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ANO XXVIII - 2017 - 3ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2017 BOLETIM INFORMARE Nº 51/2017 ASSUNTOS TRABALHISTAS ASSUNTOS TRABALHISTAS ASSUNTOS TRABALHISTAS ASSUNTOS TRABALHISTAS AVISO PRÉVIO – ATUALIZAÇÃO - REFORMA TRABALHISTA - A PARTIR DE 11.11.2017 - ALTERAÇÃO DA LEI Nº 13.467/2017 - CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................Pág.1197 PARCELAMENTO DO FGTS - CIRCULAR CAIXA N° 785/2017 – CONSIDERAÇÕES .........................................................................Pág.1222

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ANO XXVIII - 2017 - 3ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2017

BOLETIM INFORMARE Nº 51/2017

ASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTAS

AVISO PRÉVIO – ATUALIZAÇÃO - REFORMA TRABALHISTA - A PARTIR DE 11.11.2017 - ALTERAÇÃO DA

LEI Nº 13.467/2017 - CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................ Pág.1197

PARCELAMENTO DO FGTS - CIRCULAR CAIXA N° 785/2017 – CONSIDERAÇÕES ......................................................................... Pág.1222

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ASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTAS

AVISO PRÉVIO – ATUALIZAÇÃO

REFORMA TRABALHISTA - A PARTIR DE 11.11.2017 Alteração Da Lei Nº 13.467/2017

Considerações Sumário 1. Introdução; 2. Definição De Aviso Prévio; 3. Finalidade Do Aviso Prévio; 4. Direito Ao Aviso Prévio; 4.1 - Contrato Determinado - Cláusula Assecuratória; 4.1.1 - Contrato De Experiência; 4.2 - Extinção, Falência Da Empresa; 5. Modalidades Do Aviso Prévio - Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017; 5.1 - Aviso Prévio Trabalhado; 5.2 - Aviso Prévio Indenizado; 5.3 – Acordo (Trabalhado Ou Indenizado) – Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017; 5.4 - Comunicado Por Justa Causa Ao Empregado; 6. Inválida A Concessão Do Aviso Prévio; 6.1 - Durante Estabilidade De Emprego; 6.2 - Aviso Prévio Durante As Férias; 7. Início Do Aviso Prévio; 8. Obrigatoriedade Da Concessão Do Aviso Prévio Por Escrito; 8.1 – Recusa Em Assinar O Aviso; 9. Modelos De Aviso Prévio; 9.1 – Aviso Prévio Trabalhado; 9.2 - Aviso Prévio Indenizado; 9.3 – Aviso Prévio – Acordo Entre Empregado E Empregador – Inclusão A Partir De 11.11.2017 Pela Lei Nº 13.467/2017; 10. Duração Do Aviso Prévio; 10.1 - Aviso Concedido Ao Empregado (Dispensa Sem Justa Causa); 10.1.1 – Empregado Doméstico – Dispensa Sem Justa Causa; 10.1.2 – Convenção Coletiva De Trabalho – Dispensa Sem Justa Causa; 10.2 – Aviso Ao Empregador – Pedido De Demissão; 10.3 – Aviso – Acordo Entre Empregado E Empregador - Inclusão A Partir De 11.11.2017 Pela Lei Nº 13.467/2017; 10.4 – Comunicado Por Justa Causa Ao Empregado; 10.4.1 – Modelo; 11. Redução Da Jornada De Trabalho Na Dispensa Sem Justa Causa; 11.1 - Redução Da Jornada Diária - 2 (Duas) Horas; 11.2 - Redução De 7 (Sete) Dias; 11.3 – Redução De 1 (Um) Dia Por Semana – Trabalhador Rural; 11.4 - Ausência Da Redução; 12. Horas Extras E Aviso Prévio – Proibido; 13. Não Cumprimento Do Aviso Prévio; 13.1 - Renúncia Do Aviso Pelo Empregado; 14. Empregador Não Permite O Cumprimento Do Aviso Prévio; 14.1 - Aviso Prévio Domiciliar – Inexistência; 15. Empregado Obteve Novo Emprego; 15.1 – No Caso De Dispensa Sem Justa Causa; 15.2 – No Caso De Pedido De Dispensa; 16. Reconsideração Ou Cancelamento Do Aviso Prévio; 17. Ocorrências Durante O Aviso Prévio; 17.1 - Auxílio-Doença Previdenciário; 17.2 - Auxílio-Doença Acidentário Previdenciário; 17.3 – Gestante; 18. Faltas Não Justificadas; 19. Falta Grave No Curso Do Aviso Prévio; 19.1 – Cometida Pelo Empregado – Justa Causa - Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017; 19.2 – Cometida Pelo Empregador - Rescisão Indireta; 19.3 - Culpa Recíproca; 20. Aviso Prévio - Integra Ao Tempo De Serviço; 21. Indenização Adicional Que Antecede A Data-Base (Trintídio); 22. ASO (Exame Demissional); 23. Baixa Na CTPS Do Aviso Prévio Indenizado; 24. Prazos Para Pagamento Das Verbas Rescisórias - Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017; 24.1 - Atraso No Pagamento – Multa; 25. Valor Do Aviso Prévio; 25.1 - Aviso Prévio Trabalhado; 25.2 - Aviso Prévio Indenizado; 25.2.1 - Valores Que Integram Para O Cálculo Do Aviso Prévio Indenizado; 25.3 – Médias Para Cálculo Das Verbas Rescisórias;; 26. Encargos Sociais; 27. Prescrição - Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017; 27.1 - Empregados Menores.

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1. INTRODUÇÃO A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, em seus artigos 487 a 491 e a Instrução Normativa SRT do Ministério do Trabalho e Emprego nº 15, de 14 de julho de 2010, artigos 15 aos 21, dispõem sobre o aviso prévio. Também a Constituição Federal, em seu artigo 7° estabelece sobre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, sendo o inciso XXI, onde trata que o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, será no mínimo de 30 (trinta) dias, nos termos da lei. Com a Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011 (DOU de 13.10.2011), alterou o prazo do aviso prévio a partir da data da publicação da Lei, onde o aviso prévio passou a ser no máximo 90 (noventa) de dias, isso seguindo a proporção de tempo de serviço na mesma empresa a partir de 1 (um) ano. E também algumas alterações que se refere ao aviso prévio, a partir de novembro de 2017, de acordo com a Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 (a partir de 11.11.2017) e a Medida Provisória nº 808, de 14.11.2017 (D.O.U: 14.11.2017). Nesta matéria será tratada sobre as considerações, procedimentos e aplicações do aviso prévio, tanto por parte do empregador como do empregado, conforme legislações vigentes. 2. DEFINIÇÃO DE AVISO PRÉVIO Aviso prévio é um comunicado que poderá ser feita pelo empregador ou pelo empregado, comunicando o fim do contrato de trabalho. Aviso prévio é a comunicação antecipada e obrigatória em uma relação de emprego, onde não havendo prazo estipulado, uma das partes (empregador ou empregado) deverá comunicar à outra, de que deseja rescindir sem justa causa o contrato de trabalho vigente. “Art. 487 da CLT - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato, deverá avisar a outra da sua resolução”. 3. FINALIDADE DO AVISO PRÉVIO A finalidade do aviso prévio é evitar a surpresa na quebra do contrato de trabalho, onde poderá possibilitar ao empregador o preenchimento do cargo desocupado e ao empregado uma nova colocação no mercado de trabalho. “O aviso prévio tem a finalidade de preparar as partes (empregador e empregado) para o término do contrato de trabalho”. “A finalidade do aviso prévio, quando o empregador concede ao empregado, possibilita ao trabalhador procurar um novo emprego, antes do seu contrato de trabalho ser rescindido definitivamente e garante o salário durante este período. E quando é o empregado que concede, ou seja, pedido de demissão, tem como finalidade de o empregador contratar um substituto”. 4. DIREITO AO AVISO PRÉVIO Vale frisar que o aviso prévio é recíproco (por parte do empregador ou do empregado), aquele que quiser rescindir o contrato de trabalho onde não há prazo estipulado, deverá conceder ou indenizar o aviso prévio, a outra parte. Nas relações de emprego, não havendo prazo estipulado, quando uma das partes tiver interesse em rescindir o contrato de trabalho, sem justo motivo, deverá, antecipadamente, notificar à outra parte, através do Aviso Prévio (Artigo 487 da CLT). Conforme determina a Instrução Normativa SRT n° 15, de 14 de julho de 2010, artigo 15, o direito ao Aviso Prévio é irrenunciável pelo empregado, salvo se houver comprovação de que ele obteve novo emprego. Observação: Ressalta-se, que o aviso prévio, regra geral, é exigido nas rescisões sem justa causa ou a pedido de demissão, nos contratos por prazo indeterminado. 4.1 - Contrato Determinado - Cláusula Assecuratória

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Exige-se também o Aviso Prévio nos contratos de trabalho por prazo determinado, que contenham cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, conforme o artigo 481 da CLT. “Art. 481 – da CLT. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado”. Aos contratos de trabalho por prazo determinado que rescindidos antecipadamente pelo empregador, serão aplicadas as normas dos contratos por prazo indeterminado e, caso contenha cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada o empregador, então deverá pagar o aviso prévio indenizado. “ENUNCIADO Nº 25 (EMENTAS NORMATIVAS TRABALHISTAS) - HOMOLOGAÇÃO. AVISO PRÉVIO. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO. Nos contratos por prazo determinado, só haverá direito a aviso prévio quando existir cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, uma vez que, neste caso, aplicam-se as regras da rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Ref.: Art. 7º, XXI, da CF; arts. 477 e 481 da CLT”. 4.1.1 - Contrato De Experiência O artigo 443, § 2º, alínea “c” estabelece que o contrato por prazo determinado só será válido em se tratando de contrato de experiência, ou seja, o contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado. O contrato de experiência constitui uma das formas de contrato por prazo determinado admitida pela Legislação Trabalhista, pois sua vigência depende de termo prefixado. Somente terá aviso prévio no contrato de experiência, caso tenha a cláusula assecuratória, conforme dispõe o artigo 481 da CLT. “Art. 481 – da CLT. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado”. “SÚMULA Nº 163 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). AVISO PRÉVIO. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT (ex-Prejulgado nº 42). Histórico: Redação original - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982”. 4.2 - Extinção, Falência Da Empresa Nas rescisões motivadas por falência, concordata ou dissolução da empresa fica o empregador obrigado ao pagamento do Aviso Prévio. “SÚMULA Nº 44 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). AVISO PRÉVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio”. 5. MODALIDADES DO AVISO PRÉVIO - ATUALIZAÇÃO A PARTIR DE 11.11.2017 – LEI Nº 13.467/2017 Ocorrendo a rescisão do contrato de trabalho, sem justa causa, por iniciativa do empregador, ou a pedido do empregado, a concessão do Aviso Prévio poderá ser trabalhado ou indenizado. Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato, deverá avisar a outra da sua resolução (artigo 487 da CLT). 5.1 - Aviso Prévio Trabalhado Aviso prévio trabalhado é quando uma das partes comunica à outra da sua decisão de rescindir o contrato de trabalho ao final de determinado período, sendo que, no transcurso do aviso prévio, continuará exercendo as suas atividades habituais (artigo 487 da CLT). 5.2 - Aviso Prévio Indenizado Considera-se Aviso Prévio indenizado quando o empregador ou o empregado determina o desligamento imediato e efetua o pagamento da parcela relativa ao período de aviso (artigo 487 da CLT).

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5.3 – Acordo (Trabalhado Ou Indenizado) – Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017 O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador (Artigo 484-A da CLT, alteração da Lei nº 13.467/2017). O aviso prévio, se indenizado, se por metade o valor que se tem direito, conforme o inciso I, alínea “a”, do Artigo 484-A da CLT, alteração da Lei nº 13.467/2017. Observação: Matéria completa sobre o assunto, encontra-se no Boletim INFORMARE nº 32/2017, em assuntos trabalhistas “RESCISÃO DE CONTRATO - ACORDO ENTRE EMPREGADOR E EMPREGADO Reforma Trabalhista A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017 – Considerações”. 5.4 - Comunicado Por Justa Causa Ao Empregado Verificar os subitens “10.4” e “10.4.1” desta matéria. 6. INVÁLIDA A CONCESSÃO DO AVISO PRÉVIO 6.1 - Durante Estabilidade De Emprego Estabilidade provisória é o período em que o empregado tem seu emprego garantido, não podendo ser dispensado por vontade do empregador, ou seja, sem justa causa, mas poderá ser dispensado por justa causa ou força maior, conforme a situação. É inválida a concessão do Aviso Prévio durante a estabilidade de emprego por se tratar de 2 (dois) institutos incompatíveis, o Aviso Prévio e a estabilidade, conforme abaixo: “Art. 19. IN SRT nº 15/2010. É inválida a comunicação do aviso prévio na fluência de garantia de emprego e de férias”. “SÚMULA Nº 348 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA FLUÊNCIA DA GARANTIA DE EMPREGO. INVALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos. Histórico: Redação original - Res. 58/1996, DJ 28.06, 03, 04 e 05.07.1996”. 6.2 - Aviso Prévio Durante As Férias É inválida a comunicação do Aviso Prévio na fluência de garantia de emprego e de férias, conforme dispõe a Instrução Normativa SRT do MTE nº 15, de 14 de julho de 2010, em seu artigo 19. 7. INÍCIO DO AVISO PRÉVIO A contagem do Aviso Prévio, de acordo com o artigo 20 da Instrução Normativa SRT/MTE nº 15/2010, conta-se a partir do dia seguinte ao da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito. 8. OBRIGATORIEDADE DA CONCESSÃO DO AVISO PRÉVIO POR ESCRITO O artigo 22, inciso IV da IN SRT do MTE n° 15/2010, determina que para a assistência, é obrigatório a apresentação da notificação de demissão, comprovante de aviso prévio ou pedido de demissão. Então, vale ressaltar, tanto o Aviso Prévio trabalhado ou indenizado ou acordo, por parte do empregador ou empregado, a comunicação deve ser concedida por escrito, em 3 (três) vias, sendo uma para o empregado, outra para o empregador e a terceira para o sindicato, quando for o caso. 8.1 – Recusa Em Assinar O Aviso Por cautela, caso uma das partes se recuse a dar ciência na via da outra, deverá a comunicação ser realizada na presença de 2 (duas) testemunhas e por elas assinada, ou seja, ler o conteúdo do documento na presença delas, e poderá colocar no verso ou no rodapé do documento o seguinte: “Por ocasião da recusa do empregado em dar ciência do recebimento desta comunicação, seu conteúdo foi lido diante da minha presença”.

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E colher a assinatura das testemunhas. Observações importantes: Após a comunicação e colhida as assinaturas, o empregado deixa de fazer parte do quadro de empregados da empresa, sendo obrigado a retirar-se do local de trabalho. “Qualquer ato praticado pelo empregado no sentido de tentar prejudicar o empregador, danificar equipamentos propositadamente ou qualquer ação que cause prejuízos à empresa, poderá gerar-lhe prejuízos e até ser responsabilizado civil ou criminalmente, bem como arcar com eventuais prejuízos financeiros decorrente do ato praticado pelo empregado demitido”. Extraído da jurisprudência abaixo: “A ausência de assinatura pela ex-empregada e de testemunhas do documento de aviso prévio e a falta de assinalação da opção entre a redução da jornada de trabalho e a dispensa consecutiva por sete dias no decorrer do período de trinta dias, autoriza declarar-se nulo o aviso prévio concedido”. Jurisprudência: RECURSO ORDINÁRIO. NULIDADE DO AVISO PRÉVIO CONCEDIDO. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DA EX-EMPREGADA OU DE TESTEMUNHAS. NÃO ASSINALAÇÃO DA OPÇÃO DE REDUÇÃO DA JORNADA DIÁRIA DE TRABALHO E DISPENSA CONSECUTIVA POR SETE DIAS. 1) A ausência de assinatura pela ex-empregada e de testemunhas do documento de aviso prévio e a falta de assinalação da opção entre a redução da jornada de trabalho e a dispensa consecutiva por sete dias no decorrer do período de trinta dias, autoriza declarar-se nulo o aviso prévio concedido. 2) Recurso ordinário da ré que se nega provimento. (Processo: RO 00103263220145010242 RJ – Relator(a): Jose Da Fonseca Martins Junior- Julgamento: 28.04.2015) 9. MODELOS DE AVISO PRÉVIO 9.1 – Aviso Prévio Trabalhado a) Aviso ao Empregado: AVISO PRÉVIO TRABALHADO Sr.(a) _____________________________________, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nº__________ Série _______, pelo presente vimos comunicar-lhe que, após decorridos _____ dias, V. Sª. ficará dispensado(a) da prestação de serviços relativos ao seu contrato de trabalho, tendo em vista que os mesmos não são mais necessários a esta empresa (nome da empresa). E durante o referido prazo, V. Sª. terá direito: ( ) à redução da sua jornada de trabalho, em 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral, em conformidade com o disposto no artigo 488, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); ou ( ) faltar ao serviço por 7 dias corridos, sem prejuízo da remuneração que lhe for devida, de acordo com o estabelecido no parágrafo único do artigo 488 da CLT. Solicitamos o seu comparecimento (local) ________________ no dia ____/____/____, as ____ horas, em posse de sua CTPS, a fim de receber os seus direitos rescisórios, conforme determina a legislação vigente. ________________, _______ de __________________ de________ ____________________________________________ (assinatura do empregador) ____________________________________________ (assinatura do empregado) b) Aviso ao Empregador: AVISO PRÉVIO TRABALHADO _________________, ______ de __________________ de ________

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À (nome da Empresa) ___________________________________________________ Prezado(s) Senhor(es), Venho através deste, comunicar o meu desligamento do quadro de funcionários dessa empresa, na forma da Legislação vigente, a partir da data de ______ /_____ / _______. Agradeço, antecipadamente. Atenciosamente, ____________________________________________ (assinatura do empregado) ____________________________________________ (assinatura do empregador) 9.2 - Aviso Prévio Indenizado a) Aviso ao Empregado: AVISO PRÉVIO INDENIZADO Sr.(a) _____________________________________, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nº__________ Série _______, pelo presente vimos comunicar-lhe a sua dispensa imediata do quadro de funcionários desta Empresa, por não serem mais necessários os seus serviços. Solicitamos o seu comparecimento (local) ________________ no dia ____/____/____, as ____ horas, em posse de sua CTPS, a fim de receber os seus direitos rescisórios, conforme determina a legislação vigente. ________________, _______ de __________________ de_________ ____________________________________________ (assinatura do empregador) ____________________________________________ (assinatura do empregado) b) Aviso ao Empregador: AVISO PRÉVIO INDENIZADO _________________, ______ de ____________________ de _________ À (nome da Empresa) ___________________________________________________ Prezado(s) Senhor(es), Venho através deste, comunicar o meu desligamento do quadro de funcionários dessa empresa, na forma da Legislação vigente, a partir da data de ______ /_____ / _______, onde não irei trabalhar o aviso prévio. Agradeço, antecipadamente, Atenciosamente, ____________________________________________ (assinatura do empregado) ____________________________________________ (assinatura do empregador) 9.3 – Aviso Prévio – Acordo Entre Empregado E Empregador – Inclusão A Partir De 11.11.2017 Pela Lei Nº 13.467/2017

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AVISO PRÉVIO TRABALHADO OU INDENIZADO – ARTIGO 484-A DA CLT (ACORDO ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR) Sr.(a) _____________________________________, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nº__________ Série _______,conforme dispõe o 484-A da CLT, pelo presente vimos acordar, entre as partes (empregador e empregado) a rescisão contratual, conforme abaixo: ( ) Aviso Prévio Trabalhado, pelo presente, conforme acordo, após decorridos 30 dias trabalhados, V. Sª. ficará dispensado(a) da prestação de serviços relativos ao seu contrato de trabalho. ( ) Aviso Prévio Indenizado, pelo presente, conforme acordo, vimos comunicar-lhe a dispensa imediata do cumprimento do aviso prévio. Solicitamos o seu comparecimento (local) ________________ no dia ____/____/____, as ____ horas, em posse de sua CTPS, a fim de receber os seus direitos rescisórios, conforme determina a legislação vigente. ________________, _______ de __________________ de________ ____________________________________________ (assinatura do empregador) ____________________________________________ (assinatura do empregado) 10. DURAÇÃO DO AVISO PRÉVIO A duração do aviso prévio irá depender de quem conceder, ou seja, empregador ou empregado. 10.1 - Aviso Concedido Ao Empregado (Dispensa Sem Justa Causa) Conforme a Lei n° 12.506, de 11 de outubro de 2011, em seu artigo 1°, determina que será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. E que o aviso prévio previsto nesta Lei, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias (parágrafo único da Lei citada), ou seja, depende do prazo que o empregado tem de serviço na mesma empresa. “Art. 1º, da Lei n° 12.506/2011. O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias”. E de acordo a NOTA TÉCNICA/CGRT/SRT/MTE n° 184, de 07.05.2012, a contagem do aviso prévio passa a ser, conforme abaixo: a) 30 dias antes de completar 1 (uma) de serviço na mesma empresa; b) 33 dias com 1 (um) ano de serviço na mesma empresa; c) 36 dias a partir de 2 (dois) anos de serviço na mesma empresa; d) 39 dias a partir de 3 (três) anos de serviço na mesma empresa; e) ... f) 90 dias a partir de 20 (vinte) anos de serviço na mesma empresa.

TEMPO DE SERVIÇO AVISO-PRÉVIO Antes de 1 ano 30 dias 1 33 dias 2 36 dias 3 39 dias 4 42 dias

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5 45 dias 6 48 dias 7 51 dias 8 54 dias 9 57 dias 10 60 dias 11 63 dias 12 66 dias 13 69 dias 14 72 dias 15 75 dias 16 78 dias 17 81 dias 18 84 dias 19 87 dias 20 90 dias

Observação importante: A Nota Técnica citada acima, também ressalta que, até o momento, a legislação não alterou os outros dispositivos que se refere ao aviso prévio, além do seu prazo, ou seja, as outras situações continuam em vigor, conforme o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. 10.1.1 – Empregado Doméstico – Dispensa Sem Justa Causa Conforme Nota Técnica/CGRT/SRT/MTE n° 184, de 07.05.2012, o dispositivo citada na Lei n° 12.506/2011, a respeito do aviso prévio proporcional é aplicado estritamente em benefício dos trabalhadores, sejam eles urbanos, rurais, avulsos e domésticos. Então, no Manual do eSocial do doméstico (item “7”), o aviso prévio é uma comunicação antecipada e obrigatória que uma parte deve fazer a outra para manifestar seu desejo em rescindir um contrato de trabalho por prazo indeterminado, sem justa causa. Deve ser de 30 dias, no mínimo. No caso de Aviso Prévio dado pelo empregador, a cada ano de serviço para o mesmo empregador, serão acrescidos 3 dias, até o máximo de 60 dias, de maneira que o tempo total de aviso prévio não exceda de 90 dias (artigo 7º, parágrafo único, da Constituição Federal, e art. 23 da Lei Complementar nº 150, de 2015). Por exemplo, se um empregado tem 1 ano e 2 meses de tempo de serviço, seu aviso prévio deverá ser de 33 dias. No pedido de demissão, o empregado tem de avisar ao seu empregador com antecedência mínima de 30 dias. 10.1.2 – Convenção Coletiva De Trabalho – Dispensa Sem Justa Causa As cláusulas pactuadas em acordo ou convenção coletiva que tratam do aviso prévio proporcional deverão ser observadas, desde que respeitada a proporcionalidade mínima prevista na Lei n° 12.506/2011, conforme trata a Nota Técnica n° 184/2012. “Os acordos ou convenções coletivas, são também considerados como fonte do direito, desde que não se contrarie ao ordenamento jurídico”. Ressalta-se, então que o empregador deverá também verificar nas normas coletivas de trabalho, a respeito do aviso prévio, pois podem trazer condições mais benéficas que as previstas na legislação atual. 10.2 – Aviso Ao Empregador – Pedido De Demissão A Lei n° 12.506/2011 dispõe o acréscimo de 3 (três) dias do aviso prévio, quando concedido ao empregado e não ao empregador. Então, no caso do aviso concedido ao empregador, ou seja, pedido de demissão, conforme o artigo 487 da CLT, a duração do aviso prévio é de 30 (trinta) dias, independente do tempo de serviço do empregado na empresa e da forma de pagamento do salário. 10.3 – Aviso – Acordo Entre Empregado E Empregador - Inclusão A Partir De 11.11.2017 Pela Lei Nº 13.467/2017

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Como a Lei nº 12.506/2011 trata do aviso concedido ao empregado, então, o acordo rescisório, conforme dispõe o artigo 484-A da CLT, se for trabalhado, a sua duração será de 30 dias corridos e sem redução de 2 horas diárias ou 7 dias corridos, pois também não é caracterizado como pedido de demissão. 10.4 – Comunicado Por Justa Causa Ao Empregado A justa causa é a demissão mais severa das penalidades que pode ser aplicada ao empregado e o motivo ocasionado deve ser suficientemente grave e ficar claramente comprovado pelo empregador. O empregado dispensado por justa causa, ele não tem aviso prévio, ou seja, a dispensa é imediata, sem cumprimento de aviso e sem indenização. Então, a demissão por justa causa deve ser imediatamente aplicada pelo empregador, no ato da ação e após o conhecimento e a apuração da falta grave cometida pelo empregado, verificando as modalidades previstas no artigo 482 da CLT. Observação: Na recusa em assinar o comunicado de dispensa por justa causa, verificar os procedimentos no subitem “8.1”, desta matéria. 10.4.1 – Modelo DISPENSA POR JUSTA CAUSA Sr.(a) _____________________________________, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nº__________ Série _______, pelo presente vimos comunicar-lhe que a partir desta data a sua dispensa imediata do quadro de funcionários desta Empresa, por justa causa, nos termos da alínea xxxxxxx, do artigo 482 da CLT, pelos motivos xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Solicitamos o seu comparecimento (local) ________________ no dia ____/____/____, as ____ horas, em posse de sua CTPS, a fim de receber os seus direitos rescisórios, conforme determina a legislação vigente. ________________, _______ de __________________ de_________ ____________________________________________ (assinatura do empregador) ____________________________________________ (assinatura do empregado) 11. REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO NA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA Ocorrendo a rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do empregado, o mesmo irá cumprir a jornada de trabalho integral, pois neste caso, não há a redução na jornada que se refere o artigo 488 da CLT. Sendo rescindido o contrato de trabalho por iniciativa do empregador, de acordo com o artigo 488 da CLT e da Instrução Normativa SRT nº 15, de 14 de julho de 2010, o empregado poderá optar pela redução na jornada de trabalho durante o prazo de aviso, sem prejuízo do salário integral. A forma de redução da jornada de trabalho deve ser escolhida pelo empregado dentro das opções elencadas abaixo, conforme dispõe o artigo 488 da CLT. “Art. 488 – da CLT. O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo de aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral. Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso I, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II do art. 487 desta Consolidação (parcialmente alterado pela CF/88)”. A legislação que trata sobre a redução da jornada referente ao aviso prévio, não traz nem uma restrição ou exceção ou mesmo proporcionalidade, em relação aos empregados que realizam jornada inferior que 8 (oito) horas diárias, com isso, esses empregados também terá a mesma redução aplicada aos empregados que realizam jornada convencional.

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A Lei n° 12.506/2011, como também a NOTA TÉCNICA/CGRT/SRT/MTE n° 184, de 07.05.2012 que trouxe os novos prazos do aviso prévio, não alterou à redução que trata o artigo 488 da CLT. Observações: Tem alguns doutrinadores ou mesmo membros do Poder Judiciário que entendem que esta redução pode ser proporcional à jornada reduzida. “Durante o prazo de aviso prévio o empregado tem direito a igual remuneração, independentemente da redução de sua carga horária”. 11.1 - Redução Da Jornada Diária - 2 (Duas) Horas A duração normal da jornada de trabalho do empregado, durante o Aviso Prévio, quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, é reduzida em 2 (duas) horas, diariamente, sem prejuízo do salário integral (Artigo 488 da CLT). 11.2 - Redução De 7 (Sete) Dias A Legislação faculta ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas da jornada diária, substituindo-a pela falta justificada ao serviço durante 7 (sete) dias corridos, ou seja, estes dias serão remunerados, mas não haverá trabalho (Parágrafo único, do artigo 488 da CLT). Observação: A redução dos 7 (sete) dias pode ser no começo, meio ou fim do aviso, devendo, entretanto, serem consecutivos. 11.3 – Redução De 1 (Um) Dia Por Semana – Trabalhador Rural Na dispensa sem justa causa, durante o prazo de cumprimento do aviso prévio trabalhado, o empregado rural terá direito a 1 (um) dia por semana, sem prejuízo do salário integral, para procurar outro trabalho (Lei n° 5.889/1973, artigo 15). “Art. 15 - Durante o prazo do aviso prévio, se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, o empregado rural terá direito a um dia por semana, sem prejuízo do salário integral, para procurar outro trabalho”. 11.4 - Ausência Da Redução Não ocorrendo redução da jornada de trabalho durante o cumprimento do Aviso Prévio, este é considerado nulo. “SÚMULA Nº 230 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO (mantida) – Res. 121/2003: É ilegal substituir o período em que se reduz da jornada de trabalho, no Aviso Prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.” Extraído das jurisprudências abaixo: a) “A ausência de assinatura pela ex-empregada e de testemunhas do documento de aviso prévio e a falta de assinalação da opção entre a redução da jornada de trabalho e a dispensa consecutiva por sete dias no decorrer do período de trinta dias, autoriza declarar-se nulo o aviso prévio concedido”. b) “... nos termos do art. 488 da CLT, quando a dispensa ocorre sem justa causa, e não obrigação dele, devendo apenas conceder ao empregado a redução de duas horas diárias ou a liberação dos sete últimos dia do aviso prévio para que o empregado possa procurar outra colocação no mercado de trabalho, nos termos do parágrafo único do mesmo dispositivo legal”. Jurisprudências: AVISO-PRÉVIO TRABALHADO. DISPENSA DE LABOR POR SETE DIAS. OPÇÃO DO EMPREGADOR. A concessão do aviso prévio indenizado, sem que o empregado tenha que trabalhar nesse período, é faculdade do empregador, nos termos do art. 488 da CLT, quando a dispensa ocorre sem justa causa, e não obrigação dele, devendo apenas conceder ao empregado a redução de duas horas diárias ou a liberação dos sete últimos dia do aviso prévio para que o empregado possa procurar outra colocação no mercado de trabalho, nos termos do parágrafo único do mesmo dispositivo legal. (Processo: RO 00018231220145120017 SC 0001823-12.2014.5.12.0017 – Relator(a): Maria De Lourdes Leiria – Publicação: 04.09.2015)

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NULIDADE DO AVISO PRÉVIO CONCEDIDO. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DA EX-EMPREGADA OU DE TESTEMUNHAS. NÃO ASSINALAÇÃO DA OPÇÃO DE REDUÇÃO DA JORNADA DIÁRIA DE TRABALHO E DISPENSA CONSECUTIVA POR SETE DIAS. 1) A ausência de assinatura pela ex-empregada e de testemunhas do documento de aviso prévio e a falta de assinalação da opção entre a redução da jornada de trabalho e a dispensa consecutiva por sete dias no decorrer do período de trinta dias, autoriza declarar-se nulo o aviso prévio concedido. 2) Recurso ordinário da ré que se nega provimento. (Processo: RO 00103263220145010242 RJ – Relator(a): Jose Da Fonseca Martins Junior- Julgamento: 28.04.2015) AVISO PRÉVIO. NÃO REDUÇÃO DA JORNADA. NULIDADE. Impõe-se a nulidade do aviso prévio concedido quando comprovado nos autos que não foi observada a redução da jornada prevista no artigo 488 da CLT, bem como a condenação da reclamada ao pagamento de novo aviso e consectários decorrentes. (Processo: RecOrd 00004112120135050035 BA 0000411-21.2013.5.05.0035 – Relator(a): Lourdes Linhares – Publicação: DJ 13.05.2014) 12. HORAS EXTRAS E AVISO PRÉVIO – PROIBIDO Conforme o artigo 488 da CLT e da também a Instrução Normativa SRT nº 15, de 14 de julho de 2010, o empregado poderá optar pela redução na jornada de trabalho durante o prazo de aviso, sem prejuízo do salário integral. A legislação traz a obrigatoriedade da redução no decorrer do aviso prévio trabalhado quando é concedido ao empregado, então será proibido a realização das horas extras. Extraído da jurisprudência abaixo: “Caso o empregado pudesse trabalhar as 2 horas diárias a que tem direito, ou até mesmo os 7 dias corridos, no curso do aviso prévio trabalhado, substituindo-os por horas extras, tal providência frustraria o objetivo da regra celetista, que é o de proporcionar ao trabalhador um tempo capaz para a busca de um novo emprego. É ilegal, portanto, esta substituição”. Jurisprudência: AVISO PRÉVIO TRABALHADO. SUBSTITUIÇÃO DO PERÍODO QUE SE REDUZ DA JORNADA DE TRABALHO POR HORAS EXTRAS. ILEGALIDADE. Caso o empregado pudesse trabalhar as 2 horas diárias a que tem direito, ou até mesmo os 7 dias corridos, no curso do aviso prévio trabalhado, substituindo-os por horas extras, tal providência frustraria o objetivo da regra celetista, que é o de proporcionar ao trabalhador um tempo capaz para a busca de um novo emprego. É ilegal, portanto, esta substituição, que, uma vez ocorrendo, torna nulo o aviso prévio concedido, gerando o direito ao empregado de receber a indenização correspondente. Inteligência da Súmula nº 230, do C. TST. Recurso da 1ª reclamada ao qual se nega provimento... (Processo: RO 2469220125020 SP 00002469220125020034 A28 – Relator(a): RITA MARIA SILVESTRE – Julgamento: 27.11.2013) 13. NÃO CUMPRIMENTO DO AVISO PRÉVIO 13.1 - Renúncia Do Aviso Pelo Empregado O empregado que for demitido sem justa causa não pode renunciar ao direito ao aviso prévio, pois o pedido de dispensa do cumprimento do aviso não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo se houver comprovação por parte do empregado de que ele obteve novo emprego (Artigo 15, da Instrução Normativa SRT n° 15/2010). “SÚMULA Nº 276 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego”. Então, a falta do cumprimento do aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo (§ 2º, do artigo 487 da CLT), ou seja, desconta como faltas injustificadas até o final do aviso prévio. E sendo sem justa causa, os juristas entendem que o empregador deverá pagar os 7 dias, com base no artigo 488 da CLT, parágrafo único. Importante: “SÚMULA N° 212 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALO) - O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado”.

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Extraído da jurisprudência abaixo: “Cabe ao empregador conceder aviso prévio ao empregado na rescisão sem justa causa do contrato de trabalho. Se o empregado não comparece ao serviço durante o período, cabe o desconto das faltas no término do aviso prévio, momento em que são devidas as verbas rescisórias”. Importante: Tendo o empregado rescindido o contrato de trabalho, ou seja, pedido de demissão, poderá solicitar ao empregador a dispensa do cumprimento do aviso prévio, cuja concessão é uma faculdade do empregador, porém, não tem previsão legal, que poderá as partes (empregado e empregador) fazer um acordo para que não seja descontada esta indenização, ou seja, o empregador libera o empregado do aviso trabalhado, mediante solicitação por escrito e o empregador aceita ou não esta solicitação. Na falta de dispositivos legais, as autoridades competentes irão proceder conforme o artigo 8° da CLT. “Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste”. Jurisprudência: AVISO PRÉVIO. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. RENÚNCIA DO EMPREGADO. IMPOSSIBILIDADE. Cabe ao empregador conceder aviso prévio ao empregado na rescisão sem justa causa do contrato de trabalho. Se o empregado não comparece ao serviço durante o período, cabe o desconto das faltas no término do aviso prévio, momento em que são devidas as verbas rescisórias. Ademais, “o direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado”, de forma que “o pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego”, nos exatos termos da Súmula 276 do C. TST. Recurso Ordinário não provido. (TRT/SP - 00892200707602001 - RO - Ac. 12aT 20090756147 - Rel. Davi Furtado Meirelles - DOE 18.09.2009) 14. EMPREGADOR NÃO PERMITE O CUMPRIMENTO DO AVISO PRÉVIO O empregador que não permitir que o empregado permaneça em suas atividades no local de trabalho durante o Aviso Prévio, na rescisão deverá ser obedecidas às mesmas regras do Aviso Prévio indenizado (Instrução Normativa SRT n° 15, de 14 de julho de 2010, artigo 18). Também assegura o § 1 do artigo 487 da CLT, que na falta do Aviso Prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo de aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. 14.1 - Aviso Prévio Domiciliar – Inexistência O Aviso Prévio domiciliar seria a situação em que o empregador dispensaria o empregado de cumpri-lo trabalhando, sendo autorizado ao empregado permanecer durante todo período em casa, mas conforme dispõe o artigo 18 da Instrução Normativa SRT n° 15, de 2010, não é permitido cumprir o Aviso Prévio domiciliar: “Artigo 18 - Caso o empregador não permita que o empregado permaneça em atividade no local de trabalho durante o aviso prévio, na rescisão deverão ser obedecidas as mesmas regras do aviso prévio indenizado”. Esta modalidade não existe em virtude de falta de previsão legal, não podendo então ser utilizada. Extraído das jurisprudências abaixo: a) “Cumprido o aviso prévio em casa, se não quitadas as verbas rescisórias no prazo de dez dias, cabe a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, e não o pagamento de novo aviso prévio”. b) “É fato que não existe, na lei, a modalidade do aviso prévio - cumprido em casa. Todavia, tendo sido o empregado efetivamente pré-avisado da dispensa e efetivamente usufruído e recebido o período correspondente, como restou incontroverso haver ocorrido no caso dos autos, não há que se falar em nulidade, mas apenas em constatação de que o pagamento recebido pelo autor não foi a título salarial, mas indenizatório”. Jurisprudências:

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AVISO PRÉVIO CUMPRIDO EM CASA. PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. OJ 14 DA SDI1 DO TST. Cumprido o aviso prévio em casa, se não quitadas as verbas rescisórias no prazo de dez dias, cabe a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, e não o pagamento de novo aviso prévio. Inteligência da OJ 14 da SDI1 do TST. (Processo: RO 00114177920145010462 RJ – Relator(a): Rildo Albuquerque Mousinho De Brito – Julgamento: 08.06.2015) MULTA PREVISTA NO ART. 477 DA CLT. AVISO PRÉVIO CUMPRIDO EM CASA. Considerando-se que inexiste na lei a figura do aviso prévio trabalhado cumprido em casa, tem-se que, na verdade, os empregados foram dispensados do cumprimento do aviso prévio, o que se equipara ao aviso prévio indenizado, obrigando a empresa ao pagamento das verbas rescisórias até o 10º (décimo) dia contado da comunicação da dispensa. Nesse sentido, a Orientação Jurisprudencial nº 14 da SDI-I do C. TST. (Processo: RO-00004491120125010025 RJ – Relator(a): Marcelo Augusto Souto de Oliveira – Julgamento: 08.04.2014) AVISO PRÉVIO - CUMPRIDO EM CASA - RECONHECIMENTO COMO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. É fato que não existe, na lei, a modalidade do aviso prévio - cumprido em casa. Todavia, tendo sido o empregado efetivamente pré-avisado da dispensa e efetivamente usufruído e recebido o período correspondente, como restou incontroverso haver ocorrido no caso dos autos, não há que se falar em nulidade, mas apenas em constatação de que o pagamento recebido pelo autor não foi a título salarial, mas indenizatório. (Processo: RO 1028008120075010043 RJ – Relator(a): Angela Fiorencio Soares da Cunha - Julgamento: 13.11.2012) 15. EMPREGADO OBTEVE NOVO EMPREGO 15.1 – No Caso de Dispensa Sem Justa Causa De acordo com o Precedente Normativo do Tribunal Superior do Trabalho n° 024 a dispensa do aviso prévio se dá quando o empregado é despedido, então ele fica dispensado do cumprimento do aviso prévio quando comprovar a obtenção de novo emprego, desonerando a empresa do pagamento dos dias não trabalhados. Então, para garantir a dispensa do cumprimento do aviso, o empregado deverá comprovar mediante declaração da nova empresa onde irá trabalhar. Na rescisão sem justa causa, no decorrer do aviso prévio trabalhado, o empregado que obteve novo emprego e comprovando esta situação, fica dispensado do cumprimento do aviso, conforme abaixo: O artigo 15 da IN SRT n° 15/2010, estabelece que o direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado, salvo se houver comprovação de que ele obteve novo emprego. Também a: “SÚMULA Nº 276 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego”. E para garantir essa dispensa do cumprimento do aviso, o empregado deverá comprovar mediante declaração da nova empresa onde irá trabalhar. Jurisprudência: AVISO PRÉVIO. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. RENÚNCIA DO EMPREGADO. IMPOSSIBILIDADE. Cabe ao empregador conceder aviso prévio ao empregado na rescisão sem justa causa do contrato de trabalho. Se o empregado não comparece ao serviço durante o período, cabe o desconto das faltas no término do aviso prévio, momento em que são devidas as verbas rescisórias. Ademais, “o direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado”, de forma que “o pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego”, nos exatos termos da Súmula 276 do C. TST. Recurso Ordinário não provido. (TRT/SP - 00892200707602001 - RO - Ac. 12aT 20090756147 - Rel. Davi Furtado Meirelles - DOE 18.09.2009) 15.2 – No Caso De Pedido De Dispensa No pedido de demissão a rescisão é motivada pelo empregado, ou seja, ele concede ao empregador o aviso prévio trabalhado ou indenizado. E conforme o artigo 15 da IN SRT n° 15/2010 e a Súmula nº 276 do TST (ver o subitem “15.1”, acima), o direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado, salvo se houver comprovação de que ele obteve novo emprego.

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“PRECEDENTE NORMATIVO DO TST N° 24 (PRECEDENTE NORMATIVO DA SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO): O empregado despedido fica dispensado do cumprimento do aviso prévio quando comprovar a obtenção de novo emprego, desonerando a empresa do pagamento dos dias não trabalhados”. A situação acima citada e conforme o Precedente n° 24 do TST, não prevê para o caso de pedido de dispensa e sim para a dispensa sem justa causa. Então, a falta do cumprimento do aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo (§ 2º, do artigo 487 da CLT), ou seja, desconta como faltas injustificadas até o final do aviso prévio. Extraído das jurisprudências abaixo: a) “Se, entretanto, a decisão de dissolver o contrato é do empregado, quem tem o direito ao aviso prévio, trabalhado ou indenizado, é o patrão, sendo descabida a pretensão do empregado demissionário, liberado do cumprimento do aviso, de obter daquele o respectivo pagamento”. b) “O fato de o trabalhador conseguir imediata colocação no mercado de trabalho não autoriza o descumprimento do prazo do aviso e não o exonera da obrigação de pagar a indenização ao empregador”. Jurisprudências: AVISO PRÉVIO DO EMPREGADO PARA O EMPREGADOR. AUSÊNCIA DE DISPENSA. OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO. O aviso prévio do empregado serve para que o empregador busque outro trabalhador para substituir aquele que está pretendendo sair, tempo também utilizado para o aprendizado do serviço pelo novo empregado. O fato de o trabalhador conseguir imediata colocação no mercado de trabalho não autoriza o descumprimento do prazo do aviso e não o exonera da obrigação de pagar a indenização ao empregador. (Processo: RO 935200801610002 DF 00935-2008-016-10-00-2 - Relator(a): Desembargador Pedro Luis Vicentin Foltran – Julgamento: 04.03.2009) PEDIDO DE DEMISSÃO. DISPENSA DO AVISO PRÉVIO. SÚMULA Nº 276 DO TST. ALCANCE. No caso de dispensa sem justa causa, o empregador tanto pode exigir do empregado que trabalhe no período do aviso prévio quanto dispensá-lo do cumprimento; em ambas as hipóteses, pagará por esse período. Se, entretanto, a decisão de dissolver o contrato é do empregado, quem tem o direito ao aviso prévio, trabalhado ou indenizado, é o patrão, sendo descabida a pretensão do empregado demissionário, liberado do cumprimento do aviso, de obter daquele o respectivo pagamento. Ao se referir ao aviso prévio como "direito irrenunciável do trabalhador, mesmo no caso de dispensa do cumprimento", a Súmula nº 276 do TST contempla a situação de dispensa sem justa causa. (TRT 3ª R; RO 00202-2008-022-03-00-8; Belo Horizonte; Segunda Turma; Rel. Des. Sebastião Geraldo de Oliveira; DJEMG 18.02.2009) 16. RECONSIDERAÇÃO OU CANCELAMENTO DO AVISO PRÉVIO Conforme o artigo 489 da CLT, dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração. E em seu parágrafo único, estabelece que, caso seja aceita a reconsideração ou continuando a prestação depois de expirado o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso não tivesse sido dado. Extraído das jurisprudências abaixo: a) “A reconsideração do aviso-prévio por parte do empregador exige a concordância do empregado para produzir efeitos”. b) “Tendo a parte concedido o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo. Se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração, tal como estabelece de forma literal o artigo 489 da CLT”. Jurisprudências: Tendo a parte concedido o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo. Se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração,

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tal como estabelece de forma literal o artigo 489 da CLT (Processo: RO 00026762820115020074 SP 00026762820115020074 A28 – Relator(a): Maria De Lourdes Antonio – Julgamento: 12.11.2015) AVISO-PRÉVIO. RECONSIDERAÇÃO. EFICÁCIA. A reconsideração do aviso-prévio por parte do empregador exige a concordância do empregado para produzir efeitos. Não havendo aceitação ou recusa expressa por parte do empregado, que continuou a prestação de serviços após o prazo final do aviso-prévio inicialmente dado, configura-se aceitação tácita da retratação (art. 489, parágrafo único, da CLT). Pedido de demissão do empregado após o final do prazo do aviso-prévio não autoriza a conversão em rescisão indireta. Recurso provido em parte no item. (...) (Processo: RO 77820105040333 RS 0000007-78.2010.5.04.0333 - Relator(a): José Felipe Ledur - Julgamento: 18.05.2011) 17. OCORRÊNCIAS DURANTE O AVISO PRÉVIO Segue a seguir situações de interrupção e suspensão de contrato de trabalho no decorrer do Aviso Prévio e decisões judiciais a respeito. 17.1 - Auxílio-Doença Previdenciário No caso de auxílio-doença em virtude de enfermidade, o empregado é considerado em licença não remunerada (artigo 476 da CLT). O segurado empregado em gozo de auxílio-doença é considerado pela empresa como licenciado (Decreto nº 3.048/1999, artigo 80). Importantes: “Os efeitos da dispensa somente se concretizam depois de expirado o benefício previdenciário. Inteligência da súmula n.º 371, do c. TST”. “No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário (Súmula n° 371 do TST)”. “SÚMULA DO TST Nº 371 AVISO PRÉVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DESTE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 40 e 135 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005: A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário. (ex-OJs nºs 40 e 135 da SBDI-1 - inseridas, respectivamente, em 28.11.1995 e 27.11.1998)”. Desta forma, ocorrendo afastamento do empregado no curso do Aviso Prévio, por motivo de auxílio-doença, os 15 (quinze) primeiros dias são computados normalmente no prazo do aviso, suspendendo-se a contagem a partir do 16º (décimo sexto) dia de afastamento, o qual terá direito ao auxílio doença previdenciário, ocorrendo então a suspensão do contrato, e neste caso, o empregado irá cumprir o restante do aviso, caso seja necessário, quando receber alta da previdência. Exemplo: Empregado iniciou o Aviso Prévio no dia 01.04.2011, com data de término no dia 30.04.2011. Adoeceu em 10.04.2011 e obteve auxílio-doença do INSS até 04.05.2011. Então: a) início do Aviso Prévio: 01.04.2011; b) previsão de término do Aviso Prévio: 30.04.2011; c) primeiros 15 (quinze) dias de afastamento: 10.04.2011 a 24.04.2011 (pagos pelo empregador, 15 dias); d) auxílio-doença previdenciário: 25.04.2011 a 04.05.2011 (10 dias); e) período para complementação do Aviso Prévio: 05.05.2009 a 10.05.2011 (06 dias);

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f) data da baixa na CTPS: 10.05.2011. Importante: Ressalta-se que para realizar a homologação ou acerto das verbas rescisórias, o empregado deverá estar apto para o empregador proceder à rescisão do contrato de trabalho, conforme estabelece o artigo 22 da IN SRT MTE n° 15, de 14 de julho de 2010, ou seja, deverá ser realizado o exame demissional. Extraído das jurisprudências abaixo: a) “Situação em que os efeitos da dispensa somente se concretizam depois de expirado o benefício previdenciário. Inteligência da súmula n.º 371, do c. TST. b) “Se o contrato de trabalho ainda estava em vigor, ante a projeção do aviso prévio indenizado, e o trabalhador passou a auferir benefício previdenciário, a dispensa não poderia ocorrer, pois se encontrava suspenso o contrato”. c) “... A concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio suspende os efeitos da dispensa do empregado, que só se concretizam após expirado o benefício previdenciário”. d) ”E se o auxílio-doença é concedido no período de aviso-prévio, ainda que indenizado (mas que, de qualquer sorte, integra o tempo de serviço do trabalhador para todos os efeitos legais - art. 487, § 1º da CLT), só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário - exatamente porque suspenso o contrato de trabalho”. e) “Inteligência do art. 487, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho e OJ n. 82 da SDI-1 do TST. Assim, sendo concedido auxílio-doença ao empregado no curso do aviso prévio indenizado, os efeitos da dispensa só se concretizam após expirado o benefício previdenciário, conforme disposto na Súmula nº 371 do TST”. Jurisprudências: CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. Situação em que os efeitos da dispensa somente se concretizam depois de expirado o benefício previdenciário. Inteligência da súmula n.º 371, do c. TST. Apelo obreiro parcialmente provido. (Processo: RO 00001796920135010342 RJ – Relator(a): Rosana Salim Villela Travesedo – Publicação: 21.01.2015) AUXÍLIO-DOENÇA CONCEDIDO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. Concedido o auxílio-doença, qualquer que seja a origem desta, o contrato de trabalho se suspende - voltando a produzir efeitos plenamente apenas após cessar o benefício previdenciário. E se o auxílio-doença é concedido no período de aviso-prévio, ainda que indenizado (mas que, de qualquer sorte, integra o tempo de serviço do trabalhador para todos os efeitos legais - art. 487, § 1º da CLT), só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário" - exatamente porque suspenso o contrato de trabalho (Processo: RO 00278009420055010027 RJ – Relator(a): Roque Lucarelli Dattoli – Julgamento: 03.06.2014) DISPENSA. NULIDADE. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. Se o contrato de trabalho ainda estava em vigor, ante a projeção do aviso prévio indenizado, e o trabalhador passou a auferir benefício previdenciário, a dispensa não poderia ocorrer, pois se encontrava suspenso o contrato (súmula 371 do TST) – Processo: RO 00552002320085010013 RJ – Relator(a): Patricia Pellegrini Baptista Da Silva – Julgamento: 22.10.2013) AUXÍLIO-DOENÇA CONCEDIDO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário (Súmula nº 371 do C. TST) – Processo: RO 1429820125010076 RJ – Relator(a): Dalva Amelia de Oliveira – Julgamento: 05.02.2013 REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO. AUXÍLIO-DOENÇA. CURSO. AVISO PRÉVIO. SÚMULA Nº 371. NÃO PROVIMENTO. Segundo a jurisprudência pacífica desta Corte Superior, a concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio suspende os efeitos da dispensa do empregado, que só se concretizam após expirado o benefício previdenciário. Na hipótese dos autos, a Corte Regional reconheceu que a concessão do auxílio-doença previdenciário, durante o aviso prévio, suspendeu o contrato de trabalho da autora, razão pela qual declarou a nulidade do ato demissional e determinou a sua reintegração ao emprego. Inteligência da Súmula nº 371. Logo, inviável o destrancamento do recurso de revista, nos termos da Súmula nº 333 e do artigo 896, § 4º da CLT. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (Processo: AIRR 102005820075050551 10200-58.2007.5.05.0551 - Relator(a): Guilherme Augusto Caputo Bastos - Julgamento: 02.05.2012)

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AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PROJEÇAO NO CONTRATO DE TRABALHO. CONCESSAO DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DESTE. APLICAÇAO DA SÚMULA N. 371 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST). O aviso prévio indenizado garante a integração desse período no tempo de serviço do obreiro, devendo a data de saída a ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado. Inteligência do art. 487, §1º, da Consolidação das Leis do Trabalho e OJ n. 82 da SDI-1 do TST. Assim, sendo concedido auxílio-doença ao empregado no curso do aviso prévio indenizado, os efeitos da dispensa só se concretizam após expirado o benefício previdenciário, conforme disposto na Súmula n. 371 do TST. (Processo: RO 72300 RO 0072300 – Relator(a): Desembargadora Maria Cesarineide De Souza Lima – Julgamento: 10.05.2011) 17.2 - Auxílio-Doença Acidentário Previdenciário Existem dois entendimentos, a respeito do acidente de trabalho quando ocorrer durante o aviso prévio: a) deve continuar a contagem dos dias do aviso prévio que estiverem faltando quando o empregado retornar ao trabalho; e b) quando o aviso prévio não se completar durante os 15 (quinze) primeiros dias de afastamento, ele deverá ser desconsiderado em virtude da estabilidade provisória, uma vez que o contrato de trabalho continua em pleno vigor, para se evitar maiores problemas. Não existe posição definida no que diz respeito à situação do empregado estar em cumprimento de aviso prévio trabalhado e ocorrer dele se acidentar, se quando do seu retorno continua-se a contagem dos dias faltantes para o cumprimento, ou se desconsidera o aviso prévio dado. A dúvida também paira quanto à estabilidade provisória que hoje é concedida ao empregado acidentado, conforme trata a Súmula nº 371 do TST. Vale lembrar que, que conforme o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991, o empregado que se afasta pela Previdência Social, no caso de acidente de trabalho, após o seu retorno ele tem estabilidade de 12 meses. “SÚMULA DO TST Nº 371 AVISO PRÉVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DESTE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 40 e 135 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005: A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário. (ex-OJs nºs 40 e 135 da SBDI-1 - inseridas, respectivamente, em 28.11.1995 e 27.11.1998)”. “Art. 118. Lei nº 8.213/1991. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente”. “Somente existe a estabilidade provisória de emprego quando o acidente ou doença laboral, ocasionar afastamento do trabalho por período superior a 15 (quinze) dias, motivando, assim, o pagamento do auxílio-doença acidentário pela previdência, conforme determina o artigo 71 do Decreto n° 3.048/99”. Observações importantes: Ressalta-se que para realizar a homologação ou acerto das verbas rescisórias, o empregado deverá estar apto para o empregador proceder à rescisão do contrato de trabalho, conforme estabelece o artigo 22 da IN SRT MTE n° 15, de 14 de julho de 2010. Cabe à empresa a decisão em manter ou não o vínculo empregatício, lembrando que, qualquer que seja a decisão tomada, somente a Justiça Trabalhista poderá dar uma solução definitiva, ou seja, é um risco do empregador. Extraído das jurisprudências abaixo, a respeito da estabilidade: a) “Assim, a doença decorrente de acidente do trabalho, assim reconhecida em momento superveniente ao recebimento do aviso prévio indenizado suspende o seu curso, pois acarreta a suspensão do contrato de trabalho. É neste sentido a interpretação contida na Súmula 371 do colendo Tribunal Superior do Trabalho”. b) “Dois requisitos devem ser preenchidos para que o empregado faça jus à estabilidade acidentária, quais sejam: a ocorrência de acidente do trabalho e a percepção de benefício previdenciário daí decorrente”. Segue alguns exemplos, referente a acidente de trabalho no decorrer do aviso prévio:

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Exemplo 1: Empregado iniciou o Aviso Prévio no dia 01.06.2011, com data de término no dia 30.06.2011. Acidentou-se no ambiente de trabalho em 08.06.2011 e se afastou até o dia 18.06.2011. Então: a) início do Aviso Prévio: 01.06.2011; b) previsão de término do Aviso Prévio: 30.06.2011; c) afastamento: 08.06.2011 a 18.06.2011 (11 dias pagos pelo empregador); d) retorno do afastamento: 19.06.2011; e) data da baixa na CTPS: 30.06.2011. Neste caso, se dará o término do Aviso Prévio no dia 30.06.2011, normalmente como previsto, uma vez que o afastamento por acidente de trabalho se deu em período inferior a 15 (quinze) dias, não entrando em auxílio-doença acidentário, não gerando a controvérsia a respeito da estabilidade provisória. Exemplo 2: Empregado iniciou o Aviso Prévio no dia 01.06.2011, com data de término no dia 30.06.2011. Sofreu acidente de trabalho em 05.06.2011 e obteve auxílio-doença acidentário do INSS a partir de 16° (décimo sexto) dia (20.06.2011) até 26.06.2011. Então: a) início do Aviso Prévio: 01.06.2011; b) previsão de término do Aviso Prévio: 30.06.2011; c) primeiros 15 (quinze) dias de afastamento: 05.06.2011 a 19.06.2011 (pagos pelo empregador); d) auxílio-doença acidentário: 20.06.2011 a 26.06.2011. Segue abaixo, as jurisprudências e entendimentos, onde dividem opiniões, ou seja, a favor e contra ao cancelamento do aviso prévio e sobre a estabilidade. Jurisprudências: ACIDENTE DE TRABALHO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. NULIDADE DA DISPENSA. REINTEGRAÇÃO A PARTIR DA ALTA MÉDICA. DEVIDAS AS VERBAS DECORRENTES DO CONTRATO DE TRABALHO. 1) Nula a dispensa imotivada, uma vez que o Autor sofreu acidente de trabalho no curso do aviso prévio, razão pela qual deve ser considerado em licença não-remunerada até o seu retorno do trabalho, conforme dispõe o art. 476 da CLT. (Processo: RO 00003923420125010076 RJ – Relator(a): Rogerio Lucas Martins – Publicação: 03.07.2014) AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO CONCEDIDO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO - CONSEQÜÊNCIAS - Na hipótese em exame, a dispensa da parte autora ocorreu em 05/01/2012, com aviso prévio indenizado, projetando-se o contrato de trabalho até 05/02/2012. É que o contrato permanece em plena vigência durante o prazo do aviso prévio, ainda que indenizado (artigo 489 da CLT), restando, desta forma, íntegras as obrigações inerentes ao contrato de emprego. A relação jurídica, embora extinta de fato, permanece produzindo efeitos até o término do prazo do aviso prévio. II - Assim, a doença decorrente de acidente do trabalho, assim reconhecida em momento superveniente ao recebimento do aviso prévio indenizado suspende o seu curso, pois acarreta a suspensão do contrato de trabalho. É neste sentido a interpretação contida na Súmula 371 do colendo Tribunal Superior do Trabalho, privilegiando a continuidade do contrato de trabalho e seus efeitos. III - Nula, portanto, a dispensa, que se revelou obstativa à aquisição do direito à estabilidade, nos termos do art. 118 da Lei 8.213/91 e inciso I da Súmula 378 do colendo Tribunal Superior do Trabalho. (Processo: RO 00005009020125010261 RJ – Relator(a): Evandro Pereira Valadao Lopes – Julgamento: 19.03.2014) REINTEGRAÇÃO. DOENÇA PROFISSIONAL EQUIPARADA A ACIDENTE DE TRABALHO. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. SUPERVENIÊNCIA DE AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. SÚMULAS N OS 371 E 378, I. NÃO

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PROVIMENTO. Nos termos da Súmula nº 371, no caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário. Por outro lado, estabelece a Súmula nº 378, I, que, se após a despedida for constatada doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de trabalho, tem direito o trabalhador à estabilidade provisória. (Processo: AIRR 397005120075010206 39700-51.2007.5.01.0206 - Relator(a): Guilherme Augusto Caputo Bastos - Julgamento: 22.08.2012) ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DE TRABALHO NO CURSO DO AVISO-PRÉVIO. O entendimento desta Corte, consubstanciado na Súmula nº 371, conversão das Orientações Jurisprudenciais nº s 40 e 135 da SBDI-1, é de que não se adquire estabilidade provisória, mesmo a decorrente de acidente de trabalho, no curso do aviso-prévio, pelo que deve ser julgada improcedente a reclamação trabalhista em que se pleiteia a reintegração no emprego ou, sucessivamente, o pagamento de indenização substitutiva ao período da pretensa estabilidade. Recurso de revista conhecido e provido. TST - RECURSO DE REVISTA: RR 647008420025120024 64700-84.2002.5.12.0024 ACIDENTE DO TRABALHO. REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO. Dois requisitos devem ser preenchidos para que o empregado faça jus à estabilidade acidentária, quais sejam: a ocorrência de acidente do trabalho e a percepção de benefício previdenciário daí decorrente. Os mesmos se constituem em condição “sine qua non” à garantia de emprego decorrente de acidente do trabalho, não estando eles preenchidos na espécie. Recurso desprovido. (TRT 4ª R. RO 00249.511/98-3 - 3ª T. Relª. Juíza Vanda Krindges Marques - J. 22.11.2000) 17.3 – Gestante A estabilidade da empregada gestante começa a partir da confirmação da gravidez, conforme determina o artigo 10, II, “b”, do ADCT - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988, ou seja, ela adquire a estabilidade provisória desde a confirmação da sua gravidez até 5 (cinco) meses após o parto, e não ao início da licença- maternidade. Ocorrendo a gravidez durante o aviso prévio ou mesmo a concepção durante esse período, a empregada gestante terá a garantia de emprego, conforme determina a legislação citada abaixo, pois o aviso prévio conta-se para todos os efeitos legais, ou seja, o contato de trabalho ainda encontra-se vigente. O objetivo do aviso prévio é a procura de um novo emprego, já no caso da estabilidade provisória, propicia ao empregado que possa contar com o emprego atual até o final dessa garantia, sendo, assim, suas finalidades diversas. É inválida a comunicação do aviso prévio na fluência de garantia de emprego e de férias, conforme determina o artigo 19 da IN SRT n° 15/2010, a Súmula 348 do TST e o artigo 391-A da Lei nº 12.8212/2013. “Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Lei nº 12.812, de 2013) Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)”. “SÚMULA Nº 348 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA FLUÊNCIA DA GARANTIA DE EMPREGO. INVALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos”. Vale ressaltar, então, que durante o período em que o contrato de trabalho estiver suspenso, ou durante a estabilidade provisória ou em qualquer outra situação de interrupção, o aviso prévio não poderá ser concedido. Extraído da jurisprudência abaixo: “O atual posicionamento desta Corte é no sentido de se conferir a garantia de estabilidade provisória à trabalhadora a partir do momento da concepção, ocorrida no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o aviso-prévio trabalhado ou indenizado”. Jurisprudências: GESTANTE. ESTABILIDADE ADQUIRIDA NO CURSO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. RECONHECIMENTO DO DIREITO À ESTABILIDADE. O entendimento desta c. Corte é no sentido de que não há como se afastar a estabilidade provisória da gestante, no caso da concepção ter ocorrido no curso do aviso prévio indenizado, pois o

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contrato de trabalho ainda se encontra vigente. Tal ilação decorre do entendimento firmado na Orientação Jurisprudencial nº 82 da SBDI-1/TST, que proclama que -a data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado-. Precedentes da SBDI-1 desta Corte. Recurso de revista conhecido e provido. Agravo De Instrumento Da Reclamada. Litigância De Má-Fé. Embargos De Declaração À R. Sentença. Intuito Manifestamente Protelatório. ARTS. 17 E 18 DO CPC. DESPROVIMENTO. Diante da ausência de violação dos dispositivos invocados não há como admitir o recurso de revista. Agravo de instrumento desprovido. (Processo: ARR 1055001520085010069 – Relator(a): Aloysio Corrêa da Veiga – Julgamento: 06.08.2014) ESTABILIDADE GESTANTE. CONCEPÇÃO NO CURSO DO AVISO-PRÉVIO INDENIZADO. Nos termos do art. 10, II, b, do ADCT, para a garantia de estabilidade provisória da empregada é exigido somente que ela esteja grávida e que a dispensa não tenha ocorrido por justo motivo. O atual posicionamento desta Corte é no sentido de se conferir a garantia de estabilidade provisória à trabalhadora a partir do momento da concepção, ocorrida no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o aviso-prévio trabalhado ou indenizado. Essa garantia não visa apenas à proteção objetiva da gestante, mas, sobretudo, à tutela da maternidade e do nascituro. Ademais, consoante preconiza a Orientação Jurisprudencial 82 da SBDI-1 do TST, não há dúvida de que o período relativo ao aviso-prévio integra o contrato de trabalho. A diretriz da Súmula 371 do TST não constitui fundamento pertinente para obstar essa garantia. Há precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (Processo: RR 9677820125020443 967-78.2012.5.02.0443 – Relator(a): Augusto César Leite de Carvalho – Julgamento: 23.10.2013) ESTABILIDADE GESTANTE. CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ NO CURSO DO AVISO-PRÉVIO INDENIZADO. CARACTERIZAÇÃO. O aviso-prévio indenizado integra o contrato de trabalho para todos os efeitos legais, pelo que, comprovado nos autos que a da gravidez ocorreu nesse período, faz jus a obreira à estabilidade provisória. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (Processo: RR 499320125020372 49-93.2012.5.02.0372 – Relator(a): Cláudio Mascarenhas Brandão – Julgamento: 23.10.2013) 18. FALTAS NÃO JUSTIFICADAS As faltas injustificadas não dão direito ao empregado de perceber salários e podem ainda resultar em falta leve ou grave, conforme as circunstâncias ou reincidência, mas podem ter justificativa imperiosa que, se seriamente considerada, vedará a punição, como, por exemplo, o caso de doença grave em pessoa da família, amigo íntimo, ou outra hipótese de força maior, conforme o artigo 473 da CLT e a Lei nº 605/1949. O empregado perderá a remuneração do dia não trabalhado quando não justificar suas faltas ou em virtude de punição disciplinar. As faltas injustificadas incidirão também para fins de diminuição dos dias de gozo de férias, para desconto de DSR (repouso semanal remunerado) e na redução para o pagamento do 13º Salário. O empregado que se recusa a cumprir o aviso prévio, terá descontadas as faltas e pago os dias 7 (sete), no final previsto do aviso, ou seja, este continua correndo normalmente, a rescisão não será antecipada (Parágrafo único, do artigo 488 da CLT). Observação: Matéria sobre faltas não justificadas, encontra-se no Boletim INFORMARE nº 52/2014 “FALTAS JUSTIFICADAS E INJUSTIFICADAS”, em assuntos trabalhistas. 19. FALTA GRAVE NO CURSO DO AVISO PRÉVIO Ocorrendo do empregador ou do empregado cometer, durante o curso do Aviso Prévio, falta grave, poderá qualquer das partes rescindir imediatamente o contrato de trabalho, conforme prevê os artigos 490 e 491 da CLT. “Art. 490. CLT - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida”. “Art. 491. CLT - O empregado que, durante o prazo de aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo”. No caso do empregador, fica ele obrigado ao pagamento da remuneração correspondente a todo o período de Aviso Prévio e as demais parcelas de direito. Sendo a falta grave cometida pelo empregado, exceto a de abandono de emprego, perderá o direito ao restante do prazo do Aviso Prévio.

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Os artigos 482 e 483 da CLT tratam sobre rescisão por justa causa, que pode ser a rescisão tanto ocasionada ao empregado como ao empregador. 19.1 – Cometida Pelo Empregado – Justa Causa - Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017 O artigo 482 da CLT trata sobre a justa causa ocasionada pelo empregado, conforme abaixo: “Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional”. 19.2 – Cometida Pelo Empregador - Rescisão Indireta Ocorrendo a rescisão indireta do contrato de trabalho, ou seja, a rescisão por justa causa, em face de falta grave cometida pelo empregador, o empregado fará jus, também, ao valor correspondente ao período do Aviso Prévio (CLT, artigo 487, § 4º). O artigo 483 da CLT trata sobre a justa causa ou rescisão indireta ocasionada pelo empregador, conforme abaixo: “Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindindo o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrário aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;

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f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. § 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço. § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3º - Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo”. 19.3 - Culpa Recíproca Culpa recíproca ocorre quando ambos, empregado e empregador cometem falta grave simultaneamente. “A dispensa por culpa recíproca se configura quando o empregador cometer em uma das situações dispostas no artigo 483 da CLT e quando o empregado cometer qualquer das situações dispostas no artigo 482 da CLT, ambos de forma concretizada”. “Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade”. Culpa recíproca ocorre quando ambos, empregado e empregador cometem falta grave simultaneamente; neste caso, ao invés da multa de 40% do FGTS, o empregado terá direito apenas a 20% (Lei nº 8.036/90, art. 18). “SÚMULA Nº 14 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) CULPA RECÍPROCA - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais”. 20. AVISO PRÉVIO - INTEGRA AO TEMPO DE SERVIÇO O período referente ao Aviso Prévio, tanto trabalhado quanto indenizado, integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, como os reajustes salariais e projetando mais 1/12 para fins de férias e décimo terceiro salário, conforme os casos abaixo (Instrução Normativa SRT nº 15, de 14 de julho de 2010, artigo 16): a) Aviso Prévio trabalhado ou indenizado dado pelo empregador; b) Aviso Prévio trabalhado dado pelo empregado. Ressalta-se que o mesmo não ocorre quando o aviso prévio indenizado for concedido pelo empregado. 21. INDENIZAÇÃO ADICIONAL QUE ANTECEDE A DATA-BASE (TRINTÍDIO) As Leis nº 6.708/1979 e nº 7.238/1984, artigo 9°, determina que o empregado dispensado dentro do período de 30 (trinta) dias que antecede a sua data-base tem direito a uma indenização equivalente a um salário mensal. Se o término do Aviso Prévio trabalhado ou indenizado (projeção do aviso) se der dentro do mês que antecede a data-base, faz jus à indenização ao empregado. “Recaindo o término do aviso prévio proporcional nos 30 (trinta) dias que antecede a data base, faz jus o empregado despedido à indenização prevista na Lei n° 7.238/1984”. (Nota Técnica CGRT/SRT/MTE n° 184/2012). “SÚMULA Nº 182 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708, DE 30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de 30.10.1979”.

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Importante: Ressalta-se que o Aviso Prévio trabalhado ou indenizado integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais e, conforme a Súmula TST nº 182, o tempo de Aviso Prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da indenização compensatória do art. 9º da Lei nº 6.708/1979. “EMENTA Nº 19 EMENTAS NORMATIVAS TRABALHISTAS. HOMOLOGAÇÃO. ART. 9º DA LEI Nº 7.238, de 1984. INDENIZAÇÃO ADICIONAL. CONTAGEM DO PRAZO DO AVISO PRÉVIO: É devida ao empregado, dispensado sem justa causa no período de 30 dias que antecede a data-base de sua categoria, indenização equivalente ao seu salário mensal. I - Será devida a indenização em referência se o término do aviso prévio trabalhado ou a projeção do aviso prévio indenizado se verificar em um dos dias do trintídio; II - O empregado não terá direito à indenização se o término do aviso prévio ocorrer após ou durante a data-base e fora do trintídio, no entanto, fará jus aos complementos rescisórios decorrentes da norma coletiva celebrada. Ref.: Art. 9º da Lei nº 7.238, de 1984, e art. 487, § 1º, da CLT”. 22. ASO (EXAME DEMISSIONAL) O ASO - Atestado de Saúde Ocupacional constitui documento essencial para a rescisão do empregado, o que poderá impossibilitá-la no caso de “inapto” para realizar a rescisão contratual ou acerto das verbas rescisórias, pois o empregado deverá estar apto para o empregador proceder à rescisão do contrato de trabalho (Instrução Normativa SRT n° 15, de 14 de julho de 2010, artigo 12, inciso VI, e artigo 22, inciso VIII). “Art. 22. Para a assistência, é obrigatória a apresentação dos seguintes documentos: ... VIII - Atestado de Saúde Ocupacional Demissional, ou Periódico, durante o prazo de validade, atendidas as formalidades especificadas na Norma Regulamentadora - NR 7, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, e alterações posteriores”. 23. BAIXA NA CTPS DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO Quando o aviso for indenizado, a data da saída a ser anotada na CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social deve ser a projeção do último dia do aviso indenizado, ou seja, como se tivesse trabalhado. E nas anotações gerais da CTPS deverá colocar a observação do último dia trabalhado, de acordo com a data da TRCT, conforme determina a Instrução Normativa SRT nº 15, de 14 de julho de 2010, artigo 17. Levando em consideração o aviso de 33 (trinta e três) dias, ou seja, a data de admissão do empregado foi dia 01.02.2012, então o aviso dele é somente de 33 (trinta e três) dias. Exemplo: Data da comunicação da dispensa: 02.05.2014 Data do aviso indenizado: 03.05.2014 Projeção do último dia do aviso indenizado: 04.06.2014 Baixa na CTPS: 04.06.2014 a) na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data projetada para o Aviso Prévio indenizado - 04.06.2014; b) na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado – 02.05.2014; c) no TRCT, a data de afastamento a ser consignada será a do último dia efetivamente trabalhado – 02.05.2014. 24. PRAZOS PARA PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS - Atualização A Partir De 11.11.2017 – Lei Nº 13.467/2017

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A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até 10 (dez) dias contados a partir do término do contrato (§ 6º, do artigo 477 da CLT). 24.1 - Atraso No Pagamento – Multa Ocorrendo atraso no pagamento da rescisão, o empregador deverá pagar multa para o empregado, em valor equivalente ao seu salário (Artigo 477 da CLT). A Instrução Normativa do MTE n° 15/2010, estabelece uma multa a ser paga em favor do empregado, equivalente ao seu salário, caso a empresa realize o pagamento fora do prazo, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador tiver dado causa à mora. Portanto, é de suma importância que o empregador sempre busque comprovar, documentalmente, o motivo da homologação fora do prazo, se for o caso. Não se configura como mora o pagamento complementar de verbas rescisórias, quando decorrente de reajuste coletivo de salários (data-base) determinado no curso do aviso prévio, ainda que indenizado, nos termos do art. 487, § 6º, da CLT. 25. VALOR DO AVISO PRÉVIO 25.1 - Aviso Prévio Trabalhado No caso do Aviso Prévio trabalhado, tanto concedido pelo empregador ou pelo empregado, a remuneração corresponderá à que o empregado fizer jus durante o respectivo prazo. Extraído da jurisprudência abaixo: “Quando o aviso prévio é trabalhado, não cabe a inflexão de horas extras, porque o empregado já recebeu pelo labor extraordinário eventualmente prestado no período”. “Durante o prazo de aviso prévio o empregado tem direito a igual remuneração, independentemente da redução de sua carga horária”. Jurisprudência: REFLEXOS DE HORAS EXTRAS. AVISO PRÉVIO TRABALHADO. INFLEXÃO INDEVIDA. Quando o aviso prévio é trabalhado e não indenizado, não cabe a inflexão de horas extras, porque o empregado já recebeu pelo labor extraordinário eventualmente prestado no período. Agravo de petição do exequente improvido. (Processo: AP 01292201132209001 PR 01292-2011-322-09-00-1 – Relator(a): Thereza Cristina Gosdal – Julgamento: 06.10.2015) 25.2 - Aviso Prévio Indenizado O Aviso Prévio sendo indenizado, a base de cálculo é o último salário percebido pelo empregado. E percebendo o empregado salário fixo mais parcelas variáveis ou somente salário variável, o valor do Aviso Prévio corresponderá ao salário fixo acrescido da média das parcelas variáveis dos últimos 12 (doze) meses, ou período inferior, no caso de empregado com menos de um 1 (ano) de serviço dispensado com Aviso Prévio indenizado (Artigo 487 da CLT). Ressalta-se, porém, que normas coletivas de trabalho podem estabelecer período inferior para cálculo da média das parcelas variáveis, as quais deverão ser obedecidas desde que sejam mais vantajosas ao empregado, então a empresa deverá proceder aos 2 (dois) cálculos, para fazer a devida verificação. 25.2.1 - Valores Que Integram Para O Cálculo Do Aviso Prévio Indenizado O artigo 487, §§ 3º ao 6º da CLT determina os valores para o cálculo do Aviso Prévio indenizado, conforme abaixo: “§ 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço. § 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta. § 5º - O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.

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§ 6º - O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia o empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para todos os efeitos legais”. O aviso prévio, mesmo quando indenizado integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos, projetando mais 1/12 para fins de férias e décimo terceiro salário. 25.3 – Médias Para Cálculo Das Verbas Rescisórias TABELA DE MÉDIAS PARA CÁLCULO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

NOTURNO HORAS EXTRAS COMISSÕES Férias Vencidas Média do período

aquisitivo. (CLT, art. 142, § 2º)

Média do período aquisitivo. (CLT, art. 142, § 2º)

Média dos últimos 12 meses. (CLT, art 142, §3º)

Férias Proporcionais

Média do período correspondente à proporção, excluindo o mês da saída. (CLT, art. 142, § 2º)

Média do período correspondente à proporção, excluindo o mês da saída. (CLT, art. 142, §2º)

Média do período correspondente à proporção, excluindo o mês da saída. (CLT, art. 142, § 3º)

13º Salário Média de janeiro até o mês anterior ao da rescisão. (Dec. 57.155/65, art. 2º e Enunciado TST 60)

Média de janeiro até o mês anterior ao da rescisão. (Enunciado TST 45)

Média de janeiro até o mês anterior ao da rescisão. (Dec. 57.155/65, art. 2º)

Aviso Prévio Indenizado

Média dos últimos 12 meses. (Enunciado TST 60)

Média dos últimos 12 meses. (CLT, art. 487, § 5º - interpretação)

Média dos últimos 12 meses. (CLT, art. 487, § 3º - analogia)

26. ENCARGOS SOCIAIS O Aviso Prévio trabalhado, que é considerado de natureza salarial, sofre incidência do INSS e recolhimento para o FGTS. a) FGTS e INSS: O empregador deverá fazer o recolhimento para o FGTS, conforme determina a Instrução Normativa SIT nº 84, de 13.07.2010, artigo 8º, inciso XVIII e o Decreto nº 99.684/1990. “SUMULA DO TST Nº 305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição para o FGTS”. No Aviso Prévio indenizado há incidência do INSS, conforme determina o Decreto nº 6.727, de 12.01.2009, pois o decreto não foi revogado e nem alterado: “Art. 1º - Ficam revogados a alínea “f” do inciso V do § 9º do artigo 214, o artigo 291 e o inciso V do artigo 292 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999". b) IR - Imposto de Renda: Ficam isentos do Imposto de Renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas - Lei nº 7.713/1988 (Art. 6º, inciso V): “V - a indenização e o aviso prévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, até o limite garantido por lei, bem como o montante recebido pelos empregados e diretores, ou respectivos beneficiários, referente aos depósitos, juros e correção monetária creditados em contas vinculadas, nos termos da legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço”. 27. PRESCRIÇÃO - ATUALIZAÇÃO A PARTIR DE 11.11.2017 – LEI Nº 13.467/2017 NOVA REDAÇÃO DO ART. 11 COM VIGÊNCIA A PARTIR DE 11.11.2017, PELA LEI Nº 13.467/2017, o qual revoga os incisos I e II e acrescenta os §§ 2º e 3º, conforme segue abaixo: “Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em 5 (cinco) anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de trabalho.

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* Incisos I e II do artigo 11 da CLT serão revogados a partir de 11.11.2017. * ACRESCIDO O § 2º COM VIGÊNCIA A PARTIR DE 11.11.2017, PELA LEI Nº 13.467/2017. § 2° Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. * ACRESCIDO O § 3º COM VIGÊNCIA A PARTIR DE 11.11.2017, PELA LEI Nº 13.467/2017. § 3° A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos”. ** A Partir De 11.11.2017 – Artigo 11-A Da CLT - Acrescido Pela Lei Nº 13.467/2017: Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos (Artigo 11-A da CLT). A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução (§ 1º, do artigo 11-A da CLT). A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição (§ 2º, do artigo 11-A da CLT). 27.1 - Empregados Menores Conforme o artigo 440 da CLT contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição. Fundamentos Legais: Os citados no texto.

PARCELAMENTO DO FGTS - CIRCULAR CAIXA N° 785/2017 Considerações

Sumário 1. Introdução; 2. FGTS - Fundo De Garantia Do Tempo De Serviço; 3. Parcelamento De Débitos Do FGTS; 3.1 – Definição; 3.2 – Débitos Passíveis De Parcelamento E Origens Dos Débitos Parceláveis; 3.3 - Valor Das Parcelas; 3.4 - Prazos Do Parcelamento; 3.5 – Vencimento Das Parcelas; 3.6 - Documentos De Recolhimento; 4. Como Solicitar O Parcelamento Do FGTS; 4.1 – Acordo Celebrado Entre A Caixa E O Empregador; 4.2 – Procedimentos, Formulários, Documentação E Protocolar Na CEF; 4.2.1 – Documentação; 4.3 - Assinatura E Formalização Do Acordo; 5. Deferimento De Parcelamento FGTS; 6. Condição Para A Manutenção Da Formalização Do Parcelamento De Débitos De Execução Fiscal; 7. Aditamento Contratual; 8. Alteração Do Acordo; 9. Reparcelamento; 10. Impactos Da Inadimplência No Parcelamento; 11. Rescisão Do Parcelamento; 12. Regras Gerais; 13. Certificado De Regularidade Do FGTS; 13.1 - Consultar Certificado De Regularidade Do FGTS – CRF. 1. INTRODUÇÃO A Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 dispõe sobre o FGTS e o Decreto nº 99.684, de 08 de novembro de 1990 consolidou as normas regulamentares do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o artigo 7°, inciso III, da Constituição Federal de 1988, o FGTS deixou de ser opcional, ou seja, todos os trabalhadores tem o direito ao depósito do FGTS.

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O FGTS além de desenvolver o direito indenizatório do trabalhador, que ao final do tempo útil de atividade pode contar com o valor acumulado dos depósitos feitos em seu nome, também o favorece de forma indireta, ao proporcionar as condições necessárias à formação de um Fundo de Aplicações, voltado para o financiamento de habitações. O valor do depósito será de 8% (oito por cento) do salário pago ao trabalhador a cada mês. E no caso de Contrato de Aprendizagem, conforme a Lei nº 11.180/2005, o percentual é reduzido para 2% (dois por cento). No caso do empregador estar em débito em relação aos depósitos do FGTS, ele poderá fazer o parcelamento, pois a Caixa Econômica Federal oferece essa condição. Nesta matéria será tratada sobre o parcelamento oferecido pela Caixa Econômica Federal referente ao FGTS, conforme dispõe a Circular Caixa n° 785, de 06.10.2017 (DOU de 10.10.2017). 2. FGTS - FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS é o fundo criado pelo Governo Federal com o objetivo de proteger o trabalhador demitido, principalmente quando dispensado sem justa causa, mediante a formação de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. “Lei nº 8.036/1990. Art. 1º - O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), instituído pela Lei n° 5.107, de 13 de setembro de 1966, passa a reger-se pela Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Art. 2º - O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações”. O FGTS não é descontado do salário e sim uma obrigação do empregador realizar este depósito, ou seja, o empregador ou tomador de serviços é responsável pelo depósito do FGTS na conta do trabalhador. “Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, Art. 15 - Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei n 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.” E conforme o artigo 33 do Decreto nº 99.684/1990, os empregadores deverão comunicar mensalmente aos trabalhadores os valores recolhidos ao FGTS e repassar-lhes todas as informações recebidas da CEF (Caixa Econômica Federal) ou dos bancos depositários sobre as respectivas contas vinculadas. 3. PARCELAMENTO DE DÉBITOS DO FGTS A Circular Caixa n° 785, de 06.10.2017 (DOU de 10.10.2017) estabelece a regulamentação de parcelamento FGTS ao empregador com prerrogativa do plano de recuperação e reparcelamento do FGTS/CS, bem como, o parcelamento regido pela Lei Complementar nº 150/2015, por meio da divulgação da versão 6 do Manual de Orientação - Regularidade do Empregador junto ao FGTS como instrumento disciplinador. A Circular acima divulga a versão 6 do Manual de Orientação - Regularidade do Empregador junto ao FGTS que dispõe sobre os procedimentos pertinentes à regularidade do empregador junto ao FGTS, incluindo a regulamentação do parcelamento de débitos na modalidade do Plano de Recuperação e o tratamento diferenciado para o parcelamento referente a Lei Complementar nº 150/15, disponibilizado no sítio da CAIXA, www.caixa.gov.br, opção download FGTS Manuais Operacionais. 3.1 – Definição O parcelamento é o acordo para o pagamento de débitos, independente de sua fase de cobrança, origem e época de ocorrência, facultado aos empregadores em atraso com as contribuições devidas ao FGTS, com a finalidade de facilitar a manutenção de sua situação de adimplência junto ao FGTS (Manual versão 6, subitem “3.1.1”, do capítulo III). O parcelamento é a alternativa dada aos empregadores em débito com as contribuições estabelecidas na Lei nº 8.036/90 e na LC nº 110/2001 para regularizarem sua situação de inadimplência, dentro de parâmetros que atendam a capacidade de pagamento e a priorização no recebimento e depósito dos créditos devidos nas contas

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vinculadas dos trabalhadores (Informações extraídas do site da Caixa Econômica Federal - http://www.caixa.gov.br/empresa/fgts-empresas/FGTS-Parcelamento-de-Debitos/Paginas/default.aspx). 3.2 – Débitos Passíveis De Parcelamento E Origens Dos Débitos Parceláveis São passíveis de parcelamento os débitos nas seguintes situações: (Extraído do Manual Versão 6, subitem “3.1.2”, do capítulo III) a) não inscritos em Divida Ativa; b) inscritos em Dívida Ativa, ajuizados ou não. As origens dos débitos parceláveis junto ao FGTS são: (Extraído do Manual Versão 6, subitem “3.2.3.2”, do capítulo III) a) confissão de débito realizada pelo empregador e existente em aberto na data da solicitação do parcelamento; b) diferença de recolhimento existente em aberto para o empregador na data da solicitação do parcelamento; c) notificação lavrada pelo MTB na sua integralidade; d) inscrição em Dívida Ativa; e) processo de Execução Fiscal. Observação: *** Referente ao parcelamento de débitos de Contribuição Social LC nº 110/2001, verificar no Manual, Versão 6, Capítulo IV. 3.3 - Valor Das Parcelas O valor da parcela é determinado pela divisão do montante do débito atualizado, para data do acordo de parcelamento pelo prazo máximo definido no subitem “3.4” desta matéria, respeitado o valor mínimo da parcela. O débito atualizado compreende contribuições de FGTS, atualização monetária, juros de mora e multa, conforme artigo 22 da Lei nº. 8.036/90. Além do débito atualizado na forma da Lei 8.036/90, são cobrados os encargos previstos na Lei nº. 8.844/94, para os débitos inscritos em Dívida Ativa pela PFN, e/ou os honorários advocatícios, para os débitos inscritos pelo extinto BNH, que serão somados às últimas parcelas do acordo O valor mínimo da parcela, na data do acordo, é de: (subitem 3.5.2) a) R$ 396,28, atualizado para o ano de 2017, para os empregadores em geral; b) R$ 198,14, atualizado para o ano de 2017, para empregador amparado pela Lei Complementar nº 123/06 e nº150/15. Esses valores mínimos são atualizados sempre no mês de janeiro de cada ano, com base no índice de remuneração das contas vinculadas, acumulado no exercício anterior. *** Excetua-se o disposto no item 3.5.2 (valor das parcelas, verificar acima) para empregadores em geral, na hipótese em que a empresa apresente plano de recuperação, atendendo condição de interesse social e do FGTS. O plano de recuperação é acatado para a solicitação de parcelamento pelo empregador a qual abrange o prazo de até 100 parcelas mensais e sucessivas. Observação: As informações acima foram extraídas do Manual versão 6, subitens “3.5 a 3.5.4.1”, do capítulo III. 3.4 - Prazos Do Parcelamento O prazo do acordo de parcelamento está limitado aos prazos abaixo em parcelas mensais, observado o valor mínimo da parcela, indicado no subitem “3.3” desta matéria (Extraído do Manual Versão 6, subitem “3.4 e 3.4.1”, do capítulo III).

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a) 60 (sessenta) parcelas para os empregadores em geral; b) 100 (cem) parcelas para os empregadores com prerrogativa ao enquadramento do plano de recuperação; c) 120 (cento e vinte) parcelas, para empregador amparado pela Lei Complementar nº 123/06 e nº 150/15. 3.5 – Vencimento Das Parcelas As informações abaixo, foram extraídas do Manual Versão 6, subitens “3.6 a 3.6.2”, do capítulo III): O vencimento das parcelas observa o seguinte critério: (subitem “3.6.1”) a) a primeira parcela do acordo vence em 30 (trinta) dias, contados da data da sua formalização; b) o vencimento das parcelas seguintes ocorre no mesmo dia da data do acordo, nos meses subsequentes ao mês da primeira parcela; c) caso o acordo seja contratado no dia 31 do mês ou no dia 29 de fevereiro o recolhimento das demais prestações vence no último dia útil de cada mês; d) para data de vencimento da parcela igual a dia não útil, o recolhimento é antecipado para o dia útil imediatamente anterior. Quando da existência de acordos distintos por débito, o vencimento das parcelas é correspondente a data de cada contratação (subitem 3.6.2). 3.6 - Documentos De Recolhimento As informações abaixo, foram extraídas do Manual Versão 6, subitens “3.13 a 3.13.4”, do capítulo III): Os valores do acordo de parcelamento que contemple parcelas devidas ao trabalhador são recolhidos por meio da Guia de Recolhimento do FGTS - GRF gerada pelo SEFIP – Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, conforme definido no Manual de Orientações Recolhimentos Mensais e Rescisórios ao FGTS e das Contribuições Sociais, disponível no site http://www.caixa.gov.br em Downloads, FGTS – SEFIP/GRF e FGTS – Manuais Operacionais. Os valores e competências das parcelas para fins de recolhimento são visualizadas no CNS – ICP por meio do serviço Parcelamento Contratado, conforme passo a passo detalhado no Anexo II deste Manual (versão 6). A prestação do parcelamento também é regularizada por meio de Guia de Recolhimento de Débitos – GRDE, emitida pelo próprio empregador a partir do serviço Regularidade FGTS disponível para o empregador e seus outorgados no CNS – ICP, conforme o procedimento detalhado no Anexo III (versão 6) ou, ainda, por Agências da CAIXA. Na hipótese de realização destes recolhimentos por meio da GRDE, o empregador deve apresentar o arquivo SEFIP com a individualização dos valores com a identificação do trabalhador, no prazo máximo de 60 dias ou comprovar a impossibilidade de fazê-lo, sob pena de se consignar irregularidade perante o FGTS, com comunicação ao órgão de fiscalização. Obrigatoriamente, os valores do acordo de parcelamento que contemple as contribuições rescisórias e as diferenças decorrentes dos acréscimos legais destinados exclusivamente ao FGTS, são recolhidos por meio de Guia de Regularização de Débitos do FGTS – GRDE. 4. COMO SOLICITAR O PARCELAMENTO DO FGTS A solicitação do parcelamento de débitos de contribuições ao FGTS, é feita pelo empregador, a qualquer tempo, via Internet por meio do Conectividade Social ICP, conforme procedimento detalhado no Anexo I deste Manual ou junto às Agências da CAIXA (Extraído do Manual Versão 6, subitem 3.2.1, do capítulo III). O serviço na internet para o Parcelamento FGTS é acessado por meio do certificado digital ICP do próprio empregador, não sendo prevista a outorga de procuração, onde o empregador informa seu interesse sobre quais débitos, exclusivamente de FGTS,, deseja parcelar selecionando-os no ato da formalização (Extraído do site da Caixa Econômica Federal - http://www.caixa.gov.br/empresa/fgts-empresas/FGTS-Parcelamento-de-Debitos/Paginas/default.aspx).

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4.1 – Acordo Celebrado Entre A Caixa E O Empregador O parcelamento é concretizado por acordo celebrado entre a Caixa e o empregador, com base em regras específicas, estabelecidas por legislação ou pelo Conselho Curador do FGTS, por meio de Resoluções, no caso de FGTS, e por Portaria do Ministério da Fazenda, no caso das Contribuições Sociais. É possível a contratação de um acordo de parcelamento de FGTS para o conjunto de todos os débitos ou vários acordos para os débitos, que sejam do interesse do empregador em parcelar e que estejam na mesma situação de cobrança. (Informações extraídas do site da Caixa Econômica Federal - http://www.caixa.gov.br/empresa/fgts-empresas/FGTS-Parcelamento-de-Debitos/Paginas/default.aspx). 4.2 – Procedimentos, Formulários, Documentação E Protocolar Na CEF As informações abaixo, foram extraídas do Manual verso 6, subitens “3.2.1.1 a 3.2.3.1”, do capítulo III: A assinatura da solicitação de parcelamento sujeita o empregador ao que estabelece o Art. 299 do Código Penal Brasileiro, referente à omissão de informação ou declaração falsa, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. O serviço de Parcelamento FGTS é acessado por meio do certificado digital ICP do próprio empregador, não sendo previsto a outorga de procuração, onde o empregador informa seu interesse sobre quais débitos deseja parcelar selecionando-os no ato da formalização. O pedido de Parcelamento FGTS feito nas Agências da CAIXA é formalizado por meio de formulário próprio denominado SPD (Solicitação de Parcelamento de Débitos), acompanhado dos documentos necessários e obrigatórios para a análise, relacionados no anexo do referido formulário. O empregador protocola a SPD em qualquer UF independente da localização do estabelecimento com débito a parcelar, junto a uma Agência da CAIXA. O protocolo de SPD nas Agências da CAIXA não obriga a CAIXA ao deferimento do parcelamento. *** Doméstico: Para o empregador doméstico é solicitado o preenchimento da Confissão Espontânea de Débitos, obtida no endereço expresso no item 3.2.2.1 (verificar abaixo). “3.2.2.1 O formulário Solicitação de Parcelamento de Débitos - SPD é obtido nos sites http://www.caixa.gov.br em Downloads, FGTS – Parcelamento de débitos de contribuições, arquivo: SPD_FGTS.zip e http:// www.fgts.gov.br ou nas Agências da CAIXA”. É possível a contratação de um acordo para o conjunto de todos os débitos ou vários acordos para os débitos, que sejam do interesse do empregador parcelar e que estejam na mesma situação de cobrança. Para débitos na mesma situação de cobrança a contratação de parcelamento é feita pela integralidade do débito de uma mesma origem, por exemplo: notificação nº 99999 lavrada pelo MTE, ou inscrição em Dívida Ativa nº FGDF999999999, ou Execução Fiscal nº 9999999999, não sendo possível o fracionamento do débito em mais de um parcelamento. Segue abaixo, subitens “3.2.4 a 3.2.6”, extraídos do Manual versão 6, capítulo III: “3.2.4 Para mais de uma contratação de parcelamento de débitos, que estejam na mesma situação de cobrança, é condição para o deferimento da nova contratação que os demais parcelamentos de FGTS vigentes estejam em situação de adimplência, o que significa o cumprimento dos pagamentos das parcelas em seus respectivos vencimentos e que as recentes contratações estejam formalizadas, conforme definição constante no item 3.7.2. 3.2.5 A formalização de parcelamento via Internet ou nas Agências da CAIXA não desobriga o empregador da satisfação de suas obrigações perante o FGTS. 3.2.6 O parcelamento dos débitos relativos às Contribuições Sociais instituídas pela LC nº 110, de 29 de junho de 2001, ocorre nas Agências da CAIXA, em até 60 (sessenta) prestações mensais e sucessivas, cuja solicitação se dá conforme as disposições da Portaria Ministério da Fazenda 250/2007”. 4.2.1 – Documentação

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O formulário Solicitação de Parcelamento de Débitos - SPD é obtido nos sites http://www.caixa.gov.br em Downloads, FGTS – Parcelamento de débitos de contribuições, arquivo: SPD_FGTS.zip e http:// www.fgts.gov.br ou nas Agências da CAIXA (Extraído do Manual verso 6, subitens “3.2.2.1”, do capítulo III: Segue abaixo a relação de documentos para solicitação do parcelamento do FGTS, extraída do site da Caixa Econômica Federal - http://www.caixa.gov.br/empresa/fgts-empresas/FGTS-Parcelamento-de-Debitos/Paginas/default.aspx): a) SPD - Solicitação de Parcelamento de Débitos e respectivos anexos, quando for o caso, assinada pelo representante Legal ou procurador. b) Cópia do CPF e da Cédula de Identidade do representante legal do empregador e/ou do procurador, com cópia da procuração pública, autenticada em cartório ou conferida com o original por empregado da CAIXA, sob carimbo. c) Cópia do CPF e da Cédula de Identidade do representante autorizado no item 3 da SPD para tratar do parcelamento junto à CAIXA, se for o caso, autenticada em cartório ou conferida com o original por empregado da CAIXA, sob carimbo. d) CNPJ atualizado ou Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral, obtido por meio do endereço eletrônico www.receita.fazenda.gov.br, opção “Emissão do Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral”. e) Cópias dos atos constitutivos da empresa e alterações ou contrato consolidado, inclusive quanto à administração, gerência, sócios majoritários, endereço de localização atual da empresa e estabelecimentos, abertura/fechamento de filiais, cisão/fusão/incorporação/sucessão/obras, autenticadas em cartório ou conferidas com o original por empregado da CAIXA, sob carimbo. f) Quando o débito for de confissão anexar, para cada competência, a cópia do relatório emitido pelo SEFIP denominado “Confissão de não recolhimento de valores do FGTS e de CS”, assinado pelo representante legal e/ou procurador, ou expediente formal de confissão espontânea de valores em débito, por competência, remuneração e percentual de recolhimento por categoria do trabalhador (2% ou 8%), assinada pelo representante legal e/ou procurador. g) Quando se tratar de notificação pré-cadastrada nos sistemas do FGTS, anexar o formulário denominado “Termo de Confissão de Débitos de FGTS e/ou de Contribuições Sociais da LC nº. 110/2001 Idênticos aos de Notificação Fiscal”, disponibilizado por meio do site www.caixa.gov.br, na área de Download/FGTS/Parcelamento de Débitos de FGTS, arquivo “ConfissãoNDFC.doc”, relativo à confissão espontânea como débito dos valores e períodos de competências idênticos aos lançados na NDFC, discriminada pelo número e data de lavratura e assinada pelo representante legal e/ou procurador. h) Para solicitar a carência para pagamento da 1ª parcela em razão de calamidade pública, anexar expediente formal com o pleito e a indicação da legislação que decretou o estado de calamidade no município no qual o empregador esteja sediado, assinado pelo representante legal e/ou procurador. i) No caso de órgão público ou empresa vinculada a Estados/DF ou Municípios e com benefício do Decreto nº. 894, de 16/08/1993, anexar cópia da Lei Municipal/Estadual/Distrital autorizadora do parcelamento e da vinculação da receita em garantia da operação, publicada em Diário Oficial, e cópia do expediente formal protocolizado junto ao Banco Depositário referente ao pleito, com os dados do Banco/Agência/Número da conta do FPM/FPE, autenticada em cartório ou conferida com o original por empregado da CAIXA, sob carimbo. 4.3 - Assinatura E Formalização Do Acordo As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.7.1 a 3.7.2.1”, do capítulo III: A assinatura do Termo de Confissão de Dívida e Compromisso de Pagamento para com o FGTS – TCDCP de parcelamento contratado via Internet, no CNS – ICP é automática, com autenticação feita por meio do certificado digital padrão ICP – Brasil do empregador. A formalização do acordo de parcelamento contratado nas agencias da CAIXA se concretiza com as assinaturas e rubricas do TCDCP e com a quitação da primeira parcela do acordo, que vence conforme definido no item 3.6.1 (verificar o subitem “3.5”, desta matéria).

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As assinaturas e rubricas do TCDCP são realizadas pelo representante legal da empresa e pela CAIXA e, ainda, por duas testemunhas, com a identificação do representante mediante a informação prestada no formulário SPD e dos seus documentos pessoais. 5. DEFERIMENTO DE PARCELAMENTO FGTS As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.3 a 3.3.4”, do capítulo III: Desde que sejam atendidas as demais condições previstas neste Manual, o deferimento ocorre conforme descrito: Para contratação do parcelamento concretizado pelo empregador via Internet, no CNS – ICP deferimento é automático, podendo ser rescindido caso o empregador não atenda as condições previstas no item 3.8, na hipótese de débito ajuizado objeto de execução fiscal. Para contratação do parcelamento solicitado pelo empregador nas agências da CAIXA por meio da SPD a análise pela CAIXA e geração do Termo de Confissão de Dívida e Compromisso de Pagamento para com o FGTS - TCDCP ocorre em até 30 dias corridos contados da data do protocolo da SPD. Para contratação do parcelamento concretizado pelo empregador nas Agências da CAIXA por meio da SPD é emitido comunicado pela CAIXA para que seja assinado o Termo de Confissão de Dívida e Compromisso de Pagamento para com o FGTS - TCDCP, no prazo máximo de 10 dias, sob pena de cancelamento do deferimento. O empregador dá causa ao indeferimento quando: a) o procedimento para contratação de parcelamento foi iniciado pelo empregador via Internet, por meio do CNS – ICP e não foi concluído no prazo de 48 horas; b) a documentação que acompanha a SPD estiver incompleta para a instrução do pedido de parcelamento ou existir apontamento de pendência para prosseguimento da análise do pedido de parcelamento, transcorridos os 10 dias da ciência do empregador para a regularização; c) não atender a assinatura do TCDCP, nas Agências da CAIXA, transcorridos os 10 dias da comunicação para a assinatura; d) o empregador não recolher a primeira parcela do acordo de parcelamento no prazo de 30 dias contados da data da assinatura do TCDCP ou do procedimento de contratação via Internet. *** Importante: O empregador é comunicado por email ou por ofício sobre o indeferimento do pedido, exceto no caso do indeferimento de parcelamento iniciado via Internet. 6. CONDIÇÃO PARA A MANUTENÇÃO DA FORMALIZAÇÃO DO PARCELAMENTO DE DÉBITOS DE EXECUÇÃO FISCAL As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.8 a 3.8.2”, do capítulo III: No caso de parcelamento de débito ajuizado, objeto de ação execução fiscal, são condições para a preservação da eficácia da contratação que: (subitem “3.8.1”) a) haja a anuência do Representante Judicial do FGTS; b) na hipótese de Embargos à Execução, haja desistência de ação, previamente à contratação de parcelamento pelo empregador, e renuncia a qualquer alegação de direito sobre a qual se funda a referida ação; c) na fase processual de leilão ou praça marcada, haja pagamento pelo empregador de 10% (dez por cento), no mínimo, do valor da dívida atualizada, previamente à contratação de parcelamento, cabendo ao Representante Judicial do FGTS a avaliação quanto à conveniência da suspensão do leilão ou da praça marcada; d) pagamento, pelo empregador, de todas as custas judiciais relativas às demandas relacionadas com o débito parcelado. Se uma das condições constantes do item 3.8.1 (verificar acima) não for atendida, o acordo de parcelamento será rescindido, sem comunicação prévia ao empregador (Subitem “3.8.2”). 7. ADITAMENTO CONTRATUAL

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As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.9 a 3.9.6”, do capítulo III: O aditamento ao acordo já formalizado, contratado segundo as regras da Resolução do Conselho Curador – RCC nº 765/14, é automático na hipótese de apuração de diferenças entre os valores da confissão espontânea feita pelo empregador e os valores apurados pela fiscalização do MTb ou ainda qualquer inclusão de outros débitos solicitados pelo empregador, sem necessidade de termo de aditamento, o qual é comunicado pela CAIXA ao empregador após a sua realização. Para parcelamentos contratados em RCC anteriores à 765/14 somente é admitido o aditamento em hipótese de apuração de diferenças entre os valores da confissão espontânea feita pelo empregador e os valores apurados pela fiscalização do MTb. Se o empregador apresentar outros débitos além das diferenças entre confissão e notificação deve contratá-los nas condições da RCC nº 765/14. O valor apurado no aditamento é incorporado às parcelas remanescentes do acordo original. Para o aditamento é necessário que o empregador esteja em dia com as parcelas do acordo. O aditamento é feito em um único parcelamento, o mais recente, no caso de existir mais de um acordo de parcelamento na mesma situação de cobrança de débitos. No caso de parcelamento/reparcelamento de débitos de Órgãos Públicos Municipais, Estaduais ou do DF, garantidos por vinculação de receita mediante autorização legal, o aditamento para inclusão de débitos prescinde de novo diploma legal, caso o primeiro tenha sido exarado em termos genéricos. 8. ALTERAÇÃO DO ACORDO As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.11 a 3.11.2”, do capítulo III: Na existência de valores que não eram devidos na composição inicial do parcelamento a exclusão desses é promovida, por meio de alteração do débito do acordo a partir da solicitação do empregador. Na hipótese de apuração de valor recolhido a maior decorrente da alteração do débito, este valor regulariza as parcelas vencidas e/ou vincendas do parcelamento, observada a situação de cobrança do débito e o acordo no qual está inserido. 9. REPARCELAMENTO As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.10 a 3.10.7”, do capítulo III: O reparcelamento de débitos do FGTS é realizado pelo empregador via Internet, por meio do CNS – ICP ou junto às Agências da CAIXA, na forma da solicitação prevista no item 3.2.2 do Manual versão 6, do capítulo III. O saldo remanescente de acordos de parcelamentos contratados com base na RCCFGTS 765/14 e rescindidos é reparcelado quando: a) o débito remanescente, ainda não inscrito em Dívida Ativa, seja igual ou inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais); b) o débito remanescente, inscrito em Dívida Ativa não ajuizado, seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais). É admitido o reparcelamento de débito inscrito em Dívida Ativa já ajuizado, independente do valor remanescente do débito. É admitida a inclusão de novos débitos ao acordo, além do débito do parcelamento anterior rescindido. O prazo do reparcelamento é igual ao número de prestações remanescentes do acordo original, observado o prazo máximo de parcelas definido no item 3.4 do Manual versão 6, do capítulo III. Caso o reparcelamento abranja mais de um acordo original rescindido, o prazo que é calculado no novo acordo é igual ao número de parcelas remanescentes do parcelamento mais antigo.

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O valor da 1ª parcela de um acordo de reparcelamento corresponde a 10% (dez por cento), do valor consolidado para o novo acordo e serão acrescidos 5% (cinco por cento) ao percentual aplicado anteriormente a cada novo reparcelamento limitado à 40% (quarenta por cento). As demais regras de parcelamento de contribuição FGTS se aplicam ao reparcelamento. 10. IMPACTOS DA INADIMPLÊNCIA NO PARCELAMENTO As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.14 a 3.14.2”, do capítulo III: Os impactos da inadimplência no parcelamento são: a) inibição do CRF; b) inclusão do empregador no SINAD/CADIN; c) rescisão do parcelamento. No caso de Órgãos Públicos, com acordo de parcelamento com garantia, a inadimplência de 30 dias é motivo para a CAIXA utilizar-se da garantia contratual. 11. RESCISÃO DO PARCELAMENTO As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.15 a 3.15.4”, do capítulo III: São motivos de rescisão do acordo de parcelamento sem prévia comunicação ao empregador: a) a não anuência do representante judicial para que os débitos ajuizados de FGTS componham o parcelamento; b) não formalização de desistência da ação, pelo empregador, na hipótese de Embargos à Execução ou qualquer outra demanda judicial que discuta a validade do débito objeto do parcelamento; c) não pagamento, pelo empregador, do mínimo de 10% (dez por cento) do valor da dívida atualizada previamente à contratação de parcelamento, na hipótese de débito na fase processual de leilão ou praça marcada; d) não pagamento, pelo empregador, da integralidade das custas judiciais e demais despesas processuais devidas nas ações em que se discutia a regularidade do débito parcelado; e) o inadimplemento de 03 (três) parcelas após a assinatura do parcelamento; f) impossibilidade de apropriação da garantia contratual, no caso de Órgãos Públicos, com acordo de parcelamento com garantia, quando houver 3 parcelas vencidas e não recolhidas; g) inadimplência por 2 decêndios consecutivos, no caso de parcelamento com bloqueio e repasse da cota do FPM/FPE; h) a decretação da falência de empregador com parcelamento de débitos administrativos ou inscritos em dívida ativa; i) o descumprimento de qualquer disposição contida no TCDCP. Na hipótese de rescisão do acordo de parcelamento implica nos impactos descritos no item 3.14.1 (verificar o item “10”, as alíneas “a” a “c”, desta matéria) e o saldo remanescente é tratado da seguinte forma: a) Para parcelamento de débito não inscrito em Dívida Ativa, o débito é encaminhado para inscrição em Dívida Ativa; b) Para parcelamento de débito inscrito em Dívida Ativa, não ajuizado, o débito é encaminhado para cobrança executiva; c) Para parcelamento de débito inscrito em Dívida Ativa, ajuizado, o débito é retornado para a cobrança executiva. O saldo remanescente da rescisão de acordo de parcelamento é passível de reparcelamento, conforme definido no item 3.10 (verificar o item “9”, desta matéria).

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O empregador é cientificado pela CAIXA da rescisão, por email ou correspondência. 12. REGRAS GERAIS As informações abaixo foram, extraídas do Manual verso 6, subitens “3.16 a 3.16.6”, do capítulo III: O CRF, conforme definido no Capitulo I deste Manual, é emitido, no caso do empregador possuir acordo de parcelamento/reparcelamento em situação de adimplência, quando quitada a primeira parcela do acordo e durante o período para o qual foi concedida uma das carências previstas no item 3.12 (Carência para pagamento das parcelas do parcelamento decorrente de estado de calamidade pública). Para confissão de dívida realizada no ato da formalização do acordo o MTB é noticiado pela CAIXA para promover as verificações pertinentes junto ao empregador, por meio de suas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego - SRTE. Na hipótese em que o trabalhador com vínculo ativo à época da formalização do parcelamento fizer jus à utilização de valores de sua conta vinculada durante o período de vigência do acordo de parcelamento, o empregador deve antecipar os recolhimentos relativos àquele trabalhador. As antecipações de pagamentos regularizam as parcelas vencidas e/ou vincendas do parcelamento, observada a situação de cobrança do débito e o acordo no qual está inserido. Para valores recolhidos a maior é priorizada a regularização dos débitos não parcelados seguido das parcelas vencidas do acordo. As Agências da CAIXA prestam aos interessados as informações referentes às condições e procedimentos para habilitação ao parcelamento/reparcelamento de que trata este Manual. 13. CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS A regularidade para com o FGTS é uma situação apurada pela CAIXA, atestada mediante emissão do Certificado de Regularidade do FGTS – CRF. Para estar regular perante o FGTS, o empregador deve estar em dia: a) com as obrigações para com o FGTS, considerando os aspectos: financeiro, cadastral e operacional; b) com o pagamento das contribuições sociais instituídas pela Lei Complementar nº. 110/2001; c) com o pagamento de empréstimos lastreados com recursos do FGTS. Além do cumprimento das obrigações com os trabalhadores, a regularidade é condição obrigatória para participação em licitações públicas e demais situações previstas nas Leis 8.036/90 e 9.012/95. 13.1 - Consultar Certificado De Regularidade Do FGTS – CRF A CAIXA possibilita que você consulte on-line a situação da sua empresa perante o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. Com essa facilidade, quem está em dia com as contribuições devidas pode obter na hora o Certificado de Regularidade do FGTS. Estar regular perante o FGTS é, além do cumprimento das obrigações com os trabalhadores, condição obrigatória para participação em licitações públicas e demais situações previstas nas Leis 8.036/90 e 9.012/95. Observação: As informações acima foram extraídas do site da Caixa Econômica Federal (http://www.fgts.gov.br/Pages/sou-empregador/regularidade-empresa.aspx). Fundamentação legal: Citada no texto.