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1 Ano XVII - Nº 56 - Janeiro e Fevereiro / 2014 - Rua Piauí, 220, 5º andar - Santa Efigênia - BH/MG CEP: 30150-320 INCENTIVO PARA A SUSTENTABILIDADE Plano ABC oferece oportunidades para a redução da emissão de gases nocivos ao meio ambiente pág. 12 UFV sedia pesquisa com bacteriocinas para conservação de produtos lácteos pág. 11 Lei 21.016/13 altera a legislação de ICMS págs. 08 a 10 NO CAMINHO DA LEI ALIMENTOS MAIS SEGUROS Impresso Fechado Pode ser aberto pela ECT

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INCENTIVO PARA A SUSTENTABILIDADEPlano ABC oferece oportunidades para a redução da emissão de gases nocivos ao meio ambiente pág. 12

UFV sedia pesquisa com bacteriocinas para conservação de produtos lácteospág. 11

Lei 21.016/13 altera a legislação de ICMS págs. 08 a 10

NO CAMINHO DA LEI

ALIMENTOS MAIS SEgUROS

Impresso FechadoPode ser aberto pela ECT

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O ano de 2013 foi excepcional para a indús-tria de laticínios. A remuneração aos produtores e os preços dos derivados de lácteos superaram o valor das previsões mais otimistas, tanto no mercado interno quanto no mundial. No entan-to, no início de 2014, o cenário mudou. Preços e vendas em queda e algumas incertezas quanto ao desempenho do setor no ano da Copa do Mundo no Brasil alarmaram as boas perspecti-vas de crescimento para os próximos meses.

Acredito que a gestão das atividades econô-micas não admite otimismo e nem pessimismo. Temos que nos orientar pela realidade e sabemos que, em se tratando de previsão para a economia brasileira, até o “passado é incerto”. O mercado exige sempre e cada vez mais qualidade e preço. O remédio para as incertezas é muito trabalho, gestão competente e olho no caixa. O setor não é para amadores ou aventureiros. É preciso ter ex-periência, eficiência e profissionalismo.

Dentre as vitórias do ano que passou, des-taco a aprovação da Lei 21.016/13. A norma trata de várias questões de interesse da cadeia produtiva do leite, dentre elas, a exclusão do valor do frete na base de cálculo do ICMS nas aquisições de leite de produtor rural, encerran-do a controversa interpretação do texto legal. A decisão convalidou o aproveitamento de crédito do ICMS incidente sobre o valor do fre-te incluso no valor do leite na hipótese de que trata o artigo 20-I da Lei 6.763/75.

A criação da nova Lei teve o apoio funda-mental do Deputado Antônio Carlos Arantes,

a quem agradeço de público pelo empenho e cuidado com a cadeia do leite. Caso tives-se prevalecido o entendimento da Secretaria da Fazenda sobre a exclusão do valor do frete da base de cálculo nas operações com leite, a grande maioria das indústrias teria criado um passivo tributário expressivo.

O desafio da cadeia produtiva do leite para este ano será o de produzir dentro dos padrões determinados pela IN 62, com pa-drões rigorosos a partir de julho deste ano, um atestado de qualidade. Do ponto de vista da competência e da gestão, a meta é produ-zir leite a preços compatíveis com o mercado internacional, evitando que uma possível ele-vação expressiva da produção mundial colo-que nossas indústrias expostas à importação.

Aos laticínios mineiros deixamos o nosso desejo de um ano próspero, com planejamento e investimento sólidos, aproveitando as opor-tunidades que os grandes eventos globais po-dem oferecer.

Boa leitura!Guilherme OlintoPresidente do Silemg

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EDITORIALExPEDIENTE

ANO XVII / Número 56 / Janeiro e Fevereiro de 2014SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: BimestralImpressão: Gráfica Del Rey / Tiragem: 3.500

DIRETORIA EXECUTIVAGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodocePresidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaVice-presidenteJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTAAntônio Fernandes de Carvalho - Laticínios Union LtdaArmindo José Soares Neto - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéBernardo Bahia - Laticínios MB LtdaCarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro LtdaCarlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de Itambacuri LtdaCarlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/ACarlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing/DPA NestléCícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez LtdaClaudinei Ribeiro Chaves - Laticínios Bom Gosto LtdaEstevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos LtdaHumberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/AIvan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio LtdaJaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista LtdaJoão Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda/CemilJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/AJosé Márcio Fernandes Silveira - CristaulatJosé Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares LtdaJuarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/ALéo Luiz Cerchi – Scalon & Cerchi LtdaLúcia Alvarenga - Laticínios Lulitati LtdaMarcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios LtdaMarcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria LtdaMarcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirantes LtdaMaurício Chucre de Castro Silva- Puroleite Industrial LtdaOlavo Imbelloni Hosken - Laticínios Marília S/ARicardo Cotta Ferreira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéRodrigo de Oliveira Pires - Brasil Foods S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida LtdaVicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. LtdaWelson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri LtdaWellington Silveira de Oliveira Braga - Laticínios Bela Vista LtdaWilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Nilton Gomes Barbosa - Coop. dos Produtores de Leite de Leopoldina de Resp. LtdaLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/ARoberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial LtdaCONSELHO FISCAL SUPLENTEAna Paula Reis Lopes - Laticínios Nutrileite Ind. e Com. LtdaElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceFrancisco Rezende Alvarenga - Alvarenga & Cia. LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - SUPLENTESLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda

Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Editorial: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesRedação: Ana Paula Araújo, Juliana Soares, Tarsis Murad, Tiago Penna e Viviane MirandaFotos: Arquivo Embaré, Assessoria de Comunicação Social/UFV, Divulga-ção/APTA, Divulgação/Batavo, Divulgação/Tetra Pak, Divulgação/Vigor, Larissa Castro e Bruno Lasmar, Ricardo Barbosa/ALMG e Shutterstock Capa: ShutterstockProjeto Gráfico, Diagramação e Ilustrações: Obah Design

UM ANO DE MUITOS DESAFIOS

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arrefecimento, necessários para a preparação de diversos produtos, aconte-çam de maneira mais eficiente e versátil. Outro diferencial é a capacidade de processar produtos espessos e viscosos, como pudins, purês, alimentos

para bebês e comidas prontas. Além disso, o Tetra Vertico possibilita a redução de 20% nos sistemas de volume e tempo de retenção e de até 6% na perda de produtos.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) realizaram um estudo pioneiro no Brasil, que alia avaliações humanas e zootécnicas a partir de um experimento que modifica a composição básica do leite, criando o chamado leite funcional.

O leite da vaca, que é rico em nutrientes, como proteína, lactose, gordura, vitaminas e minerais, teve sua composição adequada para atender às necessidades humanas. Para isso, os pesquisadores alteraram a alimentação dos animais, que passaram a ingerir quantidades maiores de selênio e vitamina E.

Noventa crianças de Casa Branca e 130 idosos de Ribeirão Preto, municípios de São Paulo, fizeram parte do experimento, alimentando-se do leite funcional por um período de três meses. Os resultados surpre-enderam: as crianças tiveram aumento de 160% no nível de selênio no sangue e de 33% nos níveis de vitamina E. Já os idosos tiveram redução de 16% na quantidade de LDL, considerado o mau colesterol. Os benefícios também se estenderam aos animais: aqueles que receberam a alimenta-ção modificada apresentaram diminuição de quase 30% na ocorrência de mastite, proporcionando aumento da produção de leite.

A Tetra Pak lançou uma nova versão do trocador de calor, o Tetra Vertico. Diferente das gerações anteriores, que utilizavam um trocador de calor de superfície raspada, a novidade usa um monoturbo com formato de espiral.

O novo equipamento assegura que os processos de aquecimento e

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Mudança na alimentação das vacas foi fundamental para os bons resultados do experimento com o leite funcional

Novo sistema trará mais agilidade e economia para a produção de laticínios

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gIRO NOS ASSOCIADOS

Visando ampliar seu público consumidor e se fazer presente na alimentação cotidiana de todos os membros da família, a Vigor inovou mais uma vez com o lançamento do iogurte Grego Kids. O produto, feito especialmente para o público infantil, é rico em vita-minas e zinco e oferece 14% a mais de proteínas e o dobro de cálcio presente nos iogurtes da categoria petit suisse, um dos mais con-sumidos pelas crianças. Outro diferencial é a embalagem. O Grego Kids é oferecido em bandejas com oito unidades, com porções de 45 gramas em cada, no sabor morango.

Além do sucesso do produto, a Vigor comemora o reconheci-mento recebido pela campanha publicitária do Grego Kids veicula-da na televisão em 2013. A empresa ganhou os prêmios Marketing Best, da Editora Referência, e Lançamento do Ano, concedido pela Associação Brasileira de Supermercados. Criado pela agência Fis-cher, a peça explora, com bom humor, um novo olhar sobre as crian-ças. Sem a utilização de roteiro ou textos prontos, foram filmadas as reações espontâneas e genuínas dos pequenos ao experimentarem o novo produto.

ESPECIALMENTE PARA AS CRIANçAS

Vigor inova e cria linha de iogurtes Grego Kids

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*Por Bernard Woodcock

O Leite Legal vem se espalhando por Minas Gerias. A adesão ao programa cresce diariamente entre os produtores de todas as regiões do Estado que desejam melhorar a qualidade do seu produto. A iniciativa, que surgiu em setembro de 2013, tem como objetivo capacitar os produtores para que eles possam atender às exigências da Instrução Normativa 62 em Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (CBT).

Apesar do curto período de atividades, até o momento, o Leite Legal conta com 40 laticínios participantes e outros 30 já estão agendados para se integrarem ao programa. Cerca de 850 produtores já foram treinados ou irão realizar a capacitação até fevereiro deste ano, um número significativo tendo em vista os desafios de lançar um novo programa e mobilizar o setor de laticínios nos últimos meses do ano.

Esse envolvimento é reflexo do mercado cada vez mais exigente nos cenários nacional e internacional. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Instituto Mineiro de Agropecuária vêm cobrando mais dos produtores e o próprio mercado e os consumidores estão mais carentes por produtos de qualidade. O Leite Legal é uma possibilidade real para os laticínios no alcance desses resultados. É notável, por exemplo, a adesão de diversas cooperativas que estão sendo cobradas pelos grandes compradores de leite – DPA, Danone, Embaré e Itambé –, que, por sua vez, têm sido cobrados por seus clientes, investidores e fiscalizadores.

Ampliando esse cenário para o mercado internacional, percebemos a crescente exigência em relação à qualidade e à segurança alimentar. E os laticínios também vêm encontrando no Leite Legal alternativas para se adequarem a esses quesitos. Entretanto, é importante acrescentar que o desenvolvimento do nosso trabalho deve vir acompanhado de outros programas que garantam a qualidade e segurança em diferentes níveis, como Boas Práticas Agropecuárias e Boas Práticas de Fabricação.

Expansão do mercado mineiro de laticínios depende do aperfeiçoamento de seus produtores e da adequação às normas de segurança alimentar

qUALIFICAR PARA CRESCER

Vale lembrar, ainda, que uma produção de qualidade não traz somente um produto com melhor sabor, textura e aroma, mas maior lucro, devido ao maior rendimento e sua melhor aceitação no mercado. Para Minas Gerais conquistar novos mercados e continuar sendo um grande player de lácteos, a qualidade e a segurança dos alimentos são imprescindíveis.

Contamos com o apoio da indústria para que em 2014 consigamos expandir o programa Leite Legal e implementá-lo em larga escala, trazendo benefícios para os produtores e as cooperativas e agregando valor ao mercado mineiro de laticínios.

*CEO da QCONZ América Latina, empresa especialista em qualida-de no setor primário e manufaturado da indústria alimentar.

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ENTREVISTA

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O mercado brasileiro de leite tende a colher os frutos da evo-lução positiva da rentabilidade do produtor registrada em 2013, o que deverá acarretar o aumento da oferta do produto neste ano. Esse panorama compõe o estudo Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro 2014, divulgado no início de janeiro pelo departamento de Pesquisa e Análise Setorial (FAR) do Rabobank Brasil, consulto-ria especializada no setor de alimentos e agronegócio. O material, que contempla as projeções para as principais commodities brasi-leiras, abarca as tendências relativas ao comércio de fertilizantes, açúcar, etanol e cana, café, algodão, soja, milho, bovinos, frango, suco de laranja e leite, em um cenário que prevê uma recuperação gradual da economia.

No que se refere especificamente ao mercado nacional de leite, a rentabilidade em alta, característica de 2013, deve ser uma cons-tante este ano, graças a fatores que envolvem preços mais altos pa-gos ao produtor, menores custos de ração e demanda em patamares estáveis. No entanto, ainda existem expectativas de menor cresci-

mento da economia e de pressões inflacionárias, o que não deve abalar os ânimos mais otimistas.

Para entender melhor as perspectivas e tendências desse mer-cado, o Silemg Notícias entrevistou o diretor de Captação e Logísti-ca da Embaré Indústrias Alimentícias S.A., José Antônio Bernardes. A empresa, com quase 80 anos de atuação, é uma das cinco maiores companhias de produtos lácteos do país e exporta seus produtos, como os caramelos, para 40 países.

Quais segmentos vinculados ao agronegócio receberão mais investimentos em 2014 e, consequentemente, obterão maior crescimento?

Acredito que 2014 continuará com boas perspectivas e aporte de maiores investimentos, principalmente em quatro segmentos da cadeia de proteína animal: leite, carne de frango, suína e bovina, já que 2013 foi um período de boa recuperação dos preços e isso deve se manter ao longo deste ano. Nas proteínas de origem animal,

Indústrias e produtores do setor leiteiro projetam um cenário favorável, envolvendo rentabilidade crescente e baixa nos custos

PERSPECTIVAS POSITIVAS PARA 2014

Para José Antônio Bernardes, diretor da Embaré Indústrias Alimentícias S.A., planejamento é fundamental para continuar crescendo em 2014

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em função do possível comportamento mais estável dos insumos básicos na produção e favorecidos pela considerável depreciação do real frente ao dólar, além de serem produtos de forte penetração internacional, creio que continuarão com boa rentabilidade, em es-pecial a carne bovina. Em relação ao comportamento de setores, como o de açúcar, etanol, cana e café, creio que as perspectivas não sejam otimistas devido, sobretudo, à forte oferta interna e mundial.

Qual será o cenário para o mercado leiteiro este ano?Em um cenário macroeconômico, houve uma relativa correção

no preço praticado pelo mercado no ano anterior e que deverá se man-ter este ano, com expectativa de aumento de produção nacional em torno de 5%, impulsionada pelas previsões de custo de produtos bási-cos, como soja e milho, mais estáveis. Como a alimentação do rebanho é o item mais representativo do custo de produção (entre 40% a 45% do total), a performance dessas commodities é muito importante.

Por outro lado, há um contraponto, sobretudo no Sudeste do Brasil, graças a um período de forte estiagem. Em Minas Gerais, maior estado produtor nacional, não chove em níveis normais há mais de 30 dias, o que seguramente está comprometendo a qualida-

de das silagens feitas nesse período. Se continuar por um período maior, a produção da região será afetada sobremaneira, com con-sequências imprevisíveis no volume e preços a serem praticados. Outro fator que tem dificultado muito e continuará sendo consi-derável na produção leiteira é a mão de obra rural, cada vez mais escassa e de baixa qualidade.

Em relação ao cenário econômico, quais são as perspecti-vas futuras para a Embaré?

A Embaré, desde a sua criação, tem a vocação de crescer. Prin-cipalmente a partir do ano 2000, esse crescimento tem sido vigo-roso em termos fabris e de faturamento. Em 2013, tivemos um au-mento na produção e um faturamento que ultrapassou a barreira de R$ 1 bilhão/ano – 33,7% superior a 2012. Nós, que produzimos alimentos, temos de estar atentos às necessidades crescentes do mercado consumidor, assim como absorvermos o crescimento de nossa bacia leiteira que, em parte pelo trabalho de fomento que realizamos, tem aumentado em torno de 8% ao ano nos últimos 10 anos (considerando só captação própria).

De que maneira os produtores e as indústrias podem se pre-venir quanto a possíveis crises, evitando projeções negativas?

É sabido que o setor lácteo trabalha com matéria-prima (leite) bastante suscetível a oscilações de mercado, como a maioria das commodities, que obedece ao esquema: pouca oferta > aumenta preços > aumento da produção > queda de preços. O ano de 2013 mostrou claramente essa realidade. A pouca oferta de leite no iní-cio do ano, consequência dos preços baixos, proporcionou uma acirrada disputa por parte dos compradores, o que elevou os pre-ços e acarretou um aumento da produção no final do ano, forçan-do baixa considerável nos preços. A Embaré tem procurado, junto aos nossos fornecedores, trabalhar com o que chamamos “preço médio ano”, não aumentando conforme a exigência do mercado em alta, bem como não reduzindo quanto às imposições do mer-cado em épocas de baixa.

“Acredito que 2014 continuará com boas

perspectivas e aporte de maiores investimentos,

principalmente em quatro segmentos da cadeia de

proteína animal: leite, carne de frango, suína e bovina”

CAPA

Secretaria da Fazenda disciplina base de cálculo do ICMS nas aquisições de leite de produtor rural: frete está fora desta composição

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A indústria de laticínios conquistou uma importante vitória. A aprovação da Lei estadual nº 21.016/13, no dia 21 de dezembro de 2013, trouxe alívio às cooperativas e empresas após um longo período de incertezas sobre a estrutura de arrecadação do Impos-to sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na relação produtor/indústria. A atuação do Silemg e do deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSDB-MG) foram determinantes para a consolidação da nova norma.

O impasse começou a partir de uma divergência de entendi-mento entre a indústria e o Governo do Estado com relação à base de cálculo do ICMS na aquisição de leite in natura. O parágrafo 6º do artigo 20 – I da Lei nº 6763/75, que consolidou a legislação tributária de Minas Gerais, concedeu ao produtor rural o benefício do crédito presumido equivalente ao débito devido na operação.

A Lei, porém, trazia uma brecha que gerava dúvidas sobre a arrecadação do imposto. No entendimento do Silemg e dos empre-sários do setor, a base de cálculo do ICMS seria o valor da operação incluído o frete, relativo ao transporte da carga entre a fazenda e o laticínio. Entretanto, em 2013, o Governo do Estado passou a con-testar essa prática, determinando que o frete seria um valor à parte do custo da transação, não devendo ser tributado.

A exigência do Estado trouxe grande apreensão para os laticí-nios mineiros. Segundo dados do Silemg, seguindo a determinação dos valores considerados créditos indevidos pelo Governo, uma fá-brica de 50 mil litros, tamanho médio no Es-tado, teria que devolver aproximadamente R$750 mil, não incluindo valores referentes a multa e juros de mora. Já uma fábrica pequena, quase caseira, que produz em torno de 10 mil litros, devolveria cerca de R$150 mil. “O impacto seria de uma magnitude que nós sabemos que a indústria mineira não teria

condições de assumir e o momento não permitiria. Isso sacrificaria investimentos no setor e, em muitos casos, significaria o fechamen-to de empresas que estão em maior dificuldade”, afirma o presiden-te do Silemg, Guilherme Olinto.

ProsperidadeApós mais de três anos de negociações – as conversas entre

Silemg e Receita Estadual tiveram início em 2010 –, o Sindicato con-seguiu demonstrar ao Governo os prejuízos que as cobranças de crédito supostamente indevidas trariam para o mercado mineiro de laticínios e, em médio prazo, para o próprio Estado. “Se tivéssemos que abrir mão dessa receita para novos investimentos, em um se-gundo momento, isso refletiria em menos empregos e uma menor arrecadação para o governo, com menos empresas no mercado. A aprovação dessa nova Lei trouxe benefícios para todos”, comemora Alessandro Rios, proprietário do Laticínio Verde Campo e diretor tecnológico do Sindicato.

O empresário reforça a importância da conquista diante do momento delicado que o mercado vem passado nos últimos meses, com preços baixos e custos altos de produção. “Se o Governo não ti-vesse negociado com o Sindicato e sancionado a Lei 21.016, acredito que, em um ano de crise muito forte como este, cerca de 20% das empresas mineiras não teriam condições e caixa para atender uma fiscalização e devolver esse crédito retroativo” afirma.

A nova norma confirmou a exclusão do frete da base de cálculo do ICMS a partir de sua publicação. A lei rechaça a insegurança

jurídica e permite aos laticínios mineiros um planejamento sólido em 2014. “No caso da Verde Campo, por exemplo, os planos de investimentos e desenvolvimento de produtos estão atrelados a um determinado volume de recursos. Essa vitória permite que as empresas mantenham o foco no cres-

cimento”, declara Alessandro.

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A mudança na norma legal contou com a participação decisiva de um mediador, o deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSDB--MG). “A atuação dele, como interlocutor entre as duas partes, permi-tiu ao Governo compreender os prejuízos dessa cobrança para o setor e para o próprio governo”, afirma Guilherme.

Presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o parlamentar vem atuando inten-samente em parceria com os sindicatos nas causas rurais. “O setor conhece os problemas e gargalos e nós, deputados, temos o poder de transformar isso em leis que possam beneficiá-los. Nós conseguimos esses avanços de-vido às parcerias com o Silemg e outros sindicatos ligados ao produtor ru-ral. São parceiros que têm nos permitido ajudá-los”, afirma.

Deputado estadual desde 2007, Antônio Carlos Arantes é figura pública com atuação na política mineira. Prefeito de Jacuí, na região Sul de Minas Gerais, por três mandatos (1989-1992; 1997-2000; 2001-2002), em sua extensa carreira, o parlamentar já recebeu títulos im-portantes, dente eles, a Comenda Alferes Tiradentes, principal home-nagem da Polícia Militar de Minas Gerais, e o Colar Alferes Tiradentes pelo Conselho da Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira.

Em 2013, o deputado foi o grande articulador da Lei 20.922/13, que dispõe sobre as políticas florestal e de proteção à biodiversidade no Estado. Muito parecida com o Código Florestal Brasileiro, a nova lei florestal minei-ra tem permitido o desenvolvimento do setor agropecuário, conciliando produção e preservação ambiental. Com essa nova legislação, produtores passaram a ter maior amparo jurídico. “Para mim, esse foi o destaque de 2013, pois era o principal gargalo para o produtor rural e nós conseguimos resolvê-lo”, ressalta Antônio Carlos Arantes. Também de sua autoria, a Lei que institui a Política Estadual de Aquisição Direta da Agricultura Familiar (nº 20.608/2013) determina que o Estado gaste com produtos de agricul-tores familiares pelo menos 30% dos recursos destinados à compra de gê-neros alimentícios para abastecer seus órgãos e entidades.

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Deputado Antônio Carlos Arantes é defensor das causas rurais na Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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Tecnologia: Culturas Láticas Produtoras de Bacteriocinas Aplicadas à Segurança Alimentar de Produtos Lácteos

Pesquisador responsável: Luis Augusto Nero, professor da Universidade Federal de Viçosa na área de inspeção e produtos de origem animal e pesqui-sador em microbiologia de alimentos

Garantir a manutenção e segurança das propriedades dos alimentos indus-trializados é um desafio constante que tem potencializado melhorias no setor lácteo. Dentre as soluções mais difundidas no mercado, está a aplicação de bac-teriocina no controle de bactérias patogênicas em produtos derivados do leite.

As bacteriocinas são proteínas produzidas por microrganismos com ação antibacteriana, sendo a nisina, feita por Lactococcus, a única oficialmen-te permitida a ser aplicada para tal fim. No entanto, segundo o professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Luiz Augusto Nero, a utilização de uma única bacteriocina não é recomendável e satisfatória, pois, além do mercado estar sujeito a apenas uma alternativa comercial, o seu uso contínuo pode ocasionar resistência nos microrganismos.

Para evitar a ocorrência de problemas como esse, Luis Augusto está à frente de um estudo que visa à identificação de outras bacteriocinas que se mostrem estáveis ou adequadas a determinados produtos quando submetidas a processos de fermentação ou a mudanças relacionadas às características do alimento.

A pesquisa consiste na aplicação de bactérias ácido-láticas produtoras de bacteriocinas, isoladas de leite e queijo produzido com base em leite cru, na ga-rantia da segurança alimentar. Para isso, é avaliada cada uma das bacteriocinas de acordo com as suas características e relação com os estágios de produção do alimento, as possíveis mudanças de PH e a temperatura, dentre outras variáveis.

Pesquisador da UFV conduz estudo para controlar bactérias nos produtos lácteos

SEgURANçA ALIMENTAR

O momento de aplicação da bacteriocina no produto também de-pende do comportamento desempenhado pelo microrganismo, podendo ser no início, durante ou no fim do processo produtivo. “Em paralelo, es-tamos analisando se há um comportamento patogênico e qual é a interfe-rência da bactéria no alimento em diferentes períodos”, explica Luis Augus-to. A avaliação de novos tipos de bacteriocinas requer, ainda, informações relacionadas às suas propriedades físicas, químicas e biológicas, além de outros fatores como toxicidade e aspectos econômicos.

O estudo abrange diferentes áreas do conhecimento, a exemplo da Mi-crobiologia, Engenharia de Alimentos, Veterinária e Agronomia, o que requer mais tempo de análise para a geração de resultado. Esses são os principais mo-tivos pelos quais o mercado ainda não oferece outra bacteriocina que seja tão aceita como a nisina. “Além disso, a produção da proteína para comercialização em grande escala às indústrias alimentícias requer um alto investimento, o que é um grande desafio e entrave da área atualmente”, finaliza o especialista.

Bacteriocinas são moléculas protéicas caracterizadas por alto poder an-timicrobiano, mesmo em baixas concentrações, inibindo o crescimento de microrganismos indesejáveis e contribuindo com a conservação do

alimento. Até o presente, a nisina é a única bacteriocina utilizada comer-cialmente como agente natural de conservação de alimentos. O seu uso como conservante foi aprovado em muitos países para o uso na conser-vação de queijos processados e no tratamento por calor de alimentos não ácidos, estendendo o prazo de vida comercial do leite esterilizado.

Entenda mais

Equipe da UFV pesquisa a utilização de bacteriocinas para a conservação das propriedades dos alimentos

SUSTENTABILIDADE

Laticínios podem se beneficiar de incentivos governamentais para consolidar uma agricultura de baixo carbono no país

AgIR HOjE PARA gARANTIR O AMANHã

A adoção de processos sustentáveis está cada vez mais presente na pauta dos laticinis-tas, cientes da importância desse movimen-to para a preservação dos recursos naturais e, consequentemente, do negócio. O Gover-no Federal também está investindo nessa mudança de visão e lançou, em outubro de 2013, o Plano ABC – Plano Setorial de Miti-gação e de Adaptação às Mudanças Climáti-cas para Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura.

O documento é fruto de um compromis-so assumido voluntariamente pelo Brasil para reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões de gases causadores de efeito estufa (GEE) projetadas para 2020 – dióxido de carbono (CO²), metano (CH4), óxido nitroso (N²O), clorofluorcarbone-tos (CFCs), hidrofluorcarbonetos (HFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

Ao mesmo tempo em que colabora com a preservação ambiental,

o Plano ABC é uma oportunidade para os lati-cinistas adotarem processos que tornem suas empresas mais produtivas. Isso porque foram criadas linhas de financiamento específicas para projetos que se enquadrem nos objetivos do documento. “A indústria de laticínios pode contribuir para a redução das emissões de GEE ao investir em práticas sustentáveis nas várias etapas da cadeia produtiva, por exemplo, industrialização e distribuição, integração de pastagens com lavouras e disposição dos deje-tos dos animais”, explica Kátia Marzall, técnica da Coordenadoria de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Projetos de recuperação de pastagens, de plantio direto de grãos para nutri-

ção animal e de integração lavoura-pecuária--floresta (veja no box da página ao lado) são exemplos de iniciativas que podem se benefi-ciar da linha de crédito ABC, que oferece, por meio do BNDES, crédito de até R$ 1 milhão e taxas de 4,5% ou 5% ao ano. A descrição completa das propostas passíveis de finan-ciamento e a relação de entidades bancárias conveniadas podem ser consultadas no site do BNDES (www.bndes.com.br, item Finan-ciamento). O prazo para pagamento pode chegar a 15 anos.

Comissão do Plano ABC

Como parte das ações para reduzir a

emissão de GEEs, em janeiro deste ano, o Mapa, em parceria com

o Ministério do Desenvolvimento Agrário, anunciou a criação da Comissão ABC. Ela tem como objetivo promover a articulação dos órgãos e entidades, públicas e privadas, para implementar, acompa-nhar, monitorar, avaliar e revisar o Plano ABC.

Dessa forma, novas práticas poderão ser propostas para o docu-mento, seja por iniciativa da Comissão ou por meio dos próprios produtores. “A Comissão ABC poderá receber, discutir e avaliar propostas de novas tecnologias que contribuam para a redução das emissões de GEEs do setor agropecuário. Elas passarão por uma avaliação científica e técnica para que sejam consideradas sua rele-vância e pertinência antes de serem incluídas”, detalha Kátia. Docu-mentos e prazos para apresentação de projetos serão divulgados assim que forem definidos pela Comissão.

Boas práticas Na Embaré Indústrias Alimentícias S.A., o gás metano, da Esta-

ção de Tratamento de Efluentes (ETE) da fábrica de Lagoa da Prata, é usado na geração de energia elétrica utilizada na própria ETE. São produzidos cerca de 70 quilowatts por dia e o objetivo é aumentar esse volume. “Já demos início à ampliação da ETE. Com a disponibi-lidade de maior quantidade de gás metano, vamos utilizá-lo como combustível na nova caldeira”, afirma Alexandre Antunes, diretor vice-presidente do laticínio.

Tendo como base a sustentabilidade do negócio, a empresa já está de olho nas oportunidades oferecidas pelo Plano ABC. “Esse assunto está em estudo pelos nossos técnicos do Departamento de Captação e Fomento e, em breve, teremos um parecer”, ressalta Alexandre.

A transformação do metano em energia é feita por meio do enclausuramento da lagoa da ETE com uma cobertura para captar o gás, que alimenta o gerador e o transforma em energia elétrica. Com a ampliação, prevista para ser concluída em novembro de 2014, parte do gás será direcionada para queima na caldeira por meio de biodutos. A nova caldeira, que já entrará em operação em fevereiro, é movida à biomassa, energia renovável que será adquirida na própria região. Além de reduzir o consumo de óleo na fábrica e a emissão de poluentes, o investimento contribuirá para o desenvolvimento socio-econômico local.

Estação de Tratamento de Efluentes da Embaré transforma gás metano em energia elétrica

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Mais informações sobre o Plano e a Comissão ABC estão disponíveis no site do Ministério da Agricultura

(http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/plano-abc).

O sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas, agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia, além de componentes arbóreos. O pastejo

efetuado em sistemas integrados e com a adequada cobertura florestal permite a preservação e melhoria das condições físicas, químicas e

biológicas do solo, além de proporcionar aumento da produtividade e da renda das atividades agropecuárias. Com esse sistema, o solo pode

ser explorado economicamente durante todo o ano sem riscos de degradação.

INTEgRAçãO qUE MULTIPLICA

PARA SE ORIENTAR

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CONTANDO HISTÓRIASSAÚDE COM SABOR

A busca por saúde e boa forma é cada vez mais comum entre os brasileiros. Na composição de uma alimentação leve e balance-ada, os iogurtes têm se tornado protagonistas, incentivados por médicos e nutricionistas por seu poder emagrecedor e rico valor nutricional. Estudos mostram que o consumo per capita de iogurte dobrou no Brasil na última década e pesquisas realizadas pela Te-tra Pak Dairy Index apontam que a demanda por produtos lácteos deve aumentar 30% até 2020.

Atentas a esse mercado crescente, diversas marcas de iogurtes do país têm investido em novos produtos, os chamados iogurtes fitness, que privilegiam a variedade de frutas e as baixas calorias.

A Batavo, conforme explica Fernanda Credidio, gerente de ino-vação da empresa, passou por um grande reposicionamento nos úl-timos dois anos e tem direcionado boa parte de seus investimentos para essa categoria. A nova proposta da marca busca no meio am-biente a inspiração para o conceito – Pensado para sua natureza – e

trouxe para o mercado novas linhas, como Pen-se Zero, Copos, Batavo Grego, Yogoflan e

Naturis Soja, primeira do mercado com produtos refrigerados à base do grão.

A linha Pense Zero oferece io-gurtes que contêm frutas e apresentam

baixo valor calórico, atendendo um pú-blico diversificado que se preocupa com o corpo. Em consonância com o aumento do consumo de produtos leves e pouco calóri-cos durante o verão, a marca lançou o sabor maracujá, com sementes da fruta.

Segundo os representantes da Batavo, o retorno do público aos novos produtos foi imediato, com a enorme aceitação por meio do SAC, da Fan Page e também na disputa pela liderança na categoria de Copos. Esse sucesso estimulou uma estratégia inovadora para o lançamento dos dois novos sabores: lichia e abacaxi. A escolha das frutas foi defi-

nida após uma pesquisa realizada com consumidores via Facebook, duran-te os meses de agosto e setembro de 2013.

Em sua composição, a linha Co-pos se destaca pela adição de até 10

vezes mais frutas que os concorrentes e o próprio açúcar da fruta (frutose) para

INOVAçõES LáCTEASPara quem quer aliar qualidade de vida, beleza e estética, o mercado está repleto de novidades

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adoçar. A nutricionista Mariana Gomes alerta, porém, que uma das principais informações a serem verificadas no rótulo de qualquer pro-duto é a substância utilizada para adoçá-lo. “Muitos dos iogurtes que se dizem light utilizam o aspartame como adoçante. O consumidor deve sempre preferir alimentos com adoçantes naturais como a fru-tose ou a estévia”, orienta.

Adoçante natural, a estévia é retirada de uma planta, a stevia reboudiana, nativa da América do Sul. Com poder adoçante 300 vezes superior à sacarose, ela não possui calorias nem efeitos cola-terais. Estudos indicam sua capacidade de suprimir o crescimento bacteriano nos dentes e regular a pressão arterial e os níveis de açú-car no sangue, além de auxiliar nos processos diuréticos.

Vida saudávelDe olho nesse mercado, a Vigor estabeleceu uma parceria com

a Beauty’in, empresa do setor de beleza, saúde e bem-estar e, no

fim de 2013, lançou o Beauty Yogurt. Com 0% de gordura, o iogurte adoçado com estévia tem adição de colágeno hidrolisado, substân-cia que auxilia a proporcionar firmeza e elasticidade à pele. Estão disponíveis também versões com castanha-do-pará, que combate o envelhecimento celular e reduz o nível de colesterol ruim, e chia, com capacidade antioxidante e desintoxicante.

De acordo com Anne Napoli, diretora de marketing da Vigor, pelo fato de o produto ser novo no mercado, ainda não há uma pesquisa sobre sua aceitação, mas com as crescentes vendas a expectativa é de sucesso. “O Brasil é um país muito receptivo para produtos que tragam bem-estar e saúde à população, principalmente para o público femini-no, que também se preocupa com a beleza e a jovialidade.”

Apesar da crescente oferta da categoria, Mariana reforça que o consumo de produtos com adição de substâncias benéficas à saú-de e à estética não supre todas as necessidades do organismo. Por isso, é importante manter a alimentação completa e equilibrada ao longo do dia.

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Beauty Yogurt é a aposta de inovação da Vigor, com ingredientes que prometem redução do colesterol e combate ao envelhecimento

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