante ver que o progresso que fizemos não está apenasa ser reconhecido pela RoSPA, mas também pelos nossos co-laboradores e clientes.”Ao vencer estes prémios a ARRIVA reforça o seu compromissode garantir segurança aos seus trabalhadores e clientes, comosendo a sua prioridade principal e demonstra claramente altosníveis de desempenho nestas áreas cruciais.

«Gold Award»para ARRIVA

do Reino Unido

Page 3: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 3Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Caro(a) Leitor(a), Cliente e Amigo(a),Esta edição do ARRIVA Jornal, a décimasegunda, vai chegar às suas mãos muitoperto do início da Primavera de 2009 e,também, um pouco antes do período dePáscoa.Vivemos um dos períodos mais conturba-dos a nível mundial, com um crise genera-lizada na economia, crise esta que apare-ceu de uma forma abrupta e sem que nadaindicasse que estávamos no seu caminho.Efectivamente não há memória de uma si-tuação semelhante em que, num tão curtoespaço de tempo, pilares fundamentais daeconomia mundial se viram envolvidosnuma situação muito difícil – para a qualalguns deles terão certamente contribuí-do – e à qual alguns não resistiram, en-grossando a onda de falências de empre-sas dos mais diversos ramos de activida-de e que, desta vez, incluiu instituições fi-nanceiras até agora consideradas de gran-de prestígio mundial.Portugal, como uma economia aberta, nãoconsegue escapar a esta onda negativa.

Muito embora a maioria das nossas institui-ções financeiras não tivesse sido tão seve-ramente afectada como as de outros Paísespelos ditos “produtos tóxicos” aos quais,também provavelmente pela nossa peque-na dimensão, não estariam tão expostos,tem sofrido as consequências de um mer-cado financeiro nervoso e, agora, muito pru-dente – talvez às vezes demais – relativa-mente à concessão de crédito.Esta situação tem vindo a afectar muitas emuitas empresas e, infelizmente, traduziu-se já no encerramento de variadíssimasunidades de produção da nossa região, ar-rastando por consequência um aumento dataxa de desemprego e afectando dessamaneira a vida das pessoas e das famílias.Felizmente a ARRIVA, mercê de uma gestãomuito cuidada mesmo em tempos mais fá-ceis, tem uma estrutura muito sólida e, aten-ta à situação, implementou desde o primei-ro momento medidas de contingência. Es-tes factores associados permitiram que con-seguíssemos resistir bastante bem a estaonda negativa.Não deixamos, no entanto, de ser afecta-dos pelas influências externas e temos vin-do a verificar uma tendência de decrésci-mo acentuada da procura dos nossos ser-viços de carreiras, sobretudo nos horáriosque não são de entrada e saída dos empre-gos e das escolas; esse decréscimo de pro-cura é ainda mais notório no que diz respei-to aos serviços de aluguer, os quais foramsempre um importantíssimo contributo parao equilíbrio da empresa. Por via da existên-cia desse mercado foi-nos possível duranteanos e anos manter activos alguns horáriosde base das carreiras que, por si só, não seconseguiam justificar.Até ao momento a maior consequência dacrise nesta sua/nossa empresa verificou-sepela necessidade de redução do nosso pla-no de investimentos em renovação da frotaque, este ano, não vai poder ser tão acentu-

FICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICA

Director | Director | Director | Director | Director | Manuel da Santa Cruz Basto OliveiraCoordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Marco António Lindo | [email protected] e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Alive Word Comunicação LdaColaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Daniela Rosa, Maria Helena Duarte, Mafalda Raínho, MarcoAntónio Lindo, Mónica Lindo e Susana Marvão.Publicidade | Publicidade | Publicidade | Publicidade | Publicidade | Tel. 253 439 803 ou 220 167 542Impressão | Impressão | Impressão | Impressão | Impressão | Naveprinter – Indústria Gráfica do Norte, S.A.Apartado 121 – 4471 Maia CodexTel. 229 411 085 ou 229485 564

Manuel Santa Cruz Oliveira(Presidente da Comissão Executiva

da ARRIVA Portugal)

>>> editorial

ada como vinha acontecendo. Manda, noentanto, a prudência empresarial que, nalinha da já referida gestão cuidada e nosentido de fazermos tudo quanto possívelao nosso alcance, procedamos a ajustesda nossa oferta regular, adequando-a aomomento.Assim, e não sendo propriamente o tipo denotícia que mais nos agradaria dar, de acor-do com a transparência de gestão quesempre usamos, aproveitamos este meiopara dar conhecimento público da conclu-são para breve de um trabalho de reorga-nização da nossa rede de transportes; estareorganização vai implicar a partir de Abrila supressão de vários horários cuja pro-cura se tem verificado que não é capaz decobrir os custos da sua realização. Muitobrevemente sairá ao público a informaçãodos novos horários.Iniciei este editorial referindo o facto deestarmos a entrar na Primavera – época doano em que a natureza nos brinda comnovos elementos, com nova vida - e muitoperto da Páscoa – que para os Católicossignifica o renascer da vida.É na esperança de que também o mesmose possa passar relativamente a tudo quan-to, infelizmente, tem vindo a afectar o quo-tidiano das pessoas, ou seja, que a épocanos traga os sinais de que todos tanto ne-cessitamos e que nos permitam o renas-cer da esperança; assim termino, com umamensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidadede desenvolvimento de um modo seguro esustentado e, consequentemente, de umfuturo cada vez melhor desta vossaARRIVA.

Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o nº 125134Depósito legal | Depósito legal | Depósito legal | Depósito legal | Depósito legal | 264746/07Tiragem | Tiragem | Tiragem | Tiragem | Tiragem | 10 000 exemplaresPublicação Gratuita | Bimestral

PrPrPrPrPropriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | ARRIVA Portugal – Transportes LdªRua Eduardo Almeida, 162 – 2º Sala C, 4810 – 440 GuimarãesTel. 253 439 800 | Fax. 253 439 801

Page 4: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 4 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> tema de capa

Este ano o calendário ARRIVA mostra ascidades portuguesas, onde a ARRIVA ope-ra, bem como os países onde está pre-sente no Mundo. Na edição anterior donosso jornal demos a conhecer as cida-des portuguesas.Dando continuidade ao tema, apresenta-mos nesta edição a história da ARRIVA naEuropa, dando enfoque a seis países eu-ropeus (Alemanha, Holanda, Hungria, Itá-lia, Polónia e Reino Unido), onde ARRIVAé um verdadeiro caso de sucesso.

ARRIVARRIVARRIVARRIVARRIVA NA EUROPA NA EUROPA NA EUROPA NA EUROPA NA EUROPAAAAAA ARRIVA é actualmente um dos maioresprestadores de serviços de transporte depassageiros na Europa. Com mais de43.000 funcionários e cerca de 15.600 ve-ículos, a ARRIVA transporta mais de umbilião de passageiros por ano.Actualmente, a empresa opera em dozepaíses europeus: Alemanha, Dinamarca,Eslováquia, Espanha, Holanda, Hungria,Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, Re-pública Checa e Suécia.

Uma das maiores preocupações daARRIVA, enquanto transportador, é a se-gurança dos seus clientes e colaborado-res. Por isso, regularmente todos os por-menores são verificados pelo Comité deSegurança da empresa. A ARRIVA conti-nua a desenvolver e a treinar segurançade uma forma reconhecida e apoiada porentidades externas. Prova disso, é o «GoldAward» que recentemente a ARRIVA NorthEast, no Reino Unido, recebeu pelo de-sempenho da empresa na área da saúdee segurança no trabalho e pelo esforçoda empresa em aumentar a segurançarodoviária. É de salientar que a ARRIVA foia primeira empresa de transportes públi-cos da Europa a assinar a Carta Europeiade Segurança Rodoviária.No que diz respeito ao meio ambiente hátambém uma preocupação e prática cres-cente com intuito de minorar os prejuízosambientais. Em 2007 a ARRIVA lançou emcolaboração com o construtor de autocar-ros Wrights o primeiro autocarro híbrido dedois pisos do mundo, destinado a operar

em Londres. Este tipo de autocarros funcio-nam combinando motores diesel e eléctri-cos, indo assim de encontro à intenção da«Transport for London» (entidade governa-mental que regula a maioria dos aspectosrelacionados com os transportes em Lon-dres e no Reino Unido) de reduzir as emis-sões de dióxido de carbono.

ALEMANHAALEMANHAALEMANHAALEMANHAALEMANHAA ARRIVA entrou no mercado ferroviárioalemão em 2004 e no mercado dos trans-portes de autocarro em 2005. É de salien-tar que o mercado alemão de transportespúblicos é o maior da Europa e tem maisde 20 companhias de comboios a funcio-nar.Na Alemanha, autocarros iguais aos quecirculam no Minho com as cores daARRIVA, servem Frankfurt, Mainz eWiesbaden, na região de Münsterland ede Neustrelitz.Na verdade, dez de dezasseis estados daFederação Alemã são servidos por com-boios ARRIVA, e alguns destes atravessam

ARRIVA Hungria

ARRIVA é um caso de sucesso

na Europa

o país ligando a Holanda à RepúblicaCheca.A ARRIVA na Alemanha possui 830 auto-carros, 207 comboios e emprega perto de2 mil e 700 pessoas.

HOLANDAHOLANDAHOLANDAHOLANDAHOLANDAA ARRIVA é uma das maiores empresasde transportes da Holanda. Tem 915 veí-culos a operar neste País e emprega umtotal de 2 mil e 240 pessoas.A ARRIVA entrou no mercado holandês detransportes em 1998, ao adquirir a VancomNederland e a Veonn & Hanze. Em 2002ganha dois concursos no centro daHolanda e em 2003 conseguiu mais con-tratos na cidade de Groningen, Drenthe,Waterland e mais tarde em Drechtsteden,Alblasserwaard e Vijfheerenlanden. Des-te modo, actualmente oito das doze pro-víncias dos Países Baixos são servidaspela ARRIVA e em alguns locais funcio-nam serviços conjuntos - autocarro/com-boio ARRIVA.No que diz respeito ao sector ferroviário,

Page 5: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 5Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Marco António Lindo

«holding» da Eurobus invest, a maior em-presa privada de autocarros da Hungria.Actualmente, o mercado húngaro de trans-portes é dominado e regulado pelo sectorpúblico, com um total de aproximadamente17 mil veículos.A entrada da ARRIVA no mercado húnga-ro e a sua associação a empresas domi-nantes coloca-a numa boa posição pararealizar futuras aquisições e para podercrescer neste País.

ITÁLIAITÁLIAITÁLIAITÁLIAITÁLIAA ARRIVA é actualmente a maior compa-nhia de autocarros a operar em Itália, oque tem um peso significativo, uma vezque o mercado italiano de transporte depassageiros é o terceiro maior na Europa.Esta empresa possui um total de 1.760veículos e emprega 2.110 pessoas. AARRIVA deu “os primeiros passos” nomercado Italiano em Julho de 2002 aoadquirir a SAB Autoservizi Sr, que operavana Lombardia, Liguria e Friuli-VenezaGuilia. Em 2004 a ARRIVA expande-se para

a cidade de Udine, situada no nordesteda Itália, na região de Friuli-Venezia Giulia.Um ano depois a ARRIVA adquire 80% dasviagens real izadas pela companhiaSADEM em Piemonte e Valle d’Aosta, regi-ões do norte de Itália, perto de Turin. Nes-tas regiões a ARRIVA funciona não só aonível do sector dos transportes públicos ecomerciais, como também ao nível deprestação de serviços a privados, atravésde aluguer.A ARRIVA Itália tem realizado testes com umnovo tipo de combinação de gasóleo eágua, procurando preservar o meio ambi-ente.

POLÓNIAPOLÓNIAPOLÓNIAPOLÓNIAPOLÓNIAComo em muitos outros países europeuso mercado polaco dos transportes está emconstante evolução e expansão.A ARRIVA entrou no mercado Polaco em2007 ao fazer uma sociedade com a PCCRail, ganhando o concurso relativo ao pe-ríodo de 3 anos para o transporte ferroviá-rio de passageiros na região de Kujawsko-

Pomorskie Vodivodship, no nordeste daPolónia. Deste modo, a Polónia passou aser o décimo país onde a ARRIVA funcio-nava.ARRIVA PCC Rail foi a primeira operadoraprivada ferroviária a operar no País. Actu-almente a empresa funciona com 13 com-boios, serve um total de 60 estações e dáemprego a cerca de 120 pessoas. Porcada ano do contrato prevê-se que o com-boio transporte à volta de 4.5 milhões depassageiros e que realize aproximada-mente 1.75 milhões de quilómetros.

REINO UNIDOREINO UNIDOREINO UNIDOREINO UNIDOREINO UNIDOA ARRIVA fez a aquisição da sua primeiraviatura em 1980. Contudo, o seu períodode maior crescimento foi de 1994 a 1996,quando se tornou um dos maiores opera-dores do Reino Unido. Tem actualmentemais de 7 mil autocarros, 200 comboios,e emprega 23 mil e 300 pessoas; serveNoroeste e Sudoeste de Inglaterra, oYorkshire, as Midland, a Escócia e o Paísde Gales. Assim, a ARRIVA tem no Reino

>>> tema de capa

nos últimos anos, a ARRIVA tem aumenta-do o seu domínio. Em 1999 a ARRIVA esta-belece uma cooperação com a NS Rail.Em 2003 assume a liderança deste negó-cio e em 2005 ganha um contrato de 15anos. Actualmente é a única companhiaa operar nos estados de Friesland eGroningen. A ARRIVA realiza também ser-viços “além fronteiras” até à Alemanha.O investimento em novos comboios permi-te uma substancial melhoria para o ambi-ente ao substituir antigas locomotivas die-sel por novas unidades diesel/eléctricas.Também em alguns locais da rede de ser-viços, especialmente aqueles onde existerede de gás natural, já é possível encon-trar muitos autocarros a gás ou que utili-zam gasóleo com baixo teor de enxofre.Actualmente, no sector ferroviário, aARRIVA Holanda, tem um desempenho10% superior à média nacional.

HUNGRIAHUNGRIAHUNGRIAHUNGRIAHUNGRIAA ARRIVA entrou no mercado húngaro em2008 ao adquirir 80% da Interbus Invest,

ARRIVA Trains Wales

Page 6: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 6 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> tema de capa

Unido as seguintes unidades operacio/nais: ARRIVA Buses Wales, ARRIVALondon, ARRIVA Midlands, ARRIVA NorthEast, ARRIVA Northumbria, ARRIVA NorthWest , ARRIVA Scotland West, ARRIVAShires & Essex - ARRIVA SouthernCounties , ARRIVA Yorkshire, CentrebusHoldings, Green Line, Tellings-GoldenMiller , The Original Tour e The HeritageFleet.O facto de a ARRIVA ter um posicio/namento a nível regional dá-lhe a opor-tunidade de servir melhor as comunida-des a um nível local, trabalhando com osector público e privado, para garantirsempre soluções de transporte mais efi-cazes.A ARRIVA é um dos maiores operadores nacidade de Londres com uma utilização de1500 autocarros que estão ao serviço daTransport for London. Tem também um au-tocarro que faz um percurso turístico pelacapital londrina -The Original Tour. Na ver-dade, a empresa fornece à volta de 20%dos serviços de autocarro de Londres, com

rotas, veículos e horários rigorosamentemonitorizados para garantir aos seus clien-tes um serviço de qualidade.

Comboios ARRIVComboios ARRIVComboios ARRIVComboios ARRIVComboios ARRIVAAAAAARRIVA Trains Wales e Trenau ARRIVACymru realizam a maioria dos serviços fer-roviários de transporte de passageiros emWales e Welsh Marches (área ao longoda fronteira entre a Inglaterra e o País deGales). A ARRIVA ganhou o «franchise»em 2003, o qual terá a duração de 15 anos(sendo revisto pelo governo daquela re-gião em cada 5 anos).A ARRIVA também opera o CrossCountryque fornece serviços ferroviários em ro-tas de longa distância, na Inglaterra e naEscócia, funcionando desde 11 de No-vembro de 2007 a Abri l de 2016. ACrossCountry é a maior operação«franchisada» do Reino Unido, operandodesde Aberdeen a Penzance e de Stansteda Cardiff, o que significa que pára em maisde 100 estações.Os comboios da ARRIVA percorrem mais de

ARRIVA Suécia

ARRIVA Espanha

Page 7: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 7Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

< < < < <

Marco António Lindo

>>> tema de capa

16,7 milhões de milhas por ano, que equi-vale a viajar 660 vezes à volta da terra.

Outros negócios:Outros negócios:Outros negócios:Outros negócios:Outros negócios:ARRIVARRIVARRIVARRIVARRIVA «Bus and Coach»A «Bus and Coach»A «Bus and Coach»A «Bus and Coach»A «Bus and Coach»Há mais de 40 anos que a ARRIVA «Busand Coach» é um «bus dealer» que actuaem todos os ramos deste sector, desde avenda ou aluguer de autocarros novos eusados, ao seu financiamento.A ARRIVA «Bus and Coach» também prestatodo o apoio necessário no pós venda eas suas oficinas estão também abertaspara o público em geral.A missão da ARRIVA «Bus and Coach» é for-necer serviços de qualidade, estabelecen-do assim fidelidade com os seus clientes.

SUÉCIASUÉCIASUÉCIASUÉCIASUÉCIAOs autocarros da ARRIVA funcionam nosul da Suécia, onde a empresa é o maioroperador de autocarros na região deSkåne, fornecendo 50% dos serviços deautocarros em Malmö, a terceira maior dacidade da Suécia.

ARRIVA Londres

ARRIVA Hungria

ARRIVA Alemanha

ARRIVA Holanda

A história da ARRIVA na Suécia começou,em 1997, quando adquiriu a empresa di-namarquesa Unibus Holdings (a qual ti-nha adquirido anteriormente a empresa fa-miliar sueca Ödåkra Buss AB.)Em 2006 começou a funcionar, nesta re-gião ,com 61 novos autocarros ecológi-cos a gás e com novos horários. Desdeessa altura tem-se verificado um aumentode 20 por cento nos clientes. Estes auto-carros ecológicos vão de encontro às nor-mas de emissões mais recentes para estetipo de veículos.Um ano depois, em Junho de 2007, Arrivaentrou no mercado ferroviário sueco, aoganhar nove anos de contrato para funcio-nar com o comboio regional Pågatåg, tam-bém na região do sul da Suécia, em Skåne.No mercado sueco as autoridades locaissão as responsáveis pelos transportes. Asoperações da ARRIVA actualmente compre-endem apenas 3,5 % do mercado, mas como aumento da privatização municipal, temoportunidade de ganhar mais contratos ealcançar um crescimento consistente.

ESPESPESPESPESPANHAANHAANHAANHAANHAA ARRIVA estabeleceu um negócio de su-cesso em Espanha, com um grande po-tencial de crescimento a longo prazo. Aempresa dá emprego a 1.020 pessoas epossui 410 veículos.A viagem da ARRIVA pela Espanha come-ça em 1999, na Galiza e posteriormenteem Maiorca, seguindo-se Madrid em 2007,com a compra de duas companhias – Es-fera e Autocares Fray Escoba. Em 2008 aARRIVA adquire a Empresa Blas y Cia S.L.,uma das maiores transportadoras privadasde Madrid que opera por contrato numapercentagem significativa de serviços«comunidad» de transportes de Madrid.Em Espanha os autocarros da ARRIVA No-roeste correm as estradas da Galiza, des-de Santiago de Compostela até Ferrol,passando pela Corunha e Lugo. AARRIVA também tem um importante pa-pel em Madrid pois, é fundamental paraquem vai trabalhar para a cidade. Já emPalma de Maiorca é a forma ideal paraviajar na Ilha.

RESPEITO PELO AMBIENTERESPEITO PELO AMBIENTERESPEITO PELO AMBIENTERESPEITO PELO AMBIENTERESPEITO PELO AMBIENTEA ARRIVA reconhece que os seus cola-boradores são a chave para o suces-so, E mais de 40 mil colaboradores, emtoda a Europa, estão empenhados emcooperar para um melhor ambiente.Para demonstrar este compromisso, aARRIVA está a desenvolver uma cam-panha que será lançada em breve emEspanha e em Portugal, a qual aborda-rá medidas promotoras de redução doconsumo de energia, tendo como ob-jectivo a redução do efeito de estufa.

Eel

ke H

end

rik H

elm

holt

Page 8: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 8 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Vale a pena voltar atrás na história paracompreender as origens dos autocarros nanossa empresa.Antes de se uniformizar a empresa sob onome ARRIVA, o funcionamento na área deLondres era realizado pela Grey Green. Asorigens deste operador remontam a 1885,quando George Ewer começou um serviçode carreiras com tracção animal emStamford Hill.O negócio prosperou, mantendo-se na fa-mília Ewer mesmo depois da morte do seufundador, no princípio do Século XX.Em 1919, a empresa recebe os primeirosveículos. Custa-me chamar-lhes autocar-ros porque só faziam serviço como tal aofim de semana. Durante a semana eramusados para transporte de mercadorias,ficando o restante serviço a cargo dosveículos puxados por cavalos. Esta erana época uma prática comum. Este dadoleva a que se possa afirmar com toda acerteza que a ARRIVA tem autocarros há90 anos.Em Junho de 1928, o serviço de transpor-tes desenvolve-se com a introdução da pri-meira linha de longo curso a ligar Londresa Ipswich. Embora este serviço fosse sófeito no Verão, foi o início de um tipo pró-prio de funcionamento. Em 1930 já váriasdas praias do sul eram servidas em mol-des idênticos. Mesmo assim, o primeiro atornar-se regular, isto é, durante o ano todo,foi o de Ipswish.Londres - Harwich foi o segundo serviço atornar-se regular. Seguem-se outros, atéque devido ao início da segunda grandeguerra, todos os serviços são resumidosou suspensos.Entretanto, em 1934, a Ewer faz a sua pri-meira aquisição, ao adquirir a Eva Coachese alguns serviços no sul de Inglaterra. ASid Page, a empresa W H Jacobs conheci-da como Monty Super Coaches de EastAnglia, a Prince Omnibus Company deEdmonton e a Eclipse Motor Coaches fo-ram as mais importantes aquisições.Depois do fim da guerra há que reorgani-zar a companhia. A maior parte da frotatinha andado envolvida no esforço de guer-ra e muitos serviços tinham deixado deexistir. Mesmo assim, em 1945 alguns dosserviços expresso são reiniciados. Nessemesmo ano a Baker Brothers é comprada.O esforço pós guerra provocou definitiva-mente um atraso severo no crescimentoda companhia. Para compreendermos

Grey Green A História de George Ewer

> > > > >

Fotos: Arquivo DUPLE

Page 9: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 9Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Marco António Lindo

esta questão é necessário termos em con-ta, o facto de algumas das cidades servi-das terem sido violentamente bombarde-adas durante a guerra, além do facto daprópria economia ter sido literalmentedevastada.Só em 1952 é que se voltou ao tempo dasaquisições, com a compra da Fallowfieldand Britten, da Hackney e da Ardley Bros.Ltd. Estas empresas são as primeiras a en-trarem para o grupo.Algo particularmente interessante é que asempresas quando adquiridas mantinhama sua identidade; quer nome quer imagem.Um bom exemplo disso é a Orange Luxury,adquirida em 1953 e cuja identidade foimantida até Dezembro de 1975.Outras empresas são adquiridas ao longodos anos. Algumas são das mais importan-tes empresas de autocarros de Inglaterra,como a Classique Coaches e a Black andWhite de Walthamstow, compradas em1956, a Batten’s Coaches e a Viney’sCoaches adquiridas no princípio dos anossessenta, bem como a importante UnitedService Transport, com sede em Balham,adquirida em 1965.Em 1966 o grupo decide fazer uma primei-ra “arrumação” na empresa. O nomeOrange mantém-se, mas todas as restan-tes empresas são unificadas numa só - aGrey Green.Após esta unificação, a primeira compa-

PUB

nhia a ser adquirida é um famoso operadorde Londres, a Birch Brothers. A fundaçãoda Birch remonta a 1847. Da sua históriafazem parte factos tão interessantes comoo seu funcionamento “pirata” em Londresentre 1922 e 1934. A eles deve-se o servi-ço expresso entre Londres e BedfordshireNorthamptonshire que, em 1969, passoupara a United Couties. Durante alguns anoso nome Birch Brothers manteve-se até queem 1977 foi definitivamente retirado.Em 1974, 70% da Word Wide Coaches, omaior operador de autocarros Mercedes deturismo do Reino Unido, passou para o EwerGroup, ficando a parte restante para doisanos depois. Seguiram-se a Wimbledonand Mitcham Belle Coaches, em 1974, e aDix Coaches e a Universal CreamCoaches, em 1976.Parte dos activos da companhia foram ven-didos à Trafalgar Tours em 1977. Durantemuitos anos as cores da Ewer foram verde-claro e branco, com a fusão de serviço overde-claro passou a escuro e entrou umafaixa cor de laranja.A Grey Green torna-se o primeiro operadorprivado em Londres. De seguida o GeorgeEwer Group é adquirido pelo Cowie Group,o “pai” da ARRIVA.De um humilde começo em Stamford Hill hámais de cento e vinte anos, nasceu umaempresa que hoje, como ARRIVA, é dosmaiores de transportes públicos da Europa.

Page 10: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 10 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Concurso de filmes de telemóvelFoi a pensar nos jovens, nas novastecnologias e no uso que delas podem fa-zer, que surgiu o projecto “Cinema eTecnologia”. Este projecto foi proposto porum grupo de alunos da Escola SecundáriaFrancisco de Holanda, no âmbito da disci-plina de Área de Projecto.Assim, surgiu o “Concurso de Filmes deTelemóvel” que, aliado ao seu cariz inova-dor, dará aos jovens a possibilidade de de-monstrar toda a sua criatividade, através deum meio que lhes é tão familiar - o telemóvel.Para tal, é apenas necessário realizar umvídeo a partir de qualquer telemóvel, comuma duração de 2 a 5 minutos de um tema agosto. As participações podem ser indivi-duais ou em grupo.A organização do evento definiu que nãoserão admitidos a concurso filmes que nãocumpram ou excedam o limite de tempoestabelecido; vídeos violentos ou que po-

nham em causa a dignidade do indivíduosem o consentimento deste; e vídeos queforam concebidos para outro efeito, que nãoo do concurso.Para participar deve apresentar os vídeossob a forma de suporte digital (CD/DVD) emformato Windows Media Player. Com estesdeve ser entregue um envelope com a fichade inscrição, devidamente preenchida, e umvalor monetário de dois euros (valor de ins-crição). O envelope entregue deverá estarselado e deverá mencionar, no exterior adesignação do concurso e o título do vídeo.A data limite de entrega é até ao dia 27 deAbril de 2009, na biblioteca ou secretariada respectiva escola.Este projecto encontra-se aberto a todosalunos das Escolas Secundárias do conce-lho de Guimarães, inclusivé a todos os alu-nos das escolas profissionais Cenatex,Cisave e Profitecla.

>>> iniciativas

Após as inscrições, um júri (constituído por 4elementos da Escola Secundária Franciscode Holanda) apurará os 12 melhores vídeos,que serão classificados para a final. Nesta,um outro júri escolherá os 3 melhores vídeos,que receberão cada um deles um prémiomonetário respectivo à sua classificação. Oautor do vídeo vencedor receberá um prémiode 300 euros e um curso de fotografia digitaloferecido pelo Instituto Português da Juven-tude. Ao segundo e terceiro vencedores seráatribuído um prémio monetário de 200 e de100 euros, respectivamente.Estes prémios, entre outros, serão entreguesnum espectáculo de encerramento, quedecorrerá no dia 6 de Junho de 2009, pelas21h30, no São Mamede – Centro de Artes eEspectáculos. Este evento contará tambémcom música, dança e com um desfile demoda. Os bilhetes para assistir ao espectá-culo têm o custo de 3 euros.

> > > > >

Page 11: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 11Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

ceberão um “reforço alimentar”. As inscri-ções para este desafio, nos locais indica-dos, terminam no dia 17 de Março. Contu-do, a inscrição também poderá ser feita, atéàs 15 horas do dia do evento, mediante opagamento de uma caução de 0,50cêntimos.Além do concurso de skate, também terálugar um workshop de graffitii, aberto a to-dos os que nele queiram participar. Nesteworkshop todos os presentes poderão daros primeiros passos na arte de “grafitar”, ouaprender novas técnicas.Para além destas actividades, o“SpringFestival” terá ainda muita animaçãoao longo de todo o evento, com o Dj Cláu-dio Salgado, malabaristas e o grupoZoogang que irá apresentar as suas coreo-grafias de break dance.A entrada é livre!

PUB

>>> iniciativas

O «SpringFestival», como o próprio nomeindica, terá início na Primavera, mais pro-priamente no dia em que esta se inicia, dia21 de Março. Este será um festival radical ealternativo direccionado para os jovensvimaranenses.Organizado por um grupo de alunas da Es-cola Secundária Francisco de Holanda emGuimarães, terá início pelas 14 horas deSábado, no estádio D. Afonso Henriques.No programa deste promissor festival estáincluído um concurso de skate para as ca-tegorias de “Amadores” e “Iniciados”. Aparticipação nesta competição tem um cus-to de 2 euros (valor da inscrição), a qualdeverá ser feita no estabelecimento de en-sino do aluno, no Vitória Sport Club ou naRuela.O vencedor da competição terá comoprémio 100 euros e os skaters inscritos re-

Springfestival

Page 12: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 12 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> desporto

A Associação de Ciclismo do Minho (ACM)lançou uma campanha de filiações desti-nada a quem anda regularmente de bici-cleta e, de forma não competitiva, participaem eventos de “Ciclismo para Todos” (BTT,ciclismo de estrada, passeios, maratonasBTT, etc).A inscrição como praticante informal ou deciclismo de lazer apresenta como principalvantagem o seguro desportivo (acidentes pes-soais e responsabilidade civil), permitindo tam-bém a obtenção de descontos em lojas daespecialidade e o acesso a informação so-bre provas, passeios e outras actividades. In-cluindo o seguro desportivo (acidentes pes-soais e responsabilidade civil), a inscriçãocusta apenas 25,00 euros/ano, baixando para10,00 euros/ano no caso de praticantes atéos 14 anos.A inscrição federativa através da ACM podeser efectuada a título individual ou integradoem equipas. O formulário de inscrição estádisponível no site da Associação (www.acm.pt)onde podem ser obtidas informações com-plementares. Depois de impresso e preenchi-do, o formulário deve ser remetido pelo cor-reio ou entregue directamente na sede daACM (Rua Associação Artística Vimaranense,600, Urbanização da Atouguia, Bloco A, 2ªFase, 4800-174 Guimarães).Com o propósito de contribuir para o aumen-to da prática desportiva – com todos os bene-fícios que lhe estão associados, nomeada-mente ao nível da promoção da saúde e daqualidade de vida – a campanha da ACM estáa ser desenvolvida nos distritos de Braga eViana do Castelo, com o recurso a diversossuportes promocionais (cartazes, desdo-bráveis, banner’s para a internet, etc.)A iniciativa tem o apoio de Juntas de Fregue-sia dos distritos de Braga e Viana do Castelo,Câmara Municipal de Guimarães e ARRIVA,

entre outras entidades.A ACM com sede em Guimarães e filiada naFederação Portuguesa de Ciclismo (FPC), éa única entidade habilitada para regulamen-tar o ciclismo, nas suas diversas vertentes (ci-clismo de estrada, BTT, cicloturismo, Trial Bike,etc), nos distritos de Braga e Viana do Caste-lo, competindo-lhe também a promoção dapratica da modalidade.No âmbito das suas actividades, a Associa-ção de Ciclismo do Minho presta tambémapoio ao nível de aconselhamento técnico,logístico ou de legalização de eventos de ci-clismo (passeios, maratonas BTT, etc), poden-do, neste último caso, os formulários para li-cenciar eventos serem acedidos no site daassociação (www.acm.pt > documento > Ci-clismo e BTT para todos).Fundada em 12 de Outubro de 1977, a ACMfoi declarada Instituição de Utilidade Públicae distinguida com a Medalha de MéritoDesportivo em Prata da Câmara Municipal deGuimarães e com a Medalha de Ouro da FPC.Através da promoção do desporto, do desen-volvimento e criação de oportunidades nocontexto da prática do ciclismo, a ACM orgu-lha-se de mobilizar a população tanto em ac-tividades de ciclismo de competição comode lazer. Deste modo tem-se contribuído paramotivar, especialmente nas camadas maisjovens da população, a prática desta modali-dade desportiva tão saudável e tãoconfraternizante como é o ciclismo.Continuar a atrair para a prática da modalida-de, não só os mais jovens mas também aque-les que, de forma mais ou menos organizada,vêm na prática do ciclismo uma forma de lazere uma actividade de manutenção física, a pro-moção de actividades formativas, novas for-mas de promoção e abordagem da modali-dade, continuam também a merecer a aten-ção da ACM.

Numa parceria inédita que alia o desporto ea cultura, a Associação de Ciclismo doMinho e o Plano Nacional de Leitura esta-beleceram uma colaboração que visa di-vulgar os objectivos e chamar a atençãodos vários sectores da sociedade civil paraa missão do Plano Nacional de Leitura.O Plano Nacional de Leitura (PNL) promoveo desenvolvimento de competências nosdomínios da leitura e da escrita, bem comoo alargamento e aprofundamento dos hábi-tos de leitura, numa missão realizada peloGoverno, com o Alto Patrocínio de Sua Ex-celência o Presidente da República.No âmbito da colaboração entre as duasentidades, o Plano Nacional de Leitura as-socia-se às actividades da Associação deCiclismo do Minho (ACM) ao longo de todaa época desportiva, nomeadamente nascerca de cem provas de ciclismo (estrada eBTT) e na página da associação na internet.Serão difundidas imagens que enaltecem oprazer de ler e convidam os cidadãos a as-sociarem as práticas de leitura às práticasdesportivas.“Ler para ter pedalada! Se é verdade que odesporto tem associada a imagem da des-treza física, dos corpos definidos e saudá-veis, não é menos verdade que a cultura,com a promoção do pensamento, agiliza amusculatura cerebral promovendo clarezae limpidez do conhecimento, afinal, o maiorbem que uma sociedade saudável pode ter.Esta é uma busca simples, um objectivo rea-lizável individualmente e ao alcance de to-dos, a que a ACM se associa”, explicam osresponsáveis da associação.“Congratulamo-nos com esta iniciativa edesejamos também o maior sucesso para asprovas desportivas”, afirmou Isabel Alçada,Comissária do Plano Nacional de Leitura.Procurando elevar os níveis de literacia dos

portugueses, o PNL tem vindo a envolverprogressivamente autarquias e a suscitarapoios de fundações, de associações eempresas.“Enquanto Instituição de Utilidade Pública,a Associação de Ciclismo do Minho tam-bém tem responsabilidades e, nesse con-texto, achamos importante colaborar com oPlano Nacional de Leitura numa simbioseperfeita que alia o desporto e a cultura parase promover uma sociedade, simultanea-mente, mais saudável, mais conhecedora emais esclarecida”, afirma a Associação deCiclismo do Minho.No âmbito da parceria agora estabelecidaserá colocado um painel promocional doPNL junto à meta ou no percurso de todasprovas de ciclismo a organizar pela ACM, eestá a ser equacionada a realização deoutras acções promocionais, nomeadamen-te, exposições, distribuição de materiais eencontros com escritores nos locais dasprovas. Por outro lado, no site da Associa-ção de Ciclismo do Minho (www.acm.pt)será exibido um banner do PNL com liga-ção directa ao sítio www.planonacional-deleitura.gov.pt.A Associação de Ciclismo do Minho está,entretanto, a procurar reunir apoios quepossibilitem a oferta de livros aos atletasmelhor classificados, de todos os escalõesetários, nas cerimónias protocolares dascompetições desportivas.

CONTACTOS:

ACM - Associação de Ciclismo do Minho

Rua Ass. Artística Vimaranense, 600

Urb. Atouguia, Bl.A, 2ª Fase

Ciclismo de lazer:federado é mais seguro!

Desporto e cultura“ler para ter pedalada”

Page 13: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 13Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Mafalda Rainho

>>> literatura

Continuando a série de apontamentos so-bre participantes na Seara Nova, hoje falosobre Jorge de Sena, nascido a 2 de No-vembro de 1919 em Lisboa, que foi poeta,crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo,tradutor e professor universitário.Entra no colégio Vasco da Gama e no liceuLuís de Camões, onde, segundo o próprio,«andava já fazendo versos». Em 1937, en-trou para a Escola Naval da qual, em Mar-ço do ano seguinte é excluído devido a di-vergências diversas da viagem deinstrução no navio-escola Sagres.Em 1942, estreia-se na escrita com “Per-seguição”, mas em 1944 licencia-se emEngenharia Civil pela Universidade do Por-to. De 1948 a 1959 trabalha na Junta deFreguesia e, neste último ano, exila-se noBrasil, receando as perseguições resultan-tes da falhada tentativa de golpe de estado

a 11 de Março, em que está envolvido.Aquando da sua chegada ao Brasil, volta-se para a sua vocação, dedicando-se aoensino da literatura e acaba por se douto-rar em Letras na Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de Araraquara (São Pau-lo), em 1964. Para obter o diploma de Li-vre-Docência teve de se naturalizar brasi-leiro no anterior.Entre 1959 e 1965, completa a sequênciade poemas sobre obras de arte visual, Me-tamorfoses, escreve e publica algumasobras, trabalha na edição do Livro do De-sassossego de Fernando Pessoa e retomaa escrita de teatro. Após o golpe militar de1964 no Brasil, em 1965, surge a possibili-dade de ir para os Estados Unidos da Amé-rica com Mécia de Sena e os seus novefilhos, e, em Outubro desse ano, é nomeadoprofessor catedrático efectivo na University

Jorgede Sena

of Wisconsin, Madison e, em 1970, transitapara University of California, Santa Barbara(UCSB) onde chegou a ser director do De-partamento de Espanhol e Português e doPrograma (interdepartamental) de Literatu-ra Comparada.Hoje em dia, Jorge de Sena tem a suaobra completa por mais de vinte colectâ-neas de poesia, uma tragédia em verso,uma dezena de peças em um acto, maisde trinta contos, uma novela e um roman-ce. Cerca de quarenta volumes dedica-dos à crítica e ao ensaio, à história e àteoria literária e cultural, ao teatro, ao ci-nema e às artes plásticas, de Portugal,do Brasil, da Espanha, da Itália, da Fran-ça, da Alemanha, da Inglaterra ou dosEstados Unidos, sem esquecer as tradu-ções de poesia, as traduções de ficção,de teatro e ensaio.

Toda a sua criação poética é marcada poruma intensiva actividade cultural e poéti-ca tendo sido conferencista, crít ico,comentador de cinema, passando aindapela co-criação de um grupo de teatro epelo apoio a um programa de teatroradiofónico, fazendo a adaptação de con-tos de Chesterton, Hammett, Maupassant,Poe e outros.Mas é no Brasil, docente e investigador uni-versitário, que reforça a sua posição comoopositor ao Estado Novo português. Já nosEstados Unidos a sua actividade ficarestringida aos círculos académicos e daemigração.Jorge de Sena faleceu em Santa Barbara,na Califórnia, a 4 de Junho de 1978 e éhoje considerado um dos grandes poetasde língua portuguesa e uma das figurascentrais da cultura do nosso século XX.

PUB

Page 14: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 14 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

A história é contada num rock psicadélicopor oito cantores, cada um com um papelúnico, e onze músicos.O álbum duplo «The Universal Migrator»lançado no ano 2000 apresenta uma histó-ria de ficção científica sobre o último huma-no vivo, que habita numa colónia em Marte.Na história do primeiro CD, «The UniversalMigrator, Part 1, The Dream Sequencer», elecomeça a voltar atrás no tempo, usando umaparelha chamado “Sequenciador de So-nhos”, e tem «flashbacks» de memórias dediferentes pessoas, memórias de vidas pas-sadas que ele aparentemente viveu. Esteprimeiro álbum consiste num rock progres-sivo, leve e atmosférico. Por oposição, nosegundo álbum «The Universal Migrator,Part 2, Flight of the Migrator» ele retrata umlongínquo passado, antes do Big Bang, comuma sonoridade mais pesada. Mais umavez, ambos os álbuns têm por volta de 10cantores e vários músicos. Um dos convi-dados do álbum foi Bruce Dickinson dos IronMaiden que participou na música «Into theBlack Hole» (5ª faixa do «Part 2: Flight of theMigrator»). Tanto o álbum «Into the ElectricCastle» (de 1998), como o «The HumanEquation» (de 2004), contaram com várioscantores, cada um com o seu papel. Com«The Human Equation», Ayreon deixa umpouco de lado sua temática de ficção cien-tífica e fantasia e apresenta uma história,que se passa dentro da cabeça de um ho-mem que está em estado de coma, após tersido vítima de um estranho acidente de car-ro.As suas emoções são personificadas e le-vam-no a várias passagens da sua vida.Apesar do tema psicológico ser diferente,Arjen disse numa entrevista que quis fazertudo relacionado com o “mundo real”.Depois de mudar da editora «Transmission

>>> crítica musical

Vou começar pelo Ayreon, dado que ele temuma ligação com todas as bandas que vosvou falar hoje. Ayreon é um projecto fantás-tico do holandês Arjen Anthony Lucassen,que conseguiu reunir muitos artistas de re-nome do metal para participarem nas suasexperiências musicais.O primeiro CD do Ayreon, lançado em 1995,foi «The Final Experiment» e conta a histó-ria de um homem da Bretanha do século 6d.C., o menestrel Ayreo, que era cego denascença e que possuía um sexto sentidoque o deixava receber mensagens de cien-tistas do ano 2084, quando a humanidadequase se auto destruiu numa última grandeguerra.O álbum conta com 13 cantores e 7 músi-cos, a maioria deles holandeses. «The Fi-nal Experiment» é geralmente citado comoum dos primeiros álbuns de metal ópera ecomo um regresso ao rock ópera. O nomeoriginal do álbum era «Ayreon: The FinalExperiment», com o artista sendo ArjenAnthony Lucassen, mas, após orelançamento, o título foi mudado para «TheFinal Experiment», e o artista para Ayreon.«Actual Fantasy», de 1996, é o único CD doAyreon que não possui uma história contí-nua. Com as suas histórias de fantasia indi-viduais, este álbum pode, inclusivé, ser con-siderado um álbum conceptual. Em «ActualFantasy» participam 3 vocalistas e 3 músi-cos diferentes, comparativamente com oálbum anterior.«Into the Electric Castle» veio a seguir. Oálbum duplo conta a história de oito pesso-as de diferentes eras da humanidade, quese encontram aprisionadas num estranholugar sem tempo e sem espaço. Ali, umavoz misteriosa fala com eles, guiando-os nasua perigosa missão que é encontrar o ca-minho de casa através do “Castelo Elétrico”.

AyreonNascida a 17 de Outubro de 1979, emMonterrey no México, Marcela AlejandraBovio García é uma das fundadoras deuma banda mexicana, os Elfonía, umabanda de rock experimental de Monterreycom um som combinado de influênciasque vão do «doom» ao gótico atmosféri-co e progressivo. Marcela também can-tou na segunda versão do álbum «FinalExperiment» dos Ayreon.Após as gravações de «The HumanEquation», Arjen Lucassen ficou impres-sionado com a voz de Marcela Bovio. Istoinspirou-o a criar novas composições, to-das elas baseadas no estilo de Bovio.Para ajudá-lo, chamou o até então na-morado e teclista da outra banda deMarcela, Alejandro Millán. Arjen abriuconcursos pela internet para os postosde baixista, baterista e guitarrista solo.Não demorou muito até que ele encon-trasse Johan van Stratum, Davy Mickerse Lori Linstruth. Lucassen assumiu a gui-tarra base, algo que raramente faz, já quetoca sempre teclados no Ayreon. Estavacriada assim a «Stream of Passion».Como os membros moravam em lugaresdiferentes do mundo, o primeiro álbumfoi composto praticamente todo viainternet.Em Outubro de 2005, 3 anos após o lan-çamento de «Fate Of A Dreamer», o últi-mo álbum a ter sido lançado por Arjennoutra banda que não Ayreon, foi lança-do o «Embrace the Storm».Em 2007, Arjen abandonou a banda. Pou-co tempo depois, saíram tambémAlejandro e Lori. Para substituí-los, a ban-da chamou Jeffrey Revet nos teclados eEric Hazebroek e Stephan Schultz nasguitarras.

Records» para a «InsideOut», Arjen come-çou, em 2004, a lançar os seus CDs anteri-ores do Ayreon pela nova editora, aplican-do pequenas mudanças (como lançar «TheUniversal Migrator» em CD duplo, em vezde em dois CDs separados) e mudançasdrásticas (como a «Actual Fantasy“Revisited» ter toda sua bateria, baixo, flau-ta e sintetizadores gravados novamente). Em2005, coincidindo com o décimo aniversá-rio do «Ayreon, The Final Experiment» o ál-bum foi relançado com um disco bónussemi-acústico. No fim de Setembro de 2006,depois de terminar o seu novo disco, Arjencomeçou a trabalhar num novo álbum doAyreon.O conceito de Ayreon é contínuo, com co-nexões ténues entre os álbuns. Uma expe-riência extraordinariamente boa.

STREAM OF PSTREAM OF PSTREAM OF PSTREAM OF PSTREAM OF PASSIONASSIONASSIONASSIONASSIONA banda Via InternetA banda Via InternetA banda Via InternetA banda Via InternetA banda Via Internet

Page 15: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 15Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Mónica Lindo

Formada em 1989, na pequena cidade deOss, Países Baixos, era uma banda toda parao metal extremo, com nítidas influências dosgrupos Hellhammer e Celtic Frost. TheGathering é actualmente um dos ícones deuma das facetas do rock que mais se expan-dem e tá na classe das bandas deatmospheric music.O título já se estabeleceu. São bandas quedesenvolvem sons mais calmos, melodiosos,lentos, beirando as fronteiras da new age,mas sem tanto ênfase nas partes electróni-cas e com raízes metal bastante aparentes.Em Junho de 1992 a história do The Gatheringteve o seu passo inicial com o lançamentode «Alway», um disco que teve fervilhanteaceitação dos fãs do metal na Europa. Masalgo incomodava René Rutten, líder e guitar-rista do grupo, que ainda estava desconten-te com a linha musical adoptada, com muitopeso. Por isso, «Almost a Dance», o discoseguinte, já foi um trabalho menos calcadoem guitarras, o que resultou na conquista denovos públicos.Ainda descontente, Rutten queria inovar naparte vocal do The Gathering. Foi aí que apa-receu a bela figura de Anneke VanGiersbergen, uma talentosa jovem de 21anos que era amiga de um conhecido dogrupo, o qual já havia comentado a possibi-lidade da voz dela ser integrada no grupo,assim que «Always» foi lançado. Annekenunca se tinha interessado em ir aos espec-táculos do The Gathering, até porque elanunca foi fã de metal mais pesado. Mas,quando o mesmo amigo a avisou que Ruttenprecisava de alguém para assumir os vocaisda banda, o encontro foi inevitável.A sua personalidade e visão musical encai-xaram-se facilmente no grupo. Com ela tam-bém afloraram outras influências até entãomal aproveitadas e o The Gathering assumiuas suas raízes menos agressivas, principal-mente Pink Floyd e Dead Can Dance, alémde destacar mais a voz de Anneke, que pas-sou a compor quase todas as letras.A banda assinou contrato com a Century Me-dia e lançou «Mandylion» em 1996, com aprodução feita por Waldemar Sorychta, o qualtambém já havia sido produtor de Tiamat, dosportugueses Moonspell, dos Sentenced, en-tre outros. O disco já apresentou os primeirossinais da mudança desejada, mas ainda tra-

zia resquícios dos seus antecessores. O anofoi dedicado aos espectáculos pela Europa,incluindo participações em grandes festivais,como o Dynamo Open Air e o Pink Pop.No ano seguinte, a banda voltou ao estúdioe compôs o excelente «Nighttime Birds», umCD carregado de momentos transcendentaise intimistas. Um trabalho exemplar e funda-mental para a cena da música atmosférica.Anneke chegou a compor alguns arranjospara guitarra na faixa «Shrink», mas durantea edição final, optou-se por fazê-los com te-clados.A criatividade do The Gathering - que reúnetambém o irmão de René, Hans Rutten, nabateria; Hugo Prinsen Geerligs, no baixo eFrank Boeijen, nos teclados e na programa-ção - iniciou uma escalada incontrolável e,um ano e meio depois (1998), «How toMeasure a Planet?» chegou às lojas de todoo mundo.A produção desta vez coube a Attie Bauw,responsável pelos discos dos Fight e dosScorpions, que guiou o grupo na difícil tarefade compor um álbum duplo, neste caso, oprimeiro de estúdio lançado pela CenturyMedia. Nesta fase, a banda perdeu o guitar-rista Jelmer Wiersma, que se cansou do esti-lo. A separação foi amigável e ele ainda man-tém contacto com os ex-colegas. Actualmen-te, Wiersma tem vindo a trabalhar com músi-ca electrónica e como engenheiro de som.«How To Measure a Planet?» causou umacerta surpresa não só pelo facto de ser du-plo, mas, também, por roçar levemente em

>>> musik by Mok’zz

influências ainda mais leves. Não faltaramcomparações com bandas como MassiveAttack e Radiohead que, por sinal, sãoassumidamente um dos estilos preferidos deAnneke. Na parte lírica também surgiram mu-danças, já que a vocalista passou a diversi-ficar mais os temas das canções.Na tour, a banda teve a oportunidade de to-car nos Estados Unidos. Mas as expectati-vas não se cumpriram por completo, já queaconteceram muitos problemas durante aviagem, com uma actuação sendo cancela-da simplesmente porque o som de retornonão funcionava no palco. Além das falhasno sistema de amplificação, a banda aindase decepcionou mais quando chegou aoColorado. Cansados de uma extensa via-gem, foram surpreendidos quando chega-ram ao local e não encontraram sequer al-guém da produção do espectáculo para osreceber. Sem comida ou água, estafados como forte calor, os músicos sentiram-se trata-dos como animais.Apesar disso, todos sentiram que era horade algo mais. Rutten não teve dúvidas, defi-niu que tinha chegado o momento para gra-var ao vivo. «Superheat» retrata bem as gran-des actuações com público, quer seja emfestivais enormes ou em pequenos clubes.Baseado principalmente nos dois álbuns an-teriores, «Superheat» deixou de lado muitasfaixas mais antigas, por pura inexistência dematerial gravado com qualidade suficientepara um disco ao vivo. A banda lamentou ofacto, mas preferiu oferecer as gravações de

The Gathering

espectáculos mais recentes, em apresenta-ções específicas do disco.A criatividade estava em alta e, depois delançarem «How To Measure a Planet?» e«Superheat» em 1999, os membros do TheGathering voltaram ao estúdio. Em«If_then_else», que chegou às lojas em Ju-lho do ano 2000, Rutten pode ir ainda maislonge, fazendo as gravações em dois pe-quenos estúdios na Holanda, sendo todasas faixas tocadas num só take. Tudo ficoupraticamente ao vivo no disco, que exploramuito bem as canções calmas, algumas ex-periências com sons electrónicos e dosesdiscretas do peso metálico.Atravessando uma etapa delicada na sua vidapessoal, Anneke também experimentou algu-mas mudanças na sua forma de cantar e com-por. O fim do seu noivado reflectiu-se muito emalgumas letras, com a cantora trabalhando até15 horas por dia no estúdio. O esforço resultounum disco bem pessoal, de alto nível, além deter enchido de esperanças muitos fãs. Muitogira e dona de uma voz linda, Anneke arrebatamuitos corações pelo mundo fora, recebendomuitas cartas, algumas discretas, outras apai-xonadas. Ela até já se acostumou com as pro-postas de casamento que volta e meia che-gam às suas mãos pelo correio.Recentemente, Anneke deixou o TheGathering, deixando milhares de fãsinconsoláveis. Alegou ter vontade de se de-dicar ao seu projecto novo, «Agua deAnnique». Não houve pressão com a suasaída, apenas muita tristeza.

Page 16: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 16 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> passeio

PONTE DO FREIXOPONTE DO FREIXOPONTE DO FREIXOPONTE DO FREIXOPONTE DO FREIXOInaugurada em Setembro de 1995, é a ponteque está mais a montante do rio Douro. O pro-jecto é de autoria do Prof. António Reis e foiconstruída na tentativa de minimizar os con-gestionamentos ao trânsito automóvel vividosnas Pontes da Arrábida e de Dom Luís I, parti-cularmente notórios desde finais da décadade 1980. A Ponte do Freixo é, na verdade,constituída por duas pontes construídas lado alado e afastadas 10 centímetros uma da outra.A ponte tem oito vãos, sendo o principal de 150metros. É uma ponte rodoviária com oito faixasde rodagem (quatro em cada sentido).

PONTE DE SÃO JOÃOPONTE DE SÃO JOÃOPONTE DE SÃO JOÃOPONTE DE SÃO JOÃOPONTE DE SÃO JOÃOTal como a Ponte da Arrábida, também a Pon-te de São João é de autoria do Eng.º EdgarCardoso. É uma ponte ferroviária e foiconstruída para substituir a centenária PonteMaria Pia. Ao contrário das outras pontesconstruídas até à data, a Ponte de São Joãonão é em arco, mas adopta uma solução empórtico, com três vãos, dois de 125 metros eum de 250 metros, apoiados em dois pilaresfundados no leito do Rio. Fazendo jus ao seunome, foi inaugurada no dia de São João, a24 de Junho de 1991. A ponte de São João aoser uma peça única possui também um siste-ma inovador, que é o sistema de deslizamento.Por exemplo, no caso de acontecer um aci-dente na ponte, as carruagens dos comboiosnão se sobrepõem umas nas outras, mas sim,deslizam pela ponte fora, o que é único nomundo, como fez questão de salientar, na al-tura, Edgar Cardoso. Tal como a Ponte daArrábida, à data da sua inauguração, com oseu vão central, constituiu um recorde mun-dial neste tipo de pontes, neste caso, paracaminho-de-ferro.

PONTE D. MARIA PIAPONTE D. MARIA PIAPONTE D. MARIA PIAPONTE D. MARIA PIAPONTE D. MARIA PIAA Ponte de D. Maria Pia, assim chamada emhonra de Maria Pia de Sabóia, é uma obra degrande beleza arquitectónica, projectada peloEng.º Théophile Seyrig e construída, entre Ja-neiro de 1876 e 4 de Novembro de 1877, pelaempresa de Gustave Eiffel. Foi a primeira pon-te ferroviária a unir as duas margens do rioDouro. Estiveram em permanência 150 ope-rários a trabalhar e utilizaram-se 1.600.000

quilos de ferro. Tendo em consideração asdimensões da largura do rio e das escarpasenvolventes foi o maior vão construído atéessa data, aplicando-se métodos revolucio-nários para a época. A construção da ponteem tempo recorde, aliada à dificuldade datransposição do enorme vão, concedeu aEiffel a fama que procurava desde 1866, altu-ra em que fundou a sua empresa G. Eiffel etC.ie com o engenheiro Téophile Seyrig. Teveutilização, durante mais de 100 anos, ao ser-viço do caminho-de-ferro. A inauguração so-lene deu-se a 4 de Novembro de 1877, com apresença de D. Luís I e de D. Maria Pia dequem tomou o nome. No último quartel doSéculo XX tornou-se evidente que a velhaponte já não respondia de forma satisfatóriaàs necessidades. Dotada de uma só linha,obrigava à passagem de uma composiçãode cada vez, a uma velocidade que não po-dia ultrapassar os 20 km/h e com cargas limi-tadas. No entanto, a ponte esteve em serviço,até à inauguração da Ponte de São João.

PONTE DO INFPONTE DO INFPONTE DO INFPONTE DO INFPONTE DO INFANTEANTEANTEANTEANTEBaptizada em honra do Infante D. Henrique,nascido no Porto, é a mais recente e, segun-do muitos, a mais esbelta ponte que liga Portoe Gaia. Foi construída para substituir o tabu-leiro superior da Ponte Dom Luís I, entretantoconvertida para uso da Linha Amarela doMetro do Porto. Esta obra foi edificada poucoa montante da ponte Dom Luís I, em plenazona histórica, ligando o bairro das Fontaínhasà Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia. O Eng.ºAntónio Adão da Fonseca, juntamente com asua equipa, foi o responsável pelo projectodesta ponte de 371 metros de extensão e 20metros de largura, com duas vias de rodagemem cada sentido, com um separador centralde 1 metro de largura e passeios laterais de 3metros. Dotada de um arco em betão armadode 280 metros, a nova travessia demorou 27meses a ser construída e implicou um investi-mento de 14 milhões de euros. Esta constru-ção apresenta uma solução de arco seme-lhante à adoptada pelo Eng.º suíço RobertMaillart nas suas pontes alpinas, com umaflecha de 11,2 metros para um vão de arcocom 280 metros, o que, como já vem sendotradição nas pontes entre o Porto e Gaia, cons-

tituiu um recorde mundial nesta tipologia depontes e serviu de referência a inúmeras ou-tras posteriormente construídas.

PONTE DOM LUÍS IPONTE DOM LUÍS IPONTE DOM LUÍS IPONTE DOM LUÍS IPONTE DOM LUÍS IAtravés da proposta de Lei de 11 de Fevereirode 1879, o Governo determina a abertura deconcurso para a “construção de uma pontemetálica sobre o rio Douro, no local que sejulgar mais conveniente em frente da cidadedo Porto, para a substituição da actual pontepensil”. Foi vencedora a proposta da empre-sa belga Société de Willebroeck, com o pro-jecto do Eng.º Teófilo Seyrig que, já fora o au-tor da concepção e chefe da equipa de pro-jecto da Ponte Maria Pia, enquanto sócio deEiffel, e assina como único responsável danova e grandiosa Ponte Dom Luís I. A constru-ção iniciou-se em 1881 e foi inaugurada em31 de Outubro de 1886.

PONTE DA ARRÁBIDAPONTE DA ARRÁBIDAPONTE DA ARRÁBIDAPONTE DA ARRÁBIDAPONTE DA ARRÁBIDAA Ponte da Arrábida foi a segunda ponte a serconstruída para a circulação rodoviária, sen-do uma das seis pontes ainda existentes nacidade do Porto.Por volta da década de quarenta constatou-

se que a circulação na Ponte D. Luís I, sefazia com muita dificuldade, motivado sobre-tudo pela expansão demográfica do distritodo Porto e do Concelho de Vila Nova de Gaia,e reconheceu-se a necessidade de uma tra-vessia alternativa. Em Março de 1952 a JuntaAutónoma das Estradas, adjudicou a elabo-ração dos anteprojectos ao Prof. Edgar Car-doso. O projecto viria a ser aprovado em 1955.Em Março de 1957 foram iniciadas as obras.A 22 de Junho de 1963 é finalmente inaugu-rada, dispondo de quatro elevadores para queos peões pudessem vencer a distância desetenta metros do rio ao tabuleiro, facilitandoem muito a travessia pedonal. Nas torres doselevadores, parte integrante da estrutura da-quela obra de arte, podem observar-se quatroesculturas ornamentais com cinco metros dealtura, fundidas em bronze. Duas do lado doPorto, do escultor Barata Feyo, simbolizando“O Génio Acolhedor da Cidade do Porto” e “OGénio da Faina Fluvial e do AproveitamentoHidroeléctrico”; e duas do lado de Gaia, doescultor Gustavo Bastos, representando “ODomínio das Águas pelo Homem” e “O Ho-mem na sua Possibilidade de Transpor osCursos de Água”.

Visitar o Porto, é conhecer os mais preciososrecantos desta Cidade Património daHumanidade, deixar-se envolver pelanostalgia, pela corrente do rio Douro,

percorrendo as suas pontes e as marcasque a história deixou. Da Ponte do Freixo até

a Foz, desfrute das nossas sugestões.

Da ponte do Freixo à Foz

Page 17: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 17Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> passeio

O MUSEU DO CARRO ELÉCTRICOO MUSEU DO CARRO ELÉCTRICOO MUSEU DO CARRO ELÉCTRICOO MUSEU DO CARRO ELÉCTRICOO MUSEU DO CARRO ELÉCTRICOO Museu do Carro Eléctrico foi inaugurado em 1992, no dia18 de Maio, e surgiu do empenho voluntário de um restritogrupo de pessoas “amantes” deste meio de transporte. Estáinstalado num edifício de 1915 na Alameda Basílio Teles eenquadra-se nos melhores do mundo, ocupando uma áreade cerca de 100 metros quadrados.Tem como finalidade preservar, conservar e difundir umaconsiderável colecção de objectos de incontestável valorpatrimonial, elucidativos e representativos da história e de-senvolvimento dos transportes públicos urbanos da cidadedo Porto. Para além destes objectivos, este Museu visa tam-bém prestar homenagem aos excepcionais homens que

PPPPPALÁCIO DO FREIXOALÁCIO DO FREIXOALÁCIO DO FREIXOALÁCIO DO FREIXOALÁCIO DO FREIXOExiste desde o século XVIII, mais propriamente desde 1741e é uma das jóias arquitectónicas da cidade do Porto.O Palácio do Freixo é em estilo barroco com traços carac-terísticos do seu arquitecto, Nicolau Nasoni. Este não sósoube aproveitar o maravilhoso factor geográfico e naturalda região, como também rodeou a casa com diversos ele-mentos de bom gosto barroco. Cada fachada da casa temum desenho distinto, os frontões são decorados com gri-naldas de flores, medalhões, máscaras, cachos de frutos epor uma pedra de armas. A fachada Este, a mais imponentedo imóvel, tem uma escadaria principal ricamente decora-da. O traçado do bloco central é semelhante ao da fachadadas igrejas dos Clérigos e da Misericórdia, também ambasno Porto.Tanto no exterior como no interior deste edifício encontra-mos um génio decorativo visível nos pormenores ornamen-tais de grande valia estética. O jardim está claramente de-senhado à maneira italiana, com esculturas e com umavista magnífica sobre o rio.Depois de algumas décadas de abandono o monumentofoi objecto de um plano de recuperação e reabilitação daresponsabilidade do Arquitecto Fernando Távora, concluí-do em Março de 2003.A partir de então tem sido palco de inúmeros eventos e,actualmente, está a ser adaptado para nele ser instaladauma das Pousadas de Portugal.

MOSTEIRO DA SERRA DO PILARMOSTEIRO DA SERRA DO PILARMOSTEIRO DA SERRA DO PILARMOSTEIRO DA SERRA DO PILARMOSTEIRO DA SERRA DO PILARConsiderado património da humanidade pela UNESCO,O Mosteiro da Serra do Pilar começou a ser edificado em1538 sob a direcção inicial de Diogo de Castilho e Joãode Ruão. As obras terminaram com a conclusão da igre-ja de Nossa Senhora do Pilar por volta de 1670. O mostei-ro foi inicialmente criado por ordem do Rei D. João III,com o intuito e albergar os Frades Agostinhos do Mostei-ro de Grijó.Durante a Guerra Civil de 1832-1834, este foi o únicolocal que os liberais conseguiram manter a sul do rioDouro, defendendo a partir daí as suas tropas que seencontravam cercadas na cidade do Porto.Devido à guerra e aos ataques constantes que sofreu, omosteiro ficou visivelmente degradado e abandonado.Só em 1874, com a constituição da Real Irmandade deNossa Senhora da Glória do Pilar, no reinado de D. MariaII, e posteriormente em 1925 com o Grupo de Amigos doMosteiro da Serra do Pilar, foi possível a sua recupera-ção.Actualmente o famoso mosteiro funciona como quartel eo terreno limítrofe constitui um dos mais belos miradou-ros sobre o rio Douro e a parte antiga da cidade do Porto.

Sociedade dos Catraeiros do DouroSociedade dos Catraeiros do DouroSociedade dos Catraeiros do DouroSociedade dos Catraeiros do DouroSociedade dos Catraeiros do DouroA Catraeiros do Douro explora há várias décadas a liga-ção fluvial entre a Afurada e Lordelo do Ouro no Porto.A empresa gostaria de rentabilizar a licença de transpor-te de passageiros de forma a atenuar a crise que tomouconta do serviço das tradicionais lanchas da Afurada eque até iria de encontro ao projecto de criação de umsistema de transporte por via fluvial, que tem sidociclicamente anunciado pelas câmaras de Gaia e doPorto, mas que nunca avançou.De qualquer forma é um excelente meio para fazer umpasseio até à outra margem, dando-nos a possibilidadede caminhar até à Ponta da Afurada na Foz do Douro.

venceram e expandiram a cidade do Porto e seus arredo-res. Fazem parte da sua vasta colecção veículos de trans-porte público, nomeadamente carros eléctricos, atreladose veículos automóveis de 1872 a 1951; maquinaria pesada,tal como motores e componentes eléctricas para transfor-mação de energia; acessórios dos veículos e dos funcioná-rios das empresas de transporte público da cidade do Porto,nomeadamente fardamento e ferramentas do mais variadotipo. Fotografias relativas à história do carro eléctrico nacidade do Porto desde finais do Século XIX à actualidade etítulos de transporte desde 1872 até aos nossos dias. É umdos grandes ex-libris da cidade do Porto.

CAIS DO OURO: ESQUECIDO NO TEMPO…CAIS DO OURO: ESQUECIDO NO TEMPO…CAIS DO OURO: ESQUECIDO NO TEMPO…CAIS DO OURO: ESQUECIDO NO TEMPO…CAIS DO OURO: ESQUECIDO NO TEMPO…O Cais do Ouro foi noutros tempos uma referência impor-tante na actividade portuária das margens do Douro. Aquise situava o antigo estaleiro do Ouro, centro de construçãoe reparação de embarcações em madeira.Neste estaleiro foi construída a pequena armada que foitentar quebrar o cerco a Lisboa durante o Interregno de1383-1385, sendo também o berço das naus que anos maistarde levariam o exército de D. João I e Nun’Álvares Pereiraaté Ceuta para a primeira conquista de território em África.Com o abandono da actividade este local transformou-senum foco de degradação física, com a permanência detoxicodependentes e de degradação ambiental, com a pre-sença de entulho.O “Concurso Público de Ideias para a requalificação deEstaleiro do Ouro e Zona Envolvente, no Porto”, decorreuem 2007, sendo o vencedor um projecto de requalificaçãoque contempla a criação de um novo edifício para o Institu-to de Socorros a Náufragos, um anfiteatro suspenso sobreo Douro e dois espaços para cafetaria, aluguer de bicicle-tas e posto turístico, e irá chamar-se “Respirad’ouro”. Porenquanto a execução do projecto não tem data marcada,permanecendo o Cais do Ouro desvalorizado.

Marco António Lindo

Page 18: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 18 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> vinhosSusana Marvão, in Wine Passion-Paixão pelo Vinho

Não há Porto que não transpire história, quenão respire sabedoria. O Croft é disso umbom exemplo. Há mais de 300 anos que estaempresa se senta nas margens do Douro. Ejá muitos foram os protagonistas da sua his-tória. Há sete anos que é o grupo FladgatePartnership que escreve no livro da Croft.Que faz história. E insiste em fazê-lo de for-ma coerente, respeitando um passado glori-oso mas sem nunca tirar o olhar de um futuroque se quer ainda mais promissor.Já muito foi feito nestes últimos sete anos. AQuinta da Roêda, a propriedade maisemblemática da empresa, foi objecto de gran-des investimentos. Daqui, garante o director-geral Adrian Bridge, resultaram melhoramen-tos que não se inibe em adjectivar de “radi-cais”. Tanto na vinha como nas instalaçõesde vinificação. Reintroduziram a vinificaçãotradicional, em lagares, para as uvas da quin-ta, permitindo que as suas antigas vinhas evi-denciassem de novo todo o seu potencial.E Adrian Bridge garante que os benefíciosdestes investimentos estão já bem patentesno Vintage de 2003 Croft e no Vintage 2005Quinta da Roêda, ambos classificados entreos melhores vintages destes anos. Para odirector-geral, o sucesso destes vinhos sig-nifica que está praticamente alcançado oobjectivo de restabelecer a Croft como“premier cru” de vinho do Porto Vintage.Mas o rasgo da empresa não se ficaria poraqui. Para além de repor o nome da Croft comoprodutor clássico de vinhos do Porto tradicio-nais, a empresa insistiu em assegurar a posi-ção da firma na vanguarda da inovação como lançamento de novos produtos, como o CroftIndulgence e, mais recentemente, o Croft Pink

que de imediato teve sucesso comercial. Umaposta atrevida mas ganha.E deram-se a conhecer. Pela primeira vezem várias décadas, os armazéns da Croftforam abertos ao público, centro que hojerecebe qualquer coisa como 50 mil visitan-tes por ano.Mas obviamente que os projectos não ficampor aqui. A empresa prevê restaurar um edi-fício do século XVIII em pleno núcleo históri-co de Vila Nova de Gaia, permitindo que ocentro de turismo opere futuramente em ins-talações “ainda mais impressionantes”. Ou-tro centro de turismo na Quinta da Roêda estáigualmente previsto, concebido pelo arqui-tecto Sir Thomas Croft, descendente directoda família que deu nome à firma.Mas quais os principais ingredientes para osucesso? Adrian Bridge diz que sobretudo sãotrês. O primeiro é o investimento na vinha. Nasuvas. “Hoje, com tecnologia, é possível fazermuitos bons vinhos. Temos 130 hectares, 330mil pés com boa capacidade de produção.Temos muitas potencialidades”. O segundofactor reside na capacidade para fazer vindi-ma e na qualidade da adega. E, por último,algo que o director-geral enfatizou, é a visãodo grupo. “Podemos ter uma boa vinha, umaboa adega, mas sem visão estratégica nadafunciona. O Croft tem excelentespotencialidades precisamente porque reúnetodas as condições para o ser. Nomeadamen-te pessoas com uma clara visão estratégica”.A história da Croft é “fácil” de ser contada.Os primeiros indícios da sua actividade deexportação de Vinho do Porto datam de 1678,que por coincidência foi o ano dos primeirosembarques de Vinho do Porto de que há re-

Um Porto atrevido

gisto. No início a companhia era conhecidapelo nome dos seus fundadores, Phayre &Bradley e assumiu o nome actual em 1736após a entrada de John Croft, membro deuma ilustre família de mercadores de vinhosde Yorkshire, Inglaterra.A família Croft desempenhou um papel pro-eminente no sector do Vinho do Porto e ele-vou a Croft à posição de distinção que ain-da hoje ocupa. O sobrinho em segundo graude John Croft, seu homónimo, foi uma dasprincipais figuras do sector no século XVIII.O seu Tratado sobre os Vinhos de Portugal,de 1788, é ainda hoje uma das mais impor-tantes fontes de informação sobre a históriado Vinho do Porto.Apesar de se ter estabelecido na cidade doPorto e de se manter activa no sector do Vi-nho do Porto, a família Croft nunca perdeu ocontacto com as suas raízes em Yorkshire.No seu tratado, John Croft auto-intitula-sede “Membro da Feitoria no Porto e Mercadorde Vinhos de York. A família regressou a In-glaterra no século XIX, após as Guerras Pe-ninsulares, pelo que já não há descenden-tes associados à casa Croft. Contudo, man-teve o gosto pelos grandes vinhos fortifica-dos do Douro e a Percy Croft, falecido em1935, foram atribuídas as famosas palavras:“Todo o tempo que não é passado a beberVinho do Porto é tempo desperdiçado.”Em 1911 a Croft foi comprada pela conheci-da família de mercadores de vinhos Gilbey.Hoje em dia é propriedade de descenden-tes de duas velhas famílias do sector do Vi-nho do Porto, os Yeatman e os Fladgate, quea gerem.O lugar de distinção ocupado pela Croft e

Da sombra, pelas mãos da Fladgate Partnership, aparece umrenovado Croft. Com sangue novo, mais pujança e mais atrevido.

Foram feitos investimentos e, hoje, há que começar a colher ofruto dessas apostas. Apostas que parecem ter sido certas. Não

restam dúvidas. Sabem muito bem de onde vieram masigualmente têm a certeza para onde querem ir. E isso, hoje, é

provavelmente um dos mais importantes factores de sucesso. Ahistória continua a ser escrita.

pelos seus vinhos deve-se principalmenteà sua Quinta da Roêda, uma das melhoresquintas do Douro. A Roêda é há muito reco-nhecida como uma das grandes quintas deVinho do Porto, e sobre ela Vega Cabral, po-eta do século XIX, escreveu que se a Re-gião Demarcada do Douro fosse um anelde ouro, a Roêda seria o diamante.Pensa-se que esta magnífica quinta terá sidoplantada no início do século XVIII durante ogrande aumento da procura de Vinho do Por-to após o Tratado de Methuen de 1703, se-gundo o qual a Inglaterra comprometia-se acobrar menos um terço nos impostos sobreos vinhos portugueses do que sobre os vi-nhos franceses.Tendo sido propriedade da Taylor Fladgate& Yeatman, foi comprada em 1862 por JohnFladgate, a quem foi atribuído o título de “Ba-rão de Roêda” pela Coroa Portuguesa. Apóso casamento da filha de Fladgate comCharles Wright da Croft, em 1875, a quintapassou a ser propriedade da Croft.A Quintada Roêda é a pedra fundamental da reputa-ção da Croft como produtora de PortosVintage e de estilo Vintage. Os característi-cos vinhos redondos, complexos, e fortemen-te frutados são a essência do inigualávelestilo desta companhia.A história vai continuar a ser escrita. E AdrianBridge garante que um dos maiores activosda empresa é ter o seu caminho bem deline-ado. Estão atentos às flutuações do merca-do, investem o lucro na empresa e prome-tem nunca baixar os braços. E, sobretudo,têm a tão necessária visão a longo prazo quelhes permitirá escrever no tal livro da históriaumas quantas páginas de ouro.

Page 19: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 19Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

CROFTCROFTCROFTCROFTCROFTPORTO TAWNY 10 ANOS% 2014,40 euros

Aspecto límpido, cor âmbar definidacom ligeiros tons esverdeados. Aromaintenso em frutos secos, figo seco emadeiras exóticas, nuances de ginja,alperce seco e de especiarias. Sabormacio com boa fruta no aroma da boca,acidez equilibrada, com final longo epersistente.

CROFTCROFTCROFTCROFTCROFTPORTO TAWNY 20 ANOS% 2030,20 euros

Aspecto límpido, cor âmbar definidacom abundantes tons esverdeados.Aroma predominante em notas de es-peciarias, avelã e madeiras exóticas,ligeiro figo seco no final. Sabor intensoe duradouro, com boa untuosidade,acidez equilibrada mas a transmitir per-sistência e longevidade.

CROFTCROFTCROFTCROFTCROFTPORTO RESERVA% 207,60 euros

Aspecto límpido, cor rubi intensa comligeiros tons acastanhados. Aroma in-tenso em frutos do bosque muito madu-ros e compota dos mesmos, nuancesde cassis e melaço de cana-de-açúcar.Sabor equilibrado e muito harmonioso,idem no aroma de boca, acidez a trans-mitir frescura e persistência no final.

CROFT CROFT CROFT CROFT CROFT ----- QUINT QUINT QUINT QUINT QUINTA DA ROÊDAA DA ROÊDAA DA ROÊDAA DA ROÊDAA DA ROÊDAPORTO VINTAGE 2005% 20,530,20 euros

Aspecto empoado, cor rubi muito inten-sa com ligeiros tons acastanhados.Aroma complexo, nuances de uva pas-sa e compota de amora preta muitomadura, apresenta também notas decassis e groselha madura. Sabor untu-oso e intenso, excelente volume deboca, taninos de boa qualidade e aconferir longevidade. Termina longo epersistente.

>>> vinhos

CROFTCROFTCROFTCROFTCROFTPORTO BRANCO% 205,10 euros

Aspecto límpido, cor topázio definida.Aroma dominante em notas de frutos se-cos e notas de evolução, madeira exóti-ca bem presente, nuances de alfarrobae de melaço de cana-de-açúcar. Saborfrutado, adocicado, mas com boa rela-ção açúcar/ácido. Termina persistente.

CROFT PINKCROFT PINKCROFT PINKCROFT PINKCROFT PINKPORTO ROSÉ% 19,510,00 euros

Cor rosada intensa, cristalino. Nariz aapresentar um misto de flores do campoe de frutos vermelhos, com especial inci-dência para o morango. Sabor frutado,intenso, muito macio, adocicado, a ter-minar com alguma persistência.

CroftAs nossas sugestões

Aprender. Conhecer. Degustar.Os melhores vinhos portugueses e seus produtores.

Já nas bancas

www.aw-passions.comT. 220 167 542 | [email protected]

A PAIXÃO PELO VINHO> > > > >

PUB

Page 20: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 20 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

PREPARAÇÃO:

Coza 1kg de tripas em água com sal. Limpe a mão de vitela ecoza-a. Noutro recipiente coza as restantes carnes e o fran-go. Retire as carnes à medida que vão estando prontas.Coza o feijão, já demolhado, com as cenouras às rodelas euma cebola aos gomos.Pique uma cebola e “estale-a” numa colher de banha. Juntetodas as carnes cortadas em bocados (incluindo as tripas,frango, enchidos, etc.). Deixe apurar um pouco e adicione ofeijão. Tempere com sal, pimenta preta moída na altura, louroe a salsa. Deixe apurar bem.Retire a salsa e sirva numa terrina de porcelana ou de barro,polvilhado, segundo o gosto, com cominhos ou salsa picadae acompanhado com arroz branco seco.

Chef Hélio Loureiro

> > > > >

10 pessoas

INGREDIENTES:1 kg de tripas de vitela; 1 mão de vitela; 150grde chouriço de carne; 150gr de orelheira;150gr de toucinho entremeado ou presunto;150gr de salpicão; 150gr de carne da cabe-ça de porco; 1 frango ou meia galinha; 1kgde feijão manteiga; 2 cenouras; 2 cebolasgrandes; 1 colher de sopa de banha; 1 ramode salsa; 1 folha de louro; sal; cominhos epimenta preta; arroz.

TRIPAS À MODA DO PORTO

Criada em 2001, ano em que o Porto se or-gulhou de ser a Capital Europeia da Cultu-ra, a Confraria das Tripas à Moda do Portotem como objectivo central “a divulgaçãodeste prato que, além de ter na sua receitaum enorme valor como iguaria culinária na-cional e local, dá o nome à população des-ta cidade”. É actualmente presidida pelo re-conhecido Chefe Hélio Loureiro, grandedefensor das tradições do Porto e da histó-ria de Portugal.A este prato devem os Portuenses o epípetrode Tripeiros de que muito se orgulham e queé como que o testemunho da sua reconhe-cida generosidade. Dizem uns que esta re-ceita data de 1384 e que se deve ao factode os Portuenses terem enviado toda a car-ne para a frota que, chefiada por Rui Perei-ra, veio em auxílio de Lisboa, cercada porD. João I de Castela; outros atribuem o fac-to, uma vez mais, à generosidade dosTripeiros que, em circunstâncias semelhan-tes, aquando da expedição de Ceuta, fica-ram reduzidos a comer apenas as miude-zas da carne.Por tudo isto, tem esta confraria a missãosolene de divulgar esta receita, como trata-do de conhecimento dos antepassados,mostrando aos actuais e vindouros os sabe-res da culinária e uma das páginas da histó-ria, repleta de acontecimentos que prestigiamquem nasceu no Porto ou quem tem com elauma relação de amizade e de partilha.

As tripas, são basicamente uma feijoada pre-parada com feijão branco e muita cenoura,mão de vaca gelatinosa, chouriço, toucinho,frango e as tais tripas, de vitela ou de boi, dasvárias partes do estômago, lisas, de alvéolose de folhos. Tudo estufado e temperado comum toque de cominhos, um pouco de arrozbranco por companhia, é um prato de elei-ção, e não só dos “tripeiros”.Uma vez por ano a confraria promove, nor-malmente nos jardins do Palácio de Cristal,

Confraria das Tripas

>>> sabores

a festa da partilha, onde é preparado simbo-licamente um panelão de tripas que são dis-tribuídas gratuitamente por quem as quiserapreciar. No final do ano, a Confraria, que vairecolhendo fundos e donativos, apoia pes-soas doentes, deficientes e crianças neces-sitadas, mantendo vivo o tal espírito de parti-lha. O espírito tripeiro.Na última quarta-feira do mês, todos os me-ses, há jantar da Confraria das Tripas à Modado Porto. E ali, claro, servem-se as tradicio-

nais tripas com feijão, um prato nascido nacidade, ou melhor, criado pelas gentes dacidade, desde então apelidados de“tripeiros”. Nos jantares das últimas quartas-feiras do mês a tradição mantém-se de con-vidar alguém ligado a uma actividade espe-cífica, que queira não só partilhar um bomprato de tripas à moda do Porto, mas tambémfalar de algo relacionado com a cidade eeste espírito tão peculiar. As tripas, essas,estão sempre deliciosas!

à Moda do Porto

Maria Helena Duarte, in revista Cuisine Passion - Paixão pela Cozinha

Page 21: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 21Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Susana Marvão, in revista Cuisine Passion

>>> sabores

Os números são esclarecedores: as vítimasde doença cardiovascular ascendem aos 17milhões de pessoas por ano em todo o mun-do. Em Portugal, é a principal causa de morte,contando com mais de 40 mil vítimas por ano.Ou seja, 40% dos óbitos ocorridos num anoem Portugal são provocados por doençascardiovasculares.A explicação? Basicamente estas doençassão resultado de um estilo de vida errado,onde uma alimentação desregulada ganhapapel de destaque. Aliás, é precisamente atra-vés da alimentação que o número de mortespode efectivamente diminuir.Manuel Carrageta, presidente da FundaçãoPortuguesa de Cardiologia, representou Por-tugal num recente encontro em Barcelonaonde se reuniram os 40 maiores especialis-tas em nutrição e saúde alimentar do mundo.No final de dois dias de discussão, chegou-se à conclusão que um dos grandes proble-mas que contribui para o aumento de mortesé o facto da grande maioria dos consumido-res, adultos e crianças, não saber a distinçãoentre gordura saturada e insaturada, ingerin-do quantidades desmesuradas de gordurasaturada. “Fazemos uma alimentação pordemais errada. Excessivamente rica em ca-lorias e gordura animal, hidratos de carbonoe sal, ao mesmo tempo que consumimos pou-

“Temos de aprendera distinguir as gorduras”

Quem o diz é o prof. ManuelVarrageta, presidente da Fundação

Portuguesa de Cardiologia.

cas fibras vegetais, hortaliça e fruta. Esta pos-tura alimentar acaba por dar uma série depatologias que efectivamente causam mor-te”, revelou o especialista em entrevista aoARRIVA Jornal.Na reunião de Barcelona saiu a conclusãode algumas ideias erradas que as pessoasainda hoje têm. Uma delas é que a gordurafaz mal à saúde. Mas esse é um pressupostoerróneo. Como explicou Manuel Carrageta,há gorduras essenciais que o nosso organis-mo nem sequer consegue produzir, como ocaso do ómega 3 (presente em peixes gordu-rosos, óleos vegetais e nozes) e ómega 6 (pre-sente em óleos vegetais, sementes e nozes).“Há um claro défice no consumo destas gor-duras em todo o mundo. Daí a necessidadede sensibilizar a população em geral para queconheça e distinga as gorduras. Alguns tiposespeciais de gorduras, como estas que men-cionei, para além de saudáveis são cruciaispara um sistema imunológico forte”.E o que se deve evitar? Sobretudo, diz o profes-sor, as gorduras saturadas, como por exemploos lacticínios (queijo, manteiga, leite gordo…).“É claro que neste aspecto a própria indústriapode ter um papel preponderante na educa-ção do consumidor. Por isso, defendo rótulosclaros e esclarecedores para que o clientepossa efectivamente saber escolher. A cola-

boração com a indústria de serviços alimenta-res, restaurantes, empresas de catering e can-tinas é fundamental enquanto parte de umaestratégia para tentar reverter este números demortes”. O objectivo é que estas empresas re-duzam o uso das gorduras prejudiciais na con-fecção dos alimentos. A intenção é que essasgorduras sejam substituídas por insaturadas.“Hoje, muitas pessoas são obrigadas a almo-çar fora todos os dias. Daí que esta colabora-ção seja tão importante”.O professor até vai mais longe. Para além daredução do número de mortes, a prevençãopode ainda reduzir drasticamente a despesada saúde imputada ao Estado e aos cidadãos.“Para que o Sistema Nacional de Saúde sejasustentável temos de apelar à prevenção. É aúnica forma desse objectivo ser atingido. Ecomo sabemos, a alimentação é fundamen-tal e fulcral para a nossa saúde. Afinal, somosaquilo que comemos”. Aliás, para ManuelCarregeta, a estratégia de simplesmente di-zer às pessoas que não devem consumir de-terminado tipo de gorduras simplesmente nãofunciona. Medidas estruturais e mais profun-das são necessárias para que a mentalidadee o comportamento possa ir mudando. “Daíser tão importante a tal colaboração com aindústria alimentar. Temos necessariamentede melhorar a oferta”.

Paralelamente a esta sensibilização junto daindústria, o presidente da Fundação Portugue-sa de Cardiologia enfatizou o papel que o Go-verno pode e deve ter em todo este processo,nomeadamente através da legislação e deincentivos fiscais em relação ao uso de ali-mentos mais saudáveis. Isto acompanhadopor apoios à agricultura. “É óbvio que, hoje,há já uma maior sensibilização da indústriaalimentar, coadjuvada por uma maisenfatizada responsabilidade social. Mas todoeste esforço que efectivamente está a havertem de ser seguido por medidas do Estadoque incentivem esta postura.”Relativamente ao resto da Europa, e na ques-tão da sensibilização, Portugal está ligeira-mente atrasado quando comparado com osseus congéneres europeus, nomeadamentecom os países do Norte.Na base de tudo isto, estão precisamente asescolas. Para Manuel Carrageta é aqui quetudo deveria começar. Pela educação dosmais novos e por um forte alerta relativamenteà importância que a alimentação pode ser e oseu impacto directo na nossa saúde. “As cri-anças quando educadas nesse sentido vãoser autênticos embaixadores. A fase educativatem de ser aproveitada. Até por todas as ques-tões ligadas à obesidade que hoje assolamos adolescentes”.

> > > > >

Um verdadeiro elogio aos sentidos.Já nas bancas

www.aw-passions.comT. 220 167 542| [email protected]

A PAIXÃO PELA COZINHAPUB

Page 22: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 22 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> lendas

Gosta de gatos? Sim ou não? Pois é, os ga-tos são mesmo assim: ou se amam ou seodeiam. É difícil ficar indiferente ao mag-netismo que estes misteriosos animais pos-suem. Uma coisa é certa: eles têm muitoestilo, ou não fossem as passagens de mo-delos chamadas “cat walks”, que numa tra-dução literal significa “andar de gato”, re-ferindo-se à elegância com que estes ca-minham.Prova desse magnetismo, próprio destesanimais, é o facto de até na sabedoria po-pular existirem provérbios sobre os gatos,como por exemplo: “à noite todos os gatossão pardos”; “dar-se como o cão e o gato”;“bonitas palavras não engordam gatos”; “acuriosidade matou o gato”; ou até mesmoo tema da nossa rubrica lendas deste mês- “Fevereiro, mês dos gatos”.E, já agora, faz alguma ideia de porque seráo mês de Fevereiro dedicado a esta espé-cie de animais? Porque Fevereiro é o mêsem que eles começam a manifestar maisintensamente os seus comportamentos decio.O gato que temos em casa tem cientifica-mente o nome «Felis Sylvestris Catus». Sãofelinos, assim como o leão e o tigre, e sãocaçadores natos, pois está no seu instinto.Quem disse que o melhor amigo do Ho-mem é o cão? O cão pode ser um dos me-

lhores amigos do Homem, mas o nossoamigo Gato não fica atrás!Sabia que os gatos foram domesticados hácerca de 5 mil anos? E que os Egípciosforam os primeiros povos a ter admiraçãopor estes seres? Pois é, eles caçavam pei-xes e pássaros, além de serem conhecidotambém por eliminar os ratos. Os gatoseram tão valiosos que os Egípcios criaramleis protegendo-os, além de terem um cul-to em seu nome. Os gatos eram sagradosno Egipto e, por incrível que pareça, algunsforam até mumificados.Já na Grécia antiga, havia um costume emque os gatos eram lacrados vivos dentrodas paredes das casas e de outros edifíci-os que estavam a ser construídos, na con-vicção que isto traria sorte.Porém, o destino do gato sofreu uma mu-dança radical na Europa da Idade Média,passando de objecto de adoração a perse-guição. O Papa Inocêncio III declarou queeles eram animais malignos e instrumentosdo Diabo. Deste modo, os gatos foram as-sociados ao mal e perseguidos. Acredita-va-se que o gato possuía poderes de magianegra e era companheiro de bruxas e feiti-ceiras. Pessoas suspeitas de terem execu-tado feitiços e que tinham gatos foram mor-tas, junto com seus felinos. Os gatos foramcaçados, torturados e sacrificados.

Fevereiro,mês dos gatos!

Marco António Lindo

A matança terrível dos gatos, por causadesta crença, deu origem a um surto depeste bubónia, doença transmitida pelosratos, que dizimou milhares de pessoas,entre elas, curiosamente, o próprio Papa.Um facto curioso é que ainda há crençasinteressantes sobre gatos: na Holanda, osgatos não são permitidos nas salas ondeas discussões familiares privadas estão adecorrer, pois os holandeses acreditamque os gatos espalhariam a conversa portoda a cidade; antigamente, na Itália, acre-ditava-se que se um gato preto se deitassena cama de um doente, este morreria; ogato é o animal mais difícil de morrer, poistem sete vidas; quem mata um gato tem seteanos de azar; um gato a espirrar é um bompresságio para quem o ouve.Deixemos agora as crenças um pouco delado e falemos em gatos famosos. Sim, poistal qual como as pessoas, há gatos quetambém são célebres! Senão vejamos:· · · · · Garfield Garfield Garfield Garfield Garfield nasceu em 1978 e é o maismanhoso, chato e preguiçoso de todos osgatos, mas é também uma “bola de pelo”laranja adorável. Adora comer lasanha etem como amigo o cão Odie;· · · · · Félix, o GatoFélix, o GatoFélix, o GatoFélix, o GatoFélix, o Gato é um dos gatos mais co-nhecidos mas já bastante velhinho poisnasceu em 1900;· · · · · TTTTTomomomomom,,,,, “o amigo” do rato Jerry, é um dos

mais populares desenhos animados de to-dos os tempos. Nasceu em 1939 e fez su-cesso no cinema e na televisão;· · · · · SylvesterSylvesterSylvesterSylvesterSylvester que persegue o Piu Piu, tendocomo objectivo devorá-lo. Mas dá-se sem-pre mal;· · · · · FígaroFígaroFígaroFígaroFígaro é o gatinho do Pinóquio;· · · · · Gato CheshireGato CheshireGato CheshireGato CheshireGato Cheshire é o da Alice no País dasMaravilhas;· · · · · Bola de NeveBola de NeveBola de NeveBola de NeveBola de Neve é o gato de Lisa Simpsondos desenhos animados Simpsons;····· T T T T Top Catop Catop Catop Catop Cat é um gato mafioso que moranum beco de Manhattan, na cidade deNova York.Mas, famoso ou não, o gato sabe ver ohomem mas o homem não sabe ver o gato.Se existe solidão, ele atenua como pode(ele que enfrenta a própria solidão de ma-neira muito mais valente que nós). Se àsua volta há pessoas agressivas ou compéssimo feitio, ele afasta-se. Nada diz, nãoreclama. Afasta-se. É uma oportunidadede meditação constante ao nosso lado, aensinar paciência, atenção, silêncio emistério. O gato é uma lição diária de afec-to verdadeiro e fiel. Ninguém na mãe Na-tureza aprendeu a bastar-se (até na higie-ne) a si mesmo como o gato! Por todasestas razões, ele é também o único ani-mal com um mês dedicado a ele: Feverei-ro!

Page 23: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

>>> P| >>> P| >>> P| >>> P| >>> P| 23Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Já há algum tempo que a Sílvia (uma amiga minhaque tinha emigrado para Paris) insistia connosco(comigo e com o Vítor, o meu namorado), para quefossemos visitá-la. “Esta é a oportunidade perfeitapara conhecer Paris e para ir à Disney” - pensei.Entretanto, um amigo meu emprestou-me um guiadessa cidade fantástica e, daí por diante, passei osdias a “sonhar acordada” com Paris.As férias da Páscoa aproximavam-se a “passos rá-pidos” e então decidimos que seria a altura idealpara visitar Paris. Falámos com a Sílvia, combiná-mos os dias e comprámos os bilhetes de autocarro.Eram três da tarde quando entrámos no autocarrocom destino a Paris. De imediato dirigi-me para osbancos de trás do autocarro pois aí, era o único sítioonde podia dormir confortavelmente quando o sonochegasse.

Daniela Rosa

Há qualquer coisa mágica que flutua no ar quan-do falamos em Paris. Não sei se é pela sua famade “Cidade da luz e do amor”, se é pela belezada sua arquitectura, ou talvez pelos seus mag-níficos museus.Quando era criança sempre sonhei visitar esta cida-de de que toda a gente falava. Ainda por cima, aDisneyland Resort Paris, que eu tanto queria visitar,era lá perto. Mas, os meus pais insistiam que umaviagem a França era muito cara e que quando cres-cesse teria oportunidade de lá ir. E assim foi. Recen-temente tive a ocasião de ir a esta cidade mágica.Era o meu último ano de faculdade e como não tiveoportunidade de fazer um «interail», pensei porquenão fazer uma «road trip», uma viagem de autocar-ro, até Paris. Era mais barata do que as viagens deavião e além disso seria uma experiência diferente.

>>> viagens da europa para a minha terra

O autocarro partiu e eu, entusiasmadíssima, ia ob-servando os sítios por onde passávamos: Penafiel,Amarante... E dizia ao Vítor “olha esta paisagem!”;“olha aquilo!”, mas ele só me respondia: “deixa-medormir”. Contudo, estava definitivamente “destina-do” que o Vítor não ia adormecer. O condutor, paratornar a viagem menos silenciosa, colocou um Cddo Alejandro Sans e foi aumentando o volume, até amúsica estar literalmente aos berros. Com a facecolada à janela para ver a paisagem, não repareique havia uma coluna de som situada mesmo porcima da minha cabeça. A música estava cada vezmais forte e eu tive um ataque de riso, pois maisninguém no autocarro, a não ser eu, parecia inco-modar-se com aquilo. O Vítor, esse, estava de olhosfechados. “Estás a dormir?”- perguntei. “Claro quenão! Com esta música?”- respondeu ele já a abrir osolhos e também a rir-se da situação. Quando estáva-mos prestes a pedir ao condutor para baixar a músi-ca, alguém que estava mais próximo deste final-mente tomou essa iniciativa.Depois da calma restabelecida, peguei num li-vro que trazia comigo e comecei a ler um pouco.Seguidamente, resolvi dormir uma sesta, masnesta altura o Vítor já tinha acordado e começa-va a falar comigo. Agora quem dizia “deixa-medormir!” era eu. A paragem onde íamos sair eraClichy, na Rua Pierre Harret, e ainda faltava mui-to, por isso era preferível eu descansar.Ao longo do percurso parámos algumas vezespelo caminho para “apanhar” mais pessoas.Um casal de emigrantes portugueses que vol-tavam para França e a sua filha de 5 anos sen-taram-se no banco à nossa frente. Por esta altu-ra o autocarro já tinha uma lotação média. Du-rante a viagem a menina lourinha de 5 anos,muita simpática, vinha sempre ter connosco aobanco onde estávamos instalados oferecendo-nos constantemente bolachas de chocolate.Cada vez que o autocarro fazia uma paragem maisprolongada, aproveitávamos para desentorpecer aspernas e comer qualquer coisa. Tal como a maioriadas pessoas neste autocarro, nós também tínha-mos trazido uma “malinha” com o lanche.Quando eram mais ou menos 20h30m pará-mos para jantar. Para dizer a verdade, já eranoite e não me recordo do nome do restauran-te, nem onde se situava, mas lembro-me que acomida era simplesmente fantástica.Depois do jantar, voltámos para o autocarro e segui-

mos viagem. Desta vez, o amável condutor trocou amúsica do Alejandro Sans por “sessões de cine-ma”, bem mais agradáveis.Adormeci, vi partes de alguns filmes e saí novamen-te do autocarro para desentorpecer as pernas. Otempo passou… Quando dei por mim, já era manhãe só nos faltava mais uma paragem para chegar-mos ao nosso destino. Como combinado com aSílvia dei-lhe um toque para o telemóvel, para elasaber que estávamos a chegar.Finalmente chegámos à nossa paragem!Olhámos pelo vidro, mas não vimos a Sílvia. O auto-carro parou, recolhemos as malas e ficámos a olharpara a paisagem circundante, à espera de a versurgir. Passados poucos instantes ela saiu de umcafé mesmo por detrás de nós e cumprimentou-noscom um beijinho e um grande sorriso.Os dias em Paris foram maravilhosos e passa-ram muito rápido, pois como costuma dizer-se“tudo o que é bom dura o tempo necessáriopara ser inesquecível” e, sem duvida, que estaviagem para Paris foi memorável.O regresso a Portugal fez-se também de autocarro,mas com menos música. E, ainda bem! Hoje em dia,ainda sei de cor todas as músicas do Alejandro Sans!E já agora, quem disse que uma viagem deautocarro não pode ser divertida? É verdadeque dormi bastante, mas também converseiimenso e diverti-me muito, nesta aventura Por-to-Paris/ Paris-Porto. Jamais esquecerei!

PUB

Quer anunciarneste jornal?

TEL.: 220 167 542 | 253 439 803

PARIS, próxima paragem…

Os primeiros autocarros Eurolines portu-gueses foram entregues em 1993, um foicolocado em Lisboa e outro no Algarve.Estes veículos hoje já não fazem serviçointernacional, mas na época representa-vam o melhor que se produzia no merca-do nacional.Ambos pertencem ao Grupo Barraqueiroque, é uma empresa com participaçãoARRIVA.

Page 24: New ARRIVA · 2016. 9. 14. · mensagem positiva, dando a todos a ga-rantia que da nossa parte tudo continuare-mos a fazer para garantir a continuidade de desenvolvimento de um modo

P| P| P| P| P| 24 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 012 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | FEVEREIRO | MARÇO