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ÍNDICE NEWSLETTER PROPRIEDADE INTELECTUAL, MEDIA E TI I 2.º TRIMESTRE 2017 I AS ORIENTAÇÕES DO GRUPO DE TRABALHO DO ARTIGO 29 SOBRE O DIREITO À PORTABILIDADE DOS DADOS PESSOAIS 2 II LEGISLAÇÃO 3 III JURISPRUDÊNCIA 5 IV RESOLUÇÕES, RECOMEBDAÇÕES, PARECERES E OUTROS 8 NEWSLETTER I PROPRIEDADE INTELECTUAL, MEDIA E TI

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ÍNDICE

NEWSLETTER PROPRIEDADE INTELECTUAL, MEDIA E TI I 2.º TRIMESTRE 2017

I AS ORIENTAÇÕES DO GRUPO DE TRABALHO DO ARTIGO 29 SOBRE O DIREITO À PORTABILIDADE

DOS DADOS PESSOAIS

2

II LEGISLAÇÃO 3

III JURISPRUDÊNCIA 5

IV RESOLUÇÕES, RECOMEBDAÇÕES, PARECERES E OUTROS 8

NEWSLETTER I PROPRIEDADE INTELECTUAL, MEDIA E TI

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I AS ORIENTAÇÕES DO GRUPO DE TRABALHO DO ARTIGO 29 SOBRE O DIREITO À

PORTABILIDADE DOS DADOS PESSOAIS

O novo Regulamento Geral de Protecção de Dados (“RGPD”) – Regulamento (UE) 2016/679

–, para além de reafirmar um conjunto de direitos específicos dos titulares de dados

pessoais (acesso, rectificação, cancelamento e oposição), já consagrados na anterior

Directiva 95/46/CE, introduziu novas figuras jurídicas com o objectivo de reforçar a tutela

dos titulares dos dados, dada a sua posição de vulnerabilidade no contexto da sociedade

da informação. Entre tais figuras, conta-se o direito à portabilidade dos dados, consagrado

no artigo 20.º do RGPD.

No referido preceito, estabelece-se que, quando o tratamento de dados pessoais se realize

por meios automatizados (ficam, assim, excluídos os dados tratados em suporte de papel)

e tenha por base o consentimento do titular dos dados ou o cumprimento de um contrato

no qual o titular dos dados é parte, o titular tem o direito a:

i) Receber os dados pessoais que lhe digam respeito e que tenha fornecido a um

responsável pelo tratamento, num formato estruturado, de uso corrente e de

leitura automática; e a

ii) Transmitir esses dados a outro responsável pelo tratamento de dados, sem que o

responsável a quem os dados pessoais foram fornecidos o possa impedir ou,

alternativamente, a solicitar que a transmissão ocorra directamente entre os

responsáveis pelo tratamento, sempre que tal seja tecnicamente possível.

Tendo em conta as condições estabelecidas no RGPD, não há lugar ao exercício do direito

à portabilidade dos dados quando o respectivo tratamento se revele necessário ao

cumprimento de uma obrigação jurídica à qual o responsável esteja sujeito, ao exercício

de funções de interesse público ou ao exercício da autoridade pública de que esteja

investido o responsável pelo tratamento.

No dia 5 de Abril de 2017, o Grupo de Trabalho do Artigo 29 – órgão consultivo europeu

independente em matéria de protecção de dados e de privacidade – procedeu à revisão de

um conjunto de orientações adoptadas a 13 de Dezembro de 2016 (WP 242) que fornecem

importantes directrizes de interpretação e aplicação das novas regras do RGPD no que

respeita à portabilidade de dados.

Desde logo, o Grupo de Trabalho do Artigo 29 frisa que este novo direito constituirá uma

importante ferramenta para assegurar a livre circulação de dados pessoais na União

Europeia e promover a concorrência entre responsáveis pelo tratamento de dados. Com

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efeito, as novas regras facilitam a mudança de prestadores de serviços, por parte dos

consumidores, promovendo, consequentemente, o desenvolvimento de novos serviços no

contexto da estratégia do mercado único digital.

Entre outros aspectos do regime da portabilidade de dados densificados nas referidas

orientações, o Grupo de Trabalho do Artigo 29 entende que o direito à portabilidade

abrange tanto os dados fornecidos de forma consciente e activa pelo respectivo titular (por

exemplo, nome do titular ou idade), como os dados pessoais que o titular fornece ao utilizar

determinado serviço ou dispositivo (por exemplo, históricos de pesquisa, dados de tráfego

ou dados de localização geográfica). Em contrapartida, ficam excluídos, para este efeito,

os dados derivados ou obtidos por inferência a partir de outros dados pessoais, desde que

tenham sido gerados pelo responsável pelo tratamento no âmbito da actividade de

tratamento (por exemplo, dados obtidos através de profiling).

De acordo com o Grupo de Trabalho do Artigo 29, os responsáveis pelo tratamento

deverão, segundo as melhores práticas, começar a desenvolver os meios técnicos

necessários para fazer face a pedidos de portabilidade de dados, nomeadamente,

ferramentas de download e de programação de software.

Apesar de, como se afirma expressamente no considerando 68 do RGPD, “O direito do

titular dos dados a transmitir ou receber dados pessoais que lhe digam respeito não [dever]

implicar para os responsáveis pelo tratamento a obrigação de adoptar ou manter sistemas

de tratamento que sejam tecnicamente compatíveis”, com o intuito de promover a

utilização de formatos interoperáveis que facilitem a portabilidade dos dados, o Grupo de

Trabalho do Artigo 29 propõe, nas orientações mencionadas, a criação, por parte dos

responsáveis pelo tratamento de dados, de uma solução técnica (Application Programming

Interface) que permita o acesso de dados entre diferentes sistemas informáticos.

Em suma, como assinala o Grupo de Trabalho do Artigo 29, só a cooperação entre as várias

partes interessadas nesta matéria, no sentido da definição de um conjunto comum de

padrões e formatos interoperáveis, permitirá o cabal cumprimento das obrigações

acrescidas que, nos termos do RGPD, impendem sobre os responsáveis pelo tratamento

no que respeita à portabilidade de dados pessoais.

II LEGISLAÇÃO

Declaração de Rectificação n.º 272/2017 - Diário da República n.º 86/2017, Série II de

2017-05-04

Rectifica o Anexo ao Regulamento n.º 1093/2016, publicado no Diário da República, 2.ª

Série, n.º 238, de 14 de Dezembro de 2016 (que aprova as condições de operação

aplicáveis à utilização do espaço aéreo pelos sistemas de aeronaves civis pilotadas

remotamente (drones)).

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Portaria n.º 157/2017 - Diário da República n.º 90/2017, Série I de 2017-05-10

Procede à sexta alteração à Portaria n.º 1473-B/2008, de 17 de Dezembro, que aprova as

taxas devidas pela emissão das declarações comprovativas dos direitos, pelo exercício da

actividade de fornecedor de redes e serviços de comunicações electrónicas, pela atribuição

de direitos de utilização de frequências e de números, pela utilização do espectro

radioeléctrico e demais taxas devidas ao ICP-ANACOM.

Lei n.º 36/2017 - Diário da República n.º 107/2017, Série I de 2017-06-02

Garante o exercício dos direitos dos beneficiários das utilizações livres de obras,

procedendo à décima segunda alteração ao Código do Direito de Autor e dos Direitos

Conexos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de Março.

Decreto-Lei n.º 57/2017 - Diário da República n.º 112/2017, Série I de 2017-06-09

Estabelece o regime da disponibilização no mercado, da colocação em serviço e da utilização

de equipamentos rádio, transpondo a Directiva n.º 2014/53/UE.

Decreto-Lei n.º 61/2017 - Diário da República n.º 112/2017, Série I de 2017-06-09

Estabelece o regime jurídico da utilização de substâncias perigosas em equipamentos

eléctricos e electrónicos, transpondo as Directivas Delegadas (UE) 2016/585, 2016/1028

e a 2016/1029.

Regulamento (UE) 2017/1128 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 2017-06-14. JOUE

L-168/1, de 2017-06-30

Estabelece uma abordagem comum na União relativamente à portabilidade transfronteiriça

dos serviços de conteúdos em linha, ao assegurar que os assinantes de serviços de

conteúdos em linha portáteis que são licitamente prestados nos respectivos Estados-

Membros de residência possam ter acesso a esses serviços e utilizá-los quando se

encontrem temporariamente presentes num Estado-Membro que não seja o seu Estado-

Membro de residência.

Regulamento (UE) 2017/1001 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 2017-06-14. JOUE

L 154/1, de 2017-06-16

Procede à codificação das diversas alterações legislativas que o Regulamento (CE)

n.º 207/2009 do Conselho, de 26 de Fevereiro de 2009 (sobre a marca da União Europeia)

sofreu ao longo dos anos.

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Rectificação da Directiva 2009/136/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de

Novembro de 2009. JOUE L 162/56, de 2017-06-23

Rectifica o artigo 2º, n.º 7, novo artigo 13º, n.º 6, da Directiva 2009/136/CE do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 25 de Novembro de 2009, que altera a Directiva 2002/22/CE

relativa ao serviço universal e aos direitos dos utilizadores em matéria de redes e serviços

de comunicações electrónicas, a Directiva 2002/58/CE relativa ao tratamento de dados

pessoais e à protecção da privacidade no sector das comunicações electrónicas e o

Regulamento (CE) n.º 2006/2004 relativo à cooperação entre as autoridades nacionais

responsáveis pela aplicação da legislação de defesa do consumidor.

Aviso n.º 7175/2017, Diário da República n.º 123/2017, Série II de 2017-06-28

Projecto de Regulamento de alteração do Regulamento n.º 58/2005, de 18 de Agosto, da

ANACOM (Regulamento da Portabilidade), que estabelece os princípios e regras aplicáveis

à portabilidade nas redes de comunicações públicas.

Portaria n.º 201-A/2017 - Diário da República n.º 125/2017, 1º Suplemento, Série I de

2017-06-30

Aprova o modelo, edição, preços, fornecimento e distribuição do livro de reclamações, nos

formatos físico e electrónico e estabelece as funcionalidades da plataforma digital que

disponibiliza o formato electrónico do livro de reclamações.

III JURISPRUDÊNCIA

Acórdão do Tribunal de Justiça (Quarta Secção), 2017-03-01. JOUE C-121, de 2017-04-18

Processo C‑275/15 (Reenvio prejudicial — Directiva 2001/29/CE — Harmonização de certos

aspectos do direito de autor e dos direitos conexos na sociedade de informação — Artigo 9.°

— Acesso ao cabo dos serviços de radiodifusão — Conceito de “cabo” — Retransmissão por um

terceiro através da Internet das emissões de radiodifusores de televisão comerciais — “Live

streaming”)

Segundo o acórdão em apreço o artigo 9.º da Directiva 2001/29/CE do Parlamento Europeu e

do Conselho, de 22 de Maio de 2001, relativa à harmonização de certos aspectos do direito de

autor e dos direitos conexos na sociedade da informação, mais concretamente o conceito de

«acesso ao cabo de serviços de radiodifusão», deve ser interpretado no sentido de que não

decorre desta disposição nem é por ela autorizada uma regulamentação nacional que prevê a

inexistência de violação do direito de autor em caso de retransmissão imediata por cabo,

incluindo, se for caso disso, através da Internet, na zona de radiodifusão inicial, de obras

radiodifundidas em canais de televisão sujeitos a obrigações de serviço público.

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Acórdão do Tribunal de Justiça (Sétima Secção), 2017-03-02, JOUE C-121, de 2017-04-18

Processo C-568/15 (Reenvio prejudicial — Protecção dos consumidores — Directiva

2011/83/UE — Artigo 21.° — Comunicação por telefone — Exploração de uma linha telefónica

por um profissional para permitir que o consumidor o contacte em relação ao contrato

celebrado — Proibição de aplicar uma tarifa superior à tarifa de base — Conceito de “tarifa de

base”)

Entendeu o Tribunal de Justiça que o conceito de «tarifa de base», previsto no artigo 21.º da

Directiva 2011/83/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Outubro de 2011,

relativa aos direitos dos consumidores, que altera a Directiva 93/13/CEE do Conselho e a

Directiva 1999/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho e que revoga a Directiva

85/577/CEE do Conselho e a Directiva 97/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, deve

ser interpretado no sentido de que o custo de uma chamada relativa a um contrato celebrado

e para uma linha telefónica de apoio ao cliente explorada por um profissional não pode exceder

o custo de uma chamada normal para uma linha telefónica fixa geográfica ou móvel. Desde

que esse limite seja respeitado, o facto de o profissional em causa obter ou não lucros através

dessa linha telefónica de apoio ao cliente não é pertinente.

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, de 2017-03-22, Processo n.º 7/13.8EACBR.P1,

Relatora MARIA DOLORES SILVA E SOUSA. www.dgsi.pt

Neste acórdão, o Tribunal da Relação do Porto confirmou a decisão do tribunal de primeira

instância, considerando que a marca “Licor Beirinha” imita a marca anteriormente

registada “Licor Beirão”. O Tribunal entendeu que existem diversas semelhanças entre as

garrafas dos dois produtos, nomeadamente quanto ao formato e configuração das garrafas,

ao posicionamento, formato e configuração dos rótulos, à combinação das cores dos

rótulos, das letras que os integram e das tampas das garrafas e às expressões que

compõem os rótulos (ambos são constituídos pela expressão “Licor” e as expressões

“Beirão” e “Beirinha” são muito semelhantes), concluindo, assim, que o rótulo do “Licor

Beirinha” visa provocar no público consumidor a confusão com o rótulo do “Licor Beirão”.

Em consequência, e face à factualidade provada, o tribunal considerou encontrarem-se

preenchidos todos os elementos objectivos e subjectivos do crime de que os arguidos – a

sociedade que usava a marca “Licor Beirinha” e os seus dois sócios-gerentes – vinham

pronunciados, tendo cada um dos arguidos praticado um crime de imitação e uso ilegal de

marca, previsto e punido pelo art. 323.º, al. b), por referência aos artigos 222.º, n.º 1, e

245.º, n.º 1, alíneas a), b) e c), todos do Código da Propriedade Industrial.

Acórdão do Tribunal de Justiça (Décima Secção), 2017-03-30. JOUE C-161, de 2017-05-

22

Processo C-146/16 (Reenvio prejudicial — Práticas comerciais desleais — Publicidade que

figura numa publicação impressa — Omissão das informações substanciais — Acesso a

essas informações por intermédio do sítio Internet através do qual os produtos em causa

são distribuídos — Produtos vendidos pela pessoa que publicou o anúncio ou por terceiros)

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De acordo com o presente acórdão o artigo 7º, n.º 4, da Directiva 2005/29/CE do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 11 de Maio de 2005 (relativa às práticas comerciais desleais das

empresas face aos consumidores no mercado interno e que altera a Directiva 84/450/CEE do

Conselho, as Directivas 97/7/CE, 98/27/CE e 2002/65/CE e o Regulamento (CE) n.º

2006/2004), deve ser interpretado no sentido de que um anúncio publicitário que está

abrangido pelo conceito de «convite a contratar» na acepção desta directiva, pode cumprir a

obrigação de informação prevista nessa disposição. Incumbe ao órgão jurisdicional de reenvio

analisar, caso a caso, por um lado, se as limitações de espaço no texto publicitário justificam

a disponibilização de informações sobre o fornecedor unicamente ao nível da plataforma de

venda em linha e, por outro, sendo caso disso, se as informações exigidas pelo artigo 7º, n.º

4, alínea b), da referida directiva no que respeita à plataforma de venda em linha são

comunicadas de maneira simples e rápida.

Acórdão do Tribunal de Justiça (Segunda Secção), 2017-06-14. www.curia.europa.eu

Processo C‑610/15 (Reenvio prejudicial – Propriedade intelectual e industrial – Directiva

2001/29/CE – Harmonização de certos aspectos do direito de autor e dos direitos conexos

– Artigo 3.º, n.º 1 – Comunicação ao público – Conceito – Plataforma de partilha em linha

– Partilha de ficheiros protegidos, sem autorização do titular)

Segundo o entendimento do Tribunal de Justiça plasmado no acórdão em apreço, o conceito

de «comunicação ao público», na acepção do artigo 3º, n.º 1, da Directiva 2001/29/CE do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Maio de 2001, relativa à harmonização de certos

aspectos do direito de autor e dos direitos conexos na sociedade da informação, deve ser

interpretado no sentido de que abrange a colocação à disposição e a gestão, na Internet, de

uma plataforma de partilha que, através da indexação de metainformação relativa a obras

protegidas e da disponibilização de um motor de busca, permite aos utilizadores dessa

plataforma localizar essas obras e partilhá‑las no âmbito de uma rede descentralizada

(peer‑to‑peer).

Acórdão do Tribunal de Justiça (Primeira Secção), 2017-06-14. www.curia.europa.eu

Processo C‑75/16 (Reenvio prejudicial – Protecção dos consumidores – Procedimentos de

resolução alternativa de litígios (RAL) – Directiva 2008/52/CE – Directiva 2013/11/UE –

Artigo 3.°, n.º 2 – Oposição deduzida por consumidores no âmbito de um procedimento

de injunção de pagamento instaurado por uma instituição de crédito – Direito de acesso à

justiça – Legislação nacional que prevê o recurso obrigatório a um processo de mediação

– Obrigação de ser assistido por um advogado – Requisito de admissibilidade da acção

judicial»

Segundo a interpretação do Tribunal de Justiça a Directiva 2013/11/UE do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 21 de Maio de 2013 (sobre a resolução alternativa de litígios

de consumo) deve ser interpretada no sentido de que não se opõe a uma legislação

nacional que preveja o recurso à mediação, nos litígios a que se refere o artigo 2.º, n.º 1,

desta Directiva, como requisito de admissibilidade da acção judicial relativa a tais litígios,

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desde que essa exigência não impeça as partes de exercer o seu direito de acesso ao

sistema judicial.

Em contrapartida, a referida Directiva deve ser interpretada no sentido de que se opõe a

uma regulamentação nacional que preveja que, no âmbito dessa mediação, os

consumidores devem ser assistidos por um advogado e que só se podem retirar de um

processo de mediação se provarem que existe um motivo atendível que justifica essa

decisão.

Acórdão do Tribunal de Justiça (Segunda Secção), 2017-04-26. www.curia.europa.eu

Processo C‑527/15 (Reenvio prejudicial – Propriedade intelectual e industrial – Directiva

2001/29/CE – Harmonização de certos aspectos dos direitos de autor e dos direitos

conexos – Artigo 3.º, n.º 1 – Comunicação ao público – Conceito – Venda de um leitor

multimédia – Aplicações complementares (add‑ons) – Publicação de obras sem autorização

do titular – Acesso a sítios Internet de transferência em contínuo (streaming) – Artigo 5.°,

n.ºs 1 e 5 – Direito de reprodução – Excepções e limitações – Utilização legítima)

No entendimento do Tribunal de Justiça, o conceito de «comunicação ao público», na acção

do artigo 3.º, n.º 1, da Directiva 2001/29/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de

22 de Maio de 2001 (relativa à harmonização de certos aspectos do direito de autor e dos

direitos conexos na sociedade da informação) deve ser interpretado no sentido de que

abrange a venda de um leitor multimédia no qual foram pré‑instaladas aplicações

complementares, disponíveis na Internet, contendo hiperligações que remetem para sítios

Internet, livremente acessíveis ao público, nos quais foram colocadas à disposição do

público obras protegidas por direitos de autor sem autorização dos titulares desses direitos.

As disposições do artigo 5º, n.ºs 1 e 5, da Directiva 2001/29 devem ser interpretadas no

sentido de que os actos de reprodução temporária, através de um leitor multimédia, de

uma obra protegida por direitos de autor, obtida através de streaming num sítio Internet

pertencente a um terceiro que disponibiliza essa obra sem autorização do titular dos

direitos de autor, não preenchem os requisitos previstos nas referidas disposições.

IV RESOLUÇÕES, RECOMENDAÇÕES, PARECERES E OUTROS

Parecer do Comité Económico e Social Europeu, de 2017-01-25. JOUE C-125/27, de 2017-

04-21

Parecer relativo à «Proposta de directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa

aos direitos de autor no mercado único digital», à «Proposta de regulamento do Parlamento

Europeu e do Conselho que estabelece normas sobre o exercício do direito de autor e

direitos conexos aplicáveis a determinadas transmissões em linha dos organismos de

radiodifusão e à retransmissão de programas de rádio e televisão» e à «Proposta de

directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa a determinadas utilizações

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permitidas de obras e outro material protegidos por direito de autor e direitos conexos em

benefício das pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de acesso

a textos impressos e que altera a Directiva 2001/29/CE relativa à harmonização de certos

aspectos do direito de autor e dos direitos conexos na sociedade da informação».

Parecer do Comité Económico e Social Europeu, de 2017-01-25. JOUE C-125/65, de 2017-

04-21

Parecer relativo à «Proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que

institui o Gabinete do Organismo de Reguladores Europeus das Comunicações

Electrónicas».

Síntese do Parecer da Autoridade Europeia para a Protecção de Dados, de 2017-03-14.

JOUE C-200/10, de 2017-06-23

Parecer relativo à proposta de directiva sobre certos aspectos relativos aos contratos de

fornecimento de conteúdos digitais.

Síntese do Parecer da Autoridade Europeia para a Protecção de Dados, de 2017-03-15.

JOUE C-164/2, de 2017-05-24

Parecer sobre a Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo

à protecção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais

pelas instituições, órgãos, organismos e agências da União e à livre circulação desses

dados e que revoga o Regulamento (CE) n.º 45/2001 e a Decisão n.º 1247/2002/CE.

Síntese do Parecer da Autoridade Europeia para a Protecção de Dados, de 2017-05-03.

JOUE C-200/14, de 2017-06-23

Parecer sobre a nova base jurídica do Sistema de Informação de Schengen.

Parecer 1/2017, de 4 de Abril de 2017, do “Grupo de Trabalho do Artigo 29”, sobre a

Proposta de Regulamento relativo à privacidade e às comunicações electrónicas

(2002/58/CE).

No presente Parecer, o Grupo de Trabalho do Artigo 29 aplaude a escolha do regulamento

enquanto instrumento normativo, uma vez que garante a uniformidade das regras

aplicáveis em toda a UE, proporciona maior clareza na respectiva aplicação por parte das

autoridades de supervisão e organizações afins e facilita, ainda, a necessária congruência

com o RGPD. Esta articulação harmoniosa com o RGPD é reforçada pelo facto de se prever

que uma mesma entidade será responsável pela supervisão do cumprimento das

disposições do RGPD e das do regulamento relativo à privacidade e às comunicações

electrónicas.

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Simultaneamente, a escolha (ou manutenção) de um instrumento legal complementar é

considerada positiva. A protecção da confidencialidade das comunicações e dos

equipamentos terminais assume características particulares de que o RGPD não cuida.

Desta forma, são necessárias disposições complementares relativas a este tipo de serviços

para assegurar uma protecção adequada do direito fundamental à privacidade e à

confidencialidade das comunicações, incluindo a confidencialidade dos equipamentos

terminais. É apoiada a abordagem seguida na Proposta de Regulamento, baseada em

princípios, proibições amplas e excepções restritas, bem como a aplicação específica do

conceito de consentimento.

O Grupo de Trabalho do Artigo 29 acolhe favoravelmente a opção tomada na Proposta de

Regulamento, no sentido de ampliar o respectivo âmbito de aplicação de forma a abranger

os prestadores de serviços de comunicações suplementares através da Internet

(prestadores “OTT”), serviços que são funcionalmente equivalentes aos meios de

comunicação mais tradicionais e, portanto, têm um potencial semelhante de impacto na

privacidade e no direito ao sigilo das comunicações. É igualmente considerado positivo que

a Proposta de Regulamento abranja, de forma clara, o conteúdo e os metadados associados

e reconheça que os metadados são susceptíveis de revelar dados muito sensíveis.

Não obstante, são assinaladas quatro matérias que causam de grande preocupação: o

rastreamento da localização dos equipamentos terminais; as condições em que a análise

de conteúdo e metadados é permitida; as configurações-padrão de equipamentos

terminais e de software; e o regime relativo às tracking walls, que se traduz num menor

nível de protecção em relação àquele que é conferido pelo RGPD. No presente Parecer, o

Grupo de Trabalho do Artigo 29 formula sugestões específicas para que o Regulamento

relativo à privacidade e às comunicações electrónicas garanta o mesmo ou um nível de

protecção superior, que se revele adequado em relação ao carácter sensível dos dados de

comunicações (conteúdo e metadados).

Dependendo das circunstâncias e finalidades da recolha de dados, o rastreamento de Wi-

Fi, no âmbito do RGPD, só pode ser realizado com base no consentimento do titular dos

dados ou na anonimização dos dados pessoais recolhidos. Neste último caso, deverão

verificar-se as quatro condições seguintes: a finalidade da recolha de dados do

equipamento terminal deverá ser limitada a fins estatísticos; o rastreamento deverá ser

limitado no tempo e no espaço, na medida estritamente necessária para esse fim; os dados

deverão ser eliminados ou anonimizados assim que concluída a operação de rastreamento;

e deverá existir a efectiva possibilidade de exclusão (opt-out). É proposto que a Comissão

Europeia promova o estabelecimento de normas técnicas para dispositivos móveis

destinadas a assinalar automaticamente uma objecção ao referido rastreamento.

No que diz respeito à análise de conteúdo e metadados, o ponto de partida deve ser o da

proibição do tratamento de dados de comunicações sem o consentimento de todos os

utilizadores finais (remetentes e destinatários). Para permitir que os prestadores forneçam

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serviços explicitamente solicitados pelos utilizadores, como, por exemplo, funcionalidades

de pesquisa e indexação ou serviços de conversão de texto para voz, deve ser consagrada

uma excepção para o tratamento de conteúdo e metadados para fins exclusivamente

pessoais do utilizador.

No que diz respeito ao consentimento para o rastreamento, reclama-se a consagração de

uma proibição explícita de tracking walls, ou seja, de sistemas do tipo «ou aceita ou sai»,

que forçam os utilizadores a aceitar o rastreamento para poderem ter acesso ao serviço.

O Grupo de Trabalho do Artigo 29 recomenda também que os equipamentos terminais e o

software ofereçam, por definição, configurações de protecção de privacidade e a

possibilidade de os utilizadores confirmarem ou alterarem essas configurações-padrão

durante a instalação. Estas configurações devem ser facilmente acessíveis durante a

utilização. Os utilizadores devem ter a possibilidade de manifestar o seu consentimento

específico através das configurações do browser que utilizem. As preferências de

privacidade não devem ser limitadas a interferências de terceiros nem a cookies. O Grupo

de Trabalho do Artigo 29 recomenda fortemente a adesão à norma obrigatória “Do Not

Track”.

Foram, ainda, identificadas outras questões que suscitam preocupação, relacionadas, por

exemplo, com o âmbito de aplicação, a protecção de equipamentos terminais e o marketing

directo.

Parecer 2/2017, de 8 de Junho de 2017, do “Grupo de Trabalho do Artigo 29”, sobre o

tratamento de dados no contexto laboral

O presente Parecer complementa duas publicações anteriores do Grupo de Trabalho do

Artigo 29: o Parecer 8/2001 sobre o tratamento de dados pessoais no contexto laboral

(WP48), de 13 de Setembro de 2001, e o Working Document de 2002 sobre a vigilância

das comunicações electrónicas no local de trabalho (WP55), de 29 de Maio de 2002. Desde

a publicação destes documentos, têm vindo a ser adoptadas várias novas tecnologias que

permitem um tratamento mais sistemático dos dados pessoais dos trabalhadores, criando

desafios significativos para a protecção da privacidade e dos dados pessoais.

Este Parecer faz, assim, uma nova avaliação do equilíbrio entre os interesses legítimos dos

empregadores e as expectativas razoáveis dos trabalhadores em matéria de privacidade,

nomeadamente, descrevendo e avaliando o impacto dos riscos que as novas tecnologias

colocam.

Embora o Parecer tenha em consideração, em primeira linha, o quadro jurídico consagrado

pela Directiva relativa à Protecção de Dados, também são analisadas as obrigações

adicionais que impendem sobre os empregadores à luz do Regulamento Geral de Protecção

de Dados.

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O presente Parecer reitera ainda a posição e as conclusões do Parecer 8/2001 e do Working

Document WP55, nomeadamente, que, em relação ao tratamento de dados pessoais dos

trabalhadores:

Os empregadores devem ter sempre em consideração os princípios fundamentais

da protecção de dados, independentemente dos meios tecnológicos utilizados;

O conteúdo das comunicações electrónicas efectuadas a partir das instalações da

empresa goza das mesmas garantias relativas aos direitos fundamentais que as

comunicações análogas;

Dificilmente o consentimento poderá ser considerado fundamento legal de

tratamento de dados no contexto laboral, a menos que os trabalhadores possam

recusar o tratamento sem sofrer consequências adversas;

A execução de um contrato e os interesses legítimos podem, por vezes, ser

invocados, desde que o tratamento seja estritamente necessário para alcançar uma

finalidade legítima e cumpra os princípios da proporcionalidade e da

subsidiariedade;

Os trabalhadores devem ser informados acerca da vigilância realizada; e

Qualquer transferência internacional de dados de trabalhadores só pode ter lugar

se for assegurado um nível adequado de protecção.

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