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Iceblock é uma referência na reabilitação urbana Paulo Seiça Neves, Administrador da Iceblock, empresa com sede em Oeiras, está a trabalhar em várias obras de reabilitação urbana em Lisboa e em vários locais da região sul do país. Consolidar essa presença e estendê-la ao Grande Porto faz parte da estratégia de afirmação no mercado português. Nº 154 Mensal Julho 2015 2.20# (IVA incluído) Carlos Castro Presidente da PME Investimentos Isabel Andrade Diretora Geral da Optimus Transitários Joel Pais Administrador dos Casinos do Algarve FRANÇA É FORTE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE MOBILIÁRIO

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1

Iceblock é uma

referência na reabilitação

urbana

Paulo Seiça Neves, Administrador da Iceblock, empresa com sede em Oeiras, está a trabalhar em várias obras de reabilitação urbana em Lisboa e em vários locais da região sul do país. Consolidar essa presença e estendê-la ao Grande Porto faz parte da estratégia de afirmação no mercado português.

Nº 154 › Mensal › Julho 2015 › 2.20# (IVA incluído)

Carlos CastroPresidente da PME Investimentos

Isabel AndradeDiretora Geral da Optimus Transitários

Joel PaisAdministrador dos Casinos do Algarve

FRANÇA É FORTE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE MOBILIÁRIO

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› HEAD

2 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015 Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3

Editorial

Acabou de ser firmado o contrato da privatização de 61% do capital da TAP, com a venda dessa posição maioritária ao consórcio Gateway, lidera-do pelo empresário português Humberto Barbosa e pelo empresário ame-ricano-brasileiro David Neeleman. O resultado deste processo complexo é natural e normal.Vivemos numa sociedade livre, em que cada um emite a opinião que muito bem entende. É, pois, compreensível, que tenham surgido ao longo dos tempos várias vozes a pronunciarem-se contra a privatização da TAP. Respeita-se esse posicionamento. Da mesma forma que se tem de respeita todos os que consideram que a opção pela privatização pela companhia aérea portuguesa era não só inevitável, como a única opção possível para evitar uma debacle da TAP, porque uma coisa é evidente e certa. A situação na TAP não era possível manter-se como está, pois a degradação financeira estavam a estrangular não apenas a tesouraria da empresa como e colocar em causa a própria sobrevivência económica da companhia.Compreendemos que por razões ideológicas existam muitas pessoas que queriam ver ad eternum a TAP como uma empresa pública, custasse o que custasse ao erário público, enquanto outros naturalmente defendiam a manutenção da empresa na esfera pública por razões absolutamente cor-porativas, de defesa de privilégios e regalias que foram ganhando ao longo de anos sucessivos de condicionamento e captura dos comandos estraté-gicos da empresa. A última greve dos pilotos da TAP inseriu-se completa-mente nesta última categoria, e terá mesmo sido a gota de água que fez avançar decisivamente o processo de privatização da empresa portuguesa de transporte aéreo.A TAP tem desafios muito importantes para poder continuar a constituir uma empresa com importância no transporte aéreo em Portugal e de e para Portugal. No mundo de hoje, com o fenómeno da proliferação das designadas companhias de baixo custo, que presentemente ainda só voam para percursos de pequeno e médio alcance, mas a longo prazo chegarão também às viagens de longo curso, conseguir ser uma companhia com-petitiva e lucrativa, sem custar dinheiro ao erário público, só será possí-vel com uma verdadeira gestão privada, embora, neste caso, assente na prossecução de vários objectivos estratégicos para o país, como sejam o assegurar do Hub de Lisboa, e os voos regulares para os países africanos de língua portuguesa para o Brasil e para outros destinos com forte pre-sença de cidadãos portugueses. Mas, tudo com a imperiosa necessidade da entrada de dinheiro fresco para a compra de novos aviões, a entrada de novos recursos humanos, e possivelmente também a saída de vários dos recursos humanos que têm infernizado a vida da TAP ao longo das últimas duas décadas.

JORGE GONÇALVES ALEGRIA

Privatização da TAP – Opção Natural

Ficha TécnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.

Sócios com mais de 10% do capital social› Jorge Manuel Alegria

Contribuinte506 047 415

Director› Jorge Gonçalves Alegria

Conselho Editorial:› Bracinha Vieira › Frederico Nascimento› Joanaz de Melo › João Bárbara › João Fermisson› Lemos Ferreira › Mónica Martins› Olímpio Lourenço › Rui Pestana › Vitória Soares

Redacção› Manuel Gonçalves › Valdemar Bonacho› Jorge Alegria

Fotografia› Rui Rocha Reis

Grafismo & Paginação› António Afonso

Departamento Comercial› Valdemar Bonacho (Director)

Direccção Administrativa e Financeira› Ana Leal Alegria (Directora)

Serviços Externos› António Emanuel

MoradaAvenida 5 de Outubro, nº11 – 1º Dto.

2900-311 Setúbal

Telefone26 554 65 53

Fax26 554 65 58

Sitewww.paiseconomico.eu

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Delegação no BrasilJean ValérioAv. Romualdo Galvão, 773 - Tirol - Ed. Sfax - Sala 806CEP: 59020-400Natal - RGN - BrasilTel: 005584 3201.6613

[email protected]

Pré-impressão e ImpressãoLisgráficaRua Consiglieri Pedroso, 90Queluz de Baixo2730-053 Barcarena

Tiragem30.000 exemplares

Depósito legal223820/06

DistribuiçãoURBANOS PRESSRua 1º de MaioCentro Empresarial da Granja – Junqueira2625 – 717 VialongaInscrição no I.C.S. nº 124043

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 54 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

Grande Entrevista

ÍndicePaulo Seiça Neves, Administrador da Iceblock, acredita que a reabilitação ur-

bana constitui uma grande oportunidade para o país modernizar os espaços

centrais das nossas cidades. A empresa está muito activa em várias obras de

reabilitação urbana em Lisboa e no sul do país, mas a empresa tem igualmente

como objectivo chegar também à cidade do Porto, pois o programa de reabili-

tação urbana da Invicta é bastante forte. Com uma forte atenção à qualidade

dos recursos humanos da empresa, a Iceblock quer distinguir-se com uma re-

ferência incontornável pela excelência na área da construção civil em Portugal.

pág. 24 a 28

O sector do mobiliário em Portugal passou nas

duas últimas décadas por um forte processo

de reconversão e modernização empresarial,

deixando de se centrar essencialmente no mer-

cado nacional para passar a centrar as suas

energias nas exportações. Como referem os

três empresários entrevistados nesta edição da

País€conómico, são os mercados externos que

comandam as estratégias e a alocução de recur-

sos destinados a vingar nos mercados a nível

global. Dentro da área da produção de mobi-

liário em Portugal, é justo destacar a estratégia

desenvolvida pelas empresas portuguesas na

área do mobiliário para a hotelaria, onde estão

a dar cartas em muitos mercados e a equipar

alguns dos melhores hotéis do mundo.

pág. 06 a 21

Ainda nesta edição…

22 Nova SBE com mestrada com mais experiência internacional

23 Gypfor investe em Sines

30 Isabel dos Santos compra maioria da Efacec Solutions

31 Cinel ganha primeiro contrato em Angola

32 Armando Abreu lidera Câmara de Comércio Portuguesa no Ceará

34 PME Investimentos apoia as pequenas e médias empresas

38 Optimus Transitários é referência na logística em Portugal

42 Porto de Sines e IPDAL estabelecem parceria

44 Casinos do Algarve é referência no turismo algarvio

48 Imobiliário português promove-se em Lyon

50 Lúcios constrói fábrica na Maia

50 Casa Anadia no Japão

Grande Plano

RETIFICAÇÃONa última edição da País€conómico referimos que a Andrade Gutierrez Europa, África, Ásia é uma multinacional brasileira com sede

em Portugal, o que é um erro. Naturalmente a Andrade Gutierrez é uma empresa de origem brasileira, mas a Andrade Gutierrez Europa,

África, Ásia, é uma empresa juridicamente portuguesa, e com sede em Portugal. À Andrade Gutierrez e aos leitores as nossas desculpas

pela imprecisão do texto inscrito na edição anterior.

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 76 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

Manuel Luís Martins, CEO de WoodOne, Mobiliário, SA

«Construímos o nosso futuro sem medo e com coragem»

Situada na Rua da Zona Industrial de Lordelo, concelho de Paredes, a WoodOne

inaugurou no passado dia 15 de Maio, com a presença do vice-primeiro-ministro Paulo

Portas, aquela que já é considerada a segunda maior fábrica de mobiliário do País,

logo a seguir ao IKEA. É um projeto ambicioso que se traduziu num investimento de

6,3 milhões de euros e onde cerca de metade deste valor foi aplicada em maquinaria

e tecnologia de ponta da mais moderna existente em todo o mundo neste setor de

atividade. Em entrevista exclusiva que concedeu à PAÍS€CONÓMICO, Manuel Luís

Martins, CEO da WoodOne foi perentório ao afirmar que, sem nunca quer relegar para

plano secundário o mercado nacional, o mercado externo será sempre a grande âncora

desta empresa. «Neste momento as nossas exportações no seu total estão a valer 30%

do volume da nossa faturação. Mas eu garanto que rapidamente iremos chegar aos

60% ou mesmo ultrapassar esse valor. Direi até, sem qualquer receio de me enganar,

que em 2016 temos fortes probabilidades de irmos para valores entre 80 a 90% nas

exportações», afiançou Manuel Luís Martins que para além de querer consolidar a

posição da WoodOne nos inúmeros mercados externos onde está presente, pretende a

partir de 2016 entrar também nos mercados da Rússia, Chile e Colômbia. Este conhecido

empresário nortenho lembrou também que o futuro da WoodOne está sendo construído

sem medos e muita coragem e defendeu a ideia de que deveria existir um incentivo

da parte do Governo para as empresas exportadoras que já têm uma posição firmada

no mercado externo. «Estou a referir-me concretamente àquelas empresas que se

fixam nos mercados com a sua marca e neles desenvolvem e afirmam o seu processo

de internacionalização e que contribuem grandemente para o PIB nacional, que é bem

diferente daquelas empresas que exportam ocasionalmente e não de uma maneira

sustentável», observou o CEO da WoodOne que nesta entrevista se fez acompanhar de

seu filho Flávio Martins, Diretor-Geral e responsável pela área da produção da empresa,

«um jovem que já é uma promessa e que se vai preparando para um dia ser o meu

continuador e o garante do sucesso da WoodOne», fez questão de sublinhar Manuel Luís

Martins.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA WOODONE

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 98 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

Esta moderna unidade de fabrico

de mobiliário inaugurada a 15 de

Maio último pelo vice-primeiro-

-ministro Paulo Portas tem 11 mil metros

quadrados de área coberta e 17 mil me-

tros quadrados de área envolvente e está

localizada em Lordelo, no concelho de

Paredes, com larga tradição na indústria

do mobiliário e que assegura hoje quase

40 por cento da produção de mobiliário

nacional.

Porquê, então, a escolha desta localização

por parte da WoodOne, que antes estava

situada na Rua Central das Alminhas, em

Figueiró?

Manuel Luís Martins prontificou-se de

imediato a apontar as razões que o le-

varam a instalar a WoodOne na Zona

Industrial de Lordelo. «Esta opção teve a

ver essencialmente com duas questões: O

espaço, porque esta é uma indústria que

necessitava de muito espaço e, por isso

mesmo, precisávamos de muitos metros

quadrados para a instalar condignamen-

te e, por outro lado, porque tivemos um

apoio muito grande por parte da Câmara

Municipal de Paredes, nomeadamente

da parte do seu vice-presidente, Dr. Pe-

dro Mendes, uma pessoa com extrema

dinâmica, que tudo tem feito para captar

investimento para o seu concelho. Uma

pessoa fantástica» referiu o CEO da Woo-

dOne, que em seguida passaria a descre-

ver algumas características da sua nova

unidade fabril.

«Como disse, nós precisávamos de um

espaço considerável. A área coberta da

WoodOne é de 11 mil metros quadrados,

e existe depois uma área envolvente que

contempla total de mais 17 mil metros

quadrados e onde em breve serão insta-

lados os painéis fotovoltaicos. Quando

construímos esta unidade deixámos os ca-

bos todos preparados para os painéis fo-

tovoltaicos. Direi, portanto, que esta será

uma das poucas empresas ou indústrias

em todo o mundo a trabalhar na sua to-

talidade com Energia Solar. Concorremos

ao Programa “Portugal 2020”, grande parte

da maquinaria com tecnologia de ponta já

está instalada, mas há outras máquinas

que vão chegar em Outubro. Este inves-

timento na Energia Solar vai-nos propor-

cionar uma poupança considerável em

termos energéticos», evidenciou o CEO

da WoodOne que confirmaria ter sido 6,3

milhões de euros o valor do investimento

feito nesta unidade fabril. «Com a aquisi-

ção das tecnologias importadas da Europa

e da Turquia e dos terrenos ficou tudo nos

6,3 milhões de euros», precisou Manuel

Luís Martins.

O nosso pensamento está na Excelência«Arranquei com este investimento por-

que tinha necessidade dele para desen-

volver o meu negócio», justificou o CEO

da WoodOne quando inquirido sobre as

razões que o levaram a arrancar com este

projeto na Rua da Zona Industrial de Lor-

delo.

Manuel Luís Martins aproveitaria o ense-

jo para lembrar que há um segredo que

muitos empresários não dão fé. «O empre-

sário pode ser o impulsionador do negó-

cio ou pode ser a pessoa que dá o tiro e

mata o negócio. Se o negócio está a pedir

para crescer, há dois caminhos: ou você o

mata ou lhe dá desenvolvimento, e isso foi

o que fizemos. A WoodOne teve sempre

uma área Comercial muito agressiva com

base num trabalho de excelência. Inclusi-

vamente, em plena crise, nós tivemos um

ano em que os clientes eram tantos que

decidimos não ter nesse ano mais clientes.

Isto para que pudéssemos cumprir rigo-

rosamente os compromissos acordados

com os nossos clientes e não houvesse

falha de qualquer espécie, nomeadamente

nos prazos de entrega», justificou o CEO

da WoodOne, que reforçou a sua respos-

ta. «Num dos filmes que temos sobre a

empresa, aparece lá em letras gordas que

nunca tivemos uma reclamação digna

desse nome. Quando indicamos ao nosso

cliente um prazo de entrega esse prazo é

cumprido religiosamente E isto é uma das

marcas da WoodOne», reforçou Manuel

Luís Martins, que ainda a este propósito

disse: «Nós conquistamos uma boa parte

ao mercado aos nossos concorrentes por

sermos muito certinhos. Para nós, cum-

prir é uma palavra de ordem…», assegu-

rou.

Este rigor de que Manuel Luís Martins nos

fala, faz parte do seu próprio ADN. «Estive

sempre ligado ao negócio do Mobiliário.

Tinha dezassete anos quando me iniciei

como comercial nesta área. Não tenho ne-

nhum curso superior, mas tenho o curso

da vida, que é um curso mais do que supe-

rior. E fiz esse percurso trabalhando pra-

ticamente para uma única empresa, em

Águeda, ligada ao grupo Cortal», recorda

o nosso entrevistado, para prosseguir.

«Entretanto, em 2004 saí para formar

uma empresa em nome individual que

ainda hoje é minha: a MLM – Manuel

Luís Martins, Lda. que depois passou para

sociedade por quotas, dado ter disparado

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1110 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

com um grande volume de faturação»,

recorda o CEO da WoodOne, uma pessoa

que gosta e não esconde a sua origem.

Adquirir a WoodOne foi um enorme desafioManuel Luís Martins decide-se por lem-

brar o caminho que o levou à aquisição

da WoodOne. «A WoodOne, que começou

com o nome Pinto da Costa desde 1945

era minha fornecedora. E já na altura era

uma empresa com um know-how extraor-

dinário, a melhor do género em toda a Pe-

nínsula Ibérica.

Foi fundada pelo Prof. Meireles, uma figu-

ra de prestígio que deu nome a uma rua

de Paços de Ferreira, e foi ele que também

deu o nome de Pinto da Costa à empresa,

não sabemos lá porquê. A empresa esteve

sempre nas mãos da família e a determi-

nada altura passou para a Dra. Júlia, uma

financeira muito conhecida», revela o

CEO da WoodOne, que prosseguiu a sua

narrativa.

«Um dia recebi um telefonema da Dra. Jú-

lia dizendo que tinha muita urgência em

falar comigo. Aceitei conversar com ela

e no outro dia lá estava para o encontro.

Quando fomos para a reunião ela disse-

-me que a WoodOne ia falir, que ia fechar

dentro de uma semana. Estava em causa o

futuro de 21 trabalhadores, que desconhe-

ciam o que se estava a passar. Lembro-me

que na altura, em 2006, a WoodOne fatu-

rava pouco mais de 500 mil euros por ano.

Sai da reunião muito preocupado e nessa

noite não dormi a pensar no assunto. Con-

versei com a minha mulher, que me disse.

“Tu é que sabes. Para onde fores eu vou

atrás de ti”», refere Manuel Luís Martins,

que decidiu então tomar uma posição.

«Alertado para o facto de ali existirem

trabalhadores com 30 anos de casa, pedi

uma reunião com os 21 trabalhadores e

pus-lhes a par da situação da WoodOne,

dizendo-lhe que eu ia adquirir a empre-

sa mas não podia ficar com um ónus de

trinta anos de casa. Houve entre nós um

entendimento perfeito. Nesse dia eles

despediram-se todos da WoodOne e no

dia seguinte entravam de novo ao serviço

da empresa sem haver necessidade de se

assinar documentos. Tudo se processou

na base da confiança. Foi a minha pala-

vra e a palavra deles. Fiquei com os 21

trabalhadores e hoje uma boa parte deles

são trabalhadores efetivos da WoodOne,

moldados à minha imagem e ao novo mo-

delo da empresa», recordou Manuel Luís

Martins, para a este propósito dizer ainda

que foi gratificante moldar aquela gente à

imagem da nova WoodOne «já que entre

esses trabalhadores existiam alguns com

problemas graves, como o alcoolismo e

até alguma inaptidão, tarefas que ultra-

passei com trabalho e compreensão».

Manuel Luís Martins reconhece a qualida-

de dos seus 51 trabalhadores, e salienta.

«Tenho amigos que também têm fábricas,

mas devem haver poucas delas que te-

nham funcionários como nós temos aqui.

Gente muito qualificada que foi moldada

à minha imagem, tarefa que se torna fá-

cil quando existe vontade entre as duas

partes: entidade patronal e funcionários»,

justificou.

A WoodOne preocupa-se com a evolução

técnica e profissional dos seus trabalha-

dores. «O funcionamento das máquinas

com tecnologia de ponta que estão aqui

instaladas foi ensinado dentro desta casa.

Eu não contratei nenhum técnico exterior

para que viesse trabalhar com quaisquer

destas máquinas. Desde os robots que

soldam 570 cadeiras por dia, às máquinas

todas elas computorizadas, foi tudo alvo

de formação dada por nós internamente»,

salientou o CEO da WoodOne.

Em 2016 exportações poderão subir para 80 a 90%Nascido há 51 anos em Penafiel, Manuel

Luís Martins foi com dois anos de idade

para Leça da Palmeira, lá permaneceu 33

anos, casou e foi pai de dois filhos. «Sinto-

-me mais leceiro do que penafidelense»,

dia, para depois e a nosso pedido falar das

intenções da WoodOne no mercado exter-

no. «As exportações no seu total estão a

valer neste momento 30% do nosso volu-

me de negócios que, em 2014, ascendeu

a 4,6 milhões de euros. Mas eu garanto

que em 2016 as exportações vão subir

consideravelmente. Digo mesmo que em

2016 temos fortes probabilidades de su-

birmos para valores entre os 80 a 90% nas

exportações, mas sem nunca esquecer o

mercado nacional, porque isso nunca o fa-

remos…», sublinhou o CEO da WoodOne.

De referir que a WoodOne, especialista na

concepção e fabrico de Mobiliário Escolar,

Mobiliário para Infantários, Mobiliário

para Escritórios, Mobiliário Hospitalar e

Mobiliário para Hotelaria exporta neste

momento para mercados como a França,

Espanha, Inglaterra, Angola, Moçambi-

que, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Kuwait,

Qatar, e que a partir de 2016 pensa entrar

no mercado da Rússia e crescer também

nos mercados do Chile e Colômbia. «Mas

não nos esqueceremos, nunca, do merca-

do nacional. Não faremos o que a nossa

concorrência fez que foi ignorar o merca-

do nacional», garantiu Manuel Luís Mar-

tins.

Flávio Martins: «Honrado com a obra de meu pai»Muito atento ao desenvolvimento desta

entrevista, Flávio Martins, filho de Ma-

nuel Luís Martins, que é o Diretor-Geral

e responsável pela área de produção da

WoodOne aproveitaria o ensejo para se

referir à figura de seu pai e ao projeto por

ele concebido.

«É um exemplo de seriedade, lealdade e

bom amigo. E para mim é um privilégio

poder participar no processo de desen-

volvimento da WoodOne, que muito re-

presenta em termos económicos e sociais

para esta região. E como sucessor normal

de meu pai nos seus negócios, gostaria de

poder um dia continuar com a mesma

dignidade um projeto todo ele construí-

do com muito trabalho e muita paixão. E

aproveito também para enaltecer o senti-

mento de entrega de todos os que vestem

a camisola da WoodOne e fazem dela o

ícone que já é hoje», enalteceu Flávio Mar-

tins no fecho desta entrevista. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1312 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

Costa Pereira, Presidente da Costa Pereira Mobiliário, S.A.

Estamos a equipar três hotéis em Madrid

Costa Pereira, fundador e presidente da empresa Costa Pereira Mobiliário, S.A., com

sede em Freamunde, concelho de Paços de Ferreira, é um empresário nato, com visão,

perseverança e capacidade de liderança. Começando «do nada» como sublinha, «fui

depois encarregado e a seguir empresário», o que aconteceu em 1990. Comemora este

ano as Bodas de Prata da Costa Pereira Mobiliário com um crescimento que este ano já

está a atingir 24% face ao período homólogo, com a empresa a espreitar sempre novos

nichos de mercado e novos destinos internacionais. Neste caso, depois de Espanha,

França, Bélgica, Rússia, Angola e Moçambique, a aposta agora centra-se nos Estados

Unidos. Por outro lado, desde há três anos, a aposta na produção de mobiliário para a

hotelaria tem sido plenamente conseguido, e a empresa está neste momento a equipar

três hotéis na cidade de Madrid. No futuro, ainda este ano a empresa pretende iniciar o

processo para obter a certificação de qualidade, e já projecta dentro de dois anos poder

avançar com uma nova expansão da unidade industrial localizada em Freamunde.

TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Fundada em 1990, em Figueiró, a Costa Pereira Mobiliário

começou apenas com uma secção de acabamento e ex-

pedição. Foi só em 1995 que a empresa decidiu dar um

passo seguinte para passar a produzir as primeiras linhas de mo-

biliário neo-clássico. Já no ano 2000 deu-se um alargamento das

instalações iniciais da empresa em Figueiró, de modo a conseguir

aumentar ainda mais a produção, questão que seria depois melho-

rada em 2004 quando a empresa decidiu investir na produção de

linhas de mobiliário modernos e contemporâneos.

Entretanto, nesta evolução histórica, a Costa Pereira decidiu dar

o seu primeiro passo fora do território nacional, apostando no

mercado espanhol em 2007. O presidente da empresa lembra nes-

ta entrevista à País€conómico que na sequência da estratégia de

aposta no mercado espanhol, a Costa Pereira criou a marca Indice

mobiliário, que através de uma rede comercial muito activa conse-

guiu implementá-la em muitas das melhores lojas/boutiques em

todo o território do país vizinho.

No ano seguinte, a empresa decidiu aprofundar a sua estratégia

produtiva e evoluiu para um patamar de Contract, ou seja, pas-

sou a ser capaz de não produzir apenas mobiliário em série, mas

também avançar para produções limitadas e feitas à medida, o

que foi conseguido com uma actualização tecnológica constante,

como salientou o fundador e presidente da empresa.

Entretanto, o crescimento da Costa Pereira Mobiliário continuava

num ritmo bastante forte e as instalações onde funcionava em

Figueiró já não conseguia responder eficazmente nem podiam

transmitir uma imagem de modernidade do mobiliário produzi-

do pela empresa.

A importância da nova fábricaDeste modo, em 2010, a Costa Pereira Mobiliário investiu em no-

vas instalações, modernas, com forte capacidade de produção e

indutora igualmente de uma imagem forte e apelativa para todos

os que visitam a empresa. Deslocou-se para a nova zona indus-

trial de Freamunde, onde implementou uma unidade de 8.000

metros quadrados, numa área global de 14.000 metros quadrados.

Aproveitando a deslocação territorial para as novas instalações

de Freamunde, a Costa Pereira Mobiliário também mudou a sua

imagem corporativa, para um design mais moderno e apelativo

de contemporaneidade e de capacidade de agir em qualquer parte

em que estejam os seus clientes.

Sobre a nova unidade industrial, o presidente da empresa subli-

nhou que «não apenas passámos a ter muito maior capacidade

de produção, como pudemos implementar um corpo de design

próprio e capaz de responder a todas as solicitações dos nossos

clientes, assim como pudemos através desta nova e magnífica es-

trutura industrial dar uma nova imagem a todos os que nos visi-

tam. Acreditem que as pessoas também compram com os olhos,

e nós que convidamos muitos potenciais clientes a virem a Por-

tugal para nos visitarem, sentimos claramente que quando aqui

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1514 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

chegam à empresa, ficam muito satisfeitos e confortáveis com o

nível tecnológico e a capacidade produtiva da Costa Pereira Mobi-

liário», enfatiza o responsável.

Questionado quanto foi o investimento realizado na nova fábrica

há cinco anos, refere que foi de cerca de 2,5 milhões de euros,

tendo então contado com um empréstimo de 600 mil euros no

âmbito do QREN.

Mas, sublinha, «esses 600 mil euros não foram a fundo perdido,

foi apenas um empréstimo sem juros, onde após dois anos de

carência começámos a pagar uma prestação trimestralmente, o

que acabámos por liquidar esse valor totalmente já em Janeiro do

corrente ano», refere Costa Pereira.

Com o mercado nacional a valer actualmente cerca de 30% das

vendas da empresa, que no ano passado atingiram os 2,6 milhões

de euros, é, no entanto, em vários mercados externos que a Costa

Pereira Mobiliário tem apostado e em que no presenta assenta a

estratégia de crescimento da empresa de Freamunde, que já este

ano em termos de período homólogo já cresceu 24% nas vendas.

Exportações começaram em EspanhaComo foi referido anteriormente, a empresa começou a exportar

em 2007, avançando em primeiro lugar para o mercado espanhol,

mercado que continua a ser o mais importante para a Costa Perei-

ra Mobiliário. Depois sucederam-se países como a França, Bélgi-

ca, Lituânia, Rússia, Angola e Moçambique. Muito recentemente,

revela-nos o fundador da empresa, «conseguimos um agente nos

Estados Unidos da América, e para lá já enviámos alguns pro-

dutos, pelo que temos uma forte expectativa do que possa vir a

representar no futuro o mercado norte-americano. Sabemos que

os Estados Unidos constituem um dos principais mercados mun-

diais consumidores de mobiliário e acreditamos que pela nossa

qualidade, flexibilidade e competitividade, conseguiremos nos

implementar com substância na parte norte do continente norte-

-americano», sublinha Costa Pereira.

Naturalmente que a empresa continua a procurar por novos mer-

cados externos «pois só no exterior poderemos crescer, e a empre-

sa Costa Pereira Mobiliário quer continuar a crescer, como esta-

mos a crescer a dois dígitos anualmente, e para isso ser realmente

sustentável, é preciso continuar a procurar novos mercados e no-

vos nichos de mobiliário para estarmos presentes», adianta Costa

Pereira.

A equipar três hotéis em MadridEnfatizando que a empresa está capacitada para responder a todas

as solicitações dos clientes, «e com extrema qualidade e prontidão

nas respostas às solicitações, a Costa Pereira Mobiliário apostou

também de forma decisiva na produção de mobiliário para o sec-

tor hoteleiro, o que se tem revelado uma aposta ganha, pois para

além de já termos participado no equipamento de diversos hotéis

com o nosso mobiliário, tanto em Portugal como no estrangeiro,

e devo salientar que presentemente estamos a participar com o

nosso mobiliário em três hotéis em Madrid, o que também repre-

senta não apenas o reconhecimento do nosso valor e qualidade

do mobiliário que produzimos para este sector da economia, mas

também a justeza da nossa aposta estratégica no sector do mobi-

liário para a hotelaria», nota Costa Pereira.

A empresa tem apostado na sua divulgação internacional na pre-

sença em várias feiras, mencionado as feiras de mobiliário de Ma-

drid, Barcelona e neste ano também em Saragoça, que «é presen-

temente a principal feira do mobiliário em Espanha», refere Costa

Pereira, que não deixou de apontar uma crítica ao facto de nas

feiras do sector em Portugal se exigir um valor de quase o dobro

por metro quadrado daquilo que é pedido pelo mesmo espaço nas

feiras que decorrem em Espanha. «Por isso é que vemos tantas

empresas portuguesas presentes nas feiras no país vizinho e cada

vez uma presença mais diminuta nas feiras no nosso país. Julgo

que isso deveria fazer repensar os responsáveis pela realizar das

feiras de mobiliário em Portugal», aponta o presidente da Costa

Pereira Mobiliário.

Quanto ao estado da evolução do mobiliário do país, apesar das

convulsões registadas em muitos momentos das duas últimas dé-

cadas, Costa Pereira acredita que se registou «uma evolução muito

positiva nos últimos anos na produção e qualidade do mobiliário

produzido em Portugal. Presentemente, conseguimos competir

em qualquer parte do mundo com empresas de outros países,

mesmo com o mobiliário italiano, que goza naturalmente de uma

reputação superior do nome Made Itália face ao Made Portugal,

mas acredito que já estaremos num patamar a seguir aos italianos,

produzindo em muitos casos com mais qualidade e por um preço

inferior, pelo que podemos produzir mobiliário com qualidade e

de forma mais competitiva. Mas, sublinho, também é preciso que

haja mais apoios, não digo propriamente ou obrigatoriamente de

natureza financeira, mas na promoção do nosso país no exterior,

mostrando que o Portugal moderno é um país onde se produz

com alta qualidade e competitividade. E que acredite no sector

do mobiliário produzido em Portugal, pois correspondemos aos

mais elevados padrões exigidos e praticados internacionalmen-

te», refere Costa Pereira.

Quanto ao futuro, a Costa Pereira Mobiliário já encara a hipótese

de alargar as actuais instalações, talvez mesmo já dentro de dois

anos, «visto que com o crescimento que estamos a registar já co-

meçamos a sentir a necessidade de aumentar a nossa capacidade

de produção. Poderemos mesmo a breve prazo virmos a contratar

um engenheiro de produção, além de que ainda este ano devere-

mos iniciar o processo para virmos a implementar a certificação

de qualidade, questão cada vez mais importante no plano interna-

cional, principalmente quando participamos em processos para o

sector hoteleiro», revela Costa Pereira.

Continuando com uma forte energia aos 66 anos de vida, o em-

presário que comemora esta ano as Bodas de Prata da Costa Perei-

ra Mobiliário, já tem a trabalhar consigo o seu filho e o seu genro

(casado com a sua filha). «Naturalmente que penso ter a sucessão

assegurada pela via familiar, todos estão muito empenhados na

evolução presente da nossa empresa, de modo a assegurar o seu

futuro. Tenho a plena certeza de que continuaremos a evoluir

muito favoravelmente e não temos receio quanto à presença fu-

tura da Costa Pereira Mobiliário nos mercados nacional e interna-

cional. Contem connosco!», finaliza o empresário de Figueiró. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1716 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

José Rocha, Presidente da Época Gold, empresa que fabrica mobiliário de luxo para os melhores projectos a nível mundial

Orgulho no passado, grande confiança no futuro

A Época Gold é uma das maiores referências portuguesas na produção de mobiliário

de luxo. José Rocha, presidente da empresa, recebeu a País Económico num momento

em que a Época Gold comemora 20 anos da sua fundação. Presente com a sua marca

em alguns dos melhores projetos a nível mundial, o que «constitui um grande orgulho,

mas também o reconhecimento da grande qualidade e da forte aposta num serviço

sofisticado e de excelência que é apanágio da Época Gold». Com uma das mais modernas

e bem equipadas fábricas produtora de mobiliário em Portugal, José Rocha continua

aos 55 anos com um forte dinamismo e ambição empresarial. Vai expandir para várias

capitais europeias o conceito da loja Alfaiate de Interiores, replicando o exemplo que

criou há dois anos em Leça da Palmeira, mas também em associação com a Ventilações

Moura vai transformar a antiga Porteme, também no concelho de Paços de Ferreira, num

«centro empresarial do Século XXI, capaz de receber entre 20 a 25 pequenas e médias

empresas. Será um contributo para o desenvolvimento empresarial do concelho e do país.

Estará pronto a abrir portas no início do próximo ano», finaliza um dos empresários de

referência do mobiliário em Portugal.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Seguindo uma tradição familiar

ligada à indústria do mobiliário,

que começou no seu avô e prosse-

guiu no seu pai, com quem trabalhou, José

Rocha desde cedo começou a dedicar-se

ao mobiliário, e em 1995, há precisamente

20 anos, decidiu enveredar pela carreira

empresarial fundando a Época, empresa

que desde o seu início se posicionou para

construir produtos (mobiliário) da mais

alta qualidade e atingir os mercados mais

exigentes e sofisticados.

Apesar de ter dado início ao estudo de

arquitetura, decidiu interromper esse ca-

minho, e vir para o negócio do mobiliário.

«Fui pai bastante novo, e decidi envere-

dar desde logo pelo mundo dos negócios.

Quando interrompi os estudos pensava

mais tarde retomá-los e concluí-los, mas o

aprofundamento no mundo da indústria

do mobiliário não me possibilitou esse

retorno.

Não me arrependo das decisões tomadas,

porque o que eu sempre quis foi criar

uma empresa que me permitisse atingir

os meus sonhos de criar mobiliário de

grande qualidade, de constituir uma re-

ferência mundial nos segmentos de topo

da indústria de mobiliário internacional.

Chegados aqui, penso poder afirmar que

os sonhos foram alcançados, mas não

foram finalizados, porque temos sempre

uma forte motivação e empenho para ir

mais longe.

Esse desejo e essa ambição de evoluir

continua a estar no ADN da Época Gold

e toda a empresa trabalha todos os dias

para sermos melhores e mais competiti-

vos», sublinha José Rocha.

A Época Gold está presente em cerca de

quarenta mercados internacionais, com

as exportações a valerem cerca de 98% da

produção total da empresa com sede no

concelho de Paços de Ferreira. Portugal

vale apenas dois por cento das vendas,

«embora a retoma económica que assis-

timos poderá levar ao ressurgimento de

alguns grandes projectos que têm estado

algo adormecidos nos últimos anos, e de-

vido a esses novos investimentos, poderá

acontecer que o nosso país venha a ter um

peso maior nas vendas da Época Gold, em-

bora deva sublinhar, que não se esperam

que venhamos a atingir volumes e expres-

são de vendas como aconteceu há muitos

anos», refere o empresário.

Procuramos os melhores projectos mundiaisJosé Rocha não destaca nenhum país ou

mercado em especial, antes enfatiza que a

Época Gold procura projectos de referên-

cia a nível mundial, «estejam eles onde

estiverem, pois já realizámos projectos

em países quase desconhecidos a nível

internacional, mas em cujos territórios se

desenvolveram projectos de elevadíssima

qualidade e que contaram com o contribu-

to do mobiliário da Época Gold».

No entanto, constituindo a área da ho-

telaria de luxo um dos segmentos mais

importantes, «mas longe de ser o único»,

como sublinha José Rocha, a empresa está

neste momento envolvida em mobilar vá-

rios hotéis de elevado porte e referência,

«que serão certamente fortes referências

na hotelaria internacional. Mais, sublinho

que um deles deverá mesmo vir a consti-

tuir um dos melhores hotéis do Mundo.

Ser a Época Gold a empresa escolhida

para equipar em termos de mobiliário

essas unidades, constitui obviamente um

grande orgulho, mas sobretudo a consta-

tação de que essa escolha pela nossa em-

presa foi motivada pelo reconhecimento

da grande qualidade e sofisticação do mo-

biliário que produzimos, bem como pelo

serviço de excelência que facultamos aos

nossos clientes. É importante sublinhar

que é muito importante produzir com ele-

vada qualidade, mas também é igualmen-

te muito importante prestar um serviço

completo ao cliente que o deixe completa-

mente satisfeito e feliz com o seu investi-

mento», salienta José Rocha.

Aliás, quando interrogado para definir a

qualidade do mobiliário que a Época Gold

produz, o empresário referiu que «a quali-

dade é uma coisa que não acontece de um

dia para o outro. É um trabalho de muitos

anos, corresponde a uma visão que temos

do negócio e do produto, assim como uma

correspondente forma de estar no merca-

do. A qualidade é um processo contínuo,

e produzir hoje com qualidade, mais, com

elevada qualidade, é para nós uma forma

absolutamente natural de estar na vida

e no negócio. Não sabemos trabalhar de

outro modo que não seja com elevada

qualidade. É essa a imagem e a verdade

do trabalho da Época Gold, no fundo, é

aquilo que eu e os meus filhos fazemos

aqui todos os dias», adiantou.

Grande orgulho e reconhecimento pelos dois filhosEstava dado o mote nesta entrevista para

José Rocha passar mais para o cunho dos

recursos humanos, bem como também

para a componente mais afectiva, digamos

mais relacionada com os afectos, sobretu-

do os de natureza familiar. Sublinhando

que na empresa trabalham entre 70 a 80

pessoas, «depende bastante de alguns pe-

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1918 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

ríodos em que temos de fazer instalações

de mobiliário, e aí precisamos de contar

com mais alguns colaboradores», é quan-

do se refere aos seus dois filhos, Luís e

Diogo, que José Rocha deixa transparecer

as suas emoções, sobretudo pautadas pelo

orgulho nas pessoas dos seus filhos, mas

também na dedicação, empenho, esforço e

competência do desempenho do Luís e do

Diogo na condução da Época Gold.

José Rocha sublinha que os resultados

da Época Gold são fruto de um trabalho

de equipa, «sobretudo meu e dos meus

filhos, somos nós que conduzimos a em-

presa. Obviamente que destaco também

a participação nos nossos resultados de

todos os nossos colaboradores, mas gos-

taria, se me permite, nesta parte da en-

trevista que estou a conceder à País Eco-

nómico, que sublinhe o grande mérito e

profissionalismo, além da comprovada

responsabilidade no seu desempenho, do

que tem sido a participação do Luís e do

Diogo no que é hoje a Época Gold. Posso

dizer, que se hoje me quisesse reformar,

o poderia fazer com grande tranquilida-

de, pois tenho a completa certeza de que

eles levariam a empresa para continuar

um caminho de crescimento e evolução

positiva. Tenho essa absoluta certeza, e

é com muito orgulho que o digo», refere

José Rocha com evidente, e plenamente,

justificada emoção.

Internacionalização da loja Alfaiate de InterioresMas, o mundo não pára, e tanto a pró-

pria Época Gold continua a investir em

modernização tecnológica e no reforço

nas competências dos seus recursos hu-

manos (detém 14 licenciados), como os

seus administradores continuam a inves-

tir em negócios que acrescentam valor ao

grupo empresarial que lidera bem como

são importantes para o reforço e compe-

titividade da economia portuguesa. Um

desses projectos foi a criação há dois anos

em Leça da Palmeira, concelho de Matosi-

nhos, da loja Alfaiate de Interiores, «cuja

evolução tem decorrido positivamente e

da forma que inicialmente tínhamos pre-

visto, mas estamos a estudar a expansão

desse negócio, sobretudo para várias capi-

tais europeias.

Ainda não sabemos exactamente quais,

nem está definido o modelo de interven-

ção em cada país, pois não sabemos se es-

taremos sozinhos ou em associação com

algum parceiro local em cada país», adian-

ta José Rocha, que interrogado sobre o ti-

ming do avanço do projecto de internacio-

nalização das lojas Alfaiate de Interiores,

admite que tal possa acontecer a partir do

próximo ano.

Transformar a antiga Porteme num moderno centro empresarialQuem também abrirá portas a partir do

início do próximo ano será o CEME – Cen-

tro Empresarial, que está a ser construído

nas antigas instalações da Porteme, no

que foi uma das maiores fábricas de por-

tas do país, mas que há alguns anos tinha

encerrado portas e estava desactivada. A

EPOCA em associação com a empresa

Ventilações Moura, adquiriu as antigas

instalações da Porteme e, como referimos,

está a adaptá-las para acolher um «cento

empresarial do Século XXI. Certamente

que será uma referência em toda esta re-

gião, estará preparado para receber entre

20 a 25 pequenas e médias empresas, que

ali poderão dispor de serviços comuns,

além de condições ideais para desenvol-

verem as suas actividades e negócios.

Esperamos abrir portas logo no início

do próximo ano e posso adiantar-lhe que

a procura empresarial para se instalar

naquele espaço tem sido muito significa-

tiva, pelo que estamos bastante optimis-

tas com o sucesso e rentabilidade de um

investimento que acreditamos ser impor-

tante para o desenvolvimento empresarial

desta região e muito particularmente para

o concelho de Paços de Ferreira», sublinha

um empresário orgulhoso de um papel

que vai mais além de apenas um produtor

de mobiliário de topo, mas igualmente do

seu papel de empresário com responsabi-

lidade social que aplica o seu saber para

contribuir para o desenvolvimento da sua

região e do seu país.

Quanto ao futuro da Época Gold, José Ro-

cha refere que a empresa tem atingido

crescimentos entre os 20 e os 30% anuais,

e prevê que neste ano e no próximo con-

tinue a atingir os mesmos níveis de de-

senvolvimento e crescimento. «Os nossos

objectivos é fazer cada vez melhor, é sa-

bermos onde se desenvolvem os melhores

projectos a nível mundial para os servir

com o nosso mobiliário, no fundo é es-

tarmos com os melhores a nível mundial,

sim, porque temos também uma fábrica

que é das melhores não só em Portugal,

como a nível internacional no nosso sec-

tor.

A Época Gold está entre os melhores,

porque se o passado nos orgulha, temos

muita confiança no futuro», termina um

dos mais proeminentes empresários por-

tugueses do sector do mobiliário. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2120 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

Margres e Love Tiles renovaram showroom em LisboaReabriu ao público no passado dia 16 de Junho o

showroom da Margres e da Love Tiles, localizado no

Parque das Nações, em Lisboa. Decorado por Rita Glória,

uma das mais reputadas designers de interiores do nosso país, o

espaço das marcas pertencentes à Gres Panaria Portugal, assume

um posicionamento de produtos de alta qualidade, com imensa

sofisticação e capaz de apaixonar todos os que pretendem confor-

to, sofisticação e elevada qualidade.

O resultado do trabalho de Rita Glória no espaço da Love Tiles

surge em dois espaços distintos: no espaço tendência, interpre-

tando um restaurante-bar, houve lugar para dar asas à imagina-

ção sem restrições, concebendo zonas mais arrojadas e marcantes,

aproveitando as valências das novas colecções da Love Tiles: Aro-

ma, Nest e Blend.

Já no espaço intemporal, integra-se numa residência particular

com um ambiente contemporânea e acolhedor que nos faz, fa-

cilmente, sentir em casa. Utilizando cores mais sóbrias criam-se

áreas amplas onde as texturas dos materiais das novas colecções

da marca ganham protagonismo.

Por outro lado, o espaço Margres surgiu com um perfil bastante

renovado tendo sido dedicado especial atenção aos detalhes técni-

cos exigidos pelos profissionais de arquitectura. Neste novo espa-

ço, estarão em exposição diversas soluções disponibilizadas pela

Margres no que toda a pavimentos sobre elevados, zonas de alto

tráfego, aplicação em torno de piscinas ou mesmo sobre gravilha

ou relva, sem necessidade de utilizar cimento-cola.

Estes produtos de pavimento e revestimento, para além das tradi-

cionais aplicações, revelam ter especial aptidão para serem utili-

zados em sistemas capoto, fachadas ventiladas, pavimentos sobre

elevados e renovações.

Como referimos, as marcas Love Tiles e Margres pertencem à

Gres Panaria Portugal, empresa que possui a maior unidade pro-

dutiva do sector cerâmico em Portugal, tendo facturado mais de

49 milhões de euros em 2014, com as exportações a representa-

rem 60% do seu negócio. A Gres Panaria Portugal faz parte do

Panariagroup Industrie Ceramiche, um dos principais produtores

italianos de material cerâmico e que possui seis unidades produti-

vas, três em Itália, duas em Portugal e uma nos EUA. ‹

Mobiliário de lar português cresce nas exportações

Exportações representaram 67% da produção portuguesa

Segundo o estudo Sectores Portugal

“Mobiliário de lar”, publicado pela

Informa D&B, as vendas de mobi-

liário de lar em Portugal registaram em

2014 uma retoma de perto

de 3%, até aos 350 milhões

de euros, ultrapassando a

tendência de descida do

período 2010-2013, o que

originou uma queda média

anual acima dos 10%.

No estudo apresentado,

percebe-se igualmente

uma crescente internacio-

nalização da actividade dos

fabricantes portugueses,

onde as exportações em

2014 representaram 67%

do valor da produção na-

cional, face a 56% de 2011

e 44% em 2008.

As vendas ao exterior si-

tuaram-se no ano passado

perto dos 500 milhões de

euros, o que contrasta com o valor de 352

milhões de 2011 e de 209 milhões no ano

de 2008. As importações, por sua vez, au-

mentaram 8%, até aos 107 milhões de eu-

ros, valor significativamente inferior aos

204 milhões contabilizados em 2007.

Aliás, o bom comportamento das exporta-

ções permitiu que no período 2012-2014

as vendas de produção nacional contabi-

lizassem taxas de variações positivas. No

último ano situaram-se em 740 milhões

de euros, mais de 3,2% do que em 2013.

Por outro lado, no que respeita ao tecido

empresarial no sector de mobiliário de

lar tem reduzido significativamente nos

últimos anos. O número de fabricantes

passou de cerca de 5.300

em 2009 para 4.250 em

2013. O volume de empre-

go, por seu lado, situou-se

neste último ano perto de

22.400 trabalhadores, valor

notavelmente inferior ao

de 28.790 empregados em

2009.

O número médio de co-

laboradores por empresa

situa-se próximo das cinco

pessoas. Perto de 50 ope-

radores têm mais de 50

trabalhadores e quase 90%

do total emprega menos de

10.

Do ponto de vista geográ-

fico, a actividade produti-

va apresenta uma notável

concentração na zona Norte, onde se loca-

lizam mais de 65% dos operadores, à fren-

te das zonas Centro, com 17%, e Lisboa,

com 12%. ‹

Estudo da Informa

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 23 22 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› NOTICIÁRIO

ANTÓNIO MOTAO Presidente do grupo Mota-Engil teve mais um mês de grande sucesso à frente do maior grupo português da área da construção. Através da SUMA ganhou um segundo contrato na área dos resíduos em Omã, e através da Ascendi, a participada para a gestão de auto-estradas em Portugal, firmou uma parceria com a empresa francesa Ardian, que investe 300 milhões de euros na empresa do grupo Mota-Engil. ‹

CARLOS VINHAS PEREIRAO Presidente da Câmara de Comércio Franco Portuguesa tem sido o percursor da divulgação das oportunidades do imobiliário e do turismo de Portugal em França, com evidentes reflexos no aumento significativo dos investimentos de cidadãos franceses e luso-franceses no imobiliário e na hotelaria em Portugal. O sucesso das feiras em paris e em Lyon é um excelente sinal do reforço da estratégia da câmara de comércio portuguesa na capital francesa. ‹

PAULO NEVESO Presidente do IPDAL – Instituto para a Promoção do Desenvolvimento da América Latina, assinou um protocolo com o Porto de Sines, visando colocar o maior porto português no radar das economias da América Latina, pois poderá constituir um ponto logístico de apoio de primeira grandeza para grande parte do comércio marítimo entre a Península Ibérica e os espaços central e sul do continente americano. ‹

› A ABRIR

Nova unidade industrial vai abrir em Sines

Gypfor investe 12 milhões de eurosA Gypfor, empresa nacional com sede em Sines, está a construir uma unidade industrial

para a fabricação de produtos de gesso para a construção, nomeadamente placa de gesso

laminado e transformados de placa de gesso laminado. Num investimento que ascenderá

a 12 milhões de euros, encontra-se neste momento a decorrer a fase de construção das

instalações, prevendo-se o início da sua laboração no decorrer do terceiro trimestre deste

ano, com a criação de 40 postos de trabalho diretos.

Segundo nota na última newsletter da Aicep Global Parques, entidade gestora da zona

industrial de Sines, a Gypfor contará na nova unidade com tecnologia de ponta que lhe

permitirá fabricar produtos de alta qualidade com capacidade para competir no mercado

europeu. A empresa liderada pelo empresário Pedro Jordão aposta em várias inovações,

como sendo a incorporação de novos aditivos na fabricação de gesso laminado para me-

lhorar as suas propriedades e a fabricação de uma placa para tetos com alta absorção

acústica. ‹

Aicep Global Parques acompanhou empresários estrangeiros no AlquevaA Comissão Executiva da Aicep Global Parques, participou na Missão Empresarial ao

Alqueva que se realizou no passado dia 26 de Maio. Numa iniciativa da EDIA e do Novo

Banco, a missão visou promover uma das maiores áreas irrigadas da Europa a potenciais

investidores, não só no sector de produção agrícola, mas também da agroindústria e da

logística. Próximo da zona de Alqueva situam-se a ZILS – Zona Industrial e Logística de

Sines e o BlueBiz – Parque Empresarial da Península de Setúbal, sob gestão da Aicep

Global Parques, oferecendo soluções de localização estratégicas para o acesso aos mer-

cados internacionais para actividades agrícolas e agro-industriais com base na região de

Alqueva. ‹

Mestrado em Finanças da Nova SBE

É o melhor do mundo em experiência internacional

Pela segunda vez, um mestrado

português foi eleito pelo Finan-

cial Times o mais internacional

do mundo. O mestrado em Finanças da

Nova School of Business and Economics

(Nova SBE) é o número um em experiên-

cia internacional na seleção do jornal bri-

tânico, que valorizou a multiculturidade

proporcionada pela escola, no que diz

respeito a alunos e professores, bem como

a formação proporcionada pela Nova SBE

em diferentes países, em colaboração com

escolas parceiras, e o contacto dos alunos

com profissionais/empresas de diferentes

geografias.

Relativamente á classificação global, o

mestrado em Finanças da Nova SBE po-

sicionou-se, pelo segundo ano consecuti-

vo, como um dos 20 melhores do mundo,

ao ser-lhe atribuído pelo Financial Times

o 19º lugar no ranking geral. Segundo

Daniel Traça, Diretor da Nova SBE, «a

nossa qualidade académica permite-nos

atrair o melhor talento à escala global.

Aliás, somos cada vez mais procurados

por empresas multinacionais que vêm fa-

zer o seu recrutamento na Nova SBE de

alunos portugueses e estrangeiros. Estes

empregadores, algumas das melhores ins-

tituições do mundo na área de Finanças

como bancos centrais, HSBC, JP Morgan,

Goldman Sachs, Nomura, Deutsche Bank

ou consultoras de topo, referem a excelen-

te preparação dos nossos alunos para tra-

balhar em contextos internacionais e em

qualquer geografia». ‹

Grupo TCS investe 15 milhões em ViseuO Grupo TCS, que está radicado em Espanha e no Brasil, vai construir

em Viseu a sua primeira unidade industrial em Portugal, num inves-

timento que ascenderá a 15 milhões de euros. A nova unidade ficará

localizada no Parque Industrial do Mundão, adiantando o presidente

do grupo, João Araújo, adiantou que a companhia dedicar-se-á às tec-

nologias e produtos inovadores de construção civil, além de criar 50

postos de trabalho numa primeira fase, «um número que será depois

aumentado devido aos contratos que estão que estão a ser negociados,

podendo vir a funcionar com dois ou três turnos».

João Araújo referiu que a tecnologia TCS Construction System permite

construir rapidamente casas, escolas e espaços comerciais, com vanta-

gens ao nível do isolamento térmico acústico. A produção da unidade

de Viseu vai ser praticamente toda destinada à exportação. Actualmen-

te, o grupo vende e aplica os seus materiais em vários mercados de

África e da América do Sul.

O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, presente no mo-

mento da apresentação da futura unidade industrial, sublinhou que o

município garantiu à TCS o acesso ao regime de incentivos directos ao

investimento do Viseu Investe, de forma transparente e proporcional. ‹

Zurich inaugurou agências em ParedesA seguradora Zurich inaugurou no final de Junho mais

dois novos espaços de atendimento ao cliente no con-

celho de Paredes, reforçando a sua presença no norte

do país. As duas novas agências estão localizadas em

Rebordosa (Agente Domingos Oliveira Santos) e em

Paredes (Agente Fusion Consulting). A Diretora Co-

mercial do Canal Agentes, Rita Almeida, sublinhou na

ocasião que «a nossa rede de agentes é um pilar para a

execução de uma estratégia de proximidade, especiali-

zação e qualidade do serviço prestado ao cliente. Como

tal, a presença física dos nossos mediadores profissio-

nais nos vários pontos do país continuará a ser uma

aposta». Em 2015, a Zurich tem inaugurado em média

um espaço de atendimento por mês. Através destes lo-

cais, a seguradora executa a sua estratégia de reforço

da presença em território nacional, onde já conta com

mais de 800 pontos de contacto. ‹

Page 13: Nº 154 Mensal Julho 2015 (IVA incluído) - portugalglobal.pt · Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1 Iceblock é uma referência na reabilitação urbana Paulo Seiça Neves, Administrador

Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2524 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

Paulo Seiça Neves, Administrador de ICEBLOCK – Sociedade de Construções, SA

«Somos um parceiro de confiança»

Fundada em 1998, a ICEBLOCK – Sociedade de Construções, SA é uma empresa

especializada nas áreas da Construção, Remodelação e Reabilitação Urbana e o seu

percurso tem-se pautado por um crescimento sustentado ao longo destes 17 anos

de existência. Em entrevista que concedeu à PAÍS€CONÓMICO, Paulo Seiça Neves,

engenheiro civil e administrador desta empresa com sede de Oeiras salientou que a

ICEBLOCK é um projeto consolidado que continua a ter nos dias de hoje índices de

crescimento muito animadores, tanto em Lisboa como no Baixo Alentejo, áreas onde esta

empresa mais opera. «Hoje em dia, perto de 85 por cento dos serviços que prestamos

dirigem-se à Reabilitação e Requalificação Urbana», sublinhou Paulo Seiça Neves, que

aproveitaria para destacar algumas obras de reabilitação em que a ICEBLOCK participou

ou está neste momento empenhada. «Participámos na reabilitação de um edifício

carismático em Castro Verde onde funcionava uma antiga moagem e que deu lugar

à instalação do Conservatório Regional do Baixo Alentejo e, como a área da hotelaria

está em expansão em todo o País, estamos a participar na Baixa lisboeta à reabilitação

de um edifício nas imediações do Coliseu dos Recreios que vai dar lugar a um hotel

com capacidade para 22 quartos, na reabilitação de apartamentos de aluguer de curta

duração destinados a estrangeiros e em duas lojas municipais em plana Rua do Carmo»,

disse Paulo Seiça Neves, que atribui o sucesso da ICEBLOCK ao facto desta ser um

parceiro de confiança.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA ICEBLOCK

Logo a abrir esta entrevista, Paulo

Seiça Neves lembrou a fundação

da ICEBLOCK. «Esta empresa foi

constituída em 1998 e na altura eu era

quadro de uma grande construtora portu-

guesa – a Teixeira Duarte – mas por opção

de vida familiar decidi-me por abraçar

este projeto. Como qualquer empresa que

foi criada no final do período áureo da

construção, ou seja no período pós EXPO,

começámos por ter de enfrentar algumas

dificuldades, nomeadamente a escassez

de trabalho e enfrentar a grande prolife-

ração de empresas que havia na altura.

Mas conseguimos dar a volta à situação

ao vocacionarmo-nos para uma área que,

na altura, pouco ou nada se falava, que era

a área da Reabilitação e Requalificação,

ou seja no âmbito do melhoramento e da

recuperação de imóveis», referiu o admi-

nistrador da ICEBLOCK.

Paulo Seiça Neves fez questão de subli-

nhar que a ICEBLOCK também está di-

recionada para a construção nova, mas

como naquela altura a oferta do mercado

de construção nova era abundante e o

próprio acesso à sua aquisição também

não era difícil, «vimos na área da Reabi-

litação e Requalificação Urbana um nicho

de mercado pouco falado e pouco desen-

volvido que bem poderia ser uma opor-

tunidade para nós», observou Paulo Seiça

Neves, que ainda a propósito acrescentou.

«A Reabilitação e Requalificação eram

uma novidade, mas na altura ainda não

era uma preocupação do País dada a facili-

dade das pessoas em terem acesso à cons-

trução nova. Perante estes factos, resolve-

mos ir por este caminho, começando por

cuidar da formação dos nossos colabora-

dores, preparando-os através do estudo da

construção antiga. Digamos que consegui-

mos criar aqui o nosso espaço…», justifi-

cou Paulo Seiça Neves, administrador da

ICEBLOCK, lembrando que a Construção,

Remodelação e Reabilitação Urbana são

hoje áreas fortes da empresa e que até se

tornaram uma prioridade a nível do pró-

prio País. «Daí estarmos agora a colher os

frutos que fomos semeando ao longo dos

anos da nossa existência nesta vertente»,

sublinhou em tom otimista Paulo Seiça

Neves, que afirmou sem hesitação que a

ICEBLOCK é uma empresa especialista

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2726 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

nas áreas onde opera. «Nos dias de hoje,

80 a 85 por cento da nossa prestação de

serviços dirigem-se à Reabilitação e Re-

qualificação», sublinhou o nosso entrevis-

tado.

Na ICEBLOCK os clientes estão em primeiro lugarPaulo Seiça Neves não esconde que a

grande preocupação da sua empresa está

no compromisso de satisfazer na totali-

dade as necessidades dos seus clientes.

«É para isso que a ICEBLOCK trabalha

todos os dias», sublinha, para se debruçar

um pouco pelas intervenções que a sua

empresa tem tido nos anos mais recen-

tes, já que seria fastidioso enumerar neste

momento todas as inúmeras obras com a

marca ICEBLOCK realizadas até hoje em

setores de referência como a Habitação,

Serviços, Ensino, Saúde, Arranjos Exterio-

res e Lazer. «Orgulhamo-nos de ter partici-

pado em algumas obras de reabilitação de

alguma grandeza não só na zona de Lis-

boa como no Baixo Alentejo, mais concre-

tamente no distrito de Beja, e é com satis-

fação que constatamos que a ICEBLOCK

dispõe neste momento de uma carteira

de encomendas que lhe garante trabalho

para o presente ano e seguinte», destacou

Paulo Seiça Neves, que justificaria a sua

opção pelo Baixo Alentejo. «Constatámos

que Lisboa e outros centros urbanos con-

centravam demasiadas empresas de cons-

trução, até porque eram grandes pólos de

desenvolvimento. Então, fomos criar raí-

zes para fora de Lisboa e a nossa opção

foi pelo Baixo Alentejo, onde estamos a

operar desde 2006/2007. Eu diria que esse

passo foi dado em boa hora», esclareceu o

administrador da ICEBLOCK.

Muito interventivos em Lisboa e Baixo AlentejoDe referir que neste momento a ICEBLO-

CK está a participar em várias obras de

reabilitação e requalificação na zona de

Lisboa e no Baixo Alentejo, e nesta entre-

vista Paulo Seiça Neves fez questão de se

referir a algumas dessas intervenções.

«Participámos na reabilitação de um edifí-

cio carismático em Castro Verde onde fun-

cionava uma antiga moagem e que deu

lugar à instalação do Conservatório Regio-

nal do Baixo Alentejo e fizemos diversas

reabilitações em edifícios públicos – esco-

las, mercados, centros de dia, entre outros.

Mas ultimamente, com o crescimento que

vem ocorrendo ao nível da hotelaria em

todo o País, para além das áreas da Habi-

tação, Serviços, Ensino, Saúde, Arranjos

Exteriores e Lazer, entrámos também na

área da hotelaria, nomeadamente na Zona

Pombalina de Lisboa. Neste contexto es-

tamos a reabilitar um antigo edifício nas

imediações do Coliseu dos Recreios que

vai dar lugar a um hotel com 22 quartos e

já fizemos também na Baixa de Lisboa al-

gumas reabilitações muito complexas na

área do aluguer de apartamentos de cur-

ta duração para estrangeiros, e em plena

Rua do Carmo, estamos também a fazer a

requalificação de duas lojas municipais.»,

referiu Paulo Seiça Neves.

Como já foi referido, a ICEBLOCK é uma

empresa que privilegia a política de proxi-

midade com os seus clientes. E deduzimos

na conversa que tivemos com Paulo Seiça

Neves que este é um dos pontos que dife-

rencia esta empresa da concorrência.

«A diferença está muito no modo como

tratamos os processos de Reabilitação e

Requalificação com os nossos clientes,

onde tudo é feito com rigor absoluto. Nós

damos apoio ao nosso cliente no início e

no decorrer de todas as fases do proces-

so. É um trabalho em conjunto com o

nosso cliente que passa inclusivamente

pelo estudo das patologias do edifício. Só

depois de tudo estar determinado é que

apresentamos o custo da nossa interven-

ção», salientou Paulo Seiça Neves, que re-

conhece neste procedimento um modo de

estabelecer com o cliente uma parceria de

confiança.

Reabilitação está na ordem do diaPaulo Seiça Neves acredita que a Reabili-

tação e a Requalificação são áreas de mui-

to futuro e que a sua empresa continuará

a crescer sustentadamente nos próximos

anos.

«A Reabilitação está hoje na ordem dia e

esses sinais vêm até do próprio governo

através dos vários programas de apoio

a esta área de atividade. Tanto o QREN

como agora o Portugal 2020 dão sinais

visíveis desse apoio à Reabilitação e, por

outro lado, há no nosso país, nomeada-

mente em cidades como Lisboa, Porto

e tantas outras, um número assustador

de edifícios devolutos que se não forem

recuperados as nossas cidades correm

o risco de poderem ficar desertas e com

visuais nada agradáveis. Por outro lado,

Portugal ao tornar-se um destino turístico

de eleição levou a que as pessoas se sensi-

bilizassem pela recuperação dos edifícios

degradados, principalmente aqueles exis-

tentes nos Centros Históricos, muito do

agrado de quem nos visita e não só. Por-

tanto, nesta área há imenso que reabilitar

e requalificar e a ICEBLOCK está pronta a

colaborar com todo o seu know-how nesta

gigantesca tarefa», assegura Paulo Seiça

Neves.

No entender do administrador da ICE-

BLOCK a preocupação na satisfação das

necessidades e exigência está sempre pre-

sente no espírito da sua empresa.

«Nós temos dado muito ênfase à forma-

ção dos nossos colaboradores com vista

à obtenção de padrões elevados de quali-

dade em todos os serviços que prestamos.

Tanto a Reabilitação como a Renovação

são áreas em constante mutação e isso

exige da nossa parte que estejamos muito Auditório ISCTE Peniche

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2928 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› GRANDE PLANO

atentos à formação dos nossos Quadros de

modo a irmos ao encontro das exigências

de um mercado que está constantemente

a inovar e a introduzir técnicas modernas.

E uma empresa como a ICEBLOCK tem

de saber acompanhar essa evolução para

poder manter o elevado grau de qualidade

e de competitividade que já possui», justi-

ficou Paulo Seiça Neves.

Eficiência Energética e Requalificação de LotasComo já se disse, a ICEBLOCK é uma em-

presa que quer afirmar-se cada vez mais

na área da Reabilitação Urbana, mas nem

por isso deixa de estar atenta a outras

oportunidades que surjam no mercado,

todas elas interligadas ao seu core genuí-

no.

Paulo Seiça Neves diz-se empenhado em

evoluir na vertente da Eficiência Energé-

tica e já opera nesta área no regime de

subcontratação.

«É uma área onde estamos muito atentos

e onde também esperamos desempenhar

um bom trabalho», sublinhou o admi-

nistrador da ICEBLOCK que aproveitou

o ensejo para esclarecer que «estas sub-

contratações são um pouco a extensão da

nossa empresa, porque quando subcon-

tratamos recorremos sempre aos mesmos

parceiros, isto porque a nossa linguagem

é entendida por ambas as partes, porque

sabemos como lidamos, porque comunga-

mos das mesmas preocupações e lutamos

pelos mesmos fins», precisou Paulo Seiça

Neves.

Com uma intervenção muito válida em

projetos de referência em áreas como a

Habitação, Serviços, Ensino, Saúde, Ar-

ranjos Exteriores e Lazer, a ICEBLOCK

vê com muita esperança o seu futuro a

curto e a médio prazo. «E aqui, a área da

Eficiência Energética também poderá vir

a constituir um segmento de mercado

muito importante nos negócios da em-

presa», lembrou Paulo Seiça Neves que, a

fechar esta entrevista, recordou também

o desempenho meritório da ICEBLOCK

da área da Requalificação das lotas por-

tuguesas. «Já requalificámos 3 das 4 lotas

mais importantes do País: Requalificámos

a Lota de Peniche, estamos a acabar a re-

qualificação da Lota da Figueira da Foz e

estamos também a requalificar a Lota de

Sesimbra», precisou Paulo Seiça Neves,

sublinhando que estas intervenções «ates-

tam bem a nossa preocupação e o desejo

enorme de bem servirmos os nossos clien-

tes». ‹

Auditório em Cabo Verde

Mercado de Coruche

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3130 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› LUSOFONIA › África

CINEL ganhou primeiro contrato em AngolaO CINEL – Centro de Formação Profissional da Indústria Electrónica, Energia, Telecomunicações e Tecnologias de Informação, ganhou

um primeiro contrato para a formação de quadros de uma empresa angolana. O concurso internacional incidiu sobre a formação de

cerca de 40 quadros durante um ano nas áreas das telecomunicações com fibra óptica e implica a deslocação a Luanda de formadores

do centro português.

A Fibrasol é uma empresa angolana com uma das maiores quotas de serviço de infraestruturas de telecomunicações e necessita de

acrescentar competências técnicas naquelas áreas, estando a trabalhar na instalação e manutenção de 4.000 quilómetros de fibra óptica

em Angola.

O CINEL possui 51 colaboradores e mais de 120 formadores externos, detendo 22 laboratórios equipados com a mais moderna tecnolo-

gia e certificados pela APCER, pela ANACOM, pela Microsoft IT Academy, pela CISCO e em Domótica em Tecnologia KNX (EIB) e ainda

em Microssoldadura com tecnologia SMD e BGA. Criado em 1985, o CINEL é uma instituição de formação criada por protocolo entre

o IEFP e a Associação das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico (ANIMEE), formando e certifica profissionais nos domínios da

Electrónica, Energia, Telecomunicações e Tecnologias de Informação. ‹

Isabel dos Santos comprou maioria da EfacecA empresária angolana Isabel dos Santos adquiriu 65% da Efacec Power

Solutions, a maior empresa portuguesa de electrónica, em parceria com a

Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), detida a 100%

pelo estado angolano. O negócio foi avaliado em 200 milhões de euros,

e envolveu também a José de Mello SGPS e a Têxtil Manuel Gonçalves,

empresas que anteriormente controlavam a totalidade da empresa, e que

agora reduziram a sua participação, em partes iguais, para 17,5% cada um.

O investimento de Isabel dos Santos concretizou-se através da empresa

Winterfell, que em comunicado se trata de um “investimento estratégico e

de longo prazo”, adiantando ainda que as “competências da Efacec Power

Solutions assumem uma particular relevância para os novos accionistas

dado que esta parceria contribuirá para o desenvolvimento da exportação

de conhecimento e para a partilha de tecnologia”, além de que a “economia

angolana em particular sairá reforçada dado o know how da Efacec em

áreas chave do seu crescimento económico”.

Esta empresa portuguesa já prestou anteriormente serviços a grupos ango-

lanos, sendo de referir que esta mudança accionista acontece num momen-

to em que o sector eléctrico angolano necessita de se desenvolver, desde a

produção à distribuição. ‹

Novabase reforça parceria com SAP em ÁfricaA Novabase assinou recentemente um acordo com a

SAP para o mercado africano que lhe vai permitir re-

vender os produtos e soluções SAP, complementando a

oferta de serviços prestados nos países da África subsa-

riana. Este acordo vem no seguimento de uma parceria

estratégica de longa data entre as duas empresas, que

principiou em Portugal e se tem vindo a estender nos úl-

timos anos aos mercados africanos, como sejam Angola,

Argélia, África do Sul, Gana e Moçambique.

Segundo Carmo Palma, administrador da Novabase,

«este acordo vem acrescentar valor aos serviços que já

prestamos aos nossos clientes, com o desenvolvimento

de soluções de informação de gestão e algumas soluções

verticais para o Setor Público, Utilities, entre outras. Tra-

ta-se de uma parceria que vem reforçar a nossa aposta

no continente africano e em soluções SAP». A Novabase

alcançou em 2014 um volume de negócios de 220 mi-

lhões de euros, dos quais cerca de 40% obtidos fora de

Portugal. ‹

Pires de Lima assegurou em Luanda da forte adesão das empresas portuguesas à linha de crédito criada

Mais de 300 empresas já estão a utilizá-la«Há mais de 300 empresas que estão a recorrer a esta linha

de crédito e nós no Governo, em concreto no Ministério da

Economia, estamos atentos porquês e for necessário ampliar esses

500 milhões assim o faremos, ou proporemos em Conselho de

Ministros», referiu António Pires de Lima, ministro da Economia,

em declarações recentes ocorridas em Luanda depois de se reunir

com o seu homólogo angolano, Abraão Gourgel, e no âmbito da

sua visita a Angola para participar na criação do Observatório dos

investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola.

A linha de crédito de 500 milhões de euros foi criada pelo governo

português para reforçar a tesouraria das empresas portuguesas

que exportam para Angola, e segundo o ministro já está a apoiar

mais de 300 empresas nacionais. Recorde-se que existem mais de

nove mil empresas portuguesas que exportam para Angola, sendo

que dessas cerca de cinco mil têm Angola como seu único destino

de exportação.

Pires de Lima aproveitou esta visita para reafirmar o «forte com-

promisso de Portugal com Angola», tanto ao nível das empresas

como do poder político, sublinhando que «nós estamos em An-

gola nos momentos de maior crescimento, mas também nos mo-

mentos de maior exigência. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3332 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› LUSOFONIA › Brasil

Investidores luso-brasileiros investiram 770 milhões na BrisaUm conjunto de investidores luso-brasileiros, onde se inclui o empresário António Pargana, antigo presidente da Câmara de Comércio

Portuguesa de São Paulo, decidiram investir 770 milhões de euros para adquirirem 30% do capital da Brisa-Concessão Rodoviária. Se-

gundo declarações de António Pargana ao Jornal de Negócios, «acreditamos no crescimento económico de Portugal e estamos convictos

que podemos ser um forte aliado para ajudar a criar riqueza no país», adiantando ainda que acreditar no «excelente desempenho e soli-

dez, a qualidade de serviço e a capacidade de gestão da administração da BCR e da Brisa», salientou o empresário português que lidera

a Global Roads Investimentos. ‹

Armando Abreu, Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará

O Ceará possui excelentes oportunidades para as empresas portuguesas

Armando Abreu é um dos empresários históricos nas relações entre Portugal e o Ceará.

Responsável por alguns dos mais importantes investimentos eólicos no Ceará, é um dos

accionistas da Braselco, empresa especializada em todas as fases da estruturação de

projetos eólicos no Brasil, e foi eleito recentemente como novo presidente da Câmara de

Comércio Brasil-Portugal no Ceará. Doutorado em Energias Alternativas na Universidade

de Coimbra, Armando Abreu mostra um forte empenho em contribuir para uma nova

etapa nas relações económicas e empresariais entre o Ceará e Portugal, acreditando,

uma vez mais, que nas áreas das energias renováveis, existe um enorme potencial

e boas oportunidades que os investidores portugueses podem encontrar num dos

estados brasileiros mais próximos de Portugal. Aumentar o comércio entre os dois lados

do Atlântico constitui obviamente outra aposta da nova Diretoria de uma câmara luso-

brasileira que quer aprofundar o relacionamento entre o Ceará e Portugal.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA CCBPCE

Acabou de ser eleito presidente da Câ-mara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará. Quais são os principais desafios para este mandato?Os principais desafios deste novo manda-

to, são resumidamente, os seguintes:

• Continuação dos Projetos e das Ativi-

dades em Curso

• Fortalecer e Fomentar as Parcerias Ins-

titucionais

• Fomentar o Comércio entre o Brasil,

Ceará e Portugal

• Criação e Implementação de uma Casa

de Portugal

• Criação e Implementação da Câmara

Arbitral

• Criação de um Grupo de Sócios Mante-

nedores/Patrocinadores

• Aumento do Número de Sócios

• Desenvolver e Implementar Projetos

Sociais e Culturais

• Implementação de Almoços Bimen-

sais/Trimestrais, com palestrantes de

relevo, a nível nacional

• Transformação da nossa News Letter,

numa revista mensal on-line

• Promoção e Organização de Eventos,

de trading

• Viagens de Negócios

Como analisa a evolução das relações económicas e empresariais que acon-teceu nos últimos anos entre o Ceará e Portugal?Infelizmente de 2013 para 2014, houve

um decréscimo das importações e expor-

tações, entre o Ceará e Portugal. Em 2013,

Portugal importou US$ 9,8 Milhões do

Ceará, tendo esse número descido para

US$ 7,6 Milhões em 2014. Por outro lado,

em 2013, o Ceará importou US$ 4,84 Mi-

lhões de Portugal, tendo esse número des-

cido para US$ 2,81 Milhões em 2014.

Existem oportunidades no CearáComo novo presidente da Câmara Portu-guesa, quais são as oportunidades que nesta altura existem para as empresas portuguesas que queiram investir ou

realizar negócios no Ceará?Mesmo com a crise actual no Brasil, e a

ligeira e lenta recuperação económica de

Portugal, vejo excelentes oportunidades,

nos sectores das novas tecnologias e das

energias renováveis, especialmente, eó-

lica, solar e reciclagem e reutilização do

lixo.

O seu ramo empresarial é a energia éo-lica, onde aliás chegou a existir impor-tantes investimentos portugueses nes-se estado do nordeste brasileiro. Ainda existem oportunidades que as empresas portuguesas possam aproveitar no do-mínio eólico nesse estado? E quanto à energia solar?Devido ao excelente potencial eólico e so-

lar do estado do Ceará, tendo em conta a

situação económica do Brasil, falta de re-

cursos hídricos e dificuldade no forneci-

mento de combustíveis para aas centrais

geradoras térmicas, simultaneamente

com a falta de planejamento dos governos

brasileiros, vejo excelentes oportunidades

no domínio eólico e solar.

Essas excelentes oportunidades existem,

tanto na cadeia produtiva, equipamentos

e serviços, como na situação de gerador

propriamente dito.

Promover as relações entre os dois lados do AtlânticoQuais serão as próximas ações da Câ-mara por forma a dinamizar o relaciona-mento económico e empresarial entre os dois lados do Atlântico?Cruzamento de dados relativos a impor-

tações e exportações, entre o Ceará e Por-

tugal. Com isso definir quais os setores e

atividades complementares.

Aproveitar toda a informação existente e

atualizá-la.

O que é Portugal importa que o Ceará tem

para vender e o que é que o Ceará importa

que Portugal tem para vender.

Identificar quais os principais atores nes-

ses setores e atividades.

Promover troca de informações e dados

de modo a que os possíveis compradores

e vendedores, de cada um dos lados, se co-

nheçam e troquem informações.

Dentro de cada sector e actividade, pro-

mover visitas mútuas, com consequentes

encontros e rodadas de negócios.

Como vê o futuro das relações entre o Ceará e Portugal?Devido à localização geográfico dos dois,

a logística de transporte de passageiros e

mercadorias, existente nos dois sentidos,

e a complementaridade de necessidades,

não tem como essas relações não aumen-

tarem, de modo a incrementar as trocas

comerciais entre os dois. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3534 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› EMPRESARIADO

Carlos Castro, Presidente da PME Investimentos

PME portuguesas têm aproveitado muito bem os instrumentos financeiros que disponibilizamos

A PME Investimentos é uma instituição de crédito pertencente ao setor empresarial do

Estado, que possui como missão apoiar o empreendorismo, a inovação, a competitividade

e a internacionalização das empresas portuguesas, sobretudo as PME. Carlos Castro,

engenheiro, é o presidente da PME Investimentos e nesta oportuna entrevista à

País€conómico, enuncia os objetivos prosseguidos pela instituição que lidera, bem

como transmite a ideia da excelente receptividade e atuação das empresas portuguesas

face aos instrumentos financeiros de apoio facultados pela PME Investimentos para a

prossecução dos seus objetivos empresariais, tanto em Portugal, como nos mercados

externos.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA PME INVESTIMENTOS

Constituída em 1989, a PME Investi-mentos é uma instituição de crédito do setor empresarial do Estado, que tem por missão promover a dinamização e o alargamento da oferta de financiamen-to a empresas do setor não financeiro, em particular às PME. Como tem sido a adesão das PME às várias linhas de cré-dito postas à sua disposição pela PME Investimentos?A PME Investimentos tem por missão, de

acordo com os objetivos de política públi-

ca, a promoção do empreendedorismo,

inovação, competitividade e internacio-

nalização empresarial. Para o efeito, gere

diversos instrumentos de financiamento,

quer de dívida quer de capital.

Especialmente relevante para a atividade

da PME Investimentos tem sido o FINO-

VA – Fundo de Apoio ao Financiamento

à Inovação. Este fundo é gerido pela PME

Investimentos, e foi constituído em 2008,

assentando a sua constituição numa ló-

gica de centralização de recursos de in-

tervenção pública no domínio das novas

oportunidades de financiamento às PME.

O FINOVA engloba múltiplos instrumen-

tos de financiamento, de origem nacional

e comunitária, cujo principal objetivo é

melhorar as condições de financiamento

das empresas, onde se destaca, para além

da participação em diversos Fundos de

Capital de Risco, Fundos de Capital de

Risco Revitalizar e a criação e participação

das Linhas de Financiamento destinadas

a Business Angels (as linhas In2BA), as Li-

nhas de Crédito que são geridas pela PME

Investimentos.

A primeira Linha de Crédito foi criada em

2008, com o objetivo de facilitar o acesso

ao crédito bancário pelas PME. Com efei-

to, como é sabido, a atribuição de crédito

bancário depende de uma série de veto-

res e tem por base uma análise de solva-

bilidade e risco da empresa, sendo, nesse

contexto, exigidas garantias patrimoniais,

o que, muitas vezes, faz com que o recur-

so a crédito bancário seja viável apenas a

empresas que detenham ativos passiveis

de serem utilizados como colaterais. Ora,

é exatamente por esta razão que as Linhas

de Crédito geridas pela PME Investimen-

tos têm assumido um papel determinan-

te para o tecido empresarial Português e

têm constituído uma mais-valia para o

mercado dado que, quando associada à

prestação de uma garantia pelo Sistema

de Garantia Mutua surge uma bonifica-

ção da taxa de juro ou da comissão de

garantia por parte do FINOVA, o risco as-

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3736 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› EMPRESARIADO

sociado à concessão de crédito por parte

das Instituições Bancárias aderentes é

significativamente reduzido, sendo o ris-

co é partilhado entre todos os intervenien-

tes nas Linhas de Crédito: As Instituições

Bancárias, o Sistema Nacional de Garantia

Mutua e o FINOVA.

Adicionalmente, é de realçar que estas Li-

nhas de Crédito têm associadas taxas de

juro competitivas, inferiores à média das

taxas praticadas pelo sistema bancário.

Assim, e para responder diretamente à

questão, a adesão das PME às várias Li-

nhas de Crédito geridas pela PME Investi-

mentos tem sido, desde a primeira que foi

lançada, muito boa. Aliás, o simples facto

de termos passado de uma linha em 2008

para quinze linhas até à presente data é

um indicador do sucesso e aceitação das

Linhas de Crédito por parte das PME.

A Linha PME Crescimento 2015 entrou em vigor a 1 de Abril com uma dotação global de 1400 milhões de euros e qua-tro Linhas Específicas: “Micro e Peque-nas Empresas” (300 milhões de euros), “Fundo de Maneio e Investimento” 800 milhões de euros), “Empresas de Eleva-do Crescimento” (100 milhões de euros) e Linha Específica “Crédito Comercial a Exportadoras” (dotação de 200 milhões de euros). Esperavam esta forte adesão das nossas PME à Linha PME Cresci-mento 2015? Os 1400 milhões de euros de dotação são suficientes, ou pensam mesmo vir a reforçar esta verba?As linhas de crédito geridas pela PME In-

vestimentos que até hoje temos lançado

têm tido, desde 2008, excelente recetivi-

dade por parte das PME portuguesas. As-

sim, estamos convictos que a Linha PME

Crescimento 2015 lançada no início de

abril não será exceção. No que concerne à

dotação da linha, os valores são avaliados

periodicamente, podendo ser feitas rea-

fetações de verbas entre as sublinhas em

função da utilização.

Linha Para Empresas em Angola é muito inovadoraA 8 de Maio entrou em vigor a Linha para Empresas Portuguesas com Processo de Internacionalização em Angola que

tem como objetivo promover o acesso ao crédito a empresas com exportações ou processos de internacionalização para o mercado angolano, linha esta que tem uma dotação de 500 milhões de euros. Com as restrições que estão a ser impos-tas pelo Governo Angolano às empresas portuguesas que exportam para Angola, é de prever alguma diminuição de inte-resse por esta Linha de Crédito?A Linha para Empresas Portuguesas com

Processo de Internacionalização em An-

gola tem por objetivo promover o acesso

ao crédito a empresas com exportações

ou processo de internacionalização para o

mercado angolano e que, face à lei cam-

bial local, se vêm restringidas na capaci-

dade de converter montantes que lhes

estão consignados ou os depósitos bancá-

rios que detêm em instituições de crédito

angolanas em divisa cotada internacional-

mente, nomeadamente euros (EUR) ou

dólares americanos (USD).

Trata-se de uma linha inovadora, contudo,

tendo em conta o seu objetivo cremos que

esta continuará a ser interessante para as

PME, independentemente das circunstân-

cias políticas ou económicas vivenciadas

em território angolano.

A PME Investimentos tem alguma Linha de Crédito de apoio às empresas portu-guesas com processo de internacionali-zação com outros países que não Ango-la? Fale-nos dessa Linha de Crédito, dos seus objetivos e adesão encontrada por parte das PME.A Linha para Empresas Portuguesas com

Processo de Internacionalização em An-

gola foi criada para suprir uma situação

pontual e específica, pelo que não foram

criadas linhas similares para outros paí-

ses. No entanto acreditamos que o po-

tencial de crescimento do nosso tecido

económico e empresarial é muito elevado

por esse motivo, as Linhas PME Investe e

PME Crescimento que têm sido lançadas

pela PME Investimentos, têm por sistema,

englobado uma dotação destinada aos

setores exportadores, dado que se nos afi-

gura que ainda existe muito espaço para

o crescimento das PME, nomeadamente

na área da produção que ainda tem muito

potencial para exploração no nosso País e

claramente poderá ser alvo de dinamiza-

ção.

Há uns anos atrás a atividade de Bu-siness Angels não tinha praticamente nenhuma visibilidade em Portugal. To-davia, essa visibilidade face aos em-preendedores começou a acontecer com o lançamento da primeira linha de finan-ciamento Business Angels, cuja opera-cionalização se iniciou em fins de 2010. A PME Investimentos, que com o COMPE-TE articula esta linha de financiamen-to, está satisfeita com o contributo até agora prestado por este linha de finan-ciamento no que concerne à promoção e evolução da atividade das Business An-gels em Portugal?A atividade dos Business Angels em Por-

tugal tem vindo a ter cada vez mais visi-

bilidade, tendo estes assumido um papel

cada vez mais relevante no âmbito do

apoio a empresas em fases seed capital

e/ou early stage. A PME Investimentos

lançou nos últimos anos, duas linhas de

financiamento destinadas a Business An-

gels.

A primeira linha de financiamento a Bu-

siness Angels, cuja operacionalização se

iniciou em dezembro de 2010, contribuiu

para potenciar a visibilidade dos Business

Angels face aos empreendedores, tendo

sido efetuados investimentos pela maio-

ria das 47 entidades veículo constituídas,

as quais, na sua totalidade, englobaram

cerca de 200 Business Angels e investiram

em cerca de 126 empresas um valor global

de cerca de € 25.000.000, que possibilitou

a criação e/ou manutenção direta ou indi-

reta de cerca de 390 postos de trabalho.

Esta primeira linha foi um instrumento

verdadeiramente inovador em Portugal e

que muito contribuiu para a aprendiza-

gem dos vários intervenientes, nomeada-

mente da PME Investimentos, e dos Bu-

siness Angels.

A 18 de fevereiro de 2014 tivemos a opor-

tunidade de lançar uma segunda linha,

que foi criada numa lógica de deal by

deal, o que nos permitiu alargar os fun-

dos a mais Business Angels, aliás, a lógica

deal by deal foi para acompanhar a ten-

dência do mercado, já que o número de

investidores qualificados como Business

Angels tem crescido significativamente.

Esta nova dinâmica revelou-se extrema-

mente atrativa para os Business Angels

tendo os montantes da segunda linha fica-

do totalmente alocados em meados de no-

vembro de 2014, o que é particularmente

relevante quando se assumia que a linha

poderia apenas vir a ver os seus fundos

totalmente alocados no terceiro trimestre

de 2015. Nesta segunda linha foram efe-

tuados investimentos por 18 entidades

veículo, as quais investiram em cerca de

42 empresas um valor global de cerca de

€ 15.000.000,00 que possibilitou a criação

e/ou manutenção de cerca de 60 postos de

trabalho.

Apesar de satisfeitos com o contributo

destas linhas de financiamento para a

dinamização do tecido empresarial das

PME e, simultaneamente, para a promo-

ção e evolução da atividade dos Business

Angels no nosso país, acreditamos que

ainda existe um longo caminho a percor-

rer no sentido de alargar esta tipologia de

investimento e de a levar ao conhecimen-

to de um número crescente de empreen-

dedores. A nossa intenção é que estas

linhas permitam desenvolver um “ecossis-

tema” de Business Angels apostados em

desenvolver e investir no setor empresa-

rial português, fomentando, desta forma,

o crescimento económico e tornando-se

uma alternativa viável às tradicionais for-

mas de financiamento das empresas. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3938 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› EMPRESARIADO

Isabel Andrade, Directora Geral da Optimus Transitários

Queremos ser o parceiro logístico estratégico para as pequenas e médias empresas

O Grupo GTL tem a sua génese em 1985 quando o seu fundador e sócio-maioritário

(José Andrade) arrancou com a sua actividade de despachante oficial. Mais tarde surgiu

a Optimus Transitários e já em 2012 o conjunto de empresas assumiu a estratégia de

grupo integrado sob a denominação de GTL. Isabel Andrade é Directora Geral da Optimus

Transitários, e nesta entrevista à País€conómico, assume claramente o objectivo de

que o grupo seja o mais bem colocado no nosso país para prestar um apoio logístico

de elevada qualidade para as pequenas e médias empresas portuguesas, «embora

estejamos disponíveis para apoiar empresas de todo o tamanho e características». Com

capacidade de actuação em todo o mundo, a Otpimus Transitários apoio de forma muito

forte as empresas portuguesas em muitas partes do mundo, não apenas nos PALOP, mas

igualmente no norte de África, países árabes e na Europa Ocidental.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

O Grupo GTL está há quase duas

décadas no mercado da logística

em Portugal, mas a experiência

das empresas nele integrantes já vem de

trás. Gostaria de nos explicasse um pouco

da história e evolução do Grupo GTL.

Da experiência nasce a excelência. Esta é,

possivelmente, a melhor forma de definir

o aparecimento do Grupo GTL no merca-

do nacional.

Recuando um pouco no tempo, estamos

em 1985, ano em que o sócio maioritá-

rio, José Andrade, inicia a sua actividade

como Despachante.

Estava lançada a primeira semente para o

nascimento do grupo.

Com o desenvolvimento da actividade

aduaneira e tendo em mira o crescimen-

to da actividade de negócio, concluiu-se

que havia a necessidade de se criar uma

empresa que pudesse ser não só um com-

plemento à actividade do Despachante

Oficial mas acima de tudo que pudesse

preencher as necessidades dos clientes

existentes por um lado e, por outro, pu-

desse captar novos mercados e novos

clientes.

Dessa necessidade nasce a Optimus Tran-

sitários que vem assegurar o transporte

aéreo, marítimo e rodoviário.

Mas ainda não era suficiente para o espí-

rito empreendedor do fundador do Grupo

porque, na sua opinião, o ciclo ainda não

estava fechado.

O serviço integrado que pretendia ofere-

cer aos seus clientes viria a concretizar-se

na criação do Grupo GTL, em 2012, onde

estariam enquadrados os três L’s. Logísti-

ca de transporte, logística aduaneira e lo-

gística integrada.

Desde então, tem vindo a consolidar a sua

posição no mercado, crescendo de forma

sustentada e posicionando-se como um

grupo sólido dentro do sector.

Actualmente, conta com 38 colaboradores

divididos por três diferentes áreas de ope-

ração, Despachante Oficial, Transitário,

Armazém e Logística.

Cultivando atitudes de parceria com

agentes em todo o mundo e promovendo

a procura contínua de melhores e mais

inovadores métodos, o Grupo GTL quer

diferenciar-se pela qualidade e profissio-

nalismo dos seus serviços. Os valores do

Grupo GTL são a Honestidade, Transpa-

rência, Ética, Rigor e Responsabilidade.

Temos uma vasta carteira de clientes,

numa cobertura geográfica que se estende

de Norte a Sul do país, incluindo Madeira

e Açores. No competitivo mercado da Lo-

gística Global, o Grupo GTL quer destacar-

-se pela sua contínua aposta na melhoria

da qualidade e inovação dos seus serviços.

É segundo este princípio, que o Grupo

GTL definiu como Missão “Gerir de for-

ma profissionalizada os bens e serviços

dos nossos clientes, para que os mesmos

possam centrar-se no essencial dos seus

negócios”.

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4140 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› EMPRESARIADO

Nos últimos anos, a par da contração de muitas actividades económicas em Portugal, as exportações a partir de Por-tugal cresceram de forma exponencial, passando de 29% para mais de 41% do PIB português. Esta circunstância também ajudou a firmar e a crescer um grupo logístico como o vosso? Em que medida isso aconteceu?Certamente que sim.

Possuímos agentes em todo o mundo

o que nos tem permitido acompanhar a

diversidade registada nos últimos anos

no destino das exportações dos nossos

clientes. As saídas para mercados fora

da União Europeia são as que registaram

um aumento mais significativo, tendo-se

verificado uma forte aposta por parte das

empresas portuguesas nos Palop’s, com

especial enfoque em Angola, país onde te-

mos uma excelente representação e onde

podemos oferecer soluções muito compe-

titivas.

O facto de Portugal estar na rota dos paí-

ses que mais subiram em termos de ex-

portação conduziu a uma maior exposição

o que levou a que as consultas de preços e

condições tivessem aumentado, significa-

tivamente, por parte dos nossos agentes.

Esta realidade gerou um maior movimen-

to de tráfego contribuindo, obviamente,

para o nosso crescimento e também re-

conhecimento junto dos nossos parceiros

nacionais e internacionais, levando o Gru-

po a estar onde hoje se encontra.

Por isso, sim. Temos beneficiado com as

exportações e internacionalização das em-

presas portuguesas.

Apoiamos as empresas portuguesas em todo o MundoOs quais os principais destinos das ex-portações dos vossos clientes?No transporte marítimo e aéreo Angola,

Moçambique, Emiratos Árabes e China

Brasil e Coreia do Sul.

No transporte rodoviário Espanha, Itália

e Benelux.

Quais as mais-valias do Grupo GTL para os vossos clientes?Actualmente, a oferta da GTL diferencia-a

dos seus concorrentes uma vez que, como

já vimos, dentro do grupo, encontram-se

reunidas as valências necessárias para

prestar ao cliente um serviço integrado de

logística.

Com um centro de operações logísticas na

região de Lisboa e uma tecnologia avança-

da de suporte, para além dos serviços de

transporte e armazenagem tradicionais,

disponibilizamos soluções integradas que

incluem Cross-Docking, consolidação de

cargas, preparação de encomendas e dis-

tribuição, fabricação de todos os tipos de

packs promocionais e de merchandising,

bem como uma panóplia de outros servi-

ços de valor acrescentado.

O nosso entreposto aduaneiro revela-se

uma importante ferramenta para todos

os clientes que, por motivos estratégicos,

económicos ou outros necessitem de sus-

pender o pagamento de direitos e outras

taxas resultantes da colocação da sua mer-

cadoria em livre prática.

Continuando a nossa estratégica de di-

ferenciação, estamos aptos a apresentar

uma oferta de serviços de qualidade supe-

rior a um preço ajustado à realidade.

Pretendemos ser um fornecedor de ser-

viços em toda a cadeia de abastecimento

que acredita que a comunicação eficiente

e o comprometimento com as expectati-

vas de performance e de custos dos seus

clientes devem ser as bases de uma alian-

ça estratégica para as empresas que bus-

cam vantagens competitivas para os seus

negócios.

Para disponibilizar serviços qualifica-dos aos clientes, é necessário possuir recursos humanos preparados e quali-ficados. Como avalia essa qualificação e o respectivo desempenho dos vossos recursos humanos? A formação e actua-lização de competências é uma preocu-pação constante no Grupo GTL?Há muito que a formação deixou de ser

encarada como um custo, passando a ser

vista como um investimento de retorno

certo. Só ela permite a actualização e o

desenvolvimento de competências neces-

sários para que possamos manter a quali-

dade do serviço prestado.

Sabemos a importância da melhoria

contínua, assim como a partilha de co-

nhecimentos, ideias e responsabilidades,

práticas incentivadas no Grupo já que pro-

movem o desenvolvimento de competên-

cias e enriquecem o conteúdo de trabalho.

A necessidade formativa é cuidadosa e

rigorosamente analisada uma vez que se

assim não for o que deve constituir objec-

to de motivação poderá tornar-se objecto

de frustração.

Temos no Grupo um formador credencia-

do que assegura parte da formação minis-

trada.

Contamos, por isso, com uma equipa ex-

cepcional que marca a diferença e que

pode ser definida como altamente quali-

ficada, coesa, dinâmica e motivada. Cada

um dos nossos colaboradores, indepen-

dentemente do posto que ocupe, é consi-

derado uma peça importante da base do

bom funcionamento da empresa e cada

um de nós está ciente de que a qualida-

de e o nível de serviço que nos propomos

prestar só é atingível com o trabalho de

todos em equipa.

Os nossos colaboradores são o nosso

maior bem. São eles a chave do nosso su-

cesso uma vez que nada poderá ser alcan-

çado sem o seu envolvimento.

Temos uma doutrina e somos uma força.

Existem novos destinos internacionais que o grupo tenha disponibilizado nos últimos anos aos vossos clientes?Países árabes e norte de África.

Como observa a evolução da logística em Portugal e no plano internacional? As parcerias são importantes para propor-cionar um serviço logístico qualificado a nível global aos vossos clientes?A evolução dos meios disponíveis na ca-

deia de abastecimento em Portugal tem

acompanhado o plano internacional. Na

verdade a exigência do mercado, no nosso

país, tanto na importação como na expor-

tação tem-se encarregado de obrigar todos

os intervenientes na cadeia logística a

procurar a excelência na prestação de ser-

viços, e aqui nós não somos excepção. Te-

nho orgulho no nosso portfólio, os nossos

clientes e parceiros têm vindo a demons-

trar que podemos dispor de todos os ser-

viços ao longo da cadeia de abastecimen-

to, e isto sem que sejamos megalómanos.

Colocamos ao dispor dos

nossos clientes todos os

serviços em circuito fecha-

do. Dispomos de armazém

autorizado à Exportação,

Entreposto Aduaneiro,

ponto de controlo para

produtos alimentares, ser-

viços de logística e Cross-

-Docking suportado num

WMS de última geração e

trânsitos Marítimo, Aéreo

e Rodoviário.

Hoje em dia a actividade

do nosso grupo não pode

estar resumida ao plano

nacional, a globalização

também nos ajudou a

procurar novos mercados

e alternativas, como por

exemplo o mercado Espa-

nhol; da mesma forma que

do lado de lá da fronteira se vê Portugal

como mais uma província, nós temos de

tirar partido disso olhando para Espanha

como área a abastecer.

Quanto às parcerias, são de vital impor-

tância, se os parceiros escolhidos não se

apresentam no mercado com a mesma

filosofia comercial que a nossa, o serviço

com que estamos comprometidos peran-

te o nosso leque de clientes não cumprirá

certamente os requisitos.

O grupo possui instalações em Lisboa (Santa Iria de Azóia, Expo e Aeroporto de Lisboa). Como vai evoluir o grupo nos próximos anos?O grupo tem a sua sede na Póvoa de Santa

Iria, tem escritórios de apoio no Aeropor-

to de Lisboa e na Expo. Em termos ope-

racionais tudo se concentra na Póvoa de

Santa Iria, os sistemas informáticos de

que dispomos estão totalmente interliga-

dos permitindo esta centralização.

A tecnologia que escolhemos para o con-

trolo da nossa actividade permite que

todos os colaboradores de qualquer escri-

tório estejam em permanente contacto. O

ERP é partilhado, a rede é de alta velocida-

de e todos falamos a mesma “linguagem”.

Escolhemos um local no Aeroporto de Lis-

boa pela exigência do serviço, o estar per-

to do local onde chega ou sai a carga aérea

traz-nos vantagens, confiança perante o

cliente e proximidade com a Alfandega. O

escritório na Expo, está totalmente voca-

cionado para a área aduaneira e de con-

sultadoria para o comércio internacional,

tanto interna como externa.

Perante a evolução tecnológica, que conti-

nua de forma quase diária, ainda não en-

contrámos necessidade de evoluir fisica-

mente para outros locais, já que qualquer

colaborador tem acesso à sua informação

e ferramentas de trabalho de forma remo-

ta, se assim o decidirmos. Ou seja, se exis-

tir dentro do Grupo um tráfego específico

e crítico em Aveiro, Porto ou Sines tal não

será jamais um problema como poderia

ser há uns anos atrás em que não existia o

suporte tecnológico de hoje.

Por outro lado devemos também pensar

que os maiores fornecedores, como ar-

madores e companhias aéreas sofreram

também uma evolução tecnológica que

permite controlar envios do outro lado do

mundo, se tal for necessário.

Quanto a internacionalizações, temos os

nossos objectivos e ambições, a atracção

natural pelos mercados Moçambicano e

Angolano, mas queremos fazê-lo de forma

sustentada.

Qual o lugar que o Grupo GTL pretende atingir no médio prazo entre as empre-sas de logística em Portugal?Acreditamos que o futuro passará, inevi-

tavelmente, pelo “ outsourcing” logístico.

A redução de custos é cada vez mais uma

preocupação manifestada por todos os

empresários portugueses que se queiram

dedicar plenamente ao seu “core busi-

ness”, centralizando, por isso, algumas

actividades.

De facto, a possibilidade que o outsour-

cing oferece de dotar as empresas com

uma estrutura especializada que lhes per-

mita ter um serviço de qualidade e con-

fiança sem os custos inerentes é cada vez

mais a decisão estratégica que permite

às empresas ganhar competitividade no

mercado, sendo a aposta no “outsourcing”

cada vez mais evidente pelos benefícios

que comporta.

O nosso objectivo é continuar o cresci-

mento sustentável do negócio logístico e

optimizar a estrutura existente. Pretende-

mos ser o parceiro estratégico em Logísti-

ca para as médias e pequenas empresas e

centros de produção e distribuição através

de soluções avançadas, bem como uma re-

ferência para o sector pelos outputs origi-

nados. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4342 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› EMPRESARIADO

Lisbon South Bay apresentado na Margem SulA Baía do Tejo e os responsáveis dos mu-

nicípios do Barreiro, Seixal e Almada,

apresentaram o novo Plano de Marketing

Territorial para o Arco Ribeirinho Sul,

conferindo a todo este espaço territorial

junto à margem sul do Tejo com o nome

de Lisbon South Bay.

Para o presidente da Baía do Tejo, Jacinto

Pereira, o espaço do Arco Ribeirinho do

Tejo mostra desta forma que está vivo,

bem como sublinha o forte potencial de

desenvolvimento dos territórios abrangi-

dos na margem sul do Tejo, nomeadamen-

te os parques empresariais do Barreiro e

do seixal, bem como a Cidade da Água

(antigo espaço dos estaleiros da Lisnave),

em Almada. Para o responsável pela em-

presa gestora dos três territórios, o propó-

sito passa por construir uma «visão capaz

de afirmar estes territórios no plano na-

cional e internacional, aumentando a sua

atractividade através da valorização da-

queles que são os seus factores distintivos

e competitivos». Ainda segundo Jacinto

Pereira, a marca Lisbon South Bay subli-

nha uma «identidade comum e constitui

um polo de atracção para os visitantes e

investidores nacionais e internacionais,

porque queremos construir uma região de

referência à escala internacional».

À margem da apresentação deste estudo,

o presidente da Câmara do Barreiro,

Carlos Humberto, referiu que já foi

aberto um concurso público internacional

para o Estudo de Impacte Ambiental e

Estudo prévio sobre o novo terminal de

contentores de Lisboa, e que está previsto

construir no concelho do Barreiro. A

Bruxelas também já foi apresentada

uma candidatura no valor de 6 milhões

de euros para desenvolver os estudos e

promover a actividade portuária. ‹

Porto de Sines comemorou mais um aniversárioNo passado dia 19 de Junho celebrou-se o Dia do Porto de Sines,

que teve como ponto alto a celebração de um protocolo entre a

APS – Administrado dos Portos de Sines e do Algarve e o IPDAL

– Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Lati-

na, documento assinado pelos presidentes das duas instituições,

respetivamente, João Franco e Paulo Neves.

Outro ponto alto das comemorações que ocorreram em Sines

prendeu-se com a visita efectuada à nova nave logística na ZALSI-

NES, onde foi inaugurado o novo Armazém de Temperatura Con-

trolada da Sitank. De referir que o designado “Pavilhão Logístico

A1” é constituído por dois módulos (A e B) e tem uma área bruta

de construção de 1.626 metros quadrados, distribuídos por dois

pisos. A cobertura deste edifício foi concebida para receber 2.000

metros quadrados de painéis fotovoltaicos, tendo sido instalados

1.100 painéis com uma potência de injecção de 250 KW.

O pavilhão logístico encontra-se devidamente integrado no atual

sistema de gestão da ZALSINES, cujo modelo de aluguer agora

em implementação é uma mais-valia na oferta às empresas lo-

gísticas que vêem contactando a APS na procura deste tipo de

instalações. ‹

Antes de ser comprada por Humberto Pedrosa e David Neeleman

TAP assina code-share com a Copa AirlinesA TAP e a Copa Airlines, subsidiária da Copa Holdings,

ambas pertencentes à Star Alliance, estabeleceram um

acordo de code-share que se traduz na oferta de mais

opções de voos e das melhores ligações aos seus clientes, quer

através do Hub das Américas da Copa, na cidade do Panamá, quer

através do Hub da TAP em Lisboa, uma plataforma privilegiada

de acesso na Europa.

O Hub das Américas da Copa Airlines, na cidade do Panamá, per-

mitirá aos passageiros chegados da Europa usufruírem de rápidas

e eficientes ligações para mais de 50 destinos na América Latina e

nas Caraíbas, designadamente para as mais importantes cidades

daquela região. Analogamente, os passageiros latino-americanos

passam agora a beneficiar de mais opções de voos para o conti-

nente europeu viajando com a TAP a partir do seu Hub de Lisboa.

Pedro Heilbron, CEO da Copa Airlines, referiu que «este impor-

tante acordo entre a Copa Airlines e a TAP Portugal é ideal para

que a nossa companhia continue a crescer na Europa. Esta coope-

ração beneficiará significativamente os nossos passageiros, uma

vez que a rede de ligações entre a Europa e a América Latina será

reforçada com serviços de categoria mundial e uma experiência

de viagem consistente e de qualidade através do Hub das Améri-

cas da Copa Airlines na cidade do Panamá».

Já depois deste acordo, foi conhecido o resultado do processo de

privatização dos 61% do capital da TAP, com o governo português

a escolher o consórcio Gatteway, liderado pelo português Hum-

berto Pedrosa e pelo americano-brasileiro David Neeleman, que

prometem um investimento global superior a 600 milhões de eu-

ros, no qual está previsto a aquisição de 53 aviões. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4544 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› TURISMO

Joel Pais, Administrador dos Casinos do Algarve

Algarve é cada vez mais um destino turístico de eleição na Europa

O Grupo Solverde chegou à gestão dos casinos do Algarve em 1996, e apesar de anos

conturbados entre 2009 e 2012, os resultados são bastante positivos, assegura nesta

entrevista à País€conómico o seu administrador residente, Joel Pais. O gestor critica as

condições que o Estado obrigou os casinos da região para renovar a licença da concessão,

pois mesmo em anos de diminuição de receitas, ainda assim, o contrato obriga o

concessionário a aumentar o dinheiro entregue ao Estado. Mas, a partir de 2013, com a

retoma económica que chegou ao país e ao Algarve, os casinos da região voltaram aos

bons resultados económicos, com uma estrutura humana mais adequada à realidade

dos novos tempos, «mas sempre com a prestação de um serviço de elevada qualidade e

sofisticação», salvaguarda Joel Pais. O gestor, que vive há muitos anos em Vilamoura e é

um conhecido apaixonado pela prática do golfe, acredita que o Algarve é dos melhores

destinos turísticos da Europa e sublinha que embora «os tempos melhores não tenham

ainda voltado, mas os tempos de esperança já voltaram», sublinha.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Os bons tempos estão a voltar à

economia do Algarve, e quando

assim é, todos os sectores econó-

micos da região, e porque não também do

país, voltam a animar e a beneficiar dessa

retoma. Os Casinos do Algarve também

não fogem a esse cenário positivo tem

estado imbuídos nos resultados alcança-

dos pela empresa do grupo Solverde que

gere os três casinos existentes no Algarve,

respectivamente, Portimão, Vilamoura e

Monte Gordo.

O Grupo Solverde chegou ao Algarve em

1996, ano em que passou a gerir os três

casinos e o próprio Hotel Casino, a unida-

de hoteleira de cinco estrelas construída

em 1996 em Portugal, no espectacular

cenário sobranceiro à famosa Praia da

Rocha. Joel Pais, o já histórico adminis-

trador dos Casinos do Algarve recebeu a

País€conómico no magnífico cenário

do Casino de Vilamoura, um edifício de

extrema elegância e inserido na zona mais

nobre de um dos locais mais singulares do

turismo do Algarve e de Portugal.

Joel Pais recorda que o grupo que detém o

Casino de Espinho chegou num momento

de arranque de um período de forte cres-

cimento económico do Algarve, em que

os três casinos sob a alçada da empresa

beneficiaram dessa fase positiva. «Foi pra-

ticamente uma década de crescimentos

significativos das nossas receitas, sempre

a dois dígitos, que chegou em alguns des-

ses anos a ultrapassar os vinte por cento, e

que se prolongou praticamente até 2007,

embora 2008 ainda tenha sido um ano

positivo, embora já em menor escala do

que os anos anteriores. Mas, recorda-se

certamente, que ainda no ano de 2008

surgiu a crise do subprime nos EUA e que

depois alardeou à Europa. O investimen-

to no imobiliário acabou e o Algarve foi

fortemente atingido e toda a economia

aqui existente ressentiu-se desse embate

negativo. Até porque, como é conhecido,

a economia do Algarve assenta muito no

desenvolvimento do turismo, da imobi-

liária turística, e até o golfe, que durante

muitos anos ajudou a amortecer os tradi-

cionais efeitos da sazonalidade na região,

também foi obviamente atingido pela cri-

se do subprime americano e europeu.

A reestruturação necessária nos casinosO responsável pelos casinos de Vilamou-

ra, Portimão e Monte Gordo, recorda

igualmente que os casinos sob gestão da

empresa viu drasticamente diminuídas

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4746 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› TURISMO

as receitas durante quatro anos, precisa-

mente entre 2009 e 2012, «em alguns des-

ses anos também com uma diminuição

na ordem dos dois dígitos», salienta Joel

Pais. O administrador lembra também

que «por volta de 2006 comecei a pensar

que essa fase de grandes aumentos anuais

contínuos não iria durar eternamente, e

que convinha começar um processo de

reestruturação na empresa gestora dos ca-

sinos do Algarve. Essa reestruturação foi

empreendida e implementada sobretudo

a partir de 2009, onde recordo que nos pe-

ríodos altos da actividade chegámos a ter

720 colaboradores, e no presente temos

um número médio de colaboradores para

os três casinos de cerca de 420 pessoas.

Nas chamadas épocas altas chegamos a

atingir as 460 ou 470 pessoas, mas não

passamos desse número. E sublinho que

conseguimos com este número manter

todos os serviços de alta qualidade que é

apanágio dos casinos do Algarve. Isso é

ponto de honra nesta casa, e por isso os

resultados desde 2013 têm sido crescente-

mente positivos», enfatizou Joel Pais.

Entretanto, se é certo que os resultados

voltaram a terreno positivo em 2013, «e

foram reforçados em 2014», como subli-

nha Joel Pais, ainda assim, o gestor não

esquece do quanto os contratos assinados

pelo concessionário dos casinos no Algar-

ve e o Estado português «e extremamen-

te injusto e iníquo, pois nesse contrato é

estabelecido uma contrapartida mínima

que temos de pagar de 35%, mas também

está estabelecido que além da actualiza-

ção conforme os aumentos anuais da taxa

de inflação, também prevê um aumento

anual de 2% a pagar ao Estado, indepen-

dentemente da evolução das receitas ob-

tidas nos casinos. Isso não redunda em

prejuízo caso haja aumento anual dos

resultados acima dos referidos 2%. Acon-

tece, quando surgem anos de diminuição

de resultados, e isso aconteceu-nos duran-

te quatro anos, e com decréscimos muito

significativos, ainda assim, tivemos de

pagar como se tivéssemos resultados de

crescimento. Isto é profundamente incor-

recto e iníquo. Reclamámos e esperamos

que as coisas venham a mudar no futuro»,

espera Joel Pais.

Por outro lado, o gestor identifica uma

causa para os bons resultados obtidos nos

três casinos do Algarve e que passa «por

termos uma gestão integrada entre os três

casinos, onde as pessoas podem prestar

serviço em qualquer um dos casinos que

temos na região. Como referi anterior-

mente, diminuímos significativamente o

número de colaboradores, reduzindo de

uma média de 680 colaboradores para

uma média no presente de 420 colabo-

radores, mas garantimos quantitativa e

qualitativamente os serviços que presta-

mos aos nossos milhares de clientes que

demandam todos os anos os casinos de

Vilamoura, Portimão e de Monte Gordo».

Hotel Casino em Portimão com excelentes resultadosPara além da actividade dos três casinos,

o de Portimão integra-se no histórico Ho-

tel Casino, originariamente fundado em

1966, «e que sob a nossa gestão tem re-

gistado um crescimento contínuo, mesmo

nos anos recentes mais difíceis, em que

as receitas globais e as receitas por quar-

to aumentaram. Temos muito orgulho no

trabalho e na performance que consegui-

mos na gestão desse magnífico hotel que

gerimos em Portimão, apesar de todas as

atitudes e desmandos que naquela zona

da Praia da Rocha foram praticados, e que

em vários casos diria mesmo que foram

acções criminosas e que degradaram uma

zona balnear e turística fantástica do nos-

so país. Ainda assim, e apesar de tudo isso,

crescemos em Portimão e afirmamos a ex-

celência das nossas estruturas e serviços

que ali prestamos», referiu com alguma

mágoa e irritação Joel Pais, sem deixar

de puxar pelo orgulho do «excelente tra-

balho desenvolvido em prol do turismo

de Portimão e da região pela Solverde»,

lembrando o apoio desde «a primeira

hora ao desenvolvimento do Autódromo

de Portimão, uma excelente estrutura que

não tem sido nada acarinhada nem pelo

Turismo de Portugal e nem por muitas au-

toridades deste país», lamentou o gestor

dos Casinos do Algarve.

Mas, os tempos actuais são de esperança,

pois «nesta altura não podemos propria-

mente dizer que os tempos melhores vol-

taram, mas podemos certamente afirmar

que os tempos de esperança voltaram»,

sublinha Joel Pais, lembrando que os in-

vestimentos voltaram à região, mostran-

do-se muito satisfeito, «apesar de não co-

nhecer os pormenores do projecto», com

o anunciado investimento de um fundo

norte-americano no célebre projecto “Vi-

lamoura XXI”, bem como pelos resulta-

dos «bastante positivos da chegada dos

vistos gold e do interesse que os seniores

franceses que através de uma fiscalidade

muito favorável tem tido para investirem

na aquisição de habitação em Portugal, e

muito principalmente no Algarve», men-

ciona o gestor.

«O Algarve é a localização mais

privilegiada da Europa. O tempo, o mar,

a gastronomia, o melhor destino de golfe

da Europa, a atitude frendly de receber os

turistas, as fortes e fáceis ligações aéreas

da região às principais capitais europeias,

onde temos um excelente aeroporto, tudo

isso, repito, confere ao Algarve não diria o

‘toque de midas’, mas as condições ideais,

direi mesmo, fantásticas, para constituir

cada vez mais o destino mais interessante

e de maior segurança e beleza na Europa»,

finaliza Joel Pais. ‹

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4948 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› INTERNACIONALIZAÇÃO

Quando em setembro de 2012 a Câmara de Comércio e

Indústria Franco-Portuguesa concretizou a primeira edi-

ção do Salão do Imobiliário e do Turismo Português em

Paris, estávamos longe de imaginar que apenas três anos mais tar-

de, chegaríamos ao topo da preferência dos seniores (aqueles que

contam mais de 50 anos) franceses como destino para prossegui-

rem os seus projectos de vida. Marrocos, que até então ocupava

esta posição há largos anos, parecia um concorrente inabalável,

por vários factores: os naturais, o clima e a proximidade geográ-

fica; os sociais, a francofonia e a calma social; os económicos, o

preço do imobiliário, o poder de compra e as vantagens fiscais.

Associado aos factores pré-citados, um forte investimento em pro-

moção multicanal premium em França, quer no domínio turístico

quer no domínio imobiliário, (que faz o nosso corar) e um com-

promisso forte da parte dos seus governantes, nunca indiciaria

que pudéssemos almejar o que alcançamos, particularmente em

tão pouco tempo. Desengane-se quem considera que o Presidente

Hollande é o nosso benfeitor. Que o fluxo de franceses interessa-

dos no nosso país resulta de decreto afixado no Palácio do Eliseu

que impele os franceses a procurar terras lusas em reconquista

de poder de compra e de optimização fiscal. Aos que acreditam,

apenas tenho a dizer que a puerilidade não se coaduna com as exi-

gências e a complexidade da globalização e da gestão de negócios

internacionais dos dias de hoje. Às empresas e empresários que

se sentem players internacionais por fazerem uma campanha de

google ads, eu convido a visitar primeiro que tudo os mercados

onde estão a publicitar.

O Salão do Imobiliário e do Turismo Português em Paris teve

a felicidade de surgir num contexto de convulsões no norte de

Africa dirão uns. Teve a vantagem de ver surgir uma legislação

fiscalmente sedutora para a atracção de não residentes dirão ou-

tros. Recordo que pelo facto de o vento estar a nosso favor não

quer necessariamente dizer que o consigamos aproveitar. O Sa-

lão resulta de uma grande aposta, audaz e corajosa apoiada em

parceiros comprometidos com o sucesso do sector, e da interna-

cionalização do mesmo. Resulta de acreditarmos no potencial de

Portugal e de o combinarmos com as expectativas dos franceses.

Resulta de pensarmos grande e em grande. Resultado da quarta

edição parisiense, no mês passado : 15.152 visitantes em três dias.

Ainda sem a análise concluída o SIPP Paris assistiu a um ligeiro

aumento de interesse por parte dos portugueses residentes em

França, mais esclarecido que ficou o facto de o RNH (Residentes

Não Habituais) também se aplicar a eles. Lisboa foi o destino mais

procurado e o Porto, como se previa ganhou espaço na preferên-

cia dos franceses.

A confirmar a tendência do ano passado, o número de investido-

res profissionais, ou mesmo o número de investidores particula-

res, em busca de aplicações atractivas em termos de rentabilidade

aumentou.

Próxima etapa de promoção portuguesa em França: LyonEste ano todavia, a grande novidade do SIPP chama-se SIPP Lyon,

que se realizará esta semana no Centro de Congressos de Lyon. O

PIB da região de Lyon equivale ao PIB de Portugal inteiro cerca de

195 mil milhões Euros, colocando a região no segundo lugar do

ranking económico francês.

As nossas expectativas apontam para 5.000 visitantes que virão

descobrir as oportunidades e propostas que cerca de 50 exposito-

res terão para lhes apresentar. Consideramos que o Algarve será

a região que sairá com mais adeptos de Lyon, por precisamente

oferecer aquilo que os habitantes da região têm de fazer largos

quilómetros para obter: Praias!

Com as terceiras regiões económicas de França e da Suíça (Cantão

de Genebra) como vizinhas era para nós evidente o potencial do

SIPP Lyon para o imobiliário e para a economia portuguesa. Uma

palavra para a campanha de comunicação que atinge cerca de 35

milhões de pessoas em França, que tem permitido estarmos há 1

mês inteiro intensamente a promover Portugal, e materializarmos

essa promoção em dois locais separados por 500 Km de distância,

fazendo deste o maior evento comercial exclusivamente portu-

guês de sempre em França. ‹

Garvetur marcou presença em ParisA Garvetur, uma das empresas mais importantes no Algarve na

área da promoção imobiliária, esteve presente no recente Salão

do Imobiliário Português em Paris, uma iniciativa da Câmara de

Comércio e Indústria Franco-Portuguesa. Reinaldo Teixeira, ad-

ministrador da Garvetur, no final do certame, referiu que este «foi

um êxito, ao impulsionar a notoriedade de Portugal, num merca-

do tão competitivo como o francês».

A Garvetur e a Preditur ocuparam o stand 58 entre os 180 pre-

sentes em Paris.

Ainda segundo o responsável da Garvetur, «embora o nosso

país se encontre no topo dos destinos escolhidos pelos seniores

franceses para aquisição de habitação fora de França, muitos dos

clientes consideraram necessário um reforço das acessibilidades

aéreas entre o seu país e Portugal», sublinhou. ‹

Carlos Vinhas PereiraPresidente da Câmara de Comércio

e Indústria Franco-Portuguesa

Salão do Imobiliário e do Turismo Português em Lyon, um exemplo de um novo mercado no mesmo País

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Julho 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 5150 › PAÍS €CONÓMICO | Julho 2015

› A FECHAR

Azeite da Casa Anadia no JapãoO azeite da Casa Anadia está armazenado no Japão num espaço

muito raro e antigo, construído há mais de 100 anos. O Okura

– assim se designa – foi utilizado no passado para guardar pro-

dutos alimentares como arroz e tem uma janela muito reduzida,

assim como uma porta muito estreita. O Okura é assim o lugar

ideal para guardar azeite porque o ambiente nem é muito frio,

nem muito quente, e é escuro. Fazendo jus a toda a sua história

centenária, a Casa Anadia consegue manter também tradição

além-fronteiras. Agora adaptada e enraizada na história e cultura

japonesa. De referir que o mercado nipónico apresenta um

potencial de elevado desenvolvimento no segmento de azeites

premium, pelo que a aposta da marca portuguesa no Japão faz

todo o sentido. ‹

A construtora Lúcios foi escolhida para a

construção de um pavilhão industrial na

Maia, destinado ao fabrico e manutenção

de aerogeradores para a produção de ener-

gia eólica. Propriedade da metalomecânica

Sermec, esta obra, orçada em cerca de dois

milhões de euros, possuirá uma área de

4.500 metros quadrados, e vai contemplar

também a zona de escritórios da empresa.

A conclusão da obra está prevista para No-

vembro deste ano, possibilitando então a en-

trada da Sermec no segmento das energias

renováveis.

SUMA ganha contrato em OmãA SUMA, empresa participada da Mota-

-Engil para o sector do ambiente, ganhou

um contrato de cerca de 67,6 milhões de

euros em Omã, para liderar a operação

de gestão de resíduos na província de Al-

-Sharqyia Sul. De acordo com a empresa

portuguesa, “a SUMA aprofunda a sua

presença neste mercado, com um contra-

to de longa duração, dando seguimento à

estratégia de internacionalização desen-

cadeada em 2008, promovendo a interna-

cionalização do seu ‘know how’ e conhe-

cimento especializado na área da gestão

integrada de resíduos”. O contrato para

a gestão da província de Al-Sharqyia Sul

terá a duração de sete anos, com uma pos-

sibilidade de extensão por mais dois anos.

Recorde-se que já em Janeiro do corrente

ano, a SUMA venceu um concurso para

encerramento de seis lixeiras na província

de Al-Dakhliyah, com um valor de cerca

de dois milhões de euros. Omã é o sexto

mercado internacional da empresa parti-

cipada da Mota-Engil. ‹

Vivafit no CazaquistãoA Vivafit assinou em Junho um contrato para a abertura do

primeiro ginásio no Cazaquistão, que se prevê já em Agosto

na cidade de Atyrao. O acordo foi estabelecido na sede da

Aicep Portugal Global entre o CEO da Vivafit, Pedro Ruiz, e

o empresário cazaque Lev Gudimenko. Assistiram ao acto o

administrador da Aicep, pedro pessoa e Costa, bem como o

representante do Cônsul Honorário do Cazaquistão.

A Vivafit é uma marca portuguesa de ginásios para mulheres,

tendo já um portfólio de 60 ginásios em Portugal, Índia, Sin-

gapura, Indonésia, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Uruguai,

Omã e Espanha, preparando-se este ano para entrar nos res-

tantes países do Golfo Arábico, bem como no espaço europeu,

começando pela Polónia. ‹

Lúcios constrói fábrica para produção de energia eólica

Segundo Luís Machado, administra-

dor da Lúcios, «esta é a primeira obra

que desenvolvemos para fins ligados às

energias renováveis, pelo que estamos

muito satisfeitos com este novo projeto

industrial, sendo de salientar a confiança

depositada pela Sermec no nosso traba-

lho».

A Lúcios registou no ano passado em

Portugal um volume de negócios de 54

milhões de euros, sendo que a reabilita-

ção urbana representou 40 a 45% das

obras.

Para o presente ano, a construtora prevê

que a faturação atinja os 57 milhões de

euros. ‹

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