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NOSSO Informativo mensal do Campus de Salvador campus Ago 2013 Ano 1 N° 2 Tecnologia em eventos é o novo curso do campus Ensino de música: cinco anos após a Lei nº 11.769 Cisa: Água é tema de entrevista

Nosso Campus #2 - Agosto 2013

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Informativo mensal do IFBA Campus de Salvador

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NOSSOInformativo mensal do Campus de Salvador

campusAgo 2013 Ano 1 N° 2

Tecnologia em eventos

é o novo curso do campus

Ensino de música:

cinco anos após a Lei nº 11.769

Cisa: Água é tema de entrevista

2 NOSSOcampus Julho 2013

Com a palavra...

Reitora Aurina Santana, Diretor Geral do Campus de Salvador Albertino Nascimento, Coordenadora de Imprensa Andréa Costa - DRT BA 1962Jornalista Responsável Verusa Pinho - DRT BA 3546, Reportagem Gabriela Cirqueira e Verusa Pinho, Projeto Gráfico Gustavo Pontas,Diagramação Lilian Caldas, Felippe Moura, Revisão Andréa Costa, Apoio Administrativo Valdinice Alcântara, Impressão Gráfica do Campus | Perio-dicidade Mensal, Tiragem 600 exemplares, Circulação Campus de Salvador e Reitoria | Endereço Rua Emídio dos Santos, s/n, Barbalho - Salvador/BA, CEP: 40301-015 | Telefone (71) 2102-9509 | Facebook IFBA_Salvador_Oficial | Site www.ifba.edu.br | E-mail [email protected]

EXPEDIENTE

O irromper dos movimentos de contestação da juventude, tendo como foco os estádios ou arenas da Copa das Confedera-ções, bem como as condições dos transportes públicos, da saú-de e da corrupção lembram a metáfora de um filme já antigo, podemos dizer de sessão da tar-de, chamado de “Os outros”. Os mortos achavam que estavam vi-vos e havia “intrusos” na sua ma-ravilhosa mansão. O drama final é quando os mortos descobrem que estão mortos e os “intrusos” são os vivos.

No Brasil, do mantra dos mortos, havia acabado a miséria e era necessário procurar os re-calcitrantes miseráveis com lupa de grande aumento. A educação, a saúde, o atendimento hospi-talar, as estradas e a segurança pública não precisavam conhecer nenhum debate, em razão da sua excelência. Os mortos acredita-vam que estavam vivos e eram eles que faziam o país. Para os mortos, o momento de legibilida-de dessa riqueza do Brasil; para o mundo, era o ensaio geral da Copa das Confederações. Nes-ses dias futebolísticos, o mundo conheceria o quanto o Brasil era próspero e o seu povo era só fe-licidade e alegria. Os mortos não

sabiam que estavam mortos e o que acontecia com o mundo dos vivos.

No mantra dos mortos, o Brasil apresentaria a sua enge-nhosidade e capacidade na en-genharia civil, nas construções dos belíssimos estádios ou are-nas. Apresentaria os estádios,

desculpem, as arenas, repletas de torcedores ordeiros e felizes, havendo até cadeira numerada e compra de ingresso na internet – que maravilha! O que aconte-ceu, então, para o surgimento de uma massa, de norte a sul do país, denunciar as condições de vida do povo brasileiro? Por que

“O desencanto não ocorre do dia para a noite, é um lento processo de percepção das massas sobre as suas condições de vida. ”

a multidão gritava “não é Grécia, é o Brasil saindo da inércia”? Por que a multidão cercou os símbo-los do poder, em diversos esta-dos da federação, em especial na capital federal, como o cerco ao Congresso Nacional e ao edifício do Itamaraty? Havia “intrusos” na mansão.

Nos limites desse breve tex-to, não é possível avançar na análise, porém podem se apre-sentar elementos que expliquem o desencantamento popular em relação à dominação ideológica, midiática e econômica dos man-datários mortos que se achavam vivos. O desencanto não ocorre do dia para a noite, é um lento processo de percepção das mas-sas sobre as suas condições de vida. Pouco a pouco, jovens ante-nados, não antenados, passagei-ros de ônibus, não passageiros, engarrafados, não engarrafados, vítimas, as mais diversas, da vio-lência cotidiana, não vítimas, consumidores, não consumido-res despertaram que estavam vivos. Na luz dos movimentos so-ciais, desapareceram os mortos.

Os movimentos sociais e o desencantamento dos mortos

Jorge Almeida UzêdaDoutor em História e docente do IFBA

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Processo Seletivo

Campus oferece novo curso superior

Este ano, o campus de Salva-dor do IFBA oferecerá um novo curso no Processo Seletivo 2014: Tecnologia em Eventos, com 40 vagas. Os interessados devem acompanhar as atualizações no site www.ifba.edu.br e realizar a inscrição no período especificado em edital. As aulas acontecerão no turno vespertino e o curso terá duração mínima de dois anos e meio.

Segundo a professora Paula Costa, integrante do colegiado da nova graduação, a oferta é uma tentativa de suprir as lacunas do mercado para profissionais da área de hospitalidade e lazer.

“Essa é uma atividade econômi-ca que vem apresentando grau de desenvolvimento maior nas últimas décadas, com grande de-manda por profissionais qualifi-cados, que possuam uma forma-ção geral ampla e uma formação específica aprofundada nos diver-sos segmentos. Os eventos mo-vimentam empresas e cidades, gerando demanda de serviços va-riados e especializados, e têm se mostrado uma área de atuação promissora no Brasil, por razões diversas, como a melhoria na ren-da do brasileiro. Em 2011, Salva-dor manteve a liderança como a cidade do Norte e Nordeste a se-

Atua como gestor, consultor ou assessor em empresas privadas, bem como órgãos públicos e instituições afins, estando apto para planejar, executar e coordenar even-tos, nas diversas áreas e seg-mentos do mercado, sejam eles promocionais, sociais, artísticos, culturais, técni-co-científicos, entre outros.

diar o maior número de eventos internacionais”, comentou.

Na opinião do estudante de hospedagem, Alfredo Ferreira, que pretende ingressar na gra-duação, será uma oportunidade de permanecer na instituição e aprofundar conhecimentos. “Es-tou no último semestre do curso e já fiquei triste por ter que me afastar do IFBA. Quando soube da nova formação, fiquei muito feliz. Estou cheio de expectativas, pois, quando estagiário, atuei na área de eventos, em um hotel, e me identifiquei bastante com a área. Espero ser aprovado no Processo Seletivo 2014”, relatou.

O que faz o tecnólogo em eventos?

Com base na legislação es-pecífica, esse profissional, de caráter multidisciplinar, realiza desde estudos de via-bilidade, utilizando as me-todologias apropriadas, até a elaboração de cardápios de alimentos e bebidas, ob-tendo visão global e criativa, com capacidade na tomada de decisões.

Já diz o ditado: “Quem can-ta, seus males espanta”. Parte in-tegrante da nossa vida, a música tem sido cada vez mais utilizada no processo de aprendizagem dos jovens, como ferramenta ou meto-dologia em sala de aula, ganhando destaque, nos últimos anos, por ter se tornado disciplina obrigatória na formação básica. Essa medida, que completa cinco anos em agos-to, tem exigido dos educadores e pesquisadores da área, um estudo constante sobre os benefícios des-sa linguagem, como deve ser minis-trada e a sua real função no desen-volvimento humano.

Foi através da Lei nº 11.769/08, que o ensino da música se tornou obrigatório na educação básica e não somente uma atividade ar-tística, a fim de proporcionar aos estudantes o desenvolvimento de habilidades para interpretação, es-crita e leitura, por exemplo, cola-borando com diferentes objetivos, como a socialização de conheci-mentos e a formação integral. Fru-to da luta incessante dos arte-edu-cadores, iniciada nos anos de 1980 pelo Movimento Arte-Educação, o referido documento alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB) e foi analisado pelo professor Helder Leite, docente da disciplina no campus de Salvador do IFBA, em seu doutorado.

“Com a promulgação da mu-dança na LDB, a denominação de educação artística alterna para ensino de arte, com parâmetros curriculares que contemplam as quatro linguagens: artes visuais, teatro, música e dança. A partir de 2008, com a Lei nº 11.769, o ensi-no de música torna-se obrigatório, porém outras questões devem ser enfrentadas, como a especializa-ção e a formação dos professores”, explicou o docente, maestro pela Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), violinista e compositor.

Embora ainda sejam necessá-rios alguns ajustes e conquistas, em termos de infraestrutura, qualifica-ção e demanda de pessoal, após a alteração na LDB, permitiu-se levar para a educação básica um ensino musical de ação mais efetiva no processo formativo. “A arte-edu-cação oportuniza o aprendizado e, através de tendências individuais, fortalece e estimula o gosto, con-tribui para o desenvolvimento pes-soal e social do ser, investigando e

oportunizando o senso crítico. A formação do cidadão compreende e relaciona capacidades inerentes a diversos aspectos: o ético, o esté-tico e o afetivo são processos que interagem com o indivíduo, propor-cionando uma perspectiva crítica e participativa no seu envolvimento artístico”, comentou o professor.

Há mais de 20 anos, Helder Leite tem lecionado música de di-versas maneiras no IFBA. O desta-que é para o ensino de instrumen-tos, como piano, teclado e violão, e técnica vocal, através do projeto de extensão “Música para Todos”, que, este ano, teve quase 500 inscritos e já resultou na formação de bandas, além de uma sala para ensaio e gra-vação. “Quanto à metodologia, de-senvolvo um conteúdo programá-tico com base na observação das carências culturais, capacitando o aluno a interpretar e representar o

Dó-Ré-MiFá-Sol...

Para o prof. Helder, a arte-educa-ção auxilia no desenvolvimento pessoal e social do ser.

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Capa

Lá-Si vão cinco anos de obrigatoriedade do ensino de música. Novo status permite ação mais efetiva no processo formativo.

FOTO: VERUSA PINHO

mundo à sua volta e fortalecer pro-cessos de identidade”, afirmou.

Teoria e prática musicais, além de história da arte são conteúdos desenvolvidos nas aulas de música. “O aluno deve ser capaz de iden-tificar e perceber uma nota como aguda ou grave, fazer relação entre tons diferentes, ouvindo criterio-samente o som do piano ou outro instrumento harmônico, a partir de reflexões e discussões, que rela-cionem diferentes culturas do con-texto local ao global. Como maes-tro do Coral de Alunos, percebo a transformação social dos jovens, que, ao longo dos anos, aperfei-çoam suas aptidões em apresenta-ções, seminários e oficinas”, disse.

Clayton Araújo, 20, recém-formado no curso de eletrônica e aprovado para engenharia indus-trial elétrica pelo IFBA, defende que a vida gira em torno da música, a qual auxilia na formação técnica e humanística. “Com a música, a gen-te relaxa e fica por dentro da cena cultural, além do que a dedicação e o tempo destinados ao aprendiza-do de um instrumento, por exem-plo, ajudam bastante na resolução de exercícios e provas”. O jovem, que fez parte do Coral de Alunos durante três anos, participando da apresentação comemorativa

do centenário da instituição, em 2009, montou a banda Parajás, na qual toca violão e canta. Ainda in-tegra o projeto “Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia” (Neojiba), pioneiro no país, desenvolvido pelo governo do Esta-do, em parceria com o Teatro Cas-tro Alves.

Para João Paulo Reis, 15, e Bruno Madureira, 16, estudantes dos cursos técnicos integrados de refrigeração e mecânica, respec-tivamente, tocar violão é um pas-satempo prazeroso. “Toco há uns oito anos, por incentivo de minha mãe. Gosto de tudo um pouco, mas prefiro MPB e pop rock. Com o projeto, pretendo aprimorar essa habilidade e aprender a tocar piano também”, explicou Bruno.

Já para Gabriel Mendes, 18, aluno do terceiro ano de eletrônica, o importante é aprender sempre. “Gosto de violão e guitarra. Minha inspiração é a banda norte-ameri-cana Pearl Jam”, comentou. Por sua vez, a jovem Gianini Oliveira, 18, es-tudante do 2º ano de edificações, prefere o canto, atividade que pra-tica há cerca de cinco anos.

“Além de estimular a memó-ria, a música ajuda na percepção auditiva, estimula o raciocínio, te ajuda a ver o mundo de outra for-ma, entender o contexto histórico. É um campo infinito de aprendiza-do, onde você é livre pra criar, divul-gar ou apenas colocar os fones de ouvido e curtir”, descreveu.

Segundo Romero Mateus, 27, ex-aluno do curso de qualificação em Artes Dramáticas oferecido pelo IFBA, no campus de Salva-dor, vocalista e produtor da Tribo Bossambá, a formação influenciou decisivamente na sua carreira. “Os conhecimentos relacionados à arte dramática me deram mais confian-ça para apostar na veia musical, além de aprofundar conhecimen-tos em sonoplastia. Em parceria com o projeto do professor Helder Leite, já realizamos alguns ensaios no estúdio do campus, que tem es-paço amplo e uma energia muito boa”.

“A dedicação e o tempo destinados ao aprendizado de um instrumento ajudam bastante na resolução de exercícios e provas.”

Os estudantes João Paulo e Bruno fazem parte do projeto “Música para Todos”, que teve quase 500 inscritos esse ano.

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FOTO: VERUSA PINHO

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Programe-se

No dia 26 deste mês, a comunidade interna poderá presti giar as apresentações de projetos sustentáveis para o campus, no I Seminário de Ex-tensão Direc/Cisa 2013, que ocorrerá no áudio I, do pavilhão II, às 10h30. Será um momento para os estudantes socializarem suas propostas, sele-cionados no edital da Direc nº 01/2013, que serão executadas nos próximos seis meses, trabalhan-do com os temas estudados na Comissão Interna de Sustentabilidade Ambiental (Cisa), como água, energia, resíduos, educação ambiental, compras sustentáveis e construções verdes.

Entre os dias 14 e 16 de agosto, o campus de Salvador sediará o “II Simpósio Línguas e Culturas no Mundo: Identi dades e Representações, Litera-turas e Tradução”. O evento, que é uma iniciati va do Grupo de Pesquisa Linguagem e Representação (GPLR), reunirá profi ssionais e estudantes em tor-no de conferências, mesas-redondas, sessões de comunicação, pôsteres, ofi cinas e minicursos.

Entre os principais temas abordados nos 119 trabalhos inscritos, estão estudos culturais, rela-ções de gênero, discurso, representação e poder. A docente Edite Luzia Vasconcelos, coordenadora geral do simpósio, destaca a importância do even-to para a insti tuição. “O simpósio estabelece um diálogo com a comunidade externa e entre os pes-quisadores, disponibilizando os estudos realizados no IFBA, quer seja na pesquisa ou em sala de aula. Este ano houve um maior número de inscritos, além do que os trabalhos foram de grande interes-se, tanto teórico quanto social”, comentou.

Confi ra a programação completa no site www.gplr.ifb a.edu.br.

SeminárioSimpósio

Desafi os são convites à capacidade de criar e recriar. Esse é um dos grandes ensinamentos da nos-sa existência. No Dia do Estudante, desejamos a todos os discentes do IFBA ainda mais determina-ção e muitas vitórias. Parabéns a todos e todas que lutam diariamente por um futuro promissor e transformam sonhos em verdadeiras conquistas!

Alberti no NascimentoDiretor Geral do Campus de Salvador

Mensagem

11 de agosto - Dia do Estudante

Fonte de vida, a água é um dos recursos naturais mais abun-dantes em nosso mundo, for-mando mais da metade da sua superfície. O conhecido Planeta Terra bem que poderia se chamar Planeta Água. No entanto, menos de 3% desse volume é de água doce, sendo que a maior parte está concentrada nas geleiras, restando, apenas, uma pequena fração para as atividades huma-nas.

Embora a capital baiana ain-da possua mananciais suficientes para abastecimento da popula-ção, bem como índices de preci-pitação e umidade relativa do ar propícios para captação de água, um dos principais problemas é o

desperdício. Nas cidades que in-tegram o Semiárido do Nordeste brasileiro, ainda há o fenômeno da seca, o que torna a preserva-ção e o aproveitamento desse re-curso estritamente necessários.

A favor do uso consciente dos recursos ambientais, o cam-pus de Salvador do IFBA vem desenvolvendo algumas ações estruturais e acadêmicas para o consumo de água de forma sus-tentável. Para falar sobre o assun-to, conversamos com o professor de química, Walter Gomes, e o técnico em química, José Cléver-ton Almeida, integrantes do Gru-po Água, da Comissão Interna de Sustentabilidade Ambiental (Cisa).

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EcoAtitude

Qual a importância de trazer este tema para a comunidade? Destacamos três aspectos funda-mentais: econômico, didático e ambiental. O primeiro refere-se à economia de água potável utiliza-da no campus. O segundo e mais importante será o efeito didático da Cisa em trabalhos realizados pelos estudantes, nos quais po-deremos mostrar que é possível viver em sociedade preservando os recursos naturais. No aspecto ambiental, destacamos a redu-ção do consumo de água, energia e emissão de resíduos atmosféri-cos. Assim, o campus desenvol-verá uma cultura de sustentabi-lidade entre seus alunos e servi-dores, ajudando diretamente o planeta.

Qual a situação atual do campus quanto ao uso da água? Em 2012, gastamos 33,4 milhões de litros de água, que equivale a 13 piscinas olímpicas. Grande parte desse desperdício é refle-xo de vazamentos e do mau uso desse recurso natural, principal-mente, nas descargas dos sani-tários, que não precisam de água potável. Vale lembrar que o alto consumo hídrico reflete direta-mente no consumo de energia, já

Walter e José Cleverton falam sobre ações sustentáveis no consumo de água no campus.

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Torne-se umguardião da água

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que há gasto de eletricidade no bombardeamento de água para todo o campus.

Entre os projetos do Grupo Água, está o de efluentes. Qual o seu objetivo? Diagnosticar o potencial de cap-tação da água da chuva e dos aparelhos de ar condicionado e, a partir daí, buscar projetos que possibilitem o aproveitamento de todo esse recurso. Digo sem-pre que Salvador tem um aquífe-ro sobre nossas cabeças. Uma ci-dade que chove 230 dias no ano, isto é, tem chuvas bem distribuí-das num volume de dois mil litros por m2. Além disso, por estarmos no litoral, temos uma atmosfera com alta umidade relativa, o que favorece a captação de água nos condicionadores de ar. Aqui, na Coordenação de Química, temos

aparelhos de ar condicionado produzindo mais de 100 litros de água por dia. Assim, podemos re-duzir muito as nossas contas de água e energia.

Em que etapa se encontra o tra-balho? Em um estudo preliminar, esti-mamos que o campus tem po-tencial para captação de 40 a 50 milhões de litros/ano, só de água da chuva. Apenas no nosso giná-sio de esportes, são 10 milhões de litros de água de chuva por ano. Isso equivale aproximada-mente 1/3 do nosso consumo, o que geraria uma economia de R$ 130 mil. Além desse estudo, ins-talamos, em março, no pavilhão de química, um projeto-piloto para captação de 300 mil litros de água do destilador, de todos os aparelhos de ar-condicionado, dos desumidificadores e da chu-va. Hoje, os sanitários da nossa coordenação utilizam essa água, que, posteriormente, beneficiará os jardins dos pavilhões de física, química e a limpeza deste último.

Que recursos serão utilizados para envolver a comunidade? Os recursos têm sido garantidos pela direção do campus, mas qualquer ajuda será bem-vinda. Precisamos de pessoas interes-sadas pelo tema (servidores e estudantes) para nos ajudar, pois são inúmeras ações, mas ainda temos poucos participantes.

Haverá ações com os estudan-tes em sala de aula? Os estudos desenvolvidos pelo Grupo Água já estão disponí-veis para o trabalho em sala de aula. Estamos desenvolvendo atividades para os alunos, como a palestra ministrada pela pro-fessora Ângela Lima, para os ca-louros, sobre o projeto-piloto de aproveitamento de água, com visita às instalações. Queremos mostrar ao nosso alunado que é importante e possível viver de forma sustentável, para que usem esse conhecimento no seu cotidiano.

Que práticas destacariam sobre mudança de hábitos para um estilo de vida mais sustentável, no quesito água?- Seja criativo e desenvolva mé-todos econômicos de uso e re-aproveitamento da água. Por exemplo: recolha a água da chu-va em baldes e a utilize para di-ferentes fins.- Em nossas cidades cimentadas, sem a terra para absorver água, ela termina nos bueiros, mistu-rada aos esgotos. Torne-se um guardião da água. Faça sua par-te, usando esse recurso natural com responsabilidade.- Estimule e mostre a amigos e familiares a importância do con-sumo sustentável.

Projeto-piloto pode captar 300 mil litros de água descartada pelos destiladores.

“O campus tem potencial para captação de 40 a 50 milhões de litros de água da chuva.”

FOTO: VERUSA PINHO