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    MARINHA DO BRASIL

    DIRETORIA DE HIDROGRAFIA E NAVEGAO

    NORMAS DA AUTORIDADE MARTIMA PARA

    SERVIO DE TRFEGO DE EMBARCAES (VTS)NORMAM-26/DHN

    1 EDIO

    2009

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    NORMAM-26/DHN

    -II-

    FOLHA REGISTRO DE MODIFICAES (FRM)

    Nmero damodificao

    Expediente quea determinou e

    respectiva data

    Pgina (s)afetada (s)

    Data daintroduo

    Rubrica

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    NORMAM-26/DHN

    - III -

    NDICEPginas

    Folha de Rosto.............................................................................................................. IFolha Registros de Modificaes................................................................................ IIndice............................................................................................................................. III

    CAPTULO 1

    O SERVIO DE TRFEGO DE EMBARCAES 1-1

    0101 - VTS COMO AUXLIO NAVEGAO................................................... 1-10102 - NECESSIDADE DO SERVIO................................................................... 1-10103 - CONCEPO DO SERVIO...................................................................... 1-1

    CAPTULO 2

    IMPLANTAO DE UM VTS 2-1

    0201 - RESPONSABILIDADE DE IMPLANTAO......................................... 2-10202 - CONTROLADOR DO VTS....................................................................... 2-10203 - NVEIS DE DESEMPENHO DE UM VTS............................................... 2-20204 - PESSOAL................................................................................................... 2-2

    CAPTULO 3

    O SERVIO E A OPERAO DE UM VTS 3-1

    0301 - CATEGORIZAO DOS SERVIOS...................................................... 3-10302 - SERVIO OPERACIONAL....................................................................... 3-20303 - PLANOS DE CONTINGNCIA................................................................ 3-20304 - PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E PROCEDIMENTOS PARA

    O NAVEGANTE......................................................................................... 3-30305 - VISITAS TCNICAS................................................................................. 3-4

    CAPTULO 4

    OUTROS SERVIOS 4-1

    0601 - GUIA VTS.................................................................................................. 4-10602 - VTMIS........................................................................................................ 4-20603 - ESTAES DE MONITORIZAO DE AIS......................................... 4-3

    Anexo APROCEDIMENTOS PARA AVALIAR A NECESSIDADE DE UM VTS..............01 AVALIAO PRELIMINAR...........................................................................02 FATORES CONDICIONANTES......................................................................03 GERENCIAMENTO DE RISCO NO TRFEGO DE EMBARCAES.......04 TCNICAS DE GERENCIAMENTO DAS VIAS NAVEGVEIS.................

    A-1A-1A-2A-3A-5

    Anexo BTIPOS DE SERVIO E FUNES DE UM VTS....................................................01 TIPOS DE SERVIO DE UM VTS...................................................................02 FUNES DO VTS...........................................................................................

    B-1B-1B-2

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    NORMAM-26/DHN

    - IV -

    Anexo CIMPLANTAO E ORGANIZAO DE UM VTS................................................01 PROJETO DE IMPLANTAO........................................................................02 PLANEJAMENTO E ORGANIZAO DE UM VTS......................................

    C-1C-1C-3

    Anexo D

    REQUISITOS DE ALTO NVEL DE SISTEMAS....................................................01 NVEIS DE DESEMPENHO..............................................................................02 RADAR...............................................................................................................03 RADIOCOMUNICAES................................................................................04 AIS......................................................................................................................05 CIRCUITO FECHADO DE TV.........................................................................06 SENSORES AMBIENTAIS...............................................................................07 APRESENTAO DE DADOS........................................................................08 OUTROS REQUISITOS....................................................................................09 DOCUMENTAO DE APOIO.......................................................................

    D-1D-1D-1D-7D-9

    D-15D-16D-16D-18D-19

    Anexo EPESSOAL....................................................................................................................01 PROCESSO DE SELEO................................................................................02 QUALIFICAO...............................................................................................03 INSTITUIES DE ENSINO E TREINAMENTO...........................................04 CURSOS MODELO............................................................................................05 DOCUMENTAO DE APOIO........................................................................

    E-1E-1E-1E-3E-4E-8

    Anexo FPROCEDIMENTOS PARA O SERVIO E PARA A OPERAO DE UM VTS...01 SERVIO OPERACIONAL................................................................................02 POSIES OPERACIONAIS E VOLUME DO TRFEGO.............................03 RESPONSABILIDADE DE OPERAO..........................................................04 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS..............................................................05 PROCEDIMENTOS PARA O NAVEGANTE...................................................

    F-1F-1F-3F-5F-8

    F-12

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    CAPTULO 1

    O SERVIO DE TRFEGO DE EMBARCAES

    0101 VTS COMO AUXLIO NAVEGAO

    Servio de Trfego de Embarcaes (VTS) um auxlio eletrnico navegao, comcapacidade de prover monitorizao ativa do trfego aquavirio, cujo propsito ampliar asegurana da vida humana no mar, a segurana da navegao e a proteo ao meio ambiente nasreas em que haja intensa movimentao de embarcaes ou risco de acidente de grandes propores.

    0102 NECESSIDADE DO SERVIO

    De acordo com a Resoluo A.857(20) da OMI, Diretrizes para Servios de Trfego deEmbarcaes, um VTS um servio implementado por uma Autoridade Competente, projetado para melhorar a segurana e a eficincia do trfego de embarcaes e para proteger omeio ambiente. Tal servio deve ter a capacidade de interagir com o trfego e responder asituaes de trfego que se desenvolvam dentro da rea de VTS. No Brasil, a AutoridadeCompetente de que trata essa resoluo a Autoridade Martima, de acordo com a LeiComplementar n 97/99, art. 17, inciso II e pargrafo nico, combinado com o art. 4, inciso I,alneas b e l da Lei n 9.537/97 LESTA.

    Segundo a Recomendao V-128 da International Association of Marime Aids to Navigation and Lighthouse Authorities IALA, sobre Requisitos Operacionais e Tcnicos para oDesempenho de Equipamentos VTS, os elementos essenciais de um VTS moderno so: radar;AIS; comunicaes (VHF); TV de circuito fechado (CCTV); sensores meteorolgicos eambientais; e um sistema para gerenciamento dos dados. Como os requisitos sobre taisequipamentos podem ter alto impacto no custo de aquisio e de manuteno de um VTS, umaavaliao preliminar se faz necessria para determinar qual a opo adequada para gerenciar otrfego de embarcaes em uma determinada rea de interesse.

    A avaliao preliminar para determinar a necessidade de implantao de um VTS complementada pela anlise de fatores condicionantes e do gerenciamento de risco no trfego deembarcaes, constantes do Anexo A, o qual contm, tambm, algumas tcnicas que podem serutilizadas para o gerenciamento das vias navegveis.

    0103 CONCEPO DO SERVIO

    Em muitas vias navegveis as embarcaes operam independentemente em qualquersituao de trfego ou tempo, sem necessidade de VTS. Conhecer os tipos de servios e funesatribudas a um VTS faz parte dos procedimentos para determinar se a implantao de tal servio a medida adequada para uma determinada rea de interesse.

    De forma bsica, um VTS contribui para as seguintes tarefas:1. Salvaguarda da vida humana no mar e para a segurana da navegao pela

    identificao e monitorizao de embarcaes, pelo planejamento da movimentaode embarcaes na rea de VTS e pela divulgao de informaes e assistncia aonavegante;

    2. Aumento da eficincia do trfego martimo;3. Preveno da poluio martima e para as medidas de emergncia antipoluio; e

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    4. Proteo das comunidades e infra-estruturas contguas rea de VTS.Adicionalmente, um VTS pode prestar contribuio para o aumento da eficincia das

    atividades porturias e para apoio das atividades de segurana no setor martimo.

    Uma distino deve ser feita entre VTS dedicados ao servio porturio e VTS dedicados

    ao servio costeiro. As atribuies de um VTS de porto estaro voltadas primariamente para otrfego da rea porturia e seus acessos diretos (guas interiores e canais, de uma forma geral),ao passo que um VTS costeiro estar preocupado com o trnsito de embarcaes por umdeterminado trecho do mar territorial. Com relao aos tipos de servio, para um VTS de porto comum esperar servios de assistncia navegao ou de organizao de trfego, ao passo queum VTS costeiro usualmente contar apenas com o servio de informaes. No obstante, umaestao de VTS pode ser as duas coisas, desde que equipada para isso.

    O Anexo B prov informaes sobre os tipos de servio e as funes tradicionalmentedesempenhadas por um VTS.

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    NOR MAM-26/DHN

    CAPTULO2

    IMPLANTAO DE UMVTS

    0201 RESPONSABILIDADE DE IMPLANTAO

    No uso de suas atribuies legais, compete Autoridade Martima licenciar aimplantao e a operao de um VTS. O agente da Autoridade Martima responsvel por taisatos administrativos o Diretor de Hidrografia e Navegao (DHN).

    Um projeto de implantao de VTS pode ser desenvolvido por iniciativa da Marinha doBrasil (MB), ou de uma Autoridade Porturia ou de um Operador Porturio de Terminal de UsoPrivativo (TUP) isolado (cujo acesso no atravesse a rea de um porto organizado). Caber ao proponente a operao do VTS implantado, observado o que dispem estas normas e demaisorientaes da Autoridade Martima sobre VTS.

    So responsabilidades da Autoridade Porturia ou Operador de TUP proponente:a. Garantir que o Controlador do VTS receba os equipamentos e instalaes necessrias para cumprir suas atribuies e operar o VTS;

    b. Manter equipamentos e instalaes; ec. Fornecer ao Controlador do VTS pessoal suficiente e adequadamente qualificado para

    desempenhar as funes de Operador de VTS, levando em considerao o tipo ecategoria dos servios a serem prestados e as orientaes para capacitao de pessoalcontidas nestas normas.

    Os projetos oriundos de uma Autoridade Porturia ou de um Operador Porturio de TUPdevem ser aprovados pela Autoridade Martima, como parte do processo de implantao e deacordo com as orientaes constantes destas normas. O Anexo C estabelece os procedimentos para a elaborao e tramitao de tal pro jeto e apresenta algumas orientaes genricas para o planejamento e a organizao de um VTS.

    0202 CONTROLADOR DO VTS

    Controlador do VTS o ttulo atribudo ao responsvel pelo gerenciamento, operao emanuteno de um VTS e por tudo quanto ocorra dentro da rea de VTS relacionado com a prestao do servio. Para os Centros VTS operados pela MB, o Controlador do VTS ser oagente da Autoridade Martima responsvel pela sinalizao nutica na rea de VTS.

    Para projetos que no tenham origem na MB uma proposta de pessoa responsvel deveracompanhar o projeto de implantao. Devido s caractersticas especficas do servio e dasresponsabilidades envolvidas, a pessoa proposta para ser Controlador do VTS dever ser Oficialde Nutica, com pelo menos cinco anos de servio embarcado, ou Oficial do Corpo da Armadada Reserva da Marinha de 1 Classe, ou ex-prtico com conhecimento local. A idade limite parao exerccio da funo de Controlador VTS setenta anos. No caso do proponente ser umaAutoridade Porturia a proposta deve ser feita em documento firmado por aquela autoridade;caso seja um Operador Porturio de TUP isolado a proposta deve ser feita em documentofirmado pelor esponsvel legal pela empresa. Em qualquer caso dever ser enviado oCurriculumVitae do pretenso Controlador do VTS.

    2-1 Mod. 1

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    NOR MAM-26/DHN

    0203 REQUISITOS DE UM VTS

    Os requisitos para os equipamentos empregados em um VTS dependem, em um nvel bsico, do volume e da densidade do trfego, dos perigos navegao, do clima local, datopografia e da extenso da rea de VTS. Requisitos especficos, como os relacionados com a

    necessidade de cobertura por determinados sensores, como o radar, devem ser determinados com base em uma avaliao ampla do efeito desejado do servio, que envolva nveis de segurana aserem alcanados e as expectativas e necessidades dos usurios. Tal anlise deve ser precedidade um levantamento das condies da rea e dos locais disponveis, na busca de uma posiotecnicamente vantajosa. Esses aspectos iro ditar requisitos distintos para cada VTS instalado eiro determinar o seu desempenho final.

    No obstante, nada impede que sejam definidas condies gerais de alto nvel queorientem os requisitos essenciais para os sistemas componentes de um VTS, o que pode sermuito til na fasede im plantao. O Anexo D apresenta os Requisitos de Alto Nvel de Sistemasque devem ser consideradosna aquisio dos equipamentos e sistemas componentes de um VTS.

    0204 PESSOAL

    O carter internacional da navegao mercante cria a necessidade de se estabelecer padres profissionais para o VTS que sejam condizentes com a prtica universal, de forma a nocriar dificuldades para o navegante estrangeiro e contribuir adequadamente para a segurana danavegao. A seleo e treinamento de pessoal qualificado um requisito bsico para o corretofuncionamento do servio, uma vez que as capacitaes requeridas para o pessoal do ServioOperacional (Supervisores e Operadores de VTS VTSO) no so triviais e o seu desempenhooperacional ter reflexo direto na confiana do usurio no VTS como um todo.

    Alm disso, alguns VTS podem requerer a contratao de um agente administrativo paraauxiliar o Controlador do VTS na administrao diria e nos demais contatos de rotina. Apesarde no ser necessrioque esse agente possua as mesmas qualificaes tcnicas de um Supervisorou Operador, ele deve conhecer os princpios e prticas aplicadas no seu VTS e estarfamiliarizado com tudo que disser respeito sua categoria, sem, todavia, se envolver diretamenteem assuntos operacionais.

    O Anexo E apresenta aspectos relacionados com pessoal que envolvem o processo deseleo, a qualificao, os requisitos para os cursos e os procedimentos para o credenciamentodas instituies de ensino e treinamento dedicadas aplicao de cursos sobre VTS vlidos parao Brasil.

    2-2

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    NORMAM-26/DHN

    3-1

    CAPTULO 3

    O SERVIO E A OPERAO DE UM VTS

    0301 CATEGORIZAO DOS SERVIOS

    A categorizao de um VTS tem o propsito de indicar ao navegante, por meio de umcdigo especfico, quais os tipos de servios e a disponibilidade de horrios que uma estao deVTS opera, junto com outros dados bsicos, em um formato simples e fcil de ler (para quem familiarizado com o cdigo).

    1. DISPONIBILIDADE DO SERVIOY 24h/7d

    Cdigo numrico Significado1 24h exceto feriados2 24h dias de semana somente

    X = 24h/7d

    3 Horrio conforme horas entre parntesisUma notao comoY3(0900-1700) indica um servio dirio disponvel somente entre 09h e 17h.

    2. GERAO DA IMAGEM DO TRFEGO (a notao inicia por T)Cdigo numrico Significado

    1 Sistema de Identificao Automtico (AIS)2 Posicionamento em tempo real3 Radar

    4 Circuito Fechado de Televiso (CFTV)5 Visual6 Radiogonimetro (RDF)7 Reporte de posio por rdio VHF8 Reporte de posio por satlite9 Vigilncia por satlite

    Uma notao comoT136 indica um servio que incorpora AIS, Radar e RDF.

    3. TIPO DE SERVIOServio de Informao Indicado por INS

    Servio de Assistncia Navegao Indicado por NASServio de Organizao do Trfego Indicado por TOS

    4. DISPONIBILIDADE PARA SERVIOS ALIADOSTroca de informaes com outros VTSou Servios Aliados

    Indicado por AS

    Exemplo de cdigo:VTS/Y3(0900-1700)/T136/INS+TOS/AS descreve um VTS disponvel das 0900 s

    1700 diariamente (no fuso local); que forma sua imagem de trfego pela composio de sinais de

    AIS, de Radar e de Radiogonimetro; que opera os servios de informao e organizao detrfego; e que se comunica com outros VTS ou Servios Aliados.

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    3-2

    O cdigo foi elaborado pela IALA, a fim de estabelecer um critrio nico para aplicaointernacional. Esta proposta de sistematizao no completa, mas a criao de um sistemanacional diferente seria contraproducente para o entendimento do navegante estrangeiro. OsControladores de VTS que considerarem necessrio alterar o cdigo de categorizao devemformalizar sua proposta Diretoria de Hidrografia e Navegao (DHN), via Centro de

    Sinalizao Nutica e Reparos Almirante Moraes Rgo (CAMR) que, aps avaliao, podersugerir a modificao ao Comit de VTS da IALA. A adoo de eventual modificao estarcondicionada aprovao pelo Conselho daquela organizao, quando ento sero providenciadas as pertinentes alteraes das categorias nos Guias VTS, mundial e nacional.

    0302 SERVIO OPERACIONAL

    Aps delimitar a rea de VTS, com respectivas subreas ou setores se houver; escolher otipo de servio a ser prestado (somente INS, insero de NAS ou reclassificao para TOS); edefinir a categoria do servio, dever ser estabelecido o nmero de operadores e supervisoresnecessrios para conduzir o VTS, no que denominado de Servio Operacional.

    Todo o pessoal no Servio Operacional, em um determinado turno, conforma umaEquipe Operacional. As Equipes Operacionais so compostas por postos de servio denominadosPosies Operacionais, que podem ser de dois tipos: Supervisor e Operador de VTS (VTSO).Enquanto a funo de VTSO bsica e comum a todo e qualquer VTS, a necessidade de umSupervisor varia com a situao e com a demanda do servio de trfego. Os procedimentosoperativos a serem observados no Servio Operacional constam do Anexo F, assim comoconsideraes sobre a inter-relao entre as Posies Operacionais e o volume do trfego narea de VTS, com reflexo na quantidade de pessoal por quarto de servio.

    Em concomitncia, alm das responsabilidades do Controlador do VTS, listadas noAnexo C, os membros das Equipes Operacionais, os Instrutores deOn-the-Job-Training (OJT) e,

    eventualmente, os Agentes Administrativos de VTS possuem responsabilidades especficas, emconformidade com suas funes, que tambm esto relacionadas no Anexo F.

    0303 PLANOS DE CONTINGNCIA

    No transcorrer das operaes de um VTS podem surgir situaes crticas que requeiram procedimentos especiais para contrap-las. Apesar de no ser factvel antever toda e qualqueremergncia possvel relacionar aquelas com maior probabilidade de acontecer, ou cujaocorrncia seja particularmente danosa, e concentrar esforos sobre elas. O Controlador do VTSdeve ter em mente que uma Equipe Operacional preparada apenas para tratar do servioconvencional provavelmente ficar sobrecarregada em caso de acidentes ou diante de eventos

    inesperados.Dessa forma, um Centro VTS deve possuir planos de contingncia para lidar comocorrncias internas e externas que afetem o bom andamento do Servio Operacional. Nos planos devem constar as eventuais necessidades de alterao nos nveis de guarnecimento, com aconvocao extempornea do pessoal fora da escala de servio do dia e outros arranjos que sefizerem necessrios para a sua execuo.

    No caso de ocorrncias internas, os planos de contingncia devem prever procedimentos para:

    Falhas em sistemas; Perda de comunicaes externas e internas; Perda de funcionamento de algum sensor; Fogo ou alagamento do Centro VTS; Evacuao forada do Centro VTS;

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    Emergncias mdicas; e Incidentes de segurana.

    De uma forma geral, devem constar dos planos: Aes de atenuao; Procedimentos para aviso aos usurios; Opes de retraimento; e Registro das aes tomadas.

    Nas ocorrncias externas as situaes podem variar de eventos localizados, em condiesde serem debelados somente pelo pessoal de bordo ou no local, at eventos cujo combate econtrole dependam da ativao dos servios de emergncia civis. De qualquer forma,independente da gravidade da situao, provvel que tais planos de contingncia envolvam osservios aliados e outras organizaes afetadas. Para tanto, necessrio que seja estabelecidauma cadeia de comando, que sejam claramente definidas as fronteiras de responsabilidadeindividual e organizacional e que sejam especificados os sistemas de comunicao e alarme dededicao exclusiva.

    Mesmo assim, nenhum plano pode dar instrues detalhadas para cada contingnciaimaginada. Os planos devem servir como guias que indiquem o que, quando, como e a quemcomunicar uma ocorrncia, de forma que medidas adequadas possam ser colocadas em prticacom tempestividade e em funo da gravidade da situao. De uma forma geral, devem constardos planos:

    Procedimentos para a mobilizao dos servios de emergncia; Ativao de arranjos de apoio mtuo; Evacuao de pessoal; Procedimentos para tratamento de feridos; Avisos e alertas para o pblico; e Aes crticas ps-acidente para minimizar suas conseqncias.

    O Controlador do VTS deve considerar que uma ps-avaliao ampla do evento(debriefing ) pode contribuir para o aprendizado de todo o pessoal do VTS e para aumentar suacapacidade de lidar com situaes semelhantes no futuro.

    0304 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E PROCEDIMENTOS PARA ONAVEGANTE

    Procedimentos Operacionais, tambm denominados Procedimentos OperacionaisPadronizados (SOP deStandard Operational Procedures ), so um conjunto de instruesespecficas que regulam determinadas atividades de rotina do VTS, geralmente relacionadas comas funes dos VTSO. O propsito dos SOP uniformizar o servio como um todo, reduzir acarga de trabalho e facilitar a troca de comunicaes com os usurios.

    Da mesma forma, o correto funcionamento do VTS depende da interao entre os VTSOe os usurios e, em boa medida, da iniciativa desses ltimos em prestar informaes teis para oservio no tempo devido. Para tanto, necessrio que os usurios tenham noo da participaoque deles se espera e o qu, aonde e quando se comunicar com o Centro VTS. No obstante,excesso de comunicao pode sobrecarregar os VTSO e atrapalhar o bom andamento do servio, para o que deve haver criteriosa seleo das informaes cujo relato seja considerado relevante

    para o propsito do VTS.O Anexo F traz orientaes que devem ser observadas pelo Controlador do VTS na

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    elaborao dos Procedimentos Operacionais e dos Procedimentos para o Navegante na sua reade VTS.

    0305 VISITAS TCNICAS

    Visitas tcnicas (VISITEC) so inspees realizadas por representantes da AutoridadeMartima para verificar se o funcionamento de um VTS est em conformidade com seu propsito(ampliar a segurana da vida humana no mar, a segurana da navegao e a proteo ao meioambiente) e em conformidade com o previsto nestas normas.

    Devido ao carter de auxlio eletrnico navegao de um VTS, a Organizao Militarda MB responsvel por realizar VISITEC nesse mbito o Centro de Sinalizao NuticaAlmirante Moraes Rgo (CAMR).

    As VISITEC podem ser eventuais, por ocasio do pedido de licenciamento para operaodo Centro VTS ou como parte do processo de concesso das Autorizaes para Prestao deServio de NAS ou TOS, ou anuais, para inspecionar a rotina e o bom andamento do serviocomo um todo.

    Nas VISITEC ser inspecionado o funcionamento dos sensores (radar, AIS, CFTV eRDF), dos equipamentos de radiotelefonia e dos sistemas de gravao e reproduo de dados, por meio de exerccios prticos de localizao e identificao de embarcaes. Tambm serverificado se o Centro de VTS desempenha suas funes em conformidade com a sua categoria.

    Com relao ao pessoal, sero verificados os certificados de concluso de curso, ascadernetas registro e as cdulas de habilitao, com respectiva licena para o ServioOperacional, seja no INS, no NAS ou no TOS, dos Operadores e Supervisores. Da mesma forma,sero verificadas as qualificaes dos Instrutores de OJT. A inspeo do pessoal sercomplementada por avaliao prtica e escrita. A avaliao prtica deve ocorrer nos postosoperacionais, seja por observao do servio ordinrio de acompanhamento do trfego, seja pelaintroduo de exerccios prticos, que sero executados de forma a no interferir com asegurana da navegao.

    Ao final da VISITEC ser preparado um relatrio para conhecimento pelo DHN, comcpia para o Comandante Militar Naval da rea em que o Centro VTS estiver situado. De possedo relatrio, caso sejam constatadas irregularidades no servio, o DHN determinar as medidasde correo cabveis ou, eventualmente, revogar a Licena de Operao, nas situaes em quehouver comprometimento da segurana da navegao ou descumprimento patente doestabelecido por estas Normas.

    Cabe ao Diretor do CAMR elaborar as instrues especficas para conduo dasVISITEC e coordenar sua execuo.

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    CAPTULO 4

    OUTROS SERVIOS

    0401 GUIA VTS

    Para um VTS cumprir seu propsito de forma eficiente, preciso que as embarcaes quenaveguem dentro da rea de VTS no s conheam o servio, mas tambm o papel que devemdesempenhar dentro de um esquema de monitorizao ativa. Isso se torna particularmenteimportante para as embarcaes estrangeiras ou nacionais com pouco ou nenhum conhecimentolocal. Isto posto, necessrio divulgar as informaes que o navegante deva conhecer sobre osVTS nacionais, para que cada embarcao possa preparar-se de antemo para ingressar numarea de VTS.

    Existem duas fontes bsicas que um navegante pode recorrer para obter as informaes

    que deseja sobre um VTS: o Guia Mundial de VTS (World VTS Guide ), publicado pela IALA, pela International Association of Ports and Harbors (IAPH) e pela International Maritime Pilot Association (IMPA), que encontrado no endereo http://www.worldvtsguide.org/ da Internet; eo Guia VTS Brasil, publicado pelo CAMR, que tambm encontrado na Internet no endereohttp://www.dhn.mar.mil.br/. O navegante desprovido de computador pode obter uma cpia doGuia VTS Brasil com a Capitania dos Portos, Delegacia ou Agncia de sua localidade.

    O Guia Mundial de VTS tem abrangncia internacional e prov o navegante cominformaes claras e concisas, de forma escrita ou diagramtica, sobre aspectos operacionais enavegacionais de Centros VTS pelo mundo. O Comit de Segurana Martima (MSC), da OMI,reconhece o valor do guia e estimula a participao dos diversos pases em sua composio. Oguia tambm citado na Resoluo da OMI sobre VTS, o que reala sua importncia. Cada pas

    responsvel por remeter suas prprias informaes, que so aquelas providas s repartieshidrogrficas nacionais para incluso nas publicaes oficiais.Os dados no Guia Mundial de VTS so os mesmos daqueles encontrados no Guia VTS

    Brasil, com a diferena que o primeiro est disponvel na verso em ingls, para o usurioestrangeiro, e o segundo na verso em portugus, para o usurio nacional. No Brasil, de forma auniformizar procedimentos, cabe ao CAMR, como representante da MB junto IALA, cuidar dainsero e atualizao, no Guia Mundial de VTS, dos dados referentes a cada VTS nacional, e da publicao e atualizao do Guia VTS Brasil.

    De forma geral devem constar dos guias:

    DADOS ELEMENTARESTtulo Nome do VTS e das subreas, se houver.Categoria Cdigo especfico com tipos de servios e disponibilidade de

    horrios.Descrio Breve comentrio dos servios e para que embarcaes a

    participao voluntria ou obrigatria.rea de VTS Limites da rea e subreas ou setores (por diagrama).Centro VTS Localizao e facilidades de comunicao externa, se houver

    (telefone, FAX ou e-mail).

    Comunicaes Canais de VHF utilizados;Demais canais de comunicao, se houver;Lngua ou lnguas que podem ser empregadas; e

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    NORMAM-XX/DHN

    4-3

    0403 ESTAES DE MONITORIZAO DE AIS

    O Servio de Praticagem regulado pela NORMAM-12 e constitudo do Prtico, dalancha de Prtico e da Atalaia (Estao de Praticagem). A funo da Atalaia proverininterruptamente apoio logstico e de comunicaes para o Servio de Praticagem, inclusivecom o registro e controle dos navios que solicitaram servios de Prtico e dos navios em trnsitona Zona de Praticagem (ZP).

    Entre os requisitos de operao de uma Atalaia esto equipamentos de radiotelefonia emVHF e operadores bilnges portugus/ingls, exclusivamente para o trfego navio/terra emassuntos relativos ao Servio de Praticagem. Para esse mister, a NORMAM-12 prev que podero ser instalados outros equipamentos a critrio da associao de praticagem, ou doresponsvel pela Atalaia, para auxiliar nas tarefas dirias.

    Assim sendo, de forma a tirar proveito das informaes disponveis nos sistemas de AIS,

    em benefcio da coordenao e do controle do Servio de Praticagem, algumas Associaes dePrticos instalaram estaes base de AIS em suas Atalaias para monitorizao dos sinais de AISna ZP. Tal recurso eletrnico contribui para o mapeamento dos navios, reduz o tempo de esperae aumenta a eficincia do trfego, o que o torna bastante til.

    No obstante, as Atalaias assim equipadas no constituem um VTS e no tm autorizao para interagir com o trfego de embarcaes na ZP. Sua imagem de trfego restrita (limitadaaos sinais de AIS) e seus operadores no possuem a qualificao necessria para o servio. Paratodos os efeitos essas Atalaias atuam como estaes de monitorizao de AIS para uso exclusivodos Servios de Praticagem, sem qualquer pretenso adicional.

    As estaes base das Atalaias devem funcionar como estaes base limitadas, sematribuies com relao ao trfego de embarcaes na ZP. Isto posto, no so esperados conflitos

    entre Atalaias equipadas com estaes base e VTS que operem na mesma rea, uma vez que oservio de praticagem permanecer no seu papel de servio aliado, sem ingerncia direta nasatividades e no propsito do VTS.

    Mediante acordo prvio, o COMCONTRAM poder receber das Atalaias os dadosobtidos pela monitorizao de AIS, que podero ser transmitidos via Internet atravs de umaestrutura comum de troca de dados, conforme a disponibilidade de recursos.

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    ANEXO A

    A-1

    PROCEDIMENTOS PARA AVALIAR A NECESSIDADE DE UM VTS

    01 AVALIAO PRELIMINAR

    A avaliao preliminar deve relacionar os riscos potenciais, a infra-estruturaorganizacional, as operaes correntes e os procedimentos locais, a fim de identificar aocorrncia de problemas, atuais ou futuros, cuja soluo transcenda a capacidade dos recursosordinrios de sinalizao nutica, instalados ou no, e indique a necessidade de monitorizaoativa. Para tanto, devem ser observadas as seguintes aes:

    1. Delimitar a rea de interesse e definir seus fatores condicionantes;2. Examinar como est organizada sua sinalizao nutica e outros servios dedicados

    navegao;3. Examinar como esto dispostas as relaes das autoridades, com incluso das

    polticas, procedimentos, prioridades e aspectos da cultura local;4. Examinar os aspectos legais envolvidos, incluindo os nveis estaduais e municipais;5. Definir as vias martimas e os esquemas de trfego na rea de interesse;6. Identificar os usurios e o pblico de interesse;7. Definir o valor econmico e ambiental das vias martimas de interesse;8. Identificar o trfego martimo local;9. Levantar os dados locais relativos a acidentes, problemas de trfego ou outros eventos

    congneres;10. Considerar aspectos relativos segurana do trfego aquavirio, segurana das

    instalaes e segurana coletiva na rea de interesse; e11. Identificar eventuais riscos navegao para os quais no haja uma estrutura de

    gerenciamento ou controle ou que transcendam as capacidades instaladas.

    No caso de um VTS de porto, um futuro desenvolvimento da infra-estrutura porturia queresulte em alterao do volume e composio do trfego martimo, tal como a incluso de cargas perigosas ou acesso de navios com caractersticas especiais de operao (ex.: propulso nuclear),deve ser considerada nesta etapa. Como exemplo, a publicao Operao de GNL em reasPorturias, da Sociedade Internacional dos Operadores de Navios e Terminais de Gs(SIGTTO), oferece orientao sobre os fatores que devem ser considerados para estabelecer otamanho da zona de segurana a ser utilizada na navegao de Navios Gaseiros em canaisestreitos.

    Um VTS deve conter medidas que contribuam para reduzir conflitos entre as atividadescomerciais e demais atividades martimas em sua rea de atuao. Da mesma forma, um portodeve operar de forma eficiente para atender as necessidades de seus usurios, mas semcomprometer a segurana de suas operaes e da navegao ou o interesse de terceiros.Assim, importante considerar a presena da indstria pesqueira, das embarcaes de pescaartesanal, da navegao militar, da navegao de recreio e das atividades da indstria dedicada construo naval, que contribuem para aumentar a complexidade do trfego martimo em umadeterminada rea.

    Na busca por solues para o gerenciamento do trfego de embarcaes, as AutoridadesMartima e Porturias, alm das demais autoridades federais e locais, devem atuar de formaconjunta, uma vez que provvel que haja interseo de reas de atuao e de responsabilidade,que podem variar em funo das caractersticas do lugar. Para tanto, alm do disposto nestasnormas, cada porto ou rea de interesse deve desenvolver procedimentos prprios, ajustados ssuas especificidades e previamente aprovados pela Autoridade Martima.

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    ANEXO A

    A-2

    02 FATORES CONDICIONANTES

    Geografia de forma bsica, a geografia ir definir a qualidade para a navegao de umdado porto ou via de acesso. Baas profundas, com amplos canais naturais e acesso desimpedido,so locais favorveis para a navegao, que fornecem bom abrigo e que, geralmente, concentramgrande atividade martima, beneficiada por suas facilidades. Por esse motivo, tais locais tendema possuir esquema de trfego complexo e grande variedade de usurios, o que torna igualmentecomplexo o perfil de risco local.

    Baas com tais caractersticas, no entanto, so raras e a atividade martima ir secontentar com o que puder dispor. Dessa forma, comum a existncia de portos em rios, com barras estreitas, canais tortuosos e guas rasas, ou portos desabrigados, voltados para o oceano edependentes de quebra-mares, com eventual presena de obstculos marinhos como alto-fundos,recifes e outros perigos isolados. Tais portos possuem complexidades inerentes, que podem serampliadas por um volume de trfego intenso.

    Adicionalmente, a geografia contribuir para determinar os recursos de navegaonecessrios para o acesso aos portos e, principalmente, para a aproximao por cabotagem ouocenica. A existncia de pontos conspcuos em terra favorece o posicionamento visual ou radar,ao passo que uma costa baixa, ou distante, pode significar uma dependncia ainda maior deauxlios eletrnicos navegao, que orientem o navegante nas situaes em que seja necessrioencontrar o caminho por guas rasas, sem maiores referncias de terra.

    Hidrografia a hidrografia define o comportamento das guas e sua influncia para anavegao na rea martima de interesse. Correntes de mar intensas, assim como a correntezados rios, podem dificultar a manobra das embarcaes em guas restritas e empurrar navios parafora dos canais, com risco de encalhe. Tais correntes podem contribuir para a eroso dos canais,tanto no sentido positivo, por no permitirem o acmulo de sedimentos, quanto no sentido

    negativo, por produzirem assoreamento que, em ltima anlise, ir restringir a navegao.Grandes amplitudes de mar, alm de intensificarem as correntes de mar, tambm causamsignificativa alterao nas profundidades e, conseqentemente, nos calados permitidos, o que pode requerer maior controle dos navios que trafegam na regio afetada.

    reas com grande incidncia de ressacas podem trazer ocasionais problemas para anavegao, principalmente das embarcaes de mdio e pequeno porte, alm de eventualincremento no movimento vertical dos grandes navios, devido ao das ondas, o que teminfluncia na folga mnima sob a quilha. Da mesma forma, tambm influenciam a folga mnimasob a quilha a preciso das sondagens; os canais construdos em guas abrigadas, cuja tolernciade dragagem menor (0,3 m) que a de canais construdos em mar aberto (0,5 m); a previso deassoreamento entre duas dragagens sucessivas; bem como a natureza do fundo (tena), quedetermina uma folga adicional que varia crescentemente de fundos lodosos, para arenosos e pararochosos.

    Meteorologia a influncia dos fenmenos meteorolgicos na navegao pode sersignificativa, no caso da incidncia de ventos fortes, que podem dificultar a manobra de navioscom grande rea vlica, e da ocorrncia de fenmenos que afetem a visibilidade, comotempestades tropicais e nevoeiro. reas sujeitas a furaces devem ter especial ateno, uma vezque ventos muito fortes podem arrastar navios de seus fundeadouros e impor severas restries navegao. No caso do Brasil, a ocorrncia de tais fenmenos reduzida e necessrio cautela para no supervalorizar ou desconsiderar suas conseqncias, em funo da abordagem adotada. No obstante, um dos efeitos de maior influncia o da direo e altura das ondas, uma vez queatua no movimento vertical das embarcaes, mormente em guas desabrigadas, e ir requerer oaumento da folga mnima sob a quilha, o que pode representar menos carga a ser transportada.

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    ANEXO A

    A-3

    Navio de Projeto devido aos fatores econmicos envolvidos e s necessidades deinvestimento em instalaes do setor porturio, a geografia e a hidrografia iro exercerimportante influncia no conceito do navio de projeto para um determinado porto ou terminal,com impacto na construo e manuteno dos canais de acesso (servios de dragagem). Deforma a tirar o mximo proveito dos fretes e da capacidade de escoamento das cargas, cada vezmais os grandes navios se aproximam dos limites das vias navegveis, o que aumenta o perfil dorisco e representa uma preocupao adicional para a segurana da navegao. Dessa forma, oconceito do maior navio de projeto um fator condicionante para a largura, as deflexes e a profundidade de projeto dos canais de acesso, de forma a propiciar o p-de-piloto adequado paraa navegao na rea de interesse.

    Questes ambientais a proteo ao meio ambiente tambm um motivo substancial para a implantao de um VTS e, eventualmente, tal servio pode ser indicado para reas com baixa intensidade de trfego, mas por onde transitem cargas de alto teor poluente, caso sejanecessrio proteo adicional para questes ambientais sensveis. Existe um reconhecimentoimplcito da contribuio que um VTS pode prestar na aplicao das normas sobre meioambiente da CNUDM, alm do papel que pode desempenhar como medida protetora associada para as reas Martimas Especialmente Sensveis previstas pela OMI.

    03 GERENCIAMENTO DE RISCO NO TRFEGO DE EMBARCAES

    O gerenciamento de risco trata da anlise de eventos futuros, relacionados com umadeterminada atividade, e o impacto negativo que possam ter sobre as organizaes e pessoasenvolvidas. Fatores como inovao tecnolgica; complexidade dos sistemas; ameaas difusas,entre as quais a possibilidade de aes terroristas; e crescente envolvimento da sociedade nosassuntos relativos segurana coletiva e do meio ambiente, torna ainda mais difcil

    antecipar que nveis de risco podero ser considerados aceitveis no futuro e que estratgias e procedimentos devem ser adotados para contrap-los. Muitas vezes decises devem ser tomadasdiante de variados graus de incerteza, mas que envolvem a aplicao de recursos valiosos que, deoutro modo, poderiam ser empregados com melhores resultados alhures.

    Ao sistematizar as aes relacionadas com o gerenciamento de risco no trfego deembarcaes para um determinado porto, recomendvel a participao dos setores diretamenteenvolvidos na atividade martima local, de forma a se tentar obter informaes relevantes que, deoutro modo, poderiam passar despercebidas pelos condutores do processo. Consultas amplas nafase de planejamento aumentam a transparncia, o que contribui para reduzir ou evitar conflitose aumentar a aceitao entre os futuros usurios do VTS. A falha em se estabelecer um canalinicial adequado de comunicaes com os usurios pode afetar sua confiana no sistema e sua

    percepo dos riscos presentes.As pessoas percebem e aceitam o risco baseadas em fatores diversos, que podemconsiderar o custo das perdas com diferentes graus de importncia. De uma forma geral, eventosque possam resultar em conseqncias catastrficas, ou em que haja perda de vidas humanas,mesmo de ocorrncia remota, no so bem aceitos. Inversamente, se houver benefcios auferidosde alguma atividade, ou familiaridade com uma determinada prtica, a aceitao do risco sermaior, mesmo que a probabilidade de as coisas sarem errado seja mais elevada, uma vez que osindivduos aceitam melhor riscos que possam controlar pessoalmente, ou aos quais tenhamaderido voluntariamente. Um fator adicional que as pessoas tendem a aceitar nveis de riscomais elevados se o gerente do risco de sua confiana, o que mostra a importncia de se mantercomunicaes amplas e efetivas com os usurios para desenvolver e manter tal confiana.

    A maioria das abordagens de gerenciamento de risco ir examinar as incertezas do meio e propor estratgias para monitorar os eventos correspondentes, de forma a acompanhar com

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    ANEXO A

    A-4

    tempestividade o desenvolvimento das aes e ajustar as medidas necessrias para contrapor asocorrncias inesperadas. Uma correta avaliao de risco depende dos dados que se consiga reunire da identificao dos potenciais problemas que possam advir com o tempo. O planejamentodeve tentar ser pr-ativo, no sentido de no se limitar a corrigir ocorrncias passadas, masantecipar procedimentos que contribuam para evitar a ocorrncia de eventos novos.

    A tcnica para a identificao dos riscos combina mtodos criativos (subjetivos) eanalticos (objetivos), na tentativa de se levantar o maior nmero possvel de ameaas relevantes.Estatsticas sobre acidentes; colises, abalroamentos e quase-colises; encalhes; e falhasoperacionais (ex.: fora de leme), entre outras, podem ser importantes para a composiodo quadro de risco para uma determinada rea ou atividade, mas importante uma avaliaocriteriosa para no supervalorizar os dados disponveis. De uma forma geral, importante saberque eventos podem ocorrer, aonde e com que freqncia. Modelos matemticos podem serutilizados, como os mtodos FTA ( Fault Tree Analysis ) e ETA ( Event Tree Analysis ), ouestimativas podem ser obtidas por consulta a expertos, na tentativa de se determinar a probabilidade e a regularidade de um evento dado.

    De posse de tal quadro, estima-se o impacto das conseqncias sobre todos osenvolvidos, includo o meio ambiente, de forma a identificar a distribuio do risco e permitirmaior concentrao de esforos nas reas de alto-risco, alm de identificar e avaliar os fatoresque influenciam os nveis de risco. Sistemas bem organizados e balanceados possuem uma oumais barreiras para reduzir as conseqncias de potenciais acidentes. Assim, a probabilidade deque um dado evento ocasione uma conseqncia indesejada est relacionada com a adequao ecorreto funcionamento de tais barreiras, das quais o VTS uma delas.

    CONSEQUNCIA DO EVENTOInsignificante Mnima Grande Catastrfica

    F r e q

    e n t e

    P r o v

    v e l

    R e m o t a

    F R E Q U

    N C I A D O E V E N T O

    M u i

    t o

    r e m o t a

    Ao final, a avaliao do risco ir conduzir a uma das seguintes concluses, baseada no

    nvel de risco existente:a. O risco associado atividade aceitvel no seu nvel atual;

    Risco inaceitvel Risco aceitvel com precaues

    Risco aceitvel semrestries

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    ANEXO A

    A-5

    b. O risco associado atividade inaceitvel; ouc. O risco associado atividade aceitvel desde que medidas de segurana (barreiras)

    sejam inseridas para seu controle. No primeiro caso a atividade pode continuar sem qualquer restrio, apenas com

    monitorizao que permita identificar a alterao dos nveis de risco, caso ocorram. No segundocaso a atividade deve ser repensada e a soluo pode envolver alteraes estruturaismuito mais profundas e complexas, do que a simples instalao de barreiras para ogerenciamento do risco, que o que se espera no terceiro caso. O quadro acima combinafreqncia e conseqncia de um dado evento de forma simplificada, mas elucidativa, de forma aassociar os nveis de risco com as concluses vistas acima. As reas em cinza claro definem osnveis de risco para os quais recomendvel a instalao de VTS.

    04 TCNICAS DE GERENCIAMENTO DAS VIAS NAVEGVEIS

    Tcnicas de Gerenciamento das Vias Navegveis so medidas passivas que podemresolver isoladamente problemas menos complexos de trfego, por simples representaocartogrfica ou sob a coordenao de servios aliados, que tambm podem ser empregadas emconjuno com um VTS, no caso de ser necessrio uma monitorizao ativa. O emprego de umadeterminada tcnica vai depender das caractersticas do trfego local e dos fatorescondicionantes para a rea de interesse. As tcnicas disponveis so as seguintes:

    rea a ser Evitada rea de natureza perene em cujos limites a navegao pode ser particularmente perigosa, ou em que seja necessria extrema cautela em face dos obstculos navegao que possa conter. Definem uma rea geogrfica que deve ser evitada por toda anavegao, com exceo das embarcaes autorizadas a nela ingressar.

    rea de Fundeio Proibido so reas onde o fundeio no permitido, seja pela

    presena de construes submarinas, seja para conservao do meio ambiente marinho. Apesarde que um fundeio s deva ser realizado nos fundeadouros assinalados, pode havercircunstncias em que seja adequado assinalar uma rea particular de fundeio proibido, de formaa realar o trecho protegido inclusive para o pequeno navegador.

    rea de Precauo nos pontos especialmente sensveis para a navegao, onde possahaver inverses sbitas de correntes ou no cruzamento de uma via navegvel com um esquemade separao de trfego, por exemplo, recomendvel haver uma indicao de precauo quealerte o navegante para aquela passagem. Nota explicativa pode acompanhar a representaocartogrfica, caso se faa necessrio algum comentrio adicional sobre que precaues tomar.

    Canais e Vias Largas Balizadas nas situaes em que as vias navegveis sejamsuficientemente amplas, possvel estabelecer um canal de guas profundas inscrito em uma vialarga balizada, de forma que embarcaes de menor calado possam navegar em segurana,dentro dos limites do balizamento, deixando o canal profundo para os navios maiores.

    Domnio todo navio, como todo objeto mvel ou ser vivente, possui uma rea vitalque o envolve e cuja penetrao por outro objeto, animado ou no, pode gerar alguma reao ou processo defensivo: isto o que denominado de domnio de um navio. O domnio no deve serconsiderado apenas no plano horizontal, mas tambm no plano vertical, abaixo e sobre a gua, e pode variar de tamanho para um mesmo navio, dependendo das dimenses do canal; dadensidade do trfego; do tamanho, velocidade e outras caractersticas do navio; da natureza dacarga; e das caractersticas dos encontros ou aproximao com outras embarcaes. Cabe autoridade responsvel pelo trfego martimo em uma determinada rea estipular as dimensesdo domnio para os navios de interesse, quando tal se fizer necessrio. O conceito de domnio amplamente utilizado para se estabelecer critrios para conflito de trfego, largura das linhas detrfego, planejamento de VTS, avaliao de riscos, procedimentos operacionais e dimenses das

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    NORMAM-26/DHN

    ANEXO A

    A-6

    Zonas de Segurana.Esquemas de Separao de Trfego medida de rotearia destinada a separar fluxos de

    trfego opostos pelo estabelecimento de linhas de trfego, nas quais permitida a navegao emapenas um sentido, e separadas por zonas ou linhas de separao, cujo propsito criar umadistncia segura entre as linhas de trfego. Os critrios para se definir as dimenses e profundidades de uma linha de trfego devem ser os mesmos utilizados para a construo decanais.

    Fundeadouros a existncia de fundeadouros pr-definidos um recurso importante para a navegao, pois permite aos navios procurar abrigo seguro, em caso de mau tempo ou deavaria, ou simplesmente ter um local adequado para aguardar sua vez de adentrar um porto. Aose estabelecer reas para fundeio deve ser considerada a proteo oferecida (contra vento, mar edemais embarcaes), a profundidade, a tena e a proximidade dos canais. Fundeadourosespeciais devem ser designados para navios que transportem cargas perigosas ou que tenhamalgum outro tipo de restrio (ex.: propulso nuclear).

    Gerenciamento de janelas de trfego em vias especialmente congestionadas pode sernecessrio estabelecer prazos especficos para que um navio inicie ou complete seu trnsito em parte ou em todo o canal, de forma a no atrasar ou interromper o trfego das demaisembarcaes que acessem a mesma rea. O gerenciamento de janelas de trfego consiste, portanto, em encaixar o domnio de um determinado navio entre os domnios dos demais naviosem trnsito por um canal, para o melhor aproveitamento do tempo possvel.

    Linha recomendada para trechos de navegao em que no haja canais balizados, mashaja perigos submarinos a serem evitados, podem ser estabelecidas linhas recomendadas, quedefinem uma rota pr-estabelecida e livre de perigos, sobre a qual o navegante deve procurarmanter-se todo o tempo. Essa tcnica mais bem empregada em conjuno com auxlioseletrnicos navegao, desde que o navegante tambm disponha de recursos eletrnicos de

    navegao a bordo.Ponto de no retorno em portos com significativas amplitudes de mar pode sernecessrio identificar pontos de no retorno ou pontos de abortamento, de forma a permitirque um navio retorne para guas seguras, fundeadouro ou bero, no caso de algum imprevistoque atrase a manobra e comprometa o trnsito dentro do prazo de mar favorvel.

    Trfego em uma faixa de navegao para efeito do dimensionamento geomtrico, alargura de um canal medida entre as soleiras dos taludes laterais na profundidade de projeto docanal. A largura mnima recomendada funo da boca do maior navio de projeto e se os taludesso inclinados ou verticais. Para canais estreitos haver circunstncias em que s haver umafaixa de navegao disponvel e o fluxo do trfego ocorrer em um nico sentido por vez.

    Trfego em duas faixas de navegao para canais largos ou para embarcaes pequenas, o trfego de duplo sentido pode ser permitido, o que implica no cruzamento rotineirode embarcaes. As ultrapassagens podem estar sujeitas a aprovao prvia, caso haja algumacoordenao nesse sentido, principalmente quando estiverem envolvidos navios que transportemcargas perigosas. Restries para cruzamentos e ultrapassagens podem ser expedidas paratrechos em curva ou outras situaes especficas.

    Zonas de Segurana so zonas ao redor de um navio em que todas as demaisembarcaes se devem manter afastadas, a menos que autorizadas a ingressar. O tamanho dazona de segurana vai depender dos mesmos critrios adotados para se definir o domnio, apesarde que uma zona de segurana pode ser bem mais extensa, em funo dos riscos envolvidos.Consideraes sobre ameaas difusas, em conjuno com a periculosidade da carga, devemcompor a avaliao para se estabelecer uma zona de segurana. As medidas decorrentes podem,em caso extremo, envolver a necessidade de se desviar o trfego areo, interromper o trfegosobre pontes ou desviar ou interromper o trfego martimo em um determinado trecho da via

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    ANEXO A

    A-7

    navegvel, o que ir caracterizar uma zona de excluso.Zonas de Excluso possuem o carter temporrio e definem uma rea geogrfica

    proibida para toda a navegao, com exceo das embarcaes autorizadas a nela ingressar. Otamanho e a forma da zona variam de acordo com os riscos envolvidos, mas importante que o planejador seja bastante criterioso, de forma a propiciar alternativas para o trfego martimo. Oestabelecimento de zonas de excluso da competncia exclusiva da Autoridade Martima edeve ser limitado ao mar territorial e guas interiores.

    No mar territorial e nas guas interiores as reas a serem Evitadas e os Esquemas deSeparao de Trfego so aprovados pela Autoridade Martima. Alm do mar territorial necessrio que a adoo seja realizada pela OMI, de acordo com as orientaes contidas na publicao Ships Routeing , publicada por aquela organizao, uma vez que afetar anavegao internacional.

    A notao grfica das tcnicas descritas, para representao cartogrfica, consta da Carta12.000 Smbolos, Abreviaturas e Termos, publicada pela DHN.

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    ANEXO B

    B-1

    TIPOS DE SERVIO E FUNES DE UM VTS

    01 TIPOS DE SERVIO DE UM VTS

    So os seguintes os servios que podem ser oferecidos por um VTS:Servio de Informao (INS, de Information Service ), que prov informaes essenciais

    e tempestivas para assistir os processos de tomada de deciso a bordo. As informaes de cartergenrico so transmitidas a intervalos regulares, ou por solicitao do navegante. Informaes decarter eventual, que envolvam a segurana da navegao, so transmitidas por iniciativa dooperador de VTS, como no caso de navios que se desviem de suas rotas e se dirijam para reas potencialmente perigosas. Um Servio de Informao o mais bsico dos servios prestados porum VTS e no participa, em qualquer hiptese, da manobra das embarcaes.

    Servio de Organizao de Trfego (TOS, de Traffic Organization Service ),responsvel por zelar pela salvaguarda e pelo eficiente movimento do trfego martimo, cuida dogerenciamento operacional e do planejamento das movimentaes, de forma a evitarcongestionamentos e situaes potencialmente perigosas para a navegao. Um Servio deOrganizao de Trfego o mais elevado dos servios prestados por um VTS e particularmenterelevante em situaes onde haja grande densidade de trfego, ou quando a movimentao detransportes especiais pode afetar o trfego de outras embarcaes. Um TOS prov informaesessenciais e tempestivas para assistir os processos de tomada de deciso a bordo, por meio deorientaes ou instrues para o trfego como um todo. Um TOS tem autoridade para dirigir omovimento das embarcaes pela alterao das condies do trfego, em casos excepcionais,sendo que as circunstncias em que isso pode ocorrer devem estar definidas nos procedimentosoperacionais para cada rea VTS. A autoridade de um TOS no supera a competncia de umComandante pela segurana de seu navio.

    Servio de Assistncia Navegao (NAS, de Navigational Assistance Service ), que um servio adicional para o INS e o TOS. Um NAS prov informaes relevantes para anavegao, a pedido de uma embarcao ou quando julgado necessrio por um operador de VTS,de forma a contribuir para o processo de tomada de deciso a bordo. Este servio especialmente importante em casos de dificuldades devido a fenmenos meteorolgicos ou denavegao, por defeito ou deficincia de algum equipamento. Um NAS pode participar damanobra de forma indireta, mas no tem autoridade para interferir ou modificar as decisestomadas a bordo. importante que a embarcao envolvida seja positivamente identificada pelooperador VTS e esteja de acordo com o auxlio que lhe prestado, o que deve ficar claro na trocade comunicaes inicial. O incio e o fim do perodo em que o auxlio for prestado tambmdevem ser claramente definidos. Procedimentos operacionais precisos devem ser promulgados para cada NAS pelo Controlador do VTS.Cabe Autoridade Martima a homologao do tipo de servio que uma estao VTS pode prestar. importante ter em mente que no est dentro da concepo dos servios VTS asubstituio dos servios de praticagem em qualquer nvel. Cabe ressaltar que a ResoluoA.857(20) da OMI orienta que os detalhes de execuo da manobra devem ser deixados porconta do pessoal de bordo, e que deve haver cuidado para no interferir na responsabilidade doComandante pela segurana da navegao de seu navio ou em seu tradicional relacionamentocom os Prticos.

    de todo recomendvel que as instrues emitidas por um operador de VTS sejamorientadas para o efeito desejado da manobra, ou seja, em termos de resultado a alcanar (ex.:h um alto-fundo pela proa e guas seguras encontram-se a bombordo). Um NAS nodisseminar orientaes do tipo aes a empreender (ex.: guinar para bombordo para evitaralto-fundo pela proa), salvo em circunstncias excepcionais, quando solicitado pelo navegante ou

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    ANEXO B

    B-2

    em caso de perigo extremo, permanecendo, no entanto, a responsabilidade final da manobra acargo do navegante.

    02 FUNES DO VTS

    A eficincia de um VTS depender da confiabilidade e continuidade das comunicaes, bem como de sua capacidade de prover informaes claras e precisas. A qualidade das medidasde preveno de acidentes depender da capacidade dos sistemas de detectar uma situao de perigo iminente e de divulgar avisos tempestivos para contrap-las. O nvel das funesassociadas a cada um dos servios ir depender das particularidades locais e do volume ecaractersticas do trfego martimo de cada rea VTS.

    So as seguintes as funes associadas a cada um dos servios de VTS:No Servio de Informao Identificar e posicionar todas as embarcaes que disponham de AIS A, assim como

    todas as embarcaes de grande porte, com conhecimento da sua inteno de movimento edestino; Identificar e posicionar todas as embarcaes que disponham de AIS B, assim como

    todas as embarcaes de mdio porte, com conhecimento da sua inteno de movimento; Acompanhar o movimento das embarcaes midas, de forma a verificar possveis

    conflitos de trfego com embarcaes maiores; Divulgar alteraes temporrias nos procedimentos promulgados para a rea VTS

    (alterao de pontos de notificao, canais e freqncias de comunicao, etc.); Monitorar o desenvolvimento do trfego e emitir alerta para embarcaes em risco de

    coliso, desviadas de suas rotas, que se dirijam para onde no devem ou prximas a obstculossubmarinos;

    Prover informao para o navegante, quando solicitado ou quando julgado necessrio pelo operador de VTS, relativa posio, identidade, intenes e restries do trfego dascercanias;

    Divulgar avisos aos navegantes para a rea VTS, situao do balizamento, condiesmeteorolgicas e qualquer alterao nas vias navegveis que possa influenciar na segurana danavegao; e

    Contribuir, por requisio do Comando do Distrito Naval de sua rea, para operaesSAR no interior da rea VTS, mas sem assumir a coordenao dos esforos e sem comprometero servio de VTS.

    No Servio de Organizao de Trfego Todas as funes de um INS; Estabelecer e operar, de acordo com as condies e Procedimentos Operacionais em

    vigor, um sistema de autorizao para a movimentao de embarcaes dentro da rea VTS, oque significa necessidade de permisso prvia para ingressar na rea VTS ou para desatracar(geralmente aplicado a navios);

    Aplicar o Gerenciamento de Janelas em vias com trfego intenso; Divulgar informaes relativas restrio do trfego em um determinado trecho, por

    onde navegue algum transporte especial (ex.: navio gaseiro); e Contribuir com os Agentes Locais da Autoridade Martima para:

    o Verificar o trfego de navios que excedam as condies mnimas para navegar emsegurana em um dado canal ou via navegvel;

    o Verificar os limites de velocidade temporrios para uma determinada via

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    ANEXO B

    B-3

    navegvel;o Propor rotas temporrias ou desviar todo o trfego de rea martima especfica

    onde se desenvolva alguma ocorrncia especial;o Rever Planos de Navegao;o Avaliar possveis implicaes da carga transportada para o meio ambiente e para

    a segurana das comunidades e infra-estruturas contguas rea de VTS e adotaros procedimentos operacionais conformes; e

    o Propor Zonas de Segurana.

    No Servio de Assistncia Navegao Prover informao para o navegante, quando solicitado ou quando julgado necessrio

    pelo operador de VTS, relativas a:o Rumo e velocidade no fundo;o Rumo e velocidade adequados para cruzar um determinado trecho da via martima

    em segurana;o Posio relativa quanto a eixo de canais, pontos conspcuos da navegao, perigos navegao eway-points .

    Avaliar as condies de tempo e seu impacto na navegao e divulgar avisostempestivos de alerta para o navegante; e

    Avaliar se as dimenses e o calado de um navio que acesse determinado canal estocompatveis com as condies mnimas para navegar em segurana naquele canal e avisar aoComandante ou Prtico sobre qualquer restrio.

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    ANEXO C

    C-1

    IMPLANTAO E ORGANIZAO DE UM VTS

    01 PROJETO DE IMPLANTAO

    Devem constar do projeto de implantao:1) Proposta de nome de pessoa fsica para assumir a funo de Controlador do VTS,

    comCurriculum Vitae ;2) As delimitaes da rea VTS, que a rea formalmente declarada onde se aplica o

    servio, com indicao de subreas ou setores e dos pontos de notificao se houver;3) Altura da torre e coordenadas geogrficas do centro da torre VTS nodatum WGS-84;4) Anlise dos fatores condicionantes e de sua influncia sobre a navegao;5) Relao dos Servios Aliados na rea VTS e o papel que desempenham;6) Relao dos usurios das vias navegveis, includo nmero estimado de embarcaes

    de recreio e embarcaes de pesca com sede na rea VTS;7) Plano esquemtico do trfego nas guas interiores da rea VTS, com as principais

    rotas utilizadas pela navegao local, com indicao dos pontos de notificao e doslimites da rea VTS e de subreas ou setores se houver;

    8) Estimativa da movimentao diria de embarcaes com AIS A e AIS B, atual efutura (no caso de ampliao da capacidade porturia ou construo de novosterminais);

    9) Plano esquemtico do trfego apenas para as embarcaes com AIS A e AIS B, atuale futuro, com indicao dos pontos de notificao e dos limites da rea VTS e desubreas ou setores se houver;

    10) Horas de Pico e Movimento Mdio das Horas de Pico (MHP);11) Relao de todos os acidentes e incidentes documentados, ocorridos na rea VTS nos

    ltimos cinco anos (podem ser includos acidentes notveis, ocorridos em outrapoca);12) Cpia da avaliao de risco utilizada no processo de tomada de deciso para

    implantao de um VTS, se houver;13) Proposta de Procedimentos Operacionais de rotina e para emergncias a serem

    cumpridos pelos Operadores de VTS;14) Proposta de Procedimentos para os Navegantes na rea de VTS;15) Categorizao do servio;16) Sugesto das informaes a constar do Guia VTS; e17) Relao dos sistemas componentes com os requisitos de alto nvel adotados.

    Em concomitncia, deve ser observado, no que couber, o que dispem o captulo 1 das Normas da Autoridade Martima para Obras, Dragagens, Pesquisa e Lavra de Minerais Sob,Sobre e s Margens das guas Jurisdicionais Brasileiras (NORMAM-11), para a construo daestao do VTS propriamente dita.

    Os projetos cujas vias navegveis sejam compartilhadas por portos organizadosadministrados por diferentes Autoridades Porturias, ou entre estes e TUP isolados, ou somenteentre TUP isolados, devero ser acompanhados de cpia de memorando de entendimento entreas partes envolvidas, conforme estejam de acordo com a implantao do VTS e com o nome proposto para Controlador do VTS.

    O licenciamento de um VTS ser somente para INS. A insero de NAS oureclassificao para TOS dependem de pedido de autorizao, que s poder ser encaminhadoaps um ano do incio da operao como INS (perodo de adaptao e conhecimento das particularidades da rea).

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    ANEXO C

    C-2

    O pedido de licenciamento para implantao deve ser encaminhado por ofcio, com o projeto em anexo, para o Diretor do Centro de Sinalizao Nutica e Reparos Almirante MoraesRgo (CAMR), via agente da Autoridade Martima local (Capitania dos Portos, Delegacia ouAgncia). O CAMR analisar o projeto e emitir um parecer para apreciao pelo Grupo Tcnicode Sinalizao Nutica (GTSN), rgo assessor do DHN para assuntos dessa natureza. Apsconcordncia do GTSN o processo segue para apreciao e aprovao do DHN, que emitir arespectiva Licena de Implantao.

    A licena da Autoridade Martima para a implantao de VTS no desobriga o proponente de observar quaisquer aspectos legais pertinentes, incluindo os nveis estaduais emunicipais, que no tenham sido previamente levantados durante a avaliao inicial. daresponsabilidade do proponente a conformidade legal do processo em todos os seus estgios.

    No tempo oportuno, o proponente encaminhar um pedido de licenciamento paraoperao do Centro VTS ao CAMR, tambm por meio de ofcio via Agente Local da AutoridadeMartima. Como parte do processo de licenciamento ser agendada uma visita tcnica(VISITEC) ao Centro recm construdo por equipe indicada pelo CAMR, que examinar asinstalaes e os equipamentos e avaliar os operadores de VTS no exerccio de suas funes.Para tanto, o CAMR expedir uma Licena Provisria de Operao para o Centro operar no perodo da VISITEC, mas somente na presena dos inspetores. Concluda a VISITEC, o CAMRemitir um parecer para apreciao pelo GTSN, conforme considera o Centro VTS apto ou no para licenciamento. Aps concordncia do GTSN o processo segue para apreciao e aprovaodo DHN, que emitir a respectiva Licena de Operao, ou determinar aguardar que eventuaisdiscrepncias sejam sanadas pelo proponente.

    As autorizaes posteriores para NAS ou TOS seguem o mesmo procedimento que olicenciamento inicial e so denominadas Autorizaes para Prestao de Servio.

    Por ocasio em que for emitida a Licena de Operao ser igualmente emitido um ato de

    aprovao, pelo qual o DHN expressar sua concordncia em que o Controlador do VTS seja onome proposto pela Autoridade Porturia ou Operador de TUP.Durante a fase de implantao e licenciamento, o futuro Controlador do VTS atuar

    como ligao com o CAMR, para dirimir dvidas e acertar detalhes relativos ao processo.Compem as atribuies do Controlador do VTS as seguintes responsabilidades:1. Garantir que o VTS seja operado em conformidade com seu propsito e com estas

    normas;2. Garantir que os padres estabelecidos pela Autoridade Martima para qualificao de

    pessoal e para os equipamentos e sistemas a serem empregados no VTS sejamobservados;

    3. Garantir a escuta permanente nas freqncias de rdio designadas e que todos osservios divulgados para a rea VTS estejam disponveis nos horrios defuncionamento da estao;

    4. Garantir a harmonizao do VTS com a rede de sinalizao nutica local e demaisservios aliados;

    5. Conduzir o servio em conformidade com as Normas emanadas pelas Capitanias dosPortos, Delegacias ou Agncias da sua rea;

    6. Providenciar a divulgao em Aviso aos Navegantes das alteraes do servio narea de VTS;

    7. Observar os Avisos aos Navegantes emitidos para sua rea de VTS por outras fontes;8. Considerar, conforme apropriado, a participao da praticagem local no s como

    usurio, mas como fonte de informaes para melhoria do servio;9. Estabelecer os Procedimentos Operacionais de rotina e para emergncias a serem

    cumpridos pelos Operadores de VTS (sujeitos a prvia aprovao da Autoridade

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    ANEXO C

    C-3

    Martima);10. Estabelecer os Procedimentos para os Navegantes na rea de VTS (tambm sujeitos

    a prvia aprovao da Autoridade Martima);11. Propor insero de NAS ou reclassificao para TOS dos servios que presta em sua

    rea de VTS.A responsabilidade civil e penal derivada de um acidente que ocorra enquanto um

    navegante segue as orientaes recebidas de um VTS uma considerao importante. OControlador do VTS deve levar isso em conta tanto ao elaborar os Procedimentos Operacionais para os Operadores de VTS e Procedimentos para os Navegantes na rea de VTS, quanto ao propor insero de NAS ou reclassificao para TOS dos servios que presta em sua rea, principalmente no que diz respeito a sua avaliao da qualificao de seus Operadores. Caberessaltar que, quanto responsabilidade final pela manobra executada, esta ser sempre donavegante.

    02 PLANEJAMENTO E ORGANIZAO DE UM VTSDe forma a desempenhar suas tarefas satisfatoriamente um VTS necessita pessoal

    qualificado, instalaes apropriadas, equipamento adequado e um conjunto de procedimentosque governem tanto as operaes quanto a interao de seus elementos. As caractersticas decada rea de VTS iro determinar requisitos e procedimentos prprios, mas possvelestabelecer orientaes genricas que sirvam como base para a implantao dos servios, almdas orientaes especficas que constam destas normas.

    rea de VTS a rea formalmente declarada onde se aplica o servio. Pode ser dividida em subreas

    ou setores, mas esses devem ser limitados ao menor nmero possvel, de forma a no dificultar a

    compreenso do quadro geral do trfego por parte do operador. No caso de serem estabelecidassubreas ou setores deve haver o cuidado de no posicionar suas fronteiras em pontos focais, junes de canais, reas de manobra ou reas de precauo. Tais limites devem constar dos planos esquemticos do trfego a serem publicados no Guia VTS Brasil e divulgados no GuiaMundial de VTS (World VTS Guide ), publicado pela IALA, pela IAPH e pela IMPA. Cabe aoCAMR publicar e atualizar o Guia VTS Brasil e inserir no Guia Mundial de VTS os dadosreferentes a cada VTS nacional.

    O nmero e tipo de embarcaes que trafega em uma determinada rea, includo otrfego local, um dado significante. Uma simples contagem das embarcaes, no entanto, no suficiente para se estabelecer algum critrio. As embarcaes devem ser consideradas comrespeito a seu tamanho, capacidade de manobra, funo, distribuio espacial e carga, de forma aotimizar o servio de trfego e atender as necessidades dos diversos usurios, sem imporrestries indevidas a sua movimentao. A correta identificao desses dados pode servir de base para a determinao de uma subrea ou setor que seja particularmente ativa ou potencialmente arriscada para a navegao, includas reas de produo de petrleo e gs e deatividades militares, como exerccio de submarinos ou lanamento de foguetes.

    Apesar de no ser mandatrio, para reas de VTS que tenham projeo sobre o MarTerritorial ou alm, recomendvel estabelecer uma subrea de aproximao, alm dos limitesexteriores dos canais de acesso, que tambm cuide das embarcaes em trnsito, e uma subreado trfego interno, para cuidar das vias navegveis interiores, onde geralmente se encontram osesquemas mais complexos de trfego. Caso haja necessidade, tais subreas podem ainda sersubdivididas em setores, mas isso depender da intensidade do trfego.

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    ANEXO C

    C-4

    Servios Aliados Servios Aliados a denominao que se d aos servios existentes nas reas porturias

    relacionados com a navegao ou com a segurana da navegao e salvaguarda da vida humanano mar. So exemplos de Servios Aliados do ponto de vista do VTS: os agentes locais daAutoridade Martima (Capitanias dos Portos, Delegacias ou Agncias); a praticagem; ascompanhias de rebocadores; os agentes martimos; a POLCIA MARTIMA, exercida pelaPolcia Federal; os servios de sinalizao nutica (militares ou civis); os GrupamentosMartimos dos Corpos de Bombeiros (Salvamares); e os representantes da Autoridade Sanitrianos portos.

    Os Servios Aliados podem se beneficiar das informaes tempestivas originadas peloVTS e contribuir para o seu propsito. A cooperao do VTS com os Servios Aliados benfica para a segurana e eficincia do trfego e deve ser desenvolvida em um processocontnuo. Eventuais situaes de conflito de procedimentos ou de informaes devem serabordadas pelo Controlador do VTS junto ao outro Servio Aliado com a devida brevidade, deforma a evitar transtornos para o navegante e conter a elevao do perfil de risco para a rea deVTS. Procedimentos especficos devem ser previstos para os casos em que concordncia prviadeva existir antes de uma determinada ao ou atividade.

    Cooperao eventual com servios de emergncia, como Busca e Salvamento, combate poluio do mar e a Defesa Civil, devem estar previstos em planos de contingncia, queestipular os procedimentos de cooperao e as responsabilidades de cada parte. Nos casos emque planos de contingncia no estejam disponveis, o Controlador do VTS deve prestar todo oapoio possvel, sem comprometer suas responsabilidades com o servio do trfego.

    No nvel nacional, o Comando do Controle Naval do Trfego Martimo(COMCONTRAM), que opera o SISTRAM e distribui as informaes oriundas do PREPS, e oCentro de Hidrografia da Marinha (CHM), que o responsvel pela divulgao dos Avisos aos

    Navegantes e pelo Servio Meteorolgico Marinho, tambm desempenham papel de ServiosAliados.Embarcaes participantes So todas as embarcaes em condies de interagir com o VTS. A participao dessas

    embarcaes pode ser obrigatria ou passiva. Na participao obrigatria o navegante deveobservar os Procedimentos para os Navegantes na rea de VTS.

    Participaro, obrigatoriamente, todas as embarcaes integradas ao Sistema deInformaes sobre o Trfego Martimo (SISTRAM), demais embarcaes que disponham deAIS A e todas as embarcaes com AIS B que efetuem o transporte comercial de passageiros,includo o transporte turstico, na rea de VTS. Para rebocadores e empurradores a participao obrigatria quando em servio, para qualquer comprimento de reboque ou comboio.

    A participao passiva para as demais embarcaes com AIS B e outras embarcaesque possuam comunicao em VHF, como embarcaes de recreio e pesca, que, apesar demonitoradas pelo VTS, por meio de AIS ou radar, s eventualmente participam da troca decomunicaes com os Operadores de VTS.Na participao passiva recomendado aonavegante que adote os Procedimentos para os Navegantes na rea de VTS quando transitarnas vias navegveis utilizadas pelas embarcaes com participao obrigatria, de forma a evitarconflitos de trfego indesejveis.

    Os navios e embarcaes midas da MB, bem como navios de guerra estrangeiros, soenquadrados na participao passiva. As demais embarcaes que compem o trfego local eque no tenham condies de interagir com o VTS so denominadas de no participantes.

    AIS Originalmente, a composio da imagem de trfego de um VTS dependia dos dados

    obtidos por radar, radiogonimetro, observao visual ou informaes radiotelefnicas, com

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    ANEXO C

    C-5

    variados graus de impreciso. A introduo de AIS como sistema componente do VTS tevesubstancial impacto no desenvolvimento e apresentao da imagem de trfego no que dizrespeito identificao e acompanhamento de embarcaes, alm de simplificar a troca deinformaes com o navegante e prover informaes adicionais que auxiliam o gerenciamento dotrfego. Um AIS integrado a um VTS no s permite maior acurcia na identificao e no posicionamento das embarcaes, como tambm contribui para reduzir problemas de perda deacompanhamento (quando uma embarcao acompanhada desaparece do sistema sem razoaparente) e inverso de alvos (quando ocorre uma troca de identificao entre embarcaesque naveguem prximas).

    Todavia, a contribuio do AIS para o VTS deve ser mantida no devido contexto. Nosnovos sistemas digitalizados, a quantidade de informao oferecida pelo AIS impe treinamentoespecfico para os Operadores de VTS, mas no garante facilidade na troca de comunicaescom o navegante, uma vez que os equipamentos a bordo so usualmente limitados a MKDs( Minimum Keyboard Displays ).

    Da mesma forma, o AIS sozinho no tem capacidade de proporcionar um quadrocompleto e atualizado do trfego. importante ter em mente que, salvo regulamentao nacionalespecfica, somente as embarcaes enquadradas na Conveno SOLAS de 1974 so obrigadas a portar AIS. Assim, em guas interiores, a maior parte das embarcaes no dispor dessesistema. Em concomitncia, uma embarcao pode ter seu AIS desligado ou operandoincorretamente, o que torna inadequado para um VTS contar apenas com sensores desse tipo,com a possvel exceo de casos onde se deseja apenas monitorar o trfego costeiro (somentetrnsito de navios) ou fluvial, onde a sinuosidade dos rios pode comprometer significativamentea eficcia de um radar. De qualquer forma, se o objetivo obter uma imagem completa dotrfego, necessrio integrar o AIS em um sistema que receba dados de outras fontes.

    Em algumas circunstncias os dados provenientes do AIS como posio, rumo e

    velocidade de uma embarcao podem ser redundantes ou conflitantes com os dados obtidos por outros sensores. Ao se avaliar o grau de confiana em uma determinada informao, importante considerar o nvel de validao que pode ser obtido de cada fonte, de forma que ainformao final apresentada para o Operador de VTS seja a mais apurada possvel. Nesses casoso sistema deve conter dispositivos que permitam analisar e selecionar os dados de maior valor para a gerao da imagem do trfego, o que deve compor um requisito na seleo dos sistemascomerciais de VTS disponveis para aquisio.

    Comunicaes e pontos de notificao importante ter em mente que as comunicaes por rdio so parte essencial da

    monitorizao ativa e tm o potencial de consumir valioso tempo e ateno de um Operador deVTS. Apesar de os sistemas eletrnicos permitirem grande parte de automao na troca deinformaes, principalmente quando se dispe de AIS como parte componente do VTS, ocontato radiotelefnico o meio pelo qual se estabelece o vnculo direto entre o navegante e oOperador de VTS. Ademais, a radiotelefonia o meio mais expedito de divulgar informaesque requeiram conhecimento e providncias imediatas por parte do navegante.

    Assim sendo, de forma a contribuir para a eficincia do servio e para o gerenciamentodo trfego por parte dos Operadores de VTS, podem ser estabelecidos pontos de notificaoespecficos, nos quais uma embarcao participante deva reportar informao relevante para otrfego, como entrada ou sada de uma subrea ou setor ou da rea de VTS propriamente dita;aproximao de rea de Precauo; ingresso ou sada de canal; recebimento de prtico; etc. OsProcedimentos para os Navegantes na rea de VTS estipularo que informaes devem ser prestadas em que circunstncias.

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    ANEXO C

    C-6

    Os pontos de notificao contribuem para a organizao das comunicaes porestabelecerem uma ordem para as chamadas de rotina, o que permite otimizar o tempo doOperador de VTS e aumentar o nmero de embarcaes monitoradas em um dado instante.

    Logstica Um planejamento bem elaborado ir determinar requisitos funcionais adequados, que no

    incorram em gastos desnecessrios de implantao e operao. O correto dimensionamento entreo desempenho e o custo, desde a aquisio at a baixa do servio de um equipamento ou sistema,deve considerar o apoio logstico em todas as fases do projeto. Quando se faz um estudo do custode um equipamento ou sistema, estendido a todo seu perodo de vida, o apoio logsticousualmente representa o maior item desse custo. A utilizao de tecnologias disponveis etestadas contribui para os trs grandes atributos do apoio logstico: oportunidade, pela relaocusto/benefcio, uma vez que os custos de desenvolvimento j foram amortizados; amplitude, porser maior a probabilidade de que tal tecnologia permanea disponvel por todo o ciclo operativodo equipamento ou sistema; e integrao, pela facilidade de se poder contar com peas dereposio a qualquer tempo. Isto no s contribuir para manter elevados os nveis dedisponibilidade e confiabilidade, mas tambm para aumentar a vida mdia operativa e facilitar aincorporao de melhorias e modernizaes.

    Tecnologias testadas tambm permitem melhor avaliar o Tempo Mdio entre Falhas(MTBF de Mean Time Between Failures ) e o Tempo Mdio de Paralisao para Manuteno(MDT de Maintenance Downtime ), o que pode constituir um critrio de seleo.

    Instalaes Um elemento essencial para as instalaes um sistema de energia eltrica de

    emergncia, que permita a continuidade das operaes em caso de queda do fornecimento daenergia eltrica comercial e contribua para manter elevados os nveis de disponibilidade econfiabilidade.

    Outro aspecto importante a ter em mente que a torre da estao VTS tambm um posto de observao e, como tal, deve possuir a melhor visada possvel para a sua rea decompetncia. Provavelmente no ser possvel para uma nica torre cobrir visualmente toda area de VTS, mas deve haver algum contato visual, principalmente com os pontos consideradosmais sensveis. Nesse sentido, aspectos ergonmicos devem ser levados em considerao naelaborao do projeto da torre, tais como a incidncia da luz solar no deve ofuscar ou dificultara visualizao das telas do sistema; e para estaes que operem no horrio noturno deve haveriluminao encarnada para a torre, de forma a contribuir para facilitar a viso externa.

    Por outro lado, necessrio prover as instalaes de medidas de segurana parasalvaguardar seu pessoal e seus equipamentos. Especial considerao deve ser dada ao local deconstruo da estao e do posicionamento de seus sensores. Uma estao de VTS podeconstituir um alvo potencialmente vantajoso para ameaas difusas, como aes terroristas ouroubo puro e simples, e nem sempre a melhor posio geogrfica a que oferecer melhorescondies de segurana. Da mesma forma, a instalao de sensores remotos, sem guarda direta, pode exp-los ao de vndalos se no forem tomadas medidas cautelares adequadas.

    A escolha do local de construo da estao tambm deve levar em considerao afacilidade de acesso, que ir contribuir para a facilidade logstica e, de forma indireta, para asegurana do pessoal. Acessos que atravessem reas particularmente perigosas, com elevadondice de criminalidade, podem causar transtornos diversos, principalmente no caso de sernecessria a rendio de servio noturno ou o acesso de uma equipe de manuteno a qualquerhora. Localizao distante e vias inadequadamente pavimentadas tambm podem representarcusto adicional para o esforo logstico.

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    ANEXO D

    D-1

    REQUISITOS DE ALTO NVEL DE SISTEMAS

    01 NVEIS DE DESEMPENHO

    O conjunto dos requisitos necessrios para cada sistema pode ter alto impacto no custo deaquisio e de manuteno de um VTS, com o que a IALA divide as recomendaes dedesempenho em trs nveis, que tambm devem ser considerados no planejamento inicial:

    Bsico aplicvel ao INS, com possibilidade de incluir o NAS;Padro aplicvel ao INS, NAS e TOS para reas com densidade de trfego mdio e

    sem grandes riscos navegao; eAvanado aplicvel a reas de VTS com elevada densidade de trfego ou com grandes

    riscos especficos para a navegao ou para o meio ambiente.Cabe ao Controlador do VTS definir os nveis que sero utilizados em sua rea. No caso

    de haver subreas, possvel usar nveis diferentes para cada uma, mas tal opo vai depender deavaliao operacional especfica comparada com os custos e benefcios envolvidos.

    02 RADAR

    A cobertura radar para um VTS depende daquilo que se espera do servio e pode variarentre:

    Nula, somente com AIS, sistemas de comunicao e demais sistemas de apoio; Parcial, com alguns setores cegos previstos; Total com apenas um radar, sem setores cegos; e Total com mais de um radar, para reas de VTS grandes ou onde um radar apenas seja

    inadequado.A cobertura nula limita bastante o servio, uma vez que o radar o sensor ativo mais

    importante de um VTS e, sem ele, no ser possvel gerar uma imagem de trfegoabrangente. A ausncia de radar pode ser justificada para casos particulares como, por exemplo,em uma via fluvial, onde o benefcio e o alcance do radar poderiam ser limitados pelo traado dorio. Nesse caso, contudo, recomenda-se adotar a observao visual a partir da torre do CentroVTS (servio de vigia ou CFTV), como complemento aos sistemas de comunicao (localizaoe identificao dos alvos).

    O Sistema Radar de um VTS deve contribuir para a gerao da imagem do trfego pormeio das seguintes funes, de acordo com seu nvel de desempenho:

    Parmetros/Capacidades Bsico Padro AvanadoPreviso de derrota XPMA (ponto de maior aproximao) X X XTempo para o PMA X X XGuarda de fundeadouro XVetores para as embarcaes X X XRumo, velocidade e identidade/sinttico X X XAlertas de coliso/abalroamento X X X

    Tab. 1: requisitos de funes Radar para a gerao da imagem do trfego.

    Em princpio os radares de VTS funcionam como radares tpicos de navios, mas quedevem operar simultaneamente para curtas e longas distncias, de preferncia sem necessidadede ajustes pelo VTSO. Fenmenos relacionados com as condies do tempo, como mar

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    ANEXO D

    D-2

    encrespado ( sea clutter ) e formao de dutos (especialmente para antenas baixas), iroinfluenciar mais os radares baseados em terra que os radares de navios.

    Bandas Tipicamente um radar de VTS utiliza as freqncias das bandas S e X, mas freqncias

    mais altas da banda-Ku tambm podem ser encontradas. Os efeitos operacionais maissignificativos das diferentes freqncias so:

    Para um dado tamanho de antena a resoluo de azimute crescer com as maioresfreqncias;

    O ganho da antena e, por conseqncia, a sensibilidade geral do sistema aumenta comas maiores freqncias para um mesmo tamanho de antena, apesar de que as perdassistmicas tambm aumentam e podem se tornar crticas em freqncias muito altas,como na banda-Ku;

    A seo reta radar (SRR) geralmente aumenta com a freqncia; e

    Distrbios relativos chuva tambm aumentam com a freqncia.A chuva pode reduzir o alcance de deteco em at 25%. Nos radares modernos a banda X apresenta a melhor soluo de compromisso entre

    capacidade de deteco, reduo das interferncias de tempo ruim e custo. A banda S, que penetra melhor a chuva forte, indicada para reas onde o ndice de precipitao pluviomtricaseja maior que 25 mm/h.

    Ganho da antena O ganho da antena, que um fator importante para determinar o alcance radar,

    geralmente determinado pela freqncia de operao e pela largura horizontal e vertical dosfeixes da antena. Estreitar a largura dos feixes, especialmente a do feixe horizontal, resultar nareduo do volume de espalhamento (clutter ) o que melhora o desempenho em condies de

    chuva. Em compensao a largura do feixe horizontal o parmetro lder na resoluo deazimute, enquanto que a largura do feixe vertical o parmetro lder para a cobertura a curtadistncia.

    Larguras de pulso Larguras de pulso curtas podem oferecer uma boa soluo de compromisso, uma vez que

    propiciam melhor resoluo em distncia, reduo nos retornos de chuva e espalhamento emelhor desempenho geral. O uso de pulsos relativamente curtos, da ordem de 50 a 300 nanosegundos, usualmente benfico para aplicaes de VTS.

    Receptor Com referncia recepo do sinal, a sensibilidade do receptor, comumente expressa

    pelo fator de rudo, um dos principais fatores relacionados com a deteco de pequenos alvos distncia, em tempo bom. A melhor maneira de expressar a sensibilidade do receptor por meiodo Mnimo Sinal Detectado (MDS de Minimum Detectable Signal ). Nas aplicaes de VTS ovalor tpico de MDS na recepo est entre -90 e -105 dBm, mas pode chegar at -115 dBm nocaso de haver requisitos de segurana envolvidos (necessidade de localizar pequenasembarcaes dedicadas a atividades ilcitas). No entanto, alvos muito grandes a distncias muitocurtas no estaro completamente dentro do feixe, o que limita a recepo para cerca de +10dBm nos casos tpicos. Conseqentemente, as caractersticas dinmicas em distncia necessrias para um radar de VTS estaro tipicamente entre 100 e 125 dB.

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    NORMAM-26/DHN

    ANEXO D

    D-4

    mais importantes relacionadas com a deteco de um alvo so sua altura sobre o nvel do mar(SNM), sua SRR e as flutuaes na SRR. Formalmente, a SRR def