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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU AVALIAÇÃO DE FOOT ROT EM PROPRIEDADE DE OVINOS LOCALIZADA NO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL CHAGAS JUNIOR, Eurides Ramires¹ [email protected] FRISON, Denilson¹ denilsonfrison@gmail PORTO, Micael Primieri¹ [email protected] ROCHA, Carlos Vinicius Centofante da¹ [email protected] TALGATTI, Ricardo¹ [email protected] OLIVEIRA, Franciele de² [email protected] FACCIN, Ângela² [email protected] GOTTLIEB, Juliana [email protected] OLIVEIRA, Daniela S. de² [email protected] ¹ Discentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 4 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 4 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. RESUMO: O Foot Rot em ovinos, conhecido também como pododermatite contagiosa, pietin, podridão dos cascos, manqueira ou peeira é uma doença infecciosa que acomete os cascos dos ovinos e é responsável por causar grandes prejuízos aos rebanhos, principalmente nos períodos de alta umidade e calor, quando há uma maior incidência. A ação sinérgica da D. nodosus e F. necrophorum causam uma dermatite interdigital e produz toxinas que causam necrose, já a D. nodosus, com auxílio das fímbrias penetram o tecido epidérmico do casco causando necrose e descolamento da parede dos cascos. Os animais apresentam como sinais clínicos a claudicação e diminuição na produção. O diagnóstico é feito a partir da observação dos sinais clínicos e realização de exames laboratoriais, tais como: a coloração de gram, isolamento por meio de cultura. Os tratamentos mais utilizados são o ___________________________________________________________________________ _______________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

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FACULDADES IDEAU

AVALIAÇÃO DE FOOT ROT EM PROPRIEDADE DE OVINOS LOCALIZADA NO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

CHAGAS JUNIOR, Eurides Ramires¹[email protected]

FRISON, Denilson¹denilsonfrison@gmail

PORTO, Micael Primieri¹[email protected]

ROCHA, Carlos Vinicius Centofante da¹[email protected], Ricardo¹

[email protected], Franciele de²

[email protected], Ângela²

[email protected], Juliana

[email protected], Daniela S. de²

[email protected]

¹ Discentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 4 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.² Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 4 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

RESUMO: O Foot Rot em ovinos, conhecido também como pododermatite contagiosa, pietin, podridão dos cascos, manqueira ou peeira é uma doença infecciosa que acomete os cascos dos ovinos e é responsável por causar grandes prejuízos aos rebanhos, principalmente nos períodos de alta umidade e calor, quando há uma maior incidência. A ação sinérgica da D. nodosus e F. necrophorum causam uma dermatite interdigital e produz toxinas que causam necrose, já a D. nodosus, com auxílio das fímbrias penetram o tecido epidérmico do casco causando necrose e descolamento da parede dos cascos. Os animais apresentam como sinais clínicos a claudicação e diminuição na produção. O diagnóstico é feito a partir da observação dos sinais clínicos e realização de exames laboratoriais, tais como: a coloração de gram, isolamento por meio de cultura. Os tratamentos mais utilizados são o casqueamento, uso de antibióticos, pedilúvios e vacinação. As medidas profiláticas são realizadas com o intuito de minimizar e controlar a ocorrência da doença dentro das propriedades. Em virtude da importância sanitária e econômica da pododermatite infecciosa dos ovinos, este estudo teve como objetivo avaliar Foot Rot em propriedade de ovinos localizada no município de Paim Filho, norte do Rio Grande do Sul.

Palavras-chave: ovelhas, Dichelobacter nodosus, Fusobacterium necrophorum, lesões.

ABSTRACT: Foot rot in sheep, also known as contagious pododermatitis, pietin, hoof rot, limb is an infectious disease that affects the hooves of sheep and is responsible for causing great damage to the herds, especially in periods of high humidity and heat, When there is a higher incidence. The synergistic action of D. nodosus and F. necrophorum causes interdigital dermatitis and produces toxins that cause necrosis, whereas D. nodosus with the help of fimbriae penetrates the epidermal tissue of the hull causing necrosis and detachment of the hull wall. The animals present as claudication and decrease in production as clinical signs. The diagnosis is made from the observation of

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clinical signs and laboratory tests, such as: staining of gram, isolation by culture. The most commonly used treatments are shelling, use of antibiotics, footbaths and vaccination. Prophylactic measures are performed with the aim of minimizing and controlling the occurrence of the disease within the properties. Due to the health and economic importance of infectious pododermatitis of sheep, this study aimed to evaluate Foot Rot in sheep property located in the municipality of Paim Filho, north of Rio Grande do Sul.

Keywords: Sheep, Dichelobacter nodosus, Fusobacterium necrophorum, lesions.

1 INTRODUÇÃO

A espécie ovina está entre as primeiras a ser domesticada por homens, devido à sua

capacidade de produzir alimentos como carne e leite, e pela sua lã servir como proteção,

contra o frio. Desde então houve uma propagação da espécie por muitos países do mundo, em

virtude da existência de diversas raças, que se adaptaram aos diferentes climas, relevos e

vegetações particulares de cada região, garantindo assim uma maior produtividade (VIANA,

2008).

O Foot Rot (FR) é uma doença dos ovinos e caprinos, crônica, infecciosa, contagiosa e

necrose da epiderme interdigital, causando severa claudicação, produzindo transtornos que

afetam a capacidade produtiva, levando a perda de peso, queda na quantidade e qualidade da

lã e diminuindo a capacidade reprodutiva dos animais (RIBEIRO, 2007).

O agente essencial do FR é o Dicheloacter nodosus, que tem sua ocorrência e

persistência favorecidas pelas condições ambientais de calor e umidade, características

presentes nas primaveras, alguns verões e outonos no Rio Grande do Sul. Na Austrália, alguns

trabalhos científicos mostraram uma redução de 8 a 10% no crescimento da lã e uma redução

média de 11% no peso vivo dos animais acometidos (MARSHALL et al., 1991).

A doença ocorre principalmente durante períodos prolongados de calor e umidade e,

em condições favoráveis um número significativo de animais pode adoecer. O diagnóstico

clínico é realizado de acordo com as características da lesão, pelo aparecimento de surtos

associados às épocas úmidas e quentes do ano e pelo caráter crônico da doença (RIET-

CORRÊA et al., 2001).

O sinal clínico mais evidente é a claudicação. Os sinais da infecção variam desde uma

suave vermelhidão (inflamação) da pele interdigital até a completa separação do tecido córneo

do casco (BENDIGO, 2007). O tratamento do FR baseia-se no uso de drogas antimicrobianas

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através de aplicações tópicas e/ou parenterais, vacinação e medidas de manejo. E pode ser

direcionado ao controle temporário da enfermidade ou à sua erradicação do rebanho

(RIBEIRO, 2007).

Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar Foot Rot em propriedade de

ovinos localizada no Município de Paim Filho, Norte do RS.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi desenvolvido na propriedade rural localizada no município de Paim

Filho – RS. A propriedade trabalha com ovinos da raça Corriedale, por ter a aptidão para

produzir lã e carne. O manejo nutricional dos ovinos nessa propriedade ocorre sobre pastagem

cultivada e pastagem natural. A propriedade trabalha atualmente com um rebanho de 21

ovelhas de cria, 8 ovelhas de descarte, 7 carneiros e 24 cordeiros, totalizando 60 ovinos.

Para realizar o estudo foram selecionados cinco ovinos que apresentavam algum tipo

de lesão nos cascos. A coleta foi realizada com o auxílio de um bisturi esterilizado realizando

então a raspagem do ferimento, conforme mostra a Figura 1.

Figura 1: Coleta da amostra com o auxilio de um bisturi – Foto: Chagas, J., 2017. Paim Filho, RS.

Após coletadas foram transferidas para as placas de petri, esterilizadas e conservadas

em ambiente refrigerado pelo período máximo de 5 horas até a análise laboratorial no

Laboratório de Histologia da Faculdade IDEAU, no município de Getúlio Vargas – RS.

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Os materiais coletados foram analisados com o auxílio do meio de cultura Ágar

Sangue com Mueller Hinton. Para os meios de cultura as amostras coletadas foram inoculadas

em forma de estrias simples, ou seja, realizados movimentos de zig-zag em todas as amostras,

cuidando para não danificar o meio de cultura. Após incubou a 37ºC em estufa bacteriológica,

no período de 48 horas.

Ágar Sangue é um meio altamente nutritivo, pH deve ser 7,3, pode-se utilizar sangue

de cavalo, coelho, carneiro e em alguns casos sangue humano. O sangue foi incorporado no

Ágar após a sua autoclavação, o mesmo deve estar estéril. Com a viabilidade de crescimento

de colônias de bactérias, como mostra a Figura 2.

Figura 2: Placas de petri com o meio Ágar Sangue mostrando viabilidade de colônia de bactérias – Foto: Chagas, J., 2017. Getúlio Vargas, RS.

Realizou-se então a técnica de coloração de Gram para identificar as bactérias

presentes, inicialmente após o esfregaço da colônia na lâmina cobriu-se o esfregaço com

violeta-de-metila e deixou por aproximadamente 15 segundos, em seguida adicionou igual

quantidade de água sobre a lâmina coberta com violeta-de-metila e deixou agir por mais 45

segundos. Escorreu o corante e lavou em um filete de água corrente.

A lâmina foi coberta com lugol diluído, deixando agir por aproximadamente 1 minuto

sobre o esfregaço. Em seguida retirou-se o lugol com um filete de água corrente, adicionou

álcool etílico (99,5º GL) sobre a lâmina, descorando-a, até que não se desprende mais o

corante da mesma. Cobriu então a lâmina com safranina e deixou agir por mais 30 segundos.

Lavou-se com um filete de água corrente, esperando secar ao ar livre, como mostra a Figura 3.__________________________________________________________________________________________

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Figura 3: Realização da técnica de coloração de Gram para identificar microscopicamente possíveis bactérias causadoras do Foot Rot em ovinos – Foto: Chagas, J., 2017. Getúlio Vargas, RS.

Após esse procedimento de coloração, a lâmina foi encaminhada ao microscópio

óptico para avaliação dos resultados. Todas as etapas do experimento foram fotos

documentadas para auxiliar no processo de desenvolvimento dos resultados.

3 RESULTADOS E ANÁLISE

Este estudo foi realizado em cinco ovinos que apresentavam algum tipo de lesão nos

cascos. Nas primeiras 48h houve crescimento significativo no meio de cultura Ágar Sangue.

Baseado na positividade da cultura, todas as amostras apresentaram crescimento de bactéria

causadoras do Foot Rot (F. necrophorum e D. nodosus). Já no meio de cultura Mueller Hinton

não se teve o resultado esperando e com isso não se obteve crescimento das duas bactérias

que formam a doença.

Segundo Egerton (2013), o FT em ovinos é uma doença infecciosa que em

determinadas ocasiões se torna excepcionalmente contagiosa, resultando na invasão do tecido

epidérmico dos cascos por um grupo misto de bactérias, sendo as principais a F. necrophorum

e D. Nodosus. O FT em sua forma crônica pode provocar necrose da epiderme interdigital e

matriz do casco levando o animal à claudicação (RIET-CORREA et al., 2001).

São reconhecidas três formas de Foot Root: benigno (FRB), intermediário (FRI) e

virulento (FRV). O FRV, a mais severa forma da enfermidade, causa grandes perdas

econômicas nos rebanhos ovinos acometidos, inicia-se com uma dermatite interdigital e __________________________________________________________________________________________

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estende-se até envolver grandes áreas da matriz do casco, com conseqüência descolamento do

mesmo. No FRB a infecção é confinada principalmente à pelo interdigital, atingindo o

mínimo de tecido córneo adjacente (EGERTON, 1997).

O agente transmissor do FR é o Dichelobacter nodosus, uma bactéria Gram-negativa,

não esparolada, obrigatoriamente anaeróbica e que se apresenta na forma de bastão. É um

parasita obrigatório e seu único habitat é a epiderme interdigital dos ruminantes afetados pela

enfermidade, o microorganismo não sobrevive no ambiente mais que sete dias (EGERTON,

2007).

Apresenta-se ao microscópio como um bastão com as extremidades mais grossas,

como se houvesse um gorro em cada extremidade do bastão, cada qual com coloração mais

intensa que o restante da célula. Ao microscópio eletrônico o microorganismo mostra longos

filamentos chamados de pili (fimbrias), que emanam das extremidades, essas estruturas estão

relacionadas com fração antigênica e com os sorogrupos (EGERTON, 2007). Na análise do

estudo, como podemos observar na Figura 4, apresentou possível prevalência da bactéria D.

nodosus.

Figura 4: Vista panorâmica dos aspectos histológicos da possível bactéria Dichelobacter nodosus. Coloração HE, aumento 100x – Foto: Chagas, J., 2017. Laboratório de histologia da Faculdade Ideau, Getúlio Vargas, RS.

Existem 19 sorotipos de D. nodosus que são classificados em 10 sorogrupos (A-I; H)

na Grã-Bretanha sendo que a virulência de D. nodosus varia dentro os sorotipos (KENNAM

et al., 2001). Estudos realizados posteriormente na Austrália indicaram a presença de oito

principais sorogrupos (A-H) de D. nodosus no ambiente australiano e que múltiplas infecções

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do sorogrupo eram comuns dentro de um rebanho, e até mesmo dentro de uma ovelha. Este

agrupamento foi mais tarde ampliado para nove sorogrupos, após a incorporação do

sorogrupo I. Um sorogrupo adicional 'M' foi identificado na Nova Zelândia, Austrália e

Nepal. Utilizando um sistema de classificação ligeiramente diferente, no Reino Unido, um

total de 17 sorotipos (A-H e J-R) foi identificado. Nos EUA, um total de 21 sorotipos (I-XXI)

foi identificado (RAADSMA; DHUNGYEL, 2013). No Brasil, foram identificados sete

sorotipos diferentes (A, B, C, D, E, F e H) da D. nodosus no Rio Grande do Sul (RIET-

CORREA et al., 2001).

A principal razão para o número diferente de grupos antigênicos em diferentes países é

provável que seja o grau em que os investigadores dividiram as variantes antigênicas

menores. Vários sorogrupos foram relatados a partir de rebanhos individuais de diferentes

partes do mundo e até sete sorogrupos foram identificados a partir de um só rebanho na

Austrália (RAADSMA; DHUNGYEL, 2013).

Para o controle e erradicação da doença nos rebanhos ovinos devem ser introduzidas

medidas de combate aos microorganismos presentes tanto no ambiente como também nos

animais portadores inaparentes, pois estes apresentam colônias bacterianas em estado de

latência que sob condições favoráveis, desencadearão uma forma virulenta e aguda da

enfermidade, com aparecimento dos sinais clínicos e progressão da doença (RODRIGUES et

al., 2001).

O controle deve ser baseado principalmente na redução da prevalência de infecções

graves em rebanhos afetados utilizando terapia tópica e sistêmica, assim como descarte dos

animais tratados sem sucesso. Um controle profilático com medidas ambientais também é

utilizado em diversas propriedades, a fim de reduzir a contaminação dos animais. Outra

medida recentemente utilizada é a vacinação dos animais da propriedade. Todavia nenhuma

destas medidas oferece uma abordagem de longo prazo, de fácil manutenção para o manejo da

doença (EGERTON et al, 2002).

Os animais podem ser vacinados contra FT, mas nem sempre as vacinas fornecem a

proteção adequada uma vez que as diferenças antigênicas entre as cepas vacinais e estirpes

influenciam no desempenho da vacina. Também se verificou que a mistura de diferentes

fímbrias de D. nodosus em vacinas induzem uma resposta inadequada do hospedeiro aos

antígenos individuais, este tem sido referido como competição antigênica (ZHOU;

HICKFORD, 2000; KENNAN et al., 2011).

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Há uma ampla evidência de que o FT virulento pode ser erradicado das fazendas. A

inspeção dos cascos e descarte de ovinos infectados ou com suspeita da infecção durante um

período de não-transmissão tem sido bem sucedida na Austrália e em outros países.

Alternativamente pode-se ainda substituir um lote infectado por outro não infectado. Após a

retirada dos animais infectados, tem que ser feito descanso completo da área por pelo menos

sete dias, e isso tem se mostrado eficaz. Recentemente, o uso de vacinação recombinante

bivalente específico resultou na erradicação de FT virulento a nível nacional na Austrália,

bem como ao nível da exploração (ALLWORTH, 2014).

4 CONCLUSÃO

O objetivo do presente estudo foi alcançado, sendo possível avaliar Foot Rot nas cinco

amostras de lesões de ovinos coletadas na propriedade localizada no Município de Paim

Filho, Norte do RS. Concluí-se então com esse estudo que o Foot Rot por ser uma

enfermidade de importância sanitária e econômica, tem que ser investigada e diagnosticada de

forma mais rápida, devido à fácil disseminação pelo rebanho.

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