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Arranque do Centro Novas Oportunidades nota de abertura pontos de vista Aprender compensa… Direitos Humanos oferta formativa O Impacto dos meios de comunicação Realização de um programa de televisão entre nós Partilhar saberes… A sociedade da informação – A Internet O que é a globalização? “um passo para o futuro…” 2 4 3 4 5 5 5 6 6 Ano XXI nº 72 Set/Out 2008 Apresentação do Blogue Representação da peça de teatro “ Felizmente Há Luar”

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02 Ano XXI nº 72 Set/Out 2008 Suplemento Jornal O Vale

Uma nova oportunidade para valorizar uma História de Vida surge como um novo desafio da Didáxis.

O Centro Novas Oportunida-des constitui para toda a comu-nidade educativa uma “porta de entrada” de acesso a um grande “hall” de saberes e aprendiza-gens, valorizando os diferentes contextos de vida, reconhecen-do e certificando as competên-cias adquiridas.

Uma vivência apreendida com empenho e dedicação é encaminhada para diferentes “portas de saída” onde se torna possível apoiar os adultos que com o seu dinamismo, empenho e dedicação pretendem elevar a sua qualificação escolar e/ou profissional.

É nossa preocupação os dé-fices de qualificação que estão intrinsecamente ligados à em-pregabilidade, onde a falta de autonomia e o decréscimo da capacidade de participação so-cial condicionam a progressão na carreira e a capacidade de realização pessoal.

Estas preocupações têm sido assumidas pelos diversos agentes desta comunidade edu-cativa, sendo a criação do Centro Novas Oportunidades da Didáxis

mais um contributo para a quali-ficação dos famalicenses, numa efectiva e generalizada aprendi-zagem ao longo da vida.

Dar resposta aos múltiplos desafios da sociedade numa perspectiva de um enriqueci-mento contínuo dos saberes e do exercício de uma cidadania adaptada às exigências do nos-so tempo, é um dos princípios que norteiam a nossa equipa.

Desta forma, o campo de acção do CNO será, numa pri-meira instância, identificar as necessidades, motivações e expectativas de formação peran-te os níveis de certificação dos candidatos, tendo por base as histórias de vida e opções pes-soais, sociais e profissionais de cada adulto.

O trabalho de diagnóstico e triagem é realizado por uma equipa interdisciplinar, que defi-ne o perfil do adulto e procede ao encaminhamento ajustado às necessidades pessoais e profis-sionais de cada candidato.

O aprender é o principal ali-cerce para a construção de um futuro melhor …. A peça que fal-tava.

Sala de Acolhimento

Coordenador do Centro Novas Oportunidades, Carlos Brandão

Espaço Novas Oportunidades

Arranque do Centro Novas OportunidadesNota de AberturaSumário

nota de abertura

Arranque do Centro Novas Oportunidades

entre nós

“um passo para o futuro…”

pontos de vista

Direitos Humanos

O que é a globalização?

Realização de um programa de televisão

A sociedade da informação – A Internet

O Impacto dos meios de comunicação

testemunhos

Aprender compensa…

Partilhar saberes…

oferta formativa

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Propriedade: Escola Cooperativa de Vale S. Cosme (DIDÁXIS), Avenida de Tibães, nº 1199, Vale S. Cosme – 4770 568 - V.N. de Famalicão, telf. 252910100 / Fax 252910109Direcção: Prof. Andreia Oliveira e Prof. João Carvalho Paginação e arranjo gráfico: Prof. José Azevedo e Prof. Ana CarneiroFotografia: Prof. Joana Sampaio e Pedro Reis SáAssessor de imprensa para o exterior: Pedro Reis SáImpressão: Empresa do Diário do MinhoColaboração:Professores: Carlos Brandão, Beatriz Magalhães, Francisco Carvalho.Alunos:António Ribeiro, Jorge Mesquita, Clementina Silva, Rute Rodrigues, João Paulo Correia, Inês Matos, Tiago Martins, Manuel Cruz, Nuno Ribeiro

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03entre nósAno XXI nº 72 Set/Out 2008 Suplemento Jornal O Vale

Foi o passado dia 17 de Setembro um momento de particular importância para os formandos dos Cursos EFA – NS de Técnico de Informática e Técnico de Contabilida-de, mostrando-se orgulhosos e satisfeitos com os resul-tados obtidos, no momento da apresentação pública das respectivas Actividades Integradoras.

Esta cerimónia, que contou com a presença da Coor-denadora da Equipa de Novas Oportunidades da DREN, Dra. Olívia dos Santos Silva, do Vereador da Educação e Vice-Presidente da Câmara, Dr. Leonel Rocha, do Pre-sidente da Didáxis – Cooperativa de Ensino, C.R.L., Dr. José Cerqueira, do Director Pedagógico da Escola Coo-perativa Vale S. Cosme, Dr. José Fernandes, Dr. Armando Loureiro, da equipa da DREN, do Coordenador do Centro Novas Oportunidades – Didáxis, Eng.º Carlos Brandão, foi o culminar de investigações que realizaram no decorrer das sessões de formação e pretendiam que a apresenta-ção pública fosse também ela um momento de aprendiza-gem, uma iniciativa útil e necessária, uma iniciativa que representasse um exercício de cidadania e acto de cultura cívica.

As diversas actividades constaram de exposições, fil-mes, “manuais” e movie makers, elaborados pelos adultos que, de modo seguro, explicaram cada trabalho realizado, tendo sido atentamente acompanhados e ouvidos por to-dos os convidados, que se mostraram bastante interessa-dos e satisfeitos pelo que viam e ouviam.

O tema do evento remetia para o futuro e a isso sem dú-vida estão ligadas as Tecnologias de Informação e Comu-nicação, que foram retratadas e exploradas pela Turma de Técnico de Informática, abordando a sua importância num mundo que se transforma de forma vertiginosa numa ‘al-deia global’, possibilitando a evolução do próprio Homem, com as vantagens e desvantagens que, como em qual-quer invenção por ele criada, o bom ou mau uso depende dos seus valores ético-morais. A todas estas problemáti-cas, os grandes temas resultantes da evolução, tais como: os problemas genéticos, ecológicos, as grandes questões éticas ligadas à eutanásia, aborto, clonagem, entre outros foram profundamente tratados pela Turma de Técnico de

Contabilidade.A apresentação culminou com a apresentação de um

blogue, por parte da turma de Técnico de Informática, que serviu para ilustrar e servir de corolário a todo o traba-lho desempenhado pela turma, ligado ao tema das No-vas Tecnologias. Para finalizar as actividades, a turma de Técnico de Contabilidade presenteou todos os convidados com uma adaptação da peça de teatro da obra de Luís Sttau Monteiro “Felizmente há Luar”, tendo sido brilhante-mente desempenhada por todos e fechando com “chave de ouro” a noite.

Seguiram-se algumas intervenções com o Director Pe-dagógico da Didáxis S. Cosme, mostrando-se contente e orgulhoso de tudo o que foi mostrado e comentado, sa-lientando que todos os elogios são para os adultos que se esforçaram, sacrificaram e deram o máximo de si para

conseguir o êxito que obtiveram na realização de todas as actividades.

“De excelência”, “quase profissionais”, foram as pa-lavras proferidas pela Dra. Olívia Santos Silva e pelo Dr. Leonel Rocha, para elogiar o desempenho dos adultos, tendo referido ainda a sua coragem, empenho, o gosto pela qualificação e pela construção de um futuro melhor e que, independentemente de todas as dificuldades por que passam, das vezes que deixam a família, do confor-to do lar, prosseguem na sua luta diária para ‘crescerem’ mais valorizados, abrindo novos horizontes, criando novos amigos que são essenciais para ultrapassar a luta diária para chegar e atingir o mesmo objectivo: mais formação, com mais qualidade, apoiando-se este novo processo na vida de cada um, nas aprendizagens que foram obtendo no dia-a-dia.

Quem caminha pelas estradas da educação de adultos, como eu caminho há tantos, tantos anos, fica feliz, agradecido pelo de bom acontece. E aqui, na Didáxis, pude presenciar o acon-tecer de uma formação como sempre desejei. Centrado nas pessoas, marcado pelo rigor e pela honestidade pedagógica, com visível sensibilidade social e humana. Sobretudo, pre-senciei adultos que acreditam na formação, que constroem dia-a-dia o saber. Adultos que vão edificando, à volta dos va-lores fundamentais, a sua cidadania, que vão fortalecendo o seu capital de empregabilidade. Adultos que merecem o meu respeito porque desejam o prazer, o cansaço, o tempo da fa-mília e vêm tornar-se mais e melhores para fazerem um país mais sólido, mais futurante para todos.Um grande abraço,

Olívia Santos Silva17 – 09 - 2008

Representação da peça de teatro “ Felizmente Há Luar”

Apresentação do Blogue

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04 Ano XXI nº 72 Set/Out 2008 Suplemento Jornal O Vale

“Globalização” significa basicamente que, hoje mais do que nunca, os grupos e as pes-soas interagem directamente através das fron-teiras, sem que isto envolva necessariamente os Estados. Isto devido às novas tecnologias e ainda porque os estados descobriram que se promove mais a prosperidade, deixando em liberdade as energias criadoras das pessoas do que as oprimindo. Pretendendo assim o de-senvolvimento tecnológico das vias e meios de comunicação.

Finalmente, chegámos, no século XXI, à globalização dos países industrializados que parece estar a exercer influência ascendente sobre os países em desenvolvimento. No sé-culo XX, tivemos a oportunidade de contemplar um crescimento incomensurável da tecnologia e dos meios de comunicação que, de certo modo, minou as relações afectivas entre os se-res humanos.

Por natureza, o ser humano necessita de estabelecer relações afectivas com os seus se-melhantes. O intuito primário de estar no am-biente harmónico, dentro dos padrões morais e éticos numa sociedade modernizada despida do senso indulgente.

Actualmente, as pessoas estão muito ape-gadas ao consumismo económico, aos bens materiais, deixando de lado a fidelidade das relações afectivas e aos vínculos fraternos. As sociedades em vias de desenvolvimento ressentem-se deste aspecto, pois as pessoas procuram crescer individualmente em termos financeiros, ainda que necessitem de rasgar os princípios éticos e morais, que passam a ser en-carados como frequentes e amorais.

Quais as consequências da globalização?A globalização mudou radicalmente a vida

de toda a humanidade. Do ponto de vista dos direitos humanos, na minha perspectiva, o as-pecto mais positivo é a força da comunicação global ao actuar como um despertador da cons-ciência cívica e da política internacional. Muitos dos casos de violação dos direitos humanos são hoje resolvidos graças à denúncia mediá-tica. A comunicação social tem aqui um lugar de relevo, por ser o factor de maior pressão a nível governamental na tentativa de correcção ou intervenção em situações de ameaça des-ses mesmos direitos. Há aspectos negativos, porque a globalização nem sempre é sinóni-

mo de progresso social, existindo países (por exemplo, os países nórdicos) que são motivo de opressão. Pois aí os canais televisivos retratam um país que não tem nada a ver com aquele onde a população vive, Ora, isto prejudica a luta pelos direitos desses cidadãos.

Culturalmente, penso que a partilha de in-formação foi melhorada. No entanto, a aldeia global teve um impacto negativo, pois verifica-se que tal poderá levar a uma massificação e estandardização, e a um mundo cada vez mais uniformizado.

As tecnologias no mundo estão mal “dividi-das”. Existem zonas aonde ainda não chega-ram; outras onde só as pessoas de maior impor-tância económica têm acesso a elas. E outras ainda onde grande parte da população nem tem conhecimento da sua existência.

Outro aspecto negativo da globalização é a dependência em relação às nações de forte po-derio económico, verdadeiros “gigantes”, como os Estados Unidos da América, pois se, para estes, a crise chegar, por arrastamento, todos os outros estados sofrerão também.

A globalização e seus efeitos em nósA globalização trouxe principalmente os

progressos (desejáveis) nos meios de comu-nicação, a maior facilidade de circulação de pessoas, de mercadorias, de capitais e opções para todos. Todos beneficiam com a globaliza-ção, entretanto o benefício não é igual para to-dos. Quanto maior a estruturação da sociedade

maior o benefício, quanto menor for a estrutura-ção maior será o "prejuízo". Como consequên-cia encontramos as desigualdades sociais cada vez mais visíveis.

Para minimizar esses efeitos, precisamos de uma estruturação social, política, económica e financeira. O que encontramos como variável interveniente é a velocidade da globalização frente ao desenvolvimento dos sectores citados em cada estrutura social.

A globalização não é uma opção da socie-dade, é inevitável; é imposta pela própria evolu-ção de mundo. Precisamos de ter uma visão um pouco mais ampla para podermos entendê-la.

Na minha opinião, poucos conseguem per-ceber as influências da globalização na sua plenitude e a todos os níveis das nossas vidas - pessoal, familiar, na cidade/estado ou país. Neste novo contexto sócio-económico-cultural, a informação passa a ter um papel central, constituindo-se actualmente no maior poder de inter-relação existente, tendo inclusive, suplan-tado o poder económico e tecnológico.

O poder da informação faz-se através de li-vros, revistas, jornais especializados, TV a cabo em escala mundial e Internet - a qual quadrupli-cou num ano e continua a crescer.

A capacidade de saber onde, como, com quem e a forma mais rápida de adquirir infor-mações, analisá-las e aplicá-las adequada-mente será o grande diferencial competitivo. A globalização não vem trazer soluções para os

problemas do mundo. Contudo, podemos ter a esperança de que alguns problemas sejam re-solvidos o que é muito diferente de esperar por algo mágico, omnipotente e omnisciente.

A globalização não se propõe a nada, é apenas uma "fatalidade" que deve ser pensada e compreendida para não sermos apanhados de surpresa pelas forças da desestruturação. A própria desestruturação pode ser um factor de progresso, para repensarmos a realidade, mas também de violência e sofrimento humano.

Precisamos de estar atentos para não acharmos que a melhor maneira de enfrentar a globalização seja a unificação, a perda de culturas regionais próprias de cada lugar, como a dissolução das características individuais e particulares, porque ficaríamos sem a nossa história, cultura e identidade! Isto é muito sério. Desta forma, a humanidade, na sua história, já passou por diversas revoluções e sempre be-neficiou dos seus progressos. Todavia, o que sabemos é que alguns grupos humanos benefi-ciaram mais do que outros.

Para concluir, quero referir que, por todos os argumentos acima referidos, podemos infe-rir que cabe a nós, cidadãos de todo o mundo, denunciar o que achamos que está mal. Mesmo que não lucremos nada com isso, nem que não seja para nosso benefício. Na verdade, não po-demos pensar apenas em nós; devemos pen-sar também nas outras pessoas que estão para nascer e que vão viver no mundo que nós cri-ámos. Essas não podem ser sacrificadas pelos erros que nós cometemos, dado que não terão culpa dos nossos actos.

Em suma, a globalização tanto pode pro-mover os Homens, a sua dominação, o esgota-mento da diferença e a uniformização cultural, como aproximar os Homens e as culturas entre si, tal como afirmou Kofi Annan, Secretário-Ge-ral da ONU:

“Só saberemos que a Globalização está

de facto a promover a inclusão a e permitir que todos partilhem as oportunidades que oferece, quando os homens, mulheres e crianças co-muns das cidades e aldeias do mundo inteiro puderem melhorar a sua vida. E é essa a chave para eliminar a pobreza do mundo.”

Jorge Mesquita

A Declaração Universal dos Direitos Humanos em vigor foi adoptada e proclamada pela Assembleia-geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948. Esta declaração teve e mantém o objectivo de ser adoptada e seguida por todos os povos e todas as nações que a assinaram, com a finalidade fundamental de uma maior justiça entre todos os seres huma-nos, incluindo a liberdade de expressão.

Como antecedentes da actual Declaração Universal, esti-veram as duas primeiras declarações de direitos após as re-voluções liberais, a americana de 1776 e a francesa de 1789. Os historiadores franceses minimizaram a influência america-na ou anglo-saxónica na redacção da sua declaração, na qual reproduziram preocupações “universais”, querendo, assim, ir mais além numa declaração que servisse o interesse dos res-tantes povos espalhados pelo mundo, aliás, o que acabou por acontecer ao longo dos tempos, tendo dado origem à actual declaração ratificada pelas Nações Unidas.

Em 1789, ficaram ligados o Marquês de Lafayette e o Conde de Mirabeau, que embora pertencessem a classes pri-vilegiadas e gozando de todos os privilégios, sonhavam e pre-tendiam igualdade entre todos os povos e nações do mundo.

Outros dados importantes relativos à Revolução Francesa de 1789, após a qual foi criada a primeira Declaração dos Direitos do Homem:

• Data – 14 de Julho de 1789, Queda da Bastilha.• Documento – Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão, 26 de Agosto de 1789.• Líderes – Mirabeau, M. Robespierre, Danton e Marat.• Constituição – De 1791 (Monarquia Constitucional), de

1793 e de 1795 (República).• Regime - De monarquia constitucional à república.Um dos principais artigos da carta dos direitos do Homem

é precisamente o primeiro, que diz: “Todas as pessoas nas-cem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”. Nos dias de hoje e em geral um pouco por todo o mundo democrático, é respeitada a carta dos direitos do Homem, em especial este artigo I, que é a base fundamental para o cumprimento dos restantes direitos e deveres.

Mas nem sempre estes direitos foram ou estão garanti-

dos, mesmo na actualidade em pleno século XXI, existem varia-díssimas razões que impedem que seja levada à prática todos os direi-tos que todo e qualquer ser huma-no deve ter. Se estivermos atentos ao que se passa um pouco por todo o mundo, verificaremos que a liberdade ainda não passa de uma miragem para muitos povos e nações, a dignidade e os direitos fundamentais são relegados para planos inferiores por questões po-líticas, religiosas, económica, entre outras.

Apesar das dificuldades ac-tuais que se vivem um pouco por todo o mundo, em especial em Portugal, ainda estamos provavel-mente a atravessar o melhor mo-mento da nossa história, no que diz respeito ao cumprimento dos principais direitos fundamentais. Para chegarmos a esta conclusão, basta fazermos uma pequena re-flexão sobre a evolução que se verificou nas últimas décadas, tendo como exemplo prático a experiência pessoal.

No passado, tudo terá sido muito diferente, para pior, basta recordar Sttau Monteiro, que nos proporciona através da sua peça “Felizmente Há Luar!” uma análise crítica da socieda-de, demonstrando a realidade do século XIX, isto apesar de a peça apenas ter sido escrita na década de sessenta do século XX, época de muitos conflitos entre a oposição e o regime salazarista que imperava em Portugal. Na peça “Felizmente Há Luar!”, Luís Sttau Monteiro retrata um drama narrativo de carácter heróico que se terá passado aquando do movimento liberal oitocentista em Portugal, assim como são apresenta-das as condições da sociedade da época - século XIX- e a revolta dos cidadãos mais esclarecidos, muitas vezes, orga-nizados em sociedades secretas. Seguindo os escritos do autor, o mesmo demonstra o mundo da época e o Homem em constante transformação; mostra a preocupação com o ser humano e o seu destino, a luta contra a miséria, contra a alienação e a denúncia da ausência de moral; alertando para a necessidade de uma sociedade solidária que permita a ver-dadeira realização do homem.

Luís de Sttau Monteiro denunciou, assim, a opressão vi-vida na época em que escreveu esta obra, isto é, em 1961, durante a ditadura de Salazar. Tendo recorrido à distanciação histórica e à descrição das injustiças praticadas no início do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar em destaque as in-justiças do seu tempo e desta forma, permite-me a mim, pes-

soalmente, conhecer melhor o quanto foi difícil a vida dos que me antecederam, visto que nasci logo de seguida, em 1966.

Na sequência das pressões e dos movimentos anti-regi-me dos anos sessenta do século vinte, acabou por acontecer a “revolução dos cravos" em Abril de 74, tendo posto um pon-to final ao regime opressivo, que deu lugar à indispensável liberdade de expressão e consequente melhoria da qualidade de vidas dos cidadãos até então oprimidos.

Desde a implantação da liberdade em Portugal que a li-berdade de expressão não é colocada em causa. Contudo, como é óbvio, “a nossa liberdade termina quando a liberdade do próximo começa”, ou seja, a liberdade tem limites que não devem ser ultrapassados. Porém, os excessos acontecem, e, por vezes, com graves prejuízos para quem é visado, por exemplo por calúnias, notícias falsas ou infundadas, que afec-tam a vida dos atingidos. Embora em democracia seja possí-vel recorrer à justiça para repor a verdade, como temos verifi-cado nos casos mais mediáticos que ocorreram em Portugal.

Em conclusão, diria que a Declaração Universal dos Direi-tos Humanos foi, é, e continuará a ser uma boa linha de orien-tação para a sociedade em geral, procurando o bem comum, no interesse de todos, a começar pela felicidade do próximo, porque se o próximo estiver feliz, será meio caminho andado para conseguirmos a nossa própria felicidade.

António Ribeiro

pontos de vista

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05Ano XXI nº 72 Set/Out 2008 Suplemento Jornal O Vale

No passado dia dois de Julho, quarta-feira, a turma EFA-NS de Técnico de Informática realizou um programa de televisão, tendo convidado a turma EFA-NS de Técnico de Contabilidade para uma entrevista. O tema abordado foi: As Novas Tecnologias ligado às Tecnologias de Infor-mação e Comunicação tendo sido elaboradas algumas questões de modo a que os entrevistados opinassem so-bre o impacto dos mass media, as vantagens e desvan-tagens dos equipamentos e sistemas informáticos, a in-fluência no comportamento do ser humano na sociedade actual, a postura ética dos jornalistas, etc.

Os entrevistados foram unânimes nas suas respostas, afirmando assim que já ninguém consegue viver sem as novas tecnologias, mas têm consciência que nem todas as pessoas têm ou podem ter acesso às mesmas, discutindo assim o problema da falta de formação que a população mais envelhecida possui.

Relativamente à questão das vantagens que as novas tecnologias trouxeram, assumiram que lhes facilita o seu dia-a-dia, simplificando principalmente a pesquisa para a realização das actividades que lhes são propostas no seu curso. Como desvantagens falaram sobre os perigos existentes na Internet, relativamente às crianças, pois se estas não tiverem o devido acompanhamento e vigilância dos seus educadores, poderão ter acesso a informações prejudiciais ao seu crescimento e desenvolvimento como seres humanos.

Com a utilização das novas tecnologias, os entrevista-

dos afirmaram que têm uma vida cada vez mais facilitada, pois podem fazer a realização e entrega de documentos, pagamentos e outras operações financeiras, a partir de suas casas.

As opiniões divergiram quando questionados sobre a modernização das empresas, se estas estão preparadas e capazes de dar formação aos seus colaboradores nes-se sentido. Uns afirmaram que a entidade patronal deverá dar formação aos seus colaboradores para conseguirem acompanhar a evolução, outros são da opinião que os co-laboradores deverão ter iniciativa própria e apostarem não só na formação para um enriquecimento profissional, mas também para serem cidadãos capazes de se manterem integrados na actual sociedade, em suma, a responsabili-dade é de ambas as partes.

Um outro tema abordado foi sobre os meios de comu-nicação e qual a sua influência na vida das pessoas, qual o meio que mais impacto tem na sociedade e quais os perigos aliados a estes, falando assim na postura e limites que deverá ter um jornalista no exercício da sua profissão.

Todos os entrevistados concordaram que a televisão é o meio que mais impacto tem na sociedade, pois esta pode influenciar as pessoas na sua forma de vestir e até mes-mo de se alimentarem, que os programas televisivos, na sua maioria, são realizados em função da audiência, pos-suindo assim, por vezes, conteúdos pouco educativos e informativos, a publicidade é exagerada e maioritariamen-te enganosa e os jornalistas, como são assalariados, são “obrigados” a divulgarem as notícias de modo a que estas vendam, mesmo não sendo totalmente verídicas, agindo assim sem postura ética e moral.

No final do programa, concluiu-se que as novas tecno-logias assumiram um papel muito importante na vida de toda a sociedade em que estamos envolvidos. Foi uma actividade muito enriquecedora na qual tivemos a oportu-nidade de discutir e opinar, concluindo assim que as Tec-nologias de Informação e Comunicação estão em constan-te evolução modificando assim o mundo, tornando-o cada vez mais numa aldeia global.

Clementina Silva

A sociedade da InformaçãoA Internet

A Internet provocou e provoca uma constante mudança, é um bom meio de comunicação e liga-nos a todas as partes do mundo. Com a Internet cria-ram-se condições para que a informa-ção chegue de uma forma mais rápida e a um público mais vasto, permite ligar em rede os locais mais diversos do mundo, podendo-se assim trocar informações, ideias, dados, tudo isto em menos tempo e sem deslocações.

Com a criação da economia on-line, as empresas tiram partido da In-ternet para divulgar a imagem da sua empresa, utilizam-na para realizar transacções comerciais ou mesmo para passar informações sobre o seu produto. Facilita as relações pessoais no que diz respeito a assuntos profis-sionais, sobretudo estrangeiros, usan-do intensamente o correio electrónico.

Esta evolução fez com que os há-bitos culturais, linguísticos e comuni-cacionais das pessoas mudassem, ou seja, a evolução tecnológica também provocou evolução no homem. Esta nova forma de comunicar através da Internet, permite que as pessoas es-tejam em constante diálogo umas com as outras, sem terem necessidade de se deslocarem até uma esplanada do café para conversar com os amigos como faziam. Hoje, há muitas pessoas

que se conhecem graças a esta gran-de invenção.

Podemos também encontrar na “net” uma vasta informação, permitin-do-nos desenvolver os nossos conhe-cimentos a todos os níveis e em todas as línguas.

No que diz respeito à parte edu-cativa, a Internet contém um alarga-do conteúdo de informação que, para efeitos de pesquisa bibliográfica, é uma mais-valia. Também com a pos-sibilidade que existe das escolas cria-rem os seus próprios blogues, onde os alunos podem através destes divulgar actividades, discutir ou fazer comentá-rios sobre um determinado tema com outras escolas, permite o intercâmbio de ideias e aprendizagens. Sendo o blogue algo “vivo”, ou seja, perma-nentemente actualizado, há a vanta-gem de aprendermos sempre coisas novas, podendo com isto fazer uma divulgação da cultura, da língua, do País, pois na Internet não se olha à raça, à cultura nem à cor.

A Internet faz com que haja uma redução de emissão em papel, pois o uso do suporte de papel é substituído pela versão digital, logo estamos a evoluir no que toca à ecologia.

No entanto, a Internet, assim como todas as tecnologias de informação, não é utilizada de forma igual por to-das as pessoas, há quem ainda des-conheça as novas tecnologias de in-formação ou quem não tenha acesso a elas. Existe também o lado negro da Internet, estando relacionado com o fanatismo, a violência, a pedofilia ou até o crime organizado, pois as pes-soas usam a Internet para divulgar ou praticar crimes como estes.

Mas, a importância da Internet na sociedade é tão grande, que apesar de todos os usos indevidos que lhe dão, nada lhe retira o valor.

Com isto, concluo que a Internet não é uma opção da sociedade, mas sim uma imposição da própria evolu-ção do mundo.

Rute Rodrigues

O meio de comunicação refere-se ao processo utiliza-do para estabelecer contacto entre um Emissor e um Re-ceptor, no meu caso particular utilizo regularmente o Telefo-ne, o Telemóvel, a Internet, a Televisão, a Rádio, os Jornais e as Revistas.

A invenção do Telefone possibilitou que as pessoas pudessem ser contactadas a longas distâncias e em tempo real, porém o telemóvel ultra-passa a barreira física que li-mita o telefone fixo, permitindo uma total portabilidade e auto-nomia, capacitando-me para a realização de comunicações a partir de qualquer local (desde que me encontre num local com cobertura de rede).

A tecnologia cada vez mais surpreende-nos com a capacidade inovadora e criati-va de compilar todo o tipo de Interfaces Tecnológicos num único equipamento compac-to e portátil. A partir de um telemóvel consigo executar funções básicas como esta-belecer contacto de voz e de escrita (enviado SMS’s ou correio electrónico), assim como aceder à Internet, filmar, fotografar, jogar, ver televisão, ouvir músicas, utilizar GPS e tudo com uma qualidade mui-to elevada.

Para aceder à Internet utilizo uma ligação do tipo HS-

DPA/UMTS/GPRS dependen-do da qualidade e força do si-nal. Com este acesso consigo consultar páginas Web, ace-

der a conteúdos FTP publica-dos em servidores, partilhar ou aceder a informações parti-lhadas, enviar e receber men-sagens de correio electrónico, estabelecer comunicações de voz e vídeo.

Relativamente ao mundo do Audiovisual, ocupo muito do meu tempo a ouvir rádio, sobretudo pela manhã quando acordo ou faço a via-gem para o trabalho. Para além do Entretenimento ofe-

recido pela emissão, também obtenho cultura e informação. Só consigo aproveitar no final do dia para ver televisão, e então aproveito para ver sé-ries de ficção como Dr. House, Anatomia de Grey, C.S.I., entre outros, documentários como os da National Geographic, e os dos canais, Discovery Channel, Odisseia e História, também vejo os Telejornais para me manter actualizado sobre as últimas notícias, uma vez que a televisão consegue apresentar as notícias de uma forma mais realista.

Quanto à 7ª Arte, quando posso vejo filmes de acção,

comédia, drama, ficção, etc.Por último, identifico os

jornais e revistas como meio de comunicação devido a con-ter assuntos informativos, de entretenimento, para além de secções específicas como a secção dos classificados. O formato da comunicação apre-sentada é em papel e não nos podemos esquecer que foi o Jornal a primeira fonte de "No-tícia em Massa" da História.

João Paulo de Araújo Correia

Formandos dos cursos EFA- NS no debate sobre o impacto dos meios de comunicação

pontos de vista

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06 Ano XXI nº 72 Set/Out 2008 Suplemento Jornal O Valetestemunhos

A importância de uma qualificaçãoContinuamos a lamentar-nos, a não tirar lições, a pedir ao Governo mais uma intervenção específica.Soube-se de mais um caso de traba-lho infantil, numa empresa de Vale de Sousa, envolvendo dois jovens, um de 14 e outro de 15 anos, que não tinham cumprido a escolaridade obri-gatória. No ano que passou, terão sido iden-tificados um total de 16 casos. Sufi-cientemente poucos para que o fenó-meno não tenha já expressão para ser considerado um problema, pelo menos estatisticamente. Poucos ou muitos serão sempre de-masiados. Não sabemos das circuns-tâncias concretas que terão levado a esta situação. Sabemos, em qualquer caso, que a mesma revela, pelo menos, duas coi-sas: em primeiro lugar, a pouca impor-tância que as famílias portuguesas, em especial das regiões mais atrasa-

das, persistem, paradoxalmente, em conceder à educação; e, por outro lado, que continua haver patrões que não passam de empregadores. Os dois factores, em conjunto, ajudam a compreender o buraco negro que as regiões menos desenvolvidas consti-tuem.A concorrência da China tem sido um álibi para esconder responsabilidades próprias. A aproximação dos Jogos Olímpicos tem permitido conhecer melhor aquele País. Todas as reportagens sublinham a obsessão das famílias chinesas com a educação dos seus filhos, os sa-crifícios que fazem para os colocar a estudar em instituições reputadas, nacionais ou internacionais. A justificação é simples, não querem para os seus filhos o destino que eles tiveram. Vêem na educação uma forma de fu-gir a essa armadilha. Portugal conti-nua a figurar entre os países em que a taxa de retorno é mais elevada, a probabilidade de um desempregado obter novo emprego aumenta com as qualificações, os níveis de abandono

escolar mantêm-se elevados e são precisas «NOVAS OPORTUNIDA-DES» para superar lacunas que a ir-responsabilidade conjunta de famílias e empregadores que a centralização da decisão política educativa facilita. Eu, com o regresso à escola para ob-ter mais qualificações, estou também a ajudar a colmatar estas lacunas, as novas oportunidades são sem dúvida muito importantes.

Manuel Cruz

Sou mulher, esposa e mãe, e, sempre gostei de estudar para evoluir.

Sempre gostei e tentei estar informada, actualiza-da, tecer a minha opinião sobre os mais variados as-suntos, e, esta caminhada escolar obrigou-me a alar-gar os meus horizontes, dado que tive necessidade de pesquisar, utilizando não somente os tradicio-nais métodos de pesquisa como também as novas tecnologias, enquanto que, simultaneamente, tive que utilizar novas ferramentas (leia-se programas) infor-máticas que me eram com-pletamente desconhecidas. O facto de ter que desen-volver temas actuais, de neles ter que manifestar a minha opinião, obrigou-me não somente a informar-me correctamente sobre os mais variados assuntos, como também, a actualizar o meu vocabulário e a mi-nha escrita.

Todo o caminho per-corrido, todas as barreiras transpostas, as fronteiras encontradas, enfim, todo o esforço feito para as supe-rar e para me superar, só me fizeram crescer. Estou consciente que aprendi mui-to, que muito mais terei que

aprender e aperfeiçoar.Este foi um primeiro

passo de uma longa cami-nhada.

Estou convencida de que alguns sonhos, aque-les que se anseiam com todo o coração, vivem para sempre no tempo e, por essa razão, eu farei tudo o que for necessário para seguir adiante na minha formação.

“Se eu conseguir al-cançar, mais alto,

só por um instante to-car o céu,

neste único momento da minha vida

Eu vou ser mais forte.Saiba que eu fiz o que

pude,eu colocaria meu espí-

rito a testese eu pudesse alcan-

çar.Alguns dias são desti-

nados aserem lembrados.Aqueles dias em que

noselevamos às estrelas.Então, você prosse-

guirá com adistância dessa vez.Vendo mais a altura,

eu me elevoque firmemente eu

acredito,Tudo o mais desse so-

nho será meu.”Gloria Estefan

Todo este processo de aprendizagem, o sustentá-culo da família, todo o apoio dos colegas do curso, toda a atenção, dedicação e orientação dos professores está espelhado neste artigo de opinião. Para todos eles o meu agradecimento.

Inês Matos

Conclusão do 12º ano

Chega assim ao fim mais uma etapa na minha vida, estou prestes a concluir o meu objectivo de acabar o 12º ano e agora está mais perto de sempre.

No Centro de Novas Oportuni-dades da Didáxis de S. Cosme tive a oportunidade de me inscrever no curso EFA - Técnico de Informática, agora vou daqui com um diploma na mão e com vontade de continuar a minha formação académica e espe-ro que este diploma me abra novas

portas no mercado de trabalho. Gostava de agradecer a todos os

formadores deste curso pela paciên-cia e pela disponibilidade que têm, em particular gostava de agradecer ao Professor Francisco Carvalho, mediador do curso Técnico de In-formática, toda a ajuda e disponibi-lidade a que se prestou. Aproveito o momento para agradecer à turma de informática o seu apoio, pois entrar numa turma que já ia a meio do seu curso não é nada fácil e se não fosse pela prestação dos meus colegas de curso seria ainda mais difícil chegar até este ponto, para eles fica um até já e não um adeus, quem sabe não nos encontremos de novo, não é?

A minha tarefa é mais fácil que a maior parte dos meus colegas de turma, pois como já tinha frequência de 12º ano, só tive de frequentar 250 horas de formação que equivale a 4 disciplinas que tinha em atraso. O meu começo não foi muito fácil devo admitir, já fazia algum tempo que não estudava e não estava habitu-ado a fazer trabalhos, a estar numa sala de formação, mas com o tempo e ajuda dos formadores e colegas fui-me ambientando. Começaram os trabalhos aparecer, as tarefas diárias e as coisas complicaram-se, pois não é fácil ter uma família, trabalhar e estudar, é de louvar as pessoas que fazem isso, pois não é fácil, eu que o diga. Contudo con-

segui fazer os trabalhos e construir o PRA na data indicada, mas o pior ainda estava para vir. Com os traba-lhos todos feitos, pensei: “bem isto “tá” feito, agora é só esperar pela reunião do dia 18-09-08 e está feito”. Mas havia uma última tarefa a fazer a actividade integradora do dia 17-09-08, bem para além dos trabalhos ainda temos de montar uma exposi-ção? Agora é que era a etapa final. No dia da exposição ainda faltava montar muita coisa, e a minha tare-fa e de um colega era apresentar o blogue da turma. Íamos ter de falar perante os nossos colegas e alguns representantes da Câmara Munici-pal e da DREN. Aí, “as coisas muda-ram de tom”, logo eu que não gosto de falar em público, sorte a minha é que o meu colega já estava mais habituado e ficou com essa respon-sabilidade. E felizmente a meu ver essa actividade correu muito bem e foi um momento óptimo para aliviar a cabeça das aulas e até do dia-a-dia. Assim acaba o meu percurso nas Novas Oportunidades com essa actividade.

Levo na bagagem um punhado de experiências boas e a noção que não poderia ter feito melhor do que fiz, vou com a sensação de dever cumprido, espero que todos os alu-nos que entraram nesta viagem che-guem a porto seguro.

Tiago Martins

Como descobriu esta iniciativa da Di-dáxis, Cooperativa de Ensino de Vale S. Cosme?

Eu, há já bastante tempo, tive conhe-cimento de várias pessoas que de-pois de estudarem, quiseram finalizar o 12º ano, e aí tive interesse também em finalizá-lo, mas não sabia onde. Até que através do jornal “O Vale” e também pela internet, tentei inscre-ver-me.

O que pensa sobre os cursos EFA?

Penso que seja uma oportunidade, para concluir o 12º ano e ficar com um currículo mais completo, e uma maior possibilidade de arranjar em-

prego. Aliás, estes cursos devem ser levados a sério, pois conta tanto como as aulas de alunos normais, e não dão facilidades, é como tudo.

Quando se inscreveu nos cursos, foi bem recebida pela parte da secretaria?

Inscrevi-me para cursos CET, mas como não estavam disponíveis, fiquei inscrita no curso EFA para finalizar o 12º ano que estava incompleto, e fui muito bem recebida.

Pensa que os cursos EFA lhe trazem be-nefícios? Poderia mencionar alguns?

Sim, fiquei com o 12º ano completo e com um curso profissional.

Os cursos EFA poderão dar acesso à Uni-versidade?

Penso que sim, pois mas não depen-de da escola mas sim da Universida-de, pois pode deferir ou não

O facto de estes cursos EFA darem aces-so à Universidade, pensa que seja um bom meio, para melhorar o ensino em Portugal?

Sim de certeza absoluta, pois ao per-mitir que pessoas completem o ensi-no secundário, permite que a socie-dade portuguesa fique cada vez mais culta e formada.

C.M. Nuno Ribeiro, filho da entrevistada

Aprender compensa…

ENTREVISTA Deolinda Ribeiro, ex– aluna dos cursos EFA

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07Ano XXI nº 72 Set/Out 2008 Suplemento Jornal O Vale testemunhos

O SENTIDO DO DEVER CUMPRIDOQuando os responsáveis pelos Cursos de Educação e Formação de Adultos da Nossa Escola me solicitaram para participar no suplemento do nosso Jor-nal “O Vale”, fiquei sem saber como fazer, por onde começar, tal tem sido a riqueza desta experiência, que, em minha opinião, suplanta em muito to-dos os outros anos em que tenho lec-cionado no ensino nocturno. O forte compromisso com que estes adultos abraçaram esta oportunidade de elevar

os seus níveis de qualificação escolar e profissional tem permitido assistirmos a verdadeiros exemplos de esforço e empenho, numa conjugação esforçada entre adultos e formadores. Cientes de que as sociedades actuais em que vivem exigem cada vez maio-res níveis de qualificação, materializa-dos na necessidade de investimento em capital social, estes adultos sacrifi-caram os seus momentos de descanso merecido, no final de mais um dia de trabalho, com a família. Por isso, para eles, vai todo o meu respeito e admi-ração.

O mediador da turma EFA – TI (2º ano)

Partilhar saberes...

A minha experiência como MediadoraNeste primeiro ano como mediadora de um curso EFA

– Nível Secundário, o percurso tem sido de constante aprendizagem.

Todo o processo que envolve este tipo de cursos das Novas Oportunidades é novo, e por isso é importante a

partilha de experiências com Mediadores de outras es-colas que já estejam integrados e saibam como resol-ver e colmatar lacunas que vão surgindo naturalmente, quer enquanto formadora, quer enquanto mediadora. Neste seguimento, foram importantes as “dicas” dadas em Workshops a que assistimos e que nos ajudaram a perceber quer o modo de funcionamento do Referencial de Competências-Chave, quer o modo de o articular com as actividades abrangentes e os temas de cada Núcleo Gerador.

Como mediadora, as ideias que foram sendo partilha-das, apontavam todas para o mesmo sentido, a de que o mediador é um elemento bastante importante neste pro-cesso de inclusão social, profissional e social dos forman-dos que constituem a sua turma. A ele compete estimular, ouvir e ajudar os formandos para alcançar os objectivos propostos no referencial de competências-chave, daí a importância de saber como é este se articula com as aprendizagens dos formandos.

Neste sentido, tentei desde o início acompanhar os adultos da turma de que sou mediadora, a Turma EFA-NS de Técnico de Contabilidade, conhecendo a sua história de vida, através do seu PRA e pessoalmente, e tentar-lhes incutir o sentido de responsabilidade e gosto no desenvol-vimento das actividades propostas pelos formadores das diferentes áreas.

No Ensino Recorrente, os Coordenadores ou Direc-tores de turma lutam contra a falta de assiduidade dos adultos, e nestes cursos também isso se verifica. Daí que o meu papel como mediadora, passa também por conven-cer os adultos da necessidade e benefícios que a frequên-

cia das sessões traz. Um dos momentos que considero importante é a ses-

são de PRA, pois é somente aí que o Mediador está com a turma, uma vez que não podemos dar formação em ne-nhuma área à mesma, o que por vezes é negativo. Nestas sessões, o mediador inteira-se do andamento das activi-dades, das dificuldades de cada um dos formandos em realizá-las, dos problemas que cada um vai levantando e também, quando é caso disso, informar da atribuição dos créditos, o que faz juntamente com os formadores da turma.

Não tendo outra possibilidade para estar com os adul-tos, estas sessões são aproveitadas ao máximo também para interagir com eles e prestar-lhes o meu apoio em tudo o que precisarem.

Foi e é uma experiência enriquecedora, não só pelo aumento de conhecimentos obtidos na leitura do refe-rencial, mas também pelo contacto com alunos que são adultos, pois sendo professora do Ensino Recorrente há 4 anos, considero que aprendo bastante com adultos, às vezes mais jovens ou até mais velhos do que eu. É salu-tar o convívio e a partilha de experiências, pois às vezes são pessoas com mais dificuldades em ser assíduos e, no entanto, são aqueles que não desistem.

Há adultos que desistem à primeira dificuldade e ou-tros que são perseverantes, apesar de todas as contra-riedades que surgem. É por eles que o gosto por ajudar, ensinar e orientar se mantém e “alimenta” o meu prazer como professora.

A mediadora da turma EFA – TC (2º ano)

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08 Oferta formativa Ano XXI nº 72 Set/Out 2008 Suplemento Jornal O Vale