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boletim imprimivel | assinatura de graccedila | Nuacutemeros anteriores disponiacutevel em Francecircs Espanhol e Inglecircs
MOVIMENTO MUNDIAL PELAS FLORESTAS TROPICAIS
Nuacutemero 173 - Decembro 2011
Solicitamos sua colaboraccedilatildeo para avaliar o Boletim do WRM Convidamos vocecircs para
responder agrave enquete em httpswwwsurveymonkeycomsBoletimWRM
O TEMA CENTRAL DESTE BOLETIM DIREITOS HUMANOS
O dia 10 de dezembro eacute comemorada a adoccedilatildeo e a proclamaccedilatildeo em 1948 da DeclaraccedilatildeoUniversal dos Direitos Humanos
Contudo em muitos paiacuteses muitas pessoas ainda sofrem violaccedilotildees dos direitos humanos e
estatildeo lutando para defender suas terras aacutegua florestas meios de vida e cultura do avanccedilocontraacuterias agrave invasatildeo e apropriaccedilatildeo de terras por parte das corporaccedilotildees
A histoacuteria da luta pelos direito humanos ainda estaacute se escrevendo
NOSSA OPINIAtildeO
O Ano Internacional de Florestas se encerra o que celebrar
DEREITOS HUMANOS
A Marcha Mundial das Mulheres fortalecendo a luta
Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de TerrasDesde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia e deHonduras
Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
POVOS EM ACcedilAtildeO
Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees de monoculturas de
aacutervores em MoccedilambiqueDesgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
NOSSA OPINIAtildeO
- O Ano Internacional de Florestas se encerra o que celebrar
A Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) declarou o ano de 2011 como o AnoInternacional das Florestas Uma vez que este ano se encerra eacute bom fazer um
breve balanccedilo
O lema deste Ano Internacional eacute acute celebrando florestas para as pessoas acute Em
janeiro escrevemos neste boletim seraacute que os povos da floresta tecircm motivo para
acutecelebraracute Seraacute que neste ano houve avanccedilos no combate agraves causas diretas de
desmatamento como a extraccedilatildeo de madeira e o avanccedilo do agronegoacutecio O que
dizer das causas chamadas indiretas ou subjacentes ou seja aquelas que estatildeo
por traacutes da destruiccedilatildeo florestal como uma economia movida por lucros e
especulaccedilatildeo financeira e um consumo excessivo que beneficia apenas uma minoria
da humanidade
REDD+
O que dominou novamente a agenda de florestas foi o debate sobre o mecanismoREDD+ (1) As tentativas de avanccedilar com a implantaccedilatildeo do REDD+ movimentaram
bancos consultores empresas governos e ateacute mesmo muitas ONGs Bilhotildees dedoacutelares jaacute foram gastos neste processo algo que foi denunciado por um grupo de
organizaccedilotildees indiacutegenas entre outras (2) Satildeo recursos que poderiam ser utilizadospara incentivar e multiplicar as experiecircncias positivas de conservaccedilatildeo das florestas
e respeito aos direitos humanos ao redor do mundo natildeo ligados ao mecanismoREDD
Chama a atenccedilatildeo a ldquocegueirardquo daqueles que mais insistem em promover o REDD+
como o Banco Mundial e empresas de consultoria Natildeo parecem enxergar aevidecircncia de violaccedilotildees de direitos humanos que estatildeo ocorrendo em aacutereas ondeprojetos pilotos de REDD+ estatildeo sendo implantados (3) Tampouco enxergam as
crescentes anaacutelises de que o REDD+ natildeo vai funcionar devido a seacuterios obstaacuteculosprincipalmente enquanto mecanismo de mercado (4) Os problemas detectados
culminaram numa proposta lanccedilada em Durban durante a COP17 por organizaccedilotildeesindiacutegenas de declarar um moratoacuterio ao REDD (veja artigo neste boletim)
Enquanto o Brasil busca se apresentar como protetor da maior floresta tropical do
mundo um grupo de parlamentares desse mesmo paiacutes ligados ao agronegoacuteciobuscou modificar neste ano o Coacutedigo Florestal do paiacutes Esse fato abriu caminho
para um desmatamento legal de milhotildees de hectares para beneficiar sobretudo oagronegoacutecio enquanto a recuperaccedilatildeo estaacute sendo pensada atraveacutes de projetos
REDD+ e o pagamento por serviccedilos ambientais temas para os quais legislaccedilotildeesespeciacuteficas estatildeo sendo elaboradas rapidamente A aposta na ldquoeconomia verderdquobaseada na mercantilizaccedilatildeo e controle sobre a natureza e o territoacuterio tende a
provocar um retrocesso nos direitos legalmente garantidos das populaccedilotildeesindiacutegenas e tradicionais no Brasil
O agravamento da poluiccedilatildeo global consequecircncia desse modelo prorroga e
intensifica tambeacutem a poluiccedilatildeo das grandes corporaccedilotildees transnacionais no Norte oque significa mais impactos para populaccedilotildees indiacutegenas e outras que vivem ao redor
dessas induacutestrias e suas aacutereas de extraccedilatildeo intensificando o racismo e outrasinjusticcedilas ambientais e sociais
No Sul tambeacutem significa a meacutedio-longo prazo impactos negativos para todas asflorestas tropicais fazendo do REDD+um processo contra-produtivo mesmo para
aqueles que pensam que a acutefloresta em peacuteacute e um certo controle sobre ela garantiraacuteseu futuro Faltam propostas estruturais para atacar causas diretas e indiretas do
desmatamento Mas essas propostas continuam sendo consideradas pelosgovernos e seus interlocutores muito acuteradicaisacute ou seja acutenatildeo dialogamacute Mas sem
essas propostasacuteradicaisacute o clima tende a sofrer um aumento de temperatura decerca de 4 graus em pouco tempo (5) Isso sim significa uma mudanccedila realmente
radical na vida de centenas de milhotildees de pessoas ao redor do mundo sobretudodas mulheres mais vulneraacuteveis agraves mudanccedilas climaacuteticas
A definiccedilatildeo de florestas
Um outro fator incentivador de desmatamento eacute sem duacutevida a definiccedilatildeo de
florestas da FAO (6) chamando monoculturas de aacutervores de florestas O WRMrealizou uma mini-campanha intensa sobre o tema neste ano elaborandoferramentas e entregando uma carta ao FAO em setembro apelando que a
organizaccedilatildeo inicie urgentemente um processo de revisatildeo desta definiccedilatildeo comparticipaccedilatildeo efetiva dos povos da floresta
Pode ser que a luta contra a definiccedilatildeo atual de floresta teve algum eco durante a
COP17 na recomendaccedilatildeo feita pela SBSTA (7) o oacutergatildeo assessor da Conferecircnciadas Partes no marco do debate sobre REDD A SBSTA sugere que cada paiacutes
possa fazer sua definiccedilatildeo de floresta diferente de uma definiccedilatildeo uacutenica por parte daUNFCCC Se por um lado isso abre espaccedilo para lutar no acircmbito de cada paiacutes por
definiccedilotildees que excluam monoculturas de aacutervores e que considerem melhor arealidade florestal local por outro lado essa decisatildeo abre tambeacutem a brecha para
definiccedilotildees que promovam ainda mais o avanccedilo das monoculturas A uacuteltima opccedilatildeo eacutea mais provaacutevel devido ao grande poder de lobby das empresas do setor einstituiccedilotildees financeiras que incentivam as plantaccedilotildees de aacutervores junto aos governos
nacionais cujos representantes costumam ter suas campanhas eleitorais financiados
pelas empresas de plantaccedilotildees e dos quais as empresas consigam obter como sefosse numa lsquotroca as terras as vantagens e incentivos Sem uma definiccedilatildeo e
referecircncia clara internacionalmente a porta estaacute aberta para definiccedilotildees que atendam
ainda mais aos interesses corporativos
O desinteresse em abordar as causas subjacentes de desmatamento fica ainda
mais evidente se consideramos o avanccedilo nos planos das falsas soluccedilotildees para a
crise do clima por exemplo a utilizaccedilatildeo de agrocombustiacuteveis em especial a
biomassa de madeira para gerar energia na Europa e plantaccedilotildees de carbononuma tentativa de manter o atual sistema insustentaacutevel de produccedilatildeo e consumo
lanccedilando matildeo novamente dos sistemas de certificaccedilatildeo como FSC para as
monoculturas de eucalipto e pinus e RSPO para as plantaccedilotildees de palma paraproduccedilatildeo do azeite de dendecirc Ambas natildeo evitam graves violaccedilotildees de direitos
humanos como mostra por exemplo o artigo de Indoneacutesia neste boletim
Governos preferem atender a interesses corporativos e banqueiros do que se
preocupar com o bem estar e futuro das pessoas e do meio ambiente inclusive doclima Buscam enfrentar a crise econocircmica nos mesmos moldes como sempre sem
se preocupar em impor limites agrave exploraccedilatildeo da natureza ou reduzir emissotildees de
gases de estufa por parte dos grandes poluidores
A resistecircncia
Teriacuteamos pouco a celebrar se natildeo tivessem ocorrido profundos questionamentosneste ano sobre a acutelavagem verdeacute praticada pelos selos verdes como o FSC nos
paiacuteses do Norte (8) esobretudo se natildeo fosse a resistecircncia dos povos das florestas
e de outros biomas que tecircm lutado em muitos paiacuteses do Sul contra o
desmatamento e resistido em aacutereas onde os governos incentivaram o plantio demonoculturas de aacutervores e praticaram outras formas de usurpaccedilatildeo de terras
Fica cada vez mais evidente que eacute necessaacuterio reconhecer os direitos dessaspopulaccedilotildees senatildeo perpetuaraacute a violaccedilatildeo desses direitos e a criminalizaccedilatildeo das
pessoas apenas por estar lutando por seus direitos algo que ocorre em muitos
paiacuteses desde o Chile nas aacutereas de monoculturas de pinus ateacute na Indoneacutesia em
torno das plantaccedilotildees de eucalipto e da palma africana Respeitar os direitos dospovos que habitam e dependem de florestas e outros biomas eacute a melhor forma
para conservar as florestas para reduzir o impacto das mudanccedilas climaacuteticas e para
promover a seguranccedila e soberania alimentar
Para avanccedilar nesse caminho acreditamos que uma tarefa fundamental eacute incentivar e
articular os mais diversos processos de resistecircncia desde a luta pela conservaccedilatildeo
das florestas ateacute a luta contra o sistema financeiro internacional criando laccedilos de
solidariedade entre os povos do Sul e tambeacutem com os povos do Norte eaumentando assim a pressatildeo sobre empresas e governantes
Eacute importante que a voz dos diferentes povos contraacuteria agrave privatizaccedilatildeo e agraveapropriaccedilatildeo das terras e da natureza e em favor dos seus direitos humanos
baacutesicos ecoa de forma mais forte e articulada nos proacuteximos grandes eventos
como o Rio+20 (veja a chamada do Rio+20 neste boletim) Reforccedilamos tambeacutem o
importante chamado global da Via Campesina lanccedilado no mecircs passado em MaliAacutefrica contraacuterio ao processo de concentraccedilatildeo de terras (veja tambeacutem artigo sobre
usurpaccedilatildeo de terras neste boletim)
1 - Reduccedilatildeo de Emissotildees provenientes do Desmatamento e Degradaccedilatildeo florestal
2 - wwwwrmorguysubjectsREDDhtml
3 - Um exemplo dentre outroseacute o estudo de caso de um projeto de ConservaccedilatildeoInternacional e Walt Disney em Congo realizado pelo WRM neste ano
httpwwwwrmorguysubjectsREDDDRC_REDD_enpdf
4 - httpwwwfernorgcarbonmarketswillnotdeliver5 - httpoutrapoliticawordpresscom20111117a-un-ano-de-cancun-y-dias-de-
durban-mas-de-4o-c
6 - FAO = Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas paraAlimentaccedilatildeo e Agricultura
7 - httpwwwredd-monitororgwordpresswp-contentuploads201112l25a01pdf 8 - como foi o caso com o FSC na Beacutelgica a partir do caso da Veracel Celulose no
Brasil (veja httpwwwduurzaamoppapierbe)
inigravecio
DEREITOS HUMANOS
- A Marcha Mundial das Mulheres fortalecendo a luta
Para o WRM a luta das mulheres eacute uma luta pela liberdade e a justiccedila social Trata-
se essencialmente de um pedido por mudanccedilas nas estruturas sociais quecolocaram as mulheres em uma posiccedilatildeo desigual e subordinada Assim a luta por
justiccedila de gecircnero se torna uma luta social contra o capitalismo dominante e o
sistema patriarcal que trata as mulheres e a natureza por igual violentando os
corpos das mulheres e vivendo para controlaacute-las e violentando tambeacutem os benscomuns como aacutegua terra soberania e ateacute a cultura em seu insaciaacutevel procura por
lucro e apropriaccedilatildeo
A Marcha Mundial de Mulheres (MMM) eacute um dos atores dentro dos movimentos quelutam por justice de gecircnero Eacute um movimento de mulheres de vaacuterios contextos e
filiaccedilotildees que estatildeo organizadas em grupos de base e organizaccedilotildees que lutam pela
eliminaccedilatildeo das causas da pobreza entre e violecircncia contra as mulheres causas queidentificam como inerentes ao sistema atual capitalista e patriarcal
As accedilotildees dos grupos que constituem o MMM giram em torno da agenda feminista e
das exigecircncias de outros movimentos sociais Assim o MMM tornou-se integradoagraves lutas contra a militarizaccedilatildeo ao mercado livre ou agraves falsas soluccedilotildees para a
mudanccedila climaacutetica e a crise sistecircmica
De 21 a 25 de novembro de 2011 sob o slogan ldquoMulheres em Marcha fortalecendoa accedilatildeo coletiva mudando o mundordquo 80 mulheres provenientes de 34 paiacuteses
incluindo delegados trabalhadores e convidados de movimentos aliados reuniram-
se para o 8ordm Encontro Internacional da MMM que foi celebrado na cidade de
Quezon Filipinas a fim de analisar a situaccedilatildeo atual e discutir estrateacutegias
O texto para ser debatido que foi preparado pelo Comitecirc Internacional da MMM para
o 8ordm Encontro Internacional transmite a ideia de que a luta pela integridade das
mulheres eacute uma luta por justiccedila social e direitos humanos Reflete que ldquoa crisefinanceira os iacutendices de desemprego e endividamento nos paiacuteses do Norte abriram
espaccedilo para o questionamento do atual modelo e do discurso neoliberal e para um
aumento das mobilizaccedilotildees sociais As mesmas lsquosoluccedilotildees neoliberais se impotildeemdesde cortes nos gastos puacuteblicos e ataque aos direitos das mulheres trabalhadoras
e a manutenccedilatildeo da taxa de lucro das empresas incluindo negoacutecios financeiros e
despesas militares A pressatildeo eacute crescente nos lsquoativos reais tais como terras e
bens imobiliaacuterios resultando na apropriaccedilatildeo de terras camponesas indiacutegenas etradicionais e no adiamento da reforma urbana
A respeito do papel da mulher o documento analisa como ldquoo trabalho feito pelas
mulheres em suas muacuteltiplas formas estaacute no centro da organizaccedilatildeo econocircmica e demercado de nossas sociedades no sistema capitalista racista e patriarcal As
mulheres satildeo principalmente responsaacuteveis pelo cuidado do lar em suas
comunidades ou no setor de serviccedilos assim reproduzindo o modelo quehistoricamente lhes foi designado pela sociedade capitalista e patriarcal As
mulheres tecircm maior presenccedila que os homens nos tipos de trabalho que sustentam
comunidades inteiras tais como a produccedilatildeo camponesa e agriacutecola a pesca
artesanal ou a manufatura em pequena escala Tambeacutem satildeo mais ativas naproduccedilatildeo econocircmica e setores que dependem de matildeo de obra intensiva dentro do
mercado contemporacircneo globalizado tais como as induacutestrias da confecccedilatildeo de
roupa e de calccedilado e a agro-exportaccedilatildeordquo
A divisatildeo sexual do trabalho atribui o trabalho produtivo (produccedilatildeo de mercadorias)
aos homens e o trabalho reprodutivo (cuidado de pessoas) agraves mulheres
estabelecendo uma hierarquia na qual o primeiro eacute mais importante que o uacuteltimo Odocumento salienta como o modelo neoliberal capitalista submete o trabalho de
cuidado os relacionamentos humanos e a organizaccedilatildeo do trabalho e do consumo
agraves regras do mercado com o objetivo de aumentar o lucro atraveacutes da eficiecircncia e
eficaacutecia com a atual fase neoliberal do capitalismo Isto eacute particularmente evidente
na privatizaccedilatildeo dos bens comuns tais como os serviccedilos puacuteblicos de sauacutede de
educaccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo de aacutegua Diante do enfraquecimento preacute- planejado e anatildeo existecircncia de serviccedilos puacuteblicos e de cuidados comunitaacuterios (para crianccedilas
doentes ou idosos etc) as mulheres assumem estes trabalhos de longas horas
sem remuneraccedilatildeo realizando tarefas historicamente invisiacuteveisrdquo No debate sobre a
crise as mulheres permanecem invisiacuteveis ldquosalienta- se o desempregos dos
homens enquanto se ignora o fato de as mulheres soacute manterem seus empregos
porque a sua inserccedilatildeo no mercado de trabalho foi sempre baseada em menos
direitos e salaacuterios menoresrdquo
A violecircncia eacute uma ferramenta agregada para o controle das mulheres e o
documento refere ao asseacutedio sexual usado pelos homens para controlar o trabalho
das mulheres nas faacutebricas (sweatshops) bem como a violecircncia sexual para punir as
mulheres que exigem seus direitos e para espalhar o terror Tal violecircncia aumentou
com a militarizaccedilatildeo cada vez maior em todos os continentes como uma forma de
fortalecer o controle sobre os territoacuterios (abrangendo aacutegua terras agriacutecolasrecursos minerais e biodiversidade) o que incluiu estupros e perseguiccedilatildeo contra
mulheres envolvidas em movimentos sociais
Quanto agrave crise ambiental o documento do Comitecirc Internacional da MMM salienta
como o comeacutercio eacute apresentado como uma soluccedilatildeo o lsquodireito a poluir
transformado em creacuteditos de carbono que seratildeo negociados no mercado de
valores O mecanismo REDD (Reduccedilatildeo de Emissotildees do Desflorestamento e da
Degradaccedilatildeo Florestal) tambeacutem foi considerado pelo documento que conclui que osprojetos REDD aumentam o poder dos governos das empresas privadas e de
algumas grandes ONGs jaacute que necessariamente toma o controle das florestas
descartando e excluindo os povos originais que laacute tecircm morado durante geraccedilotildees
O MMM pede que as mulheres fortaleccedilam a accedilatildeo poliacutetica a fim de reclamar natildeo
apenas os territoacuterios das mulheres- seus corpos e suas terras- mas tambeacutem aacutegua
biodiversidade e a cultura de todos os povos que moraram nesses territoacuteriosdurante geraccedilotildees
O encontro terminou com uma colorida manifestaccedilatildeo internacional reclamando o fim
da violecircncia contra as mulheres que nas Filipinas inclui a remoccedilatildeo das bases
militares dos EUA
(1) Artigo baseado no texto produzido pelo Comitecirc Internacional da MMM para ser
debatido no 8ordm Encontro Internacionalhttpwwwworldmarchofwomenorgstructure8rencontrecontexten
inigravecio
- Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras
O processo de concentraccedilatildeo de terras (1) estaacute ocorrendo em escala global e tem
se intensificado a partir das crises alimentar climaacutetica e financeira criadas pelos
grandes capitalistas com suas proacuteprias poliacuteticas neoliberais Agora os mesmos que
criaram as crises estatildeo de olho nos bens naturais e os territoacuterios constituindo-se
assim uma nova fase de expansatildeo do capitalismo com o intuito de atingir o controledos bens naturais do planeta
A concentraccedilatildeo de terras estaacute na linha do modelo de desenvolvimento industrial
baseado na grande escala que jaacute provocou inuacutemeros impactos negativos sobre as
comunidades e os ecossistemas Portanto a luta para deter a concentraccedilatildeo de
terras eacute urgente Trata- se de uma luta entre o modelo industrial versus o modelo
camponecircs e indiacutegena Trata- se da defesa do direito baacutesico agrave terra ao territoacuterio apoder produzir alimentos Trata-se da defesa do direito agrave soberania alimentar
Eacute por este motivo que La Via Campesina organizou em Nyeacuteleacuteni (Mali) um encontro
histoacuterico em que participaram cerca de 300 pessoas com o objetivo de trocar
experiecircncias sobre o que estaacute acontecendo em escala mundial com relaccedilatildeo ao
accedilambarcamento de terras De laacute foi lanccedilado um apelo para a criaccedilatildeo de uma
Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras A seguir fazemos um convite para
ler a declaraccedilatildeo da reuniatildeo e para aderir ao apelo
Declaraccedilatildeo da Conferecircncia
Deter a concentraccedilatildeo de terras agora
Noacutes camponeses e camponesas pastores povos indiacutegenas e nossos aliados
reunidos em Nyeleni de 17 a 19 de novembro de 2011 viemos de todos os cantos
do mundo para partilhar pela primeira vez nossas experiecircncias de luta contra aconcentraccedilatildeo de terras No ano passado apoiamos o Apelo de Kolongo das
organizaccedilotildees camponesas de Mali que foram lideres na organizaccedilatildeo da resistecircncia
local contra apropriaccedilatildeo de terra pois estamos decididos a defender a soberania
alimentar os bens comuns e o direito aos recursos naturais dosas produtoresas
de alimentos em pequena escala
Em Mali o governo comprometeu- se a entregar 800 mil hectares de terra ainvestidores empresariais Trata- se de terras que tecircm pertencido agraves comunidades
durante geraccedilotildees inclusive seacuteculos enquanto o Estado de Mali existe soacute desde os
anos 1960 Despojar as comunidades de suas terras eacute uma violaccedilatildeo de seus
direitos histoacutericos e consuetudinaacuterios
O acesso seguro e o controle da terra e os recursos naturais estatildeo estreitamente
ligados ao usufruto dos direitos consagrados na Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
A Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) declarou o ano de 2011 como o AnoInternacional das Florestas Uma vez que este ano se encerra eacute bom fazer um
breve balanccedilo
O lema deste Ano Internacional eacute acute celebrando florestas para as pessoas acute Em
janeiro escrevemos neste boletim seraacute que os povos da floresta tecircm motivo para
acutecelebraracute Seraacute que neste ano houve avanccedilos no combate agraves causas diretas de
desmatamento como a extraccedilatildeo de madeira e o avanccedilo do agronegoacutecio O que
dizer das causas chamadas indiretas ou subjacentes ou seja aquelas que estatildeo
por traacutes da destruiccedilatildeo florestal como uma economia movida por lucros e
especulaccedilatildeo financeira e um consumo excessivo que beneficia apenas uma minoria
da humanidade
REDD+
O que dominou novamente a agenda de florestas foi o debate sobre o mecanismoREDD+ (1) As tentativas de avanccedilar com a implantaccedilatildeo do REDD+ movimentaram
bancos consultores empresas governos e ateacute mesmo muitas ONGs Bilhotildees dedoacutelares jaacute foram gastos neste processo algo que foi denunciado por um grupo de
organizaccedilotildees indiacutegenas entre outras (2) Satildeo recursos que poderiam ser utilizadospara incentivar e multiplicar as experiecircncias positivas de conservaccedilatildeo das florestas
e respeito aos direitos humanos ao redor do mundo natildeo ligados ao mecanismoREDD
Chama a atenccedilatildeo a ldquocegueirardquo daqueles que mais insistem em promover o REDD+
como o Banco Mundial e empresas de consultoria Natildeo parecem enxergar aevidecircncia de violaccedilotildees de direitos humanos que estatildeo ocorrendo em aacutereas ondeprojetos pilotos de REDD+ estatildeo sendo implantados (3) Tampouco enxergam as
crescentes anaacutelises de que o REDD+ natildeo vai funcionar devido a seacuterios obstaacuteculosprincipalmente enquanto mecanismo de mercado (4) Os problemas detectados
culminaram numa proposta lanccedilada em Durban durante a COP17 por organizaccedilotildeesindiacutegenas de declarar um moratoacuterio ao REDD (veja artigo neste boletim)
Enquanto o Brasil busca se apresentar como protetor da maior floresta tropical do
mundo um grupo de parlamentares desse mesmo paiacutes ligados ao agronegoacuteciobuscou modificar neste ano o Coacutedigo Florestal do paiacutes Esse fato abriu caminho
para um desmatamento legal de milhotildees de hectares para beneficiar sobretudo oagronegoacutecio enquanto a recuperaccedilatildeo estaacute sendo pensada atraveacutes de projetos
REDD+ e o pagamento por serviccedilos ambientais temas para os quais legislaccedilotildeesespeciacuteficas estatildeo sendo elaboradas rapidamente A aposta na ldquoeconomia verderdquobaseada na mercantilizaccedilatildeo e controle sobre a natureza e o territoacuterio tende a
provocar um retrocesso nos direitos legalmente garantidos das populaccedilotildeesindiacutegenas e tradicionais no Brasil
O agravamento da poluiccedilatildeo global consequecircncia desse modelo prorroga e
intensifica tambeacutem a poluiccedilatildeo das grandes corporaccedilotildees transnacionais no Norte oque significa mais impactos para populaccedilotildees indiacutegenas e outras que vivem ao redor
dessas induacutestrias e suas aacutereas de extraccedilatildeo intensificando o racismo e outrasinjusticcedilas ambientais e sociais
No Sul tambeacutem significa a meacutedio-longo prazo impactos negativos para todas asflorestas tropicais fazendo do REDD+um processo contra-produtivo mesmo para
aqueles que pensam que a acutefloresta em peacuteacute e um certo controle sobre ela garantiraacuteseu futuro Faltam propostas estruturais para atacar causas diretas e indiretas do
desmatamento Mas essas propostas continuam sendo consideradas pelosgovernos e seus interlocutores muito acuteradicaisacute ou seja acutenatildeo dialogamacute Mas sem
essas propostasacuteradicaisacute o clima tende a sofrer um aumento de temperatura decerca de 4 graus em pouco tempo (5) Isso sim significa uma mudanccedila realmente
radical na vida de centenas de milhotildees de pessoas ao redor do mundo sobretudodas mulheres mais vulneraacuteveis agraves mudanccedilas climaacuteticas
A definiccedilatildeo de florestas
Um outro fator incentivador de desmatamento eacute sem duacutevida a definiccedilatildeo de
florestas da FAO (6) chamando monoculturas de aacutervores de florestas O WRMrealizou uma mini-campanha intensa sobre o tema neste ano elaborandoferramentas e entregando uma carta ao FAO em setembro apelando que a
organizaccedilatildeo inicie urgentemente um processo de revisatildeo desta definiccedilatildeo comparticipaccedilatildeo efetiva dos povos da floresta
Pode ser que a luta contra a definiccedilatildeo atual de floresta teve algum eco durante a
COP17 na recomendaccedilatildeo feita pela SBSTA (7) o oacutergatildeo assessor da Conferecircnciadas Partes no marco do debate sobre REDD A SBSTA sugere que cada paiacutes
possa fazer sua definiccedilatildeo de floresta diferente de uma definiccedilatildeo uacutenica por parte daUNFCCC Se por um lado isso abre espaccedilo para lutar no acircmbito de cada paiacutes por
definiccedilotildees que excluam monoculturas de aacutervores e que considerem melhor arealidade florestal local por outro lado essa decisatildeo abre tambeacutem a brecha para
definiccedilotildees que promovam ainda mais o avanccedilo das monoculturas A uacuteltima opccedilatildeo eacutea mais provaacutevel devido ao grande poder de lobby das empresas do setor einstituiccedilotildees financeiras que incentivam as plantaccedilotildees de aacutervores junto aos governos
nacionais cujos representantes costumam ter suas campanhas eleitorais financiados
pelas empresas de plantaccedilotildees e dos quais as empresas consigam obter como sefosse numa lsquotroca as terras as vantagens e incentivos Sem uma definiccedilatildeo e
referecircncia clara internacionalmente a porta estaacute aberta para definiccedilotildees que atendam
ainda mais aos interesses corporativos
O desinteresse em abordar as causas subjacentes de desmatamento fica ainda
mais evidente se consideramos o avanccedilo nos planos das falsas soluccedilotildees para a
crise do clima por exemplo a utilizaccedilatildeo de agrocombustiacuteveis em especial a
biomassa de madeira para gerar energia na Europa e plantaccedilotildees de carbononuma tentativa de manter o atual sistema insustentaacutevel de produccedilatildeo e consumo
lanccedilando matildeo novamente dos sistemas de certificaccedilatildeo como FSC para as
monoculturas de eucalipto e pinus e RSPO para as plantaccedilotildees de palma paraproduccedilatildeo do azeite de dendecirc Ambas natildeo evitam graves violaccedilotildees de direitos
humanos como mostra por exemplo o artigo de Indoneacutesia neste boletim
Governos preferem atender a interesses corporativos e banqueiros do que se
preocupar com o bem estar e futuro das pessoas e do meio ambiente inclusive doclima Buscam enfrentar a crise econocircmica nos mesmos moldes como sempre sem
se preocupar em impor limites agrave exploraccedilatildeo da natureza ou reduzir emissotildees de
gases de estufa por parte dos grandes poluidores
A resistecircncia
Teriacuteamos pouco a celebrar se natildeo tivessem ocorrido profundos questionamentosneste ano sobre a acutelavagem verdeacute praticada pelos selos verdes como o FSC nos
paiacuteses do Norte (8) esobretudo se natildeo fosse a resistecircncia dos povos das florestas
e de outros biomas que tecircm lutado em muitos paiacuteses do Sul contra o
desmatamento e resistido em aacutereas onde os governos incentivaram o plantio demonoculturas de aacutervores e praticaram outras formas de usurpaccedilatildeo de terras
Fica cada vez mais evidente que eacute necessaacuterio reconhecer os direitos dessaspopulaccedilotildees senatildeo perpetuaraacute a violaccedilatildeo desses direitos e a criminalizaccedilatildeo das
pessoas apenas por estar lutando por seus direitos algo que ocorre em muitos
paiacuteses desde o Chile nas aacutereas de monoculturas de pinus ateacute na Indoneacutesia em
torno das plantaccedilotildees de eucalipto e da palma africana Respeitar os direitos dospovos que habitam e dependem de florestas e outros biomas eacute a melhor forma
para conservar as florestas para reduzir o impacto das mudanccedilas climaacuteticas e para
promover a seguranccedila e soberania alimentar
Para avanccedilar nesse caminho acreditamos que uma tarefa fundamental eacute incentivar e
articular os mais diversos processos de resistecircncia desde a luta pela conservaccedilatildeo
das florestas ateacute a luta contra o sistema financeiro internacional criando laccedilos de
solidariedade entre os povos do Sul e tambeacutem com os povos do Norte eaumentando assim a pressatildeo sobre empresas e governantes
Eacute importante que a voz dos diferentes povos contraacuteria agrave privatizaccedilatildeo e agraveapropriaccedilatildeo das terras e da natureza e em favor dos seus direitos humanos
baacutesicos ecoa de forma mais forte e articulada nos proacuteximos grandes eventos
como o Rio+20 (veja a chamada do Rio+20 neste boletim) Reforccedilamos tambeacutem o
importante chamado global da Via Campesina lanccedilado no mecircs passado em MaliAacutefrica contraacuterio ao processo de concentraccedilatildeo de terras (veja tambeacutem artigo sobre
usurpaccedilatildeo de terras neste boletim)
1 - Reduccedilatildeo de Emissotildees provenientes do Desmatamento e Degradaccedilatildeo florestal
2 - wwwwrmorguysubjectsREDDhtml
3 - Um exemplo dentre outroseacute o estudo de caso de um projeto de ConservaccedilatildeoInternacional e Walt Disney em Congo realizado pelo WRM neste ano
httpwwwwrmorguysubjectsREDDDRC_REDD_enpdf
4 - httpwwwfernorgcarbonmarketswillnotdeliver5 - httpoutrapoliticawordpresscom20111117a-un-ano-de-cancun-y-dias-de-
durban-mas-de-4o-c
6 - FAO = Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas paraAlimentaccedilatildeo e Agricultura
7 - httpwwwredd-monitororgwordpresswp-contentuploads201112l25a01pdf 8 - como foi o caso com o FSC na Beacutelgica a partir do caso da Veracel Celulose no
Brasil (veja httpwwwduurzaamoppapierbe)
inigravecio
DEREITOS HUMANOS
- A Marcha Mundial das Mulheres fortalecendo a luta
Para o WRM a luta das mulheres eacute uma luta pela liberdade e a justiccedila social Trata-
se essencialmente de um pedido por mudanccedilas nas estruturas sociais quecolocaram as mulheres em uma posiccedilatildeo desigual e subordinada Assim a luta por
justiccedila de gecircnero se torna uma luta social contra o capitalismo dominante e o
sistema patriarcal que trata as mulheres e a natureza por igual violentando os
corpos das mulheres e vivendo para controlaacute-las e violentando tambeacutem os benscomuns como aacutegua terra soberania e ateacute a cultura em seu insaciaacutevel procura por
lucro e apropriaccedilatildeo
A Marcha Mundial de Mulheres (MMM) eacute um dos atores dentro dos movimentos quelutam por justice de gecircnero Eacute um movimento de mulheres de vaacuterios contextos e
filiaccedilotildees que estatildeo organizadas em grupos de base e organizaccedilotildees que lutam pela
eliminaccedilatildeo das causas da pobreza entre e violecircncia contra as mulheres causas queidentificam como inerentes ao sistema atual capitalista e patriarcal
As accedilotildees dos grupos que constituem o MMM giram em torno da agenda feminista e
das exigecircncias de outros movimentos sociais Assim o MMM tornou-se integradoagraves lutas contra a militarizaccedilatildeo ao mercado livre ou agraves falsas soluccedilotildees para a
mudanccedila climaacutetica e a crise sistecircmica
De 21 a 25 de novembro de 2011 sob o slogan ldquoMulheres em Marcha fortalecendoa accedilatildeo coletiva mudando o mundordquo 80 mulheres provenientes de 34 paiacuteses
incluindo delegados trabalhadores e convidados de movimentos aliados reuniram-
se para o 8ordm Encontro Internacional da MMM que foi celebrado na cidade de
Quezon Filipinas a fim de analisar a situaccedilatildeo atual e discutir estrateacutegias
O texto para ser debatido que foi preparado pelo Comitecirc Internacional da MMM para
o 8ordm Encontro Internacional transmite a ideia de que a luta pela integridade das
mulheres eacute uma luta por justiccedila social e direitos humanos Reflete que ldquoa crisefinanceira os iacutendices de desemprego e endividamento nos paiacuteses do Norte abriram
espaccedilo para o questionamento do atual modelo e do discurso neoliberal e para um
aumento das mobilizaccedilotildees sociais As mesmas lsquosoluccedilotildees neoliberais se impotildeemdesde cortes nos gastos puacuteblicos e ataque aos direitos das mulheres trabalhadoras
e a manutenccedilatildeo da taxa de lucro das empresas incluindo negoacutecios financeiros e
despesas militares A pressatildeo eacute crescente nos lsquoativos reais tais como terras e
bens imobiliaacuterios resultando na apropriaccedilatildeo de terras camponesas indiacutegenas etradicionais e no adiamento da reforma urbana
A respeito do papel da mulher o documento analisa como ldquoo trabalho feito pelas
mulheres em suas muacuteltiplas formas estaacute no centro da organizaccedilatildeo econocircmica e demercado de nossas sociedades no sistema capitalista racista e patriarcal As
mulheres satildeo principalmente responsaacuteveis pelo cuidado do lar em suas
comunidades ou no setor de serviccedilos assim reproduzindo o modelo quehistoricamente lhes foi designado pela sociedade capitalista e patriarcal As
mulheres tecircm maior presenccedila que os homens nos tipos de trabalho que sustentam
comunidades inteiras tais como a produccedilatildeo camponesa e agriacutecola a pesca
artesanal ou a manufatura em pequena escala Tambeacutem satildeo mais ativas naproduccedilatildeo econocircmica e setores que dependem de matildeo de obra intensiva dentro do
mercado contemporacircneo globalizado tais como as induacutestrias da confecccedilatildeo de
roupa e de calccedilado e a agro-exportaccedilatildeordquo
A divisatildeo sexual do trabalho atribui o trabalho produtivo (produccedilatildeo de mercadorias)
aos homens e o trabalho reprodutivo (cuidado de pessoas) agraves mulheres
estabelecendo uma hierarquia na qual o primeiro eacute mais importante que o uacuteltimo Odocumento salienta como o modelo neoliberal capitalista submete o trabalho de
cuidado os relacionamentos humanos e a organizaccedilatildeo do trabalho e do consumo
agraves regras do mercado com o objetivo de aumentar o lucro atraveacutes da eficiecircncia e
eficaacutecia com a atual fase neoliberal do capitalismo Isto eacute particularmente evidente
na privatizaccedilatildeo dos bens comuns tais como os serviccedilos puacuteblicos de sauacutede de
educaccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo de aacutegua Diante do enfraquecimento preacute- planejado e anatildeo existecircncia de serviccedilos puacuteblicos e de cuidados comunitaacuterios (para crianccedilas
doentes ou idosos etc) as mulheres assumem estes trabalhos de longas horas
sem remuneraccedilatildeo realizando tarefas historicamente invisiacuteveisrdquo No debate sobre a
crise as mulheres permanecem invisiacuteveis ldquosalienta- se o desempregos dos
homens enquanto se ignora o fato de as mulheres soacute manterem seus empregos
porque a sua inserccedilatildeo no mercado de trabalho foi sempre baseada em menos
direitos e salaacuterios menoresrdquo
A violecircncia eacute uma ferramenta agregada para o controle das mulheres e o
documento refere ao asseacutedio sexual usado pelos homens para controlar o trabalho
das mulheres nas faacutebricas (sweatshops) bem como a violecircncia sexual para punir as
mulheres que exigem seus direitos e para espalhar o terror Tal violecircncia aumentou
com a militarizaccedilatildeo cada vez maior em todos os continentes como uma forma de
fortalecer o controle sobre os territoacuterios (abrangendo aacutegua terras agriacutecolasrecursos minerais e biodiversidade) o que incluiu estupros e perseguiccedilatildeo contra
mulheres envolvidas em movimentos sociais
Quanto agrave crise ambiental o documento do Comitecirc Internacional da MMM salienta
como o comeacutercio eacute apresentado como uma soluccedilatildeo o lsquodireito a poluir
transformado em creacuteditos de carbono que seratildeo negociados no mercado de
valores O mecanismo REDD (Reduccedilatildeo de Emissotildees do Desflorestamento e da
Degradaccedilatildeo Florestal) tambeacutem foi considerado pelo documento que conclui que osprojetos REDD aumentam o poder dos governos das empresas privadas e de
algumas grandes ONGs jaacute que necessariamente toma o controle das florestas
descartando e excluindo os povos originais que laacute tecircm morado durante geraccedilotildees
O MMM pede que as mulheres fortaleccedilam a accedilatildeo poliacutetica a fim de reclamar natildeo
apenas os territoacuterios das mulheres- seus corpos e suas terras- mas tambeacutem aacutegua
biodiversidade e a cultura de todos os povos que moraram nesses territoacuteriosdurante geraccedilotildees
O encontro terminou com uma colorida manifestaccedilatildeo internacional reclamando o fim
da violecircncia contra as mulheres que nas Filipinas inclui a remoccedilatildeo das bases
militares dos EUA
(1) Artigo baseado no texto produzido pelo Comitecirc Internacional da MMM para ser
debatido no 8ordm Encontro Internacionalhttpwwwworldmarchofwomenorgstructure8rencontrecontexten
inigravecio
- Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras
O processo de concentraccedilatildeo de terras (1) estaacute ocorrendo em escala global e tem
se intensificado a partir das crises alimentar climaacutetica e financeira criadas pelos
grandes capitalistas com suas proacuteprias poliacuteticas neoliberais Agora os mesmos que
criaram as crises estatildeo de olho nos bens naturais e os territoacuterios constituindo-se
assim uma nova fase de expansatildeo do capitalismo com o intuito de atingir o controledos bens naturais do planeta
A concentraccedilatildeo de terras estaacute na linha do modelo de desenvolvimento industrial
baseado na grande escala que jaacute provocou inuacutemeros impactos negativos sobre as
comunidades e os ecossistemas Portanto a luta para deter a concentraccedilatildeo de
terras eacute urgente Trata- se de uma luta entre o modelo industrial versus o modelo
camponecircs e indiacutegena Trata- se da defesa do direito baacutesico agrave terra ao territoacuterio apoder produzir alimentos Trata-se da defesa do direito agrave soberania alimentar
Eacute por este motivo que La Via Campesina organizou em Nyeacuteleacuteni (Mali) um encontro
histoacuterico em que participaram cerca de 300 pessoas com o objetivo de trocar
experiecircncias sobre o que estaacute acontecendo em escala mundial com relaccedilatildeo ao
accedilambarcamento de terras De laacute foi lanccedilado um apelo para a criaccedilatildeo de uma
Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras A seguir fazemos um convite para
ler a declaraccedilatildeo da reuniatildeo e para aderir ao apelo
Declaraccedilatildeo da Conferecircncia
Deter a concentraccedilatildeo de terras agora
Noacutes camponeses e camponesas pastores povos indiacutegenas e nossos aliados
reunidos em Nyeleni de 17 a 19 de novembro de 2011 viemos de todos os cantos
do mundo para partilhar pela primeira vez nossas experiecircncias de luta contra aconcentraccedilatildeo de terras No ano passado apoiamos o Apelo de Kolongo das
organizaccedilotildees camponesas de Mali que foram lideres na organizaccedilatildeo da resistecircncia
local contra apropriaccedilatildeo de terra pois estamos decididos a defender a soberania
alimentar os bens comuns e o direito aos recursos naturais dosas produtoresas
de alimentos em pequena escala
Em Mali o governo comprometeu- se a entregar 800 mil hectares de terra ainvestidores empresariais Trata- se de terras que tecircm pertencido agraves comunidades
durante geraccedilotildees inclusive seacuteculos enquanto o Estado de Mali existe soacute desde os
anos 1960 Despojar as comunidades de suas terras eacute uma violaccedilatildeo de seus
direitos histoacutericos e consuetudinaacuterios
O acesso seguro e o controle da terra e os recursos naturais estatildeo estreitamente
ligados ao usufruto dos direitos consagrados na Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
No Sul tambeacutem significa a meacutedio-longo prazo impactos negativos para todas asflorestas tropicais fazendo do REDD+um processo contra-produtivo mesmo para
aqueles que pensam que a acutefloresta em peacuteacute e um certo controle sobre ela garantiraacuteseu futuro Faltam propostas estruturais para atacar causas diretas e indiretas do
desmatamento Mas essas propostas continuam sendo consideradas pelosgovernos e seus interlocutores muito acuteradicaisacute ou seja acutenatildeo dialogamacute Mas sem
essas propostasacuteradicaisacute o clima tende a sofrer um aumento de temperatura decerca de 4 graus em pouco tempo (5) Isso sim significa uma mudanccedila realmente
radical na vida de centenas de milhotildees de pessoas ao redor do mundo sobretudodas mulheres mais vulneraacuteveis agraves mudanccedilas climaacuteticas
A definiccedilatildeo de florestas
Um outro fator incentivador de desmatamento eacute sem duacutevida a definiccedilatildeo de
florestas da FAO (6) chamando monoculturas de aacutervores de florestas O WRMrealizou uma mini-campanha intensa sobre o tema neste ano elaborandoferramentas e entregando uma carta ao FAO em setembro apelando que a
organizaccedilatildeo inicie urgentemente um processo de revisatildeo desta definiccedilatildeo comparticipaccedilatildeo efetiva dos povos da floresta
Pode ser que a luta contra a definiccedilatildeo atual de floresta teve algum eco durante a
COP17 na recomendaccedilatildeo feita pela SBSTA (7) o oacutergatildeo assessor da Conferecircnciadas Partes no marco do debate sobre REDD A SBSTA sugere que cada paiacutes
possa fazer sua definiccedilatildeo de floresta diferente de uma definiccedilatildeo uacutenica por parte daUNFCCC Se por um lado isso abre espaccedilo para lutar no acircmbito de cada paiacutes por
definiccedilotildees que excluam monoculturas de aacutervores e que considerem melhor arealidade florestal local por outro lado essa decisatildeo abre tambeacutem a brecha para
definiccedilotildees que promovam ainda mais o avanccedilo das monoculturas A uacuteltima opccedilatildeo eacutea mais provaacutevel devido ao grande poder de lobby das empresas do setor einstituiccedilotildees financeiras que incentivam as plantaccedilotildees de aacutervores junto aos governos
nacionais cujos representantes costumam ter suas campanhas eleitorais financiados
pelas empresas de plantaccedilotildees e dos quais as empresas consigam obter como sefosse numa lsquotroca as terras as vantagens e incentivos Sem uma definiccedilatildeo e
referecircncia clara internacionalmente a porta estaacute aberta para definiccedilotildees que atendam
ainda mais aos interesses corporativos
O desinteresse em abordar as causas subjacentes de desmatamento fica ainda
mais evidente se consideramos o avanccedilo nos planos das falsas soluccedilotildees para a
crise do clima por exemplo a utilizaccedilatildeo de agrocombustiacuteveis em especial a
biomassa de madeira para gerar energia na Europa e plantaccedilotildees de carbononuma tentativa de manter o atual sistema insustentaacutevel de produccedilatildeo e consumo
lanccedilando matildeo novamente dos sistemas de certificaccedilatildeo como FSC para as
monoculturas de eucalipto e pinus e RSPO para as plantaccedilotildees de palma paraproduccedilatildeo do azeite de dendecirc Ambas natildeo evitam graves violaccedilotildees de direitos
humanos como mostra por exemplo o artigo de Indoneacutesia neste boletim
Governos preferem atender a interesses corporativos e banqueiros do que se
preocupar com o bem estar e futuro das pessoas e do meio ambiente inclusive doclima Buscam enfrentar a crise econocircmica nos mesmos moldes como sempre sem
se preocupar em impor limites agrave exploraccedilatildeo da natureza ou reduzir emissotildees de
gases de estufa por parte dos grandes poluidores
A resistecircncia
Teriacuteamos pouco a celebrar se natildeo tivessem ocorrido profundos questionamentosneste ano sobre a acutelavagem verdeacute praticada pelos selos verdes como o FSC nos
paiacuteses do Norte (8) esobretudo se natildeo fosse a resistecircncia dos povos das florestas
e de outros biomas que tecircm lutado em muitos paiacuteses do Sul contra o
desmatamento e resistido em aacutereas onde os governos incentivaram o plantio demonoculturas de aacutervores e praticaram outras formas de usurpaccedilatildeo de terras
Fica cada vez mais evidente que eacute necessaacuterio reconhecer os direitos dessaspopulaccedilotildees senatildeo perpetuaraacute a violaccedilatildeo desses direitos e a criminalizaccedilatildeo das
pessoas apenas por estar lutando por seus direitos algo que ocorre em muitos
paiacuteses desde o Chile nas aacutereas de monoculturas de pinus ateacute na Indoneacutesia em
torno das plantaccedilotildees de eucalipto e da palma africana Respeitar os direitos dospovos que habitam e dependem de florestas e outros biomas eacute a melhor forma
para conservar as florestas para reduzir o impacto das mudanccedilas climaacuteticas e para
promover a seguranccedila e soberania alimentar
Para avanccedilar nesse caminho acreditamos que uma tarefa fundamental eacute incentivar e
articular os mais diversos processos de resistecircncia desde a luta pela conservaccedilatildeo
das florestas ateacute a luta contra o sistema financeiro internacional criando laccedilos de
solidariedade entre os povos do Sul e tambeacutem com os povos do Norte eaumentando assim a pressatildeo sobre empresas e governantes
Eacute importante que a voz dos diferentes povos contraacuteria agrave privatizaccedilatildeo e agraveapropriaccedilatildeo das terras e da natureza e em favor dos seus direitos humanos
baacutesicos ecoa de forma mais forte e articulada nos proacuteximos grandes eventos
como o Rio+20 (veja a chamada do Rio+20 neste boletim) Reforccedilamos tambeacutem o
importante chamado global da Via Campesina lanccedilado no mecircs passado em MaliAacutefrica contraacuterio ao processo de concentraccedilatildeo de terras (veja tambeacutem artigo sobre
usurpaccedilatildeo de terras neste boletim)
1 - Reduccedilatildeo de Emissotildees provenientes do Desmatamento e Degradaccedilatildeo florestal
2 - wwwwrmorguysubjectsREDDhtml
3 - Um exemplo dentre outroseacute o estudo de caso de um projeto de ConservaccedilatildeoInternacional e Walt Disney em Congo realizado pelo WRM neste ano
httpwwwwrmorguysubjectsREDDDRC_REDD_enpdf
4 - httpwwwfernorgcarbonmarketswillnotdeliver5 - httpoutrapoliticawordpresscom20111117a-un-ano-de-cancun-y-dias-de-
durban-mas-de-4o-c
6 - FAO = Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas paraAlimentaccedilatildeo e Agricultura
7 - httpwwwredd-monitororgwordpresswp-contentuploads201112l25a01pdf 8 - como foi o caso com o FSC na Beacutelgica a partir do caso da Veracel Celulose no
Brasil (veja httpwwwduurzaamoppapierbe)
inigravecio
DEREITOS HUMANOS
- A Marcha Mundial das Mulheres fortalecendo a luta
Para o WRM a luta das mulheres eacute uma luta pela liberdade e a justiccedila social Trata-
se essencialmente de um pedido por mudanccedilas nas estruturas sociais quecolocaram as mulheres em uma posiccedilatildeo desigual e subordinada Assim a luta por
justiccedila de gecircnero se torna uma luta social contra o capitalismo dominante e o
sistema patriarcal que trata as mulheres e a natureza por igual violentando os
corpos das mulheres e vivendo para controlaacute-las e violentando tambeacutem os benscomuns como aacutegua terra soberania e ateacute a cultura em seu insaciaacutevel procura por
lucro e apropriaccedilatildeo
A Marcha Mundial de Mulheres (MMM) eacute um dos atores dentro dos movimentos quelutam por justice de gecircnero Eacute um movimento de mulheres de vaacuterios contextos e
filiaccedilotildees que estatildeo organizadas em grupos de base e organizaccedilotildees que lutam pela
eliminaccedilatildeo das causas da pobreza entre e violecircncia contra as mulheres causas queidentificam como inerentes ao sistema atual capitalista e patriarcal
As accedilotildees dos grupos que constituem o MMM giram em torno da agenda feminista e
das exigecircncias de outros movimentos sociais Assim o MMM tornou-se integradoagraves lutas contra a militarizaccedilatildeo ao mercado livre ou agraves falsas soluccedilotildees para a
mudanccedila climaacutetica e a crise sistecircmica
De 21 a 25 de novembro de 2011 sob o slogan ldquoMulheres em Marcha fortalecendoa accedilatildeo coletiva mudando o mundordquo 80 mulheres provenientes de 34 paiacuteses
incluindo delegados trabalhadores e convidados de movimentos aliados reuniram-
se para o 8ordm Encontro Internacional da MMM que foi celebrado na cidade de
Quezon Filipinas a fim de analisar a situaccedilatildeo atual e discutir estrateacutegias
O texto para ser debatido que foi preparado pelo Comitecirc Internacional da MMM para
o 8ordm Encontro Internacional transmite a ideia de que a luta pela integridade das
mulheres eacute uma luta por justiccedila social e direitos humanos Reflete que ldquoa crisefinanceira os iacutendices de desemprego e endividamento nos paiacuteses do Norte abriram
espaccedilo para o questionamento do atual modelo e do discurso neoliberal e para um
aumento das mobilizaccedilotildees sociais As mesmas lsquosoluccedilotildees neoliberais se impotildeemdesde cortes nos gastos puacuteblicos e ataque aos direitos das mulheres trabalhadoras
e a manutenccedilatildeo da taxa de lucro das empresas incluindo negoacutecios financeiros e
despesas militares A pressatildeo eacute crescente nos lsquoativos reais tais como terras e
bens imobiliaacuterios resultando na apropriaccedilatildeo de terras camponesas indiacutegenas etradicionais e no adiamento da reforma urbana
A respeito do papel da mulher o documento analisa como ldquoo trabalho feito pelas
mulheres em suas muacuteltiplas formas estaacute no centro da organizaccedilatildeo econocircmica e demercado de nossas sociedades no sistema capitalista racista e patriarcal As
mulheres satildeo principalmente responsaacuteveis pelo cuidado do lar em suas
comunidades ou no setor de serviccedilos assim reproduzindo o modelo quehistoricamente lhes foi designado pela sociedade capitalista e patriarcal As
mulheres tecircm maior presenccedila que os homens nos tipos de trabalho que sustentam
comunidades inteiras tais como a produccedilatildeo camponesa e agriacutecola a pesca
artesanal ou a manufatura em pequena escala Tambeacutem satildeo mais ativas naproduccedilatildeo econocircmica e setores que dependem de matildeo de obra intensiva dentro do
mercado contemporacircneo globalizado tais como as induacutestrias da confecccedilatildeo de
roupa e de calccedilado e a agro-exportaccedilatildeordquo
A divisatildeo sexual do trabalho atribui o trabalho produtivo (produccedilatildeo de mercadorias)
aos homens e o trabalho reprodutivo (cuidado de pessoas) agraves mulheres
estabelecendo uma hierarquia na qual o primeiro eacute mais importante que o uacuteltimo Odocumento salienta como o modelo neoliberal capitalista submete o trabalho de
cuidado os relacionamentos humanos e a organizaccedilatildeo do trabalho e do consumo
agraves regras do mercado com o objetivo de aumentar o lucro atraveacutes da eficiecircncia e
eficaacutecia com a atual fase neoliberal do capitalismo Isto eacute particularmente evidente
na privatizaccedilatildeo dos bens comuns tais como os serviccedilos puacuteblicos de sauacutede de
educaccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo de aacutegua Diante do enfraquecimento preacute- planejado e anatildeo existecircncia de serviccedilos puacuteblicos e de cuidados comunitaacuterios (para crianccedilas
doentes ou idosos etc) as mulheres assumem estes trabalhos de longas horas
sem remuneraccedilatildeo realizando tarefas historicamente invisiacuteveisrdquo No debate sobre a
crise as mulheres permanecem invisiacuteveis ldquosalienta- se o desempregos dos
homens enquanto se ignora o fato de as mulheres soacute manterem seus empregos
porque a sua inserccedilatildeo no mercado de trabalho foi sempre baseada em menos
direitos e salaacuterios menoresrdquo
A violecircncia eacute uma ferramenta agregada para o controle das mulheres e o
documento refere ao asseacutedio sexual usado pelos homens para controlar o trabalho
das mulheres nas faacutebricas (sweatshops) bem como a violecircncia sexual para punir as
mulheres que exigem seus direitos e para espalhar o terror Tal violecircncia aumentou
com a militarizaccedilatildeo cada vez maior em todos os continentes como uma forma de
fortalecer o controle sobre os territoacuterios (abrangendo aacutegua terras agriacutecolasrecursos minerais e biodiversidade) o que incluiu estupros e perseguiccedilatildeo contra
mulheres envolvidas em movimentos sociais
Quanto agrave crise ambiental o documento do Comitecirc Internacional da MMM salienta
como o comeacutercio eacute apresentado como uma soluccedilatildeo o lsquodireito a poluir
transformado em creacuteditos de carbono que seratildeo negociados no mercado de
valores O mecanismo REDD (Reduccedilatildeo de Emissotildees do Desflorestamento e da
Degradaccedilatildeo Florestal) tambeacutem foi considerado pelo documento que conclui que osprojetos REDD aumentam o poder dos governos das empresas privadas e de
algumas grandes ONGs jaacute que necessariamente toma o controle das florestas
descartando e excluindo os povos originais que laacute tecircm morado durante geraccedilotildees
O MMM pede que as mulheres fortaleccedilam a accedilatildeo poliacutetica a fim de reclamar natildeo
apenas os territoacuterios das mulheres- seus corpos e suas terras- mas tambeacutem aacutegua
biodiversidade e a cultura de todos os povos que moraram nesses territoacuteriosdurante geraccedilotildees
O encontro terminou com uma colorida manifestaccedilatildeo internacional reclamando o fim
da violecircncia contra as mulheres que nas Filipinas inclui a remoccedilatildeo das bases
militares dos EUA
(1) Artigo baseado no texto produzido pelo Comitecirc Internacional da MMM para ser
debatido no 8ordm Encontro Internacionalhttpwwwworldmarchofwomenorgstructure8rencontrecontexten
inigravecio
- Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras
O processo de concentraccedilatildeo de terras (1) estaacute ocorrendo em escala global e tem
se intensificado a partir das crises alimentar climaacutetica e financeira criadas pelos
grandes capitalistas com suas proacuteprias poliacuteticas neoliberais Agora os mesmos que
criaram as crises estatildeo de olho nos bens naturais e os territoacuterios constituindo-se
assim uma nova fase de expansatildeo do capitalismo com o intuito de atingir o controledos bens naturais do planeta
A concentraccedilatildeo de terras estaacute na linha do modelo de desenvolvimento industrial
baseado na grande escala que jaacute provocou inuacutemeros impactos negativos sobre as
comunidades e os ecossistemas Portanto a luta para deter a concentraccedilatildeo de
terras eacute urgente Trata- se de uma luta entre o modelo industrial versus o modelo
camponecircs e indiacutegena Trata- se da defesa do direito baacutesico agrave terra ao territoacuterio apoder produzir alimentos Trata-se da defesa do direito agrave soberania alimentar
Eacute por este motivo que La Via Campesina organizou em Nyeacuteleacuteni (Mali) um encontro
histoacuterico em que participaram cerca de 300 pessoas com o objetivo de trocar
experiecircncias sobre o que estaacute acontecendo em escala mundial com relaccedilatildeo ao
accedilambarcamento de terras De laacute foi lanccedilado um apelo para a criaccedilatildeo de uma
Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras A seguir fazemos um convite para
ler a declaraccedilatildeo da reuniatildeo e para aderir ao apelo
Declaraccedilatildeo da Conferecircncia
Deter a concentraccedilatildeo de terras agora
Noacutes camponeses e camponesas pastores povos indiacutegenas e nossos aliados
reunidos em Nyeleni de 17 a 19 de novembro de 2011 viemos de todos os cantos
do mundo para partilhar pela primeira vez nossas experiecircncias de luta contra aconcentraccedilatildeo de terras No ano passado apoiamos o Apelo de Kolongo das
organizaccedilotildees camponesas de Mali que foram lideres na organizaccedilatildeo da resistecircncia
local contra apropriaccedilatildeo de terra pois estamos decididos a defender a soberania
alimentar os bens comuns e o direito aos recursos naturais dosas produtoresas
de alimentos em pequena escala
Em Mali o governo comprometeu- se a entregar 800 mil hectares de terra ainvestidores empresariais Trata- se de terras que tecircm pertencido agraves comunidades
durante geraccedilotildees inclusive seacuteculos enquanto o Estado de Mali existe soacute desde os
anos 1960 Despojar as comunidades de suas terras eacute uma violaccedilatildeo de seus
direitos histoacutericos e consuetudinaacuterios
O acesso seguro e o controle da terra e os recursos naturais estatildeo estreitamente
ligados ao usufruto dos direitos consagrados na Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
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- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
gases de estufa por parte dos grandes poluidores
A resistecircncia
Teriacuteamos pouco a celebrar se natildeo tivessem ocorrido profundos questionamentosneste ano sobre a acutelavagem verdeacute praticada pelos selos verdes como o FSC nos
paiacuteses do Norte (8) esobretudo se natildeo fosse a resistecircncia dos povos das florestas
e de outros biomas que tecircm lutado em muitos paiacuteses do Sul contra o
desmatamento e resistido em aacutereas onde os governos incentivaram o plantio demonoculturas de aacutervores e praticaram outras formas de usurpaccedilatildeo de terras
Fica cada vez mais evidente que eacute necessaacuterio reconhecer os direitos dessaspopulaccedilotildees senatildeo perpetuaraacute a violaccedilatildeo desses direitos e a criminalizaccedilatildeo das
pessoas apenas por estar lutando por seus direitos algo que ocorre em muitos
paiacuteses desde o Chile nas aacutereas de monoculturas de pinus ateacute na Indoneacutesia em
torno das plantaccedilotildees de eucalipto e da palma africana Respeitar os direitos dospovos que habitam e dependem de florestas e outros biomas eacute a melhor forma
para conservar as florestas para reduzir o impacto das mudanccedilas climaacuteticas e para
promover a seguranccedila e soberania alimentar
Para avanccedilar nesse caminho acreditamos que uma tarefa fundamental eacute incentivar e
articular os mais diversos processos de resistecircncia desde a luta pela conservaccedilatildeo
das florestas ateacute a luta contra o sistema financeiro internacional criando laccedilos de
solidariedade entre os povos do Sul e tambeacutem com os povos do Norte eaumentando assim a pressatildeo sobre empresas e governantes
Eacute importante que a voz dos diferentes povos contraacuteria agrave privatizaccedilatildeo e agraveapropriaccedilatildeo das terras e da natureza e em favor dos seus direitos humanos
baacutesicos ecoa de forma mais forte e articulada nos proacuteximos grandes eventos
como o Rio+20 (veja a chamada do Rio+20 neste boletim) Reforccedilamos tambeacutem o
importante chamado global da Via Campesina lanccedilado no mecircs passado em MaliAacutefrica contraacuterio ao processo de concentraccedilatildeo de terras (veja tambeacutem artigo sobre
usurpaccedilatildeo de terras neste boletim)
1 - Reduccedilatildeo de Emissotildees provenientes do Desmatamento e Degradaccedilatildeo florestal
2 - wwwwrmorguysubjectsREDDhtml
3 - Um exemplo dentre outroseacute o estudo de caso de um projeto de ConservaccedilatildeoInternacional e Walt Disney em Congo realizado pelo WRM neste ano
httpwwwwrmorguysubjectsREDDDRC_REDD_enpdf
4 - httpwwwfernorgcarbonmarketswillnotdeliver5 - httpoutrapoliticawordpresscom20111117a-un-ano-de-cancun-y-dias-de-
durban-mas-de-4o-c
6 - FAO = Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas paraAlimentaccedilatildeo e Agricultura
7 - httpwwwredd-monitororgwordpresswp-contentuploads201112l25a01pdf 8 - como foi o caso com o FSC na Beacutelgica a partir do caso da Veracel Celulose no
Brasil (veja httpwwwduurzaamoppapierbe)
inigravecio
DEREITOS HUMANOS
- A Marcha Mundial das Mulheres fortalecendo a luta
Para o WRM a luta das mulheres eacute uma luta pela liberdade e a justiccedila social Trata-
se essencialmente de um pedido por mudanccedilas nas estruturas sociais quecolocaram as mulheres em uma posiccedilatildeo desigual e subordinada Assim a luta por
justiccedila de gecircnero se torna uma luta social contra o capitalismo dominante e o
sistema patriarcal que trata as mulheres e a natureza por igual violentando os
corpos das mulheres e vivendo para controlaacute-las e violentando tambeacutem os benscomuns como aacutegua terra soberania e ateacute a cultura em seu insaciaacutevel procura por
lucro e apropriaccedilatildeo
A Marcha Mundial de Mulheres (MMM) eacute um dos atores dentro dos movimentos quelutam por justice de gecircnero Eacute um movimento de mulheres de vaacuterios contextos e
filiaccedilotildees que estatildeo organizadas em grupos de base e organizaccedilotildees que lutam pela
eliminaccedilatildeo das causas da pobreza entre e violecircncia contra as mulheres causas queidentificam como inerentes ao sistema atual capitalista e patriarcal
As accedilotildees dos grupos que constituem o MMM giram em torno da agenda feminista e
das exigecircncias de outros movimentos sociais Assim o MMM tornou-se integradoagraves lutas contra a militarizaccedilatildeo ao mercado livre ou agraves falsas soluccedilotildees para a
mudanccedila climaacutetica e a crise sistecircmica
De 21 a 25 de novembro de 2011 sob o slogan ldquoMulheres em Marcha fortalecendoa accedilatildeo coletiva mudando o mundordquo 80 mulheres provenientes de 34 paiacuteses
incluindo delegados trabalhadores e convidados de movimentos aliados reuniram-
se para o 8ordm Encontro Internacional da MMM que foi celebrado na cidade de
Quezon Filipinas a fim de analisar a situaccedilatildeo atual e discutir estrateacutegias
O texto para ser debatido que foi preparado pelo Comitecirc Internacional da MMM para
o 8ordm Encontro Internacional transmite a ideia de que a luta pela integridade das
mulheres eacute uma luta por justiccedila social e direitos humanos Reflete que ldquoa crisefinanceira os iacutendices de desemprego e endividamento nos paiacuteses do Norte abriram
espaccedilo para o questionamento do atual modelo e do discurso neoliberal e para um
aumento das mobilizaccedilotildees sociais As mesmas lsquosoluccedilotildees neoliberais se impotildeemdesde cortes nos gastos puacuteblicos e ataque aos direitos das mulheres trabalhadoras
e a manutenccedilatildeo da taxa de lucro das empresas incluindo negoacutecios financeiros e
despesas militares A pressatildeo eacute crescente nos lsquoativos reais tais como terras e
bens imobiliaacuterios resultando na apropriaccedilatildeo de terras camponesas indiacutegenas etradicionais e no adiamento da reforma urbana
A respeito do papel da mulher o documento analisa como ldquoo trabalho feito pelas
mulheres em suas muacuteltiplas formas estaacute no centro da organizaccedilatildeo econocircmica e demercado de nossas sociedades no sistema capitalista racista e patriarcal As
mulheres satildeo principalmente responsaacuteveis pelo cuidado do lar em suas
comunidades ou no setor de serviccedilos assim reproduzindo o modelo quehistoricamente lhes foi designado pela sociedade capitalista e patriarcal As
mulheres tecircm maior presenccedila que os homens nos tipos de trabalho que sustentam
comunidades inteiras tais como a produccedilatildeo camponesa e agriacutecola a pesca
artesanal ou a manufatura em pequena escala Tambeacutem satildeo mais ativas naproduccedilatildeo econocircmica e setores que dependem de matildeo de obra intensiva dentro do
mercado contemporacircneo globalizado tais como as induacutestrias da confecccedilatildeo de
roupa e de calccedilado e a agro-exportaccedilatildeordquo
A divisatildeo sexual do trabalho atribui o trabalho produtivo (produccedilatildeo de mercadorias)
aos homens e o trabalho reprodutivo (cuidado de pessoas) agraves mulheres
estabelecendo uma hierarquia na qual o primeiro eacute mais importante que o uacuteltimo Odocumento salienta como o modelo neoliberal capitalista submete o trabalho de
cuidado os relacionamentos humanos e a organizaccedilatildeo do trabalho e do consumo
agraves regras do mercado com o objetivo de aumentar o lucro atraveacutes da eficiecircncia e
eficaacutecia com a atual fase neoliberal do capitalismo Isto eacute particularmente evidente
na privatizaccedilatildeo dos bens comuns tais como os serviccedilos puacuteblicos de sauacutede de
educaccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo de aacutegua Diante do enfraquecimento preacute- planejado e anatildeo existecircncia de serviccedilos puacuteblicos e de cuidados comunitaacuterios (para crianccedilas
doentes ou idosos etc) as mulheres assumem estes trabalhos de longas horas
sem remuneraccedilatildeo realizando tarefas historicamente invisiacuteveisrdquo No debate sobre a
crise as mulheres permanecem invisiacuteveis ldquosalienta- se o desempregos dos
homens enquanto se ignora o fato de as mulheres soacute manterem seus empregos
porque a sua inserccedilatildeo no mercado de trabalho foi sempre baseada em menos
direitos e salaacuterios menoresrdquo
A violecircncia eacute uma ferramenta agregada para o controle das mulheres e o
documento refere ao asseacutedio sexual usado pelos homens para controlar o trabalho
das mulheres nas faacutebricas (sweatshops) bem como a violecircncia sexual para punir as
mulheres que exigem seus direitos e para espalhar o terror Tal violecircncia aumentou
com a militarizaccedilatildeo cada vez maior em todos os continentes como uma forma de
fortalecer o controle sobre os territoacuterios (abrangendo aacutegua terras agriacutecolasrecursos minerais e biodiversidade) o que incluiu estupros e perseguiccedilatildeo contra
mulheres envolvidas em movimentos sociais
Quanto agrave crise ambiental o documento do Comitecirc Internacional da MMM salienta
como o comeacutercio eacute apresentado como uma soluccedilatildeo o lsquodireito a poluir
transformado em creacuteditos de carbono que seratildeo negociados no mercado de
valores O mecanismo REDD (Reduccedilatildeo de Emissotildees do Desflorestamento e da
Degradaccedilatildeo Florestal) tambeacutem foi considerado pelo documento que conclui que osprojetos REDD aumentam o poder dos governos das empresas privadas e de
algumas grandes ONGs jaacute que necessariamente toma o controle das florestas
descartando e excluindo os povos originais que laacute tecircm morado durante geraccedilotildees
O MMM pede que as mulheres fortaleccedilam a accedilatildeo poliacutetica a fim de reclamar natildeo
apenas os territoacuterios das mulheres- seus corpos e suas terras- mas tambeacutem aacutegua
biodiversidade e a cultura de todos os povos que moraram nesses territoacuteriosdurante geraccedilotildees
O encontro terminou com uma colorida manifestaccedilatildeo internacional reclamando o fim
da violecircncia contra as mulheres que nas Filipinas inclui a remoccedilatildeo das bases
militares dos EUA
(1) Artigo baseado no texto produzido pelo Comitecirc Internacional da MMM para ser
debatido no 8ordm Encontro Internacionalhttpwwwworldmarchofwomenorgstructure8rencontrecontexten
inigravecio
- Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras
O processo de concentraccedilatildeo de terras (1) estaacute ocorrendo em escala global e tem
se intensificado a partir das crises alimentar climaacutetica e financeira criadas pelos
grandes capitalistas com suas proacuteprias poliacuteticas neoliberais Agora os mesmos que
criaram as crises estatildeo de olho nos bens naturais e os territoacuterios constituindo-se
assim uma nova fase de expansatildeo do capitalismo com o intuito de atingir o controledos bens naturais do planeta
A concentraccedilatildeo de terras estaacute na linha do modelo de desenvolvimento industrial
baseado na grande escala que jaacute provocou inuacutemeros impactos negativos sobre as
comunidades e os ecossistemas Portanto a luta para deter a concentraccedilatildeo de
terras eacute urgente Trata- se de uma luta entre o modelo industrial versus o modelo
camponecircs e indiacutegena Trata- se da defesa do direito baacutesico agrave terra ao territoacuterio apoder produzir alimentos Trata-se da defesa do direito agrave soberania alimentar
Eacute por este motivo que La Via Campesina organizou em Nyeacuteleacuteni (Mali) um encontro
histoacuterico em que participaram cerca de 300 pessoas com o objetivo de trocar
experiecircncias sobre o que estaacute acontecendo em escala mundial com relaccedilatildeo ao
accedilambarcamento de terras De laacute foi lanccedilado um apelo para a criaccedilatildeo de uma
Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras A seguir fazemos um convite para
ler a declaraccedilatildeo da reuniatildeo e para aderir ao apelo
Declaraccedilatildeo da Conferecircncia
Deter a concentraccedilatildeo de terras agora
Noacutes camponeses e camponesas pastores povos indiacutegenas e nossos aliados
reunidos em Nyeleni de 17 a 19 de novembro de 2011 viemos de todos os cantos
do mundo para partilhar pela primeira vez nossas experiecircncias de luta contra aconcentraccedilatildeo de terras No ano passado apoiamos o Apelo de Kolongo das
organizaccedilotildees camponesas de Mali que foram lideres na organizaccedilatildeo da resistecircncia
local contra apropriaccedilatildeo de terra pois estamos decididos a defender a soberania
alimentar os bens comuns e o direito aos recursos naturais dosas produtoresas
de alimentos em pequena escala
Em Mali o governo comprometeu- se a entregar 800 mil hectares de terra ainvestidores empresariais Trata- se de terras que tecircm pertencido agraves comunidades
durante geraccedilotildees inclusive seacuteculos enquanto o Estado de Mali existe soacute desde os
anos 1960 Despojar as comunidades de suas terras eacute uma violaccedilatildeo de seus
direitos histoacutericos e consuetudinaacuterios
O acesso seguro e o controle da terra e os recursos naturais estatildeo estreitamente
ligados ao usufruto dos direitos consagrados na Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
DEREITOS HUMANOS
- A Marcha Mundial das Mulheres fortalecendo a luta
Para o WRM a luta das mulheres eacute uma luta pela liberdade e a justiccedila social Trata-
se essencialmente de um pedido por mudanccedilas nas estruturas sociais quecolocaram as mulheres em uma posiccedilatildeo desigual e subordinada Assim a luta por
justiccedila de gecircnero se torna uma luta social contra o capitalismo dominante e o
sistema patriarcal que trata as mulheres e a natureza por igual violentando os
corpos das mulheres e vivendo para controlaacute-las e violentando tambeacutem os benscomuns como aacutegua terra soberania e ateacute a cultura em seu insaciaacutevel procura por
lucro e apropriaccedilatildeo
A Marcha Mundial de Mulheres (MMM) eacute um dos atores dentro dos movimentos quelutam por justice de gecircnero Eacute um movimento de mulheres de vaacuterios contextos e
filiaccedilotildees que estatildeo organizadas em grupos de base e organizaccedilotildees que lutam pela
eliminaccedilatildeo das causas da pobreza entre e violecircncia contra as mulheres causas queidentificam como inerentes ao sistema atual capitalista e patriarcal
As accedilotildees dos grupos que constituem o MMM giram em torno da agenda feminista e
das exigecircncias de outros movimentos sociais Assim o MMM tornou-se integradoagraves lutas contra a militarizaccedilatildeo ao mercado livre ou agraves falsas soluccedilotildees para a
mudanccedila climaacutetica e a crise sistecircmica
De 21 a 25 de novembro de 2011 sob o slogan ldquoMulheres em Marcha fortalecendoa accedilatildeo coletiva mudando o mundordquo 80 mulheres provenientes de 34 paiacuteses
incluindo delegados trabalhadores e convidados de movimentos aliados reuniram-
se para o 8ordm Encontro Internacional da MMM que foi celebrado na cidade de
Quezon Filipinas a fim de analisar a situaccedilatildeo atual e discutir estrateacutegias
O texto para ser debatido que foi preparado pelo Comitecirc Internacional da MMM para
o 8ordm Encontro Internacional transmite a ideia de que a luta pela integridade das
mulheres eacute uma luta por justiccedila social e direitos humanos Reflete que ldquoa crisefinanceira os iacutendices de desemprego e endividamento nos paiacuteses do Norte abriram
espaccedilo para o questionamento do atual modelo e do discurso neoliberal e para um
aumento das mobilizaccedilotildees sociais As mesmas lsquosoluccedilotildees neoliberais se impotildeemdesde cortes nos gastos puacuteblicos e ataque aos direitos das mulheres trabalhadoras
e a manutenccedilatildeo da taxa de lucro das empresas incluindo negoacutecios financeiros e
despesas militares A pressatildeo eacute crescente nos lsquoativos reais tais como terras e
bens imobiliaacuterios resultando na apropriaccedilatildeo de terras camponesas indiacutegenas etradicionais e no adiamento da reforma urbana
A respeito do papel da mulher o documento analisa como ldquoo trabalho feito pelas
mulheres em suas muacuteltiplas formas estaacute no centro da organizaccedilatildeo econocircmica e demercado de nossas sociedades no sistema capitalista racista e patriarcal As
mulheres satildeo principalmente responsaacuteveis pelo cuidado do lar em suas
comunidades ou no setor de serviccedilos assim reproduzindo o modelo quehistoricamente lhes foi designado pela sociedade capitalista e patriarcal As
mulheres tecircm maior presenccedila que os homens nos tipos de trabalho que sustentam
comunidades inteiras tais como a produccedilatildeo camponesa e agriacutecola a pesca
artesanal ou a manufatura em pequena escala Tambeacutem satildeo mais ativas naproduccedilatildeo econocircmica e setores que dependem de matildeo de obra intensiva dentro do
mercado contemporacircneo globalizado tais como as induacutestrias da confecccedilatildeo de
roupa e de calccedilado e a agro-exportaccedilatildeordquo
A divisatildeo sexual do trabalho atribui o trabalho produtivo (produccedilatildeo de mercadorias)
aos homens e o trabalho reprodutivo (cuidado de pessoas) agraves mulheres
estabelecendo uma hierarquia na qual o primeiro eacute mais importante que o uacuteltimo Odocumento salienta como o modelo neoliberal capitalista submete o trabalho de
cuidado os relacionamentos humanos e a organizaccedilatildeo do trabalho e do consumo
agraves regras do mercado com o objetivo de aumentar o lucro atraveacutes da eficiecircncia e
eficaacutecia com a atual fase neoliberal do capitalismo Isto eacute particularmente evidente
na privatizaccedilatildeo dos bens comuns tais como os serviccedilos puacuteblicos de sauacutede de
educaccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo de aacutegua Diante do enfraquecimento preacute- planejado e anatildeo existecircncia de serviccedilos puacuteblicos e de cuidados comunitaacuterios (para crianccedilas
doentes ou idosos etc) as mulheres assumem estes trabalhos de longas horas
sem remuneraccedilatildeo realizando tarefas historicamente invisiacuteveisrdquo No debate sobre a
crise as mulheres permanecem invisiacuteveis ldquosalienta- se o desempregos dos
homens enquanto se ignora o fato de as mulheres soacute manterem seus empregos
porque a sua inserccedilatildeo no mercado de trabalho foi sempre baseada em menos
direitos e salaacuterios menoresrdquo
A violecircncia eacute uma ferramenta agregada para o controle das mulheres e o
documento refere ao asseacutedio sexual usado pelos homens para controlar o trabalho
das mulheres nas faacutebricas (sweatshops) bem como a violecircncia sexual para punir as
mulheres que exigem seus direitos e para espalhar o terror Tal violecircncia aumentou
com a militarizaccedilatildeo cada vez maior em todos os continentes como uma forma de
fortalecer o controle sobre os territoacuterios (abrangendo aacutegua terras agriacutecolasrecursos minerais e biodiversidade) o que incluiu estupros e perseguiccedilatildeo contra
mulheres envolvidas em movimentos sociais
Quanto agrave crise ambiental o documento do Comitecirc Internacional da MMM salienta
como o comeacutercio eacute apresentado como uma soluccedilatildeo o lsquodireito a poluir
transformado em creacuteditos de carbono que seratildeo negociados no mercado de
valores O mecanismo REDD (Reduccedilatildeo de Emissotildees do Desflorestamento e da
Degradaccedilatildeo Florestal) tambeacutem foi considerado pelo documento que conclui que osprojetos REDD aumentam o poder dos governos das empresas privadas e de
algumas grandes ONGs jaacute que necessariamente toma o controle das florestas
descartando e excluindo os povos originais que laacute tecircm morado durante geraccedilotildees
O MMM pede que as mulheres fortaleccedilam a accedilatildeo poliacutetica a fim de reclamar natildeo
apenas os territoacuterios das mulheres- seus corpos e suas terras- mas tambeacutem aacutegua
biodiversidade e a cultura de todos os povos que moraram nesses territoacuteriosdurante geraccedilotildees
O encontro terminou com uma colorida manifestaccedilatildeo internacional reclamando o fim
da violecircncia contra as mulheres que nas Filipinas inclui a remoccedilatildeo das bases
militares dos EUA
(1) Artigo baseado no texto produzido pelo Comitecirc Internacional da MMM para ser
debatido no 8ordm Encontro Internacionalhttpwwwworldmarchofwomenorgstructure8rencontrecontexten
inigravecio
- Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras
O processo de concentraccedilatildeo de terras (1) estaacute ocorrendo em escala global e tem
se intensificado a partir das crises alimentar climaacutetica e financeira criadas pelos
grandes capitalistas com suas proacuteprias poliacuteticas neoliberais Agora os mesmos que
criaram as crises estatildeo de olho nos bens naturais e os territoacuterios constituindo-se
assim uma nova fase de expansatildeo do capitalismo com o intuito de atingir o controledos bens naturais do planeta
A concentraccedilatildeo de terras estaacute na linha do modelo de desenvolvimento industrial
baseado na grande escala que jaacute provocou inuacutemeros impactos negativos sobre as
comunidades e os ecossistemas Portanto a luta para deter a concentraccedilatildeo de
terras eacute urgente Trata- se de uma luta entre o modelo industrial versus o modelo
camponecircs e indiacutegena Trata- se da defesa do direito baacutesico agrave terra ao territoacuterio apoder produzir alimentos Trata-se da defesa do direito agrave soberania alimentar
Eacute por este motivo que La Via Campesina organizou em Nyeacuteleacuteni (Mali) um encontro
histoacuterico em que participaram cerca de 300 pessoas com o objetivo de trocar
experiecircncias sobre o que estaacute acontecendo em escala mundial com relaccedilatildeo ao
accedilambarcamento de terras De laacute foi lanccedilado um apelo para a criaccedilatildeo de uma
Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras A seguir fazemos um convite para
ler a declaraccedilatildeo da reuniatildeo e para aderir ao apelo
Declaraccedilatildeo da Conferecircncia
Deter a concentraccedilatildeo de terras agora
Noacutes camponeses e camponesas pastores povos indiacutegenas e nossos aliados
reunidos em Nyeleni de 17 a 19 de novembro de 2011 viemos de todos os cantos
do mundo para partilhar pela primeira vez nossas experiecircncias de luta contra aconcentraccedilatildeo de terras No ano passado apoiamos o Apelo de Kolongo das
organizaccedilotildees camponesas de Mali que foram lideres na organizaccedilatildeo da resistecircncia
local contra apropriaccedilatildeo de terra pois estamos decididos a defender a soberania
alimentar os bens comuns e o direito aos recursos naturais dosas produtoresas
de alimentos em pequena escala
Em Mali o governo comprometeu- se a entregar 800 mil hectares de terra ainvestidores empresariais Trata- se de terras que tecircm pertencido agraves comunidades
durante geraccedilotildees inclusive seacuteculos enquanto o Estado de Mali existe soacute desde os
anos 1960 Despojar as comunidades de suas terras eacute uma violaccedilatildeo de seus
direitos histoacutericos e consuetudinaacuterios
O acesso seguro e o controle da terra e os recursos naturais estatildeo estreitamente
ligados ao usufruto dos direitos consagrados na Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
comunidades inteiras tais como a produccedilatildeo camponesa e agriacutecola a pesca
artesanal ou a manufatura em pequena escala Tambeacutem satildeo mais ativas naproduccedilatildeo econocircmica e setores que dependem de matildeo de obra intensiva dentro do
mercado contemporacircneo globalizado tais como as induacutestrias da confecccedilatildeo de
roupa e de calccedilado e a agro-exportaccedilatildeordquo
A divisatildeo sexual do trabalho atribui o trabalho produtivo (produccedilatildeo de mercadorias)
aos homens e o trabalho reprodutivo (cuidado de pessoas) agraves mulheres
estabelecendo uma hierarquia na qual o primeiro eacute mais importante que o uacuteltimo Odocumento salienta como o modelo neoliberal capitalista submete o trabalho de
cuidado os relacionamentos humanos e a organizaccedilatildeo do trabalho e do consumo
agraves regras do mercado com o objetivo de aumentar o lucro atraveacutes da eficiecircncia e
eficaacutecia com a atual fase neoliberal do capitalismo Isto eacute particularmente evidente
na privatizaccedilatildeo dos bens comuns tais como os serviccedilos puacuteblicos de sauacutede de
educaccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo de aacutegua Diante do enfraquecimento preacute- planejado e anatildeo existecircncia de serviccedilos puacuteblicos e de cuidados comunitaacuterios (para crianccedilas
doentes ou idosos etc) as mulheres assumem estes trabalhos de longas horas
sem remuneraccedilatildeo realizando tarefas historicamente invisiacuteveisrdquo No debate sobre a
crise as mulheres permanecem invisiacuteveis ldquosalienta- se o desempregos dos
homens enquanto se ignora o fato de as mulheres soacute manterem seus empregos
porque a sua inserccedilatildeo no mercado de trabalho foi sempre baseada em menos
direitos e salaacuterios menoresrdquo
A violecircncia eacute uma ferramenta agregada para o controle das mulheres e o
documento refere ao asseacutedio sexual usado pelos homens para controlar o trabalho
das mulheres nas faacutebricas (sweatshops) bem como a violecircncia sexual para punir as
mulheres que exigem seus direitos e para espalhar o terror Tal violecircncia aumentou
com a militarizaccedilatildeo cada vez maior em todos os continentes como uma forma de
fortalecer o controle sobre os territoacuterios (abrangendo aacutegua terras agriacutecolasrecursos minerais e biodiversidade) o que incluiu estupros e perseguiccedilatildeo contra
mulheres envolvidas em movimentos sociais
Quanto agrave crise ambiental o documento do Comitecirc Internacional da MMM salienta
como o comeacutercio eacute apresentado como uma soluccedilatildeo o lsquodireito a poluir
transformado em creacuteditos de carbono que seratildeo negociados no mercado de
valores O mecanismo REDD (Reduccedilatildeo de Emissotildees do Desflorestamento e da
Degradaccedilatildeo Florestal) tambeacutem foi considerado pelo documento que conclui que osprojetos REDD aumentam o poder dos governos das empresas privadas e de
algumas grandes ONGs jaacute que necessariamente toma o controle das florestas
descartando e excluindo os povos originais que laacute tecircm morado durante geraccedilotildees
O MMM pede que as mulheres fortaleccedilam a accedilatildeo poliacutetica a fim de reclamar natildeo
apenas os territoacuterios das mulheres- seus corpos e suas terras- mas tambeacutem aacutegua
biodiversidade e a cultura de todos os povos que moraram nesses territoacuteriosdurante geraccedilotildees
O encontro terminou com uma colorida manifestaccedilatildeo internacional reclamando o fim
da violecircncia contra as mulheres que nas Filipinas inclui a remoccedilatildeo das bases
militares dos EUA
(1) Artigo baseado no texto produzido pelo Comitecirc Internacional da MMM para ser
debatido no 8ordm Encontro Internacionalhttpwwwworldmarchofwomenorgstructure8rencontrecontexten
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- Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras
O processo de concentraccedilatildeo de terras (1) estaacute ocorrendo em escala global e tem
se intensificado a partir das crises alimentar climaacutetica e financeira criadas pelos
grandes capitalistas com suas proacuteprias poliacuteticas neoliberais Agora os mesmos que
criaram as crises estatildeo de olho nos bens naturais e os territoacuterios constituindo-se
assim uma nova fase de expansatildeo do capitalismo com o intuito de atingir o controledos bens naturais do planeta
A concentraccedilatildeo de terras estaacute na linha do modelo de desenvolvimento industrial
baseado na grande escala que jaacute provocou inuacutemeros impactos negativos sobre as
comunidades e os ecossistemas Portanto a luta para deter a concentraccedilatildeo de
terras eacute urgente Trata- se de uma luta entre o modelo industrial versus o modelo
camponecircs e indiacutegena Trata- se da defesa do direito baacutesico agrave terra ao territoacuterio apoder produzir alimentos Trata-se da defesa do direito agrave soberania alimentar
Eacute por este motivo que La Via Campesina organizou em Nyeacuteleacuteni (Mali) um encontro
histoacuterico em que participaram cerca de 300 pessoas com o objetivo de trocar
experiecircncias sobre o que estaacute acontecendo em escala mundial com relaccedilatildeo ao
accedilambarcamento de terras De laacute foi lanccedilado um apelo para a criaccedilatildeo de uma
Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras A seguir fazemos um convite para
ler a declaraccedilatildeo da reuniatildeo e para aderir ao apelo
Declaraccedilatildeo da Conferecircncia
Deter a concentraccedilatildeo de terras agora
Noacutes camponeses e camponesas pastores povos indiacutegenas e nossos aliados
reunidos em Nyeleni de 17 a 19 de novembro de 2011 viemos de todos os cantos
do mundo para partilhar pela primeira vez nossas experiecircncias de luta contra aconcentraccedilatildeo de terras No ano passado apoiamos o Apelo de Kolongo das
organizaccedilotildees camponesas de Mali que foram lideres na organizaccedilatildeo da resistecircncia
local contra apropriaccedilatildeo de terra pois estamos decididos a defender a soberania
alimentar os bens comuns e o direito aos recursos naturais dosas produtoresas
de alimentos em pequena escala
Em Mali o governo comprometeu- se a entregar 800 mil hectares de terra ainvestidores empresariais Trata- se de terras que tecircm pertencido agraves comunidades
durante geraccedilotildees inclusive seacuteculos enquanto o Estado de Mali existe soacute desde os
anos 1960 Despojar as comunidades de suas terras eacute uma violaccedilatildeo de seus
direitos histoacutericos e consuetudinaacuterios
O acesso seguro e o controle da terra e os recursos naturais estatildeo estreitamente
ligados ao usufruto dos direitos consagrados na Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
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- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
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- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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(1) Artigo baseado no texto produzido pelo Comitecirc Internacional da MMM para ser
debatido no 8ordm Encontro Internacionalhttpwwwworldmarchofwomenorgstructure8rencontrecontexten
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- Apelo para a criaccedilatildeo da Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras
O processo de concentraccedilatildeo de terras (1) estaacute ocorrendo em escala global e tem
se intensificado a partir das crises alimentar climaacutetica e financeira criadas pelos
grandes capitalistas com suas proacuteprias poliacuteticas neoliberais Agora os mesmos que
criaram as crises estatildeo de olho nos bens naturais e os territoacuterios constituindo-se
assim uma nova fase de expansatildeo do capitalismo com o intuito de atingir o controledos bens naturais do planeta
A concentraccedilatildeo de terras estaacute na linha do modelo de desenvolvimento industrial
baseado na grande escala que jaacute provocou inuacutemeros impactos negativos sobre as
comunidades e os ecossistemas Portanto a luta para deter a concentraccedilatildeo de
terras eacute urgente Trata- se de uma luta entre o modelo industrial versus o modelo
camponecircs e indiacutegena Trata- se da defesa do direito baacutesico agrave terra ao territoacuterio apoder produzir alimentos Trata-se da defesa do direito agrave soberania alimentar
Eacute por este motivo que La Via Campesina organizou em Nyeacuteleacuteni (Mali) um encontro
histoacuterico em que participaram cerca de 300 pessoas com o objetivo de trocar
experiecircncias sobre o que estaacute acontecendo em escala mundial com relaccedilatildeo ao
accedilambarcamento de terras De laacute foi lanccedilado um apelo para a criaccedilatildeo de uma
Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeo de Terras A seguir fazemos um convite para
ler a declaraccedilatildeo da reuniatildeo e para aderir ao apelo
Declaraccedilatildeo da Conferecircncia
Deter a concentraccedilatildeo de terras agora
Noacutes camponeses e camponesas pastores povos indiacutegenas e nossos aliados
reunidos em Nyeleni de 17 a 19 de novembro de 2011 viemos de todos os cantos
do mundo para partilhar pela primeira vez nossas experiecircncias de luta contra aconcentraccedilatildeo de terras No ano passado apoiamos o Apelo de Kolongo das
organizaccedilotildees camponesas de Mali que foram lideres na organizaccedilatildeo da resistecircncia
local contra apropriaccedilatildeo de terra pois estamos decididos a defender a soberania
alimentar os bens comuns e o direito aos recursos naturais dosas produtoresas
de alimentos em pequena escala
Em Mali o governo comprometeu- se a entregar 800 mil hectares de terra ainvestidores empresariais Trata- se de terras que tecircm pertencido agraves comunidades
durante geraccedilotildees inclusive seacuteculos enquanto o Estado de Mali existe soacute desde os
anos 1960 Despojar as comunidades de suas terras eacute uma violaccedilatildeo de seus
direitos histoacutericos e consuetudinaacuterios
O acesso seguro e o controle da terra e os recursos naturais estatildeo estreitamente
ligados ao usufruto dos direitos consagrados na Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
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POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
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- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
Humanos- e em outros tratados regionais e internacionais- tais como o direito agrave livre
determinaccedilatildeo o direito a um padratildeo adequado de vida agrave moradia agrave alimentaccedilatildeo agrave
sauacutede agrave cultura agrave propriedade e agrave participaccedilatildeo Constatamos com suma
preocupaccedilatildeo que os Estados descumprem suas obrigaccedilotildees a este respeito ecolocam os interesses de negoacutecios por cima dos interesses dos povos
A concentraccedilatildeo de terras eacute um fenocircmeno global promovido pelas elites e os
investidores locais nacionais e transnacionais bem como pelos governos com o
objetivo de controlar os recursos mais valiosos do planeta As crises alimentares
financeiras e climaacuteticas globais ocasionaram um aperto entre investidores e
governos ricos por adquirir e apropriar- se de terras e recursos naturais jaacute que estes
satildeo os uacutenicos portos a salvo que restam para garantir rendimentos financeirosFundos de pensotildees e outros fundos de investimento transformaram- se em
poderosos atores na concentraccedilatildeo de terras ao mesmo tempo que continua
havendo guerras pela apropriaccedilatildeo do controle das riquezas naturais
O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento estatildeo facilitando a
concentraccedilatildeo da terra e da aacutegua ao promoverem poliacuteticas e leis convenientes agraves
corporaccedilotildees empresariais ao facilitarem o acesso a capital e garantias para osinvestidores e ao fomentarem um modelo de desenvolvimento econocircmico extrativo
e destrutivo O Banco Mundial o FIDA a FAO e a Conferecircncia da ONU sobre
Comeacutercio e Desenvolvimento propuseram sete princiacutepios que legitimam a
concentraccedilatildeo de terra por parte de empresas comerciais e estados investidores
Dirigida por vaacuterias das maiores corporaccedilotildees transnacionais a Alianccedila pela
Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica visa a transformar a agricultura camponesa em agricultura
industrial e a integrar osas camponeses as agraves cadeias globais de valor assimaumentando em grande medida sua vulnerabilidade ao despojo de terras
A concentraccedilatildeo de terras vai aleacutem das estruturas imperialistas tradicionais Norte-
Sul as corporaccedilotildees transnacionais podem ter suas sedes nos Estados Unidos
Europa Chile Meacutexico Brasil Ruacutessia Iacutendia China Aacutefrica do Sul Tailacircndia Malaacutesia
e Coreacuteia do Sul entre outros paiacuteses As terras estatildeo sendo accedilambarcadas na Aacutesia
Aacutefrica Ameacutericas e Europa para a agricultura industrial as plantaccedilotildees de aacutervores a
mineraccedilatildeo os projetos de infraestruturas as represas o turismo os parquesnaturais a induacutestria a expansatildeo urbana e as finalidades militares Povos indiacutegenas
e minorias eacutetnicas estatildeo sendo expulsas de seus territoacuterios por forccedilas armadas
aumentando sua vulnerabilidade e em alguns casos inclusive resultando em sua
escravizaccedilatildeo As falsas soluccedilotildees de mercado agrave mudanccedila climaacutetica estatildeo criando
novas formas de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais
Apesar de as mulheres produzirem a grande maioria dos alimentos no mundo e de
serem responsaacuteveis pelo bem- estar familiar e comunitaacuterio as estruturas patriarcaisexistentes continuam provocando que elas sejam despossuidas das terras que
cultivam e de seu direito aos recursos Levando em consideraccedilatildeo que a maioria
das camponesas natildeo tecircm direitos agrave terra garantidos e legalmente reconhecidos
estatildeo particularmente expostas a sofrer despejos
A luta contra a concentraccedilatildeo de terras eacute uma luta contra o capitalismo o
neoliberalismo e contra um modelo econocircmico destrutivo Os testemunhos denossas irmatildes e irmatildeos da Aacutefrica do Sul Brasil Burkina Fasoacute Colocircmbia Franccedila
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
Gana Guatemala Guineacute Bissau Honduras Iacutendia Indoneacutesia Mali Mauritacircnia
Moccedilambique Nepal Niacuteger Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Senegal Tailacircndia e
Uganda nos mostraram como a concentraccedilatildeo de terras ameaccedila a agricultura familiar
em pequena escala a natureza o meio ambiente e a soberania alimentar A
concentraccedilatildeo de terras desloca e espalha as comunidades destroacutei as economias
locais e o tecido soacutecio- cultural e coloca em perigo as identidades dascomunidades sejam de camponesesas pastoresas pescadoresas artesanais
trabalhadoresas dalits ou povos indiacutegenas Aqueles que se erguem para defender
seus direitos estatildeo sendo espancados presos e assassinados Natildeo haacute forma de
mitigar os impactos deste modelo econocircmico e as estruturas de poder que o
promovem Nossas terras natildeo estatildeo agrave venda nem para serem arrendadas
Mas natildeo estamos vencidos Atraveacutes da organizaccedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a unidade em
nossas comunidades fomos capazes de deter a concentraccedilatildeo em muitos lugaresAleacutem disso nossas sociedades reconhecem cada vez mais que a agricultura
familiar e a produccedilatildeo de alimentos em pequena escala eacute o modelo mais sustentaacutevel
do ponto de vista econocircmico social e ambiental de usar recursos e garantir o
direito agrave alimentaccedilatildeo para todosas
Lembrando o apelo de Dakar reiteramos nosso compromisso a resistir ao
concentraccedilatildeo de terras com todos os meios possiacuteveis a apoiar a todos aqueles eaquelas que lutam contra as conccedilentraccedilatildeoes de terra e a exercer pressatildeo sobre os
governos nacionais e as instituiccedilotildees internacionais para que cumpram suas
obrigaccedilotildees com os direitos dos povos Comprometemo- nos especificamente a
Organizar as comunidades rurais e urbanas contra todas as formas de concentraccedilatildeo
de terras
Reforccedilar as capacidades de nossas comunidades e movimentos para reclamar edefender nossos direitos terras e recursos
Reclamar e garantir os direitos das mulheres em nossas comunidades agrave terra e aos
recursos naturais
Conscientizar a opiniatildeo puacuteblica sobre como a concentraccedilatildeo de terras estaacute causando
uma crise para a sociedade
Construir alianccedilas entre diferentes setores e regiotildees e mobilizar nossas sociedades
para deter a concentraccedilatildeo de terras
Fortalecer nossos movimentos para conseguir e promover a soberania alimentar e uma
autecircntica reforma agraacuteria
Para realizar estes compromissos vamos desenvolver o seguinte plano de accedilatildeo
Quanto agrave capacitaccedilatildeo para organizar a resistecircncia local
bull Informar nossas comunidades das discussotildees e compromissos desta
Conferecircncia
bull Construir nossas proacuteprias fontes de informaccedilatildeo sobre a concentraccedilatildeo de terras por
meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
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- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
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POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
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- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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meio de documentaccedilatildeo de casos compilaccedilatildeo de informaccedilatildeo relevante e de provassobre processos atores impactos de concentraccedilatildeo de terras
bull Garantir que nossas comunidades recebam a informaccedilatildeo que precisam quanto a
seus direitos as leis as empresas os contratos etc de maneira que possam
resistir mais efetivamente aos investidores e os governos que tratem de despossui-
las de suas terras
bull Estabelecer sistemas de alerta antecipada para prevenir as comunidades sobreos riscos e ameaccedilas
bull Fortalecer nossas comunidades atraveacutes da formaccedilatildeo poliacutetica e teacutecnica e
recuperar nosso orgulho de ser produtores as e fornecedoresas de alimentos
especialmente entre os jovens
bull Promover os direitos das mulheres agrave terra e aos recursos naturais conscientizando
nossas comunidades e movimentos sobre a importacircncia de respeitar e proteger osdireitos das mulheres agrave terra especialmente em sistemas consuetudinaacuterios de
posse
bull Desenvolver e usar os meios de comunicaccedilatildeo locais para organizar os membros
de nossas comunidades e de outras e compartir com eles informaccedilatildeo sobre a
concentraccedilatildeo de terras
bull Fazer que nossos dirigentes cumpram as normas estabelecias por nossas
comunidades e os obrigar a que prestem contas diante de noacutes nossas
comunidades e organizaccedilotildees
Quanto agrave assistecircncia juriacutedica de defesa
bull Desenvolver nossos proacuteprios sistemas de assistecircncia juriacutedica e colaborar com
expertos juriacutedicos e em direitos humanos
bull Rejeitar todas as formas de violecircncia e criminalizaccedilatildeo de nossas lutas e
mobilizaccedilotildees pela defesa de nosso direitos
bull Trabalhar pela liberaccedilatildeo imediata de todas as pessoas presas por causa de suas
lutas em defesa das terras e dos territoacuterios realizar urgentemente campanhas de
solidariedade com todas as pessoas viacutetimas de conflitos
Quanto agrave incidecircncia e agrave mobilizaccedilatildeo
bull Declarar o dia 17 de abril como o dia global da mobilizaccedilatildeo contra a concentraccedilatildeo
de terras identificar outras datas adicionais de mobilizaccedilatildeo para defender a terra e
os bens comuns
bull Elaborar nossos argumentos poliacuteticos para pocircr em evidecircncia e desacreditar o
modelo econocircmico que fomenta a concentraccedilatildeo de terras bem como os diferentesatores e iniciativas que o promovem e tentam legitimar
bull Estabelecer um Observatoacuterio Popular sobre accedilambarcamento de terra para facilitar
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
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- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
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- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
a compilaccedilatildeo de informaccedilotildees comunicaccedilotildees planos de accedilatildeo incidecircncia pesquisa
e anaacutelise
bull Promover os direitos das mulheres atraveacutes de programas de redistribuiccedilatildeoespeciacuteficos para mulheres e outras medidas Promover leis e poliacuteticas que
respondam agraves necessidades das mulheres
bull Construir alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios de comunicaccedilatildeo
bull Levar nossas mensagens e reivindicaccedilotildees a nossos deputados governos e
instituiccedilotildees internacionais Continuar envolvidos no Comitecirc de Seguranccedila AlimentarMundial e demandar que seus processos como o das Diretrizes da FAO sobre
governanccedila da terra a pesca e as florestas contribuam realmente a proteger e
promover os direitos agrave terra e os recursos naturais dosas fornecedoresas de
alimentos em pequena escala
bull Identificar e enfatizar em niacutevel local nacional e internacional os espaccedilos para a
accedilatildeo a mobilizaccedilatildeo e a construccedilatildeo de uma ampla resistecircncia social aacute concentraccedilatildeo
de terras
bull Planejar accedilotildees de protesto contra corporaccedilotildees (incluindo corporaccedilotildees
financeiras) o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento que
se beneficiam e incentivam a concentraccedilatildeo de terras e recursos naturais Manteroposiccedilatildeo aos esquemas de auto- regulaccedilatildeo do setor privado tais como osprinciacutepios RAI do Banco Mundial
bull Expandir e fortalecer nossas accedilotildees para conseguir e promover a soberaniaalimentar e uma autecircntica reforma agraacuteria o reconhecimento dos sistemas
consuetudinaacuterios sempre que salvaguardem os direitos das mulheres e a realizaccedilatildeodos direitos dosas jovens agrave terra e aos recursos naturais
bull Apoiar o controle dos povos de seus recursos naturais atraveacutes de ocupaccedilotildees de
terras ocupaccedilotildees das empresas e corporaccedilotildees investidoras protestos e outrasaccedilotildees de mobilizaccedilatildeo de massas para reclamar seus bens comuns
bull Exigir a nossos governos que cumpram com suas obrigaccedilotildees de direitoshumanos que cessem imediatamente a transferecircncia de terras e recursos naturais a
investidores empresariais que cancele os contratos realizados restituam as terrassaqueadas e protejam as comunidades rurais e urbanas da concentraccedilatildeo atual equalquer concentraccedilatildeo que vier ocorrer
Quanto agraves alianccedilas
bull Construir redes e alianccedilas fortes de organizaccedilotildees em todos os niacuteveis- local
regional e internacional- com base no Apelo de Dakar e colocando osasprodutoresas e fornecedoresas de alimentos no centro das alianccedilas
bull Forjar alianccedilas com membros dos fundos de pensotildees para evitar que estes
fundos invistam em projetos que resultem em concentraccedilatildeo de terras
bull Estabelecer alianccedilas estrateacutegicas com a imprensa e os meios para que transmitam
fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
inigravecio
- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
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- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
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POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
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- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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fielmente nossas mensagens e realidades Refutar os prejuiacutezos difundidos pelaimprensa dominante a respeito da luta pela terra e a reforma agraacuteria em Zimbabwe
Fazemos um apelo a todas aquelas organizaccedilotildees comprometidas com estes
princiacutepios e accedilotildees para que se unam a nossa Alianccedila Global contra a Concentraccedilatildeode Terras que hoje de forma solene lanccedilamos aqui em Nyeleni
Globalizemos a luta Globalizemos a esperanccedila
Nyeleni 19 de novembro de 2011
Para aderir ao apelo visite httpwwwdakarappealorgindexphpes
(1) Com concentraccedilatildeo de terras estamos traduzindo o proceso chamado landgrabbing en inglecircs
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- Desde Durban Apelo a uma moratoacuteria sobre REDD+
As accedilotildees reais para enfrentar a mudanccedila climaacutetica foram mais uma vez bloqueadaspelos poluidores mundiais A 17ordf Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadrodas Naccedilotildees Unidas sobre Mudanccedila Climaacutetica (UM CO17) em Durban finalizou com o
lanccedilamento de uma nova mesa de negociaccedilotildees (a Plataforma Durban) que visa aum novo regime A decisatildeo representa um crime contra a humanidade jaacute que adia
as accedilotildees ateacute 2020 e permite que as temperaturas globais aumentem em 4 grausCelsius com base em promessas de reduccedilatildeo de emissotildees feitas pelos paiacuteses
industrializados em Cancun para o periacuteodo 2012- 2020
Apesar da falta de accedilatildeo para chegar a um acordo vinculante de reduccedilatildeo deemissotildees mais uma vez houve esforccedilos em Durban para impulsionar REDD+ como
um caminho para avanccedilar
Povos Indiacutegenas que participaram das negociaccedilotildees na UNFCCC organizados sob
a Alianccedila Global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD e pelaVida exigiram uma moratoacuteria sobre REDD+ Eles salientaram que ldquoas fontes definanciamento para a compensaccedilatildeo de carbono atraveacutes de REDD+ proveacutem do setor
privado e dos mercados de carbono nos quais as induacutestrias extrativas estatildeoenvolvidas Os mercados de carbono e REDD+ transformam nossos territoacuterios e
florestas em depoacutesitos de carbono enquanto os maiores responsaacuteveis pela criseclimaacutetica natildeo assumem compromissos vinculantes de reduccedilotildees de emissotildees de
gases de efeito estufa e continuam gerando lucro O Banco Mundial informou queos ldquofluxos financeiros exigidos para a estabilizaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo climaacutetica no longoprazo seratildeo principalmente do setor privado
REDD- junto com o MDL- pode permitir que os paiacuteses industrializados ldquocompensem24-69 de suas emissotildees evitando assim as necessaacuterias reduccedilotildees nacionais
requeridas para que as emissotildees cheguem a seu auge a partir de 2015reconheceu James Hansen o diretor da NASA
A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
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- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
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- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
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- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
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- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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A maioria das florestas do mundo estatildeo localizadas em terras e territoacuterios de povosindiacutegenas e o grupo denuncia que REDD+- bem como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)- promove a privatizaccedilatildeo e a mercantilizaccedilatildeo dasflorestas aacutervores e ar atraveacutes do comeacutercio e compensaccedilotildees de carbono ldquoumahipocrisia que natildeo iraacute deter o aquecimento globalrdquo e que pode resultar na maior
apropriaccedilatildeo de terras de todos os tempos
O apelo por uma moratoacuteria estaacute baseado no princiacutepio de cautela que diz que
ldquoquando uma atividade supotildee ameaccedilas e danos agrave sauacutede humana ou ao ambientemedidas de precauccedilatildeo devem ser tomadas inclusive se algumas relaccedilotildees entre
causas e efeitos natildeo forem estabelecidos cientificamenterdquo Um crescente nuacutemerode relatoacuterios recentes providencia evidecircncia de que ldquoos Povos Indiacutegenas estatildeosujeitos a violaccedilotildees de seus direitos em decorrecircncia da implementaccedilatildeo de
programas e poliacuteticas do tipo REDD+ incluindo o direito agrave vida dos opositores aREDD+ deslocamentos forccedilados e reassentamentos involuntaacuterios a perda de
terras territoacuterios e recursos meios de subsistecircncia soberania e seguranccedilaalimentar e a imposiccedilatildeo dos chamados ldquomeios de vida alternativosrdquo que levam agrave
separaccedilatildeo de nosso povo de suas comunidades culturas e conhecimentotradicional Da mesma forma nossos direitos ao consentimento livre preacutevio einformado autodeterminaccedilatildeo e autonomia consagrados na Declaraccedilatildeo das Naccedilotildees
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indiacutegenas (UNDRIPs) tambeacutem satildeo violadosCabe apontar que as Naccedilotildees Unidas reconhecem que REDD+ poderia resultar no
fechamento das florestas para as pessoas
REDD+ natildeo apenas prejudica os Povos Indiacutegenas e as comunidades locais
tambeacutem causa danos no ambiente ao promover as plantaccedilotildees industriais deaacutervores- com a possibilidade de incluir a plantaccedilatildeo de aacutervores transgecircnicas- quesob perversos incentivos estatildeo substituindo as florestas nativas e assim
aumentando o desmatamento
Enquanto o carbono bioacutetico- o carbono armazenado nas florestas- nunca poderaacute ser
climaticamente equivalente ao carbono fossilizado mantido no subsolo porque odioacutexido de carbono emitido na queima de combustiacuteveis foacutesseis se acrescente agrave
quantidade total de carbono que perpetuamente circula entre a atmosferavegetaccedilatildeo solos e oceanos Tal falta de equivalecircncia entre muitas outrascomplexidades torna impossiacutevel contabilizar o carbono dentro do REDD alerta a
declaraccedilatildeo
ldquoREDD+ estaacute minando o regime climaacutetico e violando o principio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecido sob a UNFCCC Oscreacuteditos para contaminar gerados por REDD+ dificultam a uacutenica soluccedilatildeo viaacutevel para
a mudanccedila climaacutetica manter o petroacuteleo o carbono e o gaacutes no subsolordquo conclui adeclaraccedilatildeo
O apelo da Alianccedila global de Povos Indiacutegenas e Comunidades Locais contra REDD
e pela Vida pode ser acessado em httpclimate-connectionsorgp=12488amppreview=true
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
- Mega- empreendimentos e criminalizaccedilatildeo da luta por direitos o caso da Iacutendia ede Honduras
Neste mecircs em que eacute comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos eacuteurgente salientar os casos de duas comunidades de paiacuteses aparentemente muito
distantes mas que tecircm muito em comum Tanto em Honduras quanto na Iacutendia ascomunidades levam anos de luta contra o novo colonialismo de poderosos gruposeconocircmicos vinculados com a plantaccedilatildeo de palma e a extraccedilatildeo de ferro
respectivamente
Com base num modelo industrial extrativista em grande escala e exportador estas
empresas satildeo responsaacuteveis pela violaccedilatildeo de direitos humanos nas comunidadesem que se instalaram A obtenccedilatildeo de lucro estaacute acima de tudo e justifica qualquer
meio para silenciar as vozes de resistecircncia e assim conseguir uma produccedilatildeo emgrande escala destinada a paiacuteses com alto consumo de oacuteleo de dendecirc e ferro nomercado global
Sejam nacionais sejam transnacionais sideruacutergicas ou agriacutecolas as empresaschegam com grandes promessas de desenvolvimento bem- estar e emprego para
a comunidade mas no curto prazo fica em evidecircncia a realidade de seus negoacuteciosde caraacuteter capitalista que nada tem a ver com as promessas realizadas nem com
os interesses das comunidades locais
As comunidades locais organizadas reagem informando- se denunciandoirregularidades reivindicando seu direito agrave terra e ao territoacuterio- seu meio de vida e
sustento- e resistindo natildeo apenas agrave apropriaccedilatildeo e destruiccedilatildeo de ecossistemas mastambeacutem agrave violaccedilatildeo de direitos humanos
A resposta das empresas diante da oposiccedilatildeo a seus empreendimentos natildeodemora a chegar Eacute assim que com o apoio do governo criminalizam osmovimentos camponeses o que supotildee ameaccedilas referecircncias na imprensa
desprestigiando os liacutederes locais ou as denuacutencias realizadas pelas comunidadesprisatildeo por causas desconhecidas juiacutezos injustos repressatildeo policial e ou militar e
ateacute assassinatos
Iacutendia Dirigente do movimiento anti-POSCO sequestrado pela administraccedilatildeo Orissa
A empresa coreana POSCO tenta instalar em Orissa no leste da Iacutendia uma planta
sideruacutergica com uma capacidade de produccedilatildeo de quatro milhotildees de toneladasnecessitando para isso 1500 hectares de terra (vide boletins 147 155 157 163 do
WRM)
Do total mencionado 1200 hectares satildeo florestas- a empresa estaacute negociando a
obtenccedilatildeo de uma autorizaccedilatildeo do governo de Orissa para limpar a aacuterea e assimabrir espaccedilo para a instalaccedilatildeo da planta- e ldquoapenasrdquo 60 hectares (conforme declara ogoverno) correspondem a terrenos privados O que natildeo se diz eacute que este ldquoapenasrdquo
representa duas comunidades com mais de 600 famiacutelias que seriam deslocadas
O movimento de pescadores e camponeses das comunidades de Dhinkia e
Gobindpur leva vaacuterios anos de resistecircncia contra as tentativas do governo de
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
Orissa bem como da multinacional POSCO de destinar essas terras ao projeto deextraccedilatildeo de ferro que inclui a construccedilatildeo de uma estrada de acesso ao local da
planta
Apesar de o governo dizer que o programa de compra de terras eacute paciacutefico
manifestantes e ativistas afirmam que o governo os coage para que cedamespalhando uma enorme quantidade de policiais na aacuterea Abhay Sahoo um dos
liacutederes do PPSS (Movimento de resistecircncia anti- POSCO) se pergunta o que eacute quetanto incomoda o governo O que as comunidades defendem eacute sua economiabaseada no betel (Areca catechu) os peixes e o arroz alimentos que permitem
que eles garantam o bem- estar das futuras geraccedilotildees ldquosem nenhum dessesprojetos que soacute prometem destruir todo nosso entornordquo declara agrave agecircncia IPS (vide
httpipsnoticiasnetnotaaspidnews=98519)
Em decorrecircncia da resistecircncia do movimento o ativista Abhay Sahoo foi preso em
finais de novembro perto da aacuterea proposta para desenvolver o projeto e estaacute emprisatildeo preventiva jaacute que a peticcedilatildeo de fianccedila foi rejeitada Isso ocorre depois que oshabitantes de Dhinkia e Gobindpur resistiram heroicamente- sob o agoniante calor
do veratildeo e por mais de dois meses- os ataques da poliacutecia chamando a atenccedilatildeo detodo o paiacutes sobre a ameaccedila a sua proacutespera economia e os ecossistemas Tambeacutem
ocorre no contexto das denuacutencias realizadas ao ministeacuterio do ambiente sobre aautorizaccedilatildeo para desmatar em favor do projeto que eacute considerada imoral e sem o
aval da populaccedilatildeo local- referindo-se a uma recente proposta de lei que exige oconsentimento de 80 da populaccedilatildeo
A situaccedilatildeo piorou nos uacuteltimos dias quando mais de 500 homens armados- uma
espeacutecie de miliacutecia privada- com o apoio da poliacutecia e do governo chegaram agravemanifestaccedilatildeo natildeo violenta do PPSS em que umas 2000 pessoas entre homens
mulheres e crianccedilas deitaram-se sobre a terra para impedir o acesso da empresaao local A miliacutecia com bombas e armas atacou os manifestantes ferindo a mais de
oito pessoas uma delas com lesotildees graves
As comunidades de Dhinkia e Gobindpur precisam de nossa solidariedade Arepressatildeo contra o movimento PPSS a prisatildeo do liacuteder Abhay Sahooy o ataque agrave
manifestaccedilatildeo paciacutefica destas duas comunidades locais devem receber a condenada comunidade internacional da mesma forma que o projeto da empresa POSCO
que aleacutem de ser socialmente injusto e economicamente destrutivo eacute responsaacutevelpela violaccedilatildeo de direitos humanos em Orissa (acesse aqui a uma carta modelo para
ser encaminhada ao governo e agrave comissatildeo de Direitos Humanos da IacutendiahttpwwwwrmorguyIndialetter12-2011html)
Honduras apelo urgente de solidariedade com o Movimento Camponecircs do Bajo Aguaacuten
O Movimento Camponecircs da regiatildeo do Bajo Aguaacuten no norte de Honduras divulgourecentemente uma carta aberta na qual denuncia que ldquoEacute urgente deter o massacre
no Bajo Aguaacutenrdquo Esta voz de alerta eacute por sua vez um pedido de apoio para acomunidade internacional- povos governos e instituiccedilotildees- diante da situaccedilatildeoextrema em que se encontram (vide
httpmovimientocampesinodelaguanblogspotcom201111llamamiento-urgente-de-solidaridad-conhtml)
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
Os camponeses e camponesas vivem em contiacutenuo perigo com ldquopresenccedila militar e
policial fortemente intensificada nos uacuteltimos tempos- que eacute apontada reiteradamentepor sua responsabilidade na repressatildeordquo afirma a carta
ldquoA gravidade do problema foi denunciada no uacuteltimo dia 24 de outubro no contexto
do 143ordm Periacuteodo de Sessotildees da Comissatildeo Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) em que foi documentado o aumento de assassinatos- 42 assassinadosas
filiados a organizaccedilotildees camponesas entre setembro de 2009 e outubro de 2011-perseguiccedilotildees ameaccedilas e intimidaccedilotildees contra aproximadamente 3500 famiacutelias
camponesas que reclamam seu direito agrave terra e agrave alimentaccedilatildeo e encontram- se emtotal indefensibilidade diante da criminal repressatildeo e saqueio da oligarquiahondurenha ligada fundamentalmente agrave produccedilatildeo de palma na regiatildeo e
estreitamente vinculada ao regime poliacutetico instaurado apoacutes o golpe de estado de2009 A esses assassinatos acrescentam-se os processos judiciais contra mais de
160 camponeses- iniciados ateacute julho de 2011- os despejos forccedilados e a destruiccedilatildeodas moradias e meios de vida de povos inteiros
Segundo relatoacuterios e denuncias puacuteblicas disponiacuteveis no paiacutes haacute mais de 600 milfamiacutelias que natildeo possuem terras sem que exista por parte do Estado hondurenhouma estrateacutegia agraacuteria para solver a grave problemaacutetica social O conflito agraacuterio em
Honduras estaacute polarizado por causa da Lei de Modernizaccedilatildeo Agriacutecola do ano 1992que permitiu ultrapassar os limites existentes em relaccedilatildeo agrave posse da terra dando
lugar a enormes plantaccedilotildees concentradas no Bajo Aguaacuten nas matildeos delatifundiaacuterios como Miguel Facusseacute Reynaldo Canales e Reneacute Morales Carazordquo
ldquoAs famiacutelias camponesas exigem a terra porque natildeo tecircm o que comerNecessitamos semear nossos alimentos e tambeacutem contribuir para a economia locale nacional A monocultura eacute uma das razotildees que nos levaram a este conflito agraacuterio
e natildeo podemos continuar reproduzindo este modelordquo relata um liacuteder camponecircs aum jornalista da Rel- UITA (vide ldquoDendezeiro e direitos humanos A aacutegua e o oacuteleordquo
em httpwwwrel-uitaorgagriculturapalma_africanaindexhtm)
A carta aberta diz que ldquoenquanto a morte e o terror continuam percorrendo os
campos do Bajo Aguaacuten e o regime criminaliza a luta camponesa e aprofunda amilitarizaccedilatildeo do territoacuterio seu titular Porfirio Lobo garante que avanccedila o processo depacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo do paiacutes conseguindo assim que a Organizaccedilatildeo de
Estados Americanos (OEA) e outras instacircncias internacionais reincorporaram oEstado de Honduras como membro ativo com plenos direitos Tambeacutem datildeo reacutedea
larga aos planos ambiciosos de investimento endividamento e ocupaccedilatildeo territorialdo paiacutes a fim de aprofundar o saqueio e a depredaccedilatildeo Longe de atingir essa
pacificaccedilatildeo e reconciliaccedilatildeo o povo hondurenho sofre os embates de um sistemacolapsadordquo
ldquoA partir de junho deste ano e com o comparecimento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) o Banco Mundial os Estados Unidos e outros com ajustificativa de uma nova iniciativa Regional Centro- americana de Seguranccedila que se
supotildee indicada para melhorar o combate ao narcotraacutefico e outras formas de crimeorganizado estaacute se consolidando um forte apoio e abastecimento justamente aossetores mais implicados nele Esta nova transnacionalizaccedilatildeo de um muito particular
conceito de seguranccedila sempre sob o domiacutenio dos Estados Unidos jaacute tem muitos
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
antecedentes no paiacutes e na regiatildeo incluindo o lsquocapiacutetulo de seguranccedila incorporado
ao NAFTA cujos resultados no Meacutexico estatildeo a olho nu Tambeacutem natildeo podemignorar-se seus viacutenculos com as poliacuteticas de investimento endividamento e controle
territorial que no Bajo Aguaacuten e as aacutereas costeiras Gariacutefunas entre outras partes deHonduras buscam impor seus projetos de saqueio reverdecidos- lsquoenergia
renovaacutevel lsquoreflorestamento ecoloacutegico e lsquo turismo sustentaacutevel- por sobre aresistecircncia das comunidades cujas possibilidades de vida estatildeo cada vez maisviolentadasrdquo
O Movimento Camponecircs solicita entre outros temas que ldquoa Organizaccedilatildeo deEstados Americanos proceda com urgecircncia a nomear uma Comissatildeo de Verificaccedilatildeo
da situaccedilatildeo do Bajo Aguaacuten com apoio da Comissatildeo Interamericana de DireitosHumanos (CIDH)rdquo Tambeacutem exorta ldquoInstituiccedilotildees Financeiras Internacionaisinvestidores e lsquodoadores internacionais a que suspendam toda operaccedilatildeo que afeta
a regiatildeo ateacute sua necessidade e legitimidade sejam comprovadas sob aperspectiva dos direitos das comunidades afetadasrdquo
Concluindo a carta aberta faz- se especial ecircnfase nas exigecircncias agraves autoridadeshondurenhas que devem respeitar os compromissos assumidos diante da
comunidade internacional de zelar pelos direitos humanos terminando com acriminalizaccedilatildeo dos movimentos camponeses deter os despejos forccediladosimpedindo o avanccedilo da agroinduacutestria sobre a soberania alimentar e territorial e a
desmilitarizaccedilatildeo da regiatildeo
Fazemos um apelo agrave solidariedade da comunidade internacional com o povo
hondurenho e a estar alerta diante da situaccedilatildeo de grave perigo que se apresentaneste paiacutes e especialmente na regiatildeo do Bajo Aguaacuten
Estes dois casos satildeo representativos de outros muitos que ocorrem na Ameacuterica
Latina Aacutefrica e Aacutesia em que os responsaacuteveis de implementar um modelo industrialextrativista em grande escala e de promover o consumo excessivo segundo as regras
do capitalismo global respondem com criminalizaccedilatildeo repressatildeo militarizaccedilatildeo e morteagravequeles que se opotildeem a entregar sua terra territoacuterios cultura e formas tradicionais de
produccedilatildeo em favor de uma feroz mercantilizaccedilatildeo da natureza
inigravecio
- Crise de direitos humanos em plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia
Um novo relatoacuterio publicado em novembro de 2011 mostra como a poliacutecia local daProviacutencia de Jambi na ilha de Sumatra na Indonesia em conjunto com o pessoal
das empresas de palma sistematicamente despejam pessoas de seusassentamentos disparando armas para assustaacute-los e depois usando maquinaacuterio
pesado para destruir suas moradias e escavar pisos de concreto nos arroiosproacuteximos As operaccedilotildees foram levadas adiante durante uma semana em meados
de agosto e jaacute desencadearam uma controveacutersia internacional Andiko diretorexecutivo da ONG indoneacutesia de direitos comunitaacuterios HuMa disse
Os despejos forccedilados a ponta de pistola e a destruiccedilatildeo dos lares de
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
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- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
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POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
homens mulheres e crianccedilas sem aviso preacutevio ou com uma ordemjudicial constituem seacuterios abusos dos direitos humanos e satildeo contraacuteriosagraves regras policiais Agora a empresa deve fazer reparaccedilotildees mas os
autores individuais tambeacutem devem ser investigados e punidos conformea lei
As operaccedilotildees ocorreram em agosto de 2011 na concessatildeo de palma de 20000hectares da PT Asiatic Persada uma subsidiaacuteria com 51 do Grupo Wilmar Ogrupo sediado em Cingapura estaacute representado na Diretoria Executiva da Mesa
Redonda (RSPO) sobre a Palma Sustentaacutevel e aleacutem de possuir mais de 600000 hade plantaccedilotildees na Malaacutesia e Indoneacutesia tem planos de expansatildeo em outros
continentes eacute o maior comercializador de oacuteleo de dendecirc do mundo e estaacuteconstruindo instalaccedilotildees em Sumatra e na Europa Abetnetgo Tarigan diretor
executivo da ONG indoneacutesia SawitWatch que tambeacutem eacute membro da diretoria daRSPO afirmou
Francamente noacutes estamos muito desiludidos Esperamos que os
membros liacutederes da RSPO adiram rigorosamente ao padratildeo combinadoque inclui respeitar os direitos tradicionais do povo e resolver os
conflitos As empresas que integram a RSPO deveriam entrar emcontato pro ativamente com as comunidades e natildeo recorrer a taacuteticas de
matildeo dura das eacutepocas passadas
Como detalhado no relatoacuterio o que estaacute por tragraves dos problemas atuais eacute um conflitoterritorial de longa data com as comunidades locais que tiveram suas terras
apropriadas pelas plantaccedilotildees de palma sem o reconhecimento de seus direitossem compensaccedilatildeo e sem seu consentimento Wilmar que se apropriou da
plantaccedilatildeo em 2006 negou- se a reconhecer as reivindicaccedilatildeoes territoriais dascomunidades ou oferecer- lhes pequenas propriedades dentro de sua concessatildeo
em vez de oferecer participaccedilatildeo em uma proporccedilatildeo 5050 em um empreendimentoconjunto mais ao oeste Alguns membros comunitaacuterios que natildeo se juntaram a esseesquema o repudiaram alegando que para eles trouxe poucos benefiacutecios e muitos
conflitos
O Programa dos Povos da Floresta (Forest Peoples Programme) que coordenou a
pesquisa de campo observa que as ONGs apresentaram agora uma terceirareclamaccedilatildeo sobre o grupo junto aacute Corporaccedilatildeo Financiera Internacional (IFC) o braccedilo
pirvado do Banco Mundial atraveacutes do seu Compliance Advisory Ombudsman(CAO) As reclamaccedilotildees anteriores levaram agrave suspensatildeo de todo o financiamento doBanco Mundial no setor de palma ao redor do mundo Atualmente o CAO ainda tem
um processo em andamento para mediar as disputas entre as subsidiaacuterias doWilmar e as comunidades Contudo em Jambi esses esforccedilos fracassaram em
junho deste ano
O CAO agora concordou em revisar novamente a reclamaccedilatildeo e a empresa algunsrepresentantes comunitaacuterios o governo local e algumas ONGs locais tambeacutem
concordaram em que o CAO intermediasse na disputa Enquanto isso poreacutem adisputa permanece sem soluccedilatildeo e outros ativistas impacientes com o demorado
avanccedilo tecircm levado recentemente suas reclamaccedilotildees agrave Alemanha onde com aajuda de ONGs alematildes fizeram uma manifestaccedilatildeo no exterior de instalaccediloes de
processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
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- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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processamento de oacuteleo de dendecirc em Hamburgo de Unilever As ONGs alematildesexortaram agrave Unilever um dos maiores consumidores de oacuteleo de dendecirc para que
detenha o comeacutercio com Wilmar
A SawitWatch a ONG indoneacutesia que monitora o setor do dendecirc tem catalogadoatraveacutes de sua proacutepria rede 663 casos de conflitos territoriais entre as comunidades
e as plantaccedilotildees de palma na Indoneacutesia A Agecircncia Nacional de Terras do Governoda Indonesia admitiu que haacute cerca de 3500 casos registrados
O que estaacute por tragraves a esses desesperados conflitos eacute o problema que a Indoneacutesia descumpre as obrigaccedilotildees internacionais quanto aos direitos humanos e as leisnacionais soacute reconhecem debilmente os direitos tradicionais das comunidades
rurais Menos de 40 de todas as propriedades de terra na Indoneacutesia tem tiacutetulo depropriedade Apesar de ser o terceiro paiacutes mais populoso do mundo o governo
trata mais de 80 do territoacuterio nacional como terras de Estado e livremente entregaaacutereas a empresas para extraccedilatildeo madeireira mineraccedilatildeo e plantaccedilotildees sem o
consentimento da comunidade Estudos acadecircmicos mostram que os tratosoferecidos agrave populaccedilatildeo local por parte das empresas de palma satildeo piores agoraque durante a ditadura do presidente Suharto Os oacutergatildeos de tratados das Naccedilotildees
Unidas levaram reiteradamente essas questotildees agrave consideraccedilatildeo do governoindoneacutesio exigindo a reforma de leis que reconheccedilam os direitos dos povos
indiacutegenas e das comunidades locais O governo indoneacutesio poreacutem nem sequerrespondeu agraves Naccedilotildees Unidas parece que ignora sua responsabilidade de proteger
os direitos de seus cidadatildeos
Uma revisatildeo regional mais ampla da expansao de palma no Sudeste asiaacuteticotambeacutem publicada pelo Forest Peoples Programme e a SawitWatch em novembro
mostra que nos locais em que os direitos comunitaacuterios estatildeo pouco protegidos e aaplicaccedilatildeo da lei eacute deacutebil a palma continua sua expansatildeo atraveacutes de extensas
lsquoapropriaccediloes de terras que acarretam conflitos repressatildeo e maiores abusos dosdireitos humanos O mesmo padratildeo pode ser visto no Camboja Filipinas
Indoneacutesia Malaacutesia e inclusive em Papua Nova Guineacute Nos locais em que as terrasdos agricultores estatildeo mais seguras contudo como nas terras baixas da Tailacircndiao cultivo eacute escolhido por pequenos proprietaacuterios que podem vender
independentemente sua produccedilatildeo em seus proacuteprios termos o que leva a melhoresresultados para a populaccedilatildeo local O estudo tambeacutem aponta que tal expansatildeo no
Sudeste da Aacutesia natildeo soacute estaacute impulsionado pela demanda global de oacuteleo de palmaque se expande exponencialmente como tambeacutem por poliacuteticas nacionais para
desenvolver o cultivo para atender os mercados locais salvar as divisasestrangeiras e promover a seguranccedila energeacutetica
Em dezembro um encontro regional das comissotildees nacionais de direitos humanos
do Sudeste asiaacutetico foram convocados pela Comissatildeo indoneacutesia de DireitosHumanos KOMNASHAM para analisar esses problemas A conferecircncia emitiu a
ldquoDeclaraccedilatildeo de Bali sobre Direitos Humanos e Agronegoacuteciordquo que exorta os estadosdo Sudeste asiaacutetico a garantir os direitos das comunidades locais e dos povos
indiacutegenas incluindo seu direito agrave alimentaccedilatildeo e a estabelecer um sistema maisforte que obrigue as empresas a respeitar os direitos humanos
Links
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
Para ter acesso a coacutepias do novo relatoacuterio sobre os abusos dos direitos humanosem Jambi Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111final-report-pt-ap-nov-2011-low-res-1pdf
Para ter acesso a uma perspective detalhada dos problemas de direitos humanos
no setor do dendezeiro tanto na Malaacutesia quanto na Indoneacutesia vide
httpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201008palmoilindigenouspeoplesoutheastasiafinalmceng_0pdf
Para ter acesso ao novo relatoacuterio sobre a expansatildeo da palma no SE asiaacutetico videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilespublication201111oil-palm-expansion-southeast-asia-2011-low-respdf
Para ter acesso agrave Declaraccedilatildeo de Bali videhttpwwwforestpeoplesorgsitesfppfilesp
ublication201112final-bali-declaration-adopted-1-dec-2011pdf
Para ter informaccedilotildees sobre a accedilatildeo de protesto na Alemanha videhttpwwwregenwaldorgnewspalmoel3933tagliche-news-zu-d
em-indonesier-besuch-die-indonesier-in-deutschland
Este artigo foi compilado por Marcus Colchester do forest Peoples Programme
inigravecio
- Clima direitos humanos e florestas na Tailacircndia
Na Tailacircndia as comunidades indiacutegenas tecircm sido e continuam sendo ameaccediladasde ser expulsadas de seus territoacuterios tradicionais em decorrecircncia daimplementaccedilatildeo da poliacutetica REDD+ do paiacutes Essa violaccedilatildeo de direitos humanos eacute
devida ao fato de as comunidades terem sido acusados de contribuir para a criseclimaacutetica porque eles desmatariam destruiriam os recursos naturais e causariam
incecircndios florestais- atividades que implicam emissotildees de carbono Ao mesmotempo eles natildeo satildeo consultados quando esse tipo de anaacutelise e as poliacuteticas
decorrentes estatildeo sendo formuladas
Para questionar essa visatildeo e poliacutetica foi desenvolvido um estudo com os indiacutegenasKaren da comunidade de HuayHin Lad no distrito Wieng Pa Patildeo na proviacutencia de
Chiang Raiacute uma comunidade ameaccedilada de ser expulsada por estar localizada emum parque nacional Foram estudados seus modos tradicionais de usar e
relacionar-se com a floresta incluindo o potencial e a capacidade da florestacomunitaacuteria de absorver os gases de efeito estufa em comparaccedilatildeo com as
emissotildees de gases de efeito estufa decorrentes das atividades comunitaacuterias
A conclusatildeo desse estudo foi que o modo de vida e de praticar a agricultura dospovos de terras altas na Tailacircndia natildeo contribui negativamente para a mudanccedila
climaacutetica senatildeo que ldquoas praacuteticas tradicionais para a subsistecircncia desses povos
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
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POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
estatildeo ajudando ao equiliacutebrio do sistema ecoloacutegico mitigando efetivamente osimpactos negativos da mudanccedila climaacutetica e mantendo uma sustentaacutevel seguranccedila
alimentarrdquo
Mostrou que a praacutetica de agricultura itinerante da comunidade causa escassas
emissotildees de carbono porque eacute um sistema auto-suficiente natildeo usa nenhumproduto quiacutemico e assim tem despesas miacutenimas e eacute capaz de garantir a seguranccedilaalimentar da comunidade durante todo o ano porque haacute diversos periacuteodos de
colheita A comunidade prefere os alimentos localmente produzidos em vez decomprar alimentos processados industrialmente Isso tudo contribui para uma
miacutenima pegada ecoloacutegica tendo como resultado que as emissotildees anuais decarbono na comunidade satildeo de apenas 008 do carbono armazenado na aacuterea
comunitaacuteria
Outro fator importante que influencia o modo com que a comunidade lida com suasflorestas eacute o fato de o uso dos recursos naturais e o consumo de alimentos da
comunidade serem totalmente guiados por seus modos tradicionais de lidar com oambiente baseado em crenccedilas sabedoria e regras coletivamente estabelecidas
Por exemplo o corte de uma aacutervore eacute um processo coletivamente decididoguiado por vaacuterias regras
Os resultados do estudo reforccedilam a necessidade de respeitar os direitos dospovos das terras altas ao manejo sustentaacutevel dos recursos naturais emconformidade com a constituiccedilatildeo tailandesa O estudo tambeacutem mostra a
necessidade de os povos indiacutegenas serem consultados e poderem participarintegramente na formulaccedilatildeo de poliacuteticas relativas agrave mudanccedila climaacutetica
Este interessante estudo tambeacutem mostra como as pessoas inclusive os governospodem aprender desta e de outras comunidades das aacutereas de florestas tropicais no
mundo todo sobre o uso responsaacutevel dos recursos naturais sobre como viver beme harmoniosamente com esses recursos sem causar impactos negativos para oclima e o ambiente em geral Os resultados deste estudo de caso tambeacutem
constituem uma clara mensagem para quem toma as decisotildees na Tailacircndia e emmuitos paiacuteses de florestas tropicais que natildeo os expulsem das florestas porque natildeo
satildeo responsaacuteveis pela destruiccedilatildeo florestal Pelo contraacuterio eles satildeo atores chave naluta pela conservaccedilatildeo das florestas
Baseado em `Climate Change Trees and Livelihood A case study on the carbon
footprint of a Karen Community in Northern Thailandacute escrito pela NorthernDevelopment Foundation e a comunidade HuayHin Lad
(httpccminaippnetorgindexphpoption=com_contentampview=articleampid=350ampItemid=159)
inigravecio
POVOS EM ACcedilAtildeO
- Fundo de pensatildeo holandecircs denunciado por investir em plantaccedilotildees demonoculturas de aacutervores em Moccedilambique
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
inigravecio
- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
inigravecio
No dia 3 de dezembro de 2011 um artigo de capa do jornal holandecircs Volkskrantdenunciou que o fundo de pensatildeo ABP um dos maiores do mundo estaacute investindodinheiro atraveacutes do Global Solidarity Forest Fund (GSFF) uma iniciativa das Igrejas
sueca e norueguesa em um projeto de plantaccedilatildeo de monocultura de pinheiros eeucaliptos em Moccedilambique que estaacute afetando negativamente as comunidadescamponesas (vide a publicaccedilatildeo do WRM de 2010 emwwwwrmorguypaisesMozambiquelivropdf)
Na material do jornal a Uniatildeo Provincial de Camponeses de Niassa afirma ldquoNoacutes natildeoentendemos por que as instituiccedilotildees religiosas e outros fundos de investimentoestatildeo colocando dinheiro em projetos que estatildeo explorando os mais pobres dospobresrdquo
O ABP admite que haacute problemas mas alega que atualmente a gestatildeo mudou e as
coisas estatildeo melhorando Eacute desnecessaacuterio dizer que noacutes continuaremosmonitorando junto com a Uniatildeo Nacional de Camponeses (UNAC) de Moccedilambiquemembro de La Via Campesina o desenvolvimento da situaccedilatildeo de crescenteapropriaccedilatildeo de terras na Aacutefrica por parte de empresas estrangeiras e fundos deinvestimentos
Em Moccedilambique cerca de 80 da populaccedilatildeo vive da agricultura e os camponesesrecebem escassos apoios para melhorar sua seguranccedila e soberania alimentars Aexpansatildeo de plantaccedilotildees de aacutervores sobre terras agriacutecolas faz com que a vida sejamais difiacutecil para as comunidades rurais e portanto causou forte oposiccedilatildeo dessas
comunidades
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- Desgraccedila Anunciada para o Extremo sul Sul e Sudoeste da Bahia
O Governador Jacques Wagner e o Secretaacuterio de Meio ambiente prepara para o dia21 de dezembro um PRESENTE ESPECIAL DE NATAL para a sociedade do
Extremo Sul Sul e Sudoeste da Bahia Jaacute circula a notiacutecia de que independente daanaacutelise Teacutecnica do EIARima a Licenccedila de ampliaccedilatildeo da Veracel Celulose seraacuteautorizada Mesmo o EIARIMA apresentando diversas falhas isso natildeo seraacuteproblema Mesmo a sociedade dizendo NAtildeO agrave expansatildeo da empresa atraveacutes deaudiecircncias Puacuteblicas Basta apenas a assinatura do Secretaacuterio Senhor Eugecircnio
Spengler
Inuacutemeras falhas sejam elas ortograacuteficas redacionais metodoloacutegicas ou conceituaiscaracterizam o RIMA VERACEL II A justificativa do uso de uma linguagem simplesexigida em qualquer RIMA parece autorizar omissotildees graves imprecisotildees termos
vagos e geneacutericos Mais de 100 paacuteginas satildeo destinadas a anaacutelise de tabelas egraacuteficos sobre dados dos municiacutepios da aacuterea de influecircncia do projeto Os teacutecnicosabandonam deliberadamente a anaacutelise do projeto em si e suas relaccedilotildees com oterritoacuterio e passam a listar dados agropecuaacuterios demograacuteficos educacionais dos17 municiacutepios que compotildeem a aacuterea de influencia direta do projeto Apenas na parte
final uacuteltimas 25 paacuteginas os teacutecnicos descrevem de forma resumida e precaacuteria osimpactos do projeto e algumas medidas mitigatoacuterias
Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
inigravecio
- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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Impressiona a postura claramente panfletaacuteria do estudo Em especiacutefico sentenccedilascomo ldquoVeracel usa tecnologia em favor do meio ambienterdquo ou objetivar aldquoSustentabilidade do empreendimentordquo permeiam todo o relatoacuterio a tal ponto que opresente RIMA mais se assemelha a um relatoacuterio anual de sustentabilidade daempresa ou uma elaborada peccedila de Marketing
E assim o destino estaacute traccedilado para os pequenos agricultores TrabalhadoresRurais Sem Terra Comunidades Tradicionais Etc Natildeo seraacute analisado os conflitosexistentes e os que certamente viratildeo Vamos seguir o rumo traccedilado peloldquodesenvolvimentordquo baseado na exploraccedilatildeo dos recursos naturais e das pessoas
Comprometer a Seguranccedila Alimentar Negar os Direitos Humanos de grupos ecomunidades Para o Governo da Bahia o importante eacute a garantia do lucro aopequeno grupo acionaacuterio como BNDES Aracruz Celulose (atual Fibria) e StoraEnso
08 de Dezembro de 2011
Foacuterum Socioambiental do Extremo Sul Sul e sudoeste da Bahia
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- Chamado agrave mobilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo das lutas rumo a Rio+20 e mais aleacutem
De 18 a 23 de junho de 2012 no Rio de Janeiro Brasil ocorreraacute a Conferecircncia dasNaccedilotildees Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentaacutevel (Rio+20) comemorando os
20 anos da histoacuterica Cimeira da Terra Rio 92
Foi a partir de esta conferecircncia histoacuterica que comeccedilou a luta para que os paiacutesesindustrializados assumissem sua responsabilidade tambeacutem histoacuterica pela mudanccedilaclimaacutetica resultando mais tarde nas lutas populares pelo reconhecimento da diacutevidaecoloacutegica e climaacutetica por parte dos paiacuteses industrializados do Norte com relaccedilatildeo ao
Sul invertendo a loacutegica vigente das diacutevidas- financeiras- que os governos do Sultinham com os paiacuteses do Norte e as instituiccedilotildees financeiras por eles dominadas
No entanto comeccedilou tambeacutem um processo acelerado de mercantilizaccedilatildeo da vida eda natureza atraveacutes das falsas soluccedilotildees tanto para a mudanccedila climaacutetica- sob a
forma dos mercados de carbono- quanto para a perda da biodiversidade- sob aforma dos chamados mecanismos financeiros inovadores
ldquoFrente a esta realidade precisamos converter o RIO+20 em um processo mundialde forte mobilizaccedilatildeo que confronte a realidade de um sistema de morte que buscaperpetuar-se a qualquer custo e fortalecer as lutas e resistecircncias por nossa
sobrevivecircncia atraveacutes da construccedilatildeo de alternativas natildeo-capitalistas como asoberania alimentarrdquo expressam organizaccedilotildees redes e movimentos sociaisenvolvidos na construccedilatildeo da Cuacutepula dos Povos por justiccedila social e ambientalcontra a mercantilizaccedilatildeo da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns queseraacute realizada em simultacircneo e na mesma cidade que a Conferecircncia Rio+20
As organizaccedilotildees convocam ldquoos povos e movimentos em luta contra todas asformas de exploraccedilatildeo depredaccedilatildeo e dominaccedilatildeo a unir-se conosco em uma
Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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Assembleacuteia permanente dos Povos onde afirmaremos nossos direitos e os daNatureza frente agrave mercantilizaccedilatildeo da vida e o ldquoesverdiamentordquo do capitalismo baixo
a retoacuterica da ldquoeconomia verderdquo y ldquopara assegurar que o RIO+20 se converta em umagrande mobilizaccedilatildeo popular que fortaleccedila as bases locais regionais e mundiaisnecessaacuterias para enfrentar a ofensiva verde do capitalismo
Para juntar-se agrave iniciativa convidamos a comunicar-se atraveacutes demovilizacionrio20gmailcom O texto completo da convocaccedilatildeo pode ser
acessado em httpwwwwrmorguyRIO+20Mobilizemos-noshtml
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